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CENTRO UNIVERSITÁRIO POSITIVO NÚCLEO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS ENGENHARIA DA COMPUTAÇÃO SIMULADOR DE EEG Fábio Larson Monografia apresentada à disciplina de Projeto Final como requisito parcial à conclusão do Curso de Engenharia da Computação, orientado pelo Prof. José Carlos da Cunha . UNICENP/NCET Curitiba 2007

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CENTRO UNIVERSITÁRIO POSITIVO

NÚCLEO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS

ENGENHARIA DA COMPUTAÇÃO

SIMULADOR DE EEG

Fábio Larson

Monografia apresentada à disciplina de Projeto Final como requisito parcial à conclusão

do Curso de Engenharia da Computação, orientado pelo Prof. José Carlos da Cunha.

UNICENP/NCET Curitiba

2007

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TERMO DE APROVAÇÃO

Fábio Larson

Simulador de EEG Monografia aprovada como requisito parcial à conclusão do curso de Engenharia da Computação

do Centro Universitário Positivo, pela seguinte banca examinadora:

Prof. José Carlos da Cunha (Orientador)

Prof. Amarildo Geraldo Reichel

Prof. Alessandro Brawerman

Curitiba, 10 de dezembro de 2007.

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AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer,

a Deus por ter me concedido a inteligência que transformada em conhecimento me fez

capaz de concluir esta empreitada;

a meus pais pela compreensão e ajuda necessária para que eu chegasse a essa etapa de

minha vida;

aos professores pelos ensinamentos, orientações, dedicação e empenho que demonstraram

durante essa longa jornada;

aos meus amigos que, de forma direta ou indireta, me ajudaram na conclusão deste projeto.

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RESUMO

Este projeto tem por objetivo simular ondas de eletroencefalograma (EEG), q ue funcionam

como recurso didático para a formação/treinamento de profissionais da área médica ou

biomédica. Assim, simulam-se várias opções de ondas que possibilitam a identificação de seu

tipo e suas características principais. O sistema desenvolvido tem a capacidade de: simular ondas

de EEG ; transmití-las para o PC; utilizar-se de um hardware que simulará uma “cabeça”; ligar-

se a um aparelho profissional de análise de EEG.

Palavras-chave: EEG, Cérebro, Ondas.

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ABSTRACT

This project has for objective to simulate electroencephalogram waves (EEG), that they

function as didactic resource for the formation/training of professionals of the medical or

biomedical area. Thus, some options of waves are simulated that make possible the identification

of its type and its main characteristics. The developed system has the capacity of: to simulate

EEG waves; to transmit them for the PC; to use itself of the hardware that will simulate a "head";

to league a professional device to it of EEG analysis.

Key words: EEG, Brain, Waves.

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS

LISTA DE TABELAS

LISTA DE SIGLAS

LISTA DE SÍMBOLOS

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO.........................................................................................13

1.1 Motivação............................................................................................................................. ....15

1.2 Definição do trabalho........................................................................... ....................................15

1.3 Contextualização dos dias atuais.......................................................................... ....................15

1.4 Descrição das principais funcionalidades................................................... ..............................16

1.5 Tecnologias utilizadas na implementação.............................................................. ..................16

CAPÍTULO 2 - ESTUDO TEÓRICO.................................................... ..............................18

2.1 Fundamentação teórica................................................................................................. ............18

2.2 Teoria pura e aplicada na prática............................................................... ...............................19

2.3 Teoria do software.................................................................................................... ................21

2.4.Teoria do hardware.................................................................................................. ................22

CAPÍTULO 3 - ESPECIFICAÇÃO....................................................... ..............................24

3.1 Especificação do hardware............................................................................................. ..........24

3.2 Especificação do software.................................................................................................... ....26

3.3 Aplicabilidade do hardware........................................................................... ..........................27

3.4 Aplicabilidade do software.................................................................................................... ...27

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICO-ECONÔMICA......................29

CAPÍTULO 5 – PROJETO DO HARDWARE....................................... ..............................30

5.1 Alimentação...................................................................................... ........................................30

5.2 Kit de prototipação MSP430......................................................................................... ...........30

5.3 Conversor DA.................................................................................... .......................................31

5.4 Filtro ......................................................................................... ...............................................32

5.5 Chave analógica................................................................................. .......................................33

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CAPÍTULO 6 - PROJETO DO SOFTWARE.......................................................................35

6.1 Diagrama de casos de uso......................................................................... ................................35

6.2 Diagrama de seqüência........................................................................... ..................................36

6.3 Diagrama de classes.................................................................... ..............................................36

6.4 Protótipo da interface do software............................................................................................37

6.5 Firmware............................................................ .......................................................................38

CAPÍTULO 7 – PROCEDIMENTOS DE TESTES DO PROJETO...................................39

7.1 Software.................................................................................... ................................................39

7.2 Hardware.................................................................................................... ..............................39

CAPÍTULO 8 – RESULTADOS OBTIDOS.......................................................................41

8.1 Funcionamento do hardware...........................................................................................41

8.2 Funcionamento do software........................................................ .....................................46

8.3 Resultados.................................................................................................... ..................49

CAPÍTULO 9 – CONCLUSÃO.......................................................... .................................55

CAPÍTULO 10 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................56

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1. LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 – Exemplo de maquete ....................................................................... .............13

Figura 1.2 – Exemplo de ondas EEG................................................................................14

Figura 1.3 – MSP430 ............................................................................................ .............17

Figura 2.1 – Diagrama em blocos do software .................................. ..............................21

Figura 2.2 – DAC0808 ......................................................................... ..............................23

Figura 3.1 – Diagrama em blocos do projeto .................................... ..............................24

Figura 3.2 – Exemplo de conexão de eletrodos ................................. ..............................25

Figura 3.3 – Divisão do crânio humano [8]......................................................................26

Figura 3.4 – Borland C++ Builder 6 .................................................. ..............................27

Figura 3.5 – IAR E.W. ................................................. .....................................................27

Figura 5.1 – Kit de prototipação MSP430 ......................................... ..............................31

Figura 5.2 – Esquemático do conversor DA ............................................. .......................32

Figura 5.3 – Filtro passa baixa 6ª ordem ........................................... ..............................33

Figura 5.4 – Chave analógica ................................................................................... ........33

Figura 5.5 – Posições de eletrodos de EEG no escalpe humano ....................................34

Figura 6.1 – Diagrama de casos de uso .............................................. ..............................35

Figura 6.2 – Diagrama de seqüência ................................................................................36

Figura 6.3 – Diagrama de classe ......................................................... ..............................37

Figura 6.4 – Protótipo da interface do software para o computador ...........................37

Figura 6.5 – Diagrama casos de uso do firmware ............................ ..............................38

Figura 6.6 – Diagrama de classe do firmware ...................................................... ..........38

Figura 7.1 – Tela do debug no software IAR E.W. v3.42 ................ ..............................39

Figura 8.1 – Simulador ....................................................................... ..............................43

Figura 8.2 – Cabo Blindado ................................................................ ..............................43

Figura 8.3 – Plug do Cabo Blindado .................................................. ..............................43

Figura 8.4 – Divisor Resistivo ...........................................................................................44

Figura 8.5 – Onda Alpha no osciloscópio .......................................... ..............................45

Figura 8.6 – Maquete vista de frente ................................................. ..............................45

Figura 8.7 – Maquete vista de trás ..................................................... ..............................46

Figura 8.8 – Tela principal do software ..........................................................................47

Figura 8.9 – Menu Arquivo do software “Simulador de EEG” ....................................48

Figura 8.10 – Menu Conexão do software “Simulador de EEG” .................................48

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Figura 8.11 – Menu Configuração do software “Simulador de EEG” .........................48

Figura 8.12 – Menu Ajuda do software “Simulador de EEG” .....................................49

Figura 8.13 – Onda Alpha no software “Simulador de EEG” ..................... .................50

Figura 8.14 – Captação onda Alpha .................................................. ..............................50

Figura 8.15 – FFT da onda Alpha ...................................................... ..............................50

Figura 8.16 – Onda Beta no osciloscópio ........................................... ..............................51

Figura 8.17 – Onda beta no software “Simulador de EEG” .........................................51

Figura 8.18 – Onda Delta no osciloscópio ......................................... ..............................51

Figura 8.19 – Onda Delta no software “Simulador de EEG” .......................................52

Figura 8.20 – Captação onda Beta ................................................... ................................52

Figura 8.21 – Captação onda Delta ..................................................................................52

Figura 8.22 – FFT da onda Beta ....................................................................... ...............53

Figura 8.23 – FFT da onda Delta ....................................................... ..............................53

Figura 8.24 – Onda Theta no osciloscópio ........................................ ..............................53

Figura 8.25 – Onda Theta no software “Simulador de EEG” ......................................54

Figura 8.26 – Captação onda Theta ............................................................................... ..54

Figura 8.27 – FFT da onda Theta ....................................................................................54

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2. LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Características de ondas de EEG..................................... ..............................14

Tabela 2 – Pesquisa de preços de componentes usados no projeto................................29

Tabela 3 – Distribuição das ondas no escalpe da maquete............... ..............................46

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3. LISTA DE SIGLAS

NCET – Núcleo de Ciências Exatas e Tecnológicas

UNICENP – Centro Universitário Positivo

EEG – Eletroencefalograma.

ECG – Eletrocardiograma.

PC – Personal Computer

TI – Texas Instruments

AMPOP – Amplificador operacional

FPB – Filtro passa baixa

RS-232 - Recommended Standard 232

MTS – Metros

DA – Digital-analógico

CMRR – Razão de remoção de modo comum.

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4. LISTA DE SÍMBOLOS

hz – Hertz.

Mhz – Mega Hertz.

K – Kilo (103) unidade.

A – Ampère.

µ – Micro (10-6).

V – Volts.

K – Ganho de um filtro.

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CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

Os desenvolvimentos técnicos no campo das medidas e do registro de fenômenos elétricos

do final do século XIX tornaram possível a descoberta pelo psiquiatra alemão Hans Berger, em

1929, de que o cérebro humano gerava atividade elétrica contínua e que ela podia ser registrada.

Surge, assim, o eletroencefalograma (EEG) que consiste em um registro da atividade

elétrica no córtex cerebral que corresponde ao fluxo de informações processado pelo cérebro em

suas atividades (LUFT, 2006).

As características das ondas registradas no EEG mudam de acordo com a situação

fisiológica (acordado, dormindo, sonhando) e as tarefas mentais, alterando-se a freqüência e a

amplitude das ondas registradas.

O EEG é usado em neurologia e psiquiatria, especialmente para auxiliar no diagnóstico de

doenças do cérebro (epilepsia), desordens do sono e tumores cerebrais.

O objetivo deste estudo é o de disponibilizar recurso didático para realizar uma análise

com EEG, simulando as ondas do cérebro virtualmente (PC) e fisicamente utilizando

microcontrolador (maquete - Figura 1.1).

Figura 1.1 – Exemplo de maquete

FONTE: adaptada EEG.pdf (Unicamp)

O projeto tem objetivo de mostrar as diversas ondas cerebrais, diferenciando cada onda

pelas suas características principais (freqüência e amplitude). A simulação de ondas de EEG têm

a utilidade de testar aparelhos de EEG, para poder calibrar ou detectar algum defeito do aparelho

e treinar o pessoal da área de saúde através das simulações que o projeto possibilita.

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Figura 1.2 – Exemplo de ondas EEG

FONTE: adaptada Lent (2001)

As ondas de EEG não possuem um padrão definido, como por exemplo, as de eletro

cardiograma - ECG. As ondas cerebrais são diferentes de pessoa para pessoa (homens e

mulheres), de idade para idade (crianças, adolescentes e adultos), mas todas possuem certas

características que tornam possíveis classificá-las por tipo, como por exemplo, ondas delta,

alpha, theta, beta, ondas do sono e até identificar doenças como a epilepsia, distúrbios do sono e

outras, conforme fica claro na tabela 1 abaixo.

Tabela 1 – Característica de ondas de EEG

FONTE: Eeg.pdf (Unicamp)

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1.1. Motivação

O projeto demonstra-se interessante por ser interdisciplinar; assim envolve várias áreas

como: instrumentação, programação, biomédica, microcontroladores e eletrônica.

A complexidade do cérebro humano e o quão pouco ainda o conhecemos torna tal trabalho

instigador.

A possibilidade de contribuir para o treinamento de pessoas da área médica e para a

aferição de equipamentos de EEG e a conseqüente repercussão na melhoria das condições de

saúde das pessoas dá ao projeto a aplicação prática de conhecimentos teóricos que faz com que a

ciência se valide.

1.2. Definição do trabalho

O projeto é dividido em duas partes distintas, software e hardware.

O software recebe as ondas que são geradas pelo hardware e então as mostrará na tela do

computador, proporcionando sua análise, estudo e entendimento. O software possibilitará opções

de espécies diferentes de ondas conforme queira ser gerada.

No hardware, um microcontrolador gera as ondas de maneira aleatória, mantendo-se,

porém, suas características principais de baixa freqüência e amplitude, por algoritmo, tabela ou

equação, pois como se sabe o EEG não possui padrão determinado. O hardware fornecerá duas

saídas para a onda gerada: uma irá para o computador e a outra irá para uma maq uete (espécie de

manequim simulando uma “cabeça”), para que se possa através de um aparelho profissional

identificar as ondas que estão sendo geradas pelo hardware. Esse aparelho permite verificar as

ondas que estão sendo geradas corretamente, verificando, dessa forma, se o próprio aparelho não

possui algum defeito.

1.3. Contextualização nos dias atuais

A simulação de sinais do cérebro, preconizada por este projeto, poderá ser utilizada para a

prática didática. Alunos, professores e técnicos que estudam e trabalham na área psiquiátrica e

neurológica, poderão fazer uso deste trabalho visando aprimorar seus conhecimentos e adquirir

experiência com EEG.

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No mercado existem simuladores de EEG para venda com custos elevados e que são

vendidos apenas para hospitais e clínicas especializadas de grande porte.

Se a aquisição de um simulador de EEG fosse mais acessível, alunos de medicina,

biomédica e áreas afins poderiam ter essa ferramenta para auxiliar seus estudos, orientar seus

pacientes, e até mesmo utilizá-lo para fins comerciais, prestando serviços de calibragem de

aparelhos profissionais de EEG.

1.4. Descrição das principais funcionalidades

O simulador tem como principal função a simulação de condições de exame de EEG o que

possibilita condições de aprendizagem para pessoas interessadas na área neurológica. No

software desenvolvido, via simulação de ondas, será possível visualizar-se, através de escala,

padrões de tempo e freqüência e tipos de ondas desejadas.

Tal diversificação de padrões de ondas ocorrem por comandos no software, provocando

reações no hardware, que responde conforme os comandos recebidos. Se o utilizador do

simulador quiser gerar, por exemplo, a onda REM, de estágio profundo do sono, ele apenas irá

selecionar no software “REM” e o hardware receberá essa informação e começará a gerar a onda

característica do REM, transmitindo para o computador os dados da onda selecionada, e também

para o manequim (quando o equipamento profissional estiver conectado a ele). Assim, a mesma

onda que aparece na tela do computador será a onda que o equipamento de EEG mostra em seu

visor.

O equipamento pode ser utilizado para aulas de neurologia, para que se possa visualizar

como funciona o cérebro. Possibilita o estudo de diversos tipos de ondas do cérebro, detectando

a existência de várias doenças, como epilepsia. Com o estudo das ondas cerebrais e seu

entendimento, pode-se aprimorar o conhecimento da classe médica e biomédica, e melhorar

didaticamente o ensino da neurologia em instituições de ensino.

1.5. Tecnologias utilizadas na implementação

Para o desenvolvimento do software será utilizada a linguagem C, C++, que é uma

linguagem muito ampla, dinâmica e que aceita conexões com ambientes externos e manipulação

com gráficos. Projeto desta envergadura necessita de uma linguagem de programação confiável e

poderosa, e a linguagem C, além de ser bastante conhecida, é estável e confiável. O software será

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desenvolvido no ambiente Builder da empresa Borland, que contém muitas ferramentas de fácil

compreensão, o que facilitará o trabalho de desenvolvimento do software.

Tais características do hardware, de precisão e confiabilidade, fazem-se necessárias, pois

ele é, praticamente, o cérebro do projeto. O hardware fica dentro do manequim simulando as

ondas cerebrais, enviando o sinal gerado para o computador e para o seu “escalpe”. O

microcontrolador utilizado é o MSP 430 (Figura 1.3), programável e que combina alta precisão e

consumo extremamente reduzido de potência (PEREIRA, 2002).

Figura 1.3 – MSP430

FONTE: Atomia

O microcontrolador MSP 430, da Texas Instruments reúne uma CPU Risc de 16 bits, uma

unidade de conversor analógico-digital (ADC) de 12 bits, responsável por converter as medições

do mundo real em dados numéricos, um comparador analógico, um multiplicador de hardware,

das portas seriais, dois timers com PWMs de 16 bits e até 60kb de memória flash integrada, de

consumo ultra-reduzido (PEREIRA, 2002).

O MSP 430 pode converter dados de medição a taxas de até 200 ksps (milhares de

amostras por segundo). Este conversor funciona de forma independente, armazenando dados em

uma memória temporária; dessa forma, diminui o overhead da CPU, podendo permanecer em

modo de baixo consumo até que o buffer seja preenchido completamente. Por possuir memória

integrada, pode gravar dados para que possa ser utilizado na formulação de certas ondas, se for o

caso de adicionar tabelas para que gerem uma onda determinada (PEREIRA, 2002).

Um detalhe do microcontrolador é o baixo consumo de energia. Em modo Sleep, o chip só

exige uma corrente de 0,1 microampère – em stand-by, o consumo chega a apenas 1,5

microampères. Para se ter uma idéia, um medidor de energia alimentado por baterias poderia

funcionar sem interrupção por dez ou até 15 anos. Quando em pleno funcionamento, o MSP 430

consome 250 microampères (PEREIRA, 2002).

O microcontrolador será usado em conjunto com um uma plataforma, kit de prototipação,

que foi desenvolvido pelo professor Afonso Ferreira Miguel e emprestado para esse projeto.

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CAPÍTULO 2 - ESTUDO TEÓRICO

2.1. Fundamentação teórica

Quando o psiquiatra austríaco Hans Berger (1873 – 1941) descobriu que um par de fios

metálicos colocados sobre o crânio de uma pessoa e ligados a um amplificador era capaz de

mover para cima e para baixo uma pena escritora sobre um papel em movimento, foi desprezado

pelos céticos por ter descoberto um traçado sem significado, e saudado pelos otimistas como o

descobridor das bases fisiológicas do pensamento humano. Nem uma coisa nem outra. O

eletroencefalograma (EEG) transformou-se em um exame complementar bastante útil para o

diagnóstico de algumas doenças, principalmente a epilepsia, e um registro fisiológico muito

utilizado nos estudos sobre sono (LENT, 2001).

Ninguém sabe exatamente o que significam as ondas do EEG, mas sabe-se que são geradas

pela atividade sináptica, principalmente proveniente do tálamo, sobre os neurônios piramidais do

córtex e as informações provenientes dos sistemas sensoriais, ou mesmo as que vêm de outras

regiões corticais. O número e a variedade de potenciais sinápticos gerados são tão grandes que

os eletródios posicionados do lado de fora do crânio só conseguem captar a sua soma algébrica

que se aproxima de zero. O resultado é um traçado dessincronizado, isto é, composto por ondas

de baixa voltagem e alta freqüência (ritmos alpha e beta). É o que ocorre quando o indivíduo está

acordado. Mas quando o tálamo não deixa passar tão facilmente a informação que recebe,

tornam-se menores, menos variados e mais sincronizados os potenciais sinápticos no córtex.

Resulta um traçado sincronizado, composto por ondas de alta voltagem e baixa freqüência

(LENT, 2001).

As vantagens do EEG são o seu custo baixo, a natureza inócua e prática do exame e a sua

boa resolução temporal, isto é, a capacidade de detectar variações muito rápidas (milissegundos a

segundos) da atividade encefálica. Sua grande desvantagem é a baixa resolução espacial, ou seja,

a grande área sob os eletródios que geram os traçados em cada ponto. Localizar um fenômeno

fisiológico ou patológico através do EEG significa admitir um erro de vários centímetros.

Atualmente, o uso de microcomputadores acoplados ao EEG permite realizar o “mapeamento

cerebral”, isto é, gerar um mapa que representa a posição aproximada dos diversos ritmos na

superfície cortical. Computadores também podem ser empregados para promediar (tirar a média

ponto a ponto) vários traçados dos mesmos indivíduos em cada ponto do crânio, relacionando as

ondas obtidas com eventos psicológicos ou fisiológicos: são os potenciais evocados e os

potenciais relacionados a eventos (LENT, 2001).

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Os ritmos do EEG variam consideravelmente e correlacionam-se com freqüência com

estados do comportamento, como os níveis de atenção, sono ou vigília e patologias, tais como

crises de epilepsia ou coma. Os ritmos são categorizados pela sua faixa de freqüência e cada

faixa é denominada com uma letra grega. Ritmos betas são os mais rápidos, maiores que 14 hz, e

sinalizam um córtex ativado. Ritmos alpha situam-se aproximadamente entre 8 e 13 hz e estão

associados com estados de vigília, em repouso. Ritmos theta situam-se de 4 e 7 hz e ocorrem

durante alguns estados de sono. Ritmos delta são muito lentos, menores que 4 hz, grandes em

amplitude, e uma indica sono profundo (Tabela 1) (BEAR, CONNORS, PARADISO, 2002).

Apesar de que a análise de um EEG nunca informará sobre o que uma pessoa está

pensando, ela pode ajudar a reconhecer se uma pessoa está pensando. Em geral, ritmos de baixa

amplitude e alta freqüência estão associados com vigília e estado de alerta ou com os estágios de

sono em que ocorrem os sonhos. Ritmos de amplitude elevada e baixa freqüência estão

associados com os estágios de sono sem sonhos e com os estados patológicos do coma. Isso é

lógico, pois quando o córtex está mais ativamente envolvido no processamento de informações,

sejam estes gerados por aferências sensoriais ou por alguns processos interno, os níveis de

atividade dos neurônios corticais estão relativamente altos, mas também dessincronizados. Em

outras palavras, cada neurônio ou um grupo muito pequeno de neurônios está fortemente

envolvido em um aspecto um pouco diferente de uma tarefa cognitiva complexa, disparando

rápida, mas não simultaneamente. Isto leva a uma baixa sincronia e, assim, a amplitude do EEG

é baixa e as ondas betas predominam. Ao contrário, durante o sono profundo, os neurônios

corticais não estão ocupados com o processamento da informação e a maior parte deles estão

excitados de maneira física, por uma referência rítmica e lenta igual para todos. Neste caso, a

sincronia é alta e, portanto, a amplitude do EEG também é (BEAR, CONNORS, PARADISO,

2002).

2.2 Teoria pura e aplicada na prática

Os neurônios se comunicam de forma rápida e precisa, percorrendo longos trajetos.

Mecanismos elétricos e químicos tornam possível a integração sináptica neural, permitindo que

um neurônio forme mais de mil sinapses e receba mais de 10 mil conexões.

O sistema nervoso central é dividido em duas partes principais: encéfalo e medula

espinhal. O encéfalo está anatomicamente dividido em 03 partes: córtex, tronco encefálico e

cerebelo. As áreas corticais individuais (sensorial, motora e cognitiva) são distinguidas pelas

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suas conexões de entrada e saída. Embora sejam diferentes, ambas as áreas são distribuídas da

mesma maneira, organizadas em colunas verticais. A principal origem dos potenciais de EEG é a

atividade elétrica das células piramidais, que têm como característica a projeção de seus axônios

para outras áreas do cérebro e para a medula espinhal. Essas células são neurônios excitatórios,

possuem axônios contra laterais que se projetam localmente e o seu principal neurotransmissor é

o glutamato (BEAR, CONNORS, PARADISO, 2002).

Como em todos os exames complementares de diagnóstico, há situações em que o EEG é

muito útil e outras em que pouco ajuda. O desenvolvimento tecnológicos na área da eletrônica

tem revolucionado a capacidade de analisar a atividade elétrica do cérebro. As indicações

quotidianas deste estudo foram largamente ultrapassadas pelas suas potencialidades no campo da

investigação. Infelizmente, o EEG não consegue dar informações sobre a maior parte das

funções cerebrais (pensamento, memória, linguagem, etc.), mas somente registrar diferenças de

potencial elétrico entre pontos do escalpe. Tem por isso muitas limitações. As de ordem

espaciais, decorrentes do número limitado de eletrodos que são colocados, pois, por mais que se

amplie esse número ainda serão insuficientes, ou seja, não se consegue ter eletrodos

suficientemente próximos das faces internas e inferiores dos hemisférios cerebrais. Seguem-se,

as limitações temporais decorrentes do fato de que as medições que se explicitam em gráficos de

curvas sinusoidais com amplitudes e freqüências variáveis apenas reproduzem dados que

ocorrem durante o registro, deixando de informar sobre acontecimentos significativos que podem

ocorrer noutras épocas. Existem, também, limitações técnicas, pois entre o cérebro e a pele do

couro cabeludo interpõe-se várias camadas de tecidos que prejudicam a condução elétrica.

Finalmente, pode-se considerar as limitações de significado – muito ainda está para se descobrir,

para que se possa saber tudo o que corresponde efetivamente a uma determinada variação de

sinal elétrico. Se na prática clínica for seguido o princípio geral da medicina que é começar a

abordagem do doente pela anamnese e levá-la até às suas últimas conseqüências, então o recurso

do EEG, a exemplo de outros exames complementares, revela-se útil na medida em que conhece-

se a sua sensibilidade e a sua especificidade. O EEG é muito útil na confirmação de diagnósticos

clínicos de algumas epilepsias. É no manejo clínico das epilepsias que este exame conhece níveis

de especificidade maiores, chegando a 78 ou 98% conforme os estudos. No entanto, como se

pode depreender do que já foi dito acima, a sensibilidade do EEG é fraca, situando-se entre 25 e

50%. Isto significa que diante de muitos falsos positivos, ou seja, quando se encontram certos

elementos gráficos sugestivos de certas síndromes epilépticas a probabilidade de confirmar o

diagnóstico é alta, mas quando, por outro lado, tem-se muitos falsos negativos, ou seja, quando

um exame não revela anomalias isso não pode ser argumento para anular um diagnóstico

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baseado noutros elementos, em particular, na anamnese (BEAR, CONNORS, PARADISO,

2002).

2.3 Teoria do software

O software desenvolvido em linguagem C, C++, terá a função de comandar o hardware,

informando qual onda que o ele deverá simular. O software, tem ainda que receber a resposta do

hardware e transformar os dados recebidos em um gráfico visualizado na tela do computador.

Software

Gera Sinal na tela do PC

Comandos para Hardware

Recepção de dados do hardware

Conexão serial com Hardware

Figura 2.1 – Diagrama em blocos do software

O software encaminha dados de qual onda deverá ser simulada pelo hardware, por

exemplo, onda alpha, e então o hardware começará a enviar simultaneamente os dados para o

computador e para a maquete. Com os dados chegando ao computador, o software irá começar a

desenhar, plotar a onda conforme os dados que está recebendo do hardware. A forma da onda,

nesse caso a onda alpha, será mostrada no monitor do PC com suas características principais.

O software foi projetado em camadas, para facilitar alguma modificação, ou atualização

durante o processo de implementação do simulador de EEG. O programa tem um banco de dados

capaz de armazenar alguma onda para futuros estudos ou de, até mesmo, gerar ondas sem a

necessidade de algum algoritmo ou fórmula, utilizando, dessa maneira, dados já definidos de

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uma onda. O programa é didático, de forma que toda pessoa possa entendê-lo e seja capaz de

dirimir dúvidas com relação às características de ondas de EEG e suas peculiaridades.

2.4 Teoria do hardware

O microcontrolador que será utilizado, como dito anteriormente, é o MSP 430. A família

de processadores de sinal misto MSP430 de 16 bits RISC de baixíssimo consumo da Texas

Instruments oferece a solução final para aplicações alimentadas por baterias. Através da

liderança nas tecnologias de sinal misto e digital, a Texas criou o MSP430, que permite aos

desenvolvedores de sistemas fazer a interface de sinais analógicos, sensores e componentes

digitais mantendo a tensão baixa (FERREIRA, 2002).

- Arquitetura de baixo consumo aumenta a vida da bateria.

- Modo de retenção de RAM de 0.1µA.

- Modo de clock em tempo real de 0.8 µA.

- Consumo: 250 µA / 1MIPS em modo ativo.

- Periféricos analógicos de alta desempenho já incorporados ao chip.

- Moderna arquitetura ortogonal RISC que usa poucas instruções para programação,

permitindo uma maior eficiência em codificação.

- Programação in-system permitindo atualizações de software facilmente e rapidamente.

Preços dos microcontroladores bastante acessíveis.

- A CPU dos MSP430 possui um conjunto de apenas 51 instruções (27 físicas e 24

emuladas) e um total de 16 registradores de 16 bits.

- Estão disponíveis diversos periféricos tais como: timers, USARTs, ADCs de 10, 12 e

16 bits, comparador analógico, amplificador operacional, DACs de 12 bits e/ou de 10 bits,

controlador de LCD, etc.

- A principal característica do MSP430 é a flexibilidade, no que diz respeito à sua

arquitetura das portas.

- Estas possuem funções de entrada, saída e uma função especial de hardware como

USARTs, DACs, etc.

A Texas oferece algumas ferramentas de desenvolvimento gratuitas, uma delas é a versão

reduzida do compilador C/C++ IAR. Esta versão permite programas de até 4KB de código

C/C++. Pode ser encontrado também o compilador GNU para a família MSP430, o MSPGCC -

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Baseado no Gcc. O pacote também inclui ferramentas para edição, link e "debbuger"

(FERREIRA, 2002).

O sinal ao sair do microcontrolador deve ser tratado, por questões de ruído ou outra

distorção indesejável. Enquanto os dados estão sendo gerados, eles são enviados

simultaneamente para o PC e para outra parte do hardware, que é um conversor digital

analógico, nesse caso, o DAC0808 (Figura 2.2), por ser de simples manuseio e de fácil

aquisição. Após a conversão o sinal deverá passar por um amplificador com saída diferencial,

para que na maquete, o aparelho profissional de EEG possa detectá-lo. Um amplificador

diferencial é um tipo de amplificador eletrônico que multiplica a diferença entre duas entradas

por um valor constante (o ganho diferencial); é o estágio de entrada da maioria dos

amplificadores operacionais; é uma forma de circuito mais geral do que o amplificador com uma

única entrada, pois aterrando uma das entradas do amplificador diferencial, temos como

resultado um amplificador de uma saída. Tais amplificadores diferenciais são encontrados em

muitos sistemas que utilizam realimentação negativa, aonde uma entrada é utilizada para o sinal

de entrada, e a outra para o sinal de realimentação. Uma aplicação comum é o controle de

motores ou servomecanismos, assim como para aplicações com amplificação de sinais. Em

eletrônica discreta, um modo comum da implementação dos amplificadores diferenciais é a saída

longa, que é muito utilizada como o elemento diferencial na maioria dos circuitos integrados de

amplificadores operacionais (PERTENCE, 1996).

Figura 2.2 – DAC0808

Para que o sinal não contenha informações que não fazem parte dele, fez-se necessária a

aplicação de filtros. Um circuito de dois acessos chamado de quadrupolo, podendo ser linear ou

não linear, concentrado ou distribuído, passivo ou ativo, invariante ou variante no tempo, capaz

de processar sinais elétricos analógicos ou digitais (PERTENCE, 1996).

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CAPÍTULO 3 – ESPECIFICAÇÃO

3.1 Especificação do hardware

O hardware é formado de um microcontrolador, MSP 430 da TI. O microcontrolador tem

em sua memória dados para que possa gerar as ondas de EEG, porém essas ondas são geradas

como um sinal digital. Para envio ao computador, sinais digitais são melhores, porém, para a

maquete esses dados devem ser convertidos em sinais analógicos, pois no mundo real a relação é

analógica. Para essa transformação implementou-se um conversor DA ou de um conversor DA já

existente no mercado, DAC0808.

Fez-se necessária uma memória externa, que pode gerar várias ondas de EEG. O tamanho

da memória do microcontrolador é restrito (60Kbytes), se forem geradas todas as ondas

existentes, é necessária uma memória extra, funcionando em paralelo com o MSP 430.

CONVERSÃOD/A

SOFTWARE HARDWARE

PLOTAR SINAL (GRÁFICO PC)

MSP430 GERA SINAL

TRATAMENTO DE DADOS

MAQUETE

DADOS DO USUÁRIO

ATENUAÇÃO DO SINALFILTRO

ENVIO DO SINAL

INFORMA TIPO DE SINAL

Figura 3.1 – Diagrama em blocos do projeto

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O sinal depois de gerado passa por um filtro para retirar algum dado que não seja original

do sinal, como, por exemplo, ruídos. Um filtro FPB com freqüência de corte de 45 hz, é

necessário, pois os sinais de EEG situam-se, quase todos, abaixo de 45 hz. Outro item importante

á a instalação de um AMPOP, cuja função é de atenuar o sinal para o envio para o manequim, de

forma que o aparelho profissional possa detectar o sinal e que ele se situe o mais próximo do

real. A atenuação também pode ser feita no próprio filtro.

Todos os fios que levarem o sinal de EEG gerado pelo microcontrolador devem ser

blindados, pois sinais de baixa freqüência e amplitude, podem ser influenciados por ruídos. A

blindagem dos fios é uma segurança a mais, a garantia de que o sinal permanecerá sempre limpo

e com suas características originais.

O sinal que estabelece a conexão serial com o computador, é enviado digitalmente e é feita

pelo kit de prototipação. A sincronização tem duas partes - na primeira, o módulo de hardware,

utiliza a interface RS-232 para conectar o módulo portátil com o PC. Sua vantagem é a

facilidade de implementação, por se tratar de uma interface que utiliza poucos componentes

eletrônicos. Existem algumas bibliotecas gratuitas disponíveis em C/C++ para trabalhar com as

portas seriais e paralelas. Com este módulo pretende-se que a sincronização, entre os dados

contidos no dispositivo portátil e uma base de dados contidas no PC, seja efetuada

automaticamente bastando apenas conectar o dispositivo no computador. Já a segunda parte de

sincronismo, ocorre na maquete, o sinal digital será convertido para analógico e será distribuído

dentro do manequim pelas áreas do cérebro (Figura 3.2).

Figura 3.2 – Exemplo de conexão de eletrodos

FONTE: Eeg.pdf (Unicamp)

O crânio é divido em várias áreas, e os eletrodos de EEG são posicionados naquelas em

que se queira visualizar a onda em questão. O conjunto de pares de eletrodos que o técnico

seleciona para registrar os traçados de EEG é chamado de montagem. Existem dois tipo s de

montagens básicas usadas, são as bipolares, em que as diferenças de potencial são medidas entre

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dois eletrodos de escalpe, e a monopolar ou referencial, na qual se registra a diferença de

potencial entre um eletrodo e um ponto de referência (Figura 3.3).

Figura 3.3 – Divisão do crânio humano

FONTE: Eeg.pdf (Unicamp)

Assim sendo, as saídas para o manequim devem ser posicionadas de forma a representar o

escalpe da cabeça, e cada sinal deverá ser posicionado corretamente no interior do manequim,

obedecendo às áreas do escalpe da cabeça. Para que o hardware possa fazer a diferenciação dos

sinais para diferentes áreas do manequim, é necessário uma chave analógica, que viabiliza enviar

o sinal pré determinado para a área desejada.

3.2 Especificação do software

O ambiente em que se desenvolveu o software é o da plataforma Borland C++ Builder 6.0

(Figura 3.4), necessário e suficiente para enviar e receber dados, plotagem de gráficos e cálculos

para ondas de EEG.

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Figura 3.4 – Borland C++ Builder 6

A linguagem utilizada no microcontrolador MSP430 é a C++, cujo compilador está

disponibilizado no site da TI, sendo usado em conjunto com o kit do MSP430 (trata-se do

compilador da IAR Embedded Workbench IDE versão 3.42).

Figura 3.5 – IAR E.W.

A interação ocorre no ambiente Windows, que hoje em dia é a mais comum e conhecida

dentre os usuários de computadores.

O software efetua conexão serial com o microcontrolador, permitindo a troca de dados e

exibe os sinais recebidos do hardware na tela do computador.

3.3 Aplicabilidade do hardware

O hardware é a parte principal do projeto, pois é ele quem gera os sinais do simulador de

EEG. Através do microcontrolador os sinais gerados são convertidos para analógico e passam

por filtros. O hardware tem total aplicação no manequim, aloja-se dentro dele, simulando as

ondas cerebrais, como se fosse o próprio cérebro.

3.4 Aplicabilidade do software

Sem o software, o hardware não sabe o que fazer. O software além de fazer a interação do

usuário com o simulador, também é quem “diz” o que o hardware deve gerar.

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Através do software o usuário escolhe quais os tipos de onda que o simulador deve

produzir, e também demonstra na tela do computador o resultado dessa simulação. Com os dados

recebidos o software irá plotar o gráfico da onda de EEG, e com isso verifica-se se o hardware

está funcionando corretamente.

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CAPÍTULO 4 - ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICO-ECONÔMICA

Valores de componentes:

Tabela 2 – Pesquisa de preços de componentes usados no projeto

Descrição Qtde Custo Total

Hora Técnica 700 R$ 3,00 R$ 2.100,00

MSP430 1 R$ 40,00 R$ 40,00

Kit MSP430 1 R$ 280,00 R$ 280,00

Fio Blindado (mts) 5 R$ 5,00 R$ 25,00

Manequim 1 R$ 3,00 R$ 3,00

Circuito Impresso 1 R$ 15,00 R$ 15,00

Componentes diversos 1 R$ 50,00 R$ 50,00

Total R$ 2.513,00

FONTE: Mercado local (Curitiba-PR)

Partindo da idéia de que está se construindo um simulador de EEG, que poderá ser

utilizado como material didático por empresas, faculdades, hospitais e clínicas, e que será

acoplado a qualquer computador, tem-se que seu custo (R$ 2.513,99) demonstra-se compatível a

sua utilização. Comparando-o aos aparelhos profissionais da área biomédica, o valor em questão

situa-se aquém dos valores de equipamentos utilizados nesse segmento.

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CAPÍTULO 5 – PROJETO DO HARDWARE

A divisão dos módulos do hardware é necessário para facilitar a compreensão e para que

se possa fazer uma abordagem mais detalhada de cada item que se utiliza neste projeto. Como foi

visto no diagrama de blocos (Figura 3.1), o projeto se divide basicamente em 11 blocos, sendo

03 (três) de software (algoritmos e programação) e os outros 08 (oito) de hardware (placas,

conexões, componentes eletrônicos, etc.).

5.1 Alimentação

Projeto necessita de 3 tensões diferente:

9 V tensão para o kit de prototipação MSP430.

5 V tensão positiva para ampop, utilizado em filtros e outras aplicações.

-5 V tensão negativa para ampop, utilizado em filtros e outras aplicações.

O desenvolvimento de uma fonte de alimentação é de extrema necessidade, para que se

tenham 3 (três) tensões diferentes, projetou-se uma fonte simétrica. Tal alimentação obtém-se

com um trafo de 9 V + 9 V, retificando a tensão e usando reguladores de tensão de +9V, +5V e -

5V.

5.2 Kit de prototipação MSP430

O kit do microcontrolador MSP430 possui vários recursos, para este projeto usar -se-á o

próprio microcontrolador MSP430, conexão serial que é feita através do componente max-3221,

conexão paralela para efetuar a programação no microcontrolador, e as saídas do kit para enviar

o sinal gerado para o restante do hardware.

O kit é alimentado por uma tensão de 9V e possui um regulador de tensão para segurança

de possíveis oscilações. Contém a porta RS232 para fazer conexão serial através do componente

max3221, possui 03 (três) paralelas (Parallels IO) que possibilitam grande distribuição de sinais.

Apresenta conexão para display LCD (não será utilizado no projeto), e muitas outras

características para diversas aplicações.

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Figura 5.1 – Kit de prototipação MSP430

FONTE: adaptada ICET

5.3 Conversor DA

A utilização do conversor DA é necessária pois quando o sinal é gerado pelo

microcontrolador ele está em formato digital, como a proposta do projeto é simular onda de EEG

em uma maquete, tem-se que transformar o sinal digital em analógico.

Com o componente DAC0808, obtém-se o sinal analógico de forma fácil e sem

complicação. Componente conversor de 8-bits fabricado pela National na tecnologia de escada

R-2R.

Na montagem do circuito de conversão DA, foi utilizada a ajuda do datasheet do DAC0808 que

mostrava um exemplo de utilização. Nesse exemplo são utilizados resistores de 5KΏ, como é um

valor não comercial será utilizado o valor comercial mais próximo que é de 4.7 KΏ , obtendo

assim um valor ideal ao desejado. O capacitor que ligado no pino 16 será de 100nF conforme é

mencionado no datasheet. Na saída do circuito (Figura 5.2) é utilizado um ampop LF351 e na

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saída tempos o sinal gerado pelo kit do MSP430 (Figura 5.1) digital convertido em um sinal

analógico.

Figura 5.2 – Esquemático do conversor DA

FONTE: datasheet DAC0808

5.4 – Filtro

O filtro é de extrema necessidade para retirar qualquer ruído ou dado que não pertença ao

sinal original. Como os sinais de EEG são de baixa freqüência (tabela 1), foi utilizado um filtro

de 6º ordem butterworth na forma MFB (Figura 5.3) com freqüência de corte de fc = 45 hz. A

freqüência de corte utilizada foi deduzida na composição do filtro para facilitar na utilização de

resistores e capacitores com valores comerciais. Como se deseja excluir freqüências superiores e

acabar com o problema de contaminação do sinal com interferência de equipamentos ligados à

rede elétrica (60 hz), fc = 45 hz é um valor excelente.

O filtro foi configurado para que atenue o sinal, visto que os sinais de EEG possuem um

baixa amplitude (tabela 1). Nesse caso o filtro foi configurado com K = 0,5 nos dois primeiros

filtros de ordem 2 e no último com K = 1, obtendo assim uma atenuação de 100% para que o

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sinal possa se aproximar a uma amplitude próxima de um sinal de EEG real. Se necessário

futuramente pode-se utilizar resistores para que o sinal seja atenuado, assim sendo obtido o valor

da amplitude desejada.

No filtro foi utilizado um conjunto de ampop LF351 formando um filtro passa baixa de

sexta ordem. O ampop LF351 é considerado um bom componente na utilização de filtros.

Figura 5.3 – Filtro passa baixa 6ª ordem

5.5 Chave analógica

A chave analógica (Figura 5.4) será utilizada para selecionar para qual área da maquete

que o sinal deverá ir. Após o sinal ter sido tratado (conversão DA, filtro e atenuação), ele irá para

a maquete e será distribuído dentro de áreas específicas, de forma a que cada tipo de sinal esteja

na área que lhe pertence.

Figura 5.4 – Chave analógica

FONTE: datasheet 4051

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Digamos que o sinal alpha seja detectado no escalpe humano (Figura 5.5) pelos pontos Fz

com o F3, a maquete deverá simular igual à região com o sinal determinado. Se o hardware

estiver gerando a onda alpha, a maquete na região Fz e F3 terá que estar fornecendo a onda

alpha.

Esse detalhe de áreas será solucionado com a chave analógica 4051 (Figura 5.4), que deve

distribuir o sinal gerado para a área propriamente dita. O microcontrolador acionará a saída da

chave (Figura 5.4) que deve ser acionada para cada tipo de onda. Assim sendo, o sinal será

distribuído para a área correta.

Figura 5.5 – Posições de eletrodos de EEG, no escalpe humano

FONTE: eeg.pdf (UNICAMP).

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CAPÍTULO 6 – PROJETO DO SOFTWARE

6.1 Diagrama de casos de uso

O diagrama caso de uso (Figura 6.1) é utilizado para mostrar os requisitos funcionais de

um sistema. Ele utiliza atores que representam o papel de uma entidade externa ao sistema como

um usuário, ou um outro sistema que interage com o sistema modelado. Os atores iniciam a

comunicação com o sistema através do use-cases. Atores e casos de uso são classes. Um ator é

conectado a um ou mais casos de uso através de associações, e tanto atores quanto casos de uso

podem possuir relacionamentos de generalização que definem um comportamento comum de

herança em superclasses especializadas em subclasses (COSTA, 2003).

O software fornece opções de escolha de onda de EEG, para que se possa escolher o tipo.

Através da conexão serial o programa informa ao hardware qual onda foi selecionada e então

através da conexão serial já pré-estabelecida o programa começa a receber os dados via porta

serial. O último passo para o software será gerar o gráfico na tela do computador com os dados

que está recebendo do hardware, assim a onda que foi selecionada no início, aparecerá na tela.

ESCOLHER TIPO DE ONDA EEG

FAZER CONEXÃO SERIAL

RECEBER DADOS DO HARDWARE

GERAR GRÁFICO NO PC

USUÁRIO

Figura 6.1 – Diagrama de casos de uso

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6.2 Diagrama de seqüência

Os diagramas de seqüência (Figura 6.2) são utilizados para mostrar o fluxo de função em

um use-case, mostrando e exibindo objetos e não classes. Um diagrama de seqüência mostra o

objeto de interação organizado na hora da seqüência. Ele mostra os objetos e classes envolvidas

no cenário e a seqüência de mensagens trocadas entre os objetos (COSTA, 2003).

TipoOnda()

Comunica Cserial

MandaDado()

ConectaSerial()

GerarGrafico()

Usuário

Figura 6.2 – Diagrama de seqüência

6.3 Diagrama de classes

O diagrama de classe (Figura 6.3) mostra as interações entre as classes do sistema. As

classes podem ser consideradas como plantas dos objetos. As classes podem se relacionar com

outras através de associação, dependência, especialização ou em pacotes. As estruturas internas

de uma classe são seus atributos e operações. Os diagramas de classes ajudam os

desenvolvedores a planejarem a estrutura do sistema antes do código ser escrito. Uma classe

encapsula informações e comportamento de um objeto. A classe possui as 3 (três) seções, onde

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na seção superior é definido o nome da classe ou seu estereótipo. A seção intermediária possui os

atributos, já na seção inferior são definidas as operações da classe.

+Cserial()+Rx()+Printf() : char

+Tx : unsigned char+Rx : char+Printf

Cserial

+GeraGrafico() : float

+Dado : float

GeraGrafico

+RecebeDado() : float

+Dado : float

Comunica

Figura 6.3 – Diagrama de classe

6.4 Protótipo da interface do software

Figura 6.4 – Protótipo da interface do software para o computador

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A Figura 6.4 mostra a tela inicial do software “SIMULADOR DE EEG”. Essa tela é a

interação que o usuário tem com o projeto, como foi supracitado o usuário poderá escolher qual

tipo de onda deseja simular e então a onda aparecerá na tela do computador.

6.5 Firmware

O firmware é a parte do código de programação que fica gravado no microcontrolador.

Esse código chamado embarcado é o responsável pela geração dos sinais de EEG. Através de um

algoritmo criado, foi possível fazer o microcontrolador gerar uma onda de EEG, e claro as

demais ondas que forem selecionadas no software pelo usuário.

Cserial Gera_onda

SOFTWARE HARDWARE

Figura 6.5 – Diagrama casos de uso do firmware

+Rx()+Printf() : char

+Tx : char+Printf : char+Rx

Cserial

+gera_onda() : int+onda()+pega_dados()+delay() : int+carrega_harmonico() : float+carrega_amplitude() : int

+saida_out : int+vlr_inst : float+quant_harm : int+tempo : int+amplitude : int+harmonico : float+saida_ft : float+saida_in : int

gera_onda

Figura 6.6 – Diagrama de classe do firmware

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CAPÍTULO 7 – PROCEDIMENTOS DE TESTES DO PROJETO

7.1 Software

O software foi testado no compilador IAR Embedded Workbench IDE versão 3.42 (Figura

3.5). Através da opção debug e do watch, pode-se rodar o código do firmware passo a passo, e

visualizar o conteúdo de cada variável, para verificar se o resultado está conforme o esperado.

Figura 7.1 – Tela do debug no software IAR E. W. v3.42

7.2 Hardware

O hardware foi testado como auxílio do osciloscópio. Na saída P4 do kit do MSP430 foi

conectado um cabo flat de 16 vias que transmite 8 bits do sinal que está sendo gerado para o

conversor DA. O DAC0808 foi montado conforme esquemático (Figura 5.2), o conversor foi

montado no protoboard para testes iniciais. Na saída do conversor DA foi ligado o osciloscópio

para verificar qual sinal estava sendo gerado.

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O código gravado no firmware tem por finalidade gerar uma onda delta, que tem como

características freqüências abaixo de 4 hz e 100µA. A freqüência é definida pelo algoritmo do

firmware, já a amplitude foi obtida através da atenuação no hardware.

Os resultados foram relativamente satisfatórios, pois o sinal obtido possuía muito ruído e a

amplitude não foi obtida - a atenuação foi feita no filtro passa baixa.

Sendo assim, pode-se apenas constatar que o sistema embarcado no microcontrolador

MSP430, estava funcionando, porém necessita de muitos ajustes na parte de hardware e alguns

na parte de software (firmware).

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CAPÍTULO 8 – RESULTADOS OBTIDOS

8.1 Funcionamento do Hardware

Os testes do hardware foram executados dividindo o sistema em sete módulos;

1. Fonte.

2. Kit MSP430.

3. Conversor Digital-analógico.

4. Filtro Passa - baixa de 6º ordem.

5. Chave analógica.

6. Atenuação.

7. Distribuição dos sinais.

No módulo 1 foi projetada uma fonte simétrica para alimentação de todo projeto. Foi

utilizado um grafo de 9V + 9V de 1A, que foi retificado em suas saídas com uma ponte e logo

em seguida passado para um capacitor de 2200µF, de forma a tornar a tens ão contínua

(corrigindo a queda da senóide com o capacitor) e estável. Foram utilizados reguladores de

tensão para +9V (7809), +5V (7805) e -5V (7905).

A fonte simétrica foi montada e testada com a ajuda de um osciloscópio. O resultado foi o

esperado: tensão de +9V, +5V e -5V estabilizados e sem variações. Essa fonte é ligada a uma

tomada de 127V comum e fornece toda alimentação necessária para o projeto simulador de EEG.

O módulo 2 refere-se ao Kit de prototipação (Figura 5.1), que foi alimentado com +9V e

gravado em sua memória, via porta paralela, o código ( firmware). O kit funcionou

adequadamente, fornecendo pela saída P3 os dados para plotar as ondas simuladas. A saída P3

possui 8 pinos, fornecendo então um número decimal de 0 até 255 em binário. Os dados foram

passados via cabo flat para o conversor DA sem perda alguma de informação. Com a saída P4 do

kit msp430 o firmware fornecia qual é a porta da chave analógica que deve ser acionada, como a

chave analógica (Figura 5.4) possui 3 pinos para serem configurados e assim acionarem qual

porta analógica deveria ser liberada, foi feito uma tabela para saber quais valores que deveriam

sair na P4 para que a porta analógica funcionasse perfeitamente. Como a porta P4 do kit de

prototipação MSP430 possui 8 pinos, o número binário enviado é de 8 dígitos, porém só é

necessário a mudança dos últimos 3 números binário para que se configure a chave analógica

(9,10 e 11).

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O conversor digital analógico é o módulo 3, que recebe a saída do kit de prototipação e

converte os dados binários para uma resposta analógica. Nessa etapa apareceram ruídos,

decorrentes possivelmente de acoplamento ou da própria rede, sendo que o conversor DA recebe

tensão positiva (+5V) e tensão negativa (-5V). O problema foi resolvido colocando um capacitor

de 22nF entre a alimentação negativa e o terra do sistema.

O módulo 4 é o filtro passa baixa de 6ª ordem com freqüência de corte (fc) em 45 hz, a

finalidade desse filtro é eliminar qualquer ruído ou sinal indesejável que não pertença ao sinal

original, portanto toda ou qualquer freqüência acima de 45 hz será eliminada. A utilização e

implementação desse filtro foi fácil, porém foi necessário medir com multímetro todos os

resistores, para que a medida estivesse exata, pois os resistores comprados possuem tolerância de

5% ou 10%, ocasionando uma variação não positiva na freqüência de corte. O filtro obteve êxito

em seu objetivo, eliminou todos os ruídos até esse módulo, e principalmente a freqüência 60 hz.

Módulo 5, é a chave analógica, onde também não ocorreram problemas. O detalhe

significativo foi configurar os pinos 9, 10 e 11 que são os pinos que acionam a saída da chave. O

problema foi que a saída P4 do MSP430 é um socket para cabo flat de 16 pinos, e apenas 8 pinos

deste socket são os que fornecem a saída de dados, a posição deles, em ordem de bits mais

significativos é da esquerda para direita e de cima para baixo, por isso que os valores da tabela 4

não são seqüenciais, mas foram configurados para que o bit de nível alto (1) acionasse o pino

9,10 ou 11 conforme a onda que estava sendo enviada os dados do kit do MSP430. Nas saídas da

chave analógica, foram colocados 4 bobinas, uma para cada saída da chave analógico. O objetivo

destas bobinas foi transformar a referência do sinal para uma referência flutuante. A bobina tem

duas entradas e duas saídas, não oferece ganho algum, por isso chama-se bobina 1:1,

componente muito utilizado em equipamentos de telefonia, placas de fax modem e outros

equipamentos. Até esse módulo, o sinal simulado está referenciado ao terra do sistema, ao

colocar a saída da chave analógica na entrada de um dos pinos da bobina e colocar outro p ino de

entrada da bobina no terra, tem-se na saída da bobina um sinal diferencial entre si, mudando

então a referência do sinal, deixando de ser referência ao terra do sistema e passando a ser um

sinal diferencial entre si. Na prática, um sinal de EEG real não possui um “terra”, pode-se dizer

que o terra do corpo humano é uma referência flutuante, no caso do projeto a tentativa de se

fazer um sinal diferencial com referência flutuante foi solucionado com uma simples bobina de

1:1, deixando então o sinal simulado com uma característica muito semelhante ao sinal real de

um EEG.

A atenuação ocorre no módulo 6. Quando o sinal sai do simulador, agora diferencial, sai

das bobinas e passa por um filtro passivo, para eliminar algum ruído que tenha sido gerado pela

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bobina. O módulo 5 finaliza a montagem da caixa que no caso vamos chamar de simulador

(Figura 8.1).

Figura 8.1 – Simulador

O simulador é composto pelos módulos 1, 2, 3, 4, e 5. Pode-se observar, na figura 8.1, que

o simulador possui duas conexões, uma é a saída serial que faz a conexão com o computador e a

outra é uma saída de oito vias, que manda o sinal gerado para a maquete. A ligação do simulador

com a maquete é feita por um cabo blindado (Figura 8.2), para evitar interferências do meio,

quais sejam quaisquer tipos de ruído.

Figura 8.2 – Cabo Blindado

O cabo possui um plug de oito pinos, conectado ao simulador e à maquete. Ele possui 1

metro de comprimento e faz a transferência do sinal simulado para a maquete.

Figura 8.3 – Plug do Cabo Blindado

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A atenuação é feita por divisor resistivo (Figura 8.4). Os sinais de EEG possuem tensão de

100µV, 30µV, 50 µV e 20 µV, sendo possível atenuar o sinal gerado para essas pequenas

tensões, porém não é possível visualizar o sinal, pois a escala máxima de um osciloscópio é de

3mV. Então a atenuação foi feita em menor escala.

Figura 8.4 – Divisor Resistivo

Como exemplo, a onda Alpha que na teoria possui uma amplitude de 20µV a 75µV (Tabela

1), foi simulada com 3mV, para que possa ser mostrada no osciloscópio e comprovada que está

sendo simulada. No caso da onda Alpha, foi utilizado R1= 1M Ώ e R2=1KΏ, uma relação que

daria aproximadamente uma atenuação de 1:100, o que deixaria o sinal Alpha com 3.5mV. Na

Figura 8.4 pode se ver que a onda Alpha está sendo gerada com suas características em

amplitude, percebesse na figura que a amplitude da onda está aproximadamente entre 3mV e

5mV, temos que levar em consideração que a quantidade de ruído presente é originário do

próprio osciloscópio, como a amplitude é muito pequena, todo ou qualquer interferência irá gerar

um ruído para deformar a onda, porém a grande parte dessa deformação no sinal pode ser da

ponta de prova do osciloscópio. Para tentar diminuir as ações de ruídos do meio, o modulo 6

atenuação foi colocada dentro da maquete em pequenas caixinhas de plástico, isolada de dentro

para fora com papel alumínio. A intenção é tentar diminuir ruídos utilizando uma espécie de

gaiola de Faraday, o resultado foi bom, os ruídos foram diminuídos em ate 10%, mas mesmo

assim foi necessário a implementação de mais um filtro passivo na saída da então gaiola de

Faraday para o escalpe da maquete.

O osciloscópio não é um aparelho apropriado para esse tipo de medição, o ideal seria

realmente ter um aparelho de EEG profissional para que se possa ter uma idéia realmente de qual

é a qualidade do sinal que está sendo simulado. Em um aparelho de EEG existem vários filtros e

amplificadores operacionais, que poderiam mostrar sim, o sinal puro, em sua qualidade e

características.

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Figura 8.5 – Onda Alpha no osciloscópio

Finalizando o projeto, tem-se o módulo 7, que trata da distribuição dos sinais no escalpe da

maquete. A maquete (Figura 8.6), trata-se de uma cabeça de manequim, encontrada em qualquer

loja do ramo, que foi dividida nas áreas cerebrais, e que teve colocada placas banhadas de

estanho em alguns pontos, de forma a permitir que o sinal possa ser transmitido para toda a área

da placa.

Figura 8.6 – Maquete vista de frente

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Figura 8.7 – maquete vista de trás

A distribuição foi feita baseando-se em um artigo científico (F. IAIONE, J. L. B.

MARQUES), que mostra o desenvolvimento de um sistema portátil para EEG. O referido artigo

consigna em quais áreas cerebrais aparecem tais ondas e com que freqüência. Partindo de tal

detalhamento confeccionou-se a tabela 5, que detalha qual distribuição foi feita no escalpe da

maquete.

Tabela 3 – Distribuição das ondas no escalpe da maquete

ONDA ÁREA AMPLITUDE FREQUENCIA

ALPHA C4 – Cz 3mV 8 hz ~ 13 hz

BETA O1 – P3 35mV 13 hz ~ 20 hz

DELTA F7 – A1 35mV 0,3 hz ~ 4 hz

THETA Pz – O2 15mV 4 hz ~ 7 hz

FONTE: F. IAIONE, J. L. B. MARQUES

8.2 – Funcionamento do Software

O software obteve êxito em todas as suas operacionalidades. Sua função era a de coordenar

e determinar qual onda deveria ser simulada. O usuário pode escolher qual das 4 (quatro) ondas

simular e assim visualizar na maquete o resultado da simulação. Com relação a programação

podemos dividir o software em dois módulos:

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1. software do usuário (PC).

2. firmware no MSP430.

O módulo 1 é a interface com o usuário, programa que seleciona qual onda deve ser

simulada, e também efetua outras configurações.

Figura 8.8 – Tela principal do software

Na Figura 8.8 percebe-se que no início da tela do programa, existe um plano cartesiano: no

eixo “x “ consta como variável o tempo, expresso em unidade de segundos; e o eixo “y” que

ostenta como variável a tensão e como unidade de medida mV. O software desenha a onda que

está sendo simulada pelo simulador (Figura 8.1) com as características de período e amplitude. A

onda é plotada através da ferramenta do builder tchart, recebendo os dados via conexão serial.

Tem-se na Figura 8.9, na aba “Arquivos” a opção de “ligar Simulador” que leva o firwmare

a começar a receber dados para a onda que deve ser gerada. Por conseqüência a seleção

“Desligar Simulador” faz com que o hardware termine sua rotina de simular ondas de EEG.

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Figura 8.9 – Menu Arquivo do software “Simulador de EEG”

Na figura 8.10, a aba “Conexão”, tem como objetivo configurar dados para a conexão

serial. Na seleção Porta pode se configurar com a “COM” que queria fazer a conexão serial junto

com o simulador (Figura 8.1). Na opção nova, inicia-se uma nova conexão serial, a partir de

então se fecha uma conexão serial entre o computador e o simulador de EEG, e os dados

começam a ser trocados.

Figura 8.10 – Menu Conexão do software “Simulador de EEG”

Logo abaixo, tem-se a figura 8.11, cuja aba “Configuração” tem como finalidade selecionar

qual onda de EEG deve ser simulada (Alpha, Beta, Delta ou Theta).

Figura 8.11 – Menu Configuração do software “Simulador de EEG”

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Por último, a figura 8.12 que na aba “Ajuda” possibilita ao usuário obter informações de

caráter geral: texto sobre como utilizar o software (Utilização), dados sobre as ondas do

simulador (Informação) e a versão do software e seu autor (Sobre).

Figura 8.12 – Menu Ajuda do software “Simulador de EEG”

O módulo 2, que trata do código que está na memória do microcontrolador MSP430 ou

firmware, tem como função gerar dados para que se possa simular uma onda de EEG, com suas

principais características, amplitude e freqüências baixas.

Como dito anteriormente, a amplitude baixa foi conseqüência do módulo 6, de atenuação

na desenvolvimento do hardware. Já as faixas de freqüências nos sinais de EEG, foram

conseguidas através de um somatório de senoides, que já estavam com suas freqüências pré-

definidas. Com isso, mudou-se apenas a quantidade de harmônicos de cada onda, para dar a ela a

característica aleatória. Cada onda possui 256 amostras, o que restringe muito a envoltória de

cada onda, mas, como o microcontrolador é de apenas 8 bits não foi possível simular ondas com

mais amostras do que 256.

8.3 Resultados

Com todo o conjunto montado simulador, (Figura 8.1), maquete (Figura 8.6) e computador

com software instalado, foi possível obter-se os resultados do simulador de EEG. O simulador

(Figura 8.6) é conectado ao computador via porta serial, e é conectado também na maquete

(Figura 8.6) via cabo blindado de 8 vias na parte de trás da maquete (Figura 8.7).

Os resultados para a onda Alpha não atingiram a excelência, como mostrado na tabela 5, a

onda Alpha foi a que obteve a maior atenuação, e por conseqüência a que sofreu maior ação dos

ruídos, tanto do osciloscópio como do meio, na Figura 8.4 fica visível como o ruído distorceu a

visão da onda gerada pelo simulador (Figura 8.1). Porém, no software do simulador o resultado

foi excelente, o programa conseguiu plotar a onda perfeitamente, mostrando assim como deveria

ser a onda sem ruídos ou com ação de alguma interferência.

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Figura 8.13 – Onda Alpha no software “Simulador de EEG”

A montagem para captação da onda Alpha foi feita através das áreas C4 – Cz (tabela 5),

como pode ser visto na figura abaixo.

Figura 8.14 – Captação onda Alpha

Com relação a FFT da onda Alpha, ficou a desejar a visualização no osciloscópio

justamente por causa da quantidade de ruídos que apareceram no sinal. A onda Alpha possui

faixa de freqüência de 8 hz ~ 13 hz, que pode ser observada na figura 8.15 uma pequena

elevação na amplitude nas freqüências dessa faixa.

Figura 8.15 – FFT da onda Alpha

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Na onda Beta e Delta os resultados foram mais satisfatórios, pois a atenuação foi menor e

as ondas ficaram com amplitude de 35mV (Tabela 5). A influência dos ruídos não afetou

significativamente a visualização das ondas no osciloscópio, e por conseqüência a FFT ficou

com melhor visualização, confirmando a tese de que os ruídos que deformaram a onda Alpha

(Figura 8.5) decorreram da má qualidade do osciloscópio e das pontas para essa aplicação. Nas

figuras a seguir percebe-se a envoltória das ondas Beta e Delta parecidas com a do software.

Figura 8.16 – Onda Beta no osciloscópio

Figura 8.17 – Onda Beta no software “Simulador de EEG”

Figura 8.18 – Onda Delta no osciloscópio

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Figura 8.19 – Onda Delta no software “Simulador de EEG”

A montagem para teste das ondas obedeceram a tabela 5, Beta O1 – P3 e Delta F7 – A1.

Figura 8.20 – Captação onda Beta

Figura 8.21 – Captação onda Delta

A FFT, das ondas Beta e Delta, pode ser muito bem visualizada, a elevação nas amplitudes

da faixa de freqüência 13 hz ~ 20 hz demonstra a característica da onda Beta e a elevação nas

amplitudes da faixa de freqüência 0,3 hz ~ 4 hz demonstra a característica da onda Delta. Essa

elevação de amplitude mostra que as ondas que estão no osciloscópio têm predominantemente

essas freqüências, como o eixo x do osciloscópio está no domínio da freqüência e cada divisão

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significa 5 hz, pode-se perceber que as duas ondas estão dentro da faixa de freqüência a que

pertencem.

Figura 8.22 – FFT da onda Beta

Figura 8.23 – FFT da onda Delta

Por último, a onda Theta, foi alterada a amplitude para 15mV, para conseguir uma tensão

menor, mas com qualidade de visualização no osciloscópio. O resultado foi melhor do que o da

onda Alpha, porém apresenta muito ruído e interferência. É muito provável esses ruídos sejam

semelhantes aos que deformaram a onda Alpha. Assim, como explicado anteriormente, se o

procedimento de captação das ondas ocorresse com um aparelho de EEG profissional, os

resultados seriam melhores.

Figura 8.24 – Onda Theta no osciloscópio

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Figura 8.25 – Onda Theta no software “Simulador de EEG”

A montagem para captação da onda Theta foi feita para as regiões Pz – O2, a onda

apresentou a FFT melhor do que o da onda Alpha, sua faixa de freqüência pode ser observada na

figura 8.26.

Figura 8.26 – Captação onda Theta

Figura 8.27 – FFT da onda Theta

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CAPÍTULO 9 - CONCLUSÃO

Apesar da complexidade decorrente da geração de uma onda cerebral artificial, os módulos

desenvolvidos e implementados apresentaram funcionamento satisfatórios, dentro dos limites da

tecnologia disponível para a condução do experimento.

O conjunto, SIMULADOR DE EEG, composto por simulador, maquete e software foi

concluído e funcionou dentro dos parâmetros apresentados no item 9.3. Alguns fatores

influenciaram nos resultados: aparelho não profissional para captação das ondas e a utilização de

alguns dispositivos e componentes em padrões inadequados, face seu alto custo.

Os módulos foram implementados baseando-se em estudos teóricos e em cálculos

formulados em consonância e em decorrência da pesquisa realizada.

Por óbvio que, existem melhoramentos a serem introduzidos no projeto de forma a

propiciar que o simulador se torne um equipamento comercializável ou para que ele tenha sua

capacidade de utilização ampliada (através da implementação de outras ondas - da freqüência da

consciência, e as relacionadas com distúrbios e doenças como Alzheimer , epilepsia e existência

de tumores – por exemplo). Para tanto, faz-se necessário investir em um microcontrolador de

melhor qualidade e com maior poder de processamento e usar componentes com um menor grau

de tolerância e de melhor padrão.

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CAPÍTULO 10 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] Amplificador diferencial, disponível em:

<http://pt.wikipedia.org/wiki/Amplificador_diferencial>. Acesso em: março 2007

[2] COSTA, Richard Douglas D. Latu sensu em sistemas de informação e aplicações

web. Manaus, 2003. Monografia (graduação).

[3] F. BEAR.; et al. Neurociências desvendando o sistema nervoso. Porto alegre:

Artmed, 2. ed., 2002.

[4] F. Iaione, J. L. B. Marques. Desenvolvimento de um sistema portátil para registro

de eletroencefalograma, disponível em http://www.hab2001.sld.cu/arrepdf/00207.pdf. Acesso

em: setembro 2007.

[5] Instrumentação Biomédica – Engenharia Clínica – Deb/Feec – Unicamp, disponível em http://www.fee.unicamp.br/deb/vera/eeg.pdf. Acesso em: abril 2007.

[6] Kit de prototipação MSP430, disponível em:

<http://www.icet.pucpr.br/afonso/Graduacao/MPII/microprocessadoresII.htm>. Acesso em:

junho 2007.

[7] LENT, Roberto. Cem bilhões de neurônios conceitos fundamentais de neurociência.

São Paulo: Atheneu, 2. ed., 2001.

[8] LUFT, Caroline e ANDRADE, Alexandro. A pesquisa com EEG aplicada à área de

aprendizagem motora. Revista Port. Ciência Desportiva., n. 1, vol. 6, p.106-115, jan. 2006.

[9] MSP 430: microcontrolador, disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Msp430>.

Acesso em: março de 2007.

[10] MSP430, disponível em: <www.atomia.net>. Acesso em: abril 2007.

[11] Para entender o eletroencefalograma (E.E.G.), disponível em:

<http://www.ibemol.com.br/silveira/ecg.doc>. Acesso em: abril 2007.

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[12] Pesquisa com EEG, disponível em:

<http://www.laseeb.org/publications/1983/1999-09-SEMNI-P.pdf >. Acesso em: março 2007

[13] PEREIRA, FABIO: Microcontroladores MSP430 – Teoria e pratica, Editora

Família, 1 ed, 2002.

[14] PERTENCE JR., A: Amplificadores Operacionais e filtros ativos: Teoria, projetos,

aplicações e laboratórios. Editora Makron Books, 5 ed, 1996.