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Trabalho de conclusão de curso de Pós Graduação na UFRJ em Turismo, que apresenta o objetivo investigar as regras e princípios da sinalização turística viária brasileira com base na análise da legislação pertinente e averiguar, a partir de um estudo comparativo, se as determinações elencadas na lei estão sendo aplicadas na sinalização turística do Rio de Janeiro, tomando como amostra um trajeto de Copacabana até o Pão de Açúcar. O resultado dessa pesquisa visa mostrar em quais pontos estão os erros e acertos da sinalização turística na cidade, contribuindo para o acervo existente sobre o assunto e servindo como material de consulta e informação para as pessoas que desejam esclarecimentos mais profundos sobre o tema.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE ECONOMIA
PS-GRADUAO EM TURISMO: ECONOMIA, GESTO E CULTURA
TURMA 02
SINALIZAO TURSTICA VIRIA NO RIO DE
JANEIRO: REGRAS, PRINCPIOS E CONDIES
ATUAIS
CAROLINA LOPES PEREIRA
ORIENTADOR (A): Prof. Renato Gonzalez Medeiros
NOVEMBRO 2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE ECONOMIA
PS-GRADUAO EM TURISMO: ECONOMIA, GESTO E CULTURA
TURMA 02
SINALIZAO TURSTICA VIRIA NO RIO DE
JANEIRO: REGRAS, PRINCPIOS E CONDIES
ATUAIS
__________________________________
CAROLINA LOPES PEREIRA
BANCA EXAMINADORA
______________________________________ PROF. RENATO GONZALEZ MEDEIROS ORIENTADOR
______________________________________ PROF.
______________________________________ PROF.
NOVEMBRO 2014
As opinies expressas neste trabalho so de exclusiva responsabilidade da autora
AGRADECIMENTOS
Agradeo minha famlia pelo apoio, amor e compreenso sem fim.
Ao meu orientador, professor Renato G. Medeiros, que me ajudou a ver a luz em meio escurido.
E por ltimo, mas no menos importante, a Deus, por me iluminar tanto ao longo do caminho.
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo investigar as regras e princpios da sinalizao turstica viria brasileira
com base na anlise da legislao pertinente e averiguar, a partir de um estudo comparativo, se as determinaes
elencadas na lei esto sendo aplicadas na sinalizao turstica do Rio de Janeiro, tomando como amostra um
trajeto de Copacabana at o Po de Acar. O resultado dessa pesquisa visa mostrar em quais pontos esto os
erros e acertos da sinalizao turstica na cidade, contribuindo para o acervo existente sobre o assunto e servindo
como material de consulta e informao para as pessoas que desejam esclarecimentos mais profundos sobre o
tema.
Palavras-Chave: Brasil. Sinalizao Turstica. Rio de Janeiro. Regras. Princpios.
ABSTRACT
This study aims to investigate the rules and principles of the Brazilian road touristic signage based on the
analysis of relevant legislation and find out, from a comparative study, if determinations that are listed in the law
are being applied in the touristic signaling of Rio de Janeiro, taking as sample a path from Copacabana to Sugar
Loaf. The result of this research aims to show in which points are the mistakes and successes in the tourist
signage in the city, contributing to the existing acquis on the subject and serving as a consultation and
information material for people who want deeper insights on the topic.
Key-Words: Brazil. Tourist Signalling. Rio de Janeiro. Rules. Principles.
LISTA DE ILUSTRAES
Figura 1 - Elementos da placa de sinalizao turstica .......................................................................................... 21
Figura 2 - Exemplo de fontes usadas nas placas. ................................................................................................... 22
Figura 3 - Sequncia das informaes ................................................................................................................... 27
Figura 4 - Sequncia de colocao de setas. .......................................................................................................... 27
Figura 5 - Exemplos de pictogramas usados na sinalizao turstica. ................................................................... 29
Figura 6 - Modificaes das representaes grficas atravs do tempo ................................................................ 30
Figura 7 - Pictogramas antigos (linha superior) e atuais (linha inferior) ............................................................... 30
Figura 8 - Roteiro que ser utilizado para estudo comparativo ............................................................................. 32
Figura 9 - Rota mapeada com a localizao das placas ......................................................................................... 33
Figura 10 - Localizao da primeira sinalizao turstica encontrada no percurso ............................................... 34
Figura 11 - Localizao da segunda sinalizao turstica encontrada no percurso ................................................ 35
Figura 12- Localizao da terceira sinalizao turstica encontrada no percurso .................................................. 36
Figura 13 - Localizao da quarta sinalizao turstica encontrada no percurso ................................................... 37
Figura 14 - Localizao da quinta e sexta sinalizaes tursticas no percurso ...................................................... 38
Figura 15 - Localizao da stima sinalizao turstica encontrada no percurso .................................................. 39
Figura 16 - Localizao da oitava sinalizao turstica encontrada no percurso ................................................... 40
Figura 17 - Localizao da nona sinalizao turstica encontrada no percurso ..................................................... 41
Figura 18 - Localizao da dcima sinalizao turstica encontrada no percurso ................................................. 42
Figura 19 - Exemplos de placas de orientao de destino durante a Copa das Confederaes ............................. 46
Figura 20 - Exemplos de placas de orientao de destino durante a Copa do Mundo de 2014 ............................. 47
Figura 21 Placa com erro de traduo em Braslia. ............................................................................................ 47
Figura 22 - Placas de sinalizao turstica durante as Olimpadas de 2012 em Londres ....................................... 48
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Perfil da demanda turstica internacional do Rio de Janeiro ................................................................ 16
Tabela 2- Caractersticas das placas de identificao de atrativo turstico ............................................................ 24
Tabela 3- Caractersticas das placas indicativas de distncia de atrativo turstico ................................................ 24
Tabela 4 - Caracterstica das placas de Pr-sinalizao ......................................................................................... 25
Tabela 5 - Caractersticas das placas de confirmao de sada .............................................................................. 25
Tabela 6 - Caractersticas das placas de confirmao em frente ........................................................................... 26
Tabela 7 - Caractersticas das placas de posicionamento na pista ......................................................................... 26
Tabela 8- Investigao comparativa da primeira sinalizao turstica encontrada no percurso ............................ 34
Tabela 9 - Investigao comparativa da segunda sinalizao turstica encontrada no percurso ............................ 35
Tabela 10 - Investigao comparativa da terceira sinalizao turstica encontrada no percurso ........................... 36
Tabela 11 - Investigao comparativa da quarta sinalizao turstica encontrada no percurso ............................. 37
Tabela 12 - Investigao comparativa da quinta e sexta sinalizaes tursticas encontrada no percurso .............. 38
Tabela 13 - Investigao comparativa da stima sinalizao turstica encontrada no percurso............................. 39
Tabela 14 - Investigao comparativa da oitava sinalizao turstica encontrada no percurso ............................. 40
Tabela 15 - Investigao comparativa da nona sinalizao turstica encontrada no percurso ............................... 41
Tabela 16 - Investigao comparativa da dcima sinalizao turstica encontrada no percurso ........................... 42
NDICE
INTRODUO .................................................................................................................................................... 10
CAPTULO I - A SINALIZAO TURSTICA NO BRASIL ........................................................................ 15
I.1 GUIA BRASILEIRO DE SINALIZAO TURSTICA ............................................................................................ 17
I.2 INSTRUMENTO DA SINALIZAO TURSTICA .................................................................................................. 18
I.2.1 Caractersticas das placas de sinalizao vertical indicativas no turismo ........................................... 19
I.3 SINALIZAO TURSTICA PARA VECULOS MOTORIZADOS ............................................................................ 20
I.3.1 Composio das placas ......................................................................................................................... 20 I.3.2 Tipos de placas ...................................................................................................................................... 24
I.4 PICTOGRAMAS .............................................................................................................................................. 28
I.4.1 Histrico ................................................................................................................................................ 28 I.4.2 Caractersticas ...................................................................................................................................... 29
CAPTULO II - AS CONDIES DA SINALIZAO TURSTICA NO RIO DE JANEIRO ................... 31
II.1 ROTA SELECIONADA PARA ESTUDO ............................................................................................................. 32
II.2 INVESTIGAO COMPARATIVA ..................................................................................................................... 33
II.2.1 Primeira placa ..................................................................................................................................... 34 II.2.2 Segunda placa ...................................................................................................................................... 35 II.2.3 Terceira placa ...................................................................................................................................... 36 II.2.4 Quarta placa ........................................................................................................................................ 37 II.2.5 Quinta e sexta placas ........................................................................................................................... 38 II.2.6 Stima placa ......................................................................................................................................... 39 II.2.7 Oitava placa ......................................................................................................................................... 40 II.2.8 Nona placa ........................................................................................................................................... 41 II.2.9 Dcima placa ....................................................................................................................................... 42
CAPTULO III - MEGA EVENTOS E SINALIZAO TURSTICA ............................................................ 43
III.1 SINALIZAO COMPLEMENTAR ................................................................................................................... 43
III.1.1 Caractersticas .................................................................................................................................... 44 III.1.2 Copa das Confederaes .................................................................................................................... 46 III.1.3 Copa do Mundo .................................................................................................................................. 47 III.1.4 Olimpadas ........................................................................................................................................... 48
CONCLUSO ..................................................................................................................................................... 50
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ............................................................................................................... 52
10
INTRODUO
A questo da sinalizao turstica tema de grande relevncia e merecedora de
ateno e estudo. Utilizada para indicar aos usurios sobre a localidade e existncia de
determinados atrativos tursticos, a sinalizao turstica deve ser dotada de qualidade e estar
de acordo com os padres existentes.
Quando proporcionamos meios atravs dos quais os visitantes possam se orientar e se
locomover com facilidade e independncia em nossa cidade, estamos colocando em prtica o
bom acolhimento, parte primordial da hospitalidade.
A palavra hospitalidade vem do Latim hospitalitate e significa o ato de hospedar,
qualidade de quem hospitaleiro, de quem oferece bom acolhimento (MICHAELIS, 2012).
Portanto, a hospitalidade acontece no encontro daquele que recebe com aquele que recebido
em um determinado espao. No turismo, ser hospitaleiro receber bem o turista, mas no raro
esse ato atribudo somente ao setor de hotelaria (SEVERINI, 2013).
O conceito de hospitalidade no turismo no se restringe somente s empresas que
oferecem servio de hospedagem. Atualmente, existe um eixo terico afirmando que o
processo da hospitalidade acontece em tempos e espaos muito mais abrangentes do que
inicialmente se imagina: estudos apontam que a temtica sobre hospitalidade est ganhando
uma viso mais abrangente (LASHLEY; LYNCH; MORRISON, 2005 apud LOHMANN;
NETTO, 2012). Sobre esse assunto:
[...] a hospitalidade em si um fenmeno muito mais amplo, que no se restringe oferta, ao visitante, de abrigo e alimento, mas sim ao ato de acolher, considerado em
toda a sua amplitude. Envolve um amplo conjunto de estruturas, servios e atitudes
que, intrinsecamente relacionados, proporcionam bem-estar [...] (CRUZ, 2002, p.39)
Assim sendo, podemos inferir que o conceito de hospitalidade se expandiu,
extrapolando os limites das atividades de prestao de servios relacionadas com o turismo
(alojamentos hoteleiros, transportadores, restaurantes e similares, diverso e entretenimento,
agncias de viagens e locadoras) e se estabelecendo na relao entre o gestor pblico,
representando o anfitrio, e a sociedade civil, no papel de hspede. (FERRAZ, 2013).
Ao investir em infraestrutura, melhorando as condies de estradas, segurana e
sinalizao do destino, o poder pblico est contribuindo para a satisfao do visitante,
11
aumentando a sua percepo de estar sendo bem recebido (DALPIAZ). A esse esforo do
governo em preparar o pas para receber o turista de maneira satisfatria d-se o nome de
hospitalidade pblica (CAMARGO apud LOHMANN; NETTO, 2012).
A hospitalidade pblica , portanto, aquela proporcionada pelo destino atravs da
estrutura oferecida aos seus visitantes, [...] podendo ser entendida tanto no cotidiano da vida
urbana que privilegia os residentes como na dimenso turstica (CAMARGO apud
LOHMANN; NETTO, 2012).
Isso faz com que a linguagem dos smbolos seja determinante no dia a dia de uma
cidade. Quando mal feitas, as indicaes tursticas da localidade se mostram ineficientes na
tarefa de orientar, auxiliar e direcionar os visitantes, contribuindo para a possibilidade de eles
se perderem em um lugar que pouco conhecem. E esse tempo perdido se traduz em dano
irreparvel, visto que essas horas preciosas poderiam estar sendo despendidas no contato com
o ambiente visitado. Neste sentido:
Em cidades bem identificadas, o estrangeiro sente-se acolhido, bem recebido, sabe aonde tem que ir, encontra o que procura sem perda de tempo, passeia
descompromissado e pode se dedicar contemplao sem risco de se perder. A
informao nesse caso assemelha-se ao dom. Oferecer e receber uma informao
um mecanismo de hospitalidade [...] (GRINOVER, 2006, p.32).
A sinalizao feita de maneira correta determinante para a sensao de segurana do
turista, que se sente confiante para se deslocar at os locais que deseja visitar. Atravs das
placas, ocorre uma comunicao que deve ser a mais ampla possvel, facilitando a circulao
do turista independente de onde ele veio.
Com vistas a atender essa necessidade, o Ministrio do Turismo, em seu Guia
Brasileiro de Sinalizao Turstica (GBST), ensina a maneira de elaborar um projeto de
sinalizao, apresentando definies, estratgias e princpios de orientao turstica, quais
sejam:
1. LEGALIDADE: a sinalizao deve cumprir o que est estabelecido no Cdigo
Brasileiro de Trnsito (DETRAN) e nas Resolues do Conselho Nacional de
Trnsito CONTRAN.
2. PADRONIZAO: deve seguir um padro prefixado em relao a formas e cores dos
sinais, letras, tarjas, setas e pictogramas; aplicao - situaes idnticas sinalizadas
da mesma forma; colocao na via ou nas localidades.
12
3. VISIBILIDADE, LEGIBILIDADE E SEGURANA: deve estar localizada a uma distncia
que permita a tomada de deciso em tempo suficiente para evitar hesitao e
manobras bruscas; o trajeto selecionado deve ser de fcil compreenso pelos
usurios; as peculiaridades dos locais devem ser resguardadas.
4. SUFICINCIA: deve permitir fcil percepo do que realmente importante, com
quantidade de sinalizao compatvel com a necessidade.
5. CONTINUIDADE E COERNCIA: as mensagens devem estar por todo o percurso at o
destino pretendido, garantindo preciso e confiabilidade.
6. ATUALIDADE E VALORIZAO: deve estar adequada e atualizada de acordo com a
realidade presente, evitando desinformaes sucessivas.
7. MANUTENO E CONSERVAO: estar sempre conservada, limpa, bem fixada,
visvel e, quando for o caso, corretamente iluminada.
A proposta desse trabalho averiguar se a sinalizao turstica est sendo feita de
acordo com os princpios acima, tomando como rea de estudo um trecho que tem origem em
Copacabana at o Po de Acar.
Copacabana foi escolhido como ponto de partida por ser o bairro mais famoso do Rio
de Janeiro no mundo. Atualmente com cem quarteires divididos em 78 ruas, cinco avenidas,
seis travessas e trs ladeiras, numa rea de 7,84 quilmetros quadrados (ODONNELL, 2013,
p.13), o bairro surgiu com a construo do tnel velho em julho de 1892, poca em que sua
ocupao era baixa (composta em sua maioria por pescadores), as habitaes se resumiam a
algumas chcaras e seus acessos se limitavam a ruas precrias (VELHO, 1999).
Na dcada de 20, a construo da Avenida Atlntica impulsionou o crescimento do
bairro, atraindo a edificao de casas e prdios (HUVEN, 2012). A inaugurao do Hotel
Copacabana Palace em 1923 trouxe ao bairro prestgio internacional, surgindo como smbolo
de afluncia e ajudando a consolidar o Rio de Janeiro como destino turstico (VELHO, 1999).
Sua praia em formato de meia lua, com quiosques, ciclovia e bicicletrios,
frequentada tanto de dia quanto noite. Em conjunto com a aura bomia e cosmopolita de
suas ruas, a princesinha do mar atrai uma grande quantidade de turistas todos os anos, que
lotam os meios de hospedagem oferecidos no bairro nas pocas de Rveillon e
Carnaval (ABIH-RJ, 2010).
13
Uma pesquisa realizada mostrou que o ndice de ocupao dos hotis de Copacabana
para o Rveillon de 2014 foi de 65%, enquanto que o ms de maro desse ano, perodo de
Carnaval, registrou 75,7% de ocupao dos hotis do bairro (ABIH-RJ, 2013, 2014). Vale
ressaltar que Copacabana possui a maior concentrao hoteleira do Rio de Janeiro, com mais
de 80 hotis (LIMA, 2008).
O ponto de chegada, por sua vez, foi escolhido por ser um dos cartes postais mais
visitados do Rio de Janeiro. Inaugurado em 1912, o bondinho do Po de Acar parada
obrigatria para quem visita a capital, sendo um dos mais importantes cones do turismo
carioca e uma marca registrada da cidade (MUNICPIO DO RIO DE JANEIRO, 2010).
Seu nome, de acordo com o historiador Vieira Fazenda, foi dado pelos portugueses na
poca urea do cultivo da cana de acar no pas, nos sculos XVI e XVII. Nesse tempo, os
blocos de acar eram exportados em uma forma cnica de barro, denominada po de acar.
A semelhana entre a forma e o morro carioca teria feito com que os portugueses o
chamassem assim. O penhasco teve muitos nomes no decorrer do tempo, mas foi somente a
partir da segunda metade do sculo XIX que o nome Po de Acar generalizou-se
(BONDINHO).
Construdo, operado e mantido pela Companhia Caminho Areo Po de Acar, o
bondinho tem a capacidade de transportar at 65 passageiros em cada viagem, que acontecem
a cada vinte minutos. O passeio constitudo por dois trechos: o primeiro tem incio na Praia
Vermelha com destino ao Morro da Urca e o segundo parte do Morro da Urca em direo ao
Po de Acar. Cada viagem dura trs minutos, com a velocidade mxima de
21,6 quilmetros por hora no primeiro percurso e 36 quilmetros por hora no segundo
(BONDINHO).
O mirante do Po de Acar oferece uma viso de 360 graus do Rio de Janeiro: de l,
pode-se avistar a Baa de Guanabara e a Enseada de Botafogo. O atrativo conta ainda com
uma rea gastronmica e de lazer chamada Espao Baa de Guanabara; um anfiteatro com
arquibancada para 700 pessoas; um espao de eventos coberto com trs plataformas circulares
chamado Discos, com capacidade para at 350 pessoas; uma exposio dos bondes das duas
geraes anteriores na Praa dos Bondes e um espao cultural a cu aberto chamado Cocuruto
(BONDINHO).
Isto posto, o estudo ser desenvolvido a partir de pesquisas bibliogrficas a artigos,
livros, monografias, teses e dissertaes sobre o tema, alm de uma investigao comparativa
14
com base no registro da sinalizao disponvel ao longo do percurso determinado. Ser
composto de trs captulos.
O primeiro captulo abordar as leis que regem a sinalizao turstica no Brasil,
acompanhado de uma anlise aprofundada dos detalhes das placas utilizadas.
O segundo captulo versar sobre a investigao comparativa das placas de sinalizao
turstica encontradas no trecho escolhido de Copacabana para o Po de Acar, averiguando
se a sinalizao atual est de acordo com os princpios e regras estipulados na legislao.
No terceiro captulo, veremos como realizada a sinalizao turstica em poca de
grandes eventos, como foi feito durante a Copa das Confederaes e a Copa do Mundo e o
que est sendo planejado para as Olimpadas.
E por ltimo, teremos a concluso do trabalho.
15
CAPTULO I - A SINALIZAO TURSTICA NO BRASIL
No h como falar em turismo sem deslocamento. Para que a atividade turstica
ocorra, necessrio que esse movimento de um ponto para outro acontea. No por acaso, o
dicionrio Michaellis de Lngua Portuguesa define o turismo como a prtica esportiva de
locomoo, por mero recreio ou prazer de viajar (MICHAELIS, 2012).
Fica claro, a partir dessa definio, que se trata de locomoo entre o local de moradia
do indivduo e o lugar de visitao. Entretanto, essa movimentao compreende somente uma
parte da experincia de viajar. Explorar os pontos tursticos do lugar onde se encontra ponto
de extrema importncia e justifica todo o caminho percorrido.
Para que a locomoo no destino visitado seja satisfatria, e consequentemente a
prpria experincia da viagem como um todo, se faz necessrio o uso correto da comunicao
visual voltada para o turismo. Nesse sentido:
[...] o turismo realizado quando o turista utiliza a infraestrutura turstica, alm da infraestrutura bsica e de apoio da cidade, dos servios e principalmente a visitao
aos atrativos tursticos. E isso, contribui para o fomento da atividade turstica e
tambm a satisfao dos visitantes por usufruir de um sistema bem estruturado de
informaes tursticas (SILVA; MELO, 2012, p.133).
Partindo do princpio de que a sinalizao turstica tem a finalidade de possibilitar um
deslocamento descomplicado, podemos depreender que um planejamento adequado nessa
direo contribui para o desenvolvimento local dos destinos tursticos, na medida em que
prov informaes de maneira correta e eficiente aos turistas, garantido que eles cheguem aos
lugares pretendidos, gerando riqueza para o local atravs dos gastos que esse movimento
implica (SILVA; MELO, 2012).
importante que o conjunto de informaes tursticas disponibilizado seja de fcil
compreenso tanto para as os viajantes nacionais quanto para os estrangeiros, apresentando
como principal caracterstica uma comunicao abrangente. Segundo a Organizao Mundial
do Turismo (OMT, 2003, p. 4) [...] os signos e smbolos tursticos devem expressar seu
significado na linguagem mais universal e simples possvel.
Entende-se como signos e smbolos tursticos tudo aquilo que compem a sinalizao
turstica, compreendendo [...] todo sinal grfico [...] que promova a correta orientao do
16
usurio/turista dentro de uma destinao ou equipamento turstico (CARNEIRO, 2001 apud
BRITTO, 2008).
Com o intuito de avaliar o desempenho do pas em relao aos servios e
equipamentos tursticos, o Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR) realiza anualmente
o Estudo da Demanda Turstica Internacional. As informaes apuradas no ltimo documento
disponibilizado no site do rgo mostram que no ano de 2012, dentre os itens de
infraestrutura, a sinalizao turstica est entre os piores avaliados, ficando na frente somente
da telecomunicao (BRASIL, 2013).
A tabela abaixo, retirada do documento, nos mostra o comparativo geral entre os itens
supracitados:
Tabela 1 - Perfil da demanda turstica internacional do Rio de Janeiro Fonte: BRASIL, 2013.
A realidade que a sinalizao turstica do Rio de Janeiro vem sendo questionada h
tempos pelos cariocas e pelos turistas. Os problemas apontados incluem placas escondidas, de
cores e formas diferentes e somente em portugus (PONTES, 2013).
No raro, turistas so vistos no Centro do Rio tentando se localizar atravs de seus
prprios mapas, perdidos diante da falta de orientao adequada ou da total ausncia de
direo.
Em entrevista ao jornal O Globo, Alfredo Lopes, presidente da Associao Brasileira
de Indstria de Hotis (ABIH-RJ), afirmou que a sinalizao ineficaz est em terceiro lugar
nas maiores reclamaes dos turistas que visitam o Rio de Janeiro (PONTES, 2013).
Em 2013, a Prefeitura, em parceria com o Ministrio do Turismo, anunciou que
liberaria cerca de R$ 15 milhes para investir em um novo modelo de sinalizao turstica no
17
Rio de Janeiro, que previa a instalao de 500 placas e mapas em diversos pontos da cidade,
aos moldes do que utilizado nas maiores metrpoles do mundo, como Nova York e Londres
(PONTES, 2013).
Com o objetivo orientar os entes da federao brasileira quanto a melhor maneira de
instaurar uma sinalizao turstica adequada, fazendo com que os turistas consigam se
locomover com independncia e autonomia, foi elaborado um manual de regras intitulado
Guia Brasileiro de Sinalizao Turstica, o qual veremos mais detalhadamente a seguir.
I.1 Guia Brasileiro de Sinalizao Turstica
A sinalizao turstica no Brasil foi regulamentada em 1994, e est contida no anexo II
do Cdigo de Trnsito Brasileiro, aprovado pela Resoluo n. 160 de 22 de abril de 2004
(BRASIL, 1994, 2004).
Em 2001, com a finalidade de fornecer dados tcnicos e normativos elaborao de
projetos locais de sinalizao turstica, a EMBRATUR, o DENATRAN e o IPHAN se uniram
para lanar o Guia Brasileiro de Sinalizao Turstica, um documento cujo principal objetivo
orientar os estados e municpios quanto forma adequada de sinalizar os trajetos para locais
e atrativos de interesse turstico, resguardando a diversidade cultural do pas e criando uma
padronizao em todo territrio brasileiro (NOGUES; ARAJO, 2007, p. 16).
Composto por cinco captulos, o GBST discorre sobre princpios norteadores e
conceitos cruciais da sinalizao de orientao turstica, alm de discriminar com detalhes
como realizar um planejamento adequado de sinalizao voltado para o turismo, tanto para
usurios de veculos motorizados quanto para pedestres (BRASIL, 2001).
Os rgos que participaram da sua criao tm atribuies legais e especficas para
regulamentar as intervenes nos sistemas virios urbanos e rurais, tursticos e em bens
culturais protegidos. O esperado, como resultado dessa unio, solucionar certos problemas
que ocorrem habitualmente no Brasil em relao sinalizao turstica.
Os mais comuns so (BRASIL, 2001):
Interrupo nas mensagens empregadas, o que causa falta de continuidade da
informao, fazendo com que o usurio tenha dificuldade em atingir o destino
almejado;
18
Placas com projetos grficos diferentes, sem um padro definido de formas e
mensagens;
Rotas que no se adquam ao deslocamento;
Placas feitas de material no apropriado;
Falta de legibilidade de letras e algarismos por conta de seu formato e
tamanho.
Padronizao, portanto, a palavra de ordem quando se fala em sinalizao turstica.
Ela necessria para que a comunicao entre o emissor e o receptor seja estabelecida da
maneira adequada.
Baseado nessa premissa, o IPHAN, em sua portaria n 593 de 18 de dezembro de
2001, inciso I, instituiu o Guia Brasileiro de Sinalizao Turstica como o regulamentador das
normas de sinalizao dos espaos pblicos urbanos, naturais e arqueolgicos e sistemas
virios, [...] em nvel federal, em conjunto com a EMBRATUR e CONTRAN/DENATRAN
(BRASIL, 2001).
A portaria estende a obrigao de adotar o GBST para os estados e municpios em sua
alnea a, item 1, inciso III, determinando que as Superintendncias Regionais devem divulgar
e aplicar para os entes da federao o Guia Brasileiro de Sinalizao Turstica (BRASIL,
2001).
Faz-se necessrio verificar, a partir deste ponto, de que maneira a sinalizao feita,
analisando as regras em relao s placas, assim como de todos os outros elementos que
fazem parte dela.
I.2 Instrumento da sinalizao turstica
A orientao voltada para o turismo feita majoritariamente por meio de um conjunto
de placas que apresentam elementos padronizados e so classificadas de acordo com a sua
finalidade.
A ferramenta que tem o propsito de [...] estabelecer regras e fornecer informaes,
com o objetivo de aumentar a segurana, ordenar os fluxos de trfego e orientar os usurios da
19
via, por meio de placas fixadas ou suspensas, recebe o nome de sinalizao vertical
(BRASIL, 2014).
A resoluo n 160 de 2004 do CONTRAN/DENATRAN define a sinalizao vertical
do Cdigo de Trnsito Brasileiro como:
[...] um subsistema da sinalizao viria cujo meio de comunicao est na posio vertical [...], transmitindo mensagens de carter permanente e, eventualmente,
variveis, atravs de legendas e/ou smbolos pr-reconhecidos e legalmente
institudos (BRASIL, 2004).
Fazem parte da sinalizao vertical a sinalizao de regulamentao, sinalizao de
advertncia e sinalizao de indicao, sendo essa ltima a que nos interessa estudar.
I.2.1 Caractersticas das placas de sinalizao vertical indicativas no turismo
A sinalizao vertical indicativa tem a funo de orientar a circulao de veculos e
pedestres por meio da identificao de vias e pontos de interesse, bem como apontar direes,
distncias e servios auxiliares (BRASIL, 2014).
Como dito anteriormente, de extrema importncia que seja respeitada a padronizao
no processo de confeco das placas. Existe um conjunto de critrios que deve ser obedecido
para que as mensagens veiculadas sejam assimiladas corretamente.
Cores, formas, parmetros de dimensionamento e de composio dos elementos
grficos, a observncia aos preceitos da utilidade, tudo deve estar consoante e uniforme, de
maneira a no deixar margem para interpretaes dbias.
E tudo isso deve estar disponvel tanto para o visitante que esteja circulando a p
quanto para aquele que resolve realizar o percurso com veculo motorizado, modalidade essa
que o foco deste trabalho.
Para analisar corretamente os critrios exigidos pelo Guia Brasileiro de Sinalizao
Turstica para as placas de sinalizao, mister se faz que dividamos essa parte em tpicos,
para melhor entendimento.
20
I.3 Sinalizao turstica para veculos motorizados
Sinalizar corretamente ruas e rodovias primordial para o turismo, isso ponto
pacfico. Manter o usurio informado das opes para chegar ao destino fundamental para
que a atividade turstica acontea de maneira satisfatria.
Existe um conjunto de regras no que diz respeito aos detalhes das placas como
tamanho e tipo de letras, material, quantidade de legendas e figuras, disposio das
informaes, dentre outros, que deve ser observado e respeitado.
Alm desses detalhes de natureza fsica, existe a questo da organizao das placas no
tocante ao critrio de ordenamento das mensagens, ou seja, as informaes devem ter uma
sequncia, uma continuidade, at o destino final.
Esse aspecto to significativo que o GBST orienta que o projeto de sinalizao seja
elaborado de maneira integral, mesmo que a implantao em si ocorra por etapas. Essa
medida visa garantir que a continuidade das informaes no seja comprometida (BRASIL,
2001).
Ademais, necessrio que haja uma harmonia com a sinalizao j existente, para que
a populao em geral tenha o seu deslocamento preservado ao mesmo tempo em que
fornecida locomoo apropriada aos turistas.
Em muitos casos, a sinalizao de trnsito regular o chamado Programa de
Orientao de Trfego (POT) usada em conjunto com a sinalizao turstica, cada qual
respeitando as suas caractersticas. Ou seja, numa mesma placa de sinalizao podem ser
usadas mensagens para os turistas e para os residentes (BRASIL, 2001).
No presente estudo, alm de analisarmos as questes fsicas da sinalizao turstica
(cor, forma, posicionamento das mensagens e figuras), exploraremos alguns princpios
importantes, j minuciosamente abordados na introduo deste documento, para posterior
comparao com a sinalizao existente.
I.3.1 Composio das placas
As placas que orientam os turistas adotam padro internacional e suas especificaes
esto devidamente elencadas no Cdigo de Trnsito Brasileiro: apresentam cor marrom,
formas retangulares definidas e so divididas de acordo com a sua funo (BRASIL, 1997).
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A composio das placas tursticas para veculos motorizados feita pelos seguintes
elementos:
Figura 1 - Elementos da placa de sinalizao turstica
Fonte: BRASIL, 2001.
1. ORLA INTERNA: so as linhas superiores e inferiores que conferem a impresso de
moldura para os dados inclusos na placa, apresentando cor branca;
2. ORLA EXTERNA: tem a funo de destacar a orla interna, ficando entre esta e o
limite da placa. A cor da orla externa marrom;
3. TARJA: de cor branca, corresponde a uma linha que divide as mensagens com
diferentes sentidos de destino. A regra para o uso das tarjas a seguinte: uma tarja
para separar dois sentidos ou duas tarjas para separar trs sentidos;
4. SETA: componente responsvel por indicar a direo para chegar aos atrativos
tursticos sinalizados. um elemento varivel e pode ter a sua dimenso
modificada em razo da quantidade de informaes e da imprescindibilidade da
visualizao distncia. Apresenta cor branca;
5. PICTOGRAMA: so as ilustraes que resumem os tipos de atrativos tursticos,
apresentando fundo na cor branca e a figura de colorao preta. Seu uso facilita o
reconhecimento do destino. Vamos analisar os pictogramas em seo separada;
6. MENSAGEM OU LEGENDA: a informao disposta nas placas, de cor branca, cujo
objetivo identificar os atrativos tursticos. Caso o topnimo seja muito extenso e
sua abreviatura comprometa o seu entendimento, podem ser adotadas duas linhas
de texto. Essa uma exceo que vale apenas para reas urbanas e somente para
atrativos que sejam representados por pictogramas prprios.
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A velocidade regulamentada na via deve ser levada em considerao no momento de
determinar as dimenses das placas, assim como o tipo das mesmas, o nmero de informaes
que constar nelas, as legendas, setas, orlas, tarjas e pictogramas (BRASIL, 2014).
Em relao ao padro alfanumrico, a utilizada a Standard Alphabets for Highway
Signs and Pavement Markings, um conjunto de fontes criado pela Federal Highway
Administration (FHWA), uma agncia do Departamento de Transportes dos Estados Unidos
da Amrica encarregada de oferecer assistncia ao Estado e aos governos locais na
concepo, construo e manuteno do sistema rodovirio (ESTADOS UNIDOS DA
AMRICA, 2012).
De acordo com o Manual Brasileiro de Sinalizao de Trnsito do DENATRAN, a
Fonte Srie E(M) da Standard Alphabets for Highway Signs and Pavement Markings deve ser
utilizada para as legendas escritas com letras maisculas e minsculas ou somente
minsculas. Se a legenda for escrita somente com letras maisculas, deve ser utilizada a Fonte
Srie D, conforme verificado na figura abaixo:
Figura 2 - Exemplo de fontes usadas nas placas.
Fonte: BRASIL, 2014.
Via de regra, a primeira letra de cada palavra deve ser maiscula e as demais
minsculas. Nas placas indicativas de sentido, quando for utilizada mensagem de advertncia
(por exemplo: SADA, LTIMA SADA, FAIXA EXCLUSIVA, MANTENHA A
DIREITA), as letras devem permanecer maisculas (BRASIL, 2014, p.148).
O motivo pelo qual o nosso pas adota a fonte criada pelo FHWA reside no fato de os
dispositivos de controle de trfego do Brasil, assim como os de muitos pases da Amrica do
Sul, ser baseados, por padro, no Manual on Uniform Traffic Control Devices (MUTCD)
norte-americano (BEZERRA, 2007, p. 94).
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O MUTCD uma compilao de normas para todos os dispositivos de controle de
trfego, incluindo as marcaes e sinais da estrada e de trnsito. um documento que tem o
objetivo de determinar os padres de instalao e manuteno de dispositivos de controle de
trfego em todas as ruas, estradas, ciclovias e vias pblicas e privadas abertas ao trfego
pblico (ESTADOS UNIDOS DA AMRICA, 2009, traduo nossa).
Entende-se como dispositivos de controle de trfego:
[...] todos os sinais, marcas e outros dispositivos usados para regular, advertir ou guiar o trfego, colocados sobre ou ao lado de uma rua, estrada, instalao para
pedestre, ciclovia ou estrada privada aberta ao pblico pela autoridade de um rgo
pblico ou com jurisdio oficial (ESTADOS UNIDOS DA AMRICA, 2009, p. 37, traduo nossa).
As placas de sinalizao so comumente confeccionadas em materiais como metais
ferrosos e no ferrosos tratados, plsticos fortificados com fibra de vidro e compensados de
madeira com resina no permevel. Existem parmetros para a escolha do material utilizado,
que incluem o ajuste s regras da ABNT, condies atmosfricas e climticas, durabilidade e
compatibilidade entre os materiais da placa e o da pelcula ou pintura (BRASIL, 2001).
Em relao reflexo e iluminao das placas, elas podem ser iluminadas (iluminao
externa que incide sobre a placa), luminosas (iluminao interna prpria), retrorrefletivas
(coberto com pelculas que refletem a luz de volta a sua origem), impressas no refletivas
(elementos impressos) ou pintadas (fundo pintado com elementos reflexivos) (BRASIL,
2001).
O material da placa, assim como sua iluminao, deve ser escolhido baseado em
critrios como visibilidade e legibilidade da sinalizao distncia, segurana no trnsito, se a
via rural ou urbana, se dotada de iluminao pblica, dentre outros fatores (BRASIL,
2001).
importante lembrar que se as placas de sinalizao apresentam conservao precria,
deixam de ser eficientes como dispositivos de controle de trfego. Se estiverem danificadas,
sujas ou deformadas, se tornam inteis. As autoridades de trnsito local devem se certificar de
que as placas estejam legveis e limpas, na posio adequada e sem obstrues sua
visualizao (BRASIL, 2001).
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I.3.2 Tipos de placas
Muito embora o objetivo comum das placas de sinalizao seja o de orientar os
usurios, elas tm funes distintas. E isso significa que, para cada funo, h um tipo de
placa exclusiva, com suas especificaes peculiares que visam o atingimento de seu
propsito.
Por esse motivo, as placas de indicao para veculos motorizados so divididas em
trs categorias, a saber (BRASIL, 2014):
1. PLACAS DE IDENTIFICAO DE ATRATIVO TURSTICO indicam a posio dos atrativos
tursticos, orientando sobre a direo e pontos de interesse. colocada nos passeios
pblicos.
FORMA LEGENDA PICTOGRAMA EXEMPLO
Retangular ou quadrada
Nome do atrativo dever ser grafado em letras maisculas e minsculas, devendo estar centralizado.
Deve estar centralizado, acima da legenda.
Tabela 2- Caractersticas das placas de identificao de atrativo turstico
Fonte: Desenvolvido pela autora a partir das informaes disponveis no Manual Brasileiro de Sinalizao de
Trnsito
2. PLACAS INDICATIVAS DE DISTNCIA DE ATRATIVO TURSTICO: tm a funo de informar as
distncias at os atrativos indicados.
FORMA LEGENDA PICTOGRAMA EXEMPLO
Retangular
Deve conter no mximo trs legendas: a primeira legenda deve corresponder ao referencial mais prximo, seguida do intermedirio e, por ltimo, o mais distante.
Deve ser posicionado esquerda das legendas e as respectivas distncias colocadas direita.
Tabela 3- Caractersticas das placas indicativas de distncia de atrativo turstico
Fonte: Desenvolvido pela autora a partir das informaes disponveis no Manual Brasileiro de Sinalizao de
Trnsito
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3. PLACAS INDICATIVAS DE SENTIDO DE ATRATIVO TURSTICO tm a funo de orientar o
trajeto aos atrativos. Esto divididas em:
3.1. PLACAS DE PR-SINALIZAO utilizadas na aproximao de uma interseo, tm a
funo de informar previamente as opes de destino, evitando enganos e
movimentos conflitantes no ponto de deciso, ordenando o uso de faixas de trnsito.
FORMA LEGENDA PICTOGRAMA EXEMPLO
Retangular com lado maior
na horizontal
Mximo de quatro legendas, limitado a trs legendas nos casos de indicao de um mesmo sentido de direo. As informaes SADA A ....m deve ser grafada em letras maisculas, com exceo da unidade de medida.
Deve ser posicionado entre a seta e a legenda referente ao atrativo turstico indicado. Deve estar centralizado entre legendas grafadas em duas linhas.
Tabela 4 - Caracterstica das placas de Pr-sinalizao
Fonte: Desenvolvido pela autora a partir das informaes disponveis no Manual Brasileiro de Sinalizao de
Trnsito
3.2. PLACAS DE CONFIRMAO DE SADA: indicam ao condutor o ponto de mudana de
direo para alcanar o destino desejado. Tambm so utilizadas na aproximao de
uma interseo, constituindo a segunda etapa de informao:
FORMA LEGENDA PICTOGRAMA EXEMPLO
Retangular com lado maior
na horizontal
Mximo de quatro legendas, limitado a trs legendas nos casos de indicao de um mesmo sentido de direo. A informao SADA deve ser grafada em letras maisculas.
Deve ser posicionado entre a seta e a legenda referente ao atrativo turstico indicado. Deve estar centralizado entre legendas grafadas em duas linhas.
Tabela 5 - Caractersticas das placas de confirmao de sada
Fonte: Desenvolvido pela autora a partir das informaes disponveis no Manual Brasileiro de Sinalizao de
Trnsito
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3.3. PLACAS DE CONFIRMAO EM FRENTE: advertem ao condutor os principais destinos a
serem alcanados na diretriz da via. Refere-se a uma terceira confirmao de
informao, identificando os atrativos que esto na direo da via sinalizada:
FORMA LEGENDA PICTOGRAMA EXEMPLO
Retangular com lado maior
na horizontal
Deve ser utilizado um mximo de trs legendas, e a seta correspondente.
Deve ser posicionado entre a seta e a legenda referente ao atrativo turstico indicado. Deve estar centralizado entre legendas grafadas em duas linhas.
Tabela 6 - Caractersticas das placas de confirmao em frente
Fonte: Desenvolvido pela autora a partir das informaes disponveis no Manual Brasileiro de Sinalizao de
Trnsito
3.4. PLACAS DE POSICIONAMENTO NA PISTA informam ao condutor em qual faixa de
trnsito deve permanecer para alcanar os destinos indicados. Para tanto, devem estar
suspensas sobre a via, sobre o eixo da faixa de trfego que se quer orientar:
FORMA LEGENDA PICTOGRAMA EXEMPLO
Retangular com lado maior
na horizontal
Deve ser utilizado um mximo de trs legendas, podendo apresentar apenas uma legenda grafada em duas linhas, em algumas excees. Pode apresentar as informaes SADA ou SADA A ....m, caso em que deve ser grafada em letras maisculas, exceto a unidade de medida, quando for o caso.
Caso haja mais de uma legenda, os pictogramas devem estar posicionados do lado esquerdo; caso contrrio, o pictograma ficar acima da legenda. A seta deve ser mantida sempre abaixo das legendas.
Tabela 7 - Caractersticas das placas de posicionamento na pista
Fonte: Desenvolvido pela autora a partir das informaes disponveis no Manual Brasileiro de Sinalizao de
Trnsito
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Em relao s placas de Pr-sinalizao, Confirmao de Sada e Confirmao em
Frente, a sequncia em que as mensagens so mostradas de suma importncia. A ordem de
sada das localidades colocada nas placas deve obedecer ao marco mais prximo, seguido dos
intermedirios e, por ltimo, o mais distante (BRASIL, 2001):
Figura 3 - Sequncia das informaes
Fonte: BRASIL, 2001.
Quando acontecer mais de uma sada em um mesmo ponto, as setas devem ser
ordenadas conforme a seguinte figura (BRASIL, 2001):
Figura 4 - Sequncia de colocao de setas.
Fonte: BRASIL, 2001.
A seta de sentido em frente deve ser posicionada no lado oposto ao da seta
imediatamente anterior caso seja utilizada junto com legendas referentes a outras direes.
Quando houver somente informao de sentido em frente, a seta deve estar posicionada do
lado esquerdo da mensagem (BRASIL, 2001).
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I.4 Pictogramas
As placas de sinalizao tursticas tm, dentre os elementos que as compem,
desenhos que [...] representam ideias, locais ou situaes, e devem levar o leitor a fazer
associaes rapidamente (TIJUS et al., 2007, p.1 apud FEDER, 2012). Essas representaes
por meios grficos recebem o nome de pictograma.
Portanto, podemos definir pictograma como [...] smbolos figurativos que devem ser
eficientes para um grande nmero de pessoas de diferentes classes sociais, idades, culturas -
independente de seu grau de instruo (HAYACIBARA; TINOCO, 2013). Ainda nesse
sentido:
[...] destacamos os pictogramas como signos que comunicam mensagens essenciais prtica e organizao da vida pblica, procurando superar as barreiras
lingusticas, reforando, ampliando e, at mesmo, substituindo a palavra escrita e
falada (ALMEIDA; GUERRERO; FIORI, 2007).
Os pictogramas tm a funo de ilustrar os atrativos tornando a comunicao mais
fcil tanto para pessoas que no conhecem a lngua oficial do pas quanto para aqueles que
sabem o idioma, uma vez que os desenhos podem ser visualizados distncia, com maior
rapidez e exatido. Alm disso, os pictogramas ainda possuem o benefcio de serem
compreendidos por pessoas com baixo grau de instruo e por idosos (TIJUS et al., 2007, p.1
apud FEDER, 2012).
Para que sejam eficientes, os sinais e smbolos tursticos dos pictogramas devem
expressar o seu significado da forma mais simples e universal possvel; do contrrio, podem
dar margem para interpretaes contraditrias (WORLD TOURISM ORGANIZATION,
2001, traduo nossa).
I.4.1 Histrico
Os primeiros pictogramas foram introduzidos oficialmente na legislao brasileira no
ano de 1994, por meio da Resoluo n 791 do Conselho Nacional de Trnsito (CONTRAN),
que trazia 32 smbolos de locais e atrativos tursticos. A necessidade de ampliar a sinalizao
de trnsito aos interesses do turismo foi a justificativa apresentada na citada Resoluo para a
insero desses smbolos (FEDER, 2012).
Em 1995, atravs da Resoluo n 807, o CONTRAN incluiu o pictograma referente
Informao Turstica, simbolizado pela letra i (FEDER, 2012).
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Em 2001, com a publicao do Guia Brasileiro de Sinalizao Turstica, um conjunto
com 76 pictogramas foi apresentado, composto por alguns dos primeiros smbolos
introduzidos na legislao - modernizados -, alm de novos desenhos (FEDER, 2012).
importante ressaltar que a legislao apenas recomenda o uso do pictograma,
afastando a obrigatoriedade da sua utilizao, pelo menos para alguns tipos de placas
(BRASIL, 2001). O Manual Brasileiro de Trnsito confirma essa posio, afirmando que os
pictogramas podem ser utilizados opcionalmente nas placas de orientao de destino
(BRASIL, 2014, p.12, grifo nosso).
Entretanto, devido importncia da funo dos pictogramas, a sua aplicao est
presente em praticamente todas as placas tursticas, constituindo parte primordial da
sinalizao voltada para o turismo.
I.4.2 Caractersticas
Suas dimenses variam de acordo com o tipo de placa, mas a imagem em si deve ser
formada por um smbolo na cor preta, sobreposta em uma forma quadrada na cor branca
(BRASIL, 2001).
As figuras a seguir ilustram os grupos de pictogramas elencados no Guia Brasileiro de
Sinalizao Turstica, com alguns exemplos de smbolos correspondentes:
Figura 5 - Exemplos de pictogramas usados na sinalizao turstica.
Fonte: Desenvolvido pela autora a partir das informaes disponveis no Guia Brasileiro de Sinalizao
Turstica, 2001.
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importante que os pictogramas utilizados sejam reavaliados de tempos em tempos,
em razo do natural desenvolvimento da sociedade. Caso isso no seja feito, h o risco dos
smbolos ficarem defasados e no atenderem mais ao seu propsito (ALMEIDA;
GUERRERO; FIORI, 2007).
As imagens abaixo ilustram a evoluo de alguns pictogramas ao longo do tempo,
reforando o fato de que pictogramas antigos podem causar confuso por no serem
compreendidos nos dias atuais:
Figura 6 - Modificaes das representaes grficas atravs do tempo
Fonte: ALMEIDA; GUERRERO; FIORI, 2007
A linguagem da simbologia foi aperfeioada tambm nos pictogramas usados na
sinalizao turstica brasileira, o que podemos constatar ao observar imagens tursticas iguais
em pocas diferentes. Os pictogramas na linha superior da figura abaixo foram inseridos na
legislao brasileira em 1994; os da segunda linha so as mesmas ilustraes, modernizadas
com o advento da publicao do Guia Brasileiro de Sinalizao Turstica em 2001:
Figura 7 - Pictogramas antigos (linha superior) e atuais (linha inferior)
Fonte: Desenvolvido pela autora a partir das informaes disponveis na Resoluo n 791/94 do CONTRAN e
no Guia Brasileiro de Sinalizao Turstica, 2001
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CAPTULO II - AS CONDIES DA SINALIZAO TURSTICA NO RIO DE JANEIRO
Uma vez analisada as caractersticas e regras que o Manual Brasileiro de Sinalizao
de Trnsito e o Guia Brasileiro de Sinalizao Turstica determinam, podemos proceder
avaliao da sinalizao existente e verificar se as normas, princpios e requisitos estipulados
pela legislao brasileira esto sendo seguidos.
Para tanto, sero usadas imagens de placas tursticas presentes em uma rota pr-
estipulada entre Copacabana e o Po de Acar. De posse dessas imagens, sero feitas
comparaes com o intuito de verificar semelhanas e diferenas entre o que a lei determina e
o que efetivamente realizado.
Sobre o mtodo de investigao comparativo, podemos afirmar que o mais indicado
para esse caso, pois ocupa-se da explicao dos fenmenos e permite analisar o dado
concreto (FREITAS; PRODANOV, 2013). Segundo Fachin (2006, p.40):
O mtodo comparativo consiste em investigar coisas ou fatos e explic-los segundo suas experincias e suas diferenas. Geralmente, o mtodo comparativo aborda duas
sries de natureza anloga, tomados de meios sociais ou de outra rea do saber, a fim
de detectar o que comum a ambos.
Lembramos que Copacabana foi o bairro escolhido como ponto de partida dessa
investigao por ser o bairro brasileiro mais famoso no mundo. A maioria dos turistas que
visitam o Rio de Janeiro tem interesse em se hospedar ou simplesmente conhecer o bairro,
que concentra o maior nmero de hotis, pousadas, albergues e apartamentos de temporada da
cidade (COPACABANA..., 2014).
Por sua vez, o Po de Acar o atrativo turstico mais visitado da capital. O Anurio
Estatstico de 2013, que rene dados relativos a diversos setores do campo do turismo,
apontou que, no ano passado, o atrativo recebeu mais de um milho de visitantes (ESTADO
DO RIO DE JANEIRO, 2014).
Uma vez de posse desses dados, ser feito um quadro comparativo entre as placas
tursticas existentes ao longo do percurso, informando o tipo de placa e suas caractersticas,
acompanhado de uma avaliao que ir averiguar se a sinalizao existente est de acordo
com a legislao.
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II.1 Rota selecionada para estudo
Com o auxlio do Google Maps, site na internet que permite a visualizao de mapas,
verificaram-se trs possveis rotas de Copacabana para o Po de Acar: a primeira via
Av Atlntica, a segunda pela Av. Ns. de Copacabana e a terceira pela Av. Pasteur, conforme
mostrado na figura abaixo:
Figura 8 - Roteiro que ser utilizado para estudo comparativo
Fonte: GOOGLE, 2014
Para o estudo comparativo, usaremos as imagens das placas instaladas na rota que
segue pela Av. Atlntica, por ser a mais turstica delas. Como ponto de partida, foi escolhido
o hotel Santa Clara. A seleo de um hotel localizado no interior do bairro para o incio do
percurso no foi ao acaso. A inteno verificar se a sinalizao turstica alcana tanto os
visitantes que se alojam nos meios de hospedagem menores e mais distantes da orla de
Copacabana quanto aqueles que optam por pernoitar nos hotis de alta categoria, localizados
em sua maioria mais prximos da praia. O percurso seguir o seguinte roteiro:
1. R. Maestro Francisco Braga e R. Santa Clara at Av. Atlntica;
2. Av. Atlntica at Av. Princesa Isabel;
3. Av. Princesa Isabel at Av. Venceslau Brs;
4. Av. Venceslau Brs at Avenida Pasteur e Praa Gen. Tibrcio (Po de Acar).
As imagens fornecidas pelo Google Maps foram feitas entre maio e setembro de 2014,
de maneira que se encontram atualizadas. Para a realizao do percurso e a captura das placas,
foi usado o Street View, funo do Google Maps que disponibiliza visualizao panormica
de ruas e avenidas pela internet.
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II.2 Investigao comparativa
Seguindo a rota estipulada, foram encontradas dez placas de sinalizao turstica. A
figura abaixo mostra os pontos do percurso em que as sinalizaes foram encontradas:
Figura 9 - Rota mapeada com a localizao das placas
Fonte: Desenvolvido pela autora a partir das informaes disponveis no Google Maps, 2014
Sero analisados os seguintes fatores:
1. TIPO: aqui ser determinado qual o modelo da placa em questo, de acordo com o
estipulado no Guia Brasileiro de Sinalizao Turstica (GBST);
2. COMPOSIO: diz respeito forma da placa, assim como as legendas e os
pictogramas;
3. PRINCPIOS: so aqueles citados no incio do trabalho, quais sejam:
1.1 - Legalidade;
1.2 - Padronizao;
1.3 - Visibilidade, Legibilidade e Segurana;
1.4 - Suficincia;
1.5 - Continuidade e Coerncia;
1.6 - Atualizao e Valorizao;
1.7 - Manuteno e Conservao.
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II.2.1 Primeira placa
Saindo do ponto de partida estipulado, encontramos a primeira placa no cruzamento
entre as ruas Santa Clara e Barata Ribeiro, conforme nos mostra a ilustrao abaixo:
Figura 10 - Localizao da primeira sinalizao turstica encontrada no percurso
Fonte: Desenvolvido pela autora a partir das informaes disponveis no Google Maps, 2014
importante ressalvar que essa placa, muito embora no aponte para o destino
estipulado para essa investigao, muito interessante para fins de anlise sobre o assunto.
Desde o incio do percurso at este ponto, no havia nenhuma sinalizao turstica.
Portanto, essa placa est totalmente isolada, o que vai de encontro ao princpio da
Continuao. Sua localizao faz com que o motorista descubra, repentinamente, que deve
virar direita para chegar ao destino indicado, o que pode causar srios acidentes. Esse fato
faz com que os princpios da Visibilidade, Legibilidade e Segurana estejam seriamente
comprometidos. Sua forma est em desacordo com o tipo especificado, e o pictograma
posicionado incorretamente, o que fere o princpio da Padronizao. A tabela abaixo traz o
estudo comparativo da placa:
PLACA TIPO COMPOSIO PRINCPIOS
Confirmao
de Sada
Pictograma est correto
(cdigo THC02 arquitetura militar), porm o seu
posicionamento est errado
(deveria estar entre a legenda
e a seta). A forma est
incorreta (certo seria
retangular com lado maior na
horizontal). Legenda est
correta (primeira letra de cada
palavra maiscula e as
demais minsculas).
Em desacordo com a
Legalidade e a
Padronizao, pelos
motivos elencados ao
lado. Visibilidade,
Legibilidade e Segurana
comprometidas. Carece de
Suficincia e
Continuidade. Atualidade
e Valorizao, assim
como Manuteno e
Conservao, esto em
ordem.
Tabela 8- Investigao comparativa da primeira sinalizao turstica encontrada no percurso
Fonte: Desenvolvido pela autora a partir das informaes disponveis no Google Maps, 2014
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II.2.2 Segunda placa
Seguindo pela Rua Santa Clara at o final, chegamos Avenida Atlntica. No h,
entre o final da Rua Santa Clara e o incio da Avenida Atlntica, nenhuma placa apontando
para o Po de Acar, o que s acontece quando entramos efetivamente na referida avenida,
rumando para a esquerda. Sua localizao est mapeada na figura abaixo:
Figura 11 - Localizao da segunda sinalizao turstica encontrada no percurso
Fonte: Desenvolvido pela autora a partir das informaes disponveis no Google Maps, 2014
Essa primeira sinalizao para o atrativo aparece 1,5 quilmetros aps o ponto de
partida (GOOGLE, 2014). Esse fato bastante preocupante, pois expe o motorista ao risco
de se perder tentando chegar ao seu destino. O condutor que seguir somente pela Avenida
Atlntica talvez no tenha tantos problemas, mas o visitante que estiver saindo de outros
locais poder enfrentar srios transtornos com essa deficincia no desenvolvimento da
sinalizao. A tabela abaixo apresenta os detalhes da investigao comparativa:
PLACA TIPO COMPOSIO PRINCPIOS
Confirmao
em Frente
Pictograma utilizado no est
elencado no GBST, o que nos
levar a crer que foi criado
especialmente para o atrativo;
seu posicionamento est
errado (deveria estar entre a
legenda e a seta). A forma
est correta (retangular com
lado maior na horizontal).
Legenda est correta
(primeira letra de cada
palavra maiscula e as
demais minsculas), porm
com erro na acentuao
grfica (falta acento agudo na
palavra acar).
Em desacordo com a
Legalidade e a
Padronizao, pelos
motivos elencados ao
lado. A Continuao e a
Suficincia apresentam
problemas, pois somente
nesse trecho do percurso
encontramos indicao
para o destino pretendido.
Visibilidade, Legibilidade
e Segurana esto em
ordem, assim como
Atualidade e
Conservao.
Tabela 9 - Investigao comparativa da segunda sinalizao turstica encontrada no percurso Fonte: Desenvolvido pela autora a partir das informaes disponveis no Google Maps, 2014 e GBST, 2011
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II.2.3 Terceira placa
Uma vez passado do ponto onde est a segunda placa, nos deparamos com a terceira
sinalizao, a poucos metros da anterior:
Figura 12- Localizao da terceira sinalizao turstica encontrada no percurso
Fonte: Desenvolvido pela autora a partir das informaes disponveis no Google Maps, 2014
A placa est localizada pouco antes de uma curva esquerda, onde se inicia a
Rua Figueiredo de Magalhes. Isso significa que essa placa foi posicionada neste local com o
intuito de confirmar a informao presente na placa anterior, evitando que o condutor se
confundisse com a curva e desviasse do caminho para chegar ao Po de Acar. A
continuao das mensagens, mesmo que em um trecho relativamente curto, garante que o
visitante permanea no curso correto para o destino pretendido.
A tabela abaixo traz mais detalhes sobre a sinalizao supracitada:
PLACA TIPO COMPOSIO PRINCPIOS
Confirmao
Em Frente
Pictograma personalizado
(criado especialmente para o
atrativo); seu posicionamento
est errado (deveria estar
entre a legenda e a seta). A
forma est correta (retangular
com lado maior na
horizontal). A seta localizada
no lado esquerdo tambm
est correta, uma vez que
existe somente a informao
de sentido em frente.
Legenda est correta
(primeira letra de cada
palavra maiscula e as
demais minsculas).
No obedece totalmente
aos princpios da
Legalidade e
Padronizao pelos
motivos explicitados ao
lado. Visibilidade,
Legibilidade e Segurana
esto em ordem. Est
correta em relao aos
princpios da Suficincia,
Continuidade, Atualidade
e Conservao.
Tabela 10 - Investigao comparativa da terceira sinalizao turstica encontrada no percurso
Fonte: Desenvolvido pela autora a partir das informaes disponveis no Google Maps, 2014 e GBST, 2011
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II.2.4 Quarta placa
A placa a seguir est localizada na esquina das Avenidas Atlntica e Princesa Isabel,
conforme mostrado no mapa abaixo:
Figura 13 - Localizao da quarta sinalizao turstica encontrada no percurso
Fonte: Desenvolvido pela autora a partir das informaes disponveis no Google Maps, 2014
Da terceira placa para esta, h uma extensa lacuna: de acordo com o Google Maps, a
distncia entre as referidas sinalizaes de aproximadamente 1,5 quilmetros e, entre elas,
no h nenhuma indicao para o Po de Acar. A justificativa para a ausncia de
sinalizao neste trecho pode estar baseado no fato de que a via uma reta, no apresentando,
portanto, necessidade de maiores informaes para o atrativo. Contudo, h exatamente quatro
ruas que fazem ligao com a Avenida neste segmento, trs delas com o sentido direcionado
para a aludida via. Ter mais placas entre essas ruas atenderia ao princpio da Continuidade,
que est prejudicado, neste caso, pela falta de sinalizao em uma parte muito vasta do
percurso. A tabela abaixo apresenta o estudo comparativo da quarta placa:
PLACA TIPO COMPOSIO PRINCPIOS
Confirmao
de Sada
Pictograma personalizado
(criado especialmente para o
atrativo); seu posicionamento
est certo (entre a legenda e a
seta). A forma est correta
(retangular com lado maior
na horizontal). Legenda est
correta (primeira letra de cada
palavra maiscula e as
demais minsculas).
Atende aos princpios da
Legalidade e Padronizao.
Visibilidade, Legibilidade e
Segurana esto
prejudicadas pelo
posicionamento da placa,
que est depois do sentido
indicado. Continuidade est
comprometida pela falta de
sinalizao ao longo da via.
Suficincia, Atualidade e
Manuteno em ordem.
Tabela 11 - Investigao comparativa da quarta sinalizao turstica encontrada no percurso
Fonte: Desenvolvido pela autora a partir das informaes disponveis no Google Maps, 2014 e GBST, 2011
38
II.2.5 Quinta e sexta placas
Continuando o trajeto, nos deparamos com a quinta e sexta placas do percurso, nos
locais sinalizados na figura abaixo:
Figura 14 - Localizao da quinta e sexta sinalizaes tursticas no percurso
Fonte: Desenvolvido pela autora a partir das informaes disponveis no Google Maps, 2014
Localizadas nas Avenidas Princesa Isabel e Venceslau Brs, respectivamente, essas
placas so idnticas e esto pouco afastadas uma da outra (motivo pelo qual esto sendo
analisadas juntas); tm a funo de confirmar a informao presente na placa anterior.
A distncia entre elas de aproximadamente 820 metros (GOOGLE, 2014), em uma
via reta que no apresenta nenhuma sada para outras ruas. Ou seja, a possibilidade do
condutor errar o caminho praticamente nula, e a presena das placas assegurando o trajeto
transmite mais segurana ao visitante. Mais detalhes sobre as placas na tabela a seguir:
PLACA TIPO COMPOSIO PRINCPIOS
Confirmao em
Frente
Pictograma personalizado
(criado especialmente para o
atrativo); seu posicionamento
est errado (deveria estar
entre a legenda e a seta). A
forma est correta (retangular
com lado maior na
horizontal). A seta localizada
no lado esquerdo tambm
est correta, uma vez que
existe somente a informao
de sentido em frente.
Legenda est correta
(primeira letra de cada
palavra maiscula e as
demais minsculas).
No obedece totalmente
aos princpios da
Legalidade e
Padronizao pelos
motivos explicitados ao
lado. Visibilidade,
Legibilidade e Segurana
esto em ordem. Est
correta em relao aos
princpios da Suficincia,
Continuidade, Atualidade
e Conservao.
Tabela 12 - Investigao comparativa da quinta e sexta sinalizaes tursticas encontrada no percurso
Fonte: Desenvolvido pela autora a partir das informaes disponveis no Google Maps, 2014 e GBST, 2011
39
II.2.6 Stima placa
Continuando o trajeto pela Avenida Venceslau Brs, encontramos a stima sinalizao
do percurso, no local apontado na figura abaixo:
Figura 15 - Localizao da stima sinalizao turstica encontrada no percurso
Fonte: Desenvolvido pela autora a partir das informaes disponveis no Google Maps, 2014
A funo desta placa, como a da anterior, de confirmar as informaes do trajeto que
vem sendo apresentada ao longo da via. A existncia de mais uma placa fortalece a sensao
de segurana do visitante, oferecendo a certeza de que ele est no caminho correto. Um fator,
entretanto, pode comprometer a eficcia da proposta da placa: ela encontra-se no lado direito
da via, prxima a um ponto de nibus. Como vrios coletivos estacionam ao mesmo tempo
para embarque e desembarque de passageiros, possvel que o motorista, em seu carro de
passeio, no consiga ter uma viso satisfatria da sinalizao. A tabela abaixo apresenta os
detalhes do estudo investigativo sobre a placa:
PLACA TIPO COMPOSIO PRINCPIOS
Confirmao em
Frente
Pictograma personalizado
(criado especialmente para o
atrativo); seu posicionamento
est errado (deveria estar
entre a legenda e a seta). A
forma est correta (retangular
com lado maior na
horizontal). A seta localizada
no lado esquerdo tambm
est correta. Legenda est
correta (primeira letra de cada
palavra maiscula e as
demais minsculas), porm
com erro na acentuao
grfica (falta acento agudo na
palavra acar).
No obedece totalmente
aos princpios da
Legalidade e
Padronizao pelos
motivos explicitados ao
lado. Visibilidade,
Legibilidade e Segurana
esto comprometidos pela
localizao da placa e
pela quantidade de nibus
na via que podem
bloquear a sua
visualizao. Est correta
em relao aos princpios
da Suficincia,
Continuidade e
Atualidade. e
Conservao.
Tabela 13 - Investigao comparativa da stima sinalizao turstica encontrada no percurso
Fonte: Desenvolvido pela autora a partir das informaes disponveis no Google Maps, 2014 e GBST, 2011
40
II.2.7 Oitava placa
A oitava placa do trajeto est localizada certa de 178 metros aps a anterior, na
esquina das Avenidas Venceslau Brs e Pasteur, segundo a figura abaixo:
Figura 16 - Localizao da oitava sinalizao turstica encontrada no percurso
Fonte: Desenvolvido pela autora a partir das informaes disponveis no Google Maps, 2014
A sinalizao em questo tem a incumbncia alertar o condutor da mudana de
itinerrio a fim de alcanar o destino pretendido. Entretanto, a placa est localizada
praticamente na via que o motorista deve acessar, o que pode fazer com que ele mude
bruscamente de direo causando acidentes. Deveria ter uma sinalizao antes dessa
indicando a mudana de direo antecipadamente, fazendo com que o motorista mantivesse
seu veculo posicionado corretamente na faixa, preparado para a mudana de sentido. A tabela
abaixo apresenta mais detalhes sobre a referida placa:
PLACA TIPO COMPOSIO PRINCPIOS
Confirmao de
Sada
O fato que mais chama
ateno nesta placa a
ausncia do pictograma. O
GBST apenas recomenda seu
uso, afastando a
obrigatoriedade. Mas sua
utilizao deveria ser regra, j
que tem a importante funo
de melhorar a comunicao
com o usurio. A forma est
correta (retangular com lado
maior na horizontal).
Legenda est correta
(primeira letra de cada
palavra maiscula e as
demais minsculas), porm
com erro na acentuao
grfica.
No obedece totalmente
aos princpios da
Legalidade, Padronizao
e Suficincia pelos
motivos explicitados ao
lado; Visibilidade,
Legibilidade e Segurana
esto prejudicadas pelo
posicionamento da placa,
j na via do sentido
indicado. Continuidade
est em ordem.
Atualidade e Manuteno
um pouco comprometidas,
pois a placa antiga.
Tabela 14 - Investigao comparativa da oitava sinalizao turstica encontrada no percurso
Fonte: Desenvolvido pela autora a partir das informaes disponveis no Google Maps, 2014 e GBST, 2011
41
II.2.8 Nona placa
Acessando e seguindo pela Avenida Pasteur, dos deparamos com a penltima placa do
percurso, localizada a aproximadamente 828 metros aps a anterior (GOOGLE, 2014) no
ponto indicado na figura abaixo:
Figura 17 - Localizao da nona sinalizao turstica encontrada no percurso
Fonte: Desenvolvido pela autora a partir das informaes disponveis no Google Maps, 2014
A placa est localizada pouco antes de uma curva esquerda, evidenciando que sua
funo manter o condutor no caminho correto, impedindo que ele se confunda com o desvio.
Um detalhe peculiar chama a ateno: um aviso de mantenha-se a direita logo abaixo da
sinalizao turstica. Esse aviso de advertncia deveria estar com todas as letras em
maisculo, conforme a determinao do Manual Brasileiro de Sinalizao.
Os detalhes sobre a penltima placa esto na tabela abaixo:
PLACA TIPO COMPOSIO PRINCPIOS
Confirmao em
Frente
Novamente nota-se a
ausncia do pictograma. As
imagens deveriam ter sido
utilizadas, por conta da
importante funo de
melhorar a comunicao com
o usurio. A forma est
correta (retangular com lado
maior na horizontal).
Legenda est correta
(primeira letra de cada
palavra maiscula e as
demais minsculas), porm
com erro na acentuao
grfica.
No obedece totalmente
aos princpios da
Legalidade e
Padronizao pelos
motivos explicitados ao
lado. Visibilidade,
Legibilidade e Segurana
esto em ordem. Est
correta em relao aos
princpios da Suficincia,
Continuidade e
Conservao. O aviso
auxiliar abaixo da
sinalizao turstica fere o
princpio da Legalidade,
pois a letras deveriam
estar todas maisculas.
Tabela 15 - Investigao comparativa da nona sinalizao turstica encontrada no percurso
Fonte: Desenvolvido pela autora a partir das informaes disponveis no Google Maps, 2014 e GBST, 2011
42
II.2.9 Dcima placa
A dcima e ltima placa do percurso est a 100 metros da ltima sinalizao
(GOOGLE, 2014), em local especificado na figura abaixo:
Figura 18 - Localizao da dcima sinalizao turstica encontrada no percurso
Fonte: Desenvolvido pela autora a partir das informaes disponveis no Google Maps, 2014
Esta sinalizao encerra o percurso, confirmando que o condutor chegou ao destino
pretendido. A placa est localizada em local amplo, voltada para o trnsito de veculos, de
maneira que facilmente visualizada.
Seu estado de conservao notavelmente precrio: o material que compe a placa
est bastante amassado e a pintura das tarjas descascando.
A tabela abaixo apresenta os detalhes do estudo investigativo sobre a placa:
PLACA TIPO COMPOSIO PRINCPIOS
Identificao de
Atrativo
Turstico
Pictograma personalizado
(criado especialmente para o
atrativo); seu posicionamento
est correto (centralizado
acima da legenda). A forma
est incorreta, pois deveria
ser quadrada, e a placa est
retangular. Legenda est
correta (primeira letra de cada
palavra maiscula e as
demais minsculas).
No obedece totalmente
aos princpios da
Legalidade e
Padronizao pelos
motivos explicitados ao
lado. Visibilidade,
Legibilidade e Segurana
esto em ordem. Est
correta em relao aos
princpios da Suficincia,
Atualidade e
Continuidade. A
Conservao est
precria, pois a placa
apresenta danos.
Tabela 16 - Investigao comparativa da dcima sinalizao turstica encontrada no percurso
Fonte: Desenvolvido pela autora a partir das informaes disponveis no Google Maps, 2014 e GBST, 2011
43
CAPTULO III - MEGA EVENTOS E SINALIZAO TURSTICA
O Brasil vive uma poca especial: foi escolhido como palco para a realizao de
eventos de propores mundiais, como a Copa das Confederaes, a Copa do Mundo e as
Olimpadas. A Copa das Confederaes aconteceu em 2013; a Copa do Mundo foi realizada
este ano; e em 2016 ser a vez das Olimpadas.
Esses megaeventos colocam o pas em foco, fazendo com que os olhos do mundo
estejam voltados para tudo o que acontece aqui, seja por meio das pessoas que visitam o pas
ou atravs daquelas que acompanham os eventos pelos meios de comunicao.
Para se apresentar bem ao mundo e receber esses eventos e o seu pblico de forma
satisfatria, o pas tem que organizar a casa, o que implica na realizao de diversos
investimentos tanto em obras necessrias para a realizao dos jogos - construo e reforma
de instalaes esportivas - quanto em infraestrutura, da qual a sinalizao turstica faz parte.
E grandes eventos como esses atraem muitos visitantes. Junte-se a isso a quantidade de
turistas que o pas recebe normalmente todos os anos e teremos um vislumbre de quantas
pessoas estaro no Brasil na poca desses eventos. Segundo a Polcia Federal, o pas recebeu
aproximadamente 700 mil turistas somente no ms de junho deste ano, quando a Copa do
Mundo foi realizada, nmero 131% superior em comparao ao mesmo ms do ano passado
(NMERO..., 2014).
Diante desse fato, se faz necessrio verificar se a sinalizao turstica existente na
cidade do Rio de Janeiro foi suficiente para suprir a necessidade de informao para o
deslocamento dos seus visitantes durante a realizao desses megaeventos.
III.1 Sinalizao complementar
A poltica de turismo proposta pelo Ministrio do Turismo (MTUR) e o Instituto
Brasileiro de Turismo (EMBRATUR) para a realizao dos megaeventos apresenta quatro
eixos prioritrios de atuao, entre os quais se encontra o aperfeioamento da infraestrutura
bsica necessria atividade turstica, como [...] sinalizao turstica (PRONI; FAUSTINO;
SILVA, 2014).
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A questo foi abordada no Plano Nacional de Turismo aprovado pela MTUR, atravs
de portaria publicada em 2013, apresentando a meta de incrementar a sinalizao como uma
das intervenes programadas para preparar o turismo brasileiro para os megaeventos
(BRASIL, 2013).
Essa preocupao ficou evidente j no ano anterior aprovao da supracitada
portaria, quando o governo federal destinou a quantia de R$ 38,5 milhes para investir em
sinalizao turstica nas cidades-sede da Copa do Mundo, sendo o Rio de Janeiro uma delas
(TURISMO..., 2013).
Entretanto, durante o levantamento das placas existentes no percurso entre
Copacabana e o Po de Acar, parece que nenhum tipo de investimento em relao
sinalizao foi feito. De acordo com o estudo comparativo realizada no captulo anterior,
ainda existem muitos erros na sinalizao que comprometem o visitante de se localizar pelas
placas disponveis, ou seja, no houve modificaes.
Isso porque a quantia destinada para investir em sinalizao limitou-se em mudar
provisoriamente a sinalizao turstica existente durante os megaeventos, acrescentando
algumas placas com caractersticas diferentes das usuais, alm de conter as cores e a
logomarca do evento a que se referem. A essas placas chamamos de sinalizao turstica
complementar (BORGES, 2013).
Como essa sinalizao turstica voltada para um evento especfico, ela tem o objetivo
de reforar as indicaes existentes e auxiliar os turistas durante o perodo dos jogos
(BORGES, 2013). Isso significa que apresentam carter temporrio, sendo utilizadas somente
durante os eventos.
III.1.1 Caractersticas
Conforme visto no primeiro captulo deste trabalho, as placas de sinalizao turstica
indicativas de direo so divididas por funo, apresentando caractersticas comuns e
especficas. Durante os megaeventos, essa sinalizao complementada com placas de
indicao personalizadas, fornecendo direcionamento aos visitantes para os lugares que
interessam ao pblico do evento, como estdios e aeroportos.
Apesar de respeitar as regras bsicas estabelecidas pelos rgos de trnsito brasileiros,
essas placas tm algumas caractersticas que fogem do que est previamente estipulado pelas
nossas leis. Para definir o padro da sinalizao complementar para a Copa das
45
Confederaes e a Copa do Mundo, o CONTRAN publicou, no dia 12 de junho de 2012, a
resoluo 407, que autoriza a utilizao temporria de sinalizao de orientao de destino
especfica para a Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 e para a Copa das Confederaes da
FIFA Brasil 2013 (BRASIL, 2012).
De acordo com essa resoluo, a justificativa para ter placas de sinalizao
complementar personalizadas durante os referidos eventos se baseia nos seguintes motivos
(BRASIL, 2012):
2. Solicitao do Comit Organizador da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014;
3. Expectativa da presena de muitos turistas estrangeiros;
4. O interesse do pblico por destinos especficos e por prazo determinado.
A resoluo estabelece que a sinalizao complementar deva ser voltada para
condutores de veculos motorizados e pedestres, apontando para destinos de interesse do
pblico do evento, sem conflitar com a sinalizao viria existente. Confirma ainda a
caracterstica temporria da sinalizao complementar, estabelecendo datas para a
permanncia das placas (BRASIL, 2012).
No que diz respeito s caractersticas, a resoluo determina algumas peculiaridades
que a sinalizao complementar deve ter em relao sinalizao turstica padro, a saber:
1. Legendas, setas, pictogramas, orlas e tarjas inscritos na cor preta sobre fundo
branco;
2. Devem conter, no mximo, trs legendas no mesmo sentido ou quatro legendas
com dois ou trs sentidos por placa;
3. Os pictogramas usados so os estabelecidos pelo CONTRAN ou aqueles
constantes no Guia Brasileiro de Sinalizao Turstica, assim como as setas, orlas e
tarjas; caso os pictogramas padronizados pela nossa legislao no atendam as
mensagens especficas da sinalizao, podero ser definidos outros em comum
acordo com o organizador do evento;
4. As placas devero conter a identidade visual do evento em questo;
46
5. As legendas devero estar em dois idiomas: portugus e ingls, esse ltimo abaixo
das mensagens em vernculo, formatado em itlico.
Os itens elencados so as nicas modificaes autorizadas, todas as configuraes
restantes devem seguir o que o Manual Brasileiro de Sinalizao de Trnsito determina
(BRASIL, 2012).
III.1.2 Copa das Confederaes
As figuras abaixo exemplificam duas placas que foram usadas durante a Copa das
Confederaes em 2013:
Figura 19 - Exemplos de placas de orientao de destino durante a Copa das Confederaes
Fonte: MARACAN, 2013; G1, 2013.
possvel perceber que as placas obedecem as configuraes definidas pela resoluo:
so bilngues, tm fundo branco, a logomarca do evento e os pictogramas esto presentes.
Mas notrio que existe discrepncia entre uma placa e outra.
De acordo com o exposto na pgina 26 do primeiro captulo, as placas apresentadas na
figura acima so placas indicativas de sentido de atrativo turstico de confirmao em frente,
que tm a funo de advertir ao condutor os principais destinos a serem alcanados na diretriz
da via. Conforme o Manual Brasileiro de Sinalizao de Trnsito, o pictograma deve estar
posicionado entre a seta e a legenda referente ao atrativo turstico indicado, devendo estar
centralizado caso haja legendas grafadas em duas linhas. Alm disso, quando houver somente
destino em frente, como o caso de ambas as placas, a seta dever estar do lado esquerdo
(BRASIL, 2001).
Podemos perceber, portanto, que a placa da esquerda est em desacordo com o que
determina o referido Manual, ao contrrio da placa que est direita na figura. Apesar de as
sinalizaes estarem em Estados diferentes (Rio de Janeiro e Fortaleza, respectivamente),
47
deveria ter sido observado o princpio da padronizao, considerando que o material faz parte
do mesmo evento e que um nico turista poderia visitar as duas cidades.
III.1.3 Copa do Mundo
Na figura a seguir, so mostrados exemplos de placas que foram utilizadas durante a
Copa do Mundo que aconteceu esse ano:
Figura 20 - Exemplos de placas de orientao de destino durante a Copa do Mundo de 2014
Fonte: GLOBOESPORTE.COM, 2013; PLACAS..., 2014.
Diferente do que ocorreu com as placas de sinalizao durante a Copa das
Confederaes no ano passado, em 2014 a sinalizao teve menos erros em relao ao que
determina as regras do CONTRAN. Os equvocos mais frequentes ocorreram nas tradues,
como mostra a imagem abaixo, em que a placa com a frase "Setor Hoteleiro Norte" foi
traduzida para o ingls como "Southern Hotel Sector", direcionando o turista para o sul:
Figura 21 Placa com erro de traduo em Braslia. Fonte: G1, 2013.
Apesar dos percalos, uma pesquisa feita pela GMR Inteligncia de Mercado
encomendada pela Riotur, mostrou que 82,6% dos turistas estrangeiros aprovaram a
sinalizao turstica durante a Copa do Mundo, enquanto o ndice de aprovao pelos
visitantes brasileiros foi de 78,2% (TURISTA..., 2014).
48
III.1.4 Olimpadas
As pesquisas realizadas para a elaborao deste trabalho se mostraram infrutferas em
encontrar algum projeto de sinalizao turstica para as Olimpadas que acontecero na cidade
do Rio de Janeiro em 2016.
Entretanto, sabido que um grupo de observadores brasileiros do Comit Rio 2016, da
Unio, do governo do Estado e da prefeitura foi enviado Londres na poca das Olimpadas,
que aconteceu em 2012, com a finalidade de verificar como os britnicos se organizaram para
que o evento transcorresse de forma tranquila e eficiente, e o que poderia ser usado como
exemplo no Brasil (SILVA, 2012).
Em relao sinalizao turstica, o grupo observou que foi um dos grandes xitos do
evento, pois as placas com informaes sobre como chegar aos pontos tursticos e de interesse
dos jogos estavam em pontos estratgicos de toda a cidade (GISMONDI; RODRIGUES,
2012).
Com caractersticas diferentes das que so adotadas no Brasil, as placas apresentaram
formato e cor viva em tom rseo, caracterstica da logomarca da Olimpada de Londres:
Figura 22 - Placas de sinalizao turstica durante as Olimpadas de 2012 em Londres
Fonte: GISMONDI; RODRIGUES, 2012.
Aparentemente, ainda cedo para saber como ser a sinalizao turstica das
Olimpadas no Brasil; mas podemos ter um vislumbre a partir do que foi feito nos ltimos
mega eventos realizados no pas.
Tal como aconteceu na Copa das Confederaes e na Copa do Mundo, o CONTRAN
dever lanar uma resoluo para regulamentar a sinalizao comp