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APRESENTAÇÃO Este módulo faz parte da coleção intitulada MATERIAL MODULAR, destinada às três séries do Ensino Médio e produzida para atender às necessidades das diferentes rea- lidades brasileiras. Por meio dessa coleção, o professor pode escolher a sequência que melhor se encaixa à organização curricular de sua escola. A metodologia de trabalho dos Modulares auxilia os alunos na construção de argumen- tações; possibilita o diálogo com outras áreas de conhecimento; desenvolve as capaci- dades de raciocínio, de resolução de problemas e de comunicação, bem como o espírito crítico e a criatividade. Trabalha, também, com diferentes gêneros textuais (poemas, histórias em quadrinhos, obras de arte, gráficos, tabelas, reportagens, etc.), a fim de dinamizar o processo educativo, assim como aborda temas contemporâneos com o ob- jetivo de subsidiar e ampliar a compreensão dos assuntos mais debatidos na atualidade. As atividades propostas priorizam a análise, a avaliação e o posicionamento perante situações sistematizadas, assim como aplicam conhecimentos relativos aos conteúdos privilegiados nas unidades de trabalho. Além disso, é apresentada uma diversidade de questões relacionadas ao ENEM e aos vestibulares das principais universidades de cada região brasileira. Desejamos a você, aluno, com a utilização deste material, a aquisição de autonomia intelectual e a você, professor, sucesso nas escolhas pedagógicas para possibilitar o aprofundamento do conhecimento de forma prazerosa e eficaz. Gerente Editorial Sistemas naturais: litosfera e hidrosfera

Sistemas naturais: litosfera e hidrosferaprepapp.positivoon.com.br/assets/Modular/GEOGRAFIA/...é chamada de litosfera. A interação desses três componentes (atmosfera, hidrosfera

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Page 1: Sistemas naturais: litosfera e hidrosferaprepapp.positivoon.com.br/assets/Modular/GEOGRAFIA/...é chamada de litosfera. A interação desses três componentes (atmosfera, hidrosfera

APRESENTAÇÃO

Este módulo faz parte da coleção intitulada MATERIAL MODULAR, destinada às três

séries do Ensino Médio e produzida para atender às necessidades das diferentes rea-

lidades brasileiras. Por meio dessa coleção, o professor pode escolher a sequência que

melhor se encaixa à organização curricular de sua escola.

A metodologia de trabalho dos Modulares auxilia os alunos na construção de argumen-

tações; possibilita o diálogo com outras áreas de conhecimento; desenvolve as capaci-

dades de raciocínio, de resolução de problemas e de comunicação, bem como o espírito

crítico e a criatividade. Trabalha, também, com diferentes gêneros textuais (poemas,

histórias em quadrinhos, obras de arte, gráficos, tabelas, reportagens, etc.), a fim de

dinamizar o processo educativo, assim como aborda temas contemporâneos com o ob-

jetivo de subsidiar e ampliar a compreensão dos assuntos mais debatidos na atualidade.

As atividades propostas priorizam a análise, a avaliação e o posicionamento perante

situações sistematizadas, assim como aplicam conhecimentos relativos aos conteúdos

privilegiados nas unidades de trabalho. Além disso, é apresentada uma diversidade de

questões relacionadas ao ENEM e aos vestibulares das principais universidades de cada

região brasileira.

Desejamos a você, aluno, com a utilização deste material, a aquisição de autonomia

intelectual e a você, professor, sucesso nas escolhas pedagógicas para possibilitar o

aprofundamento do conhecimento de forma prazerosa e eficaz.

Gerente Editorial

Sistemas naturais: litosfera e hidrosfera

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© Editora Positivo Ltda., 2013Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio, sem autorização da Editora.

Todos os direitos reservados à Editora Positivo Ltda.

DIRETOR-SUPERINTENDENTE: DIRETOR-GERAL:

DIRETOR EDITORIAL: GERENTE EDITORIAL:

GERENTE DE ARTE E ICONOGRAFIA: AUTORIA:

EDIÇÃO DE CONTEÚDO:EDIÇÃO:

ANALISTA DE ARTE:PESQUISA ICONOGRÁFICA:

EDIÇÃO DE ARTE:CARTOGRAFIA:

ILUSTRAÇÃO:

PROJETO GRÁFICO:EDITORAÇÃO:

CRÉDITO DAS IMAGENS DE ABERTURA E CAPA:

PRODUÇÃO:

IMPRESSÃO E ACABAMENTO:

CONTATO:

Ruben FormighieriEmerson Walter dos SantosJoseph Razouk JuniorMaria Elenice Costa DantasCláudio Espósito GodoyEliane Regina FerrettiLuiza Angélica GuerinoKathia D. Gavinho ParisTatiane Esmanhotto KaminskiJanaina Oliveira / Emanoela do NascimentoAngela Giseli de SouzaJulio Manoel França da Silva / Luciano Daniel Tulio / Thiago Granado de SouzaAngela Giseli / Divanzir Padilha / Jack Art / Luís Moura / Marcos GomesO2 Design GráficoAlexandra M. Cezar / Sérgio R. G. dos Reis / Arowak© iStockphoto.com/DNY59; © Shutterstock/Denton Rumsey; © Shutterstock/Jezper; © Shutterstock/BibiDesign; © Dreamstime.com/Alexey ArkhipovEditora Positivo Ltda.Rua Major Heitor Guimarães, 17480440-120 Curitiba – PRTel.: (0xx41) 3312-3500 Fax: (0xx41) 3312-3599Gráfica Posigraf S.A.Rua Senador Accioly Filho, 50081300-000 Curitiba – PRFax: (0xx41) 3212-5452E-mail: [email protected]@positivo.com.br

Neste livro, você encontra ícones com códigos de acesso aos conteúdos digitais. Veja o exemplo:

Acesse o Portal e digite o código na Pesquisa Escolar.

@GEO1376O Brasil e o pré-sal:

formação, localização

e impactos

@GEO1376

@

Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP)

(Maria Teresa A. Gonzati / CRB 9-1584 / Curitiba, PR, Brasil)

F387 Ferretti, Eliane Regina.Ensino médio : modular : geografia : sistemas naturais : litosfera e hidrosfera /

Eliane Regina Ferretti ; ilustrações Angela Giseli ... [ et al. ]. – Curitiba : Positivo, 2013.: il.

ISBN 978-85-385-7067-7 (livro do aluno)

ISBN 978-85-385-7068-4 (livro do professor)

1. Geografia. 2. Ensino médio – Currículos. I. Giseli, Angela. II. Título.

CDU 373.33

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SUMÁRIO

Unidade 1: Estrutura da Terra

Evolução geológica da Terra 5

Estrutura interna da Terra 6

Tectônica de placas 9

Processos internos de formação de relevo 15

Formas de relevo 23

Unidade 2: Estrutura da crosta terrestre

Estrutura litológica 34

Recursos minerais 37

Unidade 3: Hidrografia

Ciclo hidrológico e distribuição da água na Terra 49

Águas superficiais 54

Águas oceânicas 59

Águas subterrâneas 62

Unidade 4: Formas de uso da água

Demanda agropecuária 70

Demanda residencial e comercial 72

Demanda industrial 73

Geração de energia 74

Questões ambientais: contaminação e poluição

de recursos hídricos 77

O projeto gráfico atende aos objetivos da coleção de diversas formas. As ilustrações, diagramas e figuras contribuem para a construção correta dos conceitos e estimulam um envolvimento ativo com temas de estudo. Sendo assim, fique atento aos seguintes ícones:

Fora de escala numérica

Imagem ampliada

Representação artística

Formas em proporção

Escala numérica

Imagem microscópica

Coloração artificial

Coloração semelhante ao natural

Fora de proporção

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Leia o texto a seguir:

Alguns dizem que o mundo

terminará em labareda quente,

Outros dizem que em frio enregelado.

Do que eu provei do desejo ardente

Eu concordo com os que torcem

pelo fogo inclemente.

Mas se eu tiver de perecer dobrado,

Eu acho que conheço bem o querer mal

Para dizer que a destruição do gelo desapiedado

É também colossal

E suficiente pro mundo ser acabado.

Robert Frost

PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 36.

Estrutura da Terra1

Sistemas naturais: litosfera e hidrosfera4

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Como você pôde perceber lendo o poema, o autor indica duas possibilidades de finalização da vida no nosso planeta: o frio ou o calor. O frio intenso está relacionado às condições cli-máticas e a uma possível era glacial. O calor intenso pode referir-se ao clima ou às erupções vulcânicas, ou a ambos.

Você concorda com essas possibilidades de finalização da vida na Terra? Em sua opinião, há outras situações que poderiam conduzir a esse fim? Quais?

O conhecimento das estruturas interna e externa da Terra, sua origem, evolução e seu funciona-mento é muito importante, pois o comportamento destes influencia diretamente nas formas de vida.

No Sistema Terra, o ar, o solo, a água, a estrutura geológica, o relevo, a flora, a fauna e a energia proveniente do Sol são subsistemas interdependentes. Conhecer como esse sistema se originou, evoluiu e funciona é imprescindível para manter o equilíbrio das relações entre esses subsistemas.

Evolução geológica da Terra

Estima-se que a Terra se formou há cerca de 4,5 bilhões de anos. Tal planeta, no decorrer de seu processo de formação, foi bombardeado por centenas de outros corpos rochosos. Essas colisões provocaram a formação de uma atmosfera superaquecida.

A composição diferenciada da estrutura interna da Terra desde esse momento inicial possibilitou sua organização interna em camadas concêntricas.

Observe a ilustração a seguir, que retrata a formação da estrutura interna terrestre:

Na sua formação inicial, o calor produzido por impactos de planetoides (1) manteve o planeta quente e liquefeito. Os metais mais pesados, como o ferro e o níquel, concentraram-se no centro da Terra, originando um núcleo

metálico (2). O resfriamento lento do planeta possibilitou que os elementos químicos com peso intermediário se concentrassem próximo ao núcleo, originando o manto (3 e 4). Os elementos químicos mais leves deram origem a uma atmosfera primitiva (4). Com a diferença de temperatura entre o manto e a atmosfera primitiva, a porção

superficial do manto foi se resfriando e endurecendo, originando a crosta terrestre (5)

Formação e evolução do planeta Terra

PLANETA Terra. Rio de Janeiro: Abril/Time Life, 1995. p. 7. (Ciência & Natureza).

Planetoide: pequeno corpo

celeste que gravita em torno

do Sol.

Luis

Mou

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Dig

ital.

Ensino Médio | Modular 5

GEOGRAFIA

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As características da Terra a partir dessa estruturação interna possibilitaram que o planeta evoluísse de forma diferenciada dos demais, culminando com o surgimento de seres vivos.

No decorrer do tempo geológico, formaram-se os oceanos e os continentes, envolvidos por uma camada de gases e vapor-d’água chamada de atmosfera. Na hidrosfera, por sua vez, estão as águas que circulam na superfície (rios e lagos), as que estão confinadas no interior da crosta terrestre (água subterrânea), aquelas que estão congeladas (nos polos e nas altas montanhas) e as que estão em estado de vapor (na umidade do ar e nas nuvens). A camada rochosa é chamada de litosfera. A interação desses três componentes (atmosfera, hidrosfera e litosfera) permitiu a formação da biosfera, onde se desenvolveram os seres vivos.

Os subsistemas atmosfera, hidrosfera, litosfera e biosfera estruturam o Sistema Terra e se inter-relacionam.

ROSE, Susanna van. Atlas da Terra: as forças que formam e moldam nosso planeta. São Paulo: Martins Fontes, 1994. p. 6-7.

Estrutura interna da Terra

A estrutura interna do planeta Terra é formada por camadas que possuem diferenciações quando consideramos sua composição química ou sua composição física.

Observe a ilustração a seguir, que retrata as diferenciações físicas e químicas da estrutura interna da Terra.

Estruturas da Terra

Ilust

raçõ

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Diferenciações químicas e físicas da estrutura interna da Terra

HAMBLIN, W. Kenneth; CHRISTIANSEN, Eric H. Earth’s dynamic systems. New Jersey: Prentice Hall, 1998. p. 13.

Estrutura

interna da

Terra

@GEO889

6 Sistemas naturais: litosfera e hidrosfera

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Composição química da estrutura interna da Terra Considerando a composição química, a estrutura interna da Terra está dividida nas seguintes

camadas: crosta terrestre – subdividida em crosta continental (SIAL) e crosta oceânica (SIMA) –, manto e núcleo.

O núcleo é formado por metais pesados, como ferro e níquel. A temperatura do núcleo é alta (acima de 3 500ºC), porém, porque a pressão interna é maior na porção central, a temperatura necessária para fundir os metais é maior. Apesar de o núcleo externo ser líquido, ele não tem capacidade de transmitir as ondas sísmicas que originam os terremotos. Os cientistas indicam que o magnetismo terrestre se origina dos movimentos de convecção que ocorrem nessa porção do núcleo.

Movimento de convecção é um mecanismo de transferência de calor no qual um fluido aquecido e mais leve ascende, levando consigo o calor. Já o fluido mais frio e mais denso

descende, formando um ciclo ininterrupto.Observe o esquema a seguir:

A convecção movimenta o magma aquecido na base (o material que está próximo ao núcleo), fazendo com que este suba, pois se tornou menos denso que o fluido que está mais próximo do manto. Esse fluido permanecerá mais próximo do manto, perdendo calor e se tornando mais denso, até que outra porção de fluido mais aquecida ocupe seu lugar e force-o a se movimentar para próximo do núcleo interno.

PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 39. Adaptação.

O manto envolve o núcleo sob a forma de camadas de densidades cada vez menores em direção à crosta, sendo sua temperatura elevada: entre 3 400ºC e 4 000ºC em média. É composto de diversos elementos, dos quais o ferro, o silício e o magnésio são predominantes.

No manto, ocorrem as correntes de convecção, as quais são responsáveis por um lento processo que envolve a movimentação das placas tectônicas.

Movimento de convecção

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GEOGRAFIA

Ensino Médio | Modular 7

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A crosta é a camada mais externa da Terra e sua espessura é relativamente fina. A média é de 8 a 10 km sob o assoalho oceânico e de 30 a 40 km sob os continentes. Sua temperatura aumenta com a profundidade e esse aumento é chamado de grau geotérmico, o qual varia de um lugar para outro.

Em Morro Velho, município de Nova Lima (MG), por exemplo, a cada 54 metros de profundidade, a temperatura aumenta 1ºC; já na Ilha de Marajó (PA), essa elevação da temperatura ocorre a cada 25 metros.

A crosta está dividida em:

continental ou sial, que é a camada com rochas ricas em sílica e alumínio onde estão as rochas mais antigas, sob as cadeias de montanhas, podendo chegar a mais de 70 km de espessura;

e oceânica ou sima, com espessura média de 8 a 10 km. Trata-se de uma camada com rochas mais recentes, densas e ricas em sílica e magnésio, características do fundo dos oceanos.

Composição física da estrutura interna da TerraConsiderando, agora, as propriedades físicas, a estrutura interna da Terra divide-se em litosfera,

astenosfera, mesosfera e núcleo (externo e interno).O núcleo, em relação às propriedades físicas, apresenta-se sólido, na porção central, e líquido, na

porção externa. A mesosfera, considerada uma camada de transição, é fonte dos magmas basálticos. Na astenosfera, acontece a fusão do material sólido proveniente da litosfera. Devido à temperatura

e à pressão, as rochas vão se fundindo lentamente, sendo incorporadas ao material que alimenta as erupções vulcânicas, o magma. Nessa camada, ocorrem as correntes de convecção, as quais influenciam diretamente a movimentação das placas tectônicas.

A litosfera é a camada mais externa, sólida e resistente, correspondendo à crosta e à porção superior do manto, mas é também a camada menos espessa da estrutura da Terra. Nela, encontram- -se recursos minerais de valor econômico, está em constante transformação, em virtude das forças que atuam nela. Tais forças podem ser:

Grau geotérmi-co: aumento da temperatura da

Terra conforme a profundidade; nú-

mero de metros necessários de

aprofundamento, no interior do glo-bo terrestre, para

que se verifique o aumento de 1ºC

na temperatura.

Subducção: afundamento de

uma placa oceâni-ca, sob outra, em um limite conver-

gente de placas. A placa que cavalga pode ser oceânica

ou continental.

Entre 50 e 250 km de profundidade, encontra-se uma região muito quente, onde as rochas prove-nientes da superfície terrestre, através das zonas de subducção, são fundidas.

Zonas de subducção

Mar

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Gom

es. 2

010.

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CIÊNCIA Viva. Disponível em: <www.cienciaviva.pt/rede/space/home/fig51.jpg>. Acesso em: 27 mar. 2010.

8 Sistemas naturais: litosfera e hidrosfera

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Subsidência: depressão ou

afundamento da crosta induzida

parcialmente pelo peso adicio-nal de sedimen-

tos, mas causada principalmente

por mecanismos tectônicos.

endógenas (internas): construtoras do relevo – orogênese e epirogênese – ou modificadoras do relevo – tectonismo;

exógenas (externas): relacionadas à atmosfera, podem ser modificadoras do relevo – proces-sos erosivos – ou construtoras do relevo – como a formação de dunas.

Há dois tipos de pressão que atuam sobre a Terra: a externa e a interna. A atmosférica está rela-cionada à estrutura externa, e a interna está associada às forças da estrutura interna. Essas forças são antagônicas e, portanto, o planeta tende a manter-se permanentemente em equilíbrio isostático, isto é, em um estado de compensação de pressão. Assim, tanto a crosta quanto a litosfera estão submetidas a elas (forças endógenas e exógenas).

Quando a pressão externa é predominante, aquela porção da crosta ou da litosfera afunda – subsi-dência – sobre o manto ou a astenosfera. Nesse caso, identifica-se a subsidência com a transgressão marinha, isto é, as águas dos oceanos ocupam a área continental, sem que seu volume aumente.

Como compensação, regiões próximas sofrem, obrigatoriamente, uma elevação (soerguimento). Nessa situação, verifica-se a regressão marinha, isto é, a redução do nível das águas do oceano.

Podem-se citar como exemplo a região dos Países Baixos, que está subsidindo, isto é, afundando; e uma porção da Península Escandinava, que está se soerguendo.

Tectônica de placas

A crosta ou litosfera não é uma única formação rochosa, homogênea. É constituída por estruturas denominadas placas tectônicas. Estas estão em movimento umas em relação às outras, pois se situam sobre o magma e são movimentadas pelas correntes de convecção do interior da Terra.

A Teoria da Tectônica das Placas respalda a dinamicidade da Terra, revelando a integração dos subsistemas naturais. O quadro a seguir mostra de que maneira se dá a interação entre essa teoria e os principais subsistemas que integram o sistema natural do planeta, e a ilustração retrata as placas tectônicas.

Tectônica de placas e os subsistemas naturais da Terra

Subsistema Interação

Crosta terrestre

As placas tectônicas são movidas pelas correntes de convecção do manto. Essa movimentação, por sua vez, leva à formação de montanhas, estando associada às atividades ígneas e metamórficas.

Atmosfera

A configuração dos continentes afeta o aquecimento solar e o resfriamento. Logo, os subsistemas eólico e atmosférico, dependentes do aquecimento solar e do resfriamento subsequente, são afetados pela distribui-ção geográfica dos continentes. Por outro lado, a rápida expansão das placas e as atividades que ocorrem nas áreas de tensão podem liberar, vulcanicamente, o dióxido de carbono vulcânico e afetar o clima global.

Hidrosfera

A configuração continental afeta as correntes oceânicas. A velocidade de expansão das placas interfere no volume das cadeias mesoceânicas e, portanto, no nível do mar. A movimentação e a localização geográfica dos continentes podem contribuir para o início das eras glaciais.

Biosfera

O movimento dos continentes cria corredores ou barreiras à migração de espécies, à criação de ni-chos ecológicos e ao transporte de hábitats para climas mais ou menos favoráveis.

Extraterrestre

A configuração geográfica dos continentes afeta a livre circulação das marés oceânicas, que, por sua vez, poderá influenciar ou retardar o movimento de rotação da Terra pelas marés.

WICANDER, Reed; MONROE, James S. Fundamentos de Geologia. São Paulo: Cengage Learning, 2009. p. 24.

Crosta terrestre – placas tectônicas

ROSE, Susanna van. Atlas da Terra: as forças que formam e moldam nosso planeta. São Paulo: Martins Fontes, 1997. p. 14.

Teoria das Placas

Tectônicas

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GEOGRAFIA

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Observe o mapa a seguir, que representa as principais placas tectônicas e as dorsais oceânicas (cadeias montanhosas submersas):

Principais placas tectônicas da Terrarincipais placas tectônicas da Terra

Luci

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CHARLIER, Jacques et al (Org.). Atlas du 21e siècle. Paris: Nathan, 2009. p. 152, mapa (b). Adaptação.

Limites entre as placas tectônicasAlgumas placas recebem o nome dos continentes sob os quais se localizam, mas nenhuma

delas coincide exatamente com o continente. A Placa Sul-Americana, por exemplo, estende-se da costa oeste da América do Sul até a Dorsal Mesoatlântica, envolvendo, assim, a porção sul do continente americano e a porção oeste do Oceano Atlântico.

Há, ainda, placas menores que, devido à escala, não são representadas no mapa, como é o caso da Caribenha (na América Central Insular), da Juan de Fuca (no noroeste dos Estados Unidos, entre a Placa Pacífica e a Placa Norte-Americana) e a Anatoliana (inclui a maior parte da Turquia).

Muitos fenômenos geológicos ocorrem próximo aos limites de placas tectônicas, como terre-motos e vulcanismos. Os movimentos dessas placas têm afetado significativamente a evolução geológica e biológica da Terra. Os geólogos reconhecem três tipos básicos de limites entre as placas tectônicas:

Transformantes – uma placa desliza horizontalmente em relação à outra, mas a área de cada placa permanece constante, isto é, a crosta terrestre não é criada nem destruída. A Falha de San Andreas, na Califórnia, Estados Unidos, é exemplo desse tipo de limite.

10 Sistemas naturais: litosfera e hidrosfera

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Convergentes – há o choque entre placas. Quando o confronto é entre duas placas oceânicas, ocorre formação de uma fossa profunda e subducção ou afundamento de uma das placas. Como exemplo, po-dem ser citadas a Placa do Pacífico e a Placa Euro-Asiática, na porção insular, formando a Fossa do Japão. Se o choque se dá entre uma placa continental e uma oceânica, a placa continental sofre de-formação (as rochas são dobradas e há intensa atividade vulcânica) e a oceâni-ca afunda (subducção). O choque entre a Placa Sul-Americana e a Placa do Pacífico também é um exemplo desse tipo de li-mite, no qual ocorre a formação da Fossa Peru-Chile e da Cordilheira dos Andes. Se o choque for entre duas placas continen-tais, ocorre a deformação de ambas e a formação de uma elevada cadeia de mon-tanhas, como a Cordilheira do Himalaia.

Luci

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Dan

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ulio

Fonte: WICANDER, Reed; MONROE, James S. Fundamentos de Geologia. São Paulo: Cengage Learning, 2009. p. 42. Adaptação.

NA

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Fonte: Google: e.explore earth. Londres: Dorling Kindersley, 2006: p. 32. Adaptação.

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Falha de San Andreas, Califórnia – EUA

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GEOGRAFIA

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Divergentes – as placas se afastam e criam uma nova porção da crosta terrestre. Pode ocor-rer tanto nos oceanos como nos continentes. O limite divergente entre placas tectônicas no continente é considerado a primeira fase para a formação de um novo oceano e de um novo continente. O Grande Vale da África (Rift-Valley) está sendo estudado e, possivelmente, será confirmado que essa área correspondeu à primeira fase do mecanismo da Tectônica de Placas e da Deriva Continental.

PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006, p. 57. (figura 2.9). Adaptação.

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12 Sistemas naturais: litosfera e hidrosfera

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Rift-valley: vale produzido

por forças de tensão ou de compressão

durante o processo de tectônica de

placas. Como exemplos,

podem-se citar os vales do Rio

Reno (nasce nos Alpes,

passando por Liechtenstein,

Áustria, França e Países Baixos)

e do Rio São Francisco

(Brasil).

Observe a ilustração e o esquema a seguir:

Quando uma massa continental se fragmenta, como está ocorrendo na costa leste da África, ocorre a presença de vários vulcões, como o Kilimanjaro e o Ol Doinyo Lengai (Tanzânia), o Quênia e o Merue Elgon (Quênia), o Karisimbi

(Ruanda), o Nyirgongo (República Democrática do Congo), entre outros. Esse aumento da atividade vulcânica origina fraturas e provoca rifteamento (falha que fragmenta o continente), fase em que se encontra o Grande Vale da África.

No manto, instalam-se correntes de convecção, o que contribui para a ruptura da crosta, iniciando a formação de um novo oceano. O rift-valley, que antes estava no continente, passa a estruturar uma cadeia de montanhas submarina (Dorsal Oceânica). Enquanto ocorre a separação gradativa da crosta, a área ocupada pelos oceanos aumenta em extensão.

Conforme a Teoria da Deriva Continental, formulada por Alfred Wegener (geofísico alemão) em 1912 e publicada em 1915, o surgimento de um rift-valley em um continente é o primeiro passo para a fragmentação desse continente e para a formação de um novo oceano.

Há 225 milhões de anos, as placas tectônicas que formavam a crosta terrestre estavam reunidas em um único continente, chamado de Pangeia, rodeado de um único oceano, o Pantalassa (ancestral do Oceano Pacífico). Pangeia possuía uma reentrância, o Mar de Tétis, considerado o ancestral do Mar Mediterrâneo.

Aproximadamente 185 milhões de anos atrás, houve o rifteamento desse continente único, o que o dividiu em duas partes: Laurásia (América do Norte, Europa e Ásia) e Gondwana (América do Sul, África, Madagáscar, Índia, Austrália e Antártica).

Vários riftes se formaram (há 135 milhões de anos), determinando a separação da Índia, Austrália e Antártica do conjunto da América do Sul e da África. Na Laurásia, iniciou-se a formação do Atlântico Norte e a consequente separação da América do Norte da Eurásia. Em torno de 65 milhões de anos atrás, iniciou-se a formação do Oceano Atlântico Sul, com a América do Sul afastando-se da África.

Nessa evolução, as duas Américas foram unidas pelo Istmo do Panamá, devido ao deslocamento da América do Sul para noroeste. A Índia continuou deslocando-se para nordeste até colidir com a Ásia, originando o sistema montanhoso do Himalaia. A Austrália separou-se da Antártica e iniciou seu deslocamento para o nordeste, até atingir a posição que atualmente ocupa.

Fonte: TEIXERA, Wilson et al (Org.). Decifrando a Terra. 2. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. p. 105. Adaptação.

Fragmentação de um continente

Ilust

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Fonte: WICANDER, Reed; MONROE, James S. Fundamentos de Geologia. São Paulo: Cengage Learning, 2009. p. 39. Adaptação.

Grande Vale da África

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GEOGRAFIA

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Observe as ilustrações a seguir:

Profissão geólogo: você já pensou nisso?

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[...] O Geólogo é um profissional que estuda a Terra, sua constituição física e sua história. Por meio de pesquisa, e en-tendendo as transformações e efeitos pelos quais o planeta passa, o Geólogo tem na Terra um imenso laboratório. [...]

Seu trabalho pode ser direcionado à obtenção de riquezas minerais, à avaliação do meio ambiente, à prevenção de inunda-ções, terremotos e erosão, pode ter como objetivo a prospecção de petróleo e gás ou a perfuração de poços de água subterrânea.

O geólogo também atua em obras de engenharia, como rodovias, ferrovias, tú-neis, metrôs e barragens. [...]

O mercado de trabalho concentra-se principalmente no setor governamental, em empresas mineradoras, de petróleo, de perfu-ração de poços artesianos, de engenharia civil, em universidades, como professor de cursos de Geociências, Biologia, Geografia e Engenharia e também como pesquisador, perito ou consultor. [...]

USP. Museu de Geociências. Profissão geólogo: você já pensou nisso? Disponível em:<http://www2.igc.usp.br/museu/artigos01.htm>. Acesso em: 11 jun. 2010.

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Geólogo trabalhando com rochas. Lima, Peru

Teoria da Deriva

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CHARLIER, Jacques et al (Org.). Atlas du 21e siècle. Paris: Nathan, 2009. p. 153. Adaptação.

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14 Sistemas naturais: litosfera e hidrosfera

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Processos internos de formação de relevo

Movimentos orogênicos e epirogênicos são processos internos de formação e transformação do relevo terrestre. Constituem-se de esforços internos com efeitos diretos na superfície, como terremotos, vulcanismos, falhamentos e dobramentos.

Movimentos epirogênicosTambém chamados de epirogenéticos, são movimentos no sentido vertical, caracterizando o so-

erguimento (elevação) e a subsidência (rebaixamento) de grandes porções da crosta terrestre. Não deformam as estruturas rochosas, sendo lentos, seculares. Não estão relacionados a terremotos e vulcões e ocorrem em áreas relativamente estáveis da crosta terrestre.

Afetam, por igual, extensas áreas continentais. Podem ser considerados:

positivos – quando ocorre a elevação (soerguimento) da crosta, determinando o recuo do nível das águas do oceano, se acontecerem próximo à linha do litoral;

negativos – quando há o rebaixamento (subsidência), originando o avanço do oceano sobre o continente, se ocorrerem próximo à linha do litoral.

Na Península Escandinava, por exemplo, tem-se um soerguimento de 200 metros formado nos últimos 20 mil anos. Em Estocolmo (Suécia), há um soerguimento de 19 centímetros a cada 50 anos e, nos Países Baixos, verifica-se uma subsidência de 30 centímetros por século.

Grande parte dos Países Baixos apresenta subsidência, isto é, está abaixo do nível médio do mar. Região próxima a Schagen, Países Baixos

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Região próxima a Estocolmo que apresenta soerguimento. Vista aérea dos arredores de Estocolmo, Suécia

Movimentos orogênicosTambém denominados de orogenéticos, trata-se de movimentos relativamente rápidos, os quais

provocam a deformação das camadas rochosas, causando dobras ou falhas, responsáveis pela formação de extensas cadeias de montanhas.

Os cinturões orogênicos são regiões que sofreram ou ainda sofrem deformações tectônicas. Podem-se distinguir dois tipos de cinturões orogênicos:

conjunto de cordilheiras do Pacífico, algumas ainda em formação – na costa americana, inclui as Montanhas Rochosas e a Cordilheira dos Andes (região muito instável, registrando intensa ati-vidade sísmica e vulcânica). Na costa asiática, as cordilheiras estão em vias de formação e seus embriões consistem na distribuição das ilhas em arco, as quais se estendem descontinuamente do Japão até a Nova Zelândia.

numerosos e importantes sistemas montanhosos – Atlas (norte da África), Pireneus (sul da França), Alpes (norte da Itália), Cáucaso (Federação Russa Europeia, próximo à Turquia), Cárpatos (Federa-ção Russa Europeia, próximo à Romênia), Montes Urais (Federação Russa) e Himalaia (Índia).

Ensino Médio | Modular 15

GEOGRAFIA

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Observe, no mapa, a localização dessas elevações:

Terremotos(abalos sísmicos)

Os terremotos são movimentos orogênicos naturais que se propagam por meio de vibrações, podendo ser percebidos diretamente ou por meio de instrumentos.

O movimento das placas tectônicas é uma das princi-pais causas da origem dos terremotos, porém, além delas, as atividades vulcânicas e o desabamento de cavernas, por exemplo, também podem ocasionar terremotos lo-cais, de pequena intensidade. Com certa frequência, os tremores de terra antecedem as erupções vulcânicas.

Observe, na ilustração ao lado, os elementos de um terremoto.

O hipocentro constitui o local do interior da Terra onde se origina o abalo sísmico. Já o epicentro é o local na superfície terrestre onde se registra o tremor de maior intensidade. As ondas sísmicas são as vibrações que se propagam pela crosta.

Cinturões orogênicosinturões orogênicos

CHARLIER, Jacques et al (Org.). Atlas du 21e siècle. Paris: Nathan, 2009. p. 152. Adaptação.

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PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 476.

Elementos de um terremoto

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Quando um terremoto está associado a um deslocamento repentino do assoalho oceânico, ele gera um tsunami. A massa de água deslocada, ao atingir a costa do litoral, ganha volume, podendo provocar danos em ilhas e áreas costeiras próximas.

As ondas sísmicas são detectadas e registradas por meio de um aparelho denominado sismógrafo, originando o sismograma.

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Sismograma do terremoto ocorrido no Chile em 27 de fevereiro de 2010

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Sismograma do terremoto ocorrido no Haiti em 12 de janeiro 2010

Analisando-se conforme a profundidade do hipocentro ou foco, os terremotos podem ser:

superficiais – quando o hipocentro se situa a menos de 60 quilômetros de profundidade. Atuam sobre áreas reduzidas, mas os efeitos são catastróficos, pois as ondas sísmicas não se atenuam antes de chegar à superfície;

intermediários – o hipocentro encontra-se entre 60 e 300 quilômetros de profundidade;

profundos – o hipocentro fica a mais de 300 quilômetros de profundidade. Afetam áreas geográficas maiores, mas sua intensidade é menor, pois as ondas sísmicas chegam enfraquecidas à superfície.

Para determinar a importância dos tremores, utilizam-se dois parâmetros: a magnitude e a intensidade. Por meio da magnitude de um sismo é possível determinar a quantidade de energia liberada no hipo-

centro. A Escala Richter é a escala de magnitude mais utilizada; compreende 10 graus, de 1 a 10, sendo cada grau dez vezes superior ao precedente.

Observe, no esquema a seguir, a indicação dos principais terremotos, a energia liberada e a sua identificação na Escala Richter:

PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006, p. 478. Adaptação.

Principais terremotos

Relação entre a Escala Richter (escala da esquerda), a liberação de energia (escala da direita), a quantidade de terremotos por ano no mundo (escala central) e outras fontes de energia liberada

Dinâmica

interna

do relevo:

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sísmicos

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GEOGRAFIA

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Já a intensidade de um abalo sísmico é uma medida qualitativa, isto é, indica os efeitos causados pelo tremor na superfície terrestre e depende da magnitude e da profundida-de em que se encontra o hipocentro. A escala de intensidade mais usada é a de Mercalli, a qual possui 12 graus.

O número de abalos sísmicos que se registra anual-mente é elevado, mais de 900 mil. No Japão, são regis-trados mais de 200 mil terremotos por ano, sendo 5 mil perceptíveis.

O terremoto com a maior magnitude já registrada – 9,5 graus – foi o que ocorreu nas cidades de Valdivia e Concepción, no Chile, em 22 de maio de 1960.

No dia 27 de fevereiro de 2010, o Chile sofreu outro ter-remoto de magnitude alta – 8,8 –, que atingiu grande parte da região sul do país, principalmente a cidade de Concepción.

Mais de 2 milhões de pessoas foram afetadas, e o governo confirmou mais de 300 mortes.

Outro abalo sísmico de grandes proporções ocorreu em 26 de dezembro de 2004 na Ilha de Sumatra, Indonésia, registrando 9,0 na Escala Richter. Esse abalo sísmico causou intensa destruição e mais de 156 mil mortes.

Em 1964, houve um terremoto de 8,6 de magnitude no Alasca, ocasionando 131 mortes. O número relativamente baixo de falecimentos para esse tipo de fenômeno geológico está relacionado à baixa densidade populacional na região onde o tremor ocorreu.

Com bases nos registros dos sismógrafos, foi estabele-cido o índice de sismicidade, que indica o número anual de abalos produzidos em determinada zona, por 100 mil km2 de superfície.

Observe estas imagens de satélite:

Agora, identifique a que local se referem e explique o fenômeno geológico que ocorreu:

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abril 2004 janeiro 2005

Existem, no planeta, várias zonas sísmicas. As principais são:

zona circumpacífica – região do Círculo de Fogo do Pacífico. Dissipa 85% da energia liberada por todos os terremotos que afetam a Terra. A sismicidade é de caráter tectônico e origina-se das tensões nos limites das placas tectônicas, onde a placa oceânica é reabsorvida pelo manto;

zona mediterrânica-transasiática – dissipa 10% da energia liberada anualmente pelos abalos sísmicos. A sismicidade é decorrente das compressões que a Placa Africana e a Placa Indoaus-traliana exercem sobre a Placa Euro-Asiática;

zona das dorsais oceânicas – dissipa 0,5% da energia. Compreende as dorsais oceânicas do Atlântico, Índico e Pacífico, bem como o seu prolongamento continental na África Oriental.

O Brasil encontra-se em área tectonicamente estável, apresentando baixo número de tremores. Os abalos sísmicos ocorrem nas linhas falhas de rochas e, por isso, a magnitude dos tremores é bai-xa. Alguns dos terremotos de maiores intensidades são reflexos de epicentros localizados na Dorsal Mesoatlântica, nos limites das principais placas tectônicas e em suas proximidades.

18 Sistemas naturais: litosfera e hidrosfera

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Leia o texto e, em seguida, responda às questões propostas:

Especialistas brasileiros explicam as causas do terremoto do Haiti

As causas do terremoto no Haiti foram discutidas [...] em todo o mundo. Especialistas brasileiros explicam o que provocou um efeito tão devastador no Haiti. [...]

Porto Príncipe, a capital do Haiti, está bem próxima ao ponto de encontro entre as placas tectônicas do Caribe e da América do Norte. Imensas lages rochosas em discreto, mas permanente deslocamento. [...]

O epicentro do terremoto coincide com uma falha geológica registrada nos mapas. Ela teria cedido à pressão, imagina este outro especialista, da Universidade de São Paulo (USP). “Existe uma falha já definida há muitos anos. É essa falha que foi a principal culpada pela ocorrência desse terremoto que devastou o Haiti”, explica José Roberto Barbosa, técnico em Sismologia da USP.

Previsão O risco de um terremoto nessa falha foi apontado por vários cientistas. A última vez, em 2008, num con-

gresso internacional na vizinha República Dominicana.Sobre os tremores registrados nos últimos dias no Rio Grande do Norte, Aderson Nascimento, professor

de Sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), diz que a região está sobre outro sistema de placas tectônicas. “Não consigo ver nenhuma relação até porque são situações, do ponto de vista geológico, um pouco diferentes”, afirma.

Além de bastante intenso, o abalo aconteceu a uma profundidade relativamente pequena, cerca de 10 qui-lômetros, o que é pouco, em termos geológicos. Por isso, os tremores chegaram com tanta força à superfície.

Em 2003, na fronteira entre Brasil e Peru, houve um terremoto com magnitude até maior: 7,1 graus na escala Richter, mas a 600 quilômetros de profundidade, quase nem foi sentido.

ESPECIALISTAS brasileiros explicam as causas do terremoto do Haiti. Disponível em: <http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1446339-5603,00.html>. Acesso em: 11 jun. 2010.

Fonte: ESTADÃO, 14 jan. 2010. Disponível em: <http://www.estadao.com.br/especiais/entenda-o-terremoto-no-haiti,84276.htm>. Acesso em: 12 fev. 2010.

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GEOGRAFIA

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VulcanismoO vulcanismo é o conjunto de fenômenos relacionados com

erupções vulcânicas e expansão do magma pela superfície ter-restre, seu resfriamento e sua consolidação, sendo o vulcão uma fissura na crosta terrestre através da qual o magma extravasa e chega à superfície. A atividade vulcânica é outro fenômeno geológico caracterizado como movimento orogenético.

Observe, na ilustração ao lado, a estrutura vulcânica.

Um vulcão é uma fissura da crosta terrestre que se co-munica com o interior da Terra. Por meio dele, são expelidos gases (em explosões repentinas), fluxos de lava, jatos incan-descentes, cinzas e material rochoso fragmentado.

As partes do vulcão são:

câmara magmática – fonte do material vulcânico;

conduto ou chaminé – canal por onde a lava é extra-vasada;

cone – elevação edificada por materiais vulcânicos aglomerados ao redor do conduto;

dique – canal por onde escapa o magma, acompa-nhando a zona de fratura;

cratera – boca do vulcão. Sofre alargamento devido às explosões. O diâmetro das crateras é inferior a um quilômetro. Quando ultrapassam esse valor, são denominadas caldeiras.

1. Quais são as placas tectônicas envolvidas no evento do Haiti?

2. Segundo os especialistas, qual foi a causa do terremoto?

3. Por que o terremoto foi intenso?

4. Em sua opinião, por que as consequências foram tão desastrosas?

TEIXEIRA, Wilson et al (Org.). Decifrando a Terra. 2. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. p. 176.

Estrutura simplificada de um vulcão

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O vulcão Mauna Loa, no Havaí, é exemplo desse tipo de relevo e erupção

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O Monte Santa Helena, em Washington, Estados Unidos, possui um domo vulcânico em sua cratera

O vulcão Cerro Negro, na Nicarágua, foi estruturado como cone de cinza em um terreno formado por erupções mais antigas

O Monte Fuji, no Japão, tem seu cone vulcânico estruturado em camadas de lavas e de piroclastos

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Os vulcões podem ser classificados segundo as caracte-rísticas das erupções e o tipo de relevo vulcânico:

Vulcão-escudo – em decorrência das várias erupções, o relevo vulcânico é estruturado em camadas nas quais o magma basáltico foi se acumulando. O magma pode ser expelido pela chaminé ou pelas encostas.

Domo vulcânico – a estrutura forma-se pelo acúmulo de magma mais viscoso, chamado de félsico, no final da chaminé do vulcão, já na cratera. Normalmente, esses domos obstruem as chaminés.

Cone de cinza – o material expelido pelo vulcão é de-positado em camadas, estruturando o cone.

Vulcão composto – o cone vulcânico é estruturado em camadas de lavas, intercaladas com piroclastos (frag-mentos de rochas). São exemplos desse tipo de vulcão: Monte Fujiyama (Fuji) (Japão), montes Vesúvio e Etna (Itália), Monte Rainier (EUA).

Um vulcão em erupção produz material piroclástico (fragmentos sólidos de rochas oriundos do conduto, principalmente, ou magma semiconsolidado), gasoso (vapor-d’água) e pastoso (lavas).

Sobre o globo, há, aproximadamente, dez mil vulcões, sendo a área de maior concentração a do Círculo de Fogo do Pacífico. As teorias da expansão dos oceanos e da tectônica de placas explicam satisfatoria-mente a distribuição geográfica dos vulcões. Estes localizam-se, essencialmente, nas zonas de expansão da crosta terrestre (dorsais oceânicas), onde ocorre a ascensão do magma, e nas zonas de compressão ou subducção (fossas abissais), onde a crosta é reabsorvida pelo manto.

GEOGRAFIA

Ensino Médio | Modular 21

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Distribuição global dos principais vulcõesistribuição global dos principais vulcões

Fonte: PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 158. Adaptação.

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No grupo de ilhas do Oceano Atlântico (Islândia, Açores, Ascensão, Tristão da Cunha) e das dorsais do Índico, Pacífico e da África Oriental, os vulcões são, em geral, submarinos.

Aqueles que se situam no Círculo de Fogo do Pacífico e os da zona mediterrânea são vulcões subaéreos.

No Brasil, as últimas formas vulcânicas datam da Era Cenozoica, e são responsáveis pela formação das ilhas de Fernando de Noronha, Abrolhos, Trindade e de São Pedro e São Paulo.

Na Era Mesozoica, ocorreram derrames em Jacupiranga (SP), Anitápoles e Lajes (SC), Serra Negra e Poços de Caldas (MG).

No fim da Era Mesozoica, no Sul do Brasil, houve vulcanismos de fissuras de lavas bá-sicas (de 8 a 13 derrames). Esses derrames cobriram cerca de 1 200 000 km2, os quais deram origem a um solo fértil denominado de terra roxa.

Observe, no mapa ao lado, as áreas afeta-das pelas atividades vulcânicas:

Fonte: LEINZ, Viktor; AMARAL, Sérgio Estanislau do. Geologia geral. 8. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1980. p. 284. Adaptação.

Atividades vulcânicas no BrasilAtividades vulcânicas no Brasil

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Observe, no mapa a seguir, as principais áreas vulcânicas do planeta:

22 Sistemas naturais: litosfera e hidrosfera

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Formas de relevo

A Terra possui duas grandes unidades morfológicas: as áreas continentais e o fundo dos oceanos, as quais foram se estruturando ao longo do tempo geológico devido à atuação das forças endógenas e exógenas.

O relevo dessas unidades pode ser classificado de acordo com sua gênese (forças endógenas), a qual estruturou os crátons, as bacias sedimentares e as cadeias orogênicas.

Observe, no mapa a seguir, as grandes estruturas do relevo:

Os crátons são a estrutura mais antiga, constituídos por rochas que variam de 570 milhões a 4,5 bilhões de anos. Apresentam formas desgastadas devido aos processos erosivos. Incluem os escudos cristalinos e as plataformas continentais. Como são antigos, é mais provável haver determinados mi-nerais, como ouro, cobre, bauxita, manganês e minérios de ferro, principalmente. Observando o mapa, podem-se citar os escudos Canadense, das Guianas, Brasileiro, Africano, Árabe, Báltico, Siberiano, Chinês, Indiano e Australiano.

Estrutura geológica mundialstrutura geológica mundial

CHARLIER, Jacques et al (Org.). Atlas du 21e siècle. Paris: Nathan, 2009. p. 152, mapa (c). Adaptação.

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GEOGRAFIA

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No Brasil, ocupam 36% do território e são denominados Escudo das Guianas, ao norte da Planície Amazônica, e Escudo Brasileiro, o qual ocupa a porção central do nosso país. Em relação à presença de minerais metálicos, podem ser encontrados no Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais (minério de ferro); na Serra dos Carajás, no Pará (minério de ferro); na Serra do Navio, no Amapá (cassiterita); e no Maciço do Urucum, em Mato Grosso do Sul (minério de ferro).

As bacias sedimentares são depressões de extensão considerável onde foram depositados sedimentos, tanto por processos marinhos quanto por glaciais, eólicos ou continentais. O peso dos sedimentos também contribuiu para a subsidência de tais áreas. Em algumas dessas bacias, as ca-madas de sedimentos atingem milhares de metros, sendo possível encontrar bolsões petrolíferos, gás natural e carvão mineral, principalmente. As bacias sedimentares mais importantes são as do Congo, do Mississipi-Missouri e do Colorado.

No Brasil, as bacias sedimentares ocupam cerca de 64% do território. São as bacias Amazônica, do Paraná, do Meio-Norte, São-Franciscana e do Pantanal Mato-Grossense, entre outras. Nessas áreas, há presença de carvão, em Criciúma (SC), e de petróleo, em Campos (RJ), no Recôncavo Baiano (BA) e em Mossoró (RN).

Os cinturões orogênicos foram formados com a movimentação das placas tectônicas e possuem elevações com altitudes consideráveis. Instáveis geologicamente, apresentam terremotos frequentes, vulcões, falha e dobramentos. São estruturas recentes e ainda em processo de formação, como é o caso da Cordilheira dos Andes. As principais elevações dos cinturões orogênicos são os Andes e as Montanhas Rochosas (América); o Himalaia (Ásia); os Montes Atlas (África); os Pireneus, os Alpes e os Cárpatos (Europa) e o Cáucaso (entre Europa e Ásia).

Por se localizar na área central da placa tectônica sul-americana, o Brasil não possui cadeia de montanhas.

No quadro a seguir, há a relação entre a estrutura geológica e a presença de minerais.

Estrutura geológica e principais recursos minerais relacionados

Subsistema Interação

CrátonsOuro (Au), ferro (Fe), níquel (Ni), manganês (Mn), cobre (Cu), prata (Ag), cromo (Cr), urânio (U), tungstênio (W), tântalo (Ta), platina (Pt), amianto, pedras preciosas (gemas, incluindo diamantes), pedras ornamentais e bauxita (Al).

Cinturões orogênicos

Mercúrio (Hg), Zinco, (Zn), Chumbo (Pb), Ouro (Au), Estanho (Sn), Ferro (Fe) e Manganês (Mn).

Bacias sedimentares

Arenitos e cascalhos, argilitos, calcário, turfas, carvão e petróleo.

Analisando a estrutura do relevo (forças endógenas na estruturação e forças exógenas em sua modelagem), é possível classificar suas formas em planaltos, planícies, depressões e formações montanhosas. O relevo foi sendo estruturado e modelado no decorrer do tempo geológico.

24 Sistemas naturais: litosfera e hidrosfera

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Os planaltos, também conhecidos como platôs, são áreas relativamente planas e elevadas em relação às áreas circunvizinhas. Originam-se de processos erosivos, tanto hí-dricos como eólicos, e do soerguimento da crosta (movimento epirogenético positivo). Nas bordas dos planaltos, podem ocorrer serras ou escarpas, além de vertentes recortadas por vales estreitos e profundos.

Os planaltos Brasileiro, da Etiópia (África), do Decã (Índia), da Mongólia (Mongólia), de Pamir (China – considerado o “telhado” do mundo, com altitudes superiores a 4 mil metros) e do Tibete (China) são exemplos dessa forma de relevo.

As planícies geralmente ocorrem em áreas de baixas altitudes. A superfície é relativamente plana, com pouca variação de altitude. Nessas áreas, a deposição de sedi-mentos supera o desgaste erosivo. Quando ocorrem próximo ao litoral, são chamadas de planícies litorâneas e, se esti-verem no interior dos continentes, denominam-se planícies continentais.

Se as planícies se originam devido ao desgaste do relevo que existia antes, denominam-se planícies de erosão. Já se o processo de origem for o de acumulação de sedimentos, são conhecidas como sedimentares.

Formas do relevo mundialormas do relevo mundial

CHARLIER, Jacques et al (Org.). Atlas du 21e siècle. Paris: Nathan, 2009. p. 153, mapa (e). Adaptação.

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As planícies centrais na América, a Central Europeia e a Alentejana (Portugal) são exemplos dessa feição do relevo. No Brasil, as planícies Litorânea, Amazônica e do Pantanal são as principais.

As formações montanhosas podem se originar do choque entre duas placas tectônicas continentais, como a Cordilheira do Himalaia, que surgiu por meio do processo de enrugamento; do choque entre uma placa oceânica e uma continental, como a Cordilheira dos Andes, por dobramento; pela formação de uma estrutura vulcânica; de falha, como a Serra do Mar, no Brasil; e devido ao movimento epirogenético (tanto positivo como negati-vo), ficando o desnível resultante exposto a processos erosivos.

As principais elevações mundiais são a Cordilheira dos Andes, os Apalaches e as Montanhas Rochosas (América), a Cadeia do Atlas (África), os Alpes (Europa), os Montes Urais (entre Europa e Ásia) e a Cordilheira do Himalaia (Ásia).

Depressões são áreas que possuem altitude mais baixa em relação às regiões circunvizinhas.

Quando uma área é mais baixa que aquelas que estão ao seu redor, têm-se as chamadas depressões relativas. As crateras de vulcões já extintos são assim denominadas; nelas, é possível ocorrer a formação de um lago.

O mapa a seguir apresenta as principais formas do relevo mundial:

Ensino Médio | Modular 25

GEOGRAFIA

Page 26: Sistemas naturais: litosfera e hidrosferaprepapp.positivoon.com.br/assets/Modular/GEOGRAFIA/...é chamada de litosfera. A interação desses três componentes (atmosfera, hidrosfera

As depressões absolutas ocorrem quando estão abaixo do nível médio do mar, como o Mar Morto.

A Bacia Amazônica e a do Congo também são consi-deradas depressões relativas, isto é, encontram-se rebai-xadas em relação às áreas vizinhas. No Brasil, podem-se citar como exemplo as depressões Norte e Sul-Amazônica, Sul-Rio-Grandense, Sertaneja e do São Francisco.

Além dessas formas, há os vales, os quais são superfícies localizadas entre as encostas das formações montanhosas. São estreitos e alongados e, geralmente, preenchidos por rios, que mol-dam seus formatos. Em função da inclinação das encostas, a largura e a forma do vale podem ser: em “V” fechado ou garganta (próximo às nascentes dos rios), em “V” aberto, em “U” e em calha (próximo à foz dos rios), tendo a planície de inundação do rio mais larga.

GIOVANNETTI, Gilberto; LACERDA, Madalena. Melhoramentos dicionário de Geografia: termos, expressões, conceitos. São Paulo: Melhoramentos,

1996; GUERRA, Antônio Teixeira; GUERRA, Antônio José Teixeira. Novo dicionário geológico-geomorfológico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997.

No litoral, também são encontradas outras formas de relevo, além das estudadas até agora.

Observe a ilustração e, em seguida, as definições dessas formas de relevo:

Baía – porção do mar que se adentra no continente por uma passagem estreita, a qual se alarga no interior da baía; reentrância

na costa litorânea, porém menor que a de um golfo, pela qual o mar penetra no continente.

Barra à entrada da baía – bancos ou coroas de detritos carregados pela água e depositados na foz dos rios ou na entrada das baías.

Barreira – aparecem como falésias do litoral do Amapá até o do Rio de Janeiro; barrancos de 50 a 60 metros de altura que

terminam de forma abrupta. Sob o ponto de vista geomorfológico, considera-se barreira um litoral típico de falésia.

Cabo – porção de terra que se projeta para o mar.

Costão – costa íngreme; denominação regional usada no Sudeste brasileiro; quando for um costão rochoso, pode ser chamado de arriba.

Duna – elevação móvel de areia formada pela ação dos ventos. Pode se formar em áreas litorâneas, devido ao trabalho do mar

e do vento e, também, no interior do continente, em áreas de pouca vegetação.

Enseada – reentrância da costa litorânea, bem aberta e em direção ao mar, mas com pequenas penetrações deste, geralmente

limitada por dois promontórios.

Ilha barreira – ilhas estreitas e compridas de areia que ficam a alguma distância da costa continental.

Laguna – porção de água salgada, relativamente rasa, parcialmente separada do mar por uma barreira natural, como, por

exemplo, recifes, na qual existem aberturas que se comunicam com o mar.

Praia – depósito de areias acumuladas pelos agentes de transportes fluviais e marinhos.

Promontório – penhasco, geralmente rochoso, que se projeta sobre o mar.

Restinga – ou flecha litorânea; faixa de areia depositada de forma paralela ao litoral pelas correntes marinhas nas entradas

das baías e enseadas.

Sapal – formações aluvionares periodicamente alagadas pela água salgada.

Tômbolo – formação arenosa que une a ilha ao continente.

Disponível em: <http://geoportal.no.sapo.pt/images/formas.jpg>. Acesso em: 16 fev. 2010. Adaptação. Luis

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Disponível em: <http://geoportal.no.sapo.pt/images/formas.jpg>. Acesso em: 16 fev. 2010. Adaptação. Luis

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26 Sistemas naturais: litosfera e hidrosfera

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Devido a um longo processo erosivo, o Brasil possui relevo de baixas altitudes. Somente 3% do território apresenta altitude acima de 900 metros. As maiores altitudes estão nas serras do Imeri, Parima e Pacaraima, na fronteira com a Venezuela. Os planaltos ocupam 59% do território brasileiro (desses, 3% estão em altitudes superiores a 900 metros), e as planícies, 41%.

Observe o mapa a seguir:

IBGE. Atlas nacional digital. Rio de Janeiro: IBGE, 2005. Adaptação.

Brasil hipsométricorasil hipsométrico

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Há três classificações principais do relevo brasileiro, a de Aroldo de Azevedo, a de Aziz Ab’Saber e a de Jurandyr Ross.

Aroldo de Azevedo, geógrafo e geomorfólogo brasileiro, fez a associação das grandes unidades do relevo às características geológicas e à topografia. Na classificação que apresentou em 1949, havia sete unidades: Planalto das Guianas, Planalto Central, Planalto Meridional, Planalto Atlântico, Planície Amazônica, Planície do Pantanal e Planície Costeira, conforme o mapa a seguir:

GEOGRAFIA

27Ensino Médio | Modular

Page 28: Sistemas naturais: litosfera e hidrosferaprepapp.positivoon.com.br/assets/Modular/GEOGRAFIA/...é chamada de litosfera. A interação desses três componentes (atmosfera, hidrosfera

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AZEVEDO, Aroldo de. O Brasil e suas regiões. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1972. Adaptação.

Relevo brasileiro segundo Aroldo de Azevedoelevo brasileiro segundo Aroldo de Azevedo

Com o avanço tecnológi-co na pesquisa de campo e elaboração de mapas, além de acrescentar novos conhe-cimentos sobre o território brasileiro, o professor Aziz Ab’Saber, geógrafo brasileiro, dissociou e diferenciou a es-trutura geológica das formas do relevo propriamente dito. Sua classificação atribuiu de-nominações regionais, em vez de geológicas, às unidades. O estudo desse geógrafo baseia--se na influência dos climas atuais sobre a estrutura ge-ológica.

O mapa ao lado apre-senta a classificação de Aziz Ab’Saber para o relevo do Brasil:

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Relevo brasileiro segundo Aziz Ab’Saberelevo brasileiro segundo Aziz Ab’Saber

AZEVEDO, Aroldo. Brasil: a terra e o homem. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1970. v. 1. Adaptação.

28 Sistemas naturais: litosfera e hidrosfera

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Nas décadas de 1970 e 1980, o governo brasileiro, em parceria com a Nasa (EUA), desenvolveu o Projeto Radambrasil, com o objetivo de estudar o território brasileiro com o auxílio de imagens de radar, captadas por avião. O programa produziu uma série de informações que possibilitaram uma análise integrada do meio físico e biótico, incluindo textos e mapas temáticos.

O professor Jurandyr Ross participou desse programa e, a partir dele, apresentou uma nova clas-sificação do relevo brasileiro. Além dos planaltos e das planícies já identificadas nas classificações anteriores, foi introduzida a categoria de depressão.

Como resultado final do estudo do professor Jurandyr, essa classificação, apresentada no início da década de 1990, continha 28 grandes unidades geomorfológicas, representadas no mapa a seguir.

ROSS, Jurandyr L. Sanches (Org.). Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2008. p. 53. Adaptação.

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Relevo brasileiro segundo Jurandyr Rosselevo brasileiro segundo Jurandyr Ross

Relevo submarino

O relevo submarino assemelha-se ao continental em relação às formas. Observe a ilustração a seguir, que retrata as unidades de relevo submarino:

GEOGRAFIA

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As principais formas do relevo submarino são: platafor-ma continental, talude continental, bacia oceânica, cadeias oceânicas, planície abissal e ilhas (continental e oceânica).

A plataforma continental é a continuação submersa do litoral, a partir da linha da costa. Margeia todos os continen-tes, com uma largura que varia entre 70 e mil quilômetros. Na costa brasileira, a largura média é de 160 quilômetros.

No Oceano Pacífico, a plataforma continental é mais estreita, com intensas atividades vulcânicas, apresentando, em seu limite, fossas submarinas, como a Fossa Peru-Chile na costa oeste da América do Sul.

É nessa região que a luz do Sol atinge o fundo oceânico, pois a profundidade média é de 200 metros. A luminosidade e a água aquecida possibilitam a fotossíntese e o desenvol-vimento do plâncton, que é um alimento indispensável para muitas espécies de peixes e animais marinhos. Em função disso, na plataforma continental encontram-se as maiores áreas pesqueiras, além das bacias petrolíferas.

Nessa porção submersa do litoral, deposita-se grande parte dos sedimentos despejados pelos rios que deságuam no mar e também se encontram as ilhas continentais ou costeiras.

Após a plataforma continental, há o talude continental, que a interliga com o fundo oceânico. De origem sedimentar, é inclinado, com relevo irregular, apresentando cânions e vales com profundidades entre 3 mil e 5 mil metros. No ta-lude, há ilhas oceânicas, com predomínio de ilhas de origem vulcânica, como as do Havaí.

A planície ou bacia abissal localiza-se entre o talude continental e as encostas das cadeias oceânicas. São áreas extensas, com profundidade acima de 5 mil metros. Nessa

região, encontram-se elevações, algumas isoladas, deno-minadas montes submarinos, com alturas entre 200 e mil metros e origem vulcânica. Quando sua altitude ultrapassa o nível das águas, originam-se as ilhas oceânicas. Como a luz solar não chega até a planície abissal, há um número restrito de espécies.

As cadeias ou cordilheiras oceânicas são elevações que se formaram em decorrência da movimentação das placas tectônicas. Estendem-se por, aproximadamente, 84 mil quilô-metros. Nelas, é possível verificar a presença de rift-valleys com vários quilômetros de largura, caracterizando a ruptura dos continentes. No Oceano Atlântico, a dorsal é Mesoatlân-tica, ocupando a porção central, o que caracteriza um oceano em vias de formação. Essa cordilheira emerge no Atlântico Norte, originando a Islândia. Nos oceanos Pacífico e Índico, a cordilheira ocupa porções marginais, sendo mais marginal no Pacífico que no Índico, o que significa que esse oceano é mais antigo. Nas dorsais, há intensa atividade vulcânica e sísmica.

As fossas oceânicas são depressões estreitas e alon-gadas que se localizam próximo às cordilheiras e apresentam grandes declividades. A profundidade é variada, podendo chegar a 11 034 metros na Fossa das Marianas, a qual se situa no Oceano Pacífico, perto das Ilhas Marianas, na fron-teira entre as placas tectônicas do Pacífico e as das Filipinas.

As ilhas continentais ou costeiras estão próximas à linha do litoral dos continentes e se localizam na plataforma continental. Como exemplos, podem-se citar a Ilha de Santa Catarina (Brasil), Grã-Bretanha, Cuba, Hispaniola (República Dominicana e Haiti), Taiwan, entre outras.

Unidades do relevo submarino

TEIXEIRA, Wilson et al (Org.). Decifrando a Terra. 2. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. p. 379. Adaptação.

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As ilhas oceânicas encontram-se distantes dos conti-nentes, sendo as porções emersas das dorsais oceânicas, como a Islândia e o Arquipélago de Galápagos (Equador). A origem desse tipo de ilha pode ser vulcânica, como é o caso do Havaí (EUA) e de Fernando de Noronha (Brasil).

1. (UFSC) A partir da conversa de Calvin e Haroldo, numa ilustração de Bill Waterson, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S):

As coralíneas são tipos de ilhas formadas pelo acúmulo de corais, como ocorre com as Ilhas Maldivas (Oceano Índico).

As ilhas fluviais estão relacionadas à acumulação de sedimentos que o rio transporta. Como exemplo, pode-se citar a Ilha do Bananal (Brasil).

2. (UFAC) A estrutura geológica das terras emersas do Brasil é constituída, basicamente, por bacias sedimentares e escudos cristalinos, tectonica-mente estáveis.

As áreas cinzas do mapa representam:a) dobramentos modernos. b) bacias sedimentares.c) bacias hidrográficas.d) escudos cristalinose) áreas de instabilidade tectônica

3. (UFPR) O planeta Terra apresenta grandes cadeias montanhosas que são encontradas em todos os continentes de maneira irregular. O surgimento dessas cadeias, como Andes, Alpes e Himalaia, e sua morfologia podem ser explicados, respectivamente:a) por processos orogenéticos e pela ação de

agentes externos. b) por processos endogenéticos e pela ação de

agentes externos.c) por processos pedogenéticos e por falhamento.d) por processos criogenéticos e pela atuação eólica.e) por processos orogenéticos e por abrasão marinha.

(01) Quando o magma se solidifica no interior da crosta terrestre, formam-se as rochas magmáticas plutônicas.

(02) A acumulação de restos de rochas e de detritos orgânicos recebe o nome de sedimentação.

(04) A litosfera corresponde à crosta continental que é formada pelos minerais mais densos.

(08) Abalos sísmicos e atividades vulcânicas são considerados agentes externos do relevo.

(16) A ação eólica é responsável pelo aplainamento das formações geomorfológicas em todas as áreas de baixas latitudes.

MOREIRA, João Carlos. Geografia. São Paulo: Scipione, 2008. p. 119, v. 1, ensino médio.

Ensino Médio | Modular 31

GEOGRAFIA

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4. (UFAM) Na porção oeste da Amazônia, encontra- -se a Cordilheira dos Andes. Sobre essa Cordilhei-ra, é incorreto afirmar:a) É uma formação geológica do final do Meso-

zoico e início do Cenozoico.b) É resultado do afastamento da Placa Sul-Ame-

ricana no sentido leste-oeste. c) É uma formação geológica tão antiga quanto

o Planalto das Guianas.d) Como ainda vem sofrendo desgaste erosivo,

grande parte de seus sedimentos são carrea-dos para os rios de água branca.

e) Constitui uma unidade de relevo cuja idade geológica é recente.

5. (UFAM) O movimento que dá origem às monta-nhas denomina-se:a) diastrofismo b) orogênese c) epirogênese d) vulcanismoe) catastrofismo

6. (UPF – RS) A superfície terrestre apresenta várias fisionomias ou irregularidades, que chamamos de “relevo”. A figura mostra, esquematicamen-te, as principais formas de relevo continental e oceânico. As formas de relevo identificadas na figura com os números 1, 2 e 3 correspondem, respectivamente, a:

a) Região Abissal, Plataforma Continental e Planalto.b) Região Pelágica, Depressão Relativa e Planície. c) Plataforma Continental, Depressão Absoluta e

Montanha.d) Talude Continental, Planície e Planalto.e) Região Pelágica, Planície e Montanha.

7. (UFPel – RS) O vulcanismo constitui a atividade por meio da qual o material magmático é expulso do in-terior da terra para a superfície. Muitos vulcões ativos entram em erupção constantemente. Recentemente, na Colômbia, o vulcão Nevado del Huila despertou preocupações na população local por causa das erup-ções verificadas. Observe a imagem a seguir.

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Erupção no Nevado del Huila, Colômbia

Com relação ao Nevado del Huila, é correto afir-mar que está localizado: a) totalmente na Placa Sul-mericana; trata-se de

um maciço montanhoso onde já ocorreram várias erupções.

b) entre a Placa Sul-Americana e a Placa do Pací-fico, onde, através de uma fratura, o magma chega à superfície, em um processo vulcânico resultante de sua localização.

c) na Placa de Nazca e se origina do movimento de afastamento e choque dessa placa com a do Pacífico.

d) na zona de subducção, onde uma placa entra por debaixo da outra e origina o processo vulcânico.

e) no famoso “Círculo de Fogo do Pacífico” e é resultante dos agentes exógenos responsáveis pela elevação da crosta.

8. (UNIFAL – MG) Assinale a alternativa correta so-bre a história geológica e as paisagens naturais e humanizadas das Américas:a) As Montanhas Rochosas e os Montes Apalaches,

na América do Norte, resultaram do choque entre placas tectônicas, apresentando grandes altitudes e climas áridos.

b) Com território parcialmente situado sobre uma placa tectônica estável, o Brasil está livre de vulcanismo, predominando as rochas me-tamórficas como granitos e mármores.

c) A Cordilheira dos Andes, na América do Sul, resultou de antigos movimentos tectônicos da Era Primária, apresentando, portanto, poucos vulcões ativos.

d) Os desertos de Atacama e do Colorado situ-am-se, respectivamente, na porção oeste da América do Sul e no leste da América do Nor-te, sendo ambos praticamente desabitados.

e) Entre as grandes cadeias montanhosas, a oeste e os planaltos ou montanhas do leste, o continente americano apresenta planícies, nas quais predomi-nam os processos de deposição de sedimentos.

32 Sistemas naturais: litosfera e hidrosfera

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9. (UFAM) O alemão Alfred Lothar Wegener obser-vou em seus estudos sobre a Teoria da Deriva dos Continentes que:

I. há cerca de 200 milhões de anos, teria existi-do apenas um continente, a Pangeia.

II. a principal evidência dessa teoria é a grande massa de terras do Planalto Siberiano.

III. existia um único oceano denominado Pantalassa.

IV. a Austrália foi um grande continente que se fragmentou em Laurásia e Gondwana.

V. as evidências se fundamentam em dados pa-leontológicos e paleoclimáticos.

Qual alternativa abaixo corresponde às afirmati-vas incorretas?

a) I e IV

b) II e V

c) I e III

d) II e IV

e) III e V

10. (UNESP) Observe, na imagem, a delimitação do “cinturão do fogo” e dos limites das placas tec-tônicas.

MUNDO: CINTURÃO DE FOGO E PLACAS TECTÔNICAS

(J. W. Vesentini, 2005. Adaptação.)

Qual a dinâmica natural que leva à ocorrência de zonas de instabilidade nessas áreas e quais os fenômenos tectônicos que podem ocorrer nessas regiões?

11. (UFGD – MS) O conhecimento da estrutura geo-lógica do planeta Terra e a dinâmica de formação da superfície terrestre são fundamentais para a compreensão das características naturais atuais

e sua distribuição espacial. Esse conhecimento auxilia o entendimento da correlação existente entre fenômenos naturais, aparentemente muito distantes espacialmente, e sua cronologia de de-senvolvimento. Considerando essas informações, analise estas imagens:

Considere as afirmações a seguir:

I. A figura 1 corresponde à Era Paleozoica, está associada ao Período Permiano e demons-tra a configuração da superfície terrestre há mais de 250 milhões de anos.

II. As figuras 2, 3 e 4 correspondem ao Perío-do Mesozoico, respectivamente ao Triássico, Jurássico e Cretáceo, estando entre 200 e 65 milhões de anos.

III. As figuras correlacionam-se com a teoria de-nominada Deriva Continental e demonstram o processo de evolução da superfície terres-tre a partir do tempo geológico. A figura 1 associa-se ao Paleozoico, as figuras 2, 3 e 4 correspondem ao Mesozoico, e a de número 5, à Era Cenozoica.

IV. A figura 5 corresponde ao Período Quater-nário; nele, estão registrados os impactos ambientais negativos decorrentes de ações antrópicas.

Assinale a alternativa correta:

a) Somente a afirmação I está correta.

b) Somente a afirmação III está correta.

c) Somente as afirmações I e II estão corretas.

d) Somente as afirmações II e III estão corretas.

e) Somente as afirmações I, III e IV estão corretas.

Ensino Médio | Modular 33

GEOGRAFIA

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Estrutura da crosta terrestre2

Utilizam-se minerais, em maior ou menor proporção, na constituição de todos os produtos industrializados. Na construção de uma casa, por exemplo, os minerais estão presentes em todas as etapas, desde o acabamento, a decoração, até as utilidades domésticas. Observe a ilustração:

Fonte: TEIXEIRA, Wilson et al (Org.). Decifrando a Terra. 2. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. p. 148.

A crosta terrestre está em constante transformação e, como consequência disso, o relevo também sofre modificações. A ação dos agentes internos (forças endógenas) e externos (forças exógenas) altera a crosta e o relevo. O tectonismo, a orogenia, a epirogenia, o vulcanismo e os terremotos são agentes internos responsáveis pela conformação da estrutura da crosta. Diversos agentes externos, por sua vez, atuam sobre ela, também mode-lando as formas de relevo, como a chuva, o vento, a alteração da temperatura, as águas superficiais, os oceanos, entre outros.

A crosta é formada por minerais e rochas. Os minerais têm composição química definida e são encontrados naturalmente na crosta terrestre. Já as rochas são um agregado natural de minerais e constituem as unidades estruturais da crosta.

Estrutura litológica

Uma das principais origens da formação dos minerais é o resfriamento do magma. À medida que o magma se resfria e atinge determinadas temperaturas, os minerais vão sendo constituídos. A cristalização das soluções de água quente (fontes hidrotermais) que preenchem as rachaduras e as fendas nas rochas também dão origem aos minerais. Quando a água salgada fica represada e evapora, vários minerais se formam, como é o caso da halita, da gipsita, etc.

Marcos Gomes. 2010. Digital.

Sistemas naturais: litosfera e hidrosfera34

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PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 112.

Dos milhares de minerais conhecidos (mais de 3 500), pouco mais de dez grupos são considerados minerais formadores de rochas que integram a crosta terrestre: feldspatos, 59,5%; quartzos, 12,0%; piroxênios e anfibólios, 16,8%; micas, 3,8%; outros, 7,0%.

O ciclo das rochas, ilustrado a seguir, auxilia na compreensão dos processos de formação das rochas.

1– A subducção de uma placa oceânica em uma placa continen-tal soergue uma cadeia de montanhas vulcânicas.

2– A placa que subducta se funde à medida que mergulha. O magma ascende da placa fundida e do manto e extravasa-se como lava ou intrude-se na crosta.

4– As montanhas soerguidas forçam o ar carre-gado de umidade a ascender, esfriar, condensar e precipitar.

9– À medida que uma rocha sedimentar é soterrada em maiores profundidades na crosta, ela torna-se mais quente e metamorfiza-se. As rochas ígneas também podem metamorfizar-se.

5– A precipitação, o congelamento e o degelo criam material solto – sedimento – que é carre-gado pela erosão...

8– Ao longo das margens tectonicamente ati-vas, por exemplo, onde os continentes colidem, as rochas são soterradas ou comprimidas por pressão extrema, em um processo chamado orogenia.

6– ... e é transportado para o oceano por rios, onde é depositado como camadas de areia e silte. As camadas de sedimentos são soterradas e sofrem litificação, tornando-se rochas sedimentares.

7– O soterramento é acompanhado de subsidên-cia, que é o afundamento da crosta da Terra.

10– Fusões subsequentes ou a subducção de outra placa oceânica recomeçam o ciclo.

3– O magma esfria para formar as rochas ígneas: as rochas vulcânicas cris-talizam do magma ou da lava extrudida; e as rochas plutônicas cristalizam das intrusões subterrâneas.

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Ensino Médio | Modular 35

GEOGRAFIA

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O ciclo ocorre em diferentes estágios e em várias partes da crosta, erodindo montanhas por meio do desgaste das rochas expostas na superfície, ação que gera sedimentos, os quais serão transpor-tados e depositados em outro lugar, podendo originar outras rochas por compactação. As rochas que compõem a crosta são recicladas contínua e constantemente, mas apenas determinados estágios que ocorrem na superfície são visualizados.

As rochas encontram-se dispostas em padrões determinados pela história geológica de uma região. Realizando perfurações na crosta para coletar rochas e minerais, é possível estudar e mapear esses padrões. Nos primeiros quilômetros, em geral, há rochas sedimentares, pois os sedimentos (material originado pelo desgaste de rochas preexistentes) são depositados nas áreas mais baixas da superfí-cie da crosta terrestre. Em profundidades entre 6 e 10 km, constata-se, normalmente, a presença de rochas ígneas e metamórficas antigas. Como não estão expostas ao subsistema clima, mantêm as características originais de formação.

Tipos de rochas Quanto à origem e às características minerais, as rochas estão classificadas em três tipos: ígneas

ou magmáticas, sedimentares e metamórficas, sendo resul-tantes da interação de dois subsistemas, o da tectônica de placas e o do clima.

As rochas ígneas ou magmáticas são formadas duran-te o resfriamento e a consolidação do magma, o qual pode se resfriar e se consolidar na superfície terrestre – originando as rochas vulcânicas ou extrusivas –, ou no interior da crosta – originando as rochas plutônicas ou intrusivas.

O processo de resfriamento do magma é mais rápido na superfície, pois a diferença de temperatura entre o magma e o ar é significativa. São exemplos de rochas vulcânicas o basalto, o diabásio, o andesito, entre outros.

Já o processo de resfriamento e consolidação do magma no interior da crosta é mais lento e, devido a isso, os mine-rais podem ser identificados a olho nu. O granito, o sienito, o diorito, o gabro e o peridotito são exemplos de rochas intrusivas ou plutônicas.

As rochas sedimentares originam-se por meio da remoção e da deposição dos sedimentos resultantes do intemperismo de qualquer tipo de rocha que esteja exposta na superfície, assim como pela deposição de material pro-veniente da atividade animal ou vegetal.

O intemperismo (resultante da atuação do subsistema climático) decompõe quimicamente e desintegra fisi-camente as rochas expostas na superfície.

Durante o intemperismo, os minerais que compõem as rochas sofrem reações químicas, nas quais parte deles é dissolvida e carregada pela água de infiltração, transfor-mando-se em sedimentos químicos. Em seguida, estes são precipitados, originando as rochas sedimentares químicas (como o calcário). Alguns minerais serão transformados em argilominerais (mais moles). Quando o intemperismo está completo, restam, no local, os fragmentos mais resistentes da rocha que, misturados com argila e areia, formarão o solo.

Decomposição química: a água

de infiltração reage com os

elementos quími-cos contidos nas

rochas.Desintegração física: as rochas

são enfraque-cidas em suas

resistências aos diferentes agen-

tes do intemperis-mo (diferença de

temperatura, ação do vento, entre outros), sendo,

por conseguinte, mais facilmente

erodidas e reduzi-das a fragmentos

e pedaços de dimensões cada

vez menores.

Rocha vulcânica. Ilha da Decepción, Argentina

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Rocha plutônica. Serra Nevada, Califórnia, Estados Unidos

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36 Sistemas naturais: litosfera e hidrosfera

Page 37: Sistemas naturais: litosfera e hidrosferaprepapp.positivoon.com.br/assets/Modular/GEOGRAFIA/...é chamada de litosfera. A interação desses três componentes (atmosfera, hidrosfera

Os principais processos envolvidos na constituição das rochas sedimentares são:

decomposição química e desintegração física das rochas expostas;

transporte dos sedimentos por água corrente, ventos, geleiras ou gravidade;

deposição dos sedimentos em lugares mais baixos;

compactação ou cimentação dos sedimentos, formando a rocha. A compactação ocorre devido ao peso das diferentes camadas de sedimentos que se acumulam umas sobre as outras. A cimentação ocorre em razão da deposição de minerais, a qual produzirá a colagem dos sedimentos.

Uma particularidade das rochas sedimentares são os processos de fossilização. Os fósseis são restos ou vestígios de animais e vegetais que foram depositados com os sedimentos que originaram a rocha e que foram preservados.

As rochas metamórficas são formadas a partir das transformações na composição mineral em rochas ígneas, sedimentares e metamórficas expostas à eleva-da pressão e a altas temperaturas. Uma característica desse tipo de rocha é a orientação mineralógica em camadas, denominada xistosidade.

A xistosidade é uma textura na qual os minerais, sob a ação de pressão dirigida, dispõem-se em ca-madas de aspecto folheado. Nessa textura, quanto mais intenso for o metamorfismo, maiores serão as dimensões dos minerais.

O mármore (metamorfose de calcários e dolomitos), o gnaisse (metamorfose do granito, por exemplo), os migmatitos, as ardósias, os quartzitos, os filitos, entre outros, são exemplos de rochas metamórficas.

Recursos minerais

O termo “recurso” indica as substâncias sólidas, líquidas e gasosas, de origem natural, sobre ou

dentro da crosta terrestre, cuja forma e quantidade viabilizem seu emprego econômico, sendo úteis para a sociedade humana.

Os recursos minerais fazem parte do grupo de elementos classificados como recursos naturais necessários à sobrevivência humana e se encontram na natureza, como o solo, a água, a energia solar, a vegetação, os animais, entre outros.

Identificam-se os recursos naturais como renováveis quando o ciclo natural repõe o elemento em tempo suficiente para que não se esgote. Os recursos naturais não renováveis, por sua vez, abrangem os elementos que a natureza não tem capacidade de renovar em curto prazo, colocando-os em risco de esgotamento. É o caso do petróleo; a natureza demora milhões de anos a repor esse mineral. A água é considerada um recurso natural renovável, pois o ciclo hidrológico se completa em um curto período de tempo, mas a potabilidade (qualidade da água própria para consumo humano) está sendo considerada um recurso não renovável, pois o mesmo ciclo hidrológico não consegue repor essa característica em tempo hábil.

Os recursos minerais podem estar associados às rochas e, quando isso ocorre, o termo “minério” designa a rocha da qual podem ser economicamente obtidos um ou mais minerais úteis.

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Fóssil de barata do Período Jurássico médio (entre 176 e 161 milhões de anos) encontrado na

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Mármore. Córdoba, Argentina

Formação

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Ensino Médio | Modular 37

GEOGRAFIA

Page 38: Sistemas naturais: litosfera e hidrosferaprepapp.positivoon.com.br/assets/Modular/GEOGRAFIA/...é chamada de litosfera. A interação desses três componentes (atmosfera, hidrosfera

No contexto específico da indústria mineral brasileira (mercado e evolução da demanda de insumos minerais), chegou-se à projeção da necessidade de investimentos em exploração mineral (prospecção e pesquisa) da ordem de US$ 4 bilhões, até o ano 2010. [...]

TEIXEIRA, Wilson et al (Org.). Decifrando a Terra. 2. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. p. 526.

1. Segundo o texto, qual é a região que mais investiu em exploração mineral em 2003 e 2004?

2. Qual a região que menos investiu?

3. Que relação se pode estabelecer entre o fato de a América Latina ter investido mais e o sudeste da Ásia e o Pacífico, menos?

Dispêndios em exploração mineral por região, em 2004 (valores em milhões de dólares)

Métodos modernos de exploração mineral

A exploração mineral de depósitos metálicos e minerais industriais foi dirigida, tradicionalmente, a profundidades rasas da crosta terrestre. Contudo, os avanços de conhecimento em microeletrônica, infor-mática, computadores, tecnologia de sensores, hoje alcançados, têm permitido o desenvolimento de novos equipamentos que exibem alta resolução espacial e capacidade de penetração e investigação em profun-didade. Esses avanços ajudam a produzir dados de alta qualidade e grande diversidade, a custo adicional baixo, possibilitando a melhoria da probabilidade de descobertas, diretas ou indiretas, de novos depósitos minerais profundos (> 1 000 m). [...]

O sucesso em exploração mineral exige: excelência técnica, persistência, flexibilidade, gestão descen-tralizada, apoio financeiro estável e seguro, e a tomada de decisões precisa estar nas mãos de cientistas e técnicos altamente motivados. [...]

38 Sistemas naturais: litosfera e hidrosfera

Page 39: Sistemas naturais: litosfera e hidrosferaprepapp.positivoon.com.br/assets/Modular/GEOGRAFIA/...é chamada de litosfera. A interação desses três componentes (atmosfera, hidrosfera

Principais recursos minerais do Brasil Na unidade anterior, você viu que nas áreas cratônicas do território brasileiro se encontram as

grandes jazidas de minerais. Por sua vez, nas bacias sedimentares, que ocupam a maior parte do país, merecem destaque as jazidas de carvão, como em Criciúma (SC), e de petróleo, como em Campos (RJ), no Recôncavo Baiano (BA) e em Mossoró (RN).

Observe, no mapa a seguir, como se distribuem geograficamente os principais recursos minerais do Brasil.

Fonte: CIÊNCIA Hoje na Escola, 10: Geologia. Rio de Janeiro: Ciência Hoje, 2006. p. 39.

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Principais recursos minerais do Brasilrincipais recursos minerais do Brasil

GEOGRAFIA

39Ensino Médio | Modular

Page 40: Sistemas naturais: litosfera e hidrosferaprepapp.positivoon.com.br/assets/Modular/GEOGRAFIA/...é chamada de litosfera. A interação desses três componentes (atmosfera, hidrosfera

Apesar de importante para a economia brasileira, a atividade mineradora no país também causa impactos socioambientais. Leia o texto e responda às questões:

Mato Grosso e Pará concentram maior parte dos garimpos clandestinosNo atual cenário, Mato Grosso e Pará concentram o maior volume de atividades sob a mira do Instituto Brasi-

leiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O coordenador-geral de Fiscalização do Ibama, Rodrigo Dutra, engrossa o coro dos que atribuem o aquecimento do garimpo ao elevado valor do ouro, descartando os problemas de legislação e de falta de fiscalização.

“O garimpo está bem aquecido por causa do preço. O ouro está valendo muito e as pessoas estão correndo”, disse Dutra. Garimpos desativados das outras corridas estão sendo retomados com o auxílio de outros tipos de ferramentas, ressaltou. “O preço viabiliza a compra de máquinas, de óleo diesel.”

Novo Astro e Juruena, em Mato Grosso, estão entre os principais focos de preocupação. “O garimpo de Juruena, no extremo sul do Parque de Juruena, já tinha sido desativado há muitos anos, mas voltamos agora para impedir a retomada. No de Novo Astro, houve uma grande operação no ano passado, com o Exército e a Polícia Federal, e desativamos muitos motores”, lembrou Dutra.

Nos últimos cinco anos, foram desativados 81 garimpos ilegais que funcionavam no norte de Mato Grosso, sul do Pará e no Amazonas, na região da Transamazônica. [...]

Dutra acredita que existe uma clara tendência de aumento do garimpo, assim como da ação de madeireiras. O monitoramento do desmatamento, inclusive, tem contribuído para a identificação de garimpos ilegais na região, diz o Ibama. Além das dificuldades de apreensão dos equipamentos, os fiscais enfrentam resistência da população local por causa do impacto econômico produzido pelo garimpo. A atividade, mesmo ilegal, aquece a economia local, movimentando o comércio e garantindo empregos, ainda que, em péssimas condições.

“Como movimenta muito a economia dos municípios, geralmente a população é a favor da atividade. Por isso, avaliamos a periculosidade para dar segurança [aos fiscais, durante as operações]”, disse Dutra. Agentes dos órgãos ambientais contam que muitas vezes recebem pedidos de políticos locais para suspender as operações. “São apenas tentativas. O Ibama não sofre essa ingerência”, garante Dutra.

A resistência declarada pelo Ibama ocorre em um cenário de pressão de vários segmentos locais, como diz Onildo Marini, secretário executivo da Agência para o Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Mineral Brasileira (Adimb). Segundo ele, existem grandes interesses de empresários e políticos no negócio ilegal.

“Olha, todo mundo sabe. Nas capitais, nas cidades vizinhas, os comerciantes e o governo sabem que existe ativi-dade ilegal, mas [as autoridades] não atuam”, descreveu o geólogo. “Na Guiana Francesa, existe uma política violenta contra o garimpo. Brasileiros já foram expulsos. Quando chega o garimpo, eles detonam, destroem os equipamentos. Aqui não temos essa política agressiva, porque tem gente ganhando”, afirmou.

Os resultados imediatos produzidos pela atividade não representam a única motivação de pressão. Para Marini, o garimpo exerce uma forte influência nas urnas. [...]

“Tem muito voto. Isso interessa aos partidos e tem muito ganho local com o garimpo. É uma riqueza. É ilegal porque é área protegida, mas gera a riqueza que circula na cidade, o comércio é ativado”, afirma Marini.

Apenas o Ministério Público Federal no Pará investiga 142 ações envolvendo a atividade de garimpo. Alguns casos envolvem também trabalho escravo e tráfico de pessoas para atuação em garimpos no Suriname, por exemplo. [...]GONÇALVES, Carolina. Mato Grosso e Pará concentram maior parte dos garimpos clandestinos. Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-08-15/mato-grosso-e-para-concentram-maior-parte-dos-garimpos-clandestinos>. Acesso em: 4 set. 2012.

1. Qual o principal fator associado ao aumento recente no número de garimpos clandestinos no Brasil?

2. Onde foram desativados os maiores números de garimpos ilegais? Consulte o mapa da página 39 e indique quais são as principais jazidas de minerais encontradas nessas áreas.

3. Que impactos socioambientais são associados aos garimpos ilegais?

40 Sistemas naturais: litosfera e hidrosfera

Page 41: Sistemas naturais: litosfera e hidrosferaprepapp.positivoon.com.br/assets/Modular/GEOGRAFIA/...é chamada de litosfera. A interação desses três componentes (atmosfera, hidrosfera

O Brasil ocupa posição de destaque internacional no quesito recursos minerais. Observe, no quadro a seguir, as principais reservas minerais do país:

Principais reservas minerais brasileiras

Bem mineral Reservas (106t) Reserva mundial (%) Posição brasileira

Nióbio 4 096 658 98,4 1°.

Tântalo 87 782 59,0 1°.

Grafita natural 59 500 45,2 1°.

Níquel 7 532 310 10,0 2°.

Alumínio (bauxita) 2 600 9,5 3°.

Vermiculita 9 500 19,5 3°.

Estanho 712 458 13,4 3°.

Magnesita 298 626 11,5 4°.

Manganês 60 000 10,3 4°.

Ferro 20 359 11,3 5°.

Fonte: SUMÁRIO MINERAL. Brasília: Departamento Nacional de Produção Mineral, 2011. Disponível em: <https://sistemas.dnpm.gov.br./publicacao/mostra_imagem.asp?IDBancoArquivoArquivo=6350>. Acesso em: 15 ago. 2012.

Formação do soloO solo é formado por matéria mineral originada de produtos físicos e químicos da intemperização

das rochas. Essa matéria mineral possui, em sua constituição, partículas de vários tamanhos, desde fragmentos de rocha até areia e argila. Além da porção mineral, o solo é composto de matéria orgânica, a qual contém resíduos mais ou menos decompostos de vegetais e, com menor proporção, restos e secreção de animais.

Há dois grupos de fatores que atuam na formação do solo no decorrer do tempo geológico: as rochas (grupo endodinâmico); e o clima, o relevo e os organismos (grupo exodinâmico). Esses fatores atuam simultaneamente na composição do solo, por meio de processos físicos, químicos e biológicos. Dependendo da variedade dos fatores, haverá diversidade de tipos de solos. O mesmo tipo de rocha pode originar solos diferentes, e rochas distintas podem originar solos similares. Em ambos os casos, haverá variação de fatores.

Que recursos minerais podem ser encontrados na unidade da Federação em que você reside?

Que unidades da Federação apresentam maiores quantidades de recursos minerais? Dê exemplos desses recursos para cada unidade.

Observe atentamente o mapa da página 39, intitulado “Principais recursos minerais do Brasil”, e responda às questões a seguir.

Ensino Médio | Modular 41

GEOGRAFIA

Page 42: Sistemas naturais: litosfera e hidrosferaprepapp.positivoon.com.br/assets/Modular/GEOGRAFIA/...é chamada de litosfera. A interação desses três componentes (atmosfera, hidrosfera

Observe o desenho a seguir, que retrata a participação dos fatores que atuam na formação dos solos:

Formação do solo como uma

função entre o clima e a

vegetação que altera a rocha

no decorrer do tempo

geológico. Os processos de formação do solo ocorrem

mais significa-tivamente onde

a precipitação e a temperatu-

ra são elevadas

Fonte: WICANDER, Reed; MONROE, James S. Fundamentos de Geologia. São Paulo: Cengage Learning, 2009. p. 135.

O clima tem papel primordial nas características do solo em qualquer tipo de rocha-matriz. Observe o esquema a seguir:

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Fonte: PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. Porto Alegre: Bookman, 2007. p. 186.

Climas e formação do solo

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42 Sistemas naturais: litosfera e hidrosfera

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Lixiviação: pro-cesso que sofrem

as rochas e os solos ao serem

lavados pela água da chuva.

Eluviação: movimento de

soluções em sus-pensão, de cima

para baixo, quan-do há excesso de

chuvas.

Humificado: material decom-posto, a matéria

orgânica humi-ficada fertiliza o

solo e nutre as plantas.

Iluviação: processo que

resulta no aparecimento

de um horizon-te compacto,

pois recebe as partículas, co-

loides, que não se cristalizam e se difundem lentamente, e soluções, que

vêm de camadas superiores.

Em regiões de climas quentes e úmidos, o intemperismo age com mais rapidez e intensidade, caracterizando solos mais espessos, denominados lateritos. Apesar de serem solos que dão suporte a extensas florestas (e que coloboram para aumentar a acidez do solo), como a Floresta Amazônica, não são muito férteis para a agricultura. Devido ao alto índice de chuvas, maior quantidade de água se infiltra no solo, lixiviando os nutrientes da solução que o compõe para o lençol freático e cursos de água. A matéria orgânica está sempre presente, sendo reposta pela vegetação.

Áreas de clima seco, com escassez de água e ausência de vegetação, dificultam o intemperismo, originando solos delgados, chamados de pedocals, os quais, ricos em cálcio e pobres em matéria orgânica, predominam em regiões áridas, tanto quentes quanto frias. A pouca água existente no solo está próxima à superfície e evapora no período de pouca chuva.

Os solos que se desenvolveram em ambientes de clima úmido e temperatura moderada (clima tem-perado) dependem das variações climáticas, da rocha-matriz e do tempo que tiveram para se formar. Denominados de pedalfer, esses solos contam com a presença de elementos que os tornam próprios para a agricultura. Sua espessura depende do material original, do clima e do tempo.

Perfil do soloApós a atuação dos fatores que

formam o solo, o resultado será um material organizado em camadas, chamadas de horizontes, as quais fornecem o perfil do solo.

O horizonte orgânico (O) resulta da acumulação de restos de vegetais e animais, estando presente em áreas florestais e ausente, principalmente, em áreas de pastagens. Pode ser subdividido em O1, quando as formas originais dos vegetais e animais são percep-tíveis, e O2, quando essas formas não são identificadas.

O horizonte A é composto de minerais, caracterizando-se pela lixiviação ou eluviação. Pode ser subdividido em: A1, com coloração escura, com possibilidade de estar mesclado com matéria orgânica humificada; A2, no qual se verifica uma concentração de minerais mais resistentes, como o quartzo; A3, resultante da transição entre o A e o B.

No horizonte B, ocorre a acumulação de argila, óxidos de ferro e alumínio. É a camada em que houve processo de iluviação. Esse horizonte também pode ser subdividido em: B1, caracterizado pela transição do horizonte A para o B; B2, uma zona de acumulação máxima de argila e óxidos provenientes de horizontes superiores; B3, área de transição do B para o horizonte C.

O material não consolidado está presente no horizonte C. Essa camada é pouco influenciada pelos processos de formação de solo e não sofre nenhuma influência da atuação biológica. As camadas superiores desse horizonte passam, em tempo útil, a fazer parte do solo.

Fonte: TEIXEIRA, Wilson et al (Org.). Decifrando a Terra. 2. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. p. 230.

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Ensino Médio | Modular 43

GEOGRAFIA

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Fonte: LEPSCH, Igo F. Formação e conservação dos solos. São Paulo: Oficina de Textos, 2002. p. 65.

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Observe como ocorre a evolução de um solo e seu perfil:

Grupos de solosAs interações entre os fatores de formação dão origem a diferentes tipos de solo. O mapa a seguir

retrata a distribuição de solos no mundo.

Fonte: CHARLIER, Jacques et al (Org.). Atlas du 21e siècle. Paris: Nathan, 2009. p. 153, mapa d. Adaptação.

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Grupos de solos no mundorupos de solos no mundo

Grande parte do território brasileiro situa-se sob domínio do clima tropical úmido, com exceção da porção ao sul do Trópico de Capricórnio e da região semiárida. Em função da estabilidade estrutural do embasamento, os solos presentes no território brasileiro têm no clima o fator de formação predominante.

44 Sistemas naturais: litosfera e hidrosfera

Page 45: Sistemas naturais: litosfera e hidrosferaprepapp.positivoon.com.br/assets/Modular/GEOGRAFIA/...é chamada de litosfera. A interação desses três componentes (atmosfera, hidrosfera

Pesquisas frequentes, aliadas a sucessivos levantamentos cartográficos, conduziram a aprimo-ramentos dos conhecimentos sobre os tipos de solos do país. Essa prática teve início em 1960 pela Comissão Nacional de Solos e foi intensificada pelo serviço cartográfico da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), resultando no mapa dos solos brasileiros publicado em 2006.

Fonte : TEIXEIRA, Wilson et al (Org.). Decifrando a Terra. 2. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. p. 233. Adaptação.

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Brasil: Solosrasil: Solos

Observe o mapa de solos do Brasil e responda às questões a seguir:

1. Qual o tipo de solo que predomina no Brasil?

2. Quais os tipos de solos que ocorrem no estado onde você

reside?

3. Quais são as características desses tipos de solos?

4. Faça uma pesquisa e verifique as condições am-bientais dos solos do município onde você mora. O município enfrenta problemas ambientais em relação aos solos? Quais? O que a prefeitura está fazendo para minimizar esses problemas? Na data solicitada, entregue o relatório ao seu professor.

Ensino Médio | Modular 45

GEOGRAFIA

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1. (UFG – GO) Segundo os geógrafos Aroldo de Azevedo (1948) e Aziz Ab’Saber (1956), no Pla-nalto Meridional do Brasil, destaca-se a ocor-rência de solos de terra roxa, caracterizados por elevada fertilidade natural e, por isso, muito uti-lizados nas atividades agrícolas. O tipo de rocha, a estrutura geológica que dá origem ao solo de terra roxa e a atividade agrícola historicamente nele desenvolvida são, respectivamente:

a) o basalto, que é uma rocha ígnea extrusiva da Bacia Sedimentar do Paraná, onde se desen-volve o cultivo de café.

b) o arenito, que é uma rocha sedimentar mari-nha da Bacia Sedimentar do Maranhão, onde se desenvolveu a plantação de arroz.

c) o granito, que é uma rocha ígnea intrusiva do Escudo Cristalino do Brasil Central, onde se desenvolveu o cultivo de feijão.

d) o gnaisse, que é uma rocha metamórfica ban-deada do Escudo Cristalino Atlântico, onde se desenvolveu o plantio da laranja.

e) o diabásio, que é uma rocha ígnea extrusiva da Bacia Sedimentar da Amazônia, onde se desenvolveu o cultivo da pimenta-do-reino.

2. (UFAL) A desertificação é, na atualidade, um dos graves problemas enfrentados pelas áreas rurais de diversas regiões do planeta. Entre as causas da desertificação, podemos citar:

( 1 ) a expansão das Florestas Equatoriais sobre áreas semiáridas.

( 2 ) as práticas inapropriadas de mineração.

( 3 ) a utilização da pecuária extensiva.

( 4 ) o desmatamento em áreas com vegetação nativa.

( 5 ) o uso intensivo do solo, sobretudo na agri-cultura tradicional.

Estão corretas apenas:

a) 1 e 3

b) 4 e 5

c) 1, 2 e 3

d) 1, 4 e 5

e) 2, 3, 4 e 5

3. (UFJF – MG) Observe o mapa e as figuras a se-guir:

Correlacionando-se os elementos que atuam na formação dos solos, assinale a alternativa que corretamente associa o perfil de solo à sua res-pectiva localização no mapa:

a) X-1; Y-2; Z-3. b) X-2; Y-1; Z-3.

c) X-3; Y-1; Z-2. d) X-2; Y-3; Z-1.

e) X-1; Y-3; Z-2.

4. (UNICAMP – SP) Rochas são agregados naturais de grãos de um ou mais minerais. São formadas por diferentes processos, podendo ser classifica-das como sedimentares, metamórficas e mag-máticas. A partir dessas informações, responda:

a) Quais são as principais diferenças entre as rochas sedimentares e as magmáticas?

46 Sistemas naturais: litosfera e hidrosfera

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b) Como se forma uma rocha metamórfica?

c) No Brasil, entre o Jurássico e Cretáceo, houve o surgimento de vários diques de diabásio com direção NW, além de campos de derrames basál-ticos. A que podemos relacionar o aparecimento de tais diques e derrames basálticos?

5. (UEPB)

De acordo com a leitura do cartograma, é corre-to afirmar:

I. Os países com as maiores extensões territo-riais, como a Rússia e o Canadá, são os que apresentam as mais favoráveis condições de ampliação de suas áreas agrícolas.

II. A situação ecológica dos países tropicais ten-de a se agravar se no futuro suas áreas pro-pícias à agricultura forem realmente incorpo-radas para a produção, visto que, em grande parte, são áreas de florestas úmidas.

III. As áreas com grande risco de desertificação estão localizadas, em sua maioria, nas bor-das dos grandes desertos, os quais tendem a se ampliar em razão das atividades agrícolas e pecuárias predatórias.

IV. As áreas com risco de desertificação encontram-se todas no mundo subde-senvolvido, como resultado de ações exclusivamente antrópicas, pelo uso inadequado do pastoreio, a exemplo do que ocorre no Nordeste brasileiro e nos países africanos, onde se praticam pecuárias ultraextensivas.

A sequência correta das assertivas é:

a) V V V F

b) F F F V

c) V F F V

d) F V F V

e) F V V F

6. (FURG – RS) Os fatores naturais e econô-micos exercem influência significativa no desenvolvimento das atividades agrope-cuárias. Com base nessa consideração, é correto afirmar que:

a) os solos considerados com boa poten-cialidade agrícola são os mais profun-dos, bem drenados, com boa fertilidade natural e com menores índices de decli-vidade.

b) no Brasil, a maior parte dos solos é ade-quada às práticas agrícolas, não sendo necessária a aplicação de técnicas artifi-ciais de correção destes.

c) a técnica da queimada é uma prática muito utilizada e eficaz para limpar o terreno depois de uma colheita e não contribui para o empobrecimento do solo.

d) o Brasil apresenta solos particularmente férteis, como o massapé e a terra roxa, encontrados no Cerrado e no Sul do Brasil, respectivamente.

e) em áreas de relevo acidentado, não é necessário utilizar técnicas adequadas para impedir que a água da chuva ar-raste a camada superficial do solo e pre-judique as plantações, pois isso se dá de forma natural.

Ensino Médio | Modular 47

GEOGRAFIA

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No dia 22 de março, comemora-se o Dia Mundial da Água. Esse recurso é um elemento essencial para as formas de vida.

Tendo por base as informações a que você tem acesso acerca da questão da água, troque ideias com seus colegas e seu professor sobre os itens a seguir.

Analise os benefícios que a água traz para a humanidade, a fauna e a flora, bem como suas diversas possibilidades de uso.

Você sabe onde é feita e como é o sistema de captação de água em seu município?

Você concorda com as estimativas que mostram a questão da água como preocu-pante, uma vez que existe a possibilidade de ela vir a faltar?

Sistemas naturais: litosfera e hidrosfera48

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Ciclo hidrológico e distribuição da

água na Terra

O esquema a seguir retrata o ciclo da água. Observe-o:

O ciclo hidrológico se inicia com o vapor-d’água presente na atmosfera, o qual é proveniente da evaporação das massas líquidas, tanto continentais quanto oceânicas, e da transpiração dos vege-tais. Esse vapor-d’água é movimentado pelas massas e chama-se umidade do ar. Quando a umidade do ar se condensa, formando as nuvens, e o ar fica saturado, ocorre a precipitação.

Durante a chuva, a água sofre evaporação e, em regiões áridas, é geralmente vaporizada antes de chegar ao solo. Quando há cobertura vegetal, devido à presença das folhas, parte do seu volume sofre interceptação, evaporando-se. A interceptação é um fenômeno que ocorre tanto com a chuva quanto com a neve. Já quando não há cobertura vegetal, as gotas da chuva atingem o solo com maior impacto, revolvendo e espalhando suas partículas soltas.

Ao chegar ao solo, a água pode percorrer dois caminhos: escoar superficialmente ou se infiltrar. O predomínio de um ou outro caminho dependerá da presença ou da ausência de vegetação, do relevo, da declividade, do uso do solo, do tipo de solo, entre outros fatores.

Fonte: PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 315.

Ciclo hidrológico

O ciclo da água é contínuo e

constante. O seu

funcionamento envolve os

subsistemas do clima, da hidrografia,

do relevo e da geologia

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Etapas do ciclo

hidrológico

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3– A precipitação escoa superficialmente para os lagos, rios e oceanos...

2– O excedente é movido para o continente e precipita-se (saldo da precipitação sobre o continente).

1– O fluxo e o defluxo dos oceanos são próprios e quase equilibrados devido ao saldo entre a evaporação e a precipi-tação sobre o próprio oceano.

4– ... ou infiltra-se no solo e nas rochas, onde se move como água subterrânea.

Ensino Médio | Modular 49

GEOGRAFIA

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A infiltração ocorre em razão de o solo ser poroso: a água preenche os poros e percola até encontrar uma camada impermeável, formando o lençol freático. A umidade do solo é aproveitada pelas raízes dos vegetais, que a devolvem para a atmosfera por evapotranspiração. Quando o solo está saturado, a água da chuva escoa superficialmente.

O escoamento superficial manifesta-se, inicialmente, em forma de pequenos filetes de água que se moldam ao microrrelevo do solo, aliando-se à topografia preexistente e dando origem, então, a uma microrrede de drenagem que converge para a rede de cursos de água mais estável, formada por arroios e rios.

Em qualquer tempo e local por onde circula a água na superfície terrestre, seja nos continentes ou nos oceanos, há evaporação para a atmosfera. Por haver mais água na superfície terrestre, cerca de 70% da evaporação provém dos oceanos.

Em algumas regiões da Terra, o ciclo hidrológico manifesta-se de formas diferenciadas. Nas calotas polares, por exemplo, ocorre pouca precipitação e a evaporação acontece diretamente das geleiras; nos desertos, as precipitações são raras, havendo água permanentemente disponível somente a grande profundidade, sem trocas significativas com a atmosfera.

Entre os fatores que influenciam a variabilidade do ciclo hidrológico nos diferentes locais, estão:

desuniformidade com que a energia solar atinge os diversos locais;

diferente comportamento térmico dos continentes em relação aos oceanos;

quantidade de vapor-d’água, CO2 e ozônio na atmosfera;

variabilidade espacial de solos e coberturas vegetais;

influência da rotação e da inclinação do eixo terrestre na circulação atmosférica, determinando as estações do ano.

Observe o quadro a seguir, que apresenta os principais reservatórios de água no mundo:

Percola: movi-mento lento da água no solo e no subsolo que

dá origem ao lençol freático.

Principais reservatórios, disponibilidade e suprimento de água no mundo

CompartimentoVolume

(km³)Área superficial

(km²)Total de água (%)

Tempo estimado de permanência no ciclo hidrológico

(sem interferência humana)

Oceanos 1 230 000 000 361 000 000 97,24 Milhares de anos

Geleiras e calotas polares 27 070 000 28 200 000 2,14 10 000 anos ou mais

Águas subterrâneas 7 720 000 130 000 000 0,61 De séculos a milhares de anos

Lagos 116 000 855 000 0,009 Décadas

Mares interiores e pântanos 97 000 820 000 0,008 Anos

Água no solo 63 000 16 000 0,005 280 dias

Atmosfera 12 100 510 000 000 0,001 9 – 10 dias

Rios e córregos 1 200 0,0001 12 – 20 dias

Fonte: ANDREOLLI, C. V. Mananciais de abastecimento: planejamento e gestão. Estudo de caso do Altíssimo Iguaçu. Curitiba: Sanepar/Finep, 2003. p. 39.

50 Sistemas naturais: litosfera e hidrosfera

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Da quantidade de água existente na Terra, a maior porção está sob a forma de água salgada (97,2%), e 2,8% estão sobre as terras emersas, entretanto grande parte está congelada. Observe o esquema a seguir:

Além de haver diferença na quantidade relativa da água, esse recurso está distribuído irregular-mente pelo planeta, tanto em relação entre oceanos e continentes quanto na comparação entre os continentes.

Observe o gráfico a seguir, que retrata a distribuição relativa da água entre os continentes e partes que compõem o continente americano:

Fonte: WICANDER, Reed; MONROE, James S. Fundamentos de Geologia. São Paulo: Cengage Learning, 2009. p. 264.

Quantidades relativas de água na Terra

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Fonte: AQUASTAT. FAO’s Information System on Water and Agriculture. Disponível em: <http://www.fao.org/nr/water/aquastat/water_use/index.stm>. Acesso em: 15 ago. 2012.

Distribuição relativa dos recursos hídricos

renováveis na Terra – 2010

GEOGRAFIA

Ensino Médio | Modular 51

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A distribuição relativa dos recursos hídricos fornece uma ideia da distribuição da água, mas não revela a disponibilidade da água para a população (disponibilidade hídrica social).

O Brasil encontra-se em situação privilegiada, pois possui 12% da vazão total mundial e 53% da água doce da América do Sul. Tal privilégio se deve à situação geográfica do país, que apresenta bons índices pluviométricos (entre mil e 3 mil mm/ano) em mais de 90% do seu território. Apesar disso, está em 26.º lugar em relação à disponibilidade hídrica social (42 232 m3/hab/ano), em decorrência da desigualdade na distribuição dos recursos hídricos no território: 57% concentrados na Região Norte, havendo regiões (do Semiárido, principalmente) com falta de água.

Observe o mapa a seguir, que retrata a disponibilidade hídrica social dos países:

Órgãos internacionais especializados realizaram estudos estimando que 80 litros/dia de água, por pessoa, seriam mais que suficiente para ter condições plenas de sobrevivência. No entanto, sabe-se que, quanto maior a renda, maior será o consumo. Assim, um cidadão estadunidense consome, em média, 500 litros/dia, enquanto um habitante de Madagáscar sobrevive com 5,4 litros/dia.

Conforme informações do Ministério das Cidades, no relatório do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento de 2010, o consumo médio do brasileiro é de 159,0 litros/dia por habitante. Esse relatório expõe a discrepância de consumo hídrico entre os estados do Brasil: enquanto no Rio de Janeiro, estado que mais consome, são 236,3 litros/dia por habitante, em Alagoas, estado que menos consome, são 91,1 litros/dia por habitante.

Fonte: AQUASTAT. FAO’s Information System on Water and Agriculture. Disponível em: <http://www.fao.org/nr/water/aquastat/main/index.stm>. Acesso em: 15 ago. 2012. Adaptação.

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Disponibilidade hídrica social – 2010 (m3 por habitante/ano)Disponibilidade hídrica social – 2010 (m3 por habitante/ano)

Disponibilidade hídrica social:

disponibilidade de água em metros

cúbicos por habi-tante por ano.

52 Sistemas naturais: litosfera e hidrosfera

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Leia o texto e responda às questões:

A água é um bem precioso: quem tem acesso a ela?

Até recentemente, a maioria das pessoas nos Estados Unidos considerava que o abastecimento de água estivesse garantido. As análises científicas da oferta disponível e as demandas dos usuários, entretanto, indicam que muitas áreas daquele país vão sofrer escassez de água mais frequentemente. Essas carências criarão con-flitos entre os diversos setores de consumidores – residencial, industrial, agrícola e recreacional – para saber qual deles tem mais direito ao abastecimento.

Nos últimos anos, as secas amplamente noticiadas e as restrições legais ao uso da água – tais como as que ocorreram na Califórnia, na Flórida, no Colorado e em muitos outros lugares – alertaram o público de que aquele país enfrenta um grande problema de abastecimento de água. Entretanto, o envolvimento do público oscila, aumentando e diminuindo à medida que os períodos de seca e abundância de chuvas alternam-se e os governos não adotam soluções duradouras com a urgência que o caso mereceria. Aqui estão alguns fatos que devem ser ponderados:

Uma pessoa pode sobreviver com aproximadamente 2 litros de água por dia. Nos Estados Unidos, o uso per capita, considerando-se todos os setores, é próximo a 6 mil litros por dia.

A indústria usa cerca de 38% e a agricultura, 43% da água suprida pelos reservatórios desse país. O uso doméstico per capita nos Estados Unidos é duas a três vezes maior que o da Europa Ocidental, onde

os consumidores pagam cerca de 350% a mais pela sua água. Embora os estados ocidentais dos Estados Unidos recebam um quarto das chuvas do país, têm um uso

per capita (grande parte da irrigação) 10 vezes maior que aquele dos estados orientais e a um custo bem menor. Na Califórnia, por exemplo, que importa a maior parte de sua água, 85% dela são utilizados para a irrigação, 10% pelos municípios e 5% pela indústria. Uma redução de 15% no uso para a irrigação quase dobraria a quantidade de água disponível para o uso nas cidades e indústrias.

A maneira tradicional de aumentar o abastecimento de água, tal como a construção de barragens e reser-vatórios e poços, tornou-se extremamente cara, porque a maioria dos melhores locais (e, portanto, mais baratos) já foi utilizada. A construção de mais barragens para formar grandes reservatórios traz custos ambientais, como a inundação de áreas despovoadas, mudanças prejudiciais no fluxo dos rios a jusante e a montante das barragens. A avaliação de todos esses fatores tem causado o adiamento ou a rejeição das propostas de construção de novas barragens.

A água doce usada nos Estados Unidos retorna ao ciclo hidrológico, mas pode retornar a reservatórios que não estejam bem localizados para o uso humano e sua qualidade pode estar degradada. Depois de utilizada para irrigação, a água frequentemente se torna mais salgada e fica contaminada com pesticidas. As águas poluídas das cidades chegam até os oceanos.

As mudanças climáticas globais podem ocasionar a redução das chuvas no oeste norte-americano, acentu-ando os problemas dessa região e tornando as soluções de longo prazo ainda mais urgentes.

PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 316.

1. Segundo o texto, até recentemente, a população dos EUA considerava que o abastecimento de água estivesse garantido. Em sua opinião, por que a população pensava assim?

2. O clima pode influenciar na disponibilidade de água?

3. Quantos litros de água você utiliza por dia? Para responder, faça uma observação e anote o seu consumo diário.

Ensino Médio | Modular 53

GEOGRAFIA

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Aluvião: sedi-mentos ou detri-

tos carregados e depositados

pelos rios.

Águas superficiais

As águas superficiais encontram-se, principalmente, sob a forma de lagos e rios, e sua distri-buição se dá de acordo com determinada hierarquia. Assim, pequenos cursos de água situados nas regiões mais elevadas se unem, formando um volume cada vez maior, até desaguar em um rio localizado em altitude menor. Este, por sua vez, recebe outros rios menores como afluentes, descarregando suas águas em outro rio de maior porte, em uma altitude ainda menor, e assim sucessivamente, até que o último rio dessa sequência deságue em um lago ou no oceano ou desapareça em um deserto.

Portanto, rio é uma corrente de água doce, encaixada em uma calha ou um leito, que percorre um caminho denominado curso, sendo composto de alguns elementos observados a seguir. Veja a ilustração.

O termo montante indica as porções mais elevadas do relevo, onde se originam os primeiros cursos de água, os quais formarão as nascentes do rio. É a mesma região do curso superior do rio, com vales encaixados. Em razão de a velocidade da água ser maior, os processos erosivos são intensos, com predominância do transporte dos sedimentos e, portanto, baixa taxa de sedi-mentação. É possível a presença de cachoeiras e corredeiras.

No médio curso do rio, por sua vez, a velocidade das águas e os processos erosivos diminuem, aumentando a taxa de sedimentação.

Já no baixo curso do rio, predomina a deposição dos sedimentos (aluvião), ocorrendo o processo de aluvionamento. A velocidade da água é menor e há processos erosivos bem menos intensos.

Em função da forma do relevo, os rios podem ser de planaltos e de planícies, apresentando características distintas.

Os rios de planícies possuem baixo gradiente – inclinação do rio entre as nascentes e a foz – e, por isso, são mais utilizados para navegação que para geração de energia. Os rios de planaltos têm alto gradiente, com presença de corredeiras e cachoeiras, sendo mais utilizados para a geração

de energia elétrica. Para se navegar nesses rios, faz-se necessária a construção de eclusas.

Fonte: ROSE, Susanna van. Atlas da Terra: as forças que formam e moldam nosso planeta. São Paulo: Martins Fontes, 1997. p. 40-41.

DivisorNascente

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CachoeirasCorredeiras Antigo meandro

Confluência

Afluente

Divisor

Divanzir Padilha. 2010. 3D.

Elementos que

compõem um rio

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54 Sistemas naturais: litosfera e hidrosfera

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Rio Nilo Azul, Etiópia

Rio Nilo, Cairo, Egito

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Rio Uruguai, São Borja, Rio Grande do Sul

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Cataratas do Iguaçu, Foz do Iguaçu, Paraná

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Leito ou canal

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GEOGRAFIA

55Ensino Médio | Modular

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O regime de um rio depende dos tipos climáticos pre-dominantes na área, o que definirá a variação do nível das águas. O regime glacial ocorre quando o rio é alimentado pelo derretimento da neve das geleiras em períodos mais quentes (primavera e verão). Os rios alimentados pelas águas das chuvas possuem regime pluvial e, nos períodos em que estas são intensas, podem transbordar, ocasionando enchentes. O regime misto caracteriza-se por rios que são alimentados pelas águas das chuvas e também pelo derreti-mento da neve das geleiras. O Rio Amazonas é um exemplo de rio que se enquadra nesse tipo de regime.

Os rios podem ser classificados, ainda, em permanentes ou temporários, quando analisados sob o aspecto tipo de escoamento. Os rios que sempre possuem água no seu canal são chamados de permanentes ou perenes. Já aqueles que secam durante determinado período do ano são identifi-cados como temporários ou intermitentes. Os denominados efêmeros são os que se formam por um curto período, devido a chuvas intensas.

Os rios formam as bacias hidrográficas, que são áreas drenadas por um rio principal, seus afluentes e subafluentes e delimitadas pelos divisores de água (que correspondem às linhas que delimitam as áreas drenadas por tais bacias). Uma região ou unidade hidrográfica corresponde a um conjunto de bacias que apresentam características naturais e socioeconômicas semelhantes, com o objetivo de organizar o planejamento dos recursos hídricos.

As características da hidrografia brasileira são:

ocorrência de rios caudalosos (grande volume de água) e perenes, em consequência do predo-mínio de climas úmidos;

existência de rios temporários em pequena quantidade no Sertão Nordestino;

preponderância da foz do tipo estuário;

regimes, em sua maioria, pluviais;

maior quantidade de rios de planaltos, o que justifica o grande potencial hidráulico.

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Rio de regime glacial, Ilha do Sul, Nova Zelândia

Rio São Francisco, de regime pluvial, próximo a Piaçabuçu, Alagoas

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Rio Apurimac, de regime misto, uma das nascentes do Rio Amazonas, Peru

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56 Sistemas naturais: litosfera e hidrosfera

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Conheça as características principais de algumas regiões hidrográficas brasileiras.A Região Hidrográfica Amazônica possui aproximadamente um quinto da água doce do país.

Boa parte dessa bacia, 56%, está no território brasileiro, contemplando a Região Norte, além de áreas de Mato Grosso. O Rio Amazonas é o principal, e os principais afluentes da margem esquerda, no território brasileiro, são os rios Içá, Japurá, Negro, Trombetas, Paru e Jari. Na margem direita, os rios Javari, Purus, Madeira, Tapajós e Xingu são os principais afluentes.

Apesar do potencial hidráulico, há poucas hidrelétricas nessa unidade hídrica, totalizando 32. As usinas de Samuel (RO), Balbina (AM) e Curuá-Uma (PA) são as de maior influência. A maioria dos rios dessa unidade hidrográfica apresenta características de rios de planície, com gradiente reduzido e pouca velocidade das águas, possibilitando a navegação. Dos 40 mil quilômetros de rios navegáveis no Brasil, 25 mil (aproximadamente 60%) estão nessa região.

A Região Hidrográfica Tocantins – Araguaia ocupa 10,8% do território brasileiro (921 921 km2), englobando áreas de Goiás, Tocantins, Pará, Maranhão, Mato Grosso e Distrito Federal.

O Rio Tocantins nasce no Planalto de Goiás, a mil metros de altitude, e apresenta um bom número de afluentes, sendo o principal deles o Rio Araguaia (2 600 km de extensão), onde se localiza a Ilha do Bananal, considerada a maior ilha fluvial do mundo. O Rio Tocantins percorre 1 960 km, desaguando na Baía de Marajó, e apresenta grande potencial hidráulico. Suas principais usinas hidrelétricas são a de Tucuruí (Baixo Tocantins) e a de Serra da Mesa (Alto Tocantins). A navegação é expressiva, mas há trechos onde é necessária a construção de eclusas.

Fonte: AGÊNCIA Nacional de Águas. Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil. Informe 2012. Disponível em: <http://arquivos.ana.gov.br/imprensa/arquivos/conjuntura2012.pdf>. Acesso em: 17 ago. 2012.

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Regiões hidrográficas brasileirasegiões hidrográficas brasileiras

No mapa a seguir, estão representadas as 12 regiões hidrográficas do Brasil:

Ensino Médio | Modular 57

GEOGRAFIA

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O Rio São Francisco é o principal rio da Região Hidrográfica São Francisco. Sua grande importância se deve ao fato de atravessar o Semiárido e ser um rio perene. Ele nasce na Serra da Canastra, em Minas Gerais, corre em direção sul-norte pela Bahia e por Pernambuco, mudando, depois, de direção, até desaguar no Oceano Atlântico, entre Alagoas e Sergipe. Essa unidade hidro-gráfica abrange os estados de Minas Gerais, Distrito Federal, Goiás, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Boa parte da sua área (58%) encontra-se no Polígono das Secas, com afluentes perenes e intermitentes. Apesar disso, tem bom potencial hidráulico, apresentando 33 usinas hidrelétricas em funcionamento.

A Região Hidrográfica do Paraná representa 10% do território brasileiro. É uma unidade muito importante, pois nela estão concentrados mais de 30% da população do país, além de ser uma região de intenso desenvolvimento econômico. Engloba os estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina e Distrito Federal. Cidades brasileiras de grande relevância, como São Paulo (11,2 milhões de habitantes), Brasília (2,5 milhões de habitantes), Curitiba (1,7 milhão de habitantes), Goiânia (1,3 milhão de habitantes), Campinas (1 milhão de habitantes), entre outras, estão localizadas nessa região hidrográfica, concentrando-se mais de 60% dessa população em áreas das bacias hidrográficas do Tietê e Grande. O Rio Paraná percorre 2 570 quilômetros até sua foz, no Rio da Prata.

Também é a principal região hidrográfica, visto que produz 50% da energia nacional, além de repre-sentar 75% da demanda do consumo energético do país. Essa unidade possui 176 usinas hidrelétricas, sendo a mais importante a de Itaipu.

Como predominam os rios de planaltos, existem poucos trechos navegáveis. Dessa forma, a Hi-drovia Tietê-Paraná está sendo construída, a fim de possibilitar a navegação em 2 400 quilômetros, passando por 220 municípios.

O Pantanal Mato-Grossense faz parte da Região Hidrográfica do Paraguai. Do total da área dessa unidade, 33% situam-se no Brasil (correspondendo a 4,3% do território nacional) e o restante está na Argentina, na Bolívia e no Paraguai. Por predominar o relevo plano, essa região hidrográfica não apresenta potencial de produção de energia, havendo 12 usinas hidrelétricas, o que corresponde a 1% do total nacional. Uma das características específicas dessa unidade é o regime hídrico do Pantanal, com chuvas de outubro a abril, formando lagoas temporárias. Quando as águas baixam, permanece, no solo, uma camada de nutrientes que auxilia na fertilidade, propiciando o crescimento de pastos para a alimentação do gado.

Faça uma pesquisa e verifique se há algum rio que passa pelo município e, mais

especificamente, pelo bairro ou distrito onde você mora. Identificando o rio (ou os

rios), observe:

se há pontos de coleta da água para abastecimento público;

se há problemas com a qualidade da água;

se há comitê da bacia hidrográfica.

Elabore um texto com os dados coletados e apresente aos seus colegas e professor.

58 Sistemas naturais: litosfera e hidrosferaSistemas naturais: litosfera e hidrosfera

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Águas oceânicas

Os mares e os oceanos são essenciais para o planeta. Os oceanos, grandes massas de água salgada

que cobrem a maior parte da superfície terrestre, são importantes reguladores climáticos graças à sua capacidade de reter calor por muito mais tempo que as áreas continentais. Além disso, exercem papel fundamental em termos estratégicos e econômicos para os mais diversos países.

Na realidade, há um único oceano que acabou sendo subdividido pela sociedade em quatro grandes porções: Atlântico, Pacífico, Índico e Ártico.

Em relação à área ocupada, o Oceano Pacífico é o maior de todos, representando, aproximadamente, 50% da superfície total de água salgada. Apresenta maior diversidade de relevo e as maiores profundidades na Fossa das Marianas, com mais de 11 mil metros.

O Oceano Atlântico possui uma distribuição norte-sul bem delineada e, comumente, é referido como o Atlântico Norte (entre Europa e América do Norte) e o Atlântico Sul (entre África e América do Sul). Assim como o Pacífico, o Oceano Atlântico tem uma expressiva importância comercial, interligando a América, a África e a Europa.

O Oceano Índico é assim denominado devido ao intenso comércio que havia entre a Europa e a Índia. Em relação à área, é um dos menores oceanos. Localiza-se em baixas latitudes do Hemisfério Sul e, portanto, suas águas estão constantemente aquecidas.

As águas do Oceano Glacial Ártico, ao contrário, permanecem congeladas a maior parte do ano. No verão, ocorre o descongelamento de parte delas, o que origina os icebergs.

Os mares são as porções dos oceanos próximas aos continentes, com profundidade menor e salini-dade mais baixa. Aqueles que se localizam perto da linha da costa fazem parte do território de países e são denominados mares territoriais.

Há diferentes tipos de mares:

costeiros ou abertos – quando a comunicação com o oceano ocorre de maneira aberta, ampla, como o Mar do Norte e o Mar das Antilhas;

interiores ou semiabertos – quando a comunicação se dá através de canais estreitos, como os mares Mediterrâneo e Vermelho;

fechados ou isolados – quando não há comunicação com o oceano, como o Mar Cáspio e o Mar de Aral.

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Mar Mediterrâneo, Cadaqués, Espanha

Mar das Antilhas próximo à Praia de Cancún, México

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Ensino Médio | Modular 59

GEOGRAFIA

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As principais características das águas dos oceanos e mares são:

densidade – a água é mais densa do que a água doce (se for definida em 1 a densidade da água superficial ou doce, a dos oceanos será 1,3); a variação de densidade dependerá dos sais dissolvidos;

salinidade – possui relação direta com a densidade. Há diversos sais dissolvidos nas águas dos oceanos, sendo o mais comum o cloreto de sódio, responsável pelo sabor salgado. Os sais minerais presentes nos continentes são encontrados dissolvidos nos oceanos. Dependendo do regime de chuvas, da temperatura da água e dos rios afluentes, a salinidade varia. O Mar Morto possui uma alta salinidade, em torno de 33%. A salinidade média dos oceanos é de, aproximadamente, 3,5%;

temperatura – a latitude, a profundidade das águas e as correntes marinhas influenciam na temperatura da água. As águas mais próximas à superfície oceânica são mais quentes. À medi-da que a profundidade aumenta, a temperatura diminui. Quando a temperatura da água chega próximo de –2ºC, inicia-se a solidificação da água;

cor – águas próximas aos continentes possuem coloração diferente daquelas que estão mais distantes. Isso ocorre em função da presença de rios, bem como da origem e da quantidade de sedimentos depositados nos oceanos. Geralmente, apresentam tons esverdeados perto das costas continentais por causa dos sedimentos de origem vegetal e animal; próximo à foz de rios de grande porte, podem ter tons amarelados ou avermelhados; em alto-mar, a tonalidade é azul-escura.

É um lago de água salgada com aproximadamente 1 050 km2, cerca de 80 quilômetros de comprimento e uma largura média de 18 quilômetros. Nos últimos 50 anos, perdeu um terço da superfície, devido à ocupação intensiva do seu afluente – fonte de água doce da região – e também em virtude da

evaporação das suas águas.Observe a foto e responda qual é o nome do lago de água salgada, o nome do afluente,

a sua localização e a característica que o torna conhecido.

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60 Sistemas naturais: litosfera e hidrosfera

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As águas oceânicas estão em constante movimento. Entre os movimentos marinhos, as ondas e as marés são as mais perceptíveis a olho nu.

As ondas resultam da ação dos ventos sobre a superfície dos oceanos. Além do vento, a profun-didade das águas e a forma da costa continental influenciam em sua formação.

As marés consistem no movimento regular de subida e de descida das águas oceânicas. Esse fenômeno ocorre duas vezes por dia, aproximadamente a cada 12 horas. É proveniente da força de atração do Sol e da Lua sobre a Terra, mas, devido à proximidade, a Lua exerce maior influência.

A amplitude da maré é a diferença entre a maré baixa e a maré alta, sendo as maiores amplitudes registradas nas fases da lua cheia e nova.

As correntes marítimas são movimentos das águas do oceano e possuem características próprias quanto à temperatura, salinidade, velocidade e direção. Os principais responsáveis pela existência de correntes são os ventos e o movimento de rotação da Terra. As diferenças de salinidade e temperatura dos oceanos e os obstáculos formados pelas linhas das costas continentais podem alterar a velocidade e a direção de deslocamento das correntes.

As correntes influenciam o clima e a piscosidade (quantidade de peixes). Correntes quentes, como a do Golfo, amenizam os invernos das ilhas britânicas e de parte da Escandinávia, por exemplo. Já as correntes frias, quando próximas ao litoral de vários continentes, provocam precipitações no oceano, fazendo com que os ventos cheguem praticamente sem umidade ao continente e causando a diminuição do índice de chuvas em algumas regiões.

A circulação de correntes quentes e frias entre a superfície do oceano e as profundezas é responsável pela renovação e pela continuidade da vida nos oceanos. Esse fenômeno é chamado de ressurgência.

Observe, no mapa a seguir, as correntes quentes e frias que circulam nos oceanos:

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 4. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2007. p. 58. Adaptação.

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Correntes marítimasorrentes marítimas

Na superfície, as correntes transportam calor, dos trópicos para os polos, e frio, dos polos para a Linha do Equador. Esse movimento evita que as águas oceânicas se tornem muito quentes ou muito frias, além de influenciar no clima e na localização de cardumes de peixes, sobretudo no encontro de uma corrente fria com uma corrente quente.

Dinâmica das

correntes

marítimas

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Ensino Médio | Modular 61

GEOGRAFIA

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Águas subterrâneas

Quando ocorre precipitação, parte da água da chuva infiltra-se no solo, preen-chendo os espaços porosos, as fissuras e as fraturas das rochas. Essa água vai per-colar até encontrar uma camada de rochas impermeável, formando o lençol freático.

Os espaços porosos e as fissuras indi-cam a porosidade, capacidade variável de armazenamento de água que as rochas apresentam. A permeabilidade é a pro-priedade de permitir a circulação da água. É tanto mais elevada quanto maiores forem os poros ou fissuras comunicáveis entre si, sendo praticamente nula em rochas de poros finos.

Observe o desenho ao lado, que expõe os poros e as fissuras das rochas:

Fonte: PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 321.

Os poros das rochas, em geral, podem ser parcial ou inteiramente preenchidos por água. Esses poros também podem ser preenchidos por petróleo ou gás

Fonte: PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 322.

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Analisando a crosta terrestre em relação à água da chuva que se infiltra, é possível distinguir duas zonas: não saturada e saturada. Observe o esquema a seguir:

O nível freático é o limite entre a zona não saturada e a zona saturada

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62 Sistemas naturais: litosfera e hidrosfera

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A zona não saturada, também chamada de lençol freático, possui água e ar preenchendo os poros e as fissuras das rochas. Essa água é denominada edáfica, que significa solo, podendo ser gravitativa (infiltra-se no solo logo após a precipitação), peculiar (adere às partículas do solo por força de absorção) e capilar (preenche os poros).

O nível freático ou hidrostático é a superfície que delimita a água subterrânea. Sua profundidade vária de acordo com o clima, a topografia da região e a permeabilidade da rocha.

Na zona saturada, todos os poros e as fissuras encontram-se preen-chidos de água. A água subterrânea é aquela contida nessa zona, isto é, a água situada abaixo do nível freático.

O tipo de rocha, o clima e a topografia da região influenciam na pro-fundidade da água subterrânea. Assim, quando ocorre um período mais prolongado de chuva, o nível freático fica mais próximo da superfície, porém, em um período de estiagem mais prolongado, esse nível mantém-se em maior profundidade.

A água subterrânea está relacionada a fenômenos geológicos hidroter-mais (água quente), dos quais os gêiseres relacionados às atividades ígneas são os mais característicos. Gêiseres são fontes termais que jorram água quente intermitentemente. Um dos gêiseres mais famosos é o Old Faithful, no Parque Nacional de Yellowstone, que jorra uma coluna de água quente e vapor em intervalos de 30 a 90 minutos.

A presença de gêiseres indica que a região é ígnea, ou seja, é formada por rochas de origem vulcânica. À medida que o magma se resfria e se consolida, as rochas vão se formando e originando um sistema de fissuras. A água se infiltra e percola entre as fissuras, aquecendo-se, pois a rocha está quente. Quando a água estiver em ponto de ebulição, a pressão fará com que ela seja ejetada para a superfície, originando o gêiser.

AquíferosA água que se infiltra no solo origina também os aquíferos, os quais são formados por rochas per-

meáveis que a armazenam em seus poros e/ou suas fissuras. A porosidade das rochas é determinante para a presença de aquíferos, que podem ser classificados como:

aquífero poroso ou sedimentar – a circulação da água se dá através dos poros formados entre os grãos de areia, silte e argila das rochas sedimentares consolidadas, sedimentos incon-solidados ou solos arenosos;

aquífero fraturado ou fissural – as rochas maciças e de alto grau de dureza, como as ígneas e as metamórficas, apresentam fissuras e fraturas formadas durante o processo de resfriamen-to do magma e o tectonismo, por onde a água se movimenta;

aquífero cárstico (Karst) – o contato com a água é responsável pela dissolução de parte das rochas carbonáticas, como o calcário, liberando carbonato e formando fraturas pelas quais a água passa então a circular.

Quanto à pressão da água, os aquíferos podem ser livres ou freáticos e confinados ou artesianos. O aquífero confinado ou artesiano é aquele alojado em uma camada de rocha permeável situada

entre camadas de rochas impermeáveis ou semipermeáveis. O reabastecimento ou a recarga ocorre de forma indireta, a partir das águas da chuva, geralmente nos locais onde a formação rochosa aflora na superfície.

Nos aquíferos livres ou freáticos, por sua vez, a camada rochosa permeável é superficial, de modo que a rocha permeável aflora em toda a sua extensão, o que proporciona uma recarga de forma direta, isto é, o nível da água varia conforme a quantidade de chuvas.

Gêiser Old Faithful, Parque Nacio-nal de Yellowstone, Estados Unidos

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GEOGRAFIA

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Além de fornecer água para a manutenção dos rios e lagos, os aquíferos são uma espécie de reservatório de água doce, que pode ser captada para abastecimento humano.

O Aquífero Guarani é um dos principais do mundo e ocupa uma área aproximada de 1,2 milhão de km2, estendendo-se por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. O volume de água armazenada está estimado em 45 mil km3, o suficiente para abastecer em torno de 150 milhões de pessoas por mais de 2 mil anos.

As rochas desse aquífero são predominantemente arenosas, sedimentadas em ambientes fluviais, lacustres e eólicos no Triássico e no Jurássico.

No mapa a seguir, é possível visualizar a localização dos principais aquíferos do Brasil.

Fluviais: sedi-mentos deposita-

dos por rios.Lacustres: sedimentos

depositados em antigos lagos.Eólicos: sedi-

mentos deposi-tados pela ação

dos ventos.

Fonte: BORGHETTI, Nadia Rita Boscardin; BORGHETTI, José Roberto; ROSA FILHO, Ernani Francisco da. Aquífero Guarani – a verdadeira integração dos países do Mercosul. Curitiba, 2004. In: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS. Águas subterrâneas, o que são? Disponível em: <http://www.abas.org/educacao.php>. Acesso em: 4 set. 2012. Adaptação.

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Localização dos principais aquíferos da América do Sulocalização dos principais aquíferos da América do Sul

O Brasil é o país que contém a maior área do aquífero, 70,2% da área total, o que representa, aproximadamente, 10% do território nacional.

64 Sistemas naturais: litosfera e hidrosfera

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1. (UFAM) Qual alternativa abaixo indica um ponto de comunicação entre o Mar Mediterrâneo e o Mar Negro e é reconhecido mundialmente por sua condição geopolítica e estratégica?

a) Estreito de Ormuz.

b) Canal de Tiran.

c) Estreito de Bósforo.

d) Canal de Suez.

e) Golfo Pérsico.

2. (UFAM) As correntes marítimas são extensas por-ções de água que se deslocam pelo oceano com condições próprias de temperatura, salinidade e pressão. Com relação a esse assunto, analise as proposições abaixo:

I. Uma corrente fria, formada em altas altitu-des, pode provocar queda na temperatura das regiões costeiras.

II. As correntes marítimas constituem um dos fatores climáticos.

III. Em áreas de encontro de correntes quentes e frias, ocorre a ressurgência de plâncton, o que atrai cardumes, favorecendo a atividade costeira.

IV. A corrente fria de Humboldt, no Hemisfério Sul, causa queda de temperatura do ar, favo-recendo o deserto frio da Patagônia.

Estão corretas apenas:

a) II e III. b) I e IV.

c) III e IV. d) II e IV.

e) I, III e IV.

3. (UFC – CE) Apesar de 75% da superfície do pla-neta ser recoberta por massas líquidas, a água doce não representa mais que 3% desse total, sendo encontrada em rios, lagos, reservatórios subterrâneos, atmosfera, geleiras e calotas pola-res. Esse percentual de água doce, mesmo relati-vamente reduzido, é responsável por uma parce-la significativa da dinâmica natural da superfície terrestre. As questões a seguir tratam de proces-sos naturais dos quais a água doce participa.

a) Cite dois fatores responsáveis pela perenidade dos rios.

b) Mencione dois elementos do clima respon-sáveis pela reduzida disponibilidade de água doce superficial na Região Nordeste do Brasil.

c) Apresente a natureza geológica dos terrenos do Sertão cearense, um dos fatores condicio-nantes da pobreza do estado em reservatórios de água subterrânea.

4. (UECE) À porção litorânea de um sistema natural drenado por um rio que recebe sedimentos de origem fluvial e marinha e que contém depósitos sedimentares influenciados por marés, ondas e processos fluviais, dá-se o nome de:

a) meandro encaixado.

b) estuário.

c) planície fluvial à montante do rio.

d) planície flúvio-lacustre.

5. (UECE) Considere os seguintes dados:

P – precipitação pluviométrica.

E – evaporação.

I – infiltração.

D – débito ou descarga de um rio.

A relação correta que pode ser estabelecida en-tre esses dados, em determinada região, é:

a) D = P. b) D = P – (E + I).

c) D = P – I. d) D = P – (E X I).

6. (UNIOESTE – PR) Sobre rede hidrográfica, assina-le a alternativa incorreta:

a) O Rio Uruguai nasce no Brasil pela fusão dos rios Canoas (SC) e Pelotas (RS), e serve de di-visa entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul, Brasil e Argentina, Uruguai e Argentina.

b) Enquanto o curso superior do Rio Uruguai é planáltico, encachoeirado e dotado de expres-sivo potencial hidroelétrico, os cursos médio e inferior, por serem de planície, oferecem boas condições de navegação.

c) As eclusas desempenham importante papel na navegação de rios planálticos porque possibi-litam a elevação e a descida das embarcações.

d) Nos limites geográficos do território brasileiro, o Aquífero Guarani está presente nos estados do Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

e) O trabalho erosivo dos rios, além de escavar os seus leitos, também modela as vertentes, originando vales pluviais.

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GEOGRAFIA

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7. (UDESC) Os oceanos estão em constante movi-mento, e as correntes marinhas causam grande impacto no clima do planeta, pois transportam águas quentes e frias por todas as partes do glo-bo. Sobre mares e oceanos, é correto afirmar:

a) O Oceano Índico é o segundo maior oceano e o mais frio devido à sua localização.

b) Mares e oceanos são sinônimos, pois ambos têm a mesma profundidade.

c) A posição geográfica dos oceanos não influen-cia na temperatura das suas águas.

d) O Oceano Pacífico é o maior do globo, cobre mais de um terço da superfície do planeta Terra.

e) A quantidade de água existente nos oceanos equivale à água encontrada nos rios e lagos do mundo, por isso há um razoável suprimen-to de água doce no mundo.

8. (UFMG) Considerando-se a disponibilidade hídri-ca do Planeta, é incorreto afirmar que:

a) a água acumulada nos aquíferos subterrâne-os, apesar de apresentar volume inferior àque-le acumulado na superfície, em rios e lagos, tem distribuição homogênea nas diversas uni-dades geológicas do Globo;

b) a água dos oceanos e mares apresenta volume muito superior ao encontrado nos continen-tes, mas exige, para consumo humano, sua

conversão em água doce, em usinas de dessa-linização;

c) a água de mais fácil aproveitamento pelo ho-mem, em suas diversas atividades, é doce, se encontra em estado líquido e está distribuída, na superfície dos continentes, em rios e lagos;

d) a água doce armazenada em estado sólido é encontrada nas calotas glaciais, que ocupam as áreas polares, e nas geleiras de montanha, que ocupam zonas climáticas diversas, inclusi-ve tropicais.

9. (UNIRIO/ENCE – RJ) A China e o Canadá detêm estoques semelhantes de água doce. No entan-to, a China tem um quadro mais vulnerável em relação à possível escassez de recursos hídricos do que o Canadá. Uma razão para essa vulnera-bilidade é:

a) a pressão do consumo devido à velocidade da expansão urbano-industrial.

b) o deslocamento da fronteira agrícola em ra-zão do crescimento da população.

c) a ineficiência dos sistemas de captação e dis-tribuição de água para uso agrícola.

d) o crescimento do consumo per capita em con-sequência do efeito estufa.

e) a dimensão do território chinês em compara-ção ao território canadense.

10. (UFRJ) No passado, a Bacia do Prata foi uma das principais rotas de escoamento dos metais preciosos da região andina.

Apresente um fa-tor que explique a importância da Bacia do Prata para a integração da América do Sul aos mercados in-ternacionais, na atualidade.

66 Sistemas naturais: litosfera e hidrosfera

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d) O Rio Nilo deságua na porção norte da Áfri-ca, com a foz em forma de delta, no Mar Mediterrâneo.

12. (UFMT) Segundo o Banco Mundial, cerca de oi-tenta países vão entrar em conflito por causa dos recursos hídricos nos próximos anos. Rios que atravessam diferentes países representam fontes essenciais de abastecimento de água e constituem motivo de disputas acirradas. Os pro-blemas tornam-se mais graves quando a disputa pela água se mistura com desavenças político- -religiosas. Qual alternativa representa o caso es-pecífico de conflito pela água no rio Nilo?

a) Apesar de ser um rio internacional, poucos pa-íses utilizam as águas do Nilo, exceto o Egito, cuja população depende das águas dele para o abastecimento e a produção de alimentos, enquanto nos outros países banhados pelo mesmo rio, como a Etiópia e o Sudão, a po-pulação, por estar concentrada no litoral, tira pouco proveito de suas águas.

b) A instalação de várias usinas hidrelétricas e a captação de água para irrigação, em países localizados no alto da bacia, têm prejudicado o aproveitamento feito no Egito, situado no baixo curso do rio, que contava com as cheias periódicas para a fertilização do vale.

c) É um rio genuinamente egípcio, e as dispu-tas pelas terras agricultáveis de suas margens são entre os povos nômades do deserto e os árabes muçulmanos que mantêm o controle político em todo o vale do rio.

d) Era navegável em toda a sua extensão, desde as nascentes, no Lago Vitória até a foz, con-siderando que ele atravessa extensa área de planície desértica; entretanto, essa utilização foi interrompida com a construção da Represa de Assuã, em território egípcio, o que causou desentendimento com o governo sudanês.

e) Outros países africanos poderiam utilizar suas águas para o abastecimento e a irrigação, como a Etiópia e o Sudão, porém não as uti-lizam por cumprirem acordos políticos com o Egito, que historicamente detém o direito de exploração das águas, garantido pela ONU.

11. (UEMG)

O rei dos rios

Tudo indica que o Amazonas é o rio mais lon-go do planeta, e não o Rio Nilo. Com base em imagens de satélite e em pesquisa de campo na Cordilheira dos Andes, os cientistas do INPE con-cluíram que o rio sul-americano é 592 quilôme-tros maior do que se supunha. O grupo aplicou os mesmos critérios ao Nilo e descobriu que ele também estava subdimensionado. No seu caso, em 202 quilômetros. A diferença entre ambos passou a ser de 140 quilômetros – em favor do Amazonas.

Observe as ilustrações a seguir, relacionadas a esses rios:

COUTINHO, Leonardo. Revista Veja, 9 jul. 2008.

A respeito da posição geográfica do Rio Amazonas e do Rio Nilo, mostrada nas ilustrações, assinale a alternativa que traz a afirmação incorreta:

a) Esses rios localizam-se nas áreas centrais do globo terrestre, chamadas de regiões intertro-picais.

b) O Rio Amazonas deságua na direção leste do Brasil, com a foz em forma de estuário, na ilha de Marajó.

c) O grande volume de água dos dois rios está condicionado aos elevados índices pluviomé-tricos, que caracterizam as áreas equatoriais.

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Formas de uso da água4 A água é utilizada para diversas finalidades, como abastecimento de cidades, usos domésticos,

geração de energia, irrigação, navegação, lazer e recreação, entre outros. Dependendo da utilização, é necessário seu tratamento. Cada país tem seu sistema de gestão dos recursos hídricos, tendo de equili-brar a oferta (quantidade de água disponível para os mais diversos consumos) e a demanda (consumo).

Há variações de disponibilidade por continentes e países. A Ásia é a região que mais consome água (63,6%), no entanto possui apenas 28,9% dos recursos

hídricos (ver gráfico “Distribuição relativa dos recursos hídricos renováveis na Terra – 2010”, na página 51). Há, portanto, um déficit hídrico nessa região, tendo em vista que o consumo está maior que a ofer-ta. A América do Norte gasta 15,6% do total de litros consumidos no mundo e possui 14,1% da água do planeta. A oferta e a demanda ainda estão equilibradas, mas os EUA, por exemplo, já enfrentam problemas em relação a esse recurso natural.

Observe o gráfico a seguir:

Evolução do consumo per capita de água pela sociedade humana

Homem Volume (litros/dia)

100 anos a.C. 12

Romano 20

Século XIX (cidades pequenas) 40

Século XIX (cidades grandes) 60

Século XX 800

Durante a história, a sociedade vem aumentando o consumo per capita de água (quadro a seguir).

Fonte: MACÊDO, Jorge Antônio Barros de. Águas & águas. São Paulo: Verela, 2001. p. 2.

Fonte: AQUASTAT. Sistema de Informação da FAO sobre Água e Agricultura. Disponível em: <http://www.fao.org/nr/water/aquastat/water_use/index.stm>. Acesso em: 15 ago. 2012.

Distribuição relativa do consumo da água

por região – 2010

Sistemas naturais: litosfera e hidrosfera68

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Analisando-se o consumo per capita, a diferença entre as regiões é muito significativa. A América do Norte é onde há maior consumo per capita e a África é uma das regiões de menor consumo. O aumento de consumo está diretamente relacionado com desenvolvimento tecnológico e processos de industrialização e de urbanização.

No que se refere à quantidade de litros consumidos por dia para que uma pessoa tenha qualidade de vida, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a média de 80 litros/dia.

Contudo, a diferença de consumo per capita entre países é grande: nos Estados Unidos, a média de consu-mo per capita é de 500 litros/hab/dia, embora os habitantes de Nova Iorque cheguem a um consumo de 2 mil litros/hab/dia. Na maioria dos países da África, essa média é de apenas 15 litros/hab/dia e, na Índia, de 25 litros/hab/dia.

De acordo com as informações da Organiza-ção das Nações Unidas para Agricultura e Ali-mentação (FAO), o consumo mundial de água em 2010 foi de 3 862 km3/ano, sendo 2 710 km3/ano (70%) no setor agrícola, 723 km3/ano (19%) no setor industrial e 429 km3/ano (11%) em uso doméstico (consumo humano, uso sanitário, serviços urbanos municipais).

Observe o gráfico ao lado:

O mapa a seguir apresenta a oferta e a demanda hídrica no Brasil:

Fonte: AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil. Informe 2012. Disponível em: <http://arquivos.ana.gov.br/imprensa/arquivos/Conjuntura2012.pdf>. Acesso em: 17 ago. 2012. Adaptação.

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Disponibilidade e demanda hídrica no Brasil – 2010isponibilidade e demanda hídrica no Brasil – 2010

Distribuição relativa do uso da água no

mundo – 2010

Fonte: AQUASTAT. FAO’s Information System on Water and Agriculture. Disponível em: <http://www.fao.org/nr/water/aquastat/water_use/index.stm>. Acesso em: 15 ago. 2012.

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Com base nas informações estudadas até o momento, responda às questões:

1. Qual região do mundo apresenta maior percentual de recursos hídricos? Qual o percentual

de consumo? Qual a situação dessa região em relação à oferta e à demanda hídrica?

2. Qual a região que apresentou maior consumo hídrico? Qual o percentual de recursos

hídricos dessa região em relação ao planeta Terra?

3. Observe o mapa do Brasil e compare a disponibilidade hídrica e a retirada de cada

região hidrográfica. Qual das regiões poderá apresentar problema em relação à oferta

e à demanda hídrica?

Demanda agropecuária

A demanda agropecuária compreende os usos da água relacionados às atividades do setor primário da economia, principalmente as que envolvem agricultura e criação de animais.

A produção de alimentos, principalmente no que se refere à pecuária, emprega maiores quantidades de água, já que envolve desde aquela consumida durante o crescimento do animal até o fechamento da embalagem com o produto.

A principal utilização da água no mundo é na agricultura, principalmente nos países não industria-lizados. Observe o gráfico e o quadro a seguir:

Fonte: AQUASTAT. FAO’s Information System on Water and Agriculture. Disponível em: <http://www.fao.org/nr/water/aquastat/dbase/AquastatWorldDataEng_20101129.pdf>. Acesso em: 15 ago. 2012.

Distribuição relativa do uso da água na

agricultura por região – 2010

70 Sistemas naturais: litosfera e hidrosfera

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A Ásia é a região que mais consome água na agricultura, principalmente no cultivo de arroz, pois, para produzir 1 kg de arroz, são necessários, em média, 1 910 litros de água.

No Brasil, a Agência Nacional de Águas (ANA) apresentou uma série de informações sobre os recursos hídricos das 12 regiões hidrográficas, sendo a demanda hídrica relacionada aos usos na irrigação, na criação de animais, na atividade rural, na industrial e no meio urbano.

Para o estudo neste livro, foram considerados os usos na irrigação, para criação de animais e na área rural na demanda agropecuária. Observe, no gráfico e no quadro a seguir, essa demanda nas sete principais regiões hidrográficas brasileiras.

Uso de água na agricultura por região do mundo – 2010

Continentes RegiãoAgricultura

km3/ano %

América

América do Norte 258 9,53

América Central 15 0,56

América do Sul 112 4,14

África 184 6,79

Ásia 2 012 74,25

Europa 109 4,03

Oceania 19 0,70

Mundo 2 710 100,00

Fonte: AQUASTAT. FAO’s Information System on Water and Agriculture. Disponível em: <http://www.fao.org/nr/water/aquastat/dbase/AquastatWorldDataEng_20101129.pdf>. Acesso em: 15 ago. 2012.

Demanda agropecuária por região

hidrográfica brasileira – 2010

Região Demanda total (m3/s)

Amazônica 43,2

Tocantins-Araguaia 107

Parnaíba 41,3

São Francisco 227,6

Atlântico Sudeste 66,4

Paraná 356,9

Paraguai 22,2

Fonte: AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil. Informe 2012. Disponível em: <http://arquivos.ana.gov.br/imprensa/arquivos/Conjuntura2012.pdf>. Acesso em: 17 ago. 2012.

Fonte: AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil. Informe 2012. Disponível em: <http://arquivos.ana.gov.br/imprensa/arquivos/Conjuntura2012.pdf>. Acesso em: 17 ago. 2012.

Demanda agropecuária por região

hidrográfica brasileira

O emprego da água para irrigação é significativo na região hidrográfica do São Francisco (69%) e na do Parnaíba (64%), tendo em vista que, no Semiárido, ocorre a falta de água em virtude da baixa precipitação. Esse tipo de uso se dá em todas as regiões hidrográficas brasileiras, apesar de a maioria das regiões possuir tipos climáticos que apresentam uma quantidade de chuvas suficientes.

(% do total da região hidrográfica)

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Demanda residencial e comercial

A demanda residencial e comercial diz respeito ao consumo de água nas cidades, caracterizado pelas captações desse recurso e lançamentos de esgotos provenientes das companhias de sanea-mento. A demanda urbana (comercial e residencial), também denominada uso doméstico ou público, está relacionada ao crescimento populacional e à taxa de urbanização.

Em regiões quentes, o consumo aumenta, pois mais água é utilizada na rega de paisagismo e em função do aumento do número de banhos, por exemplo.

Observe o gráfico e o quadro a seguir que se relacionam ao uso da água por continentes:

Uso doméstico da água por região – 2010

Continentes RegiãoUso doméstico Total

km3/ano % km3/ano %

América

América do Norte 88 20,50 603 15,61

América Central 6 1,38 24 0,62

América do Sul 32 7,40 165 4,27

Ásia 217 50,57 271 7,01

África 21 4,80 215 5,56

Europa 61 14,20 374 9,68

Oceania 5 1,16 26 0,67

Mundo 429 100,00 3 862 100,00

Fonte: AQUASTAT. FAO’s Information System on Water and Agriculture. Disponível em: <http://www.fao.org/nr/water/aquastat/dbase/AquastatWorldDataEng_20101129.pdf>. Acesso em: 15 ago. 2012.

Como você pôde observar, entre os continentes, a Ásia é aquele que apresenta o maior índice de uso doméstico: 50,57%.

O crescimento populacional e a elevação da taxa de urbanização acarretam mais gastos na captação e no tratamento, pois, em decorrência disso, o número de escolas, creches, hospitais, áreas de lazer, parques, centros esportivos, entre outros serviços, também aumenta.

Fonte: AQUASTAT. Sistema de Informação da FAO sobre Água e Agricultura. Disponível em: < http://www.fao.org/nr/water/aquastat/dbase/AquastatWorldDataEng_20101129.pdf>. Acesso em: 15 ago. 2012.

Distribuição relativa do uso da água no

setor urbano por região – 2010

72 Sistemas naturais: litosfera e hidrosfera

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Agora, observe, no gráfico e no quadro a seguir, a demanda doméstica nas sete principais regiões hidrográficas brasileiras:

Demanda residencial e comercial por região

hidrográfica brasileira – 2010

Região Demanda total (m3/s)

Amazônica 25,8

Tocantins-Araguaia 18,3

Parnaíba 8,0

São Francisco 31,3

Atlântico Sudeste 104,2

Paraná 177,2

Paraguai 5,2

Fonte: AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil. Informe 2012. Disponível em: <http://arquivos.ana.gov.br/imprensa/arquivos/Conjuntura2012.pdf>. Acesso em: 17 ago. 2012.

A região com índice mais elevado desse uso é a Atlântico Sudeste, com 49%, sendo essa a região com maior taxa de urbanização e volume populacional.

Demanda industrial

As indústrias utilizam a água durante todo o processo de produção e manutenção das empresas, principalmente na limpeza e no resfriamento de máquinas e como matéria-prima nos ramos de ali-mentação, papel e água mineral.

No gráfico e no quadro a seguir, está representado o percentual de consumo dessa forma de uso da água.

Fonte: AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil. Informe 2012. Disponível em: <http://arquivos.ana.gov.br/imprensa/arquivos/Conjuntura2012.pdf>. Acesso em: 17 ago. 2012.

Demanda residencial e comercial por

região hidrográfica brasileira – 2010

(% do total da região hidrográfica)

Fonte: AQUASTAT. FAO’s Information System on Water and Agriculture. Disponível em: <http://www.fao.org/nr/water/aquastat/dbase/AquastatWorldDataEng_20101129.pdf>. Acesso em: 15 ago. 2012.

Distribuição relativa do uso da água na

indústria por continentes – 2010

Ensino Médio | Modular 73

GEOGRAFIA

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Uso industrial da água por região do mundo – 2010

Continentes RegiãoUso industrial Total

km3/ano % km3/ano %

América

América do Norte 256 35,43 603 15,61

América Central 2 0,30 24 0,62

América do Sul 21 2,92 165 4,27

Ásia 227 31,41 271 7,01

África 9 1,26 215 5,56

Europa 204 28,25 374 9,68

Oceania 3 0,43 26 0,67

Mundo 723 100,00 3 862 100,00

Fonte: AQUASTAT. FAO’s Information System on Water and Agriculture. Disponível em: <http://www.fao.org/nr/water/aquastat/dbase/AquastatWorldDataEng_20101129.pdf>. Acesso em: 15 ago. 2012.

No Brasil, a Região Hidrográfica do Paraná possui o maior índice de uso industrial, com 28% da de-manda total. Observe o gráfico e o quadro a seguir:

Geração de energia

A utilização da água para geração de energia é bastante antiga e vem se aperfeiçoando com as evo-luções tecnológicas. O uso da força das águas pela ação direta de uma queda de água produz energia mecânica, a qual é convertida em eletricidade por meio de motores, dínamo e turbina hidráulica, entre outros equipamentos.

A primeira usina hidrelétrica construída foi a de Niagara Falls (EUA), em 1897, utilizando a queda natural do rio para gerar energia. A concepção do projeto para construir uma usina continua o mesmo até os dias de hoje. O que difere é a tecnologia empregada, tanto na construção quanto nos equipamentos e no monitoramento.

Comparativamente à energia produzida pelos combustíveis fósseis, como petróleo e carvão mineral, a energia hidrelétrica é considerada limpa, pois não produz resíduos que poluem o ambiente. Porém, para construir as hidrelétricas, é necessária uma série de obras de engenharia a fim de contornar problemas,

Demanda industrial por regiãohidrográfica brasileira – 2010

Região Demanda total (m3/s)

Amazônica 9,8

Tocantins-Araguaia 10,2

Parnaíba 1,5

São Francisco 19,8

Atlântico Sudeste 43,1

Paraná 202,0

Paraguai 2,6

Fonte: AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil. Informe 2012. Disponível em: <http://arquivos.ana.gov.br/imprensa/arquivos/Conjuntura2012.pdf>. Acesso em: 17 ago. 2012.

Fonte: AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil. Informe 2012. Disponível em: <http://arquivos.ana.gov.br/imprensa/arquivos/Conjuntura2012.pdf>. Acesso em: 17 ago. 2012.

Demanda industrial por região hidrográfica brasileira – 2010emanda industrial por região hidrográfica brasileira – 201

(% do total da região hidrográfica)

74 Sistemas naturais: litosfera e hidrosfera

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Construção da Usina de Tucuruí

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Usina de Tucuruí

como desníveis no leito dos rios quando não são suficientemente altos para dar a vazão necessária, le-vando à construção de grandes lagos ou reservatórios. Com isso, extensas áreas são inundadas, causando profundas transformações ambientais.

Foi o que ocorreu com a construção da Hidrelétrica de Tucuruí, no Pará, na década de 1980. Há uma parte da floresta equatorial submersa na área do lago e, como a consciência ecológica era outra naquele tempo, a fauna e a flora da região sofreram grande impacto negativo, sem praticamente nenhuma consi-deração pela questão preservacionista.

barragem – estrutura construída no canal ou leito do rio que vai gerar o reservatório;

reservatório – com a construção da barragem, a água é represada;

vertedouro – controla o volume de água no reservatório; geralmente é construído com comportas;

captação da água (ou tomada de água) – duto que conduz a água do reservatório para o condu-to forçado. Possui comportas de fechamento e grades de proteção;

conduto forçado – canalização que conduz a água, sob pressão, para as turbinas, podendo ser subterrâneo ou externo;

turbina – a água faz a roda com pás (turbina) girar, transformando a energia hidráulica em energia mecânica;

gerador – acoplado à turbina. Transforma a energia mecânica em energia elétrica;

canal de fuga – local de saída da água que movimenta as turbinas;

casa de força – local de operação da usina;

subestação – recebe a energia elétrica produzida, transformando-a em alta-tensão. Posterior-mente, essa energia é transportada pelas linhas de transmissão.

Os principais elementos de uma usina hidrelétrica são:

Geração

de energia

hidrelétrica

@GEO882

Fonte: ELETROBRÁS TERMONUCLEAR S/A. Disponível em: <http://www.eletronuclear.gov.br>. Acesso em: 20 mar. 2010.

Mar

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Ensino Médio | Modular 75

GEOGRAFIA

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Grande parte da energia elétrica produzida no Brasil provém de usinas hidrelétricas, pois as caracte-rísticas hidrográficas do país – rios com grandes extensões, caudalosos e que correm, em sua maioria, sobre planaltos – determinam um alto potencial hidráulico.

Na década de 1970, foram construídas as principais usinas hidrelétricas brasileiras, com destaque para a Itaipu Binacional, responsável pela geração de energia para as regiões Sul e Sudeste, que foi construída em parceria com o Paraguai, no Rio Paraná, próximo à cidade de Foz do Iguaçu.

A matriz energética brasileira está distribuída da seguinte forma:

A utilização das usinas hidrelétricas é uma das várias formas de gerar energia elétrica. O conjunto de formas para produzir energia elétrica utilizado por um país define sua matriz energética.

Na matriz energética mundial, as hidrelétricas participam com 2,3%. Observe o gráfico a seguir:

Fonte: INTERNATIONAL ENERGY AGENCY. Key World Energy Statistics 2011. Disponível em: <http://www.iea.org/publications/freepublications/publication/key_world_energy_stats.pdf>. Acesso em: 17 ago. 2012.

Estrutura da oferta de energia do mundo – 2009

Fonte: EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA. Balanço energético nacional 2012. Resultados preliminares. Ano-base 2011. Disponível em: <https://ben.epe.gov.br/downloads/Resultados_Pre_BEN_2012.pdf>. Acesso em: 17 ago. 2012.

Matriz energética brasileira – 2011

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A hidroeletricidade participa com 14,7% na matriz energética brasileira, mas gera cerca de 80% de toda a energia elétrica produzida. Observe o gráfico a seguir.

Contudo, a distribuição das usinas hidrelétricas no Brasil é irregular, estando estas concentradas nas bacias do Paraná e do São Francisco. Apesar do alto potencial hidrelétrico da Bacia Amazônica, as características de seus rios, principal-mente em função do baixo gradiente, impedem que ali sejam instaladas mais usinas.

Questões ambientais: contaminação e poluição de recursos hídricos

A água possui atributos físicos, químicos e biológicos e qualquer alteração neles pode afetar a qualidade dela.

As características físicas envolvem, principalmente, sua estética, à qual estão relacionados cor, turbidez (presença de materiais em suspensão), sabor e odor.

As principais características químicas são salinidade, presença de ferro e manganês e presença de matéria orgâ-nica, que é avaliada, principalmente, por meio do oxigênio dissolvido (OD – teor de oxigênio dissolvido) e da demanda bioquímica de oxigênio (DBO – indica a quantidade de oxigê-nio necessária para a sobrevivência dos micro-organismos).

As características biológicas da água estão relacionadas aos micro-organismos aquáticos, que desenvolvem suas atividades biológicas de nutrição, respiração, excreção, etc., provocando modificações de caráter químico e ecológico. Alguns micro-organismos são típicos e outros, introduzidos na água como uma contribuição externa.

Entre aqueles que podem ser encontrados na água, destacam-se as algas e os micro-organismos patogênicos,

introduzidos com a matéria fecal de esgotos sanitários. Sua presença é detectada por meio de indicadores de matéria fecal na água. Os coliformes fecais são bactérias utilizadas como indicadoras de poluição.

A água para consumo humano é classificada como água potável, o que se define por padrões de potabilidade, porém, além disso, devem ser considerados os critérios de qualidade dos mananciais, além de não possuir sabor, odor ou aparência desagradáveis.

O termo “poluição” provém do verbo latino polluere, que significa sujar e, por extensão, corromper, profanar. Sujar tem um sentido mais ligado à aparência, à estética, do que a danos reais. Água suja não é necessariamente aquela que possui substâncias tóxicas ou que cause doenças. O termo “poluição” adquiriu outro sentido, mais condizente com o sentido de “sujo”: o sentido ecológico, de alteração das características do ambiente aquático. Alguns cientistas diferenciam os termos “poluição” e “contaminação”:

poluição – trata-se das substância poluidoras, não necessariamente nocivas, como restos de alimentos, que causam mudanças no equilíbrio ambiental;

contaminação – são introduzidas no ambiente subs-tâncias nocivas, tóxicas ou patogênicas, transmiti-das diretamente aos peixes ou a quem beba a água, causando mortes ou doenças. A água é um mero agente transmissor da doença ou do efeito tóxico e não propriamente um ambiente ecológico alterado.

Assim, a poluição dos recursos hídricos pode ser inter-pretada como qualquer alteração das suas características, tornando-os prejudiciais às formas de vida que normalmente abrigam ou, ainda, dificultando ou impedindo o seu uso benéfico.

Fonte: EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA. Anuário estatístico de energia elétrica 2011. Disponível em: <http://www.epe.gov.br/AnuarioEstatisticodeEnergiaEletrica/20111213_1.pdf>. Acesso em: 4 set. 2012.

Geração elétrica por energético (em %)Geração elétrica por energético (em %)

Ensino Médio | Modular 77

GEOGRAFIA

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As fontes de poluição de águas superficiais, em função das formas como os poluentes podem alcançar os manan-ciais, são classificadas como:

fontes localizadas – aquelas que possuem um local determinado de lançamento na água, como as tubu-lações de esgotos domésticos e industriais, galerias de águas pluviais, entre outros; essas fontes são mais facilmente identificáveis;

Faça uma pesquisa sobre as principais fontes de poluição da água (origem natural, esgotos domésticos, esgotos industriais, escoamento superficial e origem agropastoril), descrevendo cada causa e as consequências para o ambiente e para o ser humano. Verifique

quais fontes de poluição estão presentes no município onde você mora. Procure, em reportagens de jornais e revistas da sua região, imagens que retratem esse problema.

Caso não encontre informações dessas fontes de poluição no seu município, escolha outro local, em qualquer lugar do mundo, e pesquise imagens de cada fonte de poluição ali presente para inserir no seu trabalho.

Elabore um texto utilizando as informações explicativas e insira as imagens para ilustrá-lo. Nas con-siderações finais, apresente sugestões de ações que o governo municipal poderia praticar para minimizar esses problemas. Na data solicitada, entregue seu trabalho ao professor.

A gestão dos recursos hídricos requer planejamento e determinação de órgãos especializados para isso. No Brasil, a Lei n.º 9.433, de 8 de janeiro de 1997, instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.

Além de ter órgãos específicos e uma política nacional estabelecida, o Brasil possui uma classificação das águas para consumo, instituída, inicialmente, pela Portaria GM/n.º 0013, de 15 de janeiro de 1976, do Ministério do Interior, na qual foram definidas quatro classes para as águas interiores do país. Para cada classe, além das especificações de usos,

1. (UFG – GO) Leia o texto a seguir:

No fundo do vale o lençol freático aflora para formar rios. Estes têm seus ciclos regulados pe-los períodos de cheia e vazante e pelos espaços representados pelas planícies de inundação. Este termo encerra em si sua função: abrigar as águas do rio quando do seu natural extravasamento nas épocas de cheias.

LOPES, Luciana Maria. Tragédia ou descaso. Disponível em: <www.opopular.com.br/03out2009/opiniao>. Acesso em: 3 out. 2009.

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fontes não localizadas – aquelas em que há aplica-ção difusa dos poluentes na água, como águas de escoamento superficial; águas de drenagem de sis-temas de irrigação; águas de infiltração, a partir do lançamento de resíduos sólidos e líquidos no solo; águas com lançamentos aleatórios de detritos, entre outras.

fixaram-se os teores máximos de impurezas e condições a serem atendidos.

O Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), por meio da Resolução n.º 20, de 18 de junho de 1986, esta-beleceu nova classificação das águas doces, salobras e salinas, definindo nove classes, de acordo com seus usos predominantes. Tal resolução considera como água doce aquelas com salinidade igual ou inferior a 0,5%; como águas salobras as que têm salinidade variando entre 0,5% e 30%; e como águas salinas as que têm salinidade igual ou superior a 30%.

Este texto analisa as recorrentes tragédias na Região Sul do Brasil, com desmoronamentos, desabamentos de casas, mortes e centenas de pessoas desabrigadas.A explicação geográfica para essas tragédias pode ser encontrada no seguinte fato:a) desvios dos leitos dos rios que direcionam o

fluxo das águas em um mesmo sentido, tor-nando as enchentes inevitáveis.

b) ausência de planejamento do uso do solo cau-sando especulação imobiliária e possibilitando a ocupação de novos espaços sem fiscalização.

78 Sistemas naturais: litosfera e hidrosfera

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d) menos eficiente, pois o balanço energético para se produzir o etanol a partir da cana é menor que o balanço energético para produzi--lo a partir do milho.

e) menos eficiente, pois o custo de produção do litro de álcool a partir da cana é menor que o custo de produção a partir do milho.

3. (UCS – RS) A dependência da sociedade moder-na em relação aos combustíveis fósseis tem seus dias contados, derivando daí a constante busca por fontes alternativas de energia.

Assinale a alternativa, no quadro abaixo, que apresenta corretamente a fonte de energia e al-gumas de suas respectivas características.

Fonte de energia Características

a) solarenergia limpa não renovável; é usa-da para substituir a energia nuclear

b) geotérmicaoriginária nos gêiseres, não gera resíduos e não emite gases tóxicos

c) eólicanão renovável, disponível em regi-ões de altitude, não polui o ar

d) dos oceanos

renovável, utiliza o fluxo das marés, ondas e correntes marinhas, sendo que na França localiza-se a primeira usina maremotriz do mundo

e) da biomassanão renovável; é utilizada para subs-tituir a energia termoelétrica e não produz combustão

4. (UFPB) A questão apresenta mais de uma afir-mativa correta.

Atualmente, a procura de novas fontes renová-veis de energia surge como alternativa importan-te para superar dois problemas sérios: a futura escassez de fontes não renováveis de energia, principalmente do petróleo, e a poluição am-biental causada por essas fontes, sobretudo pe-los combustíveis fósseis.

Nesse contexto, são alternativas de recursos energéticos renováveis: I. HIDROGÊNIO, usado como célula combustível. II. BIOGÁS, utilização das bactérias na transfor-

mação de detritos orgânicos em metano. III. ENERGIA GEOTÉRMICA, aproveitamento do

calor do interior da Terra. IV. BIOMASSA, massa dos seres vivos habitantes

de uma região. V. CARVÃO MINERAL, extraído da terra através

de processos de mineração.

c) encostas íngremes que impedem a absorção de quantidade volumosa de água vertida em direção aos vales.

d) altas precipitações pluviométricas anuais que dificilmente são previstas devido ao uso de equipamentos meteorológicos obsoletos.

e) presença de solos profundos porosos que retêm água, provocando desabamentos de construções.

2. (ENEM) As pressões ambientais pela redução na emissão de gás estufa, somadas ao anseio pela diminuição da dependência do petróleo, fizeram os olhos do mundo se voltarem para os combus-tíveis renováveis, principalmente para o etanol. Líderes na produção e no consumo de etanol, Brasil e Estados Unidos da América (EUA) pro-duziram, juntos, cerca de 35 bilhões de litros do produto em 2006. Os EUA utilizam o milho como matéria-prima para a produção desse álcool, ao passo que o Brasil utiliza a cana-de-açúcar. O qua-dro abaixo apresenta alguns índices relativos ao processo de obtenção de álcool nesses dois países.

Cana Milho

Produção de etanol 8 mil litros/ha 3 mil litros/ha

Gasto de energia fós-sil para produzir 1 litro de álcool

1 600 kcal 6 600 kcal

Balanço energético

Positivo: gasta-se 1 caloria de combustí-vel fóssil para a pro-dução de 3,24 calorias de etanol

Negativo: gasta-se 1 caloria de combustível fóssil para a produção de 0,77 caloria de eta-nol

Custo de produção/litro US$ 0,28 US$ 0,45

Preço de venda/litro US$ 0,42 US$ 0,92

Fonte: Globo Rural, jun. 2007. Adaptação.

Se comparado com o uso do milho como maté-ria-prima na obtenção do etanol, o uso da cana--de-açúcar é a) mais eficiente, pois a produtividade do cana-

vial é maior que a do milharal, superando-a em mais do dobro de litros de álcool produzi-do por hectare.

b) mais eficiente, pois gasta-se menos energia fós-sil para se produzir 1 litro de álcool a partir do milho do que para produzi-lo a partir da cana.

c) igualmente eficiente, pois, nas duas situações, as diferenças entre o preço de venda do litro do álcool e o custo de sua produção se equi-param.

Ensino Médio | Modular 79

GEOGRAFIA

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5. (UFSCAR – SP) O gráfico compara as diferentes matrizes de oferta de energia no Brasil, nos paí-ses membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e no mun-do. Analise-o e, em seguida, considere as quatro afirmações seguintes.

I. A participação das fontes de energia renová-veis representa cerca de pouco mais de 12% no mundo. Já no Brasil, elas representam pou-co menos que a metade da oferta de energia.

II. Parte considerável da biomassa consumida no Brasil destina-se ao setor de transportes. Esse consumo deve ser ampliado nos próximos anos, com a substituição de parte do diesel proveniente do petróleo por biocombustíveis.

III. A queima do petróleo e do carvão mineral apresenta menores emissões de gases estufa do que a queima de biomassa e gás natural, demonstrando que os países da OCDE estão mais próximos de cumprir as metas do Proto-colo de Kyoto.

IV. Há um forte desequilíbrio no consumo de energia, visto que os 30 países membros da OCDE, considerados ricos, consomem quase metade dos recursos energéticos mundiais.

A análise do gráfico e seus conhecimentos sobre o tema permitem afirmar que estão corretas as afirmações:a) I, II, III e IV.b) I, II e III, apenas. c) I, II e IV, apenas.d) I e III, apenas.e) II e IV, apenas.

6. (PUC-Rio – RJ) A “crise ambiental oceânica” é re-sultado de uma série de fatores, dentre eles o de-saparecimento da vida marinha. Nesse sentido, surgem “zonas mortas”, uma das contribuições para a extinção dos ecossistemas marinhos.

Assinale a única alternativa correta para as ori-gens e causas das zonas mortas.a) A contaminação das águas litorâneas pelo ex-

cesso de chorume (fósforo e oxigênio) contido nos depósitos de lixo litorâneos.

b) As zonas mortas concentram-se, principal-mente, nos litorais do Atlântico e do Pacífi-co dos EUA; dos países africanos; do litoral antártico e dos países banhados pelo Mar de Aral, isto é, onde as atividades industriais e agrícolas são mais marcantes.

c) Nos últimos cinquenta anos, a população mundial dobrou, enquanto o consumo de fru-tos do mar aumentou cinco vezes. A natureza não está conseguindo repor os estoques pes-queiros além da capacidade de recuperação das populações.

d) Essas zonas são causadas pela redução do oxi-gênio decorrente da decomposição de algas, que proliferam devido aos resíduos orgânicos, ao fósforo e ao nitrogênio despejados no mar pelas atividades industriais e agrícolas.

e) Uma zona morta surge quando a concentra-ção de nitrogênio é insuficiente para a manu-tenção da vida, exceto pela presença de algu-mas bactérias.

7. (UESPI) Em face da crescente demanda, a água vem se tornando uma preocupação para os go-vernos de diversos países do mundo. Com relação a esse tema, considere as afirmações a seguir. (1) Governos, em todas as esferas, devem esta-

belecer políticas e começar a realizar inves-timentos em infraestrutura para a conserva-ção da água.

(2) A falta de acesso à água poderá constituir--se num grave problema, pois gerará fome, doenças, instabilidade política e até conflitos armados.

(3) Nas áreas de terrenos cristalinos, como, por exemplo, os granitos e os gnaisses, a infiltra-ção das águas das chuvas é muito intensa, daí a existência do semiárido no Nordeste brasileiro.

(4) Na ausência de uma ação organizada para economizar água, a combinação mudança climática e crescimento populacional criará uma enorme escassez desse recurso natural.

Estão corretas apenas: a) 1 e 3.b) 2 e 4.c) 2 e 3.d) 3 e 4. e) 1, 2 e 4.

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