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SUELDO DE SOUSA ALMEIDA SISTEMA DE AQUISIÇÃO DE DADOS PARA LEITURAS ANALÓGICAS DE TENSÃO UTILIZANDO UM MICROCONTROLADOR PIC (INTERFACE CONTROLADORA DE PERIFÉRICOS) MOSSORÓ - RN 2012

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SUELDO DE SOUSA ALMEIDA

SISTEMA DE AQUISIÇÃO DE DADOS PARA LEITURAS ANALÓGICAS DE

TENSÃO UTILIZANDO UM MICROCONTROLADOR PIC (INTERFACE

CONTROLADORA DE PERIFÉRICOS)

MOSSORÓ - RN

2012

2

SUELDO DE SOUSA ALMEIDA

SISTEMA DE AQUISIÇÃO DE DADOS PARA LEITURAS ANALÓGICAS DE

TENSÃO UTILIZANDO UM MICROCONTROLADOR PIC (INTERFACE

CONTROLADORA DE PERIFÉRICOS)

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Irrigação e Drenagem da

Universidade Federal Rural do Semi-Árido

como parte das exigências para obtenção do

título de Mestre em Irrigação e Drenagem.

ORIENTADOR: Prof. D.Sc. Vladimir Batista Figueirêdo

MOSSORÓ - RN

2012

3

Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação e

catalogação da Biblioteca “Orlando Teixeira” da UFERSA

Bibliotecár

ia: Vanessa

de Oliveira

Pessoa

CRB15/45

3

A447s Almeida, Sueldo de Sousa.

Sistema de aquisição de dados para leituras analógicas de

tensão utilizando um microcontrolador pic (interface

controladora de periféricos). / Sueldo de Sousa Almeida. --

Mossoró, 2012.

66 f.: il.

Dissertação (Mestrado em Irrigação e Drenagem) - Universidade

Federal Rural do Semi-Árido.

Orientador: Dr. Vladimir Batista Figueirêdo.

1. Registradores de dados. 2. Sensores. 3. Manejo da irrigação. 4.

Temperatura. I.Título.

CDD: 631.587

4

SUELDO DE SOUSA ALMEIDA

SISTEMA DE AQUISIÇÃO DE DADOS PARA LEITURAS ANALÓGICAS DE

TENSÃO UTILIZANDO UM MICROCONTROLADOR PIC (INTERFACE

CONTROLADORA DE PERIFÉRICOS)

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Irrigação e Drenagem da

Universidade Federal Rural do Semi-Árido

como parte das exigências para obtenção do

título de Mestre em Irrigação e Drenagem.

APROVADA EM: _____/_____/______

_______________________________________________

Prof. D.Sc. Vladimir Batista Figueirêdo - UFERSA

Orientador

_________________________________________________

Prof. D.Sc. José Francismar de Medeiros - UFERSA

Conselheiro

_________________________________________________

Prof. M.Sc. Magna Soelma Beserra de Moura - EMBRAPA

5

Dedico aos meus pais, noiva, irmãos, tias, tio e

amigos, pessoas que ajudaram e ajudam na

busca de meu desenvolvimento pessoal e

profissional.

Dedico

6

7

AGRADECIMENTOS

A Deus, por sempre dar-me forças e serenidade para a superação de minhas dificuldades.

Aos meus pais e noiva pelo constante incentivo ao meu crescimento pessoal.

À Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) de Mossoró, pela oportunidade de

realizar o curso do Mestrado.

Ao meu orientador, Dr. Vladimir Batista Figueirêdo pela orientação para o desenvolvimento

deste trabalho.

À Egmidio Caratti e Osvaldo pela ajuda e dicas.

E a todos que, direta e indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho.

8

"Há homens que lutam um dia e são bons. Há

outros que lutam um ano e são melhores. Há os

que lutam muitos anos e são muito bons. Porém,

há os que lutam toda a vida. Esses são os

imprescindíveis."

Bertolt Brecht.

9

RESUMO

ALMEIDA, Sueldo de Sousa. Sistema de aquisição de dados para leituras analógicas de

tensão utilizando um microcomputador PIC. 2012. 65 f. Dissertação (Mestrado em

Irrigação e Drenagem) - Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró-

RN, 2012.

Os Sistemas de Aquisição de Dados (SAD) estão presentes em muitos estudos e colaboram na

coleta, armazenamento e análise de dados. Na agropecuária, esses sistemas são usados em

ensaios de máquinas agrícolas, estudos das características do solo e manejo da irrigação,

dentre outras aplicações em que se faz necessária a coleta de dados por meio de sensores.

Neste trabalho avaliou-se um SAD (Sistema de Aquisição de Dados) construído e calibrado,

que usa como componente central um microcontrolador da família PIC (INTERFACE

CONTROLADORA DE PERIFÉRICOS), um software e computador para armazenamento de

dados. Para tanto se utilizou do sensor de temperatura do tipo termopar e um sensor modelo

HMP45C da Vaisala (comercial) conectados a este SAD e a um datalogger (SAD) modelo

CR10X da Campbell Scientific Inc., instalados em condições de ambiente protegido e de

campo, no período de 20/03 a 15/05/2011, em Mossoró, RN. Os dados coletados pelos SADS

foram armazenados na memória do computador em forma de arquivo-texto para

posteriormente serem processados por um aplicativo desenvolvido para plataforma Microsoft

Windows. A coleta de dados com os dois tipos de SAD foi realizada a fim de serem

verificadas a precisão e a exatidão dos dados. Os resultados obtidos demonstraram que o uso

do SAD construído é funcional na aquisição de dados de temperatura e umidade relativa para

uso no manejo de irrigação. A correlação (R²) dos dados de temperatura e umidade relativa

foram respectivamente 0,9915 e 0,9997, representando uma pequena dispersão dos dados. Foi

utilizado o método de avaliação de modelo matemático MSD (quadrado do desvio médio)

entre os dados de temperatura coletados pelo SAD e pelo datalogger, bem como pela

temperatura do HMP45C, onde os parâmetros encontrados apresentaram pequenas variações

referentes a desvios de translação, dispersão e rotação em relação aos dados de referência.

Por esses resultados pode-se considerar o uso de periféricos simples, de baixo custo, podendo

ser montado pelo usuário a partir de componentes eletrônicos encontrados no mercado

nacional.

Palavras-chave: Registradores de dados, sensores, manejo da irrigação, temperatura.

10

11

ABSTRACT

ALMEIDA, Sueldo de Sousa. Acquisition data system to take analog voltage using a PIC

microcontroller. 2012. 65f. Dissertation (MSc in Irrigation and Drainage) - Universidade

Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró-RN, 2012.

Acquisition Data Systems (SAD) are present in many studies and collaborate in the collection,

storage and analysis. In the agricultural field, these systems are used in tests of agricultural

machines, studies of soil characteristics and irrigation management, among other applications

where it is necessary to collect data through sensors. In this work we evaluated a DSS, built

and calibrated using as a central component of PIC microcontroller family, a software and

computer data storage. For that we used temperature sensor type thermocouple connected to

this SAD, comparing it with the readings made by the same sensor and the sensor model

HMP45C Vaisala (commercial) connected to a datalogger (SAD) model CR10X, Campbell

Scientific Inc. installed in protected cultivation and field in the period from 20/03 to

15/05/2011 in Mossley, RN. Data collected by the sensors were stored in computer memory

in the form of text file for later processing by an application developed for Microsoft

Windows platform. Data collection with two types of SAD was performed in order to be

verified the precision and accuracy of the data. The results showed that the use of SAD is

built on the functional data acquisition of temperature and relative humidity in irrigation. The

correlation (R²) of data on temperature and relative humidity were respectively 0,9915 e

0,9997, representing a small dispersion of data. Method was used to evaluate mathematical

model MSD between the temperature data collected by the SAD's as well as by the

temperature of HMP45C, where the parameters were found small variations related to errors

of translation, rotation and dispersion. For these results we consider the use of peripheral

simple, low cost and can be mounted by the user from the electronic components found in the

market.

Keywords: Data Acquisition, sensors, management irrigation, temperature.

12

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Comparação de alguns termopares padrão. 34

Tabela 2. Coeficientes polinomiais de alguns termopares. 36

Tabela 3. Vantagens e desvantagens dos termopares.

36

LISTA DE QUADRO

Quadro 01. Valores de MSD, SB, NU e LC.

57

13

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Tensão de Seeback, eAB. 33

Figura 2. Efeito de Seeback. 33

Figura 3. Cancelamento do erro devido à ligação com um voltímetro.

34

Figura 4. Característica tensão-temperatura de alguns termopares. 35

Figura 5. Termohigrômetro instalado em seu suporte (A) e termohigrômetro em

seu desenho esquemático (B).

43

Figura 6. Microabrigo psicrométrico instalado na área experimental. 44

Figura 7. Diagrama esquemático dos principais elementos do Datalogger. 46

Figura 8. Visão das partes do Datalogger (A) e do seu periférico teclado

/display(B). (Manual do CR10X, 2010)

Figura 9. Painel de conexão do datalogger (Manual do CR10X, 2010)

Figura 10. PIC 16F877A

47

48

50

Figura 11.Regulador de tensão

50

Figura 12. Alguns componentes discretos utilizados no SAD construído

(resistores, RS 232, Max 232).

Figura 13. MAX 232.

Figura 14. Placa PCI.

51

52

53

14

Figura 15: Valores médios de um dia da temperatura (A) e umidade relativa do

ar (B) para o sensor HMP45C, coletados por um datalogger CR10X

da Campbell e um SAD construído, para o ambiente protegido.

Mossoró, RN, 2011.

54

Figura 16: Correlação entre os valores de temperatura do ar (A) e umidade

relativa do ar (B) obtidos a partir do SAD construído e do datalogger

(10X), utilizando o sensor HMP45C, para as condições de ambiente

protegido. Mossoró, RN, 2011.

55

Figura 17. Equação de calibração da diferença de potencial elétrico (ddp) ou

tensão (em volts) versus a temperatura do termopar (°C) obtida

pelo SAD construído.

56

Figura 18. Dispersão dos dados de temperatura coletados pelos SAD

Construído (A) e o datalogger (CR10X da Campbell) (B) em relação

à temperatura padrão do Termopar.

58

15

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 17

2 REVISÃO DE LITERATURA........................................................................ 20

2.1SISTEMAS DE AQUISIÇÃO DE DADOS (SAD).......................................... 20

2.2 MICROCONTROLADORES......................................................................... 21

2.3 DATALOGGERS............................................................................................. 22

2.4 SENSORES................................................................................................... 22

2.5 APLICAÇÕES MICROCONTROLADAS EM ESTUDOS AGRÍCOLAS..... 23

2.6 MICROCLIMA.............................................................................................. 27

2.6.1 Sensores de temperatura................................................................... .......... 27

2.6.2 Sensores de umidade relativa do ar..................................................... .......... 37

2.7 Cultivo em ambiente protegido...................................................................... 40

3 MATERIAL E MÉTODOS.............................................................................. 42

3.1 ÁREA EXPERIMENTAL................................................................................ 42

3.2 EQUIPAMENTOS DE REFERÊNCIA............................................................ 42

3.2.1 Termopar.................................................................................................... 34

3.2.2 Sensor de Temperatura e Umidade Relativa do ar........................................ 39

3.3.2 Variáveis Fisiológicas................................................................................... 31

3.3 MONITORAMENTO DOS DADOS............................................................... 39

3.4 SISTEMA DE AQUISIÇÃO DE DADOS (SAD) CONSTRUÍDO............. 42

3.4.1 Configuração e microcontrolador..................................................... .......... 42

3.4.2 Firmware do Datalogger............................................................................ 44

3.5 DATALOGGER (CR10X – CAMPBELL)...................................................... 45

3.5.1 Especificações e características do datalogger............................................ 45

3.5.2 Software do datalogger...................................................................... ........... 48

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................ .......... 49

5 CONCLUSÕES.................................................................................................. 54

REFERÊNCIAS.................................................................................................... 55

16

17

1 INTRODUÇÃO

A rápida evolução da eletrônica, associada à expansão crescente do mercado, tem

possibilitado o acesso à tecnologia e ferramentas de ponta que antes eram disponíveis apenas

em laboratórios bem equipados e centros de pesquisa. Com o crescimento vertiginoso do uso

de microprocessadores, o custo destes reduziu-se consideravelmente, permitindo sua

aplicação em equipamentos de leitura e armazenamento de dados.

O registro de dados de forma automática possibilita, entre outras vantagens, a

eliminação de erros humanos na leitura dos sensores, erros de digitação, perdas de dados,

sincronismo da leitura entre vários instrumentos e freqüência de leitura com intervalos

precisos. O computador pode ser usado na coleta, armazenamento, processamento e

transmissão dos dados. Outra vantagem do uso de computadores é que os dados obtidos

podem ser trabalhados em diversos aplicativos comerciais, tais como planilhas eletrônicas,

programas gráficos, estatísticos, editores de texto, dentre outros (GOMIDE, 1998).

Para que a aquisição de dados via computador possa ser implementada, é necessária a

existência de um periférico (hardware) capaz de transmiti-los à unidade central de

processamento (CPU), constituindo um sistema de aquisição de dados (SAD). Existem vários

tipos de periféricos, desenvolvidos para atender as mais diferentes situações. Entretanto,

alguns desses equipamentos são caros e de difícil manutenção. De acordo com Crestana et al.

(1998), reparos em equipamentos desse tipo tornam-se, muitas vezes, uma tarefa complicada.

Segundo os autores, alguns equipamentos são adquiridos como verdadeiras “caixas pretas”, e

sua manutenção, quando possível, é realizada apenas pelo fabricante que, em geral, encontra-

se sediado no exterior.

Sob a ótica de desenvolver equipamentos de menor custo, cuja manutenção se torna

facilitada em razão de se conhecer totalmente o processo construtivo e os componentes

eletrônicos empregados, alguns pesquisadores têm optado por construir seus próprios

aparelhos. A possibilidade de integrar linguagens de programação de alto nível a periféricos

construídos é, sem dúvida, um fator que tem favorecido o desenvolvimento desses

equipamentos (COELHO FILHO et al., 2004).

A temperatura e umidade relativa do ar são elementos meteorológicos de grande

importância em estudos bioclimatológicos, existindo vários tipos de sensores para a

quantificação desses elementos, desde os mais comuns (termômetros de mercúrio) até aqueles

mais modernos (sensores resistivos). Porém, tanto os comuns quanto os de sensores resistivos,

apresentam desvantagens, o primeiro pela necessidade da atuação de um observador

18

meteorológico para efetuar as leituras, e o segundo por apresentar custo elevado. Alguns

pesquisadores, tais como MIDDLETON & SPILHAUS (1953), ROSENBERG (1974),

BARBER & GU (1989) e BROWN & OOSTERHUIS (1992), utilizaram-se de materiais e

fontes de ventilação nem sempre encontrados no mercado; e outros com materiais de baixo

custo, mas com ventilação artificial, como em GRODZKI et al. (1999) e MARIN et al.

(2000).

Devido à complexidade, necessidade de calibração e custo do processo automático de

coleta de dados, muitos pesquisadores e estudantes dos cursos de graduação e de pós-

graduação encontram dificuldades para a utilização de técnicas avançadas de monitoramento

do ambiente. Apesar do grande desenvolvimento da eletrônica, muitas pesquisas ainda são

realizadas por meio de medições instantâneas de temperatura com termômetros de mercúrio

em vidro. Essa técnica é extremamente exaustiva e limita drasticamente o acompanhamento

em tempo real das variações de temperatura no interior das instalações agrícolas (NETO;

ZOLNIER2, 2006).

O uso de termopares para medidas de temperatura ganha destaque devido ao seu baixo

custo, fácil construção e manuseio simples, sendo importante a avaliação de suas medidas.

Dessa maneira, o objetivo deste trabalho foi construir e testar um SAD, comparando medidas

de temperatura realizadas por meio de um sensor comercial (Vaisala modelo HMP45C)

ligados a este SAD e ao datalogger CR10X da Campbell Scientific Inc. em condições de

ambiente protegido.

19

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Sistemas de Aquisição de Dados (SAD)

Segundo INAMASU et al. (1996), os principais componentes de um sistema de

aquisição de dados são:

- sensor/transdutor: elemento em contato com o mundo real. Um transdutor transforma

um sinal a ser medido em outro tipo (geralmente elétrico). É formado pelo elemento sensitivo

primário, elemento conversor primário e elemento conversor de variável. Atualmente, existem

no mercado sensores “inteligentes”, que incorporam o elemento de conversão de sinal e de

transmissão de dados digitais “diretamente” a um microcomputador.

- elemento sensitivo primário: este elemento é a parte do sensor que entra em contato

com o mundo real. Pode ser uma concha que recebe o vento para transformar a variável de

interesse (velocidade do vento) em rotação.

- elemento conversor de sinal: este elemento converte uma variável em outra. Por

exemplo: rotação em sinal elétrico, sinal analógico em digital, voltagem em corrente, etc. Em

sensores, é o elemento que incorpora o princípio de transdução.

- elemento armazenador de dados: este elemento armazena os dados digitais e

possibilita “arquivar” os mesmos. Fisicamente, pode ser um semicondutor (memória) ou um

disco magnético.

- elemento de processamento de dados: os dados são processados por

microprocessadores ou microcontroladores programáveis, antes de serem apresentados. Em

alguns casos, pode ser um microcomputador.

- elemento transmissor de dados: a transmissão é o elemento mais versátil e

complicado do sistema. Fisicamente, pode ser um simples par de fios até rádios. É nesse meio

onde são necessários protocolos para conectividade.

- elemento de apresentação de dados: a apresentação pode ser um indicador luminoso

em uma tela de microcomputador.

De acordo com TAYLOR (1997), os sistemas de aquisição de dados são constituídos

por condicionadores de sinais, conversores analógicos-digitais (A/D), interface de

comunicação para a transferência das informações digitais e programa computacional de

gerenciamento e processamento de dados.

20

2.2 Microcontroladores

Os microcontroladores são chips inteligentes, que tem um processador, pinos de

entradas/saídas e memória. Através da programação dos microcontroladores podemos

controlar suas saídas, tendo como referencia as entradas ou um programa interno.

O que diferencia os diversos tipos de microcontroladores, são as quantidades de

memória interna (programa e dados), velocidade de processamento, quantidade de pinos de

entrada/saída (I/O), alimentação, periféricos, arquitetura e set de instruções.

As circunstâncias que ocorrem, atualmente, no campo dos microcontroladores têm os

seus primórdios no desenvolvimento da tecnologia dos circuitos integrados. Este

desenvolvimento tornou possível armazenar centenas de milhares de transistores num único

chip. Isso constituiu um pré-requisito para a produção de microprocessadores e, os primeiros

computadores foram construídos adicionando periféricos externos, como memória, linhas de

entrada e saída, temporizadores e outros. Um crescente aumento do nível de integração

permitiu o aparecimento de circuitos integrados contendo simultaneamente processador e

periféricos. Foi assim que o primeiro chip contendo um microcomputador e que mais tarde

haveria de ser designado por microcontrolador, apareceu.

De eletrodomésticos a sistemas industriais, passando pelo computador pessoal e

telefones celulares, em quase tudo que se existe um microprocessador, ou um

microcontrolador ou um processador digital de sinais. O baixo custo dos microprocessadores

fez com que os processos, antes controlados por componentes analógicos, passassem a ser

controlados por sistemas digitais programáveis. Somam-se ao baixo custo outras vantagens

dos sistemas digitais, como flexibilidade e confiabilidade.

Historicamente os primeiros protótipos de processadores destinados ao processamento

digital de sinais datam das décadas de 60 e 70. Devido aos custos elevados suas aplicações

foram limitadas a somente algumas aplicações críticas. Esforços pioneiros foram feitos em

quatro áreas chaves: radar e sonar onde a segurança nacional estava em risco; exploração de

petróleo onde poderiam ser feitas grandes fortunas; exploração espacial onde os dados devem

ter uma grande precisão; e no processamento de imagens na área médica onde vidas poderiam

ser salvas.

A revolução do computador pessoal nos anos 80 e 90 causou uma explosão de novas

aplicações utilizando processadores digitais de sinais.

21

Atualmente os PDS’s são empregados em um grande número de dispositivos

eletrônicos, mas destacam-se em algumas aplicações mais comuns: telecomunicações,

processamento de áudio, processamento de imagens e instrumentação e controle.

2.3 Dataloggers

Sistemas de aquisição de dados (Datalogger) são utilizados para os registros de sinais

gerados pelo sensor. Os sinais provenientes dos sensores são, em sua maioria, analógicos.

Tais sinais, ao chegarem ao sistema de aquisição de dados, são convertidos em sinais digitais,

de forma discreta, contendo informações da amplitude ou da grandeza em questão

(HELFRICK e COOPER, 1994).

O sistema de aquisição de dados consiste de diversos elementos que o compõem,

como: condicionador de sinais (circuito divisor de tensão, amplificador operacional e outros),

dispositivo de indicação visual (monitor de vídeo, mostrador de cristal líquido ou numérico),

conversor analógico digital e registrador (memória externa, disco rígido e outros)(FARIA,

1998). Este sistema é vantajoso, pois torna flexível a manipulação dos dados, uma vez que, de

acordo com o programa desenvolvido para coletar os dados, estes podem ser tratados

conforme a natureza do dado.

2.4 Sensores

Sensores são dispositivos que variam suas propriedades sob a ação de uma grandeza

física, fornecendo um sinal que indica essa grandeza (BASTOS, 2002). Para Moreira (2007)

sensores são instrumentos que detectam e registram a radiação eletromagnética, em

determinada faixa do espectro eletromagnético, gerando informações que possam ser

transformadas em um produto passível de interpretação, seja na forma de imagem, gráficos,

tabelas ou qualquer outro produto. Pode-se considerar também que um sensor é um tradutor

de valores, geralmente não-elétrico, para um valor elétrico; este pode ser canalizado,

amplificado e modificado através de dispositivos eletrônicos. O sinal de saída pode

apresentar-se na forma de diferença de potencial e corrente elétrica (GÜTHS e De PAULO,

22

1998). Tal conjunto de características é designado pelo formato do sinal de saída. Assim, um

sensor apresenta propriedades de entrada, que podem ser de qualquer tipo, e propriedades

elétricas de saída (BOLTON, 1988). Os sensores e os sistemas de aquisição de dados possuem

características desejáveis, como: sensibilidade, precisão, faixa de atuação, estabilidade, tempo

de resposta, histerese, linearidade e outros.

Os erros ou desvios sempre representam um resultado discutível e, por esse motivo,

existe como verificar e classificar os tipos de erros que o sistema de captura está fornecendo

na leitura e no armazenamento dos dados, como: erros grosseiros, sistemáticos, instrumentais

e outros (BASTOS, 2002).

Há sempre uma tolerância proveniente da calibração e inexatidão adicionais que

ocorrem devido ao decurso do tempo e uso. Em virtude do mau trato ou de efeitos de

sobrecarga dos instrumentos, pode-se dizer, com grande convicção, que os erros de medição

são originados, muito mais vezes, mais pelo operador do que pelo próprio instrumento. Esses

erros podem ser originados de pequenas coisas, como: ajuste incorreto do zero, resistência alta

nos fios e regulagem inicial mal-feita, que podem ser classificados como erro ambiental e

aleatório.

Os sensores elétricos podem ser classificados de acordo com sua maneira de conversão

dos sinais e da natureza da saída do sinal, sendo denominados sensores passivos e sensores

ativos. Os ativos não necessitam de fonte externa de energia, enquanto os passivos sim. No

caso em que o sensor é passivo, um sistema de condicionamento de sinal é necessário para

fazer a medição. O mais comumente utilizado é o circuito divisor de tensão (HELFRICK e

COOPER, 1994). O condicionamento de sinais é a maneira que o sinal do sensor é tratado

antes da ligação com o sistema de aquisição de dados. É importante interfaciar de forma

adequada, os sinais analógicos fornecidos pelo sensor passivo, para que o mesmo possa ser

convertido em sinal digital para a aquisição dos dados (HELFRICK e COOPER, 1994).

2.5 Aplicações microcontroladas em estudos agrícolas

Um penetrógrafo foi desenvolvido por BIANCHINI et al. (2002) para operar de forma

automática e executar um ensaio de penetração com um simples toque em um botão de

partida. Ele possui um SAD que pode armazenar até 187 ensaios e uma interface de

comunicação que dispensa a conexão ao microcomputador ou um SAD externo, além de uma

23

célula de carga que serve como transdutor de grandeza física para sinais analógicos de tensão

que serão drenados pelo SAD. O SAD desenvolvido possui basicamente um microcontrolador

16F877 da Microchip Technology, um conversor analógico-digital de 12 bits modelo

ADS7824, fabricado pela Burr-Brown Corporation e para armazenamento dos dados, foram

usadas quatro memórias do tipo EEPROM (Electronic Erase and Programmable Read Only

Memory) do modelo 24LC256, fabricados pela Microchip Technology. Verificou-se que o

equipamento é de fácil manuseio e alta capacidade operacional, podendo realizar um ensaio

por minuto, além de ser totalmente automático e possuir um SAD dedicado.

Segundo SILVA JÚNIOR (2003); “o microcontrolador está revolucionando os

projetos de sistemas eletrônicos digitais e de outros sistemas que até então eram puramente

analógicos, devido à sua enorme versatilidade de hardware e software. Reúne em um só chip

vários elementos que, nos sistemas baseados em microprocessadores, eram desempenhados

por chips independentes, como RAM, ROM, temporizadores, contadores de evento, canal de

comunicação serial, portas de I/O etc. Uma das vantagens mais marcantes é que podem ter

seus programas gravados internamente, quando da fabricação do componente, impedindo sua

cópia por pessoas não autorizadas.”

CENDES et al. (2004) propuseram uma metodologia baseada no controle de pressão

nas extremidades de uma linha de irrigação por meio do ajuste da rotação de uma moto-

bomba controlada por um inversor de frequência. O sistema teve como missão principal

diminuir o gasto de energia de um elaborado controle de pressão visando a sua minimização

ao longo das linhas de irrigação.

Os dados coletados dos transdutores de pressão são enviados via radiofrequência em

Faixa Moderada para um módulo central conectado a um computador pessoal que atuará

sobre um inversor de frequência ligado a uma motobomba.

Tanto as unidades de transmissão como de recepção são compostas por

microcontroladores, modelo AT89C2051, da arquitetura 8051 da Intel, responsáveis pela

digitalização dos dados. O projeto foi testado no sistema de irrigação da fazenda experimental

da Universidade Federal de Goiás (UFG) e apresentou bons resultados quando a economia de

energia manteve bom desempenho no processo irrigatório.

MENEGATTI, FORCELLINI e MARTIN (2004) avaliaram o protótipo de um sistema

de dosagem de fertilizantes em linha por intermédio de ensaios realizados em laboratório. Foi

usado um dosador do tipo rotor acanalado que atende a duas linhas de plantio, o qual teve sua

velocidade angular regulada por meio de um microcontrolador 16F876 da Microchip

Technology e drivers de potência para acionamento. Os testes e ensaios realizados mostraram

24

que o sistema de dosagem apresentou bons resultados. Os pontos positivos identificados

foram linearidade entre vazão e velocidade angular.

TEIXEIRA e COELHO (2005) desenvolveram e calibraram um tensiômetro de leitura

automática, sendo o tensiômetro de mercúrio utilizado como padrão de comparação. Esse

equipamento diferiu do tensiômetro tradicional por substituir o manômetro de mercúrio por

sensor de pressão. Tal dispositivo gera uma saída com valor máximo de 4,5 V. O tensiômetro

eletrônico foi conectado a um SAD formado por placa de aquisição de dados contendo um

microcontrolador AMD 188, um conversor analógico/digital com onze canais, cuja resolução

é de 12 bits e comunicação serial, sendo tal placa ligada a um microcomputador portátil que

gera uma frequência de envio de dados de 5 Hz. Os sensores de pressão apresentaram

comportamento linear com testes de parâmetros de regressão, os quais indicaram a existência

de regressão a 0,1 % de significância.

FIGUEIREDO JÚNIOR et al. (2006) desenvolveram e calibraram um manômetro

digital de baixo custo e de facilidade operacional. A calibração foi realizada pela comparação

entre a equação que relaciona tensão e a pressão de um manômetro de peso morto existente no

mercado. Como elemento sensor, usou-se um transdutor de pressão, modelo MPX5700DP,

fabricado pela Motorola Inc. Para realizar a coleta dos dados, foi usada a placa Basic Step, a

qual contém um microcontrolador PIC16F628 e uma memória com interpretador da

linguagem Pbasic. Para conversão dos dados analógicos provenientes do transdutor, foi usado

um conversor analógico-digital modelo ADC0832 da National Semiconductors Company, que

possui dois canais de entrada de 8 bits. Observou-se um erro maior quando empregado a

pressões maiores, porém concluiu-se que o dispositivo pode ser uma boa alternativa quando

usado com equipamentos de baixa eficiência, como computadores de baixo desempenho, além

de apresentar um baixo custo construtivo e de manutenção.

TURUEL et al. (2006) desenvolveram um software e hardware IHM (Interface

Homem-Máquina) para controle de velocidade de motor de ventilação de ar forçado, usado

em resfriamento de produtos hortigrangeiros. O sistema foi basicamente composto por um

computador pessoal ligado a IHM desenvolvida, que por sua vez está conectada a um inversor

de frequência que atuou sobre o motor do ventilador. Um microcontrolador PIC16C63

gerenciou os periféricos usados no IHM, como display, teclado, interface serial entre um

computador e drivers de saída. Verificou-se que o IHM possuía fácil operacionalidade e o

usuário podia selecionar, pelo teclado, o tipo e a massa do produto a ser resfriado,

minimizando o gasto de energia elétrica aplicada no sistema.

25

SILVA et al. (2007) propõem a construção de um SAD para umidade relativa do ar

para ambientes de produção agrícola utilizando-se de microcontrolador de dimensões

reduzidas e de baixo custo. A calibração do sensor de umidade relativa foi realizada em três

etapas de simulação desenvolvidas em laboratório: caixas perfuradas, dissecador sem tampa

com sílica-gel em seu fundo e psicrometria. O sensor de umidade empregado foi um sensor

capacitivo e o microcontrolador responsável por processar os dados do sensor foi um Basic

Stamp II, da Paralax Inc. Os autores concluíram pelos testes que houve um melhor

desempenho em ambiente controlado, em comparação com um psicrômetro não-ventilado. O

Basic Stamp apresentou-se como uma saída viável e de baixo custo em comparação com

outro produto comercial semelhante e de mercado.

LEÃO et al. (2007) construíram um dispositivo para calibração de sensores de

umidade do solo e a determinação de suas principais propriedades, como precisão e cargas

mínima e máxima. O dispositivo consistiu em uma torre de aço, no topo da qual se montou

uma balança de braços. Em um dos braços da balança, colocou-se uma amostra de solo para a

inserção dos sensores de umidade e, no outro, uma célula de carga para medir a variação de

massa de água na amostra de solo. Foi implementado um circuito eletrônico para permitir a

interface da célula de carga com um SAD, o qual foi composto por um conversor analógico-

digital de 12 bits e onze canais, um microcontrolador AMD 188, portas seriais e um

microcomputador. Os dados foram apresentados no monitor em tempo real para visualização

e análise por parte do operador a uma freqüência de 3 Hz e gravados em arquivo de texto para

posterior análise. Nas condições em que foi desenvolvido, o dispositivo pode ser utilizado

para a calibração de sensores de umidade do solo desde que os mesmos possuam sensibilidade

para detectar variação na umidade correspondente à perda de 12,28 mL de água. A diferença

de peso entre os dois braços da balança deve permanecer entre 1,0 e 50 kg.

REINERT, COLLARES e REICHERT (2007) desenvolveram um penetrômetro de

cone com taxa constante de penetração e avaliaram a sua funcionalidade. A quantificação da

resistência foi realizada com uma célula de carga, a distância de penetração no solo com

potenciômetro, a aquisição e o armazenamento de dados por um SAD que continha um

microcontrolador PIC16F877 da Microchip Technology como elemento principal no

gerenciamento do sistema. Como o equipamento emprega velocidade constante de penetração

da haste no perfil do solo, foi possível a aquisição de grande coleção de dados relativos com

pequena variação de profundidade (5 mm), atingindo a profundidade máxima de 0,80 m. O

equipamento mostrou-se eficaz na aquisição e no tratamento de dados de resistência mecânica

do solo à penetração em profundidade do perfil.

26

QUEIROZ, BOTREL e FRIZZONE (2008) desenvolveram software e hardwares para

aplicação ao monitoramento e controle automático para a irrigação de precisão usando

sistemas do tipo pivô central. Usou-se o princípio de radiofrequência para envio de dados dos

tensiômetros para um computador. Foram utilizados três microcontroladores: um Basic Step,

modelo OEM, para a identificação da posição do pivô e envio da mesma para o computador;

outro para receber o valor do percentímetro e controlar a velocidade da última torre do pivô, e

o último para fazer o monitoramento dos tensiômetros e enviar os valores lidos nos cinco

canais do A/D, para o computador, via radiofrequência, sendo os dois últimos um Basic Step,

modelo BS1. Um software supervisório foi desenvolvido para interação do usuário. Os

resultados mostraram que tanto o software quanto os hardwares desenvolvidos apresentaram

funcionamento satisfatório, logo, fica indicado que o sistema tem potencial para aplicação

prática, porém, há a necessidade apenas de se aumentar o alcance dos sinais de rádio.

2.6 Microclima

2.6.1 Sensores de temperatura

A temperatura do ar exerce influência sobre vários aspectos da produtividade vegetal, estando

relacionada com o crescimento e desenvolvimento das plantas, devido ao seu efeito na

velocidade das reações químicas e dos processos internos de transporte. Esses processos

ocorrem de forma adequada somente entre certos limites térmicos, sendo a tolerância aos

níveis de temperatura variável entre espécies e variedades (PEREIRA; ANGELOCCI;

SENTELHAS, 2002).

No interior do ambiente protegido, ocorre um interessante processo alimentado pela

radiação solar, chamado efeito estufa, responsável pelo maior aquecimento do interior em

relação ao exterior. A radiação solar que penetra no interior do ambiente protegido, chamada

radiação de ondas curtas, é parcialmente absorvida pelo solo, plantas e objetos presentes neste

meio (estruturas metálicas, moirões, vigas de madeira, etc.), sendo parte convertida em

energia térmica, chamada radiação de ondas longas. Esta radiação térmica é irradiada para o

espaço e, ao atingir algum material opaco (como deveria ser a cobertura plástica), fica retida

neste ambiente, proporcionando uma elevação na temperatura do ar (efeito estufa). Quanto

maior a transmissividade do material de cobertura à radiação de onda curta e menor à de onda

longa, maior será o efeito estufa.

27

De acordo com Andriolo (2002), os materiais plásticos que são empregados

atualmente (ex.: PEBD) são permeáveis às radiações de onda longa e, por esse motivo, o

efeito estufa é muito pequeno com esses materiais. O ganho térmico provém basicamente da

“estocagem” da energia solar durante o dia e seu “consumo” durante a noite para retardar a

redução da temperatura. Entretanto, segundo o autor, quando existe condensação de vapor

d’água na superfície interna da cobertura, ocorre redução na transmissividade da radiação nas

duas direções, fenômeno que contribui para reduzir as perdas de energia armazenada durante

o dia, aumentando o ganho térmico no interior do ambiente protegido.

O efeito do ambiente protegido sobre a temperatura do ar está diretamente relacionado

com o seu efeito sobre o balanço de energia do ambiente, sendo desta forma, dependente de

fatores que determinam seu comportamento com relação a este balanço, como: tamanho e

formato da estufa, condições e propriedades óticas do material de cobertura, tipo de solo,

vedação das paredes e condições meteorológicas do ambiente externo.

Buriol et al. (1993), em Santa Maria e São Pedro do Sul, avaliaram a temperatura

mínima do ar no interior de três modelos distintos de estufas (Capela, Túnel Alto e Santiago)

com manejo diferenciado da ventilação. Em relação ao período total de observação da

temperatura, os resultados evidenciam que em média, os valores da temperatura mínima diária

do ar medida a 150cm da superfície do solo sempre foram mais elevados no interior das

estufas independentemente do tipo de estufa e ventilação empregadas, apesar de não haver

diferença significativa nas medidas obtidas com as estufas Capela 1 (extremidades abertas nas

horas mais quentes) e Capela 2 (metade superior das janelas laterais permanentemente

abertas). Quando houve controle na ventilação, as diferenças médias entre as temperaturas

mínimas entre o ambiente interno e externo oscilaram entre 0,8ºC e 2,3ºC. Segundo os

autores, esse resultado evidencia que a vedação das estruturas é um dos principais fatores

responsáveis pela redução das perdas energéticas do interior da estufa para o ambiente

externo, visto que, quando a ventilação ocorreu por menor tempo, as diferenças foram

maiores. Os dados mostraram também que, apesar da diferença média entre o interior da

estufa e o ambiente externo terem sido positivas, ocorreram muitos dias em que a diferença

foi negativa, ou seja, ocorreu a "inversão térmica", fato associado principalmente aos dias

com ventos fortes, que, conforme os autores, renovam constantemente a camada de ar junto à

superfície do ambiente externo, evitando que a temperatura do ar seja muito baixa. Isso não

ocorre no ambiente interno, de modo que este sofre um ininterrupto processo de resfriamento

do ar devido, tanto às perdas energéticas por radiação, quanto à condução-convecção através

do filme de cobertura. Os autores expuseram que esses resultados divergem de trabalhos

28

realizados na Europa os quais mencionam que a "inversão térmica" ocorre em noites limpas,

frias e com brisa, o que, provavelmente, segundo eles, esteja associado à baixa umidade do ar

desses locais, que dificilmente permite a ocorrência da formação de uma camada de vapor

d'água condensada na face interna do plástico, comum na região de Santa Maria, a qual

dificulta a perda de energia radiante emitida internamente na estufa. A temperatura mínima

diária do ar também foi medida a 5cm da superfície do solo, tendo apresentado sempre

valores significativamente mais elevados no interior das estufas, independentemente do tipo

de estufa e ventilação. A diferença média entre ambiente interno e externo oscilou de 1,6 a

3,1ºC e, comparativamente, foi mais elevada que a diferença das temperaturas mínimas do ar

medidas a 150cm da superfície do solo nos dois ambientes.

Farias et al. (1993b), em experimento com a cultura do feijão-de-vagem, conduzido no

Campus da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Capão do Leão- RS, de agosto de 1989

a janeiro de 1990, em estufa plástica tipo capela coberta com polietileno de baixa densidade

(PEBD) de 100m², orientada no sentido N - S e laterais móveis (fechadas das 18 às 8 horas),

observaram uma tendência natural de a temperatura média do ar elevar-se à medida que se

aproximou o verão, sendo de -0,6ºC a 1,1ºC a diferença entre os valores observados interna e

externamente. O maior efeito estufa foi verificado sobre as temperaturas máximas, ficando

entre 1,2ºC e 4,4ºC acima da externa (média por decêndio). Quanto às temperaturas máximas

absolutas, na maior parte dos decêndios, foram maiores internamente (entre 0,5ºC e 6,4ºC). Já

as temperaturas mínimas apresentaram valores semelhantes, obtendo-se diferenças de

temperatura mínima média por decêndio, entre os valores observados interna e externamente,

de -1,0ºC a 1,4ºC, enquanto que a temperatura mínima absoluta do ar verificada internamente

em nenhum momento foi inferior à ocorrida externamente, sendo que a diferença entre elas

variou de 0 a 4,6°C.

Camacho et al. (1995), também nas condições climáticas do Campus da Universidade

Federal de Pelotas (UFPel), com estufa do tipo “túnel alto”, comparando as médias decendiais

das temperaturas, observaram que o maior efeito da cobertura de PEBD (0,1mm de espessura)

sobre a temperatura do ar ocorreu em seus valores máximos, verificando valores superiores

em condição interna. Sobre a temperatura mínima, encontraram valores inferiores em

condição interna entre os meses de junho e outubro, inversão térmica que foi associada a

maior perda de energia do ambiente interno em noites de céu limpo e vento calmo. Isso se

deve, segundo os autores, a elevada transmissividade do PEBD à onda longa na ausência de

camada de condensação de vapor d’água, à perda de energia por processo de condução-

convecção através da cobertura, pelas aberturas existentes e pelo fluxo de calor no solo e, pela

29

inexistência dentro do ambiente interno, em decorrência do fechamento da estufa à noite, dos

movimentos horizontais e verticais de massa de ar que transportam energia térmica aquecendo

o ambiente externo por substituição e mistura de camadas de ar. Buriol et al. (1997),

analisando a influência do manejo da ventilação da estufa sobre a temperatura, em Santa

Maria (RS), utilizaram estufas tipo túnel baixo de PEBD de 100m², cultivadas com alface, e

três manejos de ventilação: abertura das laterais às 8h e fechamento às 12h (T1); abertura às

8h e fechamento às 16h (T2); manejo convencional, ou seja, abertura e fechamento

determinado de acordo com as condições meteorológicas do dia (T3). A testemunha (T4)

constou de um canteiro sem túnel (ambiente externo). Observaram que as temperaturas

médias e máximas sempre foram maiores no interior dos túneis do que no exterior, obtendo-se

diferenças de até 3ºC no período noturno. Em T1, que permaneceu mais tempo fechado, as

temperaturas foram mais elevadas. Em T3, que nos dias frios era aberto mais tarde e fechado

mais cedo e nos dias quentes aberto mais cedo e fechado mais tarde, as temperaturas tiveram

um comportamento intermediário entre T1 e T2. Segundo os autores, os valores de

temperatura média horária do ar mostraram que, no período noturno, as diferenças entre os

tratamentos foram menores do que no período diurno, indicando que a influência dos túneis

sobre a temperatura é mais importante na soma dos graus-dia do que na elevação das mínimas

diárias, evidenciando o reduzido “efeito estufa” do polietileno de baixa densidade (PEBD).

Cunha e Escobedo (2003), no município de Botucatu (SP), no cultivo de pimentão utilizando

ambiente protegido tipo arco não-climatizado orientado no sentido NNW-SSE, coberto com

PEBD de 120m² e tela plástica preta fixa nas laterais com 50% de transmissividade para a

radiação solar, observaram valores médios de temperaturas mínimas para os cultivos

protegidos ligeiramente superiores aos do campo, em torno de 0,1ºC. Segundo os autores, o

fato dos valores da temperatura mínima do cultivo protegido estarem muito próximos dos

observados no campo pode ser devido à grande transmissividade do PEBD à radiação de

ondas longas, fazendo com que haja pouco armazenamento de energia no seu interior. Com

relação aos valores máximos diários de temperatura do ar, estes foram muito superiores no

cultivo protegido em relação ao de campo ao longo do período analisado, apresentando

valores médios superiores de temperatura máxima do ar de 2,8ºC. Os autores associaram tal

resultado à inibição do processo convectivo em função da reduzida velocidade do vento, e ao

maior armazenamento de calor sensível pelo ar atmosférico no interior da estufa em função da

retenção de radiação de onda longa. Os autores ainda acrescentam que, em termos de valores

médios de temperatura do ar, tanto para as condições de cultivo protegido como de campo,

estes foram similares (0,7ºC superior para cultivo protegido).

30

Os fenômenos elétricos são suscetíveis à variação da temperatura, e esta dependência

vem sendo aproveitada para determinar o estado termodinâmico. A escolha entre vários

princípios, que podem ser aplicados à medida de temperatura, depende das limitações e custos

que cada um oferece.

Os termômetros podem ser de vários tipos como: termopares, termistores e resistência

de platina.

Os termômetros de resistência consistem num sensor com um elemento que exibe uma

mudança em resistência com a mudança da temperatura. O sensor do termômetro de

resistência é composto de um condutor metálico, ou semicondutor, cuja resistência elétrica R

se modifica de acordo com a temperatura t. Para condutores metálicos, em faixa limitada de

temperatura, é válida a relação expressa pela equação 1:

Rt = R0 . (1 + α

. t + β

. t²) (1)

Onde:

Rt = resistência proporcional à temperatura “t”;

R0 = resistência à temperatura de 0ºC;

α = coeficiente de temperatura do material;

β = coeficiente de correção do material.

Normalmente são empregados dois tipos de sensores: detector de resistência de

temperatura (RTD) e termistores. Os RTD’s são sensores formados de metais como: platina,

níquel ou uma liga de cromo-níquel. Esses materiais exibem um coeficiente positivo de

resistência e são usados nos RTD’s por serem estáveis em leitura de temperatura por longos

períodos. Os termistores são termômetros fabricados com materiais semicondutores como:

manganês, níquel e cobalto. Estes materiais exibem um coeficiente negativo de resistência.

Em algumas aplicações de alta precisão o silício ou germânio são utilizados na confecção de

termistores.

Termopar é o nome dado à combinação de dois fios de metais diferentes que tem a

seguinte propriedade: quando eles são unidos para completar um circuito e uma das junções é

mantida a uma temperatura mais alta que a da outra, uma corrente circula no circuito. Esse

princípio é usado na medição da temperatura; uma junção é colocada no ponto onde a

temperatura deve ser medida e a outra junção é colocada onde a temperatura é conhecida ou

pode ser mantida em valor fixo. Os fenômenos elétricos são suscetíveis à variação da

31

temperatura, e esta dependência vem sendo aproveitada para determinar o estado

termodinâmico. A escolha entre vários princípios, que podem ser aplicados à medida de

temperatura, depende das limitações e custos que cada um oferece. Os termopares são os

termômetros de confecção mais simples. São do tipo analógico e podem ser conectados por

ligação diferencial ou simples.

Em meteorologia, com relação à temperatura, é comum utilizar as expressões

temperatura do ar à superfície e temperatura do ar à sombra, que são usadas de modo

equivalente, para traduzir a temperatura atual em um ponto da atmosfera próximo à superfície

da Terra (VAREJÃO, 2006).

Uma maneira de aferir a temperatura do ar é por meio da variação da resistência de

metais, que é causada pela transferência de calor com o meio.Possibilitando assim a

verificação desta variação por meio do fluxo de energia nesta resistência. Medidas de

temperatura com exatidão e boa precisão se fazem necessárias em muitos sistemas de

instrumentação e controle de processos. Entretanto, devido às respostas não lineares e a baixa

amplitude nas saídas dos sensores torna-se necessário o condicionamento dos sinais, seja

amplificado ou compensado às não linearidades antes de qualquer outro processamento

adicional (SILVA, 2009).

Existe atualmente um grande número de transdutores de temperatura integrados à

ADC´s de alta resolução para disponibilizar saídas digitais. A linearização e calibração são

executadas de forma digital, reduzindo-se o custo e a complexidade na utilização destes

circuitos (KESTER, 2004). Outros tipos de sensores de temperatura apresentam função de

transferências não lineares exigindo circuitos relativamente complexos para compensar estas

não linearidades, requerendo resistores de precisão e de calibração manual para proporcionar

a exatidão desejada (SILVA, 2009).

Geralmente, quando as saídas analógicas dos sensores são processadas por sistemas

digitais, há a necessidade de condicionamento do sinal para que os sinais provenientes dos

sensores sejam adequados às características do conversor analógico digital (SILVA, 2009).

Assim, com o emprego de microcontrolador no controle de processos, o valor

analógico convertido para digital pode ser manipulado pelo software de controle de acordo

com decisões lógicas baseadas em comparações. Pode-se também executar operações

matemáticas que definam as funções de controle.

Termopar

Um termopar consiste na junção de dois fios de metais diferentes. Quando a junção é

aquecida, gera-se aos terminais dos fios uma pequena tensão termo-iónica que é diretamente

32

proporcional à temperatura. Este efeito denomina-se de efeito Seeback e a tensão gerada é a

tensão de Seeback, (eAB) (Figura 1). A força eletro-motriz é produzida por contato de dois

metais diferentes e é função da temperatura da junção.

Figura 1. Tensão de Seeback, eAB.

Se este circuito for fechado unindo os pólos da junção colocada a uma temperatura

diferente, circulará uma corrente, tal como ilustrado na Figura 2. A intensidade da corrente é

dada pela função da diferença de temperatura das duas junções e dos tipos de metais

utilizados nos condutores.

Figura 2. Efeito de Seeback.

Geralmente, a temperatura de uma das junções é fixa e conhecida servindo de

referência (T1=TREF). A temperatura da outra junção, T2, é a temperatura que se pretende

medir. Se a junção J1 está a uma temperatura conhecida, geralmente a temperatura de fusão

do gelo, a corrente térmica pode ser calibrada em termos da temperatura da junção quente T2.

Como a medição da temperatura é feita ao nível da junção, as dimensões do termopar podem

ser bastante reduzidas o que permite a leitura de temperaturas pontuais e a obtenção de

respostas rápidas devido à sua reduzida massa térmica.

Pelo simples fato de que dois condutores metálicos distintos quando unidos criam um

novo circuito termoelétrico, o processo de medição não é direto. A ligação de um voltímetro

ao termopar origina duas novas junções. Um dos métodos usados para cancelar o erro devido

a termopares indesejáveis consiste em utilizar um bloco isotérmico para que as forças

33

eletromotrizes (f.e.m.) criadas nos contatos se cancelem mutuamente, conforme ilustrado na

Figura 3. Neste caso, a tensão lida pelo voltímetro será V ≅ α(T2 - TREF), onde V é a tensão

termoelétrica e o coeficiente de Seeback do termopar considerado em V/ºC.

Figura 3. Cancelamento do erro devido à ligação com um voltímetro.

A junção que se encontra à temperatura de referência gera uma tensão que pode ser

simulada eletronicamente usando um circuito denominado de referência eletrônica do ponto

de gelo.

A Tabela 1 mostra as características de alguns termopares padrão. Pode ser visto que a

variação média da tensão com a temperatura varia geralmente entre 7 à 68 μV/°C.

Tabela 1. Comparação de alguns termopares padrão.

Um dos grandes inconvenientes do termopar deve-se ao fato de exigir que a

temperatura da junção de referência seja perfeitamente conhecida. Toda a incerteza sobre TREF

causa uma incerteza da mesma ordem sobre a temperatura desconhecida TX.

Por outro lado, o fato do termopar funcionar como gerador de f.e.m., e logo não

necessitar de uma fonte de corrente de alimentação, evita a ocorrência de erros provocados

por auto-aquecimento. Além do mais, a relação temperatura-tensão de um termopar não é

34

linear. As tensões de saída para os termopares mais comuns, traçadas em função da

temperatura, encontram-se na Figura 4.

Figura 4. Característica tensão-temperatura de alguns termopares.

A relação entre a temperatura e a tensão gerada por um termopar pode ser aproximada

por uma expressão polinomial do tipo:

(2)

Onde T[ºC] é a temperatura, E[V] a força eletromotriz gerada pelo termopar, os coeficientes

polinomiais únicos para cada termopar e “n” a máxima ordem do polinômio para determinado

erro. A Tabela 2 mostra os coeficientes dos polinômios de alguns termopares. Observe-se que

um termopar do tipo E, para um erro máximo de 0,5ºC, o polinômio é de grau 9.

Existem no mercado circuitos eletrônicos dedicados que fazem a compensação

eletrônica da junção fria, fornecendo um nível de referência artificial e compensado para

variações da temperatura ambiente na junção de referência. Além disso, estes contêm um

circuito de linearização e um amplificador do tipo “chopper-stabilized” para efectuar o

escalonamento da tensão de saída. Porém, esta instrumentação dedicada apresenta um custo

acrescido.

35

Tabela 2. Coeficientes polinomiais de alguns termopares.

Na Tabela 3 apresenta-se um quadro comparativo das vantagens e desvantagens dos

termopares.

Tabela 3. Vantagens e desvantagens dos termopares.

36

6.4.2 Sensores de umidade relativa do ar

A umidade do ar influencia a demanda evaporativa da atmosfera e, por conseqüência, o

consumo de água das culturas; é um elemento de importante controle no ambiente protegido,

pois tanto valores muito baixos quanto muito altos de umidade dentro desse ambiente são

prejudiciais ao desenvolvimento das culturas. O excesso de umidade dentro do ambiente

protegido provoca, por exemplo, dentre outros fatores, a redução na transmitância da radiação

solar devido à condensação de vapor d’água na face interna do filme plástico, afetando

negativamente a disponibilidade de energia para as plantas; interfere na transpiração da

plantas, alterando seu desenvolvimento bem como favorece o surgimento de moléstias tanto

na parte aérea como nas raízes. Conforme Fontes e Silva (2005), a faixa de umidade relativa

do ar aconselhada para a maioria das espécies olerícolas está em torno de 60% a 80%.

De acordo com Buriol et al. (2000), a variação da umidade do ar no interior das estufas

depende principalmente da temperatura do ar e da ventilação, sendo que, por sua vez, a

temperatura do ar varia principalmente em função da densidade de fluxo de radiação solar

incidente e da própria ventilação, a qual depende da área, localização e manejo das aberturas e

da velocidade de troca do ar do interior com o exterior. Assim, a umidade relativa do ar no

interior das estufas no período diurno diminui nas horas em que a temperatura do ar encontra-

se em elevação, atingindo, muitas vezes, valores inferiores aos verificados no exterior. No

período noturno, em função da queda de temperatura, ocorrem valores de umidade relativa do

ar elevados, freqüentemente próximos a 100%. De acordo com Martins et al. (1999), a

umidade relativa do ar dentro do ambiente protegido pode variar, no período de 24 horas, de

30% durante o dia a 100% durante a noite. Farias et al. (1993b) observaram, no início do

experimento, quando a cultura estava pouco desenvolvida, que os valores internos de umidade

relativa do ar foram inferiores aos observados externamente, ocorrendo, em seguida, um

período de equilíbrio entre os dois ambientes. Após o sétimo decêndio, os valores internos

mostraram-se superiores aos observados externamente. Neste período, a cultura bastante

desenvolvida liberou maior volume de água pela transpiração e, também, pela maior

freqüência de irrigação (devido ao maior consumo de água pela cultura), provocando um

aumento da tensão de vapor d'água interna e, conseqüentemente, da umidade relativa do ar no

interior da estufa, acentuada pela pequena renovação da massa de ar. Em geral, observaram

valores muito próximos (média por decêndio) de umidade relativa do ar internamente e

externamente ao plástico. No entanto, verificaram as maiores médias das máximas e as

menores médias das mínimas no interior da estufa, diferindo em média, respectivamente, 2,2 e

37

5,8% dos valores observados externamente. Desta forma, observaram que a estufa plástica

aumentou a amplitude diária da umidade relativa do ar, mas não alterou significativamente os

valores médios.

Buriol et al. (1997) verificaram que tanto a umidade relativa mínima média quanto a

umidade relativa mínima absoluta ocorrida em cada dia do período experimental foram mais

elevadas sob os túneis do que no ambiente externo. As diferenças entre os diferentes

tratamentos com túneis foram pequenas; porém, os valores de umidade relativa do ar para

cada horário foram mais elevados no interior daqueles que se encontravam fechados no

momento da medida. Com relação à umidade relativa média, esta também foi maior

internamente e, segundo os autores, principalmente devido ao alto valor da pressão parcial de

vapor, à baixa renovação de ar e também à umidade do solo geralmente mais elevada no

interior das estufas, fazendo com que a pressão atual de vapor permaneça mais elevada nestes

microambientes, mesmo nos momentos de ocorrência de altas temperaturas.

Em Santa Maria - RS, Buriol et al. (2000) determinaram as diferenças entre a umidade

relativa do ar no interior e no exterior de estufas plásticas com cultivo de tomateiro. Os

resultados mostraram que a umidade relativa do ar média foi superior no interior das estufas

em relação àquela do exterior em todo o período noturno e no período diurno, só foi inferior

àquela do exterior nas horas do dia em que ocorre elevação da temperatura do ar, no período

entre 8h e 14h, aproximadamente. Entretanto, nos meses de inverno, quando as temperaturas

do ar são mais baixas e os dias mais curtos, nos dias frios e nublados, quando as estufas são

mantidas fechadas todo o dia e/ou abertas mais tarde e fechadas mais cedo, a umidade relativa

do ar no interior das estufas geralmente permaneceu mais elevada do que aquela do exterior

durante todo o período diário. Observaram, também, que a pressão atual de vapor foi mais

elevada no interior do que no exterior das estufas, mesmo quando a umidade relativa do ar no

interior foi menor do que no exterior e que o manejo das aberturas das estufas afeta

significativamente os valores da umidade relativa do ar.

Sousa et al. (2002), em Botucatu, SP, em pesquisa com o cultivo de pimentão,

conduzida em ambiente protegido tipo arco não-climatizado tendo nas laterais malha preta de

polipropileno com redução de 50% da radiação solar, objetivando avaliar o efeito de dois

tipos de cobertura plástica, polietileno difusor de luz espessura de 150μm (P150d) e

polietileno transparente de 120μm (P120), sobre as condições microclimáticas internas desse

ambiente, observaram que, nos ambientes protegidos cobertos com P150d e P120, as médias

de umidade relativa do ar mínima, máxima e média, apresentaram valores mais baixos em

relação à condição de cultivo a campo. Isso foi associado ao aumento da temperatura do ar no

38

interior do ambiente protegido, devido à pequena renovação do ar nessa condição de cultivo,

que favoreceu a retenção de energia pelo polietileno e reduziu, conseqüentemente, a umidade

relativa do ar. Os valores da umidade relativa mínima e média do ar, obtidos para o ambiente

protegido com cobertura de P150d com relação ao cultivo a campo, foram menores em 7% e

5%, respectivamente, quando comparados com os obtidos para o P120, o que se atribui,

segundo os autores, aos maiores valores da temperatura máxima e média do ar obtidos para o

P150d.

Silva et al. (2000), Cunha e Escobedo (2003) e Guiselini e Sentelhas (2004)

obtiveram, em seus respectivos experimentos, valores de umidade relativa máxima e média do

ar no interior da estufa plástica, similares aos obtidos a campo. Para a umidade relativa do ar

mínima, encontraram menores valores dentro da estufa do que a campo, o que foi associado

aos maiores valores de temperatura máxima ocorridos dentro da estufa.

Uma maneira de se medir a umidade relativa do ar é através de alterações produzidas

por ela nas características elétricas de componentes inseridos em circuitos apropriados, e estes

componentes podem ser do tipo cristal, resistores ou capacitores (SPINOLA, 2005).

Classicamente a umidade relativa é medida utilizando-se um psicrômetro, este

aparelho é constituído por dois termômetros idêntico. Um dos termômetros trabalha com o

bulbo seco e o outro com o bulbo úmido (DOEBELIN, 1990).

Outro método conhecido é o resistivo, que utiliza alumínio revestido por filme de

óxido de alumínio. A estrutura desse filme apresenta poros cujo preenchimento por gotículas

de vapor de água produz alteração do valor da sua resistência ôhmica (SPINOLA, 2005). Esta

variação da resistência elétrica do material pode ser medida através de um circuito em ponte.

Entretanto estes sensores possuem limitações à sua utilização em ambientes onde pode

ocorrer a condensação, não trabalhando em nível de umidade relativa de 20%. Além disso,

não possuem a mesma estabilidade dos sensores tipo capacitivos (SENSIRON, 2005).

Neste trabalho utilizou-se o método capacitivo, este método baseia-se na alteração das

características do dielétrico pela umidade relativa. Ao utilizar como dielétrico um polímero

que absorve ou libera água de maneira proporcional à umidade relativa do ambiente, este

dielétrico irá apresentar a alteração da sua capacitância que poderá ser medida por um circuito

eletrônico, que possibilita determinar o valor da umidade relativa do ambiente (SENSIRION,

2005).

39

2.7 Cultivo em ambiente protegido

Os primeiros experimentos da Embrapa com hortaliças em cultivo protegido foram

feitos em 1980. Ao longo dos anos, tem aumentado o número de instituições de pesquisa que

desenvolvem trabalhos nesses locais. No entanto esse aumento ainda representa muito pouco

frente ao potencial de crescimento dessa atividade, tanto em termos de regiões exploradas no

país quanto a culturas envolvidas, bem como a fatores de produção. Relacionados aos fatores

de produção, nota-se que ainda são poucos os trabalhos ligados à irrigação nesse tipo de

ambiente.

Dentre as hortaliças mais cultivadas em ambiente protegido no Brasil, destacam-se o

pimentão, a alface, o tomate e o pepino (VECCHIA; KOCH, 1999). No cultivo protegido, as

principais finalidades, quando sob estrutura de proteção, são de anular os efeitos negativos das

baixas temperaturas, geada, vento, granizo, excesso de chuva, bem como de encurtar o ciclo

de produção, e ainda de aumentar a produtividade e de obter-se produtos de melhor qualidade

(SGANZERLA, 1995). Esse mesmo autor afirma ainda que se podem conseguir mais safras

que no ambiente externo.

O uso dessa tecnologia, no entanto, apresenta algumas limitações. Uma delas é a

exigência de irrigação, já que é a única forma de repor a água consumida pela cultura.

Cultivos realizados em ambiente protegido distinguem-se dos sistemas de produção a céu

aberto, principalmente pelo uso intensivo do solo e controle parcial de fatores ambientais.

Assim, o manejo adequado do sistema água - solo - planta - ambiente é de fundamental

importância para o sucesso de empreendimentos neste sistema de produção (CARRIJO et al.,

1999). Zambolim et al. (1999) afirmam que a temperatura do ar e do solo e a umidade do ar

são maiores em ambiente protegido. Scatolini (1996) relata um maior efeito da cobertura

plástica sobre as temperaturas máximas, com valores variando de 1,2°C a 4,4°C acima das

observadas externamente. Esse pesquisador obteve uma diferença média de 4,3°C entre a

temperatura máxima interna e a externa sendo maior no interior da casa de vegetação. Ele cita

trabalhos em que a temperatura média do ar é maior no interior da casa de vegetação e outros

em que não houve diferenças significativas. Tal fato pode estar relacionado aos locais onde

foram desenvolvidos os trabalhos e ao aspecto construtivo da casa de vegetação.

Evangelista e Pereira (2001) obtiveram ligeira diferença entre as temperaturas e

umidade relativa do ar no interior e na parte externa de uma casa de vegetação em Lavras.

Tanto a temperatura máxima do ar quanto a média e a mínima foram maiores no interior da

40

casa de vegetação. Entretanto, os valores de umidade relativa média e mínima foram

inferiores no interior. Eles justificaram essas diferenças como sendo devido à interrupção do

processo convectivo pela cobertura plástica, o que impedia as trocas de ar com a parte externa

da casa de vegetação.

Vasquez et al. (2005) observaram acréscimo de 0,99ºC no valor médio da temperatura

do ambiente protegido em relação ao ambiente externo. O autor explica que essa diferença já

era esperada devido à interrupção do processo convectivo pela cobertura plástica, que impede

a passagem do ar quente para o exterior; além disso, deve-se considerar o menor volume de ar

a ser aquecido. Já a umidade relativa interna manteve-se aproximadamente constante e menor

que a do meio externo, em função da não-interferência advectiva de correntes de ventos.

41

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Área Experimental

O experimento foi realizado no período de Março à Maio de 2011, conduzido na área

experimental do Departamento de Ciências Ambientais da Universidade Federal Rural do

Semi-Árido, Mossoró, RN (5° 11’ S, 37° 20’ W e 18 m) em um ambiente protegido de 192 m2

(12 m x 16 m).

Segundo a classificação de Köppen, o bioclima da região é do tipo BSwh’, com

temperatura média anual de 27,4 °C, precipitação pluviométrica anual bastante irregular, com

média de 672,9 mm, e umidade relativa de 68,9 % (CARMO FILHO et al., 1991).

O ambiente protegido utilizado foi do tipo capela com pé direito de 3,0 m, 12,0 m de

comprimento e 16,0 m de largura, coberta com filme de polietileno de baixa densidade com

aditivo anti-ultra violeta e espessura de 150 micras, protegida nas laterais com malha negra.

3.2 Equipamentos de referência

3.2.1 Termopar

O termopar por ser de fácil manuseio e de boa confiabilidade sérvio de referência nas

coletas de dados de temperatura. Este por sua vez foi instalado a uma altura de

aproximadamente 2,00 m, tendo como protetor da radiação solar direta o mesmo suporte do

sensor HMP45C, ver figura 5.

3.2.2 Sensor de Temperatura e Umidade Relativa do ar

Foi utilizado um Termohigrômetro (HMP45C. da Vaisala, Inc.m Helsinki, Finland)

conforme Figura 5, que forneceu os valores de temperatura e umidade relativa do ar.

42

(A) (B)

Figura 5. Termohigrômetro instalado em seu suporte (A) e termohigrômetro em seu desenho

esquemático (B).

3.3 Monitoramento dos dados

O monitoramento da temperatura do ar foi realizado por meio de termopar de Cu-Co

de bulbo seco e o HMP45C, sendo instalados em cultivo protegido, tomando-se como

temperatura referência um sensor termopar de Cu-Co a 2 m do chão.

Esses sensores foram introduzidos em microabrigos em acrílico com boa aeração

natural e protegido contra a radiação direta e parte da difusa, conforme Figura 6. Esses

microabrigos foram fixados em mourão 7 cm de diâmetro introduzida perpendicularmente à

superfície do solo, permitindo assim obter medidas de 2 metros de altura dos sensores.

Os microabrigos de acrílico foram instalados equidistantes um do outro, com uma

distância de 1,0 m entre eles, sendo instalado à 2,0 m de altura, contendo no seu interior, os

sensores.

43

Figura 6. Microabrigo psicrométrico instalado na área experimental.

De acordo com a primeira Lei Termoelétrica a força eletromotriz (e) de um termopar

depende somente da natureza dos condutores e da diferença de temperatura entre as junções

de contato. Assim, a temperatura de um meio qualquer poderá ser obtida segundo a expressão:

ε = k(Tar - Tref ) (3)

Onde ε é a força eletromotriz gerada pelos termopares em mV; k a constante termoelétrica que

depende do tipo de termopar em mV.° C

-1, neste caso para o termopar Cu-Co é de 41 mV.

° C

-1;

Tar a temperatura a qual deseja-se medir em ° C; e Tref a temperatura de referência em

° C.

Foi instalado um sensor modelo HMP45C, em ambiente protegido. Esse sensor

forneceu as medidas de temperatura do ar em °C e de umidade relativa do ar em %, a 2 metros

de altura. O sensor HMP45C possui abrigo para evitar chuva e radiação direta no sensor,

mostrado também na Figura 6.

Para a coleta dos dados médios a cada10 minutos, de temperatura e umidade relativa

do ar pelo modelo HMP45C e das temperaturas de bulbo seco (termopares Cu-Co), foi

utilizado um “Datalogger CR10X” da Campbell Scientific, Inc e um circuito eletrônico

construído (SAD). Tanto o sensor HMP45C quanto os termopares Cu-Co foram conectados

44

aos terminais do “Datalogger CR10X” e ao SAD construído, gerando sinais analógicos em ºC

para temperatura e em % para umidade relativa.

A verificação do funcionamento do sensor HMP45C foi feita através de correlações

entre o termopar Cu-Co e o sensor comercial de temperatura e umidade relativa do ar, nas

condições de ambiente protegido, utilizando-se de regressão linear simples e o método de

avaliação de modelo matemático MSD, sendo que o grau desses ajustes foram medidos

através do coeficiente de determinação (R²) e por meio dos coeficientes linear (a) e angular

(b), assim como os parâmetros MSD, SB, NU e LC, os quais traduzem a exatidão, máxima

quando a=0 e b=1, e a precisão, máxima quando R² tende a 1.

Para a verificação do funcionamento do SAD construído, nas condições de ambiente

protegido, foi feita uma comparação de suas medidas obtidas com as do datalogger da

Campbell (CR10X) utilizando um sensor resistivo para a temperatura e capacitivo para a

umidade relativa (Vaisala, modelo HMP45C), apesar desse sensor não ser a melhor referência

para essas comparações, pois apresenta problemas em condições de elevada umidade relativa,

relatados por MARIN et al. (2000).

3.4 Sistema de aquisição de dados (SAD) construído

3.4.1 Configuração e microcontrolador

O SAD proposto foi desenvolvido a partir de duas concepções construtivas: uma de

software e outra de hardware. No que se refere ao desenvolvimento de software foi destinado

a rodar em plataforma Microsoft Windows, também conhecido como Aplicação Desktop. O

desenvolvimento do hardware e do software foi todo realizado no laboratório particular da

EGM, localizado na cidade de Mossoró – RN.

A concepção de hardware baseia-se em vários dispositivos eletrônicos – como

microcontroladores, oscilador e max232 - cada qual com sua funcionalidade e características

eletroeletrônicas.

Para a construção do Equipamento de Aquisição de Dados foi desenvolvido um

Datalogger, contendo um microcontrolador, e uma saída de comunicação serial padrão RS-

232, tendo a sua forma de composição representada pelo diagrama da Figura 7.

45

Figura 7. Diagrama esquemático dos principais elementos do Datalogger.

O módulo do SAD responsável por converter os sinais analógicos provenientes dos

sensores é o Módulo Analógico. O Módulo Analógico possui Quatro canais analógicos de

leitura, cada um deles endereçado a um sensor e ao sinal de saída do circuito divisor de tensão

presente no Módulo de Alimentação.

3.4.2 Firmware do Datalogger

Tratando de um microcontrolador, que contem componentes externo a ele, é

importante para seu funcionamento, dispor de um programa em sua memória interna para

ajustar e configurar seus dispositivos de forma a tratar os sinais de entrada e saída de maneira

automática.

Estes conjuntos de informações definem como irão funcionar suas portas de entradas e

saídas (I/O), o seu tempo de resposta aos comandos e a forma de tratamentos desses sinais.

Para tanto, com auxilio de um compilador da linguagem C e de bibliotecas do

microprocessador, são compilados os comandos e instruções, gerando como resultado, um

arquivo do tipo hexadecimal, denominado firmware.

Através de um gravador compatível com o chip PIC 16F877A é possível enviar e

armazenar um programa, este deve estar em linguagem de máquina (ARQUIVO HEX) na

memória flash interna do microprocessador, em endereço predefinido pelo fabricante.

3.5 Datalogger (CR10X – Campbell)

46

O Datalogger CR10X é um coletor de dados, sendo programável e construído em um

módulo metálico de alta rigidez mecânica e elétrica. O acesso à programação e controle é

feito através de periféricos, como módulo de teclado/display CR10KD (Figura 8) ou via

comunicação serial (interface ou modem) com o auxilio de um computador.

O datalogger tem por finalidade armazenar informações de sensores conectados aos

seus terminais. O processo de aquisição de dados pode ser obtido, pela leitura de seus valores,

ou calculado e processado conforme as regras estabelecidas na sua programação.

Os terminais podem ser utilizados, côo saída de dados conforme o modelo do

datalogger, para controlar dispositivos eletroeletrônicos externos ao equipamento.

(A) (B)

Figura 8. Visão das partes do Datalogger (A) e do seu periférico teclado /display(B). (Manual

do CR10X, 2010)

3.5.1 Especificações e características do datalogger

O datalogger CR10X (manual do CR10X) possui 12 entradas analógicas simples (SE1

a SE12) programáveis ou 6 entradas analógicas diferenciais (DIFF1 a DIFF6); 3 saídas de

47

excitação programáveis (E1 a E3); 2 entradas de pulsos (p1 a P2); 8 portas (entrada ou saída)

digitais de controle (C1 a C8); tensão de alimentação 12Vcc (9,6 a 16Vcc); terra analógico;

saídas de 5V; capacidade de memória (128KB a 2MB); uma porta de comunicação serial

(Tipo DB9 – necessita de interface).

O CR10X possui um painel de ligação (Wiringpanel) com os terminais para a conexão

dos sensores, alimentação e comunicação externa. Este painel também proporciona proteção

contra transientes de sobre tensão e polaridade reversa (Figura 9).

Figura 9. Painel de conexão do datalogger (Manual do CR10X, 2010)

Os terminais denominados 1H até 6H e até 6L (Figura 9) são utilizados para medir a

tensão de saída de sensores, tais como termopares, psicrômetros, piranômetros, sensores PAR.

As letras H e L se referem às entradas de sinais, identificados como sinal alto (high) e

sinal baixo (low) utilizado em canais diferenciais (DIFF) de 1 a 6. Nas leituras diferenciais, a

tensão analógica é medida de uma entrada H em relação a sua respectiva entrada L, formando

um “canal diferencial”. Para medidas do tipo absoluto ou “single ended” (SE), cada uma das

entradas H ou L é considerada um canal independente, que mede as tensões com relação ao

sistema terra analógico (AG).

Os canais SE são numerados seqüencialmente, sendo os canais 1 e 2 respectivamente

os terminais H1 e L1, logo os canais 3 e 4 são o H2 e L2 e assim sucessivamente até os canais

11 e 12, que são o H6 e L6.

As saídas de excitação chaveadas (E1 a E3) fornecem tensões para multiplexadores,

podendo alimentar divisores de tensão ou pontes resistivas em corrente AC ou DC.

48

As entradas de pulsos (P1 e P2) são usadas como leitores de tensão temporária. Estas

entradas ou canais são utilizados para contar o número de ciclos por período de sinais do tipo

pulsado, normalmente utilizado com anemômetros, pluviômetros, medidores de fluxo e

fechamento de chave ou sinais alternados (senoidais).

As portas digitais de controle (C1 a C8) são utilizadas para medir o status de um

dispositivo externo como testes de níveis lógicos digitais de tensão (High / Low). Elas

também podem ser configuradas como saídas para controlar multiplexadores, sinal de

referência de termohigrômetro e também outros periféricos. As Portas (C6 a C8) também

funcionam como portas de pulsos.

O Datalogger é alimentado por uma fonte de 12VCC, operando entre 9,6V a 16VCC.

Os terminais adicionais de 12V e G podem ser usados como fonte de alimentação para outros

periféricos. O terminal de 12V chaveado (SW 12V CTRL) pode ser “ligada” ou “desligada”

de acordo com o programa de controle.

Os dois terminais de 5V fornece saída de tensão com tolerância de ± 0.2% para

alimentação de periféricos externos, interfaces ou alguns tipos de sensores que trabalham

nesta faixa de tensão (em geral, circuitos eletrônicos digitais). Possui um limite de corrente de

200 mA.

A conexão ao aterramento é utilizada para proteção do Datalogger e os sensores contra

descargas eletrostáticas.

A comunicação com o Datalogger é feita através de sua porta serial, do tipo DB9 de 9

pinos, com qualquer equipamento que suporte tal método, como módulo de memória,

teclado/display, ou através de interfaces específicas para computador.

3.5.2 Software do datalogger

O fabricante fornece uma ferramenta de desenvolvimento proprietária para a

confecção dos sistemas que serão executados no Datalogger. O CR10X trabalha com os

softwares para desenvolvimento PC208W e LOGGERNET, executável em ambiente

Windows, sendo compatíveis com padrão de arquivos CSV1.

49

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os principais componentes do SAD construído são: PIC 16F877A , o regulador de

tensão LM 7805, o CI de comunicação MAX 232 , os demais são componentes discretos ,

resistores , capacitores , leds , diodos e outros.

Figura 10. PIC 16F877A

O microcontrolador usado para o experimento foi o PIC 16F877A (figura 10), é um

circuito integrado produzido pela Microchip Technology Inc.. Ele foi usado para o

experimento porque possui portas analógicas para ler os dados do sensor, além de possuir a

comunicação serial USART, para se comunicar com o supervisório, e possui saídas PWM,

que são saídas que possuem uma resolução de 10 bits para conversão em valores analógicos

de tensão que variam de 0 a 5V.

Figura 11. Regulador de tensão

O regulador de tensão (figura 11) mantêm a tensão de saída constante (estabilizada)

mesmo havendo variações na tensão de entrada ou na corrente de saída.

50

Os reguladores de tensão podem ser implementados com componentes discretos

ou podem ser obtidos na forma de circuito integrado (C I ). Os reguladores de tensão na forma

de C.Is são mais precisos e tornam o circuito mais compacto pois ocupam menor espaço.

Tem-se vários tipos de reguladores de tensão, dentre os quais podemos citar os CIs da

série 78XX para tensão positiva e os da série 79XX para tensão negativa.

Nota: As funções dos pinos 1 e 2 da série 79XX são trocadas em relação à série 78XX

Nos reguladores 78XX, o pino 1 é a entrada e o pino 2 é o comum (ligado ao terra).

Nos reguladores 79XX, o pino 2 é a entrada e o pino 1 é o comum (ligado ao terra).

O pino 3 é a saída tanto para o 78XX quanto para o 79XX.

Figura 12. Alguns componentes discretos utilizados no SAD construído (resistores, RS 232,

Max 232).

51

Figura 13. MAX 232.

O MAX 232 (figura 13) é um circuito integrado conversor de nível, que converte

sinais TTL em RS232 e virse-versa. Ele fornece uma ótima rejeição de ruído e é mais robusto

à descargas e curtos. Se o seu projeto for mais avançado, você deve utilizar um CI

especializado para esta tarefa. No entanto, soluções especializadas são mais caras que as

outras.

52

Figura 14. Placa PCI.

Foi utilizada para experimento uma placa de circuito impresso, da EGM tecnologia,

que tem as seguintes características:

- Tensão de alimentação - 12 a 18 V;

- 4 entradas analógicas de 4 a 20 mA;

- 4 entradas analógicas de 0 a 5 V;

- 3 entradas isoladas digitais;

- 2 entradas digitais nativas de PIC;

- 1 Relógio interno;

- Suporte a Lcd display;

- Suporte de gravador de cartão SD;

- Saída IC;

- 2 saídas pwm;

- 4 entrada de botões, prontas;

- 2 saídas analógicas extras;

- 1 saída auxiliar a transistor.

A Figura 15 mostra os valores médios de um dia de temperatura obtidos pelo sensor

HMP45C (Vaisala) coletados pelos SAD’s (construído e Campbell), para ambiente protegido.

Observa-se um comportamento idêntico entre a temperatura do ar, bem como pela umidade

relativa do ar, nos dois SAD’s. As encontradas nas leituras dos dois SAD’s analisados foram

maiores para a temperatura do ar, apresentando valores médios de 27,70285 e 28,04303oC o

Datalogger CR10X e o SAD construído, respectivamente. Os valores médios encontrados

53

para a umidade relativa do ar foi de 68,5841 e 68,58433%, respectivamente para o Datalogger

CR10X e o SAD construído.

(A)

(B)

Figura 15: Valores médios de um dia da temperatura (A) e umidade relativa do ar (B) para o

sensor HMP45C, coletados por um datalogger CR10X da Campbell e um SAD

construído, para o ambiente protegido. Mossoró, RN, 2011.

Na Figura 16 pode ser visto a correlação entre as leituras obtidas de temperatura do ar

e umidade relativa do ar, entre os dois SAD’s. Observa-se que a correlação entre os valores

encontrados são bem elevados, em que a temperatura do ar obteve R² de 0,9915 e a umidade

relativa do ar um R² de 0,9997. Isto mostra que a correlação de temperatura do ar entre os dois

SAD’s é menor que a umidade relativa. Também pode ser visto pelos valores dos coeficientes

angulares da equação linear obtida que a temperatura obtida pela Datalogger CR10X é menor

que a do SAD construído, quando se utiliza o sensor HMP45C da Vaisala.

54

(A)

(B)

Figura 16: Correlação entre os valores de temperatura do ar (A) e umidade relativa do ar (B)

obtidos a partir do SAD construído e do datalogger (10X), utilizando o sensor

HMP45C, para as condições de ambiente protegido. Mossoró, RN, 2011.

Nota-se, portanto, que o SAD construído efetuou boas e precisas leituras do sensor

modelo HMP45C, para a temperatura e umidade relativa do ar, em concordância com o

datalogger CR10X..

Em se tratando do sensor termopar, na Figura 17 observa-se a equação de calibração

que relaciona tensão e temperatura do termopar coletada pelo SAD construído. Verifica-se

que a correlação entre os dados foi muito elevado com valor de R2 de 0,9927, isto é a

variação de temperatura em função da tensão é linear e crescente,e que estas podem ser

obtidas pelo SAD construído com alta precisão, demonstrando uma dispersão não

significativa, podendo ser considerado como ótimo para o monitoramento de temperatura na

irrigação.

55

Figura 17. Equação de calibração da diferença de potencial elétrico (ddp) ou tensão (em

volts) versus a temperatura do termopar (°C) obtida pelo SAD construído.

O gráfico de dispersão dos dados que relacionam a diferença de temperatura do sensor

HMP45C e o de referência (termopar) de ambos os SADs são apresentados na Figura 18. Foi

utilizado o método de avaliação de modelo matemático MSD entre os dados coletados pelos

SAD’s, no Quadro 01 pode-se observar o resumo dos parâmetros.

T(sensor) = 103,84ddp - 37,895 R² = 0,9927

22

24

26

28

30

32

34

36

0,58 0,6 0,62 0,64 0,66 0,68 0,7 0,72

Tem

pe

ratu

ra d

o t

erm

op

ar (

°C)

ddp (V) - sensor

56

(A)

(b)

Figura 18. Dispersão dos dados de temperatura coletados pelos SAD Construído (A) e o

datalogger (CR10X da Campbell) (B) em relação à temperatura padrão do

Termopar.

Quadro 01. Valores de MSD, SB, NU e LC.

SAD MSD (°C²) SB (°C²) NU (°C²) LC (°C²)

Construído 0,087523 8,64x10-06

0,000641 0,086874

Datalogger 0,191334 0,117735 0,011109 0,062485

Os parâmetros do método MSD apresentaram resultados muito próximos a zero, sendo

os erros de translação, rotação e dispersão não significativos. Quando os parâmetros do MSD

são comparados entre os SADs se observa que os erros de translação (SB) e rotação (NU) são

menores no SAD construído e o erro de dispersão (LC) é menor no datalloger. Apesar da

57

diferença ambos apresentaram pequenas variações de dados podendo ser utilizado na coleta

de dados em experimentos agrícolas.

De acordo com a Figura 14, pode-se observar que a dispersão dos dados variou em até

±1 °C, tendo como desvio padrão 0,29 °C para o SAD construído e de 0,43 °C do datalogger

(CR10X). A variação dos dados deve-se a falta de aterramento, blindagem e de uma

temperatura de referência, sendo trabalhado somente a média dos valores coletados. O micro

clima criado pelo ambiente da estufa, fez com que a variação da tensão fosse provocada

também por fatores como vento e umidade ali apresentada.

58

5. CONCLUSÕES

- Os dados obtidos pelo SAD construído obtiveram alta correlação com os dados obtidos pelo

datalogger da Campbell Scientific Inc. possibilitando a sua utilização em estudos

agrometeorológicos com baixo custo.

- A temperatura do ar e a umidade relativa podem ser obtidas pelo SAD construído com

elevada precisão.

59

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