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SIMULADO LÍNGUA PORTUGUESA 01 AFC Leia o texto abaixo para responder às questões de 1 a 3. Os investimentos conjuntos de empresas de dois ou mais países serão os pilares de sustentação do Mercado Comum do Cone Sul. Esse movimento do setor privado dos países amarra definitivamente os laços que envolvem os mercados, dando a modelagem para a integração, de forma prática. Por isso a importância dos números que já podem ser colhidos na criação de empreendimentos conjuntos entre empresas da Argentina e do Brasil, recentemente compilados pela Embaixada da Argentina em Brasília. Nos demais países, ações semelhantes estão em estudo. É bem verdade que os países industrializados do Hemisfério Norte ainda lideram com grande margem o ranking dos investidores externos no Cone Sul. Suas grandes empresas, interessadas no mercado do MERCOSUL, vêm para o nosso continente em busca de oportunidades de negócios. Esse é o caminho natural dos capitais e seus agregados, como as tecnologias que acompanham os investimentos dos países avançados. Os países do Cone Sul são atrativos. Basta ver o mercado argentino, com 35 milhões de habitantes e uma renda per capita de US$ 9 mil por ano, que apresenta os mesmos padrões de consumo dos europeus. Entretanto, os novos sinais indicam que as associações e fusões entre capitais brasileiros e argentinos já se encaminham para setores estratégicos da economia, o que representa um passo à frente, porque cria interesses permanentes em torno de objetivos a longo prazo. (Gazeta Mercantil, 18 a 24 de agosto de 1997) 1. Assinale o item que não está de acordo com as idéias do texto. a) As fusões entre capitais brasileiros e argentinos estão cada vez mais voltadas para setores periféricos, o que prejudica os interesses duradouros e os objetivos a curto prazo. b) A Embaixada da Argentina em Brasília compilou dados sobre a criação de empreendimentos conjuntos entre empresas brasileiras e argentinas.

Simulado Português(315 questões)

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SIMULADO LNGUA PORTUGUESA 01

AFC Leia o texto abaixo para responder s questes de 1 a 3. Os investimentos conjuntos de empresas de dois ou mais pases sero os pilares de sustentao do Mercado Comum do Cone Sul. Esse movimento do setor privado dos pases amarra definitivamente os laos que envolvem os mercados, dando a modelagem para a integrao, de forma prtica. Por isso a importncia dos nmeros que j podem ser colhidos na criao de empreendimentos conjuntos entre empresas da Argentina e do Brasil, recentemente compilados pela Embaixada da Argentina em Braslia. Nos demais pases, aes semelhantes esto em estudo. bem verdade que os pases industrializados do Hemisfrio Norte ainda lideram com grande margem o ranking dos investidores externos no Cone Sul. Suas grandes empresas, interessadas no mercado do MERCOSUL, vm para o nosso continente em busca de oportunidades de negcios. Esse o caminho natural dos capitais e seus agregados, como as tecnologias que acompanham os investimentos dos pases avanados. Os pases do Cone Sul so atrativos. Basta ver o mercado argentino, com 35 milhes de habitantes e uma renda per capita de US$ 9 mil por ano, que apresenta os mesmos padres de consumo dos europeus. Entretanto, os novos sinais indicam que as associaes e fuses entre capitais brasileiros e argentinos j se encaminham para setores estratgicos da economia, o que representa um passo frente, porque cria interesses permanentes em torno de objetivos a longo prazo. (Gazeta Mercantil, 18 a 24 de agosto de 1997)

1. Assinale o item que no est de acordo com as idias do texto. a) As fuses entre capitais brasileiros e argentinos esto cada vez mais voltadas para setores perifricos, o que prejudica os interesses duradouros e os objetivos a curto prazo. b) A Embaixada da Argentina em Braslia compilou dados sobre a criao de empreendimentos conjuntos entre empresas brasileiras e argentinas.

c) As grandes empresas do Hemisfrio Norte, com seus capitais e tecnologias, ainda lideram os investimentos externos no Cone Sul. d) Os pases industrializados participam da economia do Cone Sul porque o mercado oferece atraentes padres de consumo. e) As iniciativas do setor privado definem a base e o desenho das integraes entre os pases do Cone Sul.

2. Assinale o item incorreto em relao ao texto: a) A palavra "pilares" (l. 1) est sendo utilizada em sentido conotativo ou metafrico. b) A expresso "amarra definitivamente os laos"(l. 3) tem como parfrase correta: "consolida definitivamente as relaes." c) A palavra "compilados" (l. 6) significa, no texto, "estimulados, favorecidos". d) O acento grfico na palavra "pases" (l. 1) se justifica para marcar a separao das vogais do hiato. e) A expresso "per capita" (ls. 13-14) latina e significa "por cabea."

3. Assinale o item incorreto em relao ao texto. a) O verbo "cria" (l. 18) est no singular para concordar com a palavra "economia" (l.17). b) O uso do sinal indicativo de crase no "a" antes de "longo prazo"(l. 18) indevido por tratar-se de expresso no gnero masculino. c) O acento grfico na palavra "estratgicos" (l. 17) se justifica por tratar-se de uma proparoxtona. d) Se o pronome relativo "que" (l. 14) for substitudo por "o qual" o perodo permanece correto. e) Em "vm para o nosso continente"(l. 10) a forma verbal de 3 pessoa do plural do verbo "vir" se distingue do verbo "ver", que se grafa "vem". Leia o texto abaixo para responder s questes 4 e 5. O MERCOSUL uma das iniciativas mais fecundas deste final de sculo. No contexto de um mundo marcado pelo fenmeno da globalizao, a formao de blocos regionais

um movimento cada vez mais abrangente, caracterizado pela busca de maior escala de produo. A integrao comercial entre os pases do Cone Sul, que surgiu como subproduto de uma poltica de abertura pela abertura, de traos indefinidos, foi evoluindo ao longo do tempo para a construo de uma agenda mais positiva, especialmente diante da necessidade de se buscarem formas eficazes para a superao da persistente crise econmica dos anos 80. Hoje se pode afirmar, sem medo de errar, que o MERCOSUL uma tentativa de ponte para um melhor desempenho e maior insero dos nossos pases no cenrio internacional. (lvaro Dias. Gazeta Mercantil, 18 a 24 de agosto de 1997)

4. Assinale o item incorreto em relao ao texto. a) A palavra "fecundas" (l. 1) tem, no texto, o mesmo significado de "produtivas". b) O adjetivo "abrangente" (l. 3) est relacionado, no texto, idia de "crescimento, ampliao." c) O substantivo "agenda"(l. 6), no texto, tem o significado de "programa de compromissos, plano, pauta de objetivos comuns." d) Se a construo "se buscarem formas eficazes" (l. 6) for substituda por "formas eficazes forem buscadas" o texto continua correto. e) A colocao pronominal procltica em "Hoje se pode afirmar" (l. 8) est adequada ao padro culto da lngua escrita.

5. Assinale o item correto em relao s idias do texto. a) A idia do MERCOSUL j nasceu com o desenho que tem hoje. b) O objetivo de alcanar maior nvel de produo um dos fatores que impulsiona a criao de blocos regionais, numa economia cada vez mais globalizada. c) A crise econmica dos anos 80 dificultou e atrasou a formao de um bloco no Cone Sul. d) O MERCOSUL tende a restringir as relaes comerciais apenas s trocas entre os pases que o integram.

e) A globalizao atinge apenas os pases do Hemisfrio Norte. Leia o texto abaixo para responder s questes 6 e 7. No faz muito tempo assim, um deputado-cartola disse para quem quisesse ouvir que quando vendeu um craque para o La Corua, da Espanha, ele teve um trabalho para depositar numa conta na Sua parte do dinheiro devido ao jogador, como havia sido combinado. Comunicou o fato a telespectadores de uma mesa-redonda com a mesma tranqilidade com que sonegou a informao Receita. Quem tem dinheiro, poder, notoriedade ou um bom advogado no costuma passar por grandes apertos. No retrato da nossa ptria-me to distrada, jogadores de futebol so os adventcios que chegam aos andares de cima da torre social, como recompensa por um talento excepcional, o que convenhamos, mrito raro. Mas isso no lhes confere isenes fiscais. Se o Leo ficar arisco para repentinos sinais exteriores de riqueza, vai empanturrar-se de banquetes fora dos gramados. (Flvio Pinheiro. Veja, 27 de agosto de 1997, com adaptaes)

6. Assinale o item incorreto em relao ao texto. a) O pronome "ele"(l. 2) se refere a "deputado-cartola" (l. 1). b) O substantivo "jogador"(l. 3) se refere a "um craque"(l. 2). c) O agente dos verbos "Comunicou" (l. 4) e "sonegou" (l. 5) o mesmo dos verbos "disse" (l. 1), "vendeu" (l. 2) e "teve" (l. 2). d) As palavras "trabalho" (l. 2) e "apertos" (l. 6) contribuem para conferir informalidade ao texto. e) A expresso "devido ao" (l. 3) indica relao sinttica de causa.

7. Assinale o item incorreto em relao ao texto. a) A expresso "andares de cima da torre social" (l. 7) est sendo utilizada em sentido figurado ou metafrico. b) Uma parfrase correta para o ltimo perodo do texto seria: "Se a Receita Federal fiscalizar rigorosamente aqueles que mostram sinais de enriquecimento sbito, vai aumentar sua arrecadao em outras reas que no apenas o futebol". c) A palavra "adventcios" (l. 7) significa, no texto, "perseverantes, obstinados,

msticos". d) O uso do "se" em "Se o Leo ficar arisco" (l. 10) estabelece uma relao sinttica de condio. e) O uso do "se" em "empanturrar-se" (ls. 10-11) tem funo reflexiva.

8. Numere os perodos na ordem em que formem um texto coeso e coerente, e marque o item correspondente. ( ) Essa inveno permitiu o sofisticado gosto dos reis franceses de colecionar livros, e a mesma revoluo que os degolou foi responsvel por abrir suas colees ao povo. ( ) H cerca de 2.300 anos, os homens encontraram uma maneira peculiar de guardar o conhecimento escrito juntando-o num mesmo espao. A biblioteca foi uma entre outras das brilhantes idias dos gregos, que permanecem at hoje. ( ) Apesar da resistncia da Igreja, a informao comeou a girar mais rpido com a inveno da imprensa de Gutemberg. ( ) Assim, as bibliotecas passaram a ser "servio de todos", como est escrito nos anais da maior biblioteca do mundo, a do Congresso, em Washington, que tem 85 milhes de documentos em 400 idiomas diferentes. ( ) Depois deles, a Idade Mdia trancou nos mosteiros os escritos da antigidade clssica e os monges copistas passavam o tempo produzindo obras de arte. (Gazeta Mercantil Fim de Semana de 15, 16 e 17 de agosto de 1997) a) 1, 3, 5, 2, 4 b) 3, 2, 4, 5, 1 c) 2, 3, 5, 4, 1 d) 4, 1, 3, 5, 2 e) 5, 4, 1, 3, 2

TTN 98 Na ltima tera-feira, fiscais da Receita Federal fizeram uma blitz no Porto de Santos com resultados surpreendentes. Eles apreenderam 122 contineres com uma carga de 1.500 toneladas de mercadoria importada de maneira fraudulenta. Num deles, mochilas chinesas, dessas que a crianada usa na escola, por um preo declarado de 70

centavos de dlar a dzia ou 5 centavos a unidade, o que um valor impraticvel mesmo na China. Em outro, que deveria carregar "peas diversas" segundo o documento de importao, acharam uma perua van. No total, os produtos confiscados valem 41 milhes de reais. Essa foi a maior apreenso feita pela Receita Federal em sua histria e aponta para um problema que est crescendo sombra da abertura comercial. Na gria dos fiscais, ele se chama "importabando". Nessa operao, o importador malandro declara Receita um valor muito menor do que realmente pagou por aquilo que est trazendo. O objetivo recolher menos impostos e concorrer em posio de vantagem com o comerciante que importou de maneira legal. No h um clculo oficial sobre o volume de contrabando, ou de importaes com documentao fraudada, que est ingressando no pas, mas apenas uma estimativa feita pela confederao Nacional de Comrcio. Ela calcula que, no ano passado, produtos no valor de 15 bilhes de dlares foram importados irregularmente, causando uma perda fiscal de 4 bilhes. (Roger Ferreira e Leonel Rocha. Veja, 21/1/98, adaptado) Nas questes de 9 a 13, marque a afirmativa que no verdadeira.

9. a) Os emprstimos lingsticos "contineres" e "dlar" j tiveram sua grafia aportuguesada, o que no ocorreu ainda com "blitz". b) O acento indicador de crase "" (l. 10) obrigatrio. c) "fraudulenta" (l. 3) e "fraudada" (l. 14) podem-se substituir mutuamente, sem prejuzo do sentido dos enunciados onde aparecem. d) "crianada" (l. 4) uma expresso freqente na linguagem coloquial. e) A expresso "mesmo na China" foi usada no texto de modo pejorativo, j que se origina no dito popular "nem aqui, nem na China".

10. a) Em "valor impraticvel" (l. 5) o adjetivo deriva-se do verbo "praticar" no seu emprego prprio do jargo da Economia: "praticar preos".

b) Na formao da gria "importabando" foi usado o processo morfolgico de aglutinao. c) A expresso " sombra" (ls. 8-9) foi empregada com sentido conotativo, como no conhecido verso de Casimiro de Abreu " sombra das bananeiras, debaixo dos laranjais". d) Em "Num deles, mochilas chinesas...", (l. 3) h um verbo elptico. e) A primeira vrgula do texto pode ser dispensada.

11. a) O sujeito de "acharam" (l. 6) indeterminado. b) O excerto da opo c abaixo pode tambm ser escrito, com correo, da seguinte forma: "Em outro, que deveria carregar peas diversas, segundo o documento de importao.... c) Em "Em outro, que deveria carregar peas diversas segundo o documento de importao, ..." (ls. 5-6) as vrgulas isolam orao explicativa. d) O pronome "Essa" (l. 7) pode ser substitudo pelo pronome "Esta". e) Em "Na gria dos fiscais, ele se chama "importabando" (l. 9) o pronome tono tambm poderia vir encltico ao verbo.

12. a) Em "com o comerciante que importou de maneira legal" (l. 12), se a orao relativa for separada por vrgula, altera-se o sentido do enunciado. b) "pas", na orao da opo c abaixo pode ser grafado com letra maiscula. c) A orao "que est ingressando no pas" (l. 14) pode ser empregada na voz passiva sem prejuzo do sentido no texto. d) A conjuno "mas" (l. 14) pode ser suprimida, sem alterar a correo do perodo. e) "impostos" (l. 11) pode ser usado no singular.

13. Numere os perodos de modo a compor um texto coeso e coerente e, depois, escolha a seqncia correta. ( ) No caso das carteiras exclusivas, hoje restritas a investidores institucionais como

fundos de penso e seguradoras, o "dono" do fundo conseguia garantir liquidez diria, sem detrimento da rentabilidade. ( ) Com essa medida, que atinge em cheio os chamados "fundos exclusivos" (ou de um nico cotista), o rendimento referente aos saques feitos fora da data de aniversrio vai para os cofres do governo. ( ) Segundo a Receita, o objetivo do governo com a cobrana do IOF inibir operaes realizadas por fundos exclusivos. ( ) Ainda que em menor escala, os fundos de penso sero atingidos pela deciso do governo de cobrar, a partir de fevereiro, 0,5% ao dia de IOF (Imposto sobre Operaes Financeiras) sobre a diferena entre o valor da cota resgatada de um fundo de renda fixa e o valor pago ao cotista. ( ) Dos cerca de R$ 19 bilhes aplicados em fundos exclusivos, os fundos de penso detm aproximadamente R$ 3 bilhes. ( ) At ento, esse ganho revertia em favor do prprio fundo. (Baseado em Isto Dinheiro, 14/1/98) a) 1, 2, 4, 5, 6, 3 b) 6, 1, 3, 5, 4, 2 c) 2, 4, 3, 6, 5, 1 d) 4, 2, 6, 1, 5, 3 e) 3, 4, 5, 2, 6, 1

GABARITO AFC 01. A 02. C 03. A 04. D 05. B 06. E 07. C 08. D

GABARITO TTN 09. E 10. C 11. A 12. C 13. D

SIMULADO DE LNGUA PORTUGUESA 02

Para resolver as questes de 1 a 5, leia atenciosamente o texto a seguir. NS, OS PALHAOS O carioca, outrora alegre e gentil, virou grosseiro e irritadio. Sai de casa pela manh, como quem vai para uma briga; mantm para o colega de bonde, nibus ou lotao, uma atitude de "mentalidade antiptica", e, para com o motorista ou cobrador, de beligerncia em potencial. No cede lugar a nenhuma senhora, e defende a tese de que todas as senhoras e senhoritas vo cidade para apenas comprar um carretel; e, quando cede lugar a uma dama bonita, acha que adquiriu, com isso, direito de ser louco e imediatamente amado pela mesma. O chofer considera todo colega um "barbeiro" e todo o pedestre um dbil mental com propenso ao suicdio. O garom irrita-se porque o fregus tem a veleidade de lhe pedir alguma coisa, e cada fregus acredita ter o privilgio natural de ser servido em primeiro lugar. Em resumo: o prximo a quem outrora chamvamos de cavalheiro, hoje um "palhao". Ainda ontem eu vinha para casa de txi e esse quase se chocou com um carro particular. Quase ao mesmo tempo vieram os dois gritos: - PALHAO! - PALHAO! Confesso que eu mesmo, que no entrei na conversa, me senti um pouco palhao. Ou pelo menos, um membro do circo esse vasto circo de neurastnicos. RUBEM BRAGA, Portugus Textos e Testes, dison de Oliveira e Paulo Simes, Editora do Professor, Porto Alegre, pp. 84-85.

Marque "C" para as corretas e "E" para as erradas.

QUESTO 1 Com referncia aos vrios aspectos fonticos, julgue os itens abaixo. 1. ( ) Considerando-se os vocbulos "grosseiro" e "irritadio" (linha 1) pode-se afirmar

que h, em ambos, dgrafo e encontro consonantal. 2. ( ) Na palavra "txi", verifica-se a ocorrncia do fenmeno fontico chamado "dfono", uma vez que o "x" representa dois fonemas. 3. ( ) O segmento "Sai de casa pela manh, como quem vai para uma briga" (linha 2) contm 3 ditongos decrescentes e 1 encontro consonantal.. 4. ( ) Na expresso "beligerncia em potencial" (linha 4), o nmero de letras corresponde ao de fonemas. 5. ( ) O vocbulo "suicdio" (linha 10) apresenta dois encontros voclicos, sendo ditongo decrescente (o primeiro) e crescente ou hiato (o segundo).

QUESTO 2 Julgue, conforme a norma culta da lngua, os itens a seguir. 1. ( ) Os vocbulos "dbil" (linha 9), "suicdio" (linha 10) e " txi" (linha 16) foram acentuadas pela mesma regra, embora "suicdio" possa, tambm, ser considerado proparoxtono. 2. ( ) Se considerarmos o vocbulo "outrora" (linha 1) do ponto de vista morfolgico, pode-se afirmar que um advrbio formado pelo processo de composio por aglutinao. 3.( ) No segmento "Sai de casa pela manh, como quem vai para uma briga....", podese afirmar que em ambas as oraes o sujeito sinttico, elptico, "o carioca". 4. ( ) A anlise correta dos termos sublinhados em "... o prximo a quem outrora chamvamos de cavalheiro..." (linha 14) seria, respectivamente, objeto indireto e predicativo. 5. ( ) Da mesma forma que se escreveu "fregus" (linha 11), deve-se grafar "pequens", "holands" e "inds"

QUESTO 3 Observe o pronome "se" empregado em "O garom irrita-se porque o fregus tem a veleidade ..." (linha 11) e aponte nos itens a seguir aqueles em que o pronome tem o mesmo valor semntico-sinttico daquele. 1.( ) Vrios passageiros queixaram-se do motorista.

2.( ) Ningum mais se lembra dos tempos do cavalheirismo. 3.( ) O cobrador debatia-se em seu pequeno banco do labor dirio. 4.( ) Os motoristas ofendem-se com a maior naturalidade. 5.( ) Diga-se, de passagem, no h mais paz no trnsito.

QUESTO 4 Do ponto de vista morfossinttico, julgue os itens seguintes. 1.( ) "O carioca, outrora alegre e gentil, virou grosseiro e irritadio." O termos sublinhados representam o objeto direto do verbo "virar". 2.( ) "No cede lugar a nenhuma senhora.." Nesse segmento o verbo "ceder" tem como objeto direto "lugar", e esse tem como complemento nominal "a nenhuma senhora". 3.( ) "Confesso que (1) eu mesmo, que (2) no entrei na conversa, me senti um pouco palhao." Os termos sublinhados no segmento anterior devem ser analisados do seguinte modo: (1) conjuno subordinativa integrante, introduzindo orao

subordinada substantiva objetiva direta; (2) pronome relativo, introduzindo orao subordinada adjetiva explicativa, na qual exerce a funo sinttica de sujeito. 4.( ) "O garom irrita-se porque o fregus tem a veleidade de lhe pedir alguma coisa.", considerando-se o segmento transcrito, temos um perodo composto por subordinao e coordenao. 5.( ) Nesse mesmo perodo, a orao "de lhe pedir alguma coisa" subordinada substantiva objetiva indireta.

QUESTO 5 Julgue os aspectos morfossintticos propostos nas assertivas abaixo. 1.( ) Na linha 16, o autor, para referir-se a txi, usou o pronome demonstrativo "esse", querendo com isso indicar que se encontrava dentro do veculo. 2.( ) Reescrevendo o perodo da 1 linha: "O carioca, que outrora fora gentil, virou grosseiro e irritadio.", empregou-se o verbo ser no pretrito mais-que perfeito do indicativo para indicar fato passado anterior a outro. 3.( ) O perodo compreendido entre as linhas 2 e 4, se tivesse como sujeito "os cariocas", teria a seguinte redao, tambm correta como a original: "Saem de casa

pela manh, como quem vo para uma briga; mantm para os colegas de bonde, nibus ou lotao..." 4.( ) Na linha 17, encontra-se o perodo "Quase ao mesmo tempo vieram os dois gritos" em que o verbo "vir" foi empregado como verbo transitivo direto. 5.( ) Na linha 8, o vocbulo "louco" exerce a funo sinttica de predicativo do sujeito, introduzido por verbo de ligao (ser). Leia o texto abaixo para responder s questes de 6 a 10.

A MULHER NO BRASIL (fragmento) A histria da mulher no Brasil, tal como a das mulheres em vrios outros pases, ainda est por ser escrita. Os estudiosos tm dado muito pouca ateno mulher nas diversas regies do mundo, o que inclui a AmricaLatina. Os estudos disponveis sobre a mulher brasileira so quase todos meros registros de impresses, mais do que de fatos, autos-de-f quanto natureza das mulheres ou rpidas biografias de brasileiras notveis, mais reveladoras sobre os preconceitos e a orientao dos autores do que sobre as mulheres propriamente ditas. As mudanas ocorridas no sculo XX reforam a necessidade de uma perspectiva e de uma compreenso histricas do papel, da condio e das atividades da mulher no Brasil. Hahner, June E, A Mulher no Brasil. Rio de Janeiro, Civilizao Brasileira, 1978. p. 9.

Marque "C" para as corretas e "E" para as erradas.

QUESTO 6 Com relao ao texto supratranscrito, julgue os itens abaixo. 1.( ) No havendo um estudo histrico sobre o papel da mulher na sociedade, a mulher brasileira semelhantssima s mulheres de vrios pases do mundo. 2.( ) Com exceo de inconsistentes biografias de brasileiras que se destacaram, as demais obras sobre a mulher no Brasil esto impregnadas de juzos prvios que as tornam de discutvel valor. 3.( ) As modificaes ocorridas neste sculo reforam a necessidade de se escrever a

verdadeira histria da mulher no Brasil. 4.( ) Na Amrica Latina os estudiosos tm dado muito pouca ateno mulher. 5.( ) Alguns estudos revelam mais os preconceitos do que as verdades da mulher brasileira.

QUESTO 7 Nas sentenas abaixo, julguem-se as estruturas morfossintticas. 1.( ) Houve associao correta entre o radical latino e seu significado nos vocbulos seguintes: beligerantes (guerra), onipotncia (todo), sesquicentenrio (um e meio), retrgradas (que anda). 2.( ) Os estudos disponveis sobre a mulher brasileira so quase todos registros de meras impresses, mais do que fatos... A alterao da posio do adjetivo "mero" no implica alterao semntica ao segmento. 3.( ) Mais de um bigrafo correspondiam-se na nsia de compreender a perspectiva histrica do papel da mulher brasileira. 4.( ) "autos-de-f" (linha 5), um substantivo composto e por isso escrito com hfen, foi empregado em sentido denotativo. 5.( ) Nem uma nem outra compreenso histrica reforava as perspectivas da mulher no Brasil.

QUESTO 8 Do ponto de vista sinttico, julgue os itens abaixo. 1.( ) Historicamente a mulher do Brasil tal qual as mulheres de vrios outros pases. 2.( ) Se colocado na voz ativa, o 1 perodo passaria a ter a seguinte redao: Ainda est por escrever a histria da mulher no Brasil, tal como a das mulheres de vrios outros pases. 3.( ) No perodo "Os estudiosos tm dado muito pouca ateno mulher ..." (linha 2) temos o emprego do pretrito perfeito composto do indicativo. 4.( ) Os estudiosos tm dado pouca ateno as mulheres brasileiras e as outras do mundo inteiro. O acento indicativo da crase, nas ocorrncias possveis, facultativo. 5.( ) "Os estudiosos tm dado muito pouca ateno mulher nas diversas regies do

mundo, o que inclui a Amrica Latina." nesse perodo, o acento circunflexo foi empregado por fora da regra dos monosslabos tnicos.

QUESTO 9 Considerando-se os aspectos morfossintticos que se verificam no perodo: " Os estudos de que se dispe sobre a mulher brasileira so meros registros de impresses.", julgue as assertivas. 1.( ) O termo preposicionado "de impresses" uma locuo adjetiva na funo sinttica de adjunto adnominal. 2.( ) Nessa estrutura, empregou-se o verbo na 3 pessoa do singular com o pronome "se" indicativo de sujeito indeterminado. 3.( ) Temos um perodo composto por subordinao, em que a orao principal "Os estudos so meros registros de impresses".; 4.( ) A orao "de que se dispe sobre a mulher" subordinada adjetiva restritiva. 5.( ) O pronome relativo o complemento nominal do substantivo abstrato "estudos".

QUESTO 10 Quanto pontuao, aponte nas alternativas abaixo as certas e as erradas, se houver. 1.( ) Ela termina por afetar nosso prprio carter, afastando-nos assim do ideal de nos tornarmos cada vez mais seres ticos e morais. 2.( ) necessrio, que se acredite em alguma coisa. 3.( ) Devemos ver no abandono e vilipndio desses valores, uma ameaa grave a nossa sobrevivncia. 4.( ) E, portanto, seus defeitos so nossos defeitos, por mais que isto nos cause desalento, ou mesmo vergonha. 5.( ) Os privilgios e interesses ilegtimos, esto to arraigados, misturados como argamassa no sistema, que no vejo fora capaz de derrub-los.

GABARITO

01. ECCEC

06. ECECC

02. CCECE 03. CCCEE 04. EECEE 05. ECEEE

07. CECEE 08. ECCEE 09. ECCCE 10. CEECE

SIMULADO DE LNGUA PORTUGUESA 03

AMOR MENINO Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba. Atreve-se o tempo as colunas de mrmore, quanto mais a coraes de cera! So as afeies como as vidas, que no h mais certo sinal de haverem de durar pouco, que terem durado muito. So como as linhas, que partem do centro para a circunferncia, que, quanto mais continuadas, tanto menos unidas. Por isso os antigos sabiamente pintaram o amor menino; porque no h amor to robusto que chegue a ser velho. De todos os instrumentos com que o armou a natureza, o desarma o tempo. Afrouxa-lhe o arco, com que j no atira; embota-lhe as setas, com que j no fere; abre-lhe os olhos, com que v que no via; e faz-lhe crescer as asas com que voa e foge. A razo natural de toda essa diferena porque o tempo tira a novidade s coisas, descobrelhe os defeitos, enfastia-lhe o gosto, e basta que sejam usadas para no serem as mesmas. Gasta-se o ferro com o uso, quanto mais o amor? O mesmo amar causa de no amar e o ter amado muito, de amar a menos Pe. ANTNIO VIEIRA. Sermes. So Paulo, Ed. das Amricas, 1957. v. 5, p. 159-60.

QUESTO 1 Considerando o perodo contido na 1 linha, assinale a opo correta. (a) um perodo composto, com cinco oraes coordenadas assindticas. (b) Em todas as oraes h sujeito simples expresso: o pronome substantivo indefinido "tudo". (c) Substituindo-se o verbo esquecer por sua forma pronominal no haveria alterao no campo semntico da respectiva orao. (d) O segmento formado com a alterao citada no item anterior geraria o segmento:"

... tudo faz esquecer-se..." em que o "se", pronome reflexivo, exerceria a funo de objeto indireto. (e) Em todas as oraes do perodo verificam-se verbos transitivos diretos.

QUESTO 2 Em relao ao perodo " Atreve-se o tempo a colunas de mrmore, quanto mais a coraes de cera!" (linhas 1 e 2), s no ser correta a opo: (a) O tempo atreve-se a colunas de mrmore, quanto mais a coraes de cera! (b) Atreve-se o tempo s colunas de mrmore, quanto mais aos coraes de cera! (c) Em "colunas de mrmore", o termo preposicionado exerce a funo sinttica de adjunto adnominal. (d) No texto, a locuo adjetiva "de mrmore" poderia ser substituda por "marmreas" sem que houvesse prejuzo semntico. (e) Os monosslabos o, a e a que aparecem nos dois primeiros perodos (linhas 1 e 2) so, respectivamente, artigo, preposio e preposio.

QUESTO 3 Assinale a opo incorreta em relao acentuao grfica. (a) Os acentos agudo e circunflexo foram usados para acentuar os monosslabos tnicos "j" (linha 8) e "v" (linha 9), seguindo a respectiva regra de acentuao e tambm para indicar, respectivamente, som aberto e fechado. (b) Poderamos dizer que os vocbulos "mrmore" (linha 2) e "circunferncia" (linha 4) foram acentuados pela mesma regra. (c) A forma verbal "v" (linha 9), na 3 pessoa do plural, passa a ser "vm". (d) Os derivados dos verbos "ter" e "vir", na 3 pessoa do singular do presente do indicativo, so acentuados por serem vocbulos oxtonos.

QUESTO 4 Marque a alternativa em que o "se" no tem o mesmo valor que nas expresses "Atreve-se o tempo..." (linhas 1 e 2) e "Gasta-se o ferro com o uso..." (linha 12).

(a) Antnio Vieira referia-se transitoriedade do amor. (b) Naquela poca, discordava-se do autor... (c) Segundo o autor, com o tempo tudo se desgasta... (d) Antnio Vieira preocupava-se com o amor... (e) O autor queixava-se do tempo...

QUESTO 5 Indique, nas expresses abaixo, aquela em que o vocbulo assinalado no segmento "O mesmo amar causa de no amar" (linhas 13 e 14) foi empregado corretamente e exerce funo adverbial. (a) As pessoas mesmas esquecem do amor. (b) Com o passar do tempo, o amor no o mesmo. (c) O tempo faz mesmo tudo mudar. (d) Ns mesmo vivemos essa realidade. (e) H desgaste no amor por fazermos sempre a mesma coisa.

QUESTO 6 Em qual das alternativas seguintes a palavra "que" no pertence mesma classe gramatical das demais? (a) So como as linhas, que partem do centro da circunferncia,....(linha 4) (b) De todos os instrumentos com que o armou a natureza... (linha 7) (c) Afrouxa-lhe o arco, com que j no atira;... (linha 8) (d) ... e faz-lhe crescer as asas com que foge e voa.. (linha 9) (e) ... enfastia-lhe o gosto e basta que sejam usadas ..... (linhas 11 e 12)

QUESTO 7 Escolha, dentre as alternativas, aquela em que o pronome oblquo exerce funo equivalente assinalada no texto: "Afrouxa-lhe o arco, com que j no atira;...(linha 8). (a) Era-nos importante aquela matria. (b) A me, desesperada, apalpava-lhe o coraozinho.

(c) Bastava-lhe que o amassem um pouco; mas, sinceramente. (d) Deixei-o ficar puramente por caridade . (e) Aos mestres, devo-lhes tudo quanto sou e virei a ser.

QUESTO 8 No perodo "Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba." as vrgulas separam oraes coordenadas assindticas. Nas alternativas, h uma em que a justificativa da vrgula no est correta. Assinale-a. (a) "Em todos os agrupamentos humanos indispensvel comunicar pensamentos e emoes; a comunicao , portanto, a principal funo da linguagem." Usou-se a vrgula para separar uma conjuno conclusiva deslocada; usou-se, em conseqncia, o ponto-e-vrgula para separar as oraes. (b) "Longe da ptria, sob um cu diverso, chorei saudades do meu lar querido." Usaram-se as vrgulas para separar um aposto explicativo.. (c) O aperfeioamento das relaes humanas, a sua crescente complexidade, o progresso e a civilizao exigiram da linguagem a flexibilidade de moldar-se s novas necessidades. As vrgulas separam termos coordenados, isto , de mesma funo sinttica. (d) "Andrada, arranca esse pendo dos ares! Colombo, fecha as portas dos teus mares". Ambas as vrgulas separam vocativos. (e) "A noite no acabava, e, s vezes, a misria se reproduzia..." Justifica-se o emprego das vrgulas do seguinte modo: a 1 vrgula separa orao coordenada sindtica aditiva com sujeito prprio e diferente do sujeito da orao anterior; a 2 e a 3 intercalam entre a conjuno e a respectiva orao coordenada um adjunto adverbial deslocado e anteposto ao verbo.

QUESTO 9 No perodo, "A razo natural de toda essa diferena porque o tempo tira a novidade s coisas, descobre-lhe os perodos abaixo, verificando quais os corretos e os incorretos; depois, escolha a alternativa que espelhe suas concluses.

1. A corrupo e a depravao empanou a honra do Governo e da Nao brasileira. 2. Para o Brasil progredir e sair da crise, bastariam apenas resolver alguns problemas socioeconmicos urgentes. 3. Nas ltimas semanas, o dlar foi supervalorizado e, com certeza, seremos ns quem pagar a conta. 4. Notcias alarmistas inundaram o pas e preocuparam a populao, porm a maioria eram boatos sem quaisquer verossimilhanas. 5. Observa-se, com cautela e ansiedade, pequenas, mas alvissareiras mudanas no comportamento do homem urbano brasileiro. (a) todos os cinco perodos esto corretos; (b) h quatro perodos corretos; (c) h trs perodos corretos; (d) h dois perodos corretos; (e) somente um perodo est correto;

QUESTO 10 Observando-se a construo "...embota-lhe as setas, com que j no fere;...(linha 8), verifica-se que a preposio "com", antes do pronome relativo "que", deve-se regncia do verbo "ferir" (quem fere, fere-se com ....). Analise os perodos abaixo, sob o aspecto da regncia, verificando quais os corretos e os incorretos, depois escolha a alternativa que retrate suas concluses. 1. O meritssimo juiz da 3 vara recomendou que se proceda a uma reviso minuciosa do processo, pois deparoudois equvocos da promotoria, os quais muito lhe desagradaram. 2. A sentena determinava que se pagasse incontinenti todos os empregados demitidos por ocasio da greve, mesmo que isso implicasse pesados nus empresa.. 3. A petio no foi acolhida prontamente porque o magistrado custou a alcanar o pleito dos advogados. 4. No Brasil, a Justia to lenta que alguns querelantes esquecem das aes impetradas e no comparecem nos tribunais no momento azado. 5. Embora residindo em Braslia h mais de quinze anos, no sabia aonde se

localizava a sede do Ministrio Pblico da Unio. (a) todos os cinco perodos esto corretos; (b) h quatro perodos corretos; (c) h trs perodos corretos; (d) h dois perodos corretos; (e) somente um perodo est correto;

GABARITO 01. C e E 02. D 03. C 04. B 05. C 06. E 07. B 08. B 09. C 10. E

SIMULADO DE LNGUA PORTUGUESA 04

O QUINZE Mas foi em vo que Chico Bento contou ao homem das passagens a sua necessidade de se transportar a Fortaleza com a famlia. S ele, a mulher, a cunhada e cinco filhos pequenos. O homem no atendia. - No possvel. S se voc esperar um ms. Todas as passagens que eu tenho ordem de dar, j esto cedidas. Por que no vai por terra? - Mas, meu senhor, veja que ir por terra com esse magote de meninos uma morte! O homem sacudiu os ombros: - Que morte! Agora que retirante tem esses luxos . . . No 77 no teve trem para nenhum. voc dar um jeito, que, passagens, no pode ser. . . Chico Bento foi saindo. Na porta, o homem ainda o consolou: - Pois se quiser esperar, talvez se arranje mais tarde. Imagine que tive de ceder cinqenta passagens ao Matias Paroara, que anda agenciando rapazes solteiros para

o Acre! Na loja do Zacarias, enquanto matava o bicho, o vaqueiro desabafou a raiva: - Desgraado! Quando acaba, andam espalhando que o governo ajuda os pobres. .. No ajuda nem a morrer! O Zacarias segredou: - Ajudar, o governo ajuda. O preposto que um ratuno. . . Anda vendendo as passagens a quem der mais . . . Os olhos do vaqueiro luziram: - Por isso que ele me disse que tinha cedido cinqenta passagens ao Matias Paroara! ... - Boca de ceder! Cedeu, mas foi mo pra l, mo pra c . . O Paroara me disse que pouco faltou pro custo da tarifa . . .Quase no deu interesse . . . Chico Bento cuspiu com a ardncia do mata-bicho: - Cambada ladrona! (Do romance homnimo de Raquel de Queiroz)

1 ) Os olhos de Chico Bento luziram de a) revolta. b) compreenso. c) ironia. d) dor. e) satisfao.

2 ) ". . . o governo ( . . . ) no ajuda nem a morrer!" Este desabafo revela-nos a) religiosidade. d) comparao. b) ironia. e) esperana. c) conformismo.

3) A passagem que melhor caracteriza uma atitude irnica, embora amarga e necessitada, : a ) "S se voc esperar um ms." b) "Mas foi em vo . . . " c) "S ele, a mulher, a cunhada e cinco filhos pequenos."

d) ". . . ir por terra com esse magote de meninos uma morte!" e) "Por isso que ele me disse que tinha cedido cinqenta passagens..."

4) Este texto foi tirado do romance de Rachel de Queiroz O Quinze. No trecho h referncia a outro nmero: O 77. Estes nmeros indicam a) os trens encarregados de transportar retirantes. b) o tempo em meses que durou cada uma das grandes secas nordestinas. c) os anos em que houve as grandes secas do Nordeste. d) o total dirio de mortes durante as secas. e) o total de cidades nordestinas assoladas pelas secas.

5) A primeira reao de Chico Bento, aps a negativa ao seu pedido, foi a) procurar algum influente para conseguir-lhe as passagens. b) desabafar sua raiva num comentrio contra o homem das passagens. c) abafar a sua raiva na cachaa. d) revoltar-se contra o governo. e) conformar-se com seu destino.

6) O funcionrio encarregado de vender as passagens era a) um inocente til. b) um bode expiatrio. c) maria-vai-com-as-outras. d) pobre-diabo, infeliz como Chico Bento. e) aproveitador da desgraa alheia.

7) Matias recebeu o apelido de Paroara porque a) tinha o monoplio das passagens de trem. b) era considerado um ratuno por todos que o conheciam bem. c) contratava rapazes para o trabalho nos seringais. d) tinha a sagacidade e a tenacidade comuns aos paus-de-arara. e) nascera no Par.

8 ) A expresso usada por Chico Bento - "com esse magote de meninos" - revela a) a pobreza de seus filhos. b) a desolao que a seca provocara no vaqueiro. c) a influncia do vocabulrio profissional no linguajar quotidiano. d) o penoso e lastimvel estado doentio em que se encontravam os garotos. e) a hipocrisia do funcionrio das passagens.

9) A expresso "mo pra l e mo pra c" tem sentido a) agrcola. b) comercial. c) humorstico. d) nutico. e) romntico.

10) Assinale, segundo o texto, a afirmativa correta. a) O Matias Paroara fez um grande negcio com as passagens. b) O governo vendia as passagens por preo reduzido aos retirantes. c) Chico Bento estava na capital do Cear solicitando passagens. d) O nmero de pessoas que dependiam do vaqueiro impedia a sua locomoo por terra. e) O governo, atravs de passagens gratuitas, procurava incrementar o envio de braos para os seringais paraenses.

11. Em relao ao primeiro perodo do texto "Mas foi em vo que Chico Bento contou ao homem das passagens a sua necessidade de se transportar a Fortaleza com a famlia.", assinale alternativa correta. 1. H 3 oraes. 2. O sujeito da 2 orao "Chico Bento". 3. O pronome "sua" se refere a "famlia". 4. A orao iniciada em "que Chico Bento contou ao homem..." deve ser classificada

como or. subord. substantiva predicativa. 5. "com a famlia" o objeto indireto do verbo "transportar". a. V - V - F - F - V b. F - F - F - V - F c. V - V - F - F - F d. F - V - F - F - F e. F - F - F - F - F

12. Ainda em relao ao 1 perodo do texto. 1. "Mas foi -toa Chico Bento ter contado ao bilheteiro que era necessrio transferir os familiares para Fortaleza", apesar de nova redao, o texto original no sofreu alterao . 2. Em "... contou ao homem das passagens a sua necessidade..." o emprego do acento grave no "a" facultativo, haja vista ocorrer antes de pronome possessivo. 3. Os vocbulos "famlia" e "s" foram acentuados corretamente porque toda paroxtona terminada em ditongo e toda monosslaba tnica devem ser acentuadas graficamente. 4. No 1 perodo do texto, aparece trs vezes o monosslabo "a", respectivamente, preposio, artigo e artigo. 5. Em "...contou ao homem das passagens" temos combinao e contrao de preposies com artigos. a. V - V - V - V - F b. F - F - F - F - V c. F - V - F - F - F d. V - V - V - F - F e. F - F - F - V - V

13. Julgue as alternativas abaixo e escolha a alternativa que rena as respostas corretas. 1. O segmento "Por que no vai por terra?" poderia ser modificado, sem alterao semntica e sem incorreo,

para "Voc no vai por terra, por qu?" 2. Se no soubssemos que O Quinze o clebre romance de Raquel de Queiroz, que enfoca a terrvel seca de 1915 e a misria do serto, o texto poderia sugerir que Chico Bento pleiteava para si e para a famlia passagens areas. 3. No trecho - Que morte! Agora que retirante tem esses luxos ..." , pode-se afirmar que o verbo ter foi empregado corretamente no campo semntico, mas cometeu-se erro de concordncia. 4. No trecho " voc dar um jeito, que, passagens, no pode ser..." a palavra "que" poderia ser substituda, sem mudana de significado, por porque. 5. Em " No 77 no teve trem para nenhum.", o verbo ter foi empregado em desacordo com a norma culta da lngua. a. V - V - V - V - F b. F - F - F - F - V c. F - V - F - V - F d. V - V - V - F - F e. V - F - F - V - V

14. Julgue as alternativas abaixo e escolha a alternativa que rena as respostas corretas. 1. No trecho "- Pois se quiser esperar, talvez se arranje mais tarde.", a palavra "se" deve ser classificada, respectivamente, como conjuno subordinativa condicional e como partcula apassivadora. 2. Observe que os vocbulos "talvez" e "quiser" foram grafados, respectivamente com Z e S; verifique, agora, se todos os vocbulos a seguir foram grafados corretamente: pequinez, altivez, indez, quisesse, graniso, aviso,

hemoptise. 3. "O preposto que um ratuno..." poderia ser substitudo por "O representante um ordinrio". 4. No perodo "O preposto que um ratuno..." h duas oraes. 5. O acento agudo em ratuno deve-se regra de acentuao dos hiatos, observe se houve acentuao correta, pela mesma regra, nos vocbulos: genuno, frissimo e sanguneo. a. V - V - V - V - F b. F - F - F - F - V c. F - V - F - V - F d. V - F - V - F - F e. V - F - F - V - V

15. Observe a construo "Chico Bento cuspiu com a ardncia do mata-bicho." 1. O verbo "cuspir" est flexionado na 3 pessoa do singular do pretrito perfeito do indicativo, o presente do indicativo : cuspo, gospes, gospe, cuspimos, cuspis, gospem. 2. "mata-bicho" um substantivo composto, significa cachaa ou aguardente; no plural, fica "mata-bichos". 3. A funo sinttica de "mata-bicho" complemento nominal. 4. "cuspir" nesse perodo verbo intransitivo. 5. "com", preposio, no exerce funo sinttica, apenas um conectivo, que liga o termo regente (o verbo cuspir) a um termo subordinado (o substantivo ardncia). a. V - V - V - V - F b. F - F - F - F - V c. F - V - F - V - V d. V - F - V - F - F e. V - F - F - V - V

GABARITO

1B 2B 3C 4C

5D 6E 7C 8C

9B 10 D 11 C 12 B

13 E 14 D 15 C

SIMULADO DE LNGUA PORTUGUESA 05 SIMULADO DE INTERPRETAO DE TEXTO

Leia o texto I para responder s questes de 1 a 3. Texto I O tempo no experincia. Pode ser esclerose. Numa viso ligeira, envelhecer seria um caminhar no sentido do futuro - o que no corresponde verdade. Caminhar em direo ao futuro a caracterstica do jovem, ocorrendo envelhecimento quando se inicia o processo inverso: a volta ao passado, sua preservao, dele se fazendo sempre mais dependente. No que envelhece, o risco o hbito - a infindvel repetio daquilo que foi antes uma resposta criadora. O perigo a tenso inerente ao passado em buscar perpetuar-se, oferecendo as mesmas respostas a questes que agora so outras. Esta, a ameaa do passado. Mas h outro ngulo. O passado no se acumula somente sob a forma de hbito, mas, virtualmente, introduz a possibilidade da memria. E se o hbito faz com que se repitam mecanicamente respostas caducas, a memria o potencial criador sempre disponvel com o qual a histria pode contar. O jovem est, num certo limite, livre de um passado que ameace escraviz-lo simplesmente por no existir ou por no ter atingido a intensidade necessria. Na aparncia - como se isso no dependesse de uma posio do esprito - sendo o Brasil um pas jovem, estaramos menos prximos dos perigos da esclerose. Mas com o que podemos contar? J foi dito, de resto, ser o Brasil um pas sem memria. Nosso ceticismo destruiria esta considerao no sentido de levar em conta - com relao ao passado. Parece que estamos condenados a sempre partir do zero.

(GOMES, Roberto. Crtica da Razo Tupiniquim. Porto Alegre, RS: Mercado Aberto, 7 ed. 1984)

1. Aps uma leitura atenta do fragmento, julgue os itens a seguir, quanto aos aspectos da compreenso e interpretao. a) O autor estabelece uma viso antittica em relao ao conceito usual de tempo. b) Envelhecimento a dependncia em relao ao passado. c) Pode-se inferir que o jovem, para manter-se fiel a suas caractersticas, preserva inclumes os valores herdados dos antepassados. d) Hbito e memria excluem-se, na medida em que o hbito pura repetio, enquanto a memria abre possibilidades criadoras.

2. Julgue os itens em relao teoria lingstica e normas gramaticais. a) Na linha 8, a prclise do pronome em no se acumula facultativa. b) As duas ocorrncias da partcula se, no segundo pargrafo, linhas 8 e 9, equivalemse no plano morfossinttico. c) Num certo limite, linha 12, est entre vrgulas por ser expresso internalizada em uma orao. d) O agente da ao verbal no ltimo perodo do texto, linha 17, indeterminado.

3. Julgue os itens a seguir, em relao aos aspectos semnticos e estilsticos. a) Experincia, esclerose, passado, futuro e envelhecer, no texto, pertencem ao mesmo campo semntico. b) Virtualmente, na linha 9, poderia ser substitudo por potencialmente ou factivelmente, sem alterar substancialmente o sentido do texto. c) "Sendo o Brasil um pas jovem", linha 14, instaura uma condio concessiva em relao orao seguinte. d) Ceticismo, linha 16, liga-se semanticamente a sem memria, na linha 16. Leia o texto II para responder s questes 4 e 5.

Texto II Periodizao da Filosofia No se pode afirmar que a histria do pensamento filosfico obedea a uma evoluo linear, de tal modo que cada posio atingida pelos grandes pensadores no plano epistemolgico, tico, metafsico, esttico, etc., condicione o desenvolvimento sucessivo. Em primeiro lugar, h uma multiplicidade de reas diversas de indagao e, a no ser em casos bem raros, raramente surgem pensadores geniais capazes de abrang-las de maneira sincrnica ou unitria, marcando pontos cardeais da histria das idias. O que prevalece, em geral, so contribuies especializadas que cuidam de determinado campo de pesquisa, no se devendo esquecer que essas indagaes setoriais podem, s vezes, repercutir sobre o curso do pensamento geral, inspirando novos paradigmas, ou seja, pressupostos fundamentais que passam a condicionar as meditaes subseqentes. Como se v, as linhas de indagaes filosficas resultam de preferncias individuais dos pensadores assim como de fatores das mais diversificadas configuraes, no sendo possvel, pois, afirmar que as vrias correntes de pensamento se entrelacem ou atuem umas sobre as outras. H at mesmo hipteses em que determinadas escolas ou crculos de pensamento so to ciosos de suas convices que chegam a olhar com desprezo as demais perquiries, como se deu, por exemplo, em certos momentos do escolasticismo medieval; no apogeu do naturalismo positivista da passada centria; no predomnio ideolgico do marxismo que, no dizer de Raymond Aron, foi "o pio dos intelectuais"; ou, em tempos mais recentes, a corrente do positivismo lgico, alguns de cujos mentores chegaram a considerar meaningless, isto , desprovido de sentido tudo que no se ajustasse a seus parmetros. (Miguel Reale Jr. - O Estado de So Paulo - Jun/98)

4. A primeira instncia da interpretao textual situa-se na esfera da compreenso dos

significados vocabulares e organizacionais. Atentando para esta afirmao, julgue os itens a seguir segundo os critrios semnticos e estilsticos. a) "Multiplicidade de reas diversas de indagao", linha 6, trata do carter unvoco do conhecimento e, por conseguinte, do objeto da filosofia. b) "abrang-las de maneira sincrnica", linha 5, o mesmo que viso superficial sobre o objeto do conhecimento. c) A partcula pois, linha 11, instaura uma circunstncia explicativa entre duas afirmaes que a circundam. d) O autor utiliza-se de um registro predominantemente metafrico, dificultando a apreenso das idias que veicula.

5. Considerando que parfrase o desenvolvimento de um texto conservando-se suas idias originais, expressas por palavras diferentes, julgue os itens a seguir, caso sejam ou no parfrases de segmentos do texto II. a) A progresso do pensamento filosfico no se sujeita a parmetros evolutivos lineares. b) Raros filsofos conseguem abarcar simultaneamente diferentes campos da perquirio filosfica. c) O pensamento geral modificado por paradigmas fundamentais. d) A crena de que as vrias correntes de pensamento se excluem confirmada pela individualidade do pensamento filosfico ocidental.

GABARITO 01. VVFV 02. FFVF 03. FVFF 04. FFFF 05. VVVV

SIMULADO LNGUA PORTUGUESA 06

Responda as questes de 1 a 10 de acordo com o texto abaixo: O primeiro dever passado pelo novo professor de portugus foi uma descrio tendo o mar como tema. A classe inspirou-se, toda ela, nos encapelados mares de Cames, aqueles nunca dantes navegados; o episdio do Adamastor foi reescrito pela meninada. Prisioneiro no internato, eu vivia na saudade das praias do Pontal onde conhecera a liberdade e o sonho. O mar de Ilhus foi o tema de minha descrio. Padre Cabral levara os deveres para corrigir em sua cela. Na aula seguinte, entre risonho e solene, anunciou a existncia de uma vocao autntica de escritor naquela sala de aula. Pediu que escutassem com ateno o dever que ia ler. Tinha certeza, afirmou, que o autor daquela pgina seria no futuro um escritor conhecido. No regateou elogios. Eu acabara de completar onze anos. Passei a ser uma personalidade, segundo os cnones do colgio, ao lado dos futebolistas, dos campees de matemtica e de religio, dos que obtinham medalhas. Fui admitido numa espcie de Crculo Literrio onde brilhavam alunos mais velhos. Nem assim deixei de me sentir prisioneiro, sensao permanente durante os dois anos em que estudei no colgio dos jesutas. Houve, porm, sensvel mudana na limitada vida do aluno interno: o padre Cabral tomou-me sob sua proteo e colocou em minhas mos livros de sua estante. Primeiro "As Viagens de Gulliver", depois clssicos portugueses, tradues de ficcionistas ingleses e franceses. Data dessa poca minha paixo por Charles Dickens. Demoraria ainda a conhecer Mark Twain, o norte-americano no figurava entre os prediletos do padre Cabral. Recordo com carinho a figura do jesuta portugus erudito e amvel. Menos por me haver anunciado escritor, sobretudo por me haver dado o amor aos livros, por me haver revelado o mundo da criao literria. Ajudou-me a suportar aqueles dois anos de internato, a fazer mais leve a minha priso, minha primeira priso. Jorge Amado

1. Padre Cabral, numa determinada passagem do texto, ordena que os alunos: a) faam uma descrio sobre o mar;

b) descrevam os mares encapelados de Cames; c) reescrevam o episdio do Gigante Adamastor;. d) faam uma descrio dos mares nunca dantes navegados; e) retirem de Cames inspirao para descrever o mar.

2. Segundo o texto, para executar o dever imposto por Padre Cabral, a classe toda usou de um certo: a) conhecimento extrado de "As viagens de Gulliver"; b) assunto extrado de tradues de ficcionistas ingleses e franceses; c) amor por Charles Dickens; d) mar descrito por Mark Twain; e) saber j feito, j explorado por clebre autor.

3.Apenas o narrador foi diferente, porque: a) lia Cames; b) se baseou na prpria vivncia; c) conhecia os ficcionistas ingleses e franceses; d) tinha conhecimento das obras de Mark Twain; e) sua descrio no foi corrigida na cela de Padre Cabral.

4.O narrador confessa que no internato lhe faltava: a) a leitura de Os Lusadas; b) o episdio do Adamastor; c) liberdade e sonho; d) vocao autntica de escritor; e) respeitvel personalidade.

5.Todos os alunos apresentaram seus trabalhos, mas s foi um elogiado, porque revelava: a) liberdade; b) sonho;

c) imparcialidade; d) originalidade; e) resignao.

6. Por ter executado um trabalho de qualidade literria superior, o narrador adquiriu um direito que lhe agradou muito: a) ler livros da estante de Padre Cabral; b) rever as praias do Pontal; c) ler sonetos camonianos; d) conhecer mares nunca dantes navegados; e) conhecer a cela de Padre Cabral.

7. Contudo, a felicidade alcanada pelo narrador no era plena. Havia uma pedra em seu caminho: a) os colegas do internato; b) a cela do Padre Cabral; c) a priso do internato; d) o mar de Ilhus; e) as praias do Pontal.

8. Conclui-se, da leitura do texto, que: a) o professor valorizou o trabalho dos alunos pelo esforo com que o realizaram; b) o professor mostrou-se satisfeito porque um aluno escreveu sobre o mar de Ilhus; c) o professor ficou satisfeito ao ver que um de seus alunos demonstrava gosto pela leitura dos clssicos portugueses; d) a competncia de saber escrever conferia, no colgio, tanto destaque quanto a competncia de ser bom atleta ou bom em matemtica; e) graas amizade que passou a ter com Padre Cabral, o narrador do texto passou a ser uma personalidade no colgio dos jesutas.

9.O primeiro dever... foi uma descrio... Contudo nesse texto predomina a:

a) narrao; b) dissertao; c) descrio; d) linguagem potica; e) linguagem epistolar.

10. Por isso a maioria dos verbos do texto encontra-se no: a) presente do indicativo; b) pretrito imperfeito do indicativo; c) pretrito perfeito do indicativo; d) pretrito mais que perfeito do indicativo; e) futuro do indicativo. Releia a primeira estrofe e responda as questes de 11 a 13 Cheguei, Chegaste, Vinhas fatigada E triste, e triste e fatigado eu vinha. Tinhas a alma de sonhos povoada. E a alma de sonhos povoada eu tinha.

11. ordem alterada, que o autor elabora no texto, em busca da eufonia e ritmo, d-se o nome de: a) anttese; b) metfora; c) hiprbato; d) pleonasmo; e) assndeto.

12.E a alma de sonhos povoada eu tinha. Na ordem direta fica: a) E a alma povoada de sonhos eu tinha. b) E povoada de sonhos a alma eu tinha. c) E eu tinha povoada de sonhos a alma. d) E eu tinha a alma povoada de sonhos.

e) E eu tinha a alma de sonhos povoados.

13.Predominam na primeira estrofe as oraes: a) substantivas; b) adverbiais; c) coordenadas; d) adjetivas; e) subjetivas. Releia a segunda estrofe para responder as questes de 14 a 17: E paramos de sbito na estrada Da vida: longos anos, presa minha A tua mo, a vista deslumbrada Tive da luz que teu olhar continha

14.O objetivo preso (presa) refere-se a: a) estrada; b) vida; c) minha mo; d) tua mo; e) vista.

15.Coloque nos espaos em branco os verbos ao lado corretamente flexionados no imperativo afirmativo, segunda pessoa do singular. .................................(parar) na estrada da vida; ........................(manter) a luz de teu olhar a)pra mantm b)paras mantns c)pare mantenha d)pares mantenhas e)parai mantende

16. Tive da luz que teu olhar continha. Com luz no plural teramos que escrever assim: a)Tive das luzes que teu olhar continha. b)Tive das luzes que teus olhares continha. c)Tive das luzes que teu olhar continham. d)Tive das luzes que teus olhares continham. e)Tiveram das luzes que teus olhares continham.

17. Tive da luz que teu olhar continha. A orao destacada, em relao ao substantivo luz, guarda um valor de: a) substantivo; b) adjetivo; c) pronome; d) advrbio; e) aposto. Releia as duas ltimas estrofes para responder as questes de 18 a 20: Hoje, segues de novo... Na partida Nem o pranto os teus olhos umedece, Nem te comove a dor da despedida. E eu, solitrio, volto a face, e tremo, vendo o teu vulto que desaparece Na extrema curva do caminho extremo.

18. Sujeito do verbo umedecer (umedece): a) a partida; b) os teus olhos; c) tu; d) ela; e) o pranto.

19.O verbo comover (comove) refere-se no texto (e por isso concorda com ela) palavra:

a) o pranto; b) a dor; c) teus olhos; d) te; e) partida.

20. Assinale a alternativa onde aparece um verbo intransitivo. a) Hoje seques de novo. b) Nem o pranto os teus olhos umedece. c) Nem te comove a dor de despedida. d) E eu, solitrio, volto a face. e) Vendo o teu vulto.

SIMULADO LNGUA PORTUGUESA 07

1. De acordo com o ditado popular "invejoso nunca medrou, nem quem perto dele morou", a) o invejoso nunca teve medo, nem amedronta seus vizinhos; b) enquanto o invejoso prospera, seus vizinhos empobrecem; c) o invejoso no cresce e no permite o crescimento dos vizinhos; d) o temor atinge o invejoso e tambm seus vizinhos; e) o invejoso no provoca medo em seus vizinhos.

2. Leia e responda: "O destino no s dramaturgo, tambm o seu prprio contra-regra, isto , designa a entrada dos personagens em cena, d-lhes as cartas e outros objetos, e executa dentro os sinais correspondentes ao dilogo, uma trovoada, um carro, um tiro." Assinale a alternativa correta sobre esse fragmento de D. Casmurro, de Machado de Assis: a) de carter narrativo; b) de carter reflexivo;

c) evita-se a linguagem figurada; d) de carter descritivo; e) no h metalinguagem.

3. "To barato que no conseguimos nem contratar uma holandesa de olhos azuis para este anncio." No texto, a orientao semntica introduzida pelo termo nem estabelece uma relao de: a) excluso; b) negao; c) adio; d) intensidade; e) alternncia.

Texto para a questo 4. Ah, no sabe? No o sabes? Sabes-lo no? Esquece. No. Como "esquece"? Voc prefere falar errado? E o certo "esquece" ou "esquea"? Ilumine-me. Mo diga. Ensines-lo-me, vamos. Depende. Depende. Perfeito. No o sabes. Ensinar-me-lo-ias se o soubesses, mas no sabeso. Est bem. Est bem. Desculpe. Fale como quiser. (L. F. Verssimo, Jornal do Brasil, 30/12/94)

4. O texto tem por finalidade: a) satirizar a preocupao com o uso e a colocao das formas pronominais tonas; b) ilustrar ludicamente vrias possibilidades de combinao de formas pronominais; c) esclarecer pelo exemplo certos fatos da concordncia de pessoa gramatical; d) exemplificar a diversidade de tratamentos que comum na fala corrente.

e) valorizar a criatividade na aplicao das regras de uso das formas pronominais.

5. Bem cuidado como , o livro apresenta alguns defeitos. Comeando com "O livro apresenta alguns defeitos", o sentido da frase no ser alterado se continuar com: a) desde que bem cuidado; b) contanto que bem cuidado; c) medida que bem cuidado; d) tanto que bem cuidado; e) ainda que bem cuidado. Texto para as questes 6 e 7. "Eu considerei a glria de um pavo ostentando o esplendor de suas cores; um luxo imperial. Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas no existem na pena do pavo. No h pigmentos. O que h so minsculas bolhas dgua em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O pavo um arco-ris de plumas. Eu considerei que este o luxo do grande artista, atingir o mximo de matizes com um mnimo de elementos. De gua e luz ele faz seu esplendor, seu grande mistrio a simplicidade. Considerei, por fim, que assim o amor, oh minha amada; de tudo que ele suscita e esplende e estremece e delira em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz do teu olhar. Ele me cobre de glrias e me faz magnfico." (Rubem Braga, 200 Crnicas Escolhidas)

6. Nas trs "consideraes" do texto, o cronista preserva, como elemento comum, a idia de que a sensao de esplendor: a) ocorre de maneira sbita, acidental e efmera; b) uma reao mecnica dos nossos sentidos estimulados; c) decorre da predisposio de quem est apaixonado; d) projeta-se alm dos limites fsicos do que a motivou; e) resulta da imaginao com que algum v a si mesmo.

7. Atente para as seguintes afirmaes: I - O esplendor do pavo e o da obra de arte implicam algum grau de iluso. II - O ser que ama sente refletir em si mesmo um atributo do ser amado. III - O aparente despojamento da obra de arte oculta os recursos complexos de sua elaborao. De acordo com o que o texto permite deduzir, apenas: a) as afirmaes I e III esto corretas; b) as afirmaes I e II esto corretas; c) as afirmaes II e III esto corretas; d) a afirmao I est correta; e) a afirmao II est correta.

Texto para as questes 8 e 9. "Em nossa ltima conversa, dizia-me o grande amigo que no esperava viver muito tempo, por ser um "cardisplicente". O qu? Cardisplicente. Aquele que desdenha do prprio corao. Entre um copo e outro de cerveja, fui ao dicionrio. "Cardisplicente" no existe, voc inventou triunfei. Mas seu eu inventei, como que no existe? espantou-se o meu amigo. Semanas depois deixou em saudades fundas companheiros, parentes e bem-amadas. Homens de bom corao no deveriam ser cardisplicentes."

8. Conforme sugere o texto, "cardisplicente" : a) um jogo fontico curioso, mas arbitrrio; b) palavra tcnica constante de dicionrios especializados; c) um neologismo desprovido de indcios de significao; d) uma criao de palavra pelo processo de composio; e) termo erudito empregado para criar um efeito cmico.

9. " Mas se eu inventei, como que no existe?"

Segundo se deduz da fala espantada do amigo do narrador, a lngua, para ele, era um cdigo aberto: a) ao qual se incorporariam palavras fixadas no uso popular; b) a ser enriquecido pela criao de grias; c) pronto para incorporar estrangeirismos; d) que se amplia graas traduo de termos cientficos; e) a ser enriquecido com contribuies pessoais.

Texto para as questes 10 e 11. "A triste verdade que passei as frias no calado do Leblon, nos intervalos do novo livro que venho penosamente perpetrando. Estou ficando cobra em calado, embora deva confessar que o meu momento caladnido mais alegre quando, j no caminho de volta, vislumbro o letreiro do hotel que marca a esquina da rua onde finalmente terminarei o programa-sade do dia. Sou, digamos, um caminhante resignado. Depois dos 50, a gente fica igual a carro usado, a suspenso, a embreagem, o radiador, o contraplano do rolabrequim, o contrafarto do mesocrdio epidtico, a falta da serotorpina folimolecular, o que mecnicos e mdicos disseram. A, para conseguir ir segurando a barra, vou acatando os conselhos. Andar bom para mim, digo sem muita convico a meus entediados botes, bom para todos." (Joo Ubaldo Ribeiro, O Estado de S. Paulo, 6/8/95)

10. No perodo que se inicia em "Depois dos 50...", o uso de termos (j existentes ou inventados) referentes a reas diversas tem como resultado: a) um tom de melancolia, pela aproximao entre um carro usado e um homem doente; b) um efeito de ironia, pelo uso paralelo de termos da medicina e da mecnica; c) uma certa confuso no esprito do leitor, devido apresentao de termos novos e desconhecidos; d) a inveno de uma metalinguagem, pelo uso de termos mdicos em lugar de expresses corriqueiras; e) a criao de uma metfora existencial, pela oposio entre o ser humano e objetos.

11. Na frase "A, para conseguir ir segurando a barra, vou acatando os conselhos...". A ser corretamente substitudo, de acordo com seu sentido no texto, por: a) Nesse lugar b) Nesse instante c) Contudo d) Em conseqncia e) Ao contrrio

12. A prosopopia, figura que se observa no verso "Sinto o canto da noite na boca do vento", ocorre em: a) "A vida uma pera e uma grande pera." b) "Ao cabo to bem chamado, por Cames, de Tormentrio, os portugueses apelidaram-no de Boa Esperana." c) "Uma talhada de melancia, com seus alegres caroos." d) "Oh! eu quero viver, beber perfumes, Na flor silvestre, que embalsama os ares." e) "A felicidade como a pluma..."

13. Folha: De todos os ditados envolvendo o seu nome, qual o que mais lhe agrada? Sat: O diabo ri por ltimo. Folha: Riu por ltimo. Sat: Se por ltimo, o verbo no pode vir no passado. (O Inimigo Csmico, Folha de S. Paulo, 3/9/95) Rejeitando a correo ao ditado, Sat mostra ter usado o presente do indicativo com o mesmo valor que tem em: a) Romrio recebe a bola e chuta. Gooool! b) D. Pedro, indignado, ergue a espada e d o brado de independncia. c) Todo dia ela fez tudo sempre igual. d) O quadrado da hipotenusa igual soma dos quadrados dos catetos. e) Uma manh destas, Jacinto, apareo no 202 para almoar contigo.

14. Reflita sobre o dilogo abaixo: X Seu juzo melhorou? Y Bom... o que diz nosso psiquiatra. Em Y: (1) Bom no se classifica como adjetivo. (2) e diz esto conjugados no mesmo tempo. (3) o pronome demonstrativo. (4) psiquiatra o ncleo do sujeito. Somando-se os nmeros esquerda das declaraes corretas com referncia a Y, o resultado : a) 6 b) 7 c) 8 d) 9 e) 10

15. "(...) a gria desceu o morro e j ganhou rtulo de linguagem urbana. A gria hoje o segundo idioma do brasileiro. Todas as classes sociais a utilizam." (Rodrigues, Kanne. Lngua Solta. O Povo. Fortaleza, 30/12/93. Caderno B, p. 6) Assinale a letra em que no se emprega o fenmeno lingstico tratado no texto. a) A linguagem tida como padro, galera, a das classes sociais de maior prestgio econmico e cultural b) Gria no linguagem s de marginal, como pensam alguns indivduos desinformados. c) Apesar de efmera e descartvel, a gria um barato que enriquece o idioma. d) "A gria enriquece tanto a linguagem como o poder de interao entre as comunidades. Sacou?!" e) O economista comeou a falar em indexao, quando rolava um papo super cabea sobre babados mil.

As questes 16 e 17 devero ser respondidas a partir do texto que segue. Os nmeros entre parnteses, nas alternativas, remetem as linhas do texto.

"Sou, em princpio, contra a pena de morte, mas admito algumas excees. Por exemplo: pessoas que contam anedotas como se fossem experincias reais vividas por elas e s no fim voc descobre que anedota. Estas deviam ser fuziladas. Todos os outros crimes punveis com a pena capital, na minha opinio, tm a ver, de alguma maneira, com telefone. Cadeira eltrica para as telefonistas que perguntam: "Da onde?" Forca para pessoas que estendem o polegar e o dedinho ao lado da cabea quando querem imitar um telefone. (Curiosamente, uma mmica desenvolvida h pouco. Ningum, misericordiosamente, tinha pensado nela antes, embora o telefone, o polegar e o mindinho existam h anos). Garrote vil para os donos de telefone celular em geral e garrote seguido de desmembramento para os donos de telefone celular que gostam de falar no meio de multides e fazem questo de que todos saibam que se atrasou para a reunio porque o furnculo infeccionou. (Claro, a condenao s viria depois de um julgamento, mas com o Aristides Junqueira na defesa.)" (L. F. Verssimo, "Morte", Jornal do Brasil. Rio de Janeiro, 22/12/1994. Caderno Opinio, p. 11)

16. Atente para o contedo de (a) (b) e (c) (a) Nem toda telefonista merece cadeira eltrica. (b) Aristides Junqueira na acusao: ru descriminado. (c) Deve-se aplicar exatamente a mesma penalidade aos donos de telefone. Considerando o texto: a) apenas uma letra correta; b) s uma letra incorreta; c) todas as letras so corretas; d) a maioria das letras incorreta; e) nenhuma letra correta.

17. Indique a alternativa correta:

a) em princpio (l. 1) tem sentido equivalente a por princpio; b) como se (l. 3) estabelece, ao mesmo tempo, uma relao de aparncia e dvida; c) deviam (l. 4) corresponde ao futuro do pretrito; d) Em Todos os (l. 6), o artigo poderia ser dispensado; e) tm a ver (l. 7) constitui um todo indissocivel cuja idia central expressa pelo verbo auxiliar.

18. Assinale a alternativa que contm a correta classificao morfolgica da palavra que, de acordo com a ordem em que aparece no seguinte perodo: "O certo que no levantou os olhos para mim porque queria que abenoasse aquele recanto de terra, que lhe dera algumas iluses.": a) pronome relativo pronome relativo conjuno subordinativa integrante; b) conjuno subordinativa integrante conjuno subordinativa adverbial causal pronome relativo; c) conjuno subordinativa integrante conjuno subordinativa integrante conjuno subordinativa integrante; d) pronome relativo conjuno subordinativa integrante pronome relativo; e) conjuno subordinativa integrante conjuno subordinativa integrante pronome relativo.

19. "__________ chegando os compradores que _________ os imveis disse o corretor, quando _____________ na conversa." a) Vem - valorizam - interveio; b) Vm - valorizem - interviu; c) Vem - valorizem - interveio; d) Vm - valorizam - interveio; e) Vem - valorizam - interveio.

20. Disseram para _______ falar ________ ontem, mas no ________ encontrei em parte alguma. a) mim - consigo - o;

b) eu - com ele - lhe; c) mim - consigo - lhe; d) mim - contigo - te; e) eu - com ele - o.

GABARITO

01. C 02. B 03. B 04. A 05. E 06. C 07. D 08. C 09. E 10. B

11. C 12. C 13. E 14. E 15. B 16. B 17. A 18. E 19. D 20. E

SIMULADO LNGUA PORTUGUESA 08

Leia o texto abaixo para responder s questes de 1 a 9. Na delegacia (...) Da delegacia, por entre essa bulha, percebemos que um vozeiro se aproximava. O inspetor levantou a pena e esperou. Um grande magote de povo invadia a sala. Os soldados correram e contiveram a multido. Na frente, vinham duas mulheres do povo, desgrenhadas, rotas, que dois soldados, com esforo, mantinham separadas. Um deles, sem largar a mulher, explicou ao inspetor. Estavam brigando e pelo caminho ainda se atracaram; ns.. E logo ambas as duas se quiseram justificar, falando ao mesmo tempo. O inspetor repreendeu-as severamente. O soldado exps. Moravam em uma estalagem prxima,

eram lavadeiras, uma era casada e outra tinha "seu homem". Por que foi? perguntou o policial. De novo quiseram narrar ao mesmo tempo o motivo de to apaixonado pugilato. Assim no pode ser, fez o inspetor. Ou uma ou outra... V, fale a senhora, acabou designando uma delas. Vossa senhoria sabe: sou pobre... Tenho uma galinha. Mais de uma; mas foi a pedrs. E no de hoje, h muito tempo, sim senhor. A gente no pode, verdade; mas que se h de fazer? Um bichinho sempre bom, "seu" inspetor; d alegria e ajuda a gente... por isso que a comadre... Diga a senhora afinal por que foi... V! intimou o inspetor. Eu j digo, sim senhor. H muito tempo que a minha galinha punha e eu nada de ver os ovos. Procurava daqui procurava dali, nada de achar... Hoje eu tinha sado para levar o jantar do Manduca e quando voltei vi que a galinha vinha saindo da casa dessa mulher com a cara de quem j ps... Ah! "seu" inspetor! deu-me uma gana, uma coisa que eu mesma no sei... Xinguei, fez ela por fim; e foi por isso... Acabou a narrao humilde com uma modulao de choro na voz. E a senhora que diz a isso? perguntou a autoridade outra. No foi assim, no senhor... Essa mulher sempre embicava comigo... No sei por que, sempre andava com rezinga... Um dia era isso, outro dia era aquilo... Se o vento punha a sua roupa no cho, era eu; se... Mas afinal a galinha saiu ou no saiu de sua casa? Saiu, sim senhor; mas foi por acaso... Por acaso o qu! sua ladra, sua p... Que isso? exclamou severamente o inspetor. Isto aqui estalagem? Meto-a no xadrez! Est ouvindo? A mulher descaiu logo a cabea, que tinha erguido de um s movimento cheio de arrogncia e, com voz entrecortada pelo choro, desculpou-se: Me perdoe, "seu" inspetor! A gente pobre... Foi a patroa que me deu o "bichinho"... A gente pensa: vamos ter uma gemada, uma fritada, um doce, uma coisa ou outra... Compra-se milho

e se espera... e se espera... No fim a gente vem a saber que os outros que comem os ovos... Ah! Meu Deus!... duro! duro! sina da gente... A rapariga falava desigualmente: ora alongava as slabas, ora fazia desaparecer outras; mas sempre possuda das palavras, com um forte acento de paixo, superposto ao choro. As palavras saam-lhe animadas, cheias de uma grande dor, bem distante da pueril querela que as provocara. Vinham das profundezas do seu ser, das longnquas partes que guardam uma inconsciente memria do passado, para manifestarem o desespero daquela vida, os sofrimentos milenares que a natureza lhe fazia sofrer e os homens conseguiram aumentar. Senti-me comunicado de sua imensa emoo; ela penetrava-me to fundo que despertava nas minhas clulas j esquecidas a memria enfraquecida desses sofrimentos contnuos que me pareciam eternos; e achando-os por debaixo das noes livrescas, por debaixo da palavra articulada, no fundo da minha organizao, espantei-me, aterrei-me, tive desesperos e cristalizei uma angstia que me andava esparsa. O inspetor procurou acalm-la; a outra, muito popularmente, psse a chorar explicando que no furtara os ovos, que no os comera, mas que guardara unicamente o primeiro, temendo que fosse "mandinga", "coisa-feita", e que, depois, com a continuao, no os restitura com vergonha, mas que o faria logo que chegasse a casa. Acalmadas e repreendidas, foram-se e a delegacia em breve regressou sua atmosfera enervante.(...) Lima Barreto. Recordaes do escrivo Isaas Caminha. Rio de Janeiro: Ediouro, s.d., p. 57-8.

1. Com base no contedo do texto, julgue os itens que se seguem. a) A primeira percepo, por parte do inspetor, da cena que iria ocorrer no interior da delegacia deu-se por meio da audio. b) Faziam parte da multido que invadiu a delegacia duas mulheres, muitos curiosos e vrios soldados. c) As mulheres permaneceram presas por uma noite porque estavam se atracando no meio da rua. d) Ao chegarem delegacia, as duas mulheres estavam desgrenhadas e rotas porque haviam feito um grande esforo para escapar dos soldados que as haviam prendido.

e) Depreende-se do texto que a dona da galinha pedrs mantinha uma criao ilegal de aves na estalagem em que morava.

2. Tendo como referncia as idias contidas no texto, julgue os itens abaixo. a) A atitude da dona da galinha pedrs, no que diz respeito sua criao de aves, exemplifica o seguinte dito popular: Unir o til ao agradvel. b) Os constantes desentendimentos entre as duas vizinhas tiveram como desfecho o episdio narrado. c) As duas mulheres desentenderam-se porque uma delas roubara a galinha da outra e comera os ovos. d) A dona da galinha pedrs deu-se conta de que os ovos haviam desaparecido quando foi busc-los para fazer o jantar do Manduca. e) A acusada defendeu-se dizendo ao inspetor que havia ficado com os ovos para se vingar da vizinha, porque esta vivia embicando com ela.

3. Ainda com base no texto de Lima Barreto, julgue os itens a seguir. a) A presena do vocbulo "rapariga" (l. 59) permite afirmar que uma das protagonistas do episdio era uma mulher de vida fcil. b) Assumindo que a mulher vinha consumindo os ovos h muito tempo, ela no ter condies de devolv-los verdadeira dona, como prometeu ao inspetor, ao ser liberada. c) O narrador cria uma cena viva e cmica graas, em parte, ao emprego da linguagem coloquial nos dilogos. d) A dona da galinha pedrs, ao exteriorizar a dor causada pelo roubo dos ovos do seu "bichinho", estava em verdade extravasando a revolta recalcada de toda uma vida de sofrimento. e) Apesar do choro da dona da galinha pedrs, o narrador no se comoveu com as palavras por ela proferidas.

4. No texto, correta a substituio, sem que haja alterao de significado, de: a) "Um grande magote de povo" (l. 3) por Uma grande multido.

b) "gana" (l. 35) por raiva. c) "embicava" (l. 42) por embirrava. d) "pueril querela" (l. 63) por ao infantil. e) "comunicado de" (l.69) por tocado por.

5. Ainda com referncia ao sentido das palavras no texto, julgue os itens seguintes. a) A expresso "as duas" (l..11) pode ser eliminada sem que haja alterao de sentido. b) Nas linhas 15 e 34, o vocbulo "seu" tem o mesmo significado nas duas ocorrncias. c) A expresso "com a cara de quem j ps" (ls. 33-34) refere-se mulher que furtou os ovos. d) A inicial "p..." (l. 47) a abreviatura de um vocbulo que o autor, por motivos de autocensura, preferiu no escrever por extenso. e) O acento grave indicativo de crase pode ser usado na expresso "a casa" (l. 83), sem que haja alterao de sentido.

6. Quanto ao emprego dos pronomes oblquos no texto e a seus referentes diretos, julgue se esto corretas as seguintes associaes. a) "as" (l. 11) / as duas mulheres trazidas delegacia b) "a" (l. 49) / a mulher acusada de haver roubado os ovos c) "lhe" (l. 68) / a dona da galinha pedrs d) "os" (l. 73) / "sofrimentos milenares" (l. 67) e) "o" (l. 82) / o intento da acusada de devolver os ovos sua legtima dona

7. Com relao tipologia textual e estilstica, julgue os itens a seguir. a) No fragmento "O soldado exps. Moravam em uma estalagem prxima, eram lavadeiras, uma era casada e outra tinha seu homem." (ls. 13 a 15), tem-se uma ocorrncia de discurso indireto. b) A ironia, exemplificada na expresso "apaixonado pugilato" (l. 18), contribui para o tom de humor que caracteriza grande parte do texto. c) No fragmento " por isso que a comadre..." (ls. 25 e 26), as reticncias foram usadas por economia, j que o leitor pode suprir com facilidade o restante da fala da dona da

galinha pedrs. d) No perodo "Se o vento punha a sua roupa no cho, era eu" (l. 44), tem-se um exemplo de metfora combinada com personificao. e) O texto predominantemente descritivo.

8. Os itens abaixo so reescrituras de perodos do texto, que se localizam nas linhas mencionadas. Julgue-os quanto manuteno do sentido do texto original. a) Linha 1: Por entre essa bulha, percebemos um vozeiro que se aproximava da delegacia. b) Linha 3: A sala foi invadida por um grande magote de povo. c) Linhas 7 e 8: Sem largar a mulher, explicou um deles ao inspetor. d) Linha 45: Mas a galinha saiu de sua casa ou no saiu, afinal? e) Linhas 50 a 52: A mulher logo ergueu, de um s movimento cheio de arrogncia, a cabea descada e desculpou-se com a voz entrecortada pelo choro.

9. Os itens que se seguem foram reescritos a partir de fragmentos do texto. Julgue-os quanto pontuao. a) De novo, quiseram narrar ao mesmo tempo, o motivo de to apaixonado pugilato. b) Eu tinha sado, hoje, para levar o jantar do Manduca e, quando voltei, vi que a galinha vinha saindo da casa dessa mulher com a cara de quem j ps... c) O inspetor exclamou severamente: Que isso? Isto aqui estalagem? Meto-a no xadrez! Est ouvindo? d) As palavras, saam-lhe animadas, cheias de uma grande dor, bem distante da pueril querela que as provocara. e) Acalmadas e repreendidas, foram-se, e a delegacia, em breve, regressou sua atmosfera enervante.

Leia o texto para responder questo seguinte. A Constituio o objeto do estudo do Direito Constitucional.

O que a Constituio? Interessa-nos o seu conceito jurdico. Entretanto, para efeito didtico, examinemos os sentidos do vocbulo Constituio. Em significado comum, todas as coisas tm uma dada estrutura, um corpo, uma dada conformao. Uma constituio. Podemos examinar a poltrona e descrever a sua estrutura, o seu ser. Ao faz-lo, indicaremos as peas componentes daquela cadeira que, somadas, perfizeram a unidade. Em sentido mais restrito, Constituio significa o "corpo", a "estrutura" de um ser que se convencionou denominar Estado. Por ser nela que podemos localizar partes componentes do Estado, estamos autorizados a afirmar que somente pelo seu exame que conheceremos o Estado. Michel Temer. Elementos de direito constitucional. So Paulo: Malheiros, 1994, p. 17 (com adaptaes)

10. Julgue se os seguintes itens expressam, por meio de estruturas sintticas corretas, informaes contidas no texto. a) Da Constituio, nos interessa apenas o seu conceito jurdico. Entretanto, a anlise dos sentidos do vocbulo Constituio elucidam o seu efeito didtico. b) Uma constituio, ou seja, uma dada estrutura, um corpo, uma dada conformao, em significado comum, todas as coisas a tm. c) Ao fazermos o exame da poltrona e a descrio da sua estrutura, indicaremos as peas que, somadas, compe a sua unidade. d) Constituio, em sentido, mais restrito significa o "corpo", a "estrutura" de um Estado: um ser que se convencionou denominar. e) Somente pelo exame da Constituio por ser nela que podemos localizar as partes componentes do Estado que estamos autorizados a afirmar que a conheceremos.

CONSULTA POPULAR Projeto tramita desde o comeo da dcada Plebiscito precisa ser regulamentado da Redao A realizao de um plebiscito sobre a reeleio vai exigir do Congresso Nacional agilidade para aprovar uma legislao que regulamenta a aplicao desse tipo de

consulta popular. O artigo 14 da Constituio prev a realizao de plebiscitos. Mas estabelece que isso deve ser feito "nos termos da lei". Desde o incio da dcada j tramita no Congresso o projeto n 3.589 que regulamenta o artigo 14. No dia 7 de agosto passado, a Comisso de Constituio e Justia (CCJ) da Cmara deu aval para que a proposta seja apreciada por todos os deputados. Se for aprovado pelo plenrio da Cmara, o projeto segue para o Senado. Se passar pelo crivo dos senadores, vai sano presidencial para se efetivar como lei. Pelos clculos de parlamentares especializados nos regimentos da Cmara e do Senado, seriam necessrios de 90 a 120 dias para que todo esse processo estivesse concludo e a lei posta em vigor. H entre os congressistas quem entenda ser desnecessrio aprovar a regulamentao do artigo 14 antes de se promover um plebiscito. Para este grupo de parlamentares, um simples decreto legislativo poderia ser votado para convocar a consulta popular. A votao dessa medida legal seguiria os mesmos trmites do projeto de lei. Apenas no seria submetida sano do presidente da Repblica. Do ponto de vista legal, o Congresso no est obrigado a acatar o resultado de um plebiscito. Desta forma, os congressistas em caso de desaprovao popular reeleio, por exemplo, poderiam se reunir e aprovar uma emenda constitucional que assegurasse esse direito aos governantes revelia da vontade popular. A consulta por meio de plebiscito pode ser feita com quantas perguntas os congressistas acharem conveniente. O enunciado das questes deve ser direto. O eleitorado deve responder apenas "sim" ou "no" em cada uma delas. No caso especfico da emenda da reeleio, o eleitor poderia ser perguntado se a favor da propostapara presidente, para governadores e para prefeitos. Poderia tambm se expressar sobre o tempo de aplicao da emenda constitucional. Se ela teria validade para o atual presidente ou s a partir do prximo. Folha de S. Paulo. 22/12/96

1. Todos os componentes do texto jornalstico veiculam informaes que contribuem para sua compreenso. A esse respeito, julgue os itens que se seguem. a) A expresso "CONSULTA POPULAR", no ttulo, evidencia que todo o contedo do

texto foi extrado de entrevistas feitas com os leitores. b) Em "Projeto tramita desde o comeo da dcada", no ttulo, o projeto mencionado o que institui a figura do plebiscito. c) O enunciado principal do ttulo, que se identifica por meio dos recursos grficos utilizados, desenvolve-se no primeiro, no segundo e no terceiro pargrafos. d) Na expresso "da Redao", que antecede o texto, a disposio grfica reitera o sentido de autoria da matria jornalstica que se segue. e) As indicaes da fonte de publicao do texto criam um contexto de tempo e espao para as informaes nele contidas, permitindo, por exemplo, a compreenso da palavra "reeleio", na linha

2. A estrutura paragrfica do texto caracteriza-se por quatorze unidades curtas, que, no entanto, poderiam ser agrupadas, constituindo outros pargrafos, mais extensos, coerentes e coesos. Julgue os itens abaixo quanto ao agrupamento que se prope e identificao da idia central de cada nova unidade paragrfica, respectivamente. a) Terceiro, quarto e quinto pargrafos: a tramitao do projeto para efetivao como lei. b) Quinto, sexto, stimo, oitavo e nono pargrafos: as opinies divergentes quanto tramitao normal. c) Nono e dcimo pargrafos: o posicionamento do Congresso diante do resultado de um plebiscito. d) Dcimo, dcimo primeiro e dcimo segundo pargrafos: a concepo da forma dos plebiscitos. e) Dcimo terceiro e dcimo quarto pargrafos: as hipteses quanto ao contedo do plebiscito sobre a emenda constitucional da reeleio.

3. Considerando que a sinonmia fenmeno contextual, julgue os itens a seguir, a respeito da substituio de vocbulos e expresses do texto, sem alterao do sentido. a) Na linha 5, substitui-se "prev" por dispe. b) Na linha 11, substitui-se "aval" por abono. c) Na linha 14, substitui-se "crivo" por exame criterioso.

d) Na linha 28, substitui-se "sano" por ratificao. e) Na linha 34, substitui-se " revelia" por sem conhecimento.

4. A respeito do emprego da vrgula, que decorre da estrutura sinttica do texto escrito e, por isso, implica efeitos de sentido diversos, julgue os itens seguintes. a) Nas linhas 3 e 4, ocorre erro de pontuao porque se suprimiu a vrgula obrigatria que deve anteceder orao adjetiva de sentido explicativo. b) Na linhas 8 e 9, correto empregar a vrgula aps "dcada", indicando o deslocamento de termo de valor adverbial para o incio do perodo. c) Na linha 9, a significao definida da expresso "projeto n 3.589" resulta no sentido explicativo da orao adjetiva subseqente, o que requer o emprego da vrgula antes de "que". d) Nas linhas 18 e 19, omitiu-se a vrgula obrigatria que isola orao subordinada adverbial final, introduzida pela locuo "para que". e) Na linha 19, omitiu-se a vrgula obrigatria que indica a supresso do verbo principal, na orao "a lei posta em vigor".

5. As preposies so conectivos cujo emprego est condicionado ao sentido do enunciado. A propsito deste fato, julgue os itens que se seguem. a) A preposio "sobre" (l. 1) define posio de superioridade em relao a um limite, no sentido figurado. b) Na linha 12, a preposio "por" relaciona ao termo principal, "seja apreciada" (ls. 1112), um conseqente sintaticamente necessrio. c) As ocorrncias da preposio "para", nas linhas 14 e 15, tm o mesmo contedo significativo, associado a idntico valor sinttico. d) Na linha 35, substitui-se, sem alterao de sentido, a locuo "por meio de" pela preposio mediante. e) A anlise da estrutura sinttica de "em" (l. 39) autoriza a substituio desta preposio por a, sem alterao de sentido.

6. Denominam-se locues verbais os conjuntos formados de um verbo auxiliar com um verbo principal, constituindo unidades sintticas e semnticas. Julgue os itens abaixo, quanto ocorrncia de locuo verbal. a) "precisa ser" (ttulo) b) "deve ser feito" (l. 6) c) seriam necessrios" (l. 17) d) "entenda ser" (l. 20) e) "poderiam se reunir" (l. 32)

7. A voz passiva, na lngua portuguesa, admite as formas analtica e sinttica. Julgue os seguintes itens, a propsito da correo gramatical das estruturas na voz passiva sinttica. a) A Comisso de Constituio e Justia (CCJ) da Cmara deu aval para que se aprecie a proposta por todos os deputados. b) H entre os congressistas quem entenda ser desnecessrio aprovar a regulamentao do artigo 14 antes de se promover plebiscitos. c) Para este grupo de parlamentares, poder-se-ia votar um simples decreto legislativo. d) Apenas no submeter-se-ia sano do presidente da Repblica. e) No caso especfico da emenda da reeleio, poder-se-ia perguntar ao eleitor se a favor da proposta para presidente, para governadores e para prefeitos.

8. Julgue os itens a seguir quanto correo da descrio gramatical relativa ao emprego do acento grave indicativo de crase. a) Em "vai sano presidencial" (l. 15), o emprego do acento grave resulta da crase entre a preposio a, regente da locuo adverbial pedida pelo verbo ir, e o artigo a, que se antepe ao substantivo feminino "sano". b) Em "submetida sano do presidente da Repblica" (ls. 27-28), o emprego do acento grave ocorre da crase entre a preposio a, regente do complemento nominal de "submetida", e o artigo a, que se antepe ao substantivo feminino "sano". c) Na linha 30, gramaticalmente correta a substituio de "acatar" por aceitao, sem obrigatoriedade de emprego do acento grave indicativo de crase, apesar de serem

necessrias outras mudanas formais. d) O emprego de "", na linha 32, indica que, ao substituir "reeleio" pela expresso segundo mandato, deve-se substituir tambm o a acentuado pela combinao da preposio a com o artigo o. e) Na linha 34, emprega-se o acento grave para indicar que se trata da pura preposio a, regente de um substantivo feminino singular, formando uma locuo adjetiva.

9. Julgue os itens seguintes, a propsito da descrio gramatical correlacionada identificao das variedades lingsticas do portugus. a) No ttulo da matria jornalstica, suprimiu-se a preposio de, decorrente da regncia do verbo precisar, fato que permite identificar, no texto, evidncia do uso contemporneo do portugus coloquial do Brasil. b) A expresso verbal "vai exigir" (l. 1 ) equivale flexo do verbo principal no futuro do presente composto e marca de oralidade no texto jornalstico. c) O emprego dos pronomes demonstrativos, nas linhas 3, 6, 18 e 33, leva concluso de que, no portugus coloquial do Brasil, no h flexo de pessoa gramatical, portanto, no h distino entre este/esta e esse/essa. d) A prclise de "se", nas linhas 15, 22, 32 e 44, obedece a regras de colocao do portugus contemporneo usado coloquialmente no Brasil, que no so previstas pela norma culta. e) O ltimo enunciado do texto (l. 45) consiste em estrutura fragmentada, sob o ponto de vista sinttico, encontrada, mais freqentemente, no registro coloquial e na modalidade oral da lngua portuguesa.

10. Julgue os itens a seguir. a) A propsito da estrutura mrfica das palavras, descrevem-se igualmente "realizao" (l. 1), "reeleio" (l. 1), "regulamenta" (l. 3), "regimentos" (l. 17), "resultado" (l. 30), "reunir" (l. 32) e "revelia" (l. 34). b) So antnimos formados por derivao prefixal necessrio e "desnecessrio" (l. 20), assim como aprovao e "desaprovao" (l. 31). c) No texto, o uso reiterado do sufixo -o, precedido de -- ou de -ss-, provoca defeito

de estilo denominado eco. d) Em "(CCJ)" (l. 11) tem-se um exemplo do processo de formao de palavras denominado reduplicao. e) Os vocbulos "sim" e "no" (l. 39) so exemplos do processo de formao de palavras que alguns gramticos denominam de converso, isto , o emprego de uma palavra fora de sua funo normal.

DAS INTRIGAS DEMISSO A promessa de "indignar a direita e tornar perplexa a esquerda" no passaria de uma frase de efeito. O presidente, influenciado pelas idias do brilhante pensador Jos Guilherme Merquior, descobrira-se identificado com o social-liberalismo. Escrevia artigos que maldosamente as esquerdas acusaram de plgio do jovem embaixador na Unesco que, de fato, correspondia-se com o presidente. O notvel escritor, moo ainda, acumulara cultura polimorfa, dominando os mais diversos assuntos: literatura, cincia poltica, filosofia, sociologia, versando sobre cada uma com segurana. Dele havia dito Raymond Aron: "Este rapaz j leu tudo." No s lera como assimilara ou criticara, discordando, tudo o que compunha o elenco das idias contemporneas. Grande defensor do liberalismo moderno e crtico demolidor dos sistemas socialistas, Merquior, que viria a falecer prematuramente, inspirou, de fato, as idias que o presidente queria pr em prtica. (...) Ele tinha particular admirao pela tese de Merquior, de que "sem prosperidade no h o acesso democrtico aos bens materiais e culturais, que fazem a vida moderna sem paralelo na Histria. Para atingir essa prosperidade recusava-se a admitir que o simples crescimento econmico erradicar a misria, a doena, a ignorncia e sua conseqncia inevitvel: a pobreza gritante." (...) O social-liberalismo, que encontrava no lder Marco Maciel um adepto valoroso, deveria levar constituio de um bloco parlamentar, que no chegou a efetivar-se. O pensamento do presidente, visando modernizao do Pas, ele o deixou no encaminhamento, ao Congresso, do "Emendo" (...) Esse conjunto de reformas constitucionais, pretendido, condizia com o iderio social-liberal, que no se distancia, ao contrrio se iguala, praticamente, ao que est em curso, no Governo do Presidente Fernando Henrique, acusado pela esquerda de neoliberalismo. Sem progredir muito na

tramitao,

no

Congresso,

das

propostas

modernizadoras,

amos

vencendo

satisfatoriamente as batalhas do dia-a-dia no Parlamento, onde os lderes Humberto Souto e Marco Maciel se empenhavam para obter maioria a cada votao. Uma pendncia com os Estado