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DÉBORA MATSUNAGA OSHIRO SISTEMA PARA ESTIMAÇÃO DO NÍVEL DE SATURAÇÃO PARCIAL DE OXIGÊNIO NO SANGUE (SpO 2 ) E FREQUÊNCIA CARDÍACA LONDRINA 2011

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DÉBORA MATSUNAGA OSHIRO

SISTEMA PARA ESTIMAÇÃO DO NÍVEL DE SATURAÇÃO PARCIAL DE OXIGÊNIO NO SANGUE (SpO2) E

FREQUÊNCIA CARDÍACA

LONDRINA

2011

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DÉBORA MATSUNAGA OSHIRO

SISTEMA PARA ESTIMAÇÃO DO NÍVEL DE SATURAÇÃO PARCIAL DE OXIGÊNIO NO SANGUE (SpO2) E

FREQUÊNCIA CARDÍACA

Trabalho de Conclusão de Curso submetido à Universidade Estadual de Londrina como parte dos requisitos para a obtenção do grau de Engenheira Eletricista. Orientador: Prof. Dr. Ernesto Fernando Ferreyra Ramírez

LONDRINA 2011

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DÉBORA MATSUNAGA OSHIRO

SISTEMA PARA ESTIMAÇÃO DO NÍVEL DE SATURAÇÃO PARCIAL DE OXIGÊNIO NO SANGUE (SpO2) E FREQUÊNCIA CARDÍACA

‘Este trabalho foi julgado adequado para a conclusão do curso de engenharia elétrica e aprovado em sua forma final pela Coordenação do Curso de Engenharia

Elétrica da Universidade Estadual de Londrina.’

____________________________________

Prof. Dr. Ernesto Fernando Ferreyra Ramírez Orientador

____________________________________

Profa. Msc. Maria Bernadete de Morais França Coordenadora de TCC

Banca Examinadora:

____________________________________

Profa. Dra. Silvia Galvão de Souza Cervantes Universidade Estadual de Londrina

____________________________________

Msc. Thiago Reges Perales HS Technology

Londrina, 24 de outubro de 2011.

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Aos meus pais, pelo carinho e apoio.

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AGRADECIMENTOS

À minha família por todo o incentivo que recebo, pela paciência e

compreensão nos meus momentos de estresse e cansaço, e principalmente pelo

carinho. Aos meus pais, em especial, agradeço pelo bom exemplo dado a cada dia,

pelos valores que me foram passados.

Ao professor Ernesto, pela disposição em orientar e pela paixão com

a qual realiza seu trabalho.

À toda equipe HS por compartilharem comigo os aprendizados

diários. Em especial ao Thiago e Tiago, pelas oportunidades que me foram dadas ao

longo destes dois anos, pela disposição e paciência ao ensinar, por me mostrarem

como é gratificante trabalhar na área da engenharia.

Aos professores da Universidade Estadual de Londrina pelo

conhecimento disseminado.

Ao Danilo, pelo companheirismo dos últimos anos.

Ao Renato, Bruno, Fernanda, Victor, Leandro, Luís Fernando e

Flávia, amigos que adquiri no curso, que compartilharam comigo momentos de

desespero e também de muita alegria.

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“Stay hungry, stay foolish.”

Stewart Brand

“There‟s only one corner of the universe

you can be certain of improving, and that‟s

your own self.”

Aldous Huxley

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OSHIRO, Débora Matsunaga. Sistema Para Estimação do Nível de Saturação

Parcial de Oxigênio no Sangue (SpO2) e Frequência Cardíaca. 2011. 76 p.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Elétrica) –

Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2011.

RESUMO

Nos últimos anos, muitos avanços tecnológicos foram obtidos nas diferentes áreas

do conhecimento em função da busca incessante para aumentar a expectativa de

vida da população. Com base neste pensamento, uma importante ciência

multidisciplinar se destaca: a instrumentação biomédica, que envolve conhecimentos

em medicina, eletrônica, computação, entre outros. O presente trabalho consistiu no

desenvolvimento de um sistema de monitoramento capaz de estimar o valor do nível

de saturação parcial do oxigênio no sangue (SpO2) e a freqüência cardíaca através

da fotopletismografia, técnica caracterizada pela recepção de feixes luminosos

transmitidos através dos tecidos. O sistema desenvolvido é composto basicamente

por: conjunto optoeletrônico emissor-receptor para aquisição do sinal

fotopletismográfico, circuito para o condicionamento do sinal, microcontrolador

(PIC24FJ128GA006) e interface com o usuário. Para validar o funcionamento do

sistema desenvolvido, testes foram realizados com diversos indivíduos, assim, pôde-

se verificar resultados satisfatórios na aquisição da freqüência cardíaca e a

necessidade de aprimoramento do sistema para a obtenção do SpO2.

Palavras-chave: Instrumentação biomédica. Fotopletismografia. SpO2. Freqüência

cardíaca.

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OSHIRO, Débora Matsunaga. System for Estimation of the Level of Partial

Oxygen Saturation in the Blood (SpO2) and Heart Frequency. 2011. 76 p.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Elétrica) –

Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2011.

ABSTRACT

In the last years, many technological advances were obtained in the different areas

of knowledge in search to increase the population’s life expectancy. Based on this

thought, an important multidisciplinary science stands out: the biomedical

instrumentation, which involves knowledge of medicine, electronics and computation,

among others. The present work consisted in the development of a monitoring

system able to estimate the level of the partial oxygen saturation in the blood (SpO2)

and the heart frequency through the use of photoplethysmography, technique

characterized by the reception of light beams transmitted through the tissues. The

developed system was basically composed of: optoelectronic transmitter and

receiver set for acquisition of the photoplethysmographyc signal, circuit for the signal

conditioning, microcontroller (PIC24FJ128GA006) and user interface. In order to

validate the operation of the developed system, tests were made with many

individuals, this way it was possible to verify satisfactory results in the acquisition of

the heart rate and the need of improvement on the system for SpO2 obtainment.

Key words: Biomedical instrumentation. Photoplethysmography. SpO2. Heart

frequency.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 – Estrutura do coração e o curso do sangue pelo coração. ..................... 17

Figura 2.2 – Eventos do ciclo cardíaco do ventrículo esquerdo. ............................... 18

Figura 2.3 – Circulações sistêmica e pulmonar. ........................................................ 20

Figura 3.1 – Fotopletismografia reflexiva. ................................................................. 24

Figura 3.2 – Fotopletismografia reflexiva. ................................................................. 25

Figura 3.3 – Coeficientes de absorção luminosa da hemoglobina e oxihemoglobina

em função do comprimento de onda. ........................................................................ 27

Figura 3.4 – Transmissão da luz através do dedo causada pelo sangue arterial (A),

sangue venoso (V) e tecidos (T). .............................................................................. 28

Figura 3.5 – Espectro de potência do sinal de PPG. ................................................. 29

Figura 3.6 – Calibração do oxímetro e o modelo Lambert-Beer. ............................... 30

Figura 4.1 – Diagrama de blocos do sistema proposto. ............................................ 32

Figura 4.2 – Regulador de tensão de -5 V. ............................................................... 33

Figura 4.3 – Regulador de tensão de 5 V. ................................................................. 33

Figura 4.4 – Circuito regulador de tensão de 3 V. ..................................................... 34

Figura 4.5 – Pico da intensidade luminosa do TLDR4900 em 650nm. ...................... 35

Figura 4.6 – Circuitos de acionamento dos LEDs. .................................................... 35

Figura 4.7 – Esquemático do OPT101. ..................................................................... 36

Figura 4.8 – Resposta espectral de funcionamento do OPT101. .............................. 37

Figura 4.9 – Diagrama de blocos do condicionamento do sinal. ............................... 38

Figura 4.10 – Filtro passa-baixas inversor com freqüência de corte de 10 Hz. ......... 39

Figura 4.11 – Filtro passa-baixas passivo com freqüência de corte de 5 Hz............. 39

Figura 4.12 – Filtro passa-baixas inversor com freqüência de corte de 0,1 Hz e

ganho de -1. .............................................................................................................. 40

Figura 4.13 – Buffer. .................................................................................................. 41

Figura 4.14 – Circuito somador dos sinais PPG e DC para a obtenção do sinal AC na

saída. ........................................................................................................................ 41

Figura 4.15 – Amplificador com Av = 6,9. .................................................................. 42

Figura 4.16 – Divisor resistivo para obter 1,5 V. ........................................................ 42

Figura 4.17 – Proteção na entrada do A/D. ............................................................... 44

Figura 4.18 – Display NHD-C128128BZ-FSW-GBW. ................................................ 45

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Figura 4.19 – Foto do grampo de dedo contendo acoplamento óptico. .................... 46

Figura 4.20 – Interior do grampo de dedo. ................................................................ 46

Figura 4.21 – Esquemático do circuito de condicionamento do sinal PPG. .............. 47

Figura 4.22 – Layout da placa do circuito de condicionamento do sinal PPG. .......... 48

Figura 4.23 – Imagem 3D gerada pelo NI Ultiboard 11.0 da placa do circuito de

condicionamento do sinal PPG. ................................................................................ 48

Figura 4.24 – Foto da placa do circuito de condicionamento do sinal PPG. ............. 49

Figura 4.25 – Imagem 3D gerada pelo Multisim 11.0 da placa do microcontrolador. 49

Figura 4.26 – Foto da placa do microcotrolador. ....................................................... 50

Figura 4.27 – Hardware do sistema proposto............................................................ 50

Figura 5.1 – Fluxograma do firmware. ....................................................................... 51

Figura 5.2 – Tela do software MPLAB IDE. ............................................................... 52

Figura 5.3 – Fluxograma da rotina main. ................................................................... 53

Figura 5.4 – Mensagem inicial do sistema. ............................................................... 54

Figura 5.5 – Primeiros dados sendo coletados. ........................................................ 54

Figura 5.6 – Mensagem de erro. ............................................................................... 55

Figura 6.1 – Dados coletados pelo conversor A/D relativos ao nível DC do LED

vermelho.................................................................................................................... 57

Figura 6.2 – Dados coletados pelo conversor A/D relativos ao nível AC+1,5V do LED

vermelho.................................................................................................................... 58

Figura 6.3 – Dados coletados pelo conversor A/D relativos ao nível DC do LED

infravermelho. ............................................................................................................ 58

Figura 6.4 – Dados coletados pelo conversor A/D relativos ao nível AC+1,5V do LED

infravermelho. ............................................................................................................ 58

Figura 6.5 – Sinal captado pelo fotodiodo com movimento proposital do dedo. ....... 60

Figura B.1 – Sinal PPG obtido pelo fotodiodo OPT101 observado no osciloscópio

digital. ........................................................................................................................ 72

Figura B.2 – Circuito do filtro. .................................................................................... 73

Figura B.3 – Resposta em freqüência do filtro. ......................................................... 73

Figura B.4 – Circuito de condicionamento do sinal PPG com probes. ...................... 74

Figura B.5 – Sinais de saída resultante da simulação do circuito de condicionamento

do sinal PPG. ............................................................................................................ 74

Figura B.6 – Componente AC do sinal PPG com a adição de 1,5 V observado no

osciloscópio. .............................................................................................................. 75

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LISTA DE TABELAS

Tabela 4.1 – Configuração dos pinos do PIC24FJ128GA006 para aquisição do sinal

fotopletismográfico. ................................................................................................... 43

Tabela 6.1 – Amplitudes das componentes do sinal PPG lidos pelo conversor A/D. 59

Tabela 6.2 – Valores obtidos dos testes realizados para validação dos resultados. . 61

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

A - Ampère

A/D – Analógico/Digital

ADC – Conversor Analógico-Digital (Analog to Digital Converter)

AV – Atrioventricular

Av – Ganho de tensão

bpm – Batimentos por minuto

CV – Sistema Cardiovascular

fc – Freqüência de corte

FC – Freqüência cardíaca

FPA – Filtro passa-altas

FPB – Filtro passa-baixas

Hb – Hemoglobina reduzida

HbO2 – Hemoglobina oxigenada ou oxihemoglobina

Hz – Hertz

I/O – Entrada/Saída (Input/Output)

IDE – Integrated Development Environment

ksps – Mil amostras por segundo (Kilo Samples Per Second)

LCD – Display de Cristal Líquido (Liquid Crystal Display)

LED – Diodo Emissor de Luz (Light Emmiting Diode)

PIC – Controlador de Interface Programável (Programmable Interface Controller)

PPG – Fotopletismografia (Photoplethysmography)

PVC – Policloreto de polivinila (Polyvinyl chloride)

s – Segundos

SpO2 – Nível de saturação parcial de oxigênio no sangue

STN – Super-Twisted Nematic

UTI – Unidade de Terapia Intensiva

V - Volts

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SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO.......................................................................................... 14

1.1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 14

1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 15

1.2.1 Objetivo Geral .............................................................................................. 15

1.2.2 Objetivos Específicos ................................................................................... 15

1.3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 15

2 SISTEMA CIRCULATÓRIO ........................................................................... 16

2.1 O CORAÇÃO ...................................................................................................... 16

2.1.1 Freqüência Cardíaca .................................................................................... 19

2.2 A CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA ................................................................................ 19

3 MEDIÇÃO DO SPO2 ...................................................................................... 22

3.1 FOTOPLETISMOGRAFIA ....................................................................................... 22

3.1.1 Fotopletismografia Reflexiva ........................................................................ 23

3.1.2 Fotopletismografia Transmissiva .................................................................. 24

3.2 CÁLCULO DO SPO2 ............................................................................................ 25

3.2.1 Lei de Lambert-Beer..................................................................................... 26

3.2.2 Características do Sinal Fotopletismográfico ............................................... 28

4 CIRCUITOS PROPOSTOS (HARDWARE) .................................................... 32

4.1 CIRCUITOS REGULADORES DE TENSÃO ................................................................ 32

4.2 CIRCUITO EMISSOR (ACIONAMENTO DOS LEDS) ................................................... 34

4.3 CIRCUITO RECEPTOR (AQUISIÇÃO DO SINAL) ....................................................... 36

4.4 PROCESSAMENTO DO SINAL ............................................................................... 37

4.4.1 Filtragem de ruídos ...................................................................................... 38

4.4.2 Componente DC do Sinal ............................................................................. 40

4.4.3 Componente AC do Sinal ............................................................................. 40

4.4.4 Microcontrolador .......................................................................................... 43

4.5 INTERFACE COM O USUÁRIO ................................................................................ 44

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4.6 MONTAGEM ....................................................................................................... 45

4.6.1 Grampo de Dedo .......................................................................................... 45

4.6.2 Placa do Condicionamento do Sinal PPG .................................................... 46

4.6.3 Placa do Microcontrolador ............................................................................ 49

5 DESCRIÇÃO DO FIRMWARE ....................................................................... 51

5.1 ROTINA MAIN ..................................................................................................... 52

5.2 INTERRUPÇÕES .................................................................................................. 55

5.3 SUB-ROTINAS .................................................................................................... 55

5.3.1 Cálculo da Freqüência Cardíaca .................................................................. 56

5.3.2 Cálculo das Amplitudes e Cálculo da Razão R ............................................ 56

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................... 57

6.1 DADOS DE LEITURA DO A/D ................................................................................ 57

6.2 ARTEFATOS DE MOVIMENTO ............................................................................... 59

6.3 RESULTADO DOS TESTES ................................................................................... 60

7 CONCLUSÃO ................................................................................................ 63

7.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ............................................................ 64

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 65

APÊNDICE A ............................................................................................................ 69

APÊNDICE B ............................................................................................................ 72

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1 APRESENTAÇÃO

O presente trabalho possui sete capítulos. O capítulo 1 apresenta a

introdução, os objetivos e a justificativa do trabalho desenvolvido. O capítulo 2 trata

da fisiologia humana relacionada ao sistema circulatório. O capítulo 3 descreve os

princípios da fotopletismografia e as definições necessárias para o cálculo dos

valores SpO2. O capítulo 4 descreve o circuito (hardware) desenvolvido para a

obtenção dos parâmetros do sinal fotopletismográfico que se fazem necessários. O

capítulo 5 descreve o firmware desenvolvido para o microcontrolador

PIC24FJ128GA006. O capítulo 6 relata os testes realizados e os resultados obtidos.

O capítulo 7 finaliza o trabalho com as conclusões.

1.1 INTRODUÇÃO

Atualmente, dentre os equipamentos eletrônicos pode-se destacar

os equipamentos eletromédicos, os quais são utilizados na área da saúde para o

diagnóstico de doenças e até mesmo para salvar vidas. No ambiente hospitalar –

especialmente nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), áreas de recuperação,

unidades de queimados e centros cirúrgicos – é de extrema importância que os

pacientes sejam monitorados de forma adequada por equipamentos seguros e

confiáveis.

Assim, os profissionais da saúde têm o oxímetro de pulso como um

grande aliado, pois realiza o monitoramento contínuo e não-invasivo, informando

instantaneamente o nível de saturação parcial de oxigênio no sangue (SpO2) e a

freqüência cardíaca (FC) do paciente, detectando rapidamente eventuais condições

anormais destes valores antes que possa haver algum dano ao paciente ou a

observação de alguma manifestação física.

O projeto descrito neste trabalho foi desenvolvido em parceria com a

HS Technology – Indústria e Comércio de Equipamentos Eletrônicos Ltda., empresa

que desenvolve equipamentos na área da saúde, e tem como finalidade desenvolver

um sistema que execute as funções já citadas de um oxímetro de pulso.

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15

1.2 OBJETIVOS

Com a realização deste trabalho, pretende-se atingir os objetivos

descritos a seguir.

1.2.1 Objetivo Geral

O objetivo geral deste trabalho é o desenvolvimento de um sistema

que forneça a estimação da saturação parcial de oxigênio do sangue (SpO2) e

também a frequência cardíaca, utilizando para isto o método fotopletismográfico

(PPG).

1.2.2 Objetivos Específicos

Desenvolver um circuito para a aquisição, filtragem e condicionamento das

componentes AC e DC do sinal fotopletismográfico;

Elaborar de um firmware para a digitalização e processamento dos dados,

visando a obtenção dos valores de SpO2 e freqüência cardíaca;

Desenvolver uma interface com o usuário.

1.3 JUSTIFICATIVA

Com o avanço tecnológico, técnicas não-invasivas ou que forneçam

resultados instantâneos são as maiores tendências para o desenvolvimento de

novos equipamentos médicos ou aprimoramento dos já existentes. Seguindo esta

tendência, a monitoração de sinais fotopletismográficos possibilita a extração de

parâmetros fisiológicos sem a necessidade de perfurar ou penetrar na pele do

paciente. Assim, este projeto foi desenvolvido em parceria com a HS Technology

para obter o conhecimento e o domínio da técnica fotopletismográfica.

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2 SISTEMA CIRCULATÓRIO

Neste capítulo, é realizada uma breve apresentação sobre o sistema

circulatório, sistema que tem como função suprir as necessidades dos tecidos

corporais para que as células sobrevivam e funcionem de maneira ótima, ou seja,

sua função é transportar até eles os nutrientes, eliminar os produtos do metabolismo,

levar hormônios de uma parte do corpo para a outra e, de modo geral, manter o

ambiente apropriado em todos os líquidos teciduais do organismo. Este amplo

sistema de transporte corporal é freqüentemente denominado sistema

cardiovascular (CV) e é constituído por três componentes principais: o coração, os

vasos sanguíneos e o sangue. É importante entender o funcionamento deste

sistema ao tratar principalmente do suprimento de oxigênio pelo organismo para que

a técnica fotopletismográfica, utilizada para a obtenção do SpO2, possa ser

compreendida posteriormente (conforme Capítulo 3).

2.1 O CORAÇÃO

O coração (Figura 2.1) é um órgão muscular localizado no tórax e

responsável pelo bombeamento do sangue para que o mesmo circule por todo o

corpo. O coração é, na verdade, dividido em duas metades: direita, que envia o

sangue para os pulmões, e esquerda, que bombeia o sangue para os órgãos

periféricos. Cada uma dessas metades possui duas câmaras, sendo elas o átrio e o

ventrículo. Os átrios funcionam como fracas bombas que impulsionam sangue para

os ventrículos, facilitando seu enchimento. Os ventrículos, por sua vez, bombeiam o

sangue para a circulação pulmonar, partindo do ventrículo direito, ou para a

circulação sistêmica, partindo do ventrículo esquerdo (GUYTON, 2006, p. 103).

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17

Figura 2.1 – Estrutura do coração e o curso do sangue pelo coração.

Fonte: Guyton (2006).

O conjunto dos eventos que ocorre entre o início de um batimento e

o início do próximo é denominado ciclo cardíaco. Tal ciclo consiste no período de

relaxamento (diástole), durante o qual o coração se enche de sangue, seguido pelo

período de contração, chamado de sístole.

Os diversos eventos que ocorrem no lado esquerdo do coração

durante o ciclo cardíaco podem ser vistos na Figura 2.2, sendo que as três curvas

superiores mostram as variações da pressão na aorta no ventrículo esquerdo e no

átrio esquerdo, respectivamente. A quarta curva representa as variações do volume

ventricular esquerdo; a quinta, o eletrocardiograma (ECG); e a sexta, um

fonocardiograma, que é o registro dos sons produzidos pelo coração –

principalmente pelas válvulas cardíacas – durante o bombeamento (GUYTON, 2006).

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18

Figura 2.2 – Eventos do ciclo cardíaco do ventrículo esquerdo.

Fonte: Guyton (2006).

O ECG da Figura 2.2 mostra as ondas P, Q, R, S e T, que são

potenciais elétricos gerados pelo coração e registrados pelo eletrocardiógrafo na

superfície do corpo. A onda P é causada pela disseminação da despolarização pelos

átrios, e isso é seguido pela contração atrial, que causa aumento discreto na curva

de pressão imediatamente após a onda P eletrocardiográfica. Aproximadamente

0,16 s após o início da onda P, as ondas QRS surgem como resultado da

despolarização elétrica dos ventrículos, o que inicia a contração ventricular e faz

com que a pressão ventricular comece a aumentar, ou seja, o complexo QRS se

inicia pouco antes do início da sístole ventricular. Por fim, a onda T representa o

estágio de repolarização dos ventrículos, quando suas fibras musculares começam a

relaxar. Portanto, a onda T surge um pouco antes do final da contração ventricular

(GUYTON, 2006).

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19

2.1.1 Freqüência Cardíaca

A freqüência cardíaca (FC) pode ser determinada através do inverso

do intervalo de tempo entre dois batimentos cardíacos sucessivos e é um fator

importante na análise do ritmo cardíaco. O intervalo de tempo normal entre dois

complexos QRS (Figura 2.2) sucessivos de um adulto é de aproximadamente 0,83 s,

o que corresponde a uma freqüência cardíaca de 60/0,83 vezes por minuto, ou

aproximadamente 72 batimentos por minuto (bpm). No entanto, em condições

adversas, a freqüência pode aumentar ou diminuir, sendo indicativo de situação

anômala. Quando a freqüência cardíaca se eleva acima de 100 bpm atinge-se um

estado denominado de taquicardia. A taquicardia pode indicar aumento da

temperatura corporal, estimulação por nervos simpáticos (responsáveis pela reação

de luta ou fuga – dilata a pupila e os brônquios, acelera os batimentos cardíacos,

inibe os movimentos peristálticos e a secreção gástrica) e toxicidade do coração. Já

a bradicardia é a condição caracterizada por valores de freqüência cardíaca abaixo

de 60 bpm, sendo, normalmente, indicativo de estimulação vagal (estimulação do

nervo vago, principal componente do sistema parassimpático – relacionado às

respostas calmas e relaxadas do corpo). Em atletas, a bradicardia é uma situação

normal para o indivíduo em repouso (GUYTON, 2002 apud SCHWARZ, 2007).

2.2 A CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA

O sangue é um tecido conjuntivo que circula pelo sistema vascular

composto de células e fragmentos celulares suspensos em um líquido denominado

plasma. Os fragmentos celulares são as plaquetas, enquanto que as células são as

hemácias (glóbulos vermelhos ou eritrócitos) e os leucócitos (ou glóbulos brancos)

(VANDER; SHERMAN; LUCIANO, 2006). As células e fragmentos celulares

correspondem a 45 % do volume sangüíneo total e o plasma a 55 % deste volume,

sendo que o volume médio de sangue de um indivíduo é de aproximadamente 8 %

do seu peso corporal (NERI, 2006).

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20

A circulação do sangue divide-se em circulação sistêmica (ou grande

circulação) e circulação pulmonar (também chamada de pequena circulação ou

circulação periférica), como mostra a Figura 2.3.

Figura 2.3 – Circulações sistêmica e pulmonar.

Fonte: Vander; Sherman; Luciano (2006, p.363).

Na circulação pulmonar, o sangue deixa o ventrículo direito por uma

única grande artéria, o tronco pulmonar, que se divide em duas artérias pulmonares,

uma suprindo o pulmão direito e a outra o pulmão esquerdo. Nos pulmões, as

artérias continuam a se ramificar, por fim, formando capilares.

À medida que o sangue flui pelos capilares pulmonares, capta

oxigênio suprido aos pulmões pelos alvéolos pulmonares através da respiração. Os

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21

capilares se unem em vênulas e, em seguida, veias. O sangue oxigenado (também

conhecido como sangue arterial) deixa os pulmões através de quatro veias

pulmonares, que drenam no átrio esquerdo. Assim, o sangue nas veias pulmonares,

no lado esquerdo do coração e nas artérias sistêmicas tem um alto teor de oxigênio,

resultando em uma coloração vermelho-claro.

No circuito sistêmico, sangue oxigenado deixa o ventrículo esquerdo

por uma única grande artéria, a aorta. As menores artérias ramificam-se da aorta e

se dividem em vasos menores, as arteríolas, que se ramificam em um número

imenso de vasos muito pequenos, os capilares. À medida que este sangue flui pelos

capilares dos tecidos e órgãos periféricos, parte desse oxigênio deixa o sangue para

entrar e ser usado pelas células, resultando no menor teor de oxigênio do sangue

venoso sistêmico e uma coloração vermelho-escuro, popularmente chamado de

sangue azul.

As vênulas coletam o sangue dos capilares e se unem gradualmente,

formando vasos maiores, as veias. As veias provenientes de vários órgãos e tecidos

periféricos unem-se para criar duas grandes veias, a veia cava inferior, que coleta

sangue abaixo do coração, e a veia cava superior, que coleta sangue acima do

coração. Sendo assim, o sangue retorna ao átrio direito, fechando o ciclo (VANDER;

SHERMAN; LUCIANO, 2006).

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22

3 MEDIÇÃO DO SpO2

Neste capítulo, são apresentados tópicos relacionados aos

conhecimentos necessários para a obtenção do valor do nível de saturação parcial

de oxigênio no sangue (SpO2), sendo eles: a técnica da fotopletismografia; a Lei de

Lambert-Beer; e as características do sinal fotopletismográfico.

3.1 FOTOPLETISMOGRAFIA

Pletismografia („Pletismo‟, do latim aumento e „grafia‟ que significa

escrita) é a técnica utilizada para determinar e registrar as variações de volume

sangüíneo em diferentes partes do corpo (CHEANG & SMITH, 2003 apud PAIM,

2005). Ao se tratar da pletismografia fotoelétrica, conhecida como fotopletismografia

(PPG), uma fonte de luz monocromática é aplicada sobre um tecido e mede-se a

intensidade da luz que é transmitida ou refletida por ele. Tal luz varia de acordo com

as mudanças de volume do sangue (venoso e arterial), tornando possível a

monitoração da saturação de oxigênio.

A técnica da fotopletismografia é utilizada para a determinação do

SpO2 e freqüência cardíaca pelo oxímetro de pulso. Sendo o oxímetro de pulso um

equipamento eletromédico não-invasivo que possibilita o monitoramento contínuo e

instantâneo dos níveis de oxigenação do sangue, detectando rapidamente eventuais

reduções destes valores antes que possa haver algum dano ao paciente ou a

observação de alguma manifestação física, como por exemplo: taquicardia,

bradicardia ou cianose (coloração púrpura da pele e membranas mucosas devido a

um aumento na quantidade de hemoglobina desoxigenada no sangue ou um defeito

estrutural na molécula de hemoglobina) (COSTA, 2002).

Para pacientes com risco de falhas respiratórias, é importante

monitorar o quão bem o sangue arterial está sendo oxigenado, ou seja, deseja-se ter

uma medida da eficiência do trabalho realizado pelos pulmões, sendo o oxímetro um

grande aliado, pois pode fornecer essas informações de maneira bastante segura e

eficaz. Outra aplicação deste equipamento é no monitoramento pulmonar de adultos

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enfermos e na investigação de desordens no sono. A técnica de monitoramento do

nível de saturação parcial de oxigênio no sangue já é bem difundida, sendo comum

o seu uso durante anestesias e casos de tratamento intensivo. É um equipamento

padrão no monitoramento em unidades de terapia intensiva (UTI), centros cirúrgicos,

áreas de recuperação, unidades de queimados, ambulâncias, dentre outros locais

onde exista a necessidade de se saber como está o desempenho do sistema

respiratório do paciente quando estiver sob efeitos de anestésicos ou com

enfermidades no trato respiratório (PEREIRA, 2006).

Os oxímetros subdividem-se em dois grupos: os de transmissão e os

de reflexão, dependendo da técnica fotopletismográfica utilizada em seu sensor. Em

ambos os tipos, a luz que atinge os tecidos e sangue é parcialmente absorvida (pela

pele, tecidos, ossos, sangue venoso e sangue arterial não-pulsátil). Outra parte é

parcialmente refletida e parcialmente transmitida atingindo o fotoreceptor. Essa

componente que atinge o fotoreceptor carrega consigo variações de amplitude,

relacionadas às variações de volume do meio interno, provocadas pela circulação

arterial e venosa (CHEANG & SMITH, 2003 apud PAIM, 2005).

3.1.1 Fotopletismografia Reflexiva

Na fotopletismografia reflexiva (Figura 3.1), o fotoreceptor se localiza

ao lado do emissor recebendo os fótons advindos do meio interno por reflexão.

Como ilustrado na Figura 3.1, os dispositivos optoeletrônicos (emissor e receptor)

são isolados em câmaras separadas evitando que ocorra a iluminação direta entre

os mesmos, permitindo exclusivamente que a luz refletida atinja o fotoreceptor.

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24

Figura 3.1 – Fotopletismografia reflexiva.

Fonte: Paim (2005, p.18).

Os oxímetros desta natureza permitem a medida do SpO2 em

regiões mais centrais do corpo, como peito ou testa do paciente. Sendo mais

adequados a pacientes que apresentam problemas de perfusão sanguínea

(distribuição do sangue) ou que sofreram queimaduras, de forma que a

vascularização periférica em algumas áreas pode estar comprometida (COSTA,

2002).

Segundo Paim (2005), a pletismografia reflexiva tem a vantagem de

consumir menos energia luminosa, pois a distância entre emissor e receptor é

pequena, sendo uma vantagem quando se trata de uso em equipamentos portáteis.

3.1.2 Fotopletismografia Transmissiva

Na fotopletismografia transmissiva os dispositivos optoeletrônicos

são posicionados em lados opostos da extremidade em interesse (como o dedo da

Figura 3.2). Assim, a luz emitida difunde-se pelos tecidos alcançando o fotoreceptor

que se encontra no lado contrário ao emissor.

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25

Figura 3.2 – Fotopletismografia reflexiva.

Fonte: Paim (2005, p.19).

Para que a atenuação luminosa não seja muito intensa, os sensores

de oxímetros deste tipo são geralmente utilizados em regiões periféricas do corpo,

tais como ponta dos dedos, lóbulo da orelha ou pés no caso de neonatos (recém-

nascidos com 27 dias ou menos de nascimento) (COSTA, 2002).

Como o volume de sangue que interage com o sensor é proporcional

à distância que separa o emissor do receptor, acredita-se que devido ao sensor tipo

reflexivo abranger um pequeno volume sangüíneo, o sinal medido é mais

susceptível a artefatos de movimento se comparado com o sensor transmissivo.

Porém, em função dessa maior separação entre emissor e receptor para o caso do

transmissivo, o consumo de corrente também é maior (MIT, 2002 apud PAIM, 2005).

3.2 CÁLCULO DO SPO2

As hemácias constituem mais de 99 % das células do sangue e têm

como principal função o transporte do oxigênio (O2) e também, em menor

quantidade, do gás carbônico (CO2) aos tecidos. As proteínas hemoglobina contidas

em grandes quantidades nas hemácias combinam-se com o oxigênio e, em uma

menor extensão, com o dióxido de carbono de forma reversível. Dessas

combinações é que resulta a coloração do sangue (vermelho-claro para o O2 e

vermelho-escuro para o CO2). A concentração média de hemoglobina é igual a

aproximadamente 14 g/100 ml de sangue em mulheres e 15 g/100 ml em homens

(GUYTON, 2006).

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Em situações normais, as moléculas de hemoglobina presentes nas

hemácias do sangue são responsáveis pelo transporte de 97 % do oxigênio,

formando um composto denominado oxihemoglobina (ou hemoglobina oxigenada,

HbO2), enquanto apenas 3 % é transportado dissolvido no plasma (COSTA, 2002).

Assim, o termo nível de saturação parcial de oxigênio no sangue

corresponde ao percentual de moléculas de oxihemoglobina em relação à

hemoglobina total funcional (quantidade total de hemoglobina, oxigenada ou não). A

Equação 3.1 descreve o cálculo realizado.

(3.1)

Onde: SpO2 é o nível de saturação parcial de oxigênio no sangue (%);

HbO2 é a quantidade de oxihemoglobina;

Hb é a quantidade de hemoglobina reduzida, ou seja, não oxigenada.

O parâmetro SpO2 medido pelo oxímetro é normalmente expresso

em porcentagem e sob condições fisiológicas normais este valor deve-se situar entre

95 e 100 % (CARRARA et al., 2009).

3.2.1 Lei de Lambert-Beer

Em Augsberg – Alemanha, no ano de 1760, Johann Heinrich

Lambert (1728-1777) publicou a relação existente entre a quantidade de luz

absorvida em uma solução e a concentração de determinada substância naquela

solução. Seu trabalho teve continuidade com August Beer (1853-1932), o qual

propôs a Lei de Lambert-Beer (MOYLE, 2002 apud PAIM, 2005).

Segundo a Lei de Lambert-Beer, a determinação da energia

luminosa total transmitida através de uma solução possuindo determinada

concentração de uma substância qualquer é dada pela seguinte Equação 3.3.

(3.2)

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27

(3.3)

Onde: I é a luz transmitida através da solução;

Io é a intensidade de luz incidente;

ε λ é o coeficiente de extinção a um específico comprimento de onda λ;

c é a concentração da substância absorvente;

d é a distância.

Assim, em 1943, Bernard L. Horecker, ao analisar a variação de

coloração sanguínea para diferentes níveis de saturação de oxigênio, observou que

a oxihemoglobina apresenta uma menor transmissão de luz na faixa do espectro de

660 nm (comprimento de onda correspondente à região do vermelho) quando

comparada com a hemoglobina desoxigenada. No entanto, em determinadas

regiões do espectro luminoso o coeficiente de absorção da oxihemoglobina é

idêntico ao da hemoglobina reduzida, estas regiões são denominadas pontos

isobésticos. Um dos pontos isobésticos situa-se na região do infravermelho,

aproximadamente em 805 nm, como se pode observar na Figura 3.3 (COSTA, 2002).

Figura 3.3 – Coeficientes de absorção luminosa da hemoglobina e oxihemoglobina em função do

comprimento de onda.

Fonte: Costa (2002, p.497).

A absorção ou transmissão da luz nesses comprimentos de onda se

explica pelo fato da oxihemoglobina ser vermelha-clara, desta forma, não absorve a

Co

efi

cie

nte

de a

bso

rção

(cm

2/m

ol)

Comprimento de onda (nm)

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luz vermelha, refletindo-a; enquanto que a hemoglobina reduzida é mais escura,

absorvendo grande parte deste comprimento de onda. Nos pontos isobésticos, tanto

a oxihemoglobina quanto a hemoglobina reduzida absorvem os comprimentos de

onda emitidos em uma mesma proporção, sendo a emissão de luz infravermelha um

desses casos.

3.2.2 Características do Sinal Fotopletismográfico

O caminho percorrido pela luz ao longo da pele do paciente

compreende regiões de capilares com o sangue arterial (com alta pulsatilidade), com

sangue venoso (pulsatilidade insignificante) e regiões teciduais (sem nenhum

movimento pulsátil). Desta forma, a absorção de luz depende: da absorção tecidual

(pele, gordura, ossos, etc.); da absorção relativa ao sangue venoso; da absorção

pelo sangue arterial e do volume arterial pulsante. Esta última varia no tempo de

forma diretamente relacionada com a pressão da aorta, ou seja, síncrona com as

batidas do coração conforme visto na Figura 2.2.

A Figura 3.4 ilustra as componentes de atenuação da luz em uma

extremidade tecidual, sendo que a componente AC deste sinal PPG corresponde em

torno de 1 % a 10 % da amplitude total apenas (MIT, 2000 apud PAIM, 2005).

Figura 3.4 – Transmissão da luz através do dedo causada pelo sangue arterial (A), sangue venoso

(V) e tecidos (T).

Fonte: Pereira (2006).

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Como os coeficientes de absorção da oxihemoglobina e da

hemoglobina reduzida são diferentes na região do vermelho e iguais na região do

infravermelho, a SpO2 pode ser determinada de forma contínua e não-invasiva.

Sendo assim, os oxímetros de pulso utilizam dois LEDs (Diodo Emissor de Luz)

emitindo feixes luminosos com dois comprimentos de onda distintos (um na região

do vermelho e outro na do infravermelho). Apesar do comprimento de onda central

do LED infravermelho comercial não coincidir exatamente com o ponto isobéstico

(805 nm), a diferença entre os coeficientes de absorção não é muito grande se

comparada com a diferença na região do vermelho. Nota-se que, no gráfico da

Figura 3.3, o eixo correspondente aos coeficientes de absorção encontra-se em

escala logarítmica. Os dois comprimentos de onda são emitidos e transmitidos

através da pele, sendo absorvidos de forma diferenciada pelo sangue (COSTA,

2002).

O espectro de potência do sinal PPG captado pelo fotoreceptor pode

ser visto na Figura 3.5 e praticamente toda a informação no domínio da freqüência

está concentrada em freqüências abaixo de 10 Hz (PAIM, 2005).

Figura 3.5 – Espectro de potência do sinal de PPG.

Fonte: Paim (2005, p.24).

Em 1974, no Japão, Aoyagi definiu a razão R (Equação 3.4), que

relaciona o aumento da atenuação da luz vermelha e infravermelha (segundo a Lei

de Lambert-Beer) do sangue arterial (TOWNSEND, 2011).

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30

(3.4)

Onde: Iacv é a amplitude da intensidade luminosa alternada no vermelho;

Idcv é a amplitude da intensidade luminosa contínua no vermelho;

Iaciv é a amplitude da intensidade luminosa alternada no infravermelho;

Idciv é a amplitude da intensidade luminosa contínua no infravermelho.

Na prática, o SpO2 não é linear como indicado na Equação 3.4

(Figura 3.6), pois a Lei de Lambert-Beer não leva em conta o múltiplo espalhamento

da luz pelas células de sangue. Assim, muitos fabricantes de oxímetros de pulso

utilizam a análise de um grande número de pessoas, onde a oxigenação foi medida

através do método invasivo para calibrar seus aparelhos (THIESEN e STEMMER,

2010).

Figura 3.6 – Calibração do oxímetro e o modelo Lambert-Beer.

Fonte: Thiesen e Stemmer (2010).

Desta forma, para a determinação do nível de saturação parcial de

oxigênio sanguíneo arterial (SpO2), a Equação 3.5 foi descrita por Yoshida (COSTA,

2002).

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31

(3.5)

Onde: A e B correspondem a constantes de calibração determinadas empiricamente.

Então, para a aquisição das componentes do sinal

fotopletismográfico e posterior cálculo do SpO2 e freqüência cardíaca, o projeto de

um circuito hardware com firmware embarcado se fez necessário. O circuito

proposto (hardware) segue descrito no Capítulo 4 e o firmware no Capítulo 5.

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32

4 CIRCUITOS PROPOSTOS (HARDWARE)

O sistema proposto neste trabalho desenvolvido na HS Technology

– Indústria e Comércio de Equipamentos Eletrônicos Ltda., visa o desenvolvimento

de um método de aquisição do sinal fotopletismográfico (PPG) do tipo transmissivo,

assim como o processamento deste mesmo sinal PPG para a obtenção do nível de

saturação parcial de oxigênio no sangue (SpO2), conforme o diagrama de blocos da

Figura 4.1 a seguir.

Figura 4.1 – Diagrama de blocos do sistema proposto.

O hardware descrito neste trabalho é composto basicamente dos

circuitos reguladores de tensão, acionamento dos LEDs, captação e filtragem do

sinal PPG e, separação do sinal PPG entre seus componentes DC e AC,

microcontrolador e, por fim, interface com o usuário.

4.1 CIRCUITOS REGULADORES DE TENSÃO

Todos os componentes utilizados neste projeto têm como requisito

de funcionamento uma tensão de alimentação que pode ser -5 V, 3 V ou 5 V

conforme especificações contidas em seus respectivos datasheets. Assim, com o

intuito de garantir a regulagem da tensão fornecida aos circuitos descritos neste

capítulo, os reguladores de tensão LM7805, LM7905 e LM317 se fazem necessários

Fotodiodo

Filtros Microcontrolador Display

LEDs

Reguladores de tensão (3 V ou -5 V e 5 V)

Acionamento

dos LEDs

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33

para proteger os demais componentes caso haja uma sobretensão indesejada no

fornecimento de energia, o que poderia comprometer o funcionamento e a

integridade dos componentes.

O LM7905 é um regulador de tensão de -5 V e foi inserido para

garantir que a alimentação negativa dos amplificadores operacionais (Vcc-), seja a

mais estável possível. Conforme informações fornecidas no datasheet da Fairchild

Semiconductor, tem-se o esquemático da Figura 4.2.

Figura 4.2 – Regulador de tensão de -5 V.

Sendo que o elemento U11 da Figura 4.2 corresponde à entrada da

tensão de alimentação negativa do regulador.

Da mesma forma, o regulador de tensão LM7805 foi inserido para

manter a tensão de 5 V ajustada neste valor, segundo o datasheet da Fairchild

Semiconductor, o circuito deve ser como o mostrado na Figura 4.3.

Figura 4.3 – Regulador de tensão de 5 V.

A tensão de entrada deve ser inserida no elemento U10 do

esquemático da Figura 4.3.

Como o display NHD-C128128BZ-FSW-GBW necessita de uma

tensão de entrada de 3 V e o microcontrolador escolhido, PIC24FJ128GA006 da

Microchip, opera dentro da faixa de tensão de 2,0 V à 3,6 V, o LM317 (Figura 4.4) foi

U8LM7905CT

LINE VREG

COMMON

VOLTAGE

-5VU11

Jmp_11

C132.2µF

C141µF

U7LM7805CT

LINE VREG

COMMON

VOLTAGE

5VU10

Jmp_11

C11330nF

C12100nF

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34

escolhido para regular a tensão de alimentação desses componentes, sendo este

regulador um conversor DC/DC com tensão de saída ajustável.

Figura 4.4 – Circuito regulador de tensão de 3 V.

4.2 CIRCUITO EMISSOR (ACIONAMENTO DOS LEDS)

Como citado na seção 3.2.1, dois LEDs, um emitindo luz com

comprimento de onda na região do infravermelho e outro na região do vermelho, se

fazem necessários para que o SpO2 possa ser calculado com base nas intensidades

luminosas que atravessam uma determinada extremidade do corpo (dedo, por

exemplo). Assim, os LEDs OP140A e o TLDR490 foram escolhidos.

O OP140A é um LED que trabalha com o pico de emissão luminosa

no comprimento de onda de 935 nm, ou seja, é um LED infravermelho. Foi escolhido

por se tratar de um componente utilizado por Neri (2006) e Taho (2008) em seus

trabalhos desenvolvidos. Segundo informações contidas no datasheet, sua potência

dissipada chega a 100 mW, e corrente contínua 50 mA.

Dentre os diversos LEDs vermelhos existentes no mercado, o

TLDR4900 foi escolhido por possuir características elétricas semelhantes ao outro

LED, sua potência também é de 100 mW e sua corrente contínua 50 mA, porém, a

informação mais importante é que o comprimento de onda da luz emitida por ele tem

pico em 650 nm, conforme Figura 4.5 retirada do datasheet fornecido pela Vishay

Semiconductors.

R1330Ω

U3LM317H

Vout

ADJ

Vin

C101µF

C111µF

R2240Ω

J7

HDR1X2

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35

Figura 4.5 – Pico da intensidade luminosa do TLDR4900 em 650nm.

Fonte: Vishay Semiconductors (2011).

O acionamento dos LEDs é controlado através de pulsos emitidos

pelo PIC24FJ128GA006, sendo que o tempo de acionamento deles é feito de forma

intercalada a partir da geração de sinais na porta de saída do microcontrolador. No

entanto, os pinos I/O do microcontrolador fornecem uma corrente máxima de saída

de 25 mA, não sendo suficiente para que os LEDs funcionem de maneira satisfatória.

Desta forma, um circuito para o acionamento dos LEDs se tornou necessário.

Utilizando o transistor NPN BC337 e informações contidas no

datasheet da Fairchild para este componente, os circuitos (Figura 4.6) puderam ser

projetados.

Figura 4.6 – Circuitos de acionamento dos LEDs.

U18

Jmp_1

1

U19

Jmp_1

1

Q1

BC337

Q2

BC337

R26

1kΩ

R27

1kΩ

R28150Ω

R29100Ω

LEDv LEDiv

5V 5V

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4.3 CIRCUITO RECEPTOR (AQUISIÇÃO DO SINAL)

Após a luz ser transmitida através do dedo, a captação do sinal

fotopletismográfico que contém as informações de luminosidade absorvida pelos

tecidos, sangue arterial e venoso deve ser feita por um componente que transforme

a luminosidade recebida em uma unidade elétrica. Como o acionamento dos LEDs é

realizado em instantes diferentes, um único fotodetector se faz necessário.

O tipo de transdutor escolhido para a captação da luminosidade do

sinal pletismográfico transmitida foi o fotodiodo, pois seu tempo de resposta é menor

se comparado ao fototransistor, apesar deste segundo ser mais barato e possuir

maior sensibilidade à luz.

Para definir qual fotodiodo se aplicaria ao projeto, o principal fator

determinante é a resposta satisfatória tanto para o comprimento de onda

correspondente ao vermelho, assim como para o infravermelho, visto que, apenas

um componente fotodetector é utilizado para a recepção dos dois comprimentos de

onda.

Seguindo referências do trabalho desenvolvido por Paim (2005) e

Schwarz (2007) o amplificador de transimpedância OPT101 (Burr-Brown), cujo

circuito interno tem como elementos principais um fotodiodo e um amplificador

operacional (conforme mostrado na Figura 4.7), foi escolhido.

Figura 4.7 – Esquemático do OPT101.

Fonte: Burr-Brown (1998).

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37

Conforme exigido nas especificações deste projeto, a resposta

espectral de funcionamento do OPT101 envolve os dois comprimentos de onda (935

nm e 650 nm) dos LEDs escolhidos, como mostra a Figura 4.8.

Figura 4.8 – Resposta espectral de funcionamento do OPT101.

Fonte: Burr-Brown (1998).

Este componente escolhido para a aquisição do sinal

fotopletismográfico possui: baixo consumo de corrente (120 µA); alimentação volátil

que pode ser de 2,7 V à 36 V; resposta espectral que abrange a região do vermelho

e infravermelho (máxima resposta com comprimento de onda de 850 nm); resposta

linear da tensão de saída em relação à intensidade de luz na entrada; aplicação

típica em instrumentação médica.

4.4 PROCESSAMENTO DO SINAL

Conforme a Equação 3.4, para o cálculo da razão R, os valores das

amplitudes da intensidade luminosa transmitida através da extremidade do dedo são

necessários. Como a componente AC do sinal PPG contém informações

diretamente relacionadas com a variação do volume sangüíneo e sua amplitude

representa somente de 1 a 10 % da amplitude total do sinal PPG, é preciso separar

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as componentes AC e DC do sinal para que o microcontrolador possa realizar as

leituras e processar os dados adequadamente.

Para que o sinal PPG detectado pelo fotodiodo (tanto o originado do

LED vermelho quanto do infravermelho) seja condicionado de forma que o

microcontrolador possa realizar a leitura dos componentes AC e DC separadamente,

um circuito dividido em várias etapas se faz necessário. O diagrama de blocos da

Figura 4.9 representa todo o caminho percorrido pelo sinal, desde o fotodiodo até a

entrada no pino A/D do PIC, como será explicado nesta seção.

Figura 4.9 – Diagrama de blocos do condicionamento do sinal.

Os cálculos necessários para projetar este circuito de

condicionamento do sinal PPG estão disponíveis no APÊNDICE A deste trabalho.

4.4.1 Filtragem de ruídos

A tensão de saída do OPT101 é um sinal PPG com pequena

amplitude, mas que contém informações da luminosidade transmitida através do

dedo do paciente em questão, porém, ruídos estão sempre presentes em qualquer

circuito eletrônico. Segundo Pereira (2006), dentre os principais ruídos pode-se citar:

ruídos de 60 Hz (advindos da rede elétrica) e ruídos de 120 Hz (advindos das

lâmpadas fluorescentes utilizadas na iluminação de interiores).

A presença do ruído vindo da própria rede elétrica (60 Hz) foi

comprovada a partir da observação do sinal através do osciloscópio, então, como o

sinal pletismográfico possui seu espectro de freqüência abaixo de 10 Hz (conforme

Figura 3.5), o primeiro estágio da filtragem (Figura 4.10) é composto de um filtro

Nível DC

Nível AC

+ 1,5 V

Sinal PPG FPB FPB

Buffer Amplificador Somador

A/D do PIC

Somador A/D do PIC 1,5 V DC Buffer

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39

passa-baixas (FPB) projetado com uma freqüência de corte (fc) para o valor de 10

Hz, eliminando o ruído sem perder os componentes do sinal PPG.

Figura 4.10 – Filtro passa-baixas inversor com freqüência de corte de 10 Hz.

Ao analisar o sinal após a inserção deste filtro no circuito, pôde-se

notar que, experimentalmente, o ruído não havia sido completamente eliminado, já

que a atenuação do filtro não é ideal. Desta forma, um filtro passa-baixas passivo

(Figura 4.11) com fc de 5 Hz foi acrescentado na saída do amplificador operacional,

o que apresentou um resultado muito bom.

Figura 4.11 – Filtro passa-baixas passivo com freqüência de corte de 5 Hz.

Assim, o sinal PPG pode ser filtrado de qualquer ruído de freqüência

que esteja acima do valor que contém as informações necessárias para o posterior

cálculo do SpO2. Porém, para que o cálculo seja possível, é preciso separar a

componente contínua e alternada.

R1

47k

R2

47k

C1

330n

U1A

TL074/301/TI+3

-2

V+4

V-11

OUT1

0

V-

V+

R4

100k

C2

330n

0

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40

4.4.2 Componente DC do Sinal

Para a obtenção apenas da componente DC do sinal PPG, optou-se

por inserir um filtro passa-baixas com pequena freqüência de corte e inversor, já que

a amplitude do sinal está negativa. Desta forma, o filtro foi projetado com fc = 0,1 Hz

e com ganho Av = -1, conforme Figura 4.12.

Figura 4.12 – Filtro passa-baixas inversor com freqüência de corte de 0,1 Hz e ganho de -1.

Assim, o nível AC foi filtrado do sinal de entrada, resultando apenas

na componente DC do sinal fotopletismográfico.

4.4.3 Componente AC do Sinal

Conforme o diagrama de blocos da Figura 4.9, após a filtragem dos

ruídos (seção 4.4.1) o sinal com amplitude negativa segue para o estágio descrito na

seção anterior (4.4.2 – Componente DC do sinal) e também para um buffer. É a

partir deste estágio (buffer da Figura 4.13) que o sinal segue para a obtenção do

nível AC.

R5

10000k

R6

10000k

C3150n

TL074/301/TI+5

-6

V+4

V-11

OUT7

0

V+

V-

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41

Figura 4.13 – Buffer.

O circuito buffer (Figura 4.13) foi inserido ao circuito para compensar

o atraso gerado pelo FPB da Figura 4.12, pois para obter apenas o componente AC

da curva fotopletismográfica, o sinal PPG e o DC serão somados. Sendo importante

frisar que o sinal PPG está com amplitude negativa, enquanto o sinal DC está

positivo, assim, temos o estágio somador (Figura 4.14).

Figura 4.14 – Circuito somador dos sinais PPG e DC para a obtenção do sinal AC na saída.

O sinal obtido na saída deste estágio compõe-se somente do nível

AC como o desejado, no entanto, como o componente AC do sinal

fotopletismográfico possui amplitude que corresponde a apenas de 1 à 10 % de sua

amplitude total, torna-se imprescindível a amplificação desta componente para que

sua amostragem atenda níveis satisfatórios de tensão para a leitura do conversor

A/D do microcontrolador. Assim, o amplificador não-inversor com ganho de tensão

igual a aproximadamente 6,9 foi adicionado ao circuito (Figura 4.15).

TL074/301/TI+10

-9

V+4

V-11

OUT8

V+

V-

TL074/301/TI+12

-13

V+4

V-11

OUT14

R7

10k

R8

10k

R9

10k

R10

10k

0

V+

V-

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42

Figura 4.15 – Amplificador com Av = 6,9.

Conforme verificado empiricamente, artefatos de movimentos fazem

a amplitude do nível AC por vezes ultrapassar o eixo, indo para valores negativos.

Para garantir que a informação não queime ou comprometa o funcionamento do

conversor A/D, um nível DC de 1,5 V foi adicionado ao sinal.

Como forma simples de obter uma tensão de 1,5 V, um divisor

resistivo foi projetado (Figura 4.16). Para que não ocorra acoplamento entre este

estágio e o somador no qual se seguirá a análise, um buffer se tornou necessário,

isolando os estágios sem interferir nos objetivos finais.

Figura 4.16 – Divisor resistivo para obter 1,5 V.

Então, para adicionar ao nível AC amplificado o nível DC de 1,5 V,

um novo circuito somador similar ao mostrado na Figura 4.14 teve de ser inserido.

TL074/301/TI+5

-6

V+4

V-11

OUT7

R14

47k

R15

56k

R16

330k

0

V+

V-

V+

TL074/301/TI+10

-9

V+4

V-11

OUT8

V-

V+

R18

12k

R19

22k

R20

15k

0

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43

4.4.4 Microcontrolador

O microcontrolador escolhido para o desenvolvimento deste trabalho

é o PIC24FJ128GA006 da Microchip, sendo possível, desta maneira, fazer uso de

todos os recursos oferecidos pelo software MPLAB IDE (Integrated Development

Environment) e compilador C30. Em conjunto com o PICkit 3, pôde-se programar e

depurar (debug) o firmware durante seu desenvolvimento, de forma que erros

durante a elaboração do código puderam ser identificados com mais facilidade.

A escolha deste microcontrolador se deu primeiramente por sua

disponibilidade na HS Technology, local onde este projeto se desenvolveu, e por se

comunicar com displays gráficos (ver seção 4.5), que exercem a função de interface

homem-máquina.

Tal microcontrolador possui uma memória interna de 128 kB,

processamento de dados de 16 bits e um total de 64 pinos, sendo 53 pinos I/O

(entrada/saída), dentre eles 16 possibilitam sua configuração como conversores

analógico/digital (A/D) de 10 bits. Os conversores A/Ds ou ADCs (Analog to Digital

Converter) consistem em um circuito eletrônico capaz de converter uma grandeza

analógica (normalmente tensão ou corrente elétrica) em uma grandeza digital

(normalmente expressa utilizando o sistema binário), neste trabalho o conversor A/D

é utilizado para efetuar a leitura das amplitudes do sinal PPG para a obtenção do

valor do SpO2.

Os pinos do microcontrolador utilizados para o acionamento dos

LEDs vermelho e infravermelho, assim como os configurados como conversores A/D

para aquisição dos níveis AC e DC do sinal fotopletismográfico seguem listados na

Tabela 4.1.

Tabela 4.1 – Configuração dos pinos do PIC24FJ128GA006 para aquisição do sinal

fotopletismográfico.

Pino Nº Função Aplicação

29 Conversor A/D Leitura do nível DC

30 Conversor A/D Leitura do nível AC

31 I/O Acionamento do LED vermelho

32 I/O Acionamento do LED infravermelho

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44

Antes, porém, de conectar as saídas dos amplificadores

operacionais que contêm os níveis AC e DC do sinal PPG aos pinos dos

conversores A/D, verificou-se que por meio do datasheet do PIC24FJ128GA006 que

seus pinos têm capacidade de suportar uma tensão que pode variar de -0,3 V à

VDD+0,3 V. Desta forma, para garantir que o pino A/D do PIC não receba uma tensão

diferente das quais suporta, o que poderia resultar na queima da porta do

microcontrolador, o circuito de proteção da Figura 4.17 foi adicionado ao projeto.

Figura 4.17 – Proteção na entrada do A/D.

O próprio PIC possui uma proteção interna que segue o mesmo

princípio (página 180 do datasheet), mas o circuito da Figura 4.17 foi mantido no

projeto como uma proteção adicional.

4.5 INTERFACE COM O USUÁRIO

A interface com o usuário é parte imprescindível para este projeto,

como citado anteriormente, o meio escolhido é o display STN (Super-Twisted

Nematic), o que permite uma fácil comunicação visual como forma de exibir os

resultados estimados de freqüência cardíaca (FC), nível de saturação parcial de

oxigênio no sangue (SpO2) e também exibição da curva fotopletismográfica

detectada em trabalhos futuros.

O display gráfico utilizado para o desenvolvimento deste projeto foi o

LCD (Display de Cristal Líquido) NHD-C128128BZ-FSW-GBW com resolução de 128

x 128 pixels (Figura 4.18).

D1BAT54S

21

3

3V

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45

Figura 4.18 – Display NHD-C128128BZ-FSW-GBW.

4.6 MONTAGEM

Alguns itens que compõem o hardware deste projeto após

projetados e testados em uma matriz de contatos (protoboard), passaram por uma

etapa de montagem, sendo tais itens: grampo de dedo (que contém o acoplamento

óptico do sistema), placa de circuito do condicionamento do sinal PPG e placa do

microcontrolador.

Para que os layouts das placas fossem feitos, o software NI Multisim

11.0 (National Instruments) foi utilizado inicialmente para inserir o esquemático do

circuito projetado e, em seguida, o circuito foi exportado para o NI Ultiboard 11.0,

onde o layout pôde ser desenhado. Esses programas foram escolhidos para o

desenho das placas por sua praticidade e pela experiência com os mesmos

adquirida em trabalhos anteriores.

4.6.1 Grampo de Dedo

O grampo de dedo contendo o acoplamento óptico entre LEDs e

fotodiodo foi construído na fase inicial do projeto após a constatação de que os

movimentos mínimos do dedo, a diferença de pressão inserida entre os

componentes e o dedo, a luminosidade do ambiente e o posicionamento relativo

entre emissor e receptor interferiam drasticamente na captação do sinal PPG. Para

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46

isto, um tubo de material PVC de 1 polegada de diâmetro foi utilizado para a

construção do aparato (ver Figura 4.19) que comporta os componentes

optoeletrônicos, e para garantir a qualidade na transmissão dos dados, um cabo

manga blindado em fita metalizada também foi utilizado.

Figura 4.19 – Foto do grampo de dedo contendo acoplamento óptico.

A Figura 4.20 exibe o posicionamento dos componentes

optoeletrônicos através da vista interna do grampo construído.

Figura 4.20 – Interior do grampo de dedo.

4.6.2 Placa do Condicionamento do Sinal PPG

O esquemático do circuito projetado, reunindo todos os estágios

citados anteriormente pelos quais o sinal PPG percorre, pode ser conferido na

Figura 4.21 a seguir.

LED vermelho LED infravermelho

Fotodiodo

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47

Figura 4.21 – Esquemático do circuito de condicionamento do sinal PPG.

U2

CA

3140E

32

4 7

6

518

R4

47kΩ

R5

47kΩ

C7

330n

F

R7

100kΩ

C8

330n

F

R13

10kΩ

R14

56kΩ

R15

47kΩ

U12

Jm

p_1

1

U4A

TL

074A

CD

3 2

11

4

1

U4B

TL

074A

CD

5 6

11

4

7

U4C

TL

074A

CD

10

9

11

4

8

U13A

OP

A2340E

A3 2

48

1

R8

10000kΩ

R9

10000kΩ

C10

150n

FR

10

10kΩ

R11

10kΩ

R12

10kΩ

R16

330kΩ

5V

-5V

5V

-5V

5V

-5V

R17

10kΩ

R18

10kΩ

R19

10kΩ

R20

10kΩ

U4D

TL

074A

CD

12

13

11

4

14

5V

R21

12kΩ

R22

22kΩ

R23

15kΩ

D2

BA

T54S

2 1

3

3.3

V

D1

BA

T54S

2 1

3

3.3

V

U14

Jm

p_1

1

U15

Jm

p_1

1

U16

Jm

p_1

1 U17

Jm

p_1

1

U18

Jm

p_1

1

U19

Jm

p_1

1

C9

1µF

C15

100n

F

C16

100n

F

C17

100n

F

C18

100n

F

R25

1kΩ

R24

1kΩ

Q1

BC

337

Q2

BC

337

R26

1kΩ

R27

1kΩ

R28

150Ω

R29

100Ω

LE

Dv

LE

Div

U13B

OP

A2340E

A5 6

48

7

5V

5V

5V

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48

Então, o layout do circuito impresso da versão final da placa pode

ser conferido na Figura 4.22, sendo suas dimensões iguais a 66 mm de

comprimento e 39 mm de largura.

Figura 4.22 – Layout da placa do circuito de condicionamento do sinal PPG.

O NI Ultiboard 11.0 também possui ferramentas que permitem

observar a placa desenhada em 3D, como mostra a Figura 4.23.

Figura 4.23 – Imagem 3D gerada pelo NI Ultiboard 11.0 da placa do circuito de condicionamento do

sinal PPG.

Por fim, o circuito foi montado em placa de fenolite cobreado

corroído por percloreto de ferro, conforme Figura 4.24.

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49

Figura 4.24 – Foto da placa do circuito de condicionamento do sinal PPG.

4.6.3 Placa do Microcontrolador

O layout da placa do microcontrolador (Figura 4.25) foi desenhado

de forma a permitir seu uso para diversas aplicações e testes durante o

desenvolvimento dos projetos da HS Technology. Por isso a placa possui um

conector de cartão SD mesmo que este não tenha sido utilizado neste projeto, além

do conector do display gráfico, do circuito regulador de tensão de 3 V e conectores

para a gravação do PIC.

Figura 4.25 – Imagem 3D gerada pelo Multisim 11.0 da placa do microcontrolador.

Esta placa (Figura 4.26) possui dimensões iguais a 94,5 mm de

comprimento por 58 mm de largura e assim como o circuito de condicionamento do

sinal PPG, foi confeccionada em fenolite cobreado.

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50

Figura 4.26 – Foto da placa do microcotrolador.

Nota-se pela Figura 4.26 que o conector de cartão SD não foi

inserido nesta placa, já que não seria utilizado. O conector do display gráfico se

encontra na parte superior esquerda da placa e os pinos de gravação do

microcontrolador na parte inferior da lateral esquerda.

Desta forma, o hardware proposto, dividido, de modo geral, em:

circuitos reguladores de tensão, acionamento dos LEDs, captação e

condicionamento do sinal PPG, microcontrolador e display. A reunião dessas partes

pode ser vista na Figura 4.27. No próximo capítulo será explicado o firmware

desenvolvido para o projeto.

Figura 4.27 – Hardware do sistema proposto.

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51

5 DESCRIÇÃO DO FIRMWARE

Neste capítulo, tem-se a descrição do firmware desenvolvido para

gerenciar as funções do microcontrolador de modo a realizar as operações

necessárias para a obtenção dos valores de freqüência cardíaca (FC) e nível de

saturação parcial do oxigênio no sangue (SpO2). Sendo o firmware basicamente

constituído pela rotina main, sub-rotinas e interrupções (Figura 5.1).

Figura 5.1 – Fluxograma do firmware.

Início

Declaração de variáveis

Interrupções Sub-RotinasMain

Para a programação do microcontrolador PIC24FJ128GA006 a

linguagem C de programação foi escolhida por ser uma linguagem estruturada

popular e de fácil entendimento. Por se tratar de um microcontrolador da Microchip,

o software MPLAB IDE (ferramenta gratuita de programação e depuração de

hardware, ver Figura 5.2) em conjunto com o C30 (compilador para dispositivos de

16 bits) puderam ser utilizados, sendo estas ferramentas de grande auxílio durante

todo o desenvolvimento do código.

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52

Figura 5.2 – Tela do software MPLAB IDE.

5.1 ROTINA MAIN

O código da rotina main, representado pelo fluxograma da Figura 5.3,

é responsável por coordenar toda a medição e processamento dos dados coletados

para que os valores de freqüência cardíaca (FC) e a razão R do nível de saturação

parcial de oxigênio no sangue (SpO2) possam ser estimados.

Nota-se no fluxograma (Figura 5.3) que, primeiramente, são

coletados os dados pelos conversores A/D para que, somente assim, os cálculos de

FC e razão R sejam iniciados. Para os cálculos, quatro vetores de dados, com 250

posições cada, se fizeram necessários, sendo eles: nível DC relativo ao

acionamento do LED vermelho, nível AC (com a adição de 1,5 V) relativo ao

acionamento do LED vermelho, nível DC relativo ao acionamento do LED

infravermelho e nível AC (com a adição de 1,5 V) relativo ao acionamento do LED

infravermelho.

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53

Figura 5.3 – Fluxograma da rotina main.

Configurações iniciais do

microcontrolador

Main

Inicializa o display

Acende LED vermelho

Define canal do A/D para leitura DC

Liga o Timer

Vetor de dados do

nível DC do LED

vermelho cheio?

Define canal do A/D para leitura AC

Vetor de dados do

nível AC do LED

vermelho cheio?

Acende LED infravermelho

Apaga LED vermelho

Define canal do A/D para leitura DC

Vetor de dados do

nível DC do LED

infravermelho cheio?

Define canal do A/D para leitura AC

Vetor de dados do

nível AC do LED

infravermelho cheio?Sim

Não

Sim

Sim

Sim

Não

Não

Não

Desliga o Timer

Calcula as amplitudes dos níveis

DC e AC de cada LED

Calcula a frequência cardíaca

Calcula a razão R

Acende LED vermelho

Apaga LED infravermelho

Define canal do A/D para leitura DC

Limpa vetores

Liga o timer

Exibe dados no display

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54

Na Figura 5.4 pode-se ver a mensagem de inicialização do sistema.

Figura 5.4 – Mensagem inicial do sistema.

Durante a primeira medição, nos instantes em que os vetores de

dados ainda não contêm todas as informações necessárias para a estimação dos

valores de freqüência cardíaca e razão R, o display exibe uma mensagem para

aguardar (Figura 5.5).

Figura 5.5 – Primeiros dados sendo coletados.

Caso os dados coletados indiquem saturação dos amplificadores

operacionais, sendo conseqüência do grampo de dedo solto ou mal posicionado,

uma mensagem de erro é exibida, conforme Figura 5.6.

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55

Figura 5.6 – Mensagem de erro.

5.2 INTERRUPÇÕES

O código gerado contém duas interrupções, sendo uma do Timer e a

outra do conversor A/D. A interrupção do Timer se fez necessária para determinar o

intervalo de tempo entre cada interrupção realizada pelo conversor A/D, assim, o

Timer foi configurado para habilitar a interrupção do A/D a cada 30 ms,

aproximadamente. No caso do conversor A/D, a cada interrupção realizam-se oito

leituras de dados, que ficam armazenados em buffers, desta forma, definiu-se como

sendo o valor de leitura do A/D a média desses valores.

5.3 SUB-ROTINAS

Para que houvesse uma organização do código do programa, sub-

rotinas foram criadas para as seguintes funções: calcular a freqüência cardíaca,

calcular as amplitudes dos níveis AC e DC lidas pelo A/D do microcontrolador e

obter o valor da razão R.

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56

5.3.1 Cálculo da Freqüência Cardíaca

Conforme a seção 2.1.1, a FC pode ser determinada partindo do

intervalo de tempo normal entre dois complexos QRS (Figura 2.2) sucessivos,

lembrando que os picos do sinal PPG são síncronos com as batidas do coração,

pode-se encontrar o intervalo de tempo entre os picos partindo do número de pontos

entre eles, já que o intervalo entre um ponto e o próximo é fixo e determinado

conforme a configuração da interrupção do Timer (seção 5.2).

5.3.2 Cálculo das Amplitudes e Cálculo da Razão R

Conforme definido na seção 3.2.2, a razão R (Equação 3.4)

relaciona os valores de atenuação da luz vermelha e infravermelha transmitida pelo

dedo, sendo assim, as amplitudes dos níveis AC e DC de cada LED precisam ser

determinadas.

No entanto, constatou-se a existência de um tempo de estabilização

de resposta do circuito de condicionamento do sinal PPG (Figura 4.21), assim, de

250 dados coletados para cada vetor de dados lidos pelo A/D, os 100 primeiros

foram desconsiderados dos cálculos de amplitude.

Para a determinação dos níveis DC dos LEDs, foi necessário apenas

definir a média entre tais valores.

Já para a determinação da amplitude do nível AC, foi preciso realizar

uma varredura pelos vetores com os dados dos níveis AC (com a adição de 1,5V) e

encontrar os maiores e os menores picos, então, determinar a diferença média entre

tais picos, obtendo somente a amplitude do nível AC. É importante lembrar que o

nível AC sofreu uma amplificação com ganho (Av) de aproximadamente 6,9 que

deve ser considerado nos cálculos realizados pelo microcontrolador.

Então, os valores de amplitude dos níveis AC e DC dos LEDs

vermelho e infravermelho podem ser utilizados para a obtenção da razão R segundo

Equação 3.4.

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57

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste capítulo, são mostrados os principais resultados obtidos com

a utilização do hardware e firmware descritos, respectivamente, nos capítulos 4 e 5.

Os dados resultantes do sistema desenvolvido são comparados com parâmetros

correspondentes ao nível de saturação parcial do oxigênio no sangue (SpO2) do

gráfico da Figura 3.6, e os valores de freqüência cardíaca (FC) obtidos foram

validados a partir de medições realizadas por profissional da área da saúde.

6.1 DADOS DE LEITURA DO A/D

Através do MPLAB IDE, foi possível obter os vetores com os valores

detectados pelos conversores A/D do microcontrolador, tornando possível a

visualização das componentes AC e DC das curvas fotopletismográficas de cada

LED.

Na Figura 6.1 o nível DC relativo à emissão do LED vermelho, na

Figura 6.2 tem-se o nível AC relativo à emissão do LED vermelho, na Figura 6.3 o

nível DC relativo à emissão do LED infravermelho e, por último, na Figura 6.4 o nível

AC relativo à emissão do LED infravermelho.

Figura 6.1 – Dados coletados pelo conversor A/D relativos ao nível DC do LED vermelho.

0

200

400

600

800

1000

[0]

[10

]

[20

]

[30

]

[40

]

[50

]

[60

]

[70

]

[80

]

[90

]

[10

0]

[11

0]

[12

0]

[13

0]

[14

0]

[15

0]

[16

0]

[17

0]

[18

0]

[19

0]

[20

0]

[21

0]

[22

0]

[23

0]

[24

0]

Leit

ura

do

co

nve

rso

r A

/D

Amostra

dc_v

dc_v

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58

Figura 6.2 – Dados coletados pelo conversor A/D relativos ao nível AC+1,5V do LED vermelho.

Figura 6.3 – Dados coletados pelo conversor A/D relativos ao nível DC do LED infravermelho.

Figura 6.4 – Dados coletados pelo conversor A/D relativos ao nível AC+1,5V do LED infravermelho.

400

450

500

550

600

650

700

750

800 [0

]

[10

]

[20

]

[30

]

[40

]

[50

]

[60

]

[70

]

[80

]

[90

]

[10

0]

[11

0]

[12

0]

[13

0]

[14

0]

[15

0]

[16

0]

[17

0]

[18

0]

[19

0]

[20

0]

[21

0]

[22

0]

[23

0]

[24

0]

Leit

ura

do

co

nve

rso

r A

/D

Amostra

ac_v

ac_v

0

200

400

600

800

[0]

[10

]

[20

]

[30

]

[40

]

[50

]

[60

]

[70

]

[80

]

[90

]

[10

0]

[11

0]

[12

0]

[13

0]

[14

0]

[15

0]

[16

0]

[17

0]

[18

0]

[19

0]

[20

0]

[21

0]

[22

0]

[23

0]

[24

0]

Leit

ura

do

co

nve

rso

r A

/D

Amostra

dc_iv

dc_iv

400

500

600

700

800

[0]

[10

]

[20

]

[30

]

[40

]

[50

]

[60

]

[70

]

[80

]

[90

]

[10

0]

[11

0]

[12

0]

[13

0]

[14

0]

[15

0]

[16

0]

[17

0]

[18

0]

[19

0]

[20

0]

[21

0]

[22

0]

[23

0]

[24

0]

Leit

ura

do

co

nve

rso

r A

/D

Amostra

ac_iv

ac_iv

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59

Pode-se notar que nos vetores de dados relativos aos níveis DC da

emissão de ambos os LEDs, há um atraso até a estabilização da amplitude,

lembrando que ao acionar os LEDs o valor DC é lido antes do valor AC.

Na Tabela 6.1 constam os valores obtidos pelo microcontrolador,

definindo a amplitude de cada uma das componentes AC e DC dos sinais analisados.

O número médio de pontos entre um pico e o próximo segundo varredura pelos

vetores dos componentes AC de ambos os LEDs foi 24 amostras para este teste,

sendo uma taxa de amostragem suficiente para obter a informação necessária para

as análises dos testes da seção 6.3.

Tabela 6.1 – Amplitudes das componentes do sinal PPG lidos pelo conversor A/D.

Variável AmplitudePIC Amplitude (V)

Iacv 36,95652 0,10838

Idcv 845,5000 2,47947

Iaciv 30,43478 0,08925

Idciv 965,2000 2,83050

6.2 ARTEFATOS DE MOVIMENTO

Como citado anteriormente, o sinal PPG possui um espectro de

potência abaixo de 10 Hz (Figura 3.5), assim, ruídos provenientes da rede elétrica

de distribuição de energia puderam ser facilmente eliminados com a inclusão de

filtros passa-baixas ao projeto. Já os ruídos oriundos do movimento relativo entre

emissor-receptor e luminosidade do ambiente, puderam ser reduzidos

significativamente com a construção do grampo de dedo (Figura 4.19), que mantém

os componentes optoeletrônicos em posições fixas e com menos suscetibilidade de

contato com luminosidade externa. No entanto, apesar da melhora significativa, o

movimento do próprio usuário ainda interfere na obtenção dos dados, pois ruídos

gerados do movimento se sobrepõem ao sinal PPG, dificultando sua eliminação.

Na Figura 6.5 pode-se observar as conseqüências de um movimento

proposital da mão onde se encontrava o grampo de dedo, sendo a onda em amarelo

o sinal PPG captado pelo fotodiodo e em azul, o nível AC (filtrado, amplificado e com

a adição de 1,5 V) de entrada no conversor A/D.

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60

Figura 6.5 – Sinal captado pelo fotodiodo com movimento proposital do dedo.

Portanto, qualquer movimento no dedo durante o recolhimento dos

dados da PPG afetava a leitura, promovendo ruídos de amplitudes consideráveis.

Isto comprova a necessidade do desenvolvimento de novos recursos de filtragem ou

da construção ou aquisição de um aparato mais firme e ergonômico que impeça o

deslocamento do dedo, pois o atual se prende ao dedo por conta dos componentes

optoeletrônicos em seu interior.

Apesar da dificuldade do recolhimento dos dados sem a presença

dos artefatos de movimento, testes forma realizados em usuários em repouso e as

informações obtidas estão relatadas na seção 6.3.

6.3 RESULTADO DOS TESTES

Os testes cujos dados estão dispostos na Tabela 6.2 foram

realizados com pessoas de diferentes idades e ambos os sexos, todas estavam em

repouso momentos antes dos testes, todas não-fumantes, saudáveis e sob as

mesmas condições ambientes de luminosidade e temperatura.

As medições de freqüência cardíaca do equipamento foram

comparadas com medições realizadas diretamente no pulso de cada indivíduo no

mesmo instante de recolhimento de dados do aparelho. A contagem foi realizada

nos diferentes indivíduos por uma mesma pessoa responsável em um intervalo de

tempo de 30 segundos.

Início do movimento

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61

Entre um teste e outro realizado com o mesmo indivíduo (como

acontece com o indivíduo 2 e 4), o sensor de dedo foi retirado e colocado

novamente.

Tabela 6.2 – Valores obtidos dos testes realizados para validação dos resultados.

Indivíduo Idade (anos)

Sexo FCmedida

(bpm) FCequipamento

(bpm) Razão R

SpO2

(%)

1 83 M 58 58,02 1,115378 75,5

2 23 F 96 96,02 1,069436 78,5

2 23 F 90 87,18 0,922722 86,0

2 23 F 88 89,29 0,905529 87,0

2 23 F 92 89,29 0,996892 82,0

3 26 M 60 60,10 1,119656 75,5

4 59 M 86 85,85 1,560685 48,0

4 59 M 78 77,95 1,489918 51,0

4 59 M 92 89,29 1,219508 69,5

5 54 F 64 62,12 1,123162 75,5

6 23 M 70 72,72 1,378383 59,5

A partir da curva de calibração da Figura 3.6 e dos valores R obtidos

nas medições realizadas, os valores de SpO2 contidos na Tabela 6.2 foram

estimados. No entanto, nota-se claramente que por se tratar de indivíduos sem

histórico de problemas circulatórios ou respiratórios, não fumantes e em repouso,

que os valores da razão R estão muito discrepantes se comparados entre si,

resultando em uma variação ainda maior nos valores de SpO2 segundo o gráfico

consultado.

Dos dados tabelados, podemos observar que mesmo para os

indivíduos que realizaram as medições por mais de uma vez (indivíduos 2 e 4),

houve uma variação entre os dados coletados apesar das condições serem as

mesmas.

Desta forma, faz-se necessário aprimorar o sistema desenvolvido

neste trabalho para que fatores que levam à variação dos dados coletados sejam

minimizados. Sendo que alguns fatores foram notados como sendo prejudiciais aos

resultados coletados, como por exemplo, os artefatos de movimento e o

posicionamento do dedo.

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62

Apesar dos valores da razão R obtidos não terem sido satisfatórios,

os valores da FC obtidos pelo sistema se mostraram muito próximos aos medidos

diretamente no pulso.

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63

7 CONCLUSÃO

A proposta de desenvolvimento deste trabalho visava a obtenção de

um sistema para a estimação do nível de saturação parcial de oxigênio no sangue e

freqüência cardíaca. Para tornar isto possível, foi necessário desenvolver um

conjunto hardware e firmware.

Como esperado para um trabalho da área de Engenharia Biomédica,

mais especificamente Instrumentação Biomédica, este trabalho apresentou natureza

multidisciplinar, envolvendo conhecimentos em fisiologia humana, programação de

microcontroladores e eletrônica.

Várias dificuldades foram encontradas durante o desenvolvimento

deste sistema em função da baixa amplitude do sinal biológico em questão, o sinal

fotopletismográfico (PPG).

Foi necessário implementar um grampo de dedo para a emissão de

luz e captação do sinal PPG. Apesar da melhora significativa na qualidade do sinal,

artefatos de movimento continuaram a prejudicar consideravelmente a aquisição dos

dados, restringindo os testes para a aquisição do sinal de fotopletismografia não-

invasiva para usuários em repouso. Problemas do aspecto construtivo do grampo de

dedo artesanal foram notados, sendo necessário adquirir um aparato mais

ergonômico de modo a minimizar os artefatos de movimento.

Para o condicionamento do sinal, um circuito foi projetado e

construído em placa de circuito impresso. Com o circuito desenvolvido neste

trabalho, foi possível obter os componentes AC e DC do sinal PPG proveniente da

resposta a cada excitação com os comprimentos de onda vermelha e infravermelha,

sinal proveniente da saturação de oxigênio do sangue. No entanto, para trabalhos

futuros é importante que os atuais recursos de filtragem sejam aprimorados, com o

intuito de reduzir o tempo de estabilização em resposta ao estímulo.

Conforme verificado nos testes realizados, os valores de freqüência

cardíaca obtidos com o sistema se mostraram coerentes, porém, os valores da razão

R necessária para o cálculo do SpO2 apresentaram grande variação para medições

realizadas sob mesmas condições, o que inviabilizou a finalização do sistema

proposto com um protótipo, pois equipamentos médicos devem operar com o

máximo de segurança possível e precisão dos dados obtidos.

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64

Com o desenvolvimento de um sistema confiável, pode-se utilizar a

tecnologia desenvolvida para o monitoramento do SpO2 e freqüência cardíaca na

reabilitação e monitoramento de pacientes.

7.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Como sugestão para trabalhos futuros, pode-se propor:

Aprimorar o hardware proposto para minimizar os artefatos de movimento,

viabilizando a obtenção da curva de calibração empírica R x SpO2 deste

equipamento;

Reduzir o tempo de estabilização ao estímulo do circuito de condicionamento

do sinal PPG, reduzindo o tempo de atualização dos dados exibidos para o

usuário;

Plotar curva pletismográfica no display gráfico;

Desenvolver um sistema de alimentação, visando tornar o equipamento

portátil.

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65

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PEDREIRA, Mavilde L. G. Oximetria de pulso arterial. Conselho Regional de

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Equipamentos médico-hospitalares e o gerenciamento da manutenção:

Capacitação a distância. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2002. p. 491-504.

FAIRCHILD SEMICONDUCTOR. Datasheet: BC337/338 – Switching and Amplifier

Applications. 2002.

FAIRCHILD SEMICONDUCTOR. Datasheet: LM117/LM317A/LM317 – 3-Terminal

Adjustable Regulator. 1996.

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Terminal 1A Positive Voltage Regulator. 2001.

FAIRCHILD SEMICONDUCTOR. Datasheet: MC79XX/MC79XXA/LM79XX – 3-

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Janeiro: Elsevier, 2006.

MICROCHIP. Datasheet: PIC24FJ128GA010 Family – 64/80/100-Pin General

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aquisição de sinais fisiológicos com aplicação em programas de reabilitação

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67

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68

APÊNDICES

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69

APÊNDICE A

Projeto do Circuito de Condicionamento do Sinal PPG.

A.1 FILTRO PASSA-BAIXAS ATIVO COM FREQÜÊNCIA DE CORTE DE 10HZ

O circuito de condicionamento do sinal PPG é dividido em diversos

estágios, o cálculo feito para o projeto de cada estágio segue neste apêndice.

O FPB ativo (Figura 4.10) para a filtragem dos ruídos de 60 Hz da

rede de distribuição da rede elétrica foi projetado como segue:

A freqüência de corte desejada:

Sabendo que a equação do filtro passa-baixas é:

(A.1)

Utilizando um capacitor de 330 nF, e substituindo os valores na

equação A.1, temos:

O valor comercial do resistor escolhido foi:

Recalculando a freqüência de corte para este resistor, temos:

O ganho de tensão para este filtro é:

(A.2)

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70

A.2 FILTRO PASSA-BAIXAS PASSIVO COM FREQÜÊNCIA DE CORTE DE 5 HZ

O FPB passivo da Figura 4.11 foi projetado também partindo da

Equação A.1:

Para verificar a freqüência de corte substituindo (na Equação A.1) o

valor do resistor comercial que será utilizado na montagem do circuito, temos:

A.3 FILTRO PASSA-BAIXAS ATIVO INVERSOR COM FREQÜÊNCIA DE CORTE DE 0,1 HZ

O FPB ativo inversor da Figura 4.12 foi projetado com uma

freqüência baixa para obter somente a componente DC do sinal PPG em sua saída.

Assim, com o resistor de 10MΩ sendo utilizado, temos a seguinte

freqüência de corte calculada:

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71

Como o nível DC do sinal possui amplitude suficiente para a leitura

do conversor A/D do microcontrolador, o ganho projetado AV foi de -1.

A.3 AMPLIFICADOR COM GANHO DE TENSÃO

Amplificador não-inversor da Figura 4.15 utilizado para amplificar o

nível AC do sinal PPG foi projetado através dos cálculos a seguir. Partindo do valor

de ganho AV, temos:

(A.3)

Com essa combinação de resistores, 330kΩ e 56kΩ, o resistor da

entrada não inversora do circuito pode ser calculado:

(A.4)

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72

APÊNDICE B

Simulações do Circuito de Condicionamento do Sinal PPG.

A partir de observações do sinal PPG na saída do fotodiodo através

do osciloscópio (Figura B.1), pôde-se verificar as amplitudes dos componentes AC e

DC.

Figura B.1 – Sinal PPG obtido pelo fotodiodo OPT101 observado no osciloscópio digital.

No teste registrado na Figura B.1, o nível AC tem amplitude de

aproximadamente 72 mV, enquanto o nível DC possui 2,32 V.

Assim, para a simulação do filtro (inserido no projeto para a

eliminação do ruído de 60 Hz) proposto neste trabalho, Figura B.2, aplicou-se na

entrada do circuito uma onda senoidal com offset de 2,3 V e amplitude de pico da

onda de 35 mV (pico-a-pico de 70 mV). A freqüência da onda senoidal foi definida

baseada na freqüência dos batimentos cardíacos de 72 bpm em Hz, ou seja, 1,2 Hz.

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73

Figura B.2 – Circuito do filtro.

Na resposta em freqüência obtida (Figura B.3) observa-se a

atenuação do sinal, sendo o sinal em verde a saída do FPB ativo e em vermelho a

saída do filtro passivo.

Figura B.3 – Resposta em freqüência do filtro.

Ao simular, no domínio do tempo, o circuito de condicionamento do

sinal PPG por completo (Figura B.4), verificou-se as saídas dos estágios que

fornecem os sinais de entrada ao microcontrolador.

R1

47k

R2

47k

R4

100k

C1

330n

C2

330n

U1A

TL074/301/TI+

3

-2

V+

4V

-11

OUT1

0

0

V3

FREQ = 1.2VAMPL = 0.035VOFF = 2.3

VV

0

V-

V+

Frequency

0Hz 10Hz 20Hz 30Hz 40Hz 50Hz

V(R4:2) V(U1A:OUT)

0V

0.5V

1.0V

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74

Figura B.4 – Circuito de condicionamento do sinal PPG com probes.

Na Figura B.5, tem-se o gráfico obtido, sendo em verde a

representação do sinal de entrada, em vermelho a componente DC e em roxo o

nível AC amplificado e com a adição de 1,5 V.

Figura B.5 – Sinais de saída resultante da simulação do circuito de condicionamento do sinal PPG.

R1

47k

R2

47k

R4

100k

R5

10000k

R6

10000k

C1

330n

C2

330n

C3

150n

U1A

TL074/301/TI+

3

-2

V+

4V

-11

OUT1

U1B

TL074/301/TI

+5

-6

V+

4V

-11

OUT7

0

0

0

U1C

TL074/301/TI

+10

-9

V+

4V

-11

OUT8

U1D

TL074/301/TI

+12

-13

V+

4V

-11

OUT14

U2B

TL074/301/TI+5

-6

V+

4V

-11

OUT7

V3

FREQ = 1.2VAMPL = 0.035VOFF = 2.3

R7

10k

R8

10k

R9

10k

R10

10k

R14

47k

R15

56k

R16

330k

V

V

V

0

0

0

U2D

TL074/301/TI

+12

-13

V+

4V

-11

OUT14

R1110k

R12

10k

R13

10k

R17

10k

V+

0

V-

V+

V+

V+

V+

V-

V-

V-

V-

V+

U3C

TL074/301/TI

+10

-9

V+

4V

-11

OUT8

V-

V+

R18

12k

R19

22k

R20

15k

0

V+

V-

Time

10s 11s 12s 13s 14s 15s

V(V3:+) V(R7:1) V(U2D:OUT)

0V

1.0V

2.0V

2.5V

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75

Ao verificar a componente AC (amplificada e com a adição de 1,5V)

do sinal PPG na saída correspondente da placa montada (Figura 4.24) pelo

osciloscópio, tem-se o sinal da Figura B.6, comprovando a eficiência do circuito

proposto.

Figura B.6 – Componente AC do sinal PPG com a adição de 1,5 V observado no osciloscópio.