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SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA PARA GESTÃO AMBIENTAL NA POLÍCIA MILITAR AMBIENTAL DE LAGES/SC Daiana Petry 1 , Sílvio Luís Rafaeli Neto 2 , Leonardo Josoé Biffi 3 , André Leonardo Bortolotto Buck 4 , Luiz Claudio Schneider 5 1 Cientista da Computação, Professora Assistente do Depto. de Engenharia Ambiental e Sanitária, UDESC, Lages-SC, [email protected] 2 Engº. Agrônomo, Professor Associado do Depto. de Engenharia Ambiental e Sanitária, UDESC, Lages-SC, [email protected] 3 Engº. Agrônomo, Professor Assistente do Depto. de Engenharia Ambiental, UDESC, Lages-SC, [email protected] 4 Eng. Florestal, Analista em Geoprocessamento, AMURES, Lages-SC, [email protected] 5 Bacharel em Direito, Sub Tenente da Polícia Militar Ambiental, 1ª Cia do 2 Batalhão da PMA-SC, Lages-SC, [email protected] RESUMO: O objetivo principal deste trabalho é apresentar o desenvolvimento de um Sistema de Informação Geográfica, composto de um banco de dados geográficos e de uma interface Web, a fim de possibilitar o acompanhamento/monitoramento de todas as atividades realizadas pela PMA/SC, e fornecer recursos (relatórios) que facilitem e agilizem o planejamento estratégico e tomada de decisão da instituição baseando-se na realidade da unidade. A PMA tem como finalidade e atribuição legal a proteção do meio ambiente, executando tarefas de fiscalização, monitoramento e prevenção de infrações ambientais. Espera-se que os recursos disponíveis no sistema possam oferecer embasamento para melhores decisões operacionais, gerenciais e estratégicas, diminuição de custos operacionais e gerenciais, melhoria da eficiência e da eficácia dos processos decisórios e melhor utilização dos recursos humanos, materiais e financeiros. PALAVRAS-CHAVE: PostgreSQL/PostGIS, Quantum GIS, gestão ambiental. INTRODUÇÃO: Sistemas de Informação Geográfica (SIG) podem ser definidos como aplicações desenvolvidas com a finalidade de prover a persistência e o processamento de dados (geográficos e não geográficos) a fim de possibilitar a geração de relatórios e mapas cartográficos que visam principalmente o apoio no processo decisório e de planejamento estratégico de uma instituição. Um SIG pode ser utilizado nos níveis operacional, gerencial ou planejamento em uma organização. No nível operacional, um dos objetivos de utilizar SIG é melhorar a eficiência operacional através do aumento da produtividade e da economia de recursos, bem como a melhoria da qualidade na execução de tarefas. As decisões gerenciais são de cunho tático e lidam principalmente com dados agregados na forma de relatórios, gráficos, tabelas e mapas. No nível de planejamento se encontram as decisões de caráter estratégico da organização (FERRARI JÚNIOR, 1997; LONGLEY et al. 2013). A Polícia Militar Ambiental (PMA) possui a atribuição legal de proteção do meio ambiente natural, o que inclui os sistemas e subsistemas naturais associados à flora, à fauna, aos recursos naturais renováveis e não renováveis. Assim, cabe à PMA não somente a fiscalização/punição, mas também o monitoramento das questões ambientais, de forma a estabelecer estratégias que atuem diretamente na inibição de infrações. Desta forma, o objetivo deste trabalho é apresentar o SIG desenvolvido para a PMA da cidade de Lages/SC, no intuito de contribuir para um melhor conhecimento geográfico da sua área de atuação, melhoria dos processos operacionais e gerenciais e uma maior disponibilidade de embasamento para decisões de cunho operacional, gerencial e estratégico, o que certamente refletirá numa melhor utilização dos recursos humanos, materiais e financeiros da instituição. MATERIAL E MÉTODOS: O desenvolvimento do SIG para a Companhia da PMA de Lages/SC iniciou em fevereiro de 2016 com a análise minuciosa da área de atuação da Companhia (Figura 1), bem como de suas atribuições, a fim de projetar (gerar modelos conceitual e lógico) o SIG a ser desenvolvido. Para esta análise de requisitos contou-se com a expertise dos profissionais da CIA, bem como com o acesso aos processos fisicamente armazenados no local. Para o projeto do banco de dados 599

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SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA PARA GESTÃO AMBIENTAL NA POLÍCIA MILITAR AMBIENTAL DE LAGES/SC

Daiana Petry1, Sílvio Luís Rafaeli Neto2, Leonardo Josoé Biffi3, André Leonardo Bortolotto Buck4, Luiz Claudio Schneider5

1Cientista da Computação, Professora Assistente do Depto. de Engenharia Ambiental e Sanitária, UDESC, Lages-SC, [email protected]

2Engº. Agrônomo, Professor Associado do Depto. de Engenharia Ambiental e Sanitária, UDESC, Lages-SC, [email protected] 3Engº. Agrônomo, Professor Assistente do Depto. de Engenharia Ambiental, UDESC, Lages-SC, [email protected]

4Eng. Florestal, Analista em Geoprocessamento, AMURES, Lages-SC, [email protected] 5 Bacharel em Direito, Sub Tenente da Polícia Militar Ambiental, 1ª Cia do 2 Batalhão da PMA-SC, Lages-SC, [email protected]

RESUMO: O objetivo principal deste trabalho é apresentar o desenvolvimento de um Sistema de Informação Geográfica, composto de um banco de dados geográficos e de uma interface Web, a fim de possibilitar o acompanhamento/monitoramento de todas as atividades realizadas pela PMA/SC, e fornecer recursos (relatórios) que facilitem e agilizem o planejamento estratégico e tomada de decisão da instituição baseando-se na realidade da unidade. A PMA tem como finalidade e atribuição legal a proteção do meio ambiente, executando tarefas de fiscalização, monitoramento e prevenção de infrações ambientais. Espera-se que os recursos disponíveis no sistema possam oferecer embasamento para melhores decisões operacionais, gerenciais e estratégicas, diminuição de custos operacionais e gerenciais, melhoria da eficiência e da eficácia dos processos decisórios e melhor utilização dos recursos humanos, materiais e financeiros. PALAVRAS-CHAVE: PostgreSQL/PostGIS, Quantum GIS, gestão ambiental. INTRODUÇÃO: Sistemas de Informação Geográfica (SIG) podem ser definidos como aplicações desenvolvidas com a finalidade de prover a persistência e o processamento de dados (geográficos e não geográficos) a fim de possibilitar a geração de relatórios e mapas cartográficos que visam principalmente o apoio no processo decisório e de planejamento estratégico de uma instituição. Um SIG pode ser utilizado nos níveis operacional, gerencial ou planejamento em uma organização. No nível operacional, um dos objetivos de utilizar SIG é melhorar a eficiência operacional através do aumento da produtividade e da economia de recursos, bem como a melhoria da qualidade na execução de tarefas. As decisões gerenciais são de cunho tático e lidam principalmente com dados agregados na forma de relatórios, gráficos, tabelas e mapas. No nível de planejamento se encontram as decisões de caráter estratégico da organização (FERRARI JÚNIOR, 1997; LONGLEY et al. 2013). A Polícia Militar Ambiental (PMA) possui a atribuição legal de proteção do meio ambiente natural, o que inclui os sistemas e subsistemas naturais associados à flora, à fauna, aos recursos naturais renováveis e não renováveis. Assim, cabe à PMA não somente a fiscalização/punição, mas também o monitoramento das questões ambientais, de forma a estabelecer estratégias que atuem diretamente na inibição de infrações. Desta forma, o objetivo deste trabalho é apresentar o SIG desenvolvido para a PMA da cidade de Lages/SC, no intuito de contribuir para um melhor conhecimento geográfico da sua área de atuação, melhoria dos processos operacionais e gerenciais e uma maior disponibilidade de embasamento para decisões de cunho operacional, gerencial e estratégico, o que certamente refletirá numa melhor utilização dos recursos humanos, materiais e financeiros da instituição. MATERIAL E MÉTODOS: O desenvolvimento do SIG para a Companhia da PMA de Lages/SC iniciou em fevereiro de 2016 com a análise minuciosa da área de atuação da Companhia (Figura 1), bem como de suas atribuições, a fim de projetar (gerar modelos conceitual e lógico) o SIG a ser desenvolvido. Para esta análise de requisitos contou-se com a expertise dos profissionais da CIA, bem como com o acesso aos processos fisicamente armazenados no local. Para o projeto do banco de dados

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geográfico, o qual cumprirá o papel de persistência dos dados no SIG, foi utilizada a ferramenta StarUML, com o módulo OMT-G (Borges, 1997). Como sistema gerenciador do banco de dados, optou-se pelo PostgreSQL/PostGIS em ambiente servidor, e do SIG Quantum GIS como cliente. As operações espaciais complexas são realizadas no Quantum GIS e armazenadas no PostgreSQL/PostGIS. Para a interface com o usuário optou-se pela implementação de um sistema Web baseando, principalmente, nos padrões de desenvolvimento Web recomendados pelo W3C (World Wide Web Consortium), tais como HTML, CSS, JavaScript, Ajax e PHP. Na expectativa de contribuir para tonar mais ágil a chegada dos policiais nos locais das ocorrências, paralelamente à modelagem do SIG, foram vetorizadas as estradas de toda a região da área de atuação da CIA de Lages, inclusive aquelas localizadas nas áreas rurais e que não se encontram disponíveis nas plataformas de download de mapas. Esta vetorização foi realizada a partir de ortofotos.

Figura 1 – Área de atuação da PMA da cidade de Lages/SC, abrangendo 23 municípios pertencentes principalmente à região serrana do Estado de Santa Catarina. Neste mapa os municípios estão categorizados de acordo com sua área (Fonte: próprios autores, 2017). Para validar a solução desenvolvida, foram realizados dois formatos de teste. O primeiro formato decorreu da alimentação do sistema através da digitalização dos processos físicos arquivados na companhia. Essa digitalização foi realizada por pessoal com conhecimento técnico dos procedimentos da PMA e treinado para a utilização do sistema. Depois desse primeiro teste e adaptações identificadas como necessárias devidamente efetivadas, realizou-se o segundo formato de teste. Neste segundo formato partiu-se para a digitalização dos processos pelos próprios policiais da PMA ao retornarem de seus atendimentos do dia. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A partir da análise de requisitos realizada, produziram-se os modelos conceitual e lógico do sistema utilizando a metodologia OMT-G. A Figura 2 exemplifica algumas das classes que compõem o modelo do banco de dados geográficos gerado, as quais identificam a ideia central do sistema.

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Figura 2 – Parte das classes modeladas para o banco de dados geográficos (Fonte: próprios autores). Para cumprir os objetivos do projeto, foi necessário desenvolver um sistema que possibilitasse a gestão de ocorrências e possíveis infrações decorrentes. Chamou-se de ocorrência todo e qualquer atendimento dos policiais. Deu-se o nome de infração àquelas ocorrências nas quais fossem evidenciadas atitudes que infringissem as leis ambientais, ou seja, que gerassem infrações ambientais. Assim, fazendo a gestão tanto das ocorrências quanto das infrações, possibilitou-se à companhia uma visão geral de todo o trabalho por ela realizado e não apenas baseando-se naqueles casos de punição. Destaca-se que a PMA atua diariamente em muito mais do que autuar infratores, pois trabalha intensamente com ações e programas de educação ambiental, patrulhamentos, barreiras, vistoriando pontos turísticos, atendendo requisições de outros órgãos públicos, entre outras ações. A Figura 3 apresenta um mapa gerado com as ocorrências atendidas pela companhia no ano de 2015.

Figura 3 – Ocorrências atendidas pela PMA de Lages/SC no ano de 2015, categorizadas de acordo com a origem do chamado, como por exemplo: Denúncia, Requisição, Educação Ambiental, etc. (Fonte: próprios autores). Poder analisar espacialmente estas ações e relacionar com as autuações ambientais pode ser de grande valia tanto para avaliar a eficácia de ações já realizadas quanto para traçar estratégias para próximas ações. Quanto àquelas ocorrências que acarretam em autuação, ou seja, às infrações, identificou-se a necessidade de gerenciá-las de acordo com a natureza da infração e com a característica da autuação. Algumas das principais naturezas de infrações ambientais são Flora, Fauna e Poluição. As duas características de autuação gerenciadas pelo sistema são Apreensão e Embargo. A tipificação da natureza das infrações possibilita um embasamento ainda mais específico para a tomada de decisões

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principalmente quanto ao planejamento de quais ações precisam ser realizadas e onde (espacialmente) estas ações possuem maior urgência, a fim de atuar na inibição de recorrência. O gerenciamento das apreensões de bens e dos embargos realizados é também de grande importância, pois para cumprir sua missão e atribuição legal, a PMA não encerra uma ocorrência no momento em que ocorre a autuação, mas sim quando tudo o que possa ter decorrido da mesma seja solucionado. Sendo assim, para considerar uma ocorrência (atendimento) que gerou infração finalizada, é necessário que o processo administrativo seja julgado, que os possíveis bens apreendidos sejam devidamente destinados (solturas, doações, inumações, etc.) e que as possíveis áreas embargadas sejam consideradas recuperadas e novamente liberadas para o proprietário. A Figura 4 apresenta um mapa gerado com as infrações autuadas pela companhia no ano de 2015.

Figura 4 – Infrações autuadas pela PMA de Lages/SC no ano de 2015, categorizadas de acordo com a natureza, como por exemplo: Flora, Fauna, Poluição, etc. (Fonte: próprios autores). A Figura 5 apresenta parte de uma tela do Sistema Web desenvolvido para a interface com o usuário. Trata-se da tela inicial do sistema, a qual disponibiliza todas as opções de interação com o usuário.

Figura 5 – Tela inicial do sistema. (Fonte: próprios autores, 2017).

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Como exemplificação de análises espaciais dos dados foi gerado um mapa de calor das infrações do ano de 2015. A Figura 6 apresenta esse mapa.

Figura 6 – Mapa de calor das infrações ambientais de 2015, mostrando uma maior concentração na cidade de Lages, seguida da área rural de São José do Cerrito (Fonte: próprios autores). Conforme mencionado anteriormente, durante o desenvolvimento do sistema foi gerado um mapa com as estradas da região. O projeto neste momento entrou em sua segunda fase que é o desenvolvimento de uma interface de entrada para ser usada em dispositivos móveis. Essa interface servirá para que os dados dos atendimentos sejam inseridos no sistema in loco e também para auxiliar e agilizar a chegada dos policiais nos locais dos atendimentos considerando a geração de rotas que levam em conta restrições de acordo com atributos de vias, como largura, extensão, pavimento, estado de conservação, declividade, entre outros. CONCLUSÕES: A partir da análise de requisitos realizada na PMA de Lages foi possível compreender os procedimentos realizados pela companhia e gerar um modelo de dados conciso e completo. O Sistema Web já está desenvolvido e sendo utilizado pelos policiais. Já é possível utilizar relatórios e análises espaciais de forma cumprir os objetivos iniciais do sistema. O projeto encontra-se na fase de desenvolvimento de uma interface de entrada via dispositivos móveis a fim de facilitar a alimentação do sistema durante os atendimentos.

AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem à PMA de Lages/SC e à FIEPE pelo apoio de articulação e financeiro e aos bolsistas pelo suporte operacional.

REFERÊNCIAS: BORGES, K. A. V. Modelagem de dados geográficos: uma extensão do modelo OMT para aplicações geográficas. Dissertação (Mestrado em Administração Pública). Fundação João Pinheiro: Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, 1997. FERRARI JÚNIOR, R. Viagem ao SIG: planejamento estratégico, viabilização, implantação e gerenciamento de sistemas de informação geográfica. Curitiba: Sagres, 1997. 178 p. LONGLEY, P.A.; GOODCHILD, M.F.; MAGUIRE, D.J.; RHIND, D.W. Sistemas e ciência da informação geográfica. 3 ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. 540p.

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