Sistemas de Telefonia Celular e Sade Humana Prof.Dr. Renato
M.E. Sabbatini Faculdade de Cincias Mdicas da UNICAMP Instituto
Edumed
Slide 2
O Efeito Biolgico da Energia Eletromagntica Depende de Trs
Parmetros Fsicos: Comprimento de onda Intensidade Tempo de
exposio
Slide 3
Quando Saber se Faz Mal ? Quanto menor o comprimento de onda,
maior o potencial de lesar as clulas do nosso corpo Quanto maior a
intensidade e a durao da exposio, maior ser o potencial de lesar as
clulas do nosso corpo A energia total do raio precisa ser tal, que
ele penetre at uma certa profundidade no corpo
Slide 4
Porque ? Porque quando o comprimento de onda se aproxima do
tamanho das estruturas subcelulares (cromossomos e genes), ocorre o
dano molecular
Slide 5
Tipos de Interao Ionizantes: sua alta energia ioniza (ou seja,
arranca eltrons dos tomos, produzindo ons), quebram molculas,
causam danos celulares, gerando substncias txicas no corpo No
Ionizantes: Tm energia suficiente apenas para agitar os tomos
(efeito dieltrico), gerando calor. No ionizam tomos e no quebram
molculas, mas podem alter-las quimicamente quando o calor muito
intenso
Slide 6
Espectro de Radiao Eletromagntica Celulares Faixa de dano
biolgico
Slide 7
Fontes de Micro-Ondas Radio e TV Radiocomunicadores Satlites de
comunicao Bobinas, motores e geradores eltricos Motores de exploso
Aparelhos eletrnicos Telefones sem fio Redes sem fio (WiFi) Lmpadas
fluorescentes Controles sem fio Fornos de micro-ondas Radiao csmica
Sol e planetas Campo electromagntico terrestre Objetos quentes ou
incandescentes en geral O corpo humano! As micro-ondas emitidas
pelas ERBs representam menos que 1,5% de toda a potncia irradiada
diria em uma cidade tpica
Slide 8
Grau de Exposio Diria
Slide 9
Campos Eletromagnticos Em Miligaus s
Slide 10
As Microondas Penetram no Corpo? No. Nos nveis emitidos por
telefones ou antenas rdio-base, a penetrao muito superficial
(poucos milmetros) A energia dos ftons de micro-ondas milhes de
vezes mais fraca que os da luz visivel (que tambm no penetra no
corpo)
Slide 11
Defesas Naturais A natureza desenvolveu numerosos mecanismos de
proteo e defesa dos organismos contra as energias presentes no meio
ambiente Pele (epiderme, sudorese) Ossos Circulao sanguinea,
homeotermia Sistema imune Mecanismos bioqumicos
Slide 12
Porqu No H Efeito? Os campos eletromagnticos utilizados em
telefonia celular no tm capacidade de ionizao das molculas no corpo
Os nveis de intensidade so centenas ou milhares de vezes inferiores
aos limites de segurana e no apresentan riscos sade Radiaes no
ionizantes no tm efeitos cumulativos sobre as estruturas celulares
vivas
Slide 13
Danos Diretos Sade pela Radiao Eletromagntica 78.000 casos de
cncer por ano no Brasil, com cerca de 1.300 mortes Presente em alta
intensidade no ambiente, todos os dias, por toda a vida A proteo
contra essa radiao faclima e diminui drasticamente a incidncia de
cncer e outros problemas No entanto, 65% das mulheres e 72% dos
homens brasileiros no tomam nenhuma precauo
Slide 14
Que Radiao Essa ??? O SOL !
Slide 15
Melanoma Maligno 3000 casos novos por ano Quase 8% das pessoas
30% de mortalidade
Slide 16
Um Risco de Sade Real dos Telefones Mveis O uso de telefones
mveis nos EUA causa aproximadamente 2.600 mortes, 330.000 feridos e
1,5 milhes de ocorrncias danosas por ano!
Slide 17
Uso de Celulares no Trnsito!
Slide 18
Ento a questo fundamental : Percepo e aceitao do risco pelo
pblico em geral
Slide 19
Riscos de Morte de Algumas Atividades Humanas Tabagismo1:10
Motocicleta1:250 Automveis1:5000 Exposio ao sol1:200.000
Elevadores1:2.000.000 Avies1:10.000.000 Meteorito1:100.000.000
Antenas CelularesDesconhecido
Slide 20
Principal Efeito da RF Celular Efeitos Trmicos: Micro-ondas
causam apenas um leve aquecimento nos tecidos biolgicos,
proporcional intensidade e durao da exposio. Indiretamente:
alteraes bioqumicas intracelulares de resposta ao choque trmico (no
deletrias) Efeitos No Trmicos: Induo de correntes eltricas nos
tecidos e outros ainda no comprovados efetivamente (sua existncia
duvidosa)
Slide 21
Celular x ERB Os celulares, por sua proximidade ao corpo,
emitem radiao muitas vezes maiores do que as ERBs, mas por um
periodo de tempo curto As ERBs emitem radiao continuamente, mas por
outro lado esto muito distantes das pessoas
Slide 22
Estao Rdio Base Radiao no ionizante na faixa de micro-ondas
(0,8 a 1,6 GHz de frequncia) Baixa potncia de emisso (10 a 100 W)
Emisso direcional Rpida queda do nvel com a distncia
Slide 23
Distribuio do Campo de uma ERB
Slide 24
Distncia Linear 30 m 20 m 10 m
Slide 25
Densidade de Potncia de ERBs
Slide 26
ERBs prximas a Escolas
Slide 27
Mediao Biolgica de Efeitos dos Campos de FEM Aquecimento
tecidual local Aes sobre a membrana celular Aes sobre as organelas
celulares Aes sobre o material gentico Aes sobre mecanismos
fisiolgicos locais Aes sobre mecanismos fisiolgicos globais
Slide 28
Efeitos segundo a Durao da Exposio Efeitos de curta durao
Efeitos de longa durao Efeitos da exposio continua Efeitos da
exposio pulsada
Slide 29
Mtodos de Estudo Cientfico Investigaes epidemiolgicas Estudos
caso-controle Estudos longitudinais de risco Investigaes de
causa-efeito Estudos de exposio in vitro Estudos de exposio com
clulas em cultura Estudos de exposio aguda e crnica em animais
Estudos observacionais em seres humanos (imagens, bioqumicos,
fisiopatolgicos, neuropsicolgicos)
Slide 30
Estudos Cientficos Mais de 25.000 estudos ao longo de 30 anos
foram realizados sobre o efeito das radiaes eletromagnticas sobre a
biologia e a sade Embora existam ainda lacunas no conhecimento
cientfico, a concluso geral que ainda no se documentaram efeitos
significativos e consistentes
Slide 31
reas de Estudo Induo de neoplasias (cncer e leucemia) Efeitos
sobre morte celular (apoptose) Efeitos sobre o material gentico
celular Induo de correntes eltricas no organismo Alteraes do
sistema imune Alteraes do comportamento, memria e aprendizado
Alteraes dos sistemas sensoriais Efeitos sobre o desenvolvimento de
embries e fetos e a gestao Cataratas
Slide 32
A exposio a campos eletromagnticos no ionizantes causa
cncer?
Slide 33
Neoplasias Mais Provveis Leucemias e linfomas (cncer do sistema
hematopoitico): exposio das clulas sanguineas que passam por vasos
superficiais Pele (principalmente cabea e pescoo) Cncer do sistema
nervoso Cncer do sistema visual Cncer do sistema auditivo
Slide 34
Taxas de incidncia de cncer de crebro nos EUA
Slide 35
Tendncias na incidncia de cncer do SNC (EUA) O aumento na
incidncia de CA do SNC devido ao melhor diagnstico e ao aumento da
longevidade; Quando corrigido pela idade, existe um decrscimo de
quase 2% por dcada.
Slide 36
Estudos de Risco de Cncer Cerebral
Slide 37
Estudo ingls sobre tumores cerebrais Universidades de Leeds,
Manchester e Nottingham; e UK Cancer Research Institute 966 casos e
1716 controles entre 2000 e 2004 Nenhuma evidncia de risco
aumentado pelo uso de celulares Nenhuma associao entre lado de uso
e lado do tumor
Slide 38
Estudo Dinamarqus (Dez 2006) Estudo longitudinal em 420.095
adultos, seguidos por 21 anos Incio de uso entre 21 e 10 anos antes
14.249 tiveram cncer (4%) Nmero esperado: 15.001 NO existe risco
aumentado de cncer ou leucemia entre usurios de celulares, mesmo
entre os de uso prolongado Cncer cerebral: usurios com mais de 10
anos de uso de celulares tiveram MENOR risco do que os no
usurios
Slide 39
Concluses A maior parte dos estudos in-vitro no pode ser
extrapolado para efeitos sobre a sade humana A maior parte dos
efeitos ditos no-trmicos so respostas normais das clulas ao choque
trmico Diversos problemas com as tcnicas de ensaio biolgico
impediram a replicao de muitos estudos positivos Srios erros e
problemas de controle de exposio nos estudos epidemiolgicos
invalidam os resultados Achados epidemiolgicos com taxas de risco
de at 5:1 no tem significado estatstico Malignidades sangineas e
cncer do crebro so doenas raras (4 a 5 casos por 100.000), e
rarissimas em adultos jovens (principais usurios de celulares)
Slide 40
As Dificuldades dos Estudos Epidemiolgicos Incidncias
extremamente raras tornam pouco confiveis os resultados de avaliao
de risco Exemplos: Risco de tumores oculares pelo uso de telefones
celulares 1:2,5 Risco de tumores pulmonares pelo uso de tabaco
1:90
Slide 41
As Dificuldades dos Estudos Epidemiolgicos Grande dificuldade
de isolar variveis confundentes em sistemas biolgicos complexos
Exemplos: Stress e ansiedade em ratos abrem a barreira
hematoenceflica Pessoas que usam celulares tem melhor estado de
sade do que as que no usam Efeitos placebo ou nocebo causados por
vises do experimentador ou observador
Slide 42
Fatos biolgicos Morrem cerca de 50 a 60 bilhes de clulas por
dia no corpo humano Centenas de milhares de mutaes ocorrem por dia,
principalmente na pele, causadas por fatores externos O sistema
imune localiza e elimina todas as clulas alteradas em seu material
gentico (apenas cerca de 5 mutaes por perodo total de vida escapam
de um sistema normal) A pele e o crnio foram desenvolvidos pela
evoluo para proteo contra agentes carcinognicos milhes de vezes
mais intensos que as microondas, principalmente luz ultravioleta,
radiao csmica, radiatividade, calor e frio.
Slide 43
AGNIR REPORT 2003: The biological evidence suggests that RF
fields do not cause mutation or initiate or promote tumor formation
and that the epidemiological evidence overall do not suggest causal
associations between exposure to RF fields in particular from
mobile phone users and the risk of cancer. Exposure levels for
those living near to mobile phone base stations are extremely low
and the evidence suggests that they are unlikely to pose a risk to
health."
http://en.wikipedia.org/wiki/Mobile_phone_radiation_and_hea
lth
Slide 44
Hipersensibilidade RF Sistema nervoso (fadiga, estresse,
distrbios de sono Pele (erupes, alergias, sensao queimado) Dores
musculares Problemas nos olhos, garganta e ouvidos Problemas no
sistema digestivo Pesquisas mostram que estes efeitos NO SO devidos
aos campos eletromagnticos
Slide 45
Efeito Nocebo Existe um aumento sistemtico de distrbios
inespecficos da sade na populao, todas as vezes em que: Uma
personalidade pblica fica doente ou confessa uma doena, real ou
imaginria A mdia de massa divulga casos de doena ocorridos
supostamente em conexo com antenas celulares
Slide 46
International EMF Project World Health Organization Revisar a
literatura sobre os efeitos da FEM sobre a sade humana Avaliar os
riscos de sade envolvidos (faixa de 0 a 300 GHz) Fazer recomendaes
para proteo da populao
Slide 47
Status do Projeto Nono relatrio parcial apresentado em novembro
de 2004. Mais de 800 trabalhos revisados apenas em telefonia
celular Relatrio final e publicao prevista para segundo semestre de
2007 Projeto INTERFONE (Comunidade Europia) Enquanto no tem
resultados definitivos: adoo dos princpios de precauo e ALARA (As
Low as Reasonably Achievable) Monografias de Critrios de Sade
Ambiental (EHC)
Slide 48
Projetos em Telefonia Celular Reino Unido: US$ 18 milhes para o
Mobile Telephone Health Research Programme (MTHR) Alemanha:
programa semelhante, com oramento de EU$ 17 milhes
Slide 49
Concluses da OMS Nenhum dos estudos cientificos revisados pela
OMS indicou que a RF celular emitida pelas ERBs cause qualquer dano
sade Os governos que quiserem aumentar o nvel de segurana de radiao
das ERBs no devem ir contra essa evidncia cientfica e sim
estabelecer programas voluntrios de reduo da exposio
Slide 50
Concluses OMS Os valores mais altos de exposio diria RF so
causados pelas antenas de rdios FMs e TVs em VHF Radiaes de ERBs
representam apenas 1,5% do padro mximo de segurana Devem ser
implementados as normas de segurana (distncia e intensidade)
Slide 51
As Radiaes se Somam ??? No Ao contrrio: se subtraem
INTERFERNCIA
Slide 52
Concluses da OMS As evidncias atuais indicam que no so
necessrias quaisquer precaues especiais no uso de telefones
celulares No necessrio o uso de blindagens especiais No entanto,
recomenda-se diminuir o nvel de exposio em crianas e idosos,
utilizar viva-voz ou fones de ouvido, fazer chamadas curtas
Slide 53
Concluses da OMS O nico risco mensurvel sade pelo uso dos
telefones celulares identificado at agora o seu uso no trnsito pelo
motorista Riscos adicionais podem advir do uso de celulares em
hospitais, causando interferncia em aparelhos mdicos
Slide 54
Mitos ou Verdades? Pessoas que moram prximas a torres celulares
tm maior grau de exposio a campos eletromagnticos? Deve-se evitar
colocar ERBs prximo a hospitais e escolas? Deve-se manter um
espaamento mnimo entre ERBs?
Slide 55
Mitos! Nenhum estudo epidemiolgico bem feito cientificamente e
confivel foi capaz de demonstrar uma associao entre cncer e outras
doenas, e proximidade a antenas radiocelulares Como o nvel das
radiaces extremamente baixo e como no h evidncias de riscos mais
elevados para pacientes e crianas, no existe necessidade de nenhuma
proteo especial para hospitais e escolas No existe somatria de
campos, portanto no existe nenhuma base tcnica para espaamentos
mnimos
Slide 56
Ser que Existe Mesmo um Efeito das Antenas sobre a Sade?
Resposta: No existe comprovao at agora
Slide 57
Mas.... Embora ausncia de prova no signifique prova de
ausncia... Estudos de relao causa-efeito e das bases fisico-
qumicas e biolgicas da interao energia eletromagntica-matria
permitem indicar que existem fundamentos cientficos para a prova de
ausncia Mais estudos so necessrios Portanto, por enquanto no
existem causas para preocupao
Slide 58
E finalmente... Os benefcios diretos sade do uso de celulares
so imensamente maiores do que os potenciais (ainda tericos e no
constatados) malefcios: Resposta mais rpida a chamados de emergncia
e socorro Salvamento em situaes em que no h outra forma de
comunicao Monitorao de crianas e idosos Aplicaes na ateno mdica
(telemedicina) Ganhos de produtividade e de salrio, levando a mais
gastos pessoais em cuidados de sade
Slide 59
Medidas Individuais de Proteo No falar por muito tempo Utilizar
viva-voz ou fones de ouvido Manter o celular longe do corpo quando
no estiver usando Sempre estender a antena em certos modelos
Restringir o uso por crianas pequenas
Slide 60
Slide 61
http://www.who.int/peh-emf/es/
Slide 62
Contato Dr Renato M.E. Sabbatini Centro Internacional de
Tecnologias de Informao e Comunicao em Sade Instituto Edumed,
Campinas, SP Tel (19) 3295-8191 [email protected]