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Revista Canavieiros - Novembro 2012 1

Sistema de Produção de Mudas MPB - Pré Brotadas

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A Reportagem de Capa desta edição mostra a tecnologia desenvolvida pelo Centro de Cana IAC – Instituto Agronômico, que possibilita mudanças na forma de produção de mudas de cana-de-açúcar, denominado MPB (Mudas Pré Brotadas). Esta nova tecnologia foi abordada durante a 7ª reunião do Grupo Fitotécnico de Cana IAC, onde é realizada a troca de informações para contribuir com o crescimento do setor sucroenergético.

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3Editorial

A falta de uma definição do que o país quer do etanol dentro da ma-triz energética, deixa o setor su-

croenergético cada vez mais longe de se tornar um setor atrativo para a realização de investimentos.

Esta é a opinião do diretor comercial do Banco do Itaú BBA S/A, Alexandre Figliolino, que concedeu entrevista ex-clusiva à Canavieiros. Durante a conver-sa, Figliolino falou sobre crise financei-ra, novos investimentos e expectativas do mercado financeiro para o setor.

O presidente da CSMIA (Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas) da Abimaq (Associação Bra-sileira da Indústria de Máquinas e Equi-pamentos), Celso Casale, também foi entrevistado este mês. Casale abordou questões sobre o atual cenário do setor de máquinas e equipamentos, políticas públicas, insegurança, além de informa-ções sobre o Programa Mais Alimentos para 2013. Confira!

A Reportagem de Capa desta edição mostra a tecnologia desenvolvida pelo Centro de Cana IAC – Instituto Agronô-mico, que possibilita mudanças na forma de produção de mudas de cana-de-açúcar, denominado MPB (Mudas Pré Brotadas). Esta nova tecnologia foi abordada duran-te a 7ª reunião do Grupo Fitotécnico de Cana IAC, onde é realizada a troca de informações para contribuir com o cresci-mento do setor sucroenergético.

Na coluna Caipirinha, o professor Marcos Fava Neves fala sobre as boas

notícias do agronegócio, referindo-se ao crescimento das exportações, que teve um aumento de 11,8% em relação ao ano passado.

A secção Ponto de Vista é assinada pelo diretor adjunto da Canaoeste, José Mario Paro, que faz uma retrospectiva dos fatos mais importantes relacionados a cultura da cana-de-açúcar ocorridos durante este ano. O consultor tributaris-ta, José Oswaldo Bozzo, também assina esta coluna e discorre sobre a capacidade que o Brasil tem para aplicar produtos e subprodutos da cana-de-açúcar.

Em Notícias Copercana, o leitor en-contrará a reinauguração das lojas de Ferragens e Magazine em Sertãozinho, realizada no dia 13 de novembro. A nova estrutura oferece modernidade e conforto aos cooperados e clientes da cooperativa. E as novidades não pa-ram por aí. No dia 22 de novembro, a Copercana também inaugurou o Auto Center, um espaço que oferece toda manutenção necessária para os veícu-los. A nova instalação fica anexa ao posto de combustível da cooperativa em Sertãozinho.

Já em Notícias Canaoeste o leitor po-derá conferir o I Encontro de Gerentes do Sistema Copercana, Canaoeste e Si-coob Cocred, realizado em Sertãozinho no dia 21 de novembro. O encontro reu-niu colaboradores e contou com a parti-cipação de especialistas renomados.

Ainda em Notícias Canaoeste está a realização do Dia de Campo para pro-

Falta políticas públicas

Boa leitura!Conselho Editorial

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dutores em parceria com a John Deere e Colorado para apresentar e demonstrar a enfardadora cilíndrica 568.

Em Assuntos Legais, o advogado da Canaoeste, Juliano Bortoloti, fala sobre a instalação de Juizados Especiais Itine-rantes nas áreas rurais dos Estados e no Distrito Federal que deverá ser realizada até abril de 2013. Ele também escreve orientações gerais ao produtor rural so-bre o Novo Código Florestal.

No Destaque desta edição, o leitor irá encontrar a sessão solene realizada para cooperativas pela Câmara Municipal de Ribeirão Preto em parceria com a Ocesp (Organização das Cooperativas do Es-tado de São Paulo), em homenagem ao Ano Internacional das Cooperativas.

O gerente de Planejamento, Controle e Topografia da Canaoeste, Thiago de An-drade Silva, traz o acompanhamento da safra 2012/2013 da segunda quinzena de outubro, em comparação com os obtidos na safra 2011/2012 no mesmo período.

No artigo Técnico, o agrônomo da Canaoeste, Danilo Fonseca Mazoni, discorre sobre a importância dos Mapas de Classificação dos Solos e Ambientes de Produção.

Além disso, confira também as Infor-mações Setoriais do mês de outubro e os Prognósticos Climáticos para os meses de dezembro e janeiro divulgadas pelo consultor agronômico da Canaoeste, Oswaldo Alonso. O leitor ainda encon-trará dicas de leitura e português.

Expediente:Conselho editoRial:Antonio Eduardo TonieloAugusto César Strini PaixãoClóvis Aparecido VanzellaManoel Carlos de Azevedo OrtolanManoel Sérgio SicchieriOscar Bisson

editoRa:Carla Rossini - MTb 39.788

PRojeto gRáfiCo e diagRamação: Rafael H. Mermejo

equiPe de Redação e fotos:Carla Rodrigues, Fernanda Clariano, Murilo Sicchieri e Rafael H. Mermejo

ComeRCial e PubliCidade:Marília F. Palaveri(16) 3946-3311 - Ramal: [email protected]

imPRessão: São Francisco Gráfica

tiRagem desta edição: 21.500 exemplares

issn: 1982-1530

A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do

Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred. As matérias assinadas e informes publicitários

são de responsabilidade de seus autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada,

desde que citada a fonte.

endeReço da Redação:A/C Revista Canavieiros

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- Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred realizam I Encontro de Gerentes- Canaoeste realiza Dia de Campo para produtores- Efeitos do trabalho do grupo terapêutico dentro da gestão atual Canaoeste

22 - Notícias Canaoeste

Ano VII - Edição 77 - Novembro de 2012 - Circulação: Mensal

Índice:

E mais:

Capa - 24Sistema de Produção de Mu-

das MPB - Mudas Pré BrotadasCentro de Cana IAC – Instituto

Agronômico - desenvolve tecno-logia que possibilita mudanças na forma de produção de mudas de cana-de-açúcar

20 - Notícias Copercana- Copercana reinaugura lojas de Ferragens e Magazine em Sertãozinho- Auto Center Copercana é inaugurado em Sertãozinho

38 - Notícias Sicoob Cocred- Balancete Mensal

Coluna Caipirinha: .................página 08

Ponto de VistaJosé Osvaldo Bozzo.................página 11

Assuntos Legais.................página 30

Informações Setoriais.................página 40

Artigo Técnico I.................página 42

Artigo Técnico II.................página 46

Cultura.................página 48

Destaque.................página 49

Classificados.................página 50

05 - EntrevistaAlexandre Figliolinodiretor comercial do Banco Itaú BBAUma visão do mercado financeiro

Celso Casalepresidente da CSMIA“A baixa competitividade do produto

brasileiro decorre de uma elevada carga tributária e de uma defasagem cambial”

10 - Ponto de vistaJosé Mário ParoDiretor da CanaoesteDa cana de açúcar: retrospectiva

36 - Ano Internacional das CooperativasErrata: Na edição de nº 76 - página 37 - referente ao mêsde outubro de 2012, houve um erro

na legenda da foto publicada na matéria - Usinas são homenageadas no programa “Energia do Bem” do Hospital de Câncer de Barretos. - O nome do diretor do Hospital de Câncer de Barretos, Henrique Duarte Prata, foi divulgado incorretamente. A legenda com o nome correto é: Após as homenagens, Henrique Prata acompanhou as autoridades em visita ao Hospital.

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5Entrevista

Alexandre FigliolinoUma visão do mercado financeiro

Fernanda Clariano

“Enquanto não houver uma definição clara do que o País quer do etanol como participação dele na matriz energética, não vamos che-gar a lugar algum”. Foi com essa afirmação que o diretor comercial do Banco Itaú BBA S/A, Alexandre Figliolino, deu início a entrevista feita com exclusividade à Canavieiros, onde falou sobre crise financei-ra, novos investimentos e expectativas do mercado financeiro para o setor sucroenergético. Confira a entrevista!

Revista Canavieiros: O que é pre-ciso para que ocorra a recuperação das usinas que estão em dificuldades financeiras?

Alexandre Figliolino: Enquanto não houver uma definição clara do que o país quer do etanol como participação dele na matriz energética, não vamos chegar a lugar algum. A realidade de hoje é que os custos de produção estão muito acima dos preços de mercado e a situação ago-ra está mais agravada ainda, parece que o consumidor de alguma forma se en-cheu do etanol, tanto que os preços vêm se retraindo e o consumo não tem volta-do como os modelos teóricos indicariam que teria que voltar . Estamos em uma situação crítica em relação a isso. Nos últimos três anos, a situação só não ficou mais grave porque o açúcar pagou a con-

ta de tudo, graças a sua rentabilidade nas usinas, então conseguiram apresentar re-sultados razoáveis e com isso enfrentar todo esse pico de renovação de canavial. Mas daqui para frente, não se espera que no ano que vem o açúcar vá ajudar mui-to, porque os preços do mercado interna-cional depois de três anos de produção acima da demanda, estão em níveis mais baixos. Está certo que o câmbio vem aju-dando, está num nível acima de dois e isso é positivo, mas com o etanol dando prejuízo e o açúcar empatando, a tendên-cia é que a condição financeira das usi-nas piore o que não é positivo. É por isso que está passando da hora de se tomar algum tipo de definição.

Revista Canavieiros: Como serão os novos investimentos no setor, serão

em greenfields ou brownfields e quan-do eles virão?

Alexandre Figliolino: Nessa atual situação, o governo tem de certa forma ajudado com programas com taxa de juro favorecida e isso sem dúvida é muito po-sitivo. Mas o que nós estamos vendo, são investimentos na área agrícola que são absolutamente óbvias, só não investe na área agrícola quem vai abandonar a ati-vidade. Então esses investimentos que estão sendo feitos, são por acréscimo de unidade de produção, altamente viáveis que têm que ser feitos. Estão sendo feitos investimentos em aumento de mix açuca-reiro, para a usina ficar mais flex em ter-mos de produzir açúcar e etanol, alguns investimentos para as usinas aumentarem a capacidade de produção de anidro, mas em greenfields, os poucos que existem são casos absolutamente isolados. São continuidade de projetos que já foram ini-ciados há muitos anos atrás, hoje não têm investimentos em greenfields. Em brown-field, alguma coisa tem sido feita, muito pouco. O que está sendo feito mesmo é “desgargalamento” até incentivado pela linha de financiamento a custos bastante baixos, que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e So-cial) está oferecendo para o setor.

Revista Canavieiros: Quando o se-tor deverá sair dessa crise?

Alexandre Figliolino: É a tal ques-tão, o que vai ser do hidratado? Nós va-mos continuar com o etanol hidratado? Nós vamos tentar criar um combustível só, um anidro com padrão americano e aumentar o nível de mistura dele na ga-solina? Nós vamos “anidrizar” tudo? É o que está sendo questionado por todo mundo. Para onde nós vamos? Neste exato momento, quem disser que sabe para onde vai o etanol está muito mal informado porque não existe definição nenhuma. O que dá um pouco de ânimo para nós, é ver que hoje realmente a Pe-trobras está tendo um prejuízo enorme importando gasolina. Todo o consumo

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de gasolina neste país, está sendo aten-dido por combustível importado que hoje chega mais caro na refinaria da Petrobras do que o preço que ela ven-de. Os estudos que se vê por aí de preço médio de importação de gasolina pela Petrobrás estão acima de R$1,57 por litro e vende a R$1,19 ou seja, tem um prejuízo hoje de R$0,38 centavos por litro de gasolina comercializado. Então alguma coisa precisa ser feita, o setor de um lado está tendo prejuízo com a produção do etanol e a Petrobras tendo prejuízo com a gasolina importada. A perspectiva do país de ter uma produ-ção interna maior de gasolina depende de alguns investimentos, as refinarias que estão para entrar em operação a partir de 2015, não prevêem a gasoli-

na como produto chave, então é preciso achar uma equação para resolver isso.

Revista Canavieiros: Que visão o mercado financeiro tem do setor de açúcar e do álcool?

Alexandre Figliolino: Somos muito otimistas a médio e longo prazo. Acha-mos que uma hora as coisas vão se re-solver, mas, evidentemente, tem uma travessia para ser feita, tem um perío-do ainda que não sabemos dimensionar quanto tempo vai levar, que é um perí-odo de uma situação bastante apertada para o setor. Agora com o açúcar não tão remunerador, com etanol dando prejuízo, tem-se uma travessia por aí e acredito que uma parte significativa do setor tem condições de fazer essa traves-

sia sem ter graves problemas, mas tem uma outra parte que pode ficar pelo meio do caminho. A gente nota que o governo tem uma preocupação de gerar emprego e renda, tem se mostrado bastante pre-ocupado com diversos setores e tem fa-vorecido diversos setores com a desone-ração. No caso do açúcar e álcool, pelas penalidades positivas que tem em termos ambientais, hoje é um setor que cumpre a lei trabalhista que é bastante rigorosa, é um setor que gera emprego, renda, pers-pectiva de vida para as pessoas e é um setor onde a capacidade de respostas a estímulos, tende a ser muito rápida. O go-verno precisa entender um pouco a coisa por esse lado, sentar com o setor e tentar chegar em algo razoável para a sociedade brasileira, para o Brasil.

Celso CasaleCelso Casale

“A baixa competitividade do produto brasileiro decorre de uma elevada carga tributária e de uma defasagem cambial”

Carla Rodrigues

A frase acima é do presidente da CSMIA (Câmara Setorial de Má-quinas e Implementos Agrícolas) da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), Celso Casale, que no mês de outubro, falou exclusivamente à Revista Canavieiros. Ao lon-go da entrevista, Casale abordou questões sobre o atual cenário do setor de máquinas e equipamentos, políticas públicas, insegurança dos produtores, além de novas informações sobre o Programa Mais Alimentos para 2013. Confira!

Revista Canavieiros: Como está o setor de máquinas e implementos tanto para a área industrial quanto para a área agrícola? Falando no mercado de cana-de-açúcar e grãos.

Celso Casale: Especificamente em relação ao nosso segmento, os últimos indicadores que se referem aos primei-ros nove meses do ano, o faturamen-to do setor mostra um crescimento de 10,3% em relação ao mesmo período de 2011. Apesar do resultado favorá-vel, um dado que tem gerado preo-cupação é uma tendência de declínio nas exportações de máquinas e imple-mentos, acompanhado de um aumento constante nas importações. Os núme-ros fechados até setembro indicam de-

clínio de 10,1% nas exportações. E tal queda veio se acentuando ao longo do ano. Para se ter uma ideia do declínio, nossas vendas externas iniciaram o ano com crescimento de 36,4%; no acu-mulado de janeiro a março só cresceu 10,2%; em abril apresentou aumento de apenas 4,7% no acumulado.

Já as importações registraram trajetó-ria exatamente contrária, com uma rota ascendente. Iniciamos o ano com um au-mento de 49,4% em relação a janeiro de 2011, foi subindo até um pico de 95% de crescimento no acumulado do primeiro trimestre, na comparação com o mesmo período de 2011. De lá para cá, cresceu num ritmo menos intenso, mas fechou os primeiros nove meses de 2012 com uma

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elevação de 27,3% sobre o resultado do mesmo período de 2011.

Revista Canavieiros: O Brasil tem condições de expandir o setor?

Casale: Analisando de forma geral, as possibilidades do Brasil em relação ao agronegócio são realmente bastante promissoras. Temos todas as condições para prosseguir com a evolução forte que temos tido nos últimos anos. Agora no nosso setor, a tendência é de cada vez mais dificuldades das empresas nacio-nais diante da entrada de produto impor-tado. E não se trata de uma questão de falta de capacidade técnica das empresas nacionais. A baixa competitividade do produto brasileiro decorre, dentre outros fatores, de uma elevada carga tributária e de uma defasagem cambial que, apesar de alguns ajustes, ainda castiga o fabri-cante nacional. Nossa defasagem com-petitiva em relação aos fabricantes inter-nacionais ainda está na faixa dos 40%, o que faz com que, a cada ano, se importe mais e se exporte menos.

Revista Canavieiros: Falando em

políticas públicas, qual é o primeiro passo que o governo deve dar no senti-do de minimizar a insegurança do in-dustrial e do produtor rural?

Casale: Acreditamos que o recente anúncio da prorrogação das linhas do Programa de Sustentação do Investimen-to (PSI) para 31 de dezembro e a adoção de juros na base de 2,5% para os finan-ciamentos da linha do Finame é um bom início. Mas não é o suficiente. É preciso levar em conta a instabilidade provocada pela insegurança na continuidade dessas linhas e condições de financiamento,

sempre sujeitas a interrupções e prorroga-ções, numa atividade que por sua nature-za requer decisões de longo prazo.

Revista Canavieiros: Fale um pou-co sobre o Programa Mais Alimentos. O que este programa significa para a ABIMAQ e também para o produtor?

Casale: Diante do potencial da agri-cultura familiar, principal beneficiário do programa Mais Alimentos, as perspecti-vas em termos de vendas de implemen-tos agrícolas são muito boas. Conforme lembrou o ministro do Desenvolvimento Agrário no nosso recente Seminário de Planejamento Estratégico, realizado em Ribeirão Preto, desde 2008 o programa facilitou a aquisição de 48 mil tratores. Todo esse volume expressivo de equipa-mentos gera, consequentemente, muita demanda por implementos e máqui-nas para as nossas indústrias. É sempre bom lembrar ainda o enorme mercado representado por pequenos e médios produtores rurais no Brasil, na ordem de 3,8 milhões de estabelecimentos rurais. Como nos ensina o pesquisador Eliseu Alves, da Embrapa, o que limita o crescimento desse segmento não é o tamanho da propriedade, mas o acesso a tecnologia, onde a mecanização assume papel preponderante.

Revista Canavieiros: Para 2013, qual é o plano/expectativa do Progra-ma Mais Alimentos para a CSMIA (Câmara Setorial de Máquinas e Im-plementos Agrícolas)?

Casale: As expectativas são bastan-te animadoras. Ainda segundo infor-mações do ministro Pepe Vargas em nosso encontro, um novo programa de

estímulo ao pequeno produtor familiar prevê a compra de oito mil tratores e implementos para doação aos agriculto-res sem condições de modernizar suas propriedades. Além disso, temos tam-bém boas perspectivas em relação ao mercado externo, com o início de um prolongamento do Programa Mais Ali-mentos também para compradores de outros países, especialmente da África e da América Latina.

Revista Canavieiros: Você acredi-ta que o pequeno e o médio produtor estão bem informados sobre as con-dições que o setor oferece? Eles têm acesso às informações necessárias para um bom desempenho da lavoura?

Casale: Apesar de todo o nosso esforço, como liderança empresarial, para informar e levar conhecimento não só aos industriais, mas também aos demais integrantes da cadeia do agronegócio, noto que há certo des-conhecimento por parte do pequeno produtor. E não é por falta de informa-ção, pois uma série de empresas e en-tidades realizam pesquisas e fornecem informações sobre os mais diferentes aspectos relacionados à atividade do agricultor brasileiro. Nós mesmos, aqui na CSMIA e na ABIMAQ dispo-nibilizamos uma série de ferramentas e informações técnicas nos vários in-formativos e no nosso site. Além disso, empresas como Embrapa, assim como diferentes órgãos ligados ao Ministério da Agricultura e também das secreta-rias estaduais oferecem uma infinidade de opções de informativos que podem ajudar os agricultores a melhorar o de-sempenho de suas propriedades. RC

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O mês: continuam boas notícias vindas apenas do Agro bra-

sileiro. Parece que o resto do país anda de lado. Após dois meses consecutivos de queda em relação ao ano de 2011, no mês de outubro o desempenho das ex-portações melhorou e apresentou cres-cimento. As exportações do agro foram de US$ 9,34 bilhões (aumento de 11,8% em relação ao ano passado). O valor ex-portado acumulado no ano (US$ 80,9 bilhões) continuou aumentando (1,8%) quando comparado com o mesmo perí-odo de 2011 (US$ 79,5 bilhões), contri-buindo para um saldo positivo de US$ 67,3 bilhões (3,1% maior que o mesmo período em 2011). Este valor acumula-do levou as exportações a alcançarem 80,9% da meta dos 100 bilhões para o ano de 2012. Os demais produtos bra-sileiros - fora do agro - tiveram uma queda de 10,3% nas exportações (US$ 13,5 bi em 2011, para US$ 12,1 bi em 2012), o que fez com que o agronegócio aumentasse sua participação relativa nas exportações em outubro quando compa-rado com o mesmo período do ano pas-sado, alcançando incríveis 44,3% nos totais do Brasil.

Empresas: queria aqui deixar um registro às empresas que nos atendem no setor de defensivos. Tenho oportu-nidade de participar em palestras e dis-cussões com os times de cana da FMC, Syngenta, Bayer, Basf e Arysta. É im-pressionante a vontade que esta turma está de inovar, de acertar, de buscar soluções e de estar mais próximo do produtor, criando, capturando e com-partilhando valor. A proximidade das grandes empresas com as cooperativas, associações, fornecedores e usinas será fundamental nesta nova fase do setor, onde temos que trabalhar com parce-rias, com inovações e com desperdício zero. Parabéns.

Pessoas Canavieiras (homenagem do mês): a pessoa canavieira do mês é o Ismael Perina. Tenho acompanhado de perto sua incansável luta pelo setor, e isto envolve participar de inúmeras reuniões em diversos lugares, investin-do tempo em deslocamento, esforços que poucas vezes são reconhecidos. Is-mael sempre falando nos fóruns sobre os problemas do fornecedor de cana e defendendo a classe. Parabéns Ismael, meu homenageado do mês.

Aprendizado de Viagem: dia 13 de novembro fui convidado a fazer uma pa-lestra na Aplacana, em Monte Aprazível. Fui muito bem recebido lá pelas pessoas, e pude falar no espaço completamente lo-tado. Ai veio a surpresa ao final, que tinha sido a palestra inaugural da nova sede, que ficou linda. Parabéns aos produtores da região, que tem agora um espaço mui-to bom para se encontrarem e promove-rem as ações coletivas, que são cada vez mais fundamentais ao setor. Agradeço ao presidente Donaldo e em nome dele fi-cam registrados meus parabéns a todos. Também destaco a alegria de participar da premiação feita pela Coplana às crian-ças que participaram da competição dos desenhos e frases e da oportunidade de falar à gente guerreira da Copercana no evento de 21 de novembro.

Mercado de Cana: Acho que come-çam a melhorar as notícias. Safra um pouco maior, produtividade crescendo, clima indo bem. Resta esperar melhoria de preços, mas as pressões não são boas no mercado do açúcar, estima-se que te-remos oferta maior que a demanda em mais de 5 milhões de toneladas, o que deve levar a recomposição de estoques e preços comprimidos. O duro é saber que poderíamos inverter este quadro se o etanol remunerasse adequadamente e tivéssemos uma safra bem mais alco--oleira. Seria um jogo ganha ganha, mas que não depende de nós.

Haja limão: É impressionante a in-sensibilidade social e de exclusão de fornecedores, presente no Governo Fe-deral – fazendo as 100, 120 novas usi-nas necessárias para o Brasil até 2020, teríamos a geração de 100 a 120 mil postos de trabalho. Com isto promove-ríamos a inclusão e o desenvolvimento social. O Governo e parte dos Procura-dores da República, do Ministério Pú-blico também são insensíveis com os fornecedores de cana, uma vez que fi-cam fazendo exigências a um setor que nos últimos dez anos trabalhou de graça para a sociedade brasileira, sem ganhar nada. Sem dizer da grande insensibili-dade ambiental, pois a falta de etanol para abastecer a crescente frota flex (3 milhões de novos automóveis por ano) e o aumento do consumo de gasolina está fazendo com que o Brasil deixe de atender as metas ambientais fixadas pelo país nas instituições internacio-nais. Como as emissões do etanol estão

em 10 a 15% das emissões de gasoli-na, somente no Estado de São Paulo, de acordo com o Consema, entre 2009 e 2011 houve um aumento de emissões de 3,4 milhões de toneladas de CO2 pela troca do etanol pela gasolina.

O problema mais grave, e que eu previ, está por acontecer, se nada for feito. Teremos desabastecimento de ga-solina. Aí sim a imagem deste Governo vai desabar. Foi amplamente avisado e noticiado. Quem sabe agora ficam mais sensíveis à questão do etanol.

Para um país que não consegue pla-nejar, é uma triste constatação. No Bra-sil temos a gestão por sustos... Precisa um avião parar por dois dias na pista de Viracopos e dar um prejuízo de R$ 25 milhões a Azul, para se perceber que não tinha o aparelho de remoção e que não temos uma segunda pista num dos aeroportos mais importantes do continente... Precisa o Ministro da Jus-tiça dizer que prefere morrer a ir para nossos presídios para alguém descobrir que uma porcentagem muito pequena da verba que estava alocada para refor-ma e construção de presídios tinha sido usada. Já está evidente que a Rodovia Anhanguera precisa, para ontem, de uma terceira faixa entre Cordeirópolis e Pirassununga, pois está absolutamente congestionada já, quiçá até Ribeirão... Não se planeja, não se pensa no futuro, e o mais triste... sobram os recursos...

Agradecimento: faço também aqui um agradecimento especial às Coope-rativas, Associações do Setor de Cana e algumas Usinas, que estão fazendo compras empresariais do meu livro novo (Doutor Agro, Editora Gente) para distribuir de presente de natal à imensa comunidade agro. É mais uma forma de comunicarmos que o Agro e a Cana são bons ao Brasil. Quem tiver interesse, a Editora vende a cópia a R$ 10, para compras acima de 100 unida-des. É só me mandar um email ([email protected]) que eu os coloco em contato direto com a Editora para viabi-lizar. Obrigado, é um esforço pelo agro, fácil leitura, tem todos os meus textos e críticas a miopia generalizada que afeta os negócios sucroenergéticos.

Coluna Caipirinha

“Gestão por Acidentes”

MARCOS FAVA NEVES é professor titular de planejamento e estratégia na

FEA/USP Campus Ribeirão Preto e coordenador científico do Markestrat.

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Da cana de açúcar: retrospectiva*José Mario Paro

Para esta edição de novembro, ha-via planejado fazer uma breve re-trospectiva dos fatos mais impor-

tantes relacionados ao cultivo da cana e aos seus produtores, ocorridos neste ano que está findando.

Não me lembro de outro período em que tenham acontecido tantas reuniões técnicas, seminários, congressos, etc, tra-tando do assunto. Também não me recor-do de ter observado e lido tamanha quan-tidade de notas, notícias, reportagens e análises na mídia especializada. De sorte que não conseguiria fazer a retrospectiva desejada, pois os fatos não se comporta-ram exatamente da maneira prevista pe-los analistas. Isto, por si só, ilustra os en-traves que existem para se fazer previsões quando o assunto é agricultura.

Optei, assim, por fazer um resumo do que escrevi na Revista Canavieiros nestes últimos tempos, escolhendo os trechos mais significativos.

Na edição de novembro de 2002, es-crevi: “Ao observamos o mapa de pro-dução de cana, verificamos que a cada safra, tem ocorrido duas situações: a) perda de participação, em termos per-centuais, no total de cana produzido pelos fornecedores independentes; b) redução do numero de pequenos forne-cedores (até 5.000ton. safra)”

(...)“Continuamos derrapando em uma

questão básica: a tão decantada di-ficuldade de nos associarmos. Nosso agricultor é, por questões culturais, individualista. Como consequência, a maioria das associações existentes não tem a representatividade e a solidez ne-cessária para o momento.”

Em dezembro de 2008, escrevi:“A conjunção de fatores adversos,

como a quebra na produtividade agríco-la, a redução da quantidade de açúcar por tonelada de cana, os baixos preços vigentes e a contaminação geral da eco-nomia pela crise mundial, que ora vive-mos, configuram um quadro de quase im-

passe, sem soluções fáceis a curto prazo. A produção de Etanol, ao mesmo tempo em que está criando janelas de oportuni-dades, trouxe também uma complexidade até então desconhecida aos negócios. As carências começam a ficar evidentes: es-calas de produção nem sempre satisfató-rias, capitalização inadequada na maio-ria das empresas da cadeia produtiva, questões de logísticas ainda não resolvi-das, dificuldades e diferenças tarifárias nas diversas regiões do País, capacitação inadequada da mão de obra, etc, são par-tes das atuais dificuldades”.

(...)“Para nós, produtores independentes

de cana-de-açúcar, a situação ainda é mais difícil e complicada, por sermos o elo mais fraco de toda esta cadeia produtiva”.

Em dezembro de 2009, escrevi:“E o álcool, como será o mercado

interno? Vamos enfim exportar mais? E o pré-sal? E os preços do petróleo? Em que resultará o forte” lobby” político que se espera ser articulado pelos gran-des grupos que estão sendo formados?”

Em novembro de 2011, anotei:“Sabemos todos que a partir de

2008 as dificuldades de produzir cana só se têm aumentado”

(...)“Ocorre que há um sério complicador

neste quadro: os custos de produção vêm crescendo de forma persistente, na área agrícola e industrial, desembocando na situação atual, em que o etanol hidra-tado perdeu a competitividade frente à gasolina, tornando sua produção antie-conômica.Como se não bastasse, no front externo o etanol da cana vem sendo subs-tituído por aquele originário do milho.Percebe-se então a grande dificuldade atual: se não se resolver esta questão – viabilidade econômica do etanol hidrata-do – estaremos diante de um impasse no setor. Resolver este impasse é a questão do momento, em que além da necessi-dade de aumentar fortemente os investi-mentos; da necessidade de maximizar o emprego das tecnologias disponíveis; da necessidade de poder dispor de grande

capacidade técnica e gerencial, haverá ainda a necessidade de ação coordenada de todos aqueles que têm participação na atividade, desde a produção da cana-de--açúcar até a distribuição e comercializa-ção do etanol hidratado.

Sem esta ação coordenada, que ainda não está à vista, a solução do referido impasse se tornará extremamente difícil. Isto porque será necessário reduzir os custos de produção da cana-de-açúcar e do etanol. Será também necessário rever a política de preços dos combus-tíveis fósseis, definidos pelo governo. A incidência de impostos sobre a cadeia do etanol terá de ser reequacionada. E será altamente desejável que os fabri-cantes dos motores flex os tornem mais eficientes, possibilitando aumentar o rendimento dos veículos, em quilômetros rodados por litro de etanol.

Seremos capazes de viabilizar emprei-tada de tal envergadura? Este é o grande desafio do presente. E como sabemos, quem não tem presente não tem futuro”.

Aí está. Como de hábito, procurei ser fiel ao que estava ocorrendo, no mo-mento em que escrevi.

Parece que não houveram grandes mudanças, de novembro de 2002 aos dias atuais. Mas deixo esta conclusão a cargo de cada um dos leitores.

Aproveito a oportunidade para de-sejar a todos nós um Santo Natal e um dadivoso 2013.

*Diretor Adjunto da Canaoeste e Conselheiro da Sicoob Cocred

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Muito além do álcool e do açúcarJosé Osvaldo Bozzo*

O Brasil tem uma capacidade in-vejável para aproveitar e a apli-car produtos e subprodutos da

cana-de-açúcar. O setor sucroalcooleiro, a exemplo disso, produz há anos conhe-cimento tecnológico e científico sobre o impacto na prática de unidades de gera-ção de energia distribuída nas usinas de açúcar e álcool. Isso significa dizer que não somente produz uma massa crítica de conhecimento focalizando a adoção de formas acessórias de fornecimento de energia para a matriz energética brasilei-ra, mas, também, colabora diretamente para o fortalecimento do mercado de açúcar e álcool, gerando novos postos de trabalho e estimulando um aprendizado ambientalmente adequado.

A tecnologia de adaptação estratégica é árdua e envolve modificações expres-sivas, principalmente quando se dá num ambiente dinâmico, complexo e perme-ado por improbabilidades, como o do setor elétrico brasileiro nos dias atuais. Para tanto, diante de tais circunstâncias, a estratégia é realizar um programa dinâ-mico, elaborado de maneira inteligente, a fim de contrapor às abordagens habi-tuais de planejamento que pressupõem princípios previsíveis ou variáveis coli-gáveis e monitoráveis. Por isso, espera--se que, do ponto de vista energético, a moagem da cana-de-açúcar siga contri-buindo de modo sustentável como fonte de energia limpa e renovável.

A propósito, o grande diferencial deste mercado, contudo, está no principal com-bustível da unidade geradora (bagaço de cana) que, pela sua propriedade de refugo do processo de cultivo e, consequente-mente, produção de álcool, não só eleva ao máximo o lucro da empresa pelo aprovei-tamento altivo da matéria, como também repotencializa o playground industrial no que tange à aquisição de novas tecnolo-gias, retroalimentando o circuito de com-petitividade e demanda energética.

Portanto, é certo que o setor sucro-alcooleiro possui alguns diferenciais competitivos frente às demais unidades

do setor empresarial, especialmente em relação à melhoria contínua da eficiência produtiva e à existência de um grupo de pessoas comprometidas e capacitadas.

A própria forma de atuação das empre-sas do segmento sucroenergético, desde a sua constituição e ao longo dos anos de existência, evidencia uma clara inclinação para a qualidade e para a inovação tecno-lógica. Isto se verifica nos investimentos que já foram e que vêm sendo realizados, na capacitação dos recursos humanos e no upgrade científico e tecnológico dos métodos industriais ligados ao setor.

Excepcionalmente, nota-se que de-terminadas empresas que optam por penetrar no segmento de geração dis-tribuída como unidade geradora ou co-geradora da matriz energética brasileira não têm muita relação ou afinidade com a indústria de energia elétrica, necessi-tando, portando, de ajustes técnicos e organizacionais, além da geração de co-nhecimentos basilares necessários para que o lucro e a competitividade dese-jados não se transformem em prejuízo.

Se refletirmos de maneira simplista, a cogeração de energia elétrica com a quei-ma de bagaço proveniente da moagem da cana-de-açúcar, embora seja uma tec-nologia rotineira nas usinas e destilarias brasileiras, é uma novidade recente para o setor sucroalcooleiro. Ainda falta muito a fazer neste sentido, ou seja, canalizar mais investimentos, dentro de um programa ex-clusivo de geração emergencial, num con-texto de crise de abastecimento energético que vocifera atualmente em nosso país.

É premente a adoção de políticas pú-blicas no sentido de incentivar o setor na concessão de subsídios para a formação de novas cogeradoras. O setor sucroalco-oleiro deve, portanto, iniciar uma severa articulação junto à sociedade como forma de buscar junto às autoridades governa-mentais medidas de desenvolvimento tecnológico e ampliação do parque fabril. Investimentos públicos e privados devem compor uma política global para a ener-

gia cogerada pelo setor sucroalcooleiro, focados na geração de eletricidade e obje-tivando a consecução do aproveitamento efetivo do potencial desse setor.

Fato é que as novas alternativas buscadas para a redefinição do projeto estratégico de novos investimentos no setor sucroalcooleiro ultrapassam os limites do discurso neoliberal, pois, ao mesmo tempo em que exigem a saída do Estado do setor, reivindicam novas linhas de crédito e subsídios especiais.

Mas, convenhamos, o setor su-croalcooleiro deve, sim, ir à busca de alianças, redefinir suas estratégias de negócios e, para tanto, conservar a re-novação da matriz energética para sus-tentação de seu discurso, apoiando-se na justificativa de auto sustentabilidade da agroindústria e na questão ambien-tal, ou mesmo na estandardização de procedimentos objetivando a certifica-ção socioambiental da cana-de-açúcar.

Os institutos representativos do capi-tal sucroalcooleiro devem se fortalecer cada vez mais, buscando e articulando a sustentação desse projeto, bem como as redefinições do setor por meio de uma nova “aliança” com o Estado e com o trabalho, na efetuação de novas diretri-zes econômicas e políticas.

* José Osvaldo Bozzo, Consultor tribu-tarista, é formado em Direito. Foi também

professor de Planejamento Tributário na USP – MBA de Ribeirão Preto.

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20Notícias Copercana

Copercana reinaugura lojas de Ferragens e Magazine em SertãozinhoCarla Rodrigues

Buscando sempre consolidar o sistema cooperativista dentro de sua comunidade, através de

melhores condições de preço e atendi-mento, a Copercana ofereceu um café da manhã especial para reinaugurar as lojas de Ferragens e Magazine, em Ser-tãozinho, no dia 13 de novembro.

Com ambiente climatizado, a nova estrutura possui 1.828m², área suficien-te para deixar expostos todos os produ-tos disponíveis na loja e também abrigar novos caixas, facilitando a compra dos clientes. No espaço separado para fer-ragens, cooperados e clientes encontra-rão vários produtos para as atividades da lavoura, como: sementes, corretivos, fertilizantes, adubos foliares, ferragens, defensivos, produtos veterinários, sela-ria, máquinas e implementos. Já no es-paço reservado para o magazine estão expostos produtos para casa, eletrodo-mésticos, aparelhos eletrônicos, artigos para cama, mesa e banho, além de uma linha de presentes.

Participaram da cerimônia de rei-nauguração o presidente da Coperca-na e Sicoob Cocred, Antonio Eduardo Tonielo, o presidente da Canaoeste e diretor da Copercana e Sicoob Cocred, Manoel Ortolan, o diretor da Canaoes-te, Paulo Canesin, o representante das empresas fornecedoras, Valter Prado, além de cooperados e clientes das lojas.

O presidente da Canaoeste, Manoel Or-tolan, contou que a reforma das lojas era um pedido de muitas pessoas e acreditan-do no potencial de vendas da cooperativa, apoiou a iniciativa de “transformar” o es-paço em um ambiente mais confortável para os clientes e para os cooperados. “An-tes o cooperado não tinha acesso a todos os produtos da loja, o que dificultava na hora da venda, agora com esta mudança, o processo de compra será agilizado e o atendimento bem melhor”, disse Ortolan.

O diretor da Canaoeste, Paulo Ca-nesin, na ocasião representando todos os cooperados, falou da satisfação em fazer parte de uma cooperativa como a Copercana, que está sempre preocupa-da em facilitar a vida do produtor rural, desde o atendimento técnico até a com-pra dos produtos. “Sei que assim como eu, todos os cooperados estão honrados por saber que toda esta estrutura foi projetada para nós, porque a coopera-tiva acredita em nosso trabalho e nós acreditamos no dela. É um presente que a Copercana está entregando para a ci-dade e irá render grandes resultados”, comemorou Canesin.

Para o presidente da Copercana e Sicoob Cocred, Antonio Eduardo To-nielo, a realização da reforma, através do trabalho e dedicação de seus colabo-radores, é mais uma missão cumprida em prol dos produtores e da comunida-de em que a Copercana está inserida. “Queremos melhorar cada vez mais e poder oferecer sempre aos nossos co--operados somente o que há de melhor em serviço, atendimento e produto. Tudo o que fazemos e arrecadamos é voltado para os nossos produtores e isso deixa a gente alegre, pois conseguimos oferecer coisas boas aos consumido-res”, disse Tonielo.

Lojas Ferragens CopercanaCravinhos, Descalvado, Ituverava, Morro Agudo, Pitangueiras, Pontal, Porto

Ferreira, Santa Cruz das Palmeiras, Santa Rita do Passa Quatro, Santa Rosa do Viterbo, Serrana, Severínia, Campo Florido (MG) e Frutal (MG).

Lojas Magazine Copercana Cravinhos, Descalvado, Ituverava, Morro Agudo, Pitangueiras, Pontal, Serrana,

Severínia e Campo Florido (MG).

Nova estrutura oferece modernidade e conforto

Confira as cidades dos Estado de São Paulo e Minas Gerais que a Copercana está presente.

Nova fachada da Copercana Ferragens - MagazineRicardo Meloni, Pedro Pavan e

Geraldo Ribeiro

Manoel Sérgio Sicchieri, Manoel Ortolan, Oswaldo Alonso, Ricardo Meloni, Plácido Boechat, Antonio Eduardo Tonielo, Paulo Canesin e Thiago Silva durante cerimônia de reinauguração

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Auto Center Copercana é inaugurado em SertãozinhoFernanda Clariano

Foi pensando no conforto dos coo-perados e clientes, que a Coperca-na inaugurou no dia 22 de novem-

bro, o Auto Center, um espaço totalmente moderno, criado para dar suporte na ma-nutenção de carros, caminhonetes e vans, oferecendo serviços especializados em alinhamento, balanceamento, troca de suspensão, escapamentos, amortecedores e também na comercialização de pneus.

A cerimônia de inauguração, con-tou com a presença do presidente da Copercana e Sicoob Cocred, Antonio Eduardo Tonielo, do presidente da Ca-naoeste e diretor da Copercana e Sicoob Cocred, Manoel Ortolan, do diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti, do diretor da Canaoeste, Augusto César Strini Paixão, do diretor da Sicoob Co-cred, Marcio Meloni, além de coopera-dos, fornecedores e colaboradores.

Fizeram o uso da palavra, o represen-tante dos fornecedores, Antônio Welson Prioli, da Baterias Moura, o cooperado e cliente, Luiz Carlos Zambom e o pre-sidente da Copercana e Sicoob Cocred, Antonio Eduardo Tonielo, que antes do descerramento da fita, falou com entu-siasmo sobre os serviços prestados pela Copercana. “Este foi um ano muito im-portante para os diretores, parceiros e colaboradores. Crescemos buscando a qualidade e estabilidade para os coope-rados e o conforto dos colaboradores. A inauguração desse Auto Center é mais um de nossos serviços para melhorar o atendimento a todos. Fazia tempo que queríamos realizar essa ligação junto ao posto, facilitando o dia-a-dia de quem está conosco o ano todo através de um serviço de qualidade, com agilidade e bom atendimento”, afirmou Tonielo.

DEPOiMEntOs: “O Auto Center é mais um benefício

que estamos proporcionando não só aos cooperados, mas vem atender a região também. O produtor trabalhando com a cooperativa, movimenta recursos que

agregam e contribuem com as melho-rias. É importante ressaltar que isso só é possível porque os cooperados confiam e participam, fazem aqui o seu centro de compras e isso nos propicia recursos para investir, inovar e oferecer sempre o que há de melhor para os cooperados e clientes”, afirmou o presidente da Ca-naoeste e diretor da Copercana e Sicoob Cocred, Manoel Ortolan.

“É uma honra para gente poder tra-zer mais uma inovação ao cooperado e para a população sertanezina, que veio para oferecer uma linha comple-ta de serviços e facilitar a vida dos clientes. Com a inauguração do Auto Center reunimos tudo em um só lugar, o banco, o supermercado, o posto de combustível, a loja de ferragens e o magazine Copercana, tornando tudo mais rápido e ágil”, disse o diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti.

“Esse é mais um serviço que esta-mos oferecendo aos nossos cooperados e clientes. Na verdade, já prestávamos esse serviço de Auto Center na Uname (Uni-dade de Grãos da Copercana), que era realizado junto à parte agrícola, mas para o maior conforto e comodidade separa-mos e aumentamos o leque de serviços. Enquanto o cliente deixa o seu veículo no Auto Center, ele pode ir ao supermercado ou visitar a loja de ferragens e magazine, ganhando tempo. Além disso, temos uma

sala de espera aconchegante e uma equi-pe muito bem preparada para recebê-los”, explicou o gerente de Compras da Coper-cana, Ricardo Meloni.

“Com essa loja muito bem montada, a cooperativa está proporcionando mais um atendimento ao seu consumidor fi-nal, aquele que tem um veículo e que vai precisar de pneu, alinhamento, ba-lanceamento. Quero parabenizá-los por mais este serviço e como fornecedor dos pneus Pirelli, é um prazer dar todo apoio logístico, de treinamento e tudo o que a cooperativa precisar para contribuir com o conforto dos cooperados e clientes”, disse o gerente da Campneus de Ribei-rão Preto (fornecedor), Fernando Fazio.

“O fato de estar tudo centralizado em um único espaço facilita muito a vida da gente. Antes o serviço automobilísti-co era realizado na Uname e ficava mais distante, agora está bem mais próximo da gente. A cooperativa está expandin-do os seus serviços e vem agradando muito os cooperados, e com certeza a população também”, afirmou o coope-rado, Francisco Rodrigues.

O Auto Center Copercana, vai fun-cionar anexo ao posto de combustível de segunda à sexta-feira das 8:00 às 18:00 horas e aos sábados das 8:00 às 12h00 horas, com uma equipe totalmente pre-parada para atender os seus clientes.

Mais um serviço especializado à disposição dos cooperados e da população

Pedro Esrael Bighetti, Manoel Ortolan, Cláudio Scaranello, Ricardo Meloni e Antonio Eduardo

Tonielo fazem o descerramento da faixa

Auto Center Copercana fica anexo ao Posto de Combustíveis Copercana

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Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred realizam I Encontro de GerentesCarla Rodrigues

Com o tema “Para o negócio se manter vivo é preciso se reci-clar”, a Copercana, Canaoeste e

a Sicoob Cocred, realizaram o I Encon-tro de Gerentes para os colaboradores do Sistema. O evento aconteceu no dia 21 de novembro, no auditório da Cana-oeste, em Sertãozinho.

O objetivo do encontro, segundo o presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, é de estimular a integração e principalmente a comunicação entre os colaboradores para facilitar as ativida-des diárias. “Eventos como este, além de nos proporcionar um dia diferente, nos mostra a importância do trabalho em equipe para que a empresa consiga superar os obstáculos e atingir os me-lhores resultados dentro do trabalho”, disse Ortolan.

O evento reuniu grandes especialis-tas em assuntos relevantes para o de-senvolvimento das atividades dentro do sistema cooperativista, como a pedago-ga empresarial, Clarisse Leal Freitas, que realizou uma palestra motivacional com o tema “A alegria de ser e de per-tencer: o segredo de uma equipe produ-tiva e feliz”.

Evento reuniu colaboradores e especialistas renomados em Sertãozinho

Para ela, o ambiente de trabalho precisa estar sempre em sintonia, pois assim a equipe consegue se entender e entregar os resultados desejados. “O importante dentro de uma equipe de trabalho é quando há a dedicação por parte de todos os envolvidos, isto é, não olhar somente para o meu problema e sim o problema da equipe, gerando um ambiente agradável e consequentemen-te produtivo”, explicou Freitas.

A sócia da consultoria tributária e societária da Pricewaterhouse Co--opers, Ana Paula Malvestio, foi uma das palestrantes e falou sobre a impor-tância da integração dentro do ambien-te de trabalho.

Já no período da tarde, os partici-pantes tiveram acesso a importantes informações sobre o atual cenário do setor sucroenergético com o diretor da empresa de consultoria, CANAPLAN e presidente da ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio), Luiz Car-los Corrêa Carvalho.

Durante sua apresentação ele falou sobre expectativas para o setor, políti-cas macro econômicas e pontos que são de grande importância para o Brasil. De acordo com Corrêa Carvalho, em 2013 haverá um aumento no preço da gasoli-na, o que irá viabilizar o nível de maior remuneração do etanol. “Eu espero que

Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste

Clarisse Leal Freitas

Ana Paula Malvestio

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22Notícias Canaoeste

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no próximo ano, além do aumento do preço da gasolina, o governo consiga ainda desenhar o mínimo de política no lado fiscal, tributário e de financiamen-to para que o setor possa se recuperar”, explanou Carvalho.

O Professor Titular do Departamen-to de Administração da FEA-RP/USP, Marcos Fava Neves, discorreu sobre a macroeconomia e tendências do agro-negócio no Brasil e no mundo.

Luiz Carlos Corrêa Carvalho Marcos Fava Neves

Neves acredita que 2013 será um ano espetacular em termo de geração de renda, de exportação, principalmente para o mundo asiático, que compra cada vez mais agentes. “Talvez iremos ter uma renda agrícola se aproximando dos R$ 300 bilhões, o que significa muito crescimento para as pequenas e médias cidades que são dependentes da agricul-tura. Vamos ter um período muito bom para quem está circundado pelo agro e é importantíssimo que as pessoas que

não estão ligadas diretamente ao setor reconheçam isso”, disse Neves.

Ainda de acordo com Neves, a rea-lização de eventos assim, que propor-cionam aos colaboradores atividades diferentes daquelas que estão acostu-mados a ter, são de grande relevância tanto para o colaborador como para a cooperativa. “Quando você coloca o colaborador para participar de uma in-tegração, que é voltada para a melhoria e o futuro, eles retornam ao ambiente de trabalho com mais capacidade cria-tiva e empreendedora, o que irá bene-ficiar a si próprio e a empresa que está inserido”, completou.

Sendo assim, o Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred, pretende dar continuidade na realização de even-tos como este, com o intuito de promo-ver aos seus colaboradores atividades que desenvolvam o que há de melhor em seu campo profissional, e assim, cada vez mais, trazer bons resultados para a cooperativa.

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24 Sistema de Produção de Mudas MPB- Mudas Pré Brotadas -

Centro de Cana IAC – Instituto Agronômico - desenvolve tecnologia que possibilita mudanças na forma de produção de mudas de cana-de-açúcar

Em 2009, após uma decisão in-terna, o Centro de Cana IAC de Ribeirão Preto, optou por não

mais entregar colmos com “semente” para multiplicação dos seus ensaios e a partir de então, vem desenvolvendo um novo sistema de produção de mudas de-nominado, MPB (Mudas Pré Brotadas).

O novo sistema, que é um método de multiplicação rápido da cana-de-açúcar, surgiu a partir da necessidade de se entre-gar um material não convencional de col-mos, tentando viabilizar a questão de evi-tar a disseminação do Sphenophorus levis, uma importante praga da cana-de-açúcar.

O método traz no seu conceito uma mudança na forma de executar o plantio, saindo da forma tradicional que normal-mente é realizada através de propágulos vegetativos (colmos), e passando efe-tivamente a realizar o plantio de forma simples, já levando a campo uma planta.

Pela sua simplicidade, o método abre a possibilidade de ser utilizado por todo o setor. Tanto o pequeno, médio ou o gran-de produtor podem adquirir mudas de um viveiro básico. Esse viveiro deve ser con-duzido com todos os cuidados, atendendo os protocolos, utilização da termoterapia, utilização dos diagnósticos para dife-

Fernanda Clariano

rentes doenças, enfim, todos os quesitos relacionados à produção de muda sadia, devem ser mantidos. O MPB não elimina nenhuma dessas etapas.

A partir desse viveiro básico passa--se a produzir plantas num núcleo de produção, não levando o colmo semente direto a campo. Nesse núcleo, as plan-tas darão origem aos novos plantios. É um método de multiplicação que, de-pendendo do nível de desenvolvimento pode ser utilizado também para replan-tio de áreas comerciais.

O processo de MPB leva de 50 a 60 dias para estarem prontas para o plantio.

Vantagens do sistema MPBPelo fato das mudas serem produzi-

das dentro de um núcleo de produção, há uma otimização do espaço, e uma das grandes vantagens do MPB é que este sistema elimina os fatores de desunifor-midade do plantio, devido aos danos de gemas como também a idade das mudas. Através do plantio de mudas pré-brota-das, esses fatores de desuniformidade são eliminados dentro do núcleo de pro-dução contribuindo consequentemente para um plantio muito mais uniforme em relação ao convencional como também o mecanizado. Outro aspecto importante

do sistema de produção MPB está rela-cionado à qualidade e sanidade do ma-terial produzido, que é livre de pragas e doenças, ou seja, mudas sadias.

Uma outra questão é a logística, já que minimiza a estrutura de transporte, contribuindo para a redução dos custos. Através desse sistema, pode chegar a uma redução na utilização de mudas na ordem de 80%, pois, em média, são necessárias duas toneladas de mudas para produzir mudas no sistema MPB suficientes para o plantio de um hectare.

De acordo com o Engenheiro Agrô-nomo e Pesquisador Científico do IAC, Mauro Xavier, hoje o conceito no plan-tio de cana-de-açúcar está mudando sem que o produtor precise se arriscar. “Com o MPB o produtor tem a certeza do que está levando para o campo e o que está plan-tando. Talvez essa seja a grande mudança no conceito, ter um produto que é a planta para efetivar o seu sistema de plantio. Isso traz uma mudança, um desdobramento na forma de cultivo da cana-de-açúcar, pro-vavelmente vai mudar também a questão do manejo de herbicidas e de transporte, pois temos outra dinâmica do sistema de cultivo de cana-de-açúcar, proporcionada a partir de uma mudança de método de plantio”, explica Xavier.

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Canaoeste participa da sétima reunião do Grupo Fitotécnico de Cana IAC em 2012

No dia 13 de novembro, o Centro de Cana IAC de Ribeirão Preto foi palco para a última reunião

de 2012 do Grupo Fitotécnico de Cana--de-açúcar, onde foi feito um balanço da safra atual e apresentado a Intenção de Plantio de 2013.

Na abertura da reunião, o coorde-nador do Programa de Cana IAC e Pesquisador Científico, Dr. Marcos Landell, falou sobre a importância do Grupo para a construção de novas visões para o setor sucroalcooleiro, apresentou a pré-agenda para 2013, fez uma breve explanação sobre a pes-quisa realizada com todas as empresas participantes do Grupo com a intenção de plantio para a próxima safra e tam-bém falou sobre as variedades mais plantadas em 2012. “Essa última reu-nião tradicionalmente está ligada a in-tenção de plantio onde as empresas já fazem o planejamento do que pretende se plantar no próximo ano e é apresen-tado em primeira mão e pelo que pode-mos constatar a RB867515, continua sendo a variedade mais plantada nos últimos sete, oito anos. É uma varieda-de importante mais que está ocupando uma área muito extensa. Outra varie-dade que continua sendo plantada, é a SP81-3250”, afirmou Landell.

O Engenheiro Agrônomo e Pesqui-sador Científico do IAC – Dr. Mauro Alexandre Xavier, apresentou o Siste-ma de Produção de Mudas – MPB (Mu-das Pré Brotadas), onde abordou os fa-tos e os métodos que contribuíram para formatar a ideia MPB.

O Gestor de Planejamento Agríco-la da DENUSA Destilaria Nova União S/A, Antônio Carlos de Oliveira Jr., apresentou os resultados obtidos na des-tilaria através do uso do sistema MPB. “Com a utilização dessa modalidade de plantio, estamos conseguindo alcan-

O grupo se reúne há 20 anos para trocar informações e experiências visando o crescimento do setor sucroenergético

çar a relação de um para um, ou seja, com uma tonelada de mudas no sistema MPB, conseguimos produzir mudas para um hectare. Com essa estrutura, conseguimos produtividade elevada em primeiro corte”, afirmou Antônio Carlos.

O agrônomo da Usina Zilor de Len-çóis Paulista, Tedson Luis, falou sobre a experiência com a aplicação de herbici-das no pré-plantio. “Conseguimos for-mar um canavial muito mais saudável. A planta se desenvolve muito bem. Nós não temos números, estamos em fase de observação, porém, estamos otimistas, achamos que o sistema MPB é o cami-nho da mudança”, disse.

A tecnologia da Dow Agrosciences para o setor sucroenergético através do herbicida Coat, foi apresentada pelo Agrônomo, Neivaldo Caceres.

Para debater as tendências das “No-vas Variedades” indicadas na pesqui-sa realizada pelo Grupo Fitotécnico e falar das experiências e resultados do trabalho de cada uma junto às institui-ções de pesquisas, foram convidados:

o Gestor de Produção da Usina Goia-sa, Gabriel de Castro Lemes, o Super-visor de Desenvolvimento Técnico da Raízen, Felipe José Almeida Arruda, o Gerente Agrícola a Usina Alta Mo-giana, Luis Augusto Contin Silva, o Coordenador de Processos Agrícolas Corporativo da Bunge, Antônio Mar-cos da Silva, o Gerente de Departa-mento Técnico da Canaoeste, Gustavo Nogueira e o Coordenador de Pesquisa e Planejamento da Usina Jalles Macha-do, Márcio Ricardo da Silva.

De acordo com Gustavo Nogueira, a função principal do Grupo é socializar conhecimento e trocar informações. “Durante as reuniões, cada um expõe o seu ponto de vista e seus conhecimen-tos e nessa troca chegamos a consen-sos e denominadores comuns, visando sempre o crescimento do setor”, expli-cou Gustavo.

Estiveram presentes também, repre-sentantes do IAC, do CTC, da RIDE-SA e da CANAVIALIS. Após a reu-nião, todos participaram de um almoço de confraternização. RC

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26Notícias Canaoeste

Canaoeste realiza Dia de Campo para produtoresCarla Rodrigues

A Canaoeste, em parceria com a Copercana, John Deere e Co-lorado, realizou no dia 7 de

novembro, um Dia de Campo para de-monstração de recolhimento e enfar-damento de palha de cana, pós colhei-ta mecânica de cana crua. O encontro aconteceu na Fazenda Santo Antônio da Boa Vista – Passaredo Agropecuária, em Ribeirão Preto.

Aproximadamente 40 pessoas, en-tre produtores e as equipes técnicas da Canaoeste e John Deere, estiveram pre-sentes no Dia de Campo e participaram da apresentação técnica e da demons-tração da enfardadora cilíndrica 568.

Para o especialista de produto e mer-cado de feno e forragem da John Dee-re, Luis Fernando Paiva, a realização de eventos como este proporcionado pela Canaoeste, vem de encontro com preo-cupações atuais, como o aproveitamen-to de resíduos na produção de energia, otimização de resultados, criação de uma nova fonte de renda, atualização de equipamentos com novos recursos e uti-lizações variadas, entre outras vantagens advindas de iniciativas associativistas.

“Esta iniciati-va de levar solu-ções ao produtor, de estar preocu-pada com seu bem estar e rea-lizar projetos que venham trazer melhores resulta-dos financeiros, não esquecendo sua responsabili-

dade com o meio ambiente, deveriam ser iniciativas a serem seguidas por todas as associações, pois é disto que o produtor precisa, informação”, disse Paiva.

O equipamento da John Deere aten-de ao mercado de produção de feno e forragem no Brasil, apresentando um

Encontro marcou demonstração de recolhimento e enfardamento de palha

produto de alta capacidade operacional, produzindo fardos cilíndricos de diâ-metro variável, de alta compactação e excelente qualidade nutricional. Ainda atende a setores de biomassa, através da produção de energia com utilização dos resíduos de recursos renováveis.

A enfardadora conta com um siste-ma de correias de altíssima resistência na formação e compactação dos fardos, conferindo uma densidade de até 4000 psi, sistema recolhedor para leiras de grande volume, alimentação consisten-te da câmara do fardo e amarração efi-ciente e configurável.

A configuração exigida é de um trator pequeno, basta 75 cv na tomada de po-tência para haver a máxima eficiência. A condição do material a ser recolhido deve ser de um teor de umidade em torno de 12 a 15%, solos razoavelmente uni-formes para evitar a contaminação com partículas de solo e se possível, realizar o enleiramento do material a ser coletado, otimizando este processo. Além disso, é adaptável a qualquer tamanho de área.

Segundo Paiva, a utilização desta en-fardadora pode trazer alguns efeitos eco-nômicos e agronômicos para o produtor, como por exemplo, maior lucratividade pela venda da palha, diminuição de ris-cos de incêndios e controle de pragas (cigarrinha das raízes e sphenophorus).

“Esta máquina, no compartimento enfardador, trabalha com esteiras de alta tensão e produz fardos cilíndricos de até

1100 quilos. Um fardo cilíndrico, dado ao maior adensamento, com volume de 1m³ poderá pesar 300 quilos”, explicou Paiva.

Seu monitor e controlador Bale Trak TM Pro, supervisiona todas as operações de enfardamento, como: diâmetro do far-do, formato do fardo, amarração do fio, contagem do número de fardos, alarmes, monitoramento de enchimento da câmara de fardo, abertura e fechamento da por-ta, amarração manual, seleção do tipo de amarração, sinais sonoros e luminosos.

Para o produtor Roberto Rossetti, participar de eventos assim sempre é válido para se atualizar sobre as novi-dades do mercado canavieiro, princi-palmente quando é algo para beneficiar o produtor rural. “Achei muito interes-sante as apresentações e demonstrações que tivemos hoje. Como passamos mais tempo dentro da área rural do que fora, deixamos de saber da tecnologia que podemos ter como esta máquina, que através da retirada da palha do canavial pode-se agregar receita pela palha e re-duzir o risco de incêndio, principalmen-te na época da seca”, disse Rossetti. RC

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Efeitos do trabalho do grupo terapêutico dentro da gestão atual CanaoesteCássia Rossini - psicóloga

Cássia Rossini

Hoje a Canaoeste, como as grandes empresas nacionais e internacionais, está engajada em um modelo de ges-

tão que vem valorizando os seus colaborado-res no que diz respeito à participação destes sobre ideias e ações que fazem a diferença competitiva dentro do mercado de trabalho.

Neste sentido, o trabalho de acompanha-mento psicológico junto ao grupo de gestores participativos no desempenho econômico da associação, tem sido uma estra-tégia dos recursos humanos na promoção do desenvolvimento e engajamento profissional, trabalhando sobre as ferramentas da inteligência emocional.

Sendo assim, esse trabalho é feito através de psicólogas facilitadoras para a promoção de uma melhor integração entre os gestores e do reconhe-cimento do potencial humano na transformação de missões em realizações, como as grandes empresas multinacionais já estão fazendo.

Para isso, o acompanhamento terapêutico trabalha os vínculos do grupo de gestores com a direção, fazendo observações sobre os critérios de comunicação estabelecidos no decorrer das atividades organizacionais em vistas à sinergia e a melhor visualização das necessidades na potencialização da eficácia¹ , efi-ciência² e progresso de cada gestor e, como consequência para a associação, melhorando assim a qualidade na prestação de serviços aos seus associados.

Este trabalho só está sendo possível devido à abertura de seus diretores por terem uma visão de futuro e uma percepção aguçada sobre o mercado atual, na compreensão que os recursos humanos disponíveis precisam ser lapidados, desenvolvidos como pilares estratégicos de negócios bem suce-didos e que o reconhecimento e a valorização dos colaboradores dependem do cuidado que seus diretores têm com eles.

Para isso, o trabalho de acompanhamento psicológico aprovado e reco-nhecido pelos gestores da Canaoeste, oferece a ferramenta do diálogo, es-cuta sensível e reflexão sobre as atitudes participadas de cada membro inte-grante em vistas à integração entre eles dentro do espaço corporativo, bem como destes gestores com a equipe de trabalho que lideram, favorecendo cada vez mais a melhor qualidade de atendimento aos seus cooperados.

Uma experiência que tem mostrado progresso no entendimento da cultu-ra, das lideranças, da missão e dos valores da associação para o alinhamento e o sentimento de pertencimento, dinamizando soluções e alavancando a prosperidade organizacional, o que já é resultado dentro dos benefícios que cada gestor traz para a Canaoeste e o que pode também ser considerado assertivo por parte dos diretores por assumirem uma atitude inovadora e ousada, reconhecendo o valor do mais importante capital, as pessoas.1- Eficácia: virtude de tornar efetivo ou real. Força latente de produzir efeitos.2- Eficiência: capacidade para produzir realmente em efeito. Qualidade de algo ou alguém que produz com o mínimo de erros ou de meios.

RC

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Juizados especiais itinerantes

Novo Código Florestal: orientações gerais ao produtor rural

Prezados leitores, em 17 de outubro de 2012, foi publicada a Lei Federal nº 12.726/2012, determinando que

até abril de 2013 os Estados e o Distrito Federal terão de instalar Juizados Especiais Itinerantes nas suas áreas rurais, visando a resolução de conflitos ali instalados.

Pela nova lei os conflitos no campo cujos valores envolvidos não ultrapassem o equi-valente a 40 (quarenta) salários mínimos, poderão ser resolvidos com maior rapidez do que a verificada na Justiça Comum.

Prezado Produtor Rural,No dia 25 de maio de 2012 foi publicado o Novo Código Flores-

tal, lei nº 12.651; e no dia 17 de outubro de 2012 foi publicada a lei nº 12.727 que altera a lei nº 12.651; e o Decreto nº 7.830 que dispõe sobre o Sistema de Cadastro Ambiental Rural, o Cadastro Ambiental Rural, além de estabelecer normas de caráter geral aos Programas de Regularização Ambiental, de que trata o Novo Código Florestal.

Diante da nova legislação ambien-tal brasileira, é importante ter tran-quilidade ao efetuar as adequações necessárias na propriedade rural. As-sim, com o intuito de nortear essas atividades, principalmente na região de Ribeirão Preto/SP, são apresenta-das algumas orientações gerais. O ob-jetivo não é oferecer aconselhamento jurídico, mas sim atentar para os pra-zos e diretrizes para a regulamentação

Juliano Bortoloti

Juliano BortolotiAdvogado da Canaoeste

Na avaliação do secretário de Refor-ma do Judiciário do Ministério da Jus-tiça, Flávio Caetano, trata-se de grande avanço para uma lacuna que existia na legislação. “A partir dessa sanção te-mos a certeza de que, em um curto pe-ríodo de tempo, toda a população rural, que atualmente chega a 30 milhões de pessoas, terá acesso a uma Justiça mais rápida e efetiva”, afirma. Com informa-ções da Assessoria de Imprensa do Mi-nistério da Justiça (in Revista Consultor Jurídico de 17/10/2012).

Assuntos Legais

RC

e adequação da propriedade rural con-forme o Novo Código Florestal, já em vigor; bem como auxiliar o produtor rural quanto ao seu posicionamento mediante as mesmas.

De imediato, aconselha-se que al-gumas ações sejam iniciadas de for-ma a facilitar e trazer agilidade a esse processo. Dentre elas, vale destacar o diagnóstico da propriedade rural quan-to a Área de Preservação Permanente e de Reserva Legal; e, se for o caso, qual será a melhor forma para a recomposi-ção. Além disso, é importante levantar os documentos disponíveis que com-provem qual a área e sua forma de uti-lização anteriormente a 22 de julho de 2008. Quanto mais antigos, melhor.

É importante reforçar que essas informações poderão sofrer altera-ções mediante novas negociações no Congresso.

CADAstRO AMBiEntAL RU-RAL - CAR.

Definição de Cadastro Ambiental Rural: registro eletrônico de abran-gência nacional junto ao órgão am-biental competente, no âmbito do Sini-ma (Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente), obrigatório para todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamen-to ambiental e econômico e combate ao desmatamento.

A inscrição no CAR é obrigatória para todas as propriedades e posses rurais, tem natureza declaratória e per-manente, e conterá informações sobre o imóvel rural.

O produtor rural terá o prazo de um ano para se inscrever no CAR, iniciado

Mediante a publicação da lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012; da lei nº 12.727, de 17 de outubro de 2012; e do Decreto nº 7.830, de 17 de outubro de 2012, este documento visa atentar para os prazos e diretrizes para a regulamentação e adequação da propriedade rural conforme o Novo Código Florestal, já em vigor; bem como

auxiliar o produtor rural quanto ao seu posicionamento mediante as mesmas.

Documento produzido pela ABAG-RP., que contou com a participação de Claudio Urenha Gomes - Sindicato Rural de Ribeirão Preto, Helena Pinheiro Della Torre - Brasil Verde Que Alimenta, Juliano Bortoloti - Canaoeste e Patrícia

Milan/ABAG-RP. O documento também será difundido e distribuído pela ABAG-RP.

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Juliano BortolotiAdvogado da Canaoeste

a partir da sua implantação pelo gover-no federal. Ato do Ministro de Estado do Meio Ambiente estabelecerá a data a partir da qual o CAR será considerado implantado e detalhará as informações e os documentos necessários à inscrição no CAR, ouvidos os Ministros de Esta-do da Agricultura, Pecuária e Abasteci-mento e do Desenvolvimento Agrário.

A inscrição do imóvel rural no CAR deverá ser feita, preferencialmente, no ór-gão ambiental municipal ou estadual com-petente do Sisnama (Sistema Nacional do Meio Ambiente), e é condição obrigatória para posterior adesão ao PRA (Programa de Regularização Ambiental).

As informações serão atualizadas periodicamente ou sempre que houver alteração de natureza dominial ou pos-sessória. Caso detectadas pendências ou inconsistências nas informações de-claradas e nos documentos apresenta-dos no CAR, o órgão responsável deve-rá notificar o requerente, de uma única vez, para que preste informações com-plementares ou promova a correção e adequação das informações prestadas. O requerente deverá fazer as alterações no prazo estabelecido pelo órgão am-biental competente, sob pena de cance-lamento da sua inscrição no CAR.

iMPORtAntE: enquanto não hou-ver manifestação do órgão competente acerca de pendências ou inconsistên-cias nas informações declaradas e nos documentos apresentados para a inscri-ção no CAR, será considerada efetivada a inscrição do imóvel rural no CAR.

PROGRAMA DE REGULARi-ZAÇÃO AMBiEntAL - PRA.

Definição de Programa de Regula-rização Ambiental: compreende o con-junto de ações ou iniciativas a serem desenvolvidas por proprietários e pos-seiros rurais com o objetivo de adequar e promover a regularização ambiental.

A inscrição no CAR é condição obri-gatória para adesão ao PRA.

Os PRAs deverão ser implantados no prazo de um ano, contado da data de publicação da Lei 12.651, de 25 de

maio de 2012. Assim, o governo do es-tado tem até 25 de maio de 2013 para implantar o PRA. Como exemplo: se o governo do estado implantar o PRA no dia 25/05/2013, o prazo para adesão pelo produtor rural iniciará em 26/05/2013 e se estenderá até 26/05/2014. Entretanto, se o governo do estado implantar o PRA antes, por exemplo, em 31/11/2012, o prazo para adesão se iniciará em 01/12/2012 e encerrará em 01/12/2013.

Após a adesão do interessado ao PRA e enquanto estiver sendo cumprido o termo de compromisso, o proprietário ou possui-dor não poderá ser autuado por infrações cometidas antes de 22 de julho de 2008, re-lativas à supressão irregular de vegetação em Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito.

No período entre a publicação da Lei no 12.651, de 2012, e a implantação do PRA em cada Estado e no Distrito Federal, e após a adesão do interessado ao PRA e enquanto estiver sendo cumprido o termo de compromisso, o proprietário ou possui-dor não poderá ser autuado por infrações cometidas antes de 22 de julho de 2008, re-lativas à supressão irregular de vegetação em Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito.

Cumpridas as obrigações estabeleci-das no PRA ou no termo de compromis-so para a regularização ambiental, nos prazos e condições neles estabelecidos, as multas serão consideradas como con-vertidas em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente, regularizando o uso de áreas rurais.

QUAntO As DiREtRiZEsDefinição de área rural consolidada:

área de imóvel rural com ocupação an-trópica preexistente a 22 de julho de 2008, com edificações, benfeitorias ou ativida-des agrossilvipastoris, admitida, neste úl-timo caso, a adoção do regime de pousio;

Definição de pousio: prática de in-terrupção temporária de atividades ou usos agrícolas, pecuários ou silvicultu-rais, por no máximo cinco anos, para possibilitar a recuperação da capacida-de de uso ou da estrutura física do solo;

Definição de uso alternativo do solo: substituição de vegetação nati-va e formações sucessoras por outras coberturas do solo, como atividades agropecuárias, industriais, de geração e transmissão de energia, de mineração e de transporte, assentamentos urbanos ou outras formas de ocupação humana;

Definição de manejo sustentável: ad-ministração da vegetação natural para a obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossis-tema objeto do manejo e considerando--se, cumulativa ou alternativamente, a utilização de múltiplas espécies madei-reiras ou não, de múltiplos produtos e subprodutos da flora, bem como a utili-zação de outros bens e serviços;

ÁREA DE PREsERVAÇÃO PER-MAnEntE - APP

Definição de Área de Preservação Permanente: área protegida, cober-ta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a esta-bilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.

Serão consideradas APPs:a) as faixas marginais de qualquer

curso d’água natural, perene e intermi-tente, excluídos os efêmeros desde a bor-da da calha do leito regular, em largura mínima conforme descrito na Tabela 1.

b) As áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 metros.

Tabela 1: Largura mínima das faixas marginais de cursos d’água natural, perene e intermitente, excluídos os efêmeros desde a borda da calha do

leito regular, consideradas como APPs.

Fonte: Art. 4º, inciso I, LEI Nº 12.651, DE 25 DE MAIO DE 2012, Novo Código Florestal.

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Revista Canavieiros - Novembro de 2012

32Assuntos Legais

d) As áreas no entorno dos reserva-tórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou represamento de cursos d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental do empreendimento.

Observações: - Não será exigida APP no entorno

de reservatórios artificiais de água que não decorram de barramento ou repre-samento de cursos d’água naturais.

- Nas acumulações naturais ou artificiais de água com superfície inferior a um hec-tare, fica dispensada a reserva de faixa de proteção, vedada nova supressão de áreas de vegetação nativa, salvo autorização do órgão ambiental competente do Sisnama.

e) As encostas ou partes destas com declividade superior a 45°, equivalente a 100% na linha de maior declive; e no topo de morros, montes, montanhas e ser-ras, com altura mínima de cem metros e inclinação média maior que 25°.

f) As áreas em altitude superior a 1.800 metros, qualquer que seja a vegetação.

Áreas de APPs consolidadas: Nas APPs, é autorizada, exclusivamente, a continuidade das atividades agrossilvi-pastoris, de ecoturismo e de turismo ru-ral em áreas rurais consolidadas até 22 de julho de 2008, para os casos descritos abaixo, havendo, entretanto, a obrigato-riedade de uma recomposição mínima, de acordo com o tamanho do imóvel ru-ral na referida data. Nesses casos, o pro-prietário ou possuidor é responsável pela conservação do solo e da água, por meio de adoção de boas práticas agronômicas.

As situações de exceções deverão ser informadas no CAR e será exigida a ado-ção de técnicas de conservação do solo e da água, a serem indicados no PRA, que visem à mitigação de eventuais impactos. É vedada a conversão de novas áreas para uso alternativo do solo nesses locais.

a) Ao longo de cursos d’água natu-rais. Será obrigatória a recomposição das respectivas faixas marginais, conta-dos da borda da calha do leito regular, conforme descrito na Tabela 2.

b) No entorno de nascentes e olhos d’água perenes, será admitida a manu-tenção de atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo ou de turismo rural, sen-do obrigatória a recomposição do raio mínimo de 15 metros.

c) No entorno de lagos e lagoas na-

turais. Será obrigatória a recomposição da faixa marginal com largura mínima conforme descrito na Tabela 4.

Será admitida a manutenção de resi-dências e da infraestrutura associada às ati-vidades, inclusive o acesso a essas, desde que não estejam em área que ofereça risco à vida ou à integridade física das pessoas.

Figura ilustrativa: Largura mínima das faixas marginais de cursos d’água natural de acordo com sua largura; e raio mínimo de APP no entorno das nascentes.

Fonte: Texto “Verdades sobre o Código Florestal Brasileiro” de autoria do Deputado Federal Paulo Piau.

Fonte: Texto “Verdades sobre o Código Florestal Brasileiro” de autoria do Deputado Federal Paulo Piau. Reservatório artificial para geração de energia no município de Itá – SC.

Fonte: Texto “Verdades sobre o Código Florestal Brasileiro” de autoria do Deputado Federal Paulo Piau. Reservatório artificial

para geração de energia no município de Itá – SC.

Fonte: Texto “Verdades sobre o Código Florestal Brasileiro” de autoria do Deputado Federal Paulo Piau.

c) As áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de 100 metros. Exceção: corpo d’água com até 20 hectares de superfície, cuja faixa marginal será de 50 metros.

Tabela 4: Largura da faixa marginal mínima a ser recomposta, conforme tamanho do imóvel rural.

Fonte: Art. 61-A, Lei 12.727 de 17 de outubro de 2012

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Revista Canavieiros - Novembro 2012

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Tabela 2: Largura da faixa marginal a ser recomposta, conforme tamanho do imóvel rural e largura do curso d’água.

Tabela 5: percentual máximo de área de APP da área total do imóvel rural, conforme seu tamanho.

Tabela 6: Percentuais mínimos de RL em relação à área do imóvel.

Fonte: Art. 61-A, Lei 12.727 de 17 de outubro de 2012; Decreto 7.830 de 17 de outubro de 2012.

A recomposição das áreas de APP poderá ser feita, isolada ou conjunta-mente, pelos seguintes métodos:

I - condução de regeneração natural de espécies nativas;

II - plantio de espécies nativas;III - plantio de espécies nativas con-

jugado com a condução da regeneração natural de espécies nativas;

IV – plantio intercalado de espécies lenhosas, perenes ou de ciclo longo, exóticas com nativas de ocorrência re-gional, em até 50% da área total a ser recomposta.

Algumas observações importantes:- Em bacias hidrográficas considera-

das críticas, o Chefe do Poder Executi-vo poderá estabelecer metas e diretrizes de recuperação ou conservação da ve-getação nativa superiores às definidas, como projeto prioritário, ouvidos o Co-mitê de Bacia Hidrográfica e o Conse-lho Estadual de Meio Ambiente.

- Aos proprietários e possuidores dos imóveis rurais que, em 22 de julho de 2008, detinham até dez módulos fiscais e desenvolviam atividades agrossilvi-pastoris nas áreas consolidadas em APPs é garantido que a exigência de recompo-sição, somadas todas as APPs do imóvel, não ultrapassará um percentual da área total do imóvel, conforme a Tabela 5.

REsERVA LEGAL - RLDefinição de Reserva Legal - RL:

área localizada no interior de uma

propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiver-sidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa;

É obrigatória a suspensão imediata das atividades em Área de Reserva Le-gal desmatada irregularmente após 22 de julho de 2008.

Nessas áreas, o processo de recom-posição da RL deverá ser iniciado em até dois anos contados a partir da data da publicação do Novo Código Florestal (período: de 25/05/2012 a 25/05/2014), sem prejuízo das sanções administrati-vas, cíveis e penais cabíveis, devendo tal processo ser concluído nos prazos estabelecidos pelo PRA.

Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a tí-tulo de RL, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as APPs, observados os per-centuais mínimos na Tabela 6 em relação à área do imóvel, excetuados os proprietá-rios ou possuidores de imóveis rurais que realizaram supressão de vegetação nativa respeitando os percentuais de Reserva Le-gal previstos pela legislação em vigor à época em que ocorreu a supressão.

A localização da área de Reserva Le-gal no imóvel rural deverá levar em con-sideração os seguintes estudos e critérios:

I - o plano de bacia hidrográfica;II - o Zoneamento Ecológico-Eco-

nômico;III - a formação de corredores eco-

lógicos com outra RL, com APP, com Unidade de Conservação ou com outra área legalmente protegida;

IV - as áreas de maior importância para a conservação da biodiversidade; e

V - as áreas de maior fragilidade am-biental.

Em caso de fracionamento do imó-vel rural, a qualquer título, será consi-derada a área do imóvel antes do fra-cionamento.

Quanto ao registro da RL no CAR:- A área de RL deverá ser registra-

da no órgão ambiental competente por meio de inscrição no CAR, sendo ve-dada a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão.

- O registro da RL no CAR desobriga a averbação no Cartório de Registro de Imóveis, sendo que, no período entre a data da publicação desta Lei e o regis-tro no CAR, o proprietário ou possuidor rural que desejar fazer a averbação terá direito à gratuidade deste ato.

- O órgão ambiental estadual integran-te do Sisnama ou instituição por ele habi-litada, deverá aprovar a localização da RL após a inclusão do imóvel no CAR.

- Protocolada a documentação exigi-da para análise da localização da área de RL, ao proprietário ou possuidor rural não poderá ser imputada sanção admi-nistrativa, inclusive restrição a direitos, por qualquer órgão ambiental competen-te integrante do Sisnama, em razão da não formalização da área de RL.

- Após a implantação do CAR, a su-pressão de novas áreas de floresta ou ou-

Fonte: Art. 61-A, Lei 12.727 de 17 de outubro de 2012.

Fonte: Art. 12º, inciso I e II, LEI Nº 12.651, DE 25 DE MAIO DE 2012, Novo Código Florestal.

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Revista Canavieiros - Novembro de 2012

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tras formas de vegetação nativa apenas será autorizada pelo órgão ambiental es-tadual integrante do Sisnama se o imóvel estiver inserido no mencionado cadastro.

Quanto ao cômputo das APPs no cálculo do percentual da RL do imóvel, será permitido, desde que:

I - o benefício previsto não implique a conversão de novas áreas para o uso alternativo do solo;

II - a área a ser computada esteja conservada ou em processo de recupe-ração, conforme comprovação do pro-prietário ao órgão estadual integrante do Sisnama; e

III - o proprietário ou possuidor tenha requerido inclusão do imóvel no CAR.

Observação: O cômputo aplica-se a todas as modalidades de cumprimento da RL, abrangendo a regeneração, a recomposição e a compensação. Pode-rá ser instituído RL em regime de con-domínio ou coletiva entre propriedades rurais, respeitado o percentual previsto na Tabela 6.

O proprietário ou possuidor de imó-

vel com RL conservada e inscrita no CAR, cuja área ultrapasse o mínimo exigido pelo Novo Código Florestal, poderá utilizar a área excedente para fins de constituição de servidão ambien-tal, Cota de Reserva Ambiental e outros instrumentos congêneres previstos.

Quanto às áreas consolidadas em área de RL, o proprietário ou possuidor de imóvel rural que detinha, em 22 de julho de 2008, área de RL em extensão inferior ao descrito na Tabela 6, poderá regulari-zar sua situação, independentemente da adesão ao PRA, adotando as seguintes alternativas, isolada ou conjuntamente:

I - recompor a RL;II - permitir a regeneração natural da

vegetação na área de RL;III - compensar a RL.

A recomposição poderá ser realizada mediante o plantio intercalado de espé-cies nativas com exóticas ou frutíferas, em sistema agroflorestal, observados os seguintes parâmetros:

I - o plantio de espécies exóticas de-verá ser combinado com as espécies na-tivas de ocorrência regional;

II - a área recomposta com espécies exóticas não poderá exceder a 50% (cinquenta por cento) da área total a ser recuperada.

O proprietário ou possuidor de imó-vel rural que optar por recompor a re-serva legal com utilização do plantio intercalado de espécies exóticas terá direito a sua exploração econômica.

A recomposição deverá atender os critérios estipulados pelo órgão compe-tente do Sisnama e ser concluída em até 20 anos, abrangendo, a cada dois anos, no mínimo 1/10 da área total necessária à sua complementação.

A compensação deverá ser precedida pela inscrição da propriedade no CAR, não poderá ser utilizada como forma de viabilizar a conversão de novas áreas para uso alternativo do solo, e poderá ser feita mediante:

I - aquisição de Cota de Reserva Am-biental - CRA;

II - arrendamento de área sob regime de servidão ambiental ou RL;

III - doação ao poder público de área localizada no interior de Unidade de Conservação de domínio público pen-dente de regularização fundiária;

IV - cadastramento de outra área equiva-lente e excedente à RL, em imóvel de mes-ma titularidade ou adquirida em imóvel de terceiro, com vegetação nativa estabelecida, em regeneração ou recomposição, desde que localizada no mesmo bioma.

As áreas a serem utilizadas para com-pensação deverão ser equivalentes em ex-tensão e estar localizadas no mesmo bio-ma da área de RL a ser compensada. Se fora do Estado, deverão estar localizadas em áreas identificadas como prioritárias pela União ou pelos Estados. A definição de áreas prioritárias buscará favorecer, entre outros, a recuperação de bacias hi-drográficas excessivamente desmatadas, a criação de corredores ecológicos, a con-servação de grandes áreas protegidas e a conservação ou recuperação de ecossiste-mas ou espécies ameaçados.

Nos imóveis rurais que detinham, em 22 de julho de 2008, área de até quatro módulos fiscais e que possuam remanescente de vegetação nativa em percentuais inferiores ao descrito na Ta-bela 6, a RL será constituída com a área ocupada com a vegetação nativa exis-tente na referida data, vedadas novas conversões para uso alternativo do solo.

A obrigação tem natureza real e é transmitida ao sucessor no caso de

transferência de domínio ou posse do imóvel rural.

Os proprietários ou possuidores de imóveis rurais que realizaram supressão de vegetação nativa respeitando os per-centuais de RL previstos pela legislação em vigor à época em que ocorreu a su-pressão são dispensados de promover a recomposição, compensação ou regene-ração para os percentuais descritos na Ta-bela 6, mediante a comprovação da forma e a área de utilização do solo antes de 22 de julho de 2008. Isso poderá ser feito pela apresentação de documentos, como:

- Descrição de fatos históricos de ocupação da região;

- Registros de comercialização;- Dados agropecuários da atividade- Declaração de ITR;- Foto aérea;- Escritura pública de declaração de

empregados ou ex-empregados. Vale já providenciar para prevenir casos de fa-lecimento de testemunha;

- Contratos antigos (fornecimento, vendas, arrendamento);

- Livro histórico de família;- Contratos e documentos bancários

relativos à produção;- Demais documentos que façam

prova da utilização do solo.Observação: quanto mais antigo o do-

cumento, maior será a sua importância.

DA PROiBiÇÃO DO UsO DE FOGO E DO COntROLE DOs inCÊnDiOs

É proibido o uso de fogo na vege-tação e é preciso continuar com os tra-balhos de prevenção e de vigilância da propriedade. Entretanto, na apuração da responsabilidade pelo fogo acidental será exigida a comprovação de que o produtor deu causa ao ato ilícito.

OBsERVAÇÕEs FinAisa) Após cinco anos da data da publi-

cação do Novo Código Florestal, as insti-tuições financeiras só concederão crédito agrícola, em qualquer de suas modalida-des, para proprietários de imóveis rurais que estejam inscritos no CAR.

b) Para os casos abaixo, indica-se a procura imediata de orientação jurídi-ca, junto à sua associação, cooperativa ou escritório de sua confiança, sobre as providências a serem tomadas:

- Produtor rural com TAC assinado. - Produtor rural com processos admi-

nistrativos ou processos judicias pendentesRC

Assuntos Legais

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Cooperativas recebem homenagem em Sessão Solene realizada em Ribeirão PretoPaula Venturin

No dia 17 de outubro, em parce-ria com a Ocesp (Organização das Cooperativas do Estado

de São Paulo), a Câmara Municipal de Ribeirão Preto realizou uma sessão es-pecial em homenagem ao Ano Interna-cional das Cooperativas, que celebra o desenvolvimento sustentável, a interco-operação e a mitigação da pobreza em todos os países. A sessão foi proposta pelo vereador Maurílio Romano, com o objetivo de conscientizar as pessoas da importância do cooperativismo pelo desenvolvimento socioeconômico das comunidades, além de parabenizar e evidenciar as cooperativas locais.

Aberto a toda população, o ato solene recebeu convidados, cooperados e diri-gentes de cooperativas de vários ramos de atuação tais como: Unimed, Uniodon-to, Unipsico e Comerp, de saúde; Sicoob Cocred, Sicoob Credicoonai, Sicoob Cre-dicitrus e Sicoob Cooperac, de crédito; Cooperatax e Coopertap, de transporte; a Copercitrus, do ramo agropecuária e coo-perativa Mãos Dadas, de reciclagem.

Para compor a mesa da solenidade foram convidados o vereador propo-nente da sessão, Maurílio Romano; o presidente do Sistema Ocesp, Edivaldo Del Grande; o presidente da Sicoob-SP e da cooperativa Sicoob Credcoonai, Henrique CastilhanoVilares; o presi-dente das cooperativas Copercana e Sicoob Cocred, Antonio Eduardo To-nielo; o presidente da Unimed Ribeirão

Preto e diretor da Ufenesp, Antonio Luiz Chaguri; o presidente da Comerp, Reginaldo Vianna e o presidente da Si-coob Cooperac, José Carlos Carvalho.

PALAVRA DAs COOPERAtiVAsImprescindíveis para o desenvolvi-

mento justo de um país, as cooperati-vas atuam pela melhoria da qualidade de vida da população, independente do ramo de atividade, motivo pelo qual a Câmara Municipal de Ribeirão Preto promoveu a homenagem.

Para abrir os pronunciamentos, o presidente da Sicoob Cooperac apre-sentou o que diferencia as cooperativas de outras empresas privadas. “A coope-ração é o que faz com que a gente seja diferente, que tenha espírito de união e pense muito mais no coletivo em vez de pensar apenas nos interesses individu-ais”, afirmou Carvalho.

Vianna, da Comerp, lembrou os pre-sentes que a comemoração do Ano In-ternacional das Cooperativas também é uma oportunidade de fazer com que as pessoas conheçam e discutam a impor-tância do movimento. “As pessoas que atuam ou fazem parte de alguma coo-perativa sabe que o sistema cooperativo preza pela valorização do ser humano e não apenas a valorização do capital. Isto criou uma sistemática nova de tra-

balho que mudou a maneira de pensar das pessoas. Embora o cooperativismo já exista há 168 anos, no Brasil ainda é preciso quebrar alguns paradigmas”, avaliou Vianna.

Em seu discurso, Chaguri criticou o fato de Ribeirão ter um dos maiores segmentos cooperativistas e haver tão pouco entrosamento entre as coopera-tivas locais. “Precisamos nos conhecer melhor e saber o que as outras coope-rativas de outros ramos podem oferecer para nossos cooperados”, sugeriu o pre-sidente da Unimed Ribeirão Preto, que também destacou a representatividade e os avanços do ramo saúde no país.

Villares ressaltou que as ações so-ciais fazem parte do cotidiano das cooperativas e também explicou o

Antonio Eduardo Tonielo discursou para a mesa composta por Reginaldo Vianna, Edivaldo Del Grande, Maurílio Romano, Henrique Castilhano Vilares, Antonio Luiz Chaguri e José Carlos Carvalho.

Antonio Eduardo Tonielo recebeu as homenagens de Reginaldo Vianna, Edivaldo Del

Grande e Maurílio Romano

Cooperativismo

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Revista Canavieiros - Novembro 2012

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Antonio Eduardo Tonielo discursou para a mesa composta por Reginaldo Vianna, Edivaldo Del Grande, Maurílio Romano, Henrique Castilhano Vilares, Antonio Luiz Chaguri e José Carlos Carvalho.

significado da marca Sicoob, que é re-presentada por um triângulo invertido. “No cooperativismo, a base está acima. Isto significa que há uma afinidade en-tre cooperado e cooperativa. Aqui ele é ouvido, aqui é ele quem manda”, afir-mou o diretor-presidente da cooperativa central Sicoob-SP e também a coopera-tiva Sicoob Credicoonai.

Tonielo falou sobre a condução de uma gestão séria e democrática nas co--operativas que preside, além de expor sua vasta experiência no cooperativismo. “Eu era produtor de aguardente e, na-quela época, tivemos muitos problemas com a oferta de produtos, o mercado era muito difícil. Por isso, fundamos a Co-pacesp, que existe até hoje e que nos deu suporte para que as unidades pudessem produzir aguardente e posteriormente, o álcool e o açúcar. Posso dizer que todos os maiores produtores de álcool e açú-car saíram de dentro da Copacesp, o que atesta a importância do cooperativismo no crescimento e desenvolvimento da-quele que produz. Sempre preferi as co-

Daniel Anibal, Sérgio Sicchieri, Maurílio Romano, Antonio Eduardo Tonielo, Márcio Meloni, Edivaldo Del Grande e Mateus S. Moraes

operativas porque elas oferecem muitas vantagens e recursos para o produtor rural e por isso, o alimento que chega na mesa do consumidor tem mais qualidade e certamente é mais barato”, afirmou o presidente das cooperativas Copercana e Sicoob Cocred.

Em nome do sistema Ocesp, Del Grande falou sobre e a importância do engajamento político e do crescimento do movimento cooperativista no Brasil. “Somos apenas 5% da população brasi-leira enquanto que em outros países este

número chega a 50% e até 70% de coo-perados. Por isso, concordando com o Chaguri, precisamos praticar o 6º sentido cooperativista de intercooperação e mos-trar que onde tem cooperativas instaladas no município o IDH (Índice de Desen-volvimento Humano) melhora e muito. E quando a gente fala em IDH não estamos falando apenas de melhorar a vida dos cooperativados, estamos melhorando a vida de toda população. Quantas pesso-as sabem isso? Nós precisamos divulgar, propagar esse movimento em prol do de-senvolvimento de nosso país”. RC

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38Notícias Sicoob Cocred

Balancete MensalCOOP. CRÉDITO PRODUTORES RURAIS E EMPRESÁRIOS

DO INTERIOR PAULISTA - BALANCETE - SETEMBRO/2012Valores em Reais

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Revista Canavieiros - Novembro de 2012

40Informações Setoriais

Chuvas de outubro e prognósticos climáticos para dezembro e janeiro

Chuvas anotadas durante o mês de outubro de 2012

Engº Agrônomo Oswaldo AlonsoTécnico Agronômico da Canaoeste

A média das chuvas anotadas du-rante o mês de outubro (70mm) foi pouco mais que a metade da média das normais climáticas dos locais ob-servados. Em nenhum dos locais, as chuvas do mês superaram as respecti-vas normais climáticas.

O Mapa 1 mostra que, na área sucroenergética do Estado, a Disponibilidade de Água

do Solo situou-se entre baixa a crí-tica na faixa norte, oeste e parte do leste. Boa a alta Disponibilidade fi-cou concentrada no Sudoeste-Cen-tro do Estado.

O Mapa 3 mostra que, neste mês, o clima foi mais severo que outubro do ano anterior (Mapa 2). Ao final de outubro de 2011, as áreas de baixa a crítica Disponibilidade de Água fica-ram dispersas - como ilhas - na área sucroenergética do estado. Enquanto que ao final de outubro deste ano, pra-

ticamente toda faixa Centro-Noroeste se mostrou com Disponibilidade de Água no Solo bem crítica, mesmo a 50cm de profundidade.

Para subsidiar planejamentos de ati-vidades futuras, a Canaoeste resume o prognóstico climático de consenso en-

Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 15 a 17 de outubro de 2012 Mapa 2:- Água Disponível no Solo ao final de outubro 2011.

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tre INMET-Instituto Nacional de Mete-orologia e INPE-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais para os meses de dezembro de 2012 e janeiro de 2013, conforme mostrado no Mapa 4.

• Para estes meses prevê-se que as temperaturas médias se situarão próxi-mas às médias históricas para toda Re-gião Centro Sul;

• O consenso INMET-INPE assinala que, para a Região Centro Sul poderão ocorrer chuvas próximas das normais climáticas, exceto na faixa leste da Re-gião Sul que poderão ocorrer chuvas acima das médias históricas.

• Como referência de normais climá-ticas para Ribeirão Preto e municípios vizinhos, pelo Centro de Cana-Apta IAC, as médias históricas de chuvas são de 270mm em dezembro e janeiro.

Por sua vez, a SOMAR Meteorolo-gia prevê que as chuvas de dezembro, janeiro e fevereiro poderão ser próxi-mas a acima das normais climáticas.

Em função destas previsões a Ca-naoeste alerta para muitas atenções aos produtores para que evitem mato--competição e se previnam de pragas, efetuando-se monitoramentos e, se ne-cessários, os devidos controles. Lem-

brem-se, a partir do início da temporada de chuvas e elevação da temperatura, a cigarrinha das raízes já pode manifestar seus efeitos muito danosos, desde que não controlados. Estes prognósticos se-rão revisados nas edições seguintes da Revista Canavieiros. Previsões ou fatos

Mapa 2:- Água Disponível no Solo ao final de outubro 2011. Mapa 3:- Água Disponível no Solo ao final de outubro de 2012.

Mapa 4:- Adaptação pela CANAOESTE do Prognóstico de Consenso entre INMET e INPE para o bimestre dezembro de 2012 e janeiro de 2013.

climáticos relevantes serão noticiados em: www.canaoeste.com.br

www.revistacanavieros.com.br.

Persistindo dúvidas, consultem os Técnicos mais próximos ou através do Fale Conosco Canaoeste. RC

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Revista Canavieiros - Novembro de 2012

42Artigo Técnico I

Acompanhamento da safra 2012/2013

Thiago de Andrade SilvaGerente de Planejamento, Controle

e Topografia da Canaoeste

As tabelas 2 e 3 contem detalhes da qualidade tecnológica da matéria-prima nas safras 2011/2012 e 2012/2013.

Tabela 1 – ATR (kg/t) médio da cana entregue pelosFornecedores de Cana da Canaoeste das safras 2011/2012 e 2012/2013

Tabela 2 – Qualidade da cana entregue pelos Fornecedores de Cana da Canaoeste, até a segunda quinzena de outubro, da safra 2011/2012

A safra 2012/2013 encontra-se no sétimo mês e, neste trabalho, são apresentados os dados obtidos até a segunda quinzena de outubro,

em comparação com os obtidos na safra 2011/2012 no mesmo período. Na Tabela 1, encontra-se o ATR

médio acumulado (kg/tonelada) do início da safra até a segunda quinzena de outubro desta safra em com-paração com o obtido na safra 2011/2012, sendo que o ATR da safra 2012/2013 está 2,62 Kg abaixo do obtido na safra 2011/2012 no mesmo período.

Gráfico 1 – BRIX do caldo obtido nas safras 2012/2013 e 2011/2012 Gráfico 2 – POL do caldo obtida nas safras 2012/2013 e 2011/2012

O gráfico 1 contém o comportamen-to do BRIX do caldo da safra 2012/2013 em comparação com a safra 2011/2012.

O BRIX do caldo da safra 2012/2013 ficou acima no mês de abril e na pri-meira quinzena de maio, ficando abai-xo no restante do período, de forma mais acentuada nos meses de julho até a primeira quinzena de outubro, qua-se se equiparando na segunda quinze-na de outubro, em relação ao da safra 2011/2012.

O gráfico 2 contém o comportamen-to da POL do caldo na safra 2012/2013 em comparação com a safra 2011/2012.

Observa-se que a POL do caldo apresentou o mesmo comportamento do BRIX do caldo, ou seja, ficou acima no mês de abril e na primeira quinzena de maio, ficando abaixo no restante do período, de forma mais acentuada nos meses de julho até a primeira quinzena de outubro, quase se equiparando na se-

Tabela 3 – Qualidade da cana entregue pelos Fornecedores de Cana da Canaoeste, até a segunda quinzena de outubro, da safra 2012/2013

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Gráfico 3 – Pureza do caldo obtida nas safras 2012/2013 e 2011/2012 Gráfico 4 – Comparativo das Médias de Fibra da cana

Gráfico 5 – POL da cana obtida nas safras 2012/2013 e 2011/2012 Gráfico 6 – ATR obtido nas safras 2012/2013 e 2011/2012

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44Artigo Técnico I

guinda quinzena de outubro, em relação ao da Safra 2011/2012

O gráfico 3 contém o comporta-mento da pureza do caldo na safra 2012/2013 em comparação com a sa-fra 2011/2012.

A pureza do caldo da safra 2012/2013, ficou acima da obtida na Safra 2011/2012 nos meses de abril, maio e outubro, enquanto que nos me-ses de junho a setembro a pureza do caldo ficou muito próxima da obtida na safra anterior.

O gráfico 4 contém o comportamen-to da fibra da cana na safra 2012/2013 em comparação com a safra 2011/2012.

A fibra da cana na safra 2012/2013 fi-cou abaixo da obtida na safra 2011/2012 no mês de abril e a partir da segunda quinzena de junho até a segunda quin-zena de outubro, sendo a diferença mais acentuada na primeira quinzena de abril e nas duas quinzenas de outubro. No mês de maio e na primeira quinzena de junho a fibra da cana ficou acima da obtida na safra 2011/2012. Na média acumulada até a segunda quinzena de outubro, a fi-bra da cana nesta safra está 2,3% menor, que a obtida na safra 2011/2012.

O gráfico 5 contém o comportamen-to da POL da cana na safra 2012/2013 em comparação com a safra 2011/2012.

A POL da cana na safra 2012/2013 ficou muito acima no mês de abril e na primeira quinzena de maio ficou pouco

Gráfico 7 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva) registrada em 2011 e 2012 Gráfico 8 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva) por Trimestre, em 2011 e 2012

acima da observada na safra 2011/2012, se equiparando na segunda quinzena de maio e na segunda quinzena de outubro; a partir do mês de junho até a primeira quinzena de outubro, foi menor em rela-ção à safra 2011/2012 se acentuando ao final do período, exceto no mês de se-tembro e na primeira quinzena de outu-bro. Na média acumulada até a segunda quinzena de outubro, a POL da cana nes-ta safra, está 1,8% menor que a obtida na safra 2011/2012.

O gráfico 6 contém o comportamen-to do ATR na safra 2012/2013 em com-paração com a safra 2011/2012.

Pode-se observar que o ATR apresen-tou o mesmo comportamento da POL da Cana, por apresentar maior participação no teor de ATR. Na média acumulada até a segunda quinzena de setembro, a ATR da cana nesta safra, está 2,8% menor que a obtida na safra 2011/2012.

O gráfico 7 contém o comportamen-to do volume de precipitação pluviomé-trica registrado na safra 2012/2013 em comparação com a safra 2011/2012.

O volume de precipitação pluvio-métrica dos meses de fevereiro, abril e agosto de 2012 ficou abaixo dos valores obtidos em 2011 com maior acentuação no mês de fevereiro. Os meses de março

e outubro ficaram muito abaixo compa-rativamente com o de 2011. Porém nos meses de janeiro, maio, junho e julho a precipitação pluviométrica desta safra ficou acima da observada em 2011, com maior acentuação em maio e junho.

O gráfico 8 contém o comporta-mento da precipitação pluviométri-ca acumulada por trimestre na safra 2012/2013 em comparação com a sa-fra 2011/2012.

Verifica-se que em 2012, o volume de chuva ficou muito abaixo no primei-ro trimestre e até o momento também no quarto trimestre, muito acima no se-gundo trimestre e equiparado no tercei-ro trimestre, se comparado aos volumes médios de 2011.

A chuva ocorrida no mês de outubro de 2012, mesmo sendo muito inferior à chuva de outubro de 2011, impactou posi-tivamente na qualidade da matéria-prima, se igualando na segunda quinzena de ou-tubro em relação à essa quinzena na safra 2011/2012, porém não foi suficiente para alcançar os resultados observados na sa-fra 2011/2012 no mesmo período acumu-lado de safra, tendo em vista o comporta-mento das chuvas desde o início do ano. Resultando em um teor de ATR 2,62 kg/t abaixo do obtido na safra 2011/2012, até a segunda quinzena de outubro. RC

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Importância dos Mapas de Classificação dos Solos e Ambientes de Produção

O mapeamento dos solos para classificação dos ambientes de produção é um projeto da Canaoeste em parceria com o CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), para capacitar o fornecedor de cana de açúcar a aumentar sua

produtividade e reduzir custos. Atualmente temos um intenso programa de melho-ramento com um grande elenco de variedades ricas e produtivas, para os mais di-versos tipos de solos. A ferramenta para classificação de solos foi criada pelo CTC e se utiliza de uma legenda para agrupar os mais de 300 tipos de solos identificados em cinco ambientes de produção “A”, “B”, “C”, “D” e “E”, onde o ambiente A é o de maior potencial de produção e o ambiente E é o de menor potencial.

Danilo Fonseca Mazoni

Danilo Fonseca Mazoni, Engenheiro Agrônomo - Canaoeste

Artigo Técnico II

Critérios de Classificação das Cartas de Solos e Ambientes de Produção

A classificação dos ambientes de produção permite oplanejamento adequado:

corte em diante a grande dependência é da camada subsuperficial.

Com a reunião das informações de solo e clima (precipitação pluviométrica, tempe-ratura, radiação solar, evaporação) em uma mesma base, temos a denominação de Am-bientes de Produção Edafoclimáticos.

A água ocupa a posição de maior destaque no ambiente de produção, porque quando limitante reduz signifi-cativamente a produção até mesmo dos solos mais férteis. Mas quando favorá-vel aumenta a produção até mesmo dos solos com baixo potencial.

A base da classificação dos so-los é feita selecionando posições estratégicas na paisagem, para ca-racterização morfológica, física, química e geográfica dos solos de uma propriedade. Faz-se a descri-ção da cor, textura, estrutura, con-sistência e análise química dos elementos nas três profundidades. Com isto, faz-se o agrupamento de situações semelhantes, delimitando os tipos de solos e ambientes na propriedade.

Apesar da primeira camada, a ca-mada superficial ser muito importan-te, o fato da cana-de-açúcar ser uma planta semi-perene e ter um sistema radicular muito profundo, a torna mui-to dependente das condições físico--hídricas, químicas e morfológicas da camada subsuperficial (80 – 100cm). Nos primeiros anos (primeiro e segun-do) a cana tem maior dependência das condições superficiais, mas do terceiro

1- Permite ao produtor prever sua real possibilidade de ganho de acordo com o seu ambiente de produção e alo-cação de variedades adequadas;

2- Cada fornecedor pode plantar va-riedades adaptadas às suas condições específicas de solo e clima;

2.1 - Obter o máximo aprovei-tamento do potencial genético de cada variedade;

3- Permite a diversificação varietal con-tribuindo para sustentabilidade da lavoura;

4- Preparo e conservação dos solos mais eficientes;

5- Planejamento de adubação mais eficientes;

6- Redução dos custos operacionais com a maior produção e eliminação de possíveis causas de redução de produ-tividade;

7- Escolha da melhor época de plan-tio e de colheita;

8- Sistematização da área.Todas essas vantagens se incluem num

pequeno gasto total de R$10,00/ha, que com o resultado de uma variedade bem alocada, que se gere 1tonelada/ha à mais de cana já pagou todo o investimento.

Procedimentos para a execu-ção do projeto pela Canaoeste:

1- Os mapas das áreas em arquivos di-gitais são enviados ao CTC de Piracicaba, onde fazem análises fisiográficas (estudo de imagens de satélite, relevo e geologia);

2- Coleta no campo de amostra de solos em três profundidades (0 a 25cm, 25 a 50cm e de 80-100cm) e, descrição das informações observadas no campo;

3- No laboratório da Canaoeste/Co-percana as amostras são analisadas quí-mica e texturalmente para obtenção e interpretação de dados analíticos;

4- Retorno ao campo para conferên-cia dos resultados e determinação ge-ográfica dos limites de cada solo e de cada ambiente classificando o solo até o nível de grande grupo.

5- Montagem de relatórios e mapas das cartas de solos e ambientes de produção.

6- Entrega para os fornecedores dos mapas de solos e de ambientes de pro-dução edafoclimáticos em papel e for-mato digital.

A correta alocação de variedades é a

tecnologia que da maior retorno econô-mico ao produtor. RC

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Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português.

“Tenho fases, como a Lua; fases de ser sozinha, fases de ser só sua.

Cecília Meireles”

Cultivando a Língua Portuguesa

1) Maria teve uma boa “idéia”!...para a Nova Ortografia não teve!

O correto é: ideia - sem acentonova regra fácil: nos ditongos (encontro de duas vogais proferidas em uma só

sílaba) abertas ei e oi das palavras paroxítonas (aquelas cuja sílaba pronunciada com mais intensidade é a penúltima), o acento agudo desaparece.

2) Pedro foi à “Assembléia”....ninguém compareceu por causa do erro na grafia!

O correto é: Assembleia - sem acentonova regra fácil: nos ditongos (encontro de duas vogais proferidas em uma só

sílaba) abertas ei e oi das palavras paroxítonas (aquelas cuja sílaba pronunciada com mais intensidade é a penúltima), o acento agudo desaparece.

3) sAiBA MAis PARA nÃO ERRAR:

a) SEJE ou ESTEJE? - correto: Seja e Esteja - A conjugação dos verbos SER e ESTAR no subjuntivo é: SEJA e ESTEJA.

b) MENOS ou MENAS? - correto: menos - porque menos não tem femininoEx.: menos água

c) A GENTE ou AGENTE ? - A gente: forma popular de se referir à primeira pessoa do plural: NÓS.

Ex.: A gente foi à festa.

Agente: escrita junta - é substantivo. Palavra que designa uma pessoa que exer-ce determinada atividade.

Ex.: Agente secreto

“General Álvaro Tavares Carmo”

O Cooperativismo de Cédito“Uma visão histórica,

contemporânea e de futuro de um modelo que existe há 110 anos no Brasil e apresenta grandes pers-pectivas de crescimento é a base do livro “O Coope-rativismo de Crédito - On-tem, Hoje e Amanhã”. De autoria de Ênio Meinen, diretor de Operações do

Banco Cooperativo do Brasil (Bancoob), e Márcio Port, presidente do Sicredi Pioneira, a obra destaca um artigo assinado pelo diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos.

Ênio Meinen explica que o livro se divide em três momentos. No primeiro, Ontem, aparece a trajetória recente do cooperativismo de crédito. “Mostramos os principais avanços e aprendiza-dos que levaram à construção da história desse modelo”, diz. No momento Hoje, segundo o au-tor, há um diagnóstico apurado sobre a situação do cooperativismo, que é comparado ao sistema bancário tradicional. “Falamos dos princípios que guiam esse sistema”, revela.

No Amanhã, Ênio informa que se destacam um plano de ações e estratégias. O objetivo, con-forme aponta o diretor do Bancoob, é ampliar a participação do cooperativismo de crédito no Produto Interno Bruto (PIB) financeiro. “Temos como meta saltar dos atuais 2,2% para algo entre 5% e 10% nos próximos dez anos”, adianta.

No livro está o artigo “Oportunidades do Cooperativismo de Crédito junto aos Peque-nos Negócios”, escrito pelo diretor-técnico do Sebrae. “A contribuição de Carlos Alberto dos Santos com este texto dá direcionamento sobre como as cooperativas podem exercer maior atratividade em um público que reúne micro e pequenas empresas e empreendedores indivi-duais”, conta Ênio Meinen.

O livro se destina a profissionais que trabalham nas cooperativas de crédito, empresas, imprensa, entidades de classe e em órgãos de governo.”

(Em: http://bit.ly/UBvxGz - 16/11/2012.)

Citação:MEINEN, Ênio. O cooperativismo de cré-

dito ontem, hoje e amanhã. Ênio Meinen, Márcio Port. Brasília: CONFEBRAS, 2012.

Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem procurar a

Biblioteca da [email protected]

Fone: (16) 3524-2453Novo endereço: Rua Frederico Ozanan, nº842

Sertãozinho-SP

Renata Sborgia

Coluna mensal* Advogada, Prof. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão Educacional, autora de

vários livros como a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras), em co-autoria.

PARA VOCÊ PENSAR:

“Gosto de ler orações.Orações e poemas são a mesma coisa:

palavras que se pronunciam a partir do silêncio,pedindo que o silêncio nos fale.(...)

Gosto de ler orações porque elas dizem as palavrasque eu gostaria de ter dito mas não consegui.

As orações põem música no meu silêncio.” Rubem Alves

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Revista Canavieiros - Novembro 2012

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Renata Sborgia

Destaque

UDOP realiza homenagem para José Paulo StupielloCarla Rodrigues - com informações da Agência UDOP de Notícias

Na noite de 7 de novembro, o presidente da Stab (Sociedade dos Técnicos Açucareiros e

Alcooleiros do Brasil), José Paulo Stu-piello, recebeu da UDOP (União dos Produtores de Bioenergia) a Medalha da Agroenergia em reconhecimento aos relevantes serviços prestados ao setor sucroalcooleiro. Esta é a maior honraria oferecida pela entidade.

O engenheiro agrônomo foi grande incentivador da pesquisa e desenvolvi-mento do setor quando o CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) estava ini-ciando seus trabalhos, na década de 70.

A cerimônia de homenagem foi re-alizada no salão de eventos Quarta Avenida, em Araçatuba, durante jantar oferecido pela entidade. O presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, esteve presente para prestigiar o amigo e des-

tacou sua importância para o setor. “A UDOP prestou homenagem a pessoa certa. Stupiello é um grande defensor da agricultura brasileira, possui um grande conhecimento e tenho certeza que ainda irá fazer muito mais pelo se-tor”, disse Ortolan.

A UDOP já homenageou outros três profissionais do setor bioenergético com a Medalha da Agroenergia: o ex-Minis-tro da Agricultura, Roberto Rodrigues; o ex-presidente da Unica, Eduardo Pereira de Carvalho; e o ex-presidente da Em-brapa, Sílvio Crestana. RC

O presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan; o homenageado José Paulo Stupiello e o presidente da Orplana, Ismael Perina Júnior

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Revista Canavieiros - Novembro de 2012

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- 709 alqueires na região de Serranopo-lis/GO. Está em pasto e fica localizada a 14 km da usina .Tem proposta de arrendamento para 2014. Valor: R$ 8.000.000,00;

Tratar com Wilson pelo telefone: (17) 9739-2000 – Viradouro SP.

VEnDEM-sE- Carregadeira Santal Master 1200 aco-

plada a um trator Massey Fergunson 290,

ano 2007, 8x8, e RM 4x4;- 02 carregadeiras Santal Master 1200

acopladas a dois tratores Massey Fergunson 290, ano 2004, 6x6 e RM 4x4;

- Trator Massey Fergunson 680 HD, ano 2006, 4x4 e com 8000 horas de uso;

- Trator Ford 6600, ano 1984 e 4x2;- Trator Massey Fergunson 275, ano

1984 e 4x2;- Caminhonete D20, ano 1995, na cor

branca e com cabine dupla;- 02 lanças de carregar bag de laranja

para acoplar nas carregadeiras master 1200.Tratar com Walter Nacata pelo telefone:

(17) 9141-2290 ou pelo e-mail: [email protected]

VEnDEM-sE- Mudas de seringueira da variedade

RIM600 com borbulheira registrada;- Porta enxertos para mudas cítricas de

todas as variedades;- Mudas de limão e laranja de todas as

variedades;- Mudas de manga e abacate.

Tratar pelos telefones: (17) 9133-5717 / 9629-5456 / 8101-8767 ou pelo e-mail: [email protected] - Cleiton

Bulgo Verdeiro (BRANCO).

VEnDE-sE- Mudas de palmito de pupunha da

Amazônia.Tratar pelo telefone: (34) 3321-1203 /

9815-2629 ou pelo e-mail: [email protected] - Fazenda Alagoas – Conceição das Alagoas/MG.

VEnDEM-sE - MB L 1318/09, toco, comboio para lubri-

ficação e abastecimento Gascom com 6.500L;- MB L 1620/03, truck e com carroceria

de 8 metros;- MB L 2318/94, traçado e tanque de

água bombeiro/pipa com 16.000L;- MB L 2318/93, traçado e tanque de

água bombeiro/pipa com 14.000L;- MB L 1516/85, truck e no chassi;- MB L 1113/83, toco e no chassi;- MB L 2013/75, truck, munk madal e

modelo 10.000;- VW 26260/08, traçado, tanque de água

Gascom com 20.000L;- VW 26260/08, traçado, basculante com

pistão frontal de 16m³;

- VW 26260/08, traçado, basculante de 12m³;- VW 26260/06, traçado, com betoneira de 8m³;- VW 26260/06, tanque de água Gascom

multiflex com 16.000L; - VW 13180/08, toco, tanque de água

bombeiro, pipa com 10.000L;- VW 15180/07, toco, munk rodo e mo-

delo 15.000;-VW 14220/97, truck, munk imap e mo-

delo 20.000;- VW 16170bt/95, toco, comboio para lubri-

ficação e abastecimento Gascom com 4.000L;- Cargo 2422/94, traçado, tanque de água

bombeiro, pipa, com 18.000L;- F 14000/94, toco e basculante;- F 12000/99, toco, tanque de água bom-

beiro, pipa com 10.000L; - F 11000/91, toco ,tanque de água bom-

beiro, pipa com 9.000L;- GM astra adv. hat/09, na cor cinza, motor

140, rodas 16, com 40.000km e único dono; - Caçamba Agrícola de 25m³ - Galego;- Munk modelo 640-18 com 1 lança hi-

dráulica e 1 manual;- Munk Motocana modelo 10.000 com 2

lanças hidráulicas e 2 manuais;- Caçamba truck Facchini com 12m³;- Carroceria de transporte e plantio de cana;- Baú para caminhão 3/4, toco e truck;- Carroceira de madeira com 6.60x2.50;- Carroceria de madeira Facchini com 7.80x2.50;Tratar com Alexandre pelos telefones:

(16) 3945-1250 / 9766-9243 oi / 7813-3866 id 96*81149 nextel

VEnDEM-sE- 14,50 alqueires na região de Buriti-

zal/SP. Planta 11alqueiress de cana; ren-da de 50-60 t/ano por alqueire. Valor: R$ 850.000,00;

- 23 alqueirão na região de Conceição das Alagoas . Terra de cultura roxa, planta 20 alqueirão e o contrato de arrendamento está vencido. Valor: R$ 2.300.000,00;

- 31 alqueirão na região de Frutal, plan-tado 25 alqueirão. Está no último corte da cana. Valor: R$ 85.000,00 por alqueirão;

Tratar com Wilson pelo telefone: (17) 9739-2000 – Viradouro/SP

COMPRA-sE- Sítio para plantio de cana-de-açúcar, ou

que já tenha plantado.Tratar com César pelo telefone: (16)

9197-7086 - Ribeirão Preto / SP- A Revista Canavieiros não se responsabiliza pelos anúncios constantes em nosso Classificados, que são de responsabilidade exclusiva de cada anunciante. Cabe ao consumidor assegurar-se de que o negócio é idôneo antes de realizar qualquer transação.- A Revista Canavieiros não realiza intermediação das vendas e compras, trocas ou qualquer tipo de transação feita pelos leitores, tratando-se de serviço exclusivamente de disponibilização de mídia para divulgação. A transação é feita diretamente entre as partes interessadas.

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