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Sistema Econômico Antigo: Sistema Econômico Antigo: Civilizações hidráulicas e Civilizações hidráulicas e comerciaiscomerciais

História EconômicaHistória EconômicaRelações InternacionaisRelações Internacionais

Professor Renato CarneiroProfessor Renato Carneiro

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De nômade à sedentárioDe nômade à sedentário

No decorrer do Período Neolítico No decorrer do Período Neolítico (entre 7 e 3 mil a.C.): nova posição do homem (entre 7 e 3 mil a.C.): nova posição do homem em relação à natureza. em relação à natureza.

De comportamento predatório (caça, pesca e De comportamento predatório (caça, pesca e coleta) e nômade, passou a produtor, interferindo coleta) e nômade, passou a produtor, interferindo na seleção natural de vegetais e animais que mais na seleção natural de vegetais e animais que mais lhe convinham. lhe convinham.

A atividade agrícola e pastoril permitiu a fixação, o A atividade agrícola e pastoril permitiu a fixação, o trabalho coletivo e regular e o crescimento trabalho coletivo e regular e o crescimento demográfico com conseqüente diferenciação do demográfico com conseqüente diferenciação do trabalho.trabalho.

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De nômade à sedentárioDe nômade à sedentário

A especialização do trabalho possibilitou o A especialização do trabalho possibilitou o surgimento de novas técnicas e surgimento de novas técnicas e ferramentas, como cerâmica, tecelagem, ferramentas, como cerâmica, tecelagem, instrumentos de pedra polida, que gerou instrumentos de pedra polida, que gerou progresso e um sistema de trocas, progresso e um sistema de trocas, precursor da atividade comercial. precursor da atividade comercial. (Se eu não tenho carne, mas faço um bom (Se eu não tenho carne, mas faço um bom machado...)machado...)

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De nômade à sedentárioDe nômade à sedentário

Liberação de braços das atividades voltadas à Liberação de braços das atividades voltadas à sobrevivência material das comunidades, sobrevivência material das comunidades, aliada à progressiva diferenciação social do aliada à progressiva diferenciação social do trabalho, levou à formação de diferentes ritmos trabalho, levou à formação de diferentes ritmos de produção e acumulação de bens de produção e acumulação de bens econômicos e isso acabou por produzir o econômicos e isso acabou por produzir o conceito de propriedade e a diferenciação de conceito de propriedade e a diferenciação de diversos segmentos, de acordo com suas diversos segmentos, de acordo com suas posses. posses.

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De nômade à sedentárioDe nômade à sedentário

Por fim, a difusão do conceito de propriedade levou à Por fim, a difusão do conceito de propriedade levou à necessidade de demarcar os limites dos lotes, o necessidade de demarcar os limites dos lotes, o tamanho de rebanhos e a mensuração da produção a tamanho de rebanhos e a mensuração da produção a ser estocada ou trocada. Para isso, inventaram-se ser estocada ou trocada. Para isso, inventaram-se códigos que se consolidaram na escrita. A partir daí é códigos que se consolidaram na escrita. A partir daí é que se pode falar de história, ou seja, a partir dos que se pode falar de história, ou seja, a partir dos registros dos acontecimentos dos grupos sociais. registros dos acontecimentos dos grupos sociais.

O primeiro alfabeto que se conhece é do século XII O primeiro alfabeto que se conhece é do século XII a.C., pertencente aos fenícios, povo que pautou seu a.C., pertencente aos fenícios, povo que pautou seu desenvolvimento no comércio. Ou aos desenvolvimento no comércio. Ou aos mesopotâmicos, como os assírios, civilização mesopotâmicos, como os assírios, civilização considerada hidráulica. considerada hidráulica.

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Civilizações HidráulicasCivilizações Hidráulicas

Com o aparecimento da agricultura Com o aparecimento da agricultura fixação em locais adequados a seu fixação em locais adequados a seu desenvolvimento, ou seja, junto às desenvolvimento, ou seja, junto às margens dos rios. margens dos rios.

Primeiras civilizações nasceram próximas Primeiras civilizações nasceram próximas aos rios Tigre e Eufrates, na aos rios Tigre e Eufrates, na Mesopotâmia; ao Nilo, no Egito; ao Mesopotâmia; ao Nilo, no Egito; ao Ganges e Indo, na Índia e ao Amarelo, Ganges e Indo, na Índia e ao Amarelo, na China.na China.

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Civilizações HidráulicasCivilizações Hidráulicas

No Oriente Médio, na região que englobava a No Oriente Médio, na região que englobava a Mesopotâmia e o Egito, também conhecida como Mesopotâmia e o Egito, também conhecida como Crescente Fértil, as cheias periódicas fertilizavam Crescente Fértil, as cheias periódicas fertilizavam as terras adjacentes, permitindo colheitas as terras adjacentes, permitindo colheitas abundantes, as quais não prescindiam de muito abundantes, as quais não prescindiam de muito trabalho coletivo para a construção e manutenção trabalho coletivo para a construção e manutenção de diques, barragens, canais e reservatórios. de diques, barragens, canais e reservatórios.

Nestas áreas se formaram monarquias Nestas áreas se formaram monarquias teocráticas.teocráticas.

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MesopotâmiaMesopotâmia

Densamente povoada (atual Iraque). Urbanização Densamente povoada (atual Iraque). Urbanização crescente, desde finais de 4000 aC., em cidades-crescente, desde finais de 4000 aC., em cidades-Estado.Estado.

Os maiores impérios da região foram: Os maiores impérios da região foram: Lagash (2500 a 2360); Lagash (2500 a 2360);

Agade (2350 a 2230); Agade (2350 a 2230);

Assur (1800 a 1275); Assur (1800 a 1275); Babilônia (1728 a 1680).Babilônia (1728 a 1680).

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MesopotâmiaMesopotâmia

Características gerais: Características gerais:

1.1. Dualidade Palácio / Templo. Dualidade Palácio / Templo.

2.2. Dependiam de mão-de-obra abundante Dependiam de mão-de-obra abundante para sua produção.para sua produção.

3.3. Por viverem cercadas de populações hostis, Por viverem cercadas de populações hostis, necessitavam de exércitos bem preparados.necessitavam de exércitos bem preparados.

4.4. Dependiam de comércio externo par obtenção Dependiam de comércio externo par obtenção de matérias-primas como madeiras, pedras e de matérias-primas como madeiras, pedras e metais. Geravam produção artesanal para metais. Geravam produção artesanal para que fossem trocadas por estas mercadorias.que fossem trocadas por estas mercadorias.

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MesopotâmiaMesopotâmia

Como era fundamental garantir a sobrevivência e Como era fundamental garantir a sobrevivência e o conforto de camadas urbanas (burocratas, o conforto de camadas urbanas (burocratas, militares, artesãos, comerciantes, sacerdotes), o militares, artesãos, comerciantes, sacerdotes), o sistema econômico baseou-se em períodos de sistema econômico baseou-se em períodos de trabalho compulsório e requisição de produção trabalho compulsório e requisição de produção artesanal das aldeias e toda uma estrutura artesanal das aldeias e toda uma estrutura produtiva de estábulos, granjas, celeiros, oficinas produtiva de estábulos, granjas, celeiros, oficinas e rebanhos mantidos pelo trabalho mais sob a e rebanhos mantidos pelo trabalho mais sob a forma compulsória do que escrava.forma compulsória do que escrava.

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MesopotâmiaMesopotâmia

A escravidão tinha seus limites, além do alto custo A escravidão tinha seus limites, além do alto custo de manutenção de um escravo. A escrava que de manutenção de um escravo. A escrava que procriava, com a morte de seu senhor, conseguia procriava, com a morte de seu senhor, conseguia a liberdade para si e para sua prole. Além disso, a a liberdade para si e para sua prole. Além disso, a escravidão por dívidas era limitada a três anos.escravidão por dívidas era limitada a três anos.

Adotaram o uso de moedas desde o fim do 4º Adotaram o uso de moedas desde o fim do 4º milênio aC., como medida comum de valor e milênio aC., como medida comum de valor e instrumento de troca. Da cevada, passou a utilizar instrumento de troca. Da cevada, passou a utilizar metais com ouro e prata.metais com ouro e prata.

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MesopotâmiaMesopotâmia

O primeiro banco que se tem notícia surgiu por volta O primeiro banco que se tem notícia surgiu por volta de 3400 aC., no Templo Vermelho de Uruk, de 3400 aC., no Templo Vermelho de Uruk, emprestando o recurso que recebiam de donativos e emprestando o recurso que recebiam de donativos e oferendas a juros para agricultores e comerciantes. oferendas a juros para agricultores e comerciantes. Por volta do ano 800 aC. praticavam, inclusive, Por volta do ano 800 aC. praticavam, inclusive, transferências para outras praças. transferências para outras praças.

Profundamente rurais, baseando-se na produção de Profundamente rurais, baseando-se na produção de cevada, trigo e centeio, tinha o artesanato como uma cevada, trigo e centeio, tinha o artesanato como uma atividade complementar à economia agrícola. Faziam atividade complementar à economia agrícola. Faziam cerveja, vinho, cestas, móveis, esteiras e outros cerveja, vinho, cestas, móveis, esteiras e outros objetos de palha, óleo de sésamo, tecidos de lã e objetos de palha, óleo de sésamo, tecidos de lã e linho, além de laticínios. linho, além de laticínios.

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MesopotâmiaMesopotâmia

Seu material de construção típico foi o tijolo de argila Seu material de construção típico foi o tijolo de argila e palha picada, pois não possuíam madeiras, pedras, e palha picada, pois não possuíam madeiras, pedras, nem minérios. nem minérios.

Da África, traziam marfim e ouro; da Síria e Líbano, Da África, traziam marfim e ouro; da Síria e Líbano, madeiras, mármores e basalto; da Ásia Menor (parte madeiras, mármores e basalto; da Ásia Menor (parte asiática da Turquia), prata, cobre e ferro. Da Pérsia e asiática da Turquia), prata, cobre e ferro. Da Pérsia e do Elam (oeste do Irã) cobre, estanho e lápis-lazuli; do Elam (oeste do Irã) cobre, estanho e lápis-lazuli; da Arábia e da Índia, ouro, pedras preciosas e da Arábia e da Índia, ouro, pedras preciosas e marfim.marfim.

Internamente, seus bazares proviam os habitantes de Internamente, seus bazares proviam os habitantes de alimentos, ferramentas e utensílios de uso cotidiano. alimentos, ferramentas e utensílios de uso cotidiano.

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EgitoEgito

Era a dádiva do Nilo, segundo Heródoto. Era a dádiva do Nilo, segundo Heródoto. Correndo por cerca de 1.200 km no platô Correndo por cerca de 1.200 km no platô desértico do norte da África e desaguando no desértico do norte da África e desaguando no Mediterrâneo, o Nilo torna agricultável uma faixa Mediterrâneo, o Nilo torna agricultável uma faixa de cerca de 20 km de largura em seu curso, de cerca de 20 km de largura em seu curso, chegando a 150 km na região do delta, composta chegando a 150 km na região do delta, composta de canais e pântanos.de canais e pântanos.

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EgitoEgito

Suas cheias anuais (de julho a novembro) fazem Suas cheias anuais (de julho a novembro) fazem o rio transbordar, depositando húmus e o rio transbordar, depositando húmus e transformando suas margens em oásis cercados transformando suas margens em oásis cercados por vastos desertos.por vastos desertos.

Por esta regularidade e constância, as cheias Por esta regularidade e constância, as cheias menos destruidoras do que as da Mesopotâmia, o menos destruidoras do que as da Mesopotâmia, o que exigia menos atenção e mão-de-obra para que exigia menos atenção e mão-de-obra para construção de sistemas de irrigação artificial. Os construção de sistemas de irrigação artificial. Os desertos, por sua vez, protegiam a região de desertos, por sua vez, protegiam a região de inimigos e possíveis invasores. inimigos e possíveis invasores.

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EgitoEgito

O Egito também não era tão dependente do comércio O Egito também não era tão dependente do comércio exterior, já que dispunha de matérias-primas e isso não exterior, já que dispunha de matérias-primas e isso não estimulou o artesanato, como na outra civilização estimulou o artesanato, como na outra civilização hidráulica, nem a monetarização da economia.hidráulica, nem a monetarização da economia.

O Egito não se originou de cidades-Estado que disputavam O Egito não se originou de cidades-Estado que disputavam entre si, mas em um Estado unificado, desde 2850 aC., o entre si, mas em um Estado unificado, desde 2850 aC., o que fez com que o sistema econômico desta civilização que fez com que o sistema econômico desta civilização fosse centralizada na corte do faraó, rei-deus dos egípcios. fosse centralizada na corte do faraó, rei-deus dos egípcios.

Precedendo a urbanização e a completa divisão de Precedendo a urbanização e a completa divisão de trabalho, este arranjo produtivo baseou-se no trabalho trabalho, este arranjo produtivo baseou-se no trabalho coletivo e ordenado, com pouco espaço para iniciativas coletivo e ordenado, com pouco espaço para iniciativas individuais.individuais.

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EgitoEgito

Todo o esforço social foi orientado para Todo o esforço social foi orientado para manutenção do faraó, sua família, sacerdotes e manutenção do faraó, sua família, sacerdotes e funcionários administrativos. funcionários administrativos.

Todas as terras pertenciam ao faraó e eram Todas as terras pertenciam ao faraó e eram concedidas por ele a alguém durante sua vida. concedidas por ele a alguém durante sua vida.

Poucos eram os escravos, supérfluos num Poucos eram os escravos, supérfluos num sistema tão bem organizado com camponeses sistema tão bem organizado com camponeses livres que entregavam grandes parcelas de sua livres que entregavam grandes parcelas de sua produção e trabalho ao Estado.produção e trabalho ao Estado.

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EgitoEgito

Não existia propriedade privada e nem dos Não existia propriedade privada e nem dos templos: apenas estes últimos administravam templos: apenas estes últimos administravam áreas, como um órgão estatal. áreas, como um órgão estatal.

Não havia o dualismo palácio / templo, típico Não havia o dualismo palácio / templo, típico da Mesopotâmia.da Mesopotâmia.

Sua economia era, pois, altamente estatizada Sua economia era, pois, altamente estatizada e de base agrária. e de base agrária.

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EgitoEgito

Produziam trigo e cevada, frutas, verduras e Produziam trigo e cevada, frutas, verduras e legumes, linho e papiro. A exigüidade de terras legumes, linho e papiro. A exigüidade de terras férteis resultou em pequeno rebanho bovino, férteis resultou em pequeno rebanho bovino, prevalecendo os animais de menor porte, como prevalecendo os animais de menor porte, como suínos, ovinos e caprinos, patos, gansos, pombos suínos, ovinos e caprinos, patos, gansos, pombos e codornas.e codornas.

Seu artesanato era limitado a algumas cidades Seu artesanato era limitado a algumas cidades como Tebas, Mênfis e Tamis e totalmente como Tebas, Mênfis e Tamis e totalmente destinado ao Estado, para decorar de palácios e destinado ao Estado, para decorar de palácios e templos ou ao consumo da família real. templos ou ao consumo da família real.

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EgitoEgito

A economia egípcia foi não-monetarizada, A economia egípcia foi não-monetarizada, baseando-se em trocas (escambo) e o Estado baseando-se em trocas (escambo) e o Estado remunerava seus funcionários em espécie. remunerava seus funcionários em espécie.

O comércio interno também não prosperou por O comércio interno também não prosperou por não haver uma diversificação regional que o não haver uma diversificação regional que o justificasse. justificasse.

O comércio externo era reduzido, limitando-se a O comércio externo era reduzido, limitando-se a madeiras fenícias e mercadorias de luxo, como madeiras fenícias e mercadorias de luxo, como ébano, marfim e incenso da Somália e ouro, ébano, marfim e incenso da Somália e ouro, pedras preciosas e marfim da Núbia (Sudão).pedras preciosas e marfim da Núbia (Sudão).

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Civilizações Comerciais

Outras civilizações antigas, devido a condições geo-climáticas pouco adequadas à agricultura, foram obrigadas a se voltarem para o exterior.

Isso as forçou a uma urbanização precoce e uma economia artesanal das poucas matérias-primas que dispunham em abundância, voltada ao comércio de exportação.

Dois tipos principais, cujos modelos foram seguidos por outros povos da região mediterrânea: Creta e Fenícia.

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Creta Localizada no Mediterrâneo Oriental, Creta era

rica em madeira e cobre e possuía uma localização favorável em termos de correntes marítimas e ventos que a tornaram a primeira economia voltada à produção artesanal para exportação.

Desde o neolítico suplementava a alimentação de seu povo com pesca, dada a exigüidade de terras férteis para outras culturas, além de vinhas e oliveiras.

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Creta A civilização minóica privilegiou o

estabelecimento de comunidades urbanas próximas aos portos naturais.

Essas cidades habitadas por artesãos, ferreiros e carpinteiros passaram a produzir vinho e azeite, além de potes, jarros e ânforas para seu acondicionamento e exportação para outras ilhas do mar Egeu, para a Grécia continental, o Egito e outros portos da Ásia Menor.

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Creta Sua história não é totalmente conhecida, pois

seu alfabeto não foi plenamente decifrado, mas sabe-se que iniciaram seu desenvolvimento por volta de 1600 aC. e contava com várias cidades na costa leste.

Seu período áureo foi entre 1570 e 1425 aC., quando Cnossos predominou sobre as demais cidades, estabelecendo a hegemonia marítima na região, suprimindo a pirataria e eliminando a concorrência de outros mercados.

Em cerca de 1400 aC. foram invadidos pelos aqueus e destruídos.

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As Cidades Fenícias No início do 3º milênio aC. populações semíticas

ocuparam a costa do Líbano atual. Com poucas terras férteis, relevo acidentado e poucas chuvas esse povo ocupou áreas rapidamente urbanizadas e se dedicavam à pesca e à navegação.

Pelo relevo, as comunidades permaneceram isoladas em regiões de portos naturais, constituindo-se em cidades-Estado jamais unificadas.

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As Cidades Fenícias Cultivando vinhas e oliveiras – pouco exigentes

de solo e irrigação – desenvolveram uma ampla atividade artesanal voltada à exportação e à aquisição de alimentos não produzidos em suas terras.

Ugarit, Aradus, Trípoli, Biblos, Sidon e Tiro eram centros manufatureiros que se aproveitavam do desaparecimento da civilização minóica para dominar o comércio no Mediterrâneo.

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As Cidades Fenícias Além de vinho e azeite, produziam objetos de

cerâmica e metal, quase em série, e um corante muito desejado: a púrpura (um molusco, muréx).

Mais do que exportadores de seus produtos, no entanto, os fenícios tornaram-se intermediários, comercializando e transportando mercadorias de toda a região mediterrânea.

Para aumentar seus lucros, estabeleceram feitorias, que eram pontos de apoio ao seu comércio, que se espalharam por toda a costa do Mediterrâneo, chegando, inclusive à região que hoje é a Espanha e o Marrocos.

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As Cidades Fenícias A feitoria de Cartago, na costa da atual Tunísia,

fundada no século IX aC. tornou-se a maior potência da região até ser derrotada por Roma, no século III aC.

Apesar do intenso comércio, os fenícios só monetarizaram sua economia na segunda metade do século V aC.

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Conclusão

Todas estas civilizações, sejam hidráulicas ou comerciais, desenvolveram-se a contento, produzindo sociedades nas quais os governantes confundiam-se com as divindades, e que tenderam a permanecer inalteradas no tempo, mesmo depois de dominadas por outros povos estrangeiros.

Sob várias maneiras, organizaram suas economias para se perpetuarem no tempo, dominando vastas áreas geográficas, com diferentes formas de governo, religiões e culturas.