31
Sistema Nervoso Central – Tronco encefálico e Medula espinhal CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS NERVOSO E CARDIORRESPIRATÓRIO Profa. MSc. Ângela Cristina Ito

Sistema Nervoso Central – Tronco encefálico e Medula … · através de um beliscão, porque a atividade deste sistema estimula o córtex ... •Na porção central do sistema

  • Upload
    vunhu

  • View
    212

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Sistema Nervoso Central –Tronco encefálico e Medula espinhalCIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS NERVOSO ECARDIORRESPIRATÓRIO

Profa. MSc. Ângela Crist ina I to

Situação-Problema“ Thiago, Lucas e Gustavo assistiram ao filme De volta para o Futuro, que foiproduzido em 1985, e interessaram-se pela interpretação do artista Michael J. Fox eforam para a internet para pesquisar sobre ele para saber o que ele está fazendoatualmente como ator. Quando começaram a sua pesquisa, depararam-se com toda aproblemática que este ator está enfrentando desde 2000, quando anunciou queabandonaria a carreira de ator em função de estar com a Doença de Parkinson.Atualmente ele tem se dedicado como um grande defensor e tem arrecadado fundospara pesquisas com as células-tronco. Espera-se que um dia elas possam ajudar notratamento das vítimas de doença de Parkinson e outras doenças debilitantes.”

Qual é a região do sistema nervoso que a doença de Parkinson ataca e quais são osprincipais sinais e sintomas?

SISTEMA NERVOSO CENTRAL

PATOLOGIAS

Tronco encefálico

Medula espinhal

Doença de ParkinsonHidrocefalia

BulboPonte

Mesencéfalo

Reflexos medulares

Arcos reflexos

Tronco encefálico Tronco encefálico: parte do encéfalo que estálocalizada entre a medula espinhal e o diencéfalo,sendo dividido em:

• bulbo,

• ponte e

•mesencéfalo.

Estendendo-se pelo tronco encefálico encontra-sea formação reticular, que é uma região desubstância branca e cinzenta, é considerada como ocentro de controle da homeostase, com as funçõesde respiração e ritmo cardíaco.

Bulbo É uma continuação da parte superior damedula espinhal, formando a parteinferior do tronco encefálico que teminício no forame magno e estende-se atéa margem inferior da ponte.

Dentro da substância branca do bulboestão todos os tratos sensitivos(ascendentes) e motores (descendentes)que se encontram entre a medulaespinhal e outras partes do encéfalo.Uma parte da substância branca formaprotuberâncias na face anterior do bulbo.

Bulbo Essas protusões são as pirâmides formadas pelos tratos motores maiores, quepassam do cérebro para a medula espinhal. Logo acima da junção do bulbo com amedula espinhal, 90% dos axônios situados na pirâmide esquerda cruzam para olado. Ainda 90% dos axônios situados na pirâmide direita cruzam para o ladoesquerdo. Este cruzamento é chamado de decussação das pirâmides e éresponsável pelo controle dos movimentos no lado oposto do corpo.

Os núcleos associados com as sensações de tato, de propriocepção consciente, depressão e vibração estão localizados no bulbo. Muitos axônios sensitivosascendentes formam sinapses e os neurônios pós-ganglionares então retransmitema informação sensitiva para o tálamo no lado oposto do encéfalo.

Ponte A ponte une partes do encéfalo entre si. Essasconexões são formadas por feixes de axônios,que conectam os lados direito e esquerdo docerebelo.

Outros são partes dos tratos sensitivosascendentes e dos tratos motores descendentes.Em diversos núcleos pontinos, os sinais para osmovimentos voluntários originam-se no córtexcerebral e são retransmitidos para o cerebelo.

Outros núcleos são: área pneumotáxica e aárea apnêustica junto com a área respiratóriarítmica, as áreas pneumotáxica e apnêustica queajudam a controlar a respiração.

Mesencéfalo O mesencéfalo estende-se da ponte até odiencéfalo. O aqueduto do mesencéfalo passaatravés do mesencéfalo, conectando o 3º ventrículo,acima com o 4º ventrículo abaixo. Como o bulbo e aponte, o mesencéfalo contém tratos e núcleos.

A parte anterior do mesencéfalo contém um parde tratos chamados de pedúnculos cerebrais. Elescontêm axônios de neurônios motorescorticospinais, corticopontinos e corticobulbares,que conduzem impulsos nervosos do cerebelo paraa medula espinhal, para o bulbo e para a ponte. Ospedúnculos cerebrais também contêm axônios deneurônios sensitivos, que se estendem do bulbo atéo tálamo.

Formação reticular

• Uma parte do tronco encefálico consiste em pequenos aglomerados de corposcelulares neuronais (substância cinzenta) entremeados a pequenos feixes deaxônios mielinizados (substância branca).

• A ampla região na qual as substâncias cinzenta e branca exibem um arranjoreticulado é conhecida como formação reticular. Ela estende-se a partir da partesuperior da medula espinhal, por todo o tronco encefálico e para a parte inferior dodiencéfalo.

• Os neurônios dentro da formação reticular possuem tanto funções ascendentes(sensitivas) como funções descendentes (motoras).

Formação reticular• Parte da formação reticular chamada de sistema de ativação reticular consiste emaxônios sensitivos que se projetam em direção ao córtex cerebral.

• Este sistema ajuda a manter a consciência e está ativo durante o despertar dosono. Por exemplo, despertamos com o som do despertador, com uma luz ouatravés de um beliscão, porque a atividade deste sistema estimula o córtexcerebral.

• A principal função motora da formação reticular é ajudar a regular o tônusmuscular, que é o menor grau de contração dos músculos em repouso normal.

Doença de Parkinson• É um distúrbio neurodegenerativo causado por uma diminuição de dopamina,principalmente em uma região encefálica chamada de substância negra.

• Esta patologia é caracterizada por sinais e sintomas motores e não motores, comodepressão, transtornos do sono, demência e distúrbios gastrointestinais.

• É uma doença que afeta em média 3% das pessoas acima dos 65 anos, sendo maisfrequente em homens. As famílias que possuem parentes com Parkinson têm de duas atrês vezes mais chance de serem acometidos, já as manifestações não motoras podemaparecer até os 15 anos antes dos sintomas motores.

• A idade pico para as manifestações motoras está entre os 55 a 65 anos.

• Os sinais e sintomas são: bradicinesia, rigidez, tremor durante o repouso, posturaencurvada e marcha com passos encurtados e acelerados.

Medula espinhal• A “medula espinhal” emite ramos que são chamados de “nervos raquidianos”, estesnervos saem da “coluna vertebral”, através de espaços entre as vértebras. Como amedula espinhal é menor que a coluna vertebral, os nervos saem em níveis mais abaixodo que os locais onde têm origem.

• Ela é segmentada e está organizada em 31 pares de nervos raquidianos ou espinhais,nomeados de acordo com a sua localização em: 8 pares de nervos cervicais (C1 a C8), 12pares de nervos torácicos (T1 a T12), 5 pares de nervos lombares (L1 a L5), 5 pares denervos sacrais (S1 a S5) e 1 par de nervos coccígeos (Co1).

• Os nervos espinhais são consideradas as vias de comunicação entre a medula entre amedula espinhal e os nervos que suprem as regiões específicas do corpo.

Medula espinhal

• Existem dois feixes de axônios que recebem onome de raízes (anterior e posterior) e vãoconectar cada nervo espinhal a uma parte damedula espinhal.

• A raiz anterior contém os axônios dos neurôniosmotores que conduzem os impulsos nervosos apartir do sistema nervoso central para as célulase os órgãos efetores, enquanto que a raizposterior contém os axônios sensitivos que vãoconduzir os impulsos nervosos a partir dosreceptores sensoriais na pele, músculos e órgãospara a parte do sistema nervoso central.

Funções da Medula espinhal REFLEXOS E ARCOS REFLEXOS

• A medula também pode controlar a homeostasia através daatuação como um centro de integração para vários reflexos. Osreflexos são utilizados com a finalidade de diagnosticar osdistúrbios do sistema nervoso e localizar qual é o tecido lesado;quando o reflexo não está presente é um indicativo de lesão.

• O reflexo é definido como uma sequência rápida, involuntáriae previsível de ações que ocorrem em resposta a um estímuloespecífico. Os reflexos podem ser inatos, aprendidos ouadquiridos.

• Os componentes básicos de um arco reflexo são: receptoressensitivos, neurônio sensitivo, centro de integração, neurôniomotor e efetor.

Receptores sensitivos

• Um receptor sensitivo pode ser umaextremidade distal de um neurônio sensitivo(dendrito) ou de uma estrutura sensitivaassociada, estes receptores sensitivosrespondem a um tipo específico de estímulo,que pode ser uma alteração no ambienteexterno ou interno, gerando então um ou maisimpulsos.

• Por exemplo, no reflexo patelar os receptoressensitivos (fusos musculares) vão detectar umligeiro estiramento do músculo quadrícepsfemoral no momento em que o ligamentopatelar é percutido com o martelo.

Neurônio sensitivo

• Os impulsos nervosos vão se propagar de umreceptor sensitivo ao longo do axônio de umneurônio sensitivo até seus terminais axônicosque estão localizados na substância cinzenta daporção central do sistema nervoso.

• Os neurônios sensitivos também retransmitemimpulsos nervosos para o encéfalo, permitindoentão uma percepção consciente da ocorrênciado reflexo.

Centro de integração

• Na porção central do sistema nervoso,uma ou mais regiões de substânciacinzenta podem atuar como um centro deintegração. Em um reflexo simples, ocentro de integração é um neurôniosensitivo e um neurônio motor, porexemplo, como ocorre no reflexo patelar.

• Em reflexos mais complexos no centro deintegração será incluído um ou maisinterneurônios.

Neurônio motor

• Os impulsos que são disparados pelocentro de integração vão passar para amedula espinhal, ou quando se tratarde um reflexo craniano o estímuloacontece no sentido do troncocerebral ao longo de um neurôniomotor até a parte do corpo que vairesponder.

Efetor

• Como o efetor é considerado aparte do corpo que responde aoimpulso nervoso motor, que podeser um músculo ou uma glândula.

• A utilização dos reflexos tem afinalidade de diagnosticar osdistúrbios do sistema nervoso e delocalizar o tecido lesado.

Hidrocefalia• Hidrocefalia: aumento do volume e da pressão do líquor.

• Quando o líquor é acumulado no sistema ventricular é chamado dehidrocefalia interna, já a externa é quando o líquor fica retido no espaçosubaracnoideo. Quando a circulação do líquor não é bloqueada é chamadoentão de hidrocefalia, já a não comunicante acontece quando existe umimpedimento de acesso do líquor ao espaço subaracnoideo por obstrução doIII ou do IV ventrículo.

• As causas mais frequentes de hidrocefalia comunicante ocorrem pós-meningite ou pós-hemorragia subaracnoidea, enquanto as causas parahidrocefalia não comunicante podem ocorrer devido a tumores oumalformações congênitas.

Hidrocefalia

• No caso de bebês onde os fontículosainda não se fecharam, ocorre umedema devido ao aumento dapressão. Se esta condição não forrevertida, o acúmulo do líquido vaicomprimir e comprometer o tecidonervoso, então esta condição precisaser revertida através da drenagem dolíquido, em um procedimentochamado de derivação, sendo entãodesviado para a veia cava superior oupara a cavidade abdominal.

Resolução Situação-Problema• O que causa a doença de Parkinson e quais são os principais sinais e sintomas?

• A doença de Parkinson é um distúrbio neurodegenerativo causado por uma grandediminuição da produção de dopamina, principalmente em uma região encefálicachamada de substância negra. Nesta patologia existem sinais e sintomas motores enão motores. Os sinais e sintomas motores são bradicinesia, rigidez, tremor duranteo repouso, postura encurvada e marcha com passos encurtados e acelerados; e ossinais e sintomas não motores são a depressão, transtornos do sono, demência edistúrbios gastrointestinais.

Bibliografia recomendada• JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, José. Histologia básica. 12 ed. Rio de Janeiro: GuanabaraKoogan, 2013.

• SCHMIDT, A. G.; PROSDÓCIMI, F.C. Manual de neuroanatomia humana: guia prático. SãoPaulo: Roca, 2014.

• SOBOTTA, James. Atlas de Anatomia Humana. 22 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,2006, v2.

• TORTORA, G.J. Princípios de anatomia humana. 12 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,2013.

•MACHADO, A.; HAERTEL, L.M. Neuroanatomia funcional. 3 ed. São Paulo: Atheneu, 2014.

• DANGELO, J.G.; FATTINI, C. A. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar. 3 ed. São Paulo:Atheneu, 2008.