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1 Nº16 | AGO - SET - OUT 2007 BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD Nº16 | AGO - SET - OUT 2007 entrevista 5 Dr. EUGÉNIO ROSA Economista, Membro do Gabinete de Estudos da CGTP 11 REVISÃO DA CONTRATAÇÃO COLECTIVA CRUZEIRO NO SADO IV TORNEIO NACIONAL DE FUTSAL 14 contratação horas livres conselho nacional aprova acordos contratuais sindical 8

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1Nº16 | AGO - SET - OUT 2007 CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD

Nº16 | AGO - SET - OUT 2007

entrevista5

Dr. EUGÉNIO ROSAEconomista,Membro do Gabinete de Estudos da CGTP

11

REVISÃO DACONTRATAÇÃO COLECTIVA

CRUZEIRO NO SADO

IV TORNEIO NACIONAL DE FUTSAL

14contratação horas livres

11

conselho nacionalaprova acordos contratuais

sindical8

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2 CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD

A actividade de um Sindicato desenvolve-se em múltiplas direcções, mas a contratação é, inquestionavelmente, o seu vector mais importante e aquele que maior protagonismo, pela negativa ou pela positiva, lhe pode conferir.

Os tempos que vivemos estão a ser, como todos sabemos e assistimos, muito difíceis para os trabalhadores, para a manu-tenção dos seus direitos e para as suas organizações de classe – os Sindicatos.

Neste contexto, temas como: estabilidade de emprego, trabalho com direitos, evolução das condições sociais dos trabalhado-res, respeito pela contratação colectiva, são tudo questões das quais o patronato e o actual governo nem querem ouvir falar.

Consciente desta situação, mas procurando remar contra a corrente e manter bem vivos os princípios que nortearam o seu aparecimento, o STEC tem continuado a protagonizar uma acção sindical que defenda e melhore os direitos de todos os trabalhadores do Grupo CGD.

As negociações de revisão contratual do Acordo de Empresa, iniciadas entre o STEC e a CGD, em Fevereiro de 2007, che-garam finalmente ao fim, com um acordo de princípio entre as duas partes.

Para trás e ao longo deste processo negocial, vários factos há a reter:

• A adesão do STEC à Greve Geral realizada em 30 de Maio, contra o projecto de Flexigurança do governo e em defesa da contratação colectiva, apoiada pelos trabalhadores da Empresa;

• A denúncia feita pelo STEC em vários comunicados, sobre a notória degradação social a que se assiste na CGD;

• Os sucessivos protestos protagonizados pelo STEC, quanto à injusta distribuição da riqueza na CGD; riqueza que todos ajudam a criar, mas que apenas a alguns aproveita.

O balanço final dos factos que envolveram estas longas nego-ciações será feito mais tarde. Para já, o simples facto de o STEC ter chegado a um acordo com a CGD, de o acordo traduzir uma melhoria de condições para os trabalhadores e de o mesmo ter ocorrido num tempo em que só se ouve falar de caducidade de convenções colectivas, de perda de direitos para os trabalhado-res e de ostracização dos Sindicatos... já valeu a pena!

Apesar disso, estamos cientes que a luta por melhores condições de vida e de trabalho de todos os trabalhadores do Grupo CGD é uma tarefa do dia-a-dia, que nunca se esgota com a assinatura de um acordo.

Contamos com o envolvimento activo de todos para continuarmos este trabalho.

índice

CAIXA ABERTA Nº16AGOSTO - SETEMBRO - OUTUBRO 2007

caixa sindical

editorial

MAIS UM PASSO... NUM CAMINHO DIFÍCIL !

8 • REUNIÃO DE DELEGADOS SINDICAIS• CONSELHO NACIONAL• O STEC REIVINDICA

caixa entrevista5 • Dr. EUGÉNIO ROSA -ECONOMISTA, MEMBRO DO GABINETEDE ESTUDOS DA CGTP

caixa com história3 • O TEMPO E O RELÓGIO

caixa horas livres14 • CRUZEIRO NO SADO• IV TORNEIO NACIONAL DE FUTSAL - Inscrições

caixa protocolos15 • PROTOCOLOS

caixa protocolos16 • INSÓLITO• CONT(R)A-CORRENTE

caixa contratação11 • REVISÃO DA CONTRATAÇÃO COLECTIVA

caixa opinião13 • LIGAÇÕES PERIGOSAS - A VIOLÊNCIA NAS RELAÇÕES ÍNTIMAS

caixa com direitos12 • CONTRATO DE TRABALHO A TERMO

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CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD

3Nº16 | AGO - SET - OUT 2007 CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD

Nos começos do começo, o Homem, nos seus momentos de lazer, depois de passar o dia a caçar e a colher alimentos, começou a observar e a procurar entender os mistérios da natureza.Viu que o Sol nascia no horizonte ficando mais tarde na mais completa escuridão, uma escuridão que só era interrompida pelo brilho das estrelas e pela pálida luz da Lua que se mos-trava nos mais diversos formatos.Descobriu, aos poucos, a manhã, a tarde, a noite e a madru-gada que, juntos, passaram a formar um período de tempo que passou a ser chamado dia.Ninguém sabe quantas gerações o Homem gastou para medir e dividir o tempo em segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses, anos, séculos.Principiou a querer medir o tempo e tudo faz crer que o primeiro instrumento inventado pelo Homem para fazê-lo foi o relógio de sol, descoberto por um súbdito do rei Archaz, da Caldeia, que, no ano 2.600 a.C., depois de ficar de pé, parado, sob o Sol, percebeu que a sua sombra mudava de posição à medi-da que o tempo ia passando. Mas o relógio de sol tinha uma inconveniência: só media o tempo durante o dia. Como medir o tempo à noite?

Séculos depois, Platão inventou a clepsidra - uma espécie de conta-gotas capaz de medir o tempo, tanto durante o dia como também durante a noite, através do intervalo entre uma gota e outra, de água contida num recipiente. Outros aparelhos foram inventados pelo Homem, entre os quais a ampulheta, que usava grãos de areia contidos num recipiente que, por uma pequena abertura, deixava passá-los, um após outro.No ano 30 a.C. Vitruvius descreveu 13 estilos diferentes de relógios de sol usados na Grécia, Ásia Menor e Itália.

Todos temos uma noção intuitiva do que é o tempo.Apesar disso, não nos livramos de passar um mau bocado se tentarmos explicar, de uma forma simples, o que é. Muitos fi lósofos e cientistas têm refl ectido sobre a questão. Um exemplo célebre é o de Santo Agostinho, que, no ano 400, escreveu nas suas ´Confi ssões´ o seguinte:

- “Que é o tempo? Quem poderá explicá-lo clara e brevemente? (...) Quando dele falamos, compreendemos o que dizemos; compreendemos também o que nos dizem quando nos falam dele. Se ninguém mo perguntar, eu sei; se o quiser explicar a quem me fizer a pergunta, já não sei.”

O TEMPO - Pode uma abstracçãomedir-se com relógios?

históriaTodos temos uma noção intuitiva do que é o tempo. Apesar disso, não nos livramos de passar um

mau bocado se tentarmos explicar, de uma forma simples, o que é.

continua

Em 1567, devido ao naufrágio de navios, por se desconhecer a sua localização, o rei Felipe II da Espanha ofereceu uma recompensa para quem apresentasse um método para deter-minar a longitude, no mar. Para obter a longitude — a localiza-ção leste-oeste — a partir da posição do sol ou das estrelas, é preciso conhecer a hora local, o que era impossível com os relógios da época.

Em 1640, Galileu Galilei, com 76 anos e cego, dita a seu filho e a seu aluno Viviani todos os detalhes que permitiram a estes desenhar o célebre relógio de Galileu, provido de um pêndulo e um escapamento livre.

Certos historiadores referem que o primeiro relógio mecânico foi cons-truído pelo Papa Silvestre II no ano 990 d.C. Só no final do século XIII começaram a surgir relógios mecâ-nicos em maior quantidade, muitos deles instalados nas torres das Igrejas ou nas torres públicas das cidades. Em 1386, foi construído na torre da Catedral de Salisbury, em Inglaterra, um relógio cujo tempo era medido pelo movimento osci-latório de uma pesada barra. Foi o primeiro relógio a usar um pêndulo como medidor de tempo, mas só mais tarde, em 1657, Christiaan Huygens criou o primeiro relógio de pêndulo rigoroso, através do desenvolvimento da teoria dos pên-dulos e da regra matemática que relaciona o período das oscilações com o comprimento do pêndulo.

Voltando a 1410, o arquitecto Fillipo Brunelleschi construiu reló-gios que usavam uma mola em espiral e em 1510 o serralheiro Peter Henlein aperfeiçoou o mecanismo de corda e construiu relógios mais pequenos e portáteis. Até que em 1542 surge em Nuremberg o primeiro relógio de bolso, em que a hora era assinalada por uma campainha ou por um único ponteiro que marcava as horas e quartos de hora.

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Somente nos dias em que vivemos, com seus estojos de plás-tico e pela substituição da grande quantidade de peças por circuitos integrados, é que o relógio, movido por microbaterias de longa duração, se popularizou e ficou ao alcance de todas as bolsas.

Ver as horas num relógio analógico (com mostrador) ou num relógio digital (com números) causa sensações diferentes.É nítida a diferença na percepção do tempo quando se vê “15 para as 8” ou “7:45”. Como se houvesse um tempo psicológico. Parece que temos de nos apressar para chegar às 8 horas quando se lê o relógio analógico e que ainda temos muito tempo quando se lê o digital.

O Homem, até hoje, só conseguiu inventar aparelhos para medir o tempo. Não lhe foi ainda possível, entretanto, aprisionar o tempo como fez com a palavra, com a música, com a imagem. Para aprisionar o tempo, parando-o, terá que dominar a natu-reza. É esse o seu maior desafio.

Em 1714 ainda não se tinha descoberto um método prático de determinar as longitudes nas viagens marítimas. Foi então que, nesse mesmo ano, o governo britânico lançou um prémio de 20 mil libras a quem descobrisse um meio prático de determinar as longitudes. Só em 1730 o relojoeiro inglês John Harrison construiu um relógio, chamado H1, desenvolvido para ser in-dependente da direcção da gravidade. As suas partes móveis eram contrabalançadas e controladas por molas. Mas foi o seu H4 que ganhou o prémio, um relógio de bolso que na viagem que fez para a Índia entre Novembro de 1761 a Janeiro de 1762, se atrasou 5,2 segundos - em termos de longitude um erro inferior a uma milha.

Só no princípio do século XX, com a evolução da distribuição de electricidade em redes públicas, surgiram os primeiros relógios eléctricos, que utilizam a frequência da corrente eléctrica para funcionar com precisão.

Com o desenvolvimento da electrónica na mesma época, em 1930, Morrison construiu o primeiro relógio de cristal de quartzo nos laboratórios Bell Telephone de New York. A partir do surgi-mento dos transístores, em 1948, os relógios eléctricos têm-se reduzido em tamanho e consumo de corrente eléctrica.

Em 1960 surge o primeiro relógio de pulso provido de um circuito electrónico, o Ac-cutron. Também nesta década, as forças armadas americanas concebem o projeto para o sistema GPS de navegação que, como subproduto, permite a divulgação de tempo e frequência no mundo inteiro, com grande precisão.

De níquel, de prata ou até mesmo de ouro, de algibeira ou de pulso, o relógio, a princípio, passou a ser usado somente por pessoas de certas posses. Com a instalação de grandes fábri-cas, principalmente na Suíça, o preço do relógio diminuiu mas, mesmo assim, ainda não passou a ser adquirido pelo povo, em virtude da quantidade enorme de peças necessárias para que um bom relógio fosse capaz de funcionar a contento. Até rubis foram usados na sua construção.

história

continuação

Fontes:MAIOR, Mário Solto. O Homem e o Tempohttp://www.colegiosaofrancisco.com.brhttp://fisica.fc.ul.pt/pnova/index.html

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CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD

5Nº16 | AGO - SET - OUT 2007 CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD

entrevista

Em relação à Banca o VAB é calculado a partir do Produto Bancário, embora seja inferior pois àquele tem-se que reduzir al-guns custos importantes, para ver o que fica para amortizações e distribuição.

Os custos com pessoal incluem não só os salários mas tudo o que se gasta com pessoal, o que não quer dizer que os tra-balhadores recebam isso. Por exemplo: os gastos com a Administração, os carros, as gasolinas, está tudo lá contabilizado. Também os descontos para os fundos de pensões e para os SAMS e Serviços So-ciais, é tudo englobado nos custos com pessoal. Então, em relação à Banca, em 2006, eu constatei que comparando os custos com pessoal com o VAB, os Cus-tos com Pessoal, que incluem muitos cus-tos para além das remunerações dos tra-balhadores, representavam 39% do VAB. Este valor está muito abaixo da média nacional, que é entre 48 e 49%. Portanto, a repartição da riqueza na Banca é mais desigual do que a nível Nacional.

Uma das conclusões do seuestudo é: “A repartição da riqueza na Banca Portuguesa é pior que a nível do País”.Quer explicar-nos como é que fundamenta esta afirmação? ER: Da seguinte forma: devido aos ele-

vados lucros obtidos pela Banca, que tem sido um dos sectores mais lucrativos do País, e como consequência de aumentos

Dr. EUGÉNIO ROSAEconomista, Membro do Gabinete de Estudos da CGTP

Considera importante a análise da situação económica do país em geral e da empresa ou Grupo Económico em particular para a acção reivindicativa dos sindicatos, nomeadamente no que se refere a salários e em geral à forma como é distribuída a riqueza produzida?ER: Isso é importante por várias razões.

Uma delas será para avaliar a sustenta-bilidade das reivindicações assim como os seus efeitos quer em termos nacionais quer a nível de empresa. Eu fiz uma aná-lise sobre a situação da Banca em Geral e também da Caixa e uma das conclusões a que cheguei é de que a situação econó-mica, financeira e em termos de repartição de lucros é para a Caixa ainda melhor do que a média da situação da banca. A CGD tem mais lucros e tem também a repartição mais desigual.

Em relação à situação do País cons-tatamos que este atravessa uma crise económica muito próxima da estagnação, o desemprego está a aumentar, havendo um conjunto de indicadores que mostram que o país ainda não saiu da crise em que está mergulhado. Em Portugal, o que está a acontecer é que enquanto o país está mergulhado numa crise muito grande, en-quanto o crescimento económico é menos de metade do crescimento médio da União Europeia (UE), dentro do país existem ilhas muito boas, nem tudo é mau. Mesmo quan-do analisamos a forma como é repartida a riqueza em Portugal, constatamos que há uma minoria que cada vez está mais rica e uma maioria cada vez mais pobre. E comparando a situação de Portugal com a situação dos outros países, nós temos uma taxa de crescimento económico infe-rior à dos outros países, mas somos aquele onde a desigualdade de rendimentos tem aumentado muito mais. Por exemplo: ape-nas no ano de 2005, primeiro ano do ac-tual Governo do PS, a situação a nível do indicador da desigualdade agravou-se em 14%. E isto porque, em 2004, os 20% mais ricos recebiam 7,2 vezes mais rendimento do que os 20% da população mais pobre. Em 2005, esta relação passou de 7,2 para 8,2. A nível da União Europeia este indica-dor de desigualdade era, em 2005, de 4,9% portanto muito inferior ao português.

Sabemos que fez um estudo sobre o sector bancário que inclui obviamente a CGD. Em que é que o sector bancário difere dos outros sectores de actividade?ER: A Banca é um sector onde se tem

acumulado muita riqueza. Este sector tem--se conseguido apropriar de uma parte significativa da riqueza, mas relativamente aos trabalhadores constata-se que a de-sigualdade também se instalou a nível da Banca, e é ainda superior à que se verifica a nível do País. E isto porque embora a taxa de crescimento dos lucros na Ban-ca tenham sido, nos últimos anos, muito superior à verificada nos outros sectores, os aumentos médios salariais têm estado próximos dos que se verificam nos restan-tes sectores. Como consequência tem-se verificado um agravamento da repartição da riqueza neste sector com prejuízo para a grande maioria dos trabalhadores da Banca.

Portanto, apesar de a Banca ser um sector que acumula muita riqueza, a gran-de maioria dos seus trabalhadores não foi beneficiada com ela. Na Banca, está-se a constatar um agravamento da desigual-dade na repartição da riqueza.

Como é que têm evoluído ao longo dos últimos anos os lucros obtidos pela Banca em Portugal, os custos com pessoal e também a repartição da riqueza criada?ER: Eu fiz um estudo do sector ban-

cário e depois também da CGD e tentei calcular o indicador que é normalmente utilizado a nível do país e a nível de sec-tor, para determinar a riqueza criada, e depois a forma como ela se reparte pe-los diversos grupos. Esse indicador é o VAB (Valor Acrescentado Bruto), que se obtém subtraindo à riqueza criada pela própria empresa, tudo o que foi adquirido exteriormente para produzir essa rique-za, antes de retiradas as amortizações. É com base neste VAB que se calcula o PIB (Produto Interno Bruto). O PIB é o somatório dos VAB´s de todas as empre-sas do país.

Eu calculei o VAB no Sector Bancário até 2006 e a sua repartição. Este valor é repartido: uma parte pelos trabalhadores, outra parte vai para amortizações e outra para os diferentes tipos de proprietários, desde os accionistas aos que emprestam dinheiro à Banca, etc.

Dr. EUGÉNIO ROSAEconomista, Membro do

Gabinete de Estudos da CGTP

continua

Repartiçao da riqueza:"A CGD tem mais lucros e tem

também a repartição mais desigual."

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Se fizermos esta análise não em per-centagem mas por trabalhador, verifica-mos que, dividindo a riqueza criada pelo nº de trabalhadores: em 2004, a riqueza criada por trabalhador era 105.211€; em 2006, a riqueza criada por trabalhador era já 161.851€. Aumentou 53,8% em 2 anos.

Por outro lado se dividirmos os “custos com pessoal” pelo número de trabalhado-res, verificamos que entre 2004 e 2006 estes aumentaram apenas 17,3%. Em 2004 eram 46.737€ por trabalhador e em 2006 já eram 54.832€ por trabalhador.

Se passarmos esta análise para os “salários directos” então verificamos que, em 2004, o “salário directo” por trabalha-dor era 26.250€ e em 2006 era 28.360€. Portanto, entre 2004 e 2006, o VAB/Tra-balhador aumentou 53,8%, os “Custos com pessoal” 17,3% e o “salário directo” aumentou apenas 8,0%.

Em relação ao cálculo dos “Resultados” por trabalhador verificamos que em 2004 os “resultados” por trabalhador eram 28.585€ e em 2006 já eram 66.057€. Isto é, em dois anos, os “resultados” por trabalhador cresceram 131,1%, enquanto os “salários directos” por trabalhador cresceram ape-nas 8%, o que reflecte bem o agravamento da desigualdade.

Esta análise foi feita em relação à Empresa Caixa Geral de Depósitos e em relação ao Grupo CGD?ER: Em relação ao Grupo CGD, embora

a falta de alguns dados não permitiu fazer a mesma análise, a tendência é quase a mesma. Por exemplo: os “custos com pes-soal” em relação ao VAB diminuem (eram 47,8% em 2004 e passaram para 39,1% em 2006). A percentagem de “resultados” no VAB também cresceu no Grupo CGD: em 2004 era 29,4%, passou para 34% em 2005 e em 2006 já era 42,1%.

salariais próximos dos verificados a nível do País, os quais não têm tido em con-ta a situação específica da Banca a parte da riqueza criada que tem revertido para os trabalhadores tem diminuído. E isto já para não falar do trabalho não pago que existe em muitos bancos que é detectado normalmente quando a Inspecção Geral do Trabalho realiza inspecções nomeadamen-te em relação ao cumprimento dos horários de trabalho.

Na sua análise em relação à Caixa Geral de Depósitos, como é feita a repartição da riqueza?ER: No caso concreto da Caixa Geral

de Depósitos a situação é ainda pior. Isto é, a distribuição da riqueza criada é ainda mais desigual. Eu fiz essas contas para três anos - 2004, 2005 e 2006. Por exem-plo, na CGD, em 2006, os custos com pessoal representavam apenas 33,9% do VAB, 6 pontos percentuais abaixo do Sec-tor Bancário.

Se passarmos dos “custos com pes-soal” para os “salários directos” (dados retirados dos balanços sociais da CGD), estes representavam em 2006 apenas 17,5% do VAB.

E se nós compararmos três anos, de 2004 a 2006, em 2004 os “salários direc-tos” representavam 24,9% e em 2006 já representam apenas 17,5% do VAB. Isto é, em 2 anos, em percentagem diminuiu 29,8%. Como contrapartida, os Lucros no VAB aumentaram, como é natural. Em 2004, os lucros representavam 27,2% do VAB e em 2006 passaram para 40,8%, ou seja, em 2006 os lucros da CGD já são, em valor absoluto e também em percenta-gem do VAB superiores aos “custos com pessoal”.

Em 2006 os lucros representam 40,8% do VAB, os “custos com pessoal” repre-sentam 33,9% do VAB.

Se fizermos a análise por trabalhador, verificamos também que a tendência é a mesma no Grupo e na Empresa-mãe: em 2004, a riqueza criada por trabalhador no Grupo era 81.112€ e em 2006 era 117.258€, aumentando 44,6% em 2 anos, enquanto que os “custos com pessoal” por traba-lhador aumentaram 18,2% no mesmo pe-ríodo. Se tivéssemos dados relativos aos “salários directos” certamente que estes teriam tido um aumento ainda inferior ao dos “custos com pessoal”.

entrevista

continuação

ACTIVIDADE DA CGD E DO GRUPO CGD

RUBRICASCGD - ACTIVIDADE INDIVIDUAL GRUPO CGD

2004MILHÕES €

2005MILHÕES €

2006MILHÕES €

VARIAÇÃO 2006-04

2004MILHÕES €

2005MILHÕES €

2006MILHÕES €

VARIAÇÃO 2006-04

PRODUTO ACTIVIDADE 2.130 2.625 2.983 40,0 %

PRODUTO BANCÁRIO 1540 1.773 2.094 36,0 %

FST / GGA 392 404 404 3,0 % 584 644 634 8,6 %

VAB 1.148 1.369 1.690 47,2 % 1.546 1.982 3.349 51,9 %

CUSTOS COM PESSOAL 510 544 573 12,3 % 739 859 918 24,2 %

SALÁRIO DIRECTO 286 295 296 3,4 %

RESULTADOS ANTES IMPOSTOS 312 377 690 121,1 % 454 674 990 118,0 %

IMPOSTOS 5 26 150 3158,2 % 41 119 223 440,6 %

% CUSTOS PESSOAL / VAB 44,40 % 39,80 % 33,90 % -23,7 % 47,80 % 43,40 % 39,10 % -18,2 %

% SALÁRIO DIRECTO / VAB 24,90 % 21,60 % 17,50 % -29,8 %

% RESULTADOS / VAB 27,20 % 27,50 % 40,80 % 50,2 % 29,40 % 34,00 % 42,10 % 43,6 %

% IMPOSTOS / RAI 1,50 % 7,00 % 21,80 % 1373,4 % 9,10 % 17,70 % 22,50 % 147,9 %

Nº TRABALHADORES 10.912 10.832 10.442 -4,3 % 19.065 20.778 20.030 5,1 %

VAB / TRABALHADOR - MIL€ 105.211 126.376 161.851 53,8 % 81.112 95.382 117.258 44,6 %

CUSTOS PESSOAL / TRAB. - MIL€ 46.737 50.255 54.832 17,3% 38.780 41.349 45.846 18,2 %

SALÁRIO DIRECTO / TRAB. - MIL€ 26.250 27.279 28.360 8,0 %

RESULTADOS / TRAB. - MIL€ 28.585 34.805 66.057 131,1 % 23.813 32.427 49.417 107,5 %

140 %

-20 %

0 %

20 %

40 %

60 %

80 %

100 %

120 %

0 %

20 %

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60 %

80 %

100 %

120 %

Nº TRABALHADORESVAB / TRABALHADOR - MIL€CUSTOS PESSOAL / TRAB. - MIL€SALÁRIO DIRECTO / TRAB. - MIL€RESULTADOS / TRAB. - MIL€

ACTIVIDADE CGD

0

180.000

160.000

140.000

120.000

100.000

80.000

60.000

40.000

20.000

Nº TRABALHADORESVAB / TRABALHADOR - MIL€CUSTOS PESSOAL / TRAB. - MIL€SALÁRIO DIRECTO / TRAB. - MIL€RESULTADOS / TRAB. - MIL€

Nº TRABALHADORESVAB / TRABALHADOR - MIL€CUSTOS PESSOAL / TRAB. - MIL€RESULTADOS / TRAB. - MIL€

FO

NT

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Rel

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Con

tas:

200

3, 2

004,

200

5, 2

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GD

2004 2005 2006MILHÕES €

ACTIVIDADE CGD 2006 - 2004

ACTIVIDADE DO GRUPO CGD 2006 - 2004

VARIAÇÃO 2006-04

VARIAÇÃO 2006-04

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CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD

7Nº16 | AGO - SET - OUT 2007 CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD

PIDAC de 2007 e retirarmos as Estradas de Portugal chegamos à conclusão que o crescimento em 2008 é de apenas de 3,1% que é próximo da inflação e não vai ter reflexos no investimento em Portugal, isto é o investimento público não vai aumentar significativamente. E isto admitindo que as Estradas de Portugal realize o mesmo volume de investimentos previstos para 2007, o que não é certo.

Depois, a nível de impostos, nota-se que os impostos que vão crescer mais são fundamentalmente os impostos mais injus-tos, que são os impostos indirectos (IVA, Imposto automóvel, Imposto dos combus-tíveis, Imposto do Tabaco, etc). E o mes-mo nos impostos directos (IRS, IRC), pois o governo prevê que as receitas do IRC (Imposto pago pelas empresas) aumentem apenas 1,5% em 2008, enquanto as recei-tas que têm como origem o IRS aumentará 5,5% , ou seja, 4,7 vezes mais. E tenha-se presente que 87% dos rendimentos decla-rados para efeitos de IRS são do trabalho e pensões. Em 2008, o governo pretende aumentar os escalões de IRS em apenas 2,1% quando a inflação aumentará certa-mente mais. Em relação aos reformados e aposentados, o governo pretende reduzir o rendimento isento de IRS de 6.100 euros para 6.000 euros, e em relação aos defi-cientes pretende aumentar o rendimento sujeito a IRS de 80% para 90%. Portanto, mais uma vez serão os trabalhadores, os reformados e aposentados e os deficien-tes que vão ser penalizados.

Em relação às empresas verifica-se precisamente o contrário. No Orçamento do Estado de 2007 previa-se que a receita fiscal perdida devido a benefícios fiscais concedidos a empresas atingisse 1.200 milhões de euros. No Orçamento de 2008 a previsão já é de 2.000 milhões de euros, ou seja, mais 800 milhões de euros. É uma política de dois pesos e de duas medidas em que os mais prejudicados são os que menos recebem e têm.

Prof. Dr. Eugénio Rosa

Quanto aos “resultados” por trabalha-dor, aqui o aumento é tremendo: em 2004 os “resultados” por trabalhador no Grupo eram 23.813€ e em 2006 já eram 49.417€. Isto é, em dois anos os “resultados” por trabalhador no Grupo CGD cresceram 107,5%, enquanto os “custos com pessoal” por trabalhador cresceram apenas 18,2%, o que reflecte bem o agravamento da de-sigualdade.

Em conclusão: se a nível da Banca há um agravamento da desigualdade, no caso da Caixa Geral de Depósitos e do Grupo CGD essa desigualdade é ainda maior. A riqueza criada tem crescido bas-tante, mas, a parte que vai para os traba-lhadores é menor do que a nível médio da Banca. Estes dados serão fundamentais para o vosso Sindicato fundamentar uma reivindicação.

Relativamente a 2007, será que esta tendência se vai manter? ER: Os números relativos à Banca divul-

gados pela Associação de Bancos mostram que no 1º semestre de 2006 os “custos com pessoal” representavam 39,5% do VAB.

No 1º semestre de 2007 os “custos com pessoal” diminuíram para 34% do VAB, en-quanto os “resultados”, no mesmo período, aumentaram de 40 para 45% do VAB. Por-tanto, pelo menos no primeiro semestre de 2007 os resultados e a evolução na sua repartição foram muito bons para os donos da Banca. É notório.

Que novidades trás o Orçamento de Estado para 2008, relativamente aos trabalhadores portugueses?ER: As novidades para os trabalhado-

res são más, não são nada boas. Eu já estive a analisar uma parte do orçamento e, por exemplo, a nível de investimento e contrariamente àquilo que é dito pelo Engº Sócrates e pelo Ministro das Finan-ças, não há uma viragem no investimento. O crescimento do investimento é extrema-mente reduzido. O ministro das Finanças falava em 6,3%. Mas depois eu estive a ver no PIDAC (Plano de Investimento da Administração Central) e concluí que este orçamento é difícil de analisar em compa-ração com anteriores, porque é feita uma certa engenharia financeira, como forma de reduzir o défice. Assim, transformam serviços do Estado em Empresas Públi-cas ou Institutos ou até em Sociedades Anónimas. Já o ano passado esta técnica teve impacto no orçamento através da al-teração dos hospitais SPA (serviços pú-blicos administrativos) em hospitais EPE, e assim os resultados negativos dos hos-pitais não são contabilizados no défice. O mesmo poderá acontecer em relação às Estradas de Portugal que foi transformado em Sociedade Anónima pelo governo.

Perante isto, e para fazer uma análi-se comparativa correcta, se formos ao

Perante todas as dificuldades que se colocam aos trabalhadores, qual a mensagem que deixa ao STEC e aos trabalhadores do Grupo CGD?ER: Recentemente foi entregue na Assem-

bleia da República uma petição contra a pobreza assinada por mais de 20.000 por-tugueses de todas as correntes politicas. Em Portugal cerca de 19% da população, ou seja, quase dois milhões de pessoas, vivem abaixo do limiar da pobreza, que em 2005 era 360€ por mês. Daí para cá a si-tuação tem-se agravado ainda mais. Isto é um aspecto que, em termos humanos, é uma ofensa para a consciência de todos os portugueses. E se nós compararmos Por-tugal com o resto da Europa notamos que a situação em Portugal se tem agravado muito mais do que no resto da Europa.

Na Banca, embora não se coloquem as coisas ao mesmo nível, pois não existem salários tão baixos, mas em termos glo-bais o agravamento da desigualdade ain-da é maior como mostram os dados que analisei e que citei anteriormente, o que para além de ter efeitos no agravamento das condições de vida dos trabalhadores bancários, constitui um obstáculo impor-tante ao crescimento económico. Uma repartição da riqueza criada, cada vez mais desigual, torna cada vez mais difícil a recuperação económica do país, porque a procura interna é extremamente frágil e tem-se ainda agravado ainda mais devi-do aos reduzidos aumentos dos salários, com a subida da taxa de inflação, com o crescimento do desemprego, e com o crescente endividamento das famílias. Um crescimento económico dependente fundamentalmente das exportações como defendem alguns, como forma de aumen-tar a exploração dos trabalhadores portu-gueses, é extremamente frágil e perigoso porque ficará totalmente dependente do estrangeiro. E isto já para não falar do agravamento da injustiça social no nosso País. É portanto fundamental exigir uma repartição mais justa da riqueza criada, a começar pela Banca um dos sectores mais lucrativos do País, para assegurar não só uma maior justiça social mas tam-bém um crescimento económico susten-tável e persistente. Pode-se mesmo afir-mar que uma das causas actuais da grave crise económica e social é precisamente a grave e crescente desigualdade que se verifica na repartição dos rendimentos e da riqueza em Portugal.

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Os Delegados Sindicais do STEC, a nível nacional, reuniram-se no dia 18 de Outubro para analisar dois temas de grande importância e de relevantes consequências na vida futura dos trabalhadores e das suas famílias:

PONTO 1As negociações de revisão do Acordoentre o STEC e a CGD

PONTO 2O “Livro Branco” das Relações de Trabalho.

No primeiro ponto e após tomarem conhecimento da situação a que se chegou nas negociações, os Delegados Sindicais manifestaram, na maioria das intervenções, o seu apoio à Di-recção quanto ao rumo e ao objectivo das negociações, tendo em conta as dificuldades colocadas.

Quanto ao “Livro Branco” e depois de uma explanação sobre o seu conteúdo e as principais consequências, nomeadamente para os Delegados Sindicais, feita pelo Dr. Vítor Ferreira, se-guiram-se várias perguntas e respostas de clarificação, culmi-nando com a aprovação, por unanimidade, de um documento de repúdio, que aqui se transcreve.

No final da reunião e após o almoço, foram muitos os que participaram na manifestação promovida pela CGTP sob o lema “Por uma Europa Social e Emprego com Direitos”, onde o “Livro Branco” foi largamente contestado. Esta grandiosa manifestação juntou mais de 200.000 pessoas e mostra bem a contestação às alterações legislativas que o Governo se prepara para fazer sair.

sindical

REUNIÃO DE DELEGADOS SINDICAIS

DELEGADOS SINDICAIS• APOIAM A DIRECÇÃO NAS NEGOCIAÇÕES• REPUDIAM O “LIVRO BRANCO” DAS RELAÇÕES DE TRABALHO• PARTICIPAM NA MANIFESTAÇÃO EM DEFESA DE UMA EUROPA SOCIAL E EMPREGO COM DIREITOS

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CONTRATAÇÃO COLECTIVA - A CADUCIDADE DAS CONVENÇÕES

COLECTIVAS DE TRABALHO:* Pretende revogar as cláusulas de vigência que

impedem a caducidade, mediante a introdução de um prazo máximo de vigência de 10 anos.

- O PRINCÍPIO DO TRATAMENTO MAIS FAVORÁVEL:* Continua a preconizar a celebração de contratos

colectivos com direitos inferiores à lei geral;* Prevê a eliminação da norma que proíbe que os

contratos individuais de trabalho estabeleçam condições mais desfavoráveis que as previstas na contratação colectiva.

Por esta amostragem, se pode já avaliar a dimensão e a gravidade das propostas que o «Livro Branco» contém.

Mais precariedade e menos direitos para os trabalha-dores e o reforço dos poderes patronais, são as suas grandes linhas mestras.

Face a este cenário, os Delegados Sindicais do STEC, reunidos em Lisboa, no dia 18 de Outubro de 2007 deliberam:

1 - Repudiar o conteúdo do «Livro Branco das Relações de Trabalho»;

2 - Participar nas acções de denúncia e combate a todas as medidas que o Governo vier a apresentar, baseadas neste «Livro Branco» e que visem prejudicar os direitos e as regalias sociais dos trabalhadores e o reforço dos poderes patronais.

DOCUMENTO APROVADO

Realiza-se hoje, em Lisboa, no Parque das Nações, a cimeira de Chefes de Estado e de Governo da União Europeia, onde a flexigurança será, mais uma vez, tema de debate.

Os prenúncios sobre as conclusões deste debate são os piores, dada a evidência de que as preocupações das cimeiras da UE, não têm as questões sociais como tema.

Antecipando o que se vai passar, o governo português, como anfitrião da cimeira, já deu o mote sobre as suas ideias e intenções, ao promover uma brutal escalada contra os direitos dos trabalhadores, agora assumida descaradamente no chamado «Livro Branco das Rela-ções de Trabalho».

Neste «Livro Branco das Relações de Trabalho», o go-verno mostra até onde quer ir nas alterações à legislação do trabalho e mostra igualmente a sua desfaçatez em relação às posições que assumiu sobre a matéria quando era oposição e às promessas que fez, no programa com que se apresentou às eleições.

A aplicação das medidas que o «Livro Branco» preconi-za, teria consequências dramáticas na vida profissional, pessoal e familiar dos trabalhadores e completamente devastadoras em relação à Contratação Colectiva.

- A JORNADA DE TRABALHO DIÁRIA:* Em que se admitem horários de trabalho superiores

a 12 horas, sem qualquer pagamento de trabalho suplementar.

- AS REMUNERAÇÕES, EM QUE SE PREVÊ:* A eliminação das diuturnidades, como forma de

redução dos subsídios de férias, natal, trabalho nocturno e prestações complementares;

* A substituição do pagamento do trabalho extraordinário, por uma compensação igual em tempo;

* A possibilidade da redução dos salários, com fundamento na redução da actividade das empresas ou de problemas de mercado.

- OS DESPEDIMENTOS:* A introdução do despedimento por inaptidão (a

entidade patronal passaria a poder despedir com fundamento na “incompetência” – recorrendo a modelos de avaliação e desempenho, ou incumprimento de objectivos concebidos e manipulados por si própria).

- AS INTERMITÊNCIAS E PAUSAS NO TRABALHO:* É proposto o não pagamento do “período inactivo

do tempo de permanência” – de todo o tempo de trabalho apenas seja pago o tempo de trabalho efectivo e não se paguem todos os períodos de tempo em que houve pausas no trabalho.

POR UMA EUROPA SOCIALEMPREGO COM DIREITOSNÃO AO “LIVRO BRANCO”!

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STEC REIVINDICACrédito à Habitação em condições iguais para todos os trabalhadores do Grupo

CONSELHO NACIONAL APROVA:Acordo STEC / CGDAcordo STEC / CLF e Outras Empresas do GrupoPlano de Actividades e Orçamento para 2008

sindical

Por razões culturais, sociais e económicas (o mercado de arrendamento não funciona), a maioria dos trabalhadores recorre ao crédito bancário para comprar casa. Com os trabalhadores do Grupo Caixa não é diferente.

A habitação é um bem social, que consome hoje uma grossa fatia do rendimento do agregado familiar. Nos últimos meses, os sucessivos aumentos das taxas de juro estão a provocar graves desequilíbrios nos res-pectivos orçamentos.

É necessário e urgente fazer alguma coisa!

Neste contexto, o STEC decidiu lançar um repto à Administração da C.G.D.: - Para todos os trabalhadores do Grupo Caixa, crédito à habitação em condições iguais às dos trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos.

Esta reivindicação foi já apresentada ao Presidente da Administração da CGD com um pedido de reunião.A Administração da Caixa Geral de Depósitos tem uma oportunidade única de fi car na história ao aceitar este desafi o do STEC.

É o momento de criar, dinamizar e desenvolver uma matriz própria, com denominadores comuns para todo o Grupo. É por esta via, no aspecto social, que o espírito de grupo se pode fortalecer, ganham os trabalhadores e ganha a Empresa.O Grupo Caixa não pode só crescer fi nanceiramente, aumentando os seus lucros; tem de desenvolver no seu seio uma política social que motive os trabalhadores para o futuro.Não basta apregoar que os trabalhadores são a mais valia das Empresas; é necessário passar das palavras às atitudes, dar respostas a alguns problemas dos trabalhadores que criam riqueza para as Empresas.Assim, está na hora de permitir o acesso ao crédito à habitação, em condições iguais, a todos os traba-lhadores do Grupo CGD.

O STEC, como forma de dar força à sua reivindi-cação, pôs a circular um “postal-casa”, dirigido ao Presidente do Grupo CGD, para ser subscrito por todos os trabalhadores das Empresas do Grupo.Após a recolha de todos os postais, a Direcção do Sindicato fará a sua entrega ao destinatário.

ASSINA O POSTAL !JUNTA-TE A NÓS ! ADERE AO STEC !

Acordo STEC / CGDO Conselho Nacional reuniu em Lisboa, no passado dia 16 de Novembro, para discutir e votar o Acordo de Princípio, assinado entre a Direcção do STEC e a Adminis-tração da Caixa Geral de Depósitos, cujo conteúdo foi divulgado aos sócios, através do comunicado 19.No decorrer da reunião a Direcção fez uma abordagem pormenorizada ao conteúdo do Acordo, explicando as razões da assinatu-ra do mesmo.Seguiu-se uma discussão da matéria, tendo sido feitos pelos membros do CN diversos pedidos de esclarecimento a que a Direcção respondeu.Das intervenções ressaltaram dúvidas quanto ao clausulado relacionado com o regime de Segurança Social aplicável aos trabalhadores admitidos após 1/1/2006 e também um generalizado apoio às restan-tes cláusulas do acordo apresentado pela Direcção, tendo ficado bem patente que, nas condições actuais, este acordo se deve considerar um passo importante para os trabalhadores, fruto da persistência do STEC na defesa dos seus direitos.A Direcção deixou bem claro que, tal como

esta via, no aspecto social, que o espírito de grupo se pode fortalecer, ganham os trabalhadores e ganha a Empresa.O Grupo Caixa não pode só crescer fi nanceiramente, aumentando os seus lucros; tem de desenvolver no seu

própria, com denominadores comuns para todo o Grupo. É por esta via, no aspecto social, que o espírito de grupo se pode esta via, no aspecto social, que o espírito de grupo se pode fortalecer, ganham os trabalhadores e ganha a Empresa.O Grupo Caixa não pode só crescer fi nanceiramente, aumentando os seus lucros; tem de desenvolver no seu

manifestou na declaração feita para a acta das negociações, vai voltar em bre-ve a insistir na negociação da matéria de segurança social e também que se torna imperativo continuar a lutar para melhorar aspectos importantes das condições de trabalho, nomeadamente ao nível remu-neratório, situação que estará brevemen-te em análise, por força da proposta de aumento salarial para 2008.Esclarecidos todos os pontos da maté-ria em discussão, a proposta do Acordo STEC/CGD foi posta à votação, tendo sido aprovada por maioria: 45 votos a favor; 1 voto contra e 11 abstenções.

Acordo STEC / CLF eOutras Empresas do GrupoO Acordo de Princípio a que o STEC che-gou com as Empresas do Grupo CGD melhora significativamente o documento agora revisto e constitui mais um passo na aproximação ao Acordo da CGD.Não havendo pedidos de esclarecimento sobre o conteúdo do Acordo de Princí-pio, foi o mesmo posto à votação, tendo sido aprovado pelo Conselho Nacional por maioria: 49 votos a favor e 8 abstenções.

Plano de Actividades eOrçamento para 2008A Direcção abordou os aspectos essen-ciais do Plano de Actividades que se pro-põe levar à prática em 2008, documento antecipadamente distribuído aos membros do CN. Salientou-se as implicações das obras da nova Sede no actual orçamento e a consequente mudança e instalação dos serviços, situação que irá melhorar bastante o desempenho do Sindicato, nas diversas vertentes de trabalho.O Presidente do Conselho Fiscal procedeu à leitura do parecer, salientando o traba-lho positivo desempenhado pela Direcção, demonstrado no aumento do número de associados e também na boa gestão reali-zada. Por tudo isso o Conselho Fiscal deu o seu parecer favorável ao Orçamento do STEC para 2008.No fi nal, o Plano de Actividades e Orça-mento para 2008 foi aprovado pelo Con-selho Nacional por unanimidade.

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contratação

REVISÃO DACONTRATAÇÃO COLECTIVA

ALCANÇADOS ACORDOS COM:• A CGD;• A CAIXA LEASING E FACTORING E OUTRAS EMPRESAS DO GRUPO

O STEC acaba de concluir dois acordos contratuais, relativamente às revisõesdo AE entre o STEC e a CGD e do ACT entre o STEC e a Caixa Leasing e Factoring e outras Empresas do Grupo CGD.

* O valor do Subsídio Infantil (Anexo IV - Cláusulas de Expressão Pecuniária) que era de 24,10€ mensais, passa para 50€ mensais.

* Em relação à Cl. 74ª Ponto 4 - atribuição de mais 2 e mais 3 dias de férias, conforme a idade e tempo de serviço (54 e 55 anos de idade e 34 e 35 anos de serviço, respectivamente) o conceito de antiguidade passa a ser igual ao que está definido para o Prémio de Antiguidade;

* A categoria de Gestor de Cliente (Anexo I – Grupos Profissionais) passa da área funcional C (administrativa, operativa e comercial) para a área funcional B (técnica, especifica e de enquadramento);

* A categoria de Especialista de Instalações Técnicas e de Segurança, passa a integrar o conjunto de funções que estão consideradas para promoção ao nível superior ao mínimo da categoria (Cl. 17ª Ponto 4);

* O Grupo IV (serventes e trabalhadores de limpeza) passa a ter o nível 4 como nível máximo do Grupo (actualmente era o nível 3), e vê contratualizadas as Promoções por Mérito (5%);

* O Crédito à habitação (Cl. 130ª e Regulamento do Crédito à Habitação) tem as seguintes alterações:

• Valor máximo do empréstimo único, para todos os níveis, de 200.046,40€

• Percentagem de financiamento máximo de 100% do valor da avaliação

• No caso de se tratar de um casal (em que ambos sejam funcionários da CGD) passa a haver um acréscimo de 50% no valor máximo do empréstimo, sem exceder os 100%

• Fica abolido o actual limite de 35 Km de distância do local de trabalho, para a qualificação de habitação como permanente

• Passa a ser possível o financiamento para construção por administração directa

* A Cedência ocasional de trabalhadores (Cl. 50ª), em que estes passam a poder retirar o seu acordo à cedência e a regressar à Empresa de origem, mediante um pré-aviso de 90 dias;

* As Férias seguidas ou interpoladas (Cl. 76ª), que passam a permitir, por acordo, a marcação de um período mínimo seguido de 10 dias úteis de férias;

* O Subsídio Infantil, (Cl. 69ª) em que é acrescentado um ponto novo, com a seguinte redacção:

Nos casos em que seja autorizado o adiamento por um ano do início da escolaridade obrigatória com fundamento em deficiência ou doença da criança, o subsídio é devido até à data em que o trabalhador adquire o direito ao subsídio de estudo trimestral em relação a essa criança;

* As faltas dadas ao abrigo da condição de Trabalhador Estudante e por razões de ordem parental (Cl. 67ª), passam a ser despenalizadas para efeitos do Prémio de Antiguidade

* As acções de Formação (Cl. 98ª) passam de 20 horas anuais, para um mínimo de 35 horas anuais;

* Por imposição legal do Governo, os trabalhadores admitidos para a CGD a partir de 1/1/2006 deixaram

de poder inscrever-se na CGA e passaram a ser inscritos no Regime Geral da Segurança Social, ficando sujeitos a este regime. Em consequência disto, as cláusulas nºs 89ª (Faltas por doença), 117ª (Pensões de reforma e sobrevivência), 118ª (Subsídio de desemprego) e 120ª(Regime de maternidade e paternidade), foram alteradas.

A aplicação de dois regimes diferentes aos trabalhadores da CGD, coloca em situação diferenciada aqueles que foram admitidos após 1/1/2006, o que levou o STEC a fazer uma declaração para a acta das negociações salientando que se impõe rediscutir esta problemática o mais rapidamente possível, de forma a encontrar-se uma solução coerente, equilibrada e justa.

continua

Estes acordos tiveram naturalmente por base, uma avaliação positiva das cláusulas que sofreram alteração e dos efeitos vantajosos que daí resultam para os trabalhadores.

Nos tempos que correm, em que os ataques aos direitos dos trabalhadores e aos seus Sindicatos têm sido a grande palavra de ordem do patronato e do próprio governo, estes acordos que o STEC alcançou com a CGD e com diversas Empresas do Grupo,

não podem deixar de constituir um facto relevante a registar.

Informamos a seguir os aspectos mais importantes das alterações produzidas nos dois acordos contratuais:

ACORDO STEC / CGD

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* Introduzido o Subsídio a Trabalhador Estudante, no valor de 18,50€ mensais, a atribuir desde que o curso seja considerado de interesse para o serviço. O ensino até ao 12º ano de escolaridade é sempre de interesse para o serviço.

* O valor do Subsídio infantil (Clª 49ª) que era de 24,10€ mensais, passa para 50€ mensais.

* O valor da Diuturnidade, que era 39,10€, passa para 42€ (Clª 41ª), ficando, em acta, o compromisso assumido pelas partes que, em 2008, este valor vai igualar finalmente o que for negociado para a CGD.

* As acções de Formação (Cl. 70ª) terão um mínimo de 35 horas anuais por trabalhador;

* Alteração do período de referência de 4 para 2 meses, relativamente ao Período Normal de Trabalho em Termos Médios (Clª 24ª);

* Para a Determinação da Antiguidade (Clª 7ª) será contado, além do tempo de serviço prestado à Empresa, também o tempo de serviço prestado a qualquer das Empresas subscritoras do Acordo.

* O Período de Estágio (Clª 9ª) passa a contar para efeitos de antiguidade na Categoria em que o trabalhador ingressou;

* Na Mobilidade Geográfica (Clª 35ª), ficam consagradas algumas situações que à partida são consideradas

como determinantes de existência de prejuízo sério para o trabalhador e que este pode invocar para não ser transferido: Trabalhador dependente de tratamento crónico; ascendentes ou incapacitados que coabitam com o trabalhador e a quem este deva assistência; descendentes com idade inferior a 16 anos; frequência com aproveitamento pelo trabalhador em estabelecimento de ensino que não exista no local para onde se pretende efectuar a transferência.

A Direcção do STEC reconhecendo que muito trabalho e muita justiça há ainda a fazer, em todas as Empresas do Grupo, não quer deixar de manifestar a sua tranquilidade e a consciência do dever cumprido nos acordos alcançados, tanto pelo seu conteúdo como pelo significado que os mesmos evidenciam – a afirmação plena do STEC, como grande interlocutor dos interesses dos trabalhadores perante a Administração do Grupo CGD.

direitosCONTRATO DE TRABALHO A TERMO

É já significativo o número de trabalhadores do Grupo Caixa Geral de Depósitos que se encontra vinculado por tal contrato precário.

1. O contrato de trabalho a termo só pode ser celebrado para a satisfação de necessidades temporárias da empresa e pelo período estritamente necessário à satisfação dessas necessidades.

2. Consideram-se, nomeadamente, necessidades temporárias da empresa as seguintes:

a) Substituição directa ou indirecta de trabalhador ausente ou que, por qualquer razão, se encontre temporariamente impedido de prestar serviço;

b) Substituição directa ou indirecta de trabalhador em relação ao qual esteja pendente em juízo acção de apreciação da licitude do despedimento;

c) Substituição directa ou indirecta de trabalhador em situação de licença sem retribuição;

d) Substituição de trabalhador a tempo completo, que passe a prestar trabalho a tempo parcial, por período determinado;

e) Actividades sazonais ou outras actividades cujo ciclo anual de produção apresente irregularidades decorrentes da natureza estrutural do respectivo mercado, incluindo o abastecimento de matérias-

-primas;

f) Acréscimo excepcional de actividade da empresa;g) Execução de tarefa ocasional ou serviço

determinado precisamente definido e não duradouro;h) Execução de uma obra, projecto ou outra actividade

definida e temporária, incluindo a execução, direcção e fiscalização de trabalhos de construção civil, obras públicas, montagens e reparações industriais, em regime de empreitada ou em administração directa, incluindo os respectivos projectos e outras actividades complementares de controlo e acompanhamento.

3. Além das situações previstas no nº 1, pode ser celebrado um contrato a termo nos seguintes casos:a) Lançamento de uma nova actividade de duração

incerta, bem como início de laboração de uma empresa ou estabelecimento;

b) Contratação de trabalhadores à procura de primeiro emprego ou de desempregados de longa duração ou noutras situações previstas em legislação especial de política de emprego.

Os contratos efectuados fora dos casos aqui previstos ou que violem estas disposições, consideram-se sem termo.

Vamos então, aqui, exemplificar a admissibilidade deste tipo de contrato:

continuação

contratação

A Direcção tem já preparada a proposta de revisão salarial para 2008, que em breve - logo que esteja terminado em definitivo o processo de 2007 - entregará

a todas as Empresas do Grupo CGD, de forma a que se iniciem as negociações tão rápido quanto possível.

Antes da apresentação às Empresas informaremos os Trabalhadores desta proposta.

ACORDO STEC / CAIXA LEASING E FACTORING E OUTRAS EMPRESAS DO GRUPO

REVISÃO SALARIAL PARA 2008

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Consequências da violênciaAs consequências desta violência ocorrida no seio das relações íntimas, quer para a vítima individualmente, quer para o contexto onde se manifesta, têm vindo também a ser estudadas e podem ser categorizadas do seguinte modo:- Consequências ao nível da saúde física - uma percentagem

considerável de mulheres reporta danos físicos subsequentes aos episódios de violência, os quais, no limite, podem compro-meter a vida da vítima (quer por homicídio, quer por suicídio);

- Consequências psicológicas - são reportadas, por muitas víti-mas, como as mais dolorosas e incapacitantes, comprometen-do a sua auto-estima e desencadeando sintomatologia de tipo ansioso e depressivo;

- Consequências sociais e económicas - para além do impacto ao nível individual e familiar, a vitimação implica, directa ou indirectamente, efeitos macro-económicos muito relevantes, decorrentes dos custos em áreas tão diversas como a saúde, justiça, segurança social e emprego.

Expressão da agressividadeA violência nas relações de intimidade reveste-se de múltiplas manifestações e pode definir-se como um padrão de compor-tamento que ocorre sob a forma física, emocional, psicológica, sexual e económica e que é desenvolvido com vista a perpetuar a intimidação, o poder e o controlo do agressor sobre o cônjuge maltratado. Neste tipo de violência coexistem, quase sempre, múltiplas formas de expressão da agressividade, com maior vi-sibilidade ao nível físico, sexual, psicológico e de discriminação sócio-cultural.

Os homens violentos dificilmente procuram ajuda profissional com o intuito de alterar o seu comportamento. Para além de negarem, com frequência, os seus actos violentos, subestimam as suas intenções e as consequências provocadas, projectando a culpa nas vítimas. Estes agressores tentam justificar o seu comportamento violento, negando a responsabilidade pelo mes-mo ou argumentando que são as mulheres que, pelo seu com-portamento, os provocam.

Existem poucos estudos acerca das características dos homens que praticam este tipo de violência, uma vez que raramente acei-tam participar em pesquisas. O que se conhece é, normalmente, apurado junto das vítimas: cônjuges agressores são geralmen-te provenientes de lares violentos, viram o seu pai agredir a sua mãe e foram, eles próprios, vítimas de violência parental; apresentam, em média, níveis baixos de auto-estima, concep-ções tradicionalistas acerca do casamento, lacunas ao nível da expressão das emoções e da afirmatividade. Geralmente apre-sentam personalidades autoritárias e sofrem variações súbitas e descontextualizadas de humor.

As diferentes características de personalidade podem coexistir num mesmo indivíduo, mas não são de todo suficientes para identificar um homem violento. É de facto muito difícil traçar o perfil deste tipo de homem, uma vez que qualquer um o pode ser, independentemente de serem conhecidos alguns factores de risco.Lúcilia Pedro

A violência interpessoal é um fenómeno generalizado em vários contextos, mas a que ocorre entre duas pessoas que mantêm uma relação afectivamente próxima – como é a conjugalidade – merece uma reflexão à parte, não só pela sua dimensão numérica, mas também pelas características particulares de que se reveste.

opinião“Cerca de um quarto das mulheres em todo o mundo é, em algum momento da sua vida,

vítima de abusos violentos na sua própria casa”– relatório da UNICEF (1995)

LIGAÇÕES PERIGOSAS:A VIOLÊNCIA NAS RELAÇÕES ÍNTIMAS

Apesar de não ser exclusiva dos homens, a grande maioria das situações de violência doméstica tem como protagonistas agressores masculinos e como contexto mais frequente o espaço familiar. Os diversos estudos a nível internacional têm vindo a demonstrar a maior probabilidade de as mulheres virem a ser vítimas de violência interpessoal por parte das pessoas que lhe são próximas e, sobretudo, familiares, cônjuges e companheiros. Quando falamos da prevalência da violência conjugal a percen-tagem de vítimas do sexo feminino varia entre os 9 e 42% no que se refere à violência psicológica, entre 9 e 30% no caso da violência física e 4 a 20% relativamente à violência sexual.

Um estudo nacional conduzido pela Universidade Nova de Lis-boa, concluído em 2003, refere que das 1500 mulheres entre-vistadas 30% consideraram ter sido vítimas de, pelo menos, um episódio de violência.

Durante muitos anos a temática da violência nas relações de intimidade manteve-se na obscuridade científica e social, estan-do ausente do interesse dos mass media, da opinião pública e, consequentemente, das agendas políticas. Este desinvestimento deveu-se, em parte, ao facto de este tipo de violência não ser percepcionada como um comportamento criminal grave, ocorrer num contexto privado e estar associada a uma maior tolerância social (a qual, por seu turno, decorria – e ainda decorre – de um conjunto de crenças e valores religiosos e sociais em torno das noções de casamento e de família e também dos estereótipos sociais amplamente difundidos).

É na 2ª metade do séc. XX que se assiste a uma crescente consciência por parte da comunidade científica, o que fez com que o problema adquirisse uma progressiva visibilidade, quer nos meios políticos, quer por parte dos meios de comunicação social. O crescente interesse sobre a problemática da violência exercida sobre as mulheres no contexto de intimidade esteve for-temente associada aos movimentos e organizações de mulheres norte-americanas que, partindo da sua posição de vítimas, vie-ram colocar a tónica na violência doméstica enquanto uma forma específica de dominação baseada nas desigualdades de poder nas relações familiares e sociais, desafiando as concepções tra-dicionais que viam este tipo de violência como um problema de carácter privado.

As Nações Unidas, na Declaração sobre Direitos Humanos, assinalam o fenómeno da violência doméstica como global, in-temporal e com características semelhantes em países cultural e geograficamente diferentes, pelo que estimulam os Estados a condenar a violência contra as mulheres e a não se escu-darem em costumes, tradições ou crenças religiosas para não assumirem a sua obrigação de a combater por todos os meios possíveis.

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Assim, e depois de jovens entu-siastas, raparigas de um lado e rapazes de outro, como é de praxe, terem içado a vela do “Riquytum” e do mestre ter apanhado um venti-nho de feição, lá partimos.

Mesmo só tendo sido brindados pela visão de um golfi nho, não foi possível dispensar um mergulho nas límpidas águas do rio. E depois de tanta actividade, nada como um bom repasto para retem-perar forças e animar as hostes.

Terá sido do sol, do lugar, do con-vívio ou das próprias sardinhas… o certo é que o almoço soube di-vinalmente.

A fi nalizar, um merecido descanso, que foi aproveitado por alguns para bronzear um pouco mais o corpo, jogar às cartas ou simplesmente cavaquear…

CRUZEIRO NO SADOUM DIA BEM PASSADO!

Um dia ensolarado, um galeão do sal com 500 anos agora completamente restaurado e a “busca” dos poucos golfinhos roazes que ainda habitam o estuário do Sado, foram o pretexto para mais um passeio organizado pelo nosso Sindicato em 22 de Setembro.

horas livres

AINDA PODES

CONCORRER !!!

Consulta os regulamentos em

www.stec.pt

Encontram-se abertas inscrições, até ao próximo dia 31 de Dezembro, para participação no Torneio de Futsal, organizado pelo STEC, que se efectua em Janeiro/Fevereiro de 2008, durante 1 ou mais fi ns-de-semana, consoante o número de equipas participantes e em local ou locais a designar.

IV TORNEIO NACIONAL DE FUTSALInscrições de equipas - Até final de DezembroJaneiro - Fevereiro. 2008

O Regulamento e a ficha de inscrição encontram-se disponíveis em www.stec.pt , na Sede do STEC,

ou nas Delegações do Porto e de Coimbra.

Para mais informações é favor contactar: STEC – Pelouro dos Tempos Livres

As condições de participação são as seguintes:

1. A inscrição de qualquer equipa, deverá ser composta por um mínimo de 7 e máximo de 12 jogadores;

2. A inscrição no torneio será grátis, mas cada equipa terá de efectuar uma caução de 25€, que será devolvida no fim do Torneio, a todas as equipas que não tenham sido desclassificadas por desistência ou a quem não tenha sido atribuida falta de comparência em qualquer jogo.

3. A participação no Torneio, destina-se prioritariamente a associados, mas é autorizada a inscrição de 2 familiares (cônjuge ou filho) do sócio, por cada equipa.

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15Nº16 | AGO - SET - OUT 2007 CAIXA ABERTA BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD

ensino

desporto e saúde

protocolos

DESCONTOS E CONDIÇÕES ESPECIAISPARA ASSOCIADOS DO STEC

Apresentamos os novos protocolos estabelecidos entre o STEC e outras entidades.

Para qualquer esclarecimento complementar é favor contactar a Sede, em Lisboa, ou as

Delegações de Coimbra e Porto.

EXTERNATOS SEBASTIÃO DA GAMA E SÉNECAwww.externatoseneca.com.pt

- Externato SénecaAv. Almirante Reis nº 73-2º 1150-012 LISBOA Tel. 213 140 092 E-mail. [email protected]

- Externato Sebastião da GamaAv. Almirante Reis, nº 106-1º 1150-022 LISBOA Tel. 218 152 776 E-mail. [email protected]

Isenção do pagamento de inscrição no valor de 135€ aos sócios do STEC e familiares directos - filhos, cônjuges, pais e equiparados.

XAVIMO PHARMA, LDA. R. dos Fanqueiros, 200 1100-232 LISBOA

Proporciona aos associados do STEC, bem como aos seus trabalhadores, um desconto de 10% em todos os produtos de parafarmácia (excepto MNSRM e alimentação infantil).

O desconto não é aplicável a produtos em promoção e/ou campanha.

CAP – CENTRO DE APOIO PSICOLÓGICOR. José Fernandes Guerreiro, 28-2º Esqº8100-598 LOULÉTel. 960 235 115 / 965 081 766 / 914 904 571E-mail. [email protected]

Pratica um desconto de 20% nas Avaliações e Intervenções Psicológicas a todos os sócios e trabalhadores do STEC, bem como aos respectivos cônjuges e filhos.

Para mais informações sobre outros protocolos existentes consulte a a página de Internet do STEC.

www.stec.pt

diversos

turismo

cultura e lazer

COMPLEXO TURÍSTICO DE RILHADASEvasões - Diversões e Turismo, Lda.Complexo Turístico de Rilhadas Sede: Pr. 25 Abril, 138-3º Sala BX FAFEwww.rilhadas.com

Compromete-se a conceder a todos os sócios e funcionários do STEC, desde que devidamente identifi cados, os seguintes descontos:

• 10% - para ser membro do Campo de Golfe. • 10% - no alojamento por quarto. • 20% - a partir do 2º quarto.• 10% - em todas as actividades realizadas no Complexo

turístico, incluindo clínicas de Golfe. • 10% - sobre o aluguer das salas para eventos (caso não

inclua um almoço ou jantar de trabalho, neste caso, o espaço será grátis).

A ESCOLA DA NOITEOfi cina Municipal de Teatro R. Pedro Gomes (Quinta da Nora) 3030-019 COIMBRATel. 239 718 238 Fax. 239 703 761

A Escola da Noite oferece aos associados do STEC, me-diante apresentação do cartão de sócio do Sindicato, um desconto de 40% (não acumulável) sobre o valor facial do bilhete, em todos os espectáculos apresentados pela Companhia, no seu espaço na cidade de Coimbra.

IDEAL ÓPTICA DA MALVEIRAEstrada Nacional Nº 8 - Edifício Salamanca,Bloco A - R/c Dtº Loja 2665-258 MALVEIRATel. 219 660 377 Fax. 219 663 807

Condições Especiais aos sócios: • Aros e lentes - 20% desconto • Óculos de sol e lentes de contacto - 15% desconto • Outros produtos ópticos - 10% desconto • Consultas de Optometria/Contactologia - Grátis mediante

marcação.

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insólito

e-mail : [email protected]

Sede STEC - LISBOA Av. Guerra Junqueiro, nº 14 - 3º Dto, 1000-167 LISBOAtel 21 845 4970, 21 845 4971 - fax 21 845 4972

Delegação STEC - PORTOR. do Bolhão, nº 53 - 4º Dto, 4000-112 PORTOtel 22 338 9076, 22 338 9128 - fax 22 338 9348

Delegação STEC - COIMBRAR. do Carmo, nº 54 - 3º Letra Q, 3000-098 COIMBRAtel 23 982 7686, 23 982 8554 - fax 23 982 6802

Boletim Informativo Caixa Aberta Nº 16 , Agosto-Setembro-Outubro de 2007 - Periodicidade: Trimestral - Tiragem: 6500 ExemplaresDirecção e Redacção: Departamento de Comunicação do STEC - Concepção Gráfica: Hardfolio - Impressão: M2-Artes Gráficas, Lda.

PORQUÊ?Por que é que:

- Continuam a não ser repartidas as tarefas domésticas?

- Há falta de participação de mulheres na vida dos sindicatos?

- Aceitando serem Delegadas Sindicais, a maioria não aceita ser Dirigente Sindical?

- Sendo as mulheres mais de 50% dos trabalhadores, só uma minoria tem acesso a cargos de chefia?

- Representando as mulheres a maioria da população portuguesa, só uma pequena minoria acede a cargos políticos?

O que é que cada um de nós faz para mudar esta situação ?