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DIREITO TRIBUTÁRIO

Slides Direito Tributário para UFPE 2013 TRIBUTÁRIO I

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DIREITO TRIBUTÁRIO

SISTEMA CONSTITUCIONAL FINANCEIRO/TRIBUTÁRIO

Sistema Normativo:Sistema racional de normas que se vinculam debaixo de um princípio unitário.Sistema Normativo Jurídico: conjunto de regras estabelecidas sob uma orientação comum, integrando uma mesma unidade de comandos ou enunciados de conduta.

DIREITO FINANCEIRO

1 - A atividade Financeira do Estado- AFE

Conceito: A atividade Financeira do Estado é o conjunto de ações do Estado para a obtenção da receita e a realização dos gastos para atendimento das necessidades pública.

- Evolução da AFE:

- Estado Patrimonial- Estado de Polícia- Estado Fiscal- Estado Social Fiscal- Estado Socialista

A divisão do Poder Financeiro do Estado

O poder financeiro se separa vertical e horizontamente

Do ponto de vista vertical identificam-se os poderes da - União

- Estados

Do ponto de vista horizontal separam-se os poderes financeiros de legislar, administrar e julgar, pelo que a atividade financeira será uma específica atividade administrativa vinculada à lei e controlada pelo Judiciário.

COMPETÊNCIA EM MATÉRIA DE DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO

Art. 24 da CF/88: a competência da União, dos Estados e do Distrito Federal, é concorrente, sendo que à União compete editar normas Gerais (§ 1º. Do art. 24 da CF/88), ficando os Estados e Distrito Federal com competência Suplementar (§ 2º. Do art. 24 e § 1º. Do art. 32 da CF/88). Tal competência suplementar, portanto, a teor do art. 24 da CF/88 e seus parágrafos poderá ser complementar (quando o ente público completa as normas gerais editadas pela União) ou supletiva nos termos dos § § 3º. E 4º. Do sobredito dispositivo constitucional

SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO

CONSTITUIÇÃO FEDERALA Constituição Federal estrutura o sistema de direito positivo.O texto da Constituição é o espaço onde se fixam as linhas gerais que informam a organização e princípios do Estado, a produção das normas jurídicas e estabelecem os direitos, deveres, e garantias dos cidadãos.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

A Constituição estabelece que o processo legislativo podem criar as seguintes fontes formais do direito:– Emendas à Constituição;– Leis Complementares;– Leis Ordinárias;– Leis Delegadas;– Medidas Provisórias;– Decretos legislativos;– Resoluções.

SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO

CONSTITUIÇÃO FEDERALA Constituição Federal é a norma primária sobre produção jurídica.O texto da Constituição é o espaço onde se fixam as linhas gerais que informam a organização do Estado

SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO

Sistema Tributário na ConstituiçãoO chamado “sistema constitucional tributário” é um “subsistema” da Constituição, composto pelas normas que versam sobre direito tributário.No sistema tributário constitucional da CF/88 estão estabelecidas: (i) a repartição de competências e das rendas; (ii) as limitações constitucionais ao Poder de Tributar, que compreendem os princípios e as imunidades; (iii) os tributos e as suas espécies.

COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA

Noções iniciais.

O Poder de Tributar é expressão de soberania do Estado, pelo qual são instituídas relações jurídicas sem a concorrência da vontade do particular. 

A competência tributária inclui os poderes para instituir e cobrar tributos, o que se desdobra na competência legislativa e na competência administrativa-fiscalizatória.

COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA

Vigora no Brasil o princípio federativo, insculpido no art. 1º e 60, §4º, I da CF/88. Os entes políticos internos embora não sejam soberanos, são autônomos o que importa no poder de auto-organizar-se, através das atividades constituintes e legiferantes.

A rigidez na discriminação das competência traria como vantagens (i) a preservação da autonomia dos Estados e Municípios; (ii) a segurança do contribuinte quanto à bitributação; (iii) uma tendência à simplificação dos tributos.

LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR

O conjunto dos princípios e normas que disciplinam a competência tributária corresponde às chamadas limitações do poder de tributar. As limitações ao poder de tributar desdobram-se, regra geral, nos princípios e nas imunidades. Princípios

Princípios correspondem a enunciados gerais de concretização de valores jurídicos.

LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR

Princípio da Legalidade (art. 150, I)Valor Constitucional: Art. 5º ““ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de lei”. No campo do direito tributário, o art. 150, I, da CF/88 determina que é vedado exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça. Como decorrência do princípio da legalidade, as previsões do Código Tributário relativas à proibição de tributação por analogia (art. 108, §1º, CTN).

LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR

Princípio da Igualdade (art. 150, II)

O princípio da igualdade está genericamente previsto no caput do art. 5° da Constituição, segundo o qual, todos são iguais perante a lei.

No campo tributário, o princípio da igualdade ou isonomia está expressamente previsto no art. 150, II que veda seja estabelecido tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente.

LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR

Princípio da Irretroatividade (art. 150, III, “a”)

A norma jurídica projeta sua eficácia para o futuro (art. 6º da LICC), embora seja possível a edição de leis com a finalidade de regular fatos pretéritos. A CF/88 prevê a irretroatividade relativa da lei, ao determinar que esta não pode atingir o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada (art. 5º, XXXVI).

LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR

Princípio da Anterioridade (art. 150, III, “b”) A Constituição veda a cobrança de tributos “no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou” (art. 150, III, b).

No Brasil, o exercício financeiro coincide com o ano civil (01/01 a 31/12), conforme estabelecido no art. 34, da Lei n.º 4.320/64.

LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR

Princípio da Anterioridade (art. 150, III, “c”) 

A Constituição veda a cobrança de tributos antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b

LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR

Princípio da Capacidade ContributivaPrevisto no §1º, do art. 145, da CF/88, segundo o qual, “sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte”. A capacidade contributiva seria a técnica utilizada para realização do princípio da igualdade. Visa a proteger os valores da justiça fiscal, na tentativa de repartir, de maneira equânime, os custos sociais.

LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR

Princípio do não-Confisco (art. 150, IV)

A Constituição Federal veda a utilização de tributo com efeito de confisco. Trata-se de conceito indeterminado, mas, em linhas gerais, pode-se dizer que confiscar significa desapossar alguém de seus bens em proveito do Estado. A vedação do confisco é um corolário do direito de propriedade, garantido no art. 5º, XXII e no art. 170, II, da CF/88.

LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR

Princípio Liberdade de Tráfego (art. 150, V) 

Pelo princípio da liberdade de tráfego impede-se a instituição de tributo que dificulte ou impeça o livre trânsito de pessoas ou bens. Protege-se, com isso, os valores constitucionais de liberdade de locomoção, liberdade de comércio e próprio princípio federativo.

LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR

  IMUNIDADES (art. 150, VI)

Tratam-se de normas de não-incidência estabelecidas no próprio texto constitucional, daí se dizer que são espécie de não-incidência constitucionalmente qualificada.

As imunidades delimitam o campo de abrangência da competência tributária, impedindo a instituição de tributos.

As imunidades podem ser classificadas em subjetivas ou objetivas.

LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR

Imunidade Recíproca (art. 150, VI, “a”) A imunidade recíproca é estabelecida em favor das pessoas políticas e decorre da isonomia garantida aos entes da federação. A imunidade recíproca exclui a possibilidade de ser tributados o patrimônio, a renda e serviços de cada pessoa política, por qualquer uma das demais pessoas políticas. É corolário lógico do princípio federativo.As imunidades são, portanto, limitações negativas ao poder de tributar e estão enunciadas na constituição a partir de regras, e não de princípios.

LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR

Imunidade dos Templos de qualquer culto (art. 150, VI, “b”)

A imunidade concedida aos templos visa a proteger o valor constitucional da liberdade de culto (art. 5º, VI, e VII, CF/88) e abrange o patrimônio, a renda e os serviços afetados às suas finalidades essenciais (§4º, art. 150, VF/88).

LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR

Imunidade dos Partidos, Entidades Sindicais e Assistenciais e de Educação (art. 150, VI, “c”)

A Constituição Federal confere imunidade tributária aos partidos políticos, entidades sindicais e assistenciais e de educação. Trata-se, no entanto, de norma constitucional de eficácia contida, na medida em que há expressa exigência de edição de lei complementar (art. 146, II, CF/88).

LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR

Imunidade Livros, Jornais etc. (art. 150, VI, “d”)Em relação à imunidade de livros, jornais e periódicos merece registro a jurisprudência consolidada no Supremo Tribunal Federal quanto à abrangência dessa limitação constitucional. Foi assentado o entendimento de que a imunidade conferida aos livros, jornais e periódicos seria extensível ao papel utilizado na sua impressão.

LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR

Outras imunidades: Receitas de exportação: art. 149, §2º (EC 33/2001);Imunidade do IPI aos produtos industrializados destinados ao

exterior: art. 153, §3º (EC n.º 42/2003);Imunidade de ICMS sobre as operações que destinem

mercadorias ou serviços ao exterior: art. 155, §2, X;Imunidade do ISS sobre serviços destinados ao exterior: art. 156,

§2º, I;Imunidade do ITR de pequenas glebas rurais: art. 153, §4º, II (EC

n.º 42/2003);Imunidades das contribuições sociais para as entidades

beneficentes e assistência social: art. 195;Imunidade de taxas: direito de petição (XXXIV, art. 5º), registro

civil de nascimento e certidão de óbito da pessoa pobre (LXXVI, art. 5º), habeas corpus e habeas data (LXXVII, art. 5º).

OUTROS PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS ART. 150 (...)

§ 5º - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços. § 6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g

OUTROS PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS

Art. 150 (...)

§ 7.º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido.

OUTROS PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS

Art. 151. É vedado à União: I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País; II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes; III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.

OUTROS PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS

        Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.

NORMAS GERAIS EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA

Art. 146. Cabe à lei complementar:

I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;

II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;

III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:

a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;

b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; (...)

NORMAS GERAIS EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA

Art. 146. Cabe à lei complementar:

c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

NORMAS GERAIS EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA

Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observado que:I - será opcional para o contribuinte; II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado; III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento; IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes.

NORMAS GERAIS EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA

Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais.

NORMAS GERAIS EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA

O CTN, embora seja formalmente lei ordinária, foi recepcionado pela Constituição com status de lei complementar e realiza, hoje, a função de delimitar as normas gerais em matéria tributária, cumprindo a determinação constante do art. 146, da Constituição.

As leis ordinárias são o instrumento através do qualquer os entes políticos exercem, em regra, a sua competência tributária. São exigidas pelo texto constitucional como decorrência do princípio da legalidade.

TRIBUTOS

Embora não exista uma definição constitucional, o conceito legal de tributo está estabelecido no art. 3º do CTN.

“Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. ”

TRIBUTOS

O art. 145 da CF/88 e o art. 5º, do CTN estabelecem uma classificação tripartite, enumerando as seguintes espécies: impostos, taxas e contribuições de melhoria.

Porém, a doutrina majoritária, capitaneada pelo STF, entende que os empréstimos compulsórios (art. 149, da CF/88 e art. 217, do CTN) e as contribuições especiais (art. 148 e CF/88), constituem espécies tributárias distintas e autônomas.

TRIBUTOS

Os tributos podem ser vinculados ou não e apresentarem finalidades preponderantemente:

a) fiscais;

b) parafiscais;

c) extrafiscais.

ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

IMPOSTOS (art. 16, CTN)Imposto é uma exação não vinculada, isto é, seu fato gerador é independente de qualquer atividade estatal específica. A definição legal de imposto está estabelecida no art. 16 do CTN: tributo que tem por fato gerador uma situação independente e qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. A Constituição Federal confere competências privativas, a cada ente da federação, para a instituição de impostos.

ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

(continuação: impostos)

No entanto, a União Federal goza, ainda, da competência exclusiva para instituição de impostos extraordinários ( art. 154, II, CF/88) e da competência residual para instituir outros impostos não expressamente previstos 

ESPÉCIES TRIBUTÁRIASTAXAS

As taxas estão previstas no art. 145, II da CF/88 e são espécie de tributo vinculado, pois possuem hipótese de incidência definida em lei e dependente de atividade estatal específica relativa ao contribuinte. Apresenta natureza contraprestacional, e estão atreladas à referibilidade.A competência para instituição de taxas é comum, sendo que cada ente político somente poderá instituir taxas relativas a serviços públicos e poder de polícia que estejam incluídos em sua competência administrativa. 

ESPÉCIES TRIBUTÁRIASTaxas (continuação)

A base de cálculo das taxas não pode ser própria de imposto (art. 145, §2º) e deve atenção à relação de custo/benefício, preservando a natureza cumutativa ou retributiva, de modo a estabelecer relação proporcional (não aritmética) entre o valor cobrado e o custo global do serviço dividido pelos contribuintes.As taxas dividem-se em duas subespécies: a) taxas pelo exercício do poder de polícia (art. 78, CTN);b) taxas de serviço (art. 77, CTN).

ESPÉCIES TRIBUTÁRIASTaxas (continuação)

Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. (...)

Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. (...)

ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

Taxas (continuação)IMPORTANTE:

A taxa é um tributo, objeto de uma obrigação instituída por lei; já o preço é obrigação contratual. O preço é, obrigação assumida voluntariamente, ao contrário da taxa de serviço, que é imposta pela lei a todas as pessoas que se encontrem na situação de usuários (efetivos ou potenciais) de determinando ente estatal.

ESPÉCIES TRIBUTÁRIASContribuição de Melhoria (art. 81, CTN)

A contribuição de melhoria é espécie tributária prevista no art. 145, da CF/88 e disciplinada nos arts, 81 e 82 do CTN. Trata-se de tributo vinculado, cujo fato gerador, é precisamente, a valorização imobiliária decorrente de obra pública, atividade estatal específica.O valor arrecadado com a contribuição não pode ultrapassar o valor do benefício individualmente aproveitado pelo contribuinte em decorrência da obra realizada (limite individual: acréscimo ao valor do imóvel), nem o valor total do custo da obra (limite global: despesa com a obra).

ESPÉCIES TRIBUTÁRIASContribuições (art. 149 e 195, CF/88)O art. 149 da Constituição da República dispõe sobre o regime jurídico das contribuições especiais quando:a) atribui à União competência exclusiva para instituí-las; b) fixa as espécies de contribuições especiais (contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse de categorias profissionais ou econômicas);c) determina que as contribuições são submetidas a certas regras (art. 146, III, e art. 150, I e III, sem prejuízo do disposto no art. 195, § 6º, todos da CF/88).

ESPÉCIES TRIBUTÁRIASContribuições (continuação)

Cabem aos Estados, Distrito Federal e Municípios, instituir contribuição especial cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, de sistema de previdência e assistência social (art. 149, § Único, CF/88). Cabem aos Municípios e ao Distrito Federal competência para instituir a contribuição cobrada para o custeio de iluminação pública.

ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

Empréstimo Compulsório (art. 148, CF/88)

O empréstimo compulsório distingue-se de todos os demais tributos por apresentar a característica de ser restituível.

Inclui-se na competência exclusiva da União Federal e para ser instituído depende da edição de lei complementar e a iminência de guerra ou calamidade e, ainda, a necessidade de despesa com investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional.

INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

Interpretação é a parte da ciência jurídica que estuda os métodos e processos lógicos que visam a definir o conteúdo e o alcance das normas jurídicas. Técnicas de interpretação: gerais e específicas

INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

Interpretação Literal (art. 111, CTN):

a) suspensão ou exclusão do crédito tributário;b) outorga de isenção;c) dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.

Tratam-se de situações de exceção à regra geral,e disso decorre a preocupação em restringir as hípóteses.

INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

Interpretação Benigna (art. 112, CTN):

Aplica-se, exclusivamente, nos casos de dúvidas quanto a elementos ou aspectos da lei que define infrações ou comina penalidades. É decorrência do princípio geral de direito penal “in dubio pro reo”

INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

Conceitos, Institutos e Formas de Direito Privado:

Utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários (art. 109, CTN).

Não podem ter alterados a sua definição, conteúdo e alcance se utilizados, expressa ou implicitamente, para definir ou limitar competências tributárias. (art. 110, CTN).

INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

Princípio do Pecunia Non Olet:

A ocorrência do fato gerador independe da validade jurídica dos atos praticados, bem como da natureza ou dos efeitos dos atos efetivamente ocorridos (art. 118, CTN) e da capacidade civil das pessoas naturais (art. 126, CTN).

Exceção à regra geral do art. 104, do Código Civil que exige agente capaz, objeto lícito, possível, determinado ou determinável e forma prescrita ou não defesa em lei.

INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

Integração da Legislação Tributária:

Integrar a norma jurídica é solucionar o problema da lacuna, de inexistência de expressa disciplina normativa reguladora de determinada situação.

INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

Regra geral: art. 4º, LICC.

Art. 4º. Quando a  lei  for omissa o  juiz decidirá o caso de acordo com: a analogia, os costumes e os princípios gerais de Direito.

Direito Tributário: seqüência taxativa e hierarquizada, art. 108, CTN:analogia;princípios gerais de direito tributário;princípios gerais de direito público;eqüidade

INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

Limitações à integração:

§§1º e 2º, art. 108, CTN: O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei. O emprego da eqüidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo.

Princípio da legalidade

OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

Obrigação Tributária

Principal PecuniáriaObrigação de dar ($)

Acessória InstrumentalObrigação de fazer ou não fazer

TEORIA DO FATO GERADOR

Fato gerador é a expressão que se emprega para designar a situação concreta que materializa a ocorrência da hipótese de incidência prevista na norma tributária, e dá nascimento à obrigação tributária.

Obrigação Principal: lei (art. 114, CTN)Obrigação Acessória: legislação (art. 115, CTN)

Atenção: Em decorrência do princípio da legalidade, os atos-infralegais têm por finalidade explicitar o conteúdo das leis. Assim, para que a legislação tributária discipline as obrigações acessórias é preciso autorização legal.

TEORIA DO FATO GERADOR

Momento da ocorrência:

Situação de fato: circunstância material, art. 116, I, CTN.Ex.: Imposto de Importação entrada no território nacional

Situação jurídica: constituição definitiva, art. 116, II, CTN.Ex.: ITBI definitiva transferência da propriedade,registro

TEORIA DO FATO GERADOR

Norma antielisiva:Art. 118 (...)Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

SUJEITO PASSIVO

Obrigação principal: o sujeito passivo será a pessoa obrigada a pagar o tributo ou penalidade pecuniária (CTN, art. 121); Obrigação acessória: o sujeito passivo é a pessoa obrigada às prestações – de fazer ou deixar de fazer – que constituem seu objeto (CTN, art. 122).

Atenção: a lei pode impor obrigações acessórias mesmo a quem não é contribuinte do tributo.

SUJEITO PASSIVO

Contribuinte: relação pessoal e direta com o fato gerador. (pratica o fato gerador)

Responsável: relação mediata ou indireta com o fato gerador. (vinculado ao fato gerador)

Ex.: Imposto de Renda contribuinte é quem aufere disponibilidade, mas, a fonte pagadora pode ser alçada à condição de responsável. (art. 43, CTN)

SUJEITO PASSIVO CAPACIDADE

Art. 126. A capacidade tributária passiva independe:I - da capacidade civil das pessoas naturais;II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios;III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade econômica ou profissional.

DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO

Art. 127. Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na forma da legislação aplicável, considera-se como tal:I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade;II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento;II - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas repartições no território da entidade tributante.

DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO

§ 1º Quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer dos incisos deste artigo, considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação.§ 2º A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, quando impossibilite ou dificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo, aplicando-se então a regra do parágrafo anterior

RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação.

RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

Art. 129. O disposto nesta Seção aplica-se por igual aos créditos tributários definitivamente constituídos ou em curso de constituição à data dos atos nela referidos, e aos constituídos posteriormente aos mesmos atos, desde que relativos a obrigações tributárias surgidas até a referida data

RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação. Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço.

RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

Art. 131. São pessoalmente responsáveis:I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos;II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou da meação;III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão.

RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas.Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de pessoas jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual.

RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIAArt. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato:I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade;II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão.

RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

§ 1o O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação judicial: (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) I – em processo de falência; (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial.(Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

§ 2o Não se aplica o disposto no § 1o deste artigo quando o adquirente for: (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)I – sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo devedor falido ou em recuperação judicial;(Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)II – parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consangüíneo ou afim, do devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)III – identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de fraudar a sucessão tributária.(Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

§ 3o Em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial ou unidade produtiva isolada permanecerá em conta de depósito à disposição do juízo de falência pelo prazo de 1 (um) ano, contado da data de alienação, somente podendo ser utilizado para o pagamento de créditos extraconcursais ou de créditos que preferem ao tributário. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

RESPONSABILIDADE DE TERCEIROS

Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis:

I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;

II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados;

III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes;

RESPONSABILIDADE DE TERCEIROS

IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário; VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício;VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.

Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às de caráter moratório.

RESPONSABILIDADE DE TERCEIROS

Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos:I - as pessoas referidas no artigo anterior;II - os mandatários, prepostos e empregados;III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.

RESPONSABILIDADE POR INFRAÇÕES

Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato.Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao agente:I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando praticadas no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito;II - quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar;

RESPONSABILIDADE POR INFRAÇÕES

III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico: a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem respondem; b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, preponentes ou empregadores; c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, contra estas.

RESPONSABILIDADE POR INFRAÇÕES

Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração.

Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.

CRÉDITO TRIBUTÁRIO E LANÇAMENTO

A existência do crédito tributário pressupõe a materialização da obrigação tributária (arts. 139 e 140).

Lançamento é o procedimento oficial consistente em declarar formalmente a ocorrência do fato gerador, definir os elementos materiais da obrigação surgida (alíquota e base de cálculo), calcular o montante devido, identificar o respectivo sujeito passivo, com o fito de possibilitar que contra este seja feita a cobrança do tributo ou da penalidade pecuniária. (art. 142, CTN).

CRÉDITO TRIBUTÁRIO E LANÇAMENTO

OBRIGAÇÃO

TRIBUTÁRIA

CRÉDITO

TRIBUTÁRIO

FATO GERADOR LANÇAMENTO

CRÉDITO TRIBUTÁRIO E LANÇAMENTO

A Competência para Lançar é da autoridade administrativa, art. 142, CTN. Esse é um dos fundamentos utilizados pelo STF para justificar o entendimento de que a ação penal somente pode ser proposta após a conclusão do procedimento de lançamento.

Atenção: Em matéria de compensação, o Poder Judiciário pode verificar a regularidade do encontro de contas.

CRÉDITO TRIBUTÁRIO E LANÇAMENTO

A atividade de lançamento é plenamente vinculada.A intimação do sujeito passivo é ato indispensável à perfectibilidade do lançamento, inclusive, para efeito da contagem do prazo decadencial.O lançamento tributário somente estará completo e perfeito com a ciência ou intimação do sujeito passivo (contribuinte ou responsável) .

CRÉDITO TRIBUTÁRIO E LANÇAMENTO

Legislação aplicável:

Aplica-se a legislação em vigor no momento da ocorrência do respectivo fato gerador, mesmo que já tenha sido modificada ou revogada (art. 144, CTN). Princípio da irretroatividade.

Aplica-se legislação posterior nos seguintes casos:

– Em matéria de penalidade, quando a lei for mais benéfica; – Em matéria de procedimento, quando institua novos critérios de apuração, amplie poderes das autoridades ou confira maiores garantia e privilégios ao crédito, exceto para atribuir responsabilidade a terceiro.

Obs.: - Tributos lançados por períodos certos de tempo. Ex.: IPTU - Taxa de Câmbio (art. 143, CTN)

CRÉDITO TRIBUTÁRIO E LANÇAMENTO

Permite-se a participação do sujeito passivo - responsável ou contribuinte - na atividade de lançamento. De acordo com a intensidade da participação do sujeito passivo no lançamento, a lei o classifica em três modalidades:

DE OFÍCIO OU DIRETO

POR DECLARAÇÃO OU MISTO

MODALIDADES

DE

LANÇAMENTO

POR HOMOLOGAÇÃO OU “AUTOLANÇAMENTO)

CRÉDITO TRIBUTÁRIO E LANÇAMENTO

Lançamento de Ofício ou Direto: todos os atos integrantes do “procedimento  de  lançamento” são realizados no âmbito da administração, pela autoridade designada competente para tanto. Ex.: IPTU.Lançamento por Declaração ou Misto: é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, que presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. Ex.: ICD.Arbitramento: instrumento ou técnica que podem ser utilizados para atribuir valor à base de cálculo. Não é procedimento discricionário. (art. 148, CTN).

CRÉDITO TRIBUTÁRIO E LANÇAMENTO

Lançamento por Homologação

As atividades constantes da definição do procedimento constitutivo do crédito ficam a cargo do sujeito passivo.

A autoridade administrativa tem prazo para homologar (atestar a regularidade) – homologação expressa. Transcorrido esse prazo a homologação opera-se tacitamente.O sujeito passivo tem obrigação de antecipar o pagamento do tributo, ainda que não tenha havido a homologação. O pagamento antecipado extingue o crédito sob condição resolutória.

CRÉDITO TRIBUTÁRIO E LANÇAMENTO

Prazo para homologação: cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador, exceto no caso de fraude, dolo ou simulação.

Atenção: há discussão judicial e doutrinária sobre a aplicação dos arts. 150,§ 4º e 173, do CTN. Em julgado recente, o STJ restabeleceu o seguinte entendimento: (EREsp 413265 / SC):(a) em regra, segue-se o disposto no art. 173, I, do CTN, ou seja, o prazo é de cinco anos contados "do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado"; (b) nos tributos sujeitos a lançamento por homologação cujo pagamento ocorreu antecipadamente, o prazo é de cinco anos contados do fato gerador, nos termos do art. 150, § 4º, do CTN; (c) declarado o débito e não pago, o prazo é cinco anos, contados nos termos do art. 173, I.

CRÉDITO TRIBUTÁRIO E LANÇAMENTO

Lançamento e revisão de ofício (art. 149, CTN):

O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa quando:- a lei assim o determine;- a declaração não seja prestada no prazo e na forma da legislação tributária;- a pessoa legalmente obrigada deixe de atender a pedido de esclarecimento;- comprovada falsidade, erro ou omissão quanto a elemento de declaração obrigatória;- comprovada omissão ou inexatidão, no autolançamento;- comprovada ação ou omissão do sujeito passivo, que resulte penalidade pecuniária;- comprovado que o sujeito passivo agiu com dolo, fraude ou simulação;- deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado no lançamento anterior;- comprovada fraude ou falta funcional da autoridade, ou omissão de formalidade.

A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública.

SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

O Lançamento torna o crédito tributário exigível. O CTN prevê hipóteses específicas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário.

Art. 151, CTN (hipóteses taxativas ou exaustivas):I - moratória;II - o depósito do seu montante integral;III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo;

IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança.V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; 

VI – o parcelamento.

SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Depósito do Montante Integral:direito do contribuinte, não podendo ser obstado pela Fazenda Pública;faz cessar a fluência de juros de mora e pode ser realizado, tanto na esfera judicial, quanto na esfera administrativa;converte-se em renda do sujeito ativo se o lançamento é julgado procedente, extinguindo o crédito tributário.

SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Reclamações e Recursos no Processo Administrativo Fiscal: impedem a promoção de atos de cobrança.

Primeira instância Reclamações

Segunda instância Recursos

O STF declarou a inconstitucionalidade da exigência de prestação de garantias como condição de admissibilidade dos recursos.

SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Liminares e tutela antecipada:

Concedidas em razão de risco de lesão a direito do contribuinte, com observância dos requisitos da plausibilidade da tese e perigo de demora. A tutela antecipada exige requisitos mais rígidos;proíbe a promoção de atos executórios, mas não impede a realização de lançamento para evitar a decadência do direito de constituir o crédito;Quando revogadas, restaura-se o “status quo ante”, resultando, inclusive, na incidência de juros e multa de mora, se o pagamento deixou de ser efetuado.

SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Moratória: É a dilação de prazo para pagamento do tributo. Pode ser concedida por lei, em caráter geral (art. 152, I, CTN) ou, por ato administrativo em caráter individual (art. 152, II, CTN) .

moratória autônoma: o ente competente para a instituição do tributo dilata-lhe legalmente o prazo.moratória heterônoma, em que a União concede moratória de tributo de competência alheia.

SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

AUTÔNOMA (Art. 152, I, “a”)

CARÁTER GERAL

(Beneficia a todos que se encontrem em determinada situação – Art. 152 I)

HETERÔNOMA Situações Excepcionais

(Art. 152, I, “b”)

MORATÓRIA

CARÁTER INDIVIDUAL (SEMPRE AUTÔNOMA)

(Depende da Comprovação de condições e requisitos – Art. 152 II)

SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Parcelamento:

concedido na forma e condição estabelecidas em lei específica do membro da federação titular da competência (art. 155-A, CTN);não exclui a incidência de juros e multas, salvo disposição de lei em contrário;regra específica para pessoas jurídicas em recuperação judicial.

EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

As causas de extinção do crédito tributário estão previstas no artigo 156 do CTN:I - o pagamento

Regras específicas trazidas pelo CTN:1) Cumulatividade das multas;2) Pagamento e Presunção civilistas;3) Local e prazo para pagamento;4) Efeitos da Mora;5) Termo Inicial da Fluência de Juros e da Multa de Mora;6) Processo Administrativo de Consulta.

EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

II – compensaçãoDe acordo com o art. 170, CTN:    “ A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja  estipulação  em  cada  caso  atribuir  à  autoridade administrativa,  autorizar  a  compensação  de  créditos  tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública.

     Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei determinará, para os efeitos deste artigo, a apuração do seu montante,  não  podendo,  porém,  cominar  redução maior  que  a correspondente ao juro de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a decorrer entre a data da compensação e a do vencimento”.

EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Não basta haver apenas a reciprocidade de dívidas para que a compensação se opere. É necessário haver lei que estipule as respectivas condições e garantias, ou que delegue à autoridade administrativa o encargo de fazê-lo. Na compensação, o contribuinte está sujeito aos mesmos prazos extintivos aplicáveis à repetição de indébito.Conforme o art. 170-A, CTN, a definitividade da compensação somente ocorre com o trânsito em julgado da respectiva decisão judicial.

EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

III – transaçãoDe acordo com o art. 840 do Código Civil:

Transação preventiva;Transação terminativa.

De acordo com o art. 171 do Código Tributário Nacional:Transação terminativa.

ATENÇÃO:

A TRANSAÇÃO SOMENTE PODE SER CELEBRADA COM

BASE EM LEI AUTORIZATIVA

EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

III – RemissãoDispensa gratuita da dívida, feita pelo credor em benefício do

devedor; Regras gerais (art. 172, CTN).

ATENÇÃO:

A REMISSÃO SOMENTE PODE SER CONCEDIDA COM

FUNDAMENTO EM LEI ESPECÍFICA (ART. 150, § 6°, CF).

EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

V - a prescrição e a decadência Prazo para que a Administração Tributária promova o lançamento:

decadencial.Prazo para que se ajuíze a ação de execução fiscal: prescricional.

DECADÊNCIA:

Prazo decadencial: 5 anos ATENÇÃO: Há quatro diferentes regras estabelecidas no CTN

para determinar o termo inicial:

EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

1. Regra Geral → 1º dia do exercício seguinte (art. 173, I)

01/01/2007 01/01/2008 5 ANOS 01/01/2013

_____|_________|__________________|________

fato gerador início do prazo decadencial

TRIBUTO JÁ PODE SER LANÇADO

EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

2. Regra do Prazo Prescricional → Data do ato tendente a lançar o tributo (art. 173, § único)

início do prazo decadencial 5 ANOS

|_____________|_________________|_______

fato gerador termo de início de fiscalização 1º dia exercício subseqüente

EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

3. “Interrupção” da Decadência→ 5 anos da data da anulação do lançamento por vício formal (art. 173, II)

22/05/2007 01/01/2008 05/06/2009 lançamento 5 anos

____|_________|__________________|________ fato gerador início do prazo decadencial anulação do lançamento

|________ 5 ANOS

EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

4. Lançamento por HomologaçãoArt. 150, § 4º CTN:“Se  a  lei  não  fixar  prazo  a  homologação,  será  ele  de  cinco  anos,  a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se  tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.”

Regra → Data do fato gerador (5 anos); Dolo, fraude ou simulação → 1º dia do exercício seguinte (Regra

geral do art. 173, I); Quando não houver o pagamento → 1º dia do exercício seguinte

(regra geral do art. 173, I).

EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

PRESCRIÇÃO

Ocorre quando a Fazenda Pública não propõe, no prazo legalmente estipulado, a ação de execução fiscal para obter a satisfação coativa do crédito tributário; Prazo: 5 anos

ATENÇÃO: Iniciando sua contagem da data da constituição definitiva do crédito tributário. Interrupção do prazo prescricional: art. 174, CTN.

Incisos I, II e III → seara judicialInciso IV → possibilidade na sera administrativa (única situação de

interrupção que pode decorrer de iniciativa do próprio devedor)

EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

VI - a conversão de depósito em renda Extinção ligada à existência de um depósito anteriormente realizado.

VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º O crédito tributário objeto de lançamento por homologação será definitivamente extinto quando a autoridade administrativa competente homologar a atividade do sujeito passivo, ou, de acordo com o § 1º do art. 150 CTN e inciso VII do art. 156 CTN, quando houver “homologação do lançamento”.

EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164 Meio processual para que o sujeito passivo exerça o seu direito de pagar e obter a quitação do tributo, quando tal providência

está sendo obstada por fato imputável ao credor. Art. 164 do Código Tributário Nacional.

IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória

EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

X - a decisão judicial passada em julgado Somente extingue o crédito tributário a decisão judicial passada em julgado favorável ao sujeito passivo.

XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei.A prestação substitutiva do pagamento em dinheiro somente poderá ser a entrega de um bem imóvel (XI, 156 CTN).

EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Excluir o crédito tributário significa impedir a sua constituição. Não obstante a ocorrência do fato gerador e o conseqüente nascimento da obrigação tributária, não pode haver lançamento, de forma que não surgirá crédito tributário, não existindo, portanto, obrigação de pagamento.

Isenção Art. 175, CTN

Anistia

EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

ISENÇÃO ANISTIAExclui crédito tributário relativo a tributo

Extingue crédito tributário relativo a penalidade pecuniária

Em ambos os casos, apesar de haver dispensa legal do pagamento (do tributo ou da multa), não se dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela conseqüente

EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Isenção

Isenção é a dispensa legal do pagamento do tributo devido.Não é causa de não-incidência tributária

Por meio de lei específica (art. 150, § 6º, CF/88 e art. 176, CTN) Em caráter geral objetivo

Pode ser: Em caráter individual subjetivo ou pessoal