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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO APLICADOS A CADEIA LOGÍSTICA
PARA O AUMENTO DA ASSERTIVIDADE DAS OPERAÇÕES
Bruno Alves da Cruz¹, Carlos Alvino Rodrigues¹, Charles Henrique R. Francisco Rosa¹,
Flávia Márcia Rodrigues¹, Waldirene da Silva Pereira¹,
Edson Manica², Fabíola de Carvalho Teixeira²
RESUMO
Operações logísticas estão cada vez mais em evidencia na literatura, visto que a velocidade de dados e comunicação facilitou e ampliou a oferta de serviços da cadeia de suprimentos como um todo. Desta forma, o objetivo deste artigo foi realizar uma pesquisa bibliográfica sobre Tecnologias da Informação aplicadas à cadeia logística, que contribuem para um fluxo logístico mais assertivo e otimizado. Observou-se na pesquisa que sistemas de informação estão contribuindo com a logística, obtendo-se ganhos em produtividade e redução de prazos e custos. Através do gerenciamento de fluxo de informações e da adoção de sistemas de informação aplicados a logística, pode-se atingir maior agilidade e organização. Entre as tecnologias emergentes destacam-se softwares para os mais variados fins, além do sistema de Radio Frequency Identification (RFID), tecnologia com capacidade para atender diversos seguimentos organizacionais.
Palavras-chave: Tecnologia da Informação. Sistema RFID. Cadeia Logística.
ABSTRACT Logistic operations are increasingly evident in the literature, since the speed of data and communication has facilitated and expanded supply chain services as a whole. In this way, the objective of this article was to carry out a bibliographical research on Information Technologies applied to the logistics chain, which contribute to a more assertive and optimized logistics flow. It was observed in the research that information systems are contributing to the logistics, obtaining gains in productivity and reduction of deadlines and costs. Through the management of information flow and the adoption of information systems applied to logistics, it is possible to achieve greater agility and organization. Emerging technologies include software for a wide range of purposes, in addition to the Radio Frequency Identification (RFID) system, a technology capable of handling various organizational developments. Keywords: Information Technology. RFID system. Logistics Chain.
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¹Acadêmico do Curso Superior de Tecnologia em Logística da Faculdade SENAC Goiás,
²Professor da Faculdade SENAC Goiás.
Correspondente autor: [email protected]
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1. INTRODUÇÃO
Os tempos mudaram, o mundo tornou-se mais exigente e competitivo, a
globalização trouxe consigo mudanças que afetaram direta e indiretamente diversos
setores, mudando hábitos de consumo, fazendo com que organizações invistam cada
vez mais em tecnologia e inovação em suas operações, otimizando sua performance
para que possam competir de igual para igual com seus concorrentes em um mercado
cada vez mais competitivo, que exige soluções práticas com menor tempo e custo
possível.
“De forma geral, as empresas têm reagido a estes movimentos por meio de uma série de mudanças, tanto nos aspectos gerenciais quanto operacionais.” (FLEURY et al. 2000).
O que poderia ser deixado para amanhã, deve ser executado imediatamente, o
consumidor que antes aguardava sua encomenda ser entregue em um prazo
estimado em dias ou até mesmo meses, agora pode optar por serviços ágeis e com
melhor custo benefício, em função das novas tecnologias utilizadas e sistemas cada
vez mais eficientes. Os sistemas de informação empregados a cadeia logística são
um exemplo dessa evolução.
“O tecnológico e motivador é consequência do processo de globalização e tem afetado a dinâmica social de maneira cada vez mais contínua e abrangente.” (MARCHIORI, 2002).
Para Godinho, Fernandes e Lima (2010) a logística é como uma atividade que
procura equilibrar a cadeia de suprimentos a outras atividades empresariais de
organizações distintas, mas com objetivos em comum, como diminuição de custo e
aumento da eficiência. Desta forma, soluções ligadas a sistemas de informação
podem ser uma alternativa a este desafio por eficiência nas operações.
As empresas têm se atentado para a implantação de software e Sistemas de
Gestão Empresarial - Enterprise Resource Planning (ERP), com a finalidade de
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reduzir estoques, economizar nas operações e alinhar as informações, evitando assim
prejuízos e aumentando a lucratividade.
“Ao implantar um sistema ERP, as organizações globais tem em mente, além dos benefícios pretendidos de redução de custo, um ideal de controle e ampla visibilidade do seu negócio, enfatizado pelos processos padronizados e integrados.” (PRADO e SOUZA 2014).
O fluxo da informação, que anteriormente era deixado de lado, com o avanço
da tecnologia tem-se aperfeiçoado, deixando para trás a forma arcaica, lenta,
propensa a erros e pouco confiável do papel, para o avanço de hardwares que
possuem pacotes de todos os tamanhos e várias oportunidades de orçamentos,
possibilitando até mesmo que pequenas empresas adquiram estas soluções
tecnológicas.
Por meio destes sistemas é possível eliminar diferentes relatórios
gerenciais, permitindo a coleta, armazenamento, transferência e processamento das
informações com maior rapidez, eficiência e eficácia.
Sendo assim, o objetivo deste artigo é pesquisar na literatura existente, a
importância da Tecnologia da Informação (TI) aplicada a cadeia logística, como
solução para uma interação que contribua de forma significativa, permitindo não
apenas diminuir prazos e custos, mas também exercer controle e gerenciamento das
atividades, o que é fundamental para à assertividade e o desenvolvimento da cadeia
de suprimentos como um todo.
2. MÉTODO
Para a elaboração deste artigo utilizou-se pesquisas referentes ao assunto
aqui abordado, através de revisão bibliográfica, levando em consideração trabalhos
acadêmicos e pesquisas elaboradas por diversos autores, que enfatizam a utilização
do sistema RFID como uma das mais eficazes alternativas para automatização,
rastreamento e controle de materias e monitoramento da cadeia logística com menor
margem de erro.
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Este artigo está estruturado da seguinte maneira: a introdução, que por sua
vez traz a o objetivo da pesquisa, em seguida, o método utilizado é apresentado na
seção 2, posteriormente na seção 3 é apresentado o referencial teórico, com a
formação de uma base conceitual e teórica, que fornecem subsídio para o
desenvolvimento deste trabalho. Por fim, as considerações finais trazem a análise
estruturada dos resultados encontrados na literatura, com o objetivo de contribuir
sobre o entendimento da importância do tema abordado e como este vem sendo
explorado em diversas pesquisas.
3. REFERENCIAL TEÓRICO
O avanço de ferramentas de TI aplicadas à gestão da informação, permite que
as organizações incorporem sistemas informatizados no apoio às suas atividades e
controle de seus processos. Um dos expoentes desse avanço são os sistemas de
informação empresariais, desenvolvidos para atender aos requisitos específicos das
diversas áreas e departamentos (PLATT e KLAES, 2010).
A preocupação maior das empresas que utilizam a operação logística está
voltada para a efetividade do encaminhamento dos produtos ao longo do canal
logístico estrategicamente planejado, pois, a empresa moderna, exige rapidez e
otimização do processo de movimentação dos dados, informações e materiais,
internos e externos, que se inicia desde o recebimento da matéria-prima até a entrega
do produto final ao cliente (BALLOU, 2006).
“A revolução tecnológica se reflete em todo o sistema produtivo. Diante de uma nova postura do mercado e a expressiva redução nos custos de informatização, o setor primário brasileiro mostra-se aberto à revolução da informação, da mesma maneira que há anos atrás ocorreu com o setor industrial e de serviços.” (CEOLIN et al., 2008).
Os sistemas de informação têm a importante tarefa de processar informações
de forma confiável, favorecendo assim, tomadas de decisões mais assertivas. Para
proporcionar essa facilidade, existe uma infinidade de modelos de sistemas, cada qual
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com sua função específica para adequar as necessidades da organização (BATISTA,
2012).
A informação pode ter um alcance amplo ou estreito e seu foco pode ser
interno ou externo, ela pode revelar o desempenho de um determinado processo de
acordo com e mensuração das atividades concluídas, dos progressos realizados ou
dos recursos acumulados.
Seus dados devem ser sempre atuais, coerentes e precisos para a validação e
qualificação da informação, sendo estruturados de forma detalhada e organizada,
dependendo da necessidade da organização, a informação pode ser apresentada de
forma narrativa, numérica, gráfica ou através de documentos dentre outros métodos
(JÚNIOR, 2007).
De acordo com Laudon e Laudon (2007) dentre os sistemas de informação
empresariais existentes, pode-se destacar:
Sistema de Informação Vendas e Marketing: Sistemas que da suporte ao
departamento, organizando pedidos, monitorando tendências de novos produtos,
oportunidades de vendas, captação de novos clientes, monitoramento da
concorrência, pesquisa de mercado entre outros.
Sistema de Informação de Manufatura e Produção: Responsável pela produção
de bens e serviços de uma organização, planejamento, manutenção,
programação de equipamentos, produtos acabados etc.
Sistemas de Informação e Recursos Humanos: Responsável pela busca de
talentos, seleção, elaboração de programas de incentivo e desenvolvimento de
pessoal, monitoramento de cargos e outros.
Sistema de Informação Financeira e Contábil: Utilizado para traçar metas,
supervisionar e controlar recursos financeiros, investimentos e monitoramento da
contabilidade da empresa, dentre outros.
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Dentre estes principais sistemas, a integração entre eles ainda é um desafio as
organizações. Para isto, surgem aplicativos integrados, com a função de reunir as
informações fragmentadas de diversos departamentos em um único banco de dados.
“Os aplicativos integrados, sistemas que abrangem todas as áreas funcionais, executam processos de negócios que atravessam toda a empresa, e incluem todos os níveis de gerência.” (LAUDON e LAUDON, 2007).
Contudo, um dos sistemas de maior relevância é o sistema de gerenciamento
da cadeia de suprimentos, Supply Chain Management (SCM), que auxilia a
administração da relação entre empresa e fornecedores de forma estratégica.
Com o SCM, empresas logísticas compartilham informações sobre estoque,
seu monitoramento e disponibilidade, demanda de produtos, serviços, acompanham o
andamento dos pedidos, possibilitando a redução dos custos de transporte,
promovendo maior agilidade, eficácia e satisfação do cliente final.
“A ideia de cadeia de suprimentos está relacionada com os aspectos estratégicos da empresa, uma vez que envolve variáveis estratégicas como mercado, receitas, custos e lucros.” (MOORI e ZILBER, 2003).
Para que tais sistemas funcionem é necessário que a organização conte com
mão de obra especializada para a manutenção de equipamentos (hardwares) e
programas (softwares), normalmente, os profissionais de TI da empresa, além de
manter seus sistemas atualizados, com as novas funcionalidades ofertadas pelos
desenvolvedores.
3.1 Tecnologias comerciais
Maçada et al. (2007) citam algumas principais tecnologias comerciais
empregadas a cadeia logística, tais como:
Warehouse Management System (WMS): Sistema para gestão de armazéns,
que controla a movimentação do estoque, gerencia e maximiza espaço e
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pessoal é um dos mais utilizados pelas empresas por ser um sistema de
aplicativos que integra todas as informações em uma central de dados e pode
ser personalizado conforme a necessidade da empresa.
Sistemas de Rastreamento: O rastreamento de frotas é um sistema ligado a
satélites e celulares, para monitorar e acompanhar a localização de cargas e
veículos.
Sistema Integrado de Gestão (SIG): Sistema que integra os processos
operacionais unificando as informações da empresa.
Código de Barras: Sistema de representação gráfica em etiquetas
padronizadas que contém as informações do produto. Embora seja o sistema
mais utilizado no mundo, apresenta problemas como, dificuldade ou erro de
leitura, falha no alinhamento com o leitor, registros incorretos, dificuldade de
leitura por falha na tinta ou rasura entre outros.
Identificação por Radiofrequência - Radio Frequency Identification (RFID): O
sistema utiliza etiquetas inteligentes que operam em frequência de rádio que
podem ser reprogramadas, portanto, podem ser reutilizadas várias vezes. A
transmissão de dados sem fio e o funcionamento em ambientes de condições
variadas com baixíssima margem de erro e manutenção, as fazem superiores e
forte concorrentes em assumir o lugar do sistema de etiquetas de código de
barras.
“O RFID, identificação via radiofrequência utiliza sinais de rádio de baixa potência para transmitir dados entre os chips e as leitoras e codificadoras que podem reconhecer e processar simultaneamente centenas de tags dentro de seu campo de alcance de leitura.” (COSTA et al. 2012).
Desta forma, com alto potencial de assumir o mercado como principal sistema
de informação aplicado a cadeia logística, o RFID tem ganhado espaço e destaque
em feiras e evento científicos no Brasil.
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3.2 Surgimento do RFID
O conceito básico de funcionamento do RFID originou-se durante a segunda
guerra mundial, quando radares eram utilizados para identificar aviões. A dificuldade
estava em distinguir ao aproximar-se um avião, se o mesmo fazia parte da esquadra
inimiga ou não. Mais tarde, descobriram que ao entrar em rota de aproximação, se o
piloto fizesse um movimento de giro, o sinal de retorno era alterado, podendo assim
ser facilmente identificado.
Após essa descoberta, ingleses comandados pelo inventor do radar, Sr. Robert
Alexander Watson-Watt, criaram um dispositivo de identificação ao qual deram o
nome de Identify Friend or Foe (identifique amigo ou inimigo).
Esse dispositivo era colocado nos aviões, e emitia um sinal diferente aos
radares através de um transmissor, as estações de radar em solo emitiam um
segundo sinal como resposta identificando o avião.
“A história do RFID tem associada a suas origens ao radar, que foi tão necessário durante a segunda guerra mundial. Devido às intensas pesquisas houve o aperfeiçoamento do radar, o qual criou condições para surgimento do RFID. Que possibilitou, por meio da emissão de onda de rádio, detectar e localizar um objeto”. (TABOADA e GRANEMANN, 2009).
Ainda de acordo com Taboada e Granemann (2009), após a Segunda Guerra
foram intensificadas as pesquisas para uso da radiofrequência para localizar e
rastrear produtos. O resultado destas pesquisas possibilitou o desenvolvimento do
Eletronic Product Code (EPC) pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) na
década de 80, que após aperfeiçoamento tornou-se o sistema RFID.
O princípio de funcionamento do RFID é o mesmo utilizado pelos alemães
durante a guerra, o sinal é enviado para um transponder (aparelho emissor/receptor)
que ao receber o sinal, o reenvia, como ilustrado na Figura 1.
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Figura 1: Ilustração do funcionamento do sistema RFID
Fonte: HADDAD et al. (2015)
O dimensionamento e a aplicação do sistema RFID deve ser ajustado a
característica do local de uso, visto que o alcance de leitura varia conforme a
frequência do identificador, conforme mostrado pela Tabela 1. Através do correto
dimensionamento, pode-se explorar de maneira correta o sistema, reduzindo
possíveis problemas operacionais, pois apesar de simples operação, toda nova
tecnologia implantada, necessita de certo tempo para ser absorvida pela equipe
operacional e de fato estar 100% operante.
Tabela 1. Características dos identificadores RFID
Fonte: Duchovni (2006)
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“A utilização da tecnologia de RFID está em fase de padronização e a codificação será muito importante no futuro, quando um único código de referência proverá uma vasta quantidade de dados relativos à característica do material, sua composição, configuração, fabricação, instruções de manuseio, periculosidade, tempo de vida, garantia, dados de manutenção e substituição de componentes, dentre outros, frente às mais variadas formas de aplicação” (MARQUES et al. 2009).
Souza et al. (2009) explicam que as informações dos produtos são gravadas
em etiquetas ultrafinas com microchips e anexadas em caixas, containers, pallets,
veículos etc. Essas informações são lidas por meios de sensores e antenas.
A emissão de um sinal pelo leitor através de radiofrequência localiza a tag
(etiqueta) que estando em área de cobertura do leitor, reenvia um sinal, com todas as
informações do produto, que é repassada para um sistema com software específico
que reconhece as informações em tempo real.
Estes sensores são instalados em docas de recebimento, armazenamento,
pontos de controle e centro de fabricação, seres vivos etc, possibilitando a gestão de
fluxo de informações eletrônicas e sistemas gerenciais atualizando informações ao
longo da cadeia de suprimentos otimizando processos, promovendo benefícios
estratégicos e operacionais.
3.3 Benefícios da aplicação do sistema RFID
Silva et al. (2014) em suas pesquisas, destaca as seguintes vantagens e
desvantagens da utilização do RFID.
Vantagens:
Leitura: Feita a distância em diversificadas condições como, invisibilidades das
informações provocadas por sujeira, tinta e outros.
Leitura simultânea: Feita de forma rápida e precisa nas informações.
Reutilização e durabilidade: As tags podem ser regravadas e reutilizadas várias
vezes com uma vida útil de mais ou menos 10 anos.
Redução de erros: Elimina os erros leitura de dados.
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Desvantagens:
Custo: O custo ainda é alto em relação ao código de barras.
Bloqueio de sinais: Algumas matérias prejudicam o desempenho das tags,
como alguns metais e líquidos.
Falta de padronização: A falta de padrão facilita a invasão de privacidade e
leitura de forma uniforme dos produtos.
“A utilização do RFID na cadeia logística possui diferentes objetivos e funcionalidades para as empresas, mas o mesmo intuito de oferecer suporte ao sistema de informação. Encontram-se aplicações de RFID para controle de estocagem, identificação de cargas e contêineres, monitoramento e rastreabilidade no transporte, transferências de dados entre os participantes do processo logístico, entre outros” (Nassar e Vieira, 2014).
Uma das atividades chave da cadeia logística é o transporte, realizado em
grande maioria por caminhões. Dependendo da empresa esse transporte pode ser
feito de maneira direta, ou seja, este sai carregado e só para quando chegar ao
destino, esse modo de operação diminui alguns problemas como, extravio de
mercadorias, perda de produtos por manuseio inadequado entre outros ou indireta em
que paradas são necessárias para novos carregamentos ou entrega de produto em
destinos distintos.
Este modo operacional, normalmente feito de maneira manual, necessita de um
cuidado maior, pois aumenta a margem de erro e consequentemente perda de
rentabilidade, prazo e qualidade no serviço prestado.
Nassar e Vieira (2014) relatam em sua pesquisa alguns problemas comuns
relacionados a transporte, como:
Monitoramento: Se feito manualmente, pode acarretar em dados divergentes,
transmitindo uma informação errada dos acontecimentos.
Demora na comunicação com a empresa: Sem a devida comunicação, ocorrem
transtornos e o risco de fazer a entrega para o cliente errado, provocando
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remanejo de mercadoria, atraso na entrega e consequentemente aumento dos
custos.
Atraso do caminhão: Situações que não podem ser previstas como problema
com caminhão, trânsito, condições climáticas, situações que possam dificultar a
comunicação com a empresa, fazendo com que a frota fique parada a espera
da carga que está a caminho.
“As aplicações mais comuns da tecnologia RFID existentes no mercado muitas. Algumas que podem ser citadas são: controle de estoque, auditoria de vendas, rastreamento (de pacientes em um hospital, animais, cargas, pessoas, bagagens, Containers e Pallets, entre outros), gerenciamento de frotas, controle de notebooks, laptops, peças de computador, segurança em aeroportos, rastreio de bagagens, malas, automação de pedágios (sistema “Sem Parar”, por exemplo, nas rodovias do Estado de São Paulo) ou estacionamentos, controle de acesso integrado sem fio, automação de Bibliotecas, e muitos outros” (NARCISO, 2008).
As aplicações do sistema RFID aplicados a área de SCM são inúmera, visto que
erros podem ocorrer na cadeia logística, desta forma, são necessárias medidas de
controle e redução da margem de erro. Os erros que podem ocorrer no processo
logístico são diversos, Nassar e Vieira (2014) revelam ainda, que, para um processo
logístico obter excelência deve conter seis características distintas:
Disponibilidade: As informações das ações logísticas devem estar disponíveis
para os envolvidos no processo.
Rigor: Exatidão nas informações tanto para a empresa quanto para o cliente.
Oportuno: Informações devem ser repassadas no momento exato do
acontecimento para tomadas de decisão mais adequadas.
Exceção: Sistema que possa enfatizar tantos problemas como oportunidades.
Flexibilidade: Um sistema capaz de suprir necessidades variadas do grupo
envolvido no processo, integrando dados coletados e empresa simultaneamente.
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Formato apropriado: O sistema além de eficaz seja de fácil manuseio e
entendimento pelas partes envolvidas no processo facilitando a comunicação e
elaboração das ações proporcionando agilidade, qualidade e o nível de serviços
prestados.
É exatamente em busca pela otimização e excelência que a cadeia logística
vem investindo em tecnologia, principalmente em otimização de estoque e transporte.
A implantação do RFID é uma alternativa concreta e inovadora passível de ser
utilizada por todo o fluxo de suprimentos, contribuindo pela busca constante por
melhores resultados e assertividade do todo.
A tecnologia RFID encontra-se em pleno desenvolvimento, onde novas
configurações e modelos de aplicação estão sendo testados, desta forma, em breve
esta solução para a área de logística estará disponível a um custo melhor custo
benefício, para que mais empresas possam aumentar a assertividade de suas
operações, reduzindo custos e elevando a qualidade da prestação de serviços,
atribuindo maior valor a atividade logística.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este artigo teve como finalidade discutir a aplicação de novas tecnologias
empregadas a cadeia logística para redução de custo e melhoria dos processos,
contribuindo com as necessidades do mercado atual, que exige cada vez mais
agilidade e formas de agregar valor aos produtos e serviços, com controle dos custos.
O cliente é a prioridade, todas as decisões tomadas buscam uma interação
entre redução de custo e prazo, não somente como meio de aumentar o lucro, mas
principalmente para atender da melhor maneira possível o responsável por toda a
operação logística.
Processos frágeis e pouco eficientes, feitos à base de anotações em
cadernetas, prazos a perder de vista, produtos em más condições, armazenagem
incorreta, estoques abarrotados, e uma rede de distribuição deficiente não
sobreviverão aos novos parâmetros da cadeia de suprimentos.
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O setor busca por inovações tecnológicas que venham a atender a uma
demanda crescente em todas as suas atividades, desde a manufatura ao cliente final.
Tudo deve estar atrelado a qualidade, satisfação do mercado consumidor a questões
internas como redução e controle de gastos.
As novas tecnologias trazem grande impacto a busca por excelência, pois
através delas, diminui-se prazos, ganha-se agilidade, aumenta a capacidade
competitiva, além de atingir o fato principal, que é rápido atendimento ao cliente final
com o melhor custo benefício possível.
Neste cenário de constantes mudanças existe uma tendência de que os
recursos tecnológicos que possibilitam soluções mais assertivas e inovadoras, com
capacidade de serem atualizados e renovados ganhem destaque e permaneçam
expandindo.
Se tratando de inovação, o sistema RFID destaca-se em funcionamento e
praticidade, apesar de ser uma tecnologia relativamente antiga, em função de seu
aprimoramento tecnológico, grandes companhias apostam neste sistema para atender
suas demandas diversas.
Diante do cenário logístico atual, pode-se afirmar que a Tecnologia da
Informação, que antes era vista apenas como um suporte administrativo, ocupa hoje
uma posição de destaque e estratégico dentro da organização, proporcionando
vantagem competitiva, alicerçando as operações de negócio existentes e viabilizando
novas estratégias desde que esteja interligada e alinhadas a estrutura organizacional.
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