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Do original: Was the Buddha a Pessimist?, 2001
Publicado por:
Vipassana Research Institute
www.vridhamma.org
Primeira Edio Eletrnica em Portugus, 2009
Publicado por:Associao Vipassana Brasil
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SUMRIOEra o Buda um Pessimista? ........................................................... 7
A Falsa Crtica ao Pessimismo .. 17
O Mdico Promove a Doena? ...................................................... 30
A Disseminao do Equvoco ... 35
A Felicidade e o Bem-estar de Muitos .. 39
O Distribuidor de Felicidade.. 51
A Definio de Felicidade . 88
A nfase Exagerada do Sofrimento .. 113
Era o Buda um Pessimista Extremo? ............................................ 120
As Duas Principais Tcnicas de Meditao do Buda ... 138
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PREFCIO
Era o Buda um Pessimista? uma traduo do hindu Kya Buddha Dukkhavadi
The? publicado pela primeira vez no Nepal em maio de 2000. Nessa edio, o A-
charya S.N. Goenka, professor mundial de Vipassana, explicou as razes dos equ-
vocos fundamentais que evoluram ao longo dos tempos sobre o Buda e seu ensina-
mento e os esclareceu por intermdio de lcidos exemplos. Tais equvocos surgi-
ram quando os ensinamentos do Buda foram perdidos na ndia e em boa parte do
mundo. Isto se deu em grande parte devido ao desaparecimento do ensino aplicado
(a tcnica de Vipassana). No entanto, mais tarde, at as palavras originais do Buda(a literatura cannica Pli) se tornaram menos acessveis. Assim, erros de interpre-
tao cresceram e se tornaram arraigados.
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Felizmente, esta tcnica libertadora foi preservada na sua pureza prstina em Mian-
mar (Birmnia) por uma inquebrantvel tradio professor-aluno. Com o seu reapa-
recimento na ndia e no mundo, tem voltado a trazer esclarecimentos eficcia dos
reais ensinamentos do Buda, alm de trazer grandes benefcios para a humanidade.
Do mesmo modo, a literatura Pli inteira com seus comentrios, sub-comentrios esubitens foi publicada e tornada acessvel na ndia e em outros pases. Um Cd-Rom
contendo esta literatura foi produzido com vrios recursos para a pesquisa.
Esta publicao ser de grande interesse para aqueles que esto praticando o ensinoaplicado do Buda e tambm para aqueles que esto familiarizados com os pontos de
vista que prevaleceram no passado.
O tradutor e os editores so os nicos responsveis por quaisquer erros na presenteedio.
Que todos os seres sejam felizes!
Vipassana Research Institute
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Sabbe sattsukhhontu,
sabbe hontu ca khemino;
Sabbe bhadrni passantu,
mkici dukkhamgam.
Sukhino vkhemino hontu,
sabbasattbhavantu sukhitatt.
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Era o Buda um Pessimista?
Durante sculos na ndia, o Buda e seus ensinamentos foram acusados de serem
pessimistas. At certo ponto, esta noo tambm se disseminou fora da ndia em
direo aos pases que no esto familiarizados com estes ensinamentos. Muitosfilsofos ocidentais foram influenciados por este conceito. Na ndia, muitos erudi-
tos e pesquisadores eminentes ficaram refns desta crena e, como conseqncia, as
massas acabaram aceitando isso como verdade.
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No meu tempo de escola, meus amigos e eu tambm aceitvamos esta crena de
que o Buda era um pessimista. Minha mentalidade naqueles dias era tal que ondequer que lesse qualquer trabalho escrito por qualquer poeta que enfatizasse o sofri-
mento, eu interpretava isso como um efeito do pessimismo do Buda. Em algumas
ocasies, eu mesmo cheguei a compor alguns poemas pessimistas. Contudo, mais
tarde, decidi deixar de produzir tais trabalhos, por acreditar que criariam uma at-
mosfera danosa para as pessoas e para a sociedade. Decidi que, se escrevesse algu-
ma coisa, somente diria respeito ao amor pela minha ptria, s melhorias sociais e
felicidade.
Como Fui Influenciado por Esta Crena?
Quando olho para trs, em direo minha infncia, tenho a impresso de ter sido
quando eu entrei em contato com Arya Samaj pela primeira vez que fui influencia-
do pela crena de que os ensinamentos do Buda seriam pessimistas. Eu li Maharshi
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Dayananda em seu famoso trabalho Satyarth Prakash onde escreveu, Segundo o
Buda, no existe nada alm de sofrimento no mundo inteiro sarvasya sasrasya
duhkhtmakatva. Contudo, a verdade a de que existem tanto felicidade quanto
sofrimento no mundo. falso dizer que o universo inteiro est cheio de sofrimen-
to. Esta crena, recebida de Arya Samaj na Mianmar do pr-guerra, tornou-se pro-
fundamente enraizada em minha mente e foi, mais tarde, fortalecida quando vim
para a ndia durante a Segunda Guerra Mundial. Naqueles dias de formao de mi-
nha juventude, eu li muitos artigos e comentrios sobre o ensinamento pessimista
do Buda.
Dr. Radhakrishnan
Os escritos do Dr. Radhakrishnan, um filsofo ilustre de nossa poca e ex-
presidente da ndia, mais tarde influenciaram o meu pensamento com as suas obser-
vaes de que:
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A insistncia no sofrimento no peculiar ao Budismo, embora o Buda o
tenha enfatizado sobremaneira. Em toda a histria do pensamento, ningumpintou o sofrimento da existncia humana em cores mais negras e com mais
sentimento do que o Buda.
No podemos deixar de sentir de que o Buda superenfatizou o lado negro dascoisas. A viso budista da vida parece deixar a desejar em coragem e em con-
fiana. A sua nfase no sofrimento, se no foi falsa, no verdadeira. Existe
uma tendncia no budismo de enegrecer o que escuro e de escurecer o que
cinza. Este ponto de vista restrito em princpio a tudo o que afiado, amar-
go e doloroso na vida.
No plano terico, a viso dos budistas se limita ao aspecto espinhoso, amargo
e sofrido da vida.
Contudo, a despeito desses condicionamentos intelectuais iniciais, ficou bastante
claro para mim, depois de ter lido as palavras originais do Buda e depois de ter ex-
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perimentado Vipassana (a essncia prtica dos seus ensinamentos), que muitas ale-
gaes sem fundamento foram endereadas ao Buda e seus ensinamentos durante osltimos 1.000 a 1.500 anos. Isto ocorreu porque os acusadores no estavam real-
mente familiarizados com os ensinamentos do Buda. Suas alegaes no tinham
fundamento no que de fato o Buda ensinou. Ao longo dos sculos, a repetio des-
sas falsas acusaes colaborou para que se tornassem mais fortes e dogmticas. Os
ensinamentos do Buda foram enegrecidos a tal ponto que nenhum trao da verdade
sobre Ele ou os seus ensinamentos permanecia na ndia. Embora eu no acredite
que o Dr. Radhakrishnan tenha feito isso deliberadamente e sim que essas distor-
es da verdade foram involuntrias, seus escritos revelam at que ponto a viso da
ndia sobre o Buda se polura. Eu concluo que isso aconteceu porque as palavras
originais do Buda haviam h muito tempo desaparecido da ndia. Portanto, o Budaera citado fora de contexto e, ainda pior, coisas que jamais disse foram colocadas na
sua boca. Assim, a falaciosa e equivocada crena de que o Buda era um pessimista
tornou-se cada vez mais forte.
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A extensa coletnea das palavras originais do Buda (Tipitaka) retornou ndia du-
rante o tempo do Dr. Radhakrishnan, logo aps o Sexto Snodo de Iangun, de 1954a 1956. O Governo da ndia publicou os diversos volumes do Tipitaka pela Nava
Nalanda Mahavihara, sob a coordenao do Venervel Jagdish Kashyap. O Dr. Ra-
dhakrishnan at escreveu um prefcio comum para todos os livros do Tipitaka. No
entanto, era evidente que, enquanto Presidente da ndia, estava extremamente ocu-
pado e aparentemente no dispunha de tempo para ler e apreciar o significado do
contexto dos ensinamentos do Buda contidos nesses livros. Do contrrio, ele certa-
mente teria alterado sua crena inicial sobre o alegado pessimismo do Buda.
A Crtica Continua nos Tempos Modernos
As coisas erradas ditas na ndia sobre o Buda e seus ensinamentos continuaram i-
nalteradas por mais de mil anos. Ningum jamais esclareceu a verdade sobre este
assunto. Pelo contrrio, cada vez mais gente reiterava estes equvocos. Era improv-
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a morte. Ele concebeu as Quatro Nobres Verdades baseado nesta crena. Se-
gundo o Buda, estas quatro so as verdades supremas da existncia humana.
Na realidade, o conhecimento do sofrimento no a nica verdade suprema.
A vida humana no nem uma eterna caravana colorida nem uma permanente
tempestade de sofrimento. Ambas esto presentes... esta a verdade. As Qua-
tro Nobres Verdades segundo o ensinamento do Buda no so realidades na-
turais supremas.
A filosofia pessimista (do Buda) no beneficiar quem quer que seja. Perma-necer arraigado ao pessimismo continuar a carregar o ferimento. O progres-
so da humanidade na direo do trabalho construtivo foi desencorajado com
base no pessimismo criado h 2.500 anos.
til a iniciativa daqueles ascetas que deixam as suas casas para errar pelo
mundo afora com a inteno de auxiliar os outros.
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Sidarta Gtama deixou o seu lar em busca da verdade. Por conseguinte, a sua
iniciativa de levar uma vida de errante no era lgica.
A verdade a suprema e fundamental realidade, que est sempre dentro de
si mesmo, consigo mesmo. Portanto, no necessrio deixar o seu lar para
procur-la. uma teoria equivocada aquela que diz que se tem de deixar o seular para buscar algo que pode ser encontrado dentro de si mesmo.
O que imutvel a verdade. Portanto, a verdade que o Buda procurava no
era lgica.O Buda pensou que iria a Magadha para pregar tais ensinamentos que desafia-
riam os Vedas... Ele aprendeu a filosofia Kapil no Mosteiro de Sanjay. Por
que ele foi to longe de casa para aprender a filosofia Kapil? Isto foi causado
pela confuso. O Buda no estudou sob a orientao de qualquer erudito que
pudesse t-lo impedido de renunciar vida de chefe de famlia. Isto teve um
efeito ruim nos tempos aps o Buda. Os budistas foraram muitas pessoas a
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se tornarem monges contra a sua vontade e isto provocou um efeito indesej-
vel na sociedade. Por conseguinte, o abandono do lar e a transformao emmonge pelo Buda no foram apropriados.
Tais equvocos contemporneos so inteiramente racionais luz da sua longa hist-
ria na ndia. Eu tambm teria mantido posio similar se no tivesse lido as pala-vras originais do Buda e praticado Vipassana seriamente, o aspecto prtico do seu
ensinamento.
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A Falsa Crtica ao Pessimismo
Um dos missionrios de Arya Samaj veio da ndia para Mandalay, na Mianmar do
pr-guerra. Em uma de suas palestras, ele glorificou e tentou provar a grandeza do
Dhamma de Arya, enquanto explicava como o budismo uma f menor. Ele disse,
O Buda ensinou somente quatro coisas o sofrimento, a causa do sofrimen-
to, a erradicao do sofrimento e o caminho para a erradicao do sofrimento.
Ele s fala de sofrimento! No existe felicidade em parte alguma. No existe
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qualquer vestgio de felicidade nos ensinamentos do Buda. Ele um pessimis-
ta! O Buda ensinou somente pessimismo. Usar a palavra Nobre (rya) paraeste ensinamento errado. Como o sofrimento pode ser nobre? A verdade, o
xtase e a absoro so chamados de rya. Nos ensinamentos do Buda ne-
nhum destes est presente.
Este missionrio foi um poderoso orador. Sendo somente um adolescente, eu era
bastante imaturo e seu discurso me impressionou. Achei seu ponto de vista bastante
lgico: Os ensinamentos do Buda esto cheios de sofrimento e completamente va-
zios de felicidade. Anos mais tarde, quando experimentei por mim mesmo o verda-
deiro significado das Nobres Verdades, eu fiquei envergonhado da minha falta de
sabedoria na minha adolescncia. Embora estas Nobres Verdades da vida tenham
sido expostas em detalhes sistemticos pelo Buda, somente Vipassana me ajudou acompreend-las.
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O sofrimento uma das verdades da vida. Ele surge por causa do apego e da aver-
so, que, por sua vez, surgem de tah (t). Se tais causas forem erradicadas,ento, a causa raiz do sofrimento erradicada. Para tanto, existe uma tcnica prti-
ca, um caminho e uma maneira: o Caminho ctuplo, que nos ensina, enquanto vi-
vermos uma vida moral e correta, a controlar a mente e a desenvolver paa
(sabedoria experimental). Se praticarmos paa (praja), ento, novas impurezas
no surgiro na mente e o velho estoque de impurezas automaticamente removi-
do. Afinal de contas, o que a erradicao do sofrimento? o resultado direto da
purificao da mente, a experincia de nibbna (nirva).O sofrimento, sua causa,sua erradicao e o caminho para a sua erradicao so chamados de Nobres Verda-
des do sofrimento. O objetivo final do ensinamento do Buda o de erradicar todo
sofrimento.
A Nobre Verdade do sofrimento explicada em quatro aspectos:
1. Nissaraattha:sair de todas as impurezas acumuladas (contaminaes);
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2. Vivekattha: livrar-se do hbito de gerar novas impurezas;
3. Asakhatattha: experimentar por si mesmo o estado de ausncia de nascimen-
to onde nada surge;
4. Amatattha: experimentar por si mesmo o estado de ausncia de morte onde
nada desaparece.
Tornou-se claro para mim que o sofrimento surge no momento em que a mente se
contamina com o apego ou a averso. E quando as contaminaes so removidas, o
sofrimento desaparece. Quanto mais contaminaes forem removidas, o mesmotanto de sofrimento eliminado. Se todas as impurezas acumuladas do passado fo-
rem erradicadas e o hbito de gerar novas impurezas for quebrado, ento, o sofri-
mento totalmente erradicado dukkha-nirodha.
Na ndia de hoje, nirodha usado para denotar supresso. No entanto, quando
algo suprimido, a qualquer hora no futuro pode levantar novamente a sua cabea.
Em contrapartida, o significado original de nirodha total desenraizamento, total
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erradicao. Aquilo que no pode surgir novamente nirodha. Por conseguinte,
dukkha-nirodhasignifica que dukkha (sofrimento) no pode surgir novamente. Istofoi explicado usando-se o exemplo de uma palmeira. Quando a parte superior de
uma palmeira cortada, a rvore no desenvolve novas folhas, ela morre. Da mes-
ma forma, o caminho de total erradicao do sofrimento ensinado nas Quatro No-
bres Verdades. O sofrimento no pode surgir novamente. Isto foi chamado
Pahino, ucchinnamlo, tlvatthukato, anabhvakato, yati anuppdadhammo
destrudo, extirpado, como uma palmeira cuja cabea cortada, extinta, atingin-
do o estado do no-surgimento.
Da mesma forma, hoje ryasimplesmente denota uma casta ou uma raa. Contudo,
na poca do Buda, ryasignificava no somente casta ou raa, mas, sobretudo, qua-
lidades. Se uma pessoa de qualquer raa, casta ou classe caminhando na trilha deDhamma (a Lei Universal) pelo desenvolvimento da moralidade, do controle da
mente e da experincia da sabedoria atingiu o primeiro dos quatro estgios da li-
bertao, ele era chamado de rya (um nobre). Este estgio chamado de
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sotapaa (aquele que entrou na corrente) ou seja, esta pessoa entrou na corrente
da libertao completa do ciclo de nascimento e morte. Tal pessoa est parcialmen-te liberta. Est totalmente livre da possibilidade de futuras vidas em mundos inferi-
ores por causa da erradicao de todos os kammas (karmas)que levariam uma pes-
soa a tais mundos inferiores, muito embora tal pessoa ainda possua alguns kammas
remanescentes, que resultaro em, no mximo, sete vidas antes da libertao final
de todo renascimento. Portanto, tal pessoa faz jus ao epteto de rya. Continuando a
prtica de Vipassana, o praticante na seqncia se torna um sakadgmi (aquele
que retorna uma nica vez), angm(aquele que no retorna) e finalmente atinge oestgio de arahat (um ser completamente liberado). Assim, rya-satya (Nobre Ver-
dade) a verdade por intermdio de cuja experincia qualquer um pode se tornar
um rya um nobre.
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Derivaes Lingsticas
A lngua dos Vedas era chamada de Chndasna poca do Buda. Aproximadamente
dois sculos aps o Buda, um gramtico erudito chamado Pnini redigiu uma nova
gramtica e, por conseguinte, criou uma nova lngua baseada na lngua existente,
mas bastante diferente dela. Era disciplinada por novas regras. A lngua que foi cri-
ada foi chamada de Snscrito (literalmente: composta, criada, adaptada ou artifici-
al).
ryaera usado na literatura vdica na poca do Buda no sentido qualitativo, bem
como para denotar casta. Na literatura do Snscrito de Pnini tambm, ambos os
sentidos eram aplicados a rya. Mais tarde, um novo significado foi acrescentado:
as pessoas das trs classes (nominalmente, Brmanes, Shatriyas e Vaishyas) come-aram a ser chamadas de ryas.
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O Buda proferia seus sermes em sua lngua materna, que era o Kosali. Esta era a
lngua falada no Reino de Kosala e era a lngua nativa falada pelo povo. No erauma lngua criada artificialmente como o Chndas ou o Snscrito. Esta lngua Pra-
krit (literalmente, natural) protegeu as palavras do Buda durante sculos, portan-
to, foi chamada de Pli (aquilo que protege). Anos aps o Buda, a inteira regio
do norte da ndia, junto com o Estado de Kosala, caiu sob o domnio do Imperador
Ashoka de Magadha, que adotou no somente o ensinamento do Buda, seno tam-
bm a sua lngua. Ento, a lngua comeou a ser chamada de Magadhi. Nesta ln-
gua, rya ariya, um epteto para todos aqueles que atingiram estgios desotpan-
na arahat.
No ensinamento do Buda na vasta literatura Pli, ariya (rya)nem mesmo uma s
vez denotou casta ou raa. O termo sempre se referiu a qualidades. Por exemplo:
Visuddho uttamoti ariyo
Aquele que puro e supremo um rya.
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Ariyoti kilesehi rakhito parisuddho
Aquele que est distante das mculas da paixo,e ento, supremamente puro, um rya.
Anaye na iriyatiti ariyo
Aquele que no segue o caminho insalubre um rya.
Ahissabbapnaariyotiti pavuccati
Aquele que no-violento com relao a todos os seres um rya.
Ariyaphalapailbhato ariyoti
Aquele que alcanou nibbna um rya.
Em contrapartida, aqueles que esto longe do fruto do rya (nibbana)so chamados
deputhujjana. dito:
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Hino gammo pothujjaniko anariyo anatthasahito
Aquele que indigno, no-iniciado (rstico), longe de nibbnae coleciona estados insalubres.
Ariyoti putthujjanabhmi atikkanto
Um rya aquele que cruzou o campo deputthujjana(aquele que est separado do caminho da Verdade).
As Nobres Verdades (ariyasaccni) so analogamente definidas.
Ariyimni paivijjhanti tasmariyasaccnti vuccantti
Aquelas verdades que so conhecidas dos ryasso verdades arya
(Nobres verdades).
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A Verdade ltima
Sidarta Gtama (Snscrito: Siddhrtha Gautama) alcanou a auto-iluminao ltima
em Bodhi Gaya e se tornou uma pessoa perfeitamente auto-iluminada. Mais tarde,
ele ensinou Dhamma aos cinco ascetas Brmanes de Kapilavatthu, em Varanasi.
Em seu primeiro sermo, ele exps o aspecto prtico das Quatro Nobres Verdades.
Neste local, ele explicou como as Quatro Nobres Verdades levam realidade ltima
de nibbna, que est alm dos sentidos: eterno, duradouro e permanente. Ele escla-
receu como as Quatro Nobres Verdades, se praticadas em todos os seus trs aspec-tos (na maneira completa em doze partes) pode levar experincia da realidade su-
prema. Segundo os ensinamentos do Buda, todas as Quatro Nobres verdades esto
includas em cada nobre verdade. Qualquer um que for alm do sofrimento far isso
por intermdio da compreenso de todo o campo do sofrimento. Assim, a nobre
verdade do sofrimento inclui as outras trs.
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No prazo de uma semana, todos os cinco ascetas Brmanes tinham alcanado a
completa libertao pela prtica deste ensinamento benevolente. Assim, eles se tor-naram os cinco primeiros arahatsaps o Buda. Vipassana comprovou ser frutfera!
Desde ento, o Buda perambulou da fronteira oriental do Rajasto at a fronteira
ocidental de Bengala, servindo as pessoas ininterruptamente. Ele ensinou como ex-
perimentar estas Nobres Verdades por intermdio da prtica de Vipassana, o queresultaria na experincia da verdade eterna de nibbna. Mesmo na poca do Buda,
milhares de monges e de monjas (bhikkhuse bhikkhunis) se tornaram arahats. A-
lm disso, centenas de milhares de bhikkhus e de chefes de famlia tiveram a experi-
ncia da realidade ltima quando se tornaram sotpanna (aqueles que entraram nacorrente). Muitos, mais tarde, se tornaram sakadgmie angmi. Esta tcnica de
Vipassana beneficiou milhes de pessoas ao libert-las do sofrimento nesta prpria
Vida, por intermdio da experincia das mesmas Quatro Nobres Verdades.
Foi uma infelicidade que esta maravilhosa tcnica e toda a sua literatura tenham
sido perdidas por nosso pas e que, conseqentemente, ficssemos privados dos
seus ilimitados benefcios. Ambas a prtica e a literatura desapareceram. Com o en-
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sinamento no mais disponvel, as pessoas comearam a critic-lo por ignorncia,
declarando que no aceitaram a nobre verdade do sofrimento. Diante desse infelizdesdobramento histrico, como algum pode culpar o Buda, ou a Vipassana que
ensinou, pelos equvocos correntemente aceitos sobre os seus ensinamentos?
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Um Mdico Promove a Doena?
Um mdico especialista vem examinar um doente. Ele explica ao doente: Esta a
sua doena; esta a causa da sua doena; e tome eu tenho um remdio para a sua
doena. O remdio remover a causa da doena e, por conseguinte, curar a doen-
a. O doente toma o remdio e fica saudvel. Agora, podemos dizer que este mdi-
co est fomentando a doena ou fomentando a sade?
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Exatamente da mesma maneira, o Buda explica s pessoas sofredoras o que o seu
sofrimento, qual a causa fundamental do seu sofrimento; ento, ele oferece a solu-o para erradicar todo o sofrimento. Ele explica a todos claramente que, se pratica-
rem a soluo, sairo do seu sofrimento. As pessoas sofrem em decorrncia das im-
purezas da mente. Quando seguem o conselho deste homem sbio, eles saem do
sofrimento porque as impurezas da mente so removidas. lgico dizer que o Budaest fomentando o sofrimento?
A Experincia das Nobres VerdadesGera Frutos Aqui e Agora
Diz-se daqueles que experimentaram diretamente as Nobres Verdades:
Catubbhi vtehi asampakampiyo yo ariyasaccni avecca passati
Aqueles que experimentam diretamente as Nobres Verdades permanecem ina-
balados pelo vento que chega de todas as quatro direes, semelhante pilas-
tra protetora erguida de forma correta na entrada de uma cidade.
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Tambm era dito:
Ye ariyasaccni vibhvayantina te bhavaahamdiyanti.
Aqueles que incorporam as Nobres Verdades,
Tais pessoas (que entraram na corrente) no nascero pela oitava vez.
Em outras palavras, estas pessoas atingiro a libertao completa do estgio de ara-
hatno prazo mximo de sete vidas.
O ensinamento se atingir as Nobres Verdades no somente para monges e monjas.
NoMagala-sutta, o Buda instruiu em detalhe os chefes de famlia sobre o seu ver-
dadeiro bem-estar:
Tapo ca brahmacariyaca, ariyasaccna dassana;
nibbnasacchikiriyca, etamagalamuttama.
A meditao, levar uma vida de moralidade, experimentar as Nobres Verda-
des e atingir o nirvana (nibbna ) so grandes beatitudes.
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Claramente, seus ensinamentos no so somente para monges, mas tambm para
chefes de famlia.
Panjatali sobre o Sofrimento
O Rei Pushyamitra Shung governou cerca de quatrocentos anos aps o Buda. O sa-
cerdote da sua corte, Pantajali, escreveu o Sutra do Ioga baseado em Vipassana. Ele
usou sinnimos das palavras usadas pelo Buda para as Quatro Nobres Verdades.
Pantajali usava heya, hetu, hnae upya. Estas palavras eram equivalentes s Qua-tro Nobres Verdades do Buda. Algum chamaria Pantajali um pessimista por causa
disso? Pantajali at chegou a dizer:
"Duhkhameva sarvavivekinah." (Sutra do Yoga 2.15)
Todo meditador srio experimenta que o campo completo
do ciclo de nascimento e morte sofrimento.
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No entanto, o que mais importante, tambm se sabe que existe um caminho para
sair do sofrimento. Que equvoco chamar o Buda de um pregador do sofrimento,quando na realidade ele nos deu um caminho para sair do sofrimento!
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A Disseminao do Equvoco
A perda da literatura Pli e de seu aspecto prtico de Vipassana na ndia gerou mui-ta crtica falaciosa sobre o Buda e seu ensinamento. Este processo teve continuidade
incessante por mais de mil anos. As pessoas ficaram extremamente confusas por
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isso. De outra forma, como poderia um erudito mstico com grande seguidores na
ndia e no exterior ter dito:
A vida humana no nem uma eterna caravana colorida nem uma perma-
nente tempestade de sofrimento. Ambas esto presentes; esta a verdade.
Como se o Buda no tivesse conhecimento dos dois estados! Tambm foi incorretodizer sobre o ensinamento do Buda que Nada existe alm de sofrimento no princ-
pio, no meio e no fim da vida humana, enquanto o Buda, na realidade, disse mais
de uma vez que experimentamos ambos a felicidade e o sofrimento na vida. Ele dis-
se:
Dukkhassantarasukha
A dor seguida de prazer
Sukhassantaradukkha
O prazer seguido de dor.
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Assim, o prazer e a dor seguem um ao outro como o dia segue a noite. Este ciclo de
existncia de dor-prazer e prazer-dor tem acontecido por tanto tempo! Ns sempregostamos do prazer que vem aps a dor. Contudo, este prazer sempre se transforma
em dor. E esta dor muito mais angustiante aps a euforia de um prazer tempor-
rio. Este ciclo angustianteocorre por causa dos sakhras (condicionamento, kar-
mas) nascidos de tah(apego e averso). Portanto, estaria o Buda errado ao dizersabbe sakhrdukkhtodos os condicionamentos so sofrimento?
Todas as tradies espirituais da ndia pensam no ciclo de nascimento e morte co-
mo sofrimento. Quando o ciclo visto como sofrimento, no deveria tambm a cau-sa deste ciclo ser vista como sofrimento? Quando o Buda descobriu a causa do so-
frimento e disse que esta causa (ossakhrasnascidos do apego e da averso) tam-
bm era sofrimento, seu ensinamento inteiro foi censurado com o rtulo sarva
duhkha, sarvaduhkhatudo sofrimento, tudo sofrimento. E este erro de in-terpretao foi aplicado a um ensinamento cujo nico objetivo o oposto do sofri-
mento: a total libertao do ciclo de nascimento e morte, e o atingimento da eterna e
suprema felicidade!
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Este atingimento da libertao ltima o objetivo de todas as tradies espirituais
do Oriente. O Buda ensinou um mtodo que realmente leva as pessoas a este estadoonde visakhragatacittaa mente est livre de todos os condicionamentos, e
tahna khayamajjhag todo tah de apego e averso est destrudo. Ne-
nhum novo condicionamento, que possa causar novos nascimentos, gerado. Kh-
iapuranavanatthi sambhavatodos os velhos condicionamentos so
erradicados e novos condicionamentos no podem ser gerados. O meditador se tor-
na completamente livre do ciclo de nascimento e morte.
O Buda diagnosticou e explicou o inteiro ciclo de vir a ser o inexorvel processo
de constante transformao de dor e prazer e a causa raiz desse ciclo implacvel.
Ele deu a panacia de Vipassana que nos liberta deste ciclo e nos leva para a supre-
ma e eterna felicidade. claro que este grande professor dos professores, conhecidoem todo o mundo pela sua natureza compassiva, foi falsamente acusado de promo-
ver o sofrimento. O nosso bem-estar e o bem-estar de toda a humanidade repousam
em no se repetir este equvoco.
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A Felicidade e o Bem-estar de Muitos
O mstico indiano citado anteriormente tambm criticou a motivao original que
deu incio busca do Prncipe Sidarta Gtama:
til a busca somente daqueles ascetas que deixam o seu lar para errarem,
com o objetivo de auxiliar os outros. Sidarta Gtama deixou seu lar em busca
da verdade. Portanto, a sua busca em sua errncia no era lgica.
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Em outras palavras, a assertiva a de que o Buda no deixou seu lar para auxiliar os
outros; ele escolheu errar pelo mundo afora somente para satisfazer a sua curiosida-de ou para servir a si mesmo e, por conseguinte, a sua busca no foi lgica ou ben-
fica. Foi uma triste surpresa para mim quando me deparei com este comentrio.
Mesmo respeitados eruditos no sabiam muito sobre os fatos da vida do Buda. Isto
se deu porque as palavras do Buda no estiveram disponveis na ndia durante milanos.
Quando o Prncipe Sidarta compreendeu as realidades do envelhecimento, da doen-
a e da morte ele ficou preocupado, mas no somente porque ele prprio teria de
passar por este sofrimento. A verdade a de que ele desenvolveu uma imensa com-
paixo pelos incontveis seres que passam por este sofrimento. Ento, a pergunta
surgiu em sua mente: h um caminho para todos estes seres sarem do sofrimento?
Ele acreditava que
Yathpi dukkhe vijjante, sukhanmpi vijjati
Onde tanto sofrimento existe, haver tambm a felicidade (ltima);
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Evaeva jti vijjante, ajtpi icchitabbaka
Onde (repetidos) nascimentos existirem,haver tambm o desejado estado de ausncia de nascimento;
Evakilesapariruddho, vijjamne sive pathe
Para aqueles sobrecarregados por aflies provocadas por aes passadas,existe um Nobre Caminho de libertao;
Pariyesissmi tamaggabhavato parimuttiy
Eu quero descobrir aquele caminho que leva libertao do ciclo de vir a ser.
Ele no investigou o caminho da libertao somente para si mesmo, mas para ajudar
todos os seres aflitos no oceano de samsra.
Kime ekena tiena, purisena thmadassin;Sabbautappuitv, santressasadevaka.
Qual a utilidade de eu sozinho ganhar a libertao e experimentar a verdade
por intermdio de tais esforos extenuantes?
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Depois de atingir a iluminao perfeita, eu devo ser til aos homens e deusesem sua libertao.
Era natural que tivesse esta inteno. Foi por causa desta volio saudvel que ele
passou por tantas vidas como um Bodhisatta e foi adquirindo seus pramis
(mritos, qualidades) por ajudar aqueles com quem entrou em contato.
Agora, esta era a ltima vida daquele Bodhisatta. Ao atingir a iluminao, ele se
tornou liberto e ajudou outros a se libertarem. Obviamente, foi prioritariamente im-
portante se libertar a si mesmo. Como um homem cego pode mostrar o caminho
para outro homem cego? Como um deficiente fsico pode ajudar outro deficientefsico? Como algum preso em uma armadilha pode ajudar outros presos a se liber-
tarem? O objetivo de deixar a vida de chefe de famlia no foi somente o de matar a
sua curiosidade sobre a verdade ltima, mas o de se libertar, com vistas a tambm
ajudar muitos outros. Portanto, incorreto e muito infeliz concluir que o Buda esco-
lheu a vida de errante para servir a si mesmo.
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A Verdade Est Dentro de Si:
Por que Deixar o Seu Lar para Descobri-lo?
Mais uma crtica comumente dirigida contra o Buda a de que no havia qualquer
necessidade para ele deixar a vida de chefe de famlia para buscar a libertao.
sabido que a verdade ltima da realidade est dentro de cada pessoa. Contudo, esta
acusao no leva em considerao o fato de que a trilha para experimentar a reali-
dade ltima dentro de si mesmo tinha sido perdida. Portanto, era necessrio buscar
e redescobrir a tcnica. Se Vipassana estivesse disponvel naquela poca, no teriahavido qualquer necessidade de descobri-la. No entanto, um Iluminado surge so-
mente quando a tcnica de Vipassana est perdida e somente algunsjhnas(tcnicas
de absoro ou de concentrao, envolventesjhnasmundanos at o oitavo jhna)
permanecem. Estesjhnasso tambm encontrados dentro de ns mesmos e podem
ser enganosos e provocar deluses. As pessoas encaram o xtase de qualquer um
dessesjhnascomo se fosse a felicidade ltima, e no praticam para ir alm. A tc-
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nica de Vipassana que leva o meditador ao estgio alm do campo mundano de to-
dos os sentidos, inclusive a mente, se perde. UmBodhisattaa re-descobre por inter-mdio de seus prprios esforos.
Vale a pena notar que depois de ter testemunhado os trs estados de sofrimento da
vida, o Prncipe Sidarta viu umsama
a (shrama
a; um asceta, especialmente aque-le que acredita em seus prprios esforos de libertao). Como possvel que o
Prncipe atormentado por sua compreenso do sofrimento inerente nos trs esta-
dos no tenha falado com este samaa,que pareceu ser to sereno? O Prncipe
talvez tivesse aprendido com o asceta que a verdade ltima para ser investigada
dentro de si mesmo. No entanto, deve-se praticar metodicamente, pela prtica de
uma tcnica sistemtica de meditao. Isto no pode ser feito meramente ao perma-
necer em casa. Para pratic-la, tinha-se de deixar a vida de chefe de famlia e procu-rar diversos professores da tradiosamaa.
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A influncia da tradio samaa era muito evidente na Kapilavastu da poca do
Buda. Havia pagodes erguidos em comemorao a dois dos trs Budas anteriores aBuda Gtama neste evo (Kakusandha e Kongamana). Muito embora a meditao
Vipassana da tradiosamaa tivesse sido esquecida naquela altura, vrias tcnicas
de concentrao (jhnas) continuaram. lra Klma da Repblica de Klma, que
se localizava a leste do Reino de Shakya, foi um professor famoso de jhnas. En-
quanto o principal centro de seus ensinamentos era em Magadha, havia uma filial
tambm em Kapilavastu. O Prncipe Sidarta deve ter sabido de umsamaa que en-
controu que lra Klma estava em Magadha naquele perodo.
Para aprender a tcnica de introspeco, era necessrio ao Prncipe Sidarta deixar
seu lar. Ento, ele foi para Magadha aprender as concentraes de absoro at o
stimo jhna. Por intermdio dessa prtica ele experimentou o xtase da profundaabsoro, mas no a libertao ltima. Portanto, ele foi a outro professor da tradio
samaa, Udakka Rmaputta e aprendeu o oitavojhna. Mesmo assim, a mais ele-
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vada prtica conhecida naquela poca, no resultou na sua libertao de todo sofri-
mento. Depois disso, ele tentou estremas e automortificantes penitncias duranteseis anos. Isto tambm mostrou ser infrutfero. Ento, pelos seus prprios esforos,
ele descobriu o Nobre Caminho ctuplo de moralidade, concentrao e sabedoria
experimental. Por intermdio desse Caminho ele atingiu a perfeita iluminao e se
tornou um sammsambuddha. A perfeita iluminao no alcanada pela leitura
das escrituras ou pela indulgncia em acrobacias intelectuais de crenas filosficas.
O Buda no podia recebe-la de professor algum porque naquela poca o caminho da
libertao se tinha perdido para o mundo.Quando algum atinge a iluminao, seu corao e a sua mente ficam cheios de in-
finito amor incondicional e infinita compaixo. Ele quer distribuir esta prtica ben-
vola para um nmero cada vez maior de pessoas. Esta volio compassiva o trouxe
ao Parque dos Cervos em Sarnath, prximo de Varanasi, onde ele ofereceu o Ensi-
namento pela primeira vez aos cinco ascetas que vieram de Kapilavastu. Eles se tor-
naram arahats (literalmente, aqueles que destruram todas as suas contaminaes) e
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experimentaram a verdadeira felicidade eterna. Ele ficou l durante trs meses e
mostrou o caminha da libertao para mais de 55 seguidores. Eles tambm se torna-ram arahats, completamente iluminados.
Assim, quando 60 pessoas se tinham tornado arahats, ele lhes declarou a exortao
histrica to conhecida:
Caratha, bhikkhave, crika
Sigam o seu caminho, oh monges!
Bahujanahitya bahujanasukhya loknukampya
Pelo bem-estar de muitos, pelo benefcio de muitos,por compaixo pelo mundo.
Ele declarou, Que dois de vocs no sigam a mesma direo. Dois bhikkhus no
deveriam viajar juntos. Eles deveriam ir separadamente a locais diferentes, para que
cada vez um nmero maior de pessoas pudesse aprender e se beneficiar de Dham-
ma. Ele os exortou a: Ensinem o Dhamma que benfico no princpio, benfico no
meio e benfico no fim; absolutamente ntegro e totalmente puro.
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Se algum pratica somentesila (moralidade), o ponto de partida deste caminho puro
emDhamma, se torna feliz nesta vida e obtm a felicidade divina aps a morte. Sealgum pratica a parte do meio deDhamma,samdhi (concentrao da mente), ex-
perimenta o xtase da absoro e, aps a morte, obtm a felicidade brahmic. E se
algum se livra de todos os kammas (condicionamentos) por intermdio da prtica
depa (sabedoria penetrante) a parte final do Caminho ento, experimenta a
felicidade infinita do nibbna e, aps a morte, atinge o estado eterno, permanente
da ausncia de morte. Desta forma, o Nobre Caminho ctuplo absolutamente
completo; no h necessidade de acrescentar nada a ele. Ele totalmente puro; eleno contm qualquer impureza que precise ser removida.
Desta forma, estes 60 arahats, com coraes compassivos, auxiliaram muitos outros
ao longo de suas vidas. Eles tinham somente um objetivo:
Bahujanahityabahujanasukhya
O benfico e a felicidade de muitos.
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Durante os restantes 45 anos de sua vida, o Buda treinou milhares de arahats a gui-
ar outros; e ele mesmo viajou incessantemente para muitos lugares a fim de distri-buir o nctar deDhamma. A sua vida inteira foi investida na distribuio da felici-
dade. Esta tradio Samanacontinuou a ensinar Vipassana, que libertou inmeras
pessoas por sculos depois do Buda.
Estes comentrios infelizes de que o motivo do Buda ao deixar seu lar no foi o
de auxiliar os outros; que ele deveria ter procurado a verdade ltima ao permanecer
em casa como eles sero compreendidos pelos habitantes dos pases vizinhos da
ndia que conhecem os fatos sobre a Vipassana benvola? Por intermdio daquelesque conhecem as palavras do Buda e sabem que ele trabalhou noite e dia pelo bem,
pelo benefcio e pela felicidade de muitos? Ns estamos produzindo um estoque de
risadas sobre ns mesmos diante de nossos vizinhos que conhecem a verdade sobre
o Buda. Que ns no repitamos estes erros pelo bem de nosso bem-estar e de nossa
honra.
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O Buda tambm foi criticado por ter abandonado a sua jovem e bela esposa e a cri-
ana recm-nascida e seus pais chorosos. Os crticos se esqueceram de que Sidarta,aps ter atingido a iluminao, ajudou-os a obter a felicidade infinita da libertao.
Se ele tivesse permanecido em casa, ele teria sido somente capaz de lhes dar a feli-
cidade menor do conforto mundano e da companhia. Em vez disso, sua famlia in-
teira atingiu a libertao total. Durante sculos, srios meditadores de Vipassana
conheceram, por intermdio de sua experincia pessoal, que esta felicidade de liber-
tao das contaminaes enormemente superior felicidade mundana.
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O Distribuidor de Felicidade
A partir da assertiva de que a sua filosofia e seus ensinamentos nada mais eram do
que sofrimento e infelicidade, a analogia a de que o prprio Buda era sofredor e
infeliz. Nada podia estar mais distante da Verdade. Como um perfeito Iluminado, o
Buda saiu de todos os sofrimentos do mundo e viveu uma vida cheia de contenta-
mento e infinita felicidade em todos os momentos. Aos outros ele s deu felicidade.
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O Buda Estava Sempre Feliz
Uma vez ele dormia em uma cama de folhas secas cadas de uma rvore em uma
trilha de gado emAav. Naquela hora, um prncipe da linhagem avaka chamado
Hatthaka saiu para dar um passeio. Quando ele avistou o Buda, ele perguntou,
Venervel senhor, o Senhor dormiu feliz?
O Buda respondeu, Sim, meu jovem eu dormi bem. Eu sou uma daquelas pessoas
no mundo que dorme feliz.
A isto, Hatthaka disse,
Esta uma noite fria de outono, na estao das nevadas. Os cascos das vacas
fizeram a terra revolta e irregular. A cama de folhas est fina. Existem muito
poucas folhas nas rvores. Um vento frio sopra de todas as direes e o Se-
nhor veste somente andrajos. Como o Senhor pde dormir feliz?
O Buda respondeu,
U h f d f li filh d h f d f li d
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Um chefe de famlia, ou o filho de um chefe de famlia, dorme em uma casa
de verdade em uma cama macia com travesseiros e cobertores. No entanto, ofogo do desejo pelo prazer sensorial talvez esteja queimando dentro dele.
Neste caso, na lenta combusto do calor do desejo, ele dorme no sofrimento.
Um Buda extinguiu toda a sua avidez destruiu, extraiu, eliminou-a para
sempre, como o tronco decepado da palmeira, de onde novas folhas no pode-
ro crescer. No existe desejo no Buda. A avidez no pode surgir em um Bu-
da. O Buda um arahat. Um arahatdorme feliz.
Um incidente semelhante:
QuandoAnthapiika foi ver o Buda emRjagaha pela primeira vez, era tarde da
noite. O Buda caminhava do lado de fora. Anthapiika perguntou-lhe:
Venervel Senhor, Nobre Senhor, o Senhor dormiu feliz? O Buda respondeu:
Sabbadve sukhaseti, brhmao parinibbuto;
Yo na limpati kmesu, stibhto nirpadhi.
Desligado e dissociado de todos os desejos sensoriais e calmamente
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Desligado e dissociado de todos os desejos sensoriais e calmamente,
o brhmaa(arahat)tendo experimentado nibbnasempre dorme feliz.
Ento, ele acrescentou:
Sabbsattiyo chetv, vineyya hadaye dara;
Upasanto sukhaseti, santipappuyya cetas.
Tendo destrudo todo desejo, tendo removido o medo do corao,
tendo adquirido verdadeira paz da mente, um arahat liberto
e desligado de fato dorme feliz.
No somente arahats, todos os seguidores de Dhamma dormem felizes. Por conse-
guinte, se diz:
Dhammacrsukhaseti
Um praticante deDhammadorme feliz.
Ascetas que renunciaram vida mundana e esto estabelecidos na trilha de Dham-
masempre dormem felizessukhasupanti muniyo.
Todos aqueles cujas mentes vibram com o xtase arrebatador de Dhamma certa
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Todos aqueles cujas mentes vibram com o xtase arrebatador de Dhamma certa-
mente dormem felizesDhammapti sukhaseti, vippasannena cetas.Bem contentes com a ambrosia de Dhamma dorme-se sempre felizsukhito
dhammarasena appito.
Um Buda dhammabhto (personificado em Dhamma), brahmabhto (personifi-cado em Brahma); completamente calmo. Ele sempre dorme feliz. Todos os arahats
que seguiram o seu ensinamento e atingiram a libertao alcanaram a felicidade.
Mais um exemplo:
Bhaddiya era da famlia real dos Skyas. Ele foi ordenado pelo Buda. Ele sempre
proferia as palavrasAho sukha, aho sukha!Oh felicidade, oh felicidade! espon-
taneamente sob a sombra de uma rvore ou na escurido de sua cela de meditao.
O Buda o chamou e perguntou-lhe, Bhaddiya, por que profere estas palavras to
cheias de alegria?
Bhaddiya respondeu,
Venervel Senhor antigamente quando eu era rei os guardas reais estavam
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Venervel Senhor, antigamente, quando eu era rei, os guardas reais estavam
constantemente perto de mim nos meus aposentos ou no exterior; na cidade
ou fora de seus limites; no municpio ou alm dele. Venervel Senhor, eu vivi
escondido atrs desses guardas com constante medo e preocupao em minha
mente. Agora, por outro lado, compreenda! Eu vivo sozinho na floresta, ao p
de uma rvore ou em uma cela, sempre livre do medo, sereno, livre da dvida,
sem desejar nada, com a mente calma e confiante, satisfeito com o que quer
que receba por intermdio de esmolas. Venervel Senhor, ao observar esta
mudana em mim, eu profiro estas palavras de alegria Aho sukha, aho su-
kha!
Um discpulo do Buda est sempre feliz.
Aahyamnena kyena, aahyamnena cetas;
Divvyadi vratti, sukhaviharati tdiso.
Ele no experimenta a queimao do desejo sensorial
nem na mente nem no corpo. Assim, dia e noite, ele vive feliz.
Arahat bhikkhu Agulimla que se libertou declarou:
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Arahat bhikkhuAgulimla, que se libertou, declarou:
Sukhasaymi hymi, sukhakappemi jvita;
Ahatthapso mrassa, aho satthnukampito.
Eu durmo feliz, estou feliz e vivo a minha vida na felicidade.
Eu estou livre da priso da morte. Ah, isso ocorreu por causa da compaixo
do Senhor.
Enquanto houver a queimao da avidez ou do dio, no haver felicidade. Vive-se
uma vida feliz somente aps conquistar a libertao da avidez e do dio. Qualquer
um que gere dio sofrer. Mas com a prtica de Vipassana tal qual ensinada peloBuda, a mesma pessoa:
Kodhachetvsukhaseti, kodhachetvna socati
Tendo colocado um fim ao dio, dorme feliz;tendo colocado um fim ao dio, vive sem remorso.
A F li id d Et d Nibb
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A Felicidade Eterna doNibbna
Hrita era um bikkhuque veio de um cl brmane de Svatthi. Estas so as suas pa-
lavras de regozijo ao atingir a libertao
Susukhavata nibbna, sammsambuddhadesita;
Asokavirajakhema, yattha dukkhanirujjhati.
De fato, o nibbna ensinado pelo perfeitamente Iluminado
a felicidade suprema. Ele sem remorso, sem vcio, seguro.
Todos os sofrimentos l terminam por completo e por fim.
A Alegre Trilha para a Verdadeira Felicidade
Aggika Bhradvja, um brmane de Ukatth, era um adorador do fogo. Ele costu-
mava realizar penitncias severas na floresta por intermdio da tortura do seu cor-
po. Aps ter entrado em contato com o Buda, ele aprendeu Vipassana. E, aps al-
guns dias de prtica da tcnica, ele se tornou liberto e atingiu o estgio de arahat.
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guns dias de prtica da tcnica, ele se tornou liberto e atingiu o estgio de arahat.
Quando amigos perguntaram a ele sobre isso, ele respondeu:Yasukhena sukhaladdha,
passa dhammasudhammata;
Tisso vijjanupatt,
katabuddhassa ssana.
(Ao deixar o caminho da tortura) eu atingi a verdade (suprema) de nibbna
usando este mtodo feliz. Olhe a grandeza deDhamma!
(Ao alcanar o estado de arahat) eu atingi os trs poderes sobrenaturais.
Completei a prtica do ensinamento do Buda!
A Felicidade at para os Chefes de Famlia
Quando um chefe de famlia estabelecido no ensinamento do Buda deu a mo de
sua filha em casamento, deu a ela este conselho:
Sente-se com felicidade; coma com felicidade; durma com felicidade.
E ele explicou como faz-lo. Cumprir as responsabilidades de uma nora no novo lar
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p p p
motivo de felicidade. Se algum mais velho (a nora pode ter vinte anos e a sograquarenta, acho que no cabe chamar de idosa) est de p, uma pessoa deve: sentar-
se somente aps ele se ter sentado; fazer as refeies somente aps ter servido co-
mida aos mais velhos; deitar-se somente aps ter servido e atendido s necessidades
dos membros mais velhos da famlia todos estes conselhos conduzem felicidade.
Para os chefes de famlia, as palavras do Buda esto cheias de bnos abundantes
de felicidade.
Alguns exemplos:
Sukhmetteyyatloke, atho petteyyatsukh
Servir sua me ou ao seu pai traz felicidade para o mundo.
Sukhyvajarsla
Seguir a moralidade at a idade avanada traz a felicidade.
Sukhsaddhpatihit
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Confiar na Verdade traz a felicidade.
Sukho paya pailbho
Desenvolver a sabedoria traz a felicidade.
PpnaakaraasukhaAbster-se de fazer o mal traz felicidade.
Athamhi jtamhi sukhsahy
Receber ajuda dos amigos e dos parentes quando se precisa traz felicidade.
Tuhsukhyitartarena
Contentar-se com o que se tem traz felicidade.
PuasukhajvitasakhyamhiPraticar boas aes traz felicidade at aps a morte.
Sabbassa dukkhassa sukhapahna
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Erradicar todo sofrimento (por intermdio da prtica de Vipassana)
traz felicidade.
evidente que o ensinamento do Buda transmite no s a felicidade ltima da liber-
tao do ciclo de nascimento e de morte, mas tambm traz felicidade na vida mun-
dana. Quanta falta de conhecimento cham-lo de pessimista!
Um Buda surge no mundo para distribuir felicidade.
Buddho loke samuppanno, asamo ekapuggalo;
So pakseti saddhamma, amatasukhamuttama.
O incomparvel, o extraordinrio Buda surge no mundo
e traz tona a verdade, oDhamma.
O Buda traz tona a eterna e suprema felicidade.
Portanto. Diz-se:
Sukho buddhnauppdo, sukhsaddhammadesan;
Sukhsaghassa smagg, samaggnatapo sukho.
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Feliz o surgimento de um Buda, feliz o ensinamento deDhamma,feliz a reunio da Sanghae feliz meditar em grupo!
Quando um Buda surge, ele distribui somente felicidade. O que dizer de um Buda,
mesmo o surgimento de qualquer santo no mundo raro:
Dullabho purusjao, na so sabbatthajyati
Raro um santo neste mundo. Ele no nasce em qualquer lugar.
Yattha so jyato dhro, takulasukhamevatOnde um homem santo nasce, a felicidade daquele cl aumenta.
Uma pessoa comum virtuosa uma causa de bem-estar para seu cl. Contudo, um
Buda uma causa de bem-estar para a humanidade. Ele prega o ensinamento ben-
volo que, quando seguido, pode proporcionar uma vida de paz e felicidade, repleta
de Dhamma, com base na verdade.
Dhammrmo dhammarato,
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dhammaanuvicintaya;
Dhammaanussarabhikkhu,
saddhammna parihyati
VivendoDhamma, absorto emDhamma,
pensando somente emDhammae sempre consciente deDhamma, um meditador bhikkhu
nunca se afasta do caminho do mais verdadeiroDhamma.
Tal monge meditador :
Santakyo santavco, santavsusamhito;
Vantalokmiso bhikkhu, upasanto ti pavuccati.
Pacfico de corpo, pacfico de discurso, possuidor de uma mente concentrada,
deixando para trs os vcios mundanos;
tal bhikkhupacfico verdadeiramente chamado acalmado.
Aquele que assim acalmado vive feliz e dorme feliz.
Upasanto sukhaseti
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O acalmado sempre dorme feliz.
Aquele que atingiu a paz suprema atingiu a felicidade suprema. A paz suprema a
felicidade suprema. Aquele que atingiu o nibbna atingiu o xtase supremo.
Natthi santi parasukhaNo h felicidade maior do que a paz denibbna .
Tais meditadores, tendo atingido a paz suprema, vivem felizes mesmo em circuns-
tncias adversas.
Susukhavata jvma
Ns vivemos felizes;
Veriyesu averiyoSem inimizade em meio aos inimigos;
turesu anturo
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Sem tribulaes em meio aos aflitos
Ussukesu anussako
Sem apego em meio queles cheios de apego.
Como algum alcana este estado de xtase supremo?Pavivekarasaptv, rasaupasamassa ca
A meditao solitria e a absoro profunda da paz
que advm da mente serena.
Niddaro hoti nipppo, dhammaptirasapiva
Enlevado pela alegria deDhamma, um meditador se torna livre do medo e
sem qualquer maldade.
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Ptisukhena vipulena, pharamno samussaya
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Seu corpo inteiro repleto desse xtase sem limites
Quando se pratica Vipassana adequadamente, experimenta-se no s o xtase na
mente e a euforia no corpo, mas tambm a felicidade da paz infinita da ausncia de
morte.
Yato yato sammasati, khandhnaudayabbaya;
Labhati pti pmojja, amatatavijnata.
Sempre que dirigimos a nossa ateno a qualquer parte dentro do corpo
(compreendendo o contato da mente e do corpo), estamos conscientessomente do surgir e do desaparecer. Usufrumos o xtase e o regozijo
e experimentamos a ausncia de morte (que o campo dos Nobres).
Esta a felicidade suprema de nibbna: esta a paz suprema.
Como o Buda Pode Ser Chamado de Melanclico?
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Se algum for melanclico, ele s pode espalhar o sofrimento. Ele no pode e no
consegue sustentar o bem-estar de todos.
Em contrapartida, o Buda desejou o bem a todos com estas palavras:
Sabbe sattsukhhontu
Que todos os seres sejam felizes.
Um episdio da sua vida:
Um jovem brmane chamado Ambattha insultou o Buda com muitas palavras inju-
riosas. Quando Pokkharasti, o professor de Ambattha, soube desses improprios,
pediu desculpas ao Buda em nome de seu discpulo. Naquela ocasio, o Buda disse:
Sukhhotu brhmaa, Ambaho mavo
Oh, brmane, deixe (o seu discpulo) Ambattha ser feliz.
Outro episdio:
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Suppavs, do estado de Koliya, carregou um filho no ventre por mais tempo doque o normal. Ela sofreu dores intensas no momento do parto. Enviou uma mensa-
gem ao Buda sobre a sua condio. Uma grande compaixo surgiu no Buda e ele
enviou a sua bno:
Sukhinhotu SuppavsKoliyadht. Arogarogaputtavijyat.
Suppavs, filha dos Koliyas, que voc possa ser feliz. Que voc possa ser
saudvel e dar luz um menino saudvel.
As suas bnos geraram frutos. Tal era a compaixo do Buda e tais eram as suas
palavras de bendio. Embora seja chamado de pessimista por aqueles que o criti-
cam.
Outro episdio:
Aps a sua aposentadoria, o sacerdote real do Rei de Kosala partiu em direo ao
l fi d d i d b i i h
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Sul e se fixou s margens do Godavari. Este sacerdote, o brmane Bvari, tinha 100
anos quando soube que um SammSambuddha (um Auto-Iluminado) aparecera no
estado de Kosala. Ele enviou os seus 16 discpulos principais a fim de investigar a
alegao. Quando chegaram a Svatthi, estes discpulos ficaram satisfeitos e reco-
nheceram que Samaa Gtama era efetivamente o Buda. Quando um dos discpulossaudou o Buda e apresentou as suas saudaes em nome de seu professor Bvari, o
Buda proferiu estas palavras de bendio.
Sukhito Bvarhotu, sahasissehibrhmao;Tvacpi sukhito hohi, cirajvhi mavo.
Que o brmaneBvaripossa ser feliz juntamente com seus discpulos!Que vocs tambm possam ser felizes, oh aprendizes de brmane!
Que possam ter vida longa!
Um pessimista que acredita que a vida s sofrimento daria uma bno por uma
vida longa (que seria uma praga de sofrimento a longo prazo)? Acredito que no.
A mente do Buda estava sempre cheia de amor generoso. Ele ensinou a seus disc-
l ti dit d j i di i id
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pulos a praticar a meditao do amor generoso ou seja, amor compassivo, dirigido
ao bem-estar de todos os seres:
Sabbe sattbhavantu sukhtatt
Que todos os seres possam ser felizes dentro de si mesmos.
Onde quer que as pessoas pratiquem Vipassana em cursos de 10 dias em todo o
mundo, eles tm a experincia desse amor compassivo. Aps terem purificado a sua
mente o mais que possvel durante 10 dias de intensa meditao Vipassana, apren-
dem a prtica do amor compassivo (mettbhvan). Mesmo durante o curso, o lo-
cal onde ocorre o curso de meditao carregado de vibraes da declarao ben-
vola:
Bhavatu sabba magala!
Que todos os seres sejam felizes!
Como pode um povo de um pas que perdeu a tcnica de meditao Vipassana ab-
sorver adequadamente o fato de o Buda ser o distribuidor de Dhamma de bem
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sorver adequadamente o fato de o Buda ser o distribuidor de Dhamma, de bem-
estar, de felicidade?
O Amor Generoso
Quando um chefe de famlia convida um bhikkhua fim de lhe oferecer comida e,
assim, se d a oportunidade de ganhar mritos, o bhikkhunormalmente canta um
mettasutta (versos de amor generoso). Sente-se grande alegria ao ouvir tais palavras
de bno. As mesmas palavras de amor generoso so ouvidas nos cnticos cedopela manh em um curso de Vipassana de 10 dias, gerando amor desinteressado e
criando uma atmosfera maravilhosa para a meditao.
Na ca khuddamcare kici,
yena vipare upavadeyyu;
sukhino va khemino hontu,
sabbasattbhavantu sukhitatt.
No se deve praticar qualquer ao mesquinha
que possa gerar censura dos sbios
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que possa gerar censura dos sbios.
Que todas as criaturas possam ser contentes,
seguras e felizes por dentro.
Ye keci pabhtatthi,
tasvthvarvanavases;
dghvye va mahant,
majjhimrassakaukathl.
dihvye va adih,
ye va dre vasanti avidre;
bhtva sambhavesva
sabbasattbhavantu sukhitatt.
Quaisquer criaturas vivas que sejam, capazes ou no de se moverem,
sem exceo, compridas ou amplas, de altura mdia ou baixas, pequenas ou
grandes, visveis ou invisveis, distantes ou prximas,
que existam ou que ainda venham a existir, que todas as criaturas possam ser
felizes por dentro
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felizes por dentro.
Na paro paranikubbetha
ntimaetha katthaci na kaci.
byrosanpaighasa,
namaassa dukkhamiccheyya.
Um homem no deve humilhar outro homem;
no se deve desprezar ningum em qualquer lugar.
Ningum deve desejar o sofrimento de outra pessoa
por dio ou repugnncia.
Mtyathniyaputta,
yusekaputtamanurakkhe;
evampi sabbabhtesu,mnasabhvaye aparima.
Tanto quanto uma me protegeria com a sua vida o seu filho,
seu nico filho, da mesma forma se deve cultivar
infinito amor desinteressado com relao a todos os seres.
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infinito amor desinteressado com relao a todos os seres.
Mettaca sabbalokasmi,
mnasabhvaye aparima;
uddhaadho ca tiriyaca,
asambdhaaveramasapatta.
Todo amor generoso em direo ao mundo inteiro.
Deve-se cultivar uma mente sem fronteiras,
acima e abaixo e atravs, sem obstruo,
sem inimizades, sem rivalidades.
Tihacaranisinno va
sayno yvatssa vitamiddho.
etasatiadhiheyya,brahmametavihramidhamhu.
De p ou caminhando ou sentado ou deitado,
enquanto se estiver livre do torpor, s
e deve praticar a plena ateno.
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Isto (se diz) o estado brahma.
Palavras maravilhosas similares so encontradas em muitos lugares na literatura
Pli. Mesmo que este pas tivesse preservado somente o Dhammapada, uma mins-
cula frao dessa enorme literatura, eles no teriam visto o Buda de forma to equi-vocada como uma pessoa negativa e pessimista. Os dois primeiros versos doDham-
mapadaso:
Manopubbagamdhamm, manosehmanomay;
Manasce paduhena, bhsati vkaroti v;
Tato nadukkhamanveti, cakkava vahato pada.
Todas as aes de corpo e de mente tm a mente como sua precursora,
a mente como a sua lder suprema; de mente so feitas.Se algum fala ou age com uma mente impura,
sofrimento o segue como as rodas seguem o rastro do animal atrelado
carroa.
Manopubbagamdhamm, manosehmanomay;
Manasce pasannena, bhsati vkaroti v;
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Tato nasukhamanveti, chyva anapyin.
Todas as aes de corpo e de mente tm a mente como sua precursora,
mente como a sua lder suprema, de mente so feitas.
Se com uma mente pura algum fala ou age,
felicidade o seguir como a sua sombra que nunca o deixa.
Est claro que o que quer que seja feito com uma mente impura ser insalubre e de-
finitivamente resultar em sofrimento. Da mesma forma, o que quer que seja feito
com uma mente pura ser saudvel e definitivamente resultar em felicidade. Estes
dois versos sozinhos teriam esclarecido a todos que o ensinamento do Buda no
fatalista e que ele est declarando verdades sobre o sofrimento e a felicidade.
Se algum consulta oDhammapada, encontram-se 26 captulos sobre vrios aspec-
tos de Dhamma, que ensinam a viver com alegria no presente e no futuro. Um des-
ses captulos o Sukka Vagga (Captulo sobre a Felicidade). Notamos no existir
um captulo sobre o sofrimento! Isto deveria evitar que algum pudesse dizer que o
Buda foi um pessimista ou que lhe faltasse uma atitude positiva.
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Buda foi um pessimista ou que lhe faltasse uma atitude positiva.
Onde quer que o Buda tenha falado sobre sofrimento, ele o fez somente para trazer
luz as suas causas fundamentais e para encorajar pessoas a erradicar tais causas.
Sempre que o Buda falou sobre felicidade, ele o fez para trazer luz os seus funda-
mentos e para encorajar as pessoas a desenvolv-lo.
Em vez de falar sobre a causa do sofrimento e a sua erradicao, se o Buda tivesse
dito:
S existe sofrimento em toda a parte agora e somente haver sofrimento no
futuro; ftil at mesmo tentar sair dele. No se deve desperdiar a sua ener-
gia neste esforo - Ento, ele poderia sim ser chamado de fatalista, de pessi-
mista e de cnico sem atitude positiva e defendendo a inatividade. Se tivesse
sido assim, certamente o Buda teria causado dano no somente ao seu pas,seno ainda a toda a sociedade humana. Nesse caso, teria sido recomendvel
pr fim a este ensinamento no s na ndia mas no resto do mundo tambm.
Mas a verdade a de que o Buda nunca disse: No existe sada para o sofrimento.
Em vez disso, ele deu um mtodo prtico para sair de todo sofrimento aqui e agora.
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, p p q g
Ns, na ndia, perdemos o aspecto experimental de seu ensinamento. A nossa dis-
toro repetitiva do aspecto terico de seu ensinamento nos privou dos seus benef-
cios. Quem quer que o tenha preservado, mundo a fora, pde se beneficiar dele.
chegada a hora de entendermos os fatos reais, de prestarmos ateno sua lio ma-nifesta e seguirmos o caminho prtico ensinado pelo Buda.
A Causa do Sofrimento e a Sua ErradicaoO Buda quis criar na mente das pessoas uma inclinao para se livrarem do sofri-
mento. Esta foi a razo pela qual ele ensinou a verdade sobre o sofrimento, a sua
causa e o caminho para sair dele. luz desse fato, como pode se sustentar a decla-rao a seguir? A viso do Buda sobre a Vida parece carecer de coragem e confi-
ana. A sua nfase na tristeza profunda, se no falsa, no verdadeira... Se que
essa declarao prova alguma coisa, prova a ignorncia do escritor sobre os ensina-
mentos do Buda. Quem pode negar a realidade do sofrimento associado ao nasci-
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Q p g
mento, decadncia, doena e morte, a associao com o desagradvel e a dis-
sociao do agradvel; de coisas desejadas no acontecerem, e de coisas no deseja-
das acontecerem? No so estas realidades verdadeiras?
Ns nos apegamos aos cinco agregados pensando, Esta a minha mente, Este
o meu corpo, e ns nos agarramos a eles como eu e meu. Esse apego profundo
a estes cinco agregados leva ao ciclo repetitivo de nascimento e morte. Quem pode
negar a verdade desta realidade do sofrimento? Pelo menos, todas as tradies espi-rituais da ndia aceitam o ciclo de vir a ser como sofrimento e esto focadas no
mesmo objetivo da libertao deste ciclo, a fim de atingir a ausncia de morte.
O Buda disse neste contexto:
Dukkhjti punappuna
(antes de me libertar) eu tive repetidos nascimentos neste sofrimento.
Antes de atingir o estado de Buda, um Bodhisatta assim pensa:
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Kicchavatyaloko pannoOh, todos sofrem tanto!
Jyati ca jyati ca myati ca cavati ca upapajjati ca
Nascimento, decadncia, morte, surgir e desaparecer novamente.
Atha ca panimassa dukkhassa nissaraanappajnti jarmaraassa
No se sabe como sair do sofrimento ou dos repetidos nascimentos e mortes.
Um Bodhisatta procura pela resposta e re-descobre o Nobre Caminho Libertador desla-samdhi-pa(moralidade, concentrao e sabedoria experimental) por inter-
mdio do qual ele se liberta e ajuda muitos a se libertarem.
Portanto, diz-se:
Punappunagabbhamupeti mando
Uma pessoa ignorante repetidamente cai no tero
(tem repetidos nascimentos).
Punappunasivathikaharanti
De novo e de novo se levado ao cemitrio.
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Quo intil passar pelo sofrimento de dukkh jti punappuna repetidamente,
movido pela ignorncia! Ainda:
Maggaca laddhapunabbhavya
Descobrindo o caminho para sair do ciclo de vir a ser
na punappunajyati bhripao
Tendo grande sabedoria, (o Buda) no nasce de novo e de novo.
Muitos outros alm do Buda se tornaram libertos ao terem tomado este mesmo ca-
minho. Ns temos um tesouro de alegres proclamaes de centenas de bhikkhus e
de bhikkhunis, que declararam terem atingido a libertao. Alguns exemplos:
Ekadhammassavaiya
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Ekadhammassavaiya foi o filho de um homem de negcios de Setabba. No seuestado de alegria da libertao, ele declarou:
Kilesjhpitmayha
A minha paixo foi extinta.Bhavsabbe samhat
Todo vir a ser foi erradicado.
Vikkho jti sasroO processo de (repetidos) nascimentos terminou.
Natthi dni punabbhavo
Agora no existe mais nascimento para mim.
Bhikkhu Menhasira
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Bhikkhu Menhasira entrou para a vida de mendicante vindo de uma rica famlia deSaket. Ele proclamou:
Anekajtisasra, sandhvissaanibbisa
Por incontveis vidas eu corri por este ciclo interminvel de vir a ser.
Tassa me dukkhajtassa dukkhakkhandho uparaho
Do sofrimento de (repetidos) nascimentos eu me libertei. O estoque acumula-
do de sofrimento foi destrudo.
Padmvati
Padmvati era uma cortes de Ujjain e a me de Abhaya. Ela foi ordenada pelo Bu-
da como uma monja e, por intermdio de sua prtica sria de meditao, se tornouuma arahat. Padmvati compartilhou estas palavras:
Evaviharamnya
Assim, seguindo o ensinamento do Buda,
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Sabbo rgo samhato
removendo todo desejo por prazeres sensoriais,
Pariho samucchinno
extinguindo o arder da paixo,
Stibhtamhi nibbutti
(Eu atingi) nibbna e me tornei transcendentalmente calma e pacfica.
AparUttamTher
AparUttamThernasceu em uma famlia brmane importante de Kosala. Ao des-
crever a sua meditao e a sua resultante libertao, ela declara alegremente:
Suatassa nimittassa, lbhinhayadacchika;
Orasdhtbuddhassa, nibbnbhiratsad.
O meu sonho de experimentar o estado onde nada existe a qu se agarrar
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(nibbna ) foi realizado. Eu, uma filha aplicada do Buda, usufruo o xtase denibbna.
Ye ime satta bojjhag, maggnibbnapattiy;
Bhvitte maysabb, yathbuddhena desit.
Para atingir nibbna eu conclui o desenvolvimento de todos os 7 bojjhangas(fatores de iluminao) tal qual ensinado pelo Buda.
Sabbe kmsamucchinn, ye dibbye ca mnus;
Vikkho jtisasro, natthi dni punabbhavo.
O meu desejo por todos os prazeres sensoriais (deste mundo e do cu) foi er-radicado. O ciclo de vir a ser cessou. Agora, no existe renascimento paramim.
Se os eruditos de nosso pas tivessem lido algumas citaes das centenas de decla-
raes do Buda e de seus discpulos, no teriam cometido o grave erro de caracteri-
zar o ensino libertador desta suprema e histrica pessoa como fatalista e pessimista.
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A Definio de Felicidade
O Buda acusado de ser dukkha-vdi.Nas lnguas indianas, a palavra vdi usa-
da de trs formas:
1. Para denotar aqueles que criam uma filosofia e brigam para provar a sua efi-
ccia. O Buda no criou a filosofia do sofrimento e do pessimismo e, por con-
seguinte, no precisou brigar por isso. Ele sempre disse que brigar por uma
filosofia errado: Vivdabhayato disv, avivdaca khemato.
2. Para denotar aqueles que se dedicam cegamente a uma crena tradicional e
que utilizam quaisquer meios para dissemin-la tais como os fundamentalis-
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tas que esto prontos para usar o terrorismo em benefcio de sua causa. Nin-
gum pde acusar o Buda de disseminar o sofrimento desta forma.
3. Para denotar aqueles que falam ou pregam sermes. O Buda costumava pre-
gar muitos sermes e, assim, podia ser chamado vdi nesse sentido. Contudo,
o Buda sempre ensinouDhamma, a verdade. Por conseguinte, ns vemos que,
ao longo de sua vida, ele era sempre chamadosacca-vdi, tathavdi, kamma-
vdi, kiriyavdi, klavdi, piyavdi, hitavdi, yathvdi tathkri. (falandosomente a verdade; falando somente os fatos; falando sobre a Lei doKamma;
falando sobre uma ao desinteressada; falando na hora adequada; falando
palavras adequadas; falando em benefcio (do ouvinte); e um orador que prati-
ca o que prega e prega o que pratica). Ele sempre falou as palavras da verda-
de; por conseguinte, mesmo os seus oponentes o chamavam de dhammavdi,
aquele que falava emDhamma, aquele que falava a verdade.
Um episdio em sua vida:
U f b Ashwalyana f i d B d El f i
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Um famoso brmane, Ashwalyana, foi contemporneo de Buda. Ele foi um pes-quisador erudito e um lder brmane. Quando outros brmanes sugeriam que pro-
movesse uma discusso com o Buda, ele recusava a proposta, dizendo no poder
discutir com um dhammavdi (aquele que fala a verdade). At mesmo os oponentes
do Buda, durante a sua vida, no o chamavam aquele que falava do sofrimento ou
pregador do pessimismo. Ele teria sido caracterizado assim se falasse somente de
sofrimento e no de felicidade. No fundo, no existe ningum mais no mundo que
seja o maior dossukkhavdi (pregador da felicidade).O Buda efetivamente falava sobre o sofrimento, mas somente para erradic-lo. Ele
falava sobre a felicidade para que a verdadeira felicidade pudesse ser atingida.
Ele explicou como surge a massa de sofrimento. (evametassa kevalassa dukkhak-khandhassa samudayo hoti.)
E, ento, ele explicou como a massa de sofrimento era extinta, eliminada (
evametassa kevalassa dukkhakkhandhassa nirodho hoti.)
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Descrevendo o sofrimento sistematicamente, ele explicou:Jti pi dukkha. Enquanto
houver o ciclo de vida e de morte, tem-se de suportar o sofrimento. A verdadeira
libertao do sofrimento estar livre deste ciclo de nascimento e de morte. Para es-
te fim ele ensinou a simples, a lgica e a prtica tcnica de Vipassana, que d resul-
tados concretos aqui e agora. completamente diferente de todos os argumentos e
de todas as crenas filosficas superficiais. O Buda realizou um estudo analtico de
suas prprias experincias da verdade e encorajou os seus discpulos a praticaremfundamentados em sua prpria e direta experincia. Todo o ensinamento do Buda
baseado na prpria experincia do indivduo. No seu ensinamento, no h lugar pa-
ra a f cega nas escrituras.
Diferentes Tipos de Sensaes
H j di di l d i ifi d N t t d
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Hoje em dia, na ndia, a palavra vedansignifica dor. No entanto, na poca do
Buda, vedansignificava a prpria experincia do indivduo. Ele classificava ve-
dande uma maneira analtica cientfica. Em uma classificao, ele descobriu dois
tipos de vedan: kyikae cetasika(corporal e mental). Em outra classificao, eledescreveu trs tipos de vedan:
Tisso, imvedan, bhikkhave
Bhikkhus, existem trs tipos de experincia.
Katamtisso?
Quais so as trs?
Sukhvedan, dukkhvedan, adukkhamasukhvedan
A sensao agradvel, a sensao desagradvel e uma terceira, que nem a-
gradvel nem desagradvel.
Ns encontramos esta referncia a trs tipos de sensaes muitas vezes nas palavras
do Buda. Ele nunca falou exclusivamente sobre sensaes desagradveis (dukkha
d ) A l t b f l i d i t d B d
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vedan). Aqueles que esto sob a falsa impresso de que os ensinamentos do Buda
so somente sobre o sofrimento, compreendero isso por si mesmos se lerem as pa-
lavras do Buda.
O Buda comumente se referia a estes trs tipos de sensaes. Contudo, ele detalhou
muitas outras classificaes de sensaes, baseado nas suas prprias experincias
sutis conquistadas pela anlise introspectiva profunda. s vezes, ele descrevia as
sensaes que experimentava, de cinco tipos distintos. Outras vezes, ele as dividiaem 6, s vezes em 18, s vezes em 36, s vezes em 108 tipos. Disso, aprendemos
ser evidente que ele no descreveu somente sensaes desagradveis.
Dukkha Vedan
Na famosa passagem que comea com Jti pi dukkha o Buda enumerou 11 tipos
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Na famosa passagem que comea comJti pi dukkha..., o Buda enumerou 11 tipos
de experincias desagradveis.
Ele tambm descreveu trs aspectos do sofrimento:
1. dukkhadukkhat o que quer que seja percebido diretamente como dor ou
sofrimento corporal ou mental.
2. sakhradukkhat o que quer que seja experimentado como um resultado
de kammas o sofrimento do condicionamento.
Kammas fortes tm a capacidade de gerar novos nascimentos. Mesmo se algum
nasce no reinoBrahmada forma ou da ausncia de forma, este nascimento resultar
certamente na morte. Se no momento da morte ainda existir um estoque de kamma,certamente causar renascimento: assim, o ciclo do vir a ser continua. Continua-se a
nascer em qualquer dos 31 reinos e o ciclo do sofrimento continua. Por conseguinte,
chamado desankhradukkhat.
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3. viparimadukkhat o que quer que seja desfeito a cada momento (isto , o
que quer que continue a mudar) continuar a gerar doenas corporais e men-
tais. Esta mudana finalmente gera a morte.
Sukha Vedan
Contudo, ele tambm descreveu muitas sensaes agradveis: os cinco prazeres
sensoriais resultantes das experincias dos olhos, dos ouvidos, do nariz, da lngua e
da pele.
As pessoas ignorantes em Dhamma consideram estes prazeres sensoriais como a
felicidade suprema. O Buda explicou que mais importante do que estes prazeres
nascidos do desejo sensorial a felicidade do primeiro jhna (primeiro dhyna ou
absoro) que chamado de pti-sukha: Savicra savitakka vivekaja ptisu-
kha.
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Na poca do Buda, dhyna-sukha (a felicidade da absoro) no era chamada de
nanda. Chamava-sepiti-sukha. Na literatura vdica, igualmente, no era usada pa-
ra designar qualquer elevada experincia espiritual. Nos Vedas, era usada para des-
crever prazeres bsicos ou inferiores, tais como:
nandyastrakha(Yajurveda 30, 6)
Ajudar uma mulher a usufruir (prazeres sensoriais).
Nos Vedas,sukhaera uma experincia elevada, tanto quanto nanda.
O Buda tambm usou nandapara descrever uma forma inferior de felicidade.
Ko nu hso, kimnando, niccapajjalite sati!
Por qu gratificar-se com o jbilo e a folia!Por qu gratificar-se com nanda!Observe a incessante queimao no interior!
Igualmente, ele falou sobre tah(t, sede)
Yyatahponobbhaviknandrgasahagattatratatrbhinandin
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Este desejo causa nascimento de novo e de novo,
acompanhando a nandados prazeres sensoriais,
s vezes sentindo prazer aqui, s vezes sentindo prazer acol.
Em outro exemplo:
O Buda renunciou aos prazeres do mundo. Em oposio a isso, Mra(o malvado)
diz:
Nandati puttehi puttim
Aquele com filhos sente prazer (nanda) com filhos.
Gomiko gohi tatheva nandatiAquele com muitas vacas sente prazer (nanda) com elas.
Upadhhi narassa nandan
Prazeres sensoriais so a verdadeira felicidade do homem.
N hi d i i dhi
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Na hi so nandati yo nirpadhi
Aquele que nega os prazeres sensoriais no tem nandaem sua vida.
Na poca de Pantajali, nandaadquiriu um significado mais elevado epiti-sukha
se tornou rebaixado. Quando Pantajali fala do primeiro jhna,que foi descrito pre-
viamente pelo Buda, ele substituipiti-sukha por nanda.
Vitarka-vicra-nanda-asmitrpnugamt samprajtah (Yogastra 10)
O Buda descreveu a felicidade do primeiro jhna (dhyna) usando o termo piti-
sukha.Piti-sukha maior do que a felicidade dos prazeres sensoriais. Algumas pes-
soas acreditam ser estepiti-sukhaa felicidade suprema, o que errado. Mais do que
isso a felicidade do segundojhna(dhyna) piti-sukhaque desprovido de vi-
takka(aplicao inicial da mente ao objeto) e vicra(aplicao sustentada da mente
ao objeto): avitakkaavicrasamdhijapti sukha.
Considerar isto a felicidade suprema tambm errado. Superior a isto a felicidade
da equanimidade do terceirojhna: upekkhako satimsukhavihr.
Al dit i f li id d i t t b d
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Algumas pessoas acreditam ser isso a felicidade suprema; isto tambm errado.
Maior a felicidade do quartojhna quando a conscincia pura, com equanimida-
de, d vazo experincia do nem prazeroso nem desagradvel do adukkhamas-
ukhaupekkhsatiprisuddha.
Algumas pessoas acreditam ser isso a felicidade suprema; isto errado. Maior do
que isso a experincia do espao infinito do quintojhna: ksnacyatana.
Algumas pessoas acreditam ser isso a felicidade suprema; isto errado. Maior do
que isto a felicidade da experincia da conscincia infinita do sexto jhna: vi-
acyatana.
Algumas pessoas acreditam ser isso a felicidade suprema; o que errado. Maiorfelicidade do que esta a experincia de nada a que se apegar do stimo jhna: -
kicayatana.
Algumas pessoas acreditam ser esta a felicidade suprema, o que errado. Uma feli-
cidade maior do que esta a experincia nem da percepo nem da no-percepo
do oitavojhna:
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j
nevasansayatana.
Algumas pessoas acreditam ser esta a felicidade suprema. Uma felicidade superior a
esta a experincia que est alm de todas essas experincias, a experincia subli-
me onde vedaaesaa(sensao e percepo) so extintas:
savedayitanirodha.
Esta a felicidade nirvnica que est alm da mente e da matria, alm do ciclo da
existncia, alm de todos os reinos da existncia, alm dos sentidos, eterno, dura-
douro, permanente. Portanto, o Buda disse:Nibbnaparamasukha.
Experimenta-se a felicidade suprema de nirvana quando todo o estoque dos sak-
hras erradicado. Um bhikkhuque atingiu este estgio declara:
Pamojjabahulo bhikkhu, pasanno buddhassane;
Adhigacche padasanta, sakhrpasamasukha.
Com o corao satisfeito pelo ensinamento do Buda, o alegre bhikkhu,
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p , g ,
tendo atingido a paz suprema e a felicidade suprema do nibbna,
aquietou todos ossakhras.
A mera prtica dos oitojhnas no d esta experincia a seja quem for. Ns sabe-mos disso pela experincia do Bodhisatta. No perodo logo aps ter abandonado a
sua vida de prncipe em Kapilavastu e decidido viver uma vida de errante mundo
afora, Bodhisatta Sidarta Gtama foi a Magadha para aprender a tcnica dos jh-
nas. Muito embora houvesse uma filial do Centro de Meditao de lra Klma
em Kapilavastu (pertencente tradio Samana), Gtama foi ao centro em Maga-
dha porque era o principal centro e o professor titular estava l. No prazo de dois a
trs dias, o Bodhisatta alcanou o stimo jhna. Ele descobriu que, embora fossemmuito prazerosos, a sua prtica no lhe trouxe a libertao suprema. Portanto, ele
deixou oAcharya lra Klma e foi aprender com oAcharya Uddaka Rmaput-
ta. Tendo em conta que este professor s tivesse ouvido falar da experincia do oi-
tavojhnae pudesse descrev-lo e explic-lo aos seus alunos, ele no o tinha alcan-
ado. Aps ter escutado a descrio do professor, o Bodhisatta atingiu o estgio do
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oitavo jhnano prazo de dois a trs dias. Aps isto, Uddaka Rmaputta tambm
atingiu o oitavojhna. OBodhisattacompreendeu que este estgio era muito mais
prazeroso do que o stimo jhna, mas no era o estgio supremo que procurava.Velhossakhras(condicionamentos), ainda adormecidos no nvel mais profundo
de sua mente, poderiam novamente se tornar a causa de nascimento. Enquanto no
tivessem sido completamente erradicados, esta elevada experincia meditativa no
podia ser chamada de libertao suprema.
Nessa altura, ele comeou a praticar severas penitncias de autoprivaes, uma pr-
tica comum naqueles dias na tradioSamaa. Ele deu continuidade a isso durante
cerca de seis anos, mas concluiu tudo isso ser em vo. Por fim, ele re-descobriu, por
intermdio de seus prprios supremos esforos, a antiga tcnica de Vipassana, per-
dida h tempos. Por intermdio de sua prtica, ele alcanou a libertao total. O Bu-
da explicou clara e detalhadamente todos os mtodos que adotou, do momento em
que renunciou vida de chefe de famlia