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Sistemas Construtivos nos Empreendimentos Imobiliários Autores Adriana Regina Tozzi Carlos Eduardo Curi Gallego Rafael Fernando Tozzi 2009 Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br

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Sistemas Construtivos nos Empreendimentos Imobiliários

Autores

Adriana Regina TozziCarlos Eduardo Curi GallegoRafael Fernando Tozzi

2009

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Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482 • Batel 80730-200 • Curitiba • PR

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T757 Tozzi, Adriana Regina; Gallego, Carlos Eduardo Curi; Tozzi, RafaelFernando / Sistemas Construtivos nos Empreendimentos

Imobiliários. / Adriana Regina Tozzi; Carlos Eduardo Curi Gal-lego; Rafael Fernando Tozzi. — Curitiba : IESDE Brasil S.A. , 2009.192 p.

ISBN: 978-85-7638-781-7

1. Construção Civil – Técnica. 2. Empreendimentos. 3. Cons-trução Civil – Falhas. 4. Construção Civil – Controle de Qua-lidade. I. Título. II. Gallego, Carlos Eduardo Curi. III. Tozzi, Rafael Fernando.

CDD 690.028

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Sumário

Introdução aos sistemas construtivos | 9Empreendimentos | 9Divisão da indústria da construção | 15Níveis de gerenciamento da construção | 16

Estrutura do planejamento de obras | 21A estrutura de um setor de planejamento técnico | 21

Gerenciamento de projetos e empreendimentos | 31O gerenciamento de projetos | 31Gerente de projetos | 32Cronograma de barras | 33

Engenharia de custos | 43A engenharia de custos | 43O orçamento e seus componentes | 43

Desenvolvimento de projetos | 55Anteprojeto ou projeto básico | 55Projeto defi nitivo | 57Projeto executivo | 59Projeto “as built” | 61

Serviços preliminares e montagem de canteiro de obras | 65Estudos preliminares | 65Limpeza do terreno | 66Reconhecimento do subsolo – sondagens | 66Levantamento plano-altimétrico | 67Anteprojeto | 68Projeto | 68Terraplanagem | 70Canteiro de obras | 72

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Infra-estrutura de uma obra | 77Fundação | 77

Alvenaria | 87Alvenaria | 87

Estruturas | 99Estrutura de concreto armado | 99Estruturas metálicas | 104

Coberturas e instalações | 109Coberturas | 109Instalações elétricas | 115Instalações hidráulicas | 116

Revestimentos de parede | 123Chapisco | 124Emboço | 124Reboco | 124Revestimentos diversos | 125Cerâmica | 126Pastilhas | 129Pintura | 129

Revestimento de piso | 135Preparação de pisos | 135Pisos de madeira | 136Pisos diversos | 137Pisos de alta resistência | 141

Tipos de esquadrias | 147Janelas | 148Portas | 150Esquadrias de madeira | 151Esquadria metálica | 152

Entrega da obra | 157Averbação da construção | 158Escritura | 158Ligações definitivas | 159Convenção de condomínio | 159Entrega da obra | 161Áreas comuns | 162Paisagismo | 162Check-list | 163

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Identificação das deteriorações na estrutura de um imóvel | 167Deficiência nas armaduras | 168Controle de qualidade de execução | 170Fissuração | 171Corrosão de Armaduras | 172Recuperação | 173

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Apresentação

A disciplina de Sistemas Construtivos é de fundamental importância dentro do mercado de gestão imobiliária, uma

vez que fornece uma visão ampla dos vários tipos de empreendimentos existentes, assim como das etapas de desen-

volvimento e construção dos mesmos, desde a concepção da idéia até a entrega da obra.

O objetivo deste livro não é o de abordar a parte técnica das diversas fases de uma obra, nem tampouco apresentar formas de

calcular áreas e dimensionar a estrutura de uma edifi cação, mas sim de fornecer ao leitor as informações necessárias para o

entendimento de cada processo que compõe a construção de um empreendimento como um todo.

A disciplina está dividida em 15 aulas. A primeira aula trata da Introdução aos Sistemas Construtivos, abordando o

signifi cado de empreendimento, as fases do ciclo de vida do mesmo, iniciando na concepção e análise de viabilidade de

uma idéia até o término da vida útil de um imóvel, assim como características básicas de cada tipo de empreendimento

específi co e sua colocação dentro do mercado da construção civil.

A segunda aula refere-se ao planejamento de uma obra e da relação existente entre a atividade de planejar e os outros

departamentos de uma empresa de construção. A aula três trata do gerenciamento de projetos, abrangendo todas as

atividades a serem realizadas, controle de prazos e as metodologias utilizadas atualmente para realizar este tipo de

serviço, e a aula quatro trata dos custos, isto é, das despesas diretas e indiretas, assim como do lucro, resultado esperado

da atividade de construir.

A partir da quinta aula, o foco da disciplina passa de gerencial para prático, enfatizando as principais etapas de

execução de uma obra, iniciando com o desenvolvimento dos projetos e passando pelas aulas seguintes de serviços

preliminares no canteiro, infra-estrutura, alvenaria, estrutura, coberturas e instalações, revestimentos de parede e de

piso e colocação de esquadrias.

A aula 14 trata da entrega da obra e dos documentos necessários para a realização desta atividade, e a disciplina é

fi nalizada com a aula 15, que aborda as patologias de estrutura de uma edifi cação.

É importante salientar que, para o profi ssional do ramo imobiliário, o estudo dos sistemas construtivos permite

visualizar, de forma integrada, os vários elementos que interferem no custo da construção, assim como discutir técnicas

e metodologias de planejamento e controle de obra e identifi car atributos que possam infl uenciar a formação do valor

do bem avaliado.

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Introdução aos sistemas construtivos

Adriana Regina Tozzi*Carlos Eduardo Curi Gallego**

Rafael Fernando Tozzi***

EmpreendimentosSegundo Vieira Netto (1988, p.17), defi ne-se como empreendimento

o conjunto de atividades, não rotineiras e multidisciplinares, destinadas a cumprir um determinado objetivo, caracterizadas por um início e um fim, delimitadas no tempo, compatibilizadas no custo e otimizadas no desem-penho técnico e de produção.

Sendo assim, esse conjunto de atividades necessita de um gerenciamento, isto é, de um plane-jamento de recursos empregados de acordo com um cronograma, cujo objetivo está em associar as tarefas a serem realizadas com o tempo previamente defi nido e com o grau de prioridade dentro do empreendimento como um todo.

Entende-se por recursos para a construção: a força humana, as máquinas e equipamentos, os materiais que serão aplicados e o dinheiro empregado em cada etapa de desenvolvimento do empre-endimento. (HALPIN ; WOODHEAD, 1998, p. 10).

* Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), graduada em Engenharia Civil pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), professora de Engenharia do Centro Universitário Positivo (Unicenp).

** Engenheiro Civil e Mestre em Engenharia Hidráulica pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), é coordenador da Companhia Brasileira de Projetos e Empreendimentos – COBRAPE, professor da Fundação de Estudos Sociais do Paraná (FESP–PR) e consultor para empreendimentos de engenharia.*** Mestre em Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiental pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Possui graduação em Engenharia Civil pelo Centro Universitário Positivo (Unicenp). Professor da Faculdade Anchieta de Ensino Superior do Paraná (Faesp). Atua como engenheiro civil na Companhia Brasileira de Projetos e Empreendimentos – COBRAPE.

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10 | Sistemas Construtivos nos Empreendimentos Imobiliários

O ato de gerenciar um empreendimento é caracterizado por:

ciclo de vida;::::

natureza;::::

porte;::::

localização geográfica;::::

nível de tecnologia;::::

dificuldades de implantação;::::

grau de especialização do empreiteiro.::::

A seguir, serão detalhadas essas etapas que compõem o gerenciamento.

Ciclo de vidaO ciclo de vida de um empreendimento é composto basicamente por quatro fases que, quando

analisadas de maneira conjunta, caracterizam-no do início até o término de suas atividades. Em relação às atividades que compõem o ciclo de vida, todas possuem, igualmente, uma duração específica. A Figura 1 a seguir apresenta o esquema de ciclo de vida de um empreendimento.

Figura 1– Ciclo de vida do Empreendimento

VIEI

RA N

ETTO

(198

8)

A Fase I é caracterizada pela concepção ou viabilidade de uma construção, isto é, a fase em que a necessidade de um empreendimento é identificada pelo empreendedor. Durante essa etapa, são de-senvolvidos os estudos de viabilidade iniciais e as projeções de custo (estimativas).

A Fase II trata do planejamento do empreendimento, ou seja, é nessa etapa que o empreendedor deverá tomar a decisão de continuar, ou não, com o desenvolvimento da obra, através da análise de um projeto básico. Sendo assim, são desenvolvidos o projeto inicial e o escopo de trabalho de forma a aproximar a estimativa de custo da realidade. Com a aprovação do projeto básico, inicia-se o projeto final (HALPIN; WOODHEAD, 1998). A figura 2 apresenta um diagrama conceitual de seqüência linear do ciclo de vida de um projeto.

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11|Introdução aos sistemas construtivos

Figura 2– Seqüência linear do ciclo de vida de um projeto

(HA

LPIN

; WO

OD

HEA

D 1

998)

Analisando o fluxograma apresentado na figura 2, conclui-se que os principais participantes do processo são: o proprietário (empreendedor), o projetista e o construtor. Embora exista a participação de fiscais, subempreiteiros, fornecedores, dentre outros agentes que participam do processo, o desen-volvimento principal de um projeto envolve, basicamente, a atuação direta desses três participantes, e sua interação é estabelecida nas condições gerais do contrato.

Ainda de acordo com a figura 2, o término da Fase II do ciclo de vida ocorre na etapa de Processo de Projeto e de Engenharia, a partir da próxima etapa, o ciclo entra na Fase III.

A partir da Fase III, o empreendimento passa para o processo de construção e execução da obra, no qual todas as tarefas planejadas previamente serão executadas de acordo com um cronograma de acompanhamento.

Finalizando as etapas do ciclo de vida, o empreendimento chega à Fase IV, que é caracterizada pela entrega da obra e atividades posteriores a essa entrega, como operação e manutenção. A tabela 1 apresenta um resumo das quatro fases do ciclo de vida de um empreendimento.

Tabela 1 – Fases do ciclo de vida de um empreendimento

Fase I – Concepção ou viabilidade

Fase II – Planejamento e projeto

Fase III – Execução Fase IV – Entrada em serviço

Formulação do empreendimento

Projeto básico Projeto detalhado Operação e manutenção

Identificação de necessidades

Condução de estudos e análise

Fabricação e fornecimento de materiais e equipamentos

Treinamento

Estabelecer viabilidades Projetos de sistemas Obras civis Transferência de materiais

Identificar alternativas Desenvolvimento de requisitos de manutenção

Montagens Transferência de responsabilidades

Preparar propostas Construção e testes de protótipos

Controle de qualidade

Desenvolver orçamentos e programas

Análise de resultados Comissionamento

Identificar equipe do empreendimento

Planejamento detalhado

Treinamento

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12 | Sistemas Construtivos nos Empreendimentos Imobiliários

Fase I – Concepção ou viabilidade

Fase II – Planejamento e projeto

Fase III – Execução Fase IV – Entrada em serviço

Custos e programação

Termos contratuais

Aprovação para execução

NaturezaDe acordo com Vieira Netto (1988, p. 17), a natureza de um empreendimento envolve campos

de diferentes especializações no que diz respeito aos recursos utilizados (força humana, máquinas e equipamentos, materiais e dinheiro empregado), “tais como: edificações, construções rodoviárias; obras portuárias de saneamento; minerações; linhas de transmissão; usinas hidrelétricas; base de lançamento de foguetes”.

PorteO que difere a característica “porte” da característica “natureza” é a quantidade de recursos utiliza-

dos, desde a fase de concepção até sua entrada em operação. Sendo assim, pode-se dizer que, apesar de uma edificação de dois blocos de 25 andares ser de natureza diferente de uma construção rodoviária, ambas podem possuir o mesmo porte uma vez que a quantidade de recursos empregados seja similar.

LocalizaçãoA localização dos empreendimentos caracteriza diferentes problemas a serem enfrentados. No

caso de uma obra a ser executada em uma região afastada de um centro urbano, por exemplo, faz-se necessária uma infra-estrutura de apoio que possibilite abastecimento de água e energia, saneamento, alojamentos, refeitórios, estradas e até mesmo aeroportos.

Por outro lado, para obras localizadas dentro de grandes centros urbanos, a infra-estrutura exis-tente é tão complexa que pode ocasionar interferência na execução das atividades, como por exemplo, trânsito, desapropriações, falta de espaço para as instalações de canteiros etc.

Nível de tecnologiaO nível de tecnologia caracteriza os empreendimentos com base na tecnologia aplicada para a

execução dos serviços. Nesse caso, podem-se diferenciar as obras e projetos em maior ou menor grau de tecnologia através da classificação dos serviços em:

serviços convencionais;::::

serviços especializados;::::

industrialização do processo construtivo;::::

mecanização dos meios de produção;::::

emprego de equipamentos especiais e de tecnologia sofisticada.::::

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13|Introdução aos sistemas construtivos

Dificuldades de implantaçãoSão considerados empreendimentos com dificuldade de implantação aqueles que se relacionam

com condições climáticas, disponibilidade de área, antecipação de prazo, disponibilidade de recursos, entre outros.

A tabela 2 apresenta de maneira detalhada algumas dificuldades de implantação de infra-estru-tura de apoio.

Tabela 2 – Exemplo de dificuldades de implantação de infra-estrutura

Sistemas Hidrelétrica de Itaipu

Hidrelétrica de Capivara

Hidrelétrica de Tucuruí

1. Habitacional Existente

Foz do Iguaçu (50 mil habitantes).

Porecatu/PR (20 mil habitantes), 15km.

Tucuruí (3 mil habitantes).

Santa Terezinha (10 mil habitantes), 15km de Foz do Iguaçu.

Florestópolis/PR (10 mil habitantes), 30km.

Duas pequenas clínicas.

Céu Azul (20 mil habitantes), 45km de Foz do Iguaçu.

Rolândia/PR (50 mil habitantes), 80km.

Duas escolas de 1.º grau.

Porto Stroessner, no Paraguai, próximo à obra General Oliviedo, 50km de Itaipu.

Londrina/PR (200 mil habitantes), 108km.

Estrutura hospitalar média em Foz do Iguaçu, boa em Cascavel, 140km.

Nantes/SP (mil habitantes), 23km.

Escolas de 1.° e 2.° grau e cursos técnicos.

Iepê/SP (10 mil habitantes), 32km.

Rancharia/SP (3º mil habitantes), 80km.

Presidente Prudente/SP (130 mil habitantes), 108km.Um hospital em Porecatu e muito boa estrutura hospitalar em Londrina e Presidente Prudente.Escolas de 1.° e 2.° grau em Porecatu (bom nível).

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14 | Sistemas Construtivos nos Empreendimentos Imobiliários

Sistemas Hidrelétrica de Itaipu

Hidrelétrica de Capivara

Hidrelétrica de Tucuruí

2. Sistema viário Rodoviário

Ligação por asfalto com todos os centros de produção do país, inclusive com o porto de Paranaguá.

Ligação por estrutura de terra com Porecatu, incluindo uma travessia com utilização de balsa, no rio Paranapanema, tráfego crítico na época chuvosa. A partir de Porecatu, acesso por asfalto ao Norte do Paraná.

Uma única estrada de terra precária, possibilitando a saída de Tucuruí, ligando a Estreito, na rodovia Belém-Brasília, 517km.

Ligação com Presidente Prudente/SP, por meio de estrada de terra (49km), padrão municipal e asfalto (26km), padrão estadual.

Aéreo Aeroporto Internacional com vôos de carreira diários.

Aeroporto asfaltado para aviões de pequeno porte em Porecatu.

Pista de terra, somente para aviões de pequeno porte.

Aeroporto com aviões de carreira, com vôos diários em Londrina/PR e Presidente Prudente/SP.

Fluvial Não. Não. Tucuruí-Belém, balsas e barcos de pequeno porte, tempo médio de 48 horas.

3. Abastecimento de energia

Linha de Transmissão da EletroSul energia do sistema centrosul (hidrelétrica).

Gerador diesel do empreiteiro de obras civis.

Gerador diesel do empreiteiro de obras civis.

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15|Introdução aos sistemas construtivos

Divisão da indústria da construçãoDe acordo com Halpin e Woodhead (1998, p. 15), a indústria da construção pode ser dividida em

três categorias, sendo elas:

pesada e estradas – segmento de construção pesada;::::

edifícios não-residenciais – segmento de construção de edifícios e construção industrial;::::

construções habitacionais multifamiliares – segmento de construção residencial.::::

A figura 3 apresenta a divisão da indústria da construção por segmentos.

Figura 3 – Divisão por segmentos – Indústria da construção

ConstruçãoIndustrial(5-10%)

(HA

LPIN

; WO

OD

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D 1

998)

Analisando a figura 3, observa-se que as construções residenciais e as construções de edifícios são responsáveis por 65% a 75% da indústria. Dessa forma, é comum que as pessoas associem a palavra empreendimento apenas às edificações urbanas. Grande parte da bibliografia de gerenciamento de obras está focada nesses dois segmentos. Se for analisado somente o mercado imobiliário, esses dois segmentos (construções residenciais e construções de edifícios) são responsáveis por 100% da fatia.

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16 | Sistemas Construtivos nos Empreendimentos Imobiliários

Níveis de gerenciamento da construçãoComo em qualquer tipo de indústria, a construção possui uma hierarquia necessária para as to-

madas de decisão. De acordo com Halpin e Woodhead (1998), cada uma dessas hierarquias está alocada em uma etapa de gerenciamento, sendo eles:

organizacional:::: – relacionado com a estrutura legal e de negócios de uma empresa. É no nível organizacional que são definidas as relações entre chefes de escritório e gerentes de campos, assim como as relações entre os mais diversos departamentos de uma organização;

projeto:::: – relacionado à divisão do projeto com o propósito de controle de tempo e custo;

operação (e processo) :::: – este nível está diretamente ligado com a tecnologia e o detalhamen-to de como a construção é realizada. Está focado no trabalho de campo;

metas:::: – o nível das metas é relacionado com a identificação e a designação de cada etapa do trabalho com as unidades de campo e suas equipes.

A figura 4 apresenta a divisão hierárquica relativa à construção, além da descrição de cada nível no gerenciamento.

Figura 4 – Níveis de gerenciamento da construção

(HA

LPIN

; WO

OD

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D 1

998)

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17|Introdução aos sistemas construtivos

Emprego na construção é o maior dos últimos 13 trimestresO ritmo de contratações da construção civil brasileira segue em alta neste ano. O setor encerrou

o primeiro semestre de 2007 com saldo de 111 138 novos empregos formais, o que corresponde a uma elevação de 7,16%, no ano, segundo pesquisa do Sinduscon–SP e da FGV Projetos, com dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Com isso, o contingente de empregados com carteira assinada do setor superou o patamar de 1 663 milhão de pessoas ao final de junho.

“É o maior número dos últimos 13 trimestres”, comenta o presidente do Sinduscon–SP, João Claudio Robusti. Segundo ele, o crescimento do emprego continua acentuado nos segmentos de preparação de terrenos e de edificações. “Na infra-estrutura e na habitação popular, seguimos aguardando o início das contratações de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que deverão manter o crescimento do emprego na construção civil.”

Em junho, as construtoras do país absorveram mais 21 mil trabalhadores, uma elevação de 1,28% em relação a maio. Em 12 meses, houve um incremento de 8,05% no saldo de contratações, o que significa a inclusão de 124 mil empregados no setor.

Estado de São Paulo – Com um saldo positivo de 6 036 vagas, o nível de emprego da construção civil no Estado de São Paulo elevou-se em 1,31%, de maio para junho. O resultado colaborou para que o estoque de trabalhadores no estado chegasse a 467 mil. Até junho, o setor registrou aumento anual de 8,91 % no nível de emprego. Em 12 meses, a elevação atingiu 12,3% (51 140 empregos).

O aumento no nível de emprego nos canteiros de obra paulistas só não aconteceu na região de Presidente Prudente, onde o saldo de empregados no mês de junho baixou 0,78%. Em compensação, na região de Bauru os canteiros abriram 1 032 vagas no mês, uma alta significativa de 6,49% sobre maio. Com isso, a região registrou o melhor desempenho percentual do estado no acumulado do primeiro semestre do ano, em elevação de 15%. Vale destacar também o resultado mensal de Campinas, onde 582 trabalhadores foram admitidos em junho (mais 1,06%).

Na Capital – O nível de emprego da construção civil na cidade de São Paulo fechou o primei-ro semestre de 2007 em forte alta acumulada de 11,56% (22 556 postos), após a abertura de mais 3 884 vagas em junho (mais 1,82%). Os trabalhadores formais do setor na capital totalizavam 218 mil naquele mês. Em 12 meses, aumentou em 17% mais empregos no setor na cidade.

Regiões do Brasil – Todas as regiões apresentaram elevação no nível de emprego na constru-ção civil em junho. No mês, o destaque para o Norte, que obteve alta de 5,42% (+ 4 169 trabalhado-res). A menor evolução aconteceu no Nordeste, onde o saldo foi de 0,36% no mês (+1 028 vagas). Na região Sudeste, o crescimento foi de 1,17%, ou 10 924 vagas a mais.

Texto complementar

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18 | Sistemas Construtivos nos Empreendimentos Imobiliários

Para Sinduscon–SP, “boom” imobiliário ainda está por virEmbora a construção civil esteja hoje em plena expansão, ainda não se pode dizer que o mer-

cado vive um “boom” imobiliário, já que os créditos gerados por ele correspondem a apenas 2% do PIB. A afirmação foi feita por João Claudio Robusti, presidente do Sinduscon–SP, na abertura do 9.º Seminário Tecnologia de Estruturas – Projeto e Produção com Foco na Racionalização e Qualidade, que o Comitê de Tecnologia e Qualidade (CTQ) do Sinduscon–SP promoveu nos dias 15 e 16 de agosto, em São Paulo. Segundo Robusti, “não estamos nem próximos de um “boom”. Temos muito a avançar. Para se ter uma idéia, no Chile, o financiamento de imóveis corresponde a 17% do PIB; no México, 11%; na Espanha chega a 50% e, nos Estados Unidos, a 69% do PIB”, justificou.

O presidente do Sinduscon–SP destacou que, nos anos anteriores, o cenário chegou a ser o pior possível. “Estávamos no fundo do poço.” Agora, entretanto, os empresários sentem melhoras e estão encarando com otimismo o futuro próximo. “Na última Sondagem Nacional da Construção, o indicador de perspectivas futuras foi de quase 60, algo que há muito tempo não víamos”, apontou. Como reflexo disso, Robusti citou o forte crescimento do nível de emprego no setor no primeiro semestre: subiu mais de 7% no ano.

Em sua opinião, o momento também não deixa espaço para aumentos de preços. “Temos de trabalhar a produtividade da mão-de-obra e ampliar a produção de insumos, para que o aumento da atividade da cadeia não justifique a elevação de preços dos materiais”, disse. Para ele, os forne-cedores já percebem essa necessidade. “Uma grande cimenteira anunciou que tem R$ 1 bilhão para ampliar a produção e manter os preços”, lembrou.

(Sinduscon – SP – Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo.

Disponível em: <http://www.sindusconsp.com.br/> )

Atividades1. Entende-se por gerenciamento o controle do planejamento dos recursos que serão empregados

em determinada obra. Esse planejamento deve ser elaborado com base nas tarefas que compõe o processo construtivo, nos prazos estipulados para cada uma delas, assim como no custo. Com base no exposto acima, quais as características básicas da atividade de gerenciar um empreendimento?

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19|Introdução aos sistemas construtivos

2. Com relação às características de gerenciamento, pode-se afirmar que:

I. O ciclo de vida de um empreendimento é composto basicamente por três fases que, quando analisadas de maneira conjunta, o caracterizam do início até o término de suas atividades.

II. O nível de tecnologia caracteriza os empreendimentos com base na tecnologia aplicada para a execução dos serviços.

III. A natureza de um empreendimento diz respeito à quantidade de força humana, máquinas, equipamentos, materiais e dinheiros empregados na construção do mesmo.

Com base no exposto acima, assinale a única alternativa correta:

a) As afirmativas I, II e III são verdadeiras.

b) As afirmativas II e III são verdadeiras.

c) Apenas a alternativa II é verdadeira.

d) Apenas a alternativa III é verdadeira.

3. Como em qualquer tipo de indústria, a construção possui uma hierarquia necessária para as tomadas de decisão. Se cada uma destas hierarquias está alocada em um nível de gerenciamento, assinale a alternativa correta:

a) O nível organizacional está relacionado com a estrutura legal e de negócios de uma empresa e é responsável por definir única e exclusivamente a relação entre os departamentos de gerência da empresa.

b) O nível de projetos está relacionado com a análise de viabilidade da obra e composição do preço.

c) O nível de operação está diretamente ligado com a operação de projeto, desde o início até o projeto final.

d) O nível das metas é relacionado com a identificação e a designação de cada etapa do trabalho com as unidades de campo e suas equipes.

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20 | Sistemas Construtivos nos Empreendimentos Imobiliários

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Gabarito

Introdução aos sistemas construtivos

1. Ciclo de vida, natureza, porte, localização geográfica, nível de tecnologia, dificuldades de implantação e grau de especialização do empreiteiro.

2. c

3. d

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