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JORNAL CIRCULAÇÃO NACIONAL NOVEMBRO/2015 ANO 20 Nº 212 Diocese de São José do Rio Preto/SP - EDIÇÃO REGIONAL - Dia Nacional da Consciência Negra Dia Nacional da Consciência Negra tem sua origem inspirada na vida e morte de Zumbi dos Palmares e da resistência de uma multidão de pessoas afro-descedentes.Página 9 Igreja do Beato Pe. Mariano O prefeito municipal de São José do Rio Preto, Valdomiro Lopes da Silva Júnior, tomou a iniciativa de reformar a Capela do Asilo. Página 4 XXXII Encontro de Casais com Cristo Nos dias 23,24 e 25 de outubro de 2015, foi realizado o Encontro de Casais com Cristo de 2ª etapa na Paróquia Nossa Senhora do Brasil. Página 7 Redação vencedora do Concurso Cultural DNJ-2015 Hoje, o jovem tem o desejo de mudança, é ativo, criativo, conectado e possui em mãos a construção do futuro. Página 2 ANO DA VIDA RELIGIOSA Pastoral Universitária A Pastoral Universitária, co- ordenada pelo Pe. Hallison Parro, promoveu no dia 11 de novembro, o primeiro encontro dos diretores e reitores e demais centros aca- dêmicos da cidade de Rio Preto. Página 3 SÍNODO: UMA NOVA PASTORAL DA FAMÍLIA Página 3 Página 6 NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO, NOS ENSINE A JUSTIÇA E A PAZ!

SÍNODO: UMA NOVA PASTORAL DA FAMÍLIAbispado.org.br/wp-content/uploads/2015/11/DIOCESE-HOJE-NOVEMBRO... · intenções e motivações que trás consigo para a celebração da Santa

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JORNAL CIRCULAÇÃONACIONAL

NOVEMBRO/2015 ANO 20 Nº 212Diocese de São José do Rio Preto/SP - EDIÇÃO REGIONAL -

Dia Nacional da Consciência Negra

Dia Nacional da Consciência Negra tem sua origem inspirada na vida e morte de Zumbi dos Palmares e da resistência de uma multidão de pessoas afro-descedentes.Página 9

Igreja do Beato Pe. Mariano

O prefeito municipal de São José do Rio Preto, Valdomiro Lopes da Silva Júnior, tomou a iniciativa de reformar a Capela do Asilo. Página 4

XXXII Encontro de Casais com Cristo

Nos dias 23,24 e 25 de outubro de 2015, foi realizado o Encontro de Casais com Cristo de 2ª etapa na Paróquia Nossa Senhora do Brasil. Página 7

Redação vencedora do Concurso Cultural DNJ-2015

Hoje, o jovem tem o desejo de mudança, é ativo, criativo, conectado e possui em mãos a construção do futuro. Página 2

ANO DA VIDA RELIGIOSA

Pastoral UniversitáriaA Pastoral Universitária, co-

ordenada pelo Pe. Hallison Parro, promoveu no dia 11 de novembro, o primeiro encontro dos diretores e reitores e demais centros aca-dêmicos da cidade de Rio Preto.

Página 3

SÍNODO: UMA NOVAPASTORAL DA FAMÍLIA Página 3

Página 6

NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO, NOS ENSINE A JUSTIÇA E A PAZ!

DIOCESE 86 ANOS2 SÃO JOSÉ DO RIO PRETONOVEMBRO/2015

Distribuição gratuitaDistribuído nas cidades de Adolfo, Altair, Álvares Florense, Américo de Campos, Bady Bassitt, Bálsamo, Buritama, Cedral, Cosmorama, Floreal, Gastão Vidigal, Guapiaçu, Ida Iolanda, Jaci, José Bonifácio, Lourdes, Macaubal, Magda, Mendonça, Mirassol, Mirassolândia, Monções, Monte Aprazível, Nhandeara, Nipoã, Nova Aliança, Nova Granada, Nova Luzitânia, Onda Verde, Orindiúva, Palestina, Parisi, Paulo de Faria, Planalto, Poloni, Pontes Gestal, Potirendaba, Riolândia, São José do Rio Preto, Sebastianópolis do Sul, Tanabi, Turiúba, Ubarana, Uchôa, União Paulista, Valentim Gentil, Votuporanga e Zacarias.

EXPEDIENTEO Jornal “Diocese Hoje” é editado pela Fundação Mater

Ecclesiae.Fundador: Donizeti Della LattaE-mail: [email protected]ço: Avenida Constituição, 1372 - São José do Rio Preto/SP - Fone: (17) 2136-8699

Diretor Responsável: Dom Tomé Ferreira da SilvaEQUIPE DE REDAÇÃO: Pe. Roberto da Silva Bocalete e seminarista Paulo Henrique de Castro.

Colunistas: Priscila Basso Castelar Vieira, Cel. Jean Charles Serbeto, Pe. José Eduardo Vitoreti, Pe. Sidney Ro-berto Martins, Pe. Hallison Henrique de Jesus Parro, Rafael Dalben Ferrarez, Pe. Roberto Bocalete, Paulo Pereira e seminarista Paulo Henrique de Castro.Colaboradores - edição de novembro/2015: Dom Odilo Pedro Scherer, Pe. Rafael Henrique dos Santos, Pe. Gerson Cavalin, Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues, Pe. Júlio César Sanches Lázaro, Ir. Rosângela Aparecida Fontoura, Pe. Calazans, Márcia D’Arc Lima, Pe. Carlos Eduardo, Pedro Paulo Scandiuzzi, Pe. Gerson Cavalin, Ricar-do Rocha, Rodrigo Vieira, Pe. Alexandre Ferreira dos Santos, Pe. Ernesto Pedro de O. Rosa, Pe. Anderson, Harley Pacola, profa. Mestra Valdete Belon Basaglia, Donizeti Della Latta e Robert Ishizawa.

* Os artigos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores.

PALA

VRA

DO

BIS

PO

Silenciar-se diante do Sagrado é atitude comum a muitas expe-riências religiosas, inclusive no Cristianismo, e necessária no Catolicismo Romano.

Entre nós, a experiência do silêncio brota do exemplo e das palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo: “Depois de despedir as multidões, Jesus subiu à monta-nha, a sós, para orar. Anoiteceu,

e Jesus continuava lá, sozinho”(Mt 14, 23); “Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai que está no escondido. E o teu Pai, que vê no escondido, te dará a recompensa” (Mt 5, 6).

Na oração cristã católica, o silêncio é parte integran-te, indispensável. A oração silenciosa, contemplativa, sem dúvida alguma, é uma nobre forma de rezar. Jesus nos aconselha: “Quando orardes, não useis de muitas palavras, como fazem os pagãos. Eles pensam que serão ouvidos por força das muitas palavras. Não sejais como eles, pois o vosso Pai sabe do que precisais, antes de vós o pedirdes”(Mt 5, 7).

A celebração da Santa Missa, com a presença de várias ou muitas pessoas, tem momentos de silêncio, que ajudam na oração. Na práxis diária das paróquias e comunidades, é preciso redescobrir esses momentos e valorizá-los como meios adequados que ajudam a rezar bem, contribuindo para um diálogo eficaz com o Pai.

A celebração da Santa Missa deve ser precedida por um tempo razoável de silêncio sagrado. Para que isso se torne possível, é preciso que, nos trinta minutos que precedem a Celebração Eucarística, seja garantido aos fiéis as condições necessárias para esse silêncio. O teste dos microfones, a afinação dos instrumentos musicais e ensaio dos cantos, a preparação do presbitério e outras providências devem ser realizadas com maior antecedência. Esse silêncio e espaço adequado para tal é um direito do fiel orante e condição para uma efetiva participação na Ceia do Senhor.

Em algumas paróquias e comunidades, tem-se o saudável costume de rezar o rosário ou uma parte da Liturgia das Horas, Laudes ou Vésperas, ou outra, antes da Santa Missa. Esse é um hábito louvável e não deve ser supresso. Neste caso, essas orações substituem o silêncio, preparando o

fiel orante para a celebração da Santa Missa.Um momento de silêncio é parte integrante do ato

penitencial, precede a oração de súplica de perdão dos pecados, após o convite do sacerdote à penitência. Esse silêncio é uma oportunidade para o fiel, guiado pelo Espírito Santo, contemplar-se no espelho de sua alma e averiguar, com contrição, os seus pecados, colocando-se humildemente diante de Deus para receber a absolvição sacerdotal.

A “oração de coleta”, que conclui os ritos iniciais e antecede a Liturgia da Palavra, é precedida por um tempo de oração silenciosa, momento oportuno para que o fiel orante recolha do seu coração e deixe elevar ao céu as intenções e motivações que trás consigo para a celebração da Santa Missa.

“Após as leituras, é aconselhável um momento de silêncio para a meditação.” O mesmo silêncio pode ser oportuno ocorrer após a homilia. É a hora de deixar a Palavra de Deus encontrar espaço no terreno fértil do coração e da mente do fiel orante, transformando-se em oração.

Após a comunhão eucarística, “é aconselhável guar-dar um momento de silêncio (...)”. Tendo o fiel orante comungado o Corpo e ou o Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, é o espaço singular de uma oração de ação de graças. Caso não ocorra nesse momento, ele deve ser realizado antes da “oração depois da comunhão”, depois do convite do sacerdote, “Oremos”.

Após os ritos finais, bênção e despedida, o fiel orante poderia realizar uns instantes de oração silenciosa. Para que isso aconteça, é preciso que se crie o ambiente opor-tuno, devendo o sacristão e as outras pessoas, envolvidas na organização da liturgia, aguardar um tempo para re-colherem os objetos sacros, os instrumentos musicais e outros usados durante a celebração.

Como verificamos, na celebração da Santa Missa fomos perdendo, menosprezando ou ignorando esses momentos próprios de silêncio, o que interfere na harmonia da Ce-lebração Eucarística e que, de alguma forma, desfigura o modo católico romano de celebrá-la. Vamos redescobrir e valorizar o silêncio na Santa Missa, nos momentos apropriados e recomendados. Assim, rezaremos melhor!

+ Tomé Ferreira da SilvaBispo Diocesano de São José do Rio Preto

O silêncio na Missa Redação vencedora do Concurso Cultural DNJ 2015

Juventude a caminho de Cristo

Hoje, o jovem tem o desejo de mudança, é ativo, criativo, conectado e possui em mãos a construção do futuro. Essas características favorecem seu importante papel na Igreja que se faz em movimento. Contudo, muitos jovens não encontraram ainda o desejo de fazer parte da Igreja ou de assumir a fé missionária. Tal fato pode ser explicado pela ação da sociedade contemporânea.

No mundo globalizado, a juventude está sujeita a várias influências externas, princi-palmente, da mídia e do modelo econômico capitalista. Com isso, é imposto aos jovens padrões de vida que os fazem acreditar em falsas ideologias e na felicidade por meio do consumismo. Além de os induzirem à perda de valores, ao individualismo e a efemeridade. Nesta sociedade, é preciso de jovens que vão contra a corrente e que sigam a missão de Cristo.

Apesar das dificuldades que o mundo impõe, é possível viver a evangelização de modo jovem e alegre. Como por exemplo, a realização do serviço missionário em que se encontra no outro a face de Jesus e, através da prática da caridade, se faz vivo o Evangelho. Por meio da Igreja, os jovens também podem se sentir vocacionados a levar a Boa-Nova do Amor de Deus.

O jovem deve contestar o meio em que vive e ser exemplo vivo dos valores cristãos. Através de si próprio, ter a sensibilidade de detectar a realidade que o envolve e, desse modo, agir na pregação das Sagradas Es-crituras. Esse ato pode incluir o olhar com compaixão para com o outro, um gesto amigo, uma palavra de amor ou justiça e pode ser em tom de uma simples conversa. É importante destacar que antes de se descobrir o ministério da evangelização, é preciso ter o encontro pessoal com Cristo.

A redescoberta da fé católica e da alegria na vivência do Evangelho pode ser encontra-da na Igreja que está aberta ao acolhimento dos jovens. Acima de tudo, é essencial que, através da sua linguagem mais despojada e atual, o jovem possa evangelizar o próprio jovem. Há diversas maneiras que eles podem se aproximar da experiência na vida cristã e estreitar seus laços. Promover encontros, utilizar das diferentes manifestações artís-ticas, como música, dança, teatro e pintura são medidas que podem acolher os jovens pródigos. Portanto, juventude e Igreja devem caminhar juntas em unidade, só assim será possível construir uma nova sociedade de bondade e verdade.

GABRIELLA BRIDA BORDUQUE (16 anos, aluna do Colégio Santo André, partici-pa na Paróquia São Pedro e São Paulo, em São José do Rio Preto/SP).

DIOCESE 86 ANOS 3SÃO JOSÉ DO RIO PRETONOVEMBRO/2015

A 14ª assembleia ordinária do Sínodo dos Bispos foi encerrada no sábado, 24 de outubro, no final de três semanas de intensos trabalhos. Após a votação, ponto por ponto, do consistente Relatório final, o secretário geral do Sínodo, Cardeal Baldisseri, fez um breve discurso, entregando ao Papa Francisco o trabalho realizado pela assembleia. O Papa mandou que o Relatório fosse logo publicado para o conhecimento de todos.

O Relatório expressa, no final, o desejo de que "o fruto deste tra-balho, agora confiado às mãos do Sucessor de Pedro, dê esperança e alegria a tantas famílias no mundo inteiro, orientando os pastores e os agentes de pastoral e dando estímulo à obra da evangelização; foi também pedido que o Papa "avalie a oportu-nidade de oferecer um documento sobre a família, para que ela, Igreja doméstica, resplandeça sempre mais Cristo, luz do mundo".

Nessas palavras, aparece a chave de compreensão do Sínodo e dos trabalhos realizados. Foi o Papa quem convocou essa assembleia, para ouvir a Igreja por intermédio dos seus pastores sobre o assunto tratado. O Sínodo é consultivo e, por isso, o relatório dos trabalhos e das reflexões feitas é entregue ao Sucessor de Pedro. Cabe agora a ele fazer o documento magisterial sobre a vocação e a missão da família na Igreja e na sociedade contemporânea. Tradicionalmente, após os Sínodos, houve sempre uma Exortação Apostólica pós-sinodal. O Sínodo dos Bispos não fala com autoridade própria.

Por outro lado, ficou claro, desde o início dessa assembleia sinodal, que a doutrina sobre o Matrimônio não estava em jogo. De fato, nas indicações do Relatório final do Sínodo, não constam mudanças doutrinais, mas indicações pastorais. As questões tratadas no Sínodo têm forte conotação pastoral; olhando para a realidade da família na Igre-ja e na sociedade contemporânea, buscaram-se respostas aos múltiplos desafios que os casais e as famílias enfrentam, mas que também a Igreja enfrenta na sua ação evangelizadora.

Por isso, foi pedido ao Papa que dê orientações aos pastores e agentes de pastoral sobre as questões mais delicadas que foram abordadas, como a transmissão da vida e o

controle da natalidade, a fidelidade dos cônjuges e a indissolubilidade do Matrimônio nas atuais condições culturais, a própria celebração do Matrimônio, a participação na vida da Igreja dos casais divorciados, que vivem numa nova união. Há muitas perplexidades e incertezas no meio do povo sobre Matrimônio e família e essas incertezas também são vividas pelos próprios pastores e agentes de pastoral.

O Sínodo falou praticamente sobre todos os aspectos da família, com orientações e palavras de en-corajamento e conforto às famílias, nas suas mais variadas condições. Os casais e famílias que estão bem são encorajados a continuar aprofundando sua vivência familiar; aquelas que estão passando por dificuldades recebem palavras de orientação e solidariedade; as "famílias feridas" recebem uma atenção especial. A palavra "misericórdia" perpassa todo o texto final do Sínodo e deve marcar uma nova atitude pastoral da Igreja em relação à família.

No seu discurso de encerramento, o Papa observou que "falando de família, nos enriquecemos juntos. Agora, a palavra 'família' já não significa mais o mesmo que antes do Sínodo". De fato, o fruto mais importante que se espera dessa as-sembleia do Sínodo é uma decidida retomada da pastoral da família, com novas atitudes, novos enfoques, novas 'fundamentações. Deverá ser explicitada muito mais a realidade da família como Igreja doméstica", um conceito que vem do Concílio Vaticano II, mas que não foi ainda trabalhado bastante. Penso que será preciso centrar muito mais as atenções da pastoral sobre a família e, por consequência, sobre a pessoa, nas suas variadas situações existenciais: criança, adolescente, jovem, adulto, idoso, doente, necessitado de aten-ções especiais. E isso só poderá ser conseguido adequadamente através da família.

Resta agora tomar em mãos o texto sinodal, que já está na internet, ler e refletir sobre ele. Desde logo, suas indicações pastorais já podem marcar o início de uma nova pastoral familiar.

Sínodo: uma nova pastoral da família

marcar o início de uma nova

Dom Odilo Pedro Scherer

Arcebispo metropolitano de São Paulo

Pastoral Universitária

Da RedalçãoA Pastoral Universitária,

coordenada pelo Padre Hallison Henrique de Jesus Parro, promoveu na quarta-feira, 11 de novembro, o primeiro encontro dos diretores e reitores das universidades e demais centros acadêmicos da cidade de São José do Rio Preto com o bispo diocesano, Dom Tomé Ferreira da Silva. O objetivo do encontro foi refletir sobre os desafios culturais contemporâneos e o papel das uni-versidades na sociedade civil. Os convidados foram recepcionados pelo bispo diocesano no Palácio Episcopal Dom Lafayete Libânio, com um café da manhã.

Estiveram presentes os seguintes convidados: a Diretora da UNESP (IBILCE), a Prof. Dra. Maria Ter-cília Vilela de Azeredo Oliveira; o Diretor da FAMERP, Dr. Dulcimar Donizeti de Souza; o Presidente da Mantenedora da FACERES, Dr.Toufic Anbar Neto; a Professora Solange de Fátima Ferrari Belentani, assis-tente administrativa da FATEC; e as representantes da UNIP (Renata) e das Faculdades Integradas DOM PEDRO II (Ana).

Dom Tomé agradeceu a presença de todos e os presentou com a Encí-clica do Papa Francisco, Laudato si’, que aborda a visão da Igreja sobre a Ecologia e a responsabilidade de todos pela preservação do planeta. De acordo com o Padre Hallison, essa iniciativa visa responder ao apelo do Papa sobre a missão da Igreja como

instrumento de salvação. A Igreja quer ser parceira da universidade, porque ambas têm o objetivo comum de promover o homem e de buscar a verdade existencial, seja por meio da fé, seja por meio da pesquisa científica. Entre os dias 23 a 27 de novembro, a Pastoral Universitária promoverá a 1ªSemana de Fé e Ra-zão, no Anfiteatro I, da UNESP, das 17h45 às 19h. A entrada é gratuita.

Atualmente, a Igreja está pre-sente nas universidades por meio dos diversos grupos de oração,

pertencentes ao MUR (Movimen-to Universidades Renovadas), da Renovação Carismática Católica. Todos os meses há celebrações eu-carísticas na FAMERP e na UNESP, presididas pelo Padre Hallison. Para o próximo, a Igreja Católica tem o objetivo de promover, em parceria com as universidades, uma série de palestras e formações sobre a ecologia, já que esse também será o tema da próxima Campanha da Fraternidade, durante a quaresma de 2016.

DIOCESE 86 ANOS4 SÃO JOSÉ DO RIO PRETONOVEMBRO/2015

Alimentação Saudável

Priscila Basso Castelar VieiraNutricionista

Smoothie é uma bebida saudável, saborosa e muito refrescante. Os ingredientes utilizados podem ser desde sucos, frutas, iogurte natural, até extrato de soja, sementes e castanhas. É uma ótima opção para um lanche da tarde.

A receita de hoje contém vitaminas A, C, E e do com-plexo B e minerais, como ferro, potássio, magnésio e fósforo. É antioxidante, rica em fibras e auxilia no bom funcionamento do sistema nervoso e imunológico. Ótimos motivos para provar!

Ingredientes:

400 ml de Suco de Laranja Gelado

100 g de Polpa de Maracujá Congelada

1 Manga em cubinhos Congelada

1 Maçã sem casca

Modo de Preparo:Bater todos os ingredientes

no liquidificador.Sirva Gelado

Rendimento:2 porções

Smoothie Amarelo

Padre José PrezaDa Redação

“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, Pai das mi-sericórdias e Deus de toda consolação,

que nos consola em todas as nossas tribulações” (2 Cor 1, 3-4).

A Diocese de São José do Rio Preto/SP cumpre o doloroso dever de comunicar o falecimento do Revmo. Sr. Padre José da Conceição Preza, com 93 anos de idade, na tarde do dia 20 de outubro. Sacerdote trabalhando nesta Igreja Particular, incardinado na Diocese de Viana do Castelo, Portugal.

Padre José da Conceição Preza nasceu aos 22 dias do mês de novembro, do ano do Senhor de 1921, na cidade de Viana do Castelo, em Portugal. Filho do Sr. Baltazar de Lima Fernandes e Sra. Idalina Gonçalves Preza Lima. Foi ordenado sacerdote em 15 de agosto de 1947, em Braga, Portugal, por Dom Antônio Bento Martins Júnior.

O Padre José da Conceição Preza veio para o Brasil em 1975, chegando em São José do Rio Preto no dia 13 de agosto. Aqui trabalhou: Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus, em São José do Rio Preto; Paróquia São Sebastião, em Bady Bassit; Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em São José do Rio Preto; Capela Nossa Senhora do Carmo, Vila Azul, em São José do Rio Preto; Paróquia Jesus Bom Pastor e São Sebastião, em São José do Rio Preto.

Confiamos a Deus, que o criou e salvou e o quis como sacerdote, a alma desse simples e bondoso irmão que fez do Brasil a sua Pátria, já que nunca voltou à sua terra de origem e fez dessa Diocese a sua Igreja, desejando que aqui ficasse seus restos mortais à espera do dia da Parusia.

Exprimimos a nossa condolência aos seus familiares, ao Bispo de Viana do Castelo e seu Presbitério, bem como aos seus amigos no Brasil.

Perene gratidão ao Revmo. Sr. Padre Fábio Aparecido da Silva

Dungue e aos fiéis da Paróquia Jesus Bom Pastor e São Sebastião, que o acolheram e dele cuidaram nestes últimos anos, quando experimentou a dolorosa fragilidade da vida. Deus lhes pague por esse belo e profético gesto de caridade cristã.

Rogo a cada sacerdote presente nesta Diocese de São José do Rio Preto que, dentro de sete dias, re-ze uma Missa em sufrágio de sua alma. Aos fiéis leigos, que com ele conviveram, solicito que rezem um rosário em suas intenções, invocando a intercessão de Nossa Senhora, Mãe dos Sacerdotes, para o seu descanso eterno.

Agradecemos a Deus o dom de sua vida, de seu sacerdócio e vocação missionária. Que o Pai da Misericórdia lhe conceda a graça da vida eterna feliz, pelos méritos de Nosso Senhor Jesus Cristo.

“Bem-aventurados são os mor-tos, que morrem no Senhor, desde agora; pois hão de descansar de suas fadigas, e consigo levarão as suas obras” (Liturgia exequial).

Luto

O tempo do advento está chegan-do. Jesus vem todos os dias até nós na presença do próximo. Deus, na sua infinita misericórdia e bondade, fez-se um de nós. Foi tanto AMOR que Deus teve por nós que quis ser um de nós. Foi assim que o Beato Charles de Foucauld nos disse ‘a semelhança é a medida do amor’. Como podemos retribuir tão grande AMOR, nós seres humanos, dentro de nossos limites? A gratidão como ascese, como busca de santidade parece distante pensando nas nossas limitações humanas cheias de egoísmo, desrespeito, incompreensões, etc. Porém, o beato Charles de Foucauld nos apontou um caminho simples. Ele nos ensinou que a vida ordinária, a de todos os dias, a do cotidiano dos pobres, a vida simples, a vida do trabalho que nos dá o sustento do corpo, humilde, hospitaleira, gra-tuita, vitalizará o nosso movimento

pessoal. Esta vida deve ser vivida na busca do melhor para todos. Deve estar sempre se perguntando: que faria Jesus nesta situação vital? Apa-rentemente uma vida assim vivida não tem reflexos de um trabalho de evangelização, entretanto a gratidão que temos para com Deus de nos ter dado Seu Filho nos aponta que a busca do último lugar, no silêncio, na oração, no trabalho simples, na abjeção e na construção da amizade e do Reino de Deus, enfim, nesta vida ordinária do nosso dia a dia, é um caminho de ascese, que devemos seguir livremente para encontrar DEUS. Esse caminho é possível para todos que buscam o Deus ÚNICO e PAI de todos.

Pedro Paulo ScandiuzziProfessor aposentado da Unesp - Membro da

Fraternidade Secular Charles de Foucauld

Dia Nacional de Ação de GraçasA gratidão como ascese

Igreja do Beato Padre Mariano de la Mata em reforma

Neste ano, o prefeito municipal de São José do Rio Preto, Valdomi-ro Lopes da Silva Júnior, tomou a iniciativa de reformar a Capela do Asilo, Igreja do antigo seminário dos Agostinianos no Distrito de Engenheiro Schmitt. A Igreja é um prédio antigo, que estava com o telhado todo danificado, causando goteiras e até rachaduras. Com o telhado todo reformado e a Igreja de cara nova, no dia 8 de novembro

deste ano, o prefeito, junto a Dom Tomé Ferreira da Silva, demais Padres Diocesanos e Agostinianos, reinauguraram a Igreja que agora passa definitivamente como lei mu-nicipal a chamar-se “Igreja do Beato Padre Mariano” e não mais capela do asilo, nome dado por conta do lar dos idosos que tem logo ao lado. Já, há 9 anos, estamos na caminhada do Beato Padre Mariano, ocorre sempre no segundo domingo do mês de no-

vembro, iniciando com a missa às 6h com o bispo Dom Tomé e, logo em seguida, a caminhada, com direito a água e até cafezinho e bolo pelo caminho. Neste ano, contamos com mais de 2.000 (duas mil) pessoas, faça você também parte dessa devoção rumo ao caminho das estradas do céu, junto ao nosso Deus!

Pe. Rafael Oliveira

DIOCESE 86 ANOS 5SÃO JOSÉ DO RIO PRETONOVEMBRO/2015

VOCAÇÕES

Pe. Rafael Dalben Ferrarez

Vice-reitor do Seminário Propedeutico N. Sra. da Paz

[email protected]

Moisés é para nós um perso-nagem bíblico muito conhecido e querido. A história de sua vida nos faz perceber o quanto Deus favorece a cada um de nós e o quanto Ele procura favorecer seu povo.

Sabemos que Moisés nasceu no Egito, em um período em que o Faraó, rei dos egípcios, escravizou o povo hebreu através de trabalhos forçados a fim de dominá-lo, pois crescia cada vez mais em número. Uma das medidas que o Faraó en-controu para conter o crescimento do povo hebreu foi uma lei que estabelecia que as parteiras matassem os recém-nascidos. No entanto, elas não acataram a lei, com medo de serem castigadas pela divindade. Então, o farão enviou os soldados para matarem os meninos, filhos dos hebreus. Diante dessa perse-guição, um casal hebreu colocou seu pequeno filho numa cesta no rio, e as águas levaram a criança até a filha do Faraó, que pegou a criança e o criou. Deu-lhe o nome de Moisés, que significa aquele que foi tirado das águas (cf. Ex 1,8-2,10). Moisés, portanto, ficou no convívio com a família do Faraó até a sua juventude.

Moisés acompanhava a vida da sociedade egípcia e percebeu que havia muita perseguição dos soldados em relação ao povo hebreu e isso o deixava entristecido. Certo dia, ao ver um soldado matando um hebreu, por impulso, dirigiu-se ao soldado e o matou. Com medo da vingança, por medo do Faraó, ele fugiu pra Madiã e lá conheceu Jetro, que era sacerdote e cuidava de um rebanho. Moisés acabou se casando com a filha de Jetro e começou a cuidar do rebanho também (Ex 2,11-22).

Mas o povo hebreu estava no Egito com a escravidão e clamava a Deus que viesse em seu socorro. Deus ouviu o clamor do povo hebreu e enviou Moisés para libertar seu povo da escravidão do Egito. Um dia, enquanto Moisés pastoreava na montanha de Deus, aconteceu o chamado divino a ele através de uma sarça ardente. Deus se apresenta a Moisés dizendo que é o Deus de teu pai de Abraão, de Isaac, de Jacó, chamando-o para essa missão de libertar seu povo do Egito (Ex 2,23-4,17).

Moisés apresenta uma série de dificuldades para não assumir a missão, dando a impressão de

que estava com medo. No entanto, para cada evasiva de Moisés, Deus sempre lhe apresentava uma solução, até que ele acolheu o chamado do Senhor e se dispôs a ir para o Egito, contando com a aprovação de seu sogro e com a ajuda incondicional de seu irmão Araão (Ex 4, 18-28).

Moisés organizou o povo de Deus para sair do Egito, conver-sou com o Faraó para permitir a saída deles. Contudo, foi negado o pedido e colocava pesos ainda maiores nas costas do povo. Em vista de sua missão, Moisés fez vários contatos com o Faraó e este continuava resistente. Muitas pragas foram enviadas para o faraó e seu povo, mas nada o fazia mudar de ideia. Até que veio a décima praga: a morte de todo primogênito dos egípcios. Diante de tanto temor, o faraó e suas lideranças permitiram a saída do povo de Deus, que se pôs a caminho da terra prometi-da. Todavia, o orgulho ferido do faraó fez com que montasse um forte exército para trazer de volta os hebreus, mas Deus, mais uma vez, agiu a favor do seu povo, pois o povo passou o Mar Vermelho a pé enxuto e, quando o exército do faraó entrou nas águas, o mar se fechou e todo o exército, cavalos e cavaleiros, morreram afogados (Ex 4,29 – 15,21).

Moisés caminhou com o povo de Deus, pelo deserto, por quarenta anos. Tempo de conversão, orga-nização e profunda experiência de Deus. Nessa caminhada, Moisés, o chamado de Deus, sempre procurou orientar o povo a ter ânimo, fé e esperança, para não desanimar em meio às dificuldades. O povo passou por muitas provações, entretanto Deus sempre esteve ao seu lado protegendo e abençoando-o. Durante a caminhada rumo à terra prometida, o povo ficou conhecendo os Dez Mandamentos (Ex 15,22-27).

Moisés cumpriu sua missão de tirar o povo hebreu do Egito, mas não entrou na terra prometida, Canaã. Essa responsabilidade coube a Josué a quem Moisés havia imposto as mãos, e o povo acolheu a coordenação do novo líder (Dt 34,1-12).

A Vocação de Moisés

Da RedaçãoPadre André

nasceu em Vigolo Vattaro (Itália) em 22 de dezembro de 1919.Entrou para a Congregação de Jesus Sacerdote em 1931. Fez

o noviciado e os primeiros votos em 1938. Fez a profissão perpétua em 15 de setembro de 1946. No Capítulo Geral da Congregação de Jesus Sacerdote, em 1963, foi eleito assistente do superior geral que o

nomeou mestre dos noviços. Em 1967, junto ao Pe. Pio Milpacher, foi destinado ao Brasil para abrir uma residência da Congregação. Trabalharam juntos na Catedral de São Paulo, não sendo alcançado o objetivo. Pe. Pio foi para o Rio de Janeiro, e Pe. André ficou sozinho em São Paulo.

Em 1975, voltou à Itália para aperfeiçoar os estudos de Teologia moral e, por sete anos, auxiliou pá-rocos e pregou retiros a sacerdotes e religiosas. Em 1984, sua Congregação aceitou administrar a Paróquia Nossa

Senhora do Rosário em Barretos/SP, e Pe. André foi convidado a assumir os trabalhos pastorais, ficando como pároco até o ano de 1999 e, depois desta data, como vigário paroquial.

Padre André sempre teve grande amor e carinho pelos padres e pro-funda caridade para com os pobres e mais necessitados, buscando sempre ajudar a todos os que a ele recorriam. Faleceu em odor de santidade, no dia 28 de outubro de 2010, e seus restos mortais se encontram na Pa-róquia Nossa Senhora do Rosário em Barretos/SP.

Diocese de Barretos inicia processo de Beatificação do Pe. André Bortolameotti

“Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que tenha morrido, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais” (Jo 11,25-26).

O apóstolo e evangelista São João narra que Nosso Senhor Jesus Cristo ficou comovido interiormente e perturbou-se com a morte de Lázaro, seu amigo: “Jesus teve lágrimas” (Jo 11, 35). Os judeus interpretaram o seu choro como manifestação de amor e diziam: “Vede como ele o amava!” (Jo 11, 36).

Um carroceiro, no calor do meio dia, na periferia de uma cidade de Minas, encostou sua carroça à frente de um buteco. Entrou, proseou com o dono do estabelecimento, seu conhecido. A certa altura, pediu uma dose de pinga, no que foi prontamente atendido. Bebeu de uma só vez, entornando o copo lavrado na boca, mas sem esquecer de jogar fora, num cantinho, “um gole pro santo”. Pediu, então, ao vendedor que “marcasse”, pois pagaria de-pois, naquele momento estava sem dinheiro. Começou uma discussão acalorada. Num certo momento, o proprietário pegou um pedaço de madeira e a pauladas matou o carroceiro. O pobre homem deixou de viver por causa do valor de uma dose de pinga.

Há uma banalização da morte na sociedade: os mortos pela fome, guerras e conflitos armados; as vítimas da violência doméstica, dos

acidentes de trânsito, dos assaltos, das drogas, bebidas e cigarro; os desesperados que colocam fim em sua própria vida; as vítimas dos crimes passionais. Mata-se e morre-se por qualquer motivo hoje em dia, mais do que em tempos passados. A vida humana não tem mais apreço e valor absoluto para muitas pessoas.

Para outros, e muitos outros, que fazem a experiência do amor e da amizade, a morte natural dos seus é causa de sofrimento e lágrima, como foi para Nosso Senhor Jesus Cristo a morte de seu amigo Lázaro. Aqui, a morte é experimentada como ruptura e passagem, deixando nascer uma saudade que não morre e queima no peito como brasa acesa que não se extingue.

Ocorre, também, uma mudan-ça substancial no modo como as famílias vão convivendo com o ato de morrer dos seus membros, o que vai influenciando as novas gerações no modo de experimen-tar a morte. Um grande número de pessoas não morre mais em casa, mas nos hospitais, casas de repouso e asilos. O idoso e doente vai sendo, paulatinamente, retirado do ambiente familiar. Os ritos humanos e religiosos, diante do morto, assumem novas formas, vão sendo terceirizados e reduzidos. A sociedade vai simplificando o morrer e os funerais, menos espaço e tempo para aflorar e manifestar os sentimentos.

Para os católicos, há um modo próprio de compreender, viver e celebrar o mistério da morte e dos mortos, que se desenvolve em torno de quatro elementos fundantes: morte, juízo, inferno e paraíso. Essas quatro realidades são interligadas e determinadas pelo modo como vivemos a vida, como membros da Igreja, à luz da fé em Nosso Senhor Jesus Cristo, alimentada pela Palavra de Deus, pelos sacramentos e pela caridade, que condicionarão o modo do nosso morrer, do nosso julgamento diante de Deus e destino final.

A vida no pecado nos condu-zirá a uma “segunda morte”, uma eternidade infeliz, distante de Deus, consequência de nossa liberdade e escolha. Viver é estar em per-manente processo de conversão, de voltar-se para Nosso Senhor Jesus Cristo e seu Evangelho de Salvação, pois a tentação nos provocará até o momento final da nossa história pessoal.

Não somos escravos do pecado e da morte, mas filhos de Deus re-dimidos e livres em Nosso Senhor Jesus Cristo: “’Por um homem veio a morte e é também por um homem que vem a ressurreição dos mortos. Como em Adão todos morrem, assim em Cristo todos serão vivificados” (1Cor 15,21-22).

+ Tomé Ferreira da SilvaBispo Diocesano de São José do Rio Preto

Saber viverpara saber morrer

DIOCESE 86 ANOS6 SÃO JOSÉ DO RIO PRETONOVEMBRO/2015

Coronel Jean Charles SerbetoBacharel, Mestre e Doutor em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública. Bacharel em Direito. Vereador em São José do Rio Preto/SP e membro da Renovação Carismática Católica

2015: ANO DA PAZ

Este espaço tem sido uti-lizado para a reflexão sobre a Cultura de Paz, no sentido de atingir a todos, visando mudança de comportamento individual, que venha contagiar a sociedade como um todo.

Desta feita, fomos inspirados a falar sobre a luta contra o mal que está dentro de nós! A Carta aos Romanos, Cap. 12, nos conduz a uma profunda reflexão sobre essa questão, quando, no versículo 2, nos diz: “Não vos conforteis com este mundo, mas transformai--vos, renovando vossa maneira de pensar e julgar, para que possais distinguir o que é da vontade de Deus, a saber, o que é bom, o que lhe agrada, o que é perfeito. Finaliza o ensinamento ao dizer, não te deixeis vencer pelo mal, mas vence o mal pelo bem”.

Deus nos chama à santidade. Nos chama a ser imitador do Cristo e lutar contra o mal. Por ação ou omissão, deixamos de amar como Jesus amou e, assim, nos distanciamos da santidade.

Como ser imitador desse Cristo se, diante de uma sim-ples insatisfação, logo vem murmuração, ofensa, raiva, agressão, etc. Diante disso ergue-se, à nossa frente, uma barreira que nos afasta daquele que é a luz e foi exemplo de amor e perdão.

O distanciamento de Deus nos afasta da paz que vem do Senhor, cujas consequências são refletidas em nossas atitudes e relações. Ficamos cegos, e como quem se acha

com os olhos vendados, não apontamos nossos olhares para Aquele, que é, que foi e será a verdadeira paz, conforme nos orienta João 14, ou seja, “Deixo-lhes a paz, a minha paz lhes dou; não a dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem tenham medo”.

A maldade que está em nós, em alguns momentos, impede que a graça de Deus aconteça e se espalhe de pessoa a pessoa, quando somos instrumentos desse mal, ferindo e afastando outras pessoas do Senhor, fazendo aflorar a ira que se acha contida; verdadeiros instrumentos do mal.

O segredo está em nossos gestos. Dependemos uns dos outros para viver e nos dar a realização. Não podemos ser felizes sozinhos, porque o amor e a felicidade devem ser compartilhados com os que estão ao nosso redor. A fonte da felicidade é nosso coração, porque somos o templo do Espírito Santo e Deus nos fez amorosamente.

Jesus nos deixa a missão de sermos pescadores de homens. Ser pescador de homens não é parar nossas atitudes na oração, louvor, intercessão, mas buscar a santidade dia a dia, agindo para mudar o mundo ao nosso redor.

A chave é pacificar nos momentos de conflito e viver plenamente os ensinamentos de Mateus 5, quando nos diz: “Bem aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus”.

A Verdadeira Paz

A Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus apresenta uma nova forma de vida consagrada que nasceu na Diocese de São José do Rio Preto.

É preciso acreditar que o Espí-rito Santo suscita, continuamente, novas formas de vida segundo as necessidades do tempo. A Fraterni-dade é um Dom do Espírito Santo à Igreja com seu carisma, missão e espiritualidade.

HISTÓRIA:A Fraternidade São Francisco

de Assis na Providência de Deus nasceu em 1985, quando então o Padre Nélio Joel Angeli Belotti (Frei Francisco) iniciou seu trabalho de recuperação de alcoólatras e drogados, juntamente com alguns voluntários, com inspiração em São Francisco de Assis, na cidade de Jaci, no Estado de São Paulo.

No dia 24 de fevereiro de 1997, a Fraternidade recebe as bênçãos de Dom José de Aquino Pereira, então bispo de São José do Rio Preto, aprovando a mesma com ad experimento, trocando a batina pelo hábito franciscano e conferindo-lhe novo nome: Frei Francisco.

Em 11 de agosto de 2000, festa de Santa Clara, a Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus é acolhida na Igreja por Dom Orani João Tempesta, então bispo de São José do Rio Preto, que decretou a Fraternidade como Associação Pública de Fiéis.

Hoje, a Fraternidade tem seu diretório que foi aprovado em 11 de agosto de 2003, e suas Consti-tuições que foram aprovadas em 25 de novembro de 2004, ambos por Dom Orani João Tempesta, então bispo de São José do Rio Preto. O

Diretório e as Constituições foram revisados no primeiro Capítulo da Fraternidade, realizado em 2010 e aprovados novamente por Dom Paulo Mendes Peixoto, então bispo de São José do Rio Preto.

Aqueles que desejarem ingressar na Fraternidade, além de um processo vocacional, precisam passar por um período de formação previsto no Direito Canônico. No processo de formação, o candidato passa por várias fases que são: Aspirantado, Postulantado, Noviciado canônico e apostólico e a Formação Permanente. Em 2010, deu-se início ao ramo feminino de nossa Fraternidade.

A Fraternidade conta hoje com: 18 frades de votos Solenes (sendo

7 sacerdotes);17 frades de votos simples;19 noviços (sendo 3 haitianos);15 postulantes;2 irmãs.

CARISMA E MISSÃO:A Fraternidade busca viver seu

carisma que consiste em: Repetir o abraço de São Francisco de Assis no irmão Leproso de hoje. Esse carisma é inspirado na vida de São Francisco de Assis, que é modelo de pobreza, obediência e castidade, que assumiu o Evangelho de Jesus Cristo como forma de vida. Por isso os membros da Fraternidade professam os conselhos evangélicos diante de Deus e da Igreja e se comprometem à observância das Constituições da Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus.

O objetivo principal da Frater-nidade é estar a serviço da vida, dos pobres e necessitados, seguindo a espiritualidade franciscana, na simplicidade e na alegria. O carisma que levou ao nascimento da Frater-

Ano da Vida Religiosanidade foi a recuperação das almas que pareciam perdidas, inspirado em são Francisco de Assis.

Atentos aos apelos e necessi-dades dos tempos e inteiramente disponíveis aos anseios da Igreja, os membros da Fraternidade procu-ram responder a esses sinais como fazia são Francisco com os pobres e leprosos do seu tempo, procurando trabalhar em perfeita sintonia com os bispos das dioceses onde atuam, atendendo, tanto quanto possível, às suas solicitações em espírito de obediência evangélica.

Os membros da Fraternidade se propõem a seguir, radicalmente, a Cristo que veio ao mundo para res-taurar o ser humano de toda espécie de enfermidade do corpo e do espírito e reconduzi-lo ao Pai; “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jô 10,10). Eles vivem em comunidade procurando acolher aqueles que o mundo rejeita.

Nessa missão de acolher aqueles que ninguém quer, assumem três dimensões do carisma: Dimensão Saúde e Assistência, Dimensão Mis-sionária e Dimensão Contemplativa.

As três dimensões não são uma divisão do carisma e muito menos ramos distintos, mas sim uma unidade. Seguindo os passos de Jesus Cristo que anunciava a Boa Nova (missão), curava e alimentava os necessitados (assistência e saúde) e retirava-se a sós para orar (contemplação).

Hoje a Fraternidade está pre-sente em 5 estados sendo eles: São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Minas Gerais e Pará (Região Amazônica). Também Mantém uma Missão em Porto Principe, Haiti, iniciada em 2011, logo após o terremoto de 2010.

ESPIRITUALIDADE:A espiritualidade da Fraternidade

São Francisco de Assis na Providência de Deus é fundamentada na Divina Providência. Para os franciscanos, a Divina Providência é a própria ação de Deus em suas vidas. Para o Fundador, Frei Francisco Belotti, ela os têm acompanhado desde o início da obra, quando, de diversas maneiras, tem se manifestado de forma concreta.

Por isso são chamados de “Fran-ciscanos da Providência de Deus”, porque tudo o que são, fazem e possuem pertence a Ela. Todos os dias rezam e pedem que seu auxí-lio venha até eles. A confiança na Divina Providência os esvazia de si mesmos e traz Deus como seu tesouro absoluto.

DIOCESE 86 ANOS 7SÃO JOSÉ DO RIO PRETONOVEMBRO/2015

Com o tema “Sou escolhido”, a Comunidade União Fraterna promoveu, nos dias 06, 07 e 08 de novembro, o 2º Retiro Gouf Teen. O evento, realizado na Casa de Encontro Rainha da Paz em Jaci, reuniu 132 adolescentes de diversas cidades da Diocese.

O encontro teve início na sexta--feira, com a adoração ao Santíssimo

Sacramento. No sábado, a palavra de Deus foi anunciada pelos nossos irmãos Fabricio Dourado, da Asso-ciação Madre Teresa de Calcutá; Gill Motta e David Fernandes, da Missão Metanoia; Gabriel Frank e Adryélen Leite, coordenadores do Geração Escolhida da Comunidade Católica União Fraterna. No domingo, o casal Nir e Baiano, coordenadores

2º Retiro Gouf Teendo Jucrist da Par. Santa Terezinha do Menino Jesus, partilharam um testemunho de suas experiências de vida e de fé; Frei Issac, da Associa-ção e Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus, Rodrigo Vieira, fundador da Co-munidade União Fraterna, também ministraram palestras.

Padre José Gonzaga, da paró-quia Santa Terezinha do Menino Jesus, conduziu uma pregação e um momento de espiritualidade para os pais dos encontristas.

Frei Emanuel, da Associação e Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus, presidiu a Missa de encerramento a qual reuniu mais de 400 pessoas, entre encontristas, familiares e membros da Comunidade.

Colaboração: Ricardo Rocha e Rodrigo Vieira

Pastoral BÍBlico-CateQuÉtica

Pe. José Eduardo VitoretiAdministrador Paroquial - Paróquia Nossa Senhora de Fátima de São José do Rio Preto

Na Missa que encerrou a Jornada do Catequista em 2013, o Papa deixou-se inspirar pelas palavras do Profeta Amós que diz: “Ai dos que vivem comodamente (…) e não se preocupam dos outros”. Mas, por que é que acontece isso? - perguntou o Papa, respondendo que isso acontece quando perdemos a memória de Deus: “Se falta a memória de Deus, tudo se nivela pelo eu, pelo meu bem--estar. A vida, o mundo, os outros perdem consistência, já não contam para nada, tudo se reduz a uma única dimensão: o ter. Se perdemos a memória de Deus, também nós mesmos perdemos consistência, também nós nos esvaziamos, perdemos o nosso rosto, como o rico do Evangelho! Quem corre atrás do nada, torna-se ele próprio nulidade – diz outro grande profeta, Jeremias. Estamos feitos à imagem e semelhan-ça de Deus, não das coisas, nem dos ídolos!” “Quem é o catequista”? É aquele que guarda e alimenta a memória de Deus; guarda-a em si mesmo e sabe despertá-la nos outros. É belo isto!” A fé contém a memória de Deus, da história de Deus conosco, do Deus que toma a iniciativa de salvar o homem - continuou o Papa, afirmando que “o catequista é precisamente um cristão que

põe essa memória ao serviço do anúncio: não para dar nas vistas, nem para falar de si, mas para falar de Deus, do seu amor, da sua fidelidade. Falar e transmitir tudo o que Deus revelou, isso é a Doutrina, isso é a doutrina na sua totalidade, sem cortar, nem acrescentar”. “Amados catequistas pergunto--vos: Somos memória de Deus? Procedemos verdadeiramente como sentinelas que despertam nos outros a memória de Deus, que inflama o coração (…)? Que estrada seguir para não sermos pessoas “que vivem comodamente”, que põem a sua segurança em si mesmos e nas coisas, mas homens e mulheres da memória de Deus?” O catequista é pessoa da memória de Deus, se tem uma relação constante, vital com Ele e com o próximo; se é pessoa de fé, que confia verdadeiramente em Deus e põe n’Ele a sua segurança; se é pessoa de caridade, de amor, que vê a todos como irmãos; se é “hypomoné”, pessoa de paciência e perseverança, que sabe enfrentar as dificuldades, as provas, os insucessos, com serenidade e esperança no Senhor; se é pessoa gentil, capaz de compreensão e de misericórdia”.

Fonte: Rádio Vaticana

O catequista é aquele que guarda e alimenta a memória de Deus

Nos dias 23,24 e 25 de outubro de 2015, foi realizado o Encontro de Casais com Cristo de 2ª etapa na Paróquia Nossa Senhora do Brasil. Tivemos a alegria da presença de nosso bispo, Dom Tomé Ferreira da Silva, ministrando a palestra sobre a missão de Jesus Cristo. Entre os casais que participaram e trabalharam, um total de 118 casais.

O E.C.C é um serviço da Igreja para evangelizar a família, “Igreja

Doméstica” e “Santuário da Vida”, é para despertar os casais para as pastorais paroquiais.

O Encontro de Casais com Cristo foi idealizado pelo Pe. Afonso Pas-tore para ser desenvolvido em três etapas. Uma etapa prepara a outra.

A 1ª Etapa, o “Encontro” evange-lizador e missionário - é o despertar, é o chamamento aos casais afastados da Igreja.

A 2ª Etapa, o “Reencontro”,

catequético - é o aprofundamento, uma proposta de compromisso, usa a reflexão e é para casais engajados ou que desejam engajar.

A 3ª Etapa, o “Compromisso”, transformados - é para os que bus-cam mudar as estruturas injustas de nossa sociedade.

Atenciosamente

Pe. Ernesto Pedro de O. RosaAssessora para 2ª etapa do E.C.C

XXXII Encontro de Casais com Cristo

DIOCESE 86 ANOS8 SÃO JOSÉ DO RIO PRETONOVEMBRO/2015

No sábado dia 31 de outubro, nas dependências do Centro de Estudos Superiores Sagrado Coração de Jesus, realizamos a reunião ordinária da Equipe Diocesana de Catequese. Estavam presentes: nosso bispo D. Tomé Ferreira da Silva, nosso assessor Pe. José Eduardo Vitoreti e os representantes de cada uma das nossas treze regiões pastorais. Dom Tomé iniciou a reunião com

a leitura do Evangelho do dia; em seguida, cada membro se apresentou dizendo a região que representava. Dom Tomé deixou a palavra livre para que cada um pudesse colocar as alegrias, esperanças e desafios que percebe na catequese hoje. A partir das colocações, D. Tomé foi também colocando as suas impressões sobre a catequese hoje. Depois desse momento de partilha, Ir. Rosângela falou da importância

do encontro de aprofundamento, que acontecerá no próximo dia 29 de novembro, das 8h às 16h, no colégio Ressurreição, tendo como assessor Pe. Luis Baronto, que trabalhará os temas: Iniciação à Vida Cristã, Mistagogia e Kerigma.

Ir. Rosângela Aparecida Fontoura

Reunião da Equipe Diocesana da Pastoral Bíblico Catequética

Pe. Roberto BocaleteAdministrador Paroquial da Paróquia São João Batista - Américo de Campos

Fala-se hoje da necessidade urgente do discipulado e do seguimento a Jesus: quais seriam as marcas desse seguimento a Cristo e seu projeto?

É imprescindível, para início de conversa, evitar o perigo de uma visão redutiva, fragmen-tada e estática do discipulado e do próprio seguimento. O seguimento é expressão cheia de conteúdo teológico e espiritual, é o processo de se por “a caminho” em busca de aprofundar o chamado do Mestre, reconhecê-Lo e construir a identidade cristã. O discipulado, no coração da experiência cristã, é paradigma e fonte absoluta de sentido para toda a existência.

É no seguimento e no processo de discipulado que vai sendo construída a identidade cristã. Seguir Jesus e ser discípulo são duas expressões usadas para designar a totalidade e a abrangência da vida cristã, que se caracteriza pela relação do cristão com Deus Pai, por meio de Jesus Cristo, na força do seu Espírito. O seguimento é sinônimo de conversão que abarca a vida inteira, submer-gida no mistério de Jesus até

chegar à identificação com Ele, vivendo o processo de conversão contínua, percor-rendo o caminho com Cristo como nômade na fé.

O discípulo é alguém es-colhido a vincular-se a Jesus e experimenta esta vinculação por meio de um grupo e na participação da vida de um povo, formando-se para assumir o estilo e as motivações de Jesus. No seguimento, aprende a praticar as bem-aventuranças, comprometendo-se em ser sinal de vida em abundância. Realizar o seguimento é viver a tensão sempre presente entre reproduzir a estrutura fundamental da vida de Jesus (encarnação, missão, cruz e ressurreição) e atualizá-la, ins-pirado e animado pelo Espírito de acordo com as exigências do contexto em que se vive. Que sejamos autênticos discípulos, partindo da experiência com Jesus Cristo!

Envie também sua dúvida que poderá ser respondida na próxima edição do jornal, escreva e-mail para [email protected].

Obrigado e até o mês que vem.

Rogamos a Deus fortalecer e consolar, com seu amor generoso, todos os que foram atingidos por esse acidente. A fé nos aqueça a esperança e nos estimule a soli-dariedade para diminuir a dor que é de todos os marianenses e que deixa enlutados este município e o Estado de Minas Gerais. Nossa Senhora da Assunção e São José, Padroeiros de nossa Arquidiocese,

intercedam por todos nós neste momento de profunda dor e grande sofrimento.

Mariana, 5 de novembro de 2015

Dom Geraldo Lyrio RochaArcebispo de Mariana

Manifesto da CNBB aos desabrigados de Mariana/MG

“A música, que eleva a palavra e o sentimento até a sua última expressão humana, interpreta o nosso coração e nos une ao Deus de toda beleza e bondade”(Dom Arns). A música abre uma brecha no coração das pessoas, e o poder de Deus entra e transforma. A mú-sica na oração prepara o ambiente à ação do Espírito Santo.

Quero ressaltar que a música para ser música supõe um profun-do silêncio de forma que coloca o músico em profundo contato com seu “eu interior” e com Deus, possibilitando o mergulho na es-sência do Belo. É uma conexão

entre a razão, o sentimento e a espiritualidade onde se encontra Deus. É desse encontro consigo, com a realidade mais profunda do humano, e com Deus que possibilita a expressão musical.

O músico deve ser ponta de lança em ordem de batalha (Pe. Jonas Abib), e é a espiritualidade que o torna afiado para acessar os corações. Sem isso, sua música perde o brilho. É preciso técnica e unção. Sem isso, o músico perde o prazer de ministrar. A música não é e não pode ser uma obrigação, um peso, mas a forma mais sublime de acessar Deus, e possibilitar essa

experiência à comunidade orante. Na comunidade, exercemos um Ministério Levítico, por isso não se canta o que se quer, mas o que se precisa cantar, pois ministério é dom de serviço.

Santa Cecília é padroeira do músico pelo fato de tornar sua vida um louvor que glorifica a Deus, por isso cantava durante sua caminhada para o martírio. Façamos o mesmo e Deus honrará nosso Ministério!

Pe. Anderson

A música como instrumento de oração

Reunião da Província Eclesiástica de Ribeirão Preto

No dia 04 de novembro, nas de-pendências da Paróquia São Benedito,

em Jaboticabal, aconteceu a segunda reunião da província eclesiástica de

Ribeirão Preto. Num clima de oração e fraternidade, fomos acolhidos por Dom Eduardo, recentemente eleito para a diocese de Jaboticabal.

Dom Moacir, arcebispo de Campinas, direcionou a reunião, encaminhando os trabalhos: foram esclarecidos alguns pontos em relação às novas orientações do papa sobre nulidade matrimonial, apresentados pelo padre Santana; avaliou-se a Assembleia das Igrejas, que acon-teceu em outubro, como também as relevâncias apontadas para a ação pastoral de cada diocese. Além disso, realizou-se uma partilha dos trabalhos pastorais de cada diocese. A reunião terminou com o almoço servido na casa de Dom Eduardo.

Pe. Natalício dos SantosCoordenador Diocesano de Pastoral

DIOCESE 86 ANOS 9SÃO JOSÉ DO RIO PRETONOVEMBRO/2015

LI E RECOMENDODia Nacional da Consciência

Negra tem sua origem inspirada na vida e morte de Zumbi dos Palmares e da resistência de uma multidão de pessoas afro-descedentes e de outras etnias, que assumem a causa da ver-dadeira libertação.

Não é possível falar do dia da Consciência Negra sem, primeiramente, mencionar que Zumbi dos Palmares nasceu em 1655 e, depois de ser capturado, foi entregue aos cuidados de um padre que contribuiu para a sua educação. Aos 12 anos, foi batizado e recebeu o nome de Francisco, porém aos 15 anos, tomou consciência que devia retornar para seu povo de origem. Então, fugiu para o Quilombo dos Palmares e, com o tempo, tornou-se o último líder desse Quilombo. Após ser destruído o Quilombo, o corpo de Zumbi foi encontrado no dia 20 de novembro de 1695.

O fato de Zumbi cair em si, tomar consciência das suas origens, lembra--nos a consicência que Moisés tomou quando estava na casa do Faraó. Era tratado muito bem, como membro da família, mas sua consciência o impelia para olhar a realidade do seu povo de origem (Ex 2,11ss). Os líderes nascem das opções que devem fazer na vida, e os verdadeiros líderes sentem um pesar na consciência que devem deixar a sua zona de conforto e descentrar-se e assumir a causa dos mais necessitados.

Nosso Senhor Jesus Cristo não tem receio de tomar partido, quando Ele detecta que há desigualdade de oportunidades e tratamento, quando percebe que se faz diferença pelas aparecências. Quando pessoas se sentem superiores simplesmente por uma questão biológica e étnica. Cristo veio para salvar toda a humanidade, mas, teve que se posicionar junto aos que se encontravam em situação vulnerável. Podemos dizer como o salmista que “é o Senhor quem protege o estrangeiro, quem ampara a viúva e o órfão, mas confunde o caminho dos maus” (Sl 145,9). Essa atitude se manifesta plenamente em Jesus Cristo.

O dia Nacional da Consciência Negra é um grito contra as consciências que são atenuadas com discursos que camuflam a realidade desigual que vive milhões de afro-descendentes, negros e pardos, dentro de um país que foi construído com a vida dessa população.

Muitos sentem-se incomodados pela frase Consciência Negra, uma vez que acreditam que a consciência deveria ser somente humana, o que seria suficiente, e sustentam que não é necessário enfatizar a situação de uma parte da população do país. Porém as pessoas que têm consciência crítica

acreditam que generalizar acaba ame-nizando a situação, acomodando num maneirismo, sem ter que olhar nos olhos da população afro-descendente, que requer políticas públicas de qualidade para favorecer possibilidades para a sua ascensão.

A sociedade civil tem dado alguns passos para que essa consciência se mantenha viva, através de políticas afirmativas, que favoreçam a educa-ção. Por isso, esse dia é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. A lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, incluiu o dia 20 de novembro no calendário escolar, data em que comemoramos o Dia Nacional da Consciência Negra. A mesma lei também tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. Nas escolas, as aulas sobre os temas: História da África e dos africanos, luta dos negros no Brasil, cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, propiciarão o resgate das contribuições dos povos negros nas áreas social, econômica e política ao longo da história do país.

A Igreja também tem dado a sua contribuição e, no Documento de Aparecida, expressa uma preocupação quanto aos afro-americanos, sobretu-do na América Latina e Caribe que poucos dos que pertecem a essa etnia “chegam à educação superior, sem a qual se torna mais difícil seu acesso às esferas de decisão na sociedade”. Diz ainda que: “Em sua missão de advogada da justiça e dos pobres, a Igreja se faz solidária aos afro--americanos nas reivindicações pela defesa de seus territórios, na afirmação de seus direitos, na cidadania, nos projetos próprios de desenvolvimento

e consciência de negritude. A Igreja apóia o diálogo entre cultura negra e fé cristã e suas lutas pela justiça social, e incentiva a participação ativa dos afro-americanos nas ações pastorais de nossas Igrejas e do Celam. A Igreja, com sua pregação, vida sacramental e pastoral, precisará ajudar para que

as feridas culturais, injustamente sofri-das na história dos afros-americanos, não absorvam, nem paralisem a partir do seu interior, o dinamismo de sua personalidade huma-na, de sua identidade étnica, de sua memória cultural, de seu desen-volvimento social nos novos cenários que se apresentam” (553).

Nosso Senhor Jesus Cristo e a sua Igreja se posicionam fazendo opção pelos empobrecidos e marginalizados. A Igreja, como Mãe e especialista em humanidade, não poderia fazer diferente e, assim, assume uma diversidade de causas e provoca a consciência de cada fiel cristão para, junto com ela, abraçar essas realidades que clamam aos céus.

O dia Nacional da Consciência Negra é para que não esqueçamos o ocorrido e não repitamos mais essa ação absurda de escravisar e tratar com desrespeito um irmão ou irmã por ser diferente. Toda a Nação brasileira é conclamada a se unir para refletir e, juntos, afro-descendentes e não afros a construirmos outro mundo possível em que a fraternidade, a igualdade e a solidariedade prevale-çam. E, assim, podermos cantar com o salmista na certeza de que nosso Deus pode mudar nossa sorte, como mudou as torrentes no deserto. E que, de mãos unidas, teremos a certeza de que os que lançam as sementes entre lágrimas, ceifarão com alegria; que ao sair para semear, poderemos estar chorando, mas com a plena convicção que, ao voltar, voltaremos carregando os feixes da colheita com alegria. Suprimindo as necessidades de cada porção da população brasileira, que se encontra à margem dos bens que o Pai destinou por meio de seu Filho, para que todos tenham vida e vida em plenitude, poderemos cantar que: “Maravilhas fez conosco o Senhor e por isso exultemos de alegria todos juntos (Sl 125; Jo 10,10)”.

Pe. Calazans

Dia Nacional da Consciência Negra

Queridos leitores, hoje nesta coluna sobre minhas leituras, gostaria de apresentar a vocês uma obra bastante antiga, mas de uma atualidade ímpar. Escrita no final do XVIII, por São Leonardo de Porto Maurício, a obra “As excelências da Santa Missa – O Tesouro Oculto” tem por objetivo exaltar o grande valor da Missa para a Salvação da humanidade. De forma simples, polida e com uma grande dose de exemplos práticos e testemunhos reais, o autor nos faz perceber que a Santa Missa é o maior pre-sente que podemos receber de Nosso Senhor.

Fundamento seu argumento nas chamadas “4 Vantagens do Santo Sacrifício” – adorar a Deus, compensar nossos pecados, agradecer pelos benefícios e pedir mais graças - São Leonardo divide o texto em vários pequenos títulos, começando por nos explicar as vantagens da participa-ção no Banque Eucarístico e como podemos proceder para que nossa participação seja plena e ativa. Para que suas palavras surtam efeito,

na parte posterior, são dados vários métodos que facilitam a maneira de se portar ante o Altar do Senhor, na Palavra e na Eucaristia.

Para o autor, somente atra-vés da Missa podemos render a Deus um culto verdadeiro, pois ali compartilhamos, em comunidade, a Salvação quista por Deus para todos. Por isso, em várias partes do livro, São Leonardo fala para cada tipo de fiel, como se empenhar para que não nos afastemos desse precioso bem falando às mulheres, aos comerciantes, aos agricultores, inclusive aos padres.

Assim, ao final da obra, vemos que de fato a Missa é um grande Tesouro que passa despercebido por nós pelos barulhos do mundo, e que devemos nos esforçar para redescobrir que a Missa é a forma mais perfeita de nos aproximar de Deus e a melhor forma que Deus encontrou para estar bem perto de nós.

Paulo Pereira

DIOCESE 86 ANOS10 SÃO JOSÉ DO RIO PRETONOVEMBRO/2015

A memória histórica deste mês traz à cena uma personagem da Paróquia Senhor Bom Jesus de Potirendaba. Trata-se da senhora Helvétia Felício Elias Bauab Zi-nezi, conhecida como dona Ivete, de saudosa memória.

Nascida em São Paulo - SP no dia 08 de Março de 1930 e falecida em 01 Junho de 2011, era casada com o senhor Anézio Zinezi com o qual teve quatro filhos.

Dona Helvétia foi uma figura exponencial da Paróquia Senhor Bom Jesus e da cidade de Potirendaba. De porte físico frágil, mostrava a sua força e sua importância, pelo espírito, alimentado pela Palavra de Deus e pela Eucaristia. Cate-quista, desde os dezesseis anos de idade, exerceu esse ministério por mais de cinquenta anos sempre com a mesma doçura, o mesmo entusiasmo, a mesma seriedade. Sabia que, para fazer Jesus Cristo ser conhecido, precisava conhecê-lo; por isso, preocupava-se com sua formação pessoal e participava, quanto possível, do que lhe era oferecido nessa área. Prova disso é o documento ao lado que mostra sua participação na formação, em nível diocesano, como professora de Ensino Religioso Católico, isso em 1951. São vários os testemunhos dados por pessoas que tiveram o privilégio de ter dona Helvétia como amiga e companheira em várias atividades paroquiais. Salientamos a alegria e a gratidão da catequista Solange Perpétua Pereira Scarpelli que compartilhou alguns anos de ministério catequético com dona Helvétia: “ela transmitia segurança, esperança, fazia com que a gente tivesse a experiência do amor e da misericórdia de Cristo; estava sempre pronta para ajudar”. Outra catequista, a senhora Ivone José da Silva Aguiar, emocionada, quase às lagrimas, disse: “foi uma Graça tê-la em minha vida. Dona Helvétia era uma mulher simples, educada, sabedora e cumpridora dos seus deveres, tanto na paróquia quanto no ambiente de seu lar, granjeando

a simpatia e o respeito dos seus consortes. Mulher de oração e de ação. Fala mansa, doce, profunda, mulher do silêncio, uma Maria do nosso tempo”, concluiu Ivone.

Se a catequese foi o grande campo de ação de dona Helvétia, outras atividades foram desempenhadas por ela, em nível de paróquia, sem prejuízo para a sua vida familiar atesta , orgulhosa, a filha Sílvia: “não era simplesmente um ativismo; era desempenhar a Missão como cristã, mulher, esposa, mãe; tanto que conseguimos aprender dela e colocar em prática muitos de seus ensinamentos. Meu pai e nós, filhos, éramos arrastados por ela e participávamos, com alegria, de tudo. Hoje, minha família traduz muito do que ela foi e ensinou”. Nota: Sílvia e seu esposo Marcelo são os atuais coordenadores da Pastoral Familiar e têm grande atuação na vida da Paróquia.

Vergílio e Linda Botaro, contemporâneos de dona Helvé-tia, relatam o leque de atividades paroquiais desempenhados por ela no decorrer dos anos. “Mulher sempre atualizada, soube fazer, como poucos, a transição para a realidade do Concílio Vaticano II e viveu profundamente a Eclesio-logia do seu tempo: foi Ministra Extraordinária da Comunhão Eu-carística, participou ativamente do Cursílio de Cristandade, exerceu função importante na Pastoral Familiar, na Pastoral Vocacio-nal e no Apostolado da Oração. Somos imensamente agradecidos por participarmos da história de vida dessa importante mulher”, destacam.

Outros componentes e tantas outras virtudes fizeram parte da vida dessa grande mulher que Potirendaba reverencia e agradece pelo seu testemunho, pela sua fé, pelo seu serviço. Obrigado dona Helvétia!

Colaborou Pe. Sidney Roberto Martins

memória histórica

Srª Helvétia Felício Elias Bauab Zinezi

Nos dias 23, 24 e 25 de Outubro deste, aconteceu em Itaici, Município de Indaiatuba/SP, o Encontro Esta-dual da Campanha da Fraternidade 2016 que será Ecumênica (CFE) em nível de regional Sul 1 da CNBB, contando com a presença de mais de quarenta dioceses paulistas.

O encontro apresentou o tema da próxima CFE que será: Casa Comum, nossa responsabilidade e o Lema “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca”. (Am 5,24).

O encontro foi coordenado por Dom Fernando Legal, bispo referen-cial do regional Sul 1 da Campanha da Fraternidade, por padre Antônio Carlos Frizzo, coordenador regional e pelo secretário executivo Antônio S. Evangelista. Os trabalhos foram assessorados por: padre Antônio Aparecido Alves, que apresentou a Encíclica Laudato Si do Papa Francisco; logo em seguida, foi apresentada a situação do sanea-mento básico em SP, pelo jornalista Rubens Filho da agência Trata Brasil;

depois, foi trabalhado o texto base propriamente dito, pelo padre Deme-trius da Arquidiocese de Campinas, pela Reverenda Carmem Kawano, da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil e por Toninho Evangelista.

A nossa diocese foi representada pelo padre Gerson Carlos Cavalin, assessor diocesano da Campanha da Fraternidade, por Fabiano Passos da Silva, da Comissão Ecumênica Diocesana e por Alex de Souza Rossi e Dalva Ferreira da Silva, irmãos que integram a equipe diocesana.

Pela quarta vez, a Campanha da Fraternidade é realizada de forma ecumênica e preparada pelo CO-NIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil). Neste ano, tem como objetivo geral “assegurar o direito ao saneamento básico para todas as pessoas e empenharmo-nos, à luz da fé, por políticas públicas e atitudes responsáveis que garantam a integridade e o futuro da Casa Comum”.

“O saneamento básico inclui os serviços públicos de abastecimento

de água, o manejo adequado dos es-gotos sanitários, das águas pluviais, dos resíduos sólidos, o controle de reservatórios e dos agentes transmis-sores de doenças. Isso traz sensível melhoria na saúde e nas condições de vida de uma comunidade”.

A próxima Campanha traz um tema oportuno para reforçarmos o nosso compromisso cristão de lutar para que uma das necessidades bási-cas do ser humano seja assegurada, justamente pelo fato de todos sermos responsáveis pela Casa Comum, que é nosso planeta. Por isso, a Igreja, atenta aos sinais dos tempos, propõe um tema tão relevante, que atinge a todos e, ao mesmo tempo, convida católicos, não católicos, cristãos, não cristãos, homens e mulheres de bem para que cuidemos da criação e construamos um mundo mais humano e justo.

Pe. Gerson Cavalin

Encontro Estadual da Campanha da Fraternidade Ecumênica - 2016

Desde 1988, o dia 27 de novembro é conhecido como o Dia Nacional de Combate ao Câncer, tendo como objetivo ampliar o conhecimento da população brasileira sobre o câncer e, principalmente, sobre como pre-venir a doença.

Câncer é o nome dado a um grupo de doenças que tem em co-mum o crescimento desordenado de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se para outras regiões do corpo. Quando se dividem rapidamente com alta diferenciação celular, apresentando poder de metástase, recebem o nome de neoplasia maligna. Por outro lado, um tumor benigno significa uma massa localizada de células que se multiplicam vagarosamente

e se assemelham ao tecido original.Os diferentes tipos de câncer

correspondem aos vários tipos de células do corpo. Os de maior pre-valência no Brasil são o de pele não melanoma, seguido pelo de próstata, mama feminina, cólon e reto, pulmão, estômago e colo do útero.

As causas de câncer são diver-sas, podendo ser classificadas em internas ou externas ao organismo. As causas externas relacionam-se ao meio ambiente e hábitos, co-mo poluição, tabagismo, etilismo entre outros; enquanto as causas internas são aquelas geneticamente pré-determinadas, sendo que essas podem interagir aumentando a probabilidade de transformação maligna das células.

O tratamento do câncer pode ser feito através de cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou transplante de medula óssea, existindo a possibi-lidade de combinação dos tipos de tratamento.

Os cânceres se desenvolvem com múltiplas etapas, de tal forma que a eliminação da exposição aos fatores causais pode evitá-lo ou diminuir sua agressividade. Deste modo, nunca é tarde para deixar de fumar, evitar exposição excessiva ao sol ou procurar um médico para realizar uma consulta de rotina.

Dr. Washington H. da ConceiçãoMédico Generalista e Seminarista da Diocese de Jales

CRM- SP 163870

Dia Nacional de Combate ao Câncer

DIOCESE 86 ANOS 11SÃO JOSÉ DO RIO PRETONOVEMBRO/2015

O bem e o mal que fazemos não param em nós mesmos, entram e repercutem na história. Cada um de nós responderá, diante de Deus, pelo mal praticado e pela omissão diante do mal presente no mundo. Pecado, no sentido estrito, se diz de uma ação ou omissão da pessoa, contrariando a vontade de Deus. Em sentido analógico, pode-se falar em pecado estrutural para significar que o egoísmo infecta as estruturas da sociedade quando estas se constituem em benefício de um grupo ou classe social em detri-mento dos outros, tornando-se, assim, geradoras de injustiça. Falamos, então, de injustiça social.

A sociedade estará organizada de forma injusta, se não respeitar e promover o direito de todos seus membros. As leis civis serão justas na medida em que garantam uma ordem social, que atenda ao bem comum. Não basta para o discípulo de Cristo ser na vida particular uma pessoa honesta. É necessário empenhar-se para corrigir as distorções no funcionamento da sociedade, transformando as estruturas injustas. Os legisladores são especial-mente responsáveis nessa tarefa. Mas, por melhores que sejam as leis, se as pessoas não se empenharem pelo seu cumprimento, a justiça não se faz na convivência social. Estamos em plena quaresma. A segurança pública é a questão de que se ocupa a Campanha da Fraternidade deste ano. Seu lema: “a paz é fruto da justiça”. Mas de onde vem a justiça? Ela é fruto do empenho das pessoas em fazê-la acontecer. Se não houver pessoas comprometidas com a justiça, não haverá paz.

A missão evangelizadora da Igreja destina-se a transformar a humani-dade. Assim ensinava na “Evangelii Nuntiandi” o Santo Padre, o Papa Paulo VI: “Evangelizar, para a Igreja, é levar a Boa Nova a todas as parcelas da humanidade, em qualquer meio e latitude, e pelo seu influxo transformá--las a partir de dentro e tornar nova a própria humanidade: "Eis que faço de novo todas as coisas". No entanto, não haverá humanidade nova, se não houver, em primeiro lugar, homens novos, pela novidade do batismo e da vida segundo o Evangelho. A finalidade da evangelização, por-tanto, é precisamente essa mudança interior; e se fosse necessário traduzir isso em breves termos, o mais exato seria dizer que a Igreja evangeliza quando, unicamente firmada na potência divina da mensagem que proclama, ela procura converter ao mesmo tempo a consciência pessoal e coletiva dos homens, a atividade em que eles se aplicam, e a vida e o meio concreto que lhes são próprios” (n. 18). Conversão é, pois, o sentido do empenho evangelizador da Igreja.

O pressuposto é este: todos somos pecadores e precisamos mudar nossa vida. São Paulo, na Epístola aos

Romanos, ensina: “...todos, judeus e gregos, estão sob o domínio do pecado”(Rom 3,9). A antropologia paulina, ao mesmo tempo que re-conhece a dignidade original do ser humano, criado por Deus em estado de justiça e santidade, entende que a desobediência, já nas origens, introduziu na natureza humana uma desordem que permanentemente tende a afastar o ser humano de Deus, destruindo sua beleza original e conduzindo-o à morte. São Paulo descreve, de forma dramática, a condição humana marcada pelo pecado: “pois como o pecado entrou no mundo por um só homem e, por meio do pecado a morte; a morte passou para todos os seres humanos, porque todos pecaram...” (Rom 5,12).

O pecado instalado dentro do ser humano, ao colocá-lo longe de Deus, deixa-o entregue à sua própria fraqueza, levando-o à prática de obras más que selam definitivamente sua decadência rumo à morte, salário do pecado. Uma cultura que estimula as paixões pecaminosas é uma cultura de morte ou, se quiserem, da morte. Ao descrever o destino moral da-queles que desconhecem a Deus e sua lei, assim se exprime São Paulo: “E, porque não aprovaram alcançar a Deus pelo conhecimento, Deus os entregou ao seu reprovado modo de pensar. Praticaram, então, todo o tipo de torpeza: cheios de injustiça, iniquidade, avareza, malvadez, inveja, homicídio, rixa, astúcia perversidade; intrigantes, difamadores, abominadores de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, tramadores de maldades, rebeldes aos pais, insensatos, traidores, sem afeição, sem compaixão. E, apesar de conhecerem o juízo de Deus que declara dignos de morte os autores de tais ações, não somente as prati-cam, mas ainda aprovam os que as praticam”(Cf. Rom 1,18-32).

A raiz, pois, dos males que assolam a humanidade está no desconhecimento e desprezo de Deus. É um tremendo engano pensar que a paz social será alcançada mediante leis penais mais perfeitas e aparelhamento policial mais treinado para garantir a segurança do cidadão. Isso é necessário, mas não ataca as raízes do mal. Os crimes brotam de corações plasmados por uma cultura sem Deus, muitas vezes feridos pela injustiça e pela indiferença da sociedade, dos quais desapareceu o amor e o desejo do bem. Nós, cristãos, temos a inabalável convic-ção que só em Cristo o ser humano pode encontrar salvação: “...como o pecado reinou pela morte, assim também a graça reina pela justiça, para a vida eterna, por Jesus Cristo, nosso Senhor”(Rom 5,21).

Dom Eduardo Benes de Sales Ro-drigues

Arcebispo Metropolitano de Sorocaba

O PecadoGraça e Paz!Caros amigos e amigas, esta-

mos iniciando com toda a Igreja o “Tempo do Advento”, tempo de preparação para o natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, tempo de espera, de oração e reflexão para recebermos o verbo que se fez carne e veio morar entre nós.

Ao iniciarmos o tempo do ad-vento, somos convidados a entender o que vamos viver e celebrar, até porque tantas vezes celebramos sem viver por não sabermos o que estamos celebrando. Come-cemos, então, por definir a palavra ADVENTO. Ela vem do latim (Adventus) e significa chegada, vinda. É o tempo de preparação próxima para a solenidade do natal do Senhor. O advento tem sempre 4 domingos. As três primeiras semanas do advento são cheias, mas a última semana é quase que, podemos dizer, incompleta, e é por isso que, a cada ano, o advento tem dias mais ou menos em relação ao ano anterior.

Não temos com exatidão a data e onde teve início e o costume de se celebrar o Advento, tem-se o conhecimento que em várias re-giões, entre os séculos IV e VII, já se celebrava esse tempo. Em alguns lugares, como a Espanha e na antiga França, esse tempo era marcado pela prática do jejum e da abstinência de carne. Já em Roma pelo fim do século VII, o Advento começa a ser já identificado com a preparação para a vinda do Senhor. Na reforma litúrgica do Vaticano II, o Advento passa, então, a ser celebrado nos seus dois aspectos: A vinda definitiva do Senhor e a preparação para o Natal, mantendo assim a tradição de 4 semanas. Contando com essas 4 semanas, as mesmas são divididas em dois momentos: o primeiro vai até o dia 16 de dezembro. Consta de dois domingos. A Igreja nos convida a refletir sobre a segunda vinda de Cristo. De 17 de dezembro em diante, já somos chamados mais intimamente a nos prepararmos para comemorar o Natal.

O Tempo do Advento vem carregado de um sentido de mensa-gem de Boa-Nova, e é exatamente por esse motivo que as Escrituras dessa época acenam, até com cores fortes e carregadas, para o que é

chamado de “Fim do Mundo” e o tremendo dia do julgamento. Esse tempo que hora iniciamos o Advento faz-nos refletir sobre as duas vindas de Cristo. “A primeira vinda de Cristo já aconteceu: o nascimento do Filho de Deus feito homem como nós. É o fato histórico que comemoramos no Natal. A segunda vinda, ainda, não aconteceu. Ela acontecerá no fim dos tempos. Jesus Cristo prometeu que voltaria ao mundo no final dos tempos”.

É bom sabermos que a primeira vinda do Senhor é o que garante a sua segunda vinda, assim como na sua primeira vinda , Ele veio iniciar a obra da salvação. Com a segunda vinda, tudo o que foi iniciado será completado, e é exatamente por isso que a Igreja nos convida a refletir em torno das duas vindas, pois as duas são importantes para toda a humanidade.

Existem alguns sinais que são característicos do tempo do Advento, como por exemplo, a cor dos paramentos do padre e também as ornamentações que devem ser leves e discretas. A cor roxa é um convite que nos faz João Batista: “Preparem o caminho do Senhor, endireitem as suas estradas....”(Lc 3,4b-6). Também, no terceiro domingo, pode-se usar a cor “rosa”, pois tem um significado de alegria, e a razão do uso do rosa é tirado do livro de Filipenses 4,4-5 que nos convida à alegria: “Alegrai-vos sempre no Senhor. De novo eu vos digo: Alegrai-vos! O Senhor está perto!”.

Outro sinal que irá se ver nas Igrejas será a Coroa do Advento, que teve sua origem na Alema-nha, entre famílias protestantes, embora a coroa não tenha nascido de tradição cristã, ela foi adaptada de costumes pagãos e isso porque “Lá, no Natal é inverno, as horas de sol são poucas, e as noites, longas. Sendo inverno, tem-se a impressão de que toda a natureza morre”, por isso o acendimento das velas, que eram enfeitadas com ramos verdes de pinho, pois os mesmos se mantêm vivos durante o duro e gelado inverno. O significado das velas que são acessas era pela espera da primavera, pois era quando toda a natureza renascia.

Sendo cristianizada a coroa do Advento, na noite do Natal era colocada uma vela branca no centro da coroa, símbolo de Cristo Luz que veio Iluminar as trevas. Em nossas Igrejas, as velas são acessas a cada domingo do Advento. “Luz das velas, ramos verdes, coroa em forma de círculo sugerem aprofundamento”.

Ajuntam-se, também, a esse tempo grandes personagens, tais como: O Profeta Isaias, João Batista, José e a Virgem Maria.

Cabe também lembramos que existem cantos próprios para o Tempo do Advento, são cantos que criam e expressam esperan-ça, expectativa, criando, assim, um clima gostoso. Não se deve improvisar os cantos, pois exis-tem vários inspirados nos textos bíblicos, que falam da vinda do Salvador, e encontram-se em cd’s e, principalmente, nos Hinários litúrgicos, nos quais existe um próprio somente para essa oca-sião. No tempo do Advento, não se canta o hino de louvor, Hino de Louvor é uma Doxologia, um hino de louvor a Deus, por Jesus Cristo, no Espírito Santo. “O clima de expectativa vigilante, de espera ativa e de esperança operosa trans-borda de alegria na noite de Natal, no Canto do GLÓRIA, quando unimos e misturamos nossa voz à dos anjos e de todo universo no mesmo canto”.

Procuremos vivenciar bem o Tempo do Advento, busquemos beber dessa espiritualidade que essa ocasião nos propõe, não se tratando de uma espiritualidade passiva ou fechada dentro do coração, mas que seja uma espiri-tualidade que se derrame, também, ao coração dos outros. Sigamos o exemplo de Maria a “Serva do Senhor”, levemos Jesus a todos e todas que Dele necessitam e precisam. Façamos desse tempo um momento de percepção da ação redentora de Deus em nossa história e em nossa vida particular e comunitária, percebendo, assim, como é grande o amor de Deus que nos envia seu próprio Filho para nos salvar.

Feliz Advento a todos e todas!

Pe. Carlos Eduardo

Tempo do Advento

DIOCESE 86 ANOS12 SÃO JOSÉ DO RIO PRETONOVEMBRO/2015

Coluna do Seminário

Seminarista Paulo Henrique de CastroSeminário Maior Diocesano

Depois de um trabalho intenso de preparação e de uma grande expectativa por parte dos agentes da Pastoral da Comunicação no estado de S. Paulo, aconteceu, em Campos do Jordão, o 20º. Encontro Pascom do Regional Sul 1, de 6 a 8 de novembro.

O tema desse encontro foi Ética na Comunicação à luz do Diretório Nacional de Comunicação (doc. 99). Mesmo com o pensamento de algumas pessoas em dizer que seria uma repetição, visto que o Mutirão Nacional, em Vitória, abordou o mesmo tema, a coor-denação regional houve por bem desenvolvê-lo nessa oportunidade, pois o assunto tem diversas óticas e sempre enriquecem os interessados.

A abertura foi feita por D.Darci José Nicioli, presidente da Co-missão Episcopal Pastoral para a Comunicação e bispo auxiliar de Aparecida. Contou também com D. Vilson Dias de Oliveira, DC,

bispo referencial da Pascom do estado de S.Paulo e de Pe. Marcos Vinicius Clementino, coordenador regional, todos nomeados este ano.

D. Darci, em sua fala, ressal-tou a importância do Diretório Nacional, dizendo que ele é um ponto de partida e não um ponto de chegada para direcionar o universo comunicacional na Igreja. Disse, também, que a comunicação é um ato humano, resultante da inteli-gência humana.

Comunicar é exercer um poder, podendo ser um serviço ou não, já apontando para o tema, afirmando que existe uma crise de valores na ética, não só na política ou economia. A ética bem trabalhada e consciente é a que se sustenta. A liberdade na comunicação não pode ser confundida como irres-ponsabilidade.

O jornalista Carlos Alberto Di Franco, no dia seguinte, palestrou abordando e desenvolvendo bem o

tema. Enfatizou que o cenário cultural do mundo hoje está muito mudado, pois, em geral, na sociedade não são admitidas imposições, havendo a rejeição de propostas diferentes ao pensamento de cada um. Daí o zelo da comunicação dentro da ética, em todos os aspectos. Segundo Di Franco, a comunicação não é um enfeite, mas é a essência do processo todo.

Pe. Antônio Xavier e Ricardo Alvarenga, da CNBB, discorre-ram sobre o Diretório Nacional, explanando muitos itens e depois esclareceram as dúvidas dos parti-cipantes. O interesse dos quase 115 inscritos no encontro foi visível, com muita troca de experiências, ideias e compartilhamentos, crian-do um clima alegre, de amizade e vontade de colocar em prática todo o conteúdo do ensinamento apresentado.

Márcia D`Arc Lima

Encontro da Pascom Estadual

CNBB - Regional Sul 1

Encontro da Infância e Adolescência Missionária

No último final de semana, o Conselho Missionário Diocesano de São José de Rio Preto realizou, na Sé Catedral, o encontro da Infância e Adolescência Missionária. Contou com a presença de vários fiéis leigos de 20 paróquias, além de religiosas e Dom Tomé, bispo da diocese.

O domingo 25 de Outubro foi marcado pela formação que contou com a assessoria do Frei Carlos da Congregação dos Oblatos de São José, atualmente residindo em São Paulo e assessorando a IAM do

Sul 1 CNBB.Frei Carlos detalhou para os

participantes todo o processo de surgimento da Infância e Adoles-cência Missionária, desde a sua origem até o reconhecimento como uma obra Pontifícia missionária da Igreja. Durante o domingo, também foi colocando aos participantes os passos da implantação da Iam ao nível paroquial, sua metodologia, espiritualidade e sua ação eficaz na Igreja e na Família. A beleza da Infância e Missionária é que a própria

criança evangeliza seu coleguinha, os pais, demais familiares e amigos.

A formação da Infância e Adolescência Missionária lançou, nos corações, o desejo do trabalho missionário com nossas crianças, que deve desenvolver-se cada vez mais como acontecimento nas paró-quias, com a diocese e com a Igreja. Precisamos, portanto, promover o crescimento e fortalecimento da Iam, entre os batizados, ministros ordenados, religiosos que venham despertar o ardor missionário no coração de nossas crianças, pois serão elas que, num futuro próximo, estarão concretizando a missão e o seguimento de Jesus Cristo.

Que o Espírito Santo nos dê ousadia, perseverança, coragem, renúncia e amor para marcamos nosso coração com o impulso missionário. É preciso sair de nossas realidades e confrontar novos caminhos. Uma Igreja missionária a serviço do Reino de Deus começa em nós. De todas as crianças do mundo sempre amigos!

Padre Rafael Henrique dos SantosAssessor da Dimensão Missionária

O ano está chegando ao fim e, para muitos seminaristas, isso indica o término de um ciclo e o início de outro. Os propedeutas, que após o período de iniciação na vida de seminário, preparam--se para a admissão ao Seminário Maior, onde darão início ao curso de Filosofia, e os que concluem o terceiro ano de Filosofia e, tendo sido aprovados nas disciplinas e na monografia, preparam-se para começar os estudos da Teologia.

O fim do ano é sempre um momento propício para a revisão de tudo aquilo que vivemos no decorrer do ano. Para um se-minarista, essa revisão tem um horizonte bem mais amplo, pois abrange as dimensões pessoal, acadêmica, comunitária, espiri-tual e pastoral de sua caminhada vocacional. O seminarista deve chegar ao fim do ano e verificar se atingiu a meta que se espera da etapa da formação na qual esteve ou está inserido. Algu-mas questões são cruciais nesse processo autoavaliativo: Cresci enquanto pessoa, cultivando virtudes e bons valores? Com meu esforço e dedicação, cumpri com meus afazeres acadêmicos, buscando o conhecimento ne-cessário da dimensão intelectual da formação? Mantive um bom relacionamento com os demais seminaristas, alimentando a con-vivência fraterna e a amizade?

Nutri minha vida espiritual por meio da oração, da leitura orante da Sagrada Escritura e, sobre-tudo, por meio da participação na Eucaristia, buscando crescer espiritualmente? Correspondi às exigências pastorais, servindo à Igreja e ao povo com quem tive contato, com amor e solicitude? Após a análise de todas essas questões, uma primordial se sobressai: “Estou correspondendo ao chamado de Deus para mim?”.

Em meio às adversidades e dificuldades da caminhada for-mativa, cada desafio superado é um “sim” dado ao chamado de Deus. E, em sua autoavaliação, cada seminarista deve ver aquilo que fez de positivo, as atitudes que lhe fizeram crescer e os pontos que acertou e levá-los adiante na formação. Por outro lado, os erros e aquilo que não foi positivo na etapa formativa, devem servir de aprendizado e ser deixados para trás.

A caminhada seminarística deve ser uma constante avaliação pessoal. Só assim o vocacionado ao sacerdócio pode colocar-se diante de si mesmo e descobrir se tem buscado corresponder satisfatoriamente à sua vocação e se está buscando moldar o seu coração e a sua vida ao Cristo, bom Pastor, modelo do perfeito sacerdote.

O processo da autoavaliação

Site da Diocese: http://bispado.org.br/

DIOCESE 86 ANOS 13SÃO JOSÉ DO RIO PRETONOVEMBRO/2015

EVANGELHO DE MARCOS

Pe. Hallison Henrique de Jesus Parro

Catedral de São José

O evangelista Marcos não deixa de sublinhar a reação dos familiares do Senhor sobre a sua atividade messiânica na Galileia. Jesus era tão intenso em sua obra evangelizadora, que não lhe sobrava sequer tempo para alimentar-se (3,20). Enquanto a multidão anseia pelos sinais e pelas palavras de Jesus, para-doxalmente tanto a sua família quanto os escribas de Jerusalém, cada um a seu modo, tentam impor-lhe barreiras.

Com base na leitura dos versículos precedentes, a atitude da família de Jesus pode ter sido influenciada por muitas razões. Há muito tempo Jesus estava fora do ambiente familiar, ou seja, de Nazaré, porque pere-grinava com seus discípulos por toda a região anunciando o Evangelho do Reino (Mc 1,15). Além do mais, havia boatos e notícias contraditórias sobre a sua atividade e a sua mensagem. Os escribas e os fariseus, por exemplo, o acusavam de louco e herético, porque, na opinião desses homens, Jesus não seguia a tradição dos antigos sobre o sábado (2,23-3,6) e o jejum (2,18-22), bem como comia publicamente com os pecadores.

Assim, a intenção original da família de Cristo era reconduzi-lo ao caminho reto de um autêntico judeu. A opinião dos familiares alarmados por certos rumores não significa que seja neces-sariamente a de Maria, embora ela pudesse estar presente, como se deduz dos versículos 31 a 35. Nesse episódio, podemos constatar que Maria precisa até mendigar o direito de ver o Filho e de falar-lhe. Ela não abre caminho no meio da multidão, aproveitando o fato de ser a mãe de Jesus. Por isso, como Jesus teve que despojar-se de seus legítimos direitos e de suas prerrogativas divinas, assumindo a condição de servo, também Maria, em sua obediência a Deus, precisou despojar-se de seus legítimos direitos como mãe

do Messias, parecendo diante de todos uma mulher como as outras. “O Senhor não deixou a sua mãe perder tempo nem contemporizar com sentimen-tos e consolações naturais. Ele a arrasta para o despojamento total, para chegar a união com Deus. Na realidade, ensinou a Maria a renúncia a si mesma. (CANTALAMESSA, R. Maria, um espelho para a Igreja, p.76)

Para Marcos, portanto, a consanguinidade não é suficiente para dar o salto da fé. A nova família de Jesus, ou seja, a sua comunidade, não se caracterizará pela pertença a uma nação (ju-deus) ou a uma família biológica, mas pela adesão consciente ao Evangelho e à pessoa de Jesus. Os seus familiares, em vez de o apoiarem e o seguirem, querem recomendar-lhe prudência hu-mana. Com isso, o evangelista nos instrui que devemos seguir Jesus sem cálculos nem reservas humanas, porque ser discípulo de Cristo é fazer a vontade de Deus. Ser irmão de Jesus não é questão de sangue ou de mérito, mas fruto do poder da graça. É interessante recordarmos que, posteriormente, Tiago, irmão do Senhor, governará a Igreja de Jerusalém (At 15,13). Isso nos permite concluir que essa recusa inicial se transformará em experiência de fé também entre os parentes do Senhor (Mc 6,3).

Fazer a vontade do Pai con-siste em escutar e obedecer ao seu chamado. Essa obediência presente em Abraão, em Maria e no próprio Cristo não é uma fria execução de ordens severas, mas um envolvimento apaixo-nado do coração humano com o coração de Deus. O “Eis-me aqui” de todos os discípulos de Jesus se baseia no sim, na entrega definitiva de Jesus na cruz para a nossa salvação.

Santo Agostinho entende esse relato da seguinte maneira: “Entendo que somos irmãos do Cristo e que são irmãs de Cristo as santas e fiéis mulheres. Mas,

em que sentido podemos ser mães de Cristo? Que poderemos dizer? Teremos, por acaso, a ousadia de nos chamar mães de Cristo? Sim, temos a ousadia de nos chamar mães de Cristo! Se vos chamei a todos de seus irmãos, não teria a ousadia de chamar-vos sua mãe? E muito menos ouso negar o que Cristo afirmou. Eia, pois, caríssimos, observai como a Igreja – o que é evidente – é a esposa de Cristo; o que se entende com maior dificuldade, mas é a pura verda-de, é que seja a mãe de Cristo. A Virgem Maria antecedeu a Igreja, como sua figura. Como é que, eu vos pergunto, Maria é Mãe de Cristo, senão porque gerou os membros de Cristo? Membros de Cristo sois vós, aos quais eu falo: quem vos gerou? Ouço a voz do coração: “a Mãe Igreja”; esta mãe santa, honrada, semelhante a Maria, gera e é Virgem. Os membros de Cristo geram, pois, com o Espírito, como Maria virgem gerou Cristo no ventre: sereis assim mães de Cristo. Não é algo que está longe de vós; não está fora de vós, não é incompatível; vós vos tornastes filhos, sede mães também” (Sermão 72A).

Jesus, de maneira alguma, aboliu os laços naturais da família, mas ensinou que tais afeições ‘da carne e do sangue’ devem estar subordinadas a um bem superior, o cumprimento da vontade de Deus. A família de Cristo, a sua Igreja, será fundada sobre o amor do Cordeiro, que levou até as últimas consequências sua fidelidade ao Pai. A comunidade dos discípulos apenas exercerá uma verdadeira maternidade espiritual, se souber apresentar-se aos homens como instrumento de salvação, atenta aos desejos e ao projeto de Cristo, aquele que nos tornou irmãos na fé.

A família de Jesus(Mc 3,20-21.31-35)

A Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo

Chegamos ao final de mais um tempo e ano litúrgico. Foram 34 semanas do Tempo Comum, mais outros 4 tempos litúrgicos (Advento, Natal, Quaresma e Páscoa), somados a festas e solenidades, encerrando esse ciclo com a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, ou Cristo Rei, resumida-mente falando.

Quando foi instituída tal solenidade em 1925, pelo Papa Pio XI, este era o aspecto mais forte: proclamar o primado de Cristo sobre os reinos da terra que iam mais abertamente se declarando hostis ou neutros diante da fé e da Igreja. Contudo, veio o Concílio Ecumênico Vaticano II e nos deu uma imagem diferente da Igreja: não mais uma Igreja apartada do mundo, mas uma “Igreja para o mundo”, aberta e em diálogo com o mundo.

Portanto, celebrar Cristo Rei do Universo, encerrando o ano litúrgico, significa nos colocar frente à reali-za de Jesus. Isso porque, segundo Cantalamessa (in O Verbo se fez carne: Reflexão sobre a Palavra de Deus – Anos A, B, C. Editora Ave Maria, 2012), neste ano de 2015, ano B, “a liturgia dessa solenidade escolhe e desenvolve precisamente o tema do processo e da vitória de Cristo”.

Na primeira leitura (Dn 7, 13-14), o profeta Daniel descreve a investidura real que o Filho do homem recebe diretamente do Pai: A ele foram dados império, glória e realeza (...) o seu reino jamais será destruído. A segunda leitura (Ap 1, 5-8) nos apresenta o Cordeiro imolado sobre o trono de sua glória; agora todas as tribos da terra baterão no peito por causa dele, também aquelas que o transpassaram. A pergunta de Pilatos no Evangelho (Jo 18, 33b-37): Que é a verdade? Tem aqui sua plena resposta: esta é a verdade, isto é, Jesus nos ama e nos libertou com o seu sangue!

Mas, com todo o desenrolar do tema trabalhado na liturgia da Palavra, somos também convidados a refletir sobre tudo o que vimos e ouvimos na liturgia durante o ano que termina. É hora de saber: o que foi mesmo que aprendemos com Jesus durante todo este ano? A liturgia dessa solenidade resume essa resposta: aprendemos que Cristo é verdadeiramente Rei. Mas que tipo de rei? Se soubermos responder corretamente a essa pergunta, estaremos no caminho certo e poderemos dizer que, de fato, ficou em nós, como discípulos missionários de Jesus Cristo, algo essencial, pois saber diferenciar Cristo Rei dos reis e reinos deste mundo é algo fundamental para a nossa compreensão teológica e a nossa missão.

Enquanto os reis deste mundo vêm por meio de dinastias, descen-dência humana, o Cristo Rei vem do alto, com aspectos humanos, mas é divino. Se Ele é um Rei divino, seu comportamento será também divino. Muitos divinizaram os reis terrenos, colocando-os em pedestais. Cristo fez questão de inverter esses procedimentos e chegou tão simples que só poderia ser mesmo divino. Somente quem consegue se achegar aos mais simples, consegue chegar até Deus. Assim, “nunca alguém tão grande se fez tão pequeno para tornar grandes os pequenos” (Au-gusto Cury).

É triste saber que muitos cristãos, ainda, não aprenderam essa lição do Cristo Rei. Quantos são os que querem poder apenas para se sentir superiores aos outros, para oprimir e se beneficiar com isso, sem se pre-ocupar com os que sofrem! O Papa Francisco tem chamado a atenção para essas coisas, mostrando que, na Igreja, temos que, a exemplo de Cristo Rei, servir na humildade, sem ostentação de luxo ou riqueza. O que se quer dos discípulos de Cristo é que sejamos como Ele, Jesus, simples, acessível, sempre pronto a servir.

Enfim, encerrar o ano com essa solenidade significa celebrar Cristo como ponto de convergência do ano litúrgico, da história humana e da nossa vida espiritual.

Pe. Alexandre Ferreira dos SantosParóquia São João Batista – Onda Verde

Santuário Diocesano Senhor Bom Jesus dos CastoresCerimoniário Oficial da Diocese de S.J. Rio Preto

DIOCESE 86 ANOS14 SÃO JOSÉ DO RIO PRETONOVEMBRO/2015

Nos dias 23, 24 e 25 do mês de outubro, foi realizado em Vargem Grande Paulista, no Centro Mariá-polis Ginetta, o vigésimo encontro ecumênico do regional sul 1, com diversos participantes de várias dioceses que compõem o regional.

Da Diocese de São José do Rio Preto, participaram o Revmo. Sr. Padre Júlio César Sanches Lázaro, a senhora Maria Cecília Cervantes e o senhor Admilson Moacir Teixeira Mendes, que fazem parte da Comis-são para o Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso de nossa Diocese.

O tema tratado foi “Façam tudo o que Ele mandar”, do Evangelho de João 2,1-12, e o mandado de Nosso Senhor Jesus Cristo é a plena vivência do amor a Deus e ao próximo, para que, assim, possamos ser perfeitos na

unidade, para sermos um só rebanho.O assessor do encontro, Revmo.

Sr. Prof. Dr. Pe. Mário Marcelo Coelho, SCJ, trabalhou em comu-nhão com o Sínodo das Famílias o tema “Desafios e Perspectivas Teológicas e Pastorais da família”. É importante ver que a família na sociedade atual está passando por desafios e dificuldades, ao mesmo tempo viu-se que a família é dom de Deus e faz parte da natureza humana ter uma família. O grande desafio é, na sociedade atual, olhar as diversas formas de família que estão surgindo, fugindo, assim, dos moldes tradicionais e como lidar com a nova realidade. A grande questão é: Acolher ou Excluir?

Através de uma roda de conversa com casais mistos, as discussões

deixaram claras que a vivência da fé é possível ser vivida, mesmo estando em igrejas ou religiões diferentes. Também pôde-se ter uma visão den-tro da perspectiva evangélica com o mesmo tema, com a presença das pastoras Blanches de Paula (Igreja Metodista) e Grietje Couperus (Pres-biteriana Independente), mostrando, assim, os mesmos desafios.

A conclusão do encontro mostrou--nos que somente com o Diálogo entre as Igrejas e Religiões poderemos ajudar as famílias e as igrejas nestes tempos de novos desafios.

Colaborou Pe. Júlio César Sanches Lázaro

Diretor Espiritual da Comissão para o Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso.

XX Encontro Ecumênicodo Regional Sul 1

Conferência dos Religioso RP IIAno da Misericórdia e Vida

Consagrada foi o tema do encontro da Conferência dos Religiosos do Brasil, Núcleo de São José do Rio Preto e RPII. Nos reunimos no dia 25 de outubro de 2015, nas depen-dências do Hospital João Paulo II, onde fomos acolhidos com muito carinho pelos freis da Fraternidade São Francisco de Assis na Provi-dência de Deus. A oração inicial foi conduzida pela Ir. Isilda. O tema do dia, Bula do Ano extraordinário da Misericórdia, foi trabalhado pelo Pe. Natal , que também presidiu a Celebração da Eucaristia. Nesse dia, combinamos, também, como estamos pensando em encerrar o Ano da Vida Consagrada e realizar

o Jubileu da Vida Consagrada no dia 02 de fevereiro de 2016. Ir. Rosângela Aparecida Fontoura

Realizada no dia 08 de novembro na paróquia São Judas Tadeu em São José do Rio Preto, a Missa diocesana da Mãe Rainha contou com a pre-sença de fiéis de diversas cidades da diocese. A celebração foi presidida pelo diretor espiritual do Apostolado Mãe Rainha, Padre Cleomar Bessa, e concelebrada pelos Padres Rafael Santos, Lodovico Bonomi, José Vinci e José Vitoreti. Estiveram presentes,

também, Diácono Marcos Antônio Firmino e o Seminarista Patrick de Oliveira. A celebração é realizada anualmente com o objetivo de pro-mover o encontro dos missionários, ajudando-os no fortalecimento e crescimento do Apostolado.

Eva Aparecida Appoloni de MenezesCoordenadora diocesana da Mãe Rainha

Missa Diocesana da Mãe Rainha