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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS Programa de Pós-graduação em Engenharia Agrícola SISTEMAS DE SEMEADURA E MANEJO DO SOLO NO DESENVOLVIMENTO DA CULTURA DA SOJA ANTONIO TASSIO SANTANA ORMOND RONDONÓPOLISMT 2013

SISTEMAS DE SEMEADURA E MANEJO DO SOLO NO … · esperado incremento da demanda mundial de soja, cujo crescimento médio, nos últimos 40 anos, tem sido da ordem de cinco milhões

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS

Programa de Pós-graduação em Engenharia Agrícola

SISTEMAS DE SEMEADURA E MANEJO DO SOLO NO

DESENVOLVIMENTO DA CULTURA DA SOJA

ANTONIO TASSIO SANTANA ORMOND

RONDONÓPOLIS–MT

2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS

Programa de Pós-graduação em Engenharia Agrícola

SISTEMAS DE SEMEADURA E MANEJO DO SOLO NO

DESENVOLVIMENTO DA CULTURA DA SOJA

ANTONIO TASSIO SANTANA ORMOND

Engenheiro Agrícola e Ambiental

Orientadora: Profa Dra. ANALY CASTILHO POLIZEL

Co-Orientador: Prof Dr. RENILDO LUIZ MION

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Engenharia Agrícola do

Instituto de Ciências Agrárias e Tecnológicas

da Universidade Federal de Mato Grosso, para

obtenção do título de Mestre.

RONDONÓPOLIS–MT

2013

2

3

4

DEDICO

A Deus, pelas oportunidades que tem me proporcionado.

Aos meus pais Laudelino Coelho Ormonde e

Silvandete Ferreira de Santana Ormonde.

As minhas irmãs Lyvia Suellen, Isis Karine.

Aos meus tios, primos e amigos.

Pelo incentivo e apoio, dedicação, confiança, paciência

e acima de tudo pelo amor que vocês me deram em todos os momentos,

a quem devo tudo que sou hoje.

Obrigado, Amo vocês.

5

AGRADECIMENTOS

A Profa. Dra. Analy Castilho Polizel, pela valiosa orientação, autêntica

demonstração de profissionalismo, amizade, confiança, companheirismo e pela

enorme paciência na minha orientação.

Ao Prof. Dr. Renildo Luiz Mion, pela total disposição em todos os momentos

precisados, pela amizade, confiança e companheirismo.

A Profa

Dra. Edna Maria Bonfim da Silva, ao Prof. Dr. Geovane Lima Guimarães e

ao Prof. Dr. Osvaldo Guedes Filho pelos ensinamentos, atenção e pela imensa

participação na defesa e qualificação desse projeto.

Ao Prof. Dr. Tonny José Araújo da Silva, pelo desafio encarado frente à

coordenação de curso, amizade, confiança e companheirismo.

A todos os professores pela amizade, dedicação e contribuição a minha formação

acadêmica.

Aos meus companheiros de projeto Patrícia Menezes, Maurício Apolônio, Andréia

Queiroz, Caroline Alves, Marcos Botelho e Luiz Fernando pela amizade, ajuda e

empenho em dedicados ao projeto.

Aos que me ajudaram diretamente no andamento do experimento José Roberto

Oliveira, Vinicius Melo, Crystian Roberto, Bruna Kroth, Carolina dos Santos, Maria

Débora Loyola, Gislane Frigo, Samara Lorâine, Marcel Job e Kassio Carvalho pela

atenção, auxílio prestado e amizade.

Aos amigos, Jeremias Caetano, Cristina Rezende, Natacha Brun, Renato Bassini,

Marcio Venzon, João Angelo, Jaqueline Oliveira, Julio Fornazier, Ellen Anicésio,

Wilson Kanashiro, Janaína Gonçalves, Julyane Fontenelli, Christiane Bosa,

Elizabeth Kazama pela companhia e amizade.

Aos técnicos do laboratório Elias França e Aguinaldo Freire pela ajuda prestada.

A APROSOJA (Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato

Grosso) pela concessão da bolsa de mestrado.

A Universidade Federal de Mato Grosso, campus de Rondonópolis, pela

oportunidade concedida para realização deste curso.

Enfim, agradeço a todos me ajudaram a ser hoje uma pessoa melhor em todos os

aspectos e aqueles que neste momento imerecidamente não foram lembrados, porém

jamais esquecidos.

Deus os abençõe

6

SISTEMAS DE SEMEADURA E MANEJO DO SOLO NO

DESENVOLVIMENTO DA CULTURA DA SOJA

Resumo: A manipulação no espaçamento entre as linhas e a densidade de

plantas tem como finalidade estabelecer o arranjo mais adequado à

obtenção de maior produtividade e adaptação à colheita mecanizada. O

presente estudo teve como objetivo avaliar os caracteres agronômicos e o

desempenho operacional de máquinas agrícolas nos diferentes sistemas de

manejo do solo e semeadura da soja. O trabalho foi conduzido em campo,

no solo classificado como LATOSSOLO Vermelho. Utilizou-se três sistemas

de manejo do solo (preparo convencional, reduzido e plantio direto) e três

sistemas de semeadura para a soja (semeadura convencional, semeadura

cruzada e semeadura adensada). Os parâmetros avaliados foram:

severidade e número de pústulas cm-2 da ferrugem asiática; número de dias

para a maturidade; altura da planta na floração, maturação e inserção da

primeira vagem; população de plantas; produtividade de grãos; peso de 100

grãos; índice de clorofila; densidade estomática e do solo; demanda

energética dos maquinários agrícolas. Após as análises estatísticas,

verificou-se que: a altura de plantas na floração, população de plantas e

produtividade de grãos obtiveram os maiores desempenhos utilizando

preparo de solo reduzido com sistema adensado de semeadura. Para as

variáveis: alturas de inserção da primeira vagem, densidade estomática e

número de pústulas cm-2, os resultados satisfatórios foram observados com

a interação preparo reduzido do solo x semeadura cruzada. Já para a

severidade da ferrugem asiática e altura de plantas na maturação, a

interação plantio direto x semeadura adensada apresentaram os melhores

resultados. O sistema plantio direto obteve menor demanda de energia e

menor consumo de combustível.

Palavras-chave: Glycine max, caracteres agronômicos, demanda

energética.

7

SOWING SYSTEMS AND SOIL MANAGEMENT IN THE DEVELOPMENT

OF SOYBEAN CROP

ABSTRACT- The manipulation the line spacing and plant density, aims to

establish the most adequate arrangement to obtain greater productivity and

adaptation to mechanized harvest. The present study aimed to evaluate the

agronomic characteristics, and the operational performance of agricultural

machines in the different systems soil tillage systems and soybean sowing.

The experiment was conducted in field conditions in OXISOL. It was used

three systems soil tillage (conventional tillage, reduced and no-tillage) and

three sowing systems for soybean (conventional sowing, cross-sowing and

dense sowing). The parameters evaluated were: Severity and number of

pustules cm-2 of Asian rust, number of days to maturity, plant height at

flowering maturation and insertion of first pod; plant population, grain yield;

weight of 100 grains; chlorophyll index, stomatal density and bulk density;

energetic demand of agricultural machinery. After the statistical analysis it

was verified that the variables: plant height at flowering, plant population and

grain yield obtained the highest performance using reduced tillage with dense

sowing system. For variables insertion heights of first pod, stomatal density

and number of pustule cm-2 the satisfactory results were observed with the

interaction of reduced tillage of soil x cross sowing. For the severity of Asian

rust and plant height at maturity interaction tillage x dense sowing showed

the best results. The no-tillage system obtained the lowest energy demand

and lower fuel consumption.

Keyword: Glycine max, agronomic characters, energetic demand.

8

LISTA DE FIGURAS

Páginas

Figura 1 Umidade relativa média no período de outubro de 2012 a

abril de 2013. (Fonte: INMET, 2013)......................................

30

Figura 2 Precipitação média no período de outubro de 2012 a abril

de 2013. (Fonte: INMET, 2013).............................................

30

Figura 3 Temperatura média máxima e mínima no período de

outubro de 2012 a abril de 2013. (Fonte: INMET, 2013).......

31

Figura 4 Trator agrícola Massey Ferguson, modelo MF 292 TDA

com 105 CV de potência no motor........................................

33

Figura 5 Grade intermediária da marca Piccin, modelo 16 x 28”..........................................................................................

33

Figura 6 Grade leve da marca Krohn, modelo 32 x

22”..........................................................................................

34

Figura 7 Subsolador da marca Krohn, modelo 5 x 5, hastes

parabólicas com ponteiras de 8 cm de largura......................

34

Figura 8 Semeadora-adubadora de precisão, marca Massey

Ferguson, modelo MF 407, de arrasto, com sete unidades

de semeadura espaçadas de 0,45 m....................................

35

Figura 9 Porômetro utilizado para medição da condutância

estomática..............................................................................

38

Figura 10 Número de dias para maturação, em função dos sistemas

de manejo do solo (A) e semeadura (B)...............................

46

9

Figura 11 Peso de 100 grãos, em função do sistemas de manejo do

solo (A) e semeadura (B).......................................................

52

Figura 12 Índice de clorofila aos 60 e aos 75 dias após a semeadura,

em função dos sistemas de manejo do solo (A) e

semeadura

(B)...........................................................................................

53

Figura 13 Densidade do solo, em função dos sistemas de manejo do

solo (A) e semeadura (B).......................................................

55

10

LISTA DE TABELAS

Páginas

Tabela 1 Análise do solo da área experimental....................................

28

Tabela 2 Características da cultivar Anta 82 RR (Fonte: Fundação

MT 2011)................................................................................ 32

Tabela 3 Áreas abaixo das curvas do progresso da doença (AACPD)

do número do pústulas da ferrugem em função dos

sistemas de manejo do solo e semeadura da soja................

42

Tabela 4 Áreas abaixo das curvas do progresso da doença (AACPD)

da severidade da ferrugem, em função dos sistemas de

manejo do solo e semeadura da soja....................................

43

Tabela 5 Altura de plantas na floração, em função dos sistemas de

manejo do solo e semeadura da soja....................................

45

Tabela 6 Altura de plantas na maturação, em função dos sistemas

de manejo do solo e semeadura da soja............................... 47

Tabela 7 Altura de inserção da primeira vagem, em função dos

sistemas de manejo do solo e semeadura da soja................

48

Tabela 8 População de plantas (plantas ha-1 x 1000), em função dos

sistemas de manejo do solo e semeadura da soja................ 49

Tabela 9 Produtividade final, em função dos sistemas de manejo do

solo e semeadura da soja................................................

50

Tabela 10 Densidade estomática, em função dos sistemas de manejo

do solo e semeadura da soja.................................................

54

11

Tabela 11 Força média requerida na barra de tração (kN), velocidade

média de deslocamento (m s-1), potência média (kW),

consumo médio de demanda de energia (kW h ha-1),

consumo médio de combustível por área ( L ha-1),

capacidade de campo efetiva (ha h-1) e demanda de

energia (kW h ha-1) para realizar os sistemas de manejo do

solo.........................................................................................

57

Tabela 12

Correlação entre os caracteres agronômicos........................

59

12

SUMÁRIO

Páginas

1 INTRODUÇÃO............................................................................... 14

2 REFERENCIAL TEÓRICO............................................................ 16

2.1 Cultura da soja.............................................................................. 16

2.1.1 Caracteres agronômicos da soja................................................... 16

2.1.2 Ferrugem asiática.......................................................................... 18

2.2 Sistemas de preparo do solo........................................................ 19

2.2.1 Preparo convencional................................................................... 20

2.2.2 Preparo reduzido........................................................................... 21

2.2.3 Plantio direto................................................................................... 22

2.3 Sistemas de semeadura............................................................... 23

2.3.1 Semeadura convencional .............................................................. 23

2.3.2 Semeadura cruzada..................................................................... 24

2.3.3 Semeadura adensada.................................................................. 25

2.4 Desempenho de máquinas............................................................ 26

3 MATERIAL E MÉTODOS.............................................................. 28

3.1 Delineamento experimental........................................................... 29

3.2 Dados climatológicos.................................................................... 29

3.3 Implantação e condução do experimento..................................... 31

3.4 Máquinas e implementos utilizados no experimento.................... 32

3.5 Parâmetros avaliados.................................................................... 35

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................... 42

4.1 Aacpd de pústulas cm-2 e severidade da ferrugem asiática........... 42

4.2 Altura de plantas na floração.......................................................... 44

13

4.3 Número de dias para maturação.................................................... 46

4.4 Altura de plantas na maturação...................................................... 47

4.5 Altura de inserção da primeira vagem............................................ 48

4.6 População de plantas.................................................................... 49

4.7 Produtividade de grãos .................................................................. 50

4.8 Peso de 100 grãos........................................................................ 52

4.9 Índice de clorofila .......................................................................... 53

4.10 Densidade estomática................................................................... 54

4.11 Densidade do solo.......................................................................... 55

4.12 Desempenho energético dos sistemas de manejo dos

solos................................................................................................

56

4.13 Correlação dos caracteres agronômicos........................................ 58

5 CONCLUSÕES........................................................................................ 60

6 REFERÊNCIAS ............................................................................. 61

14

1. INTRODUÇÃO

A agricultura brasileira apresenta condições para elevar sua

produção agrícola, em comparação com as outras nações, pois, possui

significativas reservas de terras com potencial para exploração agrícola, têm

disponibilidade de água para irrigação e também tecnologias em constante

processo de evolução para produção em regiões tropicais, aliado ao clima

favorável.

O Brasil é considerado a grande promessa no fornecimento do

esperado incremento da demanda mundial de soja, cujo crescimento médio,

nos últimos 40 anos, tem sido da ordem de cinco milhões de toneladas por

ano (GUIMARÃES et al., 2008). Nesse contexto, segundo dados da CONAB

(2013), na safra 2012/13 houve uma produção recorde de 81,46 milhões de

toneladas, comparado com 66,38 milhões de toneladas em 2011/12,

representando um incremento de 22,7%.

Uma das preocupações e prioridade na agricultura moderna é o

aumento da produtividade dos grãos, sem a necessidade de abertura de

novas áreas. A cultura da soja na região do cerrado tem sido cultivada com

elevado nível tecnológico. Entretanto, alguns aspectos têm dificultado o

manejo dessa cultura, principalmente quanto à adoção de sistemas de

manejo que proporcionem a manutenção dos estoques de matéria orgânica

do solo.

Várias pesquisas tem buscado determinar um conjunto de práticas

culturais que alcancem melhores rendimentos de grãos e que facilitem os

tratamentos fitossanitários (LIMA et al., 2012). Esses estudos estão

direcionados paro o arranjo de plantas, utilizando espaçamentos de linhas

que variam de 0,15 até 0,70 m e populações de plantas em torno de 250 a

700 mil plantas ha-1.

A produtividade da cultura da soja é definida pela interação entre a

planta, o ambiente e o manejo. Altos rendimentos somente são alcançados

quando as condições ambientais são favoráveis. O manejo de solos se torna

fundamental para aprimorar o rendimento desta cultura (GILIOLI et al.,

1995). Os sistemas conservacionistas de manejo do solo tem se mostrado

15

mais eficazes do que o preparo convencional na redução das perdas de solo

e água, em comparação ao solo sem cultivo. Em contrapartida a semeadura

direta se mostra mais eficiente do que o cultivo mínimo. Este também é um

sistema conservacionista e atua na redução das perdas de solo e água

(GUADAGNIN et al., 2005).

A agricultura moderna está cada vez mais adotando métodos que

causem menos revolvimento e danos aos solos. Com isso os preparos

conservacionistas demonstram melhores resultados em relação ao preparo

convencional.

No contexto atual da agricultura nacional, este trabalho objetivou

avaliar os caracteres agronômicos, o desempenho operacional de máquinas

e o comportamento da ferrugem asiática nos diferentes sistemas de manejo

do solo e semeadura da soja.

16

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Cultura da soja

A soja (Glycine max L.) pertence à classe das dicotiledôneas, família

leguminosa e subfamília Papilionoides. O sistema radicular é pivotante, com

a raiz principal bem desenvolvida e raízes secundárias em grande número,

ricas em nódulo de bactérias Rhizobium japonicum fixadoras de nitrogênio

atmosférico, segundo Embrapa (2011).

É uma das culturas mais cultivadas no mundo, estando presente em

quase todo o território brasileiro (REZENDE et al., 2009). O cultivo da soja

está entre as atividades econômicas que apresentaram crescimentos mais

expressivos no agronegócio mundial nas últimas décadas, sendo superadas

apenas pelo milho, trigo e arroz. Entretanto, a atividade tem apresentado

maior expansão na produção (HIRAKURI; LAZZAROTTO, 2011).

As características nutritivas e industriais da soja e a sua

adaptabilidade a diferentes latitudes, solos e condições climáticas, facilitou

sua expansão por todo mundo, constituindo-se em uma das principais

plantas cultivadas atualmente (JULIATTI, 2005).

Para Kaimowitz e Smith (2001), as características da soja, como

baixo conteúdo de água, alto valor nutritivo e a capacidade de produzir uma

grande variedade de produtos para alimentação humana e animal, assim

como óleo e derivados industriais, reduzem sua vulnerabilidade às

flutuações de mercado, os custos de estocagem e transporte, contribuindo

para sua rápida expansão. Além disso, o aumento na demanda mundial por

soja tem resultado em maiores investimento em pesquisa científica e

desenvolvimento de tecnologias e novos produtos.

2.1.1 Caracteres agronômicos da cultura da soja

O crescimento, desenvolvimento e produtividade da soja são

influenciados por diversos fatores, como a radiação solar, a temperatura, a

17

precipitação pluvial, a fertilidade do solo, pragas, doenças e plantas

daninhas (SEDIYAMA, 2009).

Guimarães et al. (2008) afirmam que a produtividade de uma cultura

é definida pela interação entre o genótipo da planta, o ambiente de produção

e o manejo. Portanto, a adoção de épocas de semeadura que propiciem

condições climáticas próximas às exigidas pelas plantas é de extrema

importância para um bom desempenho produtivo das lavouras (PEIXOTO et

al., 2000).

As variáveis: número de dias para floração, altura de plantas na

floração e maturação, peso de cem sementes e número de vagens são

parâmetros de grande importância nos resultados esperados, em termos de

produtividade da soja, e para isto, esta cultura depende de diversos fatores

cooperando juntos como fotoperíodo, época de semeadura, manejo

adequado, expressão genética de cada genótipo, interação com o meio e

precipitação pluviométrica adequada para um bom desempenho da cultura

(SOUZA, 2012).

Segundo Heiffig (2002), a competição intra-específica das plantas de

soja pelos fatores do ambiente irá determinar maior ou menor porte da

planta, maior ou menor número de ramificações, fatores estes inversamente

proporcionais. Sob maiores densidades de plantas na linha, há uma menor

disponibilidade de produtos da fotossíntese para o crescimento vegetativo,

com menor formação de ramos, sendo os fotoassimilados destinados ao

crescimento das plantas em altura.

De acordo com Board et al. (1995) o número de vagens em soja é a

característica mais responsiva das alterações causadas pelo estresse da

competição por espécies concorrentes, enquanto que o número de grãos por

vagem e a massa de cem grãos apresentam pequena amplitude de variação

devido ao ambiente.

Menezes (2013), estudando os efeitos da interação sistemas de

manejo do solo e semeadura cruzada da soja, encontrou efeito significativo

do sistema de manejo para altura de plantas na floração e maturação e na

população final de plantas.

18

2.1.2 Ferrugem asiática

As doenças da cultura da soja podem ser consideradas os principais

fatores que limitam a obtenção de altos rendimentos. A importância

econômica de cada uma varia de ano para ano e de região para região,

dependendo das condições climáticas de cada safra (FURLAN, 2011).

Entre as doenças que afetam a cultura da soja, destaca-se a

ferrugem asiática causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi. Devido a

grande expansão da área cultivada no mundo e da severidade da doença, a

mesma é considerada a principal doença da soja por acarretar, em

condições favoráveis à sua proliferação, perdas de 80 a 90% de rendimento

de grãos (ALMEIDA et al., 2005).

Atualmente, a ferrugem asiática destaca-se por aumentar

significativamente os custos de produção, devido à necessidade de várias

pulverizações com fungicidas, e por ser, até o momento, a única medida de

controle eficiente (LIMA et al., 2010).

Desde a ocorrência do primeiro foco da doença no país, na safra

2001/02, até a safra de 2008/09, estima-se que esta doença tenha onerado

o Brasil em mais de US$11 bilhões, somando-se as perdas de produtividade

e o custo para o controle da doença (CONSÓRCIO ANTIFERRUGEM,

2011).

As estratégias de controle da doença exigem uma combinação de

métodos, a fim de evitar ou minimizar as perdas. Dentre as medidas

recomendadas está a semeadura da soja com densidade de plantas que

favoreça bom arejamento foliar a fim de otimizar a penetração e a cobertura

foliar pelos fungicidas (YORINORI, 2005).

Lima et al. (2012), avaliando o efeito da semeadura cruzada sobre a

severidade da ferrugem asiática, constataram que a severidade da ferrugem

asiática foi significativamente superior em plantas cultivadas em linhas

cruzadas do que em linhas paralelas.

19

2.2 Sistemas de preparo do solo

Os diferentes tipos de manejo e de cultivo do solo alteram as

propriedades físicas e podem manifestar-se de várias maneiras,

influenciando no crescimento e desenvolvimento das plantas (BERTOL et

al., 2001).

O uso inadequado dos solos, principalmente em sistemas intensivos

de exploração agrícola, leva à degradação de sua estrutura. Essa condição

física alterada do solo pode ocasionar diminuição da produtividade das

culturas, em vista da complexidade dos fenômenos que envolvem as

relações solo-planta-atmosfera (RODRIGUES, 2001).

Perdok e Kouwenhoven (1994) relatam que o principal objetivo do

preparo de um leito de semeadura é a formação de uma camada de

agregados suficientemente finos e úmidos, cuja função é assegurar um bom

contato com as sementes, a fim de promover uma rápida germinação e uma

pronta emergência das plântulas.

Os sistemas de preparo do solo são classificados como intensivo ou

convencional, com a utilização de arados e grades; mínimo ou reduzido,

onde se utiliza escarificadore; e semeadura direta no qual a característica

principal é o não revolvimento do solo. Tanto o cultivo mínimo, quanto a

semeadura direta, são classificados como sistemas conservacionistas

(DALLMEYER, 2001).

Shultz (1997) divide os sistemas de preparo em três grupos: sistema

convencional, onde o solo é lavrado e a superfície fica exposta; cultivo

mínimo, quando há mínima mobilização do solo do que normalmente

utilizado numa região e o plantio direto ou nenhum preparo, o qual consiste

na deposição de sementes diretamente no solo não preparado, cujas plantas

foram dessecadas através da aplicação de herbicidas.

O preparo do solo com máquinas e implementos pesados pode

causar forte impacto na estrutura do solo, provocando erosão, reduzindo os

níveis de matéria orgânica e formando, ao longo do tempo, uma camada

compactada na sub-superfície que tende a inviabilizar o cultivo de algumas

espécies. Neste sentido, há uma busca de alternativas de preparo que

20

possibilitem alta eficiência da cultura, com baixo custo e pouco agressivo ao

solo.

De acordo com Gamero et al. (1997), os itens que devem ser

considerados para a escolha de um ou outro método de preparo são: tipo de

solo, declividade, susceptibilidade do solo à erosão, regime de chuvas do

local, culturas a serem empregadas nos sistemas de cultivo e o tempo

disponível para realização das diversas operações agrícolas da propriedade

no ano.

2.2.1 Preparo convencional

O sistema de preparo convencional do solo promove maior aeração,

quebra dos agregados do solo e a incorporação dos resíduos vegetais,

provocando rápida decomposição e perda do carbono orgânico no solo,

assim como uma mineralização do nitrogênio e do fósforo orgânico existente

no solo (DA SILVA, 2012).

Dessa forma, o preparo convencional do solo é realizado,

basicamente, com aração e gradagens. O arado efetua o corte, elevação,

inversão e queda, com um efeito de esboroamento de fatias de solo

denominadas de leivas. A grade complementa esse trabalho, diminuindo o

tamanho dos torrões na superfície, além de nivelar o terreno. Entretanto, tal

prática pode acarretar sérios problemas com o passar dos anos (GABRIEL

FILHO et al., 2000).

Uma das conseqüências do preparo convencional é que a estrutura

do solo é afetada, com a destruição dos agregados, levando ao selamento

superficial e à compactação, limitando a infiltração de água e assim,

prejudicando o desenvolvimento das plantas (SCALÉA, 2007). Para Castro

(1989), o destorroamento excessivo que existe no preparo convencional,

facilita o encrostamento superficial do solo.

Ao se revolver o solo, ocorre alteração da agregação, dispersando

as argilas, que retém a maior parte dos nutrientes necessários às plantas,

facilitando o seu arraste pela ação da chuva e do vento, causando erosão

21

(WÜRSCHE; DENARDIN, 1980). Aliado a esses fatores, o preparo

convencional é o sistema que mais desperdiça energia (RIQUETTI, 2011).

2.2.2 Preparo reduzido

O preparo mínimo ou reduzido não implica na redução da

profundidade de trabalho no solo, mas no número de operações necessárias

para dar condições ao estabelecimento das culturas. O principio básico do

preparo reduzido é manter somente a cobertura estritamente necessária,

observando-se o teor de água do solo e principalmente, a profundidade de

preparo que deve ser modificada em cada período de cultivo (CAMARGO;

ALLEONI, 1997).

Com a manutenção de pelo menos 30% de cobertura sobre a

superfície do solo se caracteriza cultivo mínimo e ocorre a redução da

evaporação e aumenta a taxa de infiltração de água, ocasionando maior

disponibilidade da água às culturas, podendo refletir em maiores

produtividades. A evaporação é a principal causa de perda de água

armazenada, no solo no período que vai desde a semeadura até quando o

mesmo estiver totalmente coberto pela cultura (SALTON; MIELNICZUK,

1995).

O principal objetivo do cultivo mínimo é a mínima manipulação do

solo para uma satisfatória semeadura ou plantio, germinação, lotação,

crescimento e produção de uma cultura. As mais freqüentes tentativas nesse

campo tem sido eliminar ou reduzir a severidade de algumas operações,

assim como diminuir o tráfego do trator no solo cultivado (BENEZ, 1972;

PERTICARRARI; IDE, 1988).

O cultivo mínimo do solo com escarificador equipado com cilindro

destorroador mantém níveis significativamente mais elevados de cobertura

vegetal morta na superfície do solo, quando comparado com o mesmo

equipamento sem o destorroador, seguido por uma gradagem leve

(BOLLER; FAVORETTO, 1998). Nicoloso et al. (2008) reportaram que a

22

escarificação apresentou efeito de curta duração na melhoria dos atributos

físicos, não ultrapassando o período de uma safra agrícola.

Carvalho Filho et al. (2007), trabalhando com preparo do solo,

verificaram que o escarificador promoveu um baixo empolamento, o que

atende à condição conservacionista.

2.2.3 Plantio direto

A adoção de sistemas de cultivo conservacionista, como a

semeadura direta, tem se apresentado uma alternativa viável para assegurar

a sustentabilidade do uso agrícola do solo (SILVEIRA et al., 2010).

A utilização do sistema de preparo conservacionista proporciona

redução dos custos de produção, maior economia de combustível, em

função da ausência das operações de preparo, permitindo melhor

racionalização no uso de máquinas e implementos. O plantio direto é uma

técnica de cultivo conservacionista em que a semeadura é efetuada sem as

etapas do preparo convencional da aração e da gradagem. Nessa técnica, é

necessário manter-se o solo sempre coberto por plantas em

desenvolvimento e por resíduos vegetais (CRUZ et al., 2009).

Com a semeadura direta ocorre redução do tráfego de máquinas e

do revolvimento do solo, que associado ao uso de plantas de cobertura,

pode preservar e até mesmo recuperar a estrutura do solo, mantendo, dessa

forma, o sistema agrícola mais produtivo (VEZZANI; MIELNICZUK, 2009).

De acordo com Andreotti et al. (2008), para a consolidação e

sucesso do sistema plantio direto, é de fundamental importância a

implantação de culturas para a produção de palha em quantidade adequada

à cobertura do solo. Os autores relatam a dificuldade de produção e

manutenção de cobertura vegetal em regiões mais quentes, devido ao

acelerado processo de decomposição.

A semeadura direta provoca vários eventos físicos, químicos e

biológicos no solo, o que resulta em disponibilidades de nutrientes

diferenciadas, em relação a outros sistemas de cultivo. Portanto, práticas de

23

manejo do solo que demandam menor revolvimento do mesmo e mantêm

restos culturais na superfície têm suas propriedades bastante difundidas,

como, por exemplo, a manutenção da fertilidade (AGBEDE, 2008).

2.3 Sistemas de semeadura

O arranjo de plantas pode ser modificado pela variação na

população e pelo espaçamento entrelinhas, alterando a área e a forma da

área disponível para cada planta, o que se reflete numa competição intra-

específica diferenciada (RAMBO, 2003). A recomendação das Indicações

Técnicas para a cultura da soja na Região central do país é de espaçamento

entre fileiras de 0,40 a 0,60 m. Espaçamentos mais estreitos que 0,40 m

resultam em fechamento mais rápido da cultura, contribuindo para o controle

das plantas daninhas, mas não permitem a realização de operações de

cultivo entre fileiras (EMBRAPA, 2008).

O espaçamento entrelinhas utilizado para a cultura da soja varia

entre 0,40 e 0,60 m, sendo as maiores produtividades têm sido encontradas

em espaçamentos menores (EMBRAPA, 2010).

Segundo Potafos (1997), a soja cultivada em altas densidades de

semeadura tende a crescer mais em altura, ramificar menos e produzir

menores quantidades de vagens e sementes por planta do que aquela

cultivada em baixas densidades.

2.3.1 Semeadura convencional

A recomendação de espaçamento entrelinhas da cultura da soja

varia de 0,20 a 0,60 m. Essa variação depende de características fisiológicas

das diferentes cultivares e de condições edafoclimáticas. As informações de

arranjo espacial da cultura da soja ainda são insuficientes no que diz

respeito à progressão de doenças. A escolha do genótipo utilizado passa a

ser preponderante para a definição do arranjo de plantas na área, levando

24

em conta que algumas cultivares responde ao adensamento e outras não

(KUSS et al., 2008).

A soja é uma cultura que se caracteriza pela sua ampla plasticidade

quanto à resposta ao arranjo espacial de plantas, alterando características

como estatura de planta, inserção das primeiras vagens, número de nós,

número de ramos e número de vagens por planta (EMBRAPA, 2008).

Segundo Lima et al. (2012) o espaçamento de 0,45 m com a

densidade de 10 plantas m-1 proporcionaram melhor distribuição das plantas

na área. Nas menores densidades, as plantas são mais baixas, acamam

menos, e apresentam maior porcentagem de sobrevivência.

Trabalhando com as semeaduras cruzada e convencional da cultura

da soja, Menezes (2013) encontrou menor severidade da ferrugem asiática

com a semeadura convencional.

2.3.2 Semeadura Cruzada

A semeadura cruzada consiste na distribuição de sementes em

linhas paralelas, como é realizada convencionalmente na soja, seguida de

nova distribuição de sementes sobre a mesma área, com as novas linhas

formando ângulos de 90º em relação às anteriores. Dessa forma, seguindo

uma recomendação usual para esta cultura, ocorre uma duplicação do

número de sementes por hectare, da quantidade de adubo aplicado e do uso

da máquina (LIMA et al., 2012).

Na safra 2009/2010, o produtor vencedor do desafio nacional do

CESB (Comitê estratégico soja Brasil) alcançou a marca de 108,4 sacas de

soja ha-1 no Paraná, utilizando a semeadura da soja em linhas cruzadas,

técnicas de manejo adequadas e contando com condições climáticas ideais

(CULTIVAR, 2010).

Conforme Lima et al. (2012), a soja semeada em linhas

convencionais já está sujeita ao ataque de diversos patógenos. O maior

adensamento da cultura, em semeadura cruzada, estabelece um microclima

25

diferenciado, podendo favorecer o estabelecimento de alguns desses

patógenos.

2.3.3 Semeadura Adensada

A redução de espaçamento entre linhas também incrementa a

interceptação da radiação, o índice de área foliar e o rendimento de grãos,

sendo o maior número de vagens por m2 o parâmetro que explica melhor o

incremento no rendimento de grãos (PARCIANELLO et al., 2004).

Menores espaçamentos em uma mesma população proporcionam

melhor distribuição espacial das plantas na área, com maior aproveitamento

da radiação solar, pois permitem a redução da densidade de plantas nas

linhas (VENTIMIGLIA et al., 1999). Tourino et al. (2002) relatam que,

independente da época de semeadura, menores espaçamentos para a

mesma população proporcionam melhor distribuição espacial das plantas na

área, com maior aproveitamento da radiação solar, pois permitem a redução

da densidade de plantas nas linhas.

A redução do espaçamento entrelinhas tem se mostrado uma

importante ferramenta em proporcionar incremento do rendimento. Este

aumento no rendimento tem sido associado a diversos fatores, como o

melhor uso da água, devido ao sombreamento mais rápido do solo, redução

da competição intra-específica, maior habilidade de competição com plantas

daninhas e rápida interceptação da energia solar (RAMBO et al., 2003).

A utilização de espaçamentos menores entrelinhas e populações

maiores de plantas, resulta em estratégia de manejo para aumentar a altura

da planta e a altura da inserção das primeiras vagens, facilitando com isto, a

colheita e reduzindo as perdas (HEIFFIG, 2002).

26

2.4 Desempenho de máquinas

O manejo de solo compreende práticas objetivando a preservação

das características físicas, químicas e biológicas do solo, oferecendo

condições ideais para semeadura, germinação e desenvolvimento das

plantas, porém, o uso excessivo de implementos inadequados podem

degradar o solo. Portanto, é necessário planejar o uso racional com

implementos adaptados às condições e tipos de solo, procurando manter ou

aumentar o seu potencial produtivo (EMBRAPA, 2010).

Para Toledo et al. (2010), as operações agrícolas mecanizadas

devem ser planejadas de forma racional, a fim de que haja aumento da

rentabilidade no campo. Segundo Mclaughlin et al. (2008), uma seleção

adequada do sistema de preparo do solo e correta adequação do trator e

implemento, obtém-se redução na demanda energética de máquinas

agrícolas.

Um sistema de medição de desempenho é um conjunto de

indicadores inter-relacionados entre si, que têm como objetivo principal

controlar e auxiliar na tomada de decisões, do nível estratégico ao

operacional (PELOIA; MILAN, 2010). O dimensionamento correto de

máquinas agrícolas está relacionado diretamente ao custo final da produção

(SIMÕES et al., 2011).

O teor de água no solo influencia a resistência do solo à penetração

tanto no desenvolvimento das raízes, como também, no rendimento e

desempenho dos maquinários agrícolas. Solos mais compactos aumentam o

desempenho dos pneus, porém, requerem mais potência, combustível e

tempo para serem preparados e causam maior desgaste nas máquinas e

equipamentos do que os solos não compactados. Além disso, nestas

condições, os equipamentos de preparo e semeadura normalmente não

funcionam adequadamente (SCHULER; WOOD, 1992).

Summer et al. (1986) observaram que pequenas mudanças na

profundidade de trabalho ou na velocidade podem afetar significativamente o

consumo horário de combustível e a energia demandada das operações de

preparo do solo.

27

Conforme citado por Silva (2003), uma forma de racionalizar a

utilização de máquinas e equipamentos para efetuar a descompactação

superficial do solo em áreas de plantio direto é a utilização de mecanismos

sulcadores tipo haste na operação de semeadura.

Salvador e Benez (1993) verificaram demanda crescente de gasto

de energia nos preparos com escarificador, grade pesada e arado de disco,

demonstrando que o sistema baseado em escarificação obteve melhor

aproveitamento energético, pois consumiu 9,3% menos energia que a

gradagem pesada e 20,9% menos que a aração.

Rodrigues e Gamero (2006), comparando sistemas de manejo do

solo e coberturas vegetais, através da capacidade de campo efetiva,

consumo horário e operacional de combustível, verificaram que o sistema

semeadura direta foi o que apresentou os melhores índices,

independentemente das coberturas vegetais estudadas.

28

3. MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi conduzido em campo, na área experimental do

Instituto de Ciências Agrárias e Tecnológicas da Universidade Federal de

Mato Grosso, Campus de Rondonópolis, situada na latitude 16°28’15” Sul,

longitude 54°38’08” Oeste e altitude de 227 metros.

O solo foi classificado como LATOSSOLO Vermelho de acordo com

Embrapa (2009). Para a caracterização química (Tabela 1) coletou-se o

mesmo na camada de 0-0,2 m, passado em peneira de 2 mm de abertura e

homogeneizado para posteriores análises (EMBRAPA, 1997).

A partir dos resultados das análises do solo e com base nas

características nutricionais da cultura, foram feitas as recomendações de

calagem e adubação.

Foi realizada a correção do solo com calcário dolomítico (PRNT

80%), elevando-se a saturação por bases para 60%. No momento da

semeadura foi realizada a adubação, de acordo com as características

nutricionais da cultura, a qual consistiu em 120 Kg ha-1de P2O5, na forma de

superfosfato simples e 40 Kg ha-1 de K20, na forma de cloreto de potássio,

para a semeadura convencional. Para a semeadura cruzada e adensada

devido às duas passadas da semeadora na mesma área, a adubação foi o

dobro da semeadura convencional.

Tabela 1. Análise do solo da área experimental.

pH MO P K Ca Mg H+Al SB V

CaCl2 g dm-3 ---mg dm-3--- -----------cmolcdm-3----------- %

5 24,8 3,7 60 1,9 0,7 3,4 2,8 44,8

29

3.1 Delineamento experimental

O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados,

em esquema de faixas 3x3, correspondentes a sistemas de manejo do solo

e três tipos de semeadura da soja. Cada tratamento consistia de quatro

repetições, perfazendo um total de 36 parcelas experimentais. A parcela foi

composta de 4 metros de largura por 10 metros de comprimento, totalizando

40 m2.

Os sistemas de manejo do solo foram: preparo convencional, com

duas gradagens intermediárias e duas gradagens leves; preparo reduzido,

com subsolagem na profundidade de 0,30-0,40 m, e o plantio direto.

Foram utilizados os sistemas de semeadura de forma convencional

(linhas paralelas, espaçadas a 0,45 m); semeadura cruzada (semeadora

passou duas vezes na mesma área em sentidos perpendiculares) e a

semeadura adensada (espaçamento de 0,23 m).

3.2 Dados climatológicos

As médias mensais dos dados climatológicos, no período de outubro

de 2012 a abril de 2013, demonstraram as seguintes variações: umidade

relativa média de 88 a 95%; precipitação pluvial média quinzenal de 15 a

189 mm; temperatura máxima média de 23 a 38ºC e temperatura mínima

média de 21 a 25°C (Figuras 1; 2 e 3) .

30

Figura 1 Umidade relativa média no período de outubro de 2012 a abril de

2013. (Fonte: INMET, 2013)

Figura 2. Precipitação média no período de outubro de 2012 a abril de 2013.

(Fonte: INMET, 2013).

84

86

88

90

92

94

96

Um

idad

e Re

lati

va (%

)

0

25

50

75

100

125

150

175

200

Prec

ipita

ção

(mm

)

31

Figura 3. Temperatura média máxima e mínima no período de outubro de

2012 a abril de 2013 (Fonte: INMET, 2013).

3.3 Implantação e condução do experimento

Para a implantação do plantio direto e preparo reduzido, inicialmente

foi formada a palhada com cobertura vegetal, utilizando–se a cultura do

milheto, semeado em outubro de 2012. Quando o milheto estava à uma

altura de, aproximadamente, 1,20 m, foi dessecado para formação da

palhada nos sistemas de preparo reduzido e plantio direto, com aplicação do

herbicida Glifosato (concentração solúvel, ingrediente ativo 480 g L-1),

aplicando-se dose equivalente a 5,0 L ha-1 do produto, quinze dias antes da

semeadura da soja.

No dia 19 de dezembro de 2012, foi realizada a semeadura da soja,

utilizando a cultivar Anta 82 RR de ciclo super-precoce (Tabela 2). O fator

preponderante para a escolha da cultivar foi devida a realização das

semeaduras adensada e cruzada, manterem uma densidade maior entre as

plantas e cultivares com ciclo de longa duração com esse tipo de

semeadura, poderia acarretar em acamamento das plantas. A cultivar em

questão foi escolhida por propiciar menos tempo em campo, por ser de ciclo

0

5

10

15

20

25

30

35

2ª qui. Out

1ª qui. Nov

2ª qui. Nov

1ª qui. Dez

2ª qui. Dez

1ª qui. Jan

2ª qui. Jan

1ª qui. Fev

2ª qui. Fev

1ª qui. Mar

2ª qui. Mar

1ª qui. Abr

2ª qui. Abr

Tem

pera

tura

(°C)

temperatura média máxima temperatura média mínima

32

super-precoce, minimizando também, efeito de pragas e doenças, como a

ferrugem asiática.

Tabela 2. Características da cultivar Anta 82 RR.

Cultivar Ciclo

Maturação

reativa

Reações as doenças

Ferrugem

asiática

Cancro da

haste

Mancha

olho de rã

Mancha

alvo

Nematóides

de galha

Nematóide

de cisto Oídio

Anta 82

RR

Super-

precoce 7.4 Susceptível Resistente Resistente --------- Susceptível Resistente ---------

Fonte: Fundação MT (2011)

Durante a condução do experimento foram realizadas capinas

manuais para o controle de plantas daninhas. No controle de insetos e

pragas utilizou-se o inseticida Deltamethrina EC (0,4 L ha-1). Para o controle

da ferrugem asiática foram realizadas cinco aplicações do fungicida

Tebuconazole 200 EC, na dosagem de 0,5 L ha-1.

3.4 Máquinas e implementos utilizados no experimento

As máquinas e implementos utilizados no experimento foram: trator

agrícola da marca Massey Ferguson, modelo MF 292 TDA com 105 CV de

potência no motor (Figura 4); grade intermediária da marca Piccin, modelo

16 x 28” (Figura 5); grade leve da marca Krohn, modelo 32 x 22” (Figura 6);

subsolador da marca Krohn, modelo 5 x 5, hastes parabólicas com ponteiras

de 8 cm de largura (Figura 7); semeadora-adubadora de precisão, marca

Massey Ferguson, modelo MF 407 de arrasto, com sete unidades de

semeadura, espaçadas de 0,45 m (Figura 8).

33

Figura 4. Trator agrícola Massey Ferguson, modelo MF 292 TDA, com 105 CV de potência no motor.

Figura 5. Grade intermediária da marca Piccin, modelo 16 x 28”.

34

Figura 6.Grade leve da marca Krohn, modelo 32 x 22”

Figura 7. Subsolador da marca Krohn, modelo 5 x 5, hastes parabólicas com ponteiras de 8 cm de largura.

35

Figura 8. Semeadora-adubadora de precisão, marca Massey Ferguson, modelo MF 407, de arrasto, com sete unidades de semeadura espaçadas de 0,45 m.

3.5 Parâmetros avaliados

- Severidade e número de pústulas cm-2 da ferrugem asiática: foram

realizadas a contagem do número de pústulas por centímetro quadrado, no

folíolo central, no terço médio de três plantas por parcela. Também avaliou-

se a severidade na planta, na qual foram atribuídas notas, utilizando a

escala visual para severidade de doenças conforme recomendações de

Juliatti e Santos (1999). Todas as avaliações foram realizadas

quinzenalmente, totalizando cinco avaliações.

Após obtenção dos dados, foi calculado a área abaixo da curva de

progresso da doença (AACPD), através do programa AVACPD da

Universidade Federal de Viçosa. Segundo Shanner e Finley (1977), a

AACPD pode ser calculada pela equação:

AACPD = ∑[(Yi – Yi + 1)/2 x (Ti + 1 – Ti)], em que:

Yi = Proporção da doença na i-ésima observação;

Ti = tempo (dias) na i-ésima observação e

36

n = número total de observações.

A AACPD foi padronizada, dividindo-se o valor da área abaixo da

curva de progresso pela duração de tempo total (tn – t1) da epidemia (FRY,

1977).

- Número de dias para a maturidade (NDM): foi avaliado no estádio R8

(FEHR; CAVINESS, 1977), compreendendo o período entre a data da

semeadura e a data em que 50% das plantas da área útil se encontram com

95% das vagens maduras, expresso em dias.

- Altura da planta na floração (APF): determinou-se pela distância em cm,

a partir da superfície do solo até a extremidade do caule principal quando

50% das plantas da parcela útil apresentam pelo menos uma flor aberta

(estádio R1), com o auxilio de uma trena graduada.

- Altura de planta na maturidade (APM): avaliou-se no estádio R8,

compreendendo a distância na haste principal entre o colo e a inserção da

vagem mais distal, expressa em cm.

- Altura da inserção da 1º vagem (AIPV): avaliado no estádio R8,

compreende a distância, em cm, entre a superfície do solo e a inserção da

primeira vagem.

- População de plantas: determinação do número de plantas de soja por

parcela, levando em consideração a área útil.

- Produtividade de grãos (PG): foi avaliada através da colheita manual da

área útil de cada parcela (21 m2), com posterior trilhagem das plantas. Após

pesagem dos grãos os dados obtidos (gramas por parcela) foram

transformados para Kg ha-1, sendo esta produtividade corrigida para teor de

água de 13%, conforme a fórmula abaixo:

37

Em que:

Pf = peso final da amostra;

Pi = peso inicial;

Ui =umidade incial;

Uf = umidade final (13%).

- Peso de 100 grãos (PCS): após a pesagem dos grãos da parcela, o peso

de cem grãos foi determinado de acordo com a metodologia descrita nas

Regras para Análise de Sementes (BRASIL, 2009), pela contagem manual

de repetições de 100 sementes;

- Índice de clorofila: foi avaliado utilizando-se um medidor eletrônico

(ClorofiLOG – CFL 1030). As medições foram realizadas aos 60 e 70 dias

após a semeadura e consistiram na verificação de três pontos por folha, no

terço médio da planta, e três plantas por parcela, totalizando nove pontos de

avaliações por parcela.

- Condutância estomática: Com auxílio do porômetro mediu-se a taxa de

difusão de água através da superfície da folha, calculando a condutância

estomática, auxiliando a análise das condições fisiológicas das plantas e

fornecendo uma importante visão das reações das plantas aos fatores

ambientais. Os dados foram coletados aos 75 dias após a semeadura, na

fase de enchimento dos grãos (Figura 9).

38

Figura 9. Porômetro utilizado para medição da condutância estomática.

- Densidade do solo: foi calculado através do método do anel volumétrico,

com volume conhecido de 50 cm3. A equação utilizada para o cálculo da

densidade do solo foi:

t

ss

V

MD

Onde: Ds - Densidade do solo [kg m-3]; Ms - massa de sólidos do

solo - peso seco do solo [kg]; Vt - volume total do solo - volume do anel [m3].

- Força de tração: A média utilizada nas operações de preparo do solo foi

determinada utilizando um transdutor de força à base de extensiômetros

elétricos de resistência, que compõem uma célula de carga com capacidade

de 50 kN. Foi utilizado um sistema de aquisição de dados computadorizado,

acionado e desligado por meio de balizamento no início e fim do

comprimento de cada parcela para monitorar e exibir os dados da célula de

carga.

- Velocidade de deslocamento: Foram determinadas as velocidades de

deslocamento do conjunto, utilizando cronômetro digital, com precisão de 0,1

s, acionando no momento em que o trator entrou na área e desligado ao final

39

da parcela, quando o trator saiu da mesma. A velocidade foi calculada de

acordo com a equação:

em que:

Vm = velocidade média (km h-1

);

D = espaço percorrido na parcela (m)

T = tempo de percurso (s)

- Capacidade de campo efetiva de cada conjunto (trator + implemento):

é a quantidade de hectares trabalhados por hora pelo conjunto, sendo

calculada pela velocidade real do trator e largura real do implemento.

Cce: capacidade de campo efetiva (ha h-1),

Vm: velocidade de deslocamento (km h-1),

Lm: largura de trabalho (m), e

10: fator de conversão para (ha h-1).

- Tempo efetivo de trabalho: calculado pelo inverso da capacidade de

campo efetiva.

Td: Tempo efetivo de trabalho (h.ha-1

),

40

Cce: capacidade de campo efetiva (ha h-1

).

- Potência média na barra de tração: foi determinada de forma indireta, de

acordo com a seguinte equação:

em que:

Pm = potência média (kW);

Fm = força média (kgf)

Vm = velocidade média (km h-1);

367,09771 = constante.

- Consumo de combustível: Para determinação do consumo

horário de combustível, utilizou-se um medidor de vazão, modelo Flowmate

oval M-III (LSN41L8-M2) e um Microlloger da marca Campbell Cientific

modelo 1000R para registrar os dados gerados. O consumo específico de

combustível foi calculado com base na equação:

em que:

CO – consumo operacional, L ha-1;

Chc – consumo horário de combustível volumétrico, L h-1, e

Td – tempo efetivo demandado, h ha-1.

41

- Demanda de energia: através da potência requerida e a

capacidade de campo efetiva, foi determinada a demanda energética de

cada operação, utilizando-se a seguinte equação:

em que:

De = demanda de energia (kW h ha-1);

Pm = potência média (kW);

Cce: capacidade de campo efetiva (ha h-1).

Todos os dados foram analisados estatisticamente, por meio da

análise de variância. Com as variáveis significativas foram feitas

comparações entre médias, pelo teste de Tukey, a 5 % de probabilidade,

com auxílio do programa SISVAR (FERREIRA, 2010).

42

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Houve efeito significativo da interação sistema de manejo do solo x

sistema de semeadura, para as variáveis: altura de planta na floração (APF);

maturação (APM); inserção da primeira vagem (AIPV); densidade estomática

(DE); população de plantas (Pop); produtividade (Prod); área abaixo da

curva de progresso da doença (AACPD) do número de pústulas cm-2 e

severidade da ferrugem asiática.

Para o índice de clorofila (IC), houve efeito significativo isoladamente

para os sistemas de semeadura. Para as variáveis: número de dias para

maturação (NDM); densidade do solo (DS); e peso de 100 grãos (P100), não

houve efeito significativo dos parâmetros analisados.

4.1 AACPD de pústulas cm-2 e severidade da ferrugem asiática

Para o número de pústulas cm-2, a menor AACPD ocorreu utilizando

o plantio direto e preparo reduzido, ambos com a semeadura convencional

(45 cm espaçamento), apesar de não diferir da semeadura cruzada (Tabela

3).

Tabela 3. Áreas abaixo das curvas do progresso da doença (AACPD), do número de pústulas cm-2 de ferrugem, em função dos sistemas de manejo do solo e semeadura da soja

Sistemas de manejo do solo

Sistemas de Semeadura

Convencional Cruzado Adensado

Convencional 2573,13 aA 3056,28 aA 2938,72 aA

Reduzido 2582,49 bA 3143,13 abA 3193,01 aA

Direto 2178,67 bA 3066,93 aA 3371,92 aA *Médias seguidas pela mesma letra maiúscula, na vertical, e minúscula, na horizontal, não

diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

43

A alta incidência da ferrugem asiática verificada na condução do

experimento deve-se as condições climáticas propícias (Figuras 1 a 3) e a

alta infestação da doença na região. O controle da doença está baseado no

uso integrado de práticas culturais, aliadas ao manejo de fungicidas,

principalmente para que se evite o surgimento de populações do patógeno

menos sensíveis aos fungicidas existentes e proporcione a durabilidade de

genes de resistência no hospedeiro (JULIATTI et al., 2010; WALKER et al.,

2011).

Com o sistema de manejo reduzido e plantio direto, utilizando a

semeadura cruzada e adensada, houve um aumento do número de pústulas

cm-2. Resultados semelhantes foram encontrados por Madalosso et al.

(2010), ao avaliarem a resposta de duas cultivares de soja, submetidas a

diferentes espaçamentos entrelinhas, durante as safras 07/08 e 08/09. Os

mesmos observaram que a redução do espaçamento entrelinhas e o

sombreamento criado por esta prática permitiu melhores condições para o

estabelecimento e progresso da ferrugem asiática para as duas cultivares e

menor eficácia de controle.

Para a severidade da ferrugem asiática, a semeadura adensada no

sistema de plantio direto observou-se menores valores (AACPD), apesar de

não diferir estatisticamente do preparo reduzido do solo. Fixando os

sistemas de manejo do solo, nota-se que não houve diferença estatística

entre os tipos de semeadura da soja (Tabela 4).

Tabela 4. Áreas abaixo das curvas do progresso da doença (AACPD), da severidade da ferrugem, em função dos sistemas de manejo do solo e semeadura da soja

Sistemas de manejo do solo

Sistemas de semeadura

Convencional Cruzado Adensado

Convencional 3772,46 aA 3769,99 aA 3796,24 aA

Reduzido 3762,49 aA 3781,24 aA 3778,72 aAB

Direto 3772,46 aA 3774,97 aA 3763,72 aB *Médias seguidas pela mesma letra maiúscula, na vertical, e minúscula, na horizontal, não

diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

44

Os resultados encontrados no presente trabalho indicaram maior

severidade da ferrugem asiática na semeadura adensada (0,23 m de

espaçamento), estando de acordo com Madalosso (2007), o qual,

trabalhando com três espaçamentos entre linhas de soja encontrou

resultados semelhantes, observando condições acentuadas no

estabelecimento e quantidade final de doença (AACPD) em espaçamentos

menores, justificando o espaçamento de 30 cm como a condição mais

adequada à progressão da doença, quando comparado aos espaçamentos

de 45 e 60 cm.

Os resultados encontrados foram superiores aos encontrados por

Martins (2011) o qual estudou a severidade da ferrugem asiática em

genótipos de soja na safra agrícola 2008/09. Este encontrou valores de

AACPD variando entre 416,0 e 1100,0. A alta severidade da ferrugem

asiática encontrada no presente trabalho pode ter sido ocasionada pela

ocorrência da temperatura (21 a 32 ºC) e umidade relativa do ar (em torno

de 90%). Segundo Zambolin (2006), umidade relativa superior a 60%, aliado

a chuvas constantes de baixa intensidade e temperaturas entre 18 e 25 ºC,

são ideais para a proliferação da doença.

As maiores severidades encontradas com o espaçamento reduzido

estão de acordo com Dias et al. (2011). Segundo estes autores a ferrugem

asiática da soja ocorre em áreas sombreadas da cultura, provavelmente

porque a luz solar é um desencadeador de processos fisiológicos de

resistência, principalmente em cultivares com algum nível de resistência à

Phakopsora pachyrhizi.

4.2 Altura da planta na floração

Para a altura da planta na floração houve interação significativa do

sistema de manejo de solo x sistema de semeadura, onde foram observadas

as maiores alturas das plantas na floração na semeadura convencional,

dentro dos três tipos de manejo do solo, e nas semeaduras cruzada e

45

adensada, com o plantio direto, apesar de não diferir significativamente do

preparo reduzido (Tabela 5).

Tabela 5. Alturas de plantas na floração, em função dos sistemas de manejo do solo e semeadura da soja

Sistemas de manejo do solo

Sistema de Semeadura

Convencional Cruzado Adensada

Convencional 23,33 aA 22,75 aB 20,66 aB

Reduzido 23,16 aA 24,58 aAB 23,50 aAB

Direto 26,58 aA 27,66 aA 24,33 aA *Médias seguidas pela mesma letra maiúscula, na vertical, e minúscula, na horizontal, não

diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

A altura no período de floração indica o período vegetativo da

cultura. Um período vegetativo curto, com plantas de baixa estatura, serve

como indicativo de baixa produtividade.

Barros et al. (2011), ressaltam que valores baixos de altura de

plantas na floração resultam em baixa produtividade, devido a menor área

fotossintética, porém evita incidência e severidade de doenças, em

consequência a menor formação de microclima e diminuição de perdas por

acamamento.

Os baixos valores encontrados para a altura de plantas na floração

diferem dos encontrados por Menezes (2013), o qual trabalhou com

semeadura cruzada da soja (cultivar precoce), encontrando alturas entre

0,40 e 0,60m. Esses baixos valores encontrados podem ser explicados

conforme relatado por Embrapa (2011), temperaturas acima de 13º C induz

a floração, podendo acarretar diminuição na altura das plantas, sendo que

nesta safra, os dados climatológicos de temperatura obtidos corroboram com

esta afirmativa (Figura 3).

A cultivar Anta 82 RR tem como característica o crescimento

semideterminado, diferindo, assim, segundo Carvalho et al., 2002, das

cultivares de hábito de crescimento determinado, onde a altura da planta no

florescimento não apenas dá uma estimativa da altura final, como, também

46

contribui para a definição da taxa de crescimento das plantas durante o

período reprodutivo.

4.3 Número de dias para maturação

Quanto ao número de dias para a maturação, não houve efeito

isolado e interação significativa entre os sistemas de manejo do solo e

semeadura da cultura da soja. Os valores variaram de 115 a 118 dias tanto

para os sistemas de manejo do solo, e semeadura (Figura 10).

O número de dias para a maturação é fortemente influenciado pelas

condições climáticas (fotoperíodo), acarretando em maior permanência da

cultura da soja em campo deixando assim, a cultura mais susceptível a

doenças e patógenos de final de ciclo.

Figura 10. Número de dias para maturação, em função dos sistemas de manejo do solo (A) e semeadura (B).

Conforme elucidado por Sediyama (1993), o fotoperíodo é o fator

mais importante na determinação da proporção relativa entre os períodos

vegetativos e reprodutivos, influenciando, também, no período de

florescimento até a formação da vagem e, daí, até a maturação, no número

de nós e na altura da planta.

a

a

a

110,00

112,00

114,00

116,00

118,00

120,00

PreparoConvencional

PreparoReduzido

Plantio Direto

Nu

mero

dd

e d

ias p

ara

matu

ração

Sistemas de manejo do solo

A

a

a a

115,00

116,00

117,00

118,00

semaduraconvencional

semaduracruzada

semeaduraadensada

Nu

mero

de d

ias p

ara

matu

ração

Sistemas de semeadura

B

47

4.4 Altura de plantas na maturação

Para a altura de plantas na maturação, houve efeito significativo da

interação manejo de solo x sistemas de semeadura, sendo as maiores

médias na semeadura adensada com o plantio direto (93,86 cm), apesar de

não diferir estatisticamente do preparo convencional e na semeadura

cruzada, com os três sistemas de manejo de solo (Tabela 6).

As maiores alturas foram encontradas nos sistemas de semeaduras

cruzadas e adensadas, da cultura da soja, representando uma tentativa de

adaptação pela competição entre as plantas por luminosidade, efeito esse

caracterizado como estiolamento das plantas. Resultados semelhantes a

esse foram encontrados por Lima et al. (2012).

Tabela 6. Alturas de plantas na maturação, em função dos sistemas de manejo do solo e semeadura da soja.

Sistemas de manejo do solo

Sistemas de Semeadura

Convencional Cruzado Adensado

Convencional 72,08 bA 85,75aA 85,91 aAB

Reduzido 74,83 bA 86,75 aA 85,16 aB

Direto 79,75 bA 86,25 abA 93,86 aA *Médias seguidas pela mesma letra maiúscula, na vertical, e minúscula, na horizontal, não

diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

As médias de altura encontradas foram superiores as

recomendações de Silva et al. (2010). Segundo estes, a altura de plantas

ideal deve ser no mínimo 65 cm, apresentando efeitos diretos e indiretos

sobre a produção, por estar relacionada ao controle de plantas invasoras, ao

acamamento e à colheita mecânica.

Segundo a Embrapa (2004), a altura de plantas de soja na colheita

considerada ideal está em torno de 80 a 100 centímetros, pois favorece o

pleno crescimento das plantas e facilidade da colheita mecanizada.

48

Os resultados encontrados de altura de plantas na maturação

corroboram com os resultados encontrados por Menezes (2013), o qual

trabalhando com semeadura cruzada da soja, encontrou as maiores alturas

com o aumento da densidade de plantas.

4.5 Altura de inserção da primeira vagem

Houve efeito significativo da interação manejo de solo x sistemas de

semeadura para esta variável, onde as maiores médias foram observadas

no plantio direto com os três sistemas de semeadura, a semeadura

adensada com o preparo convencional e também a semeadura cruzada

dentro dos três sistemas de manejo dos solos (Tabela 7).

Tabela 7. Alturas de inserção da primeira vagem, em função dos sistemas de manejo do solo e semeadura da soja

Sistemas de Manejo do solo

Sistemas de Semeadura

Convencional Cruzado Adensado

Convencional 10,50 bB 9,83 bA 11,41 aA

Reduzido 9,42 bC 10,25 aA 10,58 aB

Direto 11,31 aA 10,58 aA 11,17 aAB

*Médias seguidas pela mesma letra maiúscula, na vertical, e minúscula, na horizontal, não

diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Os sistemas que se destacaram estão de acordo com Marques

(2010). Segundo este, a altura mínima da primeira vagem deve ser de 0,10 a

0,15 m, para se obter uma colheita com o mínimo de perdas pela barra de

corte. Valores médios semelhantes foram encontrados por Sousa (2011),

onde a altura de inserção da primeira vagem variou de seis a treze

centímetros.

Os resultados alcançados estão de acordo com Peluzio et al. (2002).

Esses relataram que as alturas das plantas na maturação e inserção da

49

primeira vagem são características que sofrem variações em função da

densidade de plantas. Assim, as maiores populações estimularam o

crescimento das plantas e a elevação da altura de inserção da primeira

vagem.

Os resultados encontrados divergem dos encontrados por Gavotti et

al. (2003). Esses, comparando o sistema de preparo convencional e plantio

direto, não observaram diferença significativa para esta variável. Contudo,

obtiveram altura média de inserção da primeira vagem superior à do

presente estudo (14,0 cm).

Almeida et al. (2011), ressaltam que a utilização de plantas muito

altas (> 80 cm) e com baixa altura de inserção de primeira vagem (< 10 cm)

poderá acarretar em perdas na colheita mecanizada. No presente trabalho

observou-se que os sistemas que se destacaram apresentaram altura de

inserção de primeira vagem em torno de 10 a 11 cm.

4.6 População de plantas

Houve efeito significativo da interação sistemas de manejo do solo x

sistemas de semeadura, sendo que na semeadura cruzada com os três

sistemas de manejo de solos e a semeadura adensada no plantio direto,

apesar de não diferir estatisticamente do preparo convencional, obtiveram os

maiores valores de população de plantas (Tabela 8).

Tabela 8. População de plantas (plantas ha-1 x 1000) em função dos sistemas de manejo do solo e semeadura da soja

Sistemas de manejo do solo

Sistemas de Semeadura

Convencional Cruzado Adensado

Convencional 144,64 bAB 265,60 aA 219,76 aAB

Reduzido 187,26 bB 262,50 aA 208,57 aB

Direto 197,74 bA 255,60 abA 277,38 aA *Médias seguidas pela mesma letra maiúscula, na vertical, e minúscula, na horizontal, não

diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

50

As semeaduras cruzada e adensada apresentaram,

respectivamente, 82 e 64% a mais de plantas, em comparação com o

sistema convencional de semeadura (45 cm de espaçamento). Os

resultados encontrados no presente trabalho foram inferiores aos relatados

por Menezes (2013), o qual encontrou um acréscimo de 117% para

semeadura cruzada, em relação a semeadura convencional.

Lima et al. (2012), trabalhando com diferentes cultivares de soja em

sistema de semeadura cruzada, verificaram que a cultivar Anta 82 RR

apresentou maior população de plantas e número de grãos por vagem, mas

não foi suficiente para refletir na produtividade.

A densidade de semeadura é fator determinante para o arranjo das

plantas no ambiente de produção e influencia o crescimento da soja

(MARTINS et al., 1999).

4.7 Produtividade de Grãos

Para a produtividade de grãos (kg ha-1), houve efeito significativo da

interação sistemas de manejo do solo x sistemas de semeadura, com

destaque para o plantio direto e preparo convencional, com os três sistemas

de semeadura, e o preparo reduzido, com semeadura adensada, embora

não tenha diferido estatisticamente do manejo convencional (Tabela 9).

Tabela 9. Produtividade final (kg ha-1), em função dos sistemas de manejo do solo e semeadura da soja

Sistemas de manejo do solo

Sistemas de Semeadura

Convencional Cruzado Adensado

Convencional 1513,93 aA 823,94 aA 1907,33 aA

Reduzido 2128,53 abA 988,81 bA 2468,13 aA

Direto 1950,54 aA 941,70 aA 2213,04 aA *Médias seguidas pela mesma letra maiúscula, na vertical, e minúscula, na horizontal, não

diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

51

A produtividade é uma característica influenciada por vários fatores,

tais como: características climáticas, manejo e tratos culturais. Outro fator

que pode ter sido preponderante para as produtividades alcançadas foi a

alta incidência da ferrugem sobre a cultura.

Para Fiomari et al. (2005), o aumento na produtividade em cultivares

de ciclo precoce, devido à redução do espaçamento entre linhas, é atribuído

ao adensamento de plantas, auxiliando no controle de plantas daninhas.

Resultados similares aos encontrados no experimento foram

observados por Freitas et al. (2010) e Luca e Hungria (2010). Os mesmos

também verificaram que o aumento da densidade de semeadura não

proporcionou maiores rendimentos para a cultura da soja. Entretanto, essa

constatação foi feita somente para a semeadura em linhas adensadas.

Narimatsu (2004), cultivando soja nos sistemas de cultivo mínimo,

preparo convencional e plantio direto, sobre a palhada de B. brizantha,

observou maior produção de grãos para os sistemas com revolvimento de

solo, atribuindo a estes a maior população de plantas.

Souza et al. (2010), avaliando a produtividade da cultura da soja em

diferentes sistemas de manejo do solo, não encontraram diferenças

estatísticas significativas, comprovando que o solo, mesmo apresentando

certo grau de compactação, não influenciou na produtividade.

Tourino et al. (2002) constataram que a redução do espaçamento

entre linhas e da densidade de sementes na linha, proporcionaram maior

produtividade para a cultura da soja semeada em linhas não cruzadas.

Mattioni et al. (2008) e Komatsu et al. (2011), em trabalhos com

densidade de plantas, verificaram maior produtividade de grãos em

espaçamentos de 0,45 m comparado a espaçamentos maiores e menores,

respectivamente, divergindo dos resultados encontrados no presente

trabalho, onde não houve diferença estatística entre os tipos de semeadura.

52

4.8 Peso de 100 grãos

Para a variável peso de 100 grãos, não houve efeito isolado e

interação significativa entre sistema de manejo do solo x sistema de

semeadura. Tanto em função dos sistemas de preparo quanto em função

dos sistemas de semeadura analisados, os pesos de 100 grãos variaram de

13 a 15 gramas (Figura 11).

Figura 11. Peso de 100 grãos, em função do sistema de manejo do solo (A)

e semeadura (B).

Resultados semelhantes foram verificados por Mattioni et al. (2008)

e Mauad et al. (2010), que não observaram efeito do espaçamento nas

entrelinhas de soja no peso de mil sementes.

De acordo com Rambo et al. (2003), o peso de grãos tem controle

genético substancial, o que confere pouca variabilidade em função do

manejo cultural. Para Petter et al. (2012), as condições edafoclimáticas

interferem na respostas da cultura da soja quanto ao manejo adotado,

refletindo nos componentes de rendimento e produtividade.

aa

a

10,00

11,00

12,00

13,00

14,00

15,00

16,00

17,00

PreparoConvencional

Preparo Reduzido Plantio Direto

Peso

de

100 g

rão

s

Sistemas de manejo do solo

A

a

a

a

10,00

11,00

12,00

13,00

14,00

15,00

16,00

17,00

semaduraconvencional

semadura cruzada semeaduraadensada

Peso

de

100 g

rão

s

Sistemas de semeadura

B

53

4.9 Índice de Clorofila

Quanto às leituras do índice de clorofila, aos 60 e aos 75 dias após a

semeadura, não houve efeito isolado e interação significativa entre sistema

de manejo x sistema de semeadura. Os valores dos índices de clorofila

variaram de 50 a 53 entre os sistemas de manejo e sistemas de semeadura

(Figura 12).

Figura 12. Índice de clorofila aos 60 e aos 75 dias após a semeadura, quanto ao sistema de manejo do solo (A) e semeadura (B).

Segundo Souza (2011) o teor de clorofila nas folhas possui um papel

fundamental no processo fotossintético das plantas. No entanto, diversas

doenças causam lesões nas folhas como a ferrugem asiática, levando à

destruição do pigmento fotossintetizante a clorofila.

Correlação direta dos teores de clorofila com níveis de nitrogênio

nos tecidos foliares tem sido verificada em diversas culturas, (FERREIRA et

al., 2006) têm utilizado o índice SPAD como forma de determinar o estado

nutricional da planta quanto aos níveis de N e na recomendação de

adubação nitrogenada.

54

4.10 Densidade Estomática

A densidade estomática apresentou efeito significativo da interação

sistemas de manejo do solo x sistemas de semeadura. As maiores

densidades estomáticas no manejo de solo reduzido ocorreram na

semeadura cruzada, apesar de não diferir da semeadura adensada (Tabela

10).

Tabela 10. Densidade estomática em função dos sistemas de manejo do solo e semeadura da soja.

Sistema de manejo do solo

Sistemas de Semeadura

Convencional Cruzado Adensado

Convencional 545,087 aA 568,687 aA 587,312a A

Reduzido 520,937 bA 685,162 aA 597,675 abA

Direto 534,225 aA 606,850 aA 594,925 aA

*Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na vertical, e minúscula, na horizontal, não

diferem entre si pelo teste de Tukey, á 5% de probabilidade.

A descrição anatômica é um importante parâmetro à ser avaliado na

cultura da soja devido, ao surgimento de novas cultivares geneticamente

modificadas, podendo assim selecionar as melhores características de cada

cultivar. Na soja, o número de estômatos por área é um caráter que sofre

influência ambiental e é variável entre as diferentes cultivares (BUTTERY et

al., 1993).

Segundo Oliveira et al. (2005) vários fatores atuam sobre os

estômatos, logo sobre a condutância estomática das plantas. Dentre estes

estão as condições hídricas que atuam nos processos fotossintéticos dos

vegetais. Variações no conteúdo de água nas folhas causam o fechamento

estomático, diminuindo a taxa fotossintética e queda de produção do vegetal.

De acordo com Liu-Gitz et al. (2000) baixos níveis de luz azul,

aliados a altas irradiâncias, reduzem a densidade de estômatos na face

adaxial, mas a aumenta na face abaxial em cultivares de soja, indicando

55

diferentes vias regulatórias envolvidas na formação dos estômatos nas duas

faces foliares.

4.11 Densidade do Solo

A densidade de solo não apresentou efeito isolado e interação

significativa entre sistemas de manejo dos solos x sistemas de semeadura.

Os valores de densidade dos solos variaram entre 1,18 e 1,25 entre os

sistemas de manejo do solo e semeadura (Figura 13).

Figura 13. Densidade do solo em função dos sistemas de manejo do solo (A) e semeadura (B).

O fato de não ter ocorrido diferença significativa para a densidade de

solo pode ser explicado por ter sido o primeiro ano de cultivo na área.

A densidade do solo é uma característica que se modifica conforme

o manejo do solo e a disponibilidade de água do local. Uma das tendências

do sistema de plantio direto é que com o tempo, em função do tráfego de

máquinas forme uma camada compactada que pode prejudicar o

desenvolvimento das culturas. Porém, se o sistema for corretamente

manejado, com boa cobertura morta e adequada rotação de culturas irá

aa

a

1,10

1,15

1,20

1,25

1,30

PreparoConvencional

Preparo Reduzido Plantio Direto

Den

sid

ad

e d

o s

olo

Mg

m-3

Sistemas de manejo do solo

A

a

a

a

1,10

1,15

1,20

1,25

1,30

Semaduraconvencional

Semadura cruzada Semeaduraadensada

Den

sid

ad

e d

o s

olo

Mg

m-3

Sistemas de semeadura

B

56

promover uma melhor estruturação do solo, com canais que permitem

adequado fluxo de ar e maiores taxas de infiltração de água (SEIXAS et. al.,

2005).

Mesmo não apresentando diferença significativa, pode-se explicar

que o preparo reduzido apresentou maior média de densidade ocasionado

pela escarificação do solo, com o mínimo possível de movimentação do solo.

Porém a longevidade dos efeitos da escarificação é muito variável, desde

poucos meses até alguns anos, dependendo do tipo de solo e índices

pluviométricos e manejos empregados nas culturas (TWONLOW et al.,

1994)

4.12 Desempenho energético dos sistemas de manejo do solo

Para a realização das operações características de cada sistema de

manejo do solo, a umidade do solo era de 40%. Foram encontrados efeitos

significativos de todas as variáveis quanto ao desempenho energético em

relação aos sistemas de manejo do solo.

Os maiores valores de força média, potência média e demanda de

energia foram observados no preparo convencional do solo. O consumo de

combustível foi maior tanto no preparo convencional como no preparo

reduzido. As maiores velocidade média e a capacidade de campo efetiva

foram obtidas no plantio direto (Tabela 11).

Tabela 11: Força média requerida na barra de tração (kN), velocidade média

de deslocamento (m s-1), potência média (kW), consumo médio de demanda

de energia (kW h ha-1), consumo médio de combustível por área ( L ha-1),

capacidade de campo efetiva (ha h-1) e demanda de energia (kW h ha-1)

quanto aos sistemas de manejo do solo.

57

Sistemas de manejo

do solo

Força média (kN)

Velocidade média (m s-1)

Potência média (kW)

Consumo médio (L ha -1)

Cce (ha h-1)

Demanda de

energia (kW h ha-1)

PC 55,87 a 4,35 b 67,06 a 23,46 a 0,22 c 66,64 a

PD 9,90 c 4,62 a 12,72 c 3,42 c 1,67 a 7,65 c

PR 31,34 b 4,29 b 35,52 b 12,85 b 0,42 b 40,71 b

CV (%) 14,89 3,18 10,87 26,05 2,04 18,80

Médias seguidas pela mesma letra na vertical não diferem entre si, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. PC= Preparo convencional; PD=Plantio direto e PR=Preparo reduzido.

Os resultados encontrados no presente trabalho estão de acordo

com Fernandes et al. (2008). Estes avaliando o consumo energético de

diferentes operações agrícolas mecanizadas, concluíram que os sistemas

com menor número de operações por hectare obtiveram menor consumo de

combustível, destacando a semeadura direta, seguida pelo cultivo mínimo

com gradagem leve, vibro escarificador e o preparo convencional.

Os valores de força média encontrados no trabalho diferiram dos

resultados encontrados por Tavares, et al. (2012) que encontraram valores

muito baixos de força não chegando a 15,00 (kN). Eles explicaram que isso

ocorreu porque ao realizar os manejos o solo estava com um teor de água

elevado.

Menezes (2013) encontrou os maiores valores de força média

requerida, potência média e consumo médio de combustível com o preparo

reduzido, divergindo dos valores encontrados na presente pesquisa onde as

mesmas variáveis obtiveram maiores valores com o preparo convencional

dos solos.

Furlani (2005) encontrou diferença de capacidade de campo entre os

sistemas de preparo do solo, onde o plantio direto (1,55 ha h-1

) superou o

preparo convencional (1,50 ha h-1

), seguido do cultivo mínimo (1,40 ha h-1

).

Valores esses diferentes dos encontrados no presente trabalho onde o

plantio direto seguidos do preparo reduzido e preparo convencional

alcançaram capacidade de campo de 1,67; 0,42 e 0,22 ha h-1

respectivamente.

58

Para a demanda de energia os maiores valores encontrados foram

para o preparo convencional (66,64 KW h ha-1), preparo reduzido (40,71 KW

h ha-1) e plantio direto (7,65 KW h ha-1), divergindo dos resultados

alcançados por Tavares et al. (2012) no qual o cultivo mínimo teve maior

consumo de energia quando comparado com o plantio convencional.

Segundo os mesmos no plantio convencional, foi usada apenas uma

passagem de grade, com isso como o cultivo mínimo com escarificador

demanda maior potência na barra de tração do trator esse tratamento obteve

maior consumo de energia.

4.13 Correlação dos caracteres agronômicos

De acordo com os resultados apresentados na Tabela 12, o número

de pústulas cm-2, a densidade estomática e a altura de plantas na maturação

se correlacionaram de maneira positiva com a população de plantas, ou

seja, quanto maior a população maiores serão os valores do número de

pústulas cm-2, densidade estomática e altura de plantas na maturação.

Também quanto maior a população de plantas verificou-se uma menor

produtividade e um aumento no índice de clorofila.

Foi observado correlação positiva do número de pústulas cm-2, altura

de plantas na maturação e população de plantas em relação ao índice de

clorofila. Estes resultados divergem dos obtidos por Souza, (2012) que

quanto maior o número de pústulas menor o índice de clorofila.

Os resultados corroboram com os obtidos por Menezes, (2013),

trabalhando com semeadura cruzada em sistemas de manejo de solo, não

encontrou correlação entre o índice de clorofila e a severidade da ferrugem

asiática. Polizel et al. (2011) verificaram que com o aumento da severidade

da ferrugem há uma redução do índice de clorofila.

59

Tabela 12: Correlação entre as variáveis analisadas no presente estudo.

Pust Sev APF DE NDM APM AIPV P100 Pop Prod DS IC

Pust 1 0,0181ns

-0,1485ns

0,3070ns

-0,718ns

"0,5728 ** -0,0920ns

-01756ns

0,3855* 0,0213ns

0,1881ns

0,4237**

Sev

1 -01141ns

0,1559ns

0,0052ns

0,1296ns

0,2359ns

-0,0846ns

0,1167ns

-0,2515ns

0,2985ns

0,0727ns

APF

1 0,2454ns

0,0637ns

0,0662ns

0,0172ns

-0,2019ns

0,2168ns

0,2939ns

-0,0130ns

0,1247ns

DE

1 -0,1179ns

0,2140ns

0,0411ns

0,0614ns

0,3970* 0,1222

ns 0,1907

ns 0,1056

ns

NDM

1 0,1209ns

0,2479ns

-0,0753ns

0,0725ns

0,0690ns

0,1275ns

0,0509ns

APM

1 0,2827ns

-0,1341ns

0,7745** -0,0491

ns -0,0685

ns 0,4467

**

AIPV

1 0,1808ns

0,3110ns

0,2191ns

-0,1801ns

0,0296ns

P100

1 -0,1598ns

0,2932ns

-0,2696ns

0,0896ns

Pop

1 -0,4541** -0,0499

ns 0,4484

**

Prod

1 0,0604ns

-0,1961ns

DS

1 -0,0737ns

IC 1

*; ** - Significativo a 5 e 1% de probabilidade, respectivamente. NS-não significativo.

APF- altura de planta na floração; DE- densidade estomática; APM- altura planta maturação; AIPV - altura de inserção de primeira vagem; o vagem

planta; PG - produtividade; P100 - peso de cem sementes; Pop –população de plantas; Prod -produtividade de grãos; DS – densidade estomática;

IF1 –índice de clorofila FALKER aos 60 dias após a semeadura; IF2 –índice de clorofila FALKER aos 75 dias após a semeadura.

60

5. CONCLUSÕES

A interação plantio direto x semeadura adensada obteve menor

severidade da ferrugem asiática; maior altura de plantas na floração,

maturação e inserção da primeira vagem; maior população de plantas e

produtividade.

O plantio direto apresentou melhor desempenho energético, com

menor consumo de combustível e demanda de energia.

61

6. REFERÊNCIAS

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ALMEIDA, R. D.; PELUZIO, J. M.; AFFÉRRI, F. S. Divergência genética entre cultivares de soja, sob condições de várzea irrigada, no sul do Estado Tocantins. Revista Ciência Agronômica, Fortaleza, v. 42, n. 1, p. 108-115, 2011.

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