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SISTEMA NERVOSO O sistema nervoso, juntamente com o sistema endócrino , são responsáveis pelo equilíbrio interno do corpo (homeostase), através da coordenação e regulação das funções corporais. No sistema nervoso diferenciam-se duas linhagens celulares: os neurônios e as células da glia (ou da neuróglia ) . Os neurônios são as células responsáveis pela recepção e transmissão dos estímulos do meio (interno e externo), possibilitando ao organismo a execução de respostas adequadas para a manutenção da homeostase. Para exercerem tais funções, contam com duas propriedades fundamentais: a excitabilidade e a condutibilidade. Excitabilidade é a capacidade que permite a uma célula responder a estímulos, sejam eles internos ou externos. Portanto, excitabilidade não é uma resposta, mas a propriedade que torna a célula apta a responder. A resposta emitida pelos neurônios assemelha- se a uma corrente elétrica transmitida ao longo de um fio condutor: uma vez excitados pelos estímulos, os neurônios transmitem essa onda de excitação - chamada de impulso nervoso - por toda a sua extensão em grande velocidade e em um curto espaço de tempo. Esse fenômeno deve-se à propriedade de condutibilidade. Para compreendermos melhor as funções de coordenação e regulação exercidas pelo sistema nervoso, precisamos primeiro conhecer a estrutura básica de um neurônio e como a mensagem nervosa é transmitida.

SISTEMA NERVOSO

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Page 1: SISTEMA NERVOSO

SISTEMA NERVOSO

 O sistema nervoso,  juntamente com o sistema endócrino, são

responsáveis pelo equilíbrio interno do corpo (homeostase), através da

coordenação e regulação das funções corporais.

No sistema nervoso diferenciam-se duas linhagens celulares: os

neurônios e as células da glia (ou da neuróglia ) . Os neurônios são as

células responsáveis pela recepção e transmissão dos estímulos do meio

(interno e externo), possibilitando ao organismo a execução de respostas

adequadas para a manutenção da homeostase. Para exercerem tais

funções, contam com duas propriedades fundamentais:  a excitabilidade e

a condutibilidade. Excitabilidade é a capacidade que permite a uma célula

responder a estímulos, sejam eles internos ou externos. Portanto,

excitabilidade não é uma resposta, mas a propriedade que torna a célula

apta a responder. A resposta emitida pelos neurônios assemelha-se a uma

corrente elétrica transmitida ao longo de um fio condutor: uma vez excitados

pelos estímulos, os neurônios transmitem essa onda de excitação -

chamada de impulso nervoso - por toda a sua extensão em grande

velocidade e em um curto espaço de tempo. Esse fenômeno deve-se à

propriedade de condutibilidade. 

Para compreendermos melhor as funções de coordenação e regulação

exercidas pelo sistema nervoso, precisamos primeiro conhecer a estrutura

básica de um neurônio e como a mensagem nervosa é transmitida. 

Um neurônio é uma célula composta de um corpo celular (onde está o

núcleo, o citoplasma e o citoesqueleto), e de finos prolongamentos celulares

denominados dendritos ou axônios.  

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Os dendritos são prolongamentos geralmente muito ramificados e que

atuam como receptores de estímulos, funcionando, portanto, como

"antenas" para o neurônio. Os axônios são prolongamentos longos que

atuam como condutores dos impulsos nervosos. Os axônios podem se

ramificar e essas ramificações são chamados de colaterais. Todos os

axônios têm um início (cone de implantação), um meio (o axônio

propriamente dito) e um fim (terminal axonal ou botão terminal). O

terminal axonal é o local onde o axônio entra em contato com outros

neurônios e/ou outras células e passa a informação (impulso nervoso) para

eles. A região de passagem do impulso nervoso de um neurônio para a

célula adjacente chama-se sinapse. Às vezes os axônios têm muitas

ramificações em suas regiões terminais e cada ramificação forma uma

sinapse com outros dendritos ou corpos celulares. Estas ramificações são

chamadas coletivamente de arborização terminal. 

Os corpos celulares dos neurônios são geralmente encontrados em

áreas restritas do sistema nervoso, que formam o Sistema Nervoso

Central (SNC), ou nos gânglios nervosos, localizados próximo da coluna

vertebral.

Do sistema nervoso central partem os prolongamentos dos neurônios,

formando feixes chamados nervos, que constituem o Sistema Nervoso

Periférico (SNP).

O axônio está envolvido por um dos tipos celulares seguintes: célula

de Schwann (encontrada apenas no SNP) ou oligodendrócito (encontrado

apenas no SNC). Em muitos axônios, esses tipos celulares determinam a

formação da bainha de mielina (envoltório lipídico com proteína básica da

mielina) que atua como isolante elétrico e facilita a transmissão do impulso

nervoso. Em axônios mielinizados existem regiões de descontinuidade da

bainha de mielina, que acarretam a existência de uma constrição

(estrangulamento) denominada nódulo de Ranvier.

Page 3: SISTEMA NERVOSO

O impulso nervoso

A membrana plasmática do neurônio transporta alguns íons ativamente, do líquido extracelular para o interior da fibra, e outros, do interior, de volta ao líquido extracelular. Assim funciona a bomba de sódio e potássio, que bombeia ativamente o sódio para fora, enquanto o potássio é bombeado ativamente para dentro.Porém esse bombeamento não é eqüitativo: para cada três íons sódio bombeados para o líquido extracelular, apenas dois íons potássio são bombeados para o líquido intracelular.

Imagem: www.octopus.furg.br/ensino/anima/atpase/NaKATPase.html 

Dentro de um neurônio existe uma alta concentração de íons de

potássio e uma baixa concentração de íons de sódio. A nível extracelular a

concentração dos íons se inverte. Esse desequilíbrio é mantido pelas

características físicas da membrana junto com seu sistema enzimático, a

bomba de sódio, que retira sódio de dentro da célula. Controlando esse

balanço, os neurônios em seu estado “dormente” tem um potencial elétrico

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interno que é negativo em relação ao meio externo, em torno de –70

milivolts (mV) em grandes neurônios. Quando um estímulo provoca uma

despolarização, o potencial de membrana é revertido de –70 para +40 mV.

Somando-se a esse fato, em repouso a membrana da célula nervosa é praticamente

impermeável ao sódio, impedindo que esse íon se mova a favor de seu gradiente de

concentração (de fora para dentro);  porém, é muito permeável ao potássio, que, favorecido

pelo gradiente de concentração e pela permeabilidade da membrana, se difunde livremente

para o meio extracelular.

Imagem: www.epub.org.br/cm/n10/fundamentos/animation.html 

Em repouso: canais de sódio fechados. Membrana é praticamente impermeável ao sódio, impedindo sua difusão a favor do gradiente de concentração.

Sódio é bombeado ativamente para fora pela bomba de sódio e potássio.

Como a saída de sódio não é acompanhada pela entrada de potássio

na mesma proporção, estabelece-se uma diferença de cargas elétricas

entre os meios intra e extracelular: há déficit de cargas positivas dentro da

célula e as faces da membrana mantêm-se eletricamente carregadas.

O potencial eletronegativo criado no interior da fibra nervosa devido à

bomba de sódio e potássio é chamado potencial de repouso da

membrana, ficando o exterior da membrana positivo e o interior negativo.

Dizemos, então, que a membrana está polarizada.  

Ao ser estimulada, uma pequena região da membrana torna-se

permeável ao sódio (abertura dos canais de sódio). Como a concentração

desse íon é maior fora do que dentro da célula, o sódio atravessa a

membrana no sentido do interior da célula. A entrada de sódio é

acompanhada pela pequena saída de potássio. Esta inversão vai sendo

transmitida ao longo do axônio, e todo esse processo é denominado onda

de despolarização. Os impulsos nervosos ou potenciais de ação são

causados pela despolarização da membrana além de um limiar (nível crítico

de despolarização que deve ser alcançado para disparar o potencial de

Page 5: SISTEMA NERVOSO

ação). Os potenciais de ação assemelham-se em tamanho e duração e não

diminuem à medida em que são conduzidos ao longo do axônio, ou seja,  

são de tamanho e duração fixos. A aplicação de uma despolarização

crescente a um neurônio não tem qualquer efeito até que se cruze o limiar

e, então, surja o potencial de ação. Por esta razão, diz-se que os potenciais

de ação obedecem à "lei do tudo ou nada".

Imagem: geocities.yahoo.com.br/jcc5001pt/museuelectrofisiologia.htm#impulsos 

Imediatamente após a onda de despolarização ter-se propagado ao

longo da fibra nervosa, o interior da fibra torna-se carregado positivamente,

porque um grande número de íons sódio se difundiu para o interior. Essa

positividade determina a parada do fluxo de íons sódio para o interior da

fibra, fazendo com que a membrana se torne novamente impermeável a

esses íons. Por outro lado, a membrana torna-se ainda mais permeável ao

potássio, que migra para o meio interno. Devido à alta concentração desse

íon no interior, muitos íons se difundem, então, para o lado de fora. Isso cria

novamente eletronegatividade no interior da membrana e positividade no

exterior – processo chamado repolarização, pelo qual se reestabelece a

polaridade normal da membrana. A repolarização normalmente se inicia no

mesmo ponto onde se originou a despolarização, propagando-se ao longo

da fibra. Após a repolarização, a bomba de sódio bombeia novamente os

íons sódio para o exterior da membrana, criando um déficit extra de cargas

positivas no interior da membrana, que se torna temporariamente mais

Page 6: SISTEMA NERVOSO

negativo do que o normal. A eletronegatividade excessiva no interior atrai

íons potássio de volta para o interior (por difusão e por transporte ativo).

Assim, o processo traz as diferenças iônicas de volta aos seus níveis

originais.

 

Para transferir informação de um ponto para outro no sistema nervoso,

é necessário que o potencial de ação, uma vez gerado, seja conduzido ao

longo do axônio. Um potencial de ação iniciado em uma extremidade de um

axônio apenas se propaga em uma direção, não retornando pelo caminho já

percorrido. A velocidade com a qual o potencial de ação se propaga ao

longo do axônio depende de quão longe a despolarização é projetada à

frente do potencial de ação, o que, por sua vez, depende de certas

características físicas do axônio: a velocidade de condução do potencial de

Page 7: SISTEMA NERVOSO

ação aumenta com o diâmetro axonal. Axônios com menor diâmetro

necessitam de uma maior despolarização para alcançar o limiar do potencial

de ação. Nesses de axônios, presença de bainha de mielina acelera a

velocidade da condução do impulso nervoso. Nas regiões dos nódulos de

Ranvier, a onda de despolarização "salta" diretamente de um nódulo para

outro, não acontecendo em toda a extensão da região mielinizada (a mielina

é isolante). Fala-se em condução saltatória e com isso há um considerável

aumento da velocidade do impulso nervoso.  

Imagem: AMABIS, José Mariano; MARTHO, Gilberto Rodrigues. Conceitos de Biologia. São Paulo, Ed. Moderna, 2001. vol. 2.

 

O percurso do impulso nervoso no neurônio é sempre no sentido

dendrito corpo celular axônio. 

Page 8: SISTEMA NERVOSO

TECIDO NERVOSO

Anatomicamente o sistema nervoso é dividido em:

1 - Sistema Nervoso Central: (SNC) Formado pelo encéfalo e medula

espinhal.

2 - Sistema Nervoso Periférico: (SNP) Formado pelos nervos e por pequenos

agregados de células nervosas denominadas gânglios nervosos.

CONSTITUIÇÃO DO TECIDO NERVOSO

É constituído por dois componentes principais: - Neurônios e - Células da glia

ou neuróglia

FUNÇÕES FUNDAMENTAIS DO SISTEMA NERVOSO

A) Detectar, transmitir, analisar e utilizar as informações geradas pelos

estímulos sensoriais representados pelo calor, energia mecânica, luz e

modificações químicas do ambiente interno e externo.

B) Organizar e coordenar, direta ou indiretamente, o funcionamento de

quase todas as funções do organismo, entre os quais as funções motoras,

viscerais, endócrinas e psíquicas.

NEURÔNIOS

São células nervosas formadas por:

Page 9: SISTEMA NERVOSO

a) Dendritos: Prolongamentos numerosos, especializados na função de

RECEBER os estímulos do meio ambiente, de células epiteliais sensoriais ou

de outros neurônios.

b) Corpo Celular ou Pericário: Apresenta o Centro Trófico da célula, também é

capaz de RECEBER estímulos.

c) Axônio: Prolongamento único, especializado na CONDUÇÃO de

impulsos que transmitem informações do neurônio a outras células (nervosas,

musculares e glandulares). A porção final do axônio, em geral é muito

ramificada chamada de TELODENDRO, e termina na célula seguinte por

meio de BOTÕES TERMINAIS, essenciais à transmissão de informações para

elementos adiante.

- AXOLEMA - membrana plasmática do axônio

- AXOPLASMA - Citoplasma do axônio

CLASSIFICAÇÃO DOS NEURÔNIOS

a) Quanto a forma:

- Neurônios Multipolares: Apresentam mais de 2 prolongamentos celulares.

- Neurônios Bipolares: Possuem um dendrito e um axônio.

- Neurônios pseudo-unipolares: Apresentam ao corpo celular, um

prolongamento único, mas este logo se divide em dois, dirigindo-se um rama

para a periferia e outro para o SNC.

b) Quanto a função:

- Neurônios Motores: Controlam órgãos efetores, tais como: glândulas

endócrinas e fibras musculares.

- Neurônios Sensoriais: Recebem estímulos sensoriais do meio ambiente e do

próprio organismo.

- Interneurônios: Estabelecem conexões entre outros neurônios, formando

círculos complexos.

SINAPSE

O sistema nervoso consiste em um grande número de neurônios que

estão unidos funcionalmente, constituindo assim, vias de condução. O local

onde dois neurônios se aproximam e estabelecem comunicação interneuronal

funcional é conhecido como Sinapse.

Page 10: SISTEMA NERVOSO

Tipos de sinapse:

- Axônio com Dendrito - AXODENDRÍTICA

- Axônio com Pericário - AXOSSOMÁTICA ----- estas duas são as mais

comuns

- Entre dendrítos - Dendrodendríticas

- Entre axônios - Axoaxônicas

ULTRA ESTRUTURA DAS SINAPSES

As superfícies apostas da extensão terminal do axônio e do neurônio

são denominadas membranas pré-sinaptica e pós-sináptica, respectivamente,

e estão separadas por uma fenda sináptica de 20 nm de espessura.

A transmissão do impulso numa sinapse é acompanhada pela liberação

de neurotransmissores, encontrados nas vesículas pré-sinápticas, na fenda

sináptica. No caso de uma sinapse excitatória, a liberação do neuro

transmissores causa a Despolarização da membrana pós sináptica; no

caso de sinapse inibitória, o neurotransmissor leva a Hiperpolarização

da membrana pós sináptica.

A chegada de um impulso nervoso na membrana pré-sináptica resulta

em liberação de neurotransmissores na fenda sináptica.

DEGENERAÇÃO E REGENERAÇÃO

Como os neurônios não se dividem, sua destruição representa uma

perda permanente. Seus prolongamentos, no entanto, dentro de certos

limites, podem regenerar devido à atividade sintética dos pericários, desde que

estes não estejam lesados.

NEURÓGLIA

Os neurônios do SNC estão sustentados por células especiais Não

excitáveis e que não conduzem impulsos nervosos. Conjuntamente, elas são

denominadas de neuróglia ou glia. Estas células sustentam os neurônios,

participam da atividade neural, da nutrição dos neurônios, e dos processos de

defesa do tecido nervoso.

Page 11: SISTEMA NERVOSO

As células neurogliais são geralmente menores do que as células

nervosas e as superam de 5 a 10 vezes em número; elas formam a metade

do volume total do encéfalo e medula espinhal.

Existem quatro tipos de células neurogliais:

a) Astrócitos: Apresentam um pequeno corpo celular, do qual se estendem

prolongamentos intensamente ramificados em todas as direções. Muitos

destes prolongamentos terminam em expansões sobre vasos sangüíneos

(pés-perivasculares), sobre células ependimárias e sobre a piamáter. São as

maiores células da glia. Seus prolongamentos intensamente ramificados,

formam uma trama de sustentação para as células e fibras nervosas no SNC.

ASTRÓCITOS FIBROSOS: São encontrados principalmente na Substância

BRANCA, onde seus prolongamentos são longos, delgados e não muito

ramificados.

ASTRÓCITOS PROTOPLASMÁTICOS: São encontrados principalmente na

Substância CINZENTA, onde seus prolongamentos se ramificam por

entre oscorpos dos neurônios. Os prolongamentos são curtos, finos e

mais ramificados do que os fibrosos.

b) Oligodendrócitos: Tem um corpo menor do que os astrócitos, e

apresentam poucos e delicados prolongamentos. Estas células são

freqüentemente encontradas em fileiras ao longo das fibras nervosas ou

circundando os corpos celulares dos neurônios. Estão envolvidos na formação

da mielina.

c) Micróglia: São as menores células da glia e estão dispersas no SNC. Do

pequeno corpo celular, partem ondulados e ramificados prolongamentos que

emitem numerosas projeções espinhosas. No encéfalo normal (e também na

medula), são inativos. Assemelham-se aos macrófagos do tecido conjuntivo,

tornando-se ativamente fagocíticos nas doenças.

d) Ependimarias: revestem as cavidades do encéfalo e da medula

espinhal. Constituem uma camada única de células cúbicas e apresentam

Page 12: SISTEMA NERVOSO

microvilosidades e cílios. Os movimentos dos cílios auxiliam na circulação

do líquido cefalorraquidiano no interior das cavidades do SNC.

FIBRAS NERVOSAS E NERVOS PERIFÉRICOS

a) Fibras nervosas: É uma fibra nervosa é um axônio ( ou um dendríto)

de uma célula nervosa. Feixes de fibras nervosas, no SNC são

denominados de Tractos nervosos, enquanto os feixes de fibras de fibras

nervosas no SNP são chamadas conjuntamente de Nervos Periféricos.

Dois tipos de fibras estão presentes no SNC e SNP: Fibras Mielínicas e Fibras

Amielínicas

1. Fibras Mielínicas: Esta fibra está circundada por uma bainha de mielina. Esta

bainha não faz parte da fibra (neurônio), mas é formada por uma célula de

sustentação.

- No SNC esta célula de sustentação é o OLIGODENDRÓCITO.

- No SNP esta célula de sustentação é de SCHWANN.

A bainha de mielina é uma camada segmentada e descontínua,

interrompida a intervalos regulares pelos nódulos de RANVIER.

OBS: Nestas fibras as células se enrolam em espiral e suas membranas

formam um complexo lipoprotéico denominado mielina.

Observam-se na Mielina fendas em forma de cones, as chamadas INCISURAS

DE SCHIMIDT-LANTERMANN.

2. Fibras Amielínicas

Estas fibras periféricas são envolvidas pelas células de SCHWANN; mas não

ocorre enrolamento em espiral. Nestas fibras não existem nódulos de Ranvier,

pois neles as células de SCHWANN se unem lateralmente formando uma

bainha contínua.

Page 13: SISTEMA NERVOSO

OBS: A substância cinzenta do SNC é rica em fibras nervosas amielínicas.

Essas fibras são envolvidas por expansões terminais de prolongamentos dos

oligodendrócitos, uma vez que não existe célula de Schwann no SNC.

b) Nervos:

No SNP, as fibras nervosas agrupam-se em feixes, dando origem aos

nervos. Devido a cor da mielina, os nervos são esbranquiçados, exceto os

raros nervos muito finos formados somente por fibras amielínicas.

O estroma (tecido de sustentação) dos nervos é constituído por uma camada

fibrosa mais externa de tecido conjuntivo denso - o EPINEURO - que reveste o

nervo e preenche os espaços entre os feixes de fibras nervosas.

Cada um destes feixes é revestido por uma bainha de várias camadas

de células achatadas, justapostas denominada de PERINEURO.

Dentro da bainha perineural encontram-se os axônios, cada um envolvido

pela bainha de células de schwann, com sua lâmina basal, e um

envoltório conjuntivo constituído principalmente por fibras reticulares,

chamadas de ENDONEURO.

Os nervos estabelecem comunicações entre: - Centros nervosos

- Órgãos de sensibilidade

- Órgãos efetores: músculos, glândulas

Os nervos possuem fibras Aferentes e Eferentes, em relação ao Sistema

Nervoso Central. As Aferentes levam para os centros as informações obtidas

no interior do corpo e no meio ambiente.

As eferentes levam impulsos dos centros nervosos para os órgãos

efetores comandados por esses centros.

Os nervos que possuem apenas fibras de sensibilidade (aferentes) são

chamados de SENSITIVOS, e os que são formados apenas por fibras que

levam a mensagem dos centros para os efetores, são os nervos MOTORES. A

maioria dos nervos possui fibras dos dois tipos, sendo, portanto Nervos

MISTOS.

GÂNGLIOS NERVOSOS

Page 14: SISTEMA NERVOSO

Os acúmulos de neurônios localizados fora do SNC recebem o nome de

Gânglios nervosos. Em sua maior parte, os gânglios são órgãos

esféricos, protegidos por cápsulas conjuntivas e associadas a nervos.

Alguns gânglios reduzem-se a pequenos grupos de células nervosas

situadas no interior de certos órgãos, principalmente na parede do tubo

digestivo, constituindo os Gânglios Intramurais.

SUBSTÂNCIA BRANCA E CINZENTA

No SNC há certa segregação entre os corpos celulares dos neurônios e

os seus prolongamentos. Isto faz com que seja reconhecido no encéfalo e na

medula espinhal duas porções distintas, denominadas de substância branca e

substância cinzenta.

- Substância Branca: Seu nome origina-se da presença de grande quantidade

de um material esbranquiçado denominado Mielina. Está constituído por:

- Fibras mielínicas

- Oligodendrócitos

- Astrócitos Fibrosos

- Células da micróglia

- Prolongamentos dos neurônios

- Substância Cinzenta: É assim chamada porque mostra essa coloração

macroscópicamente. Esta constituída por:

- Corpos dos neurônios

- Fibras amielínicas (grande quantidade)

- Algumas fibras mielínicas

- Astrócitos protoplasmáticos

- Oligodendrócitos

- Células da micróglia

A disposição das duas substâncias varia conforme a parte do Sistema

Nervoso considerada. Na medula espinhal a substância branca localiza-se

externamente, enquanto que internamente se encontra a substância

Page 15: SISTEMA NERVOSO

cinzenta. No cérebro estas substâncias se encontram ao contrário, ou seja,

a cinzenta externamente e a branca internamente.

CEREBELO

Apresenta região cortical e medular.

O córtex tem três camadas que de dentro para fora:

- Camada granulosa - São os menores neurônios do corpo humano, e sua

estrutura é atípica.

- Camada de células de Purkinje - É formada por uma única fileira dessas

células, que são muito grandes.

- Camada molecular - Contém poucos neurônios e muitas fibras nervosas

amielínicas.

A região medular apresenta aspecto uniforme com fibras mielínicas.

MENINGES

O SNC está contido e protegido na caixa craniana e canal vertebral, e

são envolvidos por membranas de tecido conjuntivo, a que chamamos de

meninges.

As meninges de fora para dentro são: Dura máter, Aracnóide e Pia máter.

1. Dura Máter

. É a meninge mais externa.

. Formada por tecido conjuntivo denso, contínuo com o Periósteo dos ossos da

caixa craniana.

. A Dura máter que envolve a Medula espinhal é separada do Periósteo

das vértebras, formando entre os dois o Espaço EPIDURAL. Estes

espaços contem veias de parede muito delgada, tecido conjuntivo frouxo e

tecido adiposo.

OBS: Em toda sua extensão a Dura máter é separada da

Aracnóide pelo espaço

Page 16: SISTEMA NERVOSO

SUBDURAL. A superfície interna da D.M. é revestida por epitélio plano

simples.

2. Aracnóide

. Apresenta 2 partes:. Uma em contato com a Dura máter - formada por

membranas

. Uma que se liga a Pia máter, formada por traves.

. As cavidades entre as traves conjuntivas chamam de espaço

SUBARACNÓIDE, que contém líquido cefalorraquidiano e não tem

comunicação com o espaço Subdural.

. A aracnóide é formada por tecido conjuntivo sem vasos sangüíneos e

sua superfície é revestida por epitélio plano simples.

. A aracnóide forma em certas locais expansões que perfuram a Dura máter, e

vão terminar nos seios venosos nela contido. Tem como função

transferir o líquido cefalorraquidiano para o sangue. Estas expansões

são chamadas de VILOSIDADES ARACNÓIDES.

3. Pia Máter

A Pia máter é muito vascularizada e aderente ao tecido nervoso, embora

não fique em contato direto com as células ou fibras nervosas. Entre a Pia

máter e os elementos nervosos situam-se prolongamentos das células da

neuróglia, onde formam uma camada muito delgada. A Pia máter segue todas

as irregularidades da superfície do SN e penetra no tecido nervoso por certa

extensão, juntamente com vasos sangüíneos. Os vasos sangüíneos

penetram no tecido nervoso por meio de túneis revestidos por pia máter,

os chamados espaços Perivasculares. A pia máter que segue os vasos

sangüíneos desaparece antes que estes se transformem em capilares.

Os capilares do tecido nervoso são totalmente envolvidos por

expansões dos prolongamentos das células da neuróglia, não havendo

contato direto entre os neurônios e os capilares.

PLEXO CORÓIDE E LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO

Page 17: SISTEMA NERVOSO

Os plexos coróides são dobras e invaginações altamente

vascularizadas da Pia máter, que formam saliência para o interior dos

ventrículos. Histologicamente, os plexos coróides são formados pelo

conjuntivo frouxo da pia máter, revestido por um epitélio simples que varia

de cúbico a colunar baixo. A principal função dos plexos coróides é secretar

o líquido cefalorraquidiano, o qual, apesar de sua pobreza em sólidos e sua

riqueza em água, é produzida pelo trabalho ativo das células epiteliais que

recobrem os plexos coróides. O líquido cefalorraquidiano formado pelos plexos

coróides, enche as cavidades dos ventrículos, o canal medular, o espaço

subaracnóide e os espaços perivasculares. Ele é importante para o

metabolismo do SNC e o protege contra traumatismos externos, por

formar uma camada líquida no espaço subaracnóide. O líquido

cefalorraquidiano é produzido de modo contínuo, e circula no SNC e

volta para o sangue por intermédio das veias localizadas em torno do SN. O

tecido nervoso não possui vasos linfáticos.

SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO

Chama-se SNA a parte do SN relacionada com o controle da

musculatura lisa, com o rítmo cardíaco e com a secreção de algumas

glândulas. Sua função é ajustar certas atividades do organismo, a fim de

manter a constância do meio interno (Homeostase).

As funções do SNA sofrem constantemente a influência da atividade

consciente do SNC.

O conceito de SNA é principalmente funcional. Anatomicamente, ele é

formado por aglomerados de células nervosas localizadas no SNC, por fibras

que saem do SNC através de nervos cranianos ou espinhais, e pelos gânglios

nervosos situados no curso dessas fibras. O primeiro neurônio da cadeia

autônoma está localizado no SNC, seu axônio entra em conexão sináptica

com o segundo neurônio da cadeia, localizado em um gânglio do SNA ou

no interior de um órgão.

Os axônios (ou fibras nervosas) que ligam o primeiro neurônio ao

segundo são chamadas de pré-ganglionares, e as que partem do segundo

neurônio para os efetores são as pós-ganglionares.

Page 18: SISTEMA NERVOSO

As fibras pré ganglionares são mielínicas e as pós ganglionares são

amielínicas.

O SNA é formado por 2 partes distintas: O S.N. Simpático, e o S.N.

parassimpático.