189
Realizaç Realizaç ão ão Campo Grande/MS Abril, 2014 IEMS

Slide Do Material de Aula de Perícia Ambiental IEMS - 25 e 26 de Abril de 2014-Campo Grande-MS

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Material de Aula

Citation preview

  • RealizaoCampo Grande/MSAbril, 2014IEMS

    *

  • Ricardo FreitasEng. Qumico/Eng. Segurana/Auditor Ambiental/Perito AmbientalPs-Graduado em Modelagem e Simulao de Processos - USP/SPPs-Graduado em Gesto de Passivo Ambiental UFRJ/RJIEMS

    *

  • Fornecer aos profissionais o conhecimento sobre os procedimentos, prticas e aspectos legais para a atuao como Perito Ambiental e Assistente Tcnico

    *

  • LEGISLAO NACIONALDidaticamente podemos dividir o estudo do Direito em duas grandes reas: o pblico e o privado. No pblico tratamos de direitos comuns aos cidados enquanto que no privado tratamos dos direitos particulares do cidado. No direito privado a propriedade o principal instituto. No direito pblico o bem estar comum.

    *

  • O Direito existe pelo homem e para o homem. Desta forma, todo o disciplinamento pretendido pelo legislador no mbito de resguardar recursos naturais, vivos ou no, deve ser feito, atravs da lente da equidade social. Enfim, preciso que saibamos os diversos aspectos, ou os vrios sentidos, em que se fala de Direito Ambiental. Um dos aspectos o do meio ambiente propriamente dito, isto , dos recursos naturais existentes (ar, gua, flora, fauna, etc.).

    *

  • Outro aspecto o do ambiente criado pelo homem, isto , o ambiente eminentemente humano tais como praas, ruas, edifcios, obras, etc. Temos tambm outro aspecto originado da nossa cultural, crena e raa, ou seja, o ambiente cultural. Por ltimo o ambiente do trabalho, onde aspectos relacionados como iluminao, ventilao, rudos, temperatura, dentre outros so importantes.

    *

  • Assim, pode-se conceituar Direito Ambiental como:Conjunto de princpios, institutos e normas sistematizadas para disciplinar o comportamento humano, objetivando proteger o meio ambiente.

    *

  • O Direito Ambiental caracteriza-se por pertencer a uma pluralidade de sujeitos no identificveis, mas que pode ser exercido a qualquer tempo. Acima de qualquer interesse est o da sociedade. o que chamamos de Direito Difuso.

    *

  • Constituio Federal (1988) Art. 225Lei de PNMA ( Lei 6.938/81)Decreto n. 99.274/90-Reg. a Lei 6.938/81Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98) Decreto n. 3179/99-Reg a Lei 9.605/98Resoluo Conama n. 001/1986Resoluo Conama n. 237/1997Lei Complementar n. 140/2011

    *

  • Conceito de Meio Ambiente

    A Lei n 6938/1981, define em seu artigo 3: Meio ambiente o conjunto de condies, lei influncias e interaes de ordem fsica, qumica e biolgica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.

    *

  • A Percia Ambiental se destaca nas aes judiciais sobre o meio ambiente e regida pelo Cdigo de Processo Civil.

    *

  • Princpio da Precauo: Previsto no Art. 225 da CF, ele cuida do controle de precauo que o Poder Pblico pode exercer para controlar os meios e tcnicas de uso de substncias ou objetos que trazem risco sade do ser humano e do meio ambiente.

    *

  • Princpio da Preveno: uma continuao do Princpio da Precauo e firma os cuidados que devem ser tomados para evitar danos ambientais decorrentes de tecnologias ou substncias j existentes, que se utilizadas de modo errneo podem acarretar em danos (este princpio resultou na criao das licenas ambientais que so obrigatrias para a instalao e operao de atividades potencialmente poluidoras.

    *

  • Princpio In dbio pro natura: uma regra fundamental da legislao ambiental, que leva para a preponderncia do interesse maior da sociedade em detrimento do interesse individual e menor do empreendedor ou de um dado projeto.

    *

  • INVERSO DO NUS DA PROVA: o suposto causador do dano, quando acionado judicialmente, dever comprovar que no foi responsvel pelo dano ao meio ambiente. (Baseado do princpio da precauo)

    *

  • Lei de Ao Civil Pblica Lei N 7.347 de 1985 => atribui legitimidade ao Ministrio Pblico e as Entidades Civis (ONGs) para ajuizar aes contra os infratores da legislao ambiental e de outros direitos e interesses chamados difusos e coletivos.

    *

  • Antes da Lei 7347/85 se uma empresa estivesse, por exemplo, poluindo o ar, somente os vizinhos - confrontantes poderiam pensar em promover uma ao. Hoje a sociedade tem o poder de ao, atravs do Ministrio Pblico ou de alguma associao criada para o fim de proteger o meio ambiente.

    *

  • UNIOMinistrio do Meio Ambiente (MMA);SISNAMA;CONAMA;IBAMA.Justia Federal;Polcia Federal.Ministrio Pblico Federal (Procuradores). Matrias: ndios, guas federais e subterrneas, energia nuclear, praias, parques nacionais e fauna.ESTADOConselho Estadual de Meio Ambiente;Secretarias de M.A.;rgos Ambientais (CETESB, FEMA).Justia Estadual;Polcia Judiciria;Polcia Militar;Polcia Florestal.Ministrio Pblico dos Estados (Promotores de Justia). Matrias: Todas que no so interesses da Unio.MUNICPIOSConselho Municipal de Meio Ambiente;Secretaria Municipal de Meio Ambiente.Guarda Municipal.

    *

  • UNIO PRIMITIVA (Unio)Monoplio: guas,energia, crimes, recursosminerais, questesindgenas(Congresso Nacional),Art. 22 da Constituio CONCORRENTE(Unio + Estados)Estabelece normasgerais.(Congresso Nacional), COMUM- Poder de Polcia- Multar- Licenciar- Fiscalizar- Embargar- InterditarArt. 23 ConstituioFederal. Incisos III,IV, VI, VII, XI Caa (animais) Energia nuclear Agrotxicos guas Minerao Garimpo Lixo Unidade deConservao Florestas

    *

  • ESTADO CONCORRENTEAssembleia LegislativaArt. 24 da Constituio COMUM- Poder de Polcia- Multar- Licencias- Fiscalizar- Embargar- InterditarArt. 23 Constituioguas Internas Solo Agrcola Eroso Lixo FlorestaMUNICPIOSSUPLEMENTARInteresse Local,Plano Diretor,(Cmara Municipal),Art. 30, II daConstituioCOMUM- Poder de Polcia- Multar- Licencias- Fiscalizar- Embargar- InterditarArt. 23 Constituio ZoneamentoUrbano Plano Diretor Distrito Industrial Parcelamento doSolo Urbano Poluio Sonora Edificao Trnsito Lixo

    *

  • So trs esferas independentes de responsabilidade ou responsabilizao ambiental: Administrativa, Civil e Penal. Via de regra, a primeira sano que o infrator da legislao ambiental recebe a administrativa, aplicada pelos agentes dos rgos ambientais no exerccio do poder de polcia, variando desde uma simples multa at a suspenso parcial ou total da atividade lesiva ou demolio da obra.

    *

  • Na esfera de responsabilidade ambiental o Poder Pblico age por iniciativa prpria ou mediante denncia da sociedade.

    O poder de polcia visa garantir a segurana e a integridade ambiental, e pode ser exercida pelas trs esferas do governo: federal, estadual e municipal, atravs dos rgos integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA).

    *

  • O Decreto N 3.179 de 21/09/1999 especificou e sistematizou a infrao administrativa ambiental classificando-as pelo bem ambiental atingido, alm de unificar o referencial de valor das multas em Real, que pode ir at R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhes de reais).

    Os valores arrecadados pelos rgos ambientais da Unio em pagamento s multas por infrao ambiental so revertidos ao Fundo Nacional de Meio Ambiente.

    *

  • A segunda sano que o infrator da legislao ambiental recebe a de responsabilidade civil.

    Neste campo a Lei N 6938/81 representou uma grande novidade, at hoje de suma importncia para a eficcia da aplicao da legislao ambiental: a responsabilidade objetiva ou, em outras palavras, a dispensa da culpa para caracterizar a obrigao de indenizar.

    Outra lei que se aplicam nesta esfera a Lei da Ao Civil Pblica, Lei N 7347/85, e o seu art. 8o que trata do Inqurito Civil Pblico..

    *

  • Finalmente, a responsabilizao penal das pessoas fsica e jurdica que agridem o meio ambiente pode ser atribuda pela nova Lei de Crimes Ambientais, Lei N 9.605 de 12 de fevereiro de 1998.

    A Lei nova, alm de definir crimes ambientais, apresenta alternativas pena privativa de liberdade e prev a no aplicao da pena, desde que o infrator recupere o dano, ou de outra forma, pague seu dbito para com a sociedade.

    *

  • Assim, responsabilidade penal da pessoa jurdica, a Lei de Crimes Ambientais no exclui a responsabilidade penal das pessoas fsicas associadas que sejam autoras, co-autoras ou participem do mesmo fato.

    O art. 7 da nova Lei permite ainda substituir penas de priso at 04 (quatro) anos por penas alternativas, como prestao de servios comunidade. Observa-se que os produtos e instrumentos apreendidos com o infrator podem ser doados, destrudos ou vendidos.

    *

  • Responsabilidade AmbientalAdministrativaCvilPenalDo particular e do agente pblicoResponsabilidade objetivaPessoa fsica ou JurdicaCarter de prevenoCarter de reparaoNatureza punitivaCaracteriza-se pela presena do Poder Pblico em um dos polosArt. 14 da Lei 6938/81Competncia da Justia Federal ou EstadualAutuao/Embargo/InterdioAo Civil PublicaAo Popularrgo AmbientalMPF/MPE/Unio/Estado/Municpio/Empresa Pblica/AssociaesCidado

    *

  • Percia => Exame realizado por especialista, legalmente habilitado, destinada a verificar ou esclarecer determinado fato.Percia => atividade especializada que envolve o exame tcnico e cientfico dos vestgios materiais relacionados ao crime e elaborao de laudo pericial para instruo de processos administrativos ou judiciais.

    *

  • Exame, vistoria ou avaliao realizada por profissional legalmente habilitado e com conhecimentos especializados para verificar a existncia e extenso de dano ambiental.Objeto da Percia Ambiental: dano ambiental ocorrido ou o risco da sua ocorrncia.

    *

  • Existe a percia:a) Cvelb) Criminal

    *

  • As percias podem ser:

    Judiciais: Realizada no processo, de ofcio ou a requerimento das partes, designada pelo juiz

    Extrajudiciais: So aquelas que no envolvem a justia

    *

  • O Histrico da Percia Ambiental no Brasil pode ser dividido em duas fases:

    Antes da Lei de Crimes Ambientais (Lei Fed. 9.605/98);

    Depois da Lei de Crimes Ambientais: pois diversos tipos de atividades relacionadas ao meio ambiente como, p ex. o transporte de madeira irregular, passaram a ser considerados crimes. Diversos artigos desta lei preveem a necessidade de percia ambiental no mbito administrativo, civil e criminal.

    *

  • O Perito Ambiental o profissional legalmente habilitado, idneo e especialista na rea ambiental, convocado para realizar uma percia que alude a um fato do seu conhecimento.

    *

  • Auxiliar do juiz que contribui com conhecimentos tcnicos e/ou cientficos para a atividade cognitiva.

    O juiz nomeia um perito quando a prova de um fato necessita do conhecimento tcnico ou cientfico.

    Obrigao de cumprir a determinao do juiz, no tempo e modo por ele determinados.

    Do juiz exigido conhecimento acerca do Direito, mas esse pode depender exclusivamente de uma percia.

    *

  • Funo: Elaborao de Laudo Pericial;

    O laudo escrito e assinado pelo perito e passa a ser uma das peas (prova) que compem o processo judicial.

    *

  • O Perito possui direitos, obrigaes e atribuies

    Direito a uma remunerao compatvel com o trabalho e direito a obter toda a documentao e acesso aos locais necessrios para o desempenho da sua funo;

    Obrigao de agir com responsabilidade e apenas apresentar fatos verdicos, com imparcialidade. Obrigao de ater-se aos objetivos da percia, respondendo aos quesitos que lhe forem solicitados, com clareza e preciso.

    *

  • Atribuies: ser graduado em rea com conhecimento relativo ao fato da percia; Habilitao legal; habilitao profissional, ou seja, o perito deve ter experincia e treinamento constante como parte da sua formao profissional.

    *

  • No necessrio prestar concurso pblico, nem estar vinculado a alguma instituio oficial;

    A atividade de perito ambiental semelhante a do profissional liberal.

    *

  • Profissionais com formao de nvel superior na rea da Percia e com registro em conselho de classe;

    Possuir conhecimentos especializados em determinado(s) campo(s) da rea ambiental;

    Especialidade deve ser detalhada no currculo e comprovada atravs de experincia e capacitao (cursos).

    *

  • BiologiaEngenharia Agronmica Engenharia Cartogrfica Engenharia CivilEngenharia de Minas Engenharia FlorestalGeologia Medicina VeterinriaQumicaOutras

    *

  • *

  • O MP tm ingressado com processos na justia onde o meio ambiente est envolvido, o que levou ao aumento da demanda por percia ambiental.

    Expanso Industrial => danos ao meio ambiente.

    Obrigatoriedade de reparao

    do dano ambiental.

    Ao Civil Pblica.

    *

  • Funo do Perito Ambiental Funo da Polcia Militar Ambiental Funo do rgo de Fiscalizao Ambiental Funo do Ministrio Pblico

    *

  • *

  • *

  • *

  • Identificao de animais apreendidos espcieCaracterizao legal adequada da espcie (lista de espcies brasileiras ameaadas de extino) e do ambiente onde encontrada.Espcie extica x nativa; rara x comum; endemismo Definio de causa mortis

    *

  • Intermediao e intercmbio com tcnicos das agncias ambientais federais e estaduais, instituies de pesquisa e ONGs

    Informaes sobre caractersticas biolgicas e ecolgicas (atividade, distribuio geogrfica, rea de vida, dieta, poca de reproduo, interaes com outras espcies)

    *

  • *

  • Aeroporto de Braslia Material biolgico apreendido com alemo: 7 aranhas-caranguejeiras de 4 gneros distintos.Gomesina - substncia recm-descoberta, extrada de aranhas-caranguejeiras, com propriedades antibiticas poderosas.

    Indstria farmacutica investe muito em BIOPIRATARIA

    *

  • Apreendido na ala de embarque internacional do Aeroporto de Guarulhos/SP pela Policia Federal

    *

  • Mapeamento e dimensionamento de reas desflorestadas ou queimadasCaracterizao de tipologias vegetais danificadasQuantificao de material vegetal extrado irregularmenteAnlises multitemporais das reas de interesse mediante emprego de imagens de sensores remotosCaracterizao da restrio de uso de reas especialmente protegidas

    *

  • Identificao de espcies vegetais (raras, ameaadas de extino, ornamentais exticas e nativas, biopirataria, madeira de lei)Reconhecimento e avaliao dos processos ecolgicos envolvidos na recuperao de reas degradadas (regenerao)Identificao de Relaes/interaes ambientais (guas, solo, clima)Informaes sobre a fenologia (perodo de florao/frutificao) e outras informaes sobre a flora

    *

  • Grilagem e desmatamento em terra indgena no Estado de Rondnia

    *

  • Derrubada de 270 toras no Maranho

    *

  • Crimes de minerao irregular

    *

  • extrair de florestas de domnio pblico ou consideradas de preservao permanente, sem prvia autorizao, pedra, areia, cal ou qualquer espcie de minerais (art. 44)executar pesquisa, lavra ou extrao de recursos minerais sem autorizao, permisso, concesso ou licena, ou em desacordo com a obtida (art. 55)deixar de recuperar a rea pesquisada ou explorada, nos termos da autorizao, permisso, licena, concesso ou determinao do rgo competente (art. 55)

    *

  • Identificao de substncias minerais

    Caracterizao do mineral quanto a propriedades fsico-qumicas, radiolgicas, potencial de aproveitamento, forma de extrao e beneficiamento, valor e quanto ao ambiente onde encontrada.

    Determinao de volume comercial, estril e rejeitos

    *

  • Identificao, caracterizao e valorao de gemas

    Coleta, identificao, quantificao e anlise do potencial danoso de substncias poluentes

    Desenvolvimento e pesquisa em mtodos de determinao de poluio do ar, de recursos hdricos e de solo.

    *

  • Extrao de ouro no Rio Piracicaba MG

    *

  • - Composio mineralgica definida teste de difrao de raios-X - quartzo, feldspato e mica- Cintilmetro (Contador Geiger) radioatividade

    *

  • Para que o profissional possa vir a ser nomeado como Perito Ambiental, o profissional deve ter contato com o poder judicirio, para que o Juiz tenha conhecimento sobre os profissionais habilitados para realizar Percias nas diversas especialidades.

    *

  • O profissional poder fazer da seguinte forma:

    => Fazer uma visita pessoal ao juiz, expondo o motivo pelo qual quer ser perito e suas qualificaes, indicando que laudos tem possibilidade de fazer. Na oportunidade, apresentar carto de visita e currculo contendo sua experincia e capacitao

    *

  • Se cadastrar no Frum local e comarcas em que pretende atuar.

    Documentos para o cadastramento:

    - Petio para cadastramento;- Currculo destacando as especialidades;- Cpia de diploma de formao superior;- Outros documentos, a critrio do Juiz.

    *

  • Escolha do perito ( Art. 145/CPC )- Nvel universitrio- Registro no rgo de classe competente- Comprovao de sua especialidade- Conforme os requisitos anteriores, o perito ser indicado a escolha do juiz.

    Livre escolha do Juiz;

    => Da a importncia do contato com o poder judicirio.

    *

  • Suspeio => Art. 135/CPC, Art. 138.III / CPC

    Existncia de vnculo subjetivo do perito com as partes, ou uma das partes, que impea a percia.Perito obrigado a cumprir escrupulosamente a nomeao, sob pena de impedimento ou suspeio.

    *

  • Hipteses de substituio do perito (Art. 424/CPC )

    - Falta de conhecimento tcnico e cientfico- Deixar de cumprir encargo no prazo fixado, sem motivo justo- Perito pode ser compelido a arcar com MULTA na proporo do valor fixado a causa e do prejuzo do atraso no processo.

    *

  • Nomeao atravs de despacho no processo;

    O Perito nomeado observando-se a sua especialidade e o objeto da Percia designada;

    Nas localidades onde no houver profissionais com curso superior, a indicao ser de livre escolha do juiz;

    O Juiz fixa o prazo de entrega do laudo pericial.

    *

  • Ao perito cabe escusa da nomeao por Motivo Legtimo, no prazo de 5 dias a contar da nomeao, sob pena de precluso.

    Perito responde patrimonialmente perante a parte quando concorrer com culpa ou dolo, alm de ficar inabilitado por 2 anos.

    Impedimento decorre da existncia de aspectos objetivos que impedem o perito de desenvolver a nomeao obrigatria.

    *

  • O IBAPE define assistente tcnico como o profissional legalmente habilitado, indicado e contratado pela parte para orient-la, assistir os trabalhos periciais em todas as fases da percia e, quando necessrio, emitir seu parecer tcnico.

    *

  • Os assistentes tcnicos so de confiana da parte, no sujeitos a impedimento ou suspeio;

    Os argumentos e as concluses oferecidas pelo assistente tcnico podero ser levados em considerao pelo juiz, sendo fundamental que o assistente detenha a capacidade tcnica e idoneidade igualmente exigida ao perito nomeado pelo juiz

    *

  • Elabora parecer tcnico;

    Representa a parte;

    Pode no concordar com o laudo do Perito;

    Pode complementar e/ou advertir o laudo do Perito.

    *

  • Perito Ambiental => nomeado pelo juiz

    Assistente Tcnico => Contratado por uma das partes do processo para assistir os trabalhos do perito e emitir o seu parecer tcnico sobre o Laudo Pericial (tm a funo de consultores).

    *

  • Habilidades e Competncias

    Em termos de habilidades e competncias, no existe diferena entre o assistente tcnico e o perito, ambos devem possuir domnio sobre os procedimentos periciais e o caso que ser analisado. No entanto, o perito quem comanda a percia, e o assistente tcnico apenas acompanha.

    *

  • Habilidades e Competncias

    Perito => assume o dever de ser imparcial e possuir a inteira confiana do juiz;

    Assistente Tcnico => possui a confiana da parte e em geral parcial. Visa o benefcio da parte no processo.

    *

  • O que considerar na proposta de honorrios;

    Quem paga;

    Adiantamento de honorrios;

    Quem no paga Assistncia Judiciria Gratuita.

    *

  • Forma de recebimento de honorrios;

    Quanto cobrar?

    Hora Tcnica segundo o IBAPE-R$ 170,00

    => Honorrios em funo do TEMPO GASTO=> Honorrios em funo do VALOR AVALIADO

    *

  • Modelo de Petio de Proposta de Honorrios

    http://tjsc5.tj.pa.jus.br/perito/honorarios.doc

    *

  • Perito: Responsvel pelas informaes

    Sonegar informaes ou dados tcnicos cientficos crime contra a administrao ambiental (Lei de Crimes Ambientais)

    Realizao de Falsa Percia => crime

    *

  • Quesitos:- O que so- Quem formula- Quem responde- Quando formulado- Obrigao de responder- Cuidados nas respostas

    *

  • Quesitos so questionamentos das partes a serem respondidas pelo perito e assistentes tcnicos e so restritos matria da pericia. As partes devem apresentar quesitos no prazo de 5 (cinco) dias contados da intimao do despacho de nomeao do perito. Igualmente, o promotor de justia e o juiz tambm podem formular quesitos.O perito deve responder aos quesitos apresentados pelas partes envolvidas no processo, de forma a elucidar, de melhor maneira, o objeto da percia. J os assistentes tcnicos no so obrigados a responder os quesitos.

    *

  • Os quesitos so denominados em razo dos prazos definidos na legislao para a sua apresentao:

    Quesitos originrios: so os apresentados no prazo da lei;Quesitos suplementares: aqueles formulados posteriormente, mas antes da percia;Quesitos intempestivos: os formulados fora dos prazos legais;Quesitos elucidativos: os apresentados em audincia, para esclarecer dvidas sobre o laudo.

    *

  • Estrategicamente, existem trs critrios bsicos para a sua formulao, quais sejam:

    Quesitos cujas respostas so conhecidas e respondidas de forma taxativas, positivas ou negativas, que serviro como base de argumentos parte interessada;Quesitos cujas respostas no podero ser feitas de forma taxativa, que serviro como base para desestabilizar os argumentos da parte contrria; eQuesitos formulados para confundir as respostas, ou, para suscitar contradies da parte contrria.

    *

  • Os quesitos somente devero conter questes pertinentes e relevantes matria em causa. Assim, os quesitos so sujeitos aprovao do juiz, verificando a pertinncia deles. Ficam vedados, portanto, quesitos estranhos ao objetivo da percia e o Juiz poder indeferir quesito no circunscrito ou irrelevante matria em controvrsia ou que extrapole a competncia do perito.

    *

  • Resultado da percia ambiental, expresso em concluses escritas e fundamentadas, onde sero apontados os fatos, circunstncias, princpios e parecer sobre a matria submetida ao exame do especialista, adotando-se respostas objetivas aos quesitos.

    *

  • Contm as respostas aos quesitos;

    utilizado como prova pericial;

    Concluses escritas e fundamentadas

    *

  • Observaes Importantes sobre a elaborao do Laudo:

    Deve ser escrito de forma compreensvel ao leigo;Objetivo, conciso, simples e direto;Ter veracidade (no pode contar alagaes duvidosas ou falsas);Possuir ordenao lgica;Ser esmero de apresentao;Quando utilizar termo tcnico: dar seu significado;Linguagem apurada e gramaticalmente correta.

    *

  • Fiscais e Tcnicos de rgos ambientais podem emitir LAUDO PERICIAL ?

    Resp.: No, eles podem emitir quando solicitado um Laudo Tcnico.

    *

  • Ou seja, Ao fiscal do rgo ambiental, cabe somente os atos de autuao da infrao, com a descrio do fato delituoso.

    *

  • Cadastro/Apresentao do profissional nas varas judiciais;Nomeao do Perito atravs de despacho no processo;O perito intimado atravs de Mandado de Intimao;O perito tem cinco dias para recusar a nomeao por motivo justo (modelo de escusa de nomeao, ver apostila);No recusando a nomeao em cinco dias, dado como aceito o encargo; * Dependendo da complexidade da percia o juiz poder nomear mais de um perito ( Lei 10358/2001 )

    *

  • 6) Realizao de Intimao nos autos;7) Natural que o Perito realize visitas ao Juiz;8) Aps o recebimento da intimao de sua nomeao, o perito se dirige ao Foro onde o processo corre e retira o processo a fim de estudar os autos;- Estudo dos autos: - verificar o valor do objeto da percia; - verificar os quesitos nos autos; - conhecer a dimenso da responsabilidade (perito responde civilmente pelo valor envolvido); - Determinao do valor da causa

    *

  • 9) Aps estudar os autos, o perito elabora a proposta de honorrios atravs de petio (cabe pedido de adiantamento de honorrios).

    10)Da nomeao do perito pelo juiz, as partes possuem 5 dias contados para indicar o assistente tcnico e apresentar quesitos.->Pode ocorrer de no haver assistentes tcnicos. Isso ocorre normalmente em aes que no possuem valores altos (partes no tem condies de pagar honorrios de assistentes)

    *

  • 11) De posse do processo, o profissional inicia a Percia;- Os quesitos iro nortear a Percia e devero ser respondidos no Laudo;

    -O Perito responder apenas os quesitos que digam respeito aos fatos da Percia Espcies prova pericial

    - Exame- Vistoria- Avaliao

    *

  • * Peritos e Assistentes Tcnicos podem utilizar-se de subsdios do processo

    - Ouvir testemunhas- Obter informaes- Solicitar documentos das partes ou de reparties pblicas- Instruir os laudos com plantas, desenhos, fotografias e quaisquer outras peas hbeis a fazer prova do laudo

    *

  • 12) O Perito dever apresentar o laudo em cartrio dentro do prazo fixado pelo juiz, no mnimo 20 dias antes da audincia de Instruo e Julgamento.

    13) O laudo dever ser entregue junto com os autos do processo no cartrio onde foi nomeado o Perito.14) Na entrega do laudo, seguir tambm uma petio de honorrios a ser colocada antes do laudo. Ordem de entrega das folhas no cartrio: - petio de honorrios - laudo - anexos do laudo

    *

  • 15) O assistente tcnico deve acompanhar as diligncias definidas pelo perito e elaborar o parecer;

    16) Se o assistente tcnico concordar com o laudo, ele pode assin-lo.

    17) Aps a entrega do laudo, as partes falaro a respeito do mesmo num prazo de cinco dias.

    *

  • 18)Aps a entrega do laudo, os assistentes tcnicos devero elaborar parecer sobre a Percia dentro do prazo de 10 dias com base em cpia do laudo.Ao assistente tcnico cabe contestar o laudo do perito no todo ou em parte.

    O parecer tcnico ser juntado nos autos e tambm tido como prova no processo.

    *

  • 19) Esclarecimento do laudo:A parte que deseja esclarecimento do laudo ir requerer ao juiz que mande intim-los a comparecer em audincia.

    20) O Juiz tem livre convencimento e no est adstrito a concluso do laudo.

    *

  • 21) Solicitao de nova pericia: o juiz poder determinar, por iniciativa prpria ou a pedido da parte, a realizao de nova pericia, quando a matria no parecer suficientemente esclarecida.* A 2 percia no substitui a 1, cabendo ao juiz apreciar, livremente, o valor de uma ou de outra.

    *

  • Procedimentos Tcnicos do Perito Ambiental

    Levantamentos preliminares:

    Levantar legislao ambiental especfica sobre o caso;Levantar informaes sobre parmetros ambientais que devem ser cumpridos para o caso;Preparar Fichas de Campo para auxiliar vistoria do local.

    Obs.: As Fichas de Campo so um roteiro bsico das informaes a serem levantadas na vistoria ao local, exemplo: data e hora da vistoria, material e tcnicas utilizadas, pessoas que acompanharam, constataes, depoimentos, informaes adicionais, etc.

    *

  • Vistoria no local, englobando:

    Localizao e descrio fsica do local, caracterizao da rea do entorno;Verificao do horrio em que as atividades so desenvolvidas e nmero de funcionrios. Descrio das atividades desenvolvidas, apontando constataes;Estimativas do nmero de pessoas direta e indiretamente atingidas pelo acontecimento;Medies e coleta de amostras para anlise (se necessrio), vide prximo slide;Registro fotogrfico;Confeco de croquis.

    *

  • Confeccionar o Laudo Pericial, que dever englobar:

    Identificao do local e dos envolvidos no caso;Histrico do caso;Relatrio da vistoria: descries gerais e da vistoria;Parecer conclusivo com fundamentao tcnica baseado na anlise dos dados coletados no local, nos resultados das medies e amostragem, a na correlao com a Legislao especfica.

    *

  • IMPACTOS AMBIENTAIS DE ALGUMAS ATIVIDADES ANTRPICASDesmatamento Alteraes Climticas Danos a flora e fauna Empobrecimento e eroso do solo (desertificao) Assoreamento dos recursos hdricos Aumento do escoamento da gua Reduo da infiltrao da gua Deslizamento de encostas Inundaes (prejuzos econmicos e sociais)Movimentos de terra Alteraes na drenagem das guas Eroso do solo Assoreamento dos recursos hdricos Proliferao de insetos (transmisso de doenas) Desfigurao da paisagemImpermeabilizao do solo Aumento do escoamento da gua Reduo da infiltrao da gua Inundaes (danos materiais e sociais) Problemas de drenagem Menor recarga dos aquferos Reduo da evapotranspirao (alteraes no clima)

    *

  • Fonte: Apostila AIA - Prof.Cesar Gonalves DHT/UFMS, 2007

    IMPACTOS AMBIENTAIS DE ALGUMAS ATIVIDADES ANTRPICASAterramento de rios, riachos, lagoas, etc. Inundao permanente de reas de valor econmico, histrico, cultural e ecolgico Problemas de drenagem Assoreamento Prejuzo s atividades do homem Danos sociais e econmicos alteraes no ciclo hidrolgicoDisposio inadequada de resduos slidos, efluente lquidos e gerao de emisses gasosas Poluio ambiental Prejuzo sade do homem Danos fauna e flora Danos econmicos e sociais desvalorizao de reas Desfigurao da paisagemPrejuzos s atividades sociais, econmicas e culturaisModificao de carter Global Efeito estufa (maior temperatura, elevao do nvel oceanos, alteraes na precipitao, desaparecimento de espcies animais e vegetais Destruio da camada de oznio ( aumento da radiao UV, riscos diversidade gentica, cncer pele) Chuvas cidas (contaminao do solo, ar, gua, vegetais e animais

    *

  • ESQUEMA PARA ELABORAO DE PERCIAA sequncia a ser descrita trata-se evidentemente de um caso hipottico. Na realidade, na maioria dos casos no se tem ou no so necessrios todos os elementos abaixo listados.

    Para cada caso especfico o Perito dever verificar quais itens so relacionados com o problema ambiental em estudo.

    *

  • 1. EXAME DO LOCAL 1.1 Localizao da rea1.2 Situao Legal da rea1.3 Clima1.4 Recursos Hdricos1.5 Geomorfologia e Geologia1.6 Solos1.7 Vegetao1.8 Fauna1.9Ecossistemas1.10 reas de interesse histrico ou cultural1.11 rea de Preservao 1.12 Infra-estruturas1.13 Atividades previstas, ocorridas ou existentes na rea

    *

  • 2. DISCUSSO 2.1 Diagnstico Ambiental da rea 2.1.1 Uso atual da terra2.1.2 Uso atual da gua2.1.3 Avaliao da situao ecolgica atual

    2.2 Avaliao scio-econmica

    2.3 Impactos Ambientais esperados para a rea 2.3.1Danos ecolgicos2.3.2 Danos scio-econmicos 2.3.3 Perspectivas da evoluo ambiental da rea

    *

  • 2.4. Consideraes Complementares (quando for o caso) 2.4.1Recomendaes para minimizar o(s) dano(s) ambiental2.4.2 Recomendaes para o monitoramento dos danos ambientais

    2.5. Apreciao dos quesitos

    3. CONCLUSO Deve ser elaborada de forma sucinta mas, sempre que possvel, conclusiva, abrangendo os aspectos ambientais anteriormente discutidos.

    *

  • *

  • Fonte: Queiroz, 2006

    *

  • Modelo de Parecer Tcnico

    *

  • O dano ambiental deve ser prevenido, reparado, compensado e s na impossibilidade de qualquer das solues anteriores, indenizado.

    *

  • EXEMPLO PRTICO DE UMA PERCIA AMBIENTALCaso problema:Navio petroleiro pertencentes empresa Tequimar Combustveis S.A. provinha do porto de Santos, localizada no estado de So Paulo, em direo ao porto de Paranagu, no Paran. O navio transportava leo combustvel Tipo B Especial e provocou o derramamento do mesmo.Em virtude do exemplo exposto acima, temos um caso de percia ambiental instalado. Vejamos no diagrama abaixo:

    *

  • Ministrio Pblico

    Juiz

    Tequimar Combustveis S.A.

    *

  • De acordo com o artigo 225 da CF/88, o meio ambiente bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo (...). Desta forma, o Ministrio Pblico tem o dever de promover ao, haja vista que uma ao por crime ambiental pblica incondicionada, ou seja, independe de vontade de particular (Lei de Crimes Ambientais).

    *

  • Assim, de um lado temos o MP como autor da ao. De outro, o ru que, no exemplo, a empresa de combustveis, Tequimar Combustveis S.A.

    Como j foi dito, o juiz, por formao, no tem base tcnica para o julgamento isolado destes tipos de acidentes, assim, ele chama um perito para auxili-lo. As outras duas partes envolvidas no processo podem tambm chamar profissionais, de acordo com seu interesse. Desta forma, nosso diagrama fica assim;

    *

  • JUIZ

    Quesitos do JuizPerito

    Ministrio PblicoTequimar CombustveisQuesitos

    Assistente TcnicoAssistente Tcnico

    *

  • Os assistentes tcnicos, juntamente com os advogados das partes, vo trabalhar por quesitos a serem feitos ao perito. Todos os quesitos sero entregues ao perito, tanto os do juiz, quanto os dos assistentes tcnicos.A fim de elucidar a constatao do perito in loco e a resposta do mesmo aos quesitos propostos, vamos elaborar possveis quesitos e respond-los, mas primeiramente vamos fazer uma anlise da lide em questo (situao fictcia):

    *

  • Identificao: segundo o descrito inicialmente, no dia 04 de julho de 2010, por volta das 14h27 prximo do Terminal II do Porto de Paranagu, o petroleiro provocou o derramamento de aproximadamente 38 tpb (ton por parte bruta) de leo nas guas do esturio da bacia de Paranagu, o que ocorreu atravs de fissura localizada no tanque 4 de bordo. O referido petroleiro estava retornando do porto de Santos/SP em direo ao Porto de Paranagu/PR quando ocorreu o derramamento no esturio.

    *

  • Exemplo de quesitos que podem ser formulados em relao ao caso problema:Q1Houve prejuzos de ordem socioeconmicos aos indivduos diretamente dependentes da atividade local (pesca, turismo e lazer)?;Q2 H registros de treinamento dos profissionais do navio petroleiro para situaes de emergenciais?E assim, os assistentes tcnicos podem formular quantos quesitos achar necessrios.

    *

  • Resposta do perito aos quesitos:R1 O derramamento do leo afetou economicamente os moradores locais, haja vista que os mesmos retiram direta e indiretamente o sustento familiar de atividades relacionadas ao mar, seja o comrcio de frutos do mar, seja pela atrao turstica do local.R2 Ao analisar a documentao do navio, constatou-se a existncia de dados de treinamentos realizados por equipes profissionais qualificados em face de situaes emergenciais, bem como dados dos treinados com as respectivas assinaturas, data, local e hora em que o treinamento foi realizado.

    *

  • Exerccios paraConsolidao do CURSO

    *

  • Exemplo de Percia e Laudo Tcnico

    Percia em Processo de Degradao Ambiental Laudo Tcnico

    Objetivos: Anlise e levantamento de informaes da degradao ambiental provocada por ocupao desordenada em rea de mangue.

    *

  • 1 - PrembuloNo dia dois de maio do ano de dois mil e onze, no municpio de Macei/Alagoas, em atendimento a solicitao do Ministrio Pblico Estadual-MPE/AL. Estive na regio do Rio Pratagy, para realizar um levantamento tcnico, dos impactos ambientais causados pela ocupao desordenada no ecossistema manguezal da foz do rio.

    *

  • 2 Histrico

    Este laudo foi solicitado pelo Ministrio Pblico Estadual. E se constitui em um trabalho de pericia com fins de levantar evidencias para responder aos quesitos apresentados pela parte acusadora.

    *

  • 3 - Do Objetivo do Exame PericialO presente laudo tcnico tem por objetivo o gerenciamento dos impactos ambientais causados pela ocupao desordenada no ecossistema manguezal da foz do rio Pratagy em Alagoas.

    *

  • 4 Do Auxlio Percia

    O presente trabalho no contou com nenhum auxlio de terceiro5 Da Data e Hora da Percia

    A percia iniciou-se s 10h00 e encerou-se s 15h00 do dia dois de maio do ano de dois mil e onze.

    *

  • 6 Do Material UtilizadoMaterial fotogrfico;

    Aparelho GPS, marca xxx, Modelo YYY, aferido em dd/mm/aa;

    Material para anotao;

    *

  • 7 Da Legislao em Vigor

    Lei Federal no 6.938, de 31/08/1981 que dispe sobre a Poltica Nacional do Meio Ambiente PNMA, o zoneamento ambiental um dos instrumentos da Poltica Nacional do Meio Ambiente, que visa assegurar em longo prazo, a eqidade de acessos aos recursos ambientais naturais, econmicos e scio-culturais.

    *

  • Lei Estadual 4682/85 Declara protegidas as reas com vegetao de Mangue no Estado de Alagoas e d outras providncias. Art. 3 - Considera-se infrator, para os efeitos desta Lei, aquele que for proprietrio ou possuidor de rea de mangues e lhe cause dano ambiental, seja pessoa fsica ou jurdica, assim como quem, de qualquer modo, concorrer deliberadamente para a efetivao dos danos e, ainda, os responsveis pela destruio da vegetao nos casos da rea da Unio e terras devolutas do Estado.

    *

  • Dec. Estadual N 37.589- Art. 1 - Fica criada a rea de Proteo Ambiental do Pratagy, simplesmente denominada APA DO PRATAGY, cuja finalidade principal a harmonizao das atividades com o equilbrio ambiental do ecossistema Bacia Hidrogrfica do rio Pratagy, visando a:

    *

  • a) conservao ambiental da Bacia Hidrogrfica no sentido de promovera preservao dos espaos naturais necessrios garantia da oferta de gua em quantidade e qualidade;b)promoo do Manejo integrado da Bacia Hidrogrfica e a recuperao das reas deterioradas ambientalmente;c) garantia da permanncia da Bacia Hidrogrfica como Manancial de Abastecimento de gua Potvel;d) obedincia aos princpios das Polticas Federais e Estaduais de Meio Ambiente e de Recursos Hdricos.

    *

  • 8 Do mtodo Utilizado

    A percia foi iniciada pelo manguezal do rio Pratagy, onde grande parte deste ecossistema encontra-se descaracterizado, em seu aspecto original, isso ocorre, pois houve forte presso antrpica. O que acabou resultando em grandes reas desmatadas, em ambas as margens do rio. O mangue est dividido pela rodovia AL-101N, onde o macio principal encontra-se na margem esquerda da rodovia (sentido Macei - litoral norte), e na margem esquerda do rio. A margem direita quase que no apresenta mais fragmentos de mangue, nem mata ciliar, sendo assim substitudo por canaviais e coqueirais.

    *

  • 9 Do Local

    A rea afetada fica as margens da rodovia AL-101N (sentido Macei - litoral norte).A ocupao dessas reas, principalmente pela a populao de baixa renda, vem favorecendo a degradao desse ambiente, muito descaracterizado, devido ocupao.

    *

  • 10 Da Constatao visvel o processo de expanso urbana no manguezal da foz do Rio Pratagy, onde est sendo expandido principalmente sobre reas originalmente ocupadas por manguezais. Com isso ocorre o surgimento de diversos impactos negativos diretos, como a transformao de reas de manguezal em depsito de lixo, o corte de madeira, os resduos slidos, pocilgas, aterros, falta de saneamento bsico, a emisso de esgoto domstico e aterros para construo de imveis: bares e pousadas, a especulao imobiliria, associada ao desenvolvimento turstico.

    *

  • Foto1 Depsito de lixos no manguezal.Atravs de visita tcnica, observou-se os impactos ambientais, causados pela ocupao desordenada em torno da foz do Rio Pratagy, na praia da Sereia.

    *

  • Os impactos no manguezal so destacados pela expanso urbana, gerando reas fortemente degradadas ou efetivamente aterradas e utilizadas para ocupao humana e ao uso inadequado do solo. O processo de ocupao desordenada do manguezal do Pratagy est provocando um enorme impacto nesse ecossistema. Em nome da expanso urbana, aterros e desmatamentos reduziram as reas de mangues.

    *

  • Os desmatamentos e aterros vm sendo realizados pela populao de baixa renda, como alternativa para o problema de moradia, e est acarretando adversos impactos negativos, como: depsito de lixo, construo de casas, bares, pousadas, despejo de esgotos devido expanso do turismo.

    *

  • Foto2 Madeira cortada do manguezal pela populao

    *

  • Foto 3 - Invaso de casas em rea do manguezal da Foz do Rio Pratagy.

    *

  • 11 De Outros ElementosForam realizadas entrevistas ou colhidos depoimentos de outras pessoas relacionadas com o caso.

    Ocupao antrpica: a ocupao de zonas terrestres pelo Homem e a decorrente explorao, segundo as necessidades e as atividades humanas, dos recursos naturais. Isto se traduz em presses ou impactos sobre o meio ambiente, que podem exceder a capacidade de suporte e de regenerao dos ecossistemas constitutivos da biosfera, contribuindo para o seu desequilbrio.

    *

  • 12 Da anlise da documentaoFoi encontrado um artigo cientfico relacionado regio e serviu com referncia:

    PEDROSA, Valmir de Albuquerque.

    Consideraes sobre a Outorgana bacia do rio Pratagy. XV SIMPSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HDRICOS, 2003, Curitiba-PR.

    *

  • 13 - Discusses relacionadas Documentao

    No foram colhidos depoimentos contraditrios com as condies encontradas no local, logo no h possibilidades de discusses relacionadas documentao.

    *

  • Ausncia de um plano de monitoramento permanente, com a finalidade de controlar a degradao da rea estudada;Ausncia de controle rigoroso da ocupao antrpica, em funo da previsvel expanso urbana, respeitando as reas de ecossistema manguezal, que so ambientes de grande instabilidade ambiental;

    *

  • 14 Das Medidas Mitigadoras

    preciso que seja feito uma interveno no local estudado. Bem como estudos mais detalhados, para avaliar quais medidas mitigadoras poder ser usada no local.

    *

  • 15- Da ConclusoConclui-se por meio deste Laudo Tcnico, que o manguezal do rio Pratagy faz parte de uma unidade de conservao criada sob o Decreto n 37.589 de 05 de junho de 1998, considerada como rea de proteo permanente. Porm est sendo degradado pelo processo de ocupao desordenada, dessa forma est provocando um enorme impacto nesse ecossistema.

    *

  • 16 Do EncerramentoNada mais havendo a escrever, deu-se por encerrado o seguinte laudo tcnico, digitado no anverso de 11 (onze) folhas, que relatado pela por mim, vai devidamente assinado.Este Laudo Tcnico.

    *

  • Licenciamento Ambiental(lei 6938/81)

    Procedimento AdministrativoConsidera as disposies legais e regulamentares e as normas tcnicas aplicveisDisciplina

    Utilizadores de recursos ambientais e potenciais poluidores.ConstruoInstalaoAmpliaoFuncionamento

    Aspectos Ambientais

    *

  • Os ASPECTOS e IMPACTOS AMBIENTAIS relao de causa e efeitoO que gera? Como gera?ASPECTOSPara onde vai? Quais so as consequncias no meio ambiente?IMPACTOS (DANOS)

    *

  • Aspecto ambiental so os elementos das atividades, produtos, servios, rejeitos de quem pode interagir com o meio ambiente.

    *

  • Exemplo de aspectos ambientais significativosDescarga de efluentes lquidosDisposio de resduos slidosEmisso de gasesEmisso de material particuladoRudo

    *

  • Principais aspectos e impactos ambientais da atividade de oficina

    ATIVIDADESASPECTOSIMPACTOSCirculao de Veculos e MquinasEmisso de gases e vazamento de combustveis, leos e graxasPoluio do Ar, contaminao do solo e dos cursos dguaArmazenamento de leo dieselVazamentosContaminao do solo e dos cursos dguaAbastecimento de veculosPossibilidade de exploso- Danos s instalaes civis- Perda/danos integridade fsica- Intoxicao em geral- Poluio do ar

    *

  • CategoriaTipoDescrioAes GerenciamentoIDesprezvelNo resultar em danos ao meio ambiente.Requer aes especificas dentro dos procedimentos da reaIIMarginalDegradar o meio ambiente porm sem compromet-lo seriamente ou causar danos gravesRequer aes especificas dentro dos procedimentos da rea, incluindo a definio de aes preventivas

    IIICrticaCausar danos substanciais, com comprometimento do meios ambiente e / ou leses graves de pessoasRequer acionamento da Brigada de combate a Emergncias, com a definio de aes especificas plano de controle de emergncias PCE, incluindo a definio de aes preventivasIVCatastrficaProduzir severa degradao do meio ambiente e fatalidade de pessoasRequer o acionamento do Plano de Operaes Integradas junto a outros rgos. Requer o estabelecimento de aes preventivas

    *

  • *

  • O impacto/dano de uma atividade um desvio (uma mudana) de uma situao base causada por determinada atividade.Para medir um impacto/dano, necessrio sabermos qual a situao de base ou de partida.

    *

  • Na caracterizao da situao de base, muitos componentes ambientais PODEM ser de interesseguaQuantidade, qualidade acesso, sazonalidadeSolosEroso, produtividade da cultura, salinidade, nutrientesFloraComposio e densidade da vegetao natural produtividade, espcies chaveFaunaPopulaes, habitatEco-sistemas EspeciaisSadeVetores de Doena, Patogenias

    Os componentes de interesse so aqueles que provavelmente sero afetados pela atividade ou sobre as quais o sucesso da nossa atividade depende

    *

  • Impactos Diretos e indiretosImpactos de Curta- Durao e Longa-DuraoImpactos Adversos e benficosImpactos cumulativosO processo AIA preocupa-se com todo tipo de impactos/danos e pode descreve-los de diversas maneiras

    Intensidade Direo Dimenso Espacial Durao Frequncia Reversibilidade Probabilidade

    Nem todos impactos/danos so tratados igualmente.

    *

  • Aes humanas: Atividades, produtos e servios

    Impactos / danos Ambientais

    A Lei n 6938/81 (PNMA), duas definies fundamentais para qualquer percia ambiental

    *

  • Procedimento para Avaliao do Impacto/Dano AmbientalRELAO CAUSA EFEITO DAS ATIVIDADESAtividadeComponenteAmbiental

    Dano Ambiental

    *

  • *

  • QUALIFICAO DOS DANOS AMBIENTAIS

    TIPO DE IMPACTOMAGNITUDE DO IMPACTOAMPLITUDE OU ABRANGNCIA DO IMPACTODURAO OU PRAZO DO EFEITO DO IMPACTO

    - HORIZONTE DE TEMPO DO IMPACTO

    TipoMagnitudeAmplitudePrazo de efeitoTemporalidadePositivoPequenoLocalCurto prazoTemporrioNegativoMdioRegionalMdio prazoCclicoGrandeEstratgicoLongo prazoPermanente

    *

  • M Magnitude Pequeno (P) - 1Mdio (M) - 2 Grande (G) -3A Amplitude Local (L) - 1Regional (R) - 2 Estratgico (E) - 3P Prazo do Efeito Curto Prazo (CP) - 1Mdio Prazo (MP) - 2 Longo Prazo (LP) - 3T Horizonte de Tempo Temporrio (T) - 1Cclico (C) - 2 Permanente (P) - 3

    *

  • O somatrio de todos os fatores compem uma clula determina o valor desta clula, exemplo:(+/-)S M A P TN = 8 1 2 2 3S Somatrio (+ ou -) M + A + P + T

    *

  • *

  • *

  • Outra ferramenta importantssima para a pericia ambiental a Anlise Quantitativa de Risco Ambiental, voltada para risco tecnolgico.

    PERIGORISCOQUANTIFICAO DO RISCOAVALIAO DO RISCOGESTO DE RISCOS

    *

  • *

  • *

  • *

  • *

  • Perigo

    *

  • RiscoConjugao da probabilidade de ocorrncia de acontecimento no desejado, com as consequncias inerentes sua gravidade.

    *

  • IDENTIFICAO DE PERIGOS

    *

  • HIPTESE E CENRIO ACIDENTAL

    *

  • EAR IDENTIFICAO DE PERIGOS

    *

  • *

  • *

  • O que pode ocorrer de errado ?Quais so as causas bsicas dos eventos indesejados ?Quais so as frequncias de ocorrncia dos acidentes ?Quais so as consequncias ?Os riscos so tolerveis ?E AGORA ?O QUE FAZER ?

    *

  • O que fazer?Quando fazer?Por que fazer?Onde fazer?Quem faz?Como faz?

    *

  • Modelo Planilha - APP

    *

  • 5a coluna: Categoria de Probabilidades de OcorrnciaSegue a seguinte hierarquizao:

    ValorCategoriaDescrioAFreqenteEsperado ocorrer vrias vezes durante a vida til da instalao, dependendo das peculiaridades da instalao e situao real da mesma.BProvvelEsperado ocorrer pelo menos uma vez durante a vida til da instalao.COcasionalFalha nica de componente ou erro humano em uma ao eventual.DRemotaPouco provvel de ocorrer durante a vida til da instalao. A ocorrncia depende de falha de dois componentes (humana ou equipamento).EImprovvelConceitualmente possvel, mas extremamente improvvel de ocorrer durante a vida til da instalao. Incidentes que dependem da ocorrncia de falhas mltiplas.

    *

  • *

  • GRAU DE RISCODENOMINAO1DESPREZVEL2TOLERVEL3SRIO4CRTICO

    *

  • Matriz Referencial de Risco - MRR

    F REQUNCIASEVERIDADEABCDEIAGACACACACIINACAGACACACIIINACNACCONAVAVIVNACNACAPAPCON

    *

  • Os Riscos so classificados de acordo com categorias pr estabelecidas. Neste nosso exemplo foram definidas 6 (seis) categorias, descritas a seguir: Risco Aceito (AC) Anlise Global (AG) Confirmar o Risco (COM) Anlise de Vulnerabilidade (AV) Anlise Prvia (AP) Risco No Aceito (NAC)

    Classificao do RISCO

    *

  • 6. RISCO NO ACEITO (NAC)Cenrios cujo risco NO ACEITVEL, o cenrio deve ser eliminado ou ter o seu risco drasticamente reduzido. As medidas relacionadas a estes cenrio so recomendaes obrigatrias e de aplicao imediata.RECOMENDAESNAC Implementao IMEDIATAAP Implementao IMEDIATACON Implementao com prazo negociado com o OACAG Implementao com prazo negociado com o OACNota: OAC = rgo Ambiental Competente

    *

  • FONTE: M & M PROTECTION CONSULTANTS

    CAUSASPERCENTUAL1. FALHA MECNICA382. ERRO OPERACIONAL263. DESCONHECIDAS124. DISTRBIOS NO PROCESSO 105. FENNEMOS NATURAIS76. ERRO DE PROJETO47. SABOTAGEM E INCNDIO PREMEDITADO3

    *

  • *

  • RICARDO FREITASE-mail: [email protected] [email protected] Telefone: (82) 3221-4032Celular: (82) 9972-4882 / 8840-4034Por HOJE"O futuro no um lugar onde estamos indo, mas um lugar que estamos criando. O caminho para ele no encontrado, mas construdo e o ato de faz-lo muda tanto o realizador quanto o destino."

    Antoine de Saint-Exupery

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *

    *