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Sistemas de Controle de Alimentos Sezifredo Paulo Alves Paz 08 de agosto de 2006

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Sistemas de Controle de Alimentos

Sezifredo Paulo Alves Paz08 de agosto de 2006

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Riscos

Em 1986, Ulrich Beck publicou A Sociedade de Risco, e, desde então, assistimos uma discussão sobre o risco e seus vínculos com a sociedade moderna.

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A percepção dos consumidores ?

Influência de episódios de impacto em países desenvolvidos:

•Vaca louca•Dioxina•Bactérias resistentes•Surtos

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Riscos

•Qual a percepção dos consumidores ?•Qual a atitude das empresas ?•Qual a resposta dos governos?

Quais são os riscos dos alimentos ?

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A percepção dos consumidores ?

Pesquisa Instituto Ipsos, realizada em 33 países:

o consumidor, em sua maioria, não confia na

qualidade e na segurança dos alimentos.

Brasil, 61% da população acredita

que sua alimentação é menos segura que há dez anos.

Apesar de ser o índice mais baixo na América Latina tal indicador torna mais urgente a questão da

segurança alimentar no País.

Isto É setembro de 2001

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A percepção dos consumidores ?

Estar seguro = Risco Real

Sentir-se seguro = Risco Percebido

• Importância da comunicação do risco

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A resposta dos governos

Canadá

CANADA: CRIAÇÃO DA AGÊNCIA CANADENSE DE INSPEÇÃO DE ALIMENTOS – 1997•Unificação institucional•Base científica•Racionalização de recursos•Propostas inovadoras – MPIP•Sistemas de alerta

Enfoque de eficiência-efetividade e unificação

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A resposta dos governos

Estados Unidos

EUA: SEGURANÇA DOS ALIMENTOS DO CAMPO À MESA - 1997.

•Integração de seis agências – FDA, EPA, FSIS, APHIS, CDC USDHS.•Recursos financeiros•Sistemas de alerta de doenças•Envolvimento da sociedade•Educação•Envolvimento dos níveis locais

2004: Plano de ação para minimizar DVA’s.

Enfoque de efetividade, sound science e resposta à sociedade

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A resposta dos governos

União EuropéiaRedirecionamento do controle de alimentos

• Regulamento (CE) n° 178/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 28 de janeiro de 2002, que determina os princípios e normas gerais da legislação alimentar, cria a Autoridade Européia para a Segurança dos Alimentos e estabelece procedimentos em matéria de segurança dos gêneros alimentícios

• Enfoque precautório e resgate de credibilidade

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A resposta dos governos

União EuropéiaLivro Verde 1997

Livro Branco 2002

• Criação da Autoridade Européia de Segurança Alimentar

Princípios Básicos:

• Legislação genérica e comunitária

• Informação ao consumidor

• Ciência e Princípio da Precaução

• Análise de riscos

• Rastreabilidade

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A resposta dos governos

União EuropéiaA Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA

- European Food Safety Authority), é uma Instituição que foi criada para assegurar a nível comunitário, um elevado nível

de proteção de saúde e de vida para os consumidores, tendo em conta a saúde e o bem-estar animal, a

fitossanidade e a proteção do ambiente, no âmbito do funcionamento do mercado interno.

E.F.S.A. online: http://www.efsa.eu.int

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28 agências ou órgãos nacionais de segurança alimentar

• Alemanha - Bundesamt für Rsikobewertunghttp://www.bvl.bund.de

• Áustria - Österreichische Agentur für Gesundheit und Ernährungssicherheit GmbHhttp://www.ages.at

• Bélgica - FAVV/AFSCAhttp://www.favv-afsca.fgov.be

• Espanha - Agencia Española de Seguridad Alimentariahttp://www.msc.es

• Reino Unido - Food Standards Agencywww.food.gov.uk

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A atitude das empresas ?

Aumento da influência nos fóruns de regulamentação

Responsabilidade social

Mundialmente, o lançamento, em 1º de setembro de 2005, da ISO 22000 – Sistema de gestão da segurança de alimentos - Requisitos para qualquer organização da cadeia produtiva de alimentos e tem a intenção de harmonizar as normas internacionais que tratam da segurança de alimentos

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•Mercosul e depois a globalização exigiu que os órgãos governamentais se “adaptassem” à nova realidade.

•Criação da ANVISA

•MAPA – “verniz regulatório”

•INMETRO – Política de qualidade e “olhar” para o consumidor

•Imprensa interessada

•Associações de consumidores muito ativas a partir dos anos 90.

•DPDC, Procons e MP

•ABIA – forte na defesa dos seus interesses junto ao governo.

Mas,

E no Brasil ?

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• União, estados e municípios desarticulados

• Paralelismo

• Antagonismo

• Duplicidade

• Não envolvimento da sociedade

• Falta de transparência

• Baixa eficiência e efetividade

Não houve um processo de discussão sobre a estruturação do controle de

alimentos

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• Priorizou a estruturação da própria Agência

• Profissionalização e recursos financeiros

• Não teve o foco estratégico na estruturação do SNVS

• Não teve foco na vigilância das doenças por alimentos

• Desregulamentou parcialmente o registro de alimentos

• Alguns programas de pós-mercado : PARA, PNQSA

• Regulamentos de pós-mercado

• Não enfrentou a hegemonia do MAPA em alguns temas importantes: Drogas Veterinárias, Transgênicos, etc.

• Despertar um tanto tardio da importância da informação e participação do consumidor

Criação da ANVISA

Sem discussão

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• Prioridade para a exportação

• Sem transparência

• Não teve o foco estratégico na estruturação da inspeção

• Não teve foco na vigilância das doenças por alimentos

• Poucos regulamentos de pós-mercado

• Manteve a hegemonia em alguns temas importantes de segurança alimentar Drogas Veterinárias, Transgênicos, etc.

• Deu pouca importância à informação e participação do consumidor

• Estados e municípios não estruturados

• SUASA e SISBI

MAPA

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Em suma, no Brasil ...

O estado tem papel central no estabelecimento dos padrões de segurança e no controle de alimentos, mas a estrutura governamental é altamente

ineficiente.

Isso gera fragmentação das políticas,

desintegração e conflito de interesses nas ações locais e federais.

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Sistemas de controle de alimentos

• Seminário IDEC/ABIA – 1997• Barry Smith – Consultor FAO

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• Controle de pré-mercado: países menos desenvolvidos (América Latina)

• Controle de pós-mercado: Canada, EUA e na maioria dos países na União Européia.

• Controle com modelos mistos: países asiáticos, EUA, EU, Canadá

Sistemas de controle de alimentos

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• Ênfase no registro de produtos, aprovação de rotulagem, alvarás, licenças

• Falta de referência epidemiológica

• Ausência de uma referência de risco

• Ausência de participação social (do consumidor)

• Sem transparência

• Pessoal técnico pouco capacitado

• Ausência de sanção uniforme ou de políticas legais estruturadas

• Recursos no controle de grandes empresas (multinacionais), alimentos para exportação com pouca atenção ou preocupação à segurança dos alimentos consumidos pela população

Controle de pré-mercado

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• Determinantes históricos• Na verdade, esse modelo provê nada mais que uma ilusão

de controle de alimentos para o consumidor. • Enquanto o consumidor pode adquirir uma falsa sensação de

garantia em virtude do nome do ministério, do número de registro no rótulo, a realidade é a de que o sistema de controle de pré-mercado tem pouco a ver com segurança de alimentos ou proteção do consumidor.

• Esses sistemas perpetuam a burocracia que não provê nenhum valor adicionado.

• Em muitas circunstâncias, os burocratas são incapazes de avaliar o risco de um produto

Controle de pré-mercado

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Controle de pós-mercado

• Pouco valor ao registro de produtos

• Responsabilidade pelo produto é da empresa

• Preocupação com o que se come internamente

• Valor elevado na inspeção nas empresas e nos produtos no mercado

• Inspeções tipo GMP (depois HACCP)

• Vigilância das doenças veiculadas por alimentos (sistemas de alerta)

• Consumidor é ouvido e informado

• Conhecimento sobre Codex Alimentarius e Acordos da OMC, GMP, HACCP.

• Mecanismos de transparência

• Articulação com níveis locais e com a sociedade

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Controle de pós-mercado

• Há uma postura ativa dos serviços no enfrentamento dos agravos e riscos dos alimentos

• Os serviços conhecem a realidade onde atuam

• Os serviços têm uma visão ampliada da sua atuação

• Os funcionários são verdadeiros inspetores

• Valoriza a ferramenta técnica e a informação

• Há um equilíbrio entre os aspectos técnicos, legais e políticos

• A sociedade é chamada a participar ativamente da gestão dos riscos

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A perspectiva ...

Repensar o controle de alimentos no Brasil

• Evitar propostas setoriais: a construção de uma nova realidade deve ser feita em conjunto

• Lembrar que o Estado nem tudo sabe e nem tudo pode

• Instituir um novo marco legal

• Pensar na participação ativa do cidadão em todo o ciclo da decisão

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As características ...

• Princípios e diretrizes sólidos

• Orientação estratégica única

• Postura integradora

• Cooperação Estado-Sociedade

• Expressão mobilizadora

• Marco legal e operacional adequados

• Base epidemiológica (científica)

• Enfoque precautório

• Transparência

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Plataforma dos Consumidores 2002

Qualidade Sanitária Implantação de um programa integrado de controle

sanitário de alimentos, do campo à mesa, envolvendo a sociedade e os órgãos governamentais federais, estaduais e municipais.

 Avaliação do impacto das novas tecnologias, como engenharia genética e a irradiação, proibindo a comercialização de produtos sem uma adequada análise de riscos, aplicando o princípio da precaução;

Estruturação de um Sistema Nacional de Investigação de Doenças Veiculadas por Alimentos.

Fórum Nacional de Entidades Civis de Defesa do Consumidor

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Plataforma dos Consumidores 2002

Qualidade Sanitária

Implementação de controle rigoroso de aditivos, drogas veterinárias, pesticidas e seus resíduos, metais pesados e micotoxinas, abrangendo, de maneira efetiva, os alimentos destinados ao consumo interno.

Ampliação da cobertura de inspeção sanitária e rastreabilidade de produtos de origem animal e vegetal, consumidos no mercado interno, atingindo todas as regiões do país.

 

Criação de sistema que permita à população acessar e/ou receber informações sobre ações de fiscalização, apreensões, interdições e proibições de produtos alimentícios.