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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS DE CURITIBA CURSO DE ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA GUILHERME BURDINSKI TAVARES GUSTAVO HENRIQUE BRESSAN BATISTA WILLIAN PRESTES DE RAMOS SISTEMA MICROPROCESSADO PARA AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL BASEADO EM POWER LINE COMMUNICATION VIA PROTOCOLO X-10 TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO CURITIBA 2013

SISTEMA MICROPROCESSADO PARA AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL …nupet.daelt.ct.utfpr.edu.br/tcc/engenharia/doc-equipe/2012_2_25/... · TCC Trabalho de Conclusão de Curso ... Sinônimos tais

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

CAMPUS DE CURITIBA

CURSO DE ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA

GUILHERME BURDINSKI TAVARES

GUSTAVO HENRIQUE BRESSAN BATISTA

WILLIAN PRESTES DE RAMOS

SISTEMA MICROPROCESSADO PARA AUTOMAÇÃO

RESIDENCIAL BASEADO EM POWER LINE COMMUNICATION VIA

PROTOCOLO X-10

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CURITIBA

2013

GUILHERME BURDINSKI TAVARES

GUSTAVO HENRIQUE BRESSAN BATISTA

WILLIAN PRESTES DE RAMOS

SISTEMA MICROPROCESSADO PARA AUTOMAÇÃO

RESIDENCIAL BASEADO EM POWER LINE COMMUNICATION VIA

PROTOCOLO X-10

Proposta de Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação, apresentado à disciplina de Metodologia Aplicada ao TCC do curso de Engenharia Industrial Elétrica – Ênfase em Eletrotécnica e Engenharia Industrial Elétrica – Ênfase em Automação do Departamento Acadêmico de Eletrotécnica (DAELT) da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Eletricista. Orientador: Prof. Me. Amauri Amorin Assef

CURITIBA

2013

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1.1- Receptores X-10 ..................................................................................... 10 Figura 1.2 - Exemplo de uma rede Domótica ............................................................ 11 Figura 1.3 - Envio de bits pela tensão AC ................................................................. 12 Figura 1.4 - Representação de uma transmissão no padrão X-10 ............................ 12

LISTA DE TABELAS

Tabela 1.1 - Comparação dos principais protocolos de comunicação via rede elétrica .................................................................................................................................... 8 Tabela 1.2 - Códigos de comandos no padrão X-10. ................................................ 13 Tabela 1.3 - Exemplo de Transmissores e Receptores do sistema X-10. ................. 14

LISTA DE SIGLAS

ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica

AURESIDE Associação Brasileira de Automação Residência

Bit Estado logico 1/0

Burst Pico de sinal

CEBus Consumer Electronic Bus

Datasheet Folha de dados técnicos do fabricante

Dimmer Regulador de intensidade de luz

DIP Domotics Integration Project

EHS European Home Systems

EIB European Installation Bus

EUA Estados Unidos da América

FGV Fundação Getúlio Vargas

Header Sequência de bits iniciais do frame

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

LonWorks Local Operating Network

LTDA. Limitada

PLC Power Line Communications

TCC Trabalho de Conclusão de Curso

UTFPR Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Wireless Rede sem fio

X-10 Protocolo de Comunicação

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 6

1.1 TEMA ............................................................................................................. 6

1.1.1 Delimitação do tema ................................................................................ 6

1.2 PROBLEMA E PREMISSAS ........................................................................ 15

1.3 OBJETIVOS ................................................................................................. 15

1.3.1 Objetivo Geral ........................................................................................ 15

1.3.2 Objetivos específicos ............................................................................. 16

1.4 JUSTIFICATIVA ........................................................................................... 16

1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ..................................................... 17

1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO ..................................................................... 18

1.7 CRONOGRAMA ........................................................................................... 19 1.8 REFERÊNCIAS ............................................................................................ 20

6

1 INTRODUÇÃO

1.1 TEMA

1.1.1 Delimitação do tema

Segundo dados divulgados do Censo Demográfico brasileiro, realizada pelo

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010, vêm ocorrendo

mudanças no perfil demográfico e nos hábitos da população brasileira, destacando-

se o aumento da expectativa de vida, a redução do número de filhos, o aumento da

mão-de-obra feminina no mercado de trabalho e o aumento da violência nos

grandes centros urbanos, fato este que acarreta no sentimento de amedrontamento

da sociedade atual. A ideia de que viver em coletividade oferece segurança, há

muito tempo foi extinta. Em contraponto, é cada vez mais natural, o sentimento de

insegurança e de busca pelo isolamento como formas de proteção contra a violência

presente, especialmente, nos grandes centros urbanos.

Aliado a estes fatores, mudança nas características econômicas e sociais,

agregam novas necessidades das moradias das famílias, que de acordo com

pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) (2004, p.6), sobre orçamentos

familiares, indicativos como: o crescimento por procura por serviços de tele entregas,

o aumento das vendas pela internet, assinaturas de planos de banda larga, telefonia

e TV a cabo, bem como os serviços remotos de vigilância, apresentam-se como

fatores que, demonstram que a população adquiriu, nos últimos anos, novos hábitos

de consumo. Assim, o mercado imobiliário deve considerar a existência atual de

uma classe de consumidores mais exigente, que tem procurado produtos e serviços

com qualidade e diferenciação, e ainda, que as pessoas têm buscado agregar a

suas moradias, elementos que lhes proporcionam o aumento do conforto e

segurança. Esses fatores refletem-se diretamente nas novas necessidades das

moradias das famílias, devendo ser considerados na concepção dos novos projetos

habitacionais. (DIAS, 2004).

A palavra Domótica é a junção da palavra latina Domus (casa) e do termo

Robótica. O significado está relacionado à instalação de tecnologia em residências,

com o objetivo de melhorar a qualidade de vida, aumentar a segurança e viabilizar o

uso racional dos recursos para seus habitantes. O conforto e a praticidade e outras

facilidades oferecidas pelos avanços tecnológicos nas rotinas diárias domésticas do

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cidadão comum, conseguem mudar definitivamente seus hábitos. A Associação

Brasileira de Automação Residencial (AURESIDE) (2005, p. 56), referindo-se à

Domótica nas construções, assegura que construir “com algum diferencial é

atualmente uma ferramenta de marketing para o setor. Os mais jovens buscam

novidade; e os mais idosos segurança, ambos encontrados nos sistemas de

automação residencial”. Sinônimos tais como Automação Residencial, Automação

Doméstica ou Automatização Residencial podem ser encontradas. Para

(WORTMEYER; FREITAS; CARDOSO, 2005) “automação residencial representa o

emprego de tecnologias ao ambiente doméstico, com o objetivo de propiciar

conforto, praticidade, produtividade, economia, eficiência e rentabilidade, com

valorização da imagem do empreendimento e de seus usuários”.

“Segundo a Domotics Integration Project (DIP), Domótica ou tecnologia da casa inteligente é a integração dos serviços e tecnologias, aplicados a residências, flats, apartamentos, casas e pequenas construções, com o propósito de automatizá-los e obter aumento em relação à segurança e proteção, conforto, comunicação e gerenciamento técnico.”

A incorporação da Domótica ao ambiente residencial é composta de uma rede

de comunicação que permite a interconexão de uma série de dispositivos,

equipamentos e outros sistemas, com o objetivo de obter informações sobre o

ambiente residencial e o meio em que ele se insere, efetuando determinadas ações

a fim de supervisioná-lo ou gerenciá-lo, desta forma permite o uso de dispositivos

para automatizar as rotinas e tarefas de uma casa.

A Domótica vem a beneficiar a qualidade de vida, sendo prática e cômoda.

Possibilita o controle de vários equipamentos de modo remoto, sendo uma

alternativa para melhorar o conforto em uma residência. Com ela é possível habilitar

ou desabilitar equipamentos eletrônicos, alterar a luminosidade do ambiente,

controlar a temperatura do ar condicionado, realizar abertura de cortinas, janelas,

ser empregado em sistemas de alarme na interligação de seus sensores, dentro

outras.

O meio de transmissão é um suporte físico onde circula a informação trocada

entre os diversos dispositivos da rede de Domótica. Dispositivos como transmissores

e receptores comunicam entre si, ou com unidades centrais inteligentes, sendo

capazes de interpretar os dados recebidos e transmitir sinais, para efetuar

8

acionamentos ou ajustes, a determinados equipamentos. Respondendo a suas

necessidades de comunicação, segurança, controle e gerenciamento das

instalações. Segundo Teruel (2008), os principais meios de transmissão de dados

para integrar os dispositivos que realizam a automação de setores de uma

residência são: rede elétrica - Power Line Communications (PLC), fibra óptica, rádio

frequência, infravermelhos, cabo de par trançado e rede sem fio (wireless).

Este projeto irá convergir na solução da integração de módulos de automação

residencial usando a tecnologia PLC. Para que os dispositivos conectados a rede

elétrica troquem informações (dados) é preciso o uso de um protocolo de

comunicação. Os principais protocolos de comunicação que usam a rede elétrica

são: X-10, CEBus (Consumer Electronic Bus), LonWorks (Local Operating Network),

EIB (European Installation Bus), EHS (European Home Systems), entre outros.

Independente do contexto, protocolo é uma resolução, onde regras ficam definidas e

devem se respeitadas pelas partes envolvidas. Assim um protocolo de comunicação

é um conjunto de convenções necessárias para a troca de informação entre

diferentes dispositivos de forma eficiente. Estes quando estão associados a um

mesmo protocolo conseguem trocar informações entre si, já que funcionam sob a

mesma “linguagem”.

A tabela 1.1 mostra a comparação entre os principais protocolos de

comunicação via rede elétrica.

Tabela 1.1 - Comparação dos principais protocolos de comunicação via rede elétrica

Protocolos X-10 LonWorks CEBus EIB EHS

Rapidez de instalação Boa Moderada Moderada Moderada Moderada

Expansibilidade (Números de

dispositivos)

256

10� �

61000

65536

10� �

Meios de comunicação

utilizados

Rede

elétrica

Rede

elétrica

Rede

elétrica

Rede

elétrica

Rede

elétrica

Custo Baixo Moderado Moderado Moderado Moderado

Fonte: Adaptado de: <http://portal.ua.pt/thesaurus/default1.asp?OP2=0&Serie=0&Obra=28&H1=2&H2=9>

9

Algumas conclusões após análise da referida tabela podem ser citadas tais

como: a tecnologia X-10 é a mais fácil e rápida de instalar/configurar; no que se

refere ao critério da expansibilidade é a tecnologia LonWorks a que permite o maior

número de dispositivos, sendo o sistema X-10 o mais limitado (apenas 256 nós);

todos os sistemas usam a rede elétrica como meio de comunicação.

Portanto, este projeto irá se concentrar na automação residencial utilizando a

tecnologia PLC através do protocolo de comunicação X-10, por apresentar

vantagens: na facilidade e rapidez de instalação e configuração; possibilidade de

aproveitamento de uma rede elétrica já existente e, sobretudo, o baixo custo.

Entre 1976 e 1978, a empresa Pico Electronics, sediada em Glenrothes

(Escócia), que é reconhecida como a criadora do primeiro chip de calculadora do

mundo, cujos projetos tinham código de X-1 até X-9, tentou desenvolver um sistema

de automação doméstica que utilizasse a rede elétrica como meio de comunicação e

que permitisse controlar remotamente os aparelhos eletrônicos e luzes de uma

residência. Com vista a obter o apoio financeiro necessário para o desenvolvimento

e distribuição dos seus produtos, a Pico Electronics associou-se em 1978 a uma

companhia de áudio conhecida como BSR, o que resultou na criação da X-10 LTDA.

(RYE,1997). Desenvolveu-se então o sistema X-10, tal como hoje é conhecido.

Posteriormente foi estabelecido um acordo com a Sears, Roebuck and Company, e

com a Radio Shack. Em 1979 a X-10 LTDA. começou a distribuir o sistema X-10 a

estas duas empresas que, por sua vez, o introduziram com sucesso no mercado.

O financiamento dos produtos X-10 foi feito pela BSR, desde 1978 até julho de 1984,

mas a partir deste momento, devido a dificuldades financeiras sentidas pela BSR, o

mesmo passou a ser efetuado pela X-10 (EUA) Inc. (subsidiária da BSR-USA), a

qual passou controlar todo o marketing do X-10. Em 1987 a X-10 LTDA. comprou a

parte correspondente à BSR e assumiu todas as atividades de marketing do X-10,

inclusive aquisição da patente, a qual veio a expirar em 1997, ou seja, o X-10 é

atualmente um protocolo aberto, sendo muitas as empresas que comercializam os

produtos baseados nesta tecnologia. A grande variedade de módulos e interfaces X-

10, a utilização da rede elétrica existente como meio de transmissão, os preços

baixos e a facilidade de instalação contribuíram para o rápido sucesso do X-10 nos

EUA e Europa. (HERNANDES, 2006).

12

enviados 3 vezes para cada bit, uma para cada cruzamento pelo zero. Pois é o

melhor momento na relação sinal/ruído para transmissão de dados, a taxa real de

transmissão de bits é de 2 bits/ciclo, Ilustrado na figura 1.3.

.

Figura 1.3 - Envio de bits pela tensão AC Fonte: <http://albt.tripod.com/x10_ac_volt.jpg>

O bit é enviado com seu sinal verdadeiro e complemento e as sequencias são

enviadas duas vezes. Redundancia é necessaria para dar confiabilidade ao sinal

transmitido, comando normal simples leva 11 ciclos de clock para terminar, com um

header 1110, 4 ciclos informam os 4 bits que contém o Código da Casa (House

Code), sendo na verdade 8 bits devido ao envio do valor verdadeiro e do

complementar. Os últimos 5 ciclos AC são o Código da Unidade/Função

(Unit/Function Code), um código de 5 bits (que leva 10 bits devido ao envio do valor

verdadeiro e do complementar). Exemplificado na figura 1.4.

Figura 1.4 - Representação de uma transmissão no padrão X-10

Fonte: <http://albt.tripod.com/x10.htm>

A única sequência que não obedece à regra verdadeiro/complementar são os

bits do header, que apenas informam aos dispositivos que devem ficar escutando as

informações da linha de novo. [INGE96].

13

Na figura abaixo temos os modelos de House Codes e Unit/Function Codes

utilzados na transmissão de dados.

Tabela 1.2 - Códigos de comandos no padrão X-10.

HOUSE CODES

UNIDADES/FUNÇÕES CÓDIGOS

H8 H4 H2 H1

D8 D4 D2 D1 F A 0 1 1 0

1 0 1 1 0 0

B 1 1 1 0

2 1 1 1 0 0 C 0 1 1 0

3 0 0 1 0 0

D 1 0 1 0

4 1 0 1 0 0 E 0 0 0 1

5 0 0 0 1 0

F 1 0 0 1

6 1 0 0 1 0 G 0 0 0 1

7 0 1 0 1 0

H 1 1 0 1

8 1 1 0 1 0 I 0 1 1 1

9 0 1 1 1 0

J 1 1 1 1

10 1 1 1 1 0 K 0 1 1 1

11 0 0 1 1 0

L 1 0 1 1

12 1 0 1 1 0 M 0 0 0 0

13 0 0 0 0 0

N 1 0 0 0

14 1 0 0 0 0 O 0 1 0 0

15 0 1 0 0 0

P 1 1 0 0

16 1 1 0 0 0

TODAS DESLIGADAS 0 0 0 0 1

TODAS LIGADAS 0 0 0 1 1

LIGADO 0 0 1 0 1

DESLIGADO 0 0 1 1 1

DIMMER 0 1 0 0 1

BRILHO 0 1 0 1 1

TODAS LUZES APAGADAS 0 1 1 0 1

Fonte: Adaptado de: < http://albt.tripod.com/x10.htm>

A tabela 1.2 referência-se a exemplos de aplicações dos módulos

transmissores e receptores no sistema X-10.

14

Tabela 1.3 - Exemplo de Transmissores e Receptores do sistema X-10.

Dispositivo Ação Aplicações

REC

EPTOR

ES

Módulo de Equipamento Ligado/Desligado Equipamentos Eletrônicos

Módulo de Lâmpadas Ligado/Desligado/Dimmer Lâmpadas

Interruptor de Parede Ligado/Desligado/Dimmer Luzes Residenciais

Tomadas de Corrente Elétrica Ligado/Desligado/Dimmer Controle Total

Módulo Universal Aberto/Fechado Controle dos Sistemas

Módulo de Campainha Som Sinal Recebido

Módulo de Sirene Som Alarme de Segurança

TRA

NSM

ISSOR

ES

Sensores de Luminosidade Ligado/Desligado Abertura de Janelas

Sensores de Movimento Ligado/Desligado Acionamento de Lâmpadas devido ao movimento

Termostatos Ligado/Desligado Controle de Temperatura

Sensores de Janelas Aberto/Fechado Acionamento de alarme devido invasão

Painel de Segurança Alarme e Chamada Acionamento de luzes e realização de chamadas

telefônicas

Controle Remoto Programação Controle similar aos controles remotos de TV

Emissão de Infravermelho Sinais de Infravermelho Controle de Equipamentos Domésticos

Fonte: <http://portal.ua.pt/thesaurus/default1.asp?OP2=0&Serie=0&Obra=28&H1=2&H2=9>

Apesar de sua fácil instalação, alguns cuidados devem ser tomados, pois, por

utilizarem os condutores da instalação elétrica, faz-se necessário instalar filtros nos

ramais elétricos de entrada da residência, para que bloqueiem a saída ou entrada

dos sinais gerados pelos dispositivos X-10.

Mediante a comunicação entre transmissores e receptores, enviando e

recebendo sinais por meio da infraestrutura da própria instalação da rede elétrica na

residência, esta é transformada em uma rede de comunicação através da

superposição de um sinal de baixa potência modulado em alta frequência na

senóide da rede elétrica. Assim em cima de uma senóide da rede elétrica, insere-se

um sinal com a informação a ser transmitida, este sinal composto (energia elétrica +

dados) é enviado pela rede elétrica. Na recepção, está um módulo receptor,

sintonizado para sinais modulados de alta frequência, podendo assim ser

15

programado para responder a um determinado pulso. Isto permite enviar e receber

sinais entre vários aparelhos que estejam simplesmente ligados à rede elétrica da

residência.

1.2 PROBLEMA E PREMISSAS

A casa inteligente é um sonho cultivado há gerações, onde a automação é a

palavra-chave, e tudo é realizado buscando simplificar a vida dos usuários, através

de uma melhor utilização dos equipamentos eletrônicos e tornando-a muito mais

funcional e segura. Dentre as preocupações da automação residencial, estão

incluídas a prevenção de acidentes domésticos, os sistemas de alarme, a gestão da

energia, o controle de equipamentos ou eletrodomésticos e as comunicações

interiores e exteriores.

Visando a comodidade e praticidade aos usuários domésticos em algumas

atividades como controle de iluminação, ligar e desligar aparelhos de TV, DVD,

portas, portões, janelas e cortinas, temos o desafio de realizar a comunicação entre

equipamentos através da rede elétrica utilizando a tecnologia PLC via protocolo X-

10, um dos mais utilizados para automação residencial desde sua criação na década

de 70, e assim fazer o acionamento e controle de luminosidade de um ambiente.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Estudar e desenvolver um sistema de automação residencial capaz de

comunicar-se via rede elétrica, sendo necessário para instalação apenas ligar um

módulo de controle/transmissor em uma tomada e o módulo a ser

comandado/receptor em outra tomada e os dois já estarão se comunicando via rede

elétrica utilizando o protocolo X-10.

16

1.3.2 Objetivos específicos

Objetivos específicos estão listados abaixo:

· Compreender normas que envolvam operação do PLC na rede elétrica;

· Estudar bibliografia com modelos de transmissão e recepção possíveis na rede elétrica;

· Estudar modelos de modulação e filtros em rede alternada;

· Estudar protocolo X-10;

· Pesquisar os módulos de hardware necessários e escolher um

microcontrolador ou DSP (Digital Signal Processor) para o desenvolvimento do trabalho;

· Desenvolver firmware com o dispositivo escolhido;

· Desenvolver o hardware para comunicação via rede elétrica;

1.4 JUSTIFICATIVA

A evolução tecnológica dos diferentes sistemas domésticos, aliados ao

crescimento explosivo da Internet e os resultados dos investimentos em

infraestrutura de comunicações, tem estimulado a indústria de construção civil a

incorporar soluções inovadoras de automação residencial em seus novos

empreendimentos (HERNANDES, 2006).

Segundo LECHETA, 2006, aparentemente é satisfatório por dotar do uso de

dimmers, que regulam a intensidade da luz ou o acendimento de determinadas

lâmpadas conforme a tarefa a ser cumprida. Há diversas maneiras de se economizar

também, como em um projeto de uma casa grande, por exemplo, em se visualizar

na central se há lâmpadas acessas em outros pavimentos ou em outros cômodos, e

apagá-las sem ter que se deslocar até ao local, controlando toda a casa a partir de

um controle portátil ou de pontos espalhados estrategicamente pela residência.

Já a comunicação via PLC é viável, pois é uma forma mais econômica na

implementação de sistema de automação, pois já utiliza um meio de transmissão

existente. O sistema da rede elétrica no Brasil atinge aproximadamente 98% da

17

população (RIBEIRO, 2007). Isto significa que a estrutura de rede para comunicação

de dados para a automação pretendida utilizando a tecnologia PLC já está

praticamente pronta.

A domótica vem se popularizando, sendo uma área de desenvolvimento

ampla. Implementar um sistema PLC utilizando microcontrolador ou DSP, aliado com

a incorporação do protocolo X-10 bem consolidado, torna uma trabalho interessante

para desenvolver no ambiente acadêmico ao fim do curso de Engenharia Elétrica.

1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A realização deste trabalho será através das seguintes etapas:

1ª Etapa: Estudo e Revisão Bibliográfica; Pesquisa de referência bibliográfica,

através da busca de livros, artigos, datasheets, trabalhos técnicos em acervos e na

Internet, selecionando as obras com maior relevância sobre o assunto, em principal

sobre aspectos técnicos de funcionamento e modulação do protocolo X-10 operando

em um microcontrolador PIC16F877A.

2ª Etapa: Projeto e desenvolvimento; Esta etapa estará dividida em duas partes:

· Elaboração e desenvolvimento do esquema elétrico, que envolverá a

determinação dos componentes para atender as especificações do projeto,

bem como, a confecção da placa de circuito impresso, montagem e

prototipação;

· Desenvolver o firmware para o funcionamento do PLC X-10 por modulação

através de microcontrolador ou DSP.

3ª Etapa: Testes e simulações; Para essa etapa, serão realizados diversos testes e

simulações, para que, somente quando resultados satisfatórios forem alcançados,

implementar-se-á um circuito protótipo, para posterior confecção do projeto final. 4ª Etapa: Documentação e conclusões finais.

18

1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho de conclusão de curso será composto de 8 capítulos além dos

elementos pré e pós-textuais. De forma a abordar:

Capítulo 1: O primeiro capítulo apresentará o tema, a delimitação do tema, os

problemas e premissas, objetivos e a metodologia referente ao tema.

Capítulo 2: Fundamentação teórica: abordando a teoria bem como o funcionamento

da tecnologia PLC via protocolo de comunicação X-10.

Capítulo 3: Componentes/equipamentos que constituem o sistema X-10.

Capítulo 4: Limitações do sistema X-10.

Capítulo 5: Projeto e confecção de módulos transmissores e módulos receptores:

como caráter prático comprovando aplicação na automatização residencial.

Capítulo 6: Resultados de testes com os módulos elaborados.

Capítulo 7: Conclusão: contendo as considerações finais obtidas através do

desenvolvimento do trabalho realizado.

Capítulo 8: Referências.

19

1.7 CRONOGRAMA

Atividade 2012 2013 2014

Metodologia Aplicada ao TCC TCC 1 TCC 2 Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar

Levantamento Bibliográfico

Pesquisar Normas PLC

Verificar modelos de transmissão, recepção, modulação e filtros em

rede alternada.

Estudar Protocolo X-10

Revisão Microcontroladores

Apresentação TCC 1

Desenvolvimento do Firmware para implantação do PLC X-10

Desenvolvimento do Hardware

Testes com o Hardware

Apresentação TCC 2

20

1.8 REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL. Tudo sob Controle. Revista Lumière, jun. 2004. Disponível em: <http://www.aureside.org.br>. Acesso em: 23/01/2013. DIAS, César Luiz de Azevedo. Domótica: aplicabilidade às edificações residenciais. Dissertação de mestrado, Universidade Federal Fluminense. Niterói, 2004. FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS. Pesquisa sobre Orçamentos Familiares 2002-2003, Rio de Janeiro, jan. 2004. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Demográfico Brasileiro.2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 26 / 01 / 2013. WORTMEYER, C.; FREITAS, F.; CARDOSO, L. Automação residencial: Busca de tecnologias visando o conforto, a economia, a praticidade e a segurança do usuário. In: II Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia SEGeT2005. [S.l.: s.n.], 2005. [RYE97] Rye, Dave, "X-10 Ltd. Group History and Overview" in Home Toys Article June 1997 [SCHO95] Scholl, Richard, "Home Automation Using the JDS Time CommanderPlus" in Home Automation Magazine, May/June 1995. HERNANDES, Bruno Rafael A. Utilização da tecnologia power line communication e o protocolo de comunicação X-10 como solução para automação residencial. Curso de Ciências de Computação da Universidade Estadual do Oeste do Paraná. UNIOESTE. Trabalho de Conclusão de Curso, Foz do Iguaçu, 2006. LECHETA, Leandro Pires. Sistemas de Iluminação Residencial: Uma Análise Sobre Alternativas Para Redução do Consumo de Energia Elétrica. Curso de Graduação em Engenharia de Controle e Automação da Faculdade Assis Gurgacz. Cascavel, 2006. ANEEL. RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 375, DE 25 DE AGOSTO DE 2009. Disponível em <http://www.aneel.gov.br/cedoc/ren2009375.pdf> Acesso em 02/02/2013.

RIBEIRO, M. V.. P&D para apoio a regulamentação e a padronização da tecnologia PLC. Workshop Sobre Power Line Communication: [trabalhos apresentados]. Brasília, DF: ANEEL, 2007. Disponível em: <http://www.aneel.gov.br/arquivos/PDF/4%20-Moises%20-%20UFJF%20-%20.pdf>. Acesso em: 13/02/2013. [INGE96] "Tecnologia X-10: Inteligência Distribuída em Módulos" in Ingenium, Novembro, 1996. MICROCHIP. Microchip Application Notes. Disponível em: <http://ww1.microchip.com/downloads/en/AppNotes/00236a.pdf> Acesso em 07/03/2013.