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EM FOCO:
• A HISTÓRIA DA INFÂNCIA
• A CONCEPÇÃO CONTEMPORÂNEA DE
CRIANÇA: DIVERSOS OLHARES
• DOCUMENTOS NORTEADORES PARA
UM OLHAR CRÍTICO E REFLEXIVO
SOBRE A INFÂNCIA
• Não existe o
significado da
infância até o século
XV- XVI
• Criança é vista como
mini adulto
• Sociedade feudal:
papel produtivo-
divide mesmos
espaços e valores da
sociedade
A História da Criança
• Alta mortalidade infantil-
outras crianças as
substituíam
• Aprendizagem não era
assegurada, nem
controlada pela família-
dependia de todos com
quem as crianças
conviviam
• Conceito de família
diferente do que
conhecemos hoje
Com a sociedade
capitalista- industrial:
• Surge um conceito
para a infância e uma
nova estrutura de
família (nuclear)
• A necessidade de
manter descendentes
mudou a mentalidade
• Criança: frágil, que
precisa ser cuidada
• Educação passa a
ocorrer em escolas-
preparação para o
futuro
• Adultos e crianças
não se misturam –
organizam a forma de
ser da criança
• Há a cultura para a
infância e para os
adultos
• Mulheres no mercado de
trabalho
• Pré- escolas- cunho
educativo
• Creches- caráter
assistencialista (práticas
higienistas - contexto social)
No Brasil (século XIX):
• Cunho assistencial, moralista e
compensatório para classe
trabalhadora
• Educativo para a classe
burguesa
• Criança entendida como
passiva
Século XX:
• Estudos foram
realizados sobre o
desenvolvimento da
criança
• Década 80 – luta pelos
direitos femininos -
consequência direito à
creche
• Constituição de 1988 -
LDB e ECA- criança
como cidadã de direitos
Séc. XVII e XVIII - adulto em miniatura
participa da vida adulta
alta mortalidade infantil - desapego
Mudanças:
- reestruturação núcleo familiar (pais e filhos)
- controle de doenças para manter descendentes
- sentimento de paparicação - criança ingênua e inocente
- necessidade de educá-las e torná-las pessoas honradas
- preocupação com saúde física e higiene
CONCEPÇÃO DE INFÂNCIA - histórico
Séc. XIX - Era Industrial Capitalista - primeiras instituições de E.I.
CRECHES e PRÉ-ESCOLAS
p/ cças filhas de operárias p/ cças nobres e burguesas
cunho assistencial cunho educativo
CRIANÇA
Concepção CRIANÇA Sujeito social e histórico
No processo de construção do conhecimento
utiliza diferentes linguagens
constrói conhecimentos nas interações com outras pessoas,
com o meio físico e natural
O conhecimento é fruto de um trabalho de criação,
significação e ressignificação
Construção de identidade
O QUE É INFÂNCIA ?
Etimologicamente, infantia é a
dificuldade ou incapacidade de falar
As crianças precisavam viver em um mundo que não era o seu, que não estava feito na sua
medida
As crianças eram reflexos dos
adultos, uma versão em
miniatura e mal dissociada
deles. Eram percebidas como
seres imperfeitos, seu valor não
se definia pelo que eram no
presente, mas pelo que viriam a
ser no futuro.
Não estamos preocupados apenas com o que a
criança vai se tornar, mas com a infância que a
criança está vivendo.
A infância é uma criação da sociedade, sujeita a
mudar sempre que surgem transformações sociais
mais amplas.
CONCEPÇÃO DE CRIANÇA
É importante contextualizar a
criança à qual nos referimos para,
junto com as contribuições das
teorias sobre desenvolvimento
infantil, que partem de uma
criança idealizada, termos um
panorama mais próximo da
criança com a qual convivemos
Para uma compreensão daquelas crianças com quem
estamos em contato, é preciso poder olhar para elas. E esse
olhar não tem como fundamento somente uma teoria vinda
de fora, mas também a coragem de acreditar em nossas
próprias percepções, intuições, sentimentos e sinais. A fonte
mais segura é a observação que cada um faz das crianças
com quem convive, da sua gestualidade, dos seus
movimentos, do seu jeito de se relacionar com os outros,
com ela mesma, com os objetos, com o mundo; a
observação e a tentativa de compreensão das imagens que
aparecem nos seus processos e nas suas produções.
Cada um de nós tem
uma imagem de
criança que se reflete
na expectativa que
temos quando
olhamos para uma
criança.
ALGUMAS IMAGENS CONCENTRAM-SE
NO QUE A AS CRIANÇAS SÃO, NO QUE
ELAS TÊM E NO QUE ELAS PODEM
FAZER, ENQUANTO QUE OUTRAS
INFELIZMENTE CONCENTRAM-SE NO
QUE AS CRIANÇAS NÃO SÃO, NO QUE
ELAS NÃO TÊM E NO QUE ELAS NÃO
PODEM FAZER.
DIFERENTES CONCEPÇÕES DE CRIANÇA
• A criança de Rousseau: ser inocente e primitivo. A sociedade
corrompe a bondade com a qual as crianças nascem.
• A criança de Piaget: independentemente do contexto, segue
uma seqüência padrão de estágios biológicos que constituem
um caminho para plena realização ou para uma progressão para
a maturidade.
• A criança de Malaguzzi: rica em potencial, forte, poderosa e
competente.
A CRIANÇA
A criança é um ser onde a imaginação predomina em absoluto. Nos
livros ela quer que lhe demos cartolas, coisas mais altas do que podem
entender. Isso a lisonjeia tremendamente. Mas se o tempo inteiro a
tratamos puerilmente, ela nos manda às favas.
Monteiro Lobato
GRANDE É A POESIA, A BONDADE E AS
DANÇAS... MAS O MELHOR DO MUNDO SÃO AS
CRIANÇAS.
FERNANDO PESSOA
“Sujeito social e histórico, em processo de
desenvolvimento, com um jeito próprio de sentir e
pensar o mundo; faz parte de uma organização
familiar, inserida em uma sociedade com uma
determinada cultura”.
(RCNEI, V.1, p. 21)
EDUCAÇÃO INFANTIL
CONCEPÇÃO
DE CRIANÇA
1988 - Constituição Brasileira - afirma a criança como “sujeito de direitos”.
Situa creches e pré-escolas no Capítulo da Educação.
1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente -
dispõe sobre direitos e deveres de crianças e
adolescentes; cria conselhos da criança e
adolescente e tutelares ( diretrizes políticas e
defesa).
EDUCAÇÃO INFANTIL
1996 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
Reafirma a educação como direito da criança;
Educação Infantil: primeira etapa da educação básica;
Finalidade: desenvolvimento integral da criança de 0 a 6 anos, nos
aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação
da família;
Dispõe sobre a avaliação.
1998 - Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil
Orientam a elaboração das propostas pedagógicas das instituições
de Educação Infantil.
- Cuidar e educar- Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil
MEC - outras publicações.
Educar pressupõe criar situações de descobertas e interações,
propiciando o desenvolvimento da identidade e autonomia da criança
e de aprendizagens diversas, num processo que integra o cuidar;
Cuidar da criança é “sobretudo dar atenção a ela como pessoa em
contínuo crescimento e desenvolvimento, compreendendo sua
singularidade, identificando e respondendo às suas necessidades”;
inclui cuidados de segurança, relacionados ao afeto e aos aspectos
biológicos como nutrição, higiene e saúde;
A criança aprende e se desenvolve nas interações que estabelece
com adultos e criança mais experientes, com o meio físico e social;
A criança utiliza diferentes linguagens no processo de construção
de conhecimentos, sendo o brincar um meio próprio de aprender e
de expressar o que sente e pensa;
PENSANDO NA CRIANÇA
SUJEITO DE DIREITOS
O ambiente de aprendizagem implica na organização contínua de
espaços para descobertas, criação, expressão de múltiplas
linguagens e de construção de conhecimentos significativos para a
vida;
O professor planeja, organiza espaços e materiais, partilha
significados da cultura, avalia, pesquisa, propõe avanços e constrói
conhecimentos sobre a educação infantil;
O diálogo com famílias e comunidade aproxima diferentes
contextos educativos, envolvendo interesses coletivos nas decisões
e condução da educação das crianças, numa perspectiva
democrática;
A avaliação, com ênfase nas conquistas das crianças, remete à
contínua reflexão sobre a prática, objetivando avanços no processo
educativo.
“Desenvolvimento integral da criança até seis
anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico,
intelectual e social, complementando a ação da
família e da comunidade”.
(LDB, seção II, art. 29)
FINALIDADE
DESENVOLVIMENTO INTEGRAL
ASPECTO FÍSICO - Conhecimento das
potencialidades corporais, auto conhecimento,
expressão de emoções, equilíbrio / deslocamento
com segurança; implica cuidados nos aspectos
biológicos como nutrição, crescimento,
saúde/prevenção de doenças, segurança
física/prevenção de acidentes; construção da
identidade/imagem corporal.
DESENVOLVIMENTO INTEGRAL
ASPECTO PSICOLÓGICO – Desenvolvimento afetivo-
emocional;estabelecimento de vínculos/relações que
auxiliam na construção de uma auto-imagem positiva,
atitudes no convívio social, compreensão de si e do outro;
construção de uma identidade pessoal e social.
ASPECTO INTELECTUAL - Desenvolvimento dos
recursos para pensar, elaboração, apropriação e uso de
formas de representação/símbolos e comunicação,
envolvendo resolução de problemas.
DESENVOLVIMENTO INTEGRAL
ASPECTO SOCIAL - Desenvolvimento das
condições para o convívio social; aprender a
conviver com as diferenças; perceber-se como
membro de um grupo, comunidade, sociedade,
ambiente. COMPLEMENTO À AÇÃO DA FAMÍLIA -
Espaço para ampliar e complementar a tarefa dos
pais sobre a educação dos filhos
SER CAPAZ DE
PERCEBER O QUE É
ESSENCIAL PARA
SER LEVADO EM
CONSIDERAÇÃO.
TER UM OLHAR SENSÍVEL PARA A
CRIANÇA EM DIFERENTES MOMENTOS
SIGNIFICA:
ESTAR PRESENTE NO AQUI E
NO AGORA.
REALIZAR UMA LEITURA
ORIENTADA DA CRIANÇA.
ACOMPANHAR O SEU
DESENVOLVIMENTO.
SABER TEÓRICA E
VIVENCIALMENTE,
QUEM É A
CRIANÇA.
Os mais sábios preocupam-se com o que
importa aos homens de saber, sem
considerar o que são as crianças no estado
de aprender. Procuram sempre o homem na
criança, sem pensar no que esta é antes de
ser homem... Começai portanto estudando
melhor vossos alunos, pois muito
certamente não os conheceis”.
ROUSSEAU
A CRIANÇA É FEITA DE CEM...
A CRIANÇA TEM CEM MÃOSCEM PENSAMENTOSCEM MODOS DE PENSAR DE JOGAR E DE FALAR
CEM ALEGRIAS PARA CANTAR E COMPREENDER.CEM MUNDOS PARA DESCOBRIR.CEM MUNDOSPARA INVENTAR.CEM MUNDOS PARA SONHAR.
A CRIANÇA TEM CEM
LINGUAGENS
(E DEPOIS CEM, CEM, CEM)
MAS ROUBARAM-LHE
NOVENTA E NOVE.
A ESCOLA E A CULTURA LHE SEPARAM A CABEÇA DO CORPO. DIZEM-LHE:DE PENSAR SEM AS MÃOSDE FAZER SEM A CABEÇADE ESCUTAR E NÃO FALAR DE COMPREENDER SEM ALEGRIASDE AMAR E MARAVILHAR-SESÓ NA PÁSCOA E NO NATAL.
DIZEM-LHE:
QUE O JOGO E O TRABALHO
A REALIDADE E A FANTASIA
A CIÊNCIA E A IMAGINAÇÃO
O CÉU E A TERRA
A RAZÃO E O SONHO
SÃO COISAS QUE NÃO ESTÃO
JUNTAS.
DIZEM-LHE:QUE AS CEM NÃO EXISTEM.A CRIANÇA DIZ:AO CONTRÁRIO, AS CEM EXISTEM.