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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO UNIRIO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS ESCOLA DE BIBLIOTECONOMIA Av Pasteur, 458 - sala 404 - Prédio do CCH - Urca RJ cep.: 22290-040 O SISTEMA DE LOCALIZAÇÃO FIXA COMO RECURSO DE PRESERVAÇÃO E ACESSO A LIVROS RAROS E ACERVOS DE MEMÓRIA Eixo temático: Políticas e projetos de conservação e preservação de acervos AUTORAS Carolina Marques Paula Estudante do 4º período da Escola de Biblioteconomia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro UNIRIO. Estagiária da Divisão de Obras Raras da Fundação Biblioteca Nacional. E-mail: [email protected] Lílian Alves de Oliveira Estudante do 5º período da Escola de Biblioteconomia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro UNIRIO. Estagiária da Divisão de Obras Raras da Fundação Biblioteca Nacional. E-mail: [email protected]

Sistema de localização fixa como recurso de preservação e acesso a livros raros e acervo de memória

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Objetiva mostrar as vantagens na utilização do Sistema de Localização Fixa para a guarda de acervos raros e especiais, demonstrando que a simplicidade do método não desqualifica a sua funcionalidade,

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – UNIRIO

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

ESCOLA DE BIBLIOTECONOMIA

Av Pasteur, 458 - sala 404 - Prédio do CCH - Urca – RJ cep.: 22290-040

O SISTEMA DE LOCALIZAÇÃO FIXA COMO RECURSO DE PRESERVAÇÃO E

ACESSO A LIVROS RAROS E ACERVOS DE MEMÓRIA

Eixo temático: Políticas e projetos de conservação e preservação de acervos

AUTORAS

Carolina Marques Paula

Estudante do 4º período da Escola de Biblioteconomia da Universidade Federal do Estado do

Rio de Janeiro – UNIRIO.

Estagiária da Divisão de Obras Raras da Fundação Biblioteca Nacional.

E-mail: [email protected]

Lílian Alves de Oliveira

Estudante do 5º período da Escola de Biblioteconomia da Universidade Federal do Estado do

Rio de Janeiro – UNIRIO.

Estagiária da Divisão de Obras Raras da Fundação Biblioteca Nacional.

E-mail: [email protected]

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O SISTEMA DE LOCALIZAÇÃO FIXA COMO RECURSO DE PRESERVAÇÃO E

ACESSO A LIVROS RAROS E ACERVOS DE MEMÓRIA

Carolina Marques Paula1

Lílian Alves de Oliveira2

Resumo

Objetiva mostrar as vantagens na utilização do Sistema de Localização Fixa para a guarda de

acervos raros e especiais, demonstrando que a simplicidade do método não desqualifica a sua

funcionalidade, uma vez que, devido as suas características intrínsecas, permite a

administração do acervo no ambiente de guarda e a sua conservação, fator de grande

relevância em se tratando de obras com essas propriedades. Através de pesquisa realizada -

auxiliada por conversação direta com os bibliotecários responsáveis por acervos de

importância reconhecida na cidade do Rio de Janeiro e busca de bibliografia que abordasse

tanto o sistema quanto a sua utilização na conservação - conclui-se que os equívocos

ocorridos na sua utilização, conseqüentes da falta de bibliografia a respeito do Sistema, são

causadores do seu desprestígio.

Palavras-chave: SALVAGUARDA DE ACERVOS RAROS. LOCALIZAÇÃO FIXA.

ORGANIZAÇÃO DE LIVROS. ORGANIZAÇÃO ANTIGA.

1 Estudante do 4º período da Escola de Biblioteconomia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO.

Estagiária da Divisão de Obras Raras da Fundação Biblioteca Nacional.

E-mail: [email protected]

2

Estudante do 5º período da Escola de Biblioteconomia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO.

Estagiária da Divisão de Obras Raras da Fundação Biblioteca Nacional.

E-mail: [email protected]

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SUMÁRIO

1 Introdução ......................................................................................................... 4

2 Características do Sistema de Localização Fixa ........................................... 5

2.1 Tipos de “Fantasma” ...................................................................................... 6

3 Notação .............................................................................................................. 7

3.1 Teoria ................................................................................................................ 8

4 Armazenamento e Conservação....................................................................... 10

5 O Sistema de Localização Fixa em bibliotecas do Rio de Janeiro:............... 12

5.1 Real Gabinete Português de Leitura............................................................... 13

5.2 Biblioteca Histórica do Itamaraty .................................................................. 14

5.3 Biblioteca Nacional do Brasil .......................................................................... 15

5.3.1 Divisão de Obras Raras ................................................................................... 16

Conclusão ......................................................................................................... 18

Abstract ............................................................................................................ 19

Bibliografia ....................................................................................................... 19

Agradecimentos ................................................................................................ 20

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INTRODUÇÃO

Por muitos séculos, os livros eram armazenados nas bibliotecas com um único

desígnio: preservá-los para a posteridade.

A biblioteca era considerada como um lugar sagrado, onde o leigo ou o “não-iniciado”

não tinha acesso. As bibliotecas, no âmbito de sua função, até o início da Renascença, eram

depositárias dos registros que consolidavam a Fé e o Conhecimento “autorizados”, e não

reconheciam no livro seu caráter de objeto de difusão cultural – até então, os livros não eram

para uso e consulta regular; e, em muitos casos, sua consulta era vetada.

A biblioteca era, antes de tudo, um “arquivo”, um lugar preparado para guardar os

livros para o futuro, e não para fazê-los circular. Nessa época, tudo que se relacionava à

palavra escrita era considerado um mistério e o livro era um objeto que carregava em si

poderes nocivos que poderiam lesar os laicos. Um bom exemplo da biblioteca constituída sob

esses valores foi construído por Umberto Eco, no livro “O Nome da Rosa”.

As coleções eram arrumadas por meio de sistemas práticos ou filosóficos, que

consagravam as características materiais (externas, artificiais) do livro. Alguns dos critérios

de arrumação de livros em prateleiras mais praticados foram: formato, cor, tipo de

encadernações, língua, data, nome do autor e a ordem de chegada na biblioteca (PRADO,

Heloísa de Almeida, 2003).

A visão moderna de que “os livros são para serem usados” (RANGANATHAN apud

CAMPOS, Maria Luiza de Almeida, 1999) surgiu com o advento das universidades, onde a

demanda por obras de referência para seus cursos requereu a potencialização das bibliotecas

universitárias e públicas. A partir de então, foi instituído o “livre acesso” às bibliotecas e,

conseqüentemente, surgiu a necessidade, entre os bibliotecários, de uma arrumação

sistemática, que facilitasse o atendimento ao leitor. A solução encontrada foi reunir os livros

por assuntos, em estrutura sistêmica que relevasse algum modelo de classificação. A primeira

Lei da Biblioteconomia, formulada por Ranganathan, alicerçou esses procedimentos e várias

outras teorias surgiram para consolidá-los. Uma dessas teorias está expressa na visão de

Richardson (2005), bibliotecário norte-americano, quando afirmou que “as bibliotecas não

constituem um museu para exibir os fósseis do conhecimento. Os livros são colecionados para

o uso, arranjados para o uso e o uso é o motivo único da classificação” (tradução nossa).

Diversos modelos de classificação foram desenvolvidos e utilizados, conforme a área

de conhecimento descrita, até que o sistema decimal (CDD, CDU) foi aplicado como método

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de classificação de assuntos e de localização física. O sistema decimal é, até hoje, utilizado

em bibliotecas do mundo inteiro. Nesse contexto, a Localização Fixa, praticada como meio de

localização e acesso, foi menosprezada como procedimento sem cientificidade, “antigo”, sem

valor, posto que, aparentemente, não permitia localizar, consultar, devolver ou inserir, rápida

e facilmente os livros na coleção (PINHEIRO, WEITZEL, 2000).

2 Características do Sistema de Localização Fixa

O Sistema de Localização Fixa difere dos métodos de organização consagrados na

quase totalidade das bibliotecas na atualidade, que procuram dividir o acervo seguindo a

ordenação lógica da divisão do conhecimento, possibilitando a inserção constante de obras

nas estantes, de forma a garantir a proximidade de itens de mesma matéria.

Não há dúvidas quanto às vantagens estabelecidas pelos sistemas decimais, porém, as

conseqüências de sua utilização à longo prazo, quanto à preservação das obras, levam ao

questionamento de sua validade, quando o objeto de localização é o acervo considerado raro

ou especial – o acervo de memória.

O “caminhar” constante dos livros nas estantes, a impossibilidade de armazená-los,

por exemplo, por tamanho, pela natureza da encadernação ou pela tipologia documental; e a

“perda” constante de itens no acervo, “escondidos” em outras localizações, são algumas das

circunstâncias que configuram o sistema decimal como não recomendável para acervos de

memória, posto que essas mesmas circunstâncias favorecem a deterioração das obras,

reduzindo seu tempo de vida útil, em face da inadequação de armazenamento3.

Em bibliotecas que abrigam obras raras ou especiais, que priorizam a salvaguarda,

alicerçada na recuperação imediata e na conservação material dos itens, o Sistema de

Localização Fixa mostra-se eficaz e coerente. São vantagens da Localização Fixa: “economia

de espaço; a organização eficiente, possibilitando a visualização de possíveis falhas na

guarda; fácil compreensão” (PINHEIRO; WEITZEL, 2000).

A economia de espaço ocorre a partir do momento que se atribui ao item um lugar fixo

na estante, através de notação própria, permitindo um maior controle quanto ao crescimento e

possível arranjo da coleção no espaço de armazenamento, já que sem a limitação da divisão

3 PINHEIRO, Ana Virginia – informação verbal, 2 jun. 2006.

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por assunto, pode-se ter um maior controle do crescimento da coleção e um melhor

aproveitamento do espaço oferecido por cada prateleira.

A fácil compreensão do sistema, que por ter uma notação simples e coerente permite a

assimilação imediata tanto pelos profissionais da biblioteca quanto pelos usuários,

proporciona eficiência no atendimento. O usuário não convive mais com a expectativa de

encontrar ou não uma obra na coleção, porque ela realmente estará alocada em um lugar

único, a ela destinado, e imutável.

O sistema de localização fixa mostra-se flexível para adequar-se à política e às

necessidades físicas da biblioteca.

Uma característica peculiar da Localização Fixa é evidenciada no processo de guarda,

no momento da acomodação dos livros no local de armazenamento, pois a cada item é dada a

sua indicação local na estante e prateleira, por meio de

notação única que o identifica. Este sistema viabiliza o

controle mais imediato da circulação dos itens, na

medida em que a retirada de cada item do acervo é

caracterizada pela inserção de “fantasma”, no local. O

“fantasma” é uma ferramenta de controle de retirada

de um item da coleção, que ocupa o lugar de

acomodação do item enquanto este estiver em

movimentar.

2.1 Tipos de Fantasma

Os fantasmas, a priori, eram peças de madeira, com uma fenda para inserção de um

pequeno formulário com dados de identificação da obra retirada da estante, bem como

informações sobre o consulente da mesma. A inadequação do material com que eram

fabricados – a madeira – levou à substituição dos “fantasmas” originais por recursos

alternativos, como o próprio formulário com dados de identificação, apenas. Esse

procedimento alternativo é adotado, por exemplo, pela Fundação Biblioteca Nacional

brasileira.

Figura 1: “Fantasma” ocupando o lugar

do livro na estante.

Fonte: Fundação Biblioteca Nacional

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Figura 2:

Fantasma de madeira

Fonte: Fundação Biblioteca

Nacional

Figura 3:

Exemplo de Fantasma de papel.

Fotografia de Lílian Alves de Oliveira

3 Notação

A notação no Sistema de Localização Fixa é composta pela associação de códigos

alfabéticos e/ou numéricos cuja função não é representar o conteúdo da obra, mas sim a sua

localização no ambiente de armazenamento (PINHEIRO; WEITZEL, 2000, p.6) – trata-se de

um número de chamada, com a mesma função das notações decimais: localizar e recuperar o

item no acervo.

A forma de atribuição do número de chamada segundo o sistema de Localização Fixa

é considerada primária ou alternativa por não evidenciar um modelo sistêmico de

classificação do conhecimento. O sistema, no entanto, segue uma estrutura lógica que gera

notações com números, letras e outros sinais que se configuram como número de chamada. A

notação pelo sistema de Localização Fixa pode ser indicada por:

a) Um número, em seqüência numérica ordinal;

b) Um conjunto numérico, onde os sinais são separados por vírgula, sendo que cada

grupo de números é indicativo de uma propriedade individual, como a estante, a

prateleira e o item na prateleira;

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Ex.: 605 , 5 , 24 4

(estante) (prateleira) (obra)

c) A reunião de códigos alfabéticos e numéricos;

Ex.: CDD, 413, C, 6 5

(prédio) (prateleira) (estante) (livro)

d) Utilização de código alfabético, numérico ou outro símbolo, precedendo o conjunto de

números indicativos da localização com a finalidade de identificar a coleção ou um

conjunto que se pretenda:

i) Reunir em seqüência independente da do acervo:

Ex.: TM - para a coleção Tobias monteiro; ou

IMP - para a coleção de impressos

ii) Simplificar a notação, permitindo a rápida localização da obra.

a. Os códigos alfa-numérico podem ser utilizados na identificação, em

combinação com a notação indicadora da localização, de obras publicadas em

partes ou mais de uma obra sob a mesma encadernação, como por exemplo:

Volumes, tomos e/ou partes Ex.: 23, 5, 15 t.1 / v.1 / p.1 ou

23, 5, 15 n.1,n.2 e n.3.

Todas as possibilidades de notação permitidas pelo Sistema de Localização Fixa,

aparentemente, ressaltam a falta de uma teoria fundamental com um método de organização

uniforme, levando à adoção de diversos critérios de caráter pouco científico gerando

disposições equivocadas.

3.1 Teoria

A literatura científica oferece poucas opções de registros, recentes, sobre o sistema de

Localização Fixa.

As Professoras e Bibliotecárias Ana Virginia Pinheiro e Simone da Rocha Weitzel

apresentaram em sua pesquisa “Sistema de Localização Fixa: uma abordagem preliminar”

(2000) uma proposta de critérios, a partir de práticas consagradas e alicerçadas no formato das

publicações, objetivando formalizar uma estrutura padrão:

4 Notação praticada pela Biblioteca Histórica do Itamaraty no Rio de Janeiro. 5 Notação praticada pelo Real Gabinete Português de Leitura.

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Cada notação é individual, não podendo repetir-se;

A organização do acervo será distinta e seqüencial nas estantes onde serão

acomodados.

Há casos específicos em que serão atribuídas notações diferenciadas e notações

distintas.

A notação diferenciada é utilizada no caso de obras divididas em volumes, tomos ou

partes, onde o número de chamada é constituído pela notação-base acrescida de um

diferenciador como já exemplificado no exemplo e desta mesa seção: 23, 5, 15 t.1.

As notações distintas são aquelas atribuídas a obras de caráter único, identifica o seu

lugar no armazém de guarda e desta forma não podem ser concedidas a nenhum outro

item.

Obras divididas em volumes são consideradas como sendo de caráter único, cuja

extensão é indicada por volumes, partes ou tomos. Logo a indicação de sua localização

também será única, atribuindo-se diferenciadores para a identificação de cada volume.

Ex. 23, 5,15v.1 23, 5, 15 v.2 23, 5,15 v.3

Neste caso considera-se que o conjunto de volumes da obra foram adquiridos juntos e

não de forma separada.

Na acomodação de exemplares de uma mesma obra, há que considerar a possibilidade

de reuni-los, não constituindo esse procedimento uma regra. Mesmo nesse caso a

localização será distinta e seqüencial. Vale lembrar que um exemplar é uma unidade

física, independente, duplicada ou triplicada de uma mesma obra – a existência de

exemplares exige sua reunião. No caso específico de obras manuscritas, deve-se

relevar a questão de exemplaridade como objeto de análise minuciosa visto que muitas

vezes, cópias de um mesmo códice não são necessariamente iguais.

Uma obra que seja dividida em partes e, por ventura, estas mesmas venham a ser

incorporadas ao acervo em diferentes períodos, não possibilitando a reunião dos

volumes, cada um deles, e somente nesse caso, receberá uma notação distinta (ao

invés da diferenciada). Através da ficha catalográfica a informação a cerca da divisão

da obra e sua respectiva localização poderá ser recuperada, assim como no item, o

número de chamada deverá indicar a numeração do volume, tomo ou parte,

evidenciando a extensão da obra.

Em nenhuma hipótese poderá admitir-se a inserção, inclusão, intercalação de obras em

seqüência estruturada - mesmo sob o critério da afinidade. Notações distintas podem ser

recuperadas através da reunião de itens em uma base bibliográfica e/ou documental eficaz.

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Vale lembrar que o importante na notação é que esta cumpra a sua principal

finalidade: permitir a localização do item na estante (PIEDADE, 1983).

4 Armazenamento e Preservação

A organização é um fator importante no ambiente da biblioteca e os diversos

procedimentos adotados influem de maneira direta na qualidade do atendimento que será

prestado ao usuário assim como na preservação do acervo, permitindo que este possa ser

consultado também pelas gerações futuras.

Incluir a arrumação do acervo em bibliotecas, como um dos procedimentos

necessários à conservação e preservação das obras, parece não ser um método vislumbrado

pelos bibliotecários da atualidade, que não vêem a acomodação do item na estante como um

momento importante, influente e decisivo no que diz respeito a definir a probabilidade de vida

útil da obra. Após retornar das mãos do usuário, será lá, no ambiente de guarda onde o livro

passará a maior parte do tempo, por isso um armazenamento inadequado, assim como a falta

de cuidado no momento de guarda ou a superlotação nas prateleiras resultam em danos

irreversíveis ao acervo.

Pode-se observar a preocupação com a guarda dos itens de forma a preservá-los desde

as bibliotecas da antiguidade, já que eram compostas de tabuinhas de argila (bibliotecas

“minerais”) que eram acomodadas em cestos com etiquetas identificando os itens em seu

interior ou de rolos de papiro ou pergaminho (bibliotecas “vegetais” ou “animais”,

respectivamente); passando pelas bibliotecas monacais, já na Idade Média, cuja algumas

ordens de monges, como os agustinos, recomendavam que os armários das bibliotecas em seu

interior possuíssem prateleiras com divisões verticais, o que impediria o contato entre os

livros (códex) permitindo desta forma que a obra não sofresse um desgaste antecipado; o que

também objetivava facilitar a localização da mesma (ESCOLAR SOBRINO, 1990, p. 166).

No século XVII com o advento da tipografia, o espaço para armazenar a grande

quantidade de livros que chegavam as bibliotecas tornou-se um fator preocupante

desencadeando diversos métodos de arrumação do acervo, como organizá-los pela ordem de

entrada, respeitando os tamanhos: os maiores, fólios, ficavam na parte inferior, e os menores

na parte superior. O bibliotecário Gabriel Naudé, neste mesmo período, sugere que os livros

menores sejam colocados nas prateleiras superiores para que não ficassem tão acessíveis, e

dessa forma se evitasse o furto da obra (ESCOLAR SOBRINO, 1990. p. 291).

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A Localização Fixa com toda a sua flexibilidade, não tendo o rigor de organizar as

obras por assuntos ou por divisões classificatórias do conhecimento, permite uma organização

a favor da conservação do acervo. Os itens podem

ser agrupados de acordo com o tipo de material de

fabricação de suas encadernações, de acordo o

tamanho facilitando o manuseio da obra, e a

disposição do item na estante de modo que esta fique

cheia.

A indicação do lugar ocupado pelo livro é

feita com tiras de papel de constituição mais firme

que o comumente encontrado, como marcadores de

livro, possibilitando a não utilização de etiquetas, tão

prejudiciais à encadernação dos livros.

O agrupamento por tipo de encadernação

permite que não haja dano pela fricção imposta aos materiais no momento de guarda, e para

que certos tipos de deterioração não se transfiram entre os materiais causando danos de

proporções maiores.

A manuseabilidade do livro também é favorecida quando o Sistema de Localização

Fixa é empregado no ambiente de guarda devido à disposição dos livros por tamanho, atributo

ainda considerado como meramente estético pela maioria dos bibliotecários, que

desconhecem os benefícios trazidos por este tipo de organização.

A arrumação por tamanho permite que o manuseio do livro se dê em condições ideais

para a sua preservação e que seja mais confortável a reposição dos itens para aqueles

encarregados de guardar o acervo. Os livros alocados na parte superior não impõem

dificuldades, pois devido ao seu diminuto tamanho tornam-se mais leves; o que impede de

serem puxados pela lombada, o que sempre é causa de dano à mesma. Aos que ficam na parte

mediana da estante, de tamanho relativamente normal, podem ser facilmente retirado

empurrando os livros que se encontram ao lado daquele que se deseja. Quanto aos maiores,

localizados na parte inferior da estante, são retirados com ambas às mãos: uma segurando a

lombada e a outra apoiando o livro na parte inferior do corte, oferecendo maior segurança no

seu deslocamento.

A arrumação do livro com seus pares de mesma característica física evita a inclinação

do livro para um lado ou para o outro o que resulta em prejuízo a encadernação. O que pode

ser usado, caso a prateleira não esteja cheia, é o bibliocanto que é utilizado para manter os

Figura 4: Indicação do numero de

chamada na BN.

Fotografia de Lílian Alves de

Oliveira.

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livros de pé. Esse suporte deve ser de material durável, com superfície lisa e cantos

arredondados, de forma que não estrague os livros que entrarão em contato com ele,

amassando, rasgando suas folhas, ou arranhando suas encadernações.

5 O Sistema de Localização Fixa em Bibliotecas do Rio de Janeiro: acervos raros e

especiais

Para verificar o nível e a qualidade de uso do Sistema de Localização Fixa em

bibliotecas, saiu-se a campo para visitar àquelas que possuíssem as características necessárias

para aplicação do sistema. Examinou-se a importância do acervo sob sua guarda e se os

critérios básicos do sistema eram respeitados em sua adoção.

A primeira observação registrada foi a já citada falta de conhecimento dos

bibliotecários, até mesmo quanto às regras consagradas do sistema. Foi verificado, por

exemplo, divergências quanto à notação, o que dificulta a compreensão do Sistema pelo

usuário, que não tem acesso ao armazém de acervos de memória. Dificuldades também

encontram os funcionários responsáveis pela guarda da obra, que sem o auxílio do

“fantasma”, freqüentemente acomodam o item em local incorreto, provocando o

desaparecimento de obras.

A arrumação das obras pelo tamanho e pelo tipo de material da encadernação (couros,

pergaminhos, papéis de trapos, papéis de polpa de madeira, seda, tafetá, pedrarias etc.) não é

utilizada por ser considerada apenas um atributo estético do sistema, o que revela um

comportamento nocivo dos bibliotecários em relação ao acervo, já que não consideram os

cuidados com o armazenamento um dos mais importantes estágios para a preservação e

conservação do mesmo. O ato de preservar restringe-se ao cuidado esporádico dispensado a

Figura 5: Bibliocanto

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um item que apresente uma deterioração mais avançada, não admitindo a prevenção do

conjunto, evitando a perda total de peças importantes para o acervo.

5.1 Real Gabinete Português de Leitura

Histórico

O Real Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro foi fundado em 14 de maio de

1837. Possui a maior biblioteca de obras de autores portugueses fora de Portugal.

A construção do edifício-sede foi iniciada em 10 de junho de 1880 (D.Pedro II lançou

a pedra fundamental) e orientou-se por um projeto de traço “neomanuelino6” de autoria do

arquiteto português Raphael da Silva e Castro. A inauguração ocorreu em 10 de setembro de

1887 e contou com a presença da princesa Isabel e do Conde D’ Eu. Na fachada, de autoria do

escultor Simão Lopes, estão as estatuas de Camões, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral e

do Infante D. Henrique.

A biblioteca é aberta ao público e seu acervo é formado por obras raras portuguesas

como ”Os Lusíadas”, de 1572, que pertenceu a Companhia de Jesus; as “ordenações de D.

Manuel” por Jacob Cromberg, editada em 1521; os “Capitolos de Cortes e Leys que sobre

alguns delles fizera” editados e 1539; e outras além de manuscritos, cartas e primeiras

edições, coleção numismática e pinturas .

Características

A biblioteca é adotante do Sistema de Localização Fixa para sua organização, visando

principalmente a economia de espaço proporcionada pelo sistema, já que o Real Gabinete

Português de Leitura é a única instituição fora de Portugal a receber obras por depósito legal

de autores portugueses. A demanda de livros volumosa acaba provocando a guarda de muitos

deles duplas nas estantes.

Algumas características do Sistema de Localização Fixa são de fato respeitados,

observado no salão principal da biblioteca, como a organização dos livros pelo seu tamanho,

6 O estilo neo-manuelino foi uma corrente revivalista que se desenvolveu dentro da arquitetura e das artes

decorativas portuguesas entre meados do século XIX e o início do século XX. Seguindo a moda revivalista

gótica que se espalhava por toda a Europa a partir de meados do século XVIII, o estilo gótico final português

foi considerado o mais caracteristicamente nacional. A historiografia da arte dava então os seus primeiros

passos e o nome manuelino, ligando o estilo à produção artística do reinado de D. Manuel I (1495-1521), foi introduzido em 1842 pelo historiador Francisco Adolfo de Varnhagen.

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porém sabe-se que não se segue esta padronização nos demais locais de armazenamento. Nos

momentos de retirada das obras não há o auxílio do “fantasma” para garantir que a obra seja

devolvida ao local correto, o que resulta em “desaparecimentos” constante de obras alocadas

em lugares errados.

A notação utilizada para informar a localização dos itens é alfabética/ numérica, e por

vezes há o acréscimo da indicação da sala ou prédio onde está localizado o livro, que é feita

no início da notação-base.

A estrutura do número de chamada é a seguinte:

413, C, 6

prateleira estante obra

5.2 Biblioteca Histórica do Itamaraty no Rio de Janeiro.

Histórico

O Palácio do Itamaraty, construído em meados do século XIX pelo segundo Barão do

Itamaraty, filho de próspero e influente comerciante português, é considerado um dos mais

belos exemplares de construção neoclássica da cidade do Rio de Janeiro.

A Biblioteca do Ministério das Relações Exteriores no Rio de Janeiro funciona no

Palácio do Itamaraty, em prédio inaugurado em 1930, na gestão do Chanceler Octavio

Mangabeira. Contando com diversas obras datadas a partir do século XV, e consideradas

raras, entre outras, a biblioteca possui cerca de 61 mil títulos de livros, mais de 1300 títulos de

periódicos, e aproximadamente 75.000 volumes.

Características

A organização do acervo deu-se primeiramente por métodos classificatórios do

conhecimento com a utilização da Classificação Decimal Universal (CDU), porém mais tarde,

provavelmente por questões de espaço no ambiente de guarda, optou-se por adotar o Sistema

de Localização Fixa. Nota-se que a arrumação do acervo ainda possui influência do antigo

sistema adotado, pois permanece a divisão dos itens do acervo pelo assunto que os compõe.

Figura 13: Biblioteca do Itamaraty

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A notação é composta apenas de caracteres numéricos para a indicação de localização, e é

curioso a forma como se dá a localização da prateleira, já que a contagem delas na estante

ocorre a partir da base, próxima ao solo, até a parte superior, contrariando o método adotado

pelas demais bibliotecas visitadas.

A estrutura da notação é a seguinte:

605, 5, 24

Estante Prateleira Livro

As obras que são divididas em volumes, tomos ou partes, só recebem a indicação

destas partes na ficha catalográfica, não se estendendo a notação na localização do item.

Para auxiliar na guarda do acervo, é utilizado o “fantasma” de madeira ficando

alocado mais de um deles em cada estante, aguardando o momento de retida da obra.

5.3 Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro

Figura 6: Biblioteca Nacional do Brasil Fotografia de Lílian Alves de Oliveira

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Histórico

A Biblioteca Nacional teve, oficialmente, três sedes no Brasil: o Consistório da Ordem

Terceira de Nossa Senhora do Carmo, à rua do Carmo (1808 - ago.1858); o casarão da Rua do

Passeio n°. 48, que embora tenha sido comprado em 1855 só foi ocupado três anos depois (4

de agosto de 1858 - 1910) e o atual prédio-sede à Avenida Rio Branco. Em 1903 foi obtida a

verba para a construção do prédio-sede, em 1905 foi lançada a pedra fundamental e a

inauguração se deu em 29 de outubro de 1910. Em 1814, ainda como Real Bibliotheca, o

acervo constava de mais de 60.000 volumes, em 1888 já ultrapassava os 170.000, acrescidos

de 50.000 volumes encadernados, da Biblioteca do Imperador, doada após a Proclamação da

República.

5.3.1 Divisão de Obras Raras da Fundação Biblioteca Nacional

A Divisão de Obras Raras da Fundação Biblioteca Nacional (DIORA) foi criada como

“Seção de Livros Raros” subordinada a então denominada “Divisão de Obras Raras e

Publicações”, pelo decreto presidencial nº 20.478, de 24 de janeiro de 1946, na direção de

Rubem Borba de Moraes (PINHEIRO, Ana Virgínia, 2004).

No final do século XIX, João Antonio Marques (27 de maio 1892) bibliófilo

fluminense residente em Portugal, doou sua valiosa coleção à Biblioteca Nacional, entre 1889

a 1890. A coleção incluía incunábulos, edições príncipes, Camonianas e outros impressos e

manuscritos relativos ao período colonial, perfazendo o total de 3.920 obras em 6.309

volumes. A doação foi efetivada sob a condição, imposta pelo generoso colecionador, que a

área de guarda tivesse seu nome, mantido até hoje. Seu acervo em 1946 contava em cerca de

16.000 volumes selecionados a partir de dois critérios: Raro - para livros impressos até 1800

ou em edições fora de circulação; Precioso - para aqueles que não sendo raro, possuíam valor

especial, pela encadernação, dedicatória, autógrafos (PINHEIRO, Ana Virgínia, 2004).

Em 1977, em decorrência do inventário de 1976/77, aquele montante foi apreciado em

29.027 obras e folhetos e 5.000 títulos periódicos. Em setembro de 1995, o acervo foi

estimado e 39.435 obras e 43.270 volumes e 6.500 títulos de periódicos (PINHEIRO, Ana

Virgínia, 2004).

O acervo de Obras Raras, hoje, é um conjunto cumulativo, originado das Bibliotecas

Reais, que incorporou coleções históricas, desde o terremoto que destruiu Lisboa e a Real

Bibliotheca herdada de D. João V por D. José (PINHEIRO, Ana Virgínia, 2004).

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Características

A Divisão de Obras Raras adota, a partir de modelo das bibliotecas nacionais

européias, o Sistema de Localização Fixa para atribuir notações para armazenamento e

recuperação de itens no acervo.

A organização do acervo, assim como nas demais bibliotecas pesquisadas, é um

conjunto de práticas setorizadas, que não relevam normas unificadoras e sistêmicas. Não há

padronização quanto à formatação do sistema em toda a Biblioteca Nacional ocasionando

tipos diferentes de notação; e a arrumação dos itens nas estantes não segue, regularmente, o

critério do formato (tamanho). Porém o manuseio do acervo é beneficiado com o auxílio do

“fantasma”, cujo material de fabricação é o papel, o que permite obter precisão no instante de

guarda dos documentos.

A notação utilizada na Divisão de Obras Raras é composta por seqüência alfa-

numérica que indica alguma particularidade do item quanto a sua localização dentro do

armazém, e também para a identificação de algumas coleções ou obras distintas, que tenham

sido encadernadas juntas.

A estrutura da notação é a seguinte:

192, 4, 6 1C, 1, 10

ou

Estante Prateleira item Estante (local: cofre) Prateleira Item

ou ainda 79, 4bis, 3 n.3

Estante Prateleira Item Parte/Tomo/Volume

(bis: indicação de fila dupla)

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CONCLUSÃO

A difusão de uma vantagem teórica do Sistema de Localização Relativa condenou o

Sistema de Localização Fixa ao esquecimento, à desconsideração de seu caráter científico,

impondo o “caminhar” de itens de memória em prateleiras, prática comum em sistemas

decimais. É fato que, nas bibliotecas de acesso livre, as classificações decimais, por assuntos,

têm a preferência dos leitores, que podem praticar a pesquisa em segmentos temáticos do

acervo. No entanto, essas práticas já se configuram como prejudiciais.

O Sistema de Localização Fixa, apesar de mal compreendido no que tange a sua

utilização, quase sempre equivocada, mostra-se eficiente diante de outros sistemas

classificatórios - tão bem aparados por bibliografias diversas - quando ao acervo é adicionado

a preservação como um estágio fundamental a manter sua longevidade. Porém, a ausência de

literatura não pode ser utilizada como pretexto para o profissional bibliotecário abster-se da

responsabilidade de exercer sua função inicial, observada ao longo da história e reivindicada

na atualidade, que é a de guardião do conhecimento humano. E, como tal, deve ater-se a mais

do que simplesmente dedicar-se a processos técnicos, como classificar e catalogar que, sem

dúvida, são etapas importantes no tratamento do livro. Porém não se deve esquecer que a

preservação da obra se dá também no ambiente de armazenamento e não só no tratamento

dispensado a cada item individualmente. Afinal, a cada obra removida das estantes para a

consulta podemos pressupor que 50 ou até mesmo 100 delas passarão um extenso período,

que pode ser exemplificado em meses, anos ou até séculos, sem sequer serem utilizadas a não

ser que haja a requisição do usuário.

A pesquisa realizada trouxe questões que precisam ser apreciadas não só no que tange

a conservação do material, mas também no papel do bibliotecário frente ao cuidado que

dispensa ao acervo, pois se observou que os mesmos convivem acomodados na falta de

conhecimento a cerca das obras componentes das bibliotecas onde trabalham, ou seja, de sua

história.

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Abstract

It aims to show advantages in Process of Fixed Localization to special keep of rare

"collection", demonstrating that method simplicity does not disqualify its functionality, once

ever, due to its inbound characteristics, allows its administration of collection on keep

environment and its conservation, which is highly relevant, regarding such kind of properties.

Through research – assisted by direct conversation with librarians responsible for this special

collection which are well recognized in Rio de Janeiro city, and bibliography search that

could approach even the system or its utilization in conservation – we can conclude mistakes

that cames from its utilization, caused by lack of bibliography regarding the process, are the

main reason for its disreputation.

Keywords: FIXED LOCALIZATION. BOOK ORGANIZATION. OLD ORGANIZATION.

SAFEGUARD OF RARE COLLECTION.

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bvs.br/snbu2000/poster.html>. Acesso em: 29 maio 2006.

Agradecimentos

Agradecemos à nossa professora Ana Virginia Pinheiro (bibliotecária, chefe da Divisão de

Obras Raras da Fundação Biblioteca Nacional e Professora das disciplinas Produção do Registro do

Conhecimento I e II e de Organização e Administração de Bibliotecas da Universidade Federal do

Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO) pela orientação dada; e a nossa colega de faculdade e estágio

Alessandra Castro Fiorini pela ajuda na revisão do inglês.

Rio de Janeiro, 30 de junho de 2006.