Smith Sentimentos Morais

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livro clássico do pensador ingles

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Publicado em 1759, Teoria dos Sentimentos Morais , do ponto de vista filosfico, a obra-prima de Adam Smith.Os interesses especulativos do autor se concentravam na busca de uma resposta questo De que modo o homem, como indivduo ou como espcie, chegou a ser o que e em mostrar a condio atual d homem como o resultado de alguns fatores, poucos e simples. As duas partes de seu sistema so a teoria dos sentimentos morais e a clebre riqueza das naes. A primeira pretende reduzir a conduta moral dos homens a uma fonte nica. Seu princpio fundamental que o objeto primeiro de nossas percepes morais representado pelas aes dos outros" homens que ns julgamos segundo a nossa capacidade maior 0u menor de simpatizar com elas e, em segundo lugar, que nossos juzos morais sobre nossa prpria conduta so apenas aplicaes dos julgamentos que j fizemos da conduta dos outros e que elevamos categoria de deveres.

TEORIA DOS SENTIMENTOS MORAISouPiiMlo para uma anlise dos princpios pelos quais os homens luturalmente julgam a conduta e o carter, primeiro de seus prximos, depois de si mesmos.Acrescida de umaI ssertao sobre a origem das lnguasdeAdam SmithBiografia crtica por DUGALD STEWARTTraduo LYA LUFTReviso EUNICE OSTRENSKYMartins FontesSo Paulo 1999

Esta obra foi publicada originalmente em ingls com o ttulo THEORY OF MORAL SENTIMENTS.Copyright Livraria Martins Fontes Editora Ltda.,So Paulo, 1999, para a presente edio.1? edionovembro de 1999TraduoLYA LUFTReviso da traduoEunice Ostrensky Reviso grfica Ivany Picasso Batista Ivete Batista dos Santos Produo grfica Geraldo Alves Paginao/Fotoiitos Studio 3 Desenvolvimento Editorial (6957-7653)CapaAlexandre Martins Fontes Katia Harumi TerasakaDados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP) (Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)Smith, Adam, 1723-1790.Teoria dos sentimentos morais, ou, Ensaio para uma anlise dos princpios pelos quais os homens naturalmente julgam a conduta e o carter, primeiro de seus prximos, depois de si mesmos, acrescida de uma dissertao sobre a origem das lnguas / de Adam Smith ; traduo Lya Luft ; reviso Eunice Ostrensky. - So Paulo : Martins Fontes, 1999. - (Paidia)Ttulo original: Theory of moral sentiments.ISBN 85-336-1104-81. tica - Obras anteriores a 1800 I. Ttulo. II. Ttulo: Ensaio para uma anlise dos princpios pelos quais os homens naturalmente julgam a conduta e o carter, primeiro de seus prximos, depois de si mesmos, acrescida de uma dissertao sobre a origem das lnguas. III. Srie.99-3416CDD-170ndices para catlogo sistemtico:1. Teoria dos sentimentos morais : tica 170Todos os direitos para a lngua portuguesa reservados Livraria Martins Fontes Editora Ltda.Rua Conselheiro Ramalho, 3301340 01325-000 So Paulo SP Brasil Tel. (11) 239-3677 Fax (11) 3105-6867 e-mail: [email protected] http :l /www.martinsfontes. com

SumrioUh ' critica, por Dugald StewartXIPRIMEIRA PARTE DA CONVENINCIA DA AOM ;i simpatia5l)o prazer da simpatia mtua11Da maneira pela qual julgamos a convenincia ou inconvenincia dos afetos alheios, por sua consonncia ou dissonncia em relao aos nossos15Continuao do mesmo assunto19Das virtudes amveis e respeitveis24

SIIO II Dos graus das diversas paixes compatveiscom a convenincia29Introduo29Das paixes que se originam do corpo30

Das paixes que se originam de um pendor ou hbito particular da imaginao34

Das paixes insociveis38Das paixes sociveis44Das paixes egostas46

SEO III - Dos efeitos da prosperidade e da adversidade sobre o julgamento dos homens quanto convenincia da ao; epor que mais fcil obter sua aprovao numa situao mais que em outra 51Que embora nossa simpatia pelo sofrimento seja geralmente uma sensao mais viva que nossa simpatia pela alegria, em geral muito menos intensa que a naturalmente sentida pela pessoa diretamente atingida 51Da origem da ambio e da distino social 59Da corrupo de nossos sentimentos morais, provocada por essa disposio de admirar os ricos e grandes, e desprezar ou negligenciar os de condio pobre ou mesquinha 72

SEGUNDA PARTEDO MRITO E DO DEMRITO ou DOS OBJETOS DE RECOMPENSA E DE CASTIGOSEO I - Do senso de mrito e demrito 81Introduo 81O que parece objeto prprio de gratido parece merecer recompensa; e, do mesmo modo, o que parece objeto prprio de ressentimento parece merecer punio 82Dos objetos apropriados de gratido e ressentimento 84Quando no h aprovao da conduta da pessoa que confere o benefcio, h pouca simpatia pela gratido daquele que o recebe; e, inversamente, quando h desaprovao dos motivos da pessoa que comete o dano, no h nenhuma espcie de simpatia pelo ressentimento de quem o sofre 87Recapitulao dos captulos anteriores 89A anlise do senso de mrito e demrito 90

il < Al II Da justia e da beneficncia97( .i imparao entre aquelas duas virtudes97

) |) senso de justia, de remorso, e da conscinciatio mrito102III I M tilllidade dessa constituio da natureza106< ) III - Da influncia da fortuna sobre os sentimentos da humanidade quanto ao mrito

ou demrito das aes115Introduo115I >ns causas dessa influncia da fortuna117I )os limites dessa influncia da fortuna121I )a causa final dessa irregularidade dos sentimentos130

TERCEIRA PARTEDO FUNDAMENTO DE NOSSOS JUZOS QUANTO A NOSSOS PRPRIOS SENTIMENTOS E CONDUTA, E DO SENSO DE DEVERDo princpio da aprovao e de desaprovao de si mesmo 139

l)o amor ao louvor, e do amor ao que louvvel; e

do horror censura, e ao que censurvel 143Da influncia e autoridade da conscincia 164Da natureza do auto-engano, e da origem e utilidade

de regras gerais 189Da influncia e da autoridade de regras gerais da moralidade, que so justamente consideradas como

as leis da Divindade 195Em que casos o senso de dever deveria ser o nico princpio de nossa conduta; e em que casos deveria coincidir com outros motivos 207QUARTA PARTE

QUARTA PARTE

DO EFEITO DA UTILIDADE SOBREOSENTIMENTO DE APROVAOI. Da beleza que a aparncia de utilidade confere a todos os produtos de arte, e da ampla influncia dessa espcie de beleza 219Da beleza que a aparncia de utilidade confere aos caracteres e aes dos homens; e em que medida a percepo dessa beleza pode ser considerada como um dos princpios de aprovao originais 229

QUINTA PARTEDA INFLUNCIA DOS USOS E COSTUMES SOBRE OS SENTIMENTOS DE APROVAO E DESAPROVAO MORALDa influncia dos usos e costumes sobre nossas noes de beleza e deformidade 239Da influncia dos usos e costumes sobre os sentimentos morais 246

SEXTA PARTE DO CARTER DA VIRTUDEIntroduo 263SEO I - Do carter do indivduo, na medida em queafeta sua prpria felicidade; ou da prudncia 265SEO II - Do carter do indivduo na medida em quepode afetar a felicidade de outras pessoas 273Introduo 273Da ordem em que indivduos so recomendados por natureza aos nossos cuidados e ateno 274

urdem em que as sociedades so por natureza

hh omendadas nossa beneficncia 285D.i I tcnevolncia universal 293

Al ) III - Do autodomnio 297I (N< 1,1 ISO I)A SEXTA PARTE 327

STIMA PARTE DOS SISTEMAS DE FILOSOFIA MORALM ' ) I - Das questes que deveriam ser examinadasnuma teoria dos sentimentos morais 3331 A< ) II - Das diferentes descries quanto natureza da virtude 335

Introduo 335I I )( >s sistemas que fazem a virtude consistir na convenincia 336Dos sistemas que fazem a virtude consistir na prudncia 366Dos sistemas que fazem a virtude consistir na benevolncia 372I )os sistemas licenciosos 380

M (,:Ao III - Dos diferentes sistemas que se formaramquanto ao princpio da aprovao 391lillroduo 391Dos sistemas que deduzem do amor de si o princpio da aprovao 392

IL Dos sistemas que fazem da razo o princpio daaprovao 395Dos sistemas que fazem do sentimento o princpio da aprovao 399

SEO IV - Da maneira como diferentes autores trataram as regras prticas da moralidade 409CONSIDERAES SOBRE A PRIMEIRA FORMAO DAS LNGUAS E SOBRE A DIFERENA DE GNIO ENTRE AS LNGUAS ORIGINAIS E COMPOSTAS 429XIITEORIA DOS SENTIMENTOS MORAIS

Biografia crtica, por Dugald StewartI )unald Stewart, amigo pessoal de Adam Smith, escreveu a primeira H inln destas Memrias em 1793, provavelmente para a sexta edio da nliiii lsta, a verso definitiva, data de 1811, (N. da R. T.)0 Sr. Smith, o pai, nasceu em Aberdennshire, e na juventude foi juiz ilrlcnxor (irriter to the signet") em Edimburgo. Mais tarde veio a se tornar iii itMArlo particular do Conde de Londoun, durante o perodo em que este mi llptiu os cargos de Secretrio-Chefe de Estado e Chanceler. Nessa condi- \ di nr manteve at 1713 ou 1714, quando foi indicado para o cargo de inter- vmit ir de alfndegas em Kirkaldy. Tambm foi juiz das cortes marciais e dos pnnwlhos de guerra da Esccia, cargo em que se manteve de 1707 at a sua llltirtr. Como j faz 70 anos que morreu, os relatos sobre sua vida so basante Imprecisos. Mas, pelos detalhes acima mencionados, pode-se presumir i|in* fosse homem de qualidades incomuns.

Writer to the signet, de acordo com a lei escocesa, uma espcie de

profissional do direito em Edimburgo que atua junto Corte Suprema.(N. da R. Tf)Do nascimento publicao da teoria dos sentimentos moraisAdam Smith, autor de Investigao sobre a natureza e asCausas da riqueza das naes, era filho de Adam Smith, interventor de alfndegas em Kirkaldy1, e de Margaret Douglas, filha do Sr. Douglas de Strathenry. Era filho nico do casal, e nas- l*>n riu Kirkaldy, em 5 de junho de 1723, poucos meses antesl i nu nie ile seu pai.

, Infncia, sua constituio era fraca e doentia, exigindo indu a ternura de sua me, que se censurava por trat-lomi tanta indulgncia. Isso, entretanto, no produziu efeitos desfavorveis sobre o temperamento ou o comportamento do filho, que pde, enfim, usufruir a rara satisfao de retribuir a afeio me, com a maior dedicao que a gratido filial poderia ditar, durante o longo perodo de sessenta anos.

Quando contava trs anos, foi vtima de um incidente que, por ser bastante curioso, no se deve omitir do comentrio de uma vida to valiosa. Sua me o levara a Strathenry, em visita a seu tio, Sr. Douglas, quando, certo dia, divertindo-se sozinho porta de casa, foi seqestrado por um bando de vagabundos conhecidos na Esccia pelo nome de latoeiros*. Por sorte, o tio logo sentiu sua falta e, ouvindo dizer que um grupo desses vagabundos passara por ali, saiu a persegui-los, pedindo ajuda a quem podia, at alcan-los na floresta de Leslie. Assim, graas a seu intermdio, preservou-se um gnio para o mundo, destinado no apenas a ampliar as fronteiras da cincia, como a iluminar e reformar a poltica comercial da Europa.A escola de Kirkaldy, onde o Sr. Smith recebeu os seus primeiros rudimentos de educao, era ento dirigida pelo Sr. David Miller, professor de considervel reputao em seu tempo, cujo nome merece ser lembrado por conta dos eminentes homens que aquele seminrio to obscuro produziu sob sua direo. Alguns deles foram o Sr. Oswald, de Duni- keir O falecido cavalheiro James Oswald, por muito tempo um.de nossos representantes escoceses no Parlamento mais ativos, capazes e de maior esprito pblico. Distinguiu-se particularmente por seus conhecimentos em assuntos de finanas e por sua ateno a tudo o que dissesse respeito aos interesses comerciais e agrcolas do pas. Pela maneira como mencionado num texto do Sr. Smith que pesquisei, a essas informaes detalhadas, que manifestamente possua como estadista e homem de negcios, mesclava um gosto por discusses de economia poltica mais gerais e filosficas. Mantinha grande intimidade com Lorde Kames e com o Sr. Hume, e dos amigos do Sr. Smith era o mais antigo e o maior confidente.; seu irmo, Dr. John Oswald, mais tarde bispo de Raphoe; e nosso excelente colega falecido, Rev. Dr. John Drysdale: todos quase contemporneos do Sr. Smith, a ele unidos, pela vida toda, pelos mais estreitos laos de amizade. Um de seus

ib I/H 'li fric AKXIIIgitt* iilinl.i vive: c sua bondade devo as minguadas in- HMt i " i|iu constituem a primeira parte desta narrativa.! mi , companheiros de seus primeiros anos, o Sr. iRItil liiM" i liumou ateno por sua paixo pelos livros e pe-m VMliti ndliiirios poderes de sua memria. Embora a debi- KMiIi IiMi .i o impedisse de tomar parte nas diverses que fcuM'ii ni,ils enrgicas, os amigos o amavam muito por seu |Hii|'* iiiiiietito que, apesar de apaixonado, era extraordina-I i.ti i amigvel e generoso. Mesmo ento, era notvel porHHtH Irh hbitos (|ue o acompanharam por toda a vida, como (MIHI Mi/lnho, e estar alheio presena de outros.I M rscola primria de Kirkaldy, foi enviado em 1737 Utllvimldade de Glasgow, onde permaneceu at 1740, quan- p) li H , Haliol College como bolsista da Snell Foundation.i ) I )r. Madaine, de Haia, colega do Sr. Smith em Glas- Jjuw , i ontou-me h alguns anos que seus interesses favoritos Ilii I Iftlversidade eram matemtica e filosofia natural; e recor- I Ii i ii ir de 1er ouvido meu pai lembr-lo de um problema de efHiniflria de bastante dificuldade de que se ocupava quan- iln conheceram, e que fora proposto como exerccio pelo ftlliioNo Dr. Simpson.Mas essas no eram as cincias em que se destacaria; linn o afastaram por muito tempo das atividades mais ade- 1111,11 l.ts a seu esprito. O que Lorde Bacon diz de Plato apli- I ii ii muito bem ao Sr. Smith: Illum, licet ad republicam non ili i '.,sis,set, tamen natura et inclinatione omnino ad res civili propensum, vier eo praecipue intendisse; neque de Phi- liwophia Naturali admodum sollicitum esse; nisi quatenus ad ChlloNophi nomen et celebritatem tuendam, et ad majestatem iHUindam moralibus et civilibus doctrinis addendam et asper- Hrndam sufficeret.4 Todas as divises do estudo da natureza litlinana, mais precisamente a histria poltica da humanida-lf, revelaram um vasto campo para sua curiosidade e dese- |i i ( le saber; e ao mesmo tempo em que lhe ofereciam um iimplo espectro de possibilidades para os diversos poderes

.1. George Drysdale, cavalheiro de Kirkaldy, irmo do falecido Dr. I iryndale.Redarguito Philosophiarum.

de seu gnio verstil e abrangente, satisfaziam sua paixo dominante de contribuir para a felicidade e aperfeioamento da sociedade. A esse estudo, substitudo em suas horas de lazer, pelas atividades menos rduas da literatura erudita, parece ter-se dedicado quase inteiramente aps deixar Oxford; entretanto ainda conservava, mesmo em idade avanada, lembrana de suas primeiras aquisies, o que no s aumentava o esplendor de sua conversa, como tambm lhe permitia exemplificar algumas de suas teorias favoritas quanto ao progresso natural do esprito na investigao da verdade com a histria daquelas cincias em que a conexo e sucesso de descobertas pode ser determinada com a maior vantagem. Se no estou enganado, alm disso, a influncia de seu gosto precoce pela Geometria Grega pode ser notada na clareza e simplicidade, por vezes beirando a prolixidade, com que freqentemente demonstra seus raciocnios polticos. As conferncias do grave e eloqente Dr. Hutcheson, a que assistira antes de sua partida para Glasgow, e das quais sempre falava com a mais entusiasmada admirao, tiveram - podemos presumir considervel efeito na orientao de seus talentos para seus assuntos apropriadosOs que conheceram o Dr. Hutcheson apenas por meio de suas publicaes talvez se inclinem a contestar a convenincia de se aplicar o adjetivo eloqente a qualquer um de seus textos, notadamente o seu System of Moral Philosophy (Sistema de filosofia moral), publicado pela primeira vez depois de sua morte. Mas seus talentos como orador devem ter sido muito superiores ao que demonstrava como escritor. Todos os seus alunos com quem me encontrei (alguns dos quais certamente crticos muito competentes) foram unnimes ao comentar a extraordinria impresso que causava no esprito de seus ouvintes.

As obras do Sr. Hutcheson, Inquiry into our ldeas of Beauty and Virtue (Investigao sobre nossas idias de beleza e virtude), Discourse on the Passions (Discurso sobre as paixes) e Illustrations of the Moral Sense (Ilustraes sobre o senso moral), trazem muito mais fortes as marcas do seu gnio do que sua obra pstuma. Sua grande e merecida fama, porm, repousa agora sobretudo na tradicional histria de suas conferncias acadmicas, as quais parecem ter contribudo fortemente para difundir na Esccia o gosto pela discusso analtica e aquele esprito de investigao liberal - uma das mais valiosas produes do sculo XVII que o mundo lhe deve..XVIIITEORIA DOS SENTIMENTOS MORAIS

,A CRITICAXIX

itt illi CRTICAXVI

Nih i consegui obter nenhuma informao sobre o pero-tilt n,i |uventude passado na Inglaterra. Ouvi-o dizer que (tlriilrinente praticava traduo (particularmente do fran- *#hi , I n n de melhorar seu prprio estilo; e com freqncia ,i uma opinio favorvel quanto utilidade de taisrpn lt los para todos os que cultivam a arte da composio. IkiiihiI.ivH que nenhuma dessas experincias juvenis tenha llltl IM i ifrvada; e, embora poucas passagens de seus textos Bpi li ni sua habilidade como tradutor, bastam para mostrar ! IMM rmelncia naquele estilo literrio que, em nosso pas, tmii *li li i tlo pouco freqentado por homens de gnio.l ul provavelmente nessa poca de sua vida que se dedi- U 11 n o maior afinco ao estudo das lnguas. O conheci- iim him que tinha delas, fossem antigas ou modernas, era ex- iMiinlliurlamente amplo e acurado. E no se servia desse co- hIh ' Imento para exibir uma erudio de mau-gosto, mas para Miili'li'icr um elo de ligao com tudo o que pudesse lanar |||# mil ire as instituies, os costumes, e as idias de diversas I mi ,ih e naes. A segurana com que recitava obras de poeto* Mi''K( >\ romanos, franceses e italianos, mesmo aps ter-se pilli ,n Io, na maturidade, a vrias outras ocupaes e investi- MMVi h-i. pennitia ver que conhecera a fundo as artes do bem lilltii Na lingua inglesa, a variedade de trechos poticos, que litii i penas citava eventualmente, mas sabia reproduzir com plVi . i, surpreendia mesmo queles cuja ateno nunca se i ll n .1 para os haveres mais importantes.Depois de residir em Oxford por sete anos, voltou a Mil ilily i morou dois anos com sua me; dedicou-se aos es- llliln',, mas sem nenhum firme desgnio para sua vida futura. (iilnelpio, fora destinado a servir Igreja Anglicana, e com iititir propsito fora enviado a Oxford; mas, receando que an i 1 InnU ) eclesistica no combinasse com seu gosto, decidiu

ft ( ) Kraii incomum em que o Sr. Smith retinha, mesmo perto do fim |Ih VIiIh, lembrana de diferentes espcies de conhecimento que h muito iMMiiM de cultivar me foi comentado por meu erudito colega e amigo Sr. I litl/irl, professor de grego nesta Universidade. Particularmente, o Sr. Dalzel IMi'lii lonoti a presteza e exatido da memria do Sr. Smith em questes filo- ' un r a preciso e habilidade que demonstrava em conversas sobre algu- minutiae da gramtica grega.consultar, a esse respeito, suas prprias inclinaes, sem prejuzo das expectativas de seus amigos; ignorou, pois, todos os conselhos de prudncia, e decidiu retomar ao seu prprio pas, restringindo sua ambio incerta perspectiva de conseguir algum desses cargos modestos aos quais a profisso literria conduz as pessoas na Esccia.No ano de 1748, fixou residncia em Edimburgo e, durante esse ano e os anos seguintes tendo Lorde Kames como patrono, deu conferncias sobre retrica e literatura. Por essa poca, tambm, iniciou uma amizade muito ntima, que continuou ininterruptamente at sua morte, com Alexander Wedderburn, agora Lorde Loughborough, e com William Johnstone, agora Sr. Pulteney.Omomento preciso em que comeou seu relacionamento com o Sr. David Hume no aparece em nenhuma informao que recebi; mas alguns documentos que ora esto em mos do sobrinho do Sr. Hume, os quais gentilmente me foi permitido examinar, deixam entrever que antes de 1752 j haviam passado de conhecidos a amigos. Tratava-se de uma afeio recproca, baseada na admirao pelo talento e no amor simplicidade, e que constitui uma circunstncia interessante na histria de cada um desses homens eminentes, pois ambos demonstraram o forte desejo de registr-la para a posteridade.Em 1751, o Sr. Smith foi escolhido professor de Lgica na Universidade de Glasgow; e, no ano seguinte, foi nomeado professor de Filosofia Moral da mesma Universidade, ocupando o lugar deixado vago pela morte do Sr. Thomas Craigie, sucessor imediato do Dr. Hutcheson. Nessa condio permaneceu por treze anos, perodo que retrospectivamente costumava considerar o mais til e feliz de sua vida. Era realmente a situao ideal para que se destacasse, uma vez que nos trabalhos dirios de sua profisso sua ateno constantemente se voltava para sua atividade favorita, familiarizando seu esprito com aquelas importantes especulaes que mais tarde comunicaria ao mundo. Assim, embora esse fosse um cenrio muito pequeno para suas capacidades, muito contribuiu, nesse nterim, para a futura eminncia de seu carter literrio.. ficou guardado das conferncias do Sr. Smith en- l|iiiin|n loi professor em Glasgow, salvo o que ele mesmo |iul ilii na Teoria dos sentimentos morais e em A riqueza das ftilfv Devo o breve resumo dessas obras, que vem a se- Mlll, ,i uiti cavalheiro que foi outrora aluno do Sr. Smith, e Miilliiuuu, at a morte deste, a ser um de seus mais ntimos illlrlim amigos7."Na Cadeira de Lgica, para a qual o Sr. Smith foi indi- nnlu riu sua primeira nomeao nessa Universidade, logo teh cIhmi a necessidade de afastar-se amplamente do progra- illii |iir fora seguido por seus antecessores, e dirigir a aten- tftn li >. alunos para estudos mais interessantes e mais teis Mti 1111 < ' . lgica e a metafsica escolsticas. Assim, depois de i|hi icnl.ir lima viso geral dos poderes do esprito, e expli- lgica antiga tanto quanto fosse preciso para satisfazer intimidade sobre um mtodo artificial de raciocinar, que niltn >1,1 ocupara a ateno de quase todos os eruditos, ded- IImi IihIo o resto do seu tempo a fornecer um sistema de relui l ii * literatura. O melhor mtodo de explicar e ilustrar os Vrtilim poderes do esprito humano - a parte mais til da ttirliilMi a - surge de um exame dos vrios modos de trans- iiidh nossos pensamentos por meio de discursos, e da atentou mm princpios daquelas composies literrias que con- lilhiiMii para a persuaso ou entretenimento. Por essas artes, Ml mt Imun partes: uma compreende a teoria da Moral e a H MN doutrinas prticas. As questes sobre as quais se li >1 .i primeira so principalmente as duas que seguem: /, poi qual princpio de nossa constituio somos feilii* ii lormar a noo de distines morais - pela facul- tltoli ijiir. nos outros objetos de conhecimento humano,EH1)!' distino entre o verdadeiro e o falso, ou por al- Hl I loi In peculiar da percepo (chamado por alguns de Hau inoi.il) a que agrada um conjunto de qualidades e tli -.i|ii o l.i oulro? Segundo, qual o objeto prprio de aprova- pti iiiniiil' Ou, em outras palavras, qual a qualidade ou IIhIIiIih!' i comuns a todos os diferentes tipos de virtude? Iii iu volonclii um amor de si racional, ou uma disposio ll mluiil do predomnio da Razo sobre a Paixo) para iKti iltli 1 iservar essa irregularidade de nossos sentimentos morais, o iNi', Smith no est evidenciando uma objeo peculiar ao seu prprio sistema, mas removendo uma dificuldade que igualmente atinge todas as teorias at aqui propostas sobre esse lema. At onde sei, o Sr. Smith o primeiro filsofo totalmente consciente da importncia da dificuldade, e realmente li tratou com grande habilidade e xito. Ao justific-la, de nenhum modo a apresenta distorcida por qualquer peculiaridade de seu prprio esquema, o que, devo admitir, parece- me a mais slida e valiosa contribuio que fez para esse raXXXIVTEORIA DOS SENTIMENTOS MORA I

HHHrJtAFJA CR1JCAXXXIII

XXXIITEORIA DOS SJtffflMENlOS MORAIS

mo da cincia. impossvel resumir tal justificativa num esboo como este; por isso, devo me conteatar cm observar que consiste de trs partes. primeira explica as causas dessa irregularidade do sentimento; a segunda, a extenso de sua influncia; e a terceira, os importantes propsitos a que se subordina. Seus comentrios sobre o ltimo desses tpicos so mais engenhosos e agradveis, pois a finalidade mostrar, em oposio ao que deveramos estar dispostos a apreender inicialmente, que, quando a natureza implantou as sementes dessa irregularidade no peito do homem, pretendeu principalmente promover a felicidade e a perfeio da espcie.Orestante da teoria do Sr. Smith destina-se a mostrar como se forma nosso senso de dever graas aplicao, sobre ns mesmos, dos julgamentos que de incio fazamos quanto conduta dos outros.Para introduzir essa investigao, sem dvida a mais importante da obra, e para a qual as especulaes precedentes so, segundo a teoria do Sr. Smith, uma preparao necessria, sustenta o fato relativo nossa conscincia de elogio ou censura merecidos. preciso admitir, contudo, que a primeira viso do fato, como o prprio autor afirma, no parece muito favorvel a seus princpios. Por um lado, reconhece abertamente que a maior finalidade de um homem sbio e virtuoso no agir de modo a obter a aprovao real dos que o rodeiam, mas agir de modo a tornar-se para eles objeto justo e adequado da aprovao. Alm disso, sua satisfao com sua prpria conduta depende muito mais da conscincia de merecer essa aprovao, do que de realmente sabore-la. Por outro lado, insiste em que, embora isso primeira vista possa sugerir a existncia de alguma faculdade moral que no seja tomada do exterior, nossos sentimentos morais sempre tm alguma secreta relao, ou com o que so os sentimentos dos outros, ou com o que seriam em determinada condio, ou finalmente com o que imaginamos deveriam ser; ainda, se fosse possvel uma criatura humana crescer at a idade adulta sem nenhuma comunicao com sua prpria espcie, j no poderia pensar mais em seu prprio carter, nem na convenincia ou demrito de seus prprios senti-wrnmmmiHcntos e conduta, que na beleza ou feira de seu prprio KNo. H, com efeito, um tribunal dentro de nosso peito, su- |rt'tn rbitro de todas as nossas aes, que seguidamente HOS mortifica em meio ao aplauso, e nos ampara quando oli indo nos censura; mas, mesmo assim, objeta o autor, se investigarmos a origem de sua instituio, veremos que sua |l irsdio deriva em grande parte da autoridade daquele mes- nlK i tribunal cujas decises tantas vezes e com tanta justia Hivrrte.

Assim que nos vemos no mundo, por algum tempo per- M'Kunnos ardorosamente o impossvel projeto de conquistar il I )A vontade e aprovao de todos. Porm, logo descobrimos que essa aprovao universal inatingvel; que a con- illlta mais eqitativa freqentemente precisa frustrar os inte- hpnscs ou inclinaes de certas pessoas, as quais raramente Mto francas o suficiente para apreciar a convenincia de litMsos motivos, ou para ver que essa conduta, por mais que ti julguem desagradvel, perfeitamente adequada a nossa Mlwao. Para nos defendermos desses julgamentos parciais, li |gi> aprendemos a instalar em nossos prprios espritos um |ilU entre ns e aqueles com quem convivemos. Concebemo- tiON agindo na presena de uma pessoa que no tem relao (imlicular, nem conosco, nem com aqueles cujos interesses Di ) afetados por nossa conduta; e nos empenhamos para agir dl modo a obter a aprovao desse suposto espectador im- IHiidal. somente consultando-o que podemos ver o que se ft'lere a ns, segundo uma forma e dimenses adequadas.Em duas ocasies diferentes, examinamos nossa prpria ujnduta e tentamos v-la luz de um espectador imparcial. 1'flineiro, quando estamos na iminncia de agir; segundo, depuis de termos agido. Nos dois casos, nossas opinies muito provavelmente sero parciais.Quando estamos na iminncia de agir, a avidez da pai- mlo raramente nos permite avaliar, com a imparcialidade de indiferente, o que estamos fazendo. Quando a ao litmina, e as paixes que a provocaram cederam, embora hi 'in dvida possamos partilhar dos sentimentos do especta- ili >i indiferente com muito mais frieza do que antes, to de- M.igradvel pensarmos mal de ns mesmos, que muitas vezes de propsito desviamos nosso pensamento das circunstfln cias que podem tomar desfavorvel nosso julgamento. I >.) aquele auto-engano, fonte de metade das desordens da vidtl humana.Para nos defendermos de tais iluses, a natureza nos Io va a formar de modo imperceptvel, por meio de continu.i observaes da conduta de outros, certas regras gerais quaii to ao que justo e conveniente fazer ou evitar. Algumas clMR aes alheias chocam nossos sentimentos naturais; e, quando observamos outras pessoas to impressionadas quanto n* mesmos, confirma-se nossa crena de que nossa reprova;! i foi justa. Portanto, naturalmente estabelecemos como rcgrn geral que todas essas aes devem ser evitadas, j que U*n dem a nos tornar odiosos, desprezveis, ou merecedores dp punio; e, por reflexo habitual, esforamo-nos para fix.ii em nossos espritos essa regra geral, a fim de corrigir as do turpaes do amor de si, caso seja preciso alguma vez ; em circunstncias semelhantes. Se fosse ouvir os ditames do sua paixo, o homem extremamente ressentido talvez em .1 rasse a morte de seu inimigo apenas como uma pequei 1 compensao pelos males ordinrios que o outro causou. Ma suas observaes sobre a conduta de outros ensinaram-lho como so horrveis essas vinganas sanguinrias; por isso, ele imprimiu em seu esprito, como regra invarivel, abstei se das vinganas em todas as ocasies. Essa regra preserva .1 autoridade sobre si mesmo, controla a impetuosidade de si u paixo, e corrige as opinies parciais sugeridas pelo amor < !< si. Contudo, se fosse a primeira vez que levava em conta 0* sa ao, sem dvida estabelec-la-ia como ao justa e apro priada, e como algo que todo espectador imparcial aprovu ria. A considerao dessas regras gerais de moralidade corm titui o que segundo o Sr. Smith se pode chamar adeqiiiid.i mente de senso do dever.Sugeri anteriormente que o Sr. Smith no descarta inteiramente de seu sistema aquele princpio de utilidade, cu|ii percepo em qualquer ao ou carter constitui, segunde 111 Sr. Hume, o sentimento de aprovao moral. O Sr. Hume ir conhece como proposio universalmente vlida que s Nfj aprovam como virtuosas as qualidades do esprito teis 011XXXVITEORIA DOS SEmiMENTOS MORAIS

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, piiiii .i prpria pessoa, seja para outros. Tam- '0 i|(U' sentimento de aprovao, segundo o qual || vIHuo.no, intensificado pela percepo da uti-mim mi autor explica o fenmeno, intensificado liii|i.nl,i pela felicidade daqueles a quem a utilida- tlli1 . assim, insiste em que no a considera- Hllliil>n Ir a primeira ou a principal origem da apro-

BIOGRAFIA CRTICAl.IU

M' 1/71 CKnCAL1II

||it n llvesse impedido, o Sr. Smith (segundo me disse) Itului dedicar-lhe sua A riqueza das naes.Mil iulo apenas os homens distintos que nesse perodo |ty(|i c|Kh u to esplndida na histria literria da Frana 'SHtfiiiim a curiosidade do Sr. Smith enquanto esteve emllKim i contato com a literatura erudita, tanto antiga como M i loi intenso e entre suas vrias atividades jamais il' cultivar o gosto pelas belas-artes; menos, talvez, *| |i|ii/'fe.s caractersticos que propiciam (embora o Sr. Mu losse, em absoluto, desprovido de sensibilidade | belezas), que pela relao com os princpios ge- JPl cw|)lrlt() humano, cuja anlise a literatura fornece oMM' ', dos caminhos. Para os que investigam esse delicado, uma comparao dos gostos predominan- diferentes naes oferece um valioso conjunto de > It Ni Smith, sempre disposto a atribuir aos usos e cos-

ii tI evldo lugar no governo das opinies da humani- Itltiilv.is beleza, naturalmente deve ter aproveitado i|tt4ti|liiiild.idi' que um pas estrangeiro lhe oferecia para Mllltt'* primeiras teorias.

jlIMIiin de suas noes peculiares relativas s artes imi- lalilil x-iii parecem se ter confirmado graas s suas fH^in in i estrangeiro. Cedo descobriu o princpio fun- Hl d'1 i|ue grande parte do prazer que as artes nos ptlltllli decorre da dificuldade da imitao; esse prin- iIm Imente lhe foi sugerido por um outro, o da dif- jmillHitUik1, por meio do qual alguns crticos franceses |4I l'NpIlt ur o efeito da versificao e da rima13. O Sr. ||MI| *ll IU o mais possvel esse princpio, submetendo a Ml li In IWNlunte engenhoso, uma grande variedade de ^ll*i n Irtentes a todas as diferentes belas-artes. Mas Vim >i dirimas concluses que pelo menos primei- i ii bastante paradoxais; e no posso deixar de lfMt1 i liegmam mesmo a distorcer seu julgamento |^ll nplitles que estava habituado a dar a respeitoW|ll *> li |OS SEiVn/WimOS MORAIS

Os princpios da composio dramtica atraram particularmente sua ateno; e a. historia do teatro, antigo ou moderno, provera-o de alguns dos mais notveis fatos sobre os quais fundava sua teoria das artes imitativas. Dessa teoria parecia se seguir, como conseqncia, que as mesmas circunstncias que na tragdia conferem vantagens aos versos brancos sobre a prosa, deveriam dar vantagens rima sobre os versos brancos; e o Sr. Smith sempre tendeu para essa opinio. Mais que isso: chegou ao ponto de aplicar essa doutrina comdia, lamentando que os excelentes quadros da vida e dos costumes que o palco ingls oferece no fossem executados segundo modelo da escola francesa. Sua admirao pelos grandes autores dramticos da Frana tornou-o obstinado; e essa admirao (resultante originalmente do carter geral do seu gosto, que se deliciava mais em notar aquela flexibilidade da inteligncia que se adapta a regras estabelecidas do que em se surpreender com os vos mais ousados de uma imaginao indisciplinada) aumentou ainda mais quando viu intensificadas pela perfeio da apresentao teatral as belezas que j o haviam impressionado em seus estudos. Nos ltimos anos de sua vida s vezes divertia-se, numa hora de lazer, apoiando suas concluses tericas sobre esse assunto nos fatos sugeridos por seus estudos e observaes subseqentes: e, se tivesse vivido para isso, pretendia preparar para impresso os resultados desses trabalhos. Deixou apenas um breve fragmento dessa obra para publicao; porm, no avanara o suficiente para aplicar sua doutrina versificao e ao teatro. Mas como suas idias relativas a essa doutrina fossem tpico favorito de sua conversa, e se ligassem intimamente aos princpios gerais de sua crtica, teria sido imprprio omiti-los neste esboo de sua vida; considerei adequado at mesmo detalh-los mais do que teria justificado a importncia relativa do assunto, se tivesse chegado a executar seus planos. No pretendo determinar se seu mpeto por tudo sistematizar, somado sua parcialidade em relao ao drama francs, no o levaram a generalizar um pouco demais suas concluses, deixando, com isso, de perceber algumas peculiaridades da linguagem e versificao daquele pas.Em outubro de 1766, o Duque de Buccleuch voltou a Londres, Sua Excelncia, a quem devo vrios detalhes dessa narrativa, perdoar, espero, a liberdade que tomo transcrevendo um pargrafo de suas prprias palavras: Em outubro de 1766 voltamos a Londres, depois de passarmos quase trs anos juntos, sem o menor desacordo ou frieza; de minha parte, com todos os benefcios que se podem esperar da companhia de tal homem. Cultivamos nossa amizade at a hora de sua morte; e sempre guardarei a impresso de ter perdido um amigo a quem amei e respeitei, no apenas pelos seus grandes talentos, mas por todas as suas virtudes particulares.Ainda que o retiro em que o Sr. Smith passou os prximos dez anos contrastasse fortemente com o modo de vida errante a que se habituara por algum tempo, combinava tanto mais com sua ndole natural e com seus antigos hbitos, que s com a maior dificuldade era persuadido a abandon- lo novamente. Durante todo esse perodo (com exceo de poucas visitas a Edimburgo e Londres), permaneceu com sua me em Kirkaldy, ocupando-se habitualmente de intensos estudos, embora s vezes descansasse seu esprito junto a alguns velhos camaradas de escola, cujos sbrios desejos os prendera ao lugar de nascimento. O Sr. Smith se deliciava na companhia de tais homens; e lhes era caro, no apenas por seus modos simples e despretensiosos, mas por conhecerem todas as virtudes domsticas que o haviam destacado desde a infncia.O Sr. Hume (conforme nos relata), que considerava a cidade como o nico cenrio para um homem de letras, fez vrias tentativas para levar o Sr. Smith para fora do seu retiro. Numa carta de 1772, insiste em que o Sr. Smith passe algum tempo consigo em Edimburgo. No aceitarei nenhuma desculpa por teu estado de sade, que suponho ser apenas um subterfgio inventado pela indolncia e pelo amor solido. Na verdade, meu caro Smith, caso continues te entregando a queixas dessa natureza, afastar-te-s inteiramente do convvio humano, para grande perda de ambas as partes. Em outra carta, datada de 1769, de sua casa em Jamess Court (que de um lado tinha vista para o Esturio de Forth, e de outro para a costa de Fife), diz: Estou contente por ter-teem meu horizonte; mas, como tambm desejada ter-te ao meu lado, gostaria que tomssemos certas medidas para esse fim. Fico mortalmente nauseado com o mar, e Tejo com horror e uma espcie de hidrofobia o grande golfo que se estende entre ns. Estou to cansado de viajar, quanto tu naturalmente deverias estar de ficar em casa. Por isso, proponho que venhas at aqui e passes alguns dias comigo nesta solido. Quero saber o que tens feito, e exijo uma rigorosa descrio do mtodo em que tens te ocupado nesse teu retiro. Estou seguro de que ests errado em muitas de tuas especulaes, em particular as que tm a infelicidade de divergir das minhas. Tudo isso so motivos para nosso encontro, e desejo que me proponhas algo razovel nesse sentido. No h casa na ilha de Inchkeith, seno desafiar-te-ia a vir me encontrar nesse ponto, e a nenhum de ns deixar o local at estarmos de pleno acordo quanto a todos os pontos de nossa controvrsia. Espero para amanh o general Conway, a quem devo acompanhar at Roseneath, e l ficarei uns poucos dias. Em minha volta, espero encontrar uma carta tua contendo uma aceitao franca deste desafio.Finalmente (no comeo do ano de 1776), o Sr. Smith prestou contas ao mundo de seu longo retiro, publicando sua Investigao sobre a natureza e causas da riqueza das naes. Tenho minha frente, neste momento, uma carta de congratulao do Sr. Hume por esse acontecimento. datada de ls de abril de 1776 (cerca de seis meses antes da morte do Sr. Hume), e revela um cuidado carinhoso com a fama literria do amigo. Euge\ Belle\ Caro Sr. Smith: estou muito contente com teu xito, e acompanh-lo me fez sair de um estado de grande ansiedade. Foi uma obra to esperada, por ti, por teus amigos e pelo pblico, que eu receava pela sua apario, mas agora estou muito aliviado. No porque sua leitura necessariamente exija muita ateno, mas porque o pblico est disposto a d-la to pouco, que s vezes ainda duvido de que inicialmente seja muito popular. Mas tem profundidade, solidez e preciso, e to ilustrada por fatos curiosos, que finalmente ter de cativar a ateno do pblico. provvel que tua ltima estada em Londres a tenha aperfeioado. Se tu estivesses aqui junto da minha lareira, discutiramos alguns de seus princpios... Mas estes e vrios outros pontos s podem ser debatidos em uma conversa que, espero, ocorra em bre- ve, j que minhas condies de sade so pssimas, e no posso me permitir uma espera muito longa.Quanto ao livro agora universalmente conhecido como A riqueza das naes, talvez seja suprfluo analis-lo em detalhe; mas de qualquer modo, os limites deste ensaio tornam neste momento impossvel qualquer tentativa. No obstante, possvel apresentar algumas observaes sobre o tema e inteno da obra sem, espero, me tornar inconveniente. A histria da vida de um filsofo pode conter pouco mais do que a histria de suas especulaes; e no caso de um autor como o Sr. Smith, cujos estudos eram sistematicamente dirigidos, desde sua juventude, para assuntos da maior importncia para a felicidade humana, uma resenha de seus escritos, por ilustrar as peculiaridades do seu gnio, forneceomais fiel retrato de seu carter como homem.Da investigao sobre a natureza e causas da riqueza das naes'4Uma concepo histrica das diferentes formas sob as quais foram tratados os problemas humanos nas diferentes pocas e naes naturalmente sugere a pergunta: a experincia de outros tempos pode ou no fornecer princpios gerais que iluminem e orientem a poltica de futuros legisladores? A discusso a que leva essa questo, entretanto, singularmente difcil, pois requer uma anlise cuidadosa daquela que de longe a mais complexa classe de fenmenos a que podemos nos dedicar, fenmenos os quais resultam do mecanismo intrincado e muitas vezes imperceptvel da sociedade poltica. Eis um assunto diante do qual, por parecer primeira vista impossvel de ser apreendido por nossas faculdades, costumamos nos posicionar com a mesma passi-BIOGRAFIA CR7TCALIX

LXTEORIA DOS SENTMETOOSMORAIS

muTEORIA DOS 1S1MEMOS MORAIS

cidade e submisso com que admiramos, no mundo material, os efeitos produzidos por misteriosas e insondveis causas fsicas. E uma sorte, todavia, que neste e em muitos outros casos as dificuldades que por tanto tempo frustraram os esforos de espritos solitrios comecem a parecer menos terrveis quando se unem todos os esforos de um povo, pois, medida que a experincia e a razo de diferentes indivduos convergem sobre os mesmos objetos, e se combinam de uma maneira tal que podem esclarecer-se e limitar- se reciprocamente, a cincia poltica assume, mais e mais, aquela forma sistemtica que encoraja e auxilia o trabalho de futuros investigadores.Se a cincia poltica procede desse modo, no necessrio ir beber apenas na fonte dos antigos filsofos, cuja ateno estava voltada nas especulaes polticas, para a comparao entre as diferentes espcies de governo e para o que seria necessrio para perpetuar sua prpria existncia e aumentar a glria do Estado. Por outro lado, ficou destinada aos tempos mocjernos a investigao dos princpios universais de justia e convenincia que, sob qualquer forma de governo, devem regular a ordem social, para distribuir, da maneira mais eqitativa possvel, os benefcios da unio poltica entre todos os diferentes membros de uma comunidade.Talvez a inveno da imprensa fosse necessria para preparar o caminho para esses estudos. Em domnios de literatura e cincia em que o esprito encontra dentro de si a I matria de seus trabalhos, tais como a poesia, a geometria em | alguns ramos da filosofia moral, os antigos no apenas lanaram os fundamentos sobre os quais devemos construir, mas deixaram grandes e acabados modelos para imitarmos. Mas na fsica - em que nosso progresso depende de um imenso conjunto de fatos e de uma combinao das luzes fortuita-mente reunidas tios inumerveis caminhos da observao e experimentao -e na poltica - em que as matrias de nossas teorias igualmente se encontram difusas, sendo reunidas e arranjadas com maior dificuldade ainda os meios de comunicao oferecidos pela imprensa aceleraram, no curso de dois sculos, o progresso do esprito humano, muito alm do que poderiam imaginar as mais otimistas esperanas de nossos antepassados.Oprogresso j feito nessa cincia, insignificante, se comparado com o que ainda pode ser esperado, j bastou para mostrar que a felicidade do homem depende no da participao do povo, direta ou indireta, na promulgao das leis, mas na eqidade e adequao com que as leis so promulgadas. A participao do povo no governo interessa principalmente minoria de homens, cujo objetivo obter notoriedade poltica; mas a eqidade e adequao das leis interessam a todo membro da comunidade, sobretudo queles cuja insignificncia pessoal no reserva outra coragem, seno a que recebem do esprito geral do governo sob o qual vivem.Portanto, evidente que a diviso mais importante da cincia poltica tem como finalidade descobrir os princpios filosficos da jurisprudncia; ou (como diz o Sr. Smith), descobrir os princpios gerais que deveriam permear e fundamentar as leis de todas as naesConferir a concluso de sua Teoria dos sentimentos morais.. Em pases onde os preconceitos do povo entram em conflito com esses princpios, a liberdade poltica que a constituio assinala apenas lhe garante os meios de realizar sua prpria runa. E se fosse possvel supor esses princpios completamente efetivados em qualquer sistema de leis, o povo teria pouco motivo para se queixar de que no diretamente o instrumento de sua promulgao. O nico critrio infalvel da excelncia de qualquer constituio est no detalhamento de seu cdigo local; e o valor que os sbios conferem liberdade poltica se deve principalmente suposta facilidade com que seriam introduzidos os aperfeioamentos na legislao que os interesses da comunidade exigem. No posso deixar de acrescentar que a capacidade de um povo de exercer seus direitos polticos de maneira til para si mesmo e seu pas pressupe a difuso de conhecimento e boa moral, a qual s pode resultar do prvio funcionamento de leis favorveis atividade, ordem e liberdade.De modo geral, os polticos esclarecidos parecem agora convencidos da verdade dessas observaes; pois as mais famosas obras que foram produzidas nos diferentes pases da Europa nos ltimos trinta anos por Smith, Quesnai, Turgot, Campomanes, Beccaria e outros, tiveram como propsito o aperfeioamento da sociedade, no porque esboaram projetos para novas constituies, mas porque iluminaram a poltica dos atuais legisladores. Tais especulaes, embora mais ampla e essencialmente teis do que quaisquer outras, no tendem a perturbar instituies estabelecidas, ou a inflamar as paixes da multido. As modificaes que recomendam devem ser efetivadas com meios to lentos e graduais, que apenas seriam capazes de aquecer a imaginao de uns poucos tericos; e na proporo em que forem adotadas, consolidaro a poltica e ampliaro a base sobre a qual ela repousa.Orientar a poltica das naes para a mais importante classe de suas leis, as que formam seu sistema de economia poltica, constitui a grande finalidade da Investigao do Sr. Smith. E, inquestionavelmente, o autor teve o mrito de apresentar ao mundo a mais abrangente e perfeita obra que j apareceu sobre os princpios gerais de qualquer parte da legislao. O exemplo que lanou ser seguido, esperamos, em seu devido tempo, por outros escritores para os quais a poltica interna dos Estados oferece ainda outros temas de discusso, no menos curiosos e interessantes; e muitos aceleram o progresso daquela cincia que Lorde Bacon descreveu to bem na seguinte passagem: Finis et scopus quem leges intueri, atque ad quem jussiones et sanctiones suas dirigere debent, non alius est, quam ut cives feliciter degant; id fiet, si pietate et religione recte instituti; moribus honesti; armis adversus hostes externos tuti; legum auxilio adversus seditiones et privatas injurias muniti; imperio et magistratibus obsequentes; copiis et opibus locupletes et florentes fuerint.Certe cognitio ista ad viros civiles proprie spectat; qui optime nrunt, quid ferat societas humana, quid salus populi, quid

LXIITEORIA DOS SENTIMENTOS MORAIS

BTOGRAFLA CRTICALXI

aequitas naturalis, quid gentium mores, quid rerumpublica- rum formae diversae: ideoque possint de legibus, ex principiis et praeceptis tam aequitatis naturalis, quam politices decernere. Quamobrem id nunc agatur, ut fontes justitiae et utilitatis publicae petantur, et in singulis juris partibus character quidam et idea justi exhibeatur, ad quam particularium regnorum et rerumpublicarum leges probare, atque inde emendationem moliri, quisque, cui hoc cordi erit et curae, possit.No trecho citado, a enumerao dos diferentes objetos da lei coincide com a que foi proposta pelo Sr. Smith na concluso de sua Teoria dos sentimentos morais, e a finalidade precisa das especulaes polticas que ento anunciava, cuja valiosa parte mais tarde publicou em sua A riqueza das naes, era descobrir os princpios gerais de justia e convenincia que deveriam nortear as instituies de legisladores sobre esses importantes artigos; ou, nas palavras de Lorde Bacon, descobrir aqueles leges legum, ex quibus informatio peti possit, quid in singulis legibus bene aut perperam positum aut constitutum sit. parte da legislao que o Sr. Smith escolheu como objeto de seu trabalho naturalmente me leva a comentar surpreendente contraste entre o esprito da antiga e da moderna poltica quanto riqueza das naesFilangieri, La scienza delia legislacione, lib. i, cap. 13.. A maior finalidade da primeira era neutralizar o amor pelo dinheiro e o gosto pelo luxo por meio de instituies positivas, mantendo, no grande corpo poltico, hbitos de frugalidade e severidade de costumes. O declnio dos Estados constantemente tributado pelos filsofos e historiadores da Grcia e de Roma influncia da riqueza sobre o carter nacional. Assim, as leis de Licurgo, que durante sculos baniram os metais preciosos de Esparta, so evocadas, por muitos dos antigos, como o mais perfeito modelo de legislao j divisado pela sabedoria humana. Como isso contrasta com a doutrina dos polticos modernos! Longe de considerar a pobreza vantajosa para o Estado, seu grande propsito dar princpio a novas fontes de opulncia nacional, e estimular as atividades de todas as classes do povo por intermdio de um gosto pelo conforto e comodidades da vida.Pode-se encontrar uina das principais distines entre o esprito da poltica antiga e o da moderna na diferena entre as fontes da riqueza nacional dos tempos antigos e modernos, Nas pocas em que o comrcio e as manufaturas ainda estavam na sua infncia, e entre Estados constitudos como a maioria das repblicas antigas, o sbito influxo de riquezas vindas do exterior era temido como um mal, j que terrvel para a moral, a atividade e liberdade do povo. Atualmente, entretanto, to diversas so as circunstncias, que as mais ricas naes so aquelas em que o povo mais laborioso, e onde se goza do maior grau de liberdade. Mais ainda, foi a difuso generalizada da riqueza entre as classes inferiores de homens que primeiro originou o esprito de independncia da Europa moderna, e produziu, sob alguns de seus governos, sobretudo o nosso, uma diviso mais igual de liberdade e felicidade do que ocorria sob as mais famosas constituies da antiguidade.Sem essa difuso da riqueza entre as ordens inferiores, os importantes efeitos que a inveno da imprensa proporcionou teriam sido extremamente limitados, pois certa tranqilidade e independncia so necessrias para inspirar nos homens o desejo de conhecimento, e garantir-lhes o cio necessrio para obt-lo. Apenas pelas vantagens que tal condio da sociedade oferece para a atividade e a ambio as paixes egostas da multido podem ser levadas a interessar- se pelo aperfeioamento intelectual de seus filhos. A massiva divulgao de luzes e o refinamento que sobrevieram por influncia da imprensa, ajudada pelo esprito de comrcio, parece ser o remdio que a natureza prov contra os fatais efeitos que, do contrrio, a diviso do trabalho, acompanhando o progresso das artes mecnicas, produziria. Para tomar esse remdio ainda mais eficaz, faltam apenas instituies sbias que facilitem a instruo geral, e adaptem a educao dos indivduos aos cargos que ocuparo. O esprito do artista que, limitado esfera de sua atividade, pode cair abaixo do nvel do campons ou do selvagem, poderia ento receber desde a infncia os meios para o prazer intelectual, e as sementes do aperfeioamento moral; e at a inspida uniformidade de seus compromissos profissionais, que de ordinrio

tki/n ( Mine aLXIIIIhHi i i 'nia nada que desperte seu engenho ou distraia )j|M iIU'ih'Ao, poderia deixar-lhe a liberdade de empregar suas t iiM.ii Icvt cm assuntos mais interessantes para si mesmo, e WHlii iiiiiphimente teis aos demais.I|Mi's efeitos, apesar da grande variedade de causas opos- oltlilii existentes, j resultaram, de modo bastante signifi- t lit poltica liberal dos tempos modernos. Em seu Essay B|lpi>k'/(//WlMlu militar desses estados se devia ausncia de comr-P* f ile luxo. I ma vez que o trabalho dos agricultores man- llilliii |hmi(( is artesos, podia sustentar muitos soldados." Mas ilHP "l;lclue a P()ltica c*'s temPos antigos era VIOLENTA,

Rj|l M iMllura ao curso NATURAL das coisas. Isso significa, pre- MMlii > I havia o forte desejo de modificar a ordem da so- I i * I i Ii 111 pela fora das instituies positivas, segundo alguma lilti preconcebida cie eficcia. Assim, no se confiava sufi- I Itfltlt menie na(]ueles princpios da constituio humana que, p wll|>r>' que lhes permitem livre ao, no apenas conduzem il lit ti n.miclacle para a felicidade, mas lanam os fundamentos |||}pt iiiii aprimoramento progressivo de sua condio e seu ca- p Hli i \>> \antagens da poltica moderna sobre a antiga nascem joint Ipalmente de sua conformidade, referente a alguns dos llitlllongou-se muito alm do seu perodo natural por um I , sistema de economia poltica, propagado por mercado- |ri c manufatureiros, classe de indivduos cujo interesse nem Ht'inprc o mesmo que o do pblico, e cujo conhecimento I rnllssional lhes deu muitas vantagens, mais precisamente ftlw primrdios dessa diviso da cincia, j que defendiam as 11| Ilni6es que desejavam ver prosperar. Por meio desse siste- lliii, criou-se uma nova cadeia de obstculos ao progresso da Iperidade nacional. Dentre esses, os que emergiram das jll'M ndens dos perodos feudais tenderam diretamente a per- llllbiir a organizao interna da sociedade, ao obstruir, de (MliprcKo em emprego e de lugar a lugar, a livre circulao de Mllbllllio e mercadoria. O falso sistema de economia poltica iilli* prevaleceu at aqui, na medida em que seu objetivo (|| Imudo regular o intercmbio comercial entre diferentes Hlv'ufN, produziu efeitos menos diretos e evidentes, mas no ' tos prejudiciais aos Estados que o adotaram. A esse siste- ItM li 111:1 vez que ascendeu dos preconceitos, ou antes, dos IpffftNcs dos especuladores mercantis, o Sr. Smith chama p NlWctna Comercial ou Mercantil, analisando longamente * |o, facilmente poderia adular a indolncia dos homens lNtado, sugerindo aos que esto investidos de poder Hllmiluto a idia de executar isso imediatamente. Nada LXVIIITEORIA DOS SEIOIMENIOS MORAIS

LXVIIITEORIA DOS SEIOIMENIOS MORAIS

mais contrrio tranqilidade de um homem de Estado, dizoautor de um Eloge on the Administration oj Colbert, do que um esprito de moderao, porque isso o condena a uma obedincia perptua, mostra-lhe a todo o tempo a insuficincia de sua sabedoria, e deixa-o com o melanclico sentimento de sua prpria imperfeio. Por outro lado, sob o abrigo de uns poucos princpios gerais, um poltico' metdico goza de uma calma perptua. Com o auxlio de apenas um princpio, o da perfeita liberdade de comrcio, governaria o mundo e deixaria que os assuntos humanos se arranjassem por si ss, mesmo sob influncia dos preconceitos e interesses privados dos indivduos. Alis, se estes se opuserem uns aos outros, no ficar preocupado quanto ao que poder acontecer, pois insiste em que o resultado no poder ser avaliado antes que transcorra um sculo ou dois. Se, como conseqncia da desordem em que lanou os assuntos pblicos, seus contemporneos tiverem escrpulos quanto a submeter-se experincia sem reclamar, ele os acusa de impacientes. S eles, no ele, devem ser censurados pelo que sofreram; e o princpio continuar a ser inculcado, comomesmo zelo e confiana de antes. Estas so as palavras do engenhoso e eloqente autor do Eloge on Colbert, que recebeu o prmio da Academia Francesa em 1763. Embora seja limitada e enganosa em seus aspectos especulativos, a obra abunda em reflexes de natureza prtica justas e importantes. No me atrevo a decidir em que medida seus comentrios se aplicam classe particular de polticos aos quais evidentemente dirigia o trecho citado. desnecessrio acrescentar que estas observaes no diminuem, em absoluto, o valor das teorias polticas que tentam delinear os princpios de uma legislao perfeita. Dever- se-ia considerar tais teorias (como comentei noutra parteElements of the Philosophy of the Human Mind (Elementos du filosofia do esprito humano).), meramente como descries dos objetivos ltimos que o estadista teria de buscar. A tranqilidade de sua administrai o e o sucesso imediato de suas medidas dependem do seu bom-senso e sua habilidade prtica, enquanto seus princ,!//( ni rn:aLXXI

LXXTEOAIA DOS SENTIMENTOS MORA\

UtOGRAFIA CRTICALXIX

I ilos tericos apenas o capacitam a administrar suas medidas de maneira sbia e constante para a melhoria e felicidade da cipcie humana, evitando com isso desviar-se dessa impor- lunte finalidade por concepes mais limitadas de eficcia I ifovisria. Em todos os casos, diz o Sr. Hume, deve ser vuntajoso saber o que mais perfeito, para sermos capazes 11{' adequar a esse modelo, tanto quanto possvel qualquer n instituio real ou forma de governo, por alteraes e ino- Viii ftes to suaves que no causem perturbao excessiva na ti leda de.Os limites destas Memrias tornam impossvel examinar Hiiito detalhadamente o mrito da obra do Sr. Smith quanto itlflwlnalidade. Que sua doutrina sobre a liberdade de comr- WD e de indstria apresenta notveis coincidncias com a que fldVutHramos nos escritos dos Economistas Franceses, o pr- Ilflt i ,i ii t( >r mostra, ao mencionar rapidamente o sistema des- M* ultlrtios. Mas certamente nem mesmo os mais apaixona- 11 i1 Mdmiradores daquele sistema podem pretender que qual- I iiMr um de seus numerosos expositores tenha-se aproximado jW| Sr. Smith na preciso e perspiccia com que o expres- ou no modo cientfico e luminoso com que o deduziu tb princpios elementares. Mesmo os mais dispostos a fazer lelK/4 aos Economistas Franceses reconhecem que sua lin- AW|t'*in tcnica dificultosa, e paradoxal a forma em que #**1 'Iveram apresentar algumas de suas opinies. Ao passo p t om respeito Investigao do Sr. Smith, duvidoso M*' t'Jtlsta, alm do crculo das cincias da natureza e mate- |pil Un, um livro a um s tempo to conforme, em sua orga- HMiM', s regras da lgica razovel, e to acessvel consi- ' ,, i dos leitores mdios. Abstraindo inteiramente das ori- Hp||* r peculiares especulaes do autor, no sei se jamais, um assunto qualquer, se produziu em nossos tempos , obra contendo uma sntese de toda a mais profunda i fltHi ida filosofia do sculo to metdica, abrangente e ju- |l*im.mto, para fazer justia ao Sr. Smith, devemos obser- Mtl I Ir, embora alguns dos escritores de economia se adian- mi divulgao de suas doutrinas ao mundo, no queMaldito ao autor, tais doutrinas parecem lhe ser inteira-mente originais, o resultado de suas prprias reflexes. Fen* so que todos os que lerem sua. Investigao atentamente, cuidando de examinar o belo e gradual avano das idias do autor, devero, necessariamente, se convencer disso. Mas aca so reste alguma dvida em seu esprito, pode ser conveniez te mencionar que as conferncias polticas do Sr. Smith, compreendendo os princpios fundamentais da sua Investigao, foram realizadas em Glasgow em 1752 ou 1753, certamente num perodo em que no existia sobre esse assunto nenhum trabalho francs que o pudesse guiar em seus estudosPara prov-lo, basta-me apelar para uma breve histria do progrs*! so da economia poltica na Frana, publicada num dos volumes das Epbe-t merides du Citoyen. Veja-se a primeira parte do volume sobre o ano de 1769:1

oartigo intitula-se Notice abrge des diffrents crits Modernes, qui ont I concouru en France former la science de lconomie politique.. No ano de 1756, com efeito, M. Turgot (de quem se diz ter rece bido as primeiras noes sobre a irrestrita liberdade de co mrcio de um velho comerciante, M. Gournay) publicou na Encyclopdie um verbete que revela suficientemente o quanto seu esprito era emancipado dos velhos preconceitos favo-j rveis s regulamentaes comerciais. Mas mesmo ento es- j sas opinies estavam confinadas aos poucos homens espe- J culativos da Frana, como mostra um trecho nas Mmoires j sur la Vie et les Ouvrages de M. Turgot, no qual, depois de citar brevemente o artigo recm-mencionado, o autor acres-1 centa: Essas idias que ento eram consideradas paradoxais, ' doravante tornaram-se comuns, e um dia sero universal- j mente aceitas.Os Political Discourses do Sr. Hume foram evidente- I mente muito mais teis ao Sr. Smith do que qualquer outroi livro publicado antes de suas conferncias. Mesmo as teorias { do Sr. Hume, porm, embora sempre plausveis e engenho-1 sas, e na maioria dos casos profundas e justas, encerram alguns erros fundamentais. Alm disso, quando comparadas com as do Sr. Smith, do uma impressionante prova de que, ji analisando um assunto to extenso e difcil, a mais penetran-1 te sagacidade pode se extraviar pelas primeiras aparncias se ;! se debruar apenas sobre questes particulares e que nadaiM|w)m proteger efetivamente de erro, seno um amplo i! lodo o campo de discusso, assistido por uma !||tilii i |ia|n w* um panfleto de Lorde Laudtrdale, intitulado Hints to the Manu- (I 'lurers of Great Britain, etc. (Indicaes para os manufatureiros da Gr- llirlanha), impresso em 1805. A tanbm se encontrar uma lista de cdi- Hiin, contendo reconhecimentos e dedaraes do princpio acima.LXXIVTEORTJ DOS SENTIMENTOS MORA

LXXII7EORLA DOS SETOTMEiVrOS MOHAl

siveis de objeo ou dvida. Reconheo que algumas de sua concluses eu no subscreveria integralmente, sobretudo no captulo em que trata dos princpios da taxao - assunto qutl certamente analisou de maneira mais vaga e insatisfatria do que a maioria dos outros que submeteu a considerao Entre as doutrinas duvidosas que o Sr. Smith sancionou com seu nome, talvez no haja nenhuma de conseqncias to importantes quanto sua opinio sobre a eficcia de restries legais sobre a taxa de juros. O Sr. j Bentham, num breve tratado chamado Defense of Usury CDefesa da usura), demonstrou com singular exatido lgica como a argumentao do Sr. Smith sobre esse ponto inconclusa. Trata-se de uma obra que (apesar do longo I intervalo transcorrido desde a data de sua publicao) no recebeu, at onde sei, nenhuma refutao; e que um falecido escritor (Sir Francis Baring, em seu Pamphlet on the Bank of England (Panfleto sobre o Banco da Inglaterra), eminente conhecedor das operaes do comrcio, declarou (com grande veracidade, em minha opinio) ser inteiramente irrespondvel. notvel que o Sr. Smith, nesse caso isolado, aceitasse, com to frgeis bases, uma concluso to radicalmente oposta ao esprito geral de seus debates polticos, e to manifestamente discorde dos princpios fundamentais que, noutras ocasies, ousadamente adotara em todas as suas aplicaes prticas. Isso ainda mais surpreendente porque os economistas franceses, poucos anos antes, apresentaram as mais plausveis objees contra essa extenso || da doutrina da liberdade de comrcio. Conferir, sobretudo, algumas observaes do Sr. Turgot nas Reflections on the Formation and Distribution of Riches (Reflexes sobre a formao e a distribuio das riquezas), e um ensaio avulso do mesmo autor, intitulado Mmoire sur le prt intrt, et sur I le Commerce des Fers.. .Seria imprprio encerrar esta seo sem mencionar u enrgica e digna liberdade com que o autor expressa sua op|< nio, e a superioridade que revela para com todas as pequenas paixes ligadas s faces da poca em que escreveu, Quem quer que se d o trabalho de comparar o tom geral cli* seu texto com o perodo de sua primeira publicao no deixar de sentir e confirmar a fora deste comentrio. Nem sempre um zelo desinteressado pela verdade recebe, to cedo, sua justa recompensa. Filsofos (usando uma expresso de1. Veja-se o Registro Anual de 1776.Se pensamentos tiver, mas no puder express-los, Gibbon me ensi- ll.Hil a cobri-los com palavras precisas e tersas, Jones me ensinar grego e klltiplicidade, Smith, a refletir; Burke, a discursar, e Beauclerc a dialogar. IN, da T.) Lorde Bacon) so os servos da posteridade: muitos dos que devotaram seus talentos aos melhores interesses da humani 1 dade foram obrigados, como Bacon, a legar sua fama a uma raa ainda no nascida, consolando-se com a idia de esta ; rem semeando algo que outra gerao iria colher:iflM II ( CRtlJCALXXIII/ \' !)aphnipyros, carpent tua poma nepotes.I I ) Ni Smitli teve melhor sorte, ou antes, a esse respeito Tljllt' i ii singular. Sobreviveu publicao de sua obra (|tquinze anos e, entretanto, nesse breve lapso deImtli, Irvr no apenas a satisfao de ver ceder a oposio ij^i lit luli'k) despertara, mas tambm de testemunhar a in- Mm lii rfctiva de seus escritos sobre a poltica comercial de plll I IIMConcluso da narrativa i 'iva de dois anos depois da publicao de A riqueza Hw* titttfvs, o Sr. Smith foi nomeado Diretor da Alfndega ni Mut Majestade na Esccia, privilgio que, segundo sua 1)1 n!lK'l, linha maior valor, j que lhe foi concedido a pe- Hjti du Duque de Buccleuch. A maior parte desses dois Kllini, passou em Londres privando de uma sociedade amolli (f variada demais para lhe permitir ocasio de dedicaria liiiils a seu gosto pelo estudo. Mas no foi um tempo jiMlilklo, pois muitas vezes empregou-o com alguns dos prin- |i||nl> nomes da literatura inglesa. Alguns desses tipos to HHwiulveis foram imortalizados pelo Dr. Barnard em seus Ijtriiihci idos Versos endereados a Sir Joshua Reynolds e i ii ir. amigos:If I have thoughts, and cant express em,Gibbon shall teach me how to dress em In words select and terse:Jones teach me modesty and Greek,Smith how to think, Burke how to speak,And Beauclerc to converse.21*Como conseqncia da aomeapo para a Diretoria di Alfndega, em 1773 o Sr. Smith teve de se transferir parsi Edimburgo, onde passou os ltimos doze anos de sua vida, usufruindo uma riqueza mais do que suficiente para suas necessidades. Mais valiosa ainda foi a perspectiva de passar seus ltimos dias entre seus companheiros de juventude.Sua me, que, apesar da velhice adiantada, ainda goza va de considervel sade e mantinha intactas todas as suas faculdades, acompanhou-o cidade. Tambm os acompanhou sua prima, senhorita Jane Douglas (que antes morara com sua famlia em Glasgow, e por quem o Sr. Smith sempre sentira um afeto de irmo), que, enquanto o ajudava nos ternos cuidados que doenas da tia exigiam, aliviava-o de uma incumbncia para a qual era particularmente inapto: supervisionava, com muita gentileza, a sua economia domstica.Oaumento de seus rendimentos, advindo de seu novo cargo, permitiu-lhe satisfazer, muito mais que sua antiga situao possibilitava, sua natural generosidade, pois suas finanas na poca de sua morte, comparadas com sua vida muito modesta, confirmavam indubitavelmente o que as pessoas mais ntimas sempre suspeitaram: grande parte de suas economias anuais era destinada a servios de caridade secre-,| ta. Uma pequena, mas excelente, biblioteca que gradualmente formara com grande critrio na escolha dos livros, e uma mesa simples, embora hospitaleira, onde, sem a formalidade de convites, sempre recebia com alegria os amigos, eram os nicos bens que podiam ser considerados seus Algumas circunstncias muito comov.entes da benemerncia do Sr. Smith, em casos em que fora impossvel manter sob sigilo seus servios filantrpicos, foram-me mencionados por uma parenta prxima, uma de suasi amigas mais ntimas, a Srta. Ross, filha do falecido Patrick Ross, cavalheirol de Innemety. Segundo me contou, as doaes do Sr. Smith iam alm do que se poderia esperar de sua fortuna, e eram acompanhadas de ocasies igualmente honrosas para a delicadeza de seus sentimentos e a liberalidade de seu corao..A mudana de hbitos que a transferncia para Edimburgo provocou no foi igualmente favorvel a suas aspiraes literrias. Os deveres de seu cargo, embora exigissem pouco exerccio de pensamento, eram suficientes para esgo-LXXV1II7 DOS SINT2MEN1OS MOJi. / pift WM . 'HtnCALXXIX

LXXVI DOS SENTIMENTOS MORAIS/ CRITICALXXVII

le urncALXXV

ii ili limo e dissipar sua ateno. Agora que sua carreira JpHlrrruda, impossvel refletir sobre o tempo que issoi^lililw, son lamentar que no fosse empregado em ativi- *t*i n i. 1 proveitosas para o mundo, e mais apropriadas ao" l'irlio.jj INin primeiros anos de residncia nessa cidade, seus es-d n teceram inteiramente suspensos; sua paixo pelas MIM * frvia apenas para divertir seu cio e animar sua con- MfM /Vi fraquezas da velhice, cuja aproximao comeou I Nlll liilllto cedo, lembraram-no afinal, quando era tarde |i, que ainda devia ao pblico e sua prpria fama. U||HltH.Ipais materiais para as obras que anunciara estavam I pllMI! '*> l muito; e talvez apenas alguns anos de sade e UjfMlIlIlliento bastassem para conferirdhes aquela organiza-

i* |in* deliciava, alm dos ornamentos do seu estilo fluendi M| cientemente sem nenhum artifcio que cultivara meti- jjttji HMMente, mas que, depois de todas as suas experincias di imposio, adaptara com extrema dificuldade ao seu

il II I gOStO25.A morte de sua me em 1784, seguida da da senhorita |mm(l,is era 1788, provavelmente contriburam para frustrar jtp* projetos. A elas havia dedicado sua afeio por mais de anos; em sua companhia, saboreara desde a infn- flll I in Io o que conhecia dos carinhos de uma famlia24. Agora,A\, N;lo muito tempo antes de sua morte, o Sr. Smith comentou-me |ll ii despeito de toda a sua prtica em escrever, ainda redigia to lenta- iHili P com tanta dificuldade, quanto no incio. Observou ainda que o Sr. fftitH. por sua vez, adquirira tanta agilidade em escrever, que os ltimos tllilhrs de sua History of England(Histria da Inglaterra) foram impressos t| Iiii111r tio manuscrito original, com umas poucas correes na marginlia.Talvez satisfaa a curiosidade de alguns leitores saber que, quando o Mi IlUlth se concentrava para redigir, geralmente andava pelo seu aparta- |)||er nos diferentes estilos desses dois autores clssicos os efeitos dos pi (lllcrentes modos de estudar.24. Os amigos do Sr. Smith sabem que na juventude estivera ligado, Wlf VArlos anos, a uma jovem de grande beleza e talentos. No pude apurar hphs cuidados foram favoravelmente acolhidos, ou que circunstncias lllij -Iidtram essa unio. Mas creio ser bastante certo que, depois dessa de-oSr. Smith abandonou toda idia de casamento. A dama a quem meestava sozinho e desamparado. Mas, embora suportasse marv | samente essa perda, e aparentemente recuperasse a antiga i alegria, sua sade e fora aos poucas declinavam, at sua morte, em julho de 1790, cerca de dois anos aps a de sua I prima, e seis anos depois da de sua me. Sua ltima doena, j originada de uma obstruo intestinal crnica, foi lenta *.lilvr/ seja impossvel delinear os traos mais delicados j|Hiii h Irristicos de seu esprito. Era evidente at ao mais su- I fttiillrl.il observador que havia muitas particularidades tanto jpii nau maneiras quanto em seus hbitos intelectuais; mas, tHiihiiin para os que o conheciam essas peculiaridades nada Mi* Hlflillssem do respeito que sua capacidade exigia, e embo- : N ! IN III seus amigos ntimos at acrescentassem um encanto HmMIv ! ao seu dilogo, tambm revelavam da maneira mais |HI. n . nante a simplicidade sem artifcios de seu corao. No Mlillthlo, seria preciso uma pena muito hbil para apresent- |p .i i is olhos do pblico. Com certeza, no era adequado piliii .is ocupaes gerais do mundo ou os negcios de uma flilii .iliva. As abrangentes especulaes de que se ocupara ! iImiu Ic sua juventude e a variedade de material com que sua jxtipila criatividade continuamente supria seus pensamen-O pequeno grupo de amigos a que se refere o texto era formado |ll I" prprio bigrafo, Joseph Black, James Hutton e Adam Ferguson, alm |' |p Ailam Smith, claro. Ficou conhecido em Edimburgo como o Sundays TUI i| iere" (Ceias dominicais). (N. da R. T.):)!/(K'JIAHA CRTTCALXXXI

LXXXIITEORIA D OS SENTIMEPHOS MORA A

LXXX7EORLA DOS SWTlMENIOSMORAlS

tos faziam-no habitualmente desatento a questes familiares e fatos comuns; freqentemente exibia momentos de distra* o que sequer a imaginao de La Bruyre poderia alcanar. Mesmo quando entre outras pessoas, conseguia concervj trar-se em seus estudos; e por vezes, pelo movimento cU* seus lbios, por seu olhar e gestos, parecia estar redigindo com fervor. Nem depois de tantos anos, contudo, deixa dra em nosso presente estado de esprito no pos- mt* facilmente partilhar dele, percebemos que na maioria HjiWtvo o faramos, entusiasticamente.! O n lesmo ocorre freqentemente com todas as outrasSMn> '. Um estranho passa por ns na rua, com todos os l d mais profunda aflio, e imediatamente dizem-nos Hpd' il caba de receber a notcia da morte do pai. impos- p, llCNtc caso, no aprovarmos sua dor. Contudo, pode MllIli'Cf/, no raro, sem que isso indique desumanidade de !|HtM |W ftc, que, impossibilitados de participar da violncia InklM ilor, mal pudssemos conceber os primeiros movi- itltlHii ile preocupao que o acompanham. Tanto ele quan- Iwil uil lalv^ez nos sejam inteiramente desconhecidos, ou Hp nIic estamos ocupados com outras coisas e no te- I liWIlii li*mpo de representar em nossa imaginao as dife- HVl circunstncias dolorosas por que necessariamente pas- Hft m perienda nos ensinou, contudo, que um tal infortnio liante provoca tal grau de sofrimento; alm disso, Ml""* llii i|ue tende a produzir.jWil iiili*(|iiao ou inadequao, na proporo ou des- Mil\ii*i |uc o afeto parece manter com relao causaj{lM|i'li * que o suscita, consiste a convenincia ou inconve- H||, i ilreOncia ou deselegncia da ao conseqente.Na natureza benfica ou prejudicial dos efeitos que es.Mt afeto persegue ou tende a produzir consistem o mrito ( iti demrito da ao, qualidades pelas quais ela merece recoirw pensa ou castigo.Nos ltimos anos os filsofos tm considerado priru I palmente a finalidade dos afetos, dando pouca ateno relao que mantm com a causa que os suscita. Mas na vidi comum, quando julgamos a conduta de qualquer pessoa M os sentimentos que a orientaram, consideramo-los constante^ mente sob esses dois aspectos. Quando censuramos em oupjj tro homem os excessos do amor, da dor, do ressentimento,! no apenas levamos em conta os ruinosos efeitos que terwl dem a produzir, mas o pequeno motivo que havia para eletif Dizemos que o mrito da pessoa favorecida no era assim to grande, seu infortnio no to terrvel, a provocao u norma que no seja o afeto correspondente em ns prprioil Se, analisando o caso em nosso prprio peito, descobrimow que os sentimentos por ele ocasionados coincidem e concOfy dam com os nossos, necessariamente os aprovamos conwjj proporcionais e adequados a seus objetos; mas, caso contie rio, necessariamente os reprovaremos como extravagantes t( desproporcionais.Toda faculdade de um homem a medida pela qual '|iit'nas circunstncias que podemos revelar ao segun- I |Mil Uno, fingimos mais tranqilidade diante do conhecido, ino-nos por nossos pensamentos naquelas linhas ge-11( >Nsa situao que ele estiver inclinado a analisar. Es- Mtltlnh menos simpatia ainda de um grupo de estranhos, e

por essa razo fingimos uma tranqilidade ainda maior diante deles, e sempre tentamos redxi2ir nossa paixo quele nvel que as pessoas com as quais estamos podero acompanhar. Mas no se trata apenas de uma aparncia fingida, pois, se formos inteiramente donos de ns mesmos, a presena de um mero conhecido realmente nos deixar com-postos, mais ainda do que a de um amigo; e a de um grupo de estranhos mais ainda do que a presena de um conhecido.Por isso, a companhia e conversa so os mais poderosoaj remdios para restituir ao esprito sua tranqtiiLidade, caso em algum momento, por infortnio, a tenha perdido, e tambm os melhores preservadores desse carter feliz e equilibrado, to necessrio para a auto-satisfao e alegria. Homens retrados e especulativos que tendem a se fechar em casa refletindo sobre sua dor ou ressentimento, ainda que tenham fre qentemente maior humanidade, mais generosidade e um senso de honra melhor, raramente possuem aquele equilbrio de temperamento to comum entre os homens do mundo. ICAPTULO VDas virtudes amveis e respeitveisSobre esses dois diferentes esforos, do espectador paril fazer seus os sentimentos da pessoa diretamente afetada, e por outro, confira-se Hume, Treatise of Human Nature (Tratado da natui humana), III, III, IV (ed. Selby-Bigge, Oxford). (N. da R. T.) diferentes de virtudes. As virtudes ternas, gentis, amveis, ;i/t virtudes da franca condescendncia e indulgente humanidtM de, fundam-se sobre um deles; as grandes, as terrveis e rcM peitveis, as virtudes da abnegao, do autocontrole, do dont! nio das paixes que submete todos os movimentos de noswi natureza quilo que exigem nossa dignidade e honra, e a pn priedade de nossa conduta, originam-se do outro grupo*, j28TEORIA DOS SEmiMENTOS MORAIS

I PAUTE27

PARTE25

( iorno se nos revela amvel aquele cujo corao solidrio |iii i*vr fazer eco a todos os sentimentos daqueles com quem mu versa, que sofre com as suas calamidades, que se ressen- Ij.tft mn as ofensas de que foram vtimas, e se alegra com sua I! llkii loituna! Quando nos colocamos na situao de seus com- I iKiiliicinis, partilhamos da gratido que experimentam e perce- Hpil li ts cjue consolo necessariamente retiram da terna simpa- j; Itii i.Ii uni amigo to afetuoso. E, pelo motivo oposto, como I p |>in.*ce desagradvel aquele cujo corao duro e obstinado Hpt ili1 .ipenas com relao a si mesmo, e totalmente insens- ! i t I il felicidade ou desgraa dos outros! Nesse caso tambm, |*i|illlli;imos da dor que sua presena deve causar a todo mor-l il iquem conversa, especialmente aqueles com quem so-llffil mais capazes de simpatizar, os infelizes e os ofendidos.I )c outro lado, que nobre propriedade e graa sentimos |k|| t, i importamento dos que, em seu prprio caso, manifes- : (Mlll a serenidade e o autodomnio que constituem a dignida- llp ili* Ioda paixo, e que a reduzem quilo de que os demais j! mlil' iii partilhar! Sentimos repulsa pela dor clamorosa que,: M- nenhuma delicadeza, reclama nossa compaixo com HN|t!fi >s e lgrimas, e lamentos importunos. Mas reverencia- H|t H tlor reservada, silenciosa e majesttica, que s se ex-Im1 pelos olhos inchados, o tremor de lbios e faces, e na ! llllHlllc mas comovente frieza de toda a sua conduta. Impe- lM Um silncio semelhante. Observamo-la com respeitosa Mo, e vigiamos com ansiosa preocupao nossa prpria Ipluii. |iara no perturbarmos, com nenhuma improprie-

pl) . tranqilidade planejada que tanto esforo exige para ji illiuiler.

I; I ti mesma maneira, a insolncia e a brutalidade da ira |Mh> h i permitimos sua fria sem controlar ou restringi-la, jlrtlA detestvel dos objetos. Mas admiramos aquele ressen Nlili > nobre e generoso, que governa a reparao das gran- M flunsas, no pela raiva que podem despertar no peito H i 1 redores, mas pela indignao que naturalmente pro- Hin lio espectador imparcial; que no permite que nenhu- M 11 lliivra ou gesto lhe escape para alm do que esse senti- Nit'1 limis eqitativo ditaria; que nunca, nem mesmo em Mlftii icnto, intenta maior vingana, nem deseja infligir ne-nhum castigo maior do que aquele cuja execuo qualquer pessoa indiferente veria com agrado.E da resulta que sentir muito pelos outros e pouco por ns mesmos, restringir nossos afetos egostas e cultivar os bo nevolentes, constitua perfeio da natureza humana; e so< mente assim se poi suindo a mesma disposio, simpafce com elas. Fome inten sa, por exemplo, embora em muitas ocasies seja no apfl-f nas natural, mas inevitvel, sempre indecente; e comer vn> razmente universalmente visto como demonstrao de mau* modos. H, entretanto, certo grau de simpatia at mesmo com fome. agradvel ver nossos companheiros comerem com botIT apetite, e todas as expresses de repulsa so ofensivas. disposio do corpo que comum num homem saudvel fsta seu estmago facilmente se ajustar, se me permitem uma cx- presso to grosseira, com um e no com outro. Podemos siiivjll patizar com a aflio que a fome excessiva provoca, ao ltf ' | mos sua descrio nos dirios de um local sitiado ou viagetVj | martima. Imaginamo-nos na situao dos sofredores, e coi I isso prontamente concebemos a dor, o medo, a constemaai i, I que necessariamente os assaltam. Ns mesmos sentimos ClT || to grau dessas paixes, e portanto simpatizamos com eliiN I mas como 1er essa descrio no nos faz sentir fome, nrml mesmo nesse caso pode-se dizer propriamente que nos soi darizamos com a fome deles.Ocaso semelhante quando se trata da paixo pela quiil a natureza une os dois sexos. Embora naturalmente seja l( | mais impetuosa de todas as paixes, todas as suas intensM | manifestaes so sempre indecentes, mesmo entre as pesso*|j| para as quais todas as leis, humanas e divinas, reconhecem $tj J perfeitamente inocente o seu mais completo gozo; embora |.i rea haver um certo grau de simpatia at mesmo para com csmI paixo. Falar com uma mulher como faramos com um homji il inconveniente; espera-se que a companhia nos inspire mili ! alegria, mais cortesia e mais ateno; e uma total insensibili jj||| |ani com o belo sexo torna um homem desprezvel at |MtH i piira outros homens.iliianha nossa averso por todos os apetites originados|!< ii p< i, que todas as suas mais fortes expresses so repul- li|i-1 desagradveis. Segundo alguns filsofos antigos, essas Rh) h*i paixes que temos em comum com os animais, e, no {Pm)' ligao com as qualidades prprias da natureza huma- ), por essa razo, abaixo da dignidade humana. Mas H) militas outras paixes que dividimos com os animais, co- |*m'^sentimento, afeto natural, at mesmo gratido, que, por |*i2lo, no parecem to bestiais. A verdadeira causa da MMiiIki caracterstica que concebemos em relao aos apeti- Op tio corpo quando os vemos em outros homens se deve a |>ledade por meio da representao das agonias da jfjtit llxlt .1 Os extremos do sofrimento fazem Filoctetes* gritar {< t|t niaiar. Apresentam-nos Hiplito e Hrcules** expirando taiv;i que as leis da sociedade impem ao belo sexo, lt'l" conta sua fragilidade, apresenta-o como peculiaret i| (tilor, e, por isso mesmo, mais profundamente inte- 11| I ii amos encantados com o amor de Fedra, tal como illi-.sta na tragdia francesa do mesmo nome*, apesar |M| rxliavagncia e culpa que o cercam. Pode-se dizer queiiicmiui extravagncia e culpa em certa medida recomen- ||l i h i' st pea. O medo de Fedra, sua vergonha, seu remor-

itt'ti horror, seu desespero, tomam-se com isso mais naturais Hpftfftxuntes. Fodas as paixes secundrias - se me permi- |||l i litii -las assim -, que surgem da situao de amor, tor- ||tlin necessariamente mais intensas e violentas; e apenas m iMs.is paixes secundrias que podemos propriamente WHl'Illzar.

>c Iodas as paixes que guardam uma extravagante des-

I||)wiiv'i ) em relao a seus objetos, o amor , entretanto, a Ml > ertar-lhe a indignao, aplaude-a com entusiasmo, sim- IMil/lindo com tal conduta. Isso refora sua prpria indigna-lo contra o inimigo, a quem se regozija de ver atacado na H>'i |IIOucia, e fica to verdadeiramente reconhecido pela vin- , - desde que no seja excessiva -, quanto se fosse ele H vil ii na da ofensa.Mas embora se admita a utilidade dessas paixes para o in- tln uluo, pois tomam arriscado insult-lo ou ofend-lo; e em- Ih ii.i Mia utilidade para o pblico, como guardis da justia e ilil eqidade de sua administrao, no seja menos consider-vel, como se mostrar depois, ainda assim h algo de desaguo dvel nas paixes em si mesmas, que torna sua manifestae I' em outros homens objeto natural de nossa averso. A expreijl so de ira contra qualqrier pessoa presente, se excedera

Jp Mftiicultura. Alm disso, seus efeitos remotos, a sade do MM' Ir fite, so agradveis; mas, como seu efeito imediato dorjwi'linerito, sua viso sempre nos desagrada. Instrumentos de IHui No agradveis, embora seu efeito imediato tambm re- l* *ifrimento e dor. Mas neste caso se trata da dor e sofri-Etl iit i de nossos inimigos, pelos quais no temos simpatia. Imiii a ns, esto imediatamente relacionados s idias agra- W'll> Ic coragem, vitria e honra. Supe-se, por conseguin- Ijl I|llr lormem uma das partes mais nobres da indumentria ) Utit. Imitaes, um dos mais finos enfeites da arquitetura. O ocorre com as qualidades do esprito. Os antigos es- vnsavam que, como o mundo era governado pela pro- I n*In onipotente de um Deus sbio, poderoso e bom, cada Wl il i Isolado deveria ser considerado como parte necessria || |*luo tio universo, e tendendo a promover a ordem e felici- |ttl* !'|;1 do todo; que os vcios e a insensatez dos homens, Ultimo, eram parte to necessria desse plano quanto sua sa- II.Imm, >ii virtude; e por essa arte eterna que deduz o bem do N|l| il1 veriam tender igualmente para a prosperidade e perfei- Hl< ilti grande sistema da natureza. Porm, nenhuma espe- bliM" < esse tipo, por mais profundamente enraizada que este- I jli i rftpirito, poderia diminuir nosso natural horror ao vcio, IiJiim li-ilos imediatos so demasiado destrutivos, e os remotos HMhI>kIo distantes para que a imaginao os encontre.I In th repele. Portanto, estas so as nicas paixes cujas jiUNcs, como comentei antes*, no nos predispem nemti nossos ouvidos, interessamo-nos pela sorte dessa HiH, *, se for continuada, h de nos forar, quase invo- IlHIMmente, a correr em seu auxlio. A viso de um sem-

I< 11mi para com elas simpatizar, antes de sermos infor- |!i|H causa que as suscita. A queixosa voz da misria, lllliln ouvida distncia, no permitir que fiquemos indi-i|tl> H quanto pessoa de quem ela procede. Assim que' Acontece o mesmo com as paixes que estamos exami- Mlid Seus efeitos imediatos so to desagradveis que, IPHilio quando justa a sua causa, ainda assim h neles algoI tt, Parte I, Seo I, Cap. I, p. 8. (N. da R. T.)44TEORIA DOS SENTIMENTOS MOUum45

42TEORTA DOS SUTTIMENTOSIMlf/w/' r,ira45

43TE O RM DOS SENTIMENTOS MOjMmin* /Mra43

blante sorridente, da mesma, maneira, eleva at os homctlljl pensativos para um estado de esprito alegre e Leve que it predispe a simpatizar com a alegria que manifesta, compalw tilhando-o; e sente seu corao, antes abatido e encolhidi * com pensamentos e preocupaes, expandir e alvoroar-M instantaneamente. Mas bem diferente com as expresse de dio e de ressentimento. A voz rouca, spera e dissonant! te da ira, quando ouvida distncia, inspira-nos medo (Ikl averso. No corremos ao seu encontro, como para junto ii o 1 (t capaz suscita tanta dvida quanto sua justeza, e Hfe indulgncia nos leva a consultar to cuidadosamente MM' itdUiral senso de convenincia, e a analisar to diligen- hlante sorridente, da mesma maneira, elev^a at os homefw pensativos para um estado de esprito alegre e leve que (w predispe a simpatizar com a alegria que manifesta, comp.n 1 tilhando-o; e sente seu corao, antes abatido e encolhldlBj com pensamentos e preocupaes, expandir e alvoroai instantaneamente. Mas bem diferente com as express dirigidas contra eles prprios; e as paixes dis- flWMltli > c desagradveis que isso suscita constituem, em sua * i iplnio, a parte principal da ofensa que sofrem.UllHIttiis coisas so necessrias para tornar inteiramente Hulrivrl .1 recompensa do ressentimento, e fazer o especta- Hwiii|>tili/ar totalmente com nossa vingana? Antes de tudo, HjVi li o precisa ser tal que pudssemos tornar despre- Mm I impostos a perptuos insultos, caso no nos ressents- Hh|)M i 1*1 .i em certa medida. Ofensas menores so sempre lp l in'ls de negligenciar; nem existe nada mais desprez- 41 >Im |iu: o humor intransigente e capcioso que se incen-x1**qualquer mnima ocasio de briga. Deveramos nosII mais por um senso de convenincia do ressenti-

|l(il um senso que os homens requerem e esperam N, do que por sentirmos em ns as frias dessa desa-

paixo. Nenhuma outra paixo de que o esprito mit ( capaz suscita tanta dvida quanto sua justeza, e liHlnlgftncia nos leva a consultar to cuidadosamente |i PMUiral senso de convenincia, e a analisar to diligen-li

temente quais sero os sentimentos do espectador frio e itfu parcial. Magnanimidade, ou a considerao por mantermos nc*l sa prpria posio e dignidade na sociedade, o nico motvi|| capaz de enobrecer as expresses dessa desagradvel paixijl Esse motivo deve caracterizar todo o nosso estilo e condutul Estes devem ser claros, abertos e francos; determinados se Oi serem obstinados, elevados sem serem insolentes; no apeiuiH livres de petulncia e vulgar obscenidade, mas generosos, frailtl cos, plenos de todas as consideraes prprias at mesmo pajal com a pessoa que nos ofendeu. Devem transparecer, emrestlj] mo, em todos os nossos hbitos, sem que tenhamos de demjiil dar um afetado esforo para manifestar que a paixo no i){| tinguiu nossa humanidade; e que ser com relutncia, por nd cessidade, por causa das imensas e repetidas provocaes qun cederemos aos ditames da vingana. Quando o ressentimeiM to guardado e considerado dessa maneira, pode-se admil r que at nobre e generoso.CAPITULO IV Das paixes sociveisAssim como uma paixo dividida o que toma na maio; ria das ocasies todo o conjunto de paixes recm-menciona [ das to desgraciosas e desagradveis, h outro conjunto opon* to a estas, que uma simpatia dobrada torna quase sempr< peculiarmente agradveis e adequadas. Generosidade, huma nidade, bondade, compaixo, amizade e estima recproca, U> com a nossa boa ou m fortuna particular, constituem C1NH||I MHJl:49

48TEORTA DOS SIITFIMENTOS MOU

r>um:47

ttTii|iO de paixes. Mesmo quando excessivas, nunca JwpMKfudveis quanto o excessivo ressentimento, por- )mhIiiiiju simpatia oposta jamais pode suscitar um inte- t*iilf>rlo a elas; e mesmo quando mais adequadas a iM, essas paixes nunca so to agradveis quanto pililiMlt.' imparcial e a justa benevolncia; porque ne- Ji tltl 11I.1 simpatia pode jamais suscitar um interesse fa- hI i (ilus. Existe, porm, essa diferena entre dor e ale- IMmU -ialmente estamos mais predispostos a simpatizar I i>i|iu'rnis alegrias e grandes sofrimentos. O homem I uma sbita revoluo da fortuna, alado imediata- 1 1 1111 condio de vida muito acima da anterior, po- [#1 < rito de que nem todas as congratulaes de seus .uriigos so inteiramente sinceras. Uma ascenso, I) *||,ira abafar a sua alegria e conter a grandeza de esp-i|iir iiiiluralmente lhe inspirou sua nova situao. Afetar *