Sistema penal consensual não punitivo

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    Sistema penal consensual no punitivo.

    Edison Miguel da Silva Jr *

    SUMRIO: 1. Viso histrica 2. Sistema punitivo conflituoso 3. Crise dosistema punitivo 4. Sistema consensual no punitivo 5. Concluso

    1. VISO HISTRICA

    Como aconteceu no sculo XVIII, quando as contradies da prtica

    punitiva de ento levaram elaborao no sculo XIX das bases tericas do

    sistema penal punitivo atual; neste final de sculo, as contradies desse sistema

    esto criando as condies necessrias para a sua transformao que tambm a transformao da prpria sociedade.

    No campo jurdico, limite deste breve trabalho, essa tendncia histrica de

    possibilidade de transformao nos momentos de crise pode ser observada com a

    Lei 9.099/95. Com efeito, a Lei dos Juizados Especiais Criminais no estabeleceu

    simplesmente um novo procedimento penal para determinadas infraes i[i]. Mais

    do que isso, criou um novo sistema penal baseado no consenso entre osenvolvidos no conflito penal que impede a aplicao de qualquer espcie de

    punio. Uma revoluo no panorama penal brasileiro digna daquela de Nicolau

    Coprnico (1473-1543), pois implica na adoo de uma nova mentalidade uma

    nova concepo do universo penal, na qual o castigo deixa de ser o centro das

    indagaes e prticas do direito penal.

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    Assim, a esperana e possibilidade de Justia implcita no novo texto legal

    somente se revela ao operador do direito que perceber a diferena ideolgica

    entre os dois sistemas que passaram a coexistir no ordenamento jurdico-penal

    brasileiro: um, punitivo e conflituoso; o outro, consensual e no punitivo. Como o

    novo foi gerado no interior do velho sistema, na sua crise; necessrio esclarecer

    as contradies do sistema punitivo para se compreender as razes e a

    importncia do novo sistema consensual alis, sem precedente no ordenamento

    jurdico-penal de qualquer pas ii[ii].

    2. SISTEMA PUNITIVO CONFLITUOSO

    O sistema punitivo conflituoso tem por fundamento terico a crena na

    coao psicolgica, bem como a tese do tratamento ressocializador. Pela primeira,

    oriunda da Escola Clssica, o medo da punio inibe a opo pela conduta

    criminosa. J a segunda, fundada na Escola Positiva, defende que a pena tem por

    objetivo propiciar condies para a harmnica integrao social do condenado.

    Enfim, pela primeira posio a pena castigo; pela segunda, tratamento.

    Buscando conciliar os dois pressupostos tericos (ser possvel!?), como

    resultado das Escolas Mistas, generalizou-se a idia da preveno geral e

    especial. Ensina Damsio E. de Jesus iii[iii] que a pena uma sano aflitiva, cujo

    fim evitar novos delitos. Como preveno geral, o fim intimidatrio da pena

    dirige-se a todos, visando impedir que os membros da sociedade pratiquem

    infraes penais. Como preveno especial, a pena-castigo visa o condenado,

    retirando-o do meio social, impedindo-o de delinquir e procurando corrigi-lo, se

    possvel.

    Como no foi possvel em nenhum lugar do mundo civilizado corrigir o

    delinquente atravs da pena-castigo iv[iv], a premissa ideolgica predominante no

    sistema punitivo a teoria da coao psicolgica (Feuerbach, 1775-1833).

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    Previne-se o crime pela ameaa de um mal e, ocorrendo o delito, necessrio

    castigar o autor, sob pena de desacreditar o poder intimidatrio da pena apesar

    do seu fracasso nesses quase dois sculos de aplicao (considerando apenas o

    perodo do direito penal moderno). Da pena de morte priso, passando pelos

    castigos corporais, nenhuma punio foi suficiente ou eficiente para controlar a

    criminalidade convencional v[v].

    Por sua vez, como direito fundamental do cidado, fruto de lenta e penosa

    evoluo vi[vi], a pena-castigo somente pode ser imposta atravs do devido

    processo legal. No direito brasileiro, necessariamente atravs do contraditrio,

    ampla defesa, acusao expressa contendo exposio do fato etc., sem qualquer

    espao de consenso (acordo) entre os envolvidos que implique emreconhecimento de culpa ou submisso a um castigo vii[vii].

    Observadas essas caractersticas diferenciadoras desse sistema em

    relao ao novo sistema consensual, o trabalho prossegue com a anlise da crise

    do sistema penal que ensejou no Brasil a promulgao da Lei 9.099/95.

    3. CRISE DO SISTEMA PUNITIVO

    Apesar da inflao de leis penais, paradoxo da dcada de 90, o sistema

    punitivo mundialmente est em crise. No pelo aumento da criminalidade

    convencional (real ou ilusria viii[viii]), pois isto o alimenta, levando excessiva

    produo legislativa em matria penal, com a consequente ampliao da sua rea

    de atuao atravs de um direito penal simblico ix[ix]. Ao contrrio, est em crise

    porque caro (socialmente), ineficaz (pouco inibe a conduta criminosa) e injusto

    (reproduz as desigualdades sociais).

    J na superfcie dessa crise, na sua parte mais visvel, at porque

    amplamente divulgada pela mdia, percebe-se o alto custo social da priso x[x]. A

    superlotao e precariedade dos estabelecimentos penais, a situao de

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    desumanidade, as constantes rebelies e o alto custo financeiro da priso, alm

    da elevada taxa de reincidncia. Com autoridade, Evandro Lins e Silva xi[xi]afirma

    que a cadeia uma universidade s avessas onde se diploma o profissional do

    crime.

    Aprofundando a anlise da crise, chega-se com facilidade ineficcia do

    castigo (cominado em abstrato ou aplicado ao caso concreto) na preveno da

    conduta tipificada. O comportamento criminoso no simplesmente uma opo do

    sujeito, mas um fenmeno social de causas variadas que a ameaa do castigo

    pouco inibe. Francisco de Assis Toledoadverte que em grave equvoco incorrem a

    opinio pblica, os responsveis pela Administrao e o prprio legislador, quando

    supem que, com a edio de novas leis penais, mais abrangentes ou maisseveras, ser possvel resolver-se o problema da criminalidade crescente xii[xii].

    Alis, a Reforma Penal de 1984 teve como pressuposto ideolgico exatamente

    essa descrena na necessidade e suficincia da pena privativa de liberdadepara

    o controle do fato-crime.

    Continuando a anlise, constata-se, com indignao e revolta, que o

    sistema punitivo reproduz e amplia as desigualdades sociais, pois funciona de

    maneira seletiva e estigmatizante xiii[xiii], portanto, um sistema injusto.

    A atuao preferencial do sistema pelas classes sociais de menor poder

    econmico e poltico pode ser vista tanto pelo perfil dos encarcerados, como pela

    parcialidade da legislao penal. Alm dos filtros legais que impedem ou

    dificultam a ao do sistema punitivo nos extratos sociais poltica e

    economicamente superiores as condutas tipificadas no so prprias de toda a

    populao. Anatole France(1844 a 1924), com sensibilidade potica, intuiu que a

    lei penal, em sua majestosa igualdade, proibia por igual ao rico, como o pobre,

    furtar po para alimentar-se, pedir esmola para comer ou dormir sob a ponte

    xiv[xiv]. Na verdade, o sistema penal procura resolver o problema da distribuio

    desigual da riqueza, ou melhor, procura manter a concentrao da riqueza

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    afastando da vida social um segmento de potenciais causadores de problemas

    xv[xv].

    Recentemente, a partir da dcada de 80, movimentos progressistas,

    centrados nos grupos ecolgicos, feministas e alternativos reivindicaram xvi[xvi] (e

    esto conseguindo) criminalizaes de condutas ligadas ecologia, relaes de

    consumo e sistema financeiro que, em tese, no so prprias dos excludos

    econmica e politicamente. Contudo, a efetividade da punio, at agora, no

    passa de retrica, sendo mais difcil (complexa) conforme a posio do infrator na

    pirmide social. Apesar dos novos tipos, a clientelapenal continua a mesma: o

    pequeno comerciante que sonega imposto, o vizinho que cria um papagaio...

    Completando a injustia, o sistema punitivo, alm de atuar

    seletivamente, promove a degradao da figura social do condenado e, assim,

    no raras vezes, acaba por condicionar carreiras criminosas, em vez de preveni-

    las.

    Dessa maneira, o sistema punitivo est em crise: caro, ineficaz e injusto

    contradies que criam as condies histricas para a sua transformao.

    Portanto, existe esperana: o sonho no acabou!

    4. SISTEMA CONSENSUAL NO PUNITIVO

    Com efeito, do interior dessa crise, das suas contradies, emerge a Lei

    9.099/95 parte criminal. Trata-se de algo to diferente e to outro que ser

    absurdo falar em continuidade ou avano do sistema punitivo xvii[xvii] um

    novo sistema penal. Logo, a Lei dos Juizados Especiais Criminais no pode ser

    corretamente compreendida pela ideologia do sistema baseado no castigo,

    necessariamente contraditrio-conflituoso, pois uma proposta de mudana

    nefasta prtica punitiva. Outro o seu paradigma, outra a sua ratio juris, enfim

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    existe um novo sistema penal e no simplesmente um novo procedimento do

    vetusto sistema punitivo xviii[xviii].

    O art.62 da Lei em estudo taxativo: (...) objetivando sempre que

    possvel, a reparao dos danos sofridos pela vtima e a aplicao de pena no

    privativa de liberdade. Conforme o art.74-nico, a composio civil extingue a

    punibilidade. O art.76 tambm impede a aplicao de pena privativa de liberdade,

    bem como o art.89, ao suspender o processo, no permite a aplicao de

    qualquer pena-castigo. E esses institutos somente podem ser aplicados atravs do

    consenso, do acordo. Portanto, o modelo consensual brasileiro no punitivo.

    Assim, no tendo por pressuposto ideolgico a necessidade de aplicaode castigo (priso ou qualquer outra medida retributiva), o novo modelo criou um

    espao de consenso no sistema penal brasileiro que tem por finalidade

    exatamente evitar a punio, substituindo-a por uma medida til tanto para a

    sociedade, como para as pessoas envolvidas.

    Como Coprnico que elaborou o seu sistema contrariando a mentalidade da

    poca que acreditava ser a Terra o centro do Universo (e estaria fixa e imvel), a

    Lei 9.099/95 nega a crena na necessidade e eficcia da punio na preveno da

    criminalidade convencional. A pena, no sistema consensual, no castigo e

    nem oportunidade de tratamento, mas misso social aplicada atravs do consenso

    entre as partes, nos limites legais. a pena-medida til (social e individualmente).

    Nessa perspectiva, a pena imediata prevista no art.76 no tem carter

    retributivo. As medidas propostas e eventualmente aceitas no podem se basear

    na idia do castigo exemplar que ir desestimular outras possveis empreitadas

    criminosas. No esse o pressuposto ideolgico do sistema consensual. Ao

    contrrio, a ele se ope como alternativa aos seus malefcios. A pena imediata

    deve buscar uma realizao til para a sociedade e para o suposto autor do

    suposto fato. Como exemplo, as doaes s entidades filantrpicas ou

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    assistenciais da prpria comunidade onde supostamente aconteceu o fato que,

    alm de valorizar o sentimento de solidariedade do doador, contribui efetivamente

    com o trabalho das entidades em prol do bem estar social. E no vale aqui o

    operador do direito lavar as mose, como Pilatos, entregar a promoo do bem

    estar social exclusivamente ao Estado, posto que tarefa de todos.

    Igualmente, a suspenso condicional do processo, prevista no art.89, no

    uma antecipao do sursis (instituto alternativo do sistema punitivo), mas uma

    medida consensual que evita a imposio de pena-castigo. No existe culpa

    formada que permita constitucionalmente um juzo condenatrio. As condies

    acordadas, aqui tambm, devem buscar a realizao de uma misso social e no

    uma estril restrio liberdade.

    E o que dizer de um acordo civil que liquida com a pretenso punitiva do

    Estado, por renncia tcita (ou obrigatria) do direito de queixa ou de

    representao!? A punio no suficiente nem necessria para o controle da

    criminalidade convencional.

    uma mudana profunda e que deve ser assimilada rapidamente, para no

    se continuar reproduzindo um sistema punitivo caro, ineficaz e injusto. Sem medo,

    como Galileu Galilei (1564-1642) que desenvolvendo o sistema copernicano

    bradou aos quatro cantos que a Terra se movia (!), devemos proclamar (ou

    conspirar xix[xix]) o fim na crena da teoria da coao psicolgica repudiando

    qualquer outra idia centrada na necessidade e eficincia da punio no controle

    da criminalidade convencional. Sem dvida, uma heresiamais fcil de demonstrar

    do que o heliocentrismo que quase levou Galileu fogueira da Inquisio.

    5. CONCLUSO

    Nessa compreenso, a composio civil e a aplicao imediata de pena

    impeditivas de persecuo penal, a exigncia de representao nas leses

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    corporais leves/culposas e a suspenso condicional do processo so medidas

    despenalizadoras que solucionam o conflito penal sem a aplicao de qualquer

    forma de castigo. Informando, assim, o princpio fundamental do novo sistema que

    aponta para o direito penal do sculo XXI indicando uma sociedade mais justa e

    menos punitiva, responsabilidade de todos.

    i[i] STF, Pleno, rel. Min. Celso de Mello, Inq. 1055/AM, j. 24/04/96, DJU 24/05/96 sem grifo: A Lei

    n 9.099/95, que constitui o estatuto disciplinador dos Juizados Especiais, mais do que a

    regulamentao normativa desses rgos judicirios de primeira instncia, importou em expressiva

    transformao do panorama penal vigente no Brasil, criando instrumentos destinados a viabilizar,

    juridicamente, processos de despenalizao, com a inequvoca finalidade de forjar um novo

    modelo de Justia criminal, que privilegie a ampliao do espao de consenso, valorizando,

    desse modo, na definio das controvrsias oriundas do ilcito criminal, a adoo de solues

    fundadas na prpria vontade dos sujeitos que integram a relao processual penal.

    ii[ii] Ada Pellegrini Grinover e outros, Juizados Especiais Criminais, RT,1995, p.14 e ss.

    iii[iii] Direito Penal Parte Geral, Saraiva, 1995, vol.1, p.457.

    iv[iv] Atualmente, em todos os lugares, erguem-se vozes contra a ideologia do tratamento

    ressocializador. Fala-se do mito da ressocializao, de que uma utopia ou um eufemismo, uma

    iluso enganosa, financeiramente irrealizvel em todo o mundo (...) Pavarini afirma com certo

    sarcasmo que a priso foi, e sempre ser alheia a qualquer potencialidade ressocializadora e

    que a alternativa atual est entre sua morte (abolio) e sua ressurreio como aparelho de terror

    repressivo. Ral Cervini, Os Processos de Descriminalizao, RT, 1995, p.37.

    v[v] Quanto mais terrveis forem os castigos, tanto mais cheio de audcia ser o culpado em evit-

    los. Praticar novos crimes, para fugir pena que mereceu pelo primeiro. Beccaria, Dos Delitos

    e das Penas, Hemus, p.43.

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    vi[vi] Nenhum homem livre ser detido ou sujeito priso, ou privado dos seus bens, ou colocado

    fora da lei, ou exilado, ou de qualquer modo molestado, e ns no procederemos nem

    mandaremos proceder contra ele seno mediante um julgamento regular pelos seus pares ou de

    harmonia com a lei do pas. Magna Carta - Outorgada por Joo sem Terra em 15 de Junho de

    1215, e confirmada; seis vezes por Henrique III; trs vezes por Eduardo I; catorze vezes por

    Eduardo III; seis vezes por Ricardo II; seis vezes por Henrique IV; uma vez por Henrique V, e uma

    vez por Henrique VI. Inglaterra.

    Que em todo processo criminal includos naqueles em que se pede a pena capital, o acusado tem

    direito de saber a causa e a natureza da acusao, ser acareado com seus acusadores e

    testemunhas, pedir provas em seu favor e a ser julgado, rapidamente, por um jri imparcial de doze

    homens de sua comunidade, sem o consentimento unnime dos quais, no se poder consider-lo

    culpado; tampouco pode-se obrig-lo a testemunhar contra si prpria; e que ningum seja privado

    de sua liberdade, salvo por mandado legal do pas ou por julgamento de seus pares. Declarao

    de Direitos do Bom Povo de Virgnia, 16/06/1776.

    Art. 9. Todo acusado considerado inocente at ser declarado culpado e, se se julgar

    indispensvel prend-lo, todo o rigor desnecessrio guarda da sua pessoa dever ser

    severamente reprimido pela lei. Declarao de Direitos do Homem e do Cidado Frana,

    26/08/1789

    Artigo X - Toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma audincia justa e pblica por parte

    de um tribunal independente e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento

    de qualquer acusao criminal contra ele. Declarao Universal dos Direitos Humanos - Adotada e

    proclamada pela Resoluo n. 217 A (III) da Assemblia Geral da Naes Unidas, em 10 de

    dezembro de 1948. Assinada pelo Brasil na mesma data.

    vii[vii] CF,art.5, LIV- ningum ser privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo

    legal; LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral so

    assegurados o contraditrio e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; LVII -

    ningum ser considerado culpado at o trnsito em julgado de sentena penal condenatria.

    viii[viii] Maria Lcia Karam, De Crimes, Penas e Fantasias, Luam, 1993, p.196 e ss. (A Fantasia do

    Sistema Penal).

    ix[ix] Entre as diferentes teorias explicativas da pena, observa-se que hoje ganha terreno a

    concepo da preveno geral positiva, que tem como principal aspecto o de em primeiro plano

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    ver reforadas as instituies e a crena no funcionamento do sistema. A pena, e com ela o direito

    penal, passa a ter um carter simblico e no instrumental, isto , de proteo aos bens jurdicos.

    Alberto Zacharias Toron, Crimes Hediondos, RT, 1996, p.151.

    x[x] Cezar Roberto Bitencourt, Falncia da Pena de Priso, RT, 1993.

    xi[xi] Revista Veja 22/05/91, p.90.

    xii[xii] Francisco de Assis Toledo, Princpios Bsicos de Direito Penal, Saraiva, 1991, p.5.

    xiii[xiii] Nilo Batista, Introduo Crtica ao Dir. Penal Brasileiro, Revan, 1996, p.25.

    xiv[xiv] ApudAlberto Silva Franco, Crimes Hediondos, RT, 1991, p.48.

    xv[xv] Nils Christie, A Indstria do Controle do Crime, Forense, 1998.

    xvi[xvi] Alberto Silva Franco inZaffaroni e Pierangeli, Manual de Direito Penal Brasileiro, RT, 1997,

    p.7.

    xvii[xvii] (...) uma teoria (filosfica ou cientfica) ou uma prtica (tica, poltica, artstica) so novas

    justamente quando rompem as concepes anteriores e as substituem por outras completamente

    diferentes, no sendo possvel falar numa continuidade progressiva entre elas, pois so to

    diferentes que no h como nem compar-las e julgar uma delas mais atrasada e a outra mais

    adiantada. Marilena Chaui, Convite Filosofia, Atlas, 8 ed., p.84-5.

    xviii[xviii] STJ, 6 T, rel. p/ acrdo Min. Luiz Vicente Cernicchiaro, Resp 138715/SP, j. 20/08/98,

    DJU 13/10/98: A Lei 9.099/95, resultante do disposto no art.98 da Constituio da Repblica, no

    mero procedimento processual penal. sistema; como tal, conjunto de princpios e normas.

    No obstante guardar harmonia com o Cdigo de Processo Penal, autnomo.

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    xix[xix] Uma rede poderosa, embora sem liderana, est trabalhando no sentido de promover uma

    mudana radical (...) Seus membros romperam com alguns elementos chaves do pensamento

    ocidental, podendo at mesmo ter rompido a continuidade da Histria. Marilyn Ferguson, A

    Conspirao Aquariana, Nova Era, 1997, p.23 e ss.

    * Procurador de Justia em GoisStio na internet: [email protected]

    Artigo publicado na Revista dos Tribunais 762/506.

    SILVA JNIOR, Edison Miguel da. Sistema penal consensual no punitivo.

    Disponvel em: http://www.juspuniendi.net/01/01-0032.HTM

    Acesso em: 2.ago.2006.