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Sistema de Numeração Decimal e as Quatro Operações:
atividades para a superação das defasagens de alunos em
salas de apoio à aprendizagem
Maria Teresa Drummond
José Ricardo Souza(Orientador)
RESUMO: Este artigo faz parte do Plano de Desenvolvimento Educacional do
Estado do Paraná PDE/2010, referente aos conteúdos: Sistema de Numeração
Decimal e as Quatro Operações: atividades para a superação das defasagens de
alunos em salas de apoio à aprendizagem. Trata-se de alunos que estarão cursando a
6ª série/7º ano e que já frequentaram a Sala de Apoio à Aprendizagem na 5ª série/6º
ano do Colégio Estadual "Antônio Maximiliano Ceretta" Ensino Fundamental, Médio
e Profissional, localizado no município de Marechal Cândido Rondon – PR,
pertencente ao Núcleo Regional de Ensino de Toledo. Pretende-se possibilitar aos
alunos alcançar os objetivos propostos, através de ações específicas como mostrar a
necessidade da linguagem numérica; identificar os conhecimentos matemáticos como
meios para compreender e transformar o mundo; comparando e conceituando o
conjunto de números naturais,(N) e números pares e ímpares, pretende-se ainda,
através de atividades lúdicas, despertando o interesse dos alunos para a aplicação
desta matemática levando-os a utilizar os conhecimentos adquiridos em situações do
seu cotidiano e com isso, desenvolver o pensamento lógico e abstrato.
PALAVRAS-CHAVE: Raciocínio lógico, defasagens e despertar a atenção.
INTRODUÇÃO:
O estudo do sistema de numeração decimal e as quatro operações para
os alunos das séries iniciais são essenciais, pois, através desse conhecimento,
ele irá desenvolver os demais conteúdos, tendo a base bem estruturada. É
necessário levar em conta que o ser humano vive cercado por números, que as
vezes não nos damos conta de sua importância e suas finalidades.
Segundo Carraher (2003).
Existe no Brasil a crença de que a matemática pode classificar os alunos em mais inteligentes e menos inteligentes, ou os que sabem raciocinar e os que não sabem. No entanto, a matemática escolar é apenas uma das formas de se fazer matemática. Muitas vezes, dentre os alunos que não aprendem na aula estão alunos que
usam a matemática na vida diária, vendendo em feiras ou calculando e repartindo lucros. Este livro analisa a matemática na vida diária entre jovens e trabalhadores que, na maioria das vezes, não aprenderam na escola o suficiente para resolver os problemas que resolvem no dia-a-dia.
O sistema de numeração decimal é um conjunto de regras que permite
escrever e ler qualquer número utilizando símbolos e palavras.
Para tanto dar-se-á ênfase ao valor posicional, leitura, escrita de um
número natural, números pares e ímpares, sucessor e antecessor, chegando
então às quatro operações, suas propriedades e as relações fundamentais,
levando o aluno a identificar os conhecimentos matemáticos como meios para
compreender e transformar o mundo em sua volta, proporcionando condições e
estratégias para a superação de dificuldades de aprendizagem.
Para aprender matemática faz-se necessário desenvolver o raciocínio
lógico, fazendo-o através de leituras e de entendimentos, o que leva o aluno a
ser um “ser” pensante, criativo e com habilidades para resolver problema e que
tenha capacidade de análise. Para trabalhar os pré-requisitos acima citados,
precisamos respeitar a individualidade e as dificuldades inerentes de cada
aluno e a seu meio sociocultural.
A dificuldade da aprendizagem conceitual dos números está vinculada
à leitura e à interpretação, portanto é necessário que se dê uma atenção
especial aos alunos da Sala de Apoio de Aprendizagem, pois eles encontram
muitas lacunas que precisam ser amenizadas.
O trabalho na sala de apoio tem que ser diferenciado, pois a
permanência dos alunos é temporária, sabendo-se que ele permanecerá
somente o tempo necessário para sanar suas dificuldades e acompanhar os
conteúdos na sua série. Ocorre que nem todos os alunos egressos na Sala de
Apoio conseguem superar essas dificuldades e acompanhar os conteúdos das
séries seguintes. Portanto esta foi a proposta contemplada neste trabalho.
Mediante ao exposto questiona-se qual é o papel da complementação
da Sala de Apoio na superação das defasagens na aprendizagem do ensino da
matemática.
O Programa de Desenvolvimento Educacional- PDE está sendo visto
pelos professores da rede pública como sendo um programa inovador, pois nos
permite o retorno às atividades acadêmicas, onde podemos fazer uma reflexão
sobre a nossa teoria e prática do dia a dia, podendo fazer esse elo, onde está
se desenvolvendo materiais manipuláveis (didáticos) os quais podemos aplicar
em nossas salas de aula para promover a melhoria qualitativa do ensino em
nossas escolas públicas no Estado do Paraná.
Com o desafio de superar as defasagens dos alunos se faz necessário
repensar o ensino da matemática, pois essa disciplina escolar aparece como a
vilã nas escolas públicas, responsável por reprovações e por desistências. A
matemática ainda hoje é considerada, por muitos, como uma disciplina difícil e
que apenas poucos alunos conseguem compreender.
Precisamos repensar o ensino da matemática, tentar superar as
defasagens trazidas de ensino dos anos iniciais, pois sabemos que toda
criança faz o uso da matemática no seu dia a dia, através de compras,
conferindo trocos, fazendo estimativas se o dinheiro vai dar para as compras,
ou se, no espaço, cabe determinado objeto, fazem cálculos mentais, e assim
por diante.
Quando essas crianças chegam à 5ª série/6º ano do ensino
fundamental, elas se deparam com a matemática como se fossem encontrar
uma grande inimiga, enfrentando grande dificuldade em sistematizar os seus
pensamentos. Usando as metodologias da Sala de Apoio à Aprendizagem,
pretendeu-se dar continuidade ao processo escolar visando tornar o ensino
mais significativo, mais próximo da realidade e do seu dia a dia das crianças,
pois a matemática, sendo utilizada em todas as áreas do conhecimento
humano e de estar tão presente no nosso cotidiano, entrando em nossa vida
direta ou indiretamente, precisa ser explicitada em aplicação prática, o que só é
possível através da sua contextualização no processo de ensino-
aprendizagem.
O trabalho foi desenvolvido com alunos egressos da Sala de Apoio à
Aprendizagem, levando assim ao desenvolvimento de um trabalho variado,
pois, para essa atividade de apoio, o tempo de permanência é indeterminado,
ficando o aluno tempo necessário para sanar suas dificuldades e acompanhar
os conteúdos na sua série assim, ele deverá permanecer durante todo o tempo
para que as atividades sejam concluídas. As metodologias usadas foram as
mesmas da sala de apoio à aprendizagem, usando atividades lúdicas, material
dourado e atividades diversas que possam despertar no aluno o prazer de se
fazer matemática.
A escolha das atividades partiu dos conhecimentos que os alunos já
dominavam, usando uma didática diferenciada que contribuiu para um
conhecimento significativo, respeitando o ritmo de aprendizagem individual,
deixando que os mesmos desenvolvessem suas atividades cada um no seu
tempo, onde pudemos visualizar o seu avanço de acordo com a sua
compreensão.
Outro dado usado para o trabalho, foi o Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica (IDEB) é um indicador educacional que relaciona, de forma
positiva, informações de rendimento escolar (aprovação) e de desempenho
(proficiências) em exames padronizados, como a Prova Brasil e o SAEB.
Estudos e análises sobre qualidade educacional raramente combinam
rendimento e desempenho, ainda que a complementaridade entre ambos os
indicadores seja evidente. Um sistema educacional que reprova
sistematicamente seus estudantes, fazendo com que grande parte deles
abandone a escola antes de completar a educação básica, não é desejável,
mesmo que aqueles que concluem essa etapa de ensino atinjam elevadas
pontuações nos exames padronizados. Por outro lado, um sistema em que
todos os alunos concluem o ensino médio no período correto não é de
interesse caso os alunos aprendam muito pouco na escola. Em suma, um
sistema de ensino ideal seria aquele em que todas as crianças e adolescentes
tivessem acesso à escola, não desperdiçassem tempo com repetências, não
abandonassem a escola precocemente e, ao final de tudo, tivessem aprendido.
A combinação entre fluxo e aprendizagem do IDEB vai expressar, em
valores de 0 a 10, o andamento dos sistemas de ensino.
A meta do IDEB é que o Brasil chegue à média 60 em 2021. Cada
sistema deve evoluir segundo pontos de partida distintos, e com esforço maior
daqueles que partem em pior situação, com um objetivo implícito de redução
da desigualdade educacional.
Segundo o IDEB, o colégio onde será desenvolvido o projeto
apresenta o seguinte resultado:
Marechal Cândido Rondon, PR. Rede Estadual, 8ª série.
ANTONIO M.CERETTA C E E FUND MÉDIO
IDEB
5.1 ↑ acima da meta em 24%
Fluxo
0.90 ↑ fluxo razoável
Proficiência
5.66 ↑ proficiência
adequada
IDEB = Fluxo × Proficiência
2009 ↑ 5.1 ↑ 0.90 ↑ 5.66
2007 ↑ 4.2 ↑ 0.77 ↑ 5.43
2005 3.9 0.76 5.16
Metas projetadas
2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021
IDEB 3.9 ↑ 4.2 ↑ 5.1 4.4 4.8 5.2 5.4 5.7 5.9
Fonte: Ideb Indice De Desenvolvimento Da Educacao Basica. Disponível em:
<http://www. inep.gov.br/salas/download/ideb/Ideb_Projecoes.pdf>. Acesso em:
16 mar. 2011.
Segundo as Diretrizes Curriculares Estaduais (DCEs), os números
estão presentes na vida do homem desde tempos “remotos”, desde a idade da
pedra lascada, ou seja, desde o Paleolítico.
O atual sistema de numeração, formado pelos algarismos
0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, iniciou com os números 1 e 2,
quando o homem percebeu “diferenças nítidas entre a
unidade, o par e a pluralidade” (IFRAH, 1994, p. 17). Na
medida em que ampliou seu conhecimento e se deparou
com a complexidade de problemas, criou os demais
algarismos. Ocorreram avanços na sua sistematização e
hoje há diferentes formas de ler os números, organizados
nos seguintes conjuntos numéricos: naturais, inteiros,
racionais, irracionais, reais e complexos. O atual sistema
de numeração, denominado indo-arábico, configurou-se
conforme a integração entre povos do ocidente e do
oriente, sobretudo em atividades comerciais do século
XIII. No entanto, a ciência Matemática não se resumiu à
aplicação prática, também se desenvolveu por tendências
relacionadas ao pensamento abstrato. Assim, a aritmética
ganhou novas configurações, de modo que,
gradualmente, a ciência Matemática passou a ter um
ramo denominado álgebra. A história da Matemática
registra, entre os babilônios, cerca de 2000 a.C., a
existência de uma “aritmética transformada numa álgebra
bem estabelecida” (STRUIK, 1997, p. 58), proveniente do
uso de escritas que se manifestavam vinculadas aos
conceitos expressos por meio de ideogramas. A álgebra é
um campo do conhecimento matemático que se formou
sob contribuições de diversas culturas. Pode-se
mencionar a álgebra egípcia, babilônica, grega, chinesa,
hindu, arábica e da cultura europeia renascentista. Cada
uma evidenciou elementos característicos que expressam
o pensamento algébrico de cada cultura. (STRUIK, 1997,
p. 29)
Quando as crianças iniciam o ensino fundamental, elas então se
deparam com a matemática e parecem encontrar algo indecifrável. Veem a
matemática como se fosse outra disciplina e não aquelas que aprenderam na
educação infantil. Com o passar do tempo surgem às dificuldades com a
matéria e isso resulta no baixo rendimento e na baixa autoestima, o que acaba
refletindo nas outras disciplinas.
Segundo Bianchini:
Sistema de Numeração “é um conjunto de símbolos e
regras utilizado para representar números”. Nosso
sistema de numeração, sendo ele de base dez, trabalha
com dez símbolos, que, por meio de relações, vão
compondo outras ordens e, consequentemente, outros
números. Esse é um dos aspectos que caracteriza nosso
sistema de numeração como sendo posicional. A
numeração posicional de base dez que adotamos
atualmente teve sua origem na Índia, aproximadamente
no final do século V, e foi divulgado na Europa em torno
do ano 825 d.C. (2002, p.17).
Por isso precisamos reconhecer a matemática como instrumento de
transformação do mundo à nossa volta, com o compromisso de recuperar as
defasagens de aprendizagem em conteúdos referentes aos anos iniciais do
ensino fundamental, como é o caso do sistema de numeração decimal e as
quatro operações, que são tidos como conteúdos básicos.
Nunes (1997) deixa claro, porém, que a simples contagem termo a
termo, embora seja importante, não é suficiente para a compreensão do nosso
sistema. Ressalta que a escola tenta ensinar “regras” para as crianças
resolverem continhas que, na verdade, elas não compreendem e acabam por
esvaziar o significado das mais diversas situações propostas em sala de aula.
Comenta o fato de já existirem estudos que mostram que as noções iniciais de
adição e de subtração são compreendidas pelas crianças anteriormente à
aquisição do conceito de conservação (NUNES, 2005, p. 30).
Então se faz necessário usar estratégias elaboradas para superar
essas dificuldades.
Segundo os PCN,
Embora o estudo dos números e das operações seja um tema importante nos currículos do ensino fundamental, constata-se, com frequência, que muitos alunos chegam ao final desse curso com um conhecimento insuficiente dos números, de como eles são utilizados e sem ter desenvolvido uma ampla compreensão dos diferentes significados das operações. Do mesmo modo no trabalho com as operações, ao longo de todo o ensino fundamental, os professores constatam que uma das maiores dificuldades dos alunos está em relacionar a situação-problema com a operação que permite obter a resposta.
O Programa da Sala de Apoio à Aprendizagem atua no atendimento
das disciplinas de matemática e de português para alunos que ingressaram na
5ª série / 6º ano com dificuldades de aprendizagem e defasagens de conteúdos
básicos. Por meio de atividades diferenciadas e significativas, novas práticas
avaliativas e metodologias alternativas, como jogos e brincadeiras, esses
alunos podem sanar ou, ao menos, minimizar suas dificuldades e reaverem a
possibilidade de acompanhar os seus colegas do turno regular, contribuindo,
assim, para diminuir a repetência e a possível evasão escolar, melhorando a
qualidade da educação pública. Como estamos em pleno funcionamento, o
Projeto Sala de Apoio à Aprendizagem que atende alunos vindos dos anos
iniciais proporciona uma nova estrutura para que sejam superadas as
dificuldades citadas acima. O entendimento é o de que a extensão desse
acompanhamento é de grande relevância na 6ª série / 7º ano, visto que o
período (mais ou menos oito meses), na 5ª série / 6º ano, ameniza parte das
dificuldades apresentadas pelos alunos. A continuidade desse atendimento
individualizado na 6ª série vai dar condições e suporte nas demais séries
subsequentes, o que trará avanços significativos para o desenvolvimento global
do nosso aluno, visto que, na sala de apoio à aprendizagem, trabalhamos com
metodologias diversas e uma didática diferenciada e isso contribui para a
aprendizagem de forma significativa, respeitando o ritmo de aprendizagem do
aluno, deixando-o livre para resolver suas atividades cada qual ao seu tempo.
Assim cada aluno avançará a meta de acordo com sua aprendizagem e
compreensão. Essas atividades devem ser independentes da sala de aula e,
preferencialmente, diferentes das do professor regente.
SALA DE APOIO- REGRAS E PROPOSTAS DO ESTADO DO PARANÁ
HISTÓRICO
Buscando superar as dificuldades de aprendizagem referentes aos
conteúdos das séries anteriores apresentadas pelos alunos de 6º ano (5ª série)
do Ensino Fundamental e propor ações, foi que a secretaria de Estado da
Educação do Paraná implantou, em 2004, o programa Salas de Apoio à
Aprendizagem para atender as defasagens de aprendizagem apresentadas
pelos alunos que frequentam o 6º ano do Ensino Fundamental. (PARANÁ,
2004).
Os documentos que instruem e regulamentam a criação das Salas de
Apoio à Aprendizagem, entre eles a LDBEN nº. 9394/96 (com o princípio de
flexibilidade, referindo à função do sistema de ensino de criar condições
favoráveis para que o direito do aluno à aprendizagem seja garantido), o
parecer CNE nº 04/98, a deliberação nº 007/99-CEE e a Resolução nº
371/2008 (PARANÁ, 2008b), determinam que o objetivo principal das salas de
apoio seja o enfrentamento das dificuldades apresentadas pelos alunos, com
relação à aprendizagem de Língua Portuguesa, referente aos conteúdos de
oralidade, leitura, escrita e Matemática com os conteúdos respectivos: formas
espaciais e quantidades nas suas operações básicas e elementares.
Segundo a instrução nº 022/2008 (PARANÁ, 2008c), existem alguns
critérios para a abertura e organização das Salas de Apoio à Aprendizagem:
destinam-se às disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, são oferecidas
na proporção de uma sala de apoio para cada três turmas de 6º ano (5ª série),
quatro horas semanais por disciplina, uma hora atividade para o professor e
sua oferta deverá ser para no máximo 15 alunos, no turno contrário ao qual o
aluno está matriculado.
O programa de abertura da Sala de Apoio propõe trabalhos
diferenciados para que os alunos tenham chance de superarem suas
dificuldades de aprendizagem e consequentemente consigam a aprovação na
série regular. Para tanto, e fundamentado nestes pressupostos, este estudo
procurou desenvolver o estudo do sistema de numeração decimal e as 4
operações com alunos de 7º ano, frequentadores da Sala de Apoio à
Aprendizagem (SAA) do Colégio Estadual Antônio Maximiliano Ceretta,
localizado no município de Marechal Cândido Rondon, do Núcleo Regional de
Toledo.
DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
Este projeto foi desenvolvido no contra turno com um grupo de, 15
alunos, matriculados na 6ª série/ 7º ano, do período matutino, do Colégio
Estadual “Antônio Maximiliano Ceretta”, na cidade de Marechal Cândido
Rondon, PR, para alunos que frequentaram a “Sala de Apoio” no ano anterior.
O sistema de numeração decimal e as quatro operações, nortearam esse
trabalho utilizando uma metodologia de trabalho diferenciada dando
continuidade às atividades aplicadas na sala de apoio, tais como: atividades
lúdicas, brincadeiras, material dourado e atividades diversas que possam
despertar no aluno o prazer de se fazer matemática.
Através dessa metodologia, procurou-se levar o aluno a alcançar os
objetivos propostos, levando em conta que o mesmo é um ser único e que é
preciso respeitar as suas limitações, não deixando de explorar suas
capacidades de diagnosticar o conhecimento em relação ao sistema de
numeração decimal e as quatro operações; compreensão do histórico do
sistema de numeração decimal e o significado das operações e seus processos
de resoluções; aplicando os conhecimentos adquiridos no desenvolvimento de
potenciação e radiciação.
O trabalho desenvolveu-se em 24 aulas, sendo 4 aulas semanais.
As atividades foram iniciadas com o recebimento dos alunos. Após a
recepção foi explicado como seria a implementação do projeto, foram lidos os
objetivos e comentado sobre as expectativas dos alunos: em aprender
matemática, passar de ano, ajudar na montagem dos materiais manipuláveis.
Os alunos foram separados em duplas e orientados para que escolhessem um
tema, para então fazer a leitura e a história em quadrinhos, sobre a história do
aparecimento dos números. Após a escolha cada grupo confeccionou uma
história em quadrinhos. Após a finalização dos desenhos foi montado um painel
com o título: “Um Pouco de História: O Aparecimento dos Números”. Trabalho
concluído foi feito uma explanação da importância da evolução dos números e
do aparecimento do zero. Foi também entregue uma ficha para que
preenchessem em casa.
Na 2ª atividade foi lido o objetivo do dia, destacando a importância da
nossa contagem decimal que é de 10 em 10, dando ênfase ao sucessor e
antecessor, ordem crescente e decrescente, montando o ábaco para que os
alunos pudessem perceber as trocas de ordens e posição. Para a montagem
do ábaco, cortou-se 18 pedaços de madeira de 20 cm x 8 cm, cada aluno
recebeu 1 madeira e foi orientado quanto às medidas e as suas metades tanto
para altura como para a largura, foram feitas as marcações dos pontos de 3 em
3 cm para pregar os pregos. Fizemos também a marcação de unidade, dezena,
centena, unidade de milhar, dezena de milhar e centena de milhar. As peças do
ábaco foram recortadas em E.V.A. (cada unidade de uma cor). Depois do
material construído foi feito uma lista de números para que os alunos
escrevessem de trás para frente, destacando o valor posicional, tudo com a
utilização do ábaco. Foi trabalhado também o sucessor e o antecessor de cada
número, mostrando o somar 1 e o subtrair 1, observando e destacando ordem
crescente e decrescente. Através de atividades impressas com desenhos de
ábacos para se fazer as leituras dos numerais. Tivemos ainda a opção de
confeccionar ábacos de cartolinas com copinhos de café, para se trabalhar com
grãos.
Na atividade 3 que foram trabalhados ordens e classes, valor absoluto e
valor relativo. Confeccionou-se um quadro de valores (cartaz de pregas),
organizados em duplas e utilizando cartolinas, fita crepe, régua, canetão e
papel dobradura, iniciaram medindo a cartolina, onde foram exploradas as
medidas e orientado o manuseio da régua, foram confeccionados também
cartelas em e.v.a. com algarismos de 0 a 9 (10 cartelas de cada algarismo).
Nas atividades trabalhou-se leitura e escrita dos numerais e manuseio do
cartaz de pregas, dando ênfase ao sistema de contagem que é de 10 em 10.
Foi feito ainda um jogo no cartaz de pregas: uma urna com atividades, cada par
de duplas fazia o sorteio para que o adversário colocasse o resultado no
cartaz, eram 10 questões sorteadas para cada dupla, vencendo quem fechasse
o maior número de pontos, observando que o acerto integral valia 10 pontos e
o acerto parcial valia 05 pontos).
Na 4ª atividade o destaque era para os números pares e ímpares,
usando ainda o cartaz de pregas ou quadro de valores, material dourado
compor e decompor os numerais. Nesta atividade foram propostas atividades
escritas onde os alunos deveriam identificar e separar sucessor, antecessor,
par, ímpar, natural, romano, reforçar ainda leitura e escrita dos numerais,
usando as trocas de ordens e dos símbolos, fazer sequências numéricas, enfim
mostrar a compreensão dos conteúdos já estudados. Saindo do papel para o
pátio do colégio foram desenhadas algumas amarelinhas, uma com números
naturais, outra com números pares e outras com números ímpares, para que
os alunos reforçassem os conteúdos brincando.
Na 5ª atividade os conteúdos contemplados foram às operações com
números naturais, a adição e a subtração, foi destacada a importância de
associar a adição á ideia de “juntar”, “acrescentar” e a subtração às ideias de
“tirar”, “quanto falta” e “quanto mais”, trabalhando também a relação
fundamental da subtração. Partimos do uso do ábaco, cartaz de pregas e livro
didático para a realização de atividades de interpretação e a leitura, explorando
os quadrados mágicos e jogos e brincadeiras (dentre eles: sudoku, torradinhas
de adição e subtração, dominó, pirâmides mágicas, criptogramas, banco
imobiliário). Cada dupla optava pela atividade de maior interesse. Nesta
atividade os recursos utilizados foram basicamente os jogos, fazendo com que
os conhecimentos pré-adquiridos fossem colados em prática, levando-os a
fazer a aplicabilidade dos mesmos nos conteúdos já estudados, estabelecendo
uma interação entre o raciocínio lógico e a sua interpretação neste mundo dos
números.
Na 6ª atividade, foi trabalhado o fechamento das 4 operações,
destacando a multiplicação e a divisão, a ideia de associar a multiplicação com
adições de parcelas iguais através de situações problemas, na adição foi
trabalhada a ideia de “repartir” em partes iguais” ou “quantas vezes cabe”,
identificando-as como exata ou não exata, fazendo uma relação entre a
multiplicação e a divisão pela Relação fundamental da divisão. Através de
situações problemas, com leitura coletiva, foram traduzidas todas as situações
para a linguagem matemática, depois de interpretado os problemas, partiu-se
para as etapas da resolução, numa aula bem descontraída, onde novamente
usou-se o recurso de jogos e brincadeiras, o bingo da tabuada, torradinhas
envolvendo multiplicação e divisão e ainda o jogo Contig 60.
DISCUSSÕES FINAIS
O estudo do sistema de numeração decimal e as quatro operações para
os alunos dos anos iniciais são essenciais, pois, através desse conhecimento,
ele irá desenvolver os demais conteúdos, tendo a base bem estruturada. É
preciso levar em conta que o ser humano vive cercado por números, que a
nossa vida não tem significado sem o uso destes números, mas, às vezes, a
gente não se dá conta, de sua importância com relação a contar, medir,
ordenar, codificar.
O sistema de numeração decimal é um conjunto de regras que permite
escrever e ler qualquer número utilizando símbolos e palavras.
A aplicabilidade do “Sistema de Numeração Decimal e as Quatro
Operações” vem ao encontro a várias situações do cotidiano do aluno e a
exploração dos números foi de suma importância para a aprendizagem e
entendimento dos mesmos. O interesse, o comprometimento, o entusiasmo, a
dedicação nas atividades desenvolvidas eram claramente percebidos a cada
situação experimentada durante aplicabilidade de cada atividade, em se
tratando de jogos e brincadeiras, foi conseguido que o comprometimento fosse
imenso, sem a percepção do aluno que estava desenvolvendo as relações
entre a teoria e a prática.
Dessa forma, ficou evidenciado, o quanto é importante trabalhar de
forma em que os alunos possam participar em conjunto, de modo a partilhar,
sair da individualidade e trocar ideias, relacionar, interagir, percebendo o
mundo ao seu redor, discutindo ideias diferentes relacionadas aos tópicos
propostos, como constatou-se na atividade 1 onde os alunos precisaram de
várias leituras e explicações para entenderem com fazer a história em
quadrinhos de acordo com os textos propostos. Com orientação a interação
aconteceu resultando num maior interesse com relação aos conteúdos. Na
atividade 2 a dificuldade aconteceu na aplicação dos conceitos de medidas,
pois faltaram noções básicas de espaço. Outro fato acontecido foi o grande
interesse dos alunos que estavam fora do projeto, pois a curiosidade em
participar foi grande e percebeu-se que entre eles faziam críticas e elogios ao
projeto.
Os objetivos propostos foram atingidos, pois houve um grande
comprometimento dos alunos que iniciaram o projeto. Com certeza houve
também uma grande clareza ao relacionar teoria à prática, colocando em
destaque os jogos e brincadeiras, que levaram a um entendimento sem muitos
esforços, relacionando os números em situações do seu dia-a-dia, uma vez
que precisa-se reconhecer a matemática como instrumento de transformação
do mundo a nossa volta.
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