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13º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental Maria José Brollo; Cláudio José Ferreira; Lídia Keiko Tominaga; Ricardo Vedovello; Paulo César Fernandes Situação dos desastres e riscos no estado de São Paulo e instrumentos de gerenciamento

Situação dos desastres e riscos no estado de São Paulo e instrumentos de gerenciamento

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Apesar de algumas políticas públicas para enfrentar as situações de risco já estarem implantadas há mais de 25 anos, os eventos relacionados a desastres e suas consequências danosas continuam ocorrendo. O panorama atual da situação de desastres naturais no Estado de São Paulo mostra que nos últimos onze anos foram registrados números superiores a 2.500 acidentes, mais de 300 óbitos, além de mais de 100 mil pessoas afetadas em dezenas de eventos de escorregamentos, inundações, tempestades, raios, erosão e subsidência do solo. Este trabalho discute como o problema vem sendo enfrentado pelo Poder Público por meio de instrumentos de gestão e gerenciamento.

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Page 1: Situação dos desastres e riscos no estado de  São Paulo  e instrumentos de gerenciamento

13º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental

Maria José Brollo; Cláudio José Ferreira; Lídia Keiko

Tominaga; Ricardo Vedovello; Paulo César Fernandes da Silva; Eduardo de Andrade; Antonio Carlos Moretti

Guedes

Situação dos desastres e

riscos no estado de

São Paulo e instrumentos

de gerenciamento

Page 2: Situação dos desastres e riscos no estado de  São Paulo  e instrumentos de gerenciamento

13º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental

os eventos relacionados a desastres e suas consequências danosas continuam ocorrendo.

RESUMO

Políticas públicas no Estado de São

Paulo para enfrentar as situações de risco

implantadas há mais de 25

anos

Page 3: Situação dos desastres e riscos no estado de  São Paulo  e instrumentos de gerenciamento

13º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental

-panorama atual da situação de desastres naturais no Estado de São Paulo mostra que nos últimos 11 anos:

RESUMO

> 2.500 acidentes, > 300 óbitos, > 100 mil pessoas afetadas

em dezenas de eventos de escorregamentos, inundações, tempestades, raios, erosão e subsidência do solo.

Este trabalho discute como o problema vem sendo enfrentado pelo Poder Público por meio de

instrumentos de gestão e gerenciamento.

Page 4: Situação dos desastres e riscos no estado de  São Paulo  e instrumentos de gerenciamento

13º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental

CONTEXTUALIZAÇÃO – Políticas públicas estaduais

1988 - Planos Preventivos de Defesa Civil (PPDC) e Planos de Contingência

Casa Militar - Coordenadoria Estadual de Defesa Civil2004 – Mapeamento de áreas

de risco em municípios do Estado

IG – órgão de apoio técnico

2009 – Política Estadual de Mudanças Climáticas (Lei nº 13.798, de 09/12/2009)

estabelece os princípios e os instrumentos a serem adotados pelo Governo Estadual como forma de garantir o desenvolvimento sustentável, devidamente orientado por critérios ambientais, e implementados por meio de dois instrumentos principais:

Secretaria Estadual de Meio Ambiente – apoio técnico ao Comitê Gestor

IG

CPLA

CEDEC

Zoneamentos Econômico-Ecológicos

Mapeamentos de Risco

Page 5: Situação dos desastres e riscos no estado de  São Paulo  e instrumentos de gerenciamento

13º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental

CONTEXTUALIZAÇÃO – Políticas públicas estaduais

1988 - Planos Preventivos de Defesa Civil (PPDC) e Planos de Contingência

Casa Militar - Coordenadoria Estadual de Defesa Civil2004 – Mapeamento de áreas

de risco em municípios do Estado

IG – órgão de apoio técnico

2009 – Política Estadual de Mudanças Climáticas (Lei nº 13.798, de 09/12/2009)

estabelece os princípios e os instrumentos a serem adotados pelo Governo Estadual como forma de garantir o desenvolvimento sustentável, devidamente orientado por critérios ambientais, e implementados por meio de dois instrumentos principais:

Secretaria Estadual de Meio Ambiente – apoio técnico ao Comitê Gestor

IG

CPLA

CEDEC

Zoneamentos Econômico-Ecológicos

Mapeamentos de Risco

SEÇÃO V

Plano Estratégico para Ações Emergenciais e Mapeamento das Áreas de Risco

Artigo 43 - Fica a Defesa Civil do Estado responsável por elaborar o Plano Estratégico para Ações Emergenciais, com a apresentação de estratégias, mecanismos e instrumentos para sua execução.

Parágrafo único - O Plano a que se refere o “caput” deste artigo deverá ser apresentado ao Conselho Estadual de Mudanças Climáticas até dezembro de 2010.

Artigo 44 - A Defesa Civil do Estado e a Secretaria do Meio Ambiente, ouvido o Comitê Gestor, deverão elaborar o Mapeamento das Áreas de Risco do Estado de São Paulo.

Paragrafo1º - O Mapa a que se refere o “caput” deste artigo fará parte integrante do Plano Estratégico de Ações Emergenciais e deverá ser atualizado a cada 5 (cinco) anos, bem como as propostas de ação deverão ser apresentados ao Conselho Estadual de Mudanças Climáticas até dezembro de 2011.

Parágrafo 2º - Caberá aos municípios colaborarem, por meio da Defesa Civil Municipal, na elaboração do Mapeamento das Áreas de Risco do Estado de São Paulo.

Page 6: Situação dos desastres e riscos no estado de  São Paulo  e instrumentos de gerenciamento

13º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e AmbientalINDICADORES DE DESASTRES NO ESTADO DE

SÃO PAULO

- - Não há um registro sistemático das ocorrências de desastres no Estado de São Paulo, que retratem a extensão dos problemas e suas consequências, o que auxiliaria na eficácia da gestão deste tipo de situação.

“Número de acidentes” “Porcentagem de municípios com instrumentos de gestão

de risco”

- - INDICADORES estabelecidos por Brollo & Ferreira (2009):

- - cadastro de vistorias e atendimentos produzido pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (CEDEC).

- - Termos de cooperação e contratos da CEDEC ; informações do Ministério das Cidades

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escorregamentos

INDICADOR – “NÚMERO DE ACIDENTES”

De 2000 a 2010 (meses de verão: dezembro a março), tem-se registros de vistorias e atendimentos emergenciais de acidentes relacionados a:

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13º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental

Inundação e processos similares (enchentes, alagamentos, etc)

INDICADOR – “NÚMERO DE ACIDENTES”

De 2000 a 2010 (meses de verão: dezembro a março), tem-se registros de vistorias e atendimentos emergenciais de acidentes relacionados a:

escorregamentos

Page 9: Situação dos desastres e riscos no estado de  São Paulo  e instrumentos de gerenciamento

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erosão

Inundação e processos similares (enchentes, alagamentos, etc)

INDICADOR – “NÚMERO DE ACIDENTES”

De 2000 a 2010 (meses de verão: dezembro a março), tem-se registros de vistorias e atendimentos emergenciais de acidentes relacionados a:

escorregamentos

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13º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental

outros acidentes diversos (raios, chuvas fortes, vendavais, desabamentos, etc)

inundação (e processos similares como enchentes, alagamentos, transbordamentos de rios),

INDICADOR – “NÚMERO DE ACIDENTES”

- De 2000 a 2010 (meses de verão: dezembro a março), tem-se registros de vistorias e atendimentos emergenciais de acidentes relacionados a:

escorregamentos

erosão

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13º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental

ONDE ESTÃO OS PROBLEMAS?

QUAL É A DIMENSÃO DOS PROBLEMAS?

Nº DE ACIDENTES NO ESTADO DE SÃO PAULO – OPERAÇÃO VERÃO

Distribuição dos acidentes e consequências relacionados a desastres naturais por UGRHI (2000 a 2010)

Page 12: Situação dos desastres e riscos no estado de  São Paulo  e instrumentos de gerenciamento

13º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental

Nº DE ACIDENTES NO ESTADO DE SÃO PAULO – OPERAÇÃO VERÃO

Distribuição dos acidentes e consequências relacionados a desastres naturais por UGRHI (2000 a 2010)

2569 acidentes - 52% inundações- 19%

escorregamentos- 1% erosão- 28% outros

316 óbitos - 36% inundações- 42%

escorregam.- 22% outros

municípios atingidos- 235 por inundações (36%)- 122 por escorregam.

(19%)

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13º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental Atendimentos

emergenciais da Operação Verão

relacionados a escorregamentos

(2000 a 2010)

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13º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental Atendimentos

emergenciais da Operação Verão

relacionados a inundações

(2000 a 2010)

Page 15: Situação dos desastres e riscos no estado de  São Paulo  e instrumentos de gerenciamento

13º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental Atendimentos

emergenciais da Operação Verão

e número de pessoas afetadas

(2000 a 2010)

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13º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental Atendimentos

emergenciais da Operação Verão

e número de óbitos

(2000 a 2010)

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13º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e AmbientalConsequências de desastres no Estado de São Paulo, nos

meses de verão (2000 – 2011)

meses de verão (dez-mar)

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13º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e AmbientalINDICADOR – “PORCENTAGEM DE MUNICÍPIOS

COM INSTRUMENTOS DE GESTÃO DE RISCO ”

a) Planos Preventivos de Defesa Civil e Planos de Contingência (desde 1988);

b) Mapeamentos de Áreas de Risco a Escorregamentos, Inundações e Erosão (desde 2004);

c) Planos Municipais de Redução de Risco.

Page 19: Situação dos desastres e riscos no estado de  São Paulo  e instrumentos de gerenciamento

13º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental

PPDC: número de municípios com Planos Preventivos de Defesa Civil a Escorregamentos; MAP: número de municípios com Mapeamento de Áreas de Risco; PMRR: número de municípios com Planos Municipais de Redução de Risco; TIG: total de municípios com algum instrumento de gestão (PPDC e/ou MAP e/ou PMRR); %TIG: porcentagem de municípios na UGRHI com algum instrumento de gestão.

Instrumentos de gestão de riscos implantados nos municípios do estado de São Paulo até 2010

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monitoramento de 114 municípios

PLANOS PREVENTIVOS DE DEFESA CIVIL (PPDC)

dos 114 municípios com PPDC, apenas 50 já tem seus

mapeamentos realizados, restando outros 64 municípios a serem

mapeados quanto ao risco.

Page 21: Situação dos desastres e riscos no estado de  São Paulo  e instrumentos de gerenciamento

13º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e AmbientalMUNICÍPIOS COM MAPEAMENTO DE ÁREAS DE RISCO

65 municípios mapeados até

2010

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

ONDE É QUE ESTAMOS ERRANDO?

O QUE ESTÁ FALTANDO?

Page 23: Situação dos desastres e riscos no estado de  São Paulo  e instrumentos de gerenciamento

13º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Verifica-se que a capacidade de enfrentamento do Poder Público e da população frente aos desastres tem sido limitada,

havendo necessidade de melhorar a eficácia dos instrumentos de gestão e

gerenciamento atualmente implantados e até mesmo

ampliando os tipos e abrangência dos mesmos.

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13º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A prevenção de desastres no Estado de São Paulo deve ser tratada de forma ampla e articulada,

visando

- reduzir as vulnerabilidades, - minimizar as perdas e

- ampliar a capacidade de enfrentamento das situações de emergência e os riscos existentes.

Page 25: Situação dos desastres e riscos no estado de  São Paulo  e instrumentos de gerenciamento

13º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental

Diagnóstico das situações de

risco

Política Pública de Prevenção de Desastres com ações articuladas entre os órgãos estaduais

- levantamento sistemático com informações sobre a situação dos perigos e dos riscos de escorregamentos, inundações, erosão e colapso de solo, que permitiria a

- - identificação de áreas prioritárias para o mapeamento de risco, - - subsidiando a formulação de planos de ação para os mapeamentos

Page 26: Situação dos desastres e riscos no estado de  São Paulo  e instrumentos de gerenciamento

13º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental

Diagnóstico das situações de

risco

Ordenamento territorial e

planejamento ambiental

Política Pública de Prevenção de Desastres com ações articuladas entre os órgãos estaduais

- levantamento sistemático com informações sobre a situação dos perigos e dos riscos de escorregamentos, inundações, erosão e colapso de solo, que permitiria a

- - identificação de áreas prioritárias para o mapeamento de risco, - - subsidiando a formulação de planos de ação para os mapeamentos

Inserção da questão de prevenção de desastres em estratégias mais amplas de planejamento de uso e ocupação do solo

Page 27: Situação dos desastres e riscos no estado de  São Paulo  e instrumentos de gerenciamento

13º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental

- levantamento sistemático com informações sobre a situação dos perigos e dos riscos de escorregamentos, inundações, erosão e colapso de solo, que permitiria a

- - identificação de áreas prioritárias para o mapeamento de risco, - - subsidiando a formulação de planos de ação para os mapeamentos

Inserção da questão de prevenção de desastres em estratégias mais amplas de planejamento de uso e ocupação do solo

Diagnóstico das situações de

risco

Ordenamento territorial e

planejamento ambiental

Monitoramento de áreas de risco

e em áreas sujeitas a perigos

geológicos

evitar que as áreas de risco se ampliem e que ocorram acidentes danosos

Política Pública de Prevenção de Desastres com ações articuladas entre os órgãos estaduais

Page 28: Situação dos desastres e riscos no estado de  São Paulo  e instrumentos de gerenciamento

13º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental

Diagnóstico das situações de

risco

Ordenamento territorial e

planejamento ambiental

Monitoramento de áreas de risco

e em áreas sujeitas a perigos

geológicos

Intervenção, mitigação e

erradicação de riscos

evitar que as áreas de risco se ampliem e que ocorram acidentes danosos

sistematização de ações institucionais e procedimentos operacionais em consonância com políticas em andamento no âmbito dos poderes públicos

Política Pública de Prevenção de Desastres com ações articuladas entre os órgãos estaduais

- levantamento sistemático com informações sobre a situação dos perigos e dos riscos de escorregamentos, inundações, erosão e colapso de solo, que permitiria a

- - identificação de áreas prioritárias para o mapeamento de risco, - - subsidiando a formulação de planos de ação para os mapeamentos

Inserção da questão de prevenção de desastres em estratégias mais amplas de planejamento de uso e ocupação do solo

Page 29: Situação dos desastres e riscos no estado de  São Paulo  e instrumentos de gerenciamento

13º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental

Diagnóstico das situações de

risco

Ordenamento territorial e

planejamento ambiental

Monitoramento de áreas de risco

e em áreas sujeitas a perigos

geológicos

Intervenção, mitigação e

erradicação de riscos

Informação, capacitação e treinamento

evitar que as áreas de risco se ampliem e que ocorram acidentes danosos

sistematização de ações institucionais e procedimentos operacionais em consonância com políticas em andamento no âmbito dos poderes públicos

de equipes municipais, corpo técnico, agentes de defesa civil e demais atores envolvidos no gerenciamento e monitoramento de riscos, bem como conscientização da população para a prevenção e o enfrentamento de situações de risco

Política Pública de Prevenção de Desastres com ações articuladas entre os órgãos estaduais

- levantamento sistemático com informações sobre a situação dos perigos e dos riscos de escorregamentos, inundações, erosão e colapso de solo, que permitiria a

- - identificação de áreas prioritárias para o mapeamento de risco, - - subsidiando a formulação de planos de ação para os mapeamentos

Inserção da questão de prevenção de desastres em estratégias mais amplas de planejamento de uso e ocupação do solo