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Centro Universitário Positivo - UnicenP Núcleo de Ciências Exatas e Tecnológicas NCET Engenharia da Computação Luiz Francisco Carvalho Júnior Sistema de aquisição e gerenciamento de dados sobre acidentes de trânsito através do uso da tecnologia de geoprocessamento Curitiba 2004

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Centro Universitário Positivo - UnicenP

Núcleo de Ciências Exatas e Tecnológicas NCET Engenharia da Computação

Luiz Francisco Carvalho Júnior

Sistema de aquisição e gerenciamento de dados sobre acidentes de trânsito através do uso da

tecnologia de geoprocessamento

Curitiba 2004

ii

Centro Universitário Positivo - UnicenP Núcleo de Ciências Exatas e Tecnológicas NCET

Engenharia da Computação Luiz Francisco Carvalho Júnior

Sistema de aquisição e gerenciamento de dados sobre acidentes de trânsito através do uso da

tecnologia de geoprocessamento Monografia apresentada à disciplina de Projeto Final, como requisito parcial à conclusão do Curso de Engenharia da Computação. Orientador: Professora Adriana Thomé

Curitiba 2004

iii

TERMO DE APROVAÇÃO

Luiz Francisco Carvalho Júnior

Sistema de aquisição e gerenciamento de dados sobre acidentes de trânsito através do uso

da tecnologia de geoprocessamento

Monografia aprovada como requisito parcial à conclusão do curso de

Engenharia da Computação do Centro Universitário Positivo, pela seguinte banca

examinadora:

Profa. Adriana Thomé

Prof. Luiz Carlos Albini

Prof. Marcelo Mikosz Gonçalves

Curitiba, 13 de Dezembro de 2004

iv

SUMÁRIO

1 Introdução ...............................................................................................................1

2 Especificação..........................................................................................................2

2.1 Descrição................................................................................................................................... 2

2.2 Motivação.................................................................................................................................. 2

2.3 Objetivos ................................................................................................................................... 3

2.4 Descrição................................................................................................................................... 3 2.4.1 Descrição geral do sistema ................................................................................................................. 3 2.4.2 Módulo Adicional............................................................................................................................... 4 2.4.3 Módulos do sistema............................................................................................................................ 4

2.5 Sistemas de informação geográfica (SIG)................................................................................. 5 2.5.1 Geoprocessamento.............................................................................................................................. 5

2.5.1.1 Características funcionais dos SIG S............................................................................. 6 2.5.1.2 Dados geográficos ................................................................................................................ 7

2.5.1.2.1 Natureza dos dados geográficos.............................................................................................. 8 2.5.1.2.2 Propriedades dos dados geográficos ....................................................................................... 9 2.5.1.2.3 Tipos de dados geográficos ................................................................................................... 11 2.5.1.2.4 Características dos dados espaciais ....................................................................................... 12

2.5.2 Sistema de informação geográfica-urbano....................................................................................... 15 2.5.3 ArcView GIS ..................................................................................................................................... 16

2.5.3.1 Estrutura de dados .............................................................................................................. 17 2.5.3.1.1 Topologia ............................................................................................................................... 17 2.5.3.1.2 Camadas................................................................................................................................. 17

2.6 NAVSTAR GPS................................................................................................................... 18 2.6.1.1 Características dos sinais GPS ....................................................................................... 19 2.6.1.2 Descrição dos receptores GPS........................................................................................ 20

2.6.2 Modelo utilizado............................................................................................................................... 22

2.7 Microcontroladores ................................................................................................................. 24 2.7.1 Microcontrolador 8051..................................................................................................................... 24

2.8 Porta serial............................................................................................................................... 26 2.8.1 Modo Síncrono de Comunicação ..................................................................................................... 26 2.8.2 Modo Assíncrono de Comunicação ................................................................................................. 27 2.8.3 Canais Simplex, Half-Duplex e Full-Duplex ................................................................................... 27 2.8.4 Interface serial no 8051 .................................................................................................................... 28 2.8.5 Comunicação RS-232 para o 8051................................................................................................... 28 2.8.6 Comunicação serial entre os módulos.............................................................................................. 29

2.9 Transmissão............................................................................................................................. 29 2.9.1 Rádio freqüência............................................................................................................................... 30 2.9.2 Transmissão via satélite.................................................................................................................... 30

2.9.2.1 Finalidade .............................................................................................................................. 31 2.9.2.2 Órbita ...................................................................................................................................... 32

2.9.3 Transmissão via telefonia celular..................................................................................................... 32

2.10 Especificação do Hardware .................................................................................................... 33 2.10.1 Análise dos meios de transmissão.................................................................................................... 33 2.10.2 Lista de componentes ....................................................................................................................... 36 2.10.3 Diagrama do hardware..................................................................................................................... 37 2.10.4 Esquemático do circuito ................................................................................................................... 40

2.11 Especificação do software ....................................................................................................... 40 2.11.1 Software de recepção e conversão dos dados .................................................................................. 41 2.11.2 SGBD (sistema gerenciador de banco de dados)............................................................................. 42

2.12 Especificação da validação do projeto .................................................................................... 43

v

2.13 Custos...................................................................................................................................... 43

2.14 Cronograma............................................................................................................................. 44

2.15 Descrição do software ............................................................................................................. 46 2.15.1 Casos de uso ..................................................................................................................................... 46 2.15.2 Diagrama de caso de uso .................................................................................................................. 48 2.15.3 Diagrama de classes (do software de aquisição) ............................................................................. 49 2.15.4 Diagrama de seqüência..................................................................................................................... 49

2.15.4.1 Inserir dados sobre acidentes de trânsito .................................................................... 49 2.15.4.2 Consultar o sistema............................................................................................................ 50 2.15.4.3 Inserir base-geográfica ..................................................................................................... 50 2.15.4.4 Alterar Base-geográfica ................................................................................................... 51

3 Resultados ............................................................................................................52

4 Conclusão .............................................................................................................56

5 Referencias bibliográficas.....................................................................................57

vi

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Diagrama em blocos do projeto................................................................................................................. 4 Figura 2 Conceitos gráficos de localização, relação e descrição.......................................................................... 13 Figura 3 Conjunto de definições dos objetos espaciais......................................................................................... 14 Figura 4 - Exemplo de camadas ............................................................................................................................... 18 Figura 5 Diagrama em blocos do GPS .................................................................................................................. 21 Figura 6 - Comutação entre dispositivos.................................................................................................................29 Figura 7 Diagrama em blocos................................................................................................................................ 34 Figura 8 - Diagrama do hardware coletor de dados................................................................................................37 Figura 9 Diagrama do módulo transmissor ........................................................................................................... 37 Figura 10 Fluxograma do programa do microcontrolador.................................................................................... 39 Figura 11 - Esquemático do circuito utilizado no hardware .................................................................................... 40 Figura 12 Diagrama de contexto do software ....................................................................................................... 41 Figura 13 - Tela principal do sistema ....................................................................................................................... 52 Figura 14 - Tela principal com aproximação sobre os pontos ................................................................................. 53 Figura 15 - Caixa de pesquisa................................................................................................................................... 53 Figura 16 - Pesquisa realizada .................................................................................................................................. 54 Figura 17 - Informações sobre um ponto ................................................................................................................. 55 Figura 18 - Diferença entre dois pontos com mesma localização ........................................................................... 55

vii

LISTA DE SIGLAS

A/D

Analógico/Digital

ESRI - Environmental Systems Research Institute

Freq. Freqüência

GPS Global Positioning System

NAVSTAR - NAVigation Satellite with Time And Ranging

NCET - Núcleo de Ciências Exatas e Tecnológicas

Rf Radio freqüência

Rx Módulo de recepção

SIG Sistema de informações geográficas

TTL Transistor Transistor Logic, Lógica transistor-transistor

Tx Módulo de transmissão

UNICENP

Centro Universitário Positivo

viii

LISTA DE SÍMBOLOS

Kbps Kilo bits por segundo

KHz Kilo Hertz

MHz

Mega Hertz

- ohm

V - Volts

ix

RESUMO

Neste trabalho é apresentado um sistema que possibilita a aquisição e

gerenciamento de dados sobre acidentes de trânsito através do uso da tecnologia de

geoprocessamento. Neste projeto os dados sobre os acidentes de trânsito são

coletados em campo por meio de um equipamento portátil e transmitidos para uma

base, chamada de central de geoprocessamento, via telefonia celular.

Desta forma é possível observar os locais onde ocorrem o maior número de

acidentes e extrair informações sobre eles, permitindo que seja possível agir

corretiva e preventivamente.

Palavras-chave: Bancos de dados geográficos, Sistemas de informações

geográficas.

x

ABSTRACT

In this project is presented a system that makes data acquisition and

management on traffic accidents through using geographic information system

technology. The traffic accidents data are collected in field by means of a portable

equipment and transmitted to a base, called geographic information system central

office, by telephony cellular. Doing that is possible to observe the places where occur

the largest number of accidents and generate statisticians about them, allowing the

possibility to act corrective and preventively.

Key-words: Geographic Data bases, Systems of geographic information.

1

1 INTRODUÇÃO

No Brasil, o número de acidentes vem sofrendo um aumento gradual a cada ano,

sendo que a grande maioria deles acontece no perímetro urbano. Isto é uma

conseqüência da rápida urbanização, que satura a capacidade do uso das vias,

causando um elevado número de acidentes.

Para corrigir esta crescente desorganização nas vias, os órgãos gestores de

trânsito necessitam de informações confiáveis, com grande velocidade, para que

possam tomar decisões corretas diante das mais diversas situações.

Neste projeto é apresentado um sistema de aquisição e gerenciamento de dados

sobre acidentes de trânsito, que se utiliza da tecnologia de geoprocessamento. O

projeto utiliza ferramentas da engenharia para solucionar um problema de contexto

global. Assim sendo, este trabalho é uma ferramenta para ajudar no controle e

monitoração de acidentes de trânsito.

Uma aplicação bastante clara do projeto é no auxílio para a tomada de uma ação

preventiva. Uma região onde ocorre um grande número de acidentes pode ter um fluxo

excessivo de veículos podendo, por exemplo, através de um diagnóstico do sistema,

mudar-se a malha de ruas desta região. Um cruzamento com grande número de

colisões entre veículos pode ter seu sentido alterado, uma avenida onde existe muitos

atropelamentos pode ter seu limite de velocidade reduzido.

Desta maneira este projeto faz-se muito útil para o departamento de trânsito de

uma cidade ou de uma malha rodoviária, bastando somente a adaptação do projeto

para cada caso.

2

2 ESPECIFICAÇÃO

2.1 Descrição

Este projeto faz uso da axiomática da localização e do processamento de dados

geográficos, para ajudar na análise e prevenção de acidentes de trânsito, bem como

levantar dados estatísticos sobre eles. Isso é possível pois, com a coleta, tratamento,

análise e apresentação das informações quase que instantaneamente em mapas

digitais geo-referenciados; podem ser pesquisados locais, número de vítimas e épocas

do ano em que mais ocorrem acidentes.

Com uma base de dados consistente é possível gerar informações para a tomada

de decisões para a prevenção de acidentes. Isto pode ser feito através de uma melhora

na sinalização, da implantação de um semáforo, da limitação de velocidade (com

lombada ou radar eletrônico), da implantação de faixas de pedestre, ou até mesmo

uma mudança das vias de trânsito locais. Sendo estas decisões totalmente

fundamentadas em dados concretos, o que é possível através do uso da tecnologia de

geoprocessamento, a possibilidade de um erro é minimizada.

2.2 Motivação

A população mundial vem aumentando significativamente nos últimos 30 anos, e

com isso acarreta-se uma necessidade também crescente de melhoria nos meios de

transporte. É preciso garantir que um volume cada vez maior de pessoas faça valer o

seu direito de ir e vir, e um número também maior de cargas e informações precisa

trafegar de canto à canto do globo, seja por estradas de rodagens, vias públicas,

transporte aéreo ou marítimo.

Para este volume intenso de tráfego é preciso constantemente estabelecer e

aprimorar regras para se obter ordem neste meio comum. Por exemplo, em uma via

pública é necessário periodicamente se fazer uma avaliação de fluxo dos veículos que

ali transitam diariamente, do número de acidentes ocorridos etc.

3

Neste contexto o projeto está inserido, um sistema de informação para auxilio a

tomada de decisões, sendo útil para o departamento de trânsito de uma cidade.

2.3 Objetivos

O objetivo deste projeto é criar um sistema de aquisição e gerenciamento dos

dados sobre acidentes de trânsito de forma que, ao acontecer um acidente, um agente

possa obter in loco as coordenadas GPS (Global Positioning System), os dados do

número de feridos, e o número de vítimas fatais do acidente; e os forneça ao módulo

transmissor. Estas informações são transmitidas para uma central de

geoprocessamento onde é feita a análise dos dados e onde pode-se visualizar o local

onde ocorreu o acidente, bem como seus dados.

2.4 Descrição

2.4.1 Descrição geral do sistema

O sistema faz a aquisição dos dados em campo a partir de um hardware coletor,

onde são digitados os dados referentes aos acidentes. Os dados são:

1. as coordenadas GPS, que são obtidas automaticamente pelo módulo

coletor de dados;

2. as informações do número de feridos e

3. o número de vítimas fatais.

Após a etapa de entrada dos dados é feita a transmissão para uma central

chamada de central de geoprocessamento , onde os dados são primeiramente

recebidos. Em seguida, é realizado um tratamento e análise desses dados para gerar a

visualização das informações sobre os acidentes em um software de

geoprocessamento.

Ao término de todo o tratamento dos dados é possível extrair informações como:

em que local ocorre o maior número de acidentes,

onde ocorre o maior número de acidentes com vítimas fatais e

4

onde ocorre o maior número de acidentes sem vítimas.

Na figura 1 pode-se observar o diagrama em blocos do projeto, onde cada caixa indica um módulo importante da implementação.

Figura 1 - Diagrama em blocos do projeto

2.4.2 Módulo Adicional

Como módulo adicional foi proposto o acoplamento de uma câmera fotográfica

(uma web-cam por exemplo) ao hardware de coleta e transmissão. Desta forma, além

dos dados de localização e informação sobre o acidente, poderão ser enviadas

fotografias das placas dos automóveis envolvidos no mesmo.

2.4.3 Módulos do sistema

O sistema em questão pode ser dividido em 5 partes funcionais, são elas: módulo

coletor de dados, módulo transmissor e receptor, módulo de conversão do formato de

dados, módulo de geoprocessamento e o módulo de extração de informações do

sistema:

Entrada dos dados

Módulo GPS

Formatação dos dados para envio

Transmissão via telefonia celular

Recepção dos dados

5

O módulo coletor de dados tem uma interface onde é feita a entrada dos dados.

Este módulo faz também a coleta automática das coordenadas GPS.

O módulo transmissor e receptor faz a comunicação entre o módulo coletor e a

central de geoprocessamento.

O módulo de conversão do formato de dados faz a comunicação entre dois

sistemas diferentes de dados, colocando os dados no formato exigido pelo

software de geoprocessamento.

O módulo de geoprocessamento tem uma interface com usuário que mostra as

saídas do sistema, pontos em que ocorreram acidentes e informações sobre

eles.

O módulo de extração de informações do sistema, faz uma pesquisa em todos

os pontos e mostra ao usuário os resultados.

2.5 Sistemas de informação geográfica (SIG)

2.5.1 Geoprocessamento

A geografia é uma ciência antiga. O corpo de conceitos por ela desenvolvida é

amplo e complexo. São exemplos os conceitos de região, paisagem e ambiente, de uso

corrente na literatura geográfica há muitas décadas. O geoprocessamento, ao

contrário, é um campo de conhecimento (e de atividade) recente.

Os sistemas de informação geográfica (SIG), utilizando o Geoprocessamento,

constituem uma estrutura de interface entre a Geografia, o Processamento de Dados e

a Comunicação (ou Teoria da informação). Esta estrutura é merecedora da atenção

crescente que tem recebido por parte de geógrafos e especialistas em computação,

tendo despertado vigoroso interesse não apenas destes profissionais, mas de toda a

comunidade ambientalista e, em boa medida, de administradores responsáveis por

problemas que tenham expressão territorial. Administrar com eficiência recursos

ambientais disponíveis em um vasto território é um desafio. Enfrentar este desafio,

respeitando e promovendo a qualidade de vida dos habitantes, é tarefa de mérito

comparável à sua envergadura (Xavier da Silva, 1997).

6

O conceito SIG (Sistema de Informação Geográfica) foi desenvolvido

originalmente nos anos 60, como um meio de sobrepor e combinar diversos tipos de

dados em um mesmo mapa. O SIG associa atributos gráficos e não-gráficos de

recursos cartográficos. Os mapas resultantes mostram dados geográficos, ambientais

ou demográficos, separadamente ou em combinação.

O SIG possui uma estrutura flexível de dados baseada em relações topológicas.

Os sistemas típicos apresentam recursos de ponto, linha e área, cada linha tendo

dados com ligação e configuração espacial. Esta informação coordenada tem, então,

remissão recíproca com arquivos de atributos(Xavier da Silva, 1997)..

Pode-se dizer que sistemas de informação geográfica são sistemas destinados ao

tratamento de dados referenciados espacialmente. Estes sistemas manipulam dados

de diversas fontes como mapas, imagens de satélites, cadastros e outras, permitindo

recuperar e combinar informações e efetuar os mais diversos tipos de análise sobre os

dados (Paredes,1994).

A utilização em larga escala de tais sistemas tornou-se possível a partir da

disponibilidade, a custos aceitáveis, de diversas tecnologias como a cartografia digital,

os banco de dados e o processamento digital de imagens. Tipicamente, um SIG

combina essas tecnologias com técnicas de análise e manipulação da informação

espacial (Xavier da Silva, 1997).

2.5.1.1 Características funcionais dos SIG S

O SIG é um sistema que subsidia o processo de observação do mundo real em

atividades de definição, mensuração, classificação, enumeração. Faz a atuação sobre

o mundo real em atividades de operação, manutenção, gerenciamento, construção, etc.

Normalmente, o SIG realiza as seguintes funções básicas:

aquisição;

gerenciamento;

análise e

exibição de resultados.

A função de aquisição está relacionada com a conversão de informações

analógicas em digitais. A coleta de dados é proveniente de diversas fontes como

7

fotografias aéreas, ortofotos1, levantamentos topográficos e aerofotogramétricos,

imagens de satélites, mapas bi e tridimensionais, cartas, relatórios estatísticos,

levantamentos de população e outras fontes de informações, obtidas por intermédio de

restituidores, ortoprojetores, fitas magnéticas, digitalizadores e entrada de dados via

teclado (Paredes, 1994).

A função de gerenciamento consiste na inserção, remoção ou modificação dos

dados, sendo normalmente realizada através de um sistema de gerenciamento de

banco de dados ( SGBD ), normalmente comportando as seguintes tarefas:

armazenamento em banco de dados;

manutenção e recuperação de dados;

preservação da integridade dos dados;

controle de processo e

manipulação de arquivos (criar, inserir, modificar).

A função de análise efetua o exame dos dados que contenham informações

relacionadas, a fim de gerar novas informações que atendam às diversas visões

externas permitidas pelo sistema. Nesta etapa, poder-se-ão realizar as seguintes

tarefas:

seleção e agregação de informações;

controle da geometria e topologia;

conjugação de informações temáticas e

extração de informações estatísticas.

A função de exibição de resultados refere-se principalmente à representação dos

resultados dos dados manipulados e poderá ser exclusivamente constituída por dados

não-gráficos (Xavier da Silva, 1997).

2.5.1.2 Dados geográficos

1 Ortofotos Imagem fotográfica onde as feições nela contidas são apresentadas em suas verdadeiras posições, sendo desta forma, geometricamente equivalente a um mapa de linhas e símbolos, onde podem ser feitas medidas diretas de posição, distâncias, ângulos horizontais e áreas.

8

A Geografia assim como os dados que a descrevem fazem parte do mundo o

nosso dia-a-dia. Normalmente, cada decisão que tomamos é obrigada, influenciada ou

ditada pelos fatores da geografia. Estudos indicam que aproximadamente 90% das

decisões feitas pelas prefeituras e órgãos estaduais ou federais, estão relacionadas

com a geografia.

Desta forma, informação geográfica é o conjunto de dados (físicos, sociais,

econômicos, etc), cujo significado contém uma associação ou relação com uma

localidade específica (Xavier da Silva, 1997).

O mundo real consiste de muitas características geográficas. Elas permitem

efetivar diversas tarefas temáticas e ajudam responder perguntas como: onde está?

Quais são suas características? Como se relacionam entre eles e entre suas

características?, etc.

2.5.1.2.1 Natureza dos dados geográficos

Um SIG é muito mais do que um software de tecnologia avançada para efetivar

estudos de diferentes temas. Na verdade, o SIG nos leva ao entendimento da própria

natureza dos dados espaciais, das formas ou dos caminhos que as razões humanas

nos levam a apreender sobre eles e dos processos de decisões baseados nesses

dados. Dessa forma, é importante conhecer a natureza dos dados espaciais,

especialmente saber como as variações geográficas podem ser descritas e medidas,

ou como pode sua incerteza e o erro serem conhecidos.

A geografia é vista na Base de Dados (BD) do SIG como um depósito ocupado

por objetos, cujo espaço é definido através de relações entre locais. Vários espaços

podem ser visualizados dependendo da natureza desses relacionamentos.

O verdadeiro valor do SIG está na habilidade de analisar os dados espaciais

(Goodchield,1988). Por exemplo, tarefas descritivas, como localize e mostre todos os

grupos populacionais acima de 5000 , engloba questões do tipo que ou onde (bom

para planejamentos) e respostas de questões analíticas do tipo: por que , que se (

talvez para construir modelos ou simular predições) se requer o acesso a dados

descritivos e a informações localizacionais. Esses exemplos mostram a necessidade de

pesquisar amplamente os conceitos sobre os tipos de espaços apropriados e sua forma

9

de estruturar e manipular. Assim, é fundamental definir o espaço e a construção da

tipologia de espaços ( Paredes, 1994).

2.5.1.2.2 Propriedades dos dados geográficos

Todos os dados gráficos ou fenômenos geográficos possuem propriedades

intrínsecas que precisam ser conhecidas, sobretudo para os propósitos de

geocodificação. Normalmente, são as seguintes:

Localização - Assim como se usa a terceira dimensão ( Z ) para descrever a

elevação da superfície terrestre, as duas dimensões ( X,Y) de localização sobre o

plano ou a esfera são propriedades geográficas básicas para determinar a posição

dos dados geográficos. A grande maioria dos sistemas de coordenadas são

cartesianos. Dessa forma a localização é uma característica fundamental dos

dados geográficos e cartográficos.

Volumetria

Bases de dados geográficos e cartográficos contém milhares ou

milhões de elementos de dados. Muitos problemas de processamento de dados

cartográficos estão relacionados aos problemas geométricos de grande conjunto de

dados. Como resultado, em cartografia computadorizada, há problemas de

memória e eficiência na estrutura de dados. Por isso, o custo de armazenamento

de dados é alto. Mesmo porque o volume de armazenamento, o tempo de acesso a

esse volume, são considerações importantes que devem ser superadas.

Dimensionamento

Normalmente, a cartografia tem dividido as entidades em

pontos, linhas e áreas. Deve-se conhecer que o mensuramento varia desde

nominal, ordinal, intervalo até razão.

Continuidade

Alguns tipos de mapas como os altimétricos assumem uma

distribuição contínua, enquanto outros, como mapeamentos cloropléticos (mapas

onde é possível explorar visualmente o dado objeto de análise) assumem

distribuição descontínua. A continuidade é uma propriedade geográfica importante,

mas que nem sempre obedece à distribuição estatística. Entretanto, a classificação

do espaço por áreas ou regiões é possível graças à continuidade.

10

Tamanho

Muitos fenômenos geográficos podem ser medidos diretamente, por

exemplo, por levantamentos topográficos ou fotografias aéreas. Um ponto é

medido a nível de localização (X,Y), adjacência e elevação. Uma linha possui

comprimento, direção, conectividade e movimentação. Um polígono possui

topologia, área, limites, perímetro, localização e orientação. O volume tem

topologia, continuidade, declividade, vertente, superfície, localização e elevação.

Muitas dessas propriedades são relativamente fáceis de medir se a base de dados

cartográfica estiver codificada. Outros são extremamente difíceis e como tal, são

usados para analisar após serem abstraídos dos mapas. As medições são

implementadas usando-se certos algoritmos.

Distribuição

A densidade é uma medida de distribuição dos fenômenos que se

distribuem no espaço. A densidade pode ser calculada pela contagem dos objetos

cartográficos e pelos atributos de um conjunto de unidades geográficas. A

densidade de um fenômeno geográfico possui grande aplicação não apenas na

medida e geocodificação, mas também na generalização, tematização e

simbolização do mapa.

Padrão

Os padrões descrevem a estrutura da distribuição dos fenômenos

geográficos. Essa descrição envolve proximidade e cruzamento entre objetos. Esse

relacionamento envolve distância e tamanho dos padrões bem como evidencia sua

repetitividade.

Vizinhança

Se o padrão é a repetição de um atributo sobre o espaço, a

vizinhança define a variação do dado geográfico no espaço. Cada variação

depende da distância, indicando que distâncias de separação pequenas significam

similaridade e grandes distâncias indicam desuniformidade. Dentro da geografia, a

função distância tem sido caracterizada e medida usando-se ferramentas como

funções de correlação, modelos de interação espacial, modelos de destruição de

distâncias, etc..

Contigüidade

Normalmente, a contigüidade está relacionada à justaposição

(situação de contigüidade) dos dados, por isso, é uma expressão geográfica do

campo topológico. No partilhamento de limites comuns em mapas políticos,

11

interessa o comprimento desse limite, medido geometricamente, assim como em

coberturas de solos, uso do solo, etc. A contigüidade é expressa de diversas

maneiras e definida em termos de limite partilhado, como redes, indicando

conectividade e na forma de pixeis na estrutura de grid.

Forma

A medição direta da forma é bastante difícil e complexa. A forma

representa a composição de gráficos de pequenas dimensões.

Escala

É uma propriedade quantitativa dos dados cuja representação varia e

sua faixa é limitada pela finalidade cartográfica dos fenômenos. Sua particularidade

é prover precisão topográfica e característica métrica aos dados ou fenômenos

geográficos (Xavier da Silva, 1997).

2.5.1.2.3 Tipos de dados geográficos

Normalmente, os dados geográficos compreendem três tipos:

O dado espacial, que se refere à localização, à forma e às relações entre as

entidades espaciais. Um dado espacial é um elemento localizado no espaço

mediante um sistema predefinido de coordenadas que podem ser descritas por

meio de atributos e sua relação com outros elementos pode ser perfeitamente

estabelecida.

O dado descritivo, que se refere às características da entidade espacial (

também denominado atributo ).

O dado temporal, que se refere ao período ou época da ocorrência do

fenômeno ou fato geográfico.

Em abordagem simplificada, o SIG manipula dois tipos de dados principais:

geométricos, que descrevem características do próprio espaço ou características

geométricas de objetos; e não geométricos, que descrevem outros tipos de

características ( Paredes, 1994).

Os dados geométricos se caracterizam, marcadamente, por serem:

Posicionais

caracterizam a posição de um objeto. Atributos de posição são

necessários para caracterizar diferentes objetos ou diversos fatos geográficos

12

como uma cidade, a fronteira entre dois municípios, e um ponto de coleta de

lixo, áreas inundadas, precipitação pluviométrica, etc..

Topológicas

caracterizam relacionamentos de vizinhança ou de conexão

entre objetos. Dois municípios divididos por um rio ou duas cidades conectadas

através de uma malha viária são exemplos de objetos entre os quais podem

existir relacionamentos de natureza topológica.

Amostrais

caracterizam valores de grandezas físicas ou de outras

propriedades de um ponto ou de uma região. Dados amostrais podem ser, por

exemplo, o valor da altura de um ponto num MDT ( Modelo Digital do Terreno ),

ou o nível de refletância de um pixel numa imagem de satélite, etc.

2.5.1.2.4 Características dos dados espaciais

Os dados espaciais são aqueles que se referenciam no espaço terrestre por meio

de coordenadas x,y ( que descrevem a localização ) e uma variável z, que representa o

atributo.

Os dados espaciais descrevem objetos do mundo real em termos de posição com

relação a um sistema de coordenadas, de atributos (cor, custo, etc) e parâmetros

espaciais pelas relações topológicas, e descrevem a união desses dados entre si.

Desta forma a:

localização: define a condição geométrica das entidades; normalmente

identificado por coordenadas;

relação: define a topologia das entidades, sempre identificadas por apontadores

e

descrição: define os atributos das entidades, geralmente identificados por

códigos.

As figuras seguintes ilustram, graficamente, os conceitos de localização, relação e

descrição. Na figura de localização observa-se as coordenadas que compõem cada

segmento de reta (Xn, Yn), na figura de descrição a legenda mostra qual o tipo de

solo em cada área do gráfico; e na figura de relação está sendo mostrado a relação

entre as duas outras figuras.

13

Figura 2 Conceitos gráficos de localização, relação e descrição

FONTE: adaptada de paredes (1994), pág. 120

A padronização dos dados espaciais está baseada em entidades do mundo real e

o mecanismo para representá-las é feito sob objetos numa base de dados cartográfica.

Dentro dessa proposta existem conjuntos de definições dos objetos espaciais, que

estão divididos em classes baseadas na dimensão espacial dos mesmos.

Um objeto 0 dimensional é um ponto que especifica uma localização geométrica.

Pelo enfoque matemático o ponto é uma localização primitiva que não possui área.

Esses pontos são usados também para posicionar textos, símbolos, etc.

Um objeto 1-dimensional é uma linha entre dois pontos. Possuem muitas formas

complexas: retas e curvas resultantes de funções matemáticas. Nessa linha,

diferenciam-se perfeitamente o ponto final como início da linha e ponto final como fim

da linha, que são aspectos importantes numa análise de redes.

Um objeto 2-dimensional é uma área que também apresenta diversas formas.

Os exemplos seguintes ilustram, globalmente, as variações e as condições deste

tipo de dados:

0.0 X

Y

LOCALIZAÇÃO

1

2

3

4

5

DESCRIÇÃO

X

Y1

2

3

4

5

RELAÇÃO

X

Y

5

1

2

3

4

6

7

8

9

1= Solo arenoso, área urbana, população,etc... O sentido da direção é: desde...>até 2=Solo argiloso,área rural,despovoado,etc... A localização é: à direita de, abaixo de,etc.. 3= Exploração mineira, vias em construção, etc... 4= Área desértica, vegetação,etc... <atributo,atributo,...,atributo>

X1 Y1

X3 Y3

X2 Y2

X4 Y4

X5 Y5 X6 Y6

X7 Y7

X8 Y8

X9 Y9

14

Figura 3 Conjunto de definições dos objetos espaciais

FONTE: adaptado de Paredes (1994), pág. 121

Pontos

Formato

- Única Coordenada X, Y; - Sem comprimento; - Sem área

Exemplos

- Acidente de trânsito; - Árvore de rua; -Altitude; -Título de áreas; - Início e final de linhas

Linhas

- Cadeia de coordenadas x, y com ponto inicial e final; - Tem comprimento mas não área.

Formato

- Estradas; - Redes de drenagem; - Lihas de rotas; - Linhas de falhas; - Limites de áreas.

Exemplos

Polígonos

- Cadeia de coordenadas com mesmo ponto inicial; - Possui comprimento, e área.

Formato

- Parcelas; - Rodovias; - Construções; - Solos; - Distritos;

Exemplos

Superfícies

- Área com coordenada vertical; - Tem área, comprimento e elevação

Formato

- Mapa de declividade; - Plano de vertentes.

Exemplos

15

2.5.2 Sistema de informação geográfica-urbano

É tarefa fundamental da administração municipal receber e administrar a

população urbana, isto é, prever e direcionar o crescimento físico e sócio-econômico da

cidade e dos bairros, ordenar a expansão da malha urbana, e assegurar, ao mesmo

tempo, o acesso de todos à educação, saúde, alimentação, habitação, ao emprego, ao

transporte, à cultura, recreação, segurança e infra-estrutura urbana, e ordenar o pleno

desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus

habitantes (Xavier da Silva, 1997).

Entretanto, esses serviços estão aquém das reais necessidades dos municípios e

tende isso a se agravar durante as próximas décadas, uma vez que o processo de

urbanização marcha a um ritmo muito mais acelerado do que as possibilidades de

planejar e controlar esse crescimento. Tal condição, propicia uma ocupação irracional

do espaço e, conseqüentemente, gera a anarquia na localização das atividades

urbanas que altera e afasta cada dia mais o desenvolvimento dessas possibilidades.

É fácil notar que as características do processo urbano de muitas cidades,

apresentam os seguintes aspectos:

imprecisão geral nos limites das áreas urbanas, suburbanas e rurais;

serviços públicos funcionais totalmente ultrapassados e sobrecarregados na sua

capacidade;

as redes de infra-estrutura, deficientes e insuficientes, não acompanham o ritmo

de expansão da malha urbana;

os componentes básicos do ambiente natural, alguns de difícil restauração,

configuram imagens deterioradas à paisagem urbana;

insegurança permanente na tomada de decisão sobre o desenvolvimento da

cidade, fazendo da vida urbana uma sucessão de fatos aleatórios e atentatórios

contra o conforto e segurança das pessoas.

Pode-se perceber que a maior parte desses problemas deve-se ao processo

arcaico de organizar, armazenar e manipular informações, ao uso de métodos

ultrapassados e aos técnicos sem alternativas de modernização. Agrava-se ainda o

problema, quando os dados existentes em diversos setores e entidades municipais não

se referenciam numa base comum, e os registros não podem ser atualizados com igual

grau de automatização. Assim, os sistemas tradicionais de armazenamento das

16

informações tornam-se rapidamente obsoletos. Logo, as condições existentes

dificultam o fluxo e o cruzamento das informações entre os diversos setores e

entidades municipais.

Para enfrentar e responder a esses problemas, o planejador urbano e o

administrador necessitam, não apenas inovar os meios que lhe permitam uma melhor

atuação em relação ao passado , contando com uma ferramenta rápida, possível de

implementar, econômica e simples, mas também incrementar procedimentos capazes

de registrar, medir e contabilizar a informação, bem como de tratar grande volume de

informações que reflitam a atual realidade urbana, de interpretar essa realidade, de

propor alternativas e de auxiliar na tomada de decisões de uma forma rápida, precisa,

eficiente e contínua (Paredes, 1994).

2.5.3 ArcView GIS

O ArcView GIS é um SIG desktop com interface gráfica que permite carregar

dados espaciais e descritivos para que se possa visualizá-los em mapas, tabelas e

gráficos. Inclui ainda ferramentas necessárias para inquirir e analisar os dados, bem

como apresentá-los em mapas de elevada qualidade.

O software ArcView foi desenvolvido pela empresa Environmental Systems

Research Institute (ESRI), para efetuar análises em ambiente de SIG.

Todas as atividades no âmbito do Arcview estão organizadas sob um Project, o

que pode estar constituído por uma série de Views, Tables, Charts(gráficos sobre

dados), Layouts, e Scripts. Scripts são programas na linguagem Avenue (linguagem de

programação do ArcView). As funções do Arcview incluem a apresentação de planos

de informação numa View, tabelas de atributos relacionados a essa View, tabelas de

atributos relacionados em função de campos chave, criação de gráficos para a

visualização de informações espaciais, e a criação de layout s para a apresentação de

informações supridas pelas Views, Charts, eTables (Ormsby,1999).

17

2.5.3.1 Estrutura de dados

Existem dois tipos de estruturas de dados no arcview: topologia e camadas.

2.5.3.1.1 Topologia

A informação topológica descreve a relação espacial entre as características e

geralmente não é mudada pelo operador SIG.

Ao descrever a posição de alguma coisa, geralmente diz-se que está à esquerda,

ao lado de, ou a determinada distância de qualquer outra coisa. Esta definição não é

precisa o suficiente para um SIG. Um SIG requer as definições precisas que a

topologia fornece para realizar numa análise espacial.

A topologia define a relação posicional de características ao definir suas

propriedades. Inclui informações sobre que rótulos estão ligados a cada característica,

como os pontos estão ligados uns aos outros e que pontos e linhas formam um

polígono em particular. Esta informação está armazenada no SIG. A informação

topológica permite que o SIG efetue funções de relação espacial como a sobreposição

de polígonos, que possa isolar polígonos e determinar se uma linha está dentro de um

polígono e determinar a proximidade entre características.

2.5.3.1.2 Camadas

A maioria dos SIG permite a separação de informações de um mapa em

categorias lógicas chamadas de camadas de mapa (layers). Estas também são

conhecidas como temas de mapa, níveis ou coberturas. As camadas geralmente

contém informações sobre um só tipo de característica, como áreas de tipo de solo ou

sobre um pequeno grupo de características relacionadas, tais como utilidades públicas

(por exemplo, telefone, gás e linhas elétricas).

Os dados separam-se de maneira lógica em camadas de mapa para que assim

possam ser manipulados e analisados espacialmente, sejam sozinhos ou em

combinação com outras camadas. Para obter-se resultados analíticos significativos, as

18

camadas no SIG devem registrar-se uma com respeito à outra pelo sistema de

coordenadas comum da base de dados.

As camadas podem ser usadas para criar mapas compostos com a sobreposição

delas numa tela de computador da mesma maneira que se sobrepões transparências

de acetato num projetor. Durante a análise criam-se novas sobreposições com a

combinação matemática de sobreposições já existentes. Pode-se usar compostos

novos para criar cenários alternativos. Logicamente ao separar os dados em camadas

facilita o manejo e uso da base de dados e seus produtos. Na figura 4 observa-se um

exemplo de uso de camadas.

Figura 4 - Exemplo de camadas

2.6 NAVSTAR GPS

O GPS, ou NAVSTAR-GPS, é um dispositivo de radionavegação desenvolvido

pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América

DoD (Department of

Defense), com o intuito de ser o principal sistema de navegação das forças armadas

19

americanas. Ele resultou da fusão de dois programas financiados pelo governo norte-

americano para desenvolver um sistema de navegação de abrangência global:

Timation e System621B, sob responsabilidade da Marinha e da força Aérea.

Em razão da alta acurácia proporcionada pelo sistema e do grande desenvolvimento da

tecnologia envolvida nos receptores GPS, uma grande comunidade usuária emergiu

dos mais variados segmentos da comunidade civil (navegação, posicionamento

geodésico, agricultura, controle de frotas etc.).

O GPS é um sistema de abrangência global. Esse sistema tem facilitado todas as

atividades que necessitam de posicionamento, fazendo que algumas concepções

antigas pudessem ser postas em prática. Um exemplo é o desenvolvimento da

agricultura.

O GPS permite que um usuário, em qualquer local da superfície terrestre, ou

próximo a ela, tenha à sua disposição, no mínimo, quatro satélites para serem

rastreados, esse número permite a realização de um posicionamento em tempo real.

O conceito básico do GPS consiste na medida da distância entre o usuário e

quatro satélites. Conhecendo as coordenadas dos satélites num sistema de referência

apropriado, é possível calcular as coordenadas da antena do usuário no mesmo

sistema de referência dos satélites (Galera, 2000).

2.6.1.1 Características dos sinais GPS

Cada satélite GPS transmite duas ondas portadoras: L1 e L2. Elas são geradas a

partir da freqüência fundamental de 10,23 MHz, que é multiplicada por 154 e 120,

respectivamente. Dessa forma, as freqüências (L) e os comprimentos de onda ( de

L1 e L2 são:

L1 = 1575,42 MHz e cm

L2 = 1227,60 Mhz e cm.

Essas duas freqüências são geradas simultaneamente, permitindo aos usuários,

corrigir grande parte dos efeitos em razão da refração ionosférica.

Os códigos que formam o PRN são modulados, em fase, sobre essas duas

portadoras. Essa técnica permite realizar medidas de distâncias a partir da medida do

tempo de propagação da modulação (Leick, 1995).

20

Um PRN é uma seqüência binária de +1 e -1, ou 1 e 0, que parece ter

característica aleatória. Como é gerado por um algoritmo, pode ser univocamente

identificado. Trata-se basicamente dos códigos C/A e P.

O código C/A ( Coarse Acquisition

fácil aquisição), com comprimento de onda

por volta de 300m, é transmitido a uma razão de 1,023 MHz. Ele é gerado a partir do

produto de duas seqüências PN ( Pseudorandom pseudo-aleatória), denominadas G1

e G2, cada uma com período de 1.023 bits. O código C/A resultante também consistirá

de 1.023 bits, com período de 1ms. Cada satélite transmite um código C/A diferente,

dentre os 37 definidos no ICD GPS-200C (Spilker, 1996).

Isso poderia causar dificuldades para um receptor GPS distinguir entre todos os

códigos possíveis. No entanto, o código C/A faz parte de uma família de códigos (gold

codes), que tem como característica básica a baixa correlação entre seus membros.

Isso possibilita a rápida distinção dos sinais recebidos, simultaneamente, de vários

satélites (Leick,1995).

O sinal é modulado somente sobre a portadora L1. Esse é o código a partir do

qual os usuários civis obtêm as medidas de distâncias que permitem atingir a

acuracidade estipulada no GPS (Galera,2000).

2.6.1.2 Descrição dos receptores GPS

Os principais componentes de um receptor GPS, tal como mostrado na figura 5,

são( Seeber,1993):

antena com pré-amplificador;

seção de RF ( radiofreqüência ) para identificação e processamento do

sinal;

microprocessador para controle do receptor, amostragem e processamento

dos dados;

oscilador;

interface para o usuário, painel de exibição e comandos;

provisão de energia e

memória para armazenar os dados.

21

Figura 5 Diagrama em blocos do GPS

Fonte: adaptada de GALERA (2000)

A seguir são detalhados os principais componentes do receptor GPS:

antena

a antena detecta as ondas eletromagnéticas emitidas pelos satélites,

converte a energia da onda em corrente elétrica, amplifica o sinal e o envia para a

parte eletrônica do receptor. Em razão da estrutura dos sinais GPS, todas as

antenas devem ser polarizadas circularmente à direita.

Seção de Rf

os sinais que entram no receptor são convertidos na divisão de RF

para uma freqüência mais baixa, denominada freqüência intermediária (fI), que é

mais fácil de ser tratada nas demais partes do receptor. Isso é realizado pela

combinação do sinal recebido pelo receptor com um sinal senoidal gerado pelo

oscilador do receptor. Normalmente, os osciladores dos receptores GPS são de

quartzo.

Canais

o canal de um receptor é considerado a sua unidade eletrônica primordial,

podendo o receptor possuir um ou mais canais. Os tipos de canais podem ser

Antena e pré-amplificador

Rastreador do código

Processador de sinal

Rastreador da fase

oscilador

Micropro-cessador

memória

Suprimento de energia

Unidade de comandos e

display

Descarre-gador

externo de dados

22

divididos em multicanais (canais dedicados), seqüenciais e multiplexados.Nos

receptores multicanais, também denominados canais paralelos, cada canal rastreia

continuamente um dos satélites visíveis. No mínimo quatro canais são necessários

para obter posição e correção do relógio em tempo real. Nos receptores

seqüenciais, o canal alterna entre satélites dentro de intervalos regulares,

normalmente não coincidentes com a transmissão dos dados, fazendo com que a

mensagem do satélite só seja recebida completamente depois de várias seqüências.

Microprocessador

o microprocessador é necessário no controle das operações

do receptor (obter e processar o sinal, decodificar a mensagem de navegação), bem

como para calcular posições e velocidades, além de outras funções (por exemplo,

controle dos dados de entrada e saída e mostrar informações). Ele utiliza dados

digitais para efetuar suas funções(Galera ,2000).

2.6.2 Modelo utilizado

Para a implementação do projeto foi utilizado o GPS da GARMIN modelo eTrex

Camo. Foi escolhido este modelo de GPS devido a sua forma de transmissão serial e o

baixo custo perante outros modelos e marcas existentes no mercado. Na tabela 1

observa-se o formato de envio dos dados pelo GPS utilizado.

Descrição do campo Tamanho Formato

23

Inicio do quadro 1 Sempre @

Ano 2 2 últimos dias do UTC ano

Mês 2 UTC mês, 01 .. 12

Dia 2 UTC dia do mês, 01 ... 31

Hora 2 UTC hora, 00 ... 23

Minuto 2 UTC minuto, 00 ... 59

D

ata

e H

ora

Segundo 2 UTC seundo, 00 ... 59

Hemisfério da latitude 1 N ou S

latitude 7 WGS84 ddmmmmm

Hemisfério da longitude 1 E ou W

longitude 8 WGS84 dddmmmmm

Status da posição 1 'd' se posição 2D diferencial

'D' se posição 3D diferencial

'g' se posição 2D atual

'G' se posição 3D atual

'S' se posição simulada

'_' se posição inválida

Erro horizontal 3 Em metros

Sinal da altitude 1 + ou -

p

osi

ção

altitude 5 Abaixo ou acima do nível do mar em

metros

leste/oeste velocidade

direção

1 'E' ou 'W'

leste/oeste

Velocidade magnitude

4 Metros por segundo

("1234" = 123.4 m/s)

norte/sul

velocidade direção

1 'N' or 'S'

norte/sul

velocidade magnitude

4 Metros por segundo

("1234" = 123.4 m/s)

Velocidade vertical

direção

1 'U' (para cima) or 'D' (para baixo)

Vel

oci

dad

e

Velocidade vertical

magnitude

4 Metros por segundo

("1234" = 123.4 m/s)

Fim de quadro 2 Retorno de carro, '0x0D', e nova

linha, '0x0A'

Tabela 1 Formato do quadro de dados enviado serialmente peloGPS

24

2.7 Microcontroladores

Um microcontrolador é um dispositivo utilizado para controlar e monitorar funções

durante um processo.

A partir do advento dos circuitos integrados TTL (Transistor Transistor Logic, Lógica

transistor-transistor), pode-se delinear três gerações no que diz respeito à

implementação de controladores.

Na primeira geração estão os projetos envolvendo circuitos integrados TTL, na

sua maioria. O alto consumo de energia, a grande quantidade de chips envolvidos e a

dificuldade em se realizar reengenharia nos microcontroladores de primeira geração

tornou a segunda geração atraente aos projetistas.

Então, o advento dos microprocessadores possibilitou projetos de circuitos

destinados ao controle, obtendo-se a segunda geração dos controladores. Boa parte

das funções antes implementadas por hardware passaram a ser implementadas por

software.

A terceira geração veio para integrar em um único chip boa parte dessa estrutura.

Microcontroladores da terceira geração integram as funções de um microprocessador,

memória de dados e de instruções, e ainda, dependendo da complexidade, portas

seriais e paralelas bidirecionais, conversores A/D, timers, watchdog e outros(Pereira da

Silva,2000).

2.7.1 Microcontrolador 8051

A partir da década de 80, a família MCS-51 da Intel obteve grande sucesso com

microcontroladores de uso geral com capacidades de memória e I/Os(input/output,

entrada/saída) diferenciados. A família MCS-51 pode incorporar memória de programa

e dados internamente com a possibilidade de expansão de até 64 Kbytes de programa

e mais 64 Kbytes de dados. Permite o acesso a portas internas de I/O, canal de

comunicação serial UART full duplex, interrupções com estrutura nesting com 5 fontes

mascaráveis e dois níveis de prioridade, timers/counters de 16 bits, oscilador interno e

freqüência de clock típica de 12 MHz.

25

A família MCS -51 torna fácil a execução de complexas operações aritméticas e

lógicas (multiplicação, divisão, permuta e deslocamento de bits, etc). Esta família

trabalha com bancos de registradores nominais e também com bits endereçáveis na

RAM (Pereira da Silva,2000).

Outras vantagens do 8051:

Popular: prontamente disponível e amplo suporte. Gama completa de produtos

de suporte estão disponíveis comercialmente.

Rápido e eficaz: a arquitetura se correlaciona de perto com o problema sendo

solucionado (sistemas de controle). Instruções especializadas significam que

menos bytes precisam ser buscados e menos jumps condicionais são

processados.

Baixo custo: alto nível de integração do sistema em um único componente.

Poucos componentes são necessários para se criar um sistema que funcione.

Ampla gama de produtos: uma única família de microcontroladores cobre as

opções que outros fornecedores só conseguem cobrir com um número razoável

de diferentes e incompatíveis famílias. Desse modo, o 8051 proporciona

economia real em termos de custo de ferramentas, treinamento e suporte para

software.

Compatibilidade: opcodes e código binário são os mesmos para todas as

variações do 8051, diferentemente de outras famílias de microcontroladores.

Multi-Sourced: mais de 12 fabricantes e centenas de variedades.

Aperfeiçoamentos constantes: melhorias na manufatura aumentam a

velocidade e potência anualmente. Há ainda versões de 16 bits vindo de

diversos fabricantes.

26

2.8 Porta serial

Diante da necessidade de se comunicar equipamentos à grande distância, foi

criada a transmissão serial. Atualmente, o meio mais utilizado para o transporte serial

de informação é a linha telefônica, privada ou pública, que com a ajuda de aparelhos

dedicados permite a ligação de dois ou mais computadores, por exemplo, em países

diferentes, bastando para tal a disponibilidade da linha telefônica e seus sistemas

próprios (centrais, antenas e até mesmo satélites).

Na transmissão serial, o envio de um certo caractere (vários bits) é feito de tal

forma que cada bit de cada caractere é transmitido de forma seqüencial, um após o

outro.

Para que vários sistemas troquem informações, foi criado um código binário para

cada caractere, de tal forma que exista compatibilidade. Atualmente usa-se o código

ASCII (American Standart Code for Interchange of Information). Neste código, cada

caractere possui seu correspondente em binário, incluindo-se também vários

caracteres de controle e sinais especiais(Pereira da Silva,2000).

A seguir são apresentadas as formas de comunicação serial.

2.8.1 Modo Síncrono de Comunicação

Este modo de comunicação necessita de um sincronismo entre dois sistemas em

comunicação. Este sincronismo é gerado por um conjunto de bits, denominado bits de

sincronismo, que ao serem recebidos pelo elemento receptor, ajustam seu relógio

interno para receberem um conjunto de bits referentes aos dados. Logo após o último

bit de dado, o transmissor envia um conjunto de bits chamado bits de parada, que ao

serem detectados pelo receptor informam que acabaram os bits de dados. Estes bits

de parada podem conter ou não informações a respeito dos bits transmitidos, para

permitirem ao receptor confirmar se recebeu os bits corretamente(Axelson,1998).

27

2.8.2 Modo Assíncrono de Comunicação

Neste modo não existe a necessidade de gerar sincronismo, cada caractere é

transmitido individualmente, e para cada caractere (transmitido bit a bit) existem bits de

início de transmissão (Start bit) e bits de fim de transmissão (Stop bit).

O Start bit é reconhecido pela transição do nível presente na linha de 1 para 0. A

partir desse instante, o clock interno do sistema efetua uma varredura da linha de

tempos em tempos para detectar o nível na mesma, nível este que será associado a

cada bit de forma conveniente. Ao reconhecer o sétimo bit, o sistema fica esperando o

Stop bit, que é a transição de 0 para 1, ou a permanência em nível 1. Neste ponto, o

sistema entra em repouso e fica na espera de um novo Start bit, para iniciar a recepção

de um novo caractere.

Neste modo de transmissão, deve-se garantir que o transmissor e o receptor

operem com a mesma taxa de transmissão e recepção(Axelson,1998).

2.8.3 Canais Simplex, Half-Duplex e Full-Duplex

Existem três maneiras de interligar dispositivos digitais:

1. o modo Simplex de interligação de dispositivos possui um elemento que

apenas transmite e outro que apenas recebe. Exemplo: terminais de dados

e impressoras;

2. outro modo é o Half-Duplex, ou Semiduplex, que permite elementos que

recebem e transmitem dados, embora as duas operações não possam

ocorrer simultaneamente;

3. e o último modo é o Full-Duplex, onde os sistemas podem transmitir e

receber dados simultaneamente(Axelson,1998).

28

2.8.4 Interface serial no 8051

No 8051, a interface serial é do tipo Full-Duplex, isto significa que o

microcontrolador pode receber e transmitir dados simultaneamente, sendo que existem

registros especiais para este fim. O registro para a serial chama-se SBUF (Serial

Buffer) e uma escrita no mesmo implica em automática transmissão do dado escrito,

assim como um dado que chegue no pino de recepção, implicará na automática

operação de recepção por parte do sistema, independentemente do controle do usuário

(desde que o canal serial esteja habilitado e corretamente ajustado)(Pereira da

Silva,2000).

Existem na realidade, dois registros com o mesmo nome SBUF, sendo um para

recepção e outro para transmissão. O reconhecimento é feito pelo sistema através das

instruções que acessarão o mesmo.

2.8.5 Comunicação RS-232 para o 8051

A comunicação RS-232 nasceu da necessidade de se criar um padrão para a

comunicação serial, através da definição de níveis de tensão e de impedância para a

transmissão de dados, permitindo que equipamentos incompatíveis entre si possam ser

interligados(Pereira da Silva,1998).

Os níveis de tensão o padrão RS-232C (o mais difundido atualmente) vão de -15

até + 15 Volts, divididos da seguinte forma:

Nível lógico 0 +5 a + 15 Volts Nível lógico 1 -5 a -15 Volts

Tabela 2 Níveis de tensão para o padrão RS-232C

Fonte: Adaptada de (Axelson, 1998), pág 55

A região entre -5 e + 5 Volts é conhecida como região de transição, e não é

reconhecida pelo sistema.

29

Para que a comunicação possa ser efetuada entre os módulos e o

microcontrolador é necessário à transformação do padrão TTL (natural ao

microcontrolador) para o padrão RS-232 (padrão dos módulos).

2.8.6 Comunicação serial entre os módulos

A comunicação entre o módulo coletor de dados e o GPS é feita serialmente em

modo Simplex (somente o GPS envia dados q são recebidos pelo microcontrolador), 8

bits de dados, sem paridade, com 1 bit de parada e com velocidade de transmissão de

9.600 bps. A transmissão entre o módulo coletor e o módulo de transmissão é efetuada

a 19.200 bps, com 8 bits de dados, sem paridade, com 1 bit de parada e com controle

de fluxo por hardware.

O microcontrolador usado no projeto possui apenas uma porta serial, desta forma

é necessária a comutação entre os dois dispositivos (GPS e celular) conectados na

porta serial, para isso foi utilizado um multiplexador (CD4051BE). Na figura 6 observa-

se o esquema de comutação entre os dispositivos.

2.9 Transmissão

A seguir serão apresentadas as várias formas de transmissão avaliadas para a

implantação no sistema.

microcontrolador TX

RX

GND

Celular

GPS

MUX

RX

TX

GND

GND

TX

P3.2

Figura 6 - Comutação entre dispositivos

30

2.9.1 Rádio freqüência

Os sistemas de comunicação via rádio utilizam ondas eletromagnéticas como

elemento de ligação entre transmissor e receptor. Como essas ondas possuem a

propriedade de irradiarem-se pelo espaço, dispensando a existência de quaisquer

meios físicos para sua transmissão, a implantação de sistemas de comunicação via

rádio é muito facilitada.

Quando comparada aos sistemas via cabo, os sistemas de comunicação via rádio

apresentam as seguintes características: utilizam equipamentos eletrônicos

relativamente complexos para o processamento dos sinais necessários à operação do

sistema, a confiabilidade é menor e depende das condições de propagação da onda

eletromagnética. Em compensação, os custos de implantação são menores para

distâncias superiores a algumas dezenas de quilômetros, apresentando ótima

flexibilidade para ampliações. Essas características tornam os sistemas via rádio

adequados tanto para comunicação à longa distância quanto para comunicação móvel.

Um sistema de comunicação via rádio é composto por, pelo menos, duas

estações de rádio, sendo uma transmissora e outra receptora. Cada estação é

composta por um equipamento de rádio, uma linha de transmissão e uma antena. A

função dos equipamentos de rádio é, no caso do transmissor, gerar sinais de

radiofreqüência e, no caso do receptor, recebê-los; da linha de transmissão é conduzir

o sinal de radiofreqüência do transmissor até a antena, ou da antena até o receptor.

Finalmente, a função da antena é gerar ou captar ondas eletromagnéticas

(Nascimento, 2000).

2.9.2 Transmissão via satélite

O termo satélite empregado atualmente vem do latim satelles ou satellitis, que

significa corpo que gravita em torno de um astro de massa preponderante (dominante),

em particular ao redor de um planeta. Disto vem a necessidade de diferenciação entre

satélites naturais (corpos celestes) e artificiais que são os engenhos construídos pelo

homem. Pode-se dividir os satélites artificiais em duas categorias, satélites de

finalidade e satélites de órbita:

31

2.9.2.1 Finalidade

Dentro dessa categoria, existem os satélites militares, os científicos, navegação e

os de comunicações:

Militares - Segundo consta, cerca de 75% dos satélites lançados a partir de

1957, tem finalidades militares. Desenvolvidos com os objetivos de

telecomunicação, observação, alerta avançado, ajuda à navegação e

reconhecimento, os satélites militares, em função do objetivo a que foram

concebidos, giram em diferentes altitudes e, por conseqüência órbita.

Científicos - Os satélites científicos englobam os meteorológicos, os de

exploração do universo e os de coletas de dados da Terra. Os meteorológicos

visam a óbvia tarefa de identificação do clima, possibilitando a prevenção de

mortes por desastres naturais como furacões ou chuvas de granizo. Já os de

exploração do universo, tem seu alvo voltado justamente para a exploração do

espaço a fim de obter mais conhecimento da Terra, do sistema solar e do

universo como um todo. E, o último dos satélites científicos, o de coleta de

dados, que visa elaboração de informações sobre fenômenos físicos, químicos,

biológicos da superfície da Terra e da atmosfera, através de uma gama infinita

de sensores existentes

Comunicação - Por fim, os satélites de comunicação que são utilizados na

transmissão mundial de informações digitais, especificamente para o mundo

civil. Os satélites de comunicação podem ter acessos múltiplos, isto é, servir

simultaneamente a diversas estações terrestres de localidades ou mesmo de

países diferentes. Um satélite de comunicações atua como uma estação

repetidora da órbita da Terra. Devido à sua enorme altitude, o satélite de

comunicações consegue estabelecer contato entre pontos localizados a milhares

de quilômetros de distância sobre a superfície terrestre. Para se comunicar com

o satélite são necessárias pelo menos duas estações terrenas, que atuam como

estações terminais de rádio (Nascimento, 2000).

32

2.9.2.2 Órbita

Existem três tipos de órbitas que um satélite pode cursar. A primeira e mais

comum delas é a geoestacionária, que é utilizada para fins de comunicação.

Posicionados a uma altitude entre 35800 km e 36000 km, os satélites gastam 23h e 56

min para dar uma vota em torno da Terra que, é o mesmo período de rotação de nosso

planeta. Neste caso a órbita é denominada geo-síncrona apenas. Se o plano da órbita

se confundir com o equador, o satélite parecerá estático a um observador terrestre,

devido ao fato dos dois terem a mesma velocidade angular e eixo de rotação. Para este

caso é atribuído um nome especial, órbita geoestacionária.

Devido a este fato, é disputada a altitude referida sob a linha do equador, já que a fim

de não haver interferência entre satélites os mesmos devem estar afastados de 2 graus

no mínimo. Assim, limita-se em 180 o número de satélites nesta órbita que já possui

satélites de várias finalidades como transmissão de televisão, governamental e militar.

2.9.3 Transmissão via telefonia celular

No Brasil, a telefonia celular tornou-se popular a partir dos anos 90, (com o

aparecimento do AMPS) seguido pelos sistemas celulares digitais TDMA, CDMA e a

poucos anos a tecnologia GSM.

A finalidade de um sistema de telefonia celular é permitir a comunicação entre dois

telefones móveis ou entre telefones móveis e fixos. Para isso, é utilizado um sistema

composto pela rede de telefonia pública comutada (RTPC), que atende os telefones

fixos, e por uma rede de telefonia móvel, composta pela CCC (Central de Controle

Celular) e algumas ERBs (Estações Radiobase), além dos TCs (telefones Celulares). A

CCC comunica-se com ERBs por meio de circuitos de voz e dados.

A comunicação de telefone celular para telefone celular, desde que na mesma

localidade, não passa pela rede telefônica pública comutada. O percurso será via rádio

entre o TC1 e a ERB1, via tronco entre a ERB1 e a CCC e entre a CCC e a ERB2. A

ERB2 comunica-se via rádio com TC2.

A estrutura do sistema celular oferece várias vantagens. A presença de uma

rede de ERBs espalhadas pela cidade proporciona uma menor distância média entre

33

elas e os telefones celulares. Por esse motivo, a potência necessária para a

transmissão é menor, permitindo que as freqüências empregadas na transmissão

possam ser reutilizadas por ERBs afastadas, aumentado o número de usuários

atendidos pelo sistema. A baixa potência de transmissão permite o emprego de

telefones celulares de peso e tamanho reduzidos, além de aumentar a duração da

carga da bateria (Nascimento, 2000).

2.10 Especificação do Hardware

Neste projeto a função do hardware do sistema é coletar os dados das amostras

com uma interface amigável e transmiti-las para a central de geoprocessamento; onde

o hardware deverá fazer a recepção e o tratamento desses dados para que eles

possam ser acessados pelo microcomputador.

O microcontrolador 8051 é o componente principal do hardware por ser de fácil

utilização, reprogramação e por ter disponível portas de entrada e saída para a

comunicação com o módulo de transmissão. Um teclado numérico e um display LCD

também serão acoplados ao microcontrolador.

A figura 7 ilustra o diagrama em blocos do hardware. Pode-se observar o

microcontrolador 8051 gerenciando os dados providos do GPS e do teclado numérico,

mostrando os dados no display LCD e fazendo a comunicação com o módulo

transmissor.

2.10.1 Análise dos meios de transmissão

Foram analisadas três alternativas diferentes para a comunicação de dados, são

elas:

transmissão por rádio freqüência,

transmissão via satélite e

transmissão via celular.

34

Foi feita uma análise a respeito de cada uma das tecnologias, avaliando-se

questões como distância de alcance, capacidade de transmissão, viabilidade

econômica etc.

A transmissão dos dados por rádio freqüência foi descartada devido ao seu

alcance, (máximo 500m para circuitos de baixa potência). Este alcance máximo

limitaria o projeto, pois a transmissão precisa cobrir toda uma área urbana. Foi

levantada a hipótese de se criar repetidoras em vários pontos, mas isso elevaria o

custo e a complexidade do projeto. Poderia-se também usar um módulo de rádio

Figura 8 Diagrama em blocos

freqüência com alta potência, mas desta forma o sistema coletor perderia a função

proposital inicial do projeto, que é a de ser um sistema leve e portátil.

Display LCD Microcontrolador

8051

Teclado numérico

Módulo transmissor

Módulo receptor

PC

Meio de transmissão

celular

GPS

Coordenadas

Dados sobre acidentes

Dados Para visualização

35

Para a transmissão via satélite foi analisado o serviço de rede de satélites de

baixa órbita Orbcomm, que é formado por uma constelação de 42 satélites que estão a

cerca de 830Km de altitude, por isso é denominado de baixa órbita. O custo do serviço

Orbcomm inclui uma mensalidade mínima de R$ 65,00 (sessenta e cinco reais), valor

este dependente do volume de dados transmitido. A utilização deste serviço ainda

implica na aquisição dos módulos receptor e transmissor com custo de R$

750,00(setecentos e cinqüenta reais) para o conjunto. A este valor pode ser acrescido

o preço de uma antena que pode vir a ser necessária.

A transmissão por satélite de baixa órbita é o meio de transmissão que mais

atendeu aos requisitos do sistema, funcional em toda área (no caso em uma cidade

inteira) e acoplamento ao módulo coletor e ao módulo de conversão do formato de

dados extremamente simples. Porém, devido ao seu alto custo operacional esta

abordagem foi inviabilizada.

De forma a utilizar uma rede de comunicação de dados já inteiramente pronta, e a

sua confiabilidade perante o sistema de rádio transmissão e ao seu custo médio total, a

tecnologia adotada para o projeto é a de telefonia celular. Utilizando a telefonia celular

foram avaliadas duas formas diferentes de transmissão, são elas:

Mensagens custas de texto (SMS) e

Transmissão celular utilizando modem.

A transmissão por mensagens de texto foi descartada devido a alguns fatores

como:

não garantia do recebimento da mensagem;

não há confirmação do recebimento da mensagem;

e o tempo indeterminado para chegar ao destino, podendo chegar

instantâneamente ou demorar algumas horas.

A transmissão por SMS também necessita de dois telefones celulares (um para o

módulo coletor e outro para a central de geoprocessamento) acarretando desta forma

um custo maior ao projeto.

O meio escolhido foi a transmissão por modem celular, desta forma a recepção é

feita por um computador conectado a uma linha telefônica comum. Com esta forma de

transmissão existe a garantia de que os dados são recebidos em tempo real, caso haja

um erro na transmissão o operador imediatamente fica ciente e deve tentar novamente

o envio dos dados.

36

Esta forma de comunicação foi o meio mais econômico encontrado, já que é

necessário apenas um telefone celular, e um modem conectado a uma linha telefônica.

O custo da transmissão é de uma ligação celular-telefone fixo com tempo de 30s,

variando entre R$ 0,25 e R$ 0,60, conforme o horário da comunicação. Este valor

viabiliza o pequeno volume de dados que será transmitido. Para um sistema comercial

de grande escala e grande volume de dados transmitido este valor se tornaria inviável.

2.10.2 Lista de componentes

A seguir é apresentada a lista de componentes utilizados:

baterias de 9V;

cabos;

capacitores;

circuito integrado CD4051, 74373;

conectores DB -9 macho e fêmea;

display LCD;

fonte de alimentação;

microcontrolador 8031;

EPROM

GPS;

celular;

diodos;

cristal;

resistores e

regulador de tensão.

37

2.10.3 Diagrama do hardware

O hardware pode ser dividido em duas partes: coleta dos dados e transmissão

dos dados.

Na coleta dos dados está a parte de interface com o usuário e comunicação com

o módulo de GPS. A comunicação entre o microcontrolador e o módulo GPS é feita

pela porta serial. A figura 8 ilustra esse módulo:

No módulo de transmissão dos dados, estão presentes os módulos de

transmissão celular para envio e recepção e a conexão com o computador. A

comunicação entre o microprocessador e o módulo de transmissão também é feita

serialmente, como pode-se observar na figura 9:

Figura 9 Diagrama do módulo transmissor

Módulo de transmissão

celular

Módulo de recepção

celular

microcontrolador

Teclado numérico dos

dados

GPS

Microcontrolador 8051

display

Figura 8 Diagrama do hardware coletor de dados

usuário

38

O microcontrolador faz o controle e sincronização dos dados, na verdade ele é

responsável por receber os dados digitados no teclado, mostrar a atual situação no

display, receber as coordenadas do módulo GPS e enviar todos estes dados

formatados para o módulo de transmissão celular. Na figura 10 observa-se o

fluxograma do programa do microcontrolador:

39

Figura 10 Fluxograma do programa do microcontrolador

Ler do teclado

Verificar o dado

N

Ler do teclado

S

Verificar o dado

N

Comunicação com módulo

GPS

S

Mostrar no display

Mostrar no display

Comunicação com módulo de

transmissão celular

FIM

início

40

2.10.4 Esquemático do circuito

Na figura 11 apresenta-se o esquemático do circuito baseado no microcontrolador

80C31 utilizado no hardware:

Figura 11 - Esquemático do circuito utilizado no hardware

2.11 Especificação do software

O ambiente de desenvolvimento do software para recepção e conversão dos

dados para a estação de geoprocessamento é utilizado o compilador Borland Builder

C++ 5.0, e a linguagem de programação é o C++.

Para o geoprocessamento foi adquirida ou uma base geográfica compatível com o

formato do software ARCVIEW 8.1, utilizando as suas facilidades nativas de banco de

dados e de interface com o usuário.

41

A função do software de geoprocessamento é a de mostrar ao usuário todos os

pontos do mapa onde ocorreram acidentes de trânsito, com informações do número de

vítimas e feridos, bem como analisar onde ocorrem o maior número de acidentes com

vítimas fatais, feridos e etc.

Na figura 12 é apresentado o diagrama de contexto do sistema. Este diagrama

mostra o relacionamento entre as entidades externas e o sistema de software.

Figura 12 Diagrama de contexto do software

2.11.1 Software de recepção e conversão dos dados

Este software foi desenvolvido em C++, possui a função de controlar o modem,

receber os dados e inseri-los no banco de dados. Este software deve estar sempre em

execução para que os dados possam ser recepcionados. Esta parte do projeto é

responsável por alterar os dados para o formato do sistema suportado pelo ARCVIEW

8.1 e também transformar as coordenadas para o sistema métrico.

42

2.11.2 SGBD (sistema gerenciador de banco de dados)

A tecnologia aplicada aos métodos de armazenamento de informações vem

crescendo e gerando um impacto cada vez maior no uso de computadores, em

qualquer área em que os mesmos podem ser aplicados.

Um banco de dados pode ser definido como um conjunto de dados

devidamente relacionados. Por dados pode-se compreender como fatos conhecidos

que podem ser armazenados e que possuem um significado implícito. Um banco de

dados possui as seguintes propriedades:

um banco de dados é uma coleção lógica coerente de dados com um

significado inerente;

uma disposição desordenada dos dados não pode ser referenciada como um

banco de dados;

um banco de dados é projetado, construído e populado com dados para um

propósito específico;

um banco de dados possui um conjunto pré definido de usuários e aplicações.

Um banco de dados pode ser criado e mantido por um conjunto de aplicações

desenvolvidas especialmente para esta tarefa ou por um Sistema Gerenciador de

Banco de Dados (SGBD). Um SGBD permite aos usuários criarem e manipularem

bancos de dados de propósito geral. O conjunto formado por um banco de dados mais

as aplicações que manipulam o mesmo é chamado de Sistema de Banco de Dados .

Neste projeto foi utilizado o PARADOX como SGBD. O banco de dados têm a

função de interligar o software de aquisição dos dados e o aplicativo de

geoprocessamento.

Os dados são inseridos no banco de dados pelo software de aquisição e lidos

pelo ARCVIEW. Todas as alterações no banco efetuada pelo software de aquisição são

refletidas na visualização do usuário no aplicativo de geoprocessamento. Abaixo está

a tabela usada no projeto, X e Y representam as coordenadas do acidente (latitude

e longitude), fatais o número de vítimas fatais e feridos o número de feridos no

acidente e os dois últimos campos são data e hora do acidente.

43

X Y feridos fatais data hora

-25.0283890

-47.1703583

0 0 13/02/2004 17:04:00

-25.0659251

-47.2000114

1 3 14/02/2004 12:56:45

-25.6789124

-47.4560235

5 0 17/10/2004 14:34:08

Tabela 3 -Exemplo da tabela utilizada no banco de dados

2.12 Especificação da validação do projeto

Os módulos de Hardware, por ter seu processamento controlado pelo

microcontrolador 8051, envolvem conceitos de microprocessadores, sistemas digitais e

instrumentação eletrônica no módulo controlador e no módulo de transmissão.

Os módulos de software envolvem conceitos de programação em linguagem C++,

e a utilização do ARCVIEW envolve conceitos de geoprocessamento e conhecimentos

em banco de dados.

Os testes e simulações serão feitos separadamente para cada módulo do projeto,

para, finalmente, haver um acoplamento entre todos os módulos. Uma atenção

especial será dada ao módulo de transmissão, por ser um módulo crítico do projeto.

2.13 Custos

A seguir é apresentado a tabela de estimativa de custos do projeto, estão

relatados os recursos necessários para o desenvolvimento do projeto e os seus

respectivos preços em reais.

44

Descrição Custo em reais (R$) Microsoft Windows XP profesional 1.247,00 Microsoft Office 2003 acadêmico 539,00 Borland C++ Builder 6 profesional 2.490,00 ESRI Arcview gis 8.3 4.500,00 Telefone celular 120,00 GPS 400,00 Componentes 200,00 Cabos e conectores 20,00 Gastos com transmissões 150,00 Gravador de memória 400,00 Horas despendidas (1000h) 4.000,00 Total 14.066,00

Tabela 4 Custos

2.14 Cronograma

A seguir é apresentado o cronograma do projeto com inicio no mês de março e

término no mês de dezembro.

45

46

2.15 Descrição do software

O software do sistema é dividido em dois módulos: módulo de aquisição dos

dados pela porta serial e o módulo de tratamento dos dados ( módulo para gerar

informações).

O módulo de aquisição dos dados pela porta serial foi desenvolvido em linguagem

C++ com o compilador Borland C++ Builder. Este módulo faz a comunicação com o

modem, recebe os dados e os formata no padrão de dados do software ArcView.

No módulo de tratamento dos dados está a visualização gráfica e os cálculos

estatísticos. Neste módulo será utilizado o software ArcView. Este software utiliza uma

linguagem de programação nativa (interna) que será utilizada para o desenvolvimento

de mapas, cálculos estatísticos e gerenciamento dos dados.

2.15.1 Casos de uso

Coletor de dados

Inserir dados sobre acidentes de

trânsito

Consultar o sistema

Usuário

47

Roteiro dos casos de uso:

-Nome: Inserir dados sobre acidentes de trânsitos;

-Caminho básico: O coletor de dados fornece ao sistema os dados sobre acidentes de

trânsito e estes são enviados para a central de geoprocessamento;

-Caminho de exceção: Os dados são fornecidos ao sistema incorretamente ou ocorreu

erro na transmissão.

-Nome: Consultar o sistema;

-Caminho básico: O usuário consulta as informações geradas e visualiza graficamente

as informações;

-Caminho de exceção: O sistema não possui os dados para gerar as informações;

-Nome: Alterar base-geográfica;

-Caminho básico: O administrador altera a base-geográfica do sistema;

-Nome: Inserir base-geográfica;

-Caminho básico: O administrador insere uma nova base-geográfica no sistema;

Administrador

Alterar base-geográfica

Inserir base-geográfica

48

2.15.2 Diagrama de caso de uso

Insere base-geográfica

Altera base-geográfica

Consulta o sistema

Insere novos dados

administrador

usuário

Coletor de dados

49

2.15.3 Diagrama de classes (do software de aquisição)

2.15.4 Diagrama de seqüência

Nos próximos itens são mostrados os diagramas de seqüência do software do

projeto.

2.15.4.1 Inserir dados sobre acidentes de trânsito

O diagrama mostra as etapas da entrada de um novo dado no sistema até a sua

inserção no banco de dados.

Cserial Ccontrole Cmodem

+ void outport (dado); + int inport();

Ccontrole(); ~Ccontrole(); +Void ativa(int porta); +Void transforma();

Cmodem(); ~Cmodem(); +void recepciona();

1...*

1 0..*

1

CBroker

Cbroker() ~Cbroker(); void dematerialize(x,y,fat,ferid);

- int porta; - float x; - float y; - int fatais; - int feridos;

-Char leitura;

- char buffer;

-Tquery *query

1

0..*

50

2.15.4.2 Consultar o sistema

O diagrama mostra a consulta do usuário ao sistema.

2.15.4.3 Inserir base-geográfica

O diagrama mostra o administrador do sistema inserindo uma nova base-

geográfica no sistema.

Usuário Sistem Geo

1. Consultar ()

Administrador Sistem Geo

1. Inserir ()

Cserial Ccontrole

Cmodem

1. int inport();

2. recepciona();

3.void recepciona();

Novo dado

CBroker

4.void desmaterialize (x,y,fat,ferid);

51

2.15.4.4 Alterar Base-geográfica

O diagrama mostra o administrador do sistema alterando a base-geográfica do

sistema.

Administrador Sistem geo

1. Alterar ()

52

3 RESULTADOS

Para a validação do projeto foram realizados vários testes, procurando-se coletar

o maior número de pontos possíveis. A localização de pontos coletados no mesmo

local varia um pouco devido a precisão do GPS utilizado, o GPS possui precisão de 10

metros.

Na figura 13 observa-se a tela principal do sistema de geoprocessamento,

mostrando a saída do sistema, onde pode-se observar o mapa da cidade de Curitiba,

com as linhas verdes representando as ruas e avenidas e os pontos registram cada

acidente de trânsito individualmente.

Figura 13 - Tela principal do sistema

Na figura 14 observa-se a mesma tela de saída, mas com um zoom aplicado na

área central da cidade de Curitiba.

53

Figura 14 - Tela principal com aproximação sobre os pontos

Na figura 15 é mostrada a caixa pesquisar , esta caixa permite ao usuário efetuar

pesquisa sobre os pontos.

Figura 15- Caixa de pesquisa

54

Na figura 16 observa-se o momento após a pesquisa ser realizado, onde são

selecionados os pontos que atendem aos requisitos da pesquisa.

Figura 16- Pesquisa realizada

A figura 17 mostra a caixa de informações sobre um ponto, esta caixa é aberta

quando é utilizada a ferramenta info e é clicado sobre um ponto que representa um

acidente.

55

Figura 17- Informações sobre um ponto

A figura 18 mostra a diferença de localização entre dois pontos coletados no

mesmo local, está diferença é devido a imprecisão do GPS utilizado no projeto.

Figura 18- Diferença entre dois pontos com mesma localização

56

4 CONCLUSÃO

O projeto implementado proporcionou estudos sobre assuntos e detalhes não

vistos anteriormente, como transmissão por telefonia celular, GPS e conceitos

geográficos. Os resultados obtidos foram os esperados, conseguindo cumprir as

funcionalidades propostas, além disso sua implementação mostrou-se viável.

Entretanto para que o projeto torne-se comercialmente viável há vários aspectos

que devem ser alterados, pode-se citar:

Alteração do meio de transmissão, pelo estudo realizado a melhor forma

mostrou ser a transmissão por satélite e baixa órbita e

Substituir o GPS por um módulo GPS que possa ser acoplado diretamente ao

microcontrolador, eximindo o usuário de seu funcionamento e configurações.

57

5 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Rs-485 links and Networks. Madison, WI ,USA, Lakeview Research, 1998.

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ArcView GIS. The geographic information system (GIS) for everyone.

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PAREDES, E.A Sistema de informação geográfica, princípios e aplicações

(geoprocessamento). São Paulo, Érica, 1994.

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ORMSBY, T. Extending ArcView GIS. Teach yourself to use ArcView GIS

extensions. Redlands, CA, USA, Environmental Systems Research Institute,

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Sermograf, 1997.

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