Sinais de alarme em desenvolvimento

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    Sinais de alarme em desenvolvimento

    Tipos de alteraes do desenvolvimento

    Factores de risco para alteraes do desenvolvimento

    Sinais de alarme nas diferentes reasrea motora

    A vigilncia do desenvolvimento psicomotor no deve ser separadadas restantes vertentes do crescimento; so duas faces da mesma

    realidade no passveis de serem avaliadas correctamente se no emconjunto (7,8).

    Este trabalho tem como objectivo rever e sistematizar os principaissinais de alarme no desenvolvimento psicomotor nas diferentes idades

    e nas vrias reas.

    Classicamente so descritos trs tipos de alteraes de desenvolvimento:o atraso, a dissociao e o desvio (1).

    O atraso de desenvolvimento consiste num desfasamento entre a

    idade cronolgica da criana e a idade correspondente s aquisiesdemonstradas, que se exprime de um modo mais ou menos uniforme

    em todas as reas. Quanto mais grave o atraso de desenvolvimentoapresentado mais provvel poder demonstrar uma causa orgnica,

    ou seja, em que se comprova uma leso do sistema nervoso central(SNC) (1,4).

    A dissociao refere-se a uma diferena significativa entre as vrias

    reas do desenvolvimento, com uma rea mais gravemente afectada.Exemplos tpicos so crianas que apresentam dificuldades de

    aprendizagem, em que, na maioria das vezes, as reas motoras no estoafectadas ou crianas com paralisia cerebral com atraso significativo nas

    reas motoras e desempenho adequado nas restantes (1,4).

    O desvio subentende a aquisio no sequencial de competnciasnuma ou mais reas do desenvolvimento. Esta perda de sequncia

    poder ter como base alteraes neurolgicas. Por exemplo, um lactenteque, quando traccionado a partir de decbito dorsal, passa para a

    posio de p sem se sentar, pode ter uma hipertonia dos membrosinferiores, relacionada com uma paralisia cerebral (1). Da mesma forma

    uma criana apresentar uma linguagem expressiva muito superior compreenso, traduz claramente um desvio. Este facto pode reflectir

    uma utilizao no comunicativa da linguagem, caracterstica dasperturbaes do espectro do autismo(6).

    Alm dos trs tipos clssicos acima referidos, existem dois tipos a terem conta a paragem e a regresso do desenvolvimento. O primeirorefere-se a ausncia da evoluo normal das aquisies e o segundo

    perda das aquisies j verificadas. So sinais muito preocupantes efrequentemente associam-se a patologia grave do SNC, nomeadamentedoenas neurodegenerativas (4).

    Considera-se que uma criana est em risco quando est ou esteve

    sujeita a certas condies adversas, que se sabe estarem altamente

    correlacionadas com o aparecimento posterior de dfices numaou mais reas do desenvolvimento (4,5,7). H dois grandes grupos de

    factores de risco, biolgicos e ambientais (Quadros 1 e 2). Os diferentes

    factores no so mutuamente exclusivos e frequentemente coincidem

    com alteraes do desenvolvimento.

    No risco ambiental isolado, a criana gentica e biologicamente

    normal, mas est inserida num contexto de privao (4).

    No risco biolgico, passou por situaes com forte potencial para lesaro SNC (5). Em todos os casos, a interveno precoce deve ter como

    objectivo a reduo do impacto dos diferentes factores de risco, atravs

    de intervenes mdicas, teraputicas e socioeducativas.

    Quadro 2 Factores de risco ambiental (2-4)

    Quadro 1 Factores de risco biolgico (2-4)

    Peso de nascimento

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    correlao com as capacidades cognitivas(1,4). A rea motora

    sequencial, pr-programada, dependente da mielinizao do sistemanervoso e expressa o padro evolutivo da espcie. muito poucodependente da etnia, sexo e meio sociocultural (1,9).O atraso de desenvolvimento motor tem especial importncia por sepoder associar a vrias patologias mdicas subjacentes. Estas devem seridentificadas o mais precocemente possvel, tendo em vista a intervenoteraputica adequada e aconselhamento gentico, se pertinente (3,7).Apesar de existir uma grande variao individual na aquisio dos vriosmarcos de desenvolvimento, devem ter-se em mente alguns sinais dealarme, que esto esquematizados nos quadros 3, 4, 5 e 6.Alguns sinais subtis devem ser valorizados mesmo em idades precoces.Aos trs meses, as mos no devem estar fechadas mais de 50% dotempo, podendo isto corresponder a um sinal de paralisia cerebral. Odesenvolvimento de mo dominante antes dos 15 meses pode indicarproblemas neurolgicos subjacentes. Qualquer assimetria na postura

    deve tambm ser valorizada(3,4)

    .Ao avaliar uma criana sob o ponto de vista motor, no podem seresquecidas algumas variantes do normal desenvolvimento. Um dosaspectos mais sujeitos a variao o gatinhar. Estima-se que cercade 4,3% das crianas no chegue a gatinhar, utilizando formasalternativas de deslocao, como sendo os natgrados (deslocaoarrastando a regio gltea) e os plantgrados (palmas e plantasapoiadas no cho), recusando estas crianas outras formas delocomoo mais habituais. Foram elaboradas tabelas de percentis comas aquisies motoras principais pela OMS, atravs da observao decrianas normais, que demonstram a enorme variabilidade que podeexistir nestas aquisies (9).

    rea da audio e linguagem

    Visuomotricidade

    rea do comportamento e interaco social

    A vinculao precoce entre um beb e os seus pais constitui a primeiragrande aquisio em termos sociais e determinante para o emergirde competncias noutras reas, nomeadamente na comunicao (4).Das primeiras vocalizaes at ao estabelecimento de uma linguagemh uma evoluo enorme, em muito seguindo um padro previsvel,com pequenas variaes individuais (10). So consideradas trs fasesdistintas na aquisio da linguagem: as vocalizaes pr-lingusticasno primeiro ano de vida, uma fase de transio no segundo ano de

    vida e a fase de verbalizao no terceiro ano de vida. Esta sequncia previsvel, constitui um processo neuromaturacional, logo vai terimplicaes diagnsticas e prognsticas (1,4).Existem algumas ideias errneas sobre possveis etiologias do atrasode linguagem. Assim, a otite mdia recorrente raramente condicionaatraso de linguagem. Por outro lado, crianas com surdez congnitatipicamente tm um desenvolvimento motor, cognitivo e psicolgiconormal no primeiro ano de vida. Atingem tambm os objectivos emtermos de linguagem nos primeiros 6 a 8 meses (4,11).A regresso ou paragem do desenvolvimento na rea da linguagementre os 18 e os 24 meses especialmente preocupante, sobretudose associada a isolamento social, podendo corresponder aos primeiros

    sinais de perturbao do espectro do autismo (6).As perturbaes da linguagem podem ser variadas, desde problemasde articulao a afasias de expresso ou compreenso, e tm umaincidncia estimada entre 3 a 15% da populao. Dentro das etiologias

    possveis incluem-se anomalias oromotoras (associadas a dificuldadesalimentares), dfice auditivo, atraso global do desenvolvimento eperturbaes do espectro do autismo. Tal como nas restantes reasdo desenvolvimento, o estabelecimento de uma etiologia especficapermite uma interveno mais dirigida e, por isso, mais eficaz (11-13).Ao avaliar uma criana com atraso da linguagem particularmenterelevante verificar se existe tambm atraso noutras reas. Poder-se-preconizar uma atitude expectante apenas abaixo dos 3 anos, seexiste uma boa compreenso verbal, boas capacidades comunicativas,audio normal, restante desenvolvimento normal e histria familiarde atraso da linguagem (11). O atraso isolado da linguagem pode serconsiderado uma variante do normal, atingindo cerca de 10 a 15%das crianas e, em regra, existe linguagem funcional antes dos 4 anose normal aos 5. A gaguez fisiolgica tambm muito frequente,existindo em 3% das crianas entre os 2 e os 4 anos. Consiste numdiscurso interrompido, fraccionado, sem que coexista atraso da

    linguagem, em que na larga maioria dos casos se assiste a resoluoespontnea (1,11,12). Pelo contrrio, so indicadores de gaguez patolgicatenso facial significativa a acompanhar o discurso, prolongamentode alguns sons durante mais do que alguns segundos, tentativa defalar sem que seja emitido qualquer som, tom mais agudo da voz aogaguejar, coexistncia de tiques, gaguejo em mais de 10% das palavrasou atitude de evico de comunicao. Outros factores de risco incluemhistria familiar de gaguez ou persistncia de gaguez durante mais dedoze meses (1,11).

    A visuomotricidade refere-se s competncias de resoluo de problemasque envolvam as mos e membros superiores e a sua coordenao coma viso (1). o resultado final da inter-relao entre viso, motricidade efunes cognitivas, pelo que dfices em qualquer uma destas capacidadesinterferem com o desenvolvimento das competncias visuomotoras. uma rea particularmente importante, por ser a que apresenta maiorcorrelao com a inteligncia no verbal (1,4). Desde idades muito precoces,as aquisies visuais que envolvem sequenciao e discriminao (alertavisual, fixao e perseguio visual) so fortemente preditivas do tipode desempenho futuro. tambm atravs do desenvolvimento decompetncias nesta rea que se vai iniciar a imitao e o jogo simblico,

    importantes como forma de desenvolvimento cognitivo e tambm deestabelecimento de relaes sociais (1,14,15).Em lactentes e crianas pequenas estas capacidades so avaliadas pelaobservao da interaco da criana com pequenos objectos (cubos,puzzles, brinquedos). Na idade escolar, os testes de desenho quetraduzem percepo visual e organizao espacial, apresentam umaboa correlao com capacidades intelectuais e eventuais distrbios da

    aprendizagem acadmica (4,14).

    A relao entre a criana e os pais durante os primeiros anos devida condiciona as suas futuras interaces e a forma como se va si prpria. , por isso, a base do seu modo de funcionamento emsociedade e determinante para o seu equilbrio emocional. O padrode comportamento social tem influncia reduzida de factores biolgicos,

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    Sinais de alarme por idades e por rea

    estando sobretudo dependente do ambiente em que a criana estinserida (1,4,6).Infelizmente, em muitos casos este equilbrio posto em causa muitoprecocemente, tanto por patologia inerente prpria criana comopor problemas referentes aos pais. Vrios factores ambientais podem

    influenciar negativamente o desenvolvimento, tais como meios socialmentedesfavorecidos, depresso materna, conflitos conjugais e outros (2).A vinculao ao prestador de cuidados constitui a base a partir da qualas futuras interaces vo ser estabelecidas. Dever estar bem patenteentre os 12 e os 14 meses, caracterizando-se por um comportamentode aproximao, ansiedade de separao e medo de estranhos(4,6). A consulta de vigilncia um local propcio para observar estadesconfiana perante estranhos e situaes novas. O contacto ocularpobre ou choro inconsolvel mesmo quando confortado pelos pais,so sinais de alarme em qualquer idade. A agressividade excessiva,

    Quadro 3 Sinais de alarme no 1 semestre

    Quadro 4 Sinais de alarme no 2 semestre

    Idade

    Idade

    Postura e motricidade global

    Postura e motricidade global

    Visuomotricidade

    Visuomotricidade

    Audio e linguagem

    Audio e linguagem

    Comportamento e adaptao social

    Comportamento e adaptao social

    1 ms

    3 ms

    6 ms

    9 ms

    12 ms

    Ausncia de tentativa de controlo da cabea naposio sentada

    Hiper ou hipotonia na posio de p

    No controla a cabea

    Mos persistentemente fechadas

    Membros rgidos em repouso

    Pobreza de movimentos

    Ausncia de controlo da cabea

    No se senta com apoio

    Membros inferiores rgidos e passagem directa posio de p quando se tenta sentar

    No apoia os ps no cho

    Mantm reflexo de extruso

    Postura muito rgida ou muito moleAssimetrias

    No se senta sem apoioNo estende os braos

    No levanta a cabea

    Sentado no usa as mos para brincar

    No rola de decbito ventral

    Permanece sentado e imvel sem procurarmudar de posio

    Assimetrias

    No se consegue levantar sozinho

    No gatinha (ou forma equivalente)

    No aguenta o peso nas pernas

    Permanece imvel, no procura mudar de posio

    Assimetrias

    No transfere objectos de uma mopara a outra

    Sem preenso palmar, no levaobjectos boca

    Engasga-se com facilidade

    Estrabismo

    No usa gestos simples: apontar,abanar a cabea

    No bate dois objectos um no outro

    No tem permanncia do objecto

    No aponta para objectosNo pega nos brinquedos ou f-locom uma s moNo mastiga

    No reage aos sonsVocalizamonotonamente ouperde a vocalizao

    Sobressalto aomenor rudo. No diznenhuma palavraNo responde voz

    ApticoNo distingue familiares

    No faz gestos simples comodizer adeus ou abanar a cabea

    Nunca segue a facehumana

    No faz contacto ocular

    No fixa nem segueobjectos

    No segue objectos

    No agarra objectos (comas duas mos)

    Estrabismo manifesto econstante

    No vira a cabea ouolhos para o som (vozhumana)

    Sobressalto ao menorrudo

    No responde vozNo responde ao seunome

    No vocaliza

    No se mantm em situao de alertanem por breves perodos.

    No sorri

    Chora e grita quando se lhe toca

    No gosta de estar ao colo de ningumIrritabilidade, inconsolvel

    No sorri, d gargalhadas ou tentachamar a ateno do adulto

    Desinteresse pelo ambiente

    movimentos repetitivos e falta de interesse nas pessoas constituemtambm sinais preocupantes (6).A interaco social a smula de todas as reas do desenvolvimento:depende de capacidades motoras adequadas, capacidade de resoluode problemas e linguagem apropriada (1).

    Em crianas e adolescentes com atraso global do desenvolvimento, asaquisies nesta rea tm um particular interesse porque determinamo comportamento adaptativo presente e reflectem a capacidade deviver em sociedade (7).Nesta rea esto compreendidos alguns sinais de alarme paraperturbaes do espectro do autismo, que devem ser valorizadasprecocemente, alguns a partir do 1 ano de vida falta de reciprocidade

    afectiva, inexistncia de sorriso social e vontade de partilhar afectos,

    predomnio de afectos negativos e pouco interesse na comunicao (6).

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    Sinais de alarme em desenvolvimento

    Quadro 5 Sinais de alarme no 2 e 3 ano

    Quadro 6 Sinais de alarme no 4 e 5 ano

    Idade

    Idade

    Postura e motricidade global

    Postura e motricidade global

    Visuomotricidade

    Visuomotricidade

    Audio e linguagem

    Audio e linguagem

    Comportamento e adaptao social

    Comportamento e adaptao social

    18 ms

    24 ms

    36 ms

    48 ms

    60 ms

    No anda sem apoio

    No se pe em p

    Anda sempre na ponta dos ps

    No consegue empurrarbrinquedos grandes

    No puxa bonecos por um fio

    No anda

    No sobe escadas

    Quedas frequentes

    Dificuldades em subir escadas

    No se equilibra num s p

    No atira uma bola

    No salta em ps juntos

    No anda de triciclo

    No pega nenhum objecto entre opolegar e o indicador

    No tira objectos de caixas

    Deita os objectos fora

    Leva os objectos sistematicamente boca

    Estrabismo

    Deita os objectos fora

    No constri nada

    No constri torre de mais de 4 cubos

    Dificuldade em manipular objectospequenos

    No copia uma linha

    No copia o crculo

    No pega correctamentenum lpis

    Estrabismo ou suspeita dedfice visual

    No consegue andar numalinha

    No copia uma cruz

    Estrabismo ou suspeita dedfice visual

    Usa menos de 3 palavras comsignificado

    No responde quando ochamam

    No vocaliza espontaneamente

    No faz frases de 2 palavras

    No parece compreender o quese lhe diz

    No pronuncia palavras

    inteligveisEstrabismo

    No faz frases simples

    No compreende ordens simples

    Discurso em grande parteininteligvel

    No diz frases com trs ou maispalavras

    No usa pronomes pessoais

    No usa preposies

    Linguagem incompreensvel,substituies fonticas, gaguez

    No segue ordens com dois passos

    No usa frases gramaticalmentecorrectas.

    Linguagem incompreensvel,substituies fonticas, gaguez

    No percebe qual a funo de objectossimples (colher, telefone, bola)

    No se interessa pelo que o rodeia

    No estabelece contacto ocular

    No segue instrues com um passo

    No se interessa pelo que est em seuredor

    No estabelece contacto ocular

    No procura imitar

    No tem jogo imaginativo com outrascrianas

    Dificuldade extrema em separar-se dame ou prestador de cuidados

    Ignora ou no responde a crianas ou a pessoasfora da famlia

    Sem interesse no jogo imaginativo

    Resiste ao vestir, dormir ou usar o WC

    Crises de fria

    Hiperactivo, distrado, difcil concentrao

    Excessivamente medroso, tmido ou agressivo

    No consegue separar-se dos pais

    No se interessa em brincar com outras crianasou usar imaginao e imitao no jogo

    No responde aos adultos

    Hiperactivo, distrado, difcil concentrao

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    Concluso

    O rastreio dos problemas de desenvolvimento parte integrante da

    vigilncia de sade infantil e juvenil e cabe ao mdico assistente

    verificar nas vrias idades as aquisies nas diferentes reas. A

    crescente preocupao dos mdicos que fazem acompanhamento de

    crianas em ambulatrio tem vindo a ter repercusses positivas no

    seu encaminhamento para centros de referncia. A identificao de

    sinais de alarme, em crianas com ou sem factores de risco conhecidos,

    facilitar o diagnstico e a interveno atempada nas perturbaes do

    desenvolvimento.

    A avaliao do desenvolvimento deve iniciar-se por uma anamnese

    cuidada, valorizando sempre as preocupaes expressas pelos

    prestadores de cuidados. De seguida, dever-se- proceder observao

    da criana, quer atravs da sua actividade espontnea e brincar,

    quer pela aplicao de testes simples de rastreio. A avaliao do

    desenvolvimento constitui uma parte importante da observao da

    criana, so duas vertentes a serem encaradas globalmente. O exame

    objectivo, incluindo exame neurolgico, indispensvel, podendo

    alertar para patologias que possam estar na gnese de alteraes do

    desenvolvimento.

    Durante todo este processo de avaliao, a excluso de dfices

    sensoriais dever ser prioritria, sobretudo se se verificarem alteraes

    do desenvolvimento.

    A identificao de sinais de alarme deve ter como consequncia

    uma reavaliao mais cuidada e com um intervalo de tempo inferior

    ao habitualmente previsto. Caso as preocupaes se confirmem,

    fundamental o envio a uma consulta especializada de referncia.

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