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BRUNO JOSÉ BERNARDES SÍNTESE DO PIGMENTO AZUL DA PRÚSSIA E SUA UTILIZAÇÃO PARA A PRODUÇÃO DE TINTA DO TIPO GUACHE Assis 2012

SÍNTESE DO PIGMENTO AZUL DA PRÚSSIA E SUA … · ABSTRACT The pigments are always present among us even in applications where its color can’t be noticed. The pigment differs of

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BRUNO JOSÉ BERNARDES

SÍNTESE DO PIGMENTO AZUL DA PRÚSSIA E SUA UTILIZAÇÃO PARA A PRODUÇÃO DE TINTA DO TIPO GUACHE

Assis 2012

BRUNO JOSÉ BERNARDES

SÍNTESE DO PIGMENTO AZUL DA PRÚSSIA E SUA UTILIZAÇÃO

PARA A PRODUÇÃO DE TINTA DO TIPO GUACHE

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis, como requisito do Curso de Graduação.

Orientador: Profª Ms. Marta Elenita Donadel

Área de Concentração: Química

Assis 2012

FICHA CATALOGRÁFICA

BERNARDES, Bruno José Síntese Do Pigmento Azul Da Prússia e Sua Utilização Para a Produção de Tinta do Tipo Guache / Bruno José Bernardes. Fundação Educacional do Município de Assis - FEMA -- Assis, 2012. 55p. Orientador: Marta Elenita Donadel Trabalho de Conclusão de Curso – Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis – IMESA. 1.Pigmento Inorgânico. 2.Azul da Prússia. 3.Tinta Guache

CDD: 660 Biblioteca da FEMA

SÍNTESE DO PIGMENTO AZUL DA PRÚSSIA E SUA UTILIZAÇÃO PARA A PRODUÇÃO DE TINTA DO TIPO GUACHE

BRUNO JOSÉ BERNARDES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis, como requisito do Curso de Graduação, analisado pela seguinte comissão examinadora:

Orientador: Profª Ms. Marta Elenita Donadel

Analisador: Profª Dra. Silvia Maria Batista de Souza

Assis 2012

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a

Deus por toda sabedoria. Aos meus pais

Benedita e Wilson, e a toda minha família

e amigos não só pelo apoio e incentivo,

mais principalmente pelos momentos

felizes que vivi ao lado deles e que jamais

serão esquecidos.

AGRADECIMENTO

Hoje, vivo uma realidade que parece um sonho, mas foi preciso muito esforço,

determinação, paciência, perseverança, ousadia e maleabilidade para chegar até

aqui, e nada disso eu conseguiria sozinho. Minha terna gratidão a todos aqueles que

colaboraram para que este sonho pudesse ser concretizado.

Agradeço primeiramente a Deus, porque Ele fez mais do que me criar, deu um

propósito à minha vida e ilumina constantemente o meu caminhar.

Aos meus pais, Benedita e Wilson, que me proporcionaram tanto uma boa infância

quanto uma vida acadêmica, formaram os fundamentos do meu caráter e me

apontaram uma vida eterna. Obrigado por serem a minha referência de tantas

maneiras e estarem sempre presentes na minha vida de uma forma indispensável.

Quero agradecer aos meus familiares mais próximos, irmã Sandra, cunhado Edson,

sobrinhas Gabriela e Rafaela, tia Carolina, tio Osvaldo, primo Leandro e primas

Silvana, Amanda e Júlia, pois proporcionaram para mim muito carinho e

principalmente apoio para lidar com esses obstáculos advindos em meu cotidiano.

Não posso esquecer-me de agradecer a todos os professores que enfatizaram um

aprendizado diferenciado e significativo para compor o meu lado profissional e

também pessoal.

Nesse momento, sintetizo um agradecimento especial aos meus amigos que fizeram

parte da minha vida durante esses quatro anos de graduação, Hellen Ciciliato, Luiz

Fernando, Mauro Fernando e Rafael Gustavo, proporcionando e ao mesmo tempo

dividindo momentos de alegrias, tristezas, experiências, conquistas, entre outros.

Enfatizo um agradecimento a minha professora orientadora Marta Elenita Donadel

que se prontificou a me orientar nesse trabalho primordial para minha formação

acadêmica.

Obrigado a todos, mesmo os que não foram citados aqui, pois de uma forma direta

ou indireta me ajudaram e contribuíram para a conclusão desta etapa da minha vida

e para o Bruno José que sou hoje.

“Não se preocupe em entender, viver

ultrapassa todo entendimento. Mergulhe

no que você não conhece.”

Clarisse Lispector

RESUMO

Os pigmentos estão sempre presentes em nosso meio até mesmo em aplicações

onde sua cor não pode ser notada. O pigmento se diferencia do corante, pois adere

cor a um determinado objeto através da dispersão de seus cristais no meio que é

incorporado, já o corante é solúvel em sua matriz, perdendo então suas

características estruturais e cristalinas. Diferente do que acontecem com os

pigmentos orgânicos, os pigmentos inorgânicos possuem alta estabilidade e menos

toxicidade para o homem e para o meio ambiente. São numerosas as aplicações

que os pigmentos inorgânicos têm na indústria, como cerâmica, tintas, tecidos,

cosméticos, entre outros. Nesse contexto, o presente trabalho objetivou sintetizar o

pigmento inorgânico Azul da Prússia (ferrocianeto férrico), através do método de

complexação e precipitação. Depois de sintetizado o pigmento foi utilizado para a

confecção de uma tinta do tipo guache, obtendo a cor azul intensa que comprovou a

síntese do ferrocianeto férrico e satisfez as expectativas.

Palavras-chave: Azul da Prússia; Pigmento Inorgânico; Tinta guache.

ABSTRACT

The pigments are always present among us even in applications where its color can’t be noticed. The pigment differs of dye because adheres color to a particular object by dispersing their crystals in the middle that it is incorporated, since the dye is soluble in its matrix, then losing their structural and crystalline characteristics. Different from what happens with organic pigments, the inorganic one has high stability and less toxicity to man and to the environment. There are numerous applications that inorganic pigments have in the industry, as ceramic, paint, textiles, cosmetics, and so on. In this context, the present study aimed to synthesize the inorganic pigment Prussian Blue (ferric ferrocyanide), through the complexation and precipitation. After synthesized the pigment was used for making a gouache ink type, obtaining the intense blue color which proved the synthesis of ferrocyanide ferric satisfied expectations.

Keywords: Prussian Blue; Inorganic Pigment; Gouache Ink.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Espectro Eletromagnético............................................................... 16

Figura 2 - Modelo de Cores MBS.................................................................... 18

Figura 3 - Estrutura do Olho Humano.............................................................. 19

Figura 4 - Estrutura da Retina.......................................................................... 20

Figura 5 - Tabela Periódica dividida em blocos............................................... 21

Figura 6 - Distribuição eletrônica de três metais de transição......................... 23

Figura 7 - Distribuição eletrônica de um metal de transição interna................ 23

Figura 8 - Elétron emitindo fóton...................................................................... 24

Figura 9 - Orbitais do subnível d representados em eixos cartesianos........... 25

Figura 10 - Pinturas antigas preservadas em cavernas e rochas...................... 28

Figura 11 - Pigmento Azul da Prússia............................................................... 35

Figura 12 - Fórmula do Ferrocianeto Férrico..................................................... 36

Figura 13 - Esquema ilustrativo da Cromatografia de Papel............................. 39

Figura 14 - Ferrocianeto de Potássio e Cloreto Férrico..................................... 42

Figura 15 - Filtro de papel utilizado para a filtração do Azul da Prússia............ 43

Figura 16 - Solução sendo aquecida para a evaporação da água.................... 43

Figura 17 - Resíduo resultante da evaporação da solução............................... 44

Figura 18 - Cor padrão de Azul da Prússia........................................................ 45

Figura 19 - Pigmento PB obtido disperso em água........................................... 46

Figura 20 - Tinta guache confeccionada a partir do pigmento Azul da Prússia. 46

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Cor e Comprimento de Onda........................................................ 17

Tabela 2 - Classificação dos pigmentos inorgânicos baseada na cor e

propriedades químicas................................................................. 30

Tabela 3 - Demonstrativo dos produtos mais comuns à base de óxido......... 31

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

nm Nanômetro

THz Terahertz

MBS Matiz, Brilho, e Saturação

IUPAC International Union of Pure and Applied Chemistry

TCC Teoria do Campo Cristalino

µm Micrometro

a. C. Antes de Cristo

ISO International Standard Organization

PB Prussian Blue

FEMA Fundação Educacional do Município de Assis

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..................................................................... 15

2 TEORIA DA COR................................................................. 16

2.1 PERCEPÇÃO DA COR............................................................... 19

3 A QUÍMICA DOS ELEMENTOS DE TRANSIÇÃO.............. 21

3.1 PROPRIEDADES GERAIS......................................................... 21

3.1.1 Metais de Transição........................................................................... 22

3.1.2 Metais de Transição Interna.............................................................. 23

3.2 APARIÇÃO DA COR NOS METAIS DE TRANSIÇÃO................ 24

4 PIGMENTO INORGÂNICO.................................................. 27

4.1 HISTÓRICO................................................................................. 27

4.2 CARACTERÍSTICAS................................................................... 29

4.3 CLASSIFICAÇÃO DOS PIGMENTOS........................................ 29

4.4 PIGMENTOS NATURAIS............................................................ 30

4.5 PIGMENTOS SINTÉTICOS........................................................ 32

4.6 PROPRIEDADES........................................................................ 32

4.6.1 Propriedades Óticas.......................................................................... 32

4.6.2 Propriedades Físicas......................................................................... 33

4.6.3 Propriedades Químicas..................................................................... 33

4.7 APLICAÇÕES.............................................................................. 34

4.8 AZUL DA PRÚSSIA..................................................................... 34

5 CROMATOGRAFIA DE PAPEL APLICADA NO ENSINO

MÉDIO.................................................................................. 37

5.1 MATERIAIS NECESSÁRIOS...................................................... 38

5.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL.......................................... 38

6 METODOLOGIA.................................................................. 40

6.1 MATERIAIS E REAGENTES....................................................... 40

6.2 EQUIPAMENTOS........................................................................ 40

6.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL.......................................... 41

7 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................... 42

8 CONCLUSÃO...................................................................... 47

REFERÊNCIAS................................................................................. 48

15

1 INTRODUÇÃO

Os pigmentos estão sempre presentes em nossas vidas, até mesmo em aplicações

em que a evidência direta de sua presença (a cor) não pode ser notada

(CASQUEIRA; SANTOS 2008).

Um pigmento é definido como sendo uma partícula sólida, orgânica ou inorgânica,

preta, branca, colorida ou fluorescente que seja praticamente insolúvel no meio ao

qual venha a ser incorporado e que não reaja quimicamente ou fisicamente com este

(CASQUEIRA; SAMPAIO 2006).

Diferentemente do que acontece com corantes, os quais são solúveis no meio em

que se encontram perdendo as próprias características estruturais e cristalinas, os

pigmentos fornecem cor através de uma simples dispersão física no meio a ser

colorido (CUNHA, 2009).

A importância dos pigmentos para o setor industrial é facilmente verificada pela

variedade de cores que podemos visualizar em nosso cotidiano. Os setores da

indústria onde os pigmentos encontram maior aplicação são: plásticos, cosméticos,

vernizes, papel, tecido, decoração, materiais de construção, cerâmicos em geral,

inclusive restaurações cerâmicas odontológicas nas quais os pigmentos são

adicionados para simular a cor dos dentes naturais (MONTEDO et al., 2006).

Os pigmentos orgânicos se diferenciam dos inorgânicos principalmente pela vasta

gama de cores e pelo alto poder de coloração. Por outro lado, os pigmentos

inorgânicos apresentam uma excelente estabilidade química e térmica e também em

geral, uma menor toxicidade para o homem e para o meio ambiente (BONDIOLI;

MANFREDINI; OLIVEIRA, 1998).

Nesse contexto, o presente trabalho tem como objetivo a síntese do pigmento

inorgânico Azul da Prússia pelo método de precipitação e complexação e a

utilização do mesmo para a produção de uma tinta do tipo guache.

16

2 TEORIA DA COR

A maior parte das informações que recebemos nos é transmitida pela visão. A cor é

algo que nos é tão familiar que se torna difícil para compreendermos que ela não

corresponde às propriedades físicas do mundo, mas sim à sua representação

interna em nível cerebral (GONÇALVES et al. 2010).

As cores não têm existência material, elas são resultados das absorções de

radiações eletromagnéticas na faixa de luz visível e estão relacionadas com

comprimentos de onda particulares (SILVA, 2008).

A figura 1 mostra a região chamada “visível” do espectro eletromagnético e contém

comprimentos de onda que vão desde 380 a 740 nm aproximadamente.

Figura 1 – Espectro Eletromagnético. (In: SCIENTIA, 2010)

Além da luz visível, outras radiações também são denominadas eletromagnéticas,

como as ondas de rádio, as micro-ondas, os raios infravermelhos, a radiação

17

ultravioleta, raios X e os raios gama, todas essas invisíveis aos nossos olhos

(LISBOA, 2010).

A região visível do espectro eletromagnético é varrida por sete cores básicas com

comprimentos de onda característicos (MELCHIADES; BOSCHI, 1999).

A tabela 1 representa as cores do espectro visível com ordem crescente de

comprimentos de onda.

COR FREQUÊNCIA (THz) INTERVALO APROXIMADO λ (nm)

Violeta 668–789 380 a 450

Anil 631–668 450 a 475

Azul 606–630 475 a 495

Verde 526–606 495 a 570

Amarelo 508–526 590 a 590

Laranja 484–508 590 a 620

Vermelho 400–484 620 a 740

Tabela 1 – Cor e Comprimento de Onda. (In: WIKIPÉDIA, 2012)

A cor de um objeto é uma resposta dos comprimentos de onda que ele é capaz de

absorver e consequentemente daqueles que reflete. Assim, um objeto visto como

azul é porque reflete somente a fração do espectro correspondente ao comprimento

de onda da cor azul. Podemos destacar então, que a cor visualizada corresponde à

cor não absorvida pelo objeto (Vieira, 2007).

Um objeto branco é a reflexão de todos os comprimentos de onda da região visível

do espectro, pois não absorve nenhum. Por outro lado, um objeto preto absorve

todos os comprimentos de onda da região visível do espectro, não refletindo nenhum

comprimento de onda (SILVA, 2008).

Estudos realizados com a cor-luz mostram que as cores podem ser somadas e,

assim, fazer surgir novas cores. Três cores visíveis do espectro de cores são

18

conhecidas como cores primárias: o azul, o verde e o vermelho. Abstraindo apenas

estas três cores, em proporções e intensidades variadas, obtemos todas as outras

cores, mesmo aquelas que não estão no espectro como, por exemplo, o marrom

(SILVA, 2008).

Uma fonte luminosa tem três características principais: matiz, brilho e saturação. A

primeira é associada à longitude de onda dominante na mistura das ondas

luminosas, ou seja, nos permite distinguir a cor de um determinado objeto; o brilho é

um termo que se usa para descrever que tão claro ou escuro parece uma cor, e se

refere à quantidade de luz percebida; e por último a saturação que representa a

pureza ou intensidade de uma cor particular, a vivacidade ou palidez da mesma, e

pode se relacionar com a largura de banda da luz que estamos visualizando

(Moreno, 2008).

A figura 2 representa as três características de uma fonte luminosa: matiz, brilho e

saturação.

Figura 2 – Modelo de Cor ‘MBS’. (In: ADOBE, 2012)

19

2.1 PERCEPÇÃO DA COR

A cor não é considerada como uma característica absoluta de um objeto, mas sim

uma percepção humana, ou seja, a cor de um objeto é uma sensação. Cada pessoa

tem uma percepção própria da cor de um determinado objeto que depende de seus

aspectos fisiológicos e psicológicos (VIEIRA, 2007).

Os estímulos da cor, registrados pela retina, são provocados pela distribuição de

energia e as propriedades espectrais da luz visível que passa através do objeto ou é

refletida por ele. A sensação de cor somente se concretiza após uma complexa

operação na qual o cérebro processa os estímulos recebidos (MELCHIADES;

BOSCHI, 1999).

Os raios luminosos incidem na córnea sendo então refratados. A seguir estes

incidem sobre a lente (cristalino) que tem por objetivo projetá-los na retina. Nesta,

encontram-se dois tipos de fotorreceptores os cones e os bastonetes, que

convertem a intensidade e a cor da luz recebida em impulsos nervosos. Estes

impulsos são enviados ao cérebro através do nervo ótico e então tem a percepção

de uma imagem (BERTULANI, 2012).

A figura 3 ilustra a estrutura do olho humano.

Figura 3 – Estrutura do Olho Humano (In: EDUCAR, 2012).

20

Podemos inferir que quem realmente enxerga não é o olho e sim o cérebro, pois ele

monta as imagens e estabelece relações com a memória, o que permite saber se

estamos vendo um corpo, um cachorro ou uma pessoa, por exemplo, (WALDOW,

2010).

A figura 4 representa a estrutura da retina (camada responsável pela projeção das

imagens até o cérebro) com um cone e nove bastonetes.

Figura 4 – Estrutura da Retina (In: WIKIPÉDIA, 2012).

21

3 QUÍMICA DOS ELEMENTOS DE TRANSIÇÃO

Podemos definir os elementos de transição como átomos que apresentam os

subníveis eletrônicos d e f parcialmente preenchidos ou que possam formar cátions

com os subníveis mais energéticos incompletos (KLEIN, 2012).

A figura 5 ilustra a tabela periódica dividida em blocos.

Figura 5 – Tabela Periódica dividida em blocos. (In: FELTRE, 2004, p. 120)

3.1 PROPRIEDADES GERAIS

Os metais de transição são associados ao grupo B da tabela periódica. Apresentam

algumas propriedades físicas semelhantes aos metais representativos: alta

refletividade, brilho metálico prateado ou dourado, condutividade térmica e elétrica

elevada. Além disso, apresentam elevados pontos de fusão e ebulição e são

22

capazes de formar ligas metálicas entre si e com outros metais e possuem variados

estados de oxidação (LIRA, 2011).

As densidades dos metais de transição variam desde 3,0 g/cm3 do escândio até 22,6

g/cm3 do irídio e do ósmio, as densidades altas são resultados das elevadas massas

atômicas e volumes atômicos pequenos. Possuem potenciais negativos, e

destacam-se principalmente pela capacidade de formar compostos coloridos, sendo

por isso, muito utilizados na área da pigmentação (NEVES, 2012).

Essa classe de elementos é subdividida em duas: metais de transição e metais de

transição interna (LIRA, 2011).

3.1.1 Metais de Transição

Os metais de transição tem configuração eletrônica terminada em subnível d, ou

seja, na distribuição eletrônica, tem o preenchimento total do subnível s da camada

mais externa e por último o preenchimento do subnível d da camada anterior [ns2 (n-

1) d1 a 10] (DYNÂMICO, 2012).

Entretanto alguns elementos de transição não seguem rigorosamente as regras de

distribuição eletrônica: aqueles que terminam em d4 ou d9, fazem promoção de um

elétron do subnível s anterior para o subnível d, resultando respectivamente as

configurações s1d5 e s1d10. O número da família dos elementos de transição é obtido

a partir da soma dos elétrons do subnível d da penúltima camada com os do

subnível s da ultima camada (CRUZ; BARBOSA, 2008).

Pode-se observar tais fatos na figura 6 que representa a distribuição eletrônica de

alguns metais de transição.

23

Figura 6 – Distribuição eletrônica de três metais de transição. (In: FILHO et al., 2006)

3.1.2 Metais de Transição Interna

Os metais de transição interna ou também chamados de terras raras, possuem

configuração eletrônica terminada em subnível f. São formados por duas séries

situadas abaixo do corpo da tabela periódica: os lantanídeos (ou lantanóides –

IUPAC) que são os elementos que vão desde o número atômico 57 até ao 71; e os

actinídeos (ou actinóides – IUPAC) que são os elementos que vão desde o número

atômico 89 ao 103. Esse método de colocar os elementos em duas linhas fora da

tabela periódica foi adotado evitando que a mesma ficasse muito larga (CRUZ;

BARBOSA, 2008).

A configuração eletrônica dos metais de transição interna é distribuída da seguinte

forma: ns2 (n-2) f1 a 14 sendo que é a antepenúltima camada que receberá os

elétrons restantes (DYNÂMICO, 2012).

A figura 7 ilustra a distribuição eletrônica de uma terra rara.

Figura 7 – Distribuição eletrônica de um metal de transição interna. (In: FILHO et al., 2006)

24

3.2 APARIÇÃO DA COR NOS METAIS DE TRANSIÇÃO

A energia da luz absorvida por um metal de transição corresponde à energia

necessária para promover um elétron do estado fundamental para um estado de

maior energia. Quando ocorre absorção de energia, ocorrem saltos dos elétrons em

subníveis d para um nível d mais energético, e o mesmo ocorre para os subníveis f.

Quando o elétron retorna à forma menos energética, ocorre liberação energética em

forma luminosa, este é chamado de fóton (BARTHELMESS, 2006).

A figura 8 ilustra um elétron recebendo energia e passando para o seu estado

excitado e liberando essa energia em forma de luz (fóton) ao retornar ao seu estado

fundamental.

Figura 8 – Elétron emitindo fóton. (In: OLIVEIRA, 2010)

Se a absorção de luz ocorrer na região visível, a luz tem a cor complementar da cor

que foi absorvida, causada por variações na energia eletrônica. Sendo sempre

possível que ocorra a promoção de um elétron para um nível mais energético,

geralmente os saltos de energia são tão grandes que a absorção da luz ocorre na

região do ultravioleta, região de luz não visível (KLEIN, 2012).

25

Este fato resulta de os orbitais d não terem a mesma energia quando estão sujeitos

ao campo eletromagnético de outras espécies químicas na sua vizinhança (ligantes).

Com efeito, como é explicado pela teoria do campo cristalino (TCC), em uma

estrutura tetraédrica há três orbitais d (dxy, dyz e dxz) estes quando juntos são

denominados t2g que, devido à sua orientação espacial, aproximam-se mais dos

quatro ligantes e, consequentemente, têm energia superior à dos outros dois orbitais

d (dx2 - y

2 e dz2) denominados eg, em virtude de um elétron em um dos orbitais t2g ficar

sujeito a maior repulsão por parte dos elétrons dos ligantes do que se ocupar um

dos orbitais eg (CRUZ, 2004).

A figura 9 ilustra os 5 orbitais d divididos nos eixos cartesianos (x, y e z).

Figura 9 – Orbitais do subnível d representados em eixos cartesianos. (In: WIKIPÉDIA, 2012)

Em contraste, os compostos obtidos com os metais do bloco p e s são

invariavelmente brancos por não formar complexos, pois não possuem um nível d

parcialmente preenchido e não pode ter transição d-d. A energia necessária para

26

promover um elétron p ou s para um nível energético mais elevado é muito maior e

corresponde a absorção da luz violeta. Por esse motivo eles não são coloridos.

Quando o metal de transição se encontra em complexo, a cor depende da natureza

dos ligantes, variando de ligante para ligante. Cada ligante exerce um efeito

diferente na cor do complexo. Isso ocorre devido ao efeito dos orbitais d que não se

encontram todos com a mesma energia (ELIZIÁRIO, 2007).

A origem das cores nos lantanídeos é muito semelhante, e é decorrente de

transições de subnível f para outro subnível f mais energético. Nos lantanídeos, os

orbitais 4f situam-se na parte interior do átomo e são muito bem blindados pelos

átomos dos orbitais 5s e 5p. Assim, os elétrons dos orbitais f praticamente não são

afetados pela formação de complexos, portanto a cor permanece praticamente

constante para um dado íon, qualquer que seja o ligante (MARTINS; ISOLANI,

2005).

As transições de cores do bloco f são muito mais complexas que as transições do

bloco d, porque nos blocos f existem sete orbitais (dois a mais que nos blocos d)

onde ocorrem os saltos energéticos. Mas, as transições acabam sendo simplificadas

pelo fato de os orbitais f serem relativamente internos ao átomo e somente se

sobrepõem fracamente com os orbitais do ligante não alterando, assim, a cor do íon

lantanídico. Isso indica que a cor depende do numero de elétrons f

desemparelhados, possuindo coloração semelhante aos íons com número de

elétrons desemparelhados (LIRA, 2012).

Sendo assim, nem todos os íons do bloco f são coloridos, devido ao fato de que ou

não existem elétrons para ser promovidos, ou porque possui orbital f completo ou

quase completo, o que torna o salto energético não favorável. O mesmo ocorre nos

elementos do bloco d, onde alguns compostos são brancos, por exemplo, o ZnSO4 e

o TiO2. Nesses compostos não é possível promover elétrons de um subnível d para

outro, por que o Zn2+ e o Ti2+ possuem configuração d10 e seu subnível d está

completo. Assim, não ocorre salto energético (VIEIRA, 2007).

Outros casos são os íons Cu+, Ti4+, Sc3+, V5+ e Zn2+ que possuem um subnível d

vazio. Logo não há possibilidade de haver transições de d para outro d mais

energético e esses íons serão incolores (FILHO, 2006).

27

4 PIGMENTO INORGÂNICO

Os pigmentos são pequenos cristais (0,05 a 0,1 μm) orgânico ou inorgânico, preto,

branco, colorido ou fluorescente que seja praticamente insolúvel no meio ao qual

venha a ser incorporado e que não reaja quimicamente ou fisicamente com este

(CASQUEIRA; SAMPAIO 2006).

É importante também, diferenciar os corantes dos pigmentos. Corantes são solúveis

no meio em que se encontram, perdendo assim suas características estruturais e

cristalinas, já os pigmentos são pequenos corpúsculos insolúveis no meio em que

são aplicados, conferindo cor por uma simples dispersão (CASQUEIRA; SANTOS,

2008).

4.1 HISTÓRICO

O homem vem utilizando as cores há mais de 20 mil anos. O primeiro pigmento

conhecido pela humanidade foi o Negro-de-Fumo (Carbon Black). Por volta de 3.000

a. C., foram utilizados alguns pigmentos inorgânicos, como por exemplo, o Azul

Egípcio (CaCuSi4O10) relatado o pigmento mais utilizado nessa época. Sabe-se que

no Período Glacial, os caçadores pintavam as paredes das cavernas reservadas ao

culto, com fuligem e ocre, terras e argilas suspensas em água, sumo de frutos e

plantas esmagadas, ou ainda com sangue de animais caçados criando assim, obras

que resistem há milênios (ABIQUIM, 2011).

Os egípcios, por sua vez, também desenvolveram a arte de pintar e, por volta de

1000 a. C., descobriram os predecessores dos vernizes atuais, usando resinas

naturais ou cera de abelha como o ingrediente formador de película (GONÇALVES

et al., 2010).

A figura 10 ilustra algumas artes que nossos ancestrais pintavam em cavernas e

rochas que existem até hoje.

28

Figura 10 – Pinturas Antigas preservadas em cavernas e rochas. (In: ARTEBLOG, 2008)

Sob o ponto de vista dos pigmentos, o ocre (que vem do grego e significa amarelo)

foi o primeiro a ser utilizado pelo homem. A espécie química responsável pela cor do

ocre é o óxido férrico hidratado (Fe2O3 . H2O), ele é encontrado misturado com sílica

e argila. Através da sua moagem e lavagem é produzido o pigmento amarelo e por

meio de aquecimento outras cores podem ser obtidas (CASQUEIRA; SANTOS,

2008).

O primeiro pigmento quimicamente sintetizado foi obtido na Alemanha em 1704 por

Heinrich Diesbach. Ele estava manufaturando pigmentos vermelhos usando potássio

e outras bases, ao contaminar acidentalmente a mistura com óleo animal ele obteve

uma cor púrpura e logo depois, a solução passou a ter uma coloração azul intensa,

ao invés do vermelho que ele estava tentando obter. O pigmento obtido ficou

conhecido como Azul da Prússia (MINIATURES, 2004).

A história mostra que a importância, tanto comercial quanto estética, dos corantes e

pigmentos somente cresceu desde então, de forma que no fim do século XIX,

fabricantes de corantes sintéticos estabeleceram-se na Alemanha, Inglaterra, França

e Suíça, suprindo as necessidades das indústrias que, na época, fabricavam tecidos,

couro e papel. Nos anos de 1994 e 1995, as grandes corporações implantaram

unidades fabris próprias ou em parcerias com fabricantes locais em diversos países

asiáticos, como China, Índia e Indonésia (ABIQUIM, 2011).

29

As vantagens de utilizar pigmentos inorgânicos insolúveis para coloração foram logo

descobertas pelos pesquisadores, o que proporcionou a produção de pigmentos em

uma enorme variedade de cores e desenvolvimento de vários métodos de síntese

química (CASQUEIRA; SANTOS, 2008).

A importância dos pigmentos para a civilização humana é evidente e bem

documentada. Embora, estes materiais tenham sido descobertos há muitos anos as

pesquisas continuam até hoje, pois as indústrias exigem frequentemente novos tons

e cores cada vez mais reprodutíveis e estáveis. O que torna necessário o

desenvolvimento de novos pigmentos e métodos de síntese que superem as

desvantagens apresentadas pelo processo industrialmente já consolidado

(CASQUEIRA; SANTOS, 2008).

4.2 CARACTERÍSTICAS

A maior parte dos pigmentos inorgânicos compreende substâncias que possuem

uma estrutura cristalina determinada. Estas substâncias produzem cor por ação de

íons cromóforos que absorvem e refletem a radiação visível de forma seletiva e é

estabilizado por mecanismos químicos apropriados, pois mantém sua ação sobre

condições químicas e temperaturas desfavoráveis. Estruturalmente, um pigmento

inorgânico é formado por uma rede hospedeira, na qual se integra o componente

cromóforo (normalmente um cátion de metal de transição) e os possíveis

componentes modificadores, que estabilizam, conferem ou reafirmam as

propriedades pigmentantes (SANTOS et al., 2006).

4.3 CLASSIFICAÇÃOS DOS PIGMENTOS

A tabela 2 apresenta o sistema recomendado pela ISO (Internatinal Standard

Organization) e é baseado em considerações de cor e propriedades químicas dos

pigmentos (MILANEZ, 2003).

30

TERMOS DEFINIÇÃO

Pigmentos brancos O efeito ótico é causado pela não seletividade da dispersão da luz (exemplos: dióxido de titânio e pigmentos de sulfeto de zinco e óxido de zinco).

Pigmentos coloridos

O efeito ótico é causado pela absorção seletiva da luz e também pela grande seletividade de dispersão da luz (exemplos: óxido de ferro vermelho e amarelo, pigmentos de cádmio, pigmentos ultramarinhos, amarelo de cromo, azul de cobalto).

Pigmentos pretos O efeito ótico é causado pela não seletividade de absorção da luz (exemplos: pigmentos de carbono, óxido de ferro).

Pigmentos de brilho: metalizados, nacarados e de interferência

O efeito ótico é causado pela reflexão regular e interferência (exemplo: laranja de molibdênio)

Pigmentos luminescentes

Fluorescentes: A luz de longo comprimento de onde é emitida depois da excitação, em um tempo rápido (exemplo: hidrocloreto de quinina).

Fosforescentes: A luz de longo comprimento de onda é emitida por um longo tempo depois da excitação (exemplo: sulfeto de zinco).

Tabela 2 – Classificação dos pigmentos inorgânicos baseada na cor e propriedades químicas (In: MILANEZ, 2003, p.18).

4.4 PIGMENTOS NATURAIS

Os pigmentos naturais são aqueles encontrados na natureza e por um período muito

longo estes foram os únicos pigmentos conhecidos e utilizados. Entre os pigmentos

naturais mais utilizados podem-se mencionar os óxidos simples e em particular os

óxidos de ferro, que dão origem a diversas colorações do amarelo ao marrom, e os

31

espinélios (minerais) contendo metais de transição (BONDIOLI; MANFREDINI;

OLIVEIRA, 1998).

Óxidos simples naturais e espinélios encontram ainda hoje grande emprego

industrial já que apresentam ótimas propriedades, capacidade de coloração e baixo

custo. De fato, estes podem apresentar características intrínsecas diferentes e,

portanto, serem pouco homogêneos e geralmente conterem diversos tipos e

quantidades de impurezas (ELIZIÁRIO, 2007).

Pode-se observar na tabela 3 alguns pigmentos mais comuns à base de óxidos.

Cor Componente Fórmula Variações de Cor

Vermelho Óxido de ferro III α - Fe2O3 Amarelo - Azul

Amarelo Hidróxido de Ferro α - FeOOH Verde - Vermelho

Preto Óxido de ferro II e III Fe3O4 Azul - Vermelho

Marrom Óxido de ferro Misturas -

Verde Óxido de Cromo Cr2O3 Azul - Amarelo

Azul Óxido de Cobalto Co(Al,Cr)2O4 Vermelho - Verde

Tabela 3 – Demonstrativo dos produtos mais comuns à base de óxido. (In: ABIQUIM, 2012)

Os pigmentos naturais orgânicos que encontram-se nos alimentos, estão

relacionados com importantes atividades biológicas. Seus efeitos benéficos em

relação à saúde estão vinculados com suas propriedades antioxidantes, proteção

contra danos oxidativos a componentes celulares, efeitos anti-inflamatórios e

prevenção das doenças crônicas não transmissíveis (VOLP; RENHE; STRINGUETA,

2009).

32

4.5 PIGMENTOS SINTÉTICOS

Os pigmentos sintéticos, por sua vez, são preparados pelo homem mediante

procedimentos químicos. O método mais utilizado industrialmente prevê a

calcinação dos precursores que contêm elementos de transição. Neste caso, a

reação, que ocorre no estado sólido, prevê a utilização de diferentes tipos e

quantidades de mineralizadores (até 10% em peso) com o objetivo de diminuir as

temperaturas de síntese, que variam dos 500 aos 1400 °C conforme o sistema

considerado (CUNHA, 2009).

Apresentam um elevado grau de pureza, resultam colorações dificilmente obteníveis

com pigmentos inorgânicos naturais e apresentam uma maior estabilidade química e

térmica o que permite a coloração de materiais obtidos a elevadas temperaturas,

entretanto são mais caros do que os pigmentos naturais (BONDIOLI; MANFREDINI;

OLIVEIRA, 1998).

4.6 PROPRIEDADES

O valor de um pigmento depende das suas propriedades ópticas e físicas. Estas, por

sua vez, dependem diretamente da estrutura cristalina do pigmento, das suas

características físicas, como distribuição granulométrica, forma das partículas e grau

de aglomeração, e características químicas, como composição, pureza e

estabilidade. A propriedade mais importante a ser considerada é a capacidade de o

pigmento desenvolver a cor (capacidade pigmentante) e tornar opaca a matriz na

qual é disperso (ZAMPIERI; LONGO; LEITE, 2002).

4.6.1 Propriedades Óticas

De uma forma geral, a opacidade de um pigmento depende das dimensões das suas

partículas e da diferença entre o índice de refração do pigmento e da matriz na qual

33

o pigmento se encontra disperso. Um pigmento com partículas de dimensões

compreendidas entre 0,16 e 0,28 µm produz a máxima dispersão da luz visível

(VIEIRA, 2007).

4.6.2 Propriedades Físicas

A tendência de um pigmento dispersar-se na matriz durante a aplicação industrial

depende da área superficial específica e, portanto da distribuição granulométrica, do

pigmento. Quanto mais fino é o pigmento, maior é a tendência de espalhar-se na

matriz. A determinação da distribuição granulométrica ótima torna-se, portanto um

compromisso entre as considerações de velocidade de dissolução e capacidade

pigmentante. Para a maior parte das aplicações industriais, as partículas de

pigmentos devem ter dimensões compreendidas entre 0,1 e 10 µm (BONDIOLI;

MANFREDINI; OLIVEIRA, 1998).

4.6.3 Propriedades Químicas

O pigmento deve ser compatível com os componentes ao qual será incorporado, não

apresentando reações químicas para que possa ser utilizado industrialmente. Muitos

sistemas pigmentados mostram cores típicas ou mudança estrutural quando

submetidos a uma intensa radiação ou à água. Esses processos envolvem uma

reação fotoquímica em que o pigmento pode atuar como catalisador ou sofrer

modificações químicas (MILANEZ, 2003).

A resistência à luz e à água depende da composição química, estrutura, defeitos,

forma e tamanho das partículas e concentração do pigmento. Entretanto, essas

propriedades dependem do meio em que o pigmento é utilizado. Os pigmentos de

óxidos possuem maior estabilidade térmica. Essa por sua vez, é de grande

importância, já que ela define os limites de trabalho e está relacionada a

características intrínsecas de cada óxido e com a natureza das ligações destes

(MILANEZ, 2003).

34

4.7 APLICAÇÕES

A importância dos pigmentos (tanto naturais quanto sintéticos) para o setor industrial

é facilmente verificada pela variedade de cores que se pode visualizar no cotidiano.

Os setores da indústria onde os pigmentos inorgânicos encontram maior aplicação

são: plásticos, cosméticos, vernizes, papel, tecido, decoração, materiais de

construção, cerâmicos em geral, inclusive restaurações cerâmicas odontológicas nas

quais os pigmentos são adicionados para simular a cor dos dentes naturais. No

entanto, o setor de aplicação dos diversos pigmentos depende intrinsecamente das

propriedades apresentadas por estes materiais (MONTEDO et al., 2006).

Além dos setores mencionados, recentes tecnologias têm possibilitado o

desenvolvimento de materiais que além de fornecerem cor apresentam propriedades

importantes para o desempenho do material, tais como pigmentos anticorrosivos,

pigmentos condutores, etc (AGUIAR, 2004).

4.8 AZUL DA PRÚSSIA

No século XVIII iniciou-se uma nova etapa na história dos pigmentos, a qual está

profundamente relacionada com o desenvolvimento da química em geral, e em

particular, com a descoberta de novos elementos e a síntese laboratorial de novos

materiais (CRUZ, 2004).

Em 1704, Heinrich Diesbach um fabricante berlinense de corantes, tentava obter um

pigmento vermelho através do sulfato de ferro e potássio. Quando notou que seu

potássio havia acabado, pediu um pouco para seu amigo alquimista Johann Konrad

Dippel, que havia feito um experimento anteriormente e sobrara um pouco de

potássio contaminado com óleo animal (este estava previsto para ser jogado fora).

Ao fazer a mistura da solução de sulfato de ferro com o potássio contaminado, em

vez do vermelho forte que esperava, obteve a cor púrpura e em seguida um azul

profundo. Foi-se então acidentalmente sintetizado o primeiro pigmento de coloração

azul (BODDY-EVANS, 2012).

35

A figura 11 ilustra o pigmento em pó Azul da Prússia.

Figura 11 – Pigmento Azul da Prússia (In: MIGLIACCI, 2009).

Dippel e Diesbach se mudaram para Paris em conjunto e começaram então a

produção do azul com o nome de Azul Parisiense. Mantiveram a produção como um

segredo comercial, mas em 1724 a fórmula se tornou conhecida, e os químicos

ingleses começaram a produzir o pigmento sintético (MINIATURES, 2004).

Devido, por um lado, à inexistência de um pigmento azul de cor intensa

economicamente acessível, e, por outro lado, à preferência que esta cor ia

ganhando por esta ocasião, rapidamente se tornou num dos pigmentos mais usados

e quase fez desaparecer da paleta dos pintores os outros azuis (CRUZ, 2004).

O pigmento criado desde então é o ferrocianeto férrico, um composto de

coordenação de fórmula Fe4[Fe(CN)6]3 ele é popularmente conhecido como Azul da

Prússia, ou PB pelo seu nome em inglês (Prussian Blue). Este nome se originou ao

fato de ele ter sido muito utilizado na pintura dos uniformes dos militares Prussianos

(MINIATURES, 2004).

36

O Azul da Prússia teve uma grande participação na medicina. Em 1986 ocorreu o

acidente nuclear em Chernobil (Rússia) onde muitas pessoas foram irradiadas e

ficaram contaminadas com Césio, o PB foi um dos principais medicamentos

indicados aos pacientes contaminados. Um ano mais tarde, ocorreu o acidente

nuclear em Goiânia, onde muitas pessoas também foram contaminadas com Césio e

mais uma vez o pigmento azul foi fator decisivo na redução da contaminação

radioativa dos pacientes (ARNALDO; MEDEIROS, 1988).

Na medicina o Azul da Prússia é usado na contaminação com Tálio, Rubídio e

principalmente com Césio. Ele não é absorvido pelo tubo gastrointestinal e é de

baixa toxicidade. Funciona como uma resina de troca iônica. Os metais, que são

excretados por via urinária, passam então a ser também eliminado pelas fezes. É

também bastante aplicado em tintas para impressão e na área de cosméticos de

sombra para os olhos (ARNALDO; MEDEIROS, 1988).

O aparecimento da cor no azul da Prússia é um caso particular, pois esse fenômeno

deve-se à transferência de carga que ocorre entre os íons de ferro no estado de

oxidação +2 (dos ligantes, [Fe(CN)6]4-) e os que se encontram no estado de

oxidação +3 (íons centrais). A energia envolvida é menor, pois o estado fundamental

e o estado excitado são neste caso energeticamente mais semelhantes, e, assim, a

sua cor é diferente da dos outros pigmentos que devem a cor a transferências de

carga (CRUZ, 2004).

A figura 12 apresenta a fórmula do ferrocianeto férrico.

Figura 12 – Fórmula do Ferrocianeto Férrico (In: IFA, 2012).

37

5 APLICAÇÃO DA CROMATOGRAFIA DE PAPEL NO ENSINO MÉDIO

A vida em si já é um fantástico processo químico, no qual as transformações das

substâncias nos permitem andar, pensar, sentir. As diversas sensações biológicas,

como dor, cãibra e apetite, e as variadas reações psicológicas, como medo, alegria

e felicidade, estão associadas às substâncias presentes em nosso organismo. O

nosso corpo é um verdadeiro laboratório de transformações químicas (SANTOS et

al., 2005).

Estudar Química não só nos permite compreender os fenômenos naturais. O seu

conhecimento nos ajuda a entender o complexo mundo social em que vivemos. A

aplicação de práticas que ilustrem a teoria consegue despertar o interesse da

maioria dos alunos, principalmente se forem relacionadas com o cotidiano

(FERREIRA; JUNIOR, 2007).

A cromatografia é um método de análise que tem a finalidade de efetuar

separações, permitindo identificar e quantificar variadas misturas de compostos

químicos (FRACETO, 2003).

Os métodos cromatográficos são utilizados para separar misturas contendo duas ou

mais substâncias, e baseiam-se na distribuição diferencial dessas substâncias entre

duas fases: a estacionária e a móvel (RIBEIRO, 2008).

Na chamada cromatografia de papel, a fase estacionária é a água. A fase móvel é o

eluente que sobe pelo papel (suporte) carregando as substâncias que compõem as

misturas, nesse caso, os pigmentos que compõem as tintas de canetas (SANTOS,

2008).

Essas substâncias sobem com velocidades diferentes, porque interagem de forma

distinta com o eluente e com a água. As substâncias que tem mais afinidade pelo

eluente sobem mais rapidamente, enquanto as que têm grande afinidade pela água

são arrastadas mais lentamente (SANTOS, 2008).

38

Para o procedimento experimental, será utilizada a metodologia simples e dinâmica

segundo Martínez (2012) que é descrita abaixo.

5.1 MATERIAIS NECESSÁRIOS

· Canetas esferográficas (marrom, roxa, rosa, verde);

· Fita adesiva;

· Béquer ou copo;

· Papel filtro;

· Papel alumínio;

· Régua;

· Tesoura;

· Álcool;

5.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

O papel filtro será cortado em tira, enrolado na extremidade superior do lápis ou

caneta e fixado com um pedaço de fita adesiva. O comprimento deve ser tal que sua

extremidade inferior fique a aproximadamente 0,5 cm do fundo do frasco de vidro a

ser utilizado.

Com um lápis será traçado, na tira de papel, uma linha 1,5 cm acima da extremidade

inferior. Nessa linha, serão feitos quatro marcas a lápis, distando 1 cm de cada uma,

e nas extremidades ficará 0,5 cm de distância de cada margem. Será escrito o

número 1 sob a primeira marca, o 2 sob a segunda,e assim por diante, até o número

4. Nas marcas com os números 1, 2, 3 e 4 será aplicado uma mancha circular com

caneta marrom, roxa, rosa e verde, respectivamente. Uma mancha não deve invadir

a outra, e entre cada uma deve ficar um espaço de pelo menos 0,5 cm. Se alguma

39

mancha invadir a outra, será necessário cortar e fixar outra tira de papel, e repetir

todo o procedimento descrito.

Será colocado o eluente (álcool) no frasco de vidro, até atingir 1,5 cm de altura.

Será colocada a tira de papel preparada bem reta, com o lápis ou a caneta apoiada

no frasco de vidro, e será observado para que a camada de eluente fique próxima,

mas não molhe inicialmente as manchas de tinta. Se isso ocorrer, será retirado um

pouco do eluente do frasco, até que o nível no frasco não alcance as manchas.

A figura 13 ilustra como será o esquema de montagem para a cromatografia de

papel.

Figura 13 – Esquema ilustrativo da Cromatografia de Papel (In: MARTÍNEZ, 2012).

Será observado o papel à medida que o eluente sobe. Serão anotadas as

observações. Após aproximadamente 30 minutos de observação, será retirada a tira

de papel do frasco de vidro e será verificado o que ocorreu com as cores.

40

6 METODOLOGIA

6.1 MATERIAIS E REAGENTES

· FeCℓ3

· K4[Fe(CN)6]

· Água destilada

· Béquer de 50 mL

· Béquer de 250 mL

· Béquer de 500 mL

· Bico de bunsen

· Espátula

· Funil

· Goma xantana

· Kitassato

· Papel filtro

· Proveta

· Tela de amianto

· Tripé

6.2 EQUIPAMENTOS

· Balança Analítica, GEHAKA AG 200

41

· Bomba a vácuo

· Estufa de Secagem

6.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

6.3.1 Síntese do pigmento

Foi utilizado o método modificado de Ferreira; Cristóvão; Candeias (2011), para a

obtenção do pigmento Azul da Prússia.

Pesou-se 2,0365 g de Cloreto Férrico na balança analítica e em seguida, transferiu-

se o reagente para um béquer de 250 mL e com o auxílio da proveta, adicionou-se

100 mL de água destilada; com a espátula agitou-se a solução até a dissolução

completa do sal e reservou-se. Em seguida, pesou-se 1,0035 g de Ferrocianeto de

Potássio e transferiu-se o sal para outro béquer de 250 mL, preparou-se a solução

adicionando 200 mL de água destilada; agitou-se até a dissolução completa do sal.

Transferiu-se a solução do cloreto férrico e a solução do ferrocianeto de potássio

para um béquer de 500 mL. Aqueceu-se a solução por cerca de 60 minutos até que

se evaporou a água restando somente um precipitado de cor escura. Levou-se o

mesmo béquer para a estufa a 150ºC por 45 minutos para se secar totalmente o

precipitado que era pigmento obtido.

6.3.2 Produção da tinta guache

Depois que o pigmento foi resfriado à temperatura ambiente, pesou-se em um

béquer de 50 mL 1,0385 g. Adicionou-se 15 mL de água destilada e 20,0315 g de

goma xantana. Agitou-se bem até a homogeneização e obteve-se uma tinta do tipo

guache de coloração azul.

42

7 RESULTADOS E DISCUSSÃO

As soluções iniciais de ferrocianeto de potássio e cloreto férrico apresentavam

inicialmente coloração amarela e laranjada, respectivamente conforme a figura 14.

Figura 14 – Ferrocianeto de Potássio e Cloreto Férrico.

Após a mistura das duas soluções, obteve um complexo, o ferrocianeto férrico e um

sal o cloreto de potássio. O complexo é o pigmento Azul da Prússia que é insolúvel

em água e se encontrava disperso no solvente. Já o sal, é totalmente solúvel no

meio.

Segundo Ferreira; Cristóvão; Candeias (2011), para podermos coletar somente o

precipitado que é o pigmento PB, a solução teria que ser filtrada e depois lavada

para que não houvesse indícios do sal junto com o pigmento, porém as partículas do

pigmento eram tão finas que ao ser filtrado, passaram praticamente todas pelos

poros do papel filtro não sendo possível obter todo o pigmento.

A figura 15 mostra o resultado da filtração da solução para a obtenção do pigmento

Azul Prussiano.

FeCℓ3

K4[Fe(CN)6]

43

Figura 15 – Filtro de papel utilizado para a filtração do Azul da Prússia.

O resultado da filtração demonstrou que o método proposto por Ferreira; Cristóvão;

Candeias (2011) não foi satisfatório para a obtenção do pigmento, sendo que a

maior parte passou pelo filtro juntamente com a matriz qual ele estava disperso.

Foram preparadas as soluções iniciais novamente e estas foram misturadas para

obter-se, através da reação das duas, o ferrocianeto férrico e o sal cloreto de

potássio. Ao invés da filtração, a solução foi aquecida em fogo até a evaporação de

quase toda a água presente, como ilustra a figura 16.

Figura 16 – Solução sendo aquecida para a evaporação da água.

44

Após 60 minutos de aquecimento, o resíduo foi levado para a estufa pré-aquecida a

150ºC por 45 minutos para a total evaporação da água presente. O pó então obtido

era o pigmento Azul da Prússia que não estava totalmente puro, pois continha o sal

cloreto de potássio que não foi possível removê-lo da solução.

O resultado é apresentado na figura 17 (Pigmento Azul da Prússia e o sal cloreto de

potássio, ambos sob forma de cristais).

Figura 17 – Resíduo resultante da evaporação da solução.

Como não foi possível à obtenção do pigmento puro, foi calculado o rendimento total

da solução, que é demonstrado através dos cálculos e reação abaixo:

4 FeCl3 + 3 K4[Fe(CN)6] → Fe4[Fe(CN)6]3 + 12 KCl

650 g/mol 1.105,20 g/mol 860 g/mol + 895,20 g/mol

2,0365 g 1,0035 g (lim.) massa (esp.)

O reagente limitante da reação é o ferrocianeto de potássio. A quantidade de cloreto

férrico que participou da reação foi somente 0,5902 g. Sobrando assim 1,4463 g do

reagente sem reagir.

Calculando a massa esperada teórica do produto total, fazemos a regra de três

conforme a equação abaixo:

45

m= 20,105.1

3432,761.1

m= 1,5937 g

Porém como o cálculo está sendo para o rendimento total da reação, não pode-se

menosprezar a quantidade do reagente em excesso, nesse caso o cloreto férrico

que não reagiu. Somando à massa esperada, o valor de 1,4463 g do reagente em

excesso, podemos calcular o rendimento da reação da seguinte forma:

R= ...).(

).(excreagespm

obtm+

, onde a abreviatura de obt (obtida) e esp (esperada).

R= 4463,15937,1

8319,2+

R= 0,9315 ou 93,15%

Apesar de não ser possível a realização de análise por espectroscopia de IV para a

determinação do grupo funcional do pigmento ou a difração de raios X para

comparar os difratogramas obtidos com os respectivos padrões das fichas de

difração de pós; por consequência da falta desses equipamentos no campus da

FEMA, pode-se afirmar que foi possível sintetizar o pigmento Azul da Prússia

quando o colocamos em contato com a água e comparamos sua cor (figura 19), com

a cor padrão segundo Ferreira; Cristóvão; Candeias (2011), (figura 18).

Figura 18 – Cor padrão de Azul da Prússia (In: FERREIRA; CRISTÓVÃO; CANDEIAS, 2011).

46

Figura 19 – Pigmento PB obtido disperso em água.

Em seguida, o cristal foi utilizado para a produção de uma tinta do tipo guache. O

resultado desta foi satisfatório, pois apresentou total fixação sobre o papel e o

pigmento não perdeu sua propriedade física de cor viva que o Azul da Prússia tem.

A figura 19 representa a tinta guache produzida com o ferrocianeto férrico.

Figura 20 – Tinta guache confeccionada a partir do pigmento Azul da Prússia.

De acordo com a lista de preços de reagentes da QUIMIBRAS, (2012) o valor para a

síntese do pigmento em estudo é moderado, sendo que dependendo de sua

aplicação, seu retorno pode ser significativo.

47

8 CONCLUSÃO

Através dos resultados obtidos, inferiu-se que foi possível a síntese do pigmento

Azul da Prússia, porém sua coleta como cristal não deve ser feita segundo o método

descrito por Ferreira; Cristóvão; Candeias (2011), e sim através da evaporação da

água pelo aquecimento. Contudo, ainda deve ser estudado um método para a

separação do pigmento puro, sem a presença do sal cloreto de potássio.

A utilização do pigmento para a produção da tinta guache foi eficaz, tendo em vista

que o teor de coloração por dispersão supriu o esperado.

48

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