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Slides Redação Revisão 1 sua escolha explicando que traço, ou traços, de um brasileiro típico o personagem, ou os persona-gens representavam. Ou seja: é a literatura vista como

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Vídeos – Brás Cubas

Memórias Póstumas – Elite brasileira do século XIXhttp://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/video/

showVideo.php?video=12012

Memórias Póstumas - Descaso Políticohttp://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/video/

showVideo.php?video=12014

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O Brasil em sete personagens

A partir de uma matéria publicada em ZH, fiquei imaginado personagens literários típicos do Bra-sil. Escolhi algumas mulheres. Tem até uma boneca

Moacyr Scliar

Este ano o vestibular da UFRGS teve características originais e inovadoras. Partindo do princípio de que “o brasileiro pode ser caracterizado por diferentes traços de personalidade e de comportamento e que estes podem estar representados em inúmeras histórias individuais”, pedia-se ao candidato para escolher um ou mais personagens literários representativos da brasilidade. O candidato tinha de justifi-car sua escolha explicando que traço, ou traços, de um brasileiro típico o personagem, ou os persona-gens representavam. Ou seja: é a literatura vista como espelho de nossa realidade. O Gabriel Brust, aqui de ZH, colheu uma série de boas opiniões sobre o tema. A partir da matéria dele, fiquei pensando em personagens literários típicos do Brasil, concentrando-me, porém (homenagem às gentis leitoras do Donna), em figuras femininas. Cheguei assim ao mágico número de sete personagens, uma lista que agora submeto a vocês.

A primeira é, claro, a Capitu, de Dom Casmurro. Machado de Assis é um autor que será lembrado abundantemente neste ano que marca o centenário de sua morte, e isso é bom, porque ele foi um grande intérprete da realidade brasileira, sobretudo em termos da classe média do Rio de Janeiro. Dom

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Casmurro é um extraordinário romance, que aborda com maestria o sombrio tema do ciúme. É nar-rado na primeira pessoa por Bentinho, marido de Capitu, aquela que tem “olhos de ressaca”(“Olhos de ressaca? Vá, de ressaca (...) Traziam um não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca”). Pior que a ressaca é seu ciúme: ele acha que Capitu o traiu com Escobar, amigo do casal. Machado, “bruxo do Cosme Velho” faz com que cheguemos ao final sem uma resposta para a dúvida que até hoje atormenta o Brasil: Capitu traiu ou não traiu? (O Lauro Quadros bem podia fazer um Polêmica com este tema).

A segunda personagem é uma boneca: Emília, de Monteiro Lobato, que, diferente do Pinóquio, não vira ser humano. Não precisa: Emília é esperta, é ousada, é viradora - traços, convenhamos, bem brasileiros. A terceira personagem (obrigado, Roger Lerina) é a cachorra Baleia, personagem de Vidas Secas, de Graciliano Ramos, publicado em 1938. É uma cachorra nordestina, enfrentando com a famí-lia de retirantes a que pertence a terrível seca da região. E Baleia aprende a sobreviver, caçando preás, ratos do campo. Eis como Graciliano descreve a cena de sua morte. “Baleia encostava a cabecinha fati-gada na pedra. Queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheio de preás (...) gordos, enormes.”

A quarta personagem, Ana Terra (de O Tempo e o Vento, de Erico Verissimo), personifica a mu-lher gaúcha, corajosa, lutadora. Vive um caso de amor com Pedro Missioneiro, o índio que sua família abrigou, posteriormente, morto pelos irmãos dela que querem assim “salvar a honra” da família. Nas palavras do autor: “Penso nela como uma espécie de sinônimo de mãe, ventre, terra, raiz, verticalidade, permanência, paciência, espera, perseverança, coragem moral”.

A quinta personagem é Gabriela, de Jorge Amado (Gabriela, Cravo e Canela, aliás, está fazendo 50

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anos: foi publicado em 1958). Depois de sua fase engajada, o escritor baiano deu asas à imaginação, ao humor e à ironia, e a história da sensual Gabriela, paixão de Nacib, dá um bom exemplo disso. A interpre-tação de Sônia Braga na tela contribuiu para fazer da história um clássico baiano.

A sexta personagem é a Macabéa (A Hora da Estrela), de Clarice Lispector. Na figura dessa nordestina pobre, ingênua, sonhadora, Clarice simbolizou um grande número de mulheres brasileiras - e projetou a si própria.

E a sétima é a Dora Avante, de Luis Fernando Veríssimo, a única socialite socialista do mundo. Precisa dizer mais?

Claro que essa lista, como a lista de Schindler, podia ser muito maior. Mas ela serve para mostrar a vi-talidade de nossa ficção. Temos grandes autores e, no RS, temos grandes leitores, que certamente devem ter gostado do desafio da UFRGS. Porque literatura é isso, não a vida que é, mas a vida que poderia ser.

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Os 10 melhores personagens da literatura brasileira

Olá, com o auxílio de leitores do blog que expressaram suas opiniões na enquete, se elaborou esta lista com os melhores personagens da literatura brasileira. Concorda? Discorda? pode mandar ver nos comentários.

1 - Bras Cubas, de Memórias Póstumas de Bras Cubas - Machado de Assis:

Só podia dar ele, que mesmo depois de morto, usou sarcasmos, e digamos até pitadas de humor negro para narrar sua história direta-mente do além.

2 - Capitu, de Dom casmurro - Machado de Assis:

Emblemática. A linda mulher, cuja discussão segue até hoje traiu ou não o marido. É o que digo, se fizer, faça bem feito.

3 - Capitão Rodrigo, de O tempo e o Vento - Érico Veríssimo:

Valente, o personagem faz parte de um livro ambientado na revo-lução farroupilha, o que faz muita gente acreditar que ele tenha real-mente existido.

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4 - Emília, de O sítio do Pica-pau Amarelo - Monteiro Lobato:

A espevitada boneca de pano é o melhor personagem da literatura juvenil brasileira, ambientada no mágico universo de Lobato.

5 - O menino maluquinho, de Ziraldo:

As travessuras do menino o transformaram num dos melhores personagens, em grande parte pela identificação de cada um de nós com os tempos de molecagem.

6 - Mandrake, de Rubem Fonseca:

O advogado Paulo Mendes vive tanto no submundo quanto próximo a gente rica. Especializado em chantagens e extorsões, sua figura se assemelha a um detetive, e viu sua popularidade aumentar com a série exibida na HBO;

7 - João Romão, de O cortiço - Aluiso de Azevedo:

Avarento e ganancioso o personagem ergue seu próprio império no cortiço, onde o zooformismo ataca cada um de seus habitantes;

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8 - O analista de Bagé, de Luis Fernando Veríssimo:

Freudiano, gaúcho e psicanalista, o personagem é de longe o mais bem humorado da literatura nacional;

9 - Ed Mort, de Luis Fernando Veríssimo:

O detetive trapalhão é uma paródia escrachada a literatura policial estrangeira, e uma promessa de risos, aventura e todo tipo de encrenca;

10 - Iracema, de José de Alencar:

A índia Tabajara é recheada de poesia num nítido romance histórico-indianista;

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Alguns dos melhores personagens da literatura brasileiraMichele Marques Baptista

Brás Cubas, de Memórias Póstumas de Bras Cubas – Machado de Assis: depois de morto, usou sarcasmos, e digamos até pitadas de humor negro para narrar sua história diretamente do além.

Ele é um “defunto-autor”, isto é, um homem que já morreu e que deseja escre-ver a sua autobiografia. Nascido numa típica família da elite carioca do século XIX, do túmulo o morto escreve suas memórias póstumas começando com uma “Dedicatória”: Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver de-dico com saudosa lembrança estas memórias póstumas.

Capitu, de Dom casmurro – Machado de Assis: emblemática. A linda mulher, cuja discussão segue até hoje traiu ou não o marido? Capitu é a personagem “mais discutida, a mais famosa, e seria repetição falar sobre a grande dúvida em que o escritor deixa o leitor sobre o adultério da esposa de Bentinho – o romance abre-se num leque com opções a favor ou contra o fato.” (LB – Revista Literária Brasileira, nº 17).

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Capitão Rodrigo, de O tempo e o Vento – Érico Veríssimo: valente, o personagem faz parte de um livro ambientado na revolução farroupilha, o que faz muita gente acreditar que ele tenha realmente existido.

Emília, de O sítio do Pica-pau Amarelo – Monteiro Lobato: a espevitada boneca de pano é o melhor personagem da literatura juvenil brasileira, ambientada no mágico universo de Lobato.

O menino maluquinho, de Ziraldo: as travessuras do me-nino o transformaram num dos melhores personagens, em grande parte pela identificação de cada um de nós com os tempos de molecagem.

Mandrake, de Rubem Fonseca: o advogado Paulo Mendes vive tanto no submundo quanto próximo a gente rica. Es-pecializado em chantagens e extorsões, sua figura se asse-melha a um detetive, e viu sua popularidade aumentar com a série exibida na HBO;

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João Romão, de O cortiço – Aluiso de Azevedo: avarento e ganancioso o perso-nagem ergue seu próprio império no cortiço, onde o zooformismo ataca cada um de seus habitantes. Ambicioso, pragmático e sem escrúpulos, constrói o cortiço após receber de herança um mercadinho. Consegue agregar ao patrimònio uma pedreira da vizinhança, garantindo ascensão social em um ambienmte marcado pela desigualdade econômica. Romão explora os moradores do cortiço, abusa dos serviços da escrava Bertoleza, para quem forja uma carta de alforria, descartando--a, ao enriquecer, para casar-se com a filha do “concorrente” Miranda.

O Analista de Bagé, de Luis Fernando Veríssimo: Freudiano, gaúcho e psicana-lista, o personagem é de longe o mais bem humorado da literatura nacional;

Ed Mort, de Luis Fernando Veríssimo: O detetive trapalhão é uma paródia escracha-da a literatura policial estrangeira, e uma promessa de risos, aventura e todo tipo de encrenca. É um detetive particular trapalhão e sempre sem dinheiro, que se mete em todo o tipo de encrencas. Ele divide seu espaço – um escritório em Copacabana, que ele chama apenas de “escri” porque é muito pequeno – com 117 baratas e um rato albino chamado Voltaire.

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Iracema, de José de Alencar: a índia Tabajara é recheada de poesia num nítido ro-mance histórico-indianista, é conhecida como “A virgem dos lábios de mel”.

Ceci e Peri, de José de Alencar: a aventura de Ceci, casta, diáfa-na e muitas vezes identificada como a Virgem Maria, e de Peri, o “bom selvagem”, corajoso chefe da nação dos goitacás, que abandona seu povo para servir a sua senhora, foi apropriada por diferentes registros culturais: da tradição popular das feiras aos palcos dos teatros frequentados por setores mais abasta-

dos, passando pelo cinema e pelas novelas, ou ainda, pela divertida marchinha de Lamartine Babo, no carnaval de 1934, intitulada “História do Brasil”

Antônio Balduíno, de Jorge Amado: protegido do pai-de-santo Jubiabá. Baldo, o protagonista, aliena-se, tornando-se um arruaceiro, chefe de grupo de moleques, esquecendo-se de seus ancestrais negros e das tradições de sua raça. Oprimido pela sociedade, lidera seu grupo, rouba para viver, ao mesmo tempo em que cultua verdadeira paixão por Lindinalva.

Macunaíma, Mário de Andrade: um herói sem nenhum caráter (anti-herói), é um índio que representa o povo brasileiro, mostrando a atração pela cidade grande de São Paulo e pela máquina. A frase característica da personagem é “Ai, que preguiça!”.