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www.cardiol.br SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA BELO HORIZONTE - MG XXII CONGRESSO DA SOCIEDADE MINEIRA DE CARDIOLOGIA - SBC/MG Volume 99, N° 2, Supl. 1, agosto 2012 ISSN-0066-782X RESUMO DAS COMUNICAÇÕES

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SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA

BELO HORIZONTE - MG

XXII CONGRESSO DA SOCIEDADE MINEIRA DE CARDIOLOGIA - SBC/MG

Volume 99, N° 2, Supl. 1, agosto 2012ISSN-0066-782X

RESUMO DAS COMUNICAÇÕES

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REVISTA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA - Publicada desde 1948

CONSELHO EDITORIALBrasilAdib D. Jatene (SP)Alexandre A. C. Abizaid (SP)Alfredo José Mansur (SP)Álvaro Avezum (SP)Amanda G. M. R. Sousa (SP)André Labrunie (PR)Andrei Sposito (DF)Angelo A. V. de Paola (SP)Antonio Augusto Barbosa Lopes (SP)Antonio Carlos C. Carvalho (SP)Antônio Carlos Palandri Chagas (SP)Antonio Carlos Pereira Barretto (SP)Antonio Cláudio L. Nóbrega (RJ)Antonio de Padua Mansur (SP)Ari Timerman (SP)Armênio Costa Guimarães (BA)Ayrton Klier Péres (DF)Ayrton Pires Brandão (RJ)Barbara M. Ianni (SP)Beatriz Matsubara (SP)Braulio Luna Filho (SP)Brivaldo Markman Filho (PE)Bruce B. Duncan (RS)Bruno Caramelli (SP)Carisi A. Polanczyk (RS)Carlos Alberto Pastore (SP)Carlos Eduardo Negrão (SP)Carlos Eduardo Rochitte (SP)Carlos Eduardo Suaide Silva (SP)Carlos Vicente Serrano Júnior (SP)Celso Amodeo (SP)Charles Mady (SP)Claudio Gil Soares de Araujo (RJ)Cleonice Carvalho C. Mota (MG)Dalton Valentim Vassallo (ES)Décio Mion Jr (SP)Denilson Campos de Albuquerque (RJ)Dikran Armaganijan (SP)Djair Brindeiro Filho (PE)Domingo M. Braile (SP)Edmar Atik (SP)Edson Stefanini (SP)Elias Knobel (SP)Eliudem Galvão Lima (ES)Emilio Hideyuki Moriguchi (RS)Enio Buffolo (SP)

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Diretor CientífiCo Luiz Alberto Piva e Mattos

eDitor-Chefe Luiz Felipe P. Moreira

eDitores AssoCiADos

CArDiologiA ClíniCA José Augusto Barreto-Filho

CArDiologiA CirúrgiCA Paulo Roberto B. Evora

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ArritmiAs/mArCAPAsso Mauricio Scanavacca

métoDos DiAgnóstiCos não-invAsivos Carlos E. Rochitte

PesquisA BásiCA ou exPerimentAl Leonardo A. M. Zornoff

ePiDemiologiA/estAtístiCA Lucia Campos Pellanda

hiPertensão ArteriAl Paulo Cesar B. V. Jardim

ergometriA, exerCíCio e reABilitAção CArDíACA Ricardo Stein

Primeiro eDitor (1948-1953) † Jairo Ramos

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Presidente Jadelson Pinheiro de Andrade

Vice-Presidente Dalton Bertolim Précoma

Diretor Administrativo Marcelo Souza Hadlich

Diretora Financeira Eduardo Nagib Gaui

Diretor de Relações Governamentais Daniel França Vasconcelos

Diretor de Comunicação Carlos Eduardo Suaide Silva

Diretor de Qualidade Assistencial José Xavier de Melo Filho

Diretor Científico Luiz Alberto Piva e Mattos

Diretor de Promoção de Saúde Cardiovascular - SBC/Funcor Carlos Alberto Machado

Diretor de Relações Estaduais e Regionais Marco Antonio de Mattos

Diretor de Departamentos Especializados Gilberto Venossi Barbosa

Diretor de Tecnologia da Informação Carlos Eduardo Suaide Silva

Diretor de Pesquisa Fernando Bacal

Editor-Chefe Arquivos Brasileiros de Cardiologia Luiz Felipe P. Moreira

Editor do Jornal SBC Fábio Vilas-Boas Pinto

Coordenador do Conselho de Projeto EpidemiológicoDavid de Pádua Brasil

Coordenadores do Conselho de Ações Sociais Alvaro Avezum Junior Ari Timerman

Coordenadora do Conselho de Novos Projetos Glaucia Maria Moraes Oliveira

Coordenador do Conselho de Aplicação de Novas Tecnologias Washington Andrade Maciel

Coordenador do Conselho de Inserção do Jovem Cardiologista Fernando Augusto Alves da Costa

Coordenador do Conselho de Avaliação da Qualidade da Prática Clínica e Segurança do Paciente Evandro Tinoco Mesquita

Coordenador do Conselho de Normatizações e Diretrizes Harry Correa Filho

Coordenador do Conselho de Educação Continuada Antonio Carlos de Camargo Carvalho

Comitê de Atendimento de Emergência e Morte Súbita Manoel Fernandes Canesin Nabil Ghorayeb Sergio Timerman

Comitê de Prevenção Cardiovascular Antonio Delduque de Araujo Travessa Sergio Baiocchi Carneiro Regina Coeli Marques de Carvalho

Comitê de Planejamento EstratégicoFabio Sândoli de Brito José Carlos Moura Jorge Walter José Gomes

Comitê de Assistência ao Associado Maria Fatima de Azevedo Mauro José Oliveira Gonçalves Ricardo Ryoshim Kuniyoshi

Comitê de Relações Internacionais Antonio Felipe Simão João Vicente Vitola Oscar Pereira Dutra

Presidentes das Estaduais e Regionais da SBC

SBC/AL - Alfredo Aurelio Marinho Rosa

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SBC/CE - Eduardo Arrais Rocha

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SBC/MA - Magda Luciene de Souza Carvalho

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SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA

PRESIDENTES DOS DEPARTAMENTOS ESPECIALIZADOS E GRUPOS DE ESTUDOS

SBC/DA - Hermes Toros Xavier (SP)

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ARQUIVOS BRASILEIROS DE CARDIOLOGIA

Volume 99, Nº 2, Agosto 2012Indexação: ISI (Thomson Scientific), Cumulated Index Medicus (NLM),

SCOPUS, MEDLINE, EMBASE, LILACS, SciELO, PubMed

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Sociedade Mineira Cardiologia - SBC/MG APOIO

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SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA

Resumo das Comunicações

BELO HORIZONTE - MG

XXII CONGRESSO DA SOCIEDADE MINEIRA DE CARDIOLOGIA - SBC/MG

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Relação entre características do apêndice atrial esquerdo e formação de trombos, nos pacientes com fibrilação atrial.

GLENDA S P TEIXEIRA, MARIA G C GONTIJO, FRANCISCO B M JÚNIOR, BÁRBARA A. L. M. VRANDECIC, CESAR P SALES, MARTA V SILVA e OZANAM C OLIVEIRA

BIOCOR INSTITUTO, NOVA LIMA, MG, BRASIL.

INTRODUÇÃO–A disfunção do apêndice atrial esquerdo (AAE) causada pela fibrilação atrial, pode predispor à formação de contraste espontâneo, trombose local e embolização sistêmica. O objetivo deste estudo se baseia na avaliação do AAE nos pacientes com fibrilação atrial (FA) e correlacionar suas características com a formação de contraste espontâneo e trombo local. METODOLOGIA–Es-tudo transversal, sendo observados dados do AAE visualizado pelo cotranseso-fágico e do átrio esquerdo pelo ecotranstorácico. Selecionados pacientes com fibrilação atrial que realizaram ecocardiograma transesofágico no Biocor Instituto, do período de abril de 2011 á outubro de 2011. Total: 46 pacientes. RESULTADO–Dois grupos avaliados: pacientes sem trombo (87% da amostra –40 pacientes) e pacientes com trombo (13% -6 pacientes). Predominância nos pacientes com trombo do gênero feminino (66,6%) e média de idade de 61anos. Dos pacientes sem trombo 42,5% estavam em uso de anticoagulante. Nos com trombo, 50% usavam anticoagulante e, em todos estes, o anticoagulante em uso era a var-farina e os valores de tempo de protrombina estavam entre 2 e 3(P=1,00). Fre-qüência do apêndice atrial esquerdo nos pacientes sem trombo foi de 374, e nos pacientes com trombo de 409, P=0,37. Não ocorreu significância estatística nas diferenças entre as médias observadas nas variáveis acima. Porém, a velocidade de esvaziamento do AAE esteve muito perto do limiar de significância estatística (P=0,06),com valores maiores para o grupo sem trombo. A mediana da velocida-de nos pacientes sem trombo foi de 39 cm/s; e nos com trombo de 21 cm/s. Outro dado relevante seria a avaliação da presença de contrate espontâneo no átrio es-querdo e/ou apêndice atrial esquerdo, que apresentou-se em 100% dos pacientes com trombo e em 25% dos sem trombo (com significância estatística,P=0,001). CONCLUSÃO-Devemos dar maior relevância ao estudo da velocidade de esva-ziamento do apêndice atrial esquerdo e a presença de contraste espontâneo, que são variáveis que possuem maior relêvancia estatística e respaldo na literatura. Tornando a avaliação do apêndice atrial esquerdo, sua estrutura, função e dis-função com uma parte integral importante da rotina clínica do examinador que realiza o transesofágico.

Índice tornozelo braquial na estratificação de risco para doença arterial co-ronariana em pacientes ambulatoriais

QUINTÃO, TÂNIA M G, LOPES, FERNANDA R S, PEREIRA, MARCELLE F, RI-BEIRO, DÉBORA M, FALEIRO, GABRIEL P L e NACIF, VINICIUS B

Faculdade de Medicina de Barbacena, Barbacena, MG, BRASIL.

Introdução: A doença arterial obstrutiva periférica se dá como antecessor de fu-turos eventos cérebro e cardiovasculares. O Índice Tornozelo Braquial (ITB) com valor abaixo de 0,90 é considerado um preditor precoce de doença arterial coro-nariana (DAC) e determina risco cardoivascular elevado.Obejtivo: Detectar possível relação entre os valores alterados de ITB e a coexis-tência de fatores de risco já reconhecidos para o desenvolvimento DAC.Método: Corte transversal de 579 pacientes entre 30 e 70 anos que compareceu para consulta médica no Núcleo de Atendimento ao Hipertenso do Hospital Uni-versitário de Barbacena, no período de novembro de 2009 a fevereiro de 2011. Fatores de risco para DAC foram levantados em entrevista com questionário es-pecífico e medidas do ITB foram tomadas através de um Doppler de mesa portátil e de um manguito de pressão. Foi considerado como alterado o valor de ITB me-nor ou igual a 0,90. Os dois grupos de ITB alterado e normal foram comparados quanto à freqüência dos fatores de risco em cada um deles. A análise estatística utilizou Software Stata, vs 9.2 e nível de significância de 5% foi o adotado.Resultados: Dos 579 indivíduos avaliados, 30 (5,2%) apresentaram ITB altera-do, sendo 19 (63,3%) do sexo feminino, com média de idade de 54,9±10,5 anos (p=0,03). Dentre o grupo de ITB alterado, as médias das pressões arteriais sis-tólicas nos membros superior e inferior foram de 142,8±30,5 mmHg (p<0,001) e 118,8±24,7 mmHg (p<0,001), respectivamente, enquanto a média da pressão ar-terial diastólica no membro superior foi de 88,5±17,4 mmHg (p=0,006). Ainda nes-te grupo, havia 24 (80%) hipertensos (p=0,026), 13 (43,3%) diabéticos (p<0,001), 21 (70%) portadores de níveis de HDL alterados (p<0,001) e 18 (62,1%) por-tadores de níveis de LDL alterados (p=0,001), além de 20 (66,7%) indivíduos acometidos por evento cardiovascular prévio (p<0,001). Os dois grupos foram comparados também segundo as freqüências de sexo, cor da pele, tabagismo, atividade física e escolaridade.Conclusão: O estudo revelou que baixos valores de ITB se relacionam estreita-mente com os fatores de risco para DAC. Este índice constitui uma ferramenta importante na predição de risco cardiovascular com a vantagem de ser um proce-dimento barato, rápido e não invasivo.

Preditores de morte cardíaca em pacientes com fibrilação atrial, conforme variá-veis clínicas, laboratoriais e escores de estratificação de embolia e sangramento.

ROSE MARY FERREIRA LISBOA DA SILVA, PLÍNIO HENRIQUE VAZ MOURÃO, ROBERT MOREIRA GANDRA e TÚLIO RAMOS CAVALCANTI

Faculdade de Medicina da UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

O quadro de fibrilação atrial (FA) está associado a vários eventos cardiovascula-res, como internação, insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral e outros eventos tromboembólicos (TE), duplicando a taxa de mortalidade. Além disto, o uso de dicumarínico pode também resultar em óbito devido às complicações he-morrágicas, sendo imperativa a estratificação de risco destes pacientes. Objetivo: verificar por meio da análise univariada e multivariada as variáveis relacionadas à morte cardíaca em pacientes (pts) com FA. Métodos: estudo observacional, pros-pectivo, longitudinal em uma única instituição, com 272 pts com FA. Os pts foram submetidos ao método clínico, cálculo dos escores de TE, de sangramento (pelo HAS BLED), da faixa terapêutica de anticoagulação (FTA) e ao ecocardiograma. Resultados: a idade média dos pts foi de 58,6 anos e 148 eram mulheres. As médias dos escores foram: CHADS2 1,75; CHA2DS2-VASc 2,94. A proporção de pts com HAS BLED ≥ 3 foi de 14% e de pts com FTA < 60% foi de 73% (média de FTA de 43,4%). Estavam sob uso de dicumarínido 56,6% dos pts. O diâmetro do átrio esquerdo apresentou uma média de 50,5 mm e a fração de ejeção de 51,7% (entre 12% e 85%). Cento e um pts apresentavam disfunção ventricular. A apre-sentação da FA foi permanente em 151 pts, persistente em 40 e paroxística em 81. Apresentaram TE 57 pts e hemorragia 38 pts. Durante o tempo de seguimento de 12,4 meses, houve uma mortalidade cardíaca de 8,8%. Pela análise univa-riada (teste de Mann-Whitney ou qui-quadrado), os níveis pressóricos baixos, o diâmetro do átrio esquerdo aumentado, a fração de ejeção diminuída, a cardio-patia dilatada (p=0,00 para estas 4 variáveis), a apresentação da FA permanente (0,03), o HAS BLED mais elevado (p=0,02) e a ocorrência de hemorragia (p=0,00) estiveram associados àquela evolução. Na análise multivariada por stepwise, so-mente a cardiopatia dilatada e a hemorragia associaram-se à mortalidade cardía-ca (p=0,00 e 0,01). Conclusões: a idade, o sexo, os escores de TE não estiveram associados à morte cardíaca, assim como o FTA. Os preditores independentes de morte cardíaca foram a presença de cardiopatia dilatada e de hemorragia.

Sobrevida livre de eventos cardiovasculares de pacientes com insuficiência cardíaca segundo a duração do complexo QRS.

ROSE MARY FERREIRA LISBOA DA SILVA, NADYA MENDES KAZZAZ, ROSÁ-LIA MORAIS TORRES e MARIA DA CONSOLAÇÃO VIEIRA MOREIRA

Faculdade de Medicina da UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

A medida da duração do QRS (QRSd) é de fácil execução e baixo custo, sendo utilizada como um marcador elétrico da ativação mecânica ventricular. Cerca de um terço dos pacientes (pts) com insuficiência cardíaca (IC) apresentam essa dissincronia intraventricular, a qual reduz o desempenho cardíaco. Portanto, estu-dos que analisem a correlação entre a QRSd naqueles pacientes e sua evolução são de suma importância, constituindo esse o objetivo principal deste trabalho. Métodos: Foram estudados 78 pts consecutivos com IC estáveis, sob tratamen-to, sendo 52 homens, com idade média de 47,2 anos. Os pts foram submetidos à avaliação clínica, à realização de eletrocardiograma (ECG) convencional (50 mm/s, 2 N), de alta resolução e ao ecocardiograma e foram acompanhados du-rante 26,5 meses. A interpretação dos exames complementares foi feita por dois observadores independentes. Resultados: O tempo de diagnóstico da IC foi de 59,6 meses e a classe funcional prévia foi de 3,3 e atual de 1,7. As médias das variáveis foram: índice de massa corporal 24,9 kg/m², pressão arterial 111,6/106,4 mmHg e frequência cardíaca 77,6 bpm. As principais etiologias da IC foram a idiopática (29,4%), chagásica (21,7%) e isquêmica (19,2%). As médias da fração de ejeção (FE) foram de 37,4% e 37,0% pelos métodos de Teicholz e Simpson, respectivamente. A QRSd média foi 104,0 ms (74 a 208 ms), com teste de con-cordância Kappa de 0,69 (ECG) e de 0,86 (pelo de alta resolução). Foi aplicado o coeficiente de Pearson entre QRSd e diâmetros do átrio esquerdo e ventrículo esquerdo, ( p=0,00) e a FE (p=0,01). Vinte e um pts apresentaram eventos (piora IC, transplante, fibrilação atrial, terapia de ressincronização cardíaca e óbito de causa cardíaca). Por meio da curva de operação característica, considerando-se a variável estável a ocorrência de eventos, foi obtida a área abaixo da curva de 0,69 para QRSd, p=0,01. Foi feita a curva de Kaplan-Meier para aquela variável estável, observando-se uma razão de chance de 3,5 para pts com QRSd > 100 ms e p=0,03. Conclusões: A QRSd foi um preditor de eventos cardiovasculares em pts com IC estáveis, sendo essa medida correlacionada com o aumento das câmaras cardíacas esquerdas.

28143 28144

26366 26626

TEMAS LIVRES - 05 e 06/07/2012APRESENTAÇÃO ORAL

Arq Bras Cardiol 2012: 99(2 supl.1):1-32 1

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Influência da idade na variabilidade da frequência cardíaca antes e durante o teste de inclinação em pacientes com síncope neuromediada.

ROSE MARY FERREIRA LISBOA DA SILVA, ROBERT MOREIRA GANDRA, PLÍ-NIO HENRIQUE VAZ MOURÃO e TÚLIO RAMOS CAVALCANTI

Faculdade de Medicina da UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

A síncope neuromediada (SN) pode ocorrer independente da faixa etária, sendo sua fisiopatologia heterogênea. Observa-se um predomínio da regulação simpá-tica após os 50 anos de idade. O estudo do sistema nervoso autônomo neste quadro pode contribuir para melhor entendimento de sua fisiopatologia e para sua abordagem individualizada. Objetivo: analisar a influência da idade na variabili-dade da frequência cardíaca (VFC) no domínio da frequência em pacientes (pts) com SN. Métodos: foram estudados 141 pts (80 do sexo feminino), encaminha-dos para realização de teste de inclinação. Os pts foram submetidos à avaliação clínica e ao monitoramento digital pelo sistema Holter para obtenção da VFC pela transformação de Fourier antes (na posição supina) e durante o teste de inclinação a 70º. Resultados: a idade média de 44,9 anos (10 a 87 anos), com 4,3 episódios de SN, durante tempo médio de evolução de 42,3 meses. Sessenta e dois pts (43,9%) haviam apresentado trauma e 95 pts (67,3%) quadro de pródro-mos. Houve diminuição do componente de alta frequência (AF) (916 versus (vs) 394 ms2, p=0,00, teste de Wilcoxon)) e aumento da relação BF/AF (BF: baixa fre-quência) (1,9 vs 14,9, p=0,00) com a inclinação. A resposta foi positiva (vasovagal e hipotensão postural) em 77 pts. Comparando os pts < 35 anos de idade e ≥ 35 anos, houve diferença quanto ao quadro de pródromos (79% vs 62%, p=0,01, qui-quadrado), trauma (30% vs 52%), aos AF e BF antes (1413 vs 619; 1220 vs 548 ms2, respectivamente, p=0,00, teste de Mann-Whitney), AF e BF/AF durante a inclinação (481 vs 337; 29 vs 5,7; p=0,00). Não houve diferença quanto ao sexo e à resposta positiva ao teste. A resposta vasovagal predominou nos pts < 35 anos de idade (50,9% vs 20,4%, p=0,00). Sintomas durante o teste de inclinação ocor-reram em 59,6% pts < 35 anos e em 29,8% daqueles ≥ 35 anos (p=0,00, razão de chance de 3,46). Conclusões: pts mais jovens apresentaram maior frequência de pródromos na história clínica e de sintomas durante o teste, ativação simpático-vagal à inclinação e predomínio da resposta vasovagal. O número de pts jovens com trauma foi menor. O sexo e a resposta, se positiva ou negativa, não foram distintos segundo a idade.

Infarto do miocárdio sem supradesnivelamento do segmento ST: caracterís-ticas clínicas, angiográficas e evolução intra-hospitalar dos pacientes

BÁRBARA CAMPOS ABREU MARINO, GUILHERME ABREU NASCIMENTO, WALTER RABELO, MARCOS ANTONIO MARINO e ROBERTO LUIZ MARINO

Hospital Madre Teresa, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

Fundamento: As características angiográficas dos pacientes com infarto sem su-pradesnivelamento do segmento ST (IAMSSST) reforçam medidas mais agressi-vas independentemente do escore de risco.Objetivo: Analisar e descrever as características clínicas basais, dados angiográ-ficos da artéria relacionada ao infarto (ARI) e as complicações clínicas ocorridas na evolução intra-hospitalar em pacientes com IAMSSST submetidos à interven-ção coronariana percutânea (ICP).Métodos: Estudo de coorte retrospectivo de 81 pacientes (pcts) com IAMSSST e ARI identificada.Analisados dados clínicos e angiográficos, incluindo localização da ARI, TIMI fluxo pré e pós- procedimento, grau de estenose arterial, ventriculo-grafia e tipo de stent implantado.Resultados: Os 81 pcts analisados realizaram ICP. A média de idade foi de 66,94 anos. Observamos um grau elevado de estenose superior a 90% ou de oclusão total da ARI em 66,7% dos casos e TIMI fluxo de grau reduzido ( graus 0,1 e 2) em 53,1%. A lesão da artéria circunflexa (CX) predominou em 42,5%, seguida pela descendente anterior (DA) em 30% e pela coronária direita (CD) em 27,5%. Em 88,23% das vezes em que a CX esteve acometida predominaram as lesões mais graves (superior a 90% ou oclusão). A disfunção ventricular moderada ou grave foi encontrada em 42 pcts (54,54%). Doze pcts (14,81%) apresentaram compli-cação intra-hospitalar. A Insuficiência cardíaca ocorreu em seis casos (7,40%), seguida da angina IIIC de Braunwald e do sangramento com necessidade de he-motransfusão com dois casos cada(2,46%). Um caso evoluiu com óbito (1,23%).Conclusão: Em nossa análise, os pacientes com IAMSSST apresentaram eleva-do número de oclusões e lesões graves, > 90%(66,7%) e elevado grau de TIMI fluxo reduzido (graus 0, 1 e 2): 53, 1%. Obtivemos elevado índice de sucesso na recanalização da ARI (96,29%).

Análise da concordância entre as solicitações e as autorizações para os procedimentos de angioplastia coronariana e cirurgia de revascularização miocárdica em um ambulatório de referência e regulação

JOSE PEDRO JORGE FILHO, PEDRO AUGUSTO TEIXEIRA JORGE e ANA LAURA VORCARO DE TOLEDO

Secretaria Municipal de Saúde, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital das Clíni-cas da Faculdade de Medicina da UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

INTRODUÇÃO: Solicitações de revascularização coronariana (RC) são um dos procedimentos mais freqüentes em um ambulatório de cardiologia OBJETIVO: Analisar a concordância das indicações de RC encaminhadas para segunda opi-nião em um ambulatório de referência cuja equipe se baseia ao máximo nas dire-trizes atuais de RC MÉTODO: Estudo retrospectivo, baseado em banco de dados e análise de registros médicos. Análise descritiva 624 pacientes foram atendidos em 2010 com solicitação eletiva de Angioplastia Coronariana Transluminal Per-cutânea (ACTP) ou de Cirurgia de Revascularização Miocárdica (CRVM). As va-riáveis selecionadas foram : sexo, idade, sintomas, teste funcional e cateterismo (CAT) e parecer final da equipe médica. Feita análise descritiva da distribuição destas variáveis em relação a ACTP e CRVM. O teste de concordância Kappa foi aplicado RESULTADOS: Dos 624 pacientes, 371 (59,4%) tiveram solicitação de ACTP e 253 (40,5%) de CRVM. Houve predominância do sexo masculino (68,3%) com média de idade de 62 anos. Angina típica foi relatada por 54,5% dos pacientes, sendo mais prevalente nos pacientes com indicação de CRVM (62,5%). A angina atípica predominou entre os pacientes com indicação de ACTP (25,3%). Considerando o resultado do CAT, 79,2% dos casos encaminhados para ACTP apresentavam compatibilidade entre os dados clínicos/complementa-res e a indicação do procedimento. Para CRVM esta proporção foi de 84,6%. Do total de pacientes, houve concordância entre a indicação dos médicos assistentes e avaliação dos médicos reguladores em 87,6% dos candidatos a ACTP e 90,5% para CRVM. Aplicando o teste de concordância Kappa, o valor obtido foi de 0,80 CONCLUSÕES: Houve razoável concordância entre a indicação inicial pelos mé-dicos assistentes e o parecer final da equipe do ambulatório de referência, o que pode sugerir que as indicações estão em concordância com as diretrizes

Prevalência de bloqueio de ramo esquerdo esforço-induzido ao teste ergo-métrico

MAIRA FERNANDES DE ALMEIDA, LILIAN MARZULLO DE CARVALHO BRA-MANTE, GABRIELA HINKELMANN BERBERT, BRUNO GARCIA PEIXOTO PI-RES DA SILVA, WILLTERSON CARLOS BANDEIRA, ALINE COSTA MENDES DE PAIVA, CAMILLE MENDONÇA BARROSO, ADALBERTO MASSAKI IKEGA-MI e JOSE MARCOS GIRARDI

Hospital Universitário, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG, BRASIL.

Introdução: Bloqueio de ramo esquerdo esforço-induzido (BRE-EI) é achado ele-trocardiográfico raro e preditor independente de eventos. Autores relatam preva-lência média de 0,3% (Tabela 1), porém são poucos os estudos na população bra-sileira. Objetiva-se avaliar sua prevalência, características clínicas, parâmetros metabólicos, hemodinâmicos em pacientes demandados ao Setor de Ergometria em um Serviço de Cardiologia. Métodos: Coorte transversal retrospectivo de tes-tes ergométricos realizados entre janeiro/2010 a janeiro/2012. BRE-EI definido como aquele documentado somente durante o teste, utilizando-se critérios clás-sicos para o diagnóstico eletrocardiográfico. Análise de idade, sexo, peso, esta-tura, índice de massa corporal, presença de diabetes, tabagismo, coronariopatia; duração do exame, frequência cardíaca (FC) repouso, FC pico, pressão arterial sistólica (PS) pico, equivalente metabólico (MET), duplo produto (DP), VO2 máxi-mo. Análise Estatística: Para análise estatística descritiva foi utilizado o programa Microsoft Office Excel® 14ª versão. Dados apresentados como média ± SEM. Resultados: 2130 testes, 5/0,23% com BRE-EI; 48-75 anos (57,8±4,7), 3 (60%) gênero feminino, peso 58-76 kg (71,40±3,4), estatura 146-172 cm (160,8±4,7), ín-dice de massa corporal 25,7-31,2 (27,6±1,0), diabetes 2/40%, tabagismo 2/40%, coronariopatia 1/20%. Duração de 2,46-9,24 minutos (5,7±1,5), FC repouso 70-98 bpm (86,2±5,3), FC pico 142-174 bpm (158,0±5,7), PS pico 130-210 mmHg (174,0±13,6); METs: 4,06-9,95 (6,9±1,2), DP 17.040-34.230 (27.178±2873), VO2 Max 14.20-34.84 ml/Kg min (24.1±4,1). Conclusões: BRE-EI é ocorrência rara; prevalência no presente estudo é intermediária entre outros relatos; característi-cas clínicas, parâmetros metabólicos e hemodinâmicos são próximos à literatura. Tabela 1: Prevalência de BRE-EI na literatura.

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Análise do custo-efetividade das estratégias para o diagnóstico de síncope de causa desconhecida com teste de inclinação positivo. Estudo compara-tivo após 15 anos

ANDRE OLIVEIRA NESIO, CARLOS EDUARDO DE SOUZA MIRANDA, CLAU-DIA MADEIRA MIRANDA, LUCIANA SILVEIRA R BRITO, ROBERTO LUIZ MARI-NO e MITERMAYER REIS BRITO

HOSPITAL MADRE TERESA, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Fundamento: Pacientes(ptes) c/síncope de etiologia desconhecida(SED) geral-mente submetem a onerosas e extensas investigações e na s/grande maioria inconclusivas. O teste de inclinação( TI) tem demonstrado ser um método diag-nóstico útil no manuseio de pacientes com SED. Métodos: Analise do custo efetividade dos testes prévios realizados para o diagnóstico de SED em ptes c/síncope reproduzida no TI (TI positivo) em 1997, comparados c/o mesmo estudo, 15 anos após, ambos encaminhados p/ o nosso serviço. Resultados: Foram comparados e avaliados os testes p/o diagnóstico de SED em 119 ptes subme-tidos ao TI em 1997 e 127 ptes em 2012. No grupo I(G I - 1997) foram incluídos ptes com TI positivo (TI +)(Ia- 61 ptes ) e TI negativo (TI-)(Ib-58 ptes), e no grupo II- (G II-2012)- TI+(IIa -55 ptes, TI –(IIb -72 ptes). GI - Ia:EN + EEG + TCC = 65%, Ib = 67%; GII - IIa = 34%, IIb = 15%. GI - Ia: EC + ECG + ECO + HT/EFF = 30%, Ib = 28%; GII - IIa = 46%, IIb = 67%. GI - Ia: EC + ECG = 5%, Ib = 4%; GII - IIa = 20%, IIb = 18%. EN=Exame Neurológico, EC=Exame Cardiológico, HT=Holter, TCC=Tomografia Cerebral Computadorizada,EEF= Estudo Eletro Fisiológico, EEG = Eletroencefalógrama. Não houve diferença estatística significativa en-tre os 2 grupos em relação ao sexo, idade, cardiopatias associadas, e uso de medicamentos. A média de tempo entre o episodio de sincope e a realização dos testes diagnostico, incluindo o TI, foram de 20 dias e o custo médio esti-mado – R$4.500,00 -1997. Baseado na reprodução da sincope no TI, o custo e o consumo de tempo total p/a pesquisa do diagnostico de SED foram reduzidos significativamente entre os 2 grupos (exames solicitados, neurológicos reduziram 269%-p<0.001 e exame cardiológico e ECG aumentaram 422%-p<0.001), porém os exames c/ propedêutica cardiológica extensa aumentaram 194%- p<0.001. Conclusões: 1) O TI quando usado adequadamente na abordagem algorítmica p/SED pode reduzir os custos e o consumo de tempo significativamente. 2) A comparação entre os 2 grupos mostra uma abordagem atual mais direcionada p/ a história clínica de SED e menos p/ exames neurológicos extensa, porém ainda c/ propedêutica cardiológica extensa.

Estratégias para redução do tempo porta-balão no infarto agudo do miocár-dio com supradesnivelamento do segmento ST.

MOREIRA, M V F, BEDETI, A C M, BRITO, A L, MELO, R A, ALVES, E E, CRUZ, F D N, RABELLO, R R, FILHO, A L, FILHO, U L e ESTEVES, M A B

Hospital Vera Cruz , Belo Horizonte, MG, BRASIL.

Fundamento : A reperfusão da artéria é fundamental em casos de infarto e, para tanto, a literatura recomenda tempo porta-balão (TPB) < 90 min. Objetivo: Avaliar as estratégias adotadas para redução do TPB. Delineamento: Estudo retrospec-tivo realizado, no período de mar/2008 a nov/2011, no Hospital Vera Cruz, Belo Horizonte, MG, Brasil. Pacientes: Incluíram-se todos os pacientes que, apresen-tando IAM CSST, foram tratados com angioplastia primária no período do estudo. Análises estatísticas: Foram realizadas analises usando-se o software R de do-mínio público.Métodos: Estratégias institucionais de três ações multidisciplinares no atendimento do paciente com IAM. A primeira ação, realizada em ago/2008, foi a adoção de código padronizado (código 4), via telefone, por toda a equipe mobilizada no atendimento (secretários, enfermeiros e médicos).A segunda ação, levada à prática em mar/2009, consistiu em melhorias no acolhimento do paciente pela enfermagem no pronto-socorro, viabilizando a realização rápida de ECG. Por fim, a terceira ação, implementada em jul/2010, concretizou-se com a contratação de médico emergencista (médico com experiência em urgências clínicas). Resul-tados: Foram realizadas 156 angioplastias primárias, das quais se excluíram 20 casos (13 pacientes transferidos de outras instituições e 7 pacientes que já se encontravam internados). O TPB antes da implementação das medidas era de 144,8 min, com apenas 2 (0,14%) casos com tempo menor que 90 min. A adoção do “código 4” reduziu, em sete meses, o TPB para 109,3 min, com 45% dos casos abaixo de 90 min. O acolhimento pela enfermagem reduziu, em 15 meses de acompanhamento, o TPB para 95,2 min, com 54% dos casos abaixo de 90 min. A atuação do médico emergencista reduziu, em 16 meses de acompanhamento, o TPB para 78,2 min, com 72% dos casos abaixo de 90 min. A implementação das três ações permitiu a redução do TPB em 33% (97,2 min). Conclusões: As medidas adotadas permitiram redução significativa do TPB. Os resultados atuais estão muito próximos ao preconizado pela literatura (75% dosTBP < 90 min). A manutenção e a revisão sistemática das estratégias em questão concorrerão para que as taxas preconizadas sejam atingidas.

A gravidade da doença hepática gordurosa não alcoólica e o risco cardio-vascular

CLARA GONTIJO CAMELO, ANA CRISTINA LOPES ALBRICKER, TERESA CRISTINA DE ABREU FERRARI, CLAUDIA COUTO, ANA LUISA BITTENCOURT COELHO, JULIA N M GONZAGA, FELIPE LOPES e LUCAS GOMES

Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital das Clínicas da UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Ambulatório Jenny Faria, Belo Horizonte, MG, BRASIL. Introdução:Doença hepática gordurosa não-alcoólica(DHGNA)é comum no mun-do ocidental.Apresenta-se como espectro clínico-histopatológico que abrange esteatose simples (ES);esteatohepatite com e sem fibrose e cirrose. Associa-se frequentemente à síndrome metabólica(SM)e possivelmente também a do-ença cardiovascular.O objetivo deste estudo é comparar o risco cardiovascular pelo escore de Framingham entre os pacientes com ES e esteatohepatite não-alcoólica(EHNA). Metodologia: Estudo transversal realizado entre agosto/2010 dezembro/2011. Incluiu 60 pacientes com DHGNA e SM,idade ≥25 anos,nos quais foram afastadas:outras hepatopatias associadas,cirurgia prévia de by pass gástrico ou jejuno-ileal,uso nos últimos 6 meses de drogas que podem causar esteatose hepática,infarto agudo do miocárdio e/ou acidente vascular encefáli-co prévios,contato com petroquímicos nos últimos 6 meses.ES foi diagnostica-do com base na presença de esteatose hepática à ultrassonografia e/ou biópsia hepática;e,para o diagnóstico de EHNA, requereu-se confirmação histológica.As biópsias foram indicadas segundo critério clínico.Estimou-se o risco cardiovas-cular pela escala de Framingham e comparou-se o escore encontrado com a apresentação clínico-histopatológica da DHGNA.O estudo foi aprovado pelo Co-mitê de Ética da Instituição. Resultado:Dos 60 pacientes,17(28,3%)apresentavam EHNA e os demais 43(71,6%),ES.Neste grupo,encontrou-se 22 pacientes(51,2%) com baixo risco cardiovascular;5(11,6%)com risco intermediário;e 16(37,2%) com alto risco.Naqueles com EHNA,13(76,5%)tiveram classificação de alto risco de eventos cardiovasculares;um(5,9%),risco intermediário;e 3(17,6%) pacientes, baixo risco.A proporção de pacientes que apresentaram alto risco cardiovascular pelo escore de Framingham foi significativamente superior no grupo com EHNA em relação ao grupo com ES(p=0,023). Conclusão: Observada associação entre a gravidade da DHGNA e risco cardiovascular determinado pelo escore de Fra-mingham.Sugere-se que o risco cardiovascular seja avaliado em pacientes com SM e DHGNA, particularmente naqueles com EHNA.

Fatores determinantes da capacidade funcional na estenose mitral reumá-tica

FERNANDA RODRIGUES DE ALMEIDA, MARIA DO CARMO PEREIRA NU-NES, MARIA CLARA NOMAN DE ALENCAR, GUILHERME CANABRAVA RO-DRIGUES SILVA, FERNANDO VIEIRA BRANDAO, LAURA ALVES DE SOUZA DIAS, TÁSSIA DE OLIVEIRA MEINBERG CUNHA, MARIANA CAMPOS PALMA e RAFAELA DRUMOND ARAÚJO

Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

Introdução: A estenose mitral reumática é decorrente de uma resposta imune tar-dia à faringoamigdalite causada pelo estreptococo beta hemolítico do grupo A. A incidência da doença reumática vem diminuindo desde o início do século XIX nos países desenvolvidos, mas continua sendo grande causa de morbimortalidade na população jovem em países em desenvolvimento. Os primeiros sintomas da estenose mitral são desencadeados pelo esforço físico, gravidez, estresse emo-cional ou fibrilação atrial. Os guidelines existentes até o momento não falam sobre a importância da avaliação da capacidade funcional desses pacientes. Objetivo: O nosso estudo teve como objetivo principal determinar os fatores determinantes da capacidade funcional na estenose mitral reumática. Método: Trata-se de um estudo observacional transversal, aonde foram selecionados 31 pacientes com estenose mitral reumática e idade média 42±11,9. A maioria da população era composta de mulheres (25 mulheres e 6 homens). O estudo foi realizado no pe-ríodo de maio de 2010 a abril de 2011. Os pacientes se encontravam em NYHA I, II e III. Foram correlacionadas variáveis do ecodopplercardiograma convencio-nal que indicam gravidade na estenose mitral. São elas: área valvar pelo PHT e planimetria, gradientes médio e máximo e velocidade da regurgitação tricúspide com o slope de VCO2 que reflete a eficiência ventilatória durante o esforço e se correlaciona com a capacidade funcional. Resultado: O slope de VCO2 estava al-terado em 19 pacientes e variou em média de 37,9±8,43. Na análise multivariada, o slope de VCO2 se correlacionou melhor com a gravidade da hipertensão pul-monar (p<0,001) do que com a função atrial esquerda, gradientes transvalvares e área valvar. A pressão sistólica da artéria pulmonar se correlacionou com a função atrial esquerda, mas não com o volume atrial. A classificação funcional de Weber se correlacionou com o slope de VCO2, não houve diferença entre a eficiência ventilatória avaliada pelo slope de VCO2 entre as classes A e B de Weber, mas houve grande diferença entre as classes A e C.Conclusão: O slope de VCO2 se relacionou com a gravidade da doença mitral, quanto maior o seu valor pior o desempenho durante o esforço e pior a classe funcional do paciente.

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Papel da ecocardiografia no diagnóstico diferencial das cardiomiopatias infiltrativas

JOSE LUIZ BARROS PENA, CAMILA ALMEIDA DA MATA, FRANCISCO ANTÔ-NIO NOVAIS SANTOS, RODRIGO ABBUD ATTUX, ALEXANDRE FERREIRA, JOYCE DIAS VIANA, MARIA COSTA NEVES DE OLIVEIRA, RAFAEL AVELAR FONSECA CARDOSO e FÁBIO ÁVILA TÓFANI

Hospital Felicio Rocho, Belo Horizonte, , BRASIL - Clínica Baeta Vianna, Belo Horizonte, , BRASIL.

Introdução: As Cardiomiopatias Infiltrativas (CI) estão relacionadas ao depósito de substâncias anormais nas paredes do coração, modificando o enchimento ventricular. Algumas CI aumentam a espessura do ventrículo, enquanto outras dilatam as câmaras e adelgaçam as paredes. Nosso objetivo é apresentar uma série de pacientes e discutir os diagnósticos diferenciais desta condição.Metodologia: Selecionamos 40 pacientes com comprovada CI: 21 tinham amiloi-dose, 6 hemocromatose, 5 doença de Fabry, e 2 casos de cada das seguintes do-enças: ataxia de Freidreich, oxalose cardíaca, sarcoidose e mucopolissacaridose. A maioria foi avaliada pelo Doppler tecidual e índices de deformação miocárdica (IDM) - strain/strain rate baseados no Doppler e speckle tracking bidimensional.Resultados: Todos tinham disfunção distólica em diferentes estágios. Aqueles com amiloidose tinham aumento do átrio esquerdo, marcada redução do strain sistólico, global e regional, geralmente < -10%, e 85% tinham função longitudi-nal preservada na região apical. Na ataxia de Freidreich, reduções discretas dos IDM foram identificadas. Os casos de doença de Fabry tinham proeminência do músculo papilar e aparência binária das bordas do endocárdio. SR mostrou um sinal de pico duplo, em parede lateral indicando substituição fibrosa. Os casos de oxalose cardíaca mostraram endocárdio com muito brilho e pontos de reflexão (speckle). Casos de mucopolissacaridose mostraram hipertrofia septal assimé-trica com hiperecogenicidade. Quatro casos de hemocromatose apresentaram ventrículo esquerdo (VE) dilatado com disfunção sistólica e dois disfunção diastó-lica. Os casos de sarcoidose apresentaram VE com aneurisma apical, com com-ponente fibrótico e espessamento do septo interventricular.Conclusão: Cada tipo de CI afeta o coração diferenciadamente, produzindo da-dos morfológicos e funcionais distintos. Novas tecnologias, como IDM parecem promissores para a diferenciação etiológica. O conhecimento destas caracterís-ticas ecocardiográficas permitirá aos ecocardiografistas diferenciar as diferentes entidades, favorecendo o diagnóstico precoce e tratamento adequado.

Influência da imersão aquática em dois níveis de profundidade sobre a mo-dulação autonômica cardíaca de adultos jovens fisicamente ativos

JONATHAN LOPES MOREIRA, WALKIRIA LUIZA SILVA DE SOUZA, RAISA DO COUTO VAZ, MARCIA MARIA OLIVEIRA LIMA e RAFAEL LEITE ALVES

Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, MG, BRASIL.

Introdução: A imersão em água pode interferir na modulação autonômica car-díaca1,2, a qual pode ser avaliada pela análise da variabilidade da frequência cardíaca (VFC). No entanto, pouco se conhece sobre a influência de diferentes níveis de imersão sobre a VFC em repouso. Objetivo: Verificar o comportamento da VFC de adultos jovens fisicamente ativos durante repouso, em relação a dois níveis de profundidade de imersão em água, comparados ao solo. Metodologia: Jovens saudáveis foram analisados, em dois níveis de imersão em água (posição 1 na crista ilíaca e posição 2 no processo xifóide), com intervalo de 24 hs entre as avaliações. A temperatura ambiente e da água foram controladas. A VFC foi constantemente registrada por cardiofrequencímetro, sendo considerados os da-dos dos domínios do tempo (rMSSD e pNN50) e da frequência (BF, AF e BF/AF) nos seguintes momentos: 10 min de repouso sentado em solo, 15 min de imersão em água e nos 15 min de recuperação em solo. Para análise estatística utilizou-se Teste T pareado considerando significativo p<0,05 Resultados: avaliou-se 10 homens, idade 22,6 ± 2,1 anos, Índice de Massa Corporal 25,2 ± 3,68 %, classi-ficados como ativos pelo IPAQ. Na VFC no domínio do tempo, observou-se um aumento nos índices do solo para a água, sendo significativo apenas na posição 2 para ambos os índices, rMSSD (51,7 ± 25,8 vs 84,8 ± 44,2, p=0,001) e pNN50 (11,7± 8,0 vs 16,2 ± 9,3, p=0,044). Da água para o solo durante a recuperação não se observou diferença significativa em qualquer das posições. Em relação ao domínio da frequência não houve diferença significativa na razão BF/AF em ambas as posições, na comparação entre o solo e imersão e dessa para a recu-peração. Entretanto em relação aos componentes BF e AF, notou-se na posição 2 um aumento significativo do solo para a imersão, no BF (2494,7± 1940,9 vs 3750,1 ± 2077, p=0,002) e no AF (1134,1 ± 952,2 vs 2721,7 ± 2536,0, p=0,015). Conclusão: os resultados sugerem que quanto mais imerso o corpo dos indivídu-os jovens saudáveis fisicamente ativos, maior a influência sobre a VFC tanto no domínio do tempo quanto da frequência.

Associação da hipertensão arterial com fatores de risco cardiovascular em pacientes do norte de Minas Gerais

SOUZA, L R, MARTINS, L V, MENDES, A J, MENDONÇA, F Q, CORDEIRO, G C, MOURA, P H T, BRANDÃO, D T D, MORAIS, R M, PIMENTA, H B e CALDEIRA, A P

Universidade Estadual de montes Claros, Montes Claros, MG, BRASIL.

INTRODUÇÃO:Uma dificuldade que se encontra na redução da morbimortalidade cardiovascular no hipertenso é o tratamento voltado exclusivamente no controle dos níveis pressóricos. Estratégias modernas no manejo da hipertensão apontam para uma avaliação global do paciente. Isto implica em investigar a presença de fatores de risco cardiovascular (FRCV) adicionais. Os FRCV são definidos pelas condições que elevam as chances de eventos cardiovasculares adversos, entre os quais estão o tabagismo, diabetes, sedentarismo e história familiar de doen-ça arterial coronariana (DAC). A associação desses fatores com a hipertensão é muito freqüente. OBJETIVO: Avaliar os FRCV presentes no paciente hipertenso. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo transversal, descritivo e exploratório. A sele-ção de pacientes foi realizada em municípios do norte de Minas Gerais de forma aleatória, junto às equipes de saúde da família, também alocadas aleatoriamente e com pesquisa na Ficha “B” (cadastro dos hipertensos) do Sistema de Informa-ções da Atenção Básica (SIAB). Teve como critérios de inclusão: homem acima de 45 anos ou mulher acima de 55 anos e ter diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica. Foram excluídos os pacientes com histórico de evento cardiovascu-lar maior prévio (infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral). RESULTA-DOS E DISCUSSÃO:Dentre os resultados parciais da pesquisa, compôs-se uma amostra de 291 hipertensos. Destes pacientes, 19 (6,5%) referiram ser tabagistas e 61 (20,9%) referiram apresentar história familiar de DAC. 85 pacientes (29,2%) referiram fazer atividade física regular, enquanto que o sedentarismo foi encon-trado em 206 pacientes (70,7%). Diabetes e hipertensão associados foram en-contradas em 67 pacientes (23%). Os dados obtidos são semelhantes a outros trabalhos nacionais, excetuando-se a menor prevalência de tabagismo nesta amostra pesquisada. CONCLUSÃO:Observou-se uma alta prevalência de FRCV adicionais em hipertensos, o que reforça a necessidade de medidas educativas de combate aos fatores modificáveis, como o sedentarismo; além de promover o manejo apropriado dos fatores não modificáveis, como o tratamento do diabetes e maior rigorosidade no rastreamento de DAC em portadores de história familiar para a doença.

Efeitos do hormônio tireoidiano e do exercício físico no coração de ratos.

FERNANDA RODRIGUES DE SOUZA, ELMIRO SANTOS RESENDE, POLIANA RODRIGUES ALVES, LEANDRO TEIXEIRA PARANHOS LOPES e ALEXANDRE GONÇALVES

Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG, BRASIL.

Fundamento: O hormônio tireoidiano (HT) e o exercício físico (EF) atuam pro-duzindo elevaçãol do metabolismo orgânico e determinando maior consumo de oxigênio tecidual. Esta demanda aumentada de oxigênio é suprida, em parte, pela elevação da frequência e do débito cardíacos e da pressão arterial sistêmica, com concomitantes modificações estruturais do coração. Objetivo: Verificar os efeitos do HT , do EF e de sua associação, no coração de ratos. Método: Foram utilizados 37 ratos Wistar, machos, adultos (>250g), distribuídos, aleatoriamente, em quatro grupos: controle (C), hormônio (HT), exercício (E), hormônio e exercí-cio (HTE). O grupo C não sofreu intervenção; o grupo HT recebeu, diariamente, levotiroxina sódica, por gavagem, na dose de 20 μg/100g de peso corporal; o grupo E realizou natação (EF) até a exaustão, cinco vezes por semana, com peso adicional correspondente a 20% de cada peso corporal; no grupo HTE foi feita a associação do HT e EF nas mesmas doses já descritas. A duração do experi-mento foi de seis semanas. Os grupos foram comparados quanto ao T4 sérico, peso total do coração, peso do ventrículo esquerdo (VE), diâmetro transversal dos cardiomiócitos e porcentagem de colágeno. Na comparação utilizou-se o tes-te t, Wilcoxon e ANOVA, complementada pelo teste de Tukey, ou Kruskall Wallis, considerando-se significantes valores de p<0,05. Resultados: Os níveis de T4 foram mais elevados nos grupos que receberam HT. O peso total do coração foi maior nos grupos HT e HTE, em comparação ao C e E. O peso do VE foi maior no grupo HT, em comparação ao grupo E. O diâmetro transversal dos cardiomiócitos foi maior nos grupos HT, HTE e E, em comparação ao C. O grupo HT apresentou diâmetros celulares maiores em relação aos grupos C, HTE e E. A porcentagem de colágeno foi maior no grupo HTE em comparação aos grupos C, HT e E. O grupo E apresentou maior teor de colágeno do que o grupo HT. Conclusão: Os grupos que receberam HT apresentaram hipertrofia cardíaca, com aumento do peso do coração, do VE e maiores diâmetros transversais dos cardiomiócitos. Tanto no HT quanto no E houve aumento dos diâmetros dos cardiomiócitos. O EF aumentou o colágeno, principalmente quando associado ao HT.

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Pacientes com fibrilação atrial persistente e insuficiência cardíaca classe IV, com e sem caquexia cardíaca, beneficiam-se da cardioversão a ritmo sinusal?

THIAGO DA ROCHA RODRIGUES, EDUARDO BACK STERNICK, RICARDO DE SOUZA ALVES FERREIRA, CLARA PRATES TEIXEIRA, NICOLLE LAUAR PIMENTA, ANTONIO OSVALDO DE FREITAS JUNIOR e MARIA DA CONSOLA-ÇÃO VIEIRA MOREIRA

Hospital Felício Rocho, Belo Horizonte, PA, BRASIL.

A fibrilação atrial (FA) e a insuficiência cardíaca (IC) coexistem em ≈ 40% dos ca-sos. A FA dobra a mortalidade da IC e a IC classe IV NYHA tem mortalidade ≈ 50% ao ano. Objetivos - Avaliar a eficácia da cardioversão elétrica (CVE) e amiodarona na reversão e manutenção do ritmo sinusal e na sobrevida de pacientes com IC classe IV e FA < 1 ano de duração, na presença e ausência de caquexia cardíaca (CC). Métodos - Critérios de inclusão: IC classe IV compensada; fração de ejeção (FE) < 40%; FA persistente < 12 meses. Critérios de exclusão: freqüência cardí-aca < 60 bpm; duração ignorada da FA; e átrio esquerdo > 60 mm. Foi estudo prospectivo de coorte, cujos desfechos foram a manutenção do ritmo sinusal e a sobrevida sem transplante cardíaco num seguimento de 12 meses. Após estabili-zação clínica, optimização medicamentosa para a IC e anticoagulação adequada, os pacientes submeteram - se a impregnação com amiodarona e CVE. Resulta-dos - Foram comparadas a manutenção do ritmo sinusal e a sobrevida em 3 gru-pos: G1 (com CC, 13 pacientes, 55 +/- 16 anos, duração FA 5,7 +/- 4,7 meses, FE = 18,7 +/- 4,6%, ); G2 (sem CC, 33 pacientes, 61,2 +/- 10,2 anos, duração FA 7,2 +/- 4,3 meses, FE 31 +/- 7,5 %) e G2A (sem CC,10 pacientes, 62 +/- 10,4 anos, duraçao FA 4,5 +/- 4,2 meses e FE 22,4 +/- 1,6%). Os 3 grupos são similares em relação à idade e duração da FA. Os grupos 1 e 2 diferem na FE e, portanto não podem ser comparados. Os grupos 1 e 2A são similares também na FE e foram comparados. Foram realizadas curvas de Kaplan-Meyer para a comparação da manutenção do ritmo sinusal, sobrevida e desfechos combinados nos grupos 1 e 2A. No grupo 1, houve 8 mortes, 3 transplantes cardíacos (censurados na curva de sobrevida como mortos), 1 vivo e em ritmo sinusal e 1 vivo e em FA. No grupo 2A houve apenas 1 morte, nenhum transplante, 6 vivos e em RS e 3 vivos e em FA. Conclusões - A CC, mas não a FE, foi capaz de identificar os pacientes que não se benefiaram da CVE e amiodarona; A CC é um marcador de mal prognós-tico na IC com FA; Os pacientes sem CC parecem beneficiar-se da cardioversão a ritmo sinusal, a despeito da FE.

Monitorização de cardiotoxidade em pacientes portadoras de câncer de mama submetidas a quimioterapia com antraciclinas : Modelo de acompa-nhamento em ambulatório de cardio-oncologia

ARIANE VIEIRA SCARLATELLI MACEDO, MARCOS ALMEIDA MAGALHÃES ANDRADE JUNIOR, RITA DE CASSIA LACERDA DE PAULA, LUCIANA PINHEI-RO SALGADO e ENALDO MELO DE LIMA

Hospital Mater Dei, Belo Horizonte , MG, BRASIL. INTRODUÇÃO:A cardiotoxidade induzida pela quimioterapia é um problema clíni-co com grande impacto na qualidade de vida e na sobrevida dos pacientes com câncer .A melhor abordagem para minimizar a cardiotoxidade é a detecção pre-coce do seu surgimento e o início do tratamento preventivo. Diante deste cenário , se faz necessário a interação e o trabalho conjunto da cardiologia e oncologia.OBJETIVO :Oferecer aos pacientes portadores de câncer de mama em tratamen-to com antraciclinas uma rotina de acompanhamento cardiológico que permita prevenir , detectar e tratar a cardiotoxidade induzida por quimioterapia com an-tracíclicos MÉTODOS:Os pacientes portadores de câncer de mama em progra-mação de tratamento com antraciclinas são encaminhados para avaliação car-diológica no ambulatório de cardio-oncologia .A avaliação cardiológica consiste em anamnese, exame físico cardiovascular,eletrocardiograma , ecocardiograma com strain bidimensional e dosagem de biomarcadores. RESULTADOS:Entre fevereiro e Abril de 2012 , o ambulatório de cardio-oncologia atendeu 21 pa-cientes. Aplicamos nosso modelo de acompanhamento cardiológico em todos os pacientes em tratamento com antraciclínas .Não detectamos disfunção ventricu-lar induzida pela antraciclina em nenhum paciente. Até o momento, não houve alteração eletrocardiográfica e de biomarcadores sanguíneos. Todos os pacien-tes serão acompanhados por, no mínimo, 5 anos após o término da quimiote-rapia. CONCLUSÃO :A criação do ambulatório de cardio-oncologia , no serviço de oncologia do Hospital Mater Dei busca a interação entres as especialidades cardiologia e oncologia , com objetivo de uniformizar definições e promover as-sitência de qualidade, através da criação de protocolos de cuidados como o aqui apresentado, tendo em vista a alta prevalência de cardiotoxidade induzida por antraciclinasnos pacientes em tratamento de câncer de mama.O nosso objetivo final é, além de oferecer o suporte cardiológico integrado ao paciente em quimio-terapia, é também promover e disseminar o conhecimento, cujo resultado final deve ser a melhora no atendimento ao paciente oncológico.

Perfil clínico e epidemiológico de possíveis e potenciais doadores de ór-gãos para transplantes: estudo prospectivo

DAVID CÉSAR LOUZADA ALVARES MACEDO, ALESSANDRO FERNANDES GUIMARAES, ARIEL JOSÉ VILLAR GONCALVES, SÍLVIO AMADEU DE AN-DRADE, SIMONE LINO MELLO, ROSE MARY FERREIRA LISBOA DA SILVA e MARIA DA CONSOLAÇÃO VIEIRA MOREIRA

Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

Introdução: Poucos estudos analisaram o perfil clínico e a evolução hospitalar dos doadores de órgãos. Tais características implicam na mortalidade precoce ou tar-dia do transplantado, bem como na quantidade de transplantes. Objetivos: Avaliar o perfil clínico e epidemiológico de possíveis e potenciais doadores de múltiplos órgãos para transplantes. Métodos e delineamento: Estudo observacional, trans-versal e prospectivo. No período de julho/2007 a julho/2008 foram avaliados 120 possíveis e potenciais doadores de múltiplos órgãos para transplantes internados em um hospital referência em politraumatismo. Foi feito o levantamento de dados clínicos e epidemiológicos por um único investigador, através de entrevista com familiares, exame clínico, consulta de prontuários médicos e registro em ficha clínica previamente elaborada para esse propósito. Resultados: Avaliou-se 120 pacientes(PTS), 74,16% sexo masculino, idade média 34,92 ± 15,80 anos e tem-po de permanência hospitalar médio de 2,38 ± 1,53 dias. A principal causa de morte encefálica (ME) foi o traumatismo crânio-encefálico (TCE) (80%), segui-do de acidente vascular encefálico (18,3%). A recusa familiar ocorreu em 22% dos casos. A noradrenalina foi utilizada em 110 (91,6%), dose média de 54,89 µg/min. A confirmação de morte encefálica foi concluída em apenas 65 (54,1%); 55 (45,83%) permaneceram com testes não conclusivos e destes 31 (25,83%) tiveram parada cardíaca antes de completar os exames do protocolo de ME. Comparando-se os possíveis (55 PTS) e os potenciais doadores (65 PTS), os grupos foram semelhantes em relação ao sexo, idade, uso de aminas. Tornaram-se doadores reais de órgãos 44 (36,6%) Houve associação entre sexo masculino e menor comprometimento hemodinâmico (p=0,005).Conclusão: O perfil clínico dos doadores foi: sexo masculino, jovem (34,9 anos), vítima de TCE, ausência de co-morbidades, permanência hospitalar média de 2 dias e em uso de altas taxas de inotrópicos venosos; metade dos PTS não completa o protocolo de ME, sendo que um terço tem PC antes do término dos exames; em nosso meio, a negativa familiar não parece ser fator relevante; os possíveis doadores não são aproveita-dos na sua plenitude e precisam de melhores cuidados.

Estudo do perfil inflamatório de potenciais doadores de órgãos para trans-plantes através da análise de citocinas.

ALESSANDRO FERNANDES GUIMARAES, ARIEL JOSÉ VILLAR GONCAL-VES, DAVID CÉSAR LOUZADA ALVARES MACEDO, SÍLVIO AMADEU DE AN-DRADE, SIMONE LINO MELLO, ROSE MARY FERREIRA LISBOA DA SILVA e MARIA DA CONSOLAÇÃO VIEIRA MOREIRA

Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

Introdução: A morte encefálica (ME) induz uma resposta inflamatória sistêmica maciça. A maioria dos transplantes de órgãos é advinda de doadores vítimas de traumatismo crânio-encefálico (TCE). A possível relação entre o perfil clínico de doadores de órgãos e as citocinas tem sido pouco explorada. Objetivo: Analisar o perfil clínico dos potenciais doadores de múltiplos órgãos, com diagnóstico de ME, internados em regime hospitalar de terapia intensiva e sua correlação com os níveis de citocinas. Métodos e delineamento do estudo: Estudo observacional, transversal e prospectivo. No período de julho de 2007 a julho de 2008 foram ava-liados 40 potenciais doadores de múltiplos órgãos para transplantes, internados em um hospital referência em politraumatismo. Imediatamente após o diagnóstico de ME e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foram cole-tados 2ml de sangue, que eram centrifugados (5.000 RPM) para separação do plasma. As alíquotas de plasma foram estocadas em freezer com temperatura – 80 C0 até o momento das análises. A mensuração das citocinas foi feita pela ci-tometria de fluxo: IL-1β, IL-2, IL-4, IL-5, IL-6, IL-8, IL-10, TNF E IFNG (Cytometric bead array BD CBA TM software). Análise estatística com programa SPSS versão 12.0. Resultados: Foram avaliados 40 pcts com diagnóstico de ME. A idade mé-dia foi de 31,92 ± 14,15 anos, 72,5% sexo masculino. A principal causa de ME foi TCE (95%). Foram utilizados inotrópicos venosos em 95% e o tempo médio de permanência hospitalar foi de 2,65 ± 1,57 dias. A doação efetiva de múltiplos órgãos ocorreu em 77,5% dos pcts. Os níveis de IL (pg/ml) foram: IL-2 3.32, IL-4 2.63, IL-5 11.4, IL-10 25.99, INF 9.72 e TNF 2.32. Em 35% dos doadores a IL-6 foi superior a 5000 pg/ml. Não houve associação entre os níveis de IL e o sexo, a idade, exames laboratoriais ou a efetivação da doação de órgãos. A correlação de Pearson entre IL-6 e TNF foi 0.001 e entre IL-2 e IL-10TH2 foi de 0,002 e em relação à INFG foi de 0,005. Conclusão: Os níveis de citocinas pró e antiinflama-tórias encontravam-se elevados em pacientes com ME, entretanto, não houve correlação com o perfil clínico e laboratorial dos doadores.

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Relação entre capacidade funcional, função cardíaca e qualidade de vida na cardiopatia chagásica.

HENRIQUE SILVEIRA COSTA, RAFAEL LEITE ALVES, STELA ALVES DA SIL-VA, SARAH MELO SILVA, MARCONI GOMES DA SILVA, MARIA DO CARMO PEREIRA NUNES, MARCIA MARIA OLIVEIRA LIMA e MANOEL OTÁVIO DA COSTA ROCHA

Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital das Clínicas da UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

Introdução: O Teste de Caminhada de Seis Minutos (TC6’) é amplamente utili-zado na análise da capacidade funcional (CF) em cardiopatas, no entanto tem limitações por ser auto-controlado. Paralelamente, o Shuttle Walk Test (SWT) também utilizado em cardiopatas, por impor um ritmo padronizado, exige um es-forço maior e tem demonstrado melhor correlação com CF observada no teste de esforço máximo. Entretanto, não foram encontrados estudos que utilizassem o SWT em sujeitos com doença de Chagas. Objetivo: Avaliar a associação da CF pela distancia percorrida nos TC6’ e SWT em sujeitos com doença de Cha-gas e analisar a relação da CF com disfunção sistólica, diastólica e qualidade de vida. Metodologia: Indivíduos com cardiopatia chagásica (n=21; 48,6±7,9 anos; 81% homens), sedentários, sem comorbidades cardíacas e/ou sistêmicas foram avaliados pelo TC6’ e SWT, ecocardiograma e questionário de qualidade de vida Minnesota (QQVM). Cada teste foi aplicado por um avaliador, o qual desconhecia resultado dos demais testes. Variáveis consideradas: fração de ejeção ventricular esquerda, diâmetro diastólico ventricular esquerdo indexado, disfunção diastólica e a medida da distância percorrida nos testes. Valores são expressos em mediana e intervalo interquartílico e aplicaram-se os testes de Wilcoxon e de correlação de Spearman. Resultados: Não se observou diferença significativa na CF avaliada pelo TC6’ e SWT (526,5 vs 450,0 metros, p=0,768), entretanto a correlação foi fraca e não significativa (r=0,246, p=0,283). Não se notou correlação significativa dos dois testes com variáveis ecocardiográficas. Correlação inversa significativa foi observada entre SWT e QQVM (r=-0,497, p=0,022). Conclusão: Apesar da CF nos dois testes ter se apresentado semelhante, não mostrou correlação significa-tiva, o que pode ser devido a diferenças metodológicas em relação ao nível de esforço exigido pelos testes. O impacto da doença sobre a qualidade de vida foi melhor notado pelo SWT.Apoio financeiro: CNPq, FAPEMIG.

Aumento da capacidade funcional está associado com os níveis séricos de BDNF e modulação autonômica na cardiopatia chagásica.

MARCIA MARIA OLIVEIRA LIMA, MARIA DO CARMO PEREIRA NUNES, BRU-NO R NASCIMENTO, HENRIQUE SILVEIRA COSTA, LIDIANE APARECIDA PE-REIRA DE SOUSA, MARIA CLARA NOMAN DE ALENCAR, ANTONIO LUCIO TEIXEIRA, MANOEL OTÁVIO DA COSTA ROCHA e ANTONIO LUIZ PINHO RIBEIRO

Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Universi-dade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, MG, BRASIL. Introdução: Foi demonstrado que o treinamento aeróbio (TA) é eficaz em au-mentar a neuroproteção pela elevação do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) e modificar positivamente o equilíbrio autonômico. A disfunção autonômi-ca é uma característica da cardiopatia chagásica (CCh). Foram investigados os efeitos do TA em níveis de BDNF e também sua relação com a modulação auto-nômica na CCh. Design: série de casos de CCh tratados com TA. Métodos: Foram recrutados 19 pacientes com CCh (48,5±8,7 anos, 52,6% do sexo masculino) que não praticavam exercício físico regular. A avaliação dos níveis de BDNF, da distância percorrida no Teste de Caminhada de Seis Minutos (DC6’) e dos índices da variabilidade da freqüência cardíaca (VFC) (SDNN, rMSSD) foi realizada antes e após o TA (12 semanas). Resultados: Após o TA, observou-se melhoras na DC6’ (Δ mediana=83,5m, p=0,001), na freqüência cardíaca de repouso (Δ=-6,9±8,8 b/min, p=0,002) e na resposta cronotrópica (Δ=7,4±9 b/min, p=0,002). O aumento na DC6’ foi fortemente relacionada com o aumento dos níveis de BDNF (r=0,673, p=0,002), com o BDNF pré-treinamento (r=-0,739, p<0,001) e com a resposta cronotrópica (r=0,578, p=0,010). O aumento da BDNF foi relacionado com índi-ces mais elevados da VFC pré-treinamento (SDNN, r=0,646, p=0,003; rMSSD, r=0,672, p=0,002, respectivamente). Tanto os valores basais do índice SDNN e a alteração nos níveis de BDNF foram altamente preditivos para o aumento de pelo menos 50 metros da DC6’ após TA (AUROC de 0,84 e 0,91, respectivamen-te). Conclusões: Na CCh, o aumento da capacidade funcional foi associado com baixos níveis basais de BDNF e com o aumento dos níveis de BDNF após TA. A integridade do sistema nervoso autônomo pode desempenhar um papel na ade-quação da resposta do TA em pacientes com CCh.Apoio financeiro: CNPq, FAPEMIG.

Fatores de risco cardiovascular em portadores de HIV/AIDS acompanhados em serviço de Infectologia de Belo Horizonte-MG

CARLA STARLING HUBNER, RENATA ELIANE DE ÁVILA, FRANÇOIS DELIG-NE, HOSANA RAMOS FERNANDES, MARCELO AUGUSTO ANTUNES DE CARVALHO, LEONARDO DE CAMPOS CORREA OLIVEIRA, VIVIANE CELES-TINO DOS SANTOS e VANDACK NOBRE

Centro Universitário de Belo Horizonte-UniBH, Belo Horizonte, , BRASIL - CTR-DIP Orestes Diniz UFMG/PBH, Belo Horizonte, , BRASIL - Centro de Pós-gradua-ção da Faculdade de Medicina da UFMG, Belo Horizonte, , BRASIL.

Introdução: A mortalidade por doença cardiovascular em portadores da infecção pelo vírus da imunodeficiência adquirida (HIV) aumentou progressivamente nos últimos anos. Este fenômeno se deve a fatores tais como, maior sobrevida após o início da terapia anti-retroviral de alta potência (TARV), ação inflamatória direta do vírus e eventos adversos da TARV. Somam-se a estes fatores aqueles presentes na população geral, como diabetes, tabagismo, hipertensão arterial (HAS), obesi-dade, dislipidemias e história familiar. Objetivo: Descrever o perfil de risco cardio-vascular em amostra consecutiva de portadores de infecção pelo HIV assistidos em serviço de referência de Infectologia em Belo Horizonte, MG. Métodos: Estudo descritivo, transversal, cujos dados foram coletados durante consulta ambulato-rial de controle. Foram registrados idade, sexo, tempo de diagnóstico da infecção pelo HIV, uso de TARV, variáveis de risco para doença arterial coronariana (DAC), como HAS, tabagismo, índice de massa corporal (IMC), circunferência abdominal, dislipidemia, hiperglicemia. Resultados: Na amostra de 100 pacientes, a média de idade foi de 46 anos, 61,6% homens. O tempo médio de diagnóstico de infecção pelo HIV foi de 11 anos e 92% dos pacientes encontram-se em uso de TARV, com tempo médio de exposição de 8 anos. Quanto ao risco cardiovascular, verificou-se uma incidência de 29% de HAS, 35% de tabagismo, 13% de hipercolesterole-mia e 18% de hipertrigliceridemia. Diabetes mellitus tipo II ou resistência periférica à insulina esteve presente em 4 % dos casos. Sobrepeso e obesidade foram verificados em 45% dos pacientes. A obesidade central-circunferência abdomi-nal alterada-foi verificada em 25%. Conclusão: Na amostra estudada verificou-se uma prevalência semelhante à da população geral em relação ao risco de DAC. Entretanto, a média de idade foi inferior à faixa etária populacional na qual este risco é mais evidente. Isto pode indicar que, em idade mais avançada, estes fato-res se tornarão ainda mais prevalentes nesta população. Assim, pode-se estimar um maior risco de DAC nestes pacientes, expostos não somente aos fatores de risco habituais, como também aos efeitos adversos da TARV e à ação direta do vírus na aterogênese.

Ambulatório multiprofissional pós síndrome coronariana aguda: implanta-ção e perfil dos pacientes

SALETE MARIA DE FÁTIMA SILQUEIRA, ANA CAROLINA SPINELI MORAES, BRUNA PEREIRA DOMINGOS, CLEIDINEY ALVES E SILVA, GABRIELA FREI-TAS PINHEIRO, GABRIELLA RODRIGUES COELHO, MÁRCIA VILAÇA TEIXEI-RA e MONIQUE CANELHAS LAGE

Hospital das Clínicas da UFMG , Belo Horizonte , MG, BRASIL.

Introdução: A doença arterial coronariana (DAC) é a principal causa de morbi-mortalidade mundial. Inúmeros fatores contribuem para acelerar o processo de-generativo arterial envolvido nessa doença. Observando uma tendência mundial no controle dos múltiplos fatores de risco e a inexistência de um atendimento multiprofissional direcionado aos pacientes após uma Síndrome Coronariana Aguda (SCA), foi criado o AMBULATÓRIO MULTIPROFISSIONAL PÓS UNIDA-DE CORONARIANA do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG). Objetivo: O presente trabalho busca descrever a implantação do ambulatório pela equipe de residentes multiprofissionais em Saúde Cardio-vascular e traçar um perfil da população atendida. Método: Durante o período de maio a agosto de 2011 foram avaliados e classificados os pacientes atendidos quanto à presença de fatores de risco para DAC. Resultados: A implantação do referido ambulatório se deu com a necessidade de acompanhar de forma multi-profissional os pacientes acometidos por DAC, sendo o público alvo aqueles com internação recente na Unidade Coronariana do HC-UFMG devido agravamento da doença (SCA). Os atendimentos são realizados por profissionais de Enfer-magem, Fisioterapia e Fonoaudiologia integrantes do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Cardiovascular com o intuito de estabelecer medidas de tratamento não farmacológico aos pacientes com perfil citado. No período de Maio a Agosto de 2011 foram atendidos 37 pacientes dos quais, 73% eram homens e 27% mulheres. A faixa etária variou de 35 a 76 anos, média de 55,6 anos. A hipertensão teve prevalência de 73% e diabéticos representaram 32%. Na população estudada, 24% se declararam tabagistas e apenas oito pacientes nunca haviam fumado. A prevalência de obesidade foi de 76%. O LDL colesterol mostrou-se mais aumentado entre os homens do que entre as mulheres, 56% e 50% respectivamente. Conclusão: Uma vez que os pacientes atendidos apre-sentaram múltiplos fatores de risco passíveis de controle com uma abordagem multiprofissional adequada, o acompanhamento multidisciplinar dos portadores de doenças cardiovasculares é fundamental para alcançarmos uma redução na morbi-mortalidade e nos gastos com saúde pública.

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Angiotomografia de coronárias na avaliação da ponte miocárdica

MÁRCIO VINÍCIUS LINS DE BARROS, DANIEL R RABELO, MARIA DO CARMO PEREIRA NUNES, MARCELA MASCARENHAS DE PAULA, LUIZA SAMARANE GARRETO, MARINA OLIVEIRA CARVALHO, MARINA RANGEL MOREIRA BAR-ROS ALVES e MARIA HELENA ALBERNAZ SIQUEIRA

Hospital Mater Dei, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Faculdade de Saúde e Ecolo-gia Humana - FASEH, Vespasiano, MG, BRASIL.

Introdução: A ponte miocárdica (PM) é definida como um segmento de uma arté-ria coronária epicárdica que apresenta um curso intramural no miocárdio. Embora a PM seja clinicamente silenciosa na maioria dos casos, tem sido associada com isquemia do miocárdio, arritmias e morte súbita. A angiografia coronarina con-vencionail é o padrão ouro para a detecção da PM, mas é invasivo e pode não ser suficientemente sensível comparativamente aos estudos de autópsia. Recen-temente, a tomografia computadorizada multislice das coronárias (TMC) tornou possível a detecção do curso das artérias coronárias, incluindo a PM.Objetivo: Avaliar a prevalência de PM em pacientes com suspeita de doença ar-terial coronariana submetidos a TCM e avaliar o valor preditivo desse método a médio prazo.Métodos: Durante o período de 2008 a 2011, 498 pacientes consecutivos foram examinados por TMC para o diagnóstico de doença coronária, sendo realizado avaliação para presença de PM e acompanhados por um seguimento médio de 19 meses para a ocorrência de eventos cardiovasculares (morte, hospitalização e / ou revascularização do miocárdio).Resultados: A idade média dos pacientes foi de 58,4 ± 12,5 anos, com sexo mas-culino de 74,3%. Entre os pacientes, 7,6% (38 pacientes) mostrou PM. As prin-cipais indicações foram angina pectoris em 45,8% e teste de estresse positivo em 33,3%. 37,5% apresentaram doença aterosclerótica, sendo que apenas um paciente apresentou estenose coronariana significativa. Durante o seguimento, nenhum paciente mostrou eventos adversos.Conclusão: A TMC representa uma técnica não invasiva com elevada acurácia na avaliação anatômica das artérias coronárias, podendo ser particularmente útil para avaliar a incidência, localização e morfologia da ponte miocárdica in vivo.

Prevalência de coronariopatia aterosclerótica pela angiotomografia em pa-cientes com cintilografia miocárdica com déficit perfusional leve a mode-rado

MÁRCIO VINÍCIUS LINS DE BARROS, DANIEL R RABELO, MARIA DO CARMO PEREIRA NUNES, AQUILES DINIZ COELHO GONTIJO, CESAR FERNANDES LOREDO, GEORGIA CORREIA DE QUEIROZ FACCIN, LEONARDO SCHIESS SALES ANTUNES, PATRICIA SANTOS LOREDO TOFANI e MARIA HELENA AL-BERNAZ SIQUEIRA

Hospital Mater Dei, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Faculdade de Saúde e Ecolo-gia Humana - FASEH, Vespasiano, MG, BRASIL.

Introdução: Pacientes com cintilografia miocárdica apresentando déficit perfusio-nal leve ou moderado para isquemia miocárdica geralmente representam uma dificuldade no manejo destes pacientes, podendo levar à indicação para cateteris-mo cardíaco, exame de caráter invasivo e com morbimortalidade não desprezível. A ocorrência de resultados positivos pode ser devida a várias situações clínicas, além da coronariopatia aterosclerótica. A angiotomografia coronariana multislice (ACM) representa método minimamente invasivo com elevada acurácia no diag-nóstico de obstrução coronária. Objetivo: Avaliar a prevalência de coronariopatia em pacientes com cintilografia miocárdica com déficit perfusional leve a modera-do em pacientes submetidos à ACM, avaliando o valor preditivo deste método em médio prazo. Material e Métodos: Durante o período de 2008 e 2011, 96 pacientes consecutivos com cintilografia miocárdica positiva foram examinados pela ACM para diagnóstico de DAC e acompanhados durante um seguimento médio de 19 meses para a ocorrência de eventos cardiovasculares (morte, internação e/ou revascularização miocárdica). Resultados: A idade média dos pacientes foi de 58,4±12,5 anos, sendo 74,3% do sexo masculino. Dos pacientes avaliados, 47,2% apresentaram coronárias normais, 22,5% obstrução leve e em 23,8% dos pacientes o exame apresentou obstrução aterosclerótica moderada a significati-va. Além disso, foram encontrados 4,8% de pacientes com origem anômala de coronária e 4,8% de ponte miocárdica. Dos pacientes com ACM normal o valor preditivo negativo para ocorrência de eventos adversos foi de 100%. Conclusão: Pacientes com cintilografia com déficit perfusional leve a moderado apresentaram ATM normal em quase metade dos pacientes, com presença de coronariopatia moderada a significativa em cerca de 23,8%. O valor preditivo negativo da ATM foi de 100% para eventos adversos em médio prazo. A ATM pode se mostrar útil na avaliação da circulação coronariana em pacientes com cintilografia positiva.

Tratamento percutâneo de fistula arteriovenosa pulmonar (FAVP) congênita (utilizando diversos materiais)

EDMUNDO CLARINDO OLIVEIRA, MARCO ANTÔNIO MOURA e JOSE AU-GUSTO ALMEIDA BARBOSA

Hospital Felicio Rocho, BH, MG, BRASIL - Hospital Vera Cruz, BH, MG, BRASIL - Hospital LifeCenter, BH, MG, BRASIL.

Introdução: Fístula arteriovenosa pulmonar congênita é uma doença rara com incidência de 2 por 100.000 habitantes. Os pacientes podem evoluir assintomáti-cos, com cianose intensa ou apresentarem embolia paradoxal. Objetivo: Apresen-tar seis casos FAVP tratadas por via percutânea utilizando; molas, Plug, Prótese para oclusão de PCA e cola. Relato de casos: quatro pacientes (28, 34, 42 e 45 anos) eram assintomáticos quando apresentaram AVCI. O diagnóstico foi sus-peitado em três pela passagem tardia de micro bolhas durante a realização do ECO TE, em um durante o cateterismo cardíaco realizado com a intenção de fechamento de forame oval, quando foi identificado ausência de SHUNT ao nível do septo inter atrial, mas grande passagem de microbolhas para átrio esquerdo quando a solução salina agitada foi injetada em ramos pulmonares. Duas crian-ças, de quatro e cinco anos apresentaram cianose intensa, após afastar outras causas, o diagnóstico foi suspeitado e confirmado por angio tomografia do tórax. Uma foi tratada inicialmente com implante de 14 molas de Gianturco com melhora da saturação sistêmica de oxigênio de 66% para 88% (por permanecer shunt residual). Ela apresentou piora da cianose recidiva das fístulas, sendo tratada posteriormente com deposição de cola e ótimo resultado. A paciente tem se man-tido assintomática com Sat 99% há sete anos. Outra criança de cinco anos com cianose intensa e diagnóstico de fístula AV gigante com a câmara coletora maior quer o átrio esquerdo, foi tratada com implante de uma prótese Amplatzer n 14/16 utilizada para oclusão de canal arterial grande com melhora da saturação de 82% para 93% e tem se mantido estável por cinco anos. Discussão/ Conclusões: Pa-cientes com FAVP podem evoluir assintomáticos ou apresentarem complicações graves como cianose intensa, embolia paradoxal e predisposição a abscesso cerebral. O tratamento pode ser realizado por lobectomia ou até pneumectomia. Atualmente, com a disponibilidade de vários tipos de materiais, o tratamento per-cutâneo pode ser realizado com sucesso na maioria dos casos. Entretanto, há um grupo de pacientes em que as fístulas são múltiplas e difusas podendo ser necessário o transplante pulmonar.

Fechamento percutâneo de CIA/FOP utilizando o ecocardiograma intracar-díaco.

EDMUNDO CLARINDO OLIVEIRA, MARCO ANTÔNIO MOURA e JOSE AU-GUSTO ALMEIDA BARBOSA

Hospital Vera Cruz, BH, MG, BRASIL - Hospital Felicio Rocho, BH, , BRASIL - Hospital Lifecenter, BH, MG, BRASIL.

Introdução: O fechamento percutâneo da CIA OS e do FOP tem sido realizado utilizando o ecocardiograma transesofágico (ECO TE) como padrão, durante o procedimento. O emprego do ecocardiograma intracardíaco (ECO IC) permite a realização do procedimento com anestesia local sendo realizado pelo mesmo intervencionista. Objetivo: Descrever a experiência do serviço com esse proce-dimento em 47 pacientes consecutivos. Método: 688 pts foram submetidos a oclusões de CIA/FOP desde 1999; a partir de abril de 2011 em 48 deles o proce-dimento foi guiado pelo ECO IC. O procedimento foi realizado com anestesia local por punção da veia femoral direita em dois pontos em 44 pacientes e de ambas as veias femorais em três pts. Resultado: 47 implantes foram realizados em 47 pacientes com idade de 4 a 80 anos (média 47), 47% do sexo feminino. Foram ocluídas 20 CIAS com diâmetros entre 10 e 39 mm e 27 FOPs utilizando a prótese Occlutech em todos eles. O procedimento foi realizado com sucesso em todos eles e sem intercorrências de significado clínico. Todos pacientes receberam alta hospitalar no dia seguinte ao procedimento. Conclusão: A utilização do ECO TE tem sido o procedimento padrão para a oclusão dos defeitos intracardíacos, apresenta as desvantagens de: sedação ou anestesia geral para tolerância da sonda, necessidade de outro profissional com interrupção da agenda de ECO. O emprego do ECO IC permite que o exame seja feito pelo mesmo intervencionista, com anestesia local associada ou não a leve sedação e sem o desconforto da sonda esofágica. O ECO IC mostrou-se de fácil realização e apresenta a mesma segurança do ECO TE.

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Fechamento percutâneo das comunicações interatriais acima de 30 mm de diâmetro.

EDMUNDO CLARINDO OLIVEIRA, MARCO ANTÔNIO MOURA e JOSE AU-GUSTO ALMEIDA BARBOSA

Hospital Felicio Rocho, BH, MG, BRASIL - Hospital Vera Cruz, BH, MG, BRASIL - Hospital Lifecenter, BH, MG, BRASIL.

Introdução: O fechamento percutâneo da CIA OS tem sido realizado rotineiramen-te em todo o mundo como método de escolha, há mais de 10 anos com suces-so. CIAs grandes acima de 30mm são mais difíceis e freqüentemente requerem cuidados técnicos especiais, sendo um desafio para o intervencionista. Objetivo: Descrever a experiência do serviço no fechamento percutâneo de CIAs com es-sas características. Método: 64/469(13,6%) apresentavam CIA >30 mm. Idade 8 a 65 anos (m=34,6), 38/64(59%) feminino. A punção das veias femorais foi utilizada em 63 e a punção transhepática em um paciente. Os procedimentos fo-ram guiados pelo ECO trans torácico em um, ECO trans esofágico em 60 e o eco intracardíaco em três pts respectivamente. Em três pacientes o emprego de um balão e em dois a liberação parcial do disco esquerdo na veia pulmonar foram ne-cessários para posicionar a prótese. Resultado: As próteses foram implantadas com sucesso em todos pacientes; FA convertida com amiodarona venosa ocorreu em três pts; dor torácica com melhora após 24 horas em dois; embolização da prótese para VD retirada cirurgicamente em um paciente. Alta hospitalar 24 horas após o procedimento em 63 pts, exceto no paciente submetido à cirurgia. O acompanhamento de 1 mês a 12 anos mostrou todos pacientes em classe funcional I, com normalização ou diminuição significativa do VD. Conclusões: O fechamento percutâneo da CIA OS grande apresenta maior dificuldade, mas pode ser realizado com segurança e baixa morbidade, com a melhoria da experiência do serviço. A oclusão percutânea dessas comunicações constitui-se o método de escolha na maioria dos casos.

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Análise das variáveis de impacto no tempo porta-balão

HENRIQUE P M PENA, MÁRCIO V L BARROS, CARLOS E ORNELAS, ANTO-NIO C N FERREIRA, JOSE G CARNEIRO, ISABELLA M A R SOTER, MARIA E C ANDRADE, ANDRE L PITANGA, SANDRO R CHAVES e MARCOS A M A JUNIOR

Hospital Mater Dei, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Faculdade Ciências Médicas Minas Gerais - Feluma, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

Introdução: O intervalo de tempo entre a oclusão da artéria coronária e a re-perfusão do miocárdio está diretamente associado ao prognóstico do paciente (pt) vítima de Infarto Agudo do Miocárdio com Supra ST (IAMCSST). O Tempo Porta-Balão (TPB) é indicador que mede o intervalo de tempo da entrada do pt no Hospital à abertura da artéria. As diretrizes internacionais recomendam, como meta, o TPB≤90 minutos. Objetivo: Estratificar o TPB e identificar as variáveis que tiveram impacto neste indicador, e, a partir desta análise, estabelecer planos de ação específicos. Materiais e métodos: Análise consecutiva de pts admitidos no Hospital com IAMSST, de jan10 a fev12. Mensurado o TPB e analisado as variáveis: Classificação de Risco, Clínica responsável pelo atendimento inicial, Apresentação Clínica Típica ou Atípica,Tempo Porta-ECG, Tempo de acionamen-to à chegada do hemodinamicista (acionam-hem), Tempo admissão hemodinâmi-ca (porta-hem) e tempo da abertura da artéria. Todos os casos foram discutidos em reunião clínica e as variáveis analisadas pelo Comitê TBP. Resultados: 47 pts foram admitidos no Hospital com IAMCSST, sendo 35 (74,5%) do sexo masculi-no, com idade média 64,6 ± 13,7 anos. O TPB apresentou mediana (interquartil) de 85 (73-133) min, com 63,8% dos pts com TPB≤90. Dentre as variáveis ava-liadas, correlacionou-se com o TPB≤90: a clínica responsável pelo atendimento (p=0,007), classificação de risco (p=0,002) e apresentação clínica (p=0,005). O tempo porta-ecg (p=0,023), porta-hem (p=0,000), acionam-hem (p=0,007) e tem-po de abertura da artéria (p=0,004) também mostraram diferença significativa em relação ao TPB≤90. Conclusão: 63,8% dos pts admitidos com IAMCSST apre-sentaram TPB≤90. A clínica responsável, classificação de risco e a sintomatologia inicial mostraram-se fatores determinantes na variação do TPB, bem como os tempos parciais: Porta-ECG, Porta-hem, acionam-hem e tempo de abertura da artéria. O reconhecimento destas variáveis e de seu real impacto no TPB propicia planos de ação direcionados, fundamentais à melhoria da qualidade assistencial a pts com IAMCSST.

Benefícios da reabilitação cardíaca ambulatorial em pacientes pós infarto agudo do miocárdio

BOTELHO, PATRICIA M, SANTOS, CHRISTIANA B C e BALDOINO, ALINE S

UNIJORGE, Salvador, BA, BRASIL.

Existem efeitos deletérios que acometem pacientes após um Infarto agudo do miocárdio, sendo a capacidade física e funcional as principais causas de inca-pacidade em realizar as atividades laborais e pessoais, além de fatores psico-lógicos que influenciam em uma má qualidade de vida. Assim, um programa de Reabilitação Cardíaca Ambulatorial abrange atividades com exercícios aeróbicos e resistidos proporcionando à reversão ou controle do sedentarismo. A inserção dos pacientes nesse tipo de programa tem sido proposta como uma intervenção segura e eficaz para prevenção dos fatores de riscos associados com o desen-volvimento da doença, e nesse contexto, essa revisão descreve os benefícios advindos da prática regular de exercício físico em pacientes cardiopatas. O le-vantamento bibliográfico realizado utilizou como descritores: reabilitação cardí-aca, infarto agudo do miocárdio, exercício aeróbico e exercício resistido, sendo estes pesquisados nas bases de dados LILACS, PUBMED, SCIELO, SCIENCE DIRECT E GOOGLE ACADÊMICO. Obteve-se um total de 98 estudos no período de 2002 a 2012, relacionando o Infarto agudo do miocárdio com a Reabilitação Cardíaca, sendo excluídos artigos de revisão, reabilitação hospitalar ou a outra doença cardiovascular e que estivesse fora do período proposto. Ao final, 27 arti-gos foram utilizados para o desenvolvimento do estudo. Há comprovação cienti-fica que exercícios aeróbicos promovem aumento do VO2 de pico, traduzindo-se em aumento da capacidade de suportar esforços prolongados, além de redução do colesterol total, LDL-colesterol e níveis séricos de glicose. Os exercícios ae-róbicos de alta intensidade são considerados superiores quando comparados a exercícios de moderada intensidade em relação à melhora na capacidade funcio-nal. Os exercícios resistidos foram inseridos recentemente em protocolos de rea-bilitação cardíaca, sendo esta forma de tratamento bem aceita pela comprovação da sua eficácia. A literatura demonstra que exercícios resistidos foram capazes de incrementar o tempo de exercício aeróbico e aumento de força muscular dos membros inferiores, demonstrando consequente melhora da capacidade física. Dessa forma, pacientes que realizam o exercício aeróbico e resistido tendem a manter os benefícios alcançados durante a reabilitação cardíaca por mais tempo. Visto que a capacidade de realizar exercícios associa-se como preditor de morta-lidade, substancia-se a importância da inclusão de pacientes pós infarto agudo do miocárdio em programas de reabilitação cardíaca ambulatorial.

Re-confecção de anastomose sistêmico-pulmonar em paciente adulta com cardiopatia congênita cianogênica complexa

ANDERSON FERREIRA LEITE, IGOR FERREIRA DE SALES e EDMUNDO CLA-RINDO OLIVEIRA

Hospital das Clínicas / UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital Infantil João Paulo II / FHEMIG, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

Introdução: Anomalias cardíacas congênitas complexas podem não ser passíveis de correção cirúrgica curativa, sendo realizados procedimentos paliativos. A so-brevida após tais intervenções tem sido cada vez maior, havendo grande número de adultos com cardiopatia congênita.Objetivo: Relatar a eficácia de uma reintervenção paliativa em cardiopatia con-gênita complexa.Relato de caso: Paciente do sexo feminino com cardiopatia congênita cianogê-nica complexa grave diagnosticada na adolescência. Apresentava dextrocardia, dupla via de entrada do ventrículo esquerdo, dupla via de saída do ventrículo di-reito, grande comunicação interventricular, estenose pulmonar grave e hipoplasia do tronco e ramos pulmonares. Realizado shunt de Blalock-Taussig modificado com prótese de politetrafluoretileno (PTFE), como procedimento paliativo, aos 11 anos. Intercorreu com oclusão aguda do shunt, optando-se por confecção de anastomose com prótese de PTFE entre aorta ascendente e ramo direito da arté-ria pulmonar. Permaneceu assintomática por mais de uma década, com gestação sem complicação no período. Aos 23 anos, reiniciou dispnéia a mínimos esforços, hipoxemia grave, cianose e policitemia. Ecocardiograma e estudo hemodinâmico revelaram cardiopatia complexa com disfunção biventricular e obstrução grave das conexões sistêmico-pulmonares previamente realizadas. Realizada nova anastomose com prótese de PTFE entre parede anterior da aorta e ramo direito da artéria pulmonar. Evoluiu com melhora clínica progressiva, remissão da disp-néia, hipoxemia leve e reversão marcante da cianose e policitemia.Conclusões: O primeiro shunt de Blalock-Taussig foi realizado em 1945 e até hoje é o procedimento paliativo de eleição para aumento do fluxo sanguíneo pulmonar em cardiopatias congênitas cianogênicas complicadas. A confecção de anasto-moses sistêmico-pulmonares se aprimorou, alcançando desfechos excelentes, como neste caso em que a paciente sobrevive com qualidade de vida após várias intervenções e complicações relacionadas.

Cardiopatia congênita do adulto: perfil clínico e ambulatorial. Aracaju/SE, Brasil.

FERNANDA N FARO, FERNANDA M S SOUTO, GEODETE B COSTA, GUSTA-VO B A FARO e INGRID A S OLIVEIRA

Universidade Federal de Sergipe, Aracaju, SE, BRASIL.

FUNDAMENTO Experiências de serviços em adultos com cardiopatias congêni-tas não têm sido relatadas no nosso meio. OBJETIVO Descrever o perfil clínico básico de adultos com cardiopatias congênitas atendidos ambulatorialmente em centro terciário. MÉTODOS Foram revistos prontuários de 65 pacientes atendidos durante o ano de 2011. A amostra foi dividida em um grupo com tratamento clínico (Grupo 1) e outro submetido a intervenção terapêutica invasiva prévia, cirúrgica ou percutânea (Grupo 2). Anotaram-se dados relativos a idade, gênero, proce-dência, diagnóstico principal, diagnósticos secundários e classe funcional. Nos pacientes com mais de uma lesão, o diagnóstico principal coube ao da cardio-patia hemodinamicamente mais importante. RESULTADOS Grupo 1 (tratamento clínico): 13 pacientes, 61,5% mulheres, 46,1% entre 15 e 30 anos de idade. As cardiopatias mais freqüentes foram comunicação interventricular (CIV) (30,7%) e estenose pulmonar valvar (15,4%). Os diagnósticos secundários predominantes foram hipertensão arterial sistêmica (23%), arritmia (23%) e obesidade (15,4%). Quanto à classe funcional, 61,5% dos pacientes encontravam-se na CF I, 23,1% na CF II e 15,4% na CF III. Grupo 2 (tratamento invasivo): 52 pacientes, 51,9% mulheres, 61,5% entre 15 e 30 anos de idade. As cardiopatias mais freqüentes foram CIV (21,2%), tetralogia de Fallot (21,2%) e defeito do septo atrioventricular (DSAV) (13,5%). Do total de pacientes operados, 63,5% tinham menos de 5 anos na primeira cirurgia e 11,5% realizaram mais de um procedimento cirúrgico. Os diagnósticos secundários predominantes foram obesidade (15,4%), hipertensão arterial sistêmica e arritmia (9,6% cada). Quanto à classe funcional, 73,1% dos pacientes encontravam-se na CF I, 23,1% na CF II e 3,8% na CF III. CONCLU-SÃO Predominaram pacientes tratados de maneira invasiva e com idade menor que 30 anos. A CIV e a estenose pulmonar predominaram no grupo com trata-mento clínico, enquanto que CIV, tetralogia de Fallot e DSAV predominaram no grupo com tratamento invasivo, sendo também registrada grande diversidade de outras cardiopatias congênitas. Hipertensão arterial, arritmia e obesidade foram relevantes nos dois grupos. A grande maioria dos pacientes encontrava-se na CF I. A maioria dos pacientes operados realizou a primeira cirurgia ainda na infância.

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TEMAS LIVRES - 05 e 06/07/2012APRESENTAÇÃO PÔSTER

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Disfagia grave associada a aneurisma de aorta ascendente: relato de caso.

ANDERSON FERREIRA LEITE, MARIANA DE BRAGA LIMA CARVALHO, PE-DRO AMOEDO FERNANDES, JOANA CHAVES MAIA, RENATA FELICIO BRA-GA e GUILHERME GROSSI LOPES CANÇADO

Hospital das Clinicas Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Laboratório de Imunologia e Genética de Parasitas, ICB, UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

Fundamentos: A incidência estimada de aneurisma de aorta torácica varia de 6 a 10 casos/100.000 pacientes/ano. Cerca de metade dos pacientes é assintomáti-ca ao diagnóstico. Os sintomas refletem conseqüências vasculares ou efeito de massa local. O objetivo do trabalho foi ilustrar o reconhecimento e encaminha-mento em tempo hábil para tratamento cirúrgico da doença. Métodos: Relato de caso através da coleta de dados retrospectivamente do prontuário. Resultados: Paciente de 68 anos, feminino, admitida com disfagia progressiva havia 12 meses e perda ponderal de 10 Kg/ 6 meses. Além de dispnéia aos esforços habituais. Relato de dor torácica intermitente relacionada à ingestão de alimentos. Sabida-mente hipertensa e portadora de anemia ferropriva. Ao exame consciente, hipo-corada, emagrecida. Perfusão capilar preservada, pulsos radiais e pediosos grau II bilateralmente. Pressão arterial 140/ 60 mmHg, freqüência cardíaca 92 bpm, respiratória 36 irpm. Ritmo regular em 2 tempos, Sopro meso-diastólico em Foco aórtico acessório; Sons respiratórios normais com crepitações inspiratórias biba-sais. Exames: Raio X de Tórax = cardiomegalia e arco aórtico dilatado e tortuoso; Ecocardiograma = Fração ejeção 54%, Aorta ascendente 68 cm, Insuficiência aótica grave, ventrículo esquerdo com acinesia inferior; Tomografia computadori-zada de tórax = dilatação de aorta importante comprimindo esôfago adjacente; Ci-neangiocoronariografia = Aneurisma de aorta torácica sem dissecção com lesão 30% em artéria descendente anterior. Paciente foi submetida à nutrição enteral e após 15 dias realizado reparo aórtico composto com tubo valvado de Dacron com sucesso. Conclusão: Este caso reforça a necessidade do manejo clínico adequa-do e encaminhamento para abordagem cirúrgica quando indicado. A educação continuada contribui para estabelecimento de fluxo rápido e eficaz de tratamento.

Estudo anatomopatológico de cardiopatias com hipofluxo pulmonar

GOMES, ROBERT A, LEMOS, FERNANDO H T, PEIXOTO, ERIKA F, VIEGAS, ANA C e GOMES, OTONI M

FM-UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

INTRODUÇÃO: Doenças cardiovasculares são causas de morbimortalidade ele-vada e tem sua importância subestimada devido a falhas na sua identificação precoce na infância e adolescência. As cardiopatias congênitas ocorrem em cerca de 1% dos nascidos vivos a termo e sua incidência é ampliada em prematuros, e podem ser divididas conforme sua influência sobre o fluxo sanguíneo pulmo-nar, para efeito terapêutico. Dentre estas, as cardiopatias com hipofluxo pulmo-nar (CCHP), alvo deste trabalho, podem ser classificadas como cianogênicas ou acianogênicas. MATERIAIS E MÉTODOS: O presente estudo foi realizado a partir de dados de livros-texto e artigos de periódicos. RESULTADOS: Descrevem-se as principais CCHP conforme a expressão clínica de cianose. Dentre as que não exibem cianose, a estenose de valva tricúspide e a estenose de valva pulmonar são as mais relevantes. A estenose tricúspide cursa com obstrução do fluxo de sangue do átrio direito (AD) para o ventrículo direito (VD) acarretando hipotrofia do VD e hipertrofia do AD. Já o estreitamento presente na estenose de valva pul-monar provoca resistência ao fluxo de sangue do VD para as artérias pulmonares, e é defeito congênito raro em adultos. Considerando as cardiopatias cianogênicas com hipofluxo, apresentamos a tetralogia de Fallot, as atresias de valva tricúspide e pulmonar e a anomalia de Ebstein. Tetralogia de Fallot é um conjunto de malfor-mações estruturais congênitas que cursa com comunicação interventricular, es-tenose de valva pulmonar, dextroposição da aorta e hipertrofia de VD. Na atresia de valva tricúspide é não há comunicação entre AD e VD ocorrendo hipoplasia de VD. A atresia de valva pulmonar caracteriza-se obstrução do fluxo sanguíneo do coração para os pulmões, que é restabelecido através de outras malformações como a persistência do ducto arterioso, cursando com hipoplasia de VD. A ano-malia de Ebstein decorre da baixa implantação da valva tricúspide, levando a um aumento do AD. CONCLUSÃO: Considerando os dados obtidos sobre o impacto das malformações cardíacas no estabelecimento e curso das cardiopatias é cru-cial a realização de exames pré-natais e pediátricos para diagnóstico precoce, orientação familiar e eventual correção cirúrgica nesses casos.

Regressão de placa aterosclerótica coronariana avaliada pela angiotomo-grafia.

BERNARDO CAETANO VILLELA, DANIEL CORDEIRO QUINTELLA, JOAO JORGE MOOJEN DA SILVEIRA, GABRIEL CORDEIRO CAMARGO, PATRICIA BELFORT RIZZI, RICARDO BARBOSA CARNEIRO, TAMARA ROTHSTEIN, RO-NALDO DE SOUZA LEAO LIMA e ILAN GOTTLIEB

Centro DIagnóstico por Imagem, Rio de Janeiro, RJ, BRASIL.

Introdução: Estudos recentes com estatinas demonstraram que a redução de ateromatose coronariana detectada por ultrassom intravascular está relacionada a melhor desfecho clínico.História Clínica: Paciente de 39 anos, médico, sem fatores de risco e assintomático realizou angiotomografia coronariana (angioTCC) por indicação própria para check up, que evidenciou única placa ateromatosa excêntrica com obstrução de 40% no terço proximal da artéria descendente an-terior com remodelamento positivo. O escore de cálcio foi zero. Após 18 meses de mudança intensa do estilo de vida e uso de estatina, o paciente realizou nova angioTCC que demonstrou redução em 17% do índice de remodelamento, em 19% do grau de estenose luminal pelo diâmetro e em 27% pela área. Houve ainda aumento de 45% na área do lúmen arterial no ponto mais estenótico.Discussão: A angioTCC é capaz de avaliar de forma não invasiva e de forma objetiva a morfo-metria de placas ateroscleróticas em casos selecionados. Conclusão: Esse caso ilustra sucesso terapêutico na redução de placa aterosclerótica na DA proximal visto por angioTCC. A possibilidade de individualização terapêutica baseada na medida objetiva da carga aterosclerótica deve ser investigada.

Efusão pleural secundária ao implante de dispositivo cardíaco implantável

RODRIGO KAMIMURA DE CASTRO, OLANE MARQUEZ DE OLIVEIRA, CLAYTON POVOA CASSIANO, RENATO KAMIMURA DE CASTRO e GIOVANI LUIZ DE SANTI

Hospital Universitario, universidade uberaba, uberaba, MG, BRASIL.

FUNDAMENTO: A ocorrência de efusão pleural após o implante de dispositivo cardíaco eletrônico implantável (DCEI) tem sido descrita; entretanto, há poucos relatos sobre a natureza e as características bioquímicas do líquido pleural. OBJETIVO: Demonstrar complicação pulmonar, pouco frequente, relacionada ao implante de DCEI. DELINEAMENTO: O tema livre em questão descreve um relato de caso. PACIENTE: Paciente do gênero masculino, 64 anos, antecedente de Miocardiopatia Chagásica, formas dilatada e arritmogênica; história de ter iniciado quadro de dispnéia de repouso, tosse seca e picos febris esporádicos nos últimos 30 dias, após implante de cardiodesfibrilador implantável. Ao exame físico apre-sentava-se: BEG, mucosas coradas e hidratadas, afebril, ausência de turgência jugular. Ausculta pulmonar evidenciava FR = 20 irpm, murmúrio vesicular diminu-ído na base do hemitórax esquerdo, macicez à percusão. Ausculta cardíaca com RCR a 2T, FC = 90 spm, ausência de sopros, PA = 110x70 mmHg. Membros sem edemas e boa perfusão periférica. MÉTODOS: Mediante uma radiografia de tórax realizada na admissão que evidenciava derrame pleural à esquerda; foram solici-tados os seguintes exames, para a complementação do diagnóstico: tomografia computadorizada de tórax, Doppler-ecocardiograma, toracocentese diagnóstica e hemocultura. RESULTADOS: A tomografia computadorizada de tórax apresenta-va efusão pleural de moderado volume à esquerda associada à atelectasia pas-siva da base pulmonar esquerda. O Doppler-ecocardiograma mostrava ausência de derrame pericárdico e desempenho sistólico do ventrículo esquerdo deprimido de grau discreto com hipocinesia restrita ao segmento ínfero-posterior. A análise do líquido pleural revelava natureza exsudativa com padrão hemorrágico, exame onco-citológico negativo, BAAR negativo, bacterioscopia e cultura negativa. He-mocultura negativa. CONCLUSÕES: O diagnóstico diferencial de complicação pulmonar relacionada ao procedimento deve ser considerado na presença de efusão pleural, de natureza exsudativa e padrão hemorrágico, no contexto do pós-operatório recente do implante de DCEI.

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Cisto pericárdico volumoso em atleta

IGOR FERREIRA DE SALES, e ANDERSON FERREIRA LEITE

HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UFMG, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

FUNDAMENTO:Os tumores e cistos do pericárdio são raros e essencialmen-te congênitos.Tem incidência estimada em 1:100.000, sendo responsáveis por cerca de 6-7% de todas as massas mediastinais descritas. Relatamos o caso de um paciente de 40 anos com quadro de insuficiência cardíaca direita devido a compressão por grande cisto pericárdico.DELINEAMENTO: Relato de caso e revisão da literatura.CASO: Apresentamos o caso de um homem de 40 anos, previamente hígido, fisiculturista que há três meses da admissão apresentou quadro de dispnéia aos pequenos esforços, tosse seca e edema de membros in-feriores.Apresentou-se à consulta cardiológica ambulatorial sendo solicitado eco-cardiograma transtorácico. O exame mostrou estrutura mal delimitada levando a compressão extrínseca das câmaras cardíacas direitas e evidente espessamento difuso do pericárdio com sinais repercussão hemodinâmica e fração de ejeção do ventrículo esquerdo ( FEVE) de 45% .Realizou-se tomografia computadorizada de tórax que evidenciou estrutura calcificada compressiva entre o esterno e o ventrículo direito(figura 2).O paciente foi submetido a toracotomia para excisão da massa mediastinal que tinha o aspecto cístico, parede fibrosa, dimensões de (10 x 3 x 0,3 cm). sendo preenchido por liquido fibrino-hemorrágico. A sua aná-lise histológica confirmou a presença de cisto pericárdico. O paciente recebeu alta hospitalar cinco dias após a cirurgia permanecendo em acompanhamento ambulatorial clínico e ecográfico. .Em um seguimento ambulatorial de 2 meses o paciente apresentou remissão completa dos sintomas de insuficência ventricular direita e o ecocardiograma transesofágico pós-operatório mostrou um pericárdio ainda espessado mas com melhora da funda função ventricular (FEVE 64%).CONCLUSÂO:A singularidade desse caso está no fato de um paciente jovem e atleta, apresentar uma causa rara, bem documentada e reversívelde insuficiência cardiaca direita (cisto pericárdico gigante) com melhora completa após a cirurgia.

A importância da anamnese na dor torácica

HERIVELTON JOSE DE SOUZA ALVES, JULIANA OLIVEIRA CAMPOS DOSD SANTOS, JAIME OLIVEIRA AGUIAR, GIOVANI DE ALMEIDA DIAS, SERGIO MUNIZ RIOS FILHO, VINICIUS XAVIER DE OLIVEIRA, DEBORAH EULALIO SANTOS NASCIMENTO, JOSE MARIA PEIXOTO e GUILHERME HONORIO MOREIRA

Fundação Educacional Lucas Machado, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital Vila da Serra, Nova Lima, MG, BRASIL.

As doenças pericárdicas constituem causa freqüente de consulta e de admissão hospitalar. Em muitos casos a etiologia da doença pericárdica pode permanecer indefinida, sendo idiopática (provavel origem viral) em muitos casos.Relato de caso de um paciente 44 anos, obeso, dislipidêmico, que procurou o pronto atendimento em sua cidade origem com sintomas dor toracica ventilatorio-dependente, duracao superior a 30 minuntos e alteracoes ao ECG com supra desnivelamento do segmento ST com concavidade inferior em D1, aVL e V2. Me-lhora parcial dos sintomas com uso isordil, D dimero negativo e ezimas cardiacas sem alteracoes. O paciente foi colocado em protocolo de síndrome coronariana aguda (SCA) e submetido à trombólise com estreptoquinase, evoluindo com hipo-tensão, desconforto respiratório e dor persistente, sendo transferido para unidade de terapia intensiva (UTI), necessitando de drogas vasoativas. Foi submetido à cineangiocoronariografia que demonstrou ausência de lesão coronariana signifi-cativa, a ecocardiográfia transtorácica mostrou espessamento do pericárdio difu-so e derrame discreto. Durante sua internação no CTI, informou estado gripal que antecedeu em 30 dias o inicio da dor torácica e que esta apresentava irradiação para a região escapular esquerda e melhorava com inclinação tórax para frente. O paciente foi tratado com anti-inflamatório e evoluiu com melhora clinica.Este caso ilustra a importância do manejo clínico do paciente com dor torácica,incluindo a coleta minuciosa da história clínica e indicação criteriosa de tratamentos ou procedimentos invasivos, evitando expor o paciente a complica-ções desnecessárias.

Tromboembolismo pulmonar maciço trombolisado

ISAAC HERMES SAMPAIO, LUANA LORENA MOREIRA, THEODORO DE MO-RAES SEIXAS NETO, PRISCYLLA LIMA VISCONE, INGRID MAGALHÃES DE MATOS, CYNTHIA UCHOA VILHENA, LAIS LIMA DE CASTRO, JOAO PAULO DE CASTRO BARBOSA, JOSE MARIA PEIXOTO e DEBORAH EULALIO SAN-TOS NASCIMENTO

Fundação Educacional Lucas Machado, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital Lifecenter, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital Geral do Barreiro, Belo Hori-zonte, MG, BRASIL.

Tromboembolismo pulmonar (TEP) tem altos índices de prevalência no mundo. A embolia pulmonar varia de êmbolos assintomáticos descobertos incidentalmente a embolia maciça que pode ocorrer rapidamente de forma imprevisível e está associada à alta morbimortalidade. Alguns registros indicam que a mortalidade hospitalar, para pacientes com TEP maciço, ultrapassa 30%. Esta patologia tem como principal causa de óbito a disfunção do ventrículo direito (VD). A anticoa-gulação, o uso de trombolíticos e a embolectomia pulmonar representam opções terapêuticas consolidadas para diferentes cenários clínicos de TEP e podem re-duzir significativamente o risco de morte.Este relato descreve o caso de um paciente jovem, 27 anos, previamente hígi-do, diagnóstico inicial de bronquite, e posteriormente de TEP agudo maciço. O quadro iniciou uma semana antes da sua admissão, com dispnéia súbita acom-panhada de lipotímia de esforço, evoluiu com piora da dispnéia, grave hipoxemia, instabilidade hemodinâmica, necessitou de suporte ventilatório, gasometria arte-rial com acidose metabólica grave, radiografia de tórax, ECG e ecocardiografia mostraram alterações características de TEP maciço. Foi realizada terapia trom-bolítica no décimo dia de evolução dos sintomas. O paciente apresentou melhora hemodinâmica importante nas 3 horas seguintes a trombólise.Esta abordagem terapêutica é capaz de promover a rápida lise do trombo, me-lhorar o desempenho do VD, evitar a recorrência de novos episódios e diminuir o risco de evolução para hipertensão arterial pulmonar crônica.O presente relato de caso visa ressaltar a importância da realização do diag-nóstico de TEP agudo maciço precoce, além da utilização adequada da terapia trobolítica para a reversão completa do quadro, principalmente em casos como este que envolveu grave repercussão hemodinâmica.

Abordagem clínica da endocardite associada à prótese biológica mitral e cabo de MP-CDI/ressincronizador: uma proposta não invasiva

SILVEIRA, F R, MONICE, T M, 01385189630 e SOUSA, K S

Hospital Semper, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

Introdução: Sabe-se que a endocardite infecciosa bacteriana possui trabalhoso tratamento, tendo em vista o seu foco séptico de difícil acesso. Isso se torna mais evidente em paciente com proteses mecanicas cardíacas. Soma-se tal si-tuação às recomendações da literatura de troca dos dispositivos cardíacos. Este trabalho visa reportar os resultados de uma conduta conservadora em abordada-gem para endocardite infecciosa por Enterococcus sp. associada à vegetações em bioprotese mitral e eletrodos de MP-CDI/ressincronizador. Metodos: AMER, 67 anos, Natural e residente em BH, Aposentada. Portadora de gastrite atrófica e Cardiomiopatia Isquêmica com IAM prévio, bem como prótrese biólogica em posição mitral e MP-CDI/BIV. Com historia pregressa de valvopatia reumática adquirida aos 16anos, duas valvoplastias mitrais, implante de bioprótese mitral, angioplastia coronária em DA por IAM, PCR com BAVT seguido de implante de MP- dupla câmara há aproximadamente 10 anos, evoluindo com piora funcio-nal da ICC, queda da FEVE de 55% para 27%, TVMS no holter e TVS induti-vel no estudo eletrofisiológico, sendo indicado há 1 ano o implante de CDI/BIV com melhora funcional e aumento da FEVE para 49%. Apresentando no final de nov/2012 calafrios, febre baixa ao final do dia, sudorese noturna, cefaléia, diarréia e emagrecimento de 2Kg; fazendo uso de Amoxicilina+ Clavulanato por 14dias. Os exames complementares incluíram hemocultura com Enterococcus sp. multissensível e ecocardiograma transesofágico com vegetações em prótese biológica mitral e cabo de MP-CDI/BIV, firmando o diagnóstico de endocardite bacteriana. Optou-se tratamento clinico, ponderando-se os riscos e benefícios dos tratamentos disponíveis. Recebeu 6 semanas de Teicoplamina+ 2 semanas de Gentamicina. Resultados: Hemoculturas negativas em 3 amostras e ausência de vegetações ao ETE, classe I NYHA. Apresenta-se assintomática, sob segui-mento ambulatorial periódico. Conclusões: Embora não se possa afirmar a cura da paciente, é inegável a melhora clínica, incluindo a funcional, com negativação de hemoculturas em 3 amostras e ausência das vegetações ao ETE. Entretanto, é lógico ser fundamental o acompanhamento intrínseco da paciente, visto a real possibilidade de recorrência do quadro.

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Análise de interações medicamentosas em prescrições hospitalares de ido-sos internados em serviço de cardiologia.

BERBERT, GABRIELA H, GIRARDI, JOSE M, SILVA, BRUNO G P P, PAIVA, ALI-NE C M, BANDEIRA, WILLTERSON C, ALMEIDA, MAIRA F, LUPATINI, EVAN-DRO O e ANDRADE, FELIPE C

Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG, BRASIL - Serviço de Cardiologia - HU UFJF, Juiz de Fora, MG, BRASIL.

Introdução: A combinação simultânea de medicamentos na prática clínica é co-mumente utilizada para melhorar a eficácia terapêutica ou reduzir efeitos adver-sos dos agentes farmacológicos. Entretanto, há o risco de interações medica-mentosas que podem resultar em aumento ou redução da eficácia terapêutica, podendo culminar em efeitos indesejáveis ou mesmo tóxicos. Objetivo: Análise das interações medicamentosas nas prescrições hospitalares de cardiopatas aci-ma de 70 anos de idade. Metodologia: Estudo transversal de coorte retrospectiva. Foi utilizada a base de dados Micromedex® 2.0 para análise de interações me-dicamentosas nas prescrições médicas um dia antes da alta hospitalar, a partir de uma amostragem consecutiva não aleatória, constituída de 20 indivíduos car-diopatas acima de 70 anos de idade, no período de janeiro a dezembro de 2011.Análise Estatística: Para análise estatística descritiva foi utilizado o programa Mi-crosoft Office Excel® 14ª versão. Resultados: De 59 pacientes internados no pe-ríodo, 20 (34%) apresentaram idade variando de 70 a 98 anos (média 81,1). Des-tes, 13 (65%) eram do sexo feminino. As causas mais comuns das internações hospitalares foram: fibrilação atrial em 8 (40%) e insuficiência cardíaca congesti-va em 6 (30%). Os fármacos mais frequentemente prescritos foram: furosemida (14/20 - 70%), captopril (9/20 - 45%), varfarina (9/20 - 45%), heparina (8/20 - 40%) e amiodarona (6/20 - 30%). O número de medicamentos prescritos por paciente variou de 5 a 14 (9,65). Foram encontradas interações em 19 das 20 prescrições, sendo essas classificadas em maiores (18 ocorrências), moderadas (52 ocorrên-cias) e menores (1 ocorrência). Não houve nenhuma interação contra-indicada. Entre as maiores prevaleceram amiodarona e varfarina, enoxaparina e varfarina; moderadas, captopril e furosemida, losartan e espironolactona, heparina e var-farina. Conclusões: Interações medicamentosas são frequentes nas prescrições hospitalares. Embora nem todas possuam valor clínico, a difusão do conhecimen-to acerca das interações medicamentosas deve ser ampla e multiprofissional, no sentido de reduzir os eventos adversos e promover o uso racional de medicamen-tos, conduzindo assim, à melhoria contínua da assistência ao paciente.

Sindrome da veia cava superior em paciente portador de linfoma B difuso de celulas gigantes - diagnostico sugerido através da ecocardiografia trans-esofágica

BRUNO NUNES RIBEIRO, DARLAM KNEIPP JÚNIOR, EDUARDO VERVLOET MOYSES e ALEXANDRE ANDRADE LEITE

Hospital Madre Teresa, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

O Linfoma B Difuso de Células Gigantes ocupa o primeiro lugar em frequência das neoplasias linfoides (NL) chegando a totalizar cerca de 30% dos Linfomas Não Hodkings (LNH) diagnosticados. A avaliação do paciente com LNH inclui anamnese e exame físico. Mais de dois terços dos pacientes se apresentam com linfadenopatia e sintomas B (febre, su-dorese noturna e emagrecimento). Estes últimos quando são observados (cerca de 40%) sugerem doença agressiva. Aproximadamente 20% dos pacientes têm massa mediastinal e cerca de 3% a 8% podem cursar com Síndrome de Veia Cava Superior (SVCS).A SVCS, por definição, é a expressão clínica da obstrução ao fluxo sanguíneo na VCS. A síndrome clínica tem uma gradação nas manifestações que é correlata ao grau de obstrução da veia no mediastino. A dispneia, a pletora facial e o edema cervicofacial são os sintomas mais frequentes e até 60% dos pacientes chegam aos consultórios com estas queixas.Trata-se de relato de paciente admitido no setor de Ecocardiografia da Instituição com quadro de dispneia, pletora facial e edema cervicofacial nos últimos 3 meses prévios ao exame. Ecocardiograma Transtorácico (ETT) sugeriu a existência de possível mixoma atrial, motivo pelo qual, foi sugerido realização de Ecocardiogra-fia transesofágica para extensão de propedêutica. Durante realização do exame, foi visualizada massa hipoecogênica, de textura heterogênea que invadia todo o assoalho do atrio direito (AD) e aderido parcial-mente ao septo interatrial, acometendo principalmente a entrada da veia cava su-perior causando restrição ao enchimento do AD. Observava-se ainda massa com características semelhantes invadindo todo o assoalho do atrio esquerdo (AE), levando a restrição ao enchimento do AE, principalmente da veia pulmonar supe-rior direita a qual apresentava-se achatada com fluxo de velocidades aumentada.Extensão da propedeutica revelou existência de linfoma B Difuso de Células Gigantes em espaco retropericardico. O paciente foi então encaminhado para teraputica especifica.

Comunicação interventricular ocluida com aspecto serpinginoso - diagnós-tico ecocardiografico em exame de rotina

BRUNO NUNES RIBEIRO,

Hospital Madre Teresa, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

Trata-se de paciente RJO, 16 anos de idade, que havia procurado o Laboratorio de Ecocardiografia da Instituição para exame de ecocardiografia transtorácica rotineira. Estava em processo seletivo para admissão em time de futebol, ocasião em que foi solicitado exames pré-admissionais.O exame revelou a existência de descontinuidade parcial ao nivel do terço médio da parede inferior do septo interventricular, com fluxo de velocidades baixo, que desaparecia em sistole e sem sinais de comunicação com outras cavidades car-diacas. Destacava-se seu aspecto serpingiforme.Apesar de tratar-se de uma das cardiopatias congênitas mais comumente diag-nosticadas, o aspecto morfologico apresentado pela referida lesão pode fazer diagnóstico diferencial com outras patologias mais raras como diverticulo miocar-dico, implante anomalo de coronaria entre outros.

Insuficiência aórtica aguda traumática com tratamento cirúrgico expectante

DIOGO ANTÔNIO GOMES TIAGO, BIANCA SOUZA DE RESENDE, NATALIA GOMES TIAGO, DÉBORA GONÇALVES DA SILVA, MARCUS VINICIUS FREI-TAS MOREIRA e FABIANA BASTOS REZENDE

Hospital João XXIII, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

Introdução: Trauma cardíaco é encontrado em aproximadamente 30% dos pa-cientes paciente politraumatizados. Algumas estruturas cardíacas podem ser afe-tadas por trauma torácico não penetrante, mas insuficiência valvar aórtica grave por ruptura das cúspides valvares associada à dissecção aórtica é uma compli-cação rara neste trauma.Objetivo: Relatar o caso de insuficiência valvar aórtica e dissecção aórtica conco-mitante após trauma torácico fechado.Método: Coleta de dados pela anamnese, exame físico, métodos complementa-res e análise de prontuário.Apresentação do caso: FAA, masculino, negro, 22 anos, motociclista, admitido devido a trauma motociclístico. Encontrava-se em glasgow 15, com pneumotórax esquerdo drenado, monoplegia do membro superior esquerdo por lesão de plexo braquial esquerdo, sopro diastólico foco aórtico 3+ e foco mitral 2+, ruído de aber-tura valva aórtica, pressão arterial divergente, fraturas expostas de joelho e mem-bro inferior esquerdo submetido a fixação externa. Evoluiu com edema agudo de pulmão com melhora após nitroglicerina, furosemida, dobutamina e ventilação não invasiva. Realizado ecocardiograma transesofágico (ECO-TE): função biven-tricular normal, valva aórtica tricúspide com prolapso do folheto coronariano direi-to para dentro do VE e falha de coaptação valvar durante a diástole, insuficiência aórtica importante, flap imóvel na raiz da aorta com diâmetro normal sugestivo de dissecção tipo A de Stanford. Negou uso de drogas injetáveis, co-morbidades e internações prévias. Intercorreu com pneumonia nosocomial, artrite séptica e os-teomielite em joelho esquerdo desbridada e enxertada. Alta clinicamente estável após sessenta dias de internação hospitalar, com hemoculturas negativas, sendo encaminhado para troca valvar em uso de captopril e propranolol.Discussão: A insuficiência aórtica aguda traumática é rara e de difícil identificação e cursa com insuficiência cardíaca aguda e choque cardiogênico. O ECO-TE é fundamental no diagnóstico da lesão valvar. É fundamental registrar a evolução subaguda com correção cirúrgica eletiva.

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Displasia arritmogênica do ventriculo direito e a importância da ecocardio-grafia no diagnóstico: relato de caso

MOREIRA, M V F, ALVES, E E, ESPÍNDOLA, L N, MOREIRA, C M, JÚNIOR, G M A, NEVENSCHWANDER, F C, ESTEVES, M A B e NEUENSCHWANDER, F E

Hospital Vera Cruz, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

Fundamento: Displasia arritmogênica do ventrículo direito (DAVD) é uma causa significativa de arritmias ventriculares em adultos jovens. Seu diagnóstico é difícil porque a maioria dos pacientes é assintomática, e a morte súbita é muitas vezes a primeira manifestação da doença. Um importante componente do exame para o diagnóstico é a imagem não invasiva do ventrículo direito (VD). Objetivo: Relatar o caso de um adulto jovem com taquicardia ventricular com repercussão hemodinâmi-ca, submetido a cardioversão elétrica e a posterior implante de cardiodesfilbrilador, em que o Ecocardiograma exerceu papel fundamental no diagnóstico e na conduta. Materiais e métodos: Dados obtidos junto ao paciente e através da revisão do pron-tuário médico. Resultados (Apresentação do caso): A.R.S, 18 anos, masculino, es-tudante, admitido na unidade de emergência de hospital terciário com quadro clínico de dor precordial em aperto de início súbito após atividade física. O jovem relatou episódio prévio de desconforto precordial uma semana antes. Historia prévia de dois episódios de síncope. Negou tabagismo, uso de drogas ilícitas, história familiar para doença cardiovascular e morte súbita na família. Ao exame: hipotenso (PA 80 x 60 mmHg), taquicárdico e taquipnéico, pulsos periféricos filiformes. ECG evidenciando taquicardia ventricular com padrão de BRE. Submetido a cardioversão elétrica com sucesso. ECO: AE: 37, AO 29, DSVE 31, DDVE 48, SIV 10, PP 10, FEVE 65%. VE com dimensões normais, movimentação anômala do septo interventricular secundá-ria a sobrecarga ventricular direita e função sistólica global e segmentar preservada em repouso. FEVE estimada em 65%. Moderada dilatação de câmaras direitas, com VD exibindo importante hipocontratilidade parietal difusa. Observada imagem com aspecto hiperrefringente e formato arredondado (massa), aderida em sua porção apical, medindo cerca de 2,2 x 1,6 cm, sugestiva de trombo. VD com paredes afi-ladas e com aspecto hiperrefringente, com trabeculações grosseiras em sua por-ção médio-apical (displasia arritmogênica do VD). Função diastólica normal do VE. Regurgitações mitral e tricúspide leves. PSAP: 33 mmHg. Iniciada anticoagulação sistêmica, sendo encaminhado a hospital cardiológico para implante de CDI, tendo alta clinicamente estável. Discussão: O diagnóstico de DAVD baseia-se na demons-tração de anomalias estruturais, funcionais e eletrofisiológicas que são causadas por alterações histológicas subjacentes. Os avanços técnicos em Ecocardiografia têm melhorado a capacidade de imagem do VD com medidas precisas de volume e função sistólica, solidificando sua importância nas mais diversas cardiopatias. No caso em questão, a Ecocardiografia exerceu papel fundamental na identificação das alterações estruturais do VD e no diagnóstico de DAVD, permitindo o manejo clínico correto do paciente.

Origem anômala da artéria coronária esquerda no tronco da pulmonar (Sín-drome de Bland-White-Garland) em adulto jovem com fração de ejeção pre-servada: relato de caso

MOREIRA, M V F, OLIVEIRA, E C, ALVES, E E, ESPÍNDOLA, L N, RABELLO, R R, ESTEVES, M A B, FILHO, A L e FILHO, U L

Hospital Vera Cruz , Belo Horizonte, MG, BRASIL.

Fundamento: A origem anômala da artéria coronária esquerdada artéria pulmonar (OACEP -síndrome de Bland-White-Garland) é uma anomalia rara, correspondendo a aproximadamente 0,5% de todas as cardiopatias congê-nitas. Aproximadamente 85% dos pacientes apresentam sintomas de IC no perí-odo de 1-2 meses de vida, com elevada mortalidade no primeiro ano chegando a 80-90% se não realizada a correção cirúrgica.Objetivo: Relatar um caso de OACEP em adulto jovem com FEVE preservada.Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 20 anos, apresentava há 6 meses do diagnóstico dor precordial em pontada, de moderada intensidade, rela-cionada a esforços físicos, acompanhada de dispnéia e palpitações. Sem fatores de risco para doença aterosclerótica coronariana e sem antecedentes familiares de cardiopatia. Exame físico dentro dos limites da normalidade. ECG RS, FC de 82bpm . ECO FEVE preservada. Cintilografia miocardica: comprometimento misto (isquemia e fibrose ) de parede anterior de VE. Cateterismo cardíaco: a ma-nometria de câmaras direitas e esquerdas estavam normais. A artéria coronária direita era de grande calibre, tortuosa e por meio de ramos colaterais enchia de forma retrógrada a artéria coronária esquerda, que se mostrava bem desenvol-vida e estava conectada ao tronco pulmonar. A injeção de contraste no seio de Valsalva esquerdo não demonstrou nenhuma artéria originando-se desse local. A ventriculografia esquerda evidenciando boa performance ventricular. Subme-tida a tratamento cirúrgico com sucesso e no follow up de 2 anos encontra-se assintomática.Discussão: A OACEP é uma anomalia rara, grave com alta mortalidade no primei-ro ano de vida, caso a correção não seja feita. Poucos pacientes atingem a idade a adulta sem correção cirúrgica(5 %.). O caso apresentado chama a atenção para ode diagnóstico de OACEP em adultos com isquemia miocárdica com FEVE pre-servada. As explicações para essa evolução são: Grande rede de colaterais entre a coronorária direita e esquerda, orifício de conexão entre a TCE e a TP estreito diminuindo o roubo de fluxo. A paciente foi submetida a reimplante do óstio da CE em aorta com sucesso.

Características de pacientes com assistolia durante teste de inclinação or-tostática

CLAUDIA MADEIRA MIRANDA, CARLOS EDUARDO DE SOUZA MIRANDA e MITERMAYER REIS BRITO

Hospital Madre Teresa, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

Introdução : O Teste de Inclinação é um método útil para diagnostico de sincope neurocardiogênica, definindo respostas fisiopatológicas diferentes dentre elas a cardioinibitoria por assistolia. Objetivo: caracterizar pacientes com assistolia du-rante realização de Teste de Inclinação. Métodos: foram analisados os resultados de teste de inclinação de 1101 pacientes atendidos para realização de Teste de Inclinação para investigação de sincope ou pré sincope no período de Agosto de 2005 a Abril de 2012. O protocolo do exame foi composto de fase não sensilibili-zada com inclinação a 70º e seguida de fase sensilizada com 1.25mg nitrato de isossorbida na mesma inclinação por 15minutos adicionais caso não houvesse positivação ( hipotensão arterial e/ ou bradicardia )na primeira fase . Assistolia foi definida como presença de pausa > 3.0 segundos. Resultados. Foram obti-dos resultados de assistolia em 42 dos 1101 pacientes (3.2%) atendidos para realização de Teste de Inclinação . A idade variou de 14 a 72 anos, sendo 59.5 % < 30 anos de idade e 27 ptes do sexo feminino ( 64.3%) . Todos pacientes tinham prodromos e gatilhos identificáveis para o evento sincopal, 04 ptes (9.5 %) estavam em uso de anticonvulsivante como tratamento prévio de sincope , 02 (4.8 %) tiveram trauma em conseqüência ao evento sincopal. Ocorreram 73.8% de respostas na fase sensibilizada., as pausas variaram de 3.2 a 42 s .Conclusão : A ocorrência de assistolia durante o teste de inclinação foi mais frequente em jovens , no sexo feminino , após sensilização com nitrato e a identificação de pro-dromos e gatilhos foi totalidade nos eventos sincopais o que pode ter contribuído para a baixa ocorrência de traumas

Perfil clínico das intervenções coronarianas percutâneas na pratica clinica do mundo real

MOREIRA, M V F, CAMPOS, H A B, SANTOS, M L L, DIOGO A G TIAGO, ALVES, E E, ESTEVES, M A B, RABELLO, R R, FILHO, A L e FILHO, U L

Hospital Vera Cruz , Belo Horizonte , MG, BRASIL.

Introdução: O emprego da intervenção coronariana percutânea (ICP) para tratar doença coronariana arterial isquêmica expandiu-se de forma expressiva nas ulti-mas décadas. O conhecimento do perfil destes pacientes permite-nos intervir de maneira mais eficaz junto a população.Objetivo: Descrever o perfil clínico e a morbi-mortalidade hospitalar de pacientes atendidos em um em centro de referência em cardiologia de Belo Horizonte tra-tados por meio de ICP. Métodos: Estudo de coorte, retrospectivo, com o objetivo de avaliar o perfil clinico e angiográfico, incidência de complicações e desfechos hospitalares de pacientes consecutivos tratados entre janeiro de 2010 a setembro de 2011. Os dados foram armazenados em banco de dados informatizado ( Excel ®).As intervenções foram realizadas seguindo normas e padrões técnicos vigentes. Na análise estatística, os dados numéricos foram expostos pela média e os dados categóricos por nú-meros absolutos e proporções.Resultados: Incluímos nessa analise 665 pacientes submetidos 754 intervenções percutâneas. Os dados mostraram predominância de DAC no sexo masculino (63,9%). A média de idade variou de 67,1 anos (± 10,8). A maioria (78,4%) apre-sentava Hipertensão arterial e 31,8% eram diabéticos, dos quais mais de um quarto utilizavam insulina (29,2%). Importante parcela (36%) foi submetida a re-vascularização. Em relação à situação clínica, 36% dos pacientes apresentaram diagnóstico de angina estável, 42 % síndrome coronariana aguda sem supra de ST, 12 pacientes com IAM com supra de ST, 10 % como equivalente anginoso. Em termos de desfechos tivemos 2% de óbitos. Discussão: No presente relato, fizemos um levantamento retrospectivo de dados sobre a ICP em um hospital privado com tradição cardiológica. Os achados na população estudada são muito semelhantes aos encontrados em levantamentos anteriores, incluindo pacientes com uma ampla gama de perfis clínico, demons-trando a prática clínica variada da cardiologia intervencionista.

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Estratégias para redução da incidência de pseudoaneurisma de artéria fe-moral após procedimentos intervencionistas.

MOREIRA, M V F, CRUZ, F D N, TERAYAMA, N T, ALVES, E E, CAMPOS, H A B, RABELLO, R R, ESTEVES, M A B, FILHO, U L e FILHO, A L

Hospital Vera Cruz , Belo Horizonte , MG, BRASIL.

Fundamento: A incidência de pseudoaneurismas (PSA) tem sido proporcional ao número de procedimentos intervencionistas, variando de 0,02 a 2%. Objetivo: Avaliar a eficácia do método de compressão manual para a diminuição da inci-dência de pseudoaneurismas em pacientes submetidos a procedimentos diag-nósticos e terapêuticos. Matérias e métodos : Estudo retrospectivo de todos os pacientes submetidos a cineangiocoronariografia e a angioplastia por via femoral. realizado, de janeiro de 2008 a dezembro de 2011, em centro de referência em cardiologia de Belo Horizonte. Os dados foram coletados por meio de revisão de prontuários e de entrevistas via telefone (questionário estruturado institucio-nal). O método de compressão manual foi revisado com as equipes médica e de enfermagem. Em todos os pacientes foi realizada compressão manual por, no mínimo, 20 minutos. Em pacientes com suspeita de PSA foi realizado duplex arterial. Foram mantidas as condutas em relação à dose de heparina e ao diâme-tro e ao tempo de retirada do introdutor. Foram realizados 7.065 procedimentos diagnósticos e terapêuticos. Verificou-se uma taxa extremamente baixa de P`SA — 12 (0,2%) —, com redução progressiva de sua incidência nos três primeiros anos da análise — 0,34% em 2008, no total de 1.539 procedimentos; 0,16% em 2009, no total de 1.871; e 0,10% em 2010, no total de 1.825 — e um pequeno aumento no último ano — 0,11%, no total de 1.830. Utilizaram-se introdutores de 6F em 4.910 (69,5%) dos procedimentos diagnósticos e 7F em 2.155 (30,5%) dos procedimentos terapêuticos. Em relação à terapêutica dos PSA, 5 foram tratados com compressão manual; 5, por via cirúrgica; 1, com fechamento espontâneo; e 1, por infusão de trombina guiada por duplex. Conclusões: O uso da compressão manual levou a uma diminuição da incidência de pseudoaneurismas, no período avaliado. A compressão deve ser longa, eficaz e realizada por pessoa treinada. A prevenção é a melhor conduta para a redução das complicações decorrentes de procedimentos intervencionistas.

Relato de caso: síncope em atleta jovem por hipersensibilidade mista do seio carotídeo

CLAUDIA MADEIRA MIRANDA, CARLOS EDUARDO DE SOUZA MIRANDA e MITERMAYER REIS BRITO

HOSPITAL MADRE TERESA, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Objetivo : ressaltar a importância da anamnese direcionada para o evento sinco-pal, com ênfase na modalidade esportivaMaterial e métodos : coleta de historia clinica , exame físico e de dados referentes a exames complementares em laboratório de Tilt TestRelato de caso : R.B.M. 32 anos , sexo masculino, atleta de ciclismo , sem co morbidades , historia negativa para morte súbita e coronariopatia, sem uso atual de medicamentos. Há 03 meses, relato de 03 pré sincopes e 02 episódios de sin-cope durante treinamento de ciclismo, associados a movimento brusco cervical em direção posterior para checar distância de competidores . Paciente possuía monitorização por frequencímetro durante atividade esportiva e evento pré sinco-pal .Exame clinico sem anormalidades cardiovasculares, eletrocardiograma sem anormalidades exceto bradicardia sinusal , Ecocardiograma sem cardiopatia estrutural e Teste cardiopulmonar sem anormalidades. Tilt Test com respostas normais nas fases passiva e sensilibilizada com inclinação a 70º. Apesar da faixa etária, foi realizada compressão dso seio carotídeos em posição inclinada, de-vido a informação do gatilho do evento sincopal ser movimento cervical brusco durante pratica esportiva. Durante compressão seio carotídeo direito , houve reprodução de sincope associada a resposta mista , com relato do paciente de semelhança com evento sincopal experimentado durante competição.Conclusão: detalhes da modalidade esportiva e dos movimentos realizados du-rante a sua prática tem importância na coleta de dados durante anamnese de sincope, devendo ser considerada a compressão do seio carotídeo em grupos específicos além daqueles com idade > 40 anos ( Classe I / nível de recomen-dação B – Guidelines Syncope – 2009) que é a faixa etária recomendável pelas diretrizes para pesquisa de hiperssensilidade dos seios carotídeos.

Caracteristicas e resultados de teste de inclinação ortostática em popula-ção encaminhada para esclarecimento de sincope e pré sincope

CLAUDIA MADEIRA MIRANDA, CARLOS EDUARDO DE SOUZA MIRANDA e MITERMAYER REIS BRITO

HOSPITAL MADRE TERESA, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Resumo : Síncope e pré sincope são sintomas relativamente comuns na po-pulação geral , tendo diferentes etiologias que influenciam o seu prognóstico O Teste de Inclinação Ortostátia (TIO) é ferramenta útil na investigação dos eventos sincopais Objetivo: Analisar as características clinicas de população encaminhada ao TIO para esclarecimento sintomático Material e métodos: Entre o período de Agosto de 2005 a Agosto de 2011, foram avaliados 927 pacientes (ptes )submetidos ao TIO , dentre os quais, 600 (64.7%) pacientes eram do sexo feminino , com idade variando de 14 a 98 anos Resultados: Dos pacientes enca-minhados ao TIO , 34.7% tinham acima de 60 anos de idade, 96.5% relataram gatilho identificável para evento sincopal, 17,7% tiveram trauma resultante da queda e que foi mais freqüente em 114 ptes acima de 50 anos (69.5%), Relato de propedêutica anterior ao TIO sendo mais frequente do tipo cardiológica ( 06 tipos diferentes de exames ) sendo 89% submetidos a ECG e 63% ao Ecocardiograma .Nos exames de TIO positivos, o tipo mais comum de resposta foi a mista em 173 ptes (18.7%) seguida da vasodepressora (12.7%). A sensibilização foi realizada em 92% dos ptes . Conclusão: Na população estudada, observamos que o TIO teve sua maior população de ptes do sexo feminino e acima de 60 anos de idade, sendo a população idosa mais exposta a trauma. Foi necessária sensibilização para positivação da resposta sincopal na maioria dos casos. A propedêutica car-diológica prévia ao TIO ainda é rotineira e extensa nos casos estudados.

Correção cirúrgica de aneurisma dissecante crônico da aorta ascendente

ESTEVÃO TAVARES DE FIGUEIREDO, FREDERICO TOLEDO CAMPO DALL`ORTO, MAURICIO DE CASTRO GOMES, RICARDO REINALDO BERGO, ADMILSON DA SILVA SANTOS, THIAGO PINTO BREGUÊZ e JOSÉ TASCA

Hospital do Coração de Poços de Caldas, Poços de Caldas, MG, BRASIL.

Os aneurismas da aorta torácica ascendente, em sua maioria, resultam de uma degeneração medial cística, condição acelerada pela hipertensão e pelo envelhe-cimento. Pelo menos metade dos pacientes com aneurismas da aorta torácica é assintomática no momento do diagnóstico. Supõe-se que a dissecção aórtica co-mece com a formação de uma laceração na íntima aórtica que expõe diretamente uma camada medial lesada subjacente à força de impulso do sangue intraluminal. Descrevemos o caso de um aneurisma dissecante crônico da aorta ascendente, com dimensões consideráveis, que foi abordado cirurgicamente através do proce-dimento de Bentall, com a utilização do anel endovascular de Castro Bernardes.

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Revascularização miocárdica em paciente com origem anômala de coroná-ria esquerda

ESTEVÃO TAVARES DE FIGUEIREDO, FREDERICO TOLEDO CAMPO DALL`ORTO, THIAGO PINTO BREGUÊZ, RICARDO REINALDO BERGO, AD-MILSON DA SILVA SANTOS, MAURICIO DE CASTRO GOMES e JOSÉ TASCA

Hospital do Coração de Poços de Caldas, Poços de Caldas, MG, BRASIL.

A anomalia congênita das artérias coronárias pode ser benigna ou potencialmen-te grave, causando isquemia miocárdica, infarto e morte súbita. A maior razão para uma apropriada identificação das anomalias coronarianas é a de determinar suas propensões em desenvolver uma isquemia miocárdica fixa ou dinâmica e morte. Relatamos o caso de um paciente de 74 anos, sexo feminino, com o diag-nóstico de angina instável de alto risco, submetida à cineangiocoronariografia precoce, que evidenciou tronco único de coronárias em seio coronariano direito (variante pré-pulmonar), além de lesões ateroscleróticas graves. Procedeu-se à revascularização cirúrgica do miocárdio com sucesso.

Pacientes portadores de infarto agudo do miocárdio: o papel educativo do enfermeiro

VIVIANE DE CARVALHO MELO, e ANA PAULA ALVES DE OLIVEIRA DOS AN-JOS

Instituto Metodista Izabela Hendrix, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

INTRODUÇÃOA doença das artérias coronárias tornou-se a maior causa isolada de mortalidade em países do mundo inteiro. A importância das artérias coronárias se deve ao fato de ser a única fonte de suprimento sanguíneo do miocárdio.OBJETIVOAssim sendo, este estudo tem como objetivo, identificar por meio do levantamen-to bibliográfico, o papel do enfermeiro no cuidado ao paciente portador de Infarto Agudo do Miocárdio e de modo específico propiciar aos profissionais a aquisição de conhecimento para um atendimento humanizado.METODOLOGIAPara atender o objetivo, foram utilizadas fontes bibliográficas, buscando sempre selecionar artigos que trouxessem o tema em questão.RESULTADO E DISCUSSÕESO enfermeiro tem um papel fundamental no processo de cuidado ao portador de Infarto Agudo do Miocárdio. Além dos cuidados assistênciais, o enfermeiro tem a função de educador, promovendo assim, ao próprio paciente a possibilidade de auto cuidado e de identificar os possíveis sinais e sintomas, e conseqüentemente procurar uma instituição de saúde caso seja necessário. O papel de educador implica também em mudança nos hábitos alimentares melhorando a qualidade de vida.CONCLUSÃOConclui-se com este estudo que o enfermeiro tem um papel fundamental tanto na assistência como no educar, promovendo assim mudanças na qualidade de vida deste individuo e principalmente treinar sua equipe para um atendimento humanizado, atendendo as necessidades do paciente.

Bloqueio atrioventricular total induzido por angina de Prinzmetal

JOANA CHAVES MAIA, PEDRO AMOEDO FERNANDES, GUILHERME GROSSI LOPES CANÇADO, ANDERSON FERREIRA LEITE, MARIANA DE BRAGA LIMA CARVALHO e RENATA FELICIO BRAGA

Hospital da Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

Introdução: A angina de Prinzmetal ou angina variante se caracteriza por episó-dios de dor torácica associados à elevação transitória do segmento ST. Ocor-re devido a espasmo, na maioria das vezes focal, de uma artéria coronariana epicárdica, levando a isquemia miocárdica. O vasoespasmo pode acorrer em coronárias sem estenose ou em regiões adjacentes a placas ateromatosas. Mé-todos: Foi realizada coleta de dados a partir de atendimento realizado no Hos-pital das Clínicas/MG em fevereiro de 2012. Resultados: Paciente de 60 anos, sexo masculino, apresentou dor torácica típica em repouso iniciada às 08h00min. ECG realizado após 35 minutos da dor evidenciou bloqueio atrioventricular total e elevação do segmento ST em derivações de parede inferior. Foi medicado com nitroglicerina sublingual, com resolução da dor e remissão completa do suprades-nivelamento de ST, com retorno ao ritmo sinusal. Encaminhado ao Hospital das Clínicas, marcadores de lesão miocárdica foram negativos e não recorreu dor torácica ou distúrbios do ritmo cardíaco, com terapêutica otimizada com bloquea-dores de canal de cálcio. Cineangiocoronariografia não evidenciou obstrução co-ronariana significativa. Conclusões: Os pacientes com angina variante possuem menos fatores de risco cardiovascular do que aqueles com angina instável. O paciente relatado possui como fatores de risco hipertensão arterial bem contro-lada e ex-tabagismo. Em até 25% dos casos de angina variante, além do supra-desnivelamento de ST, também ocorrem diferentes tipos de arritmias. As arritmias ventriculares, como taquicardia ventricular, estão mais associadas com elevação de ST em derivações de parede anterior, e as bradiarritmias, com elevação de ST de parede inferior, como o descrito no caso. Há relatos de casos na literatura com necessidade de implante de marcapasso definitivo, cardiodesfibrilador e até stens em coronárias sem obstrução ateromatosa. Essas alternativas podem ser indicadas em casos específicos, quando há refratariedade ao tratamento clínico otimizado, com persistência de angina e arritmias. No caso descrito, houve pronta resolução dos sintomas com o uso de nitroglicerina sublingual, sem recorrência com o uso de diltiazem em dose otimizada.

Efeito do treinamento físico aeróbio sobre modulação autonômica cardía-ca durante esforço em mulheres hipertensas no período pós-menopausa

ALVES, R L, COSTA, H S, BRITTO, R R e LIMA, M M O

Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

Introdução: A hipertensão arterial sistêmica (HA) é uma condição clínica multifato-rial caracterizada por níveis elevados e sustentados da pressão arterial. Pode ser observada uma elevação da atividade nervosa simpática periférica em mulheres hipertensas no período pós-menopausa e para a avaliação não invasiva do balan-ço do sistema nervoso autônomo (SNA) pode-se utilizar o estudo da variabilidade da freqüência cardíaca (VFC).Objetivo: Investigar o comportamento da modu-lação autonômica cardíaca durante o esforço em resposta a um programa de treinamento físico aeróbio em mulheres hipertensas no período pós-menopausa. Método:10 mulheres hipertensas na pós-menopausa participaram de um progra-ma de 12 semanas de treinamento físico aeróbio de intensidade moderada e tiveram a VFC avaliada durante o teste de caminhada de 6 minutos (TC6’) nos pe-ríodos pré e pós-intervenção. Utilizou-se o test t Student para medidas pareadas ou Wilcoxon na dependência da distribuição normal das variáveis avaliadas pelo teste de Kolmogorov-Smirnov, considerando significativo p< 0,05. Resultados: Foi observada redução dos índices rMSSD (89,27± 44,0 vs 64,62 ± 36,7; p = 0,014), pNN50 (3,94 ± 4,05 vs 1,93 ± 3,51; p = 0,028) e no domínio da freqüência redução do índice BF (1063,59 ± 716,97 vs 802,08 ± 649,3; p = 0,022). Também foram ob-servadas uma tendência a redução da variável AF (1912,62 ± 2041,97 vs 1138,49 ± 1405,08; p = 0,059) bem como aumento da relação BF/AF (108,92 ± 119,87 vs 159,50 ± 211,77; p = 0,059). A frequência cardíaca pico atingida durante o TC6’ variou de 111.9±11,35 bpm para 120,90±11,91 bpm, (p= 0,006). Em relação à avaliação da capacidade funcional, observou-se um aumento significativo na distância média percorrida durante o TC6’ (511,07±42,0 vs 556,10±43,19 metros; p = 0,009). Conclusão: A redução dos índices no domínio do tempo associados à tendência ao aumento da relação BF/AF, avaliados durante esforço, sugerem que o treinamento físico aeróbio de intensidade moderada, leva a um ajustamen-to do balanço simpatovagal a favor de um predomínio simpático, possivelmente resultando em melhora da reserva cronotrópica e/ou reduzindo a incompetência cronotrópica, que por sua vez possibilitaram um melhor desempenho no TC6’.

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Modulação autonômica cardíaca e capacidade funcional em indivíduos com diabetes

ALVES, R L, FERNANDES, A S N, FERRAZ, S C, SILVA, E, CORREA, C L e NOVAIS, L D

Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, MG, BRASIL. Introdução:A neuropatia autonômica cardiovascular é uma forma comum de dis-função autonômica encontrada em pacientes com Diabetes Mellitus (DM), pro-vocando anormalidades no controle da freqüência cardíaca e dinâmica vascular. Objetivo: avaliar a modulação autonômica através da variabilidade da freqüência cardíaca (VFC), durante testes autonômicos cardiovasculares e sua implicação sobre a capacidade funcional em indivíduos com DM do tipo 1 e 2 (DM1 e DM2). Método:15 indivíduos com DM, observando-se critérios de inclusão/exclusão, fo-ram alocados em dois grupos (DM2 n=10 e DM1 n=5) e outros 12 obedecendo aos mesmos critérios à exceção do DM, foram distribuídos em 2 grupos con-troles pareados por idade em relação ao grupo experimental, cada um com 6 indivíduos. Foram registrados os intervalos de ondas R-R durante a realização dos testes autonômicos cardiovasculares: manobra de valsalva, handgrip e teste de arritmia sinusal respiratória (ASR), considerando-se índices no domínio do tempo: rMSSD e pNN50; e da freqüência: BF, AF e BF/AF. A capacidade funcio-nal foi avaliada pelo teste de Paschoal, que propõe uma graduação desta, pela distância percorrida em cicloergômetro. Resultados: A média de idade dos grupos foi de 17,6±1,94 no grupo DM1 e de 21.17±3,19 no seu controle (p<0,057); e de 73.86±13.93 no grupo DM2 e 73.67±19.12 no seu controle (p<0,981). A gli-cemia capilar foi significativamente maior nos grupos com DM comparados aos seus respectivos controles (p<0,05). Apenas os valores do índice pNN50 para o grupo com DM1, em todos os testes realizados, foram menores em relação ao controle, a saber:ASR (4,2±5,78vs.18,72±9,47;p<0.0154); manobra de val-salva (5,94±7,25vs.17,82±9,32; p<0.0456) e handgrip (2,08±1,82 vs.9,78±4,94; p<0.0095). Nenhuma diferença estatística foi encontrada quando comparado gru-po DM2 e controle. A distância percorrida no teste de Paschoal foi similar entre os grupos de indivíduos com DM e seus controles. Conclusão:A variável pNN50 foi menor nos indivíduoscom DM1, sugerindo redução da atividade parassimpá-tica nos mesmos,quando comparados ao grupo controle, porém sem alteração da capacidade funcional, avaliada em nível submáximo, pelo teste de Paschoal.

Correção da coarctação da aorta no adulto

RENATO A SALGADO, BÁRBARA C A MARINO, FILIPE M CABRAL, LUIS E D COUTO, RONALD SOUZA, SAULO R O LEITE, HELDER P FREITAS, SERGIO L MURTA, WALTER RABELO e ROBERTO L MARINO

Hospital Madre Teresa, , , BRASIL.

Introdução: A maioria dos pacientes(pcts) com coarctação de aorta(CoA) não cor-rigida na infância ou adolescência morrem antes de 50 anos por complicações diversas.Apresentamos um caso de CoA diagnosticada na vida adulta com trata-mento endovascular.Relato de caso:Pct feminina,34 anos,hipertensa(HAS) desde os 22 anos em tratamento farmacológico com resultado insatisfatório e CoA diag-nosticada aos 34 anos.Sinais semiológicos, radiológicos, ecocardiográficos(ECO) e eletrocardiográficos de CoA ístmica. Pressão arterial sistólica em MMSS de 180 mmHg e em MMII de 100mHg.ECO com FEVE 71%, hipertrofia concên-trica do ventrículo esquerdo(HVE), valva aórtica normal e CoA pós subclávia esquerda, com gradiente de 90 mmHg. Angiotomografia confirmou os achados e revelou extensa rede de colaterais.Optado pelo tratamento endovascular e uti-lizada prótese auto-expansível recoberta. No pós-operatório, desapareceu o gra-diente pressórico entre membros, mas manteve HAS leve com necessidade de anti-hipertensivos .Discussão: CoA diagnosticada tardiamente e sem tratamento apresenta impacto negativo na sobrevida se comparada com pacientes tratados na infância .Adultos com CoA apresentam comorbidades como HVE e arritmia, além de extensa rede de colaterais que dificultam a abordagem cirúrgica pelo aumento do risco de sangramento peri-operatório. Dessa forma, a correção en-dovascular com stent tem se mostrado uma terapêutica alternativa importante com resultados e desfechos similares ao tratamento cirúrgico convencional. O uso de stents recobertos tem sido incentivado para evitar complicações vascula-res. A incidência de re-coarctação após implante de stent é menor do que após angioplastia com balão isolado. O resultado do controle pressórico após correção da CoA apresenta controvérsias,pois apesar de se obter desaparecimento do gradiente não implica necessariamente normalização da HAS como no pre-sente caso. Esses pcts devem, portanto, serem acompanhados com rigor a nível ambulatorial.Conclusão:Esse caso mostra a preferência do nosso serviço pelo tratamento endovascular para CoA em adultos. A permanência da HAS mesmo com o desaparecimento do gradiente recomenda a necessidade de permanente controle ambulatorial.

Papel da ecocardiografia no diagnóstico da agenesia do pericárdio

RODRIGO ABBUD ATTUX, CAMILA ALMEIDA DA MATA, ALEXANDRE FER-REIRA, MARIA COSTA NEVES DE OLIVEIRA, NICOLLE LAUAR PIMENTA, RUDOLF MOREIRA PFEILSTICKER, MARIA CLAUDIA VITOR BRITO MOURA e JOSE LUIZ BARROS PENA

Hospital Felicio Rocho, Belo Horizonte, , BRASIL.

Fundamentação: A agenesia congênita do pericárdio (AP) é anomalia rara e, na grande maioria das vezes, cursa com apresentação assintomática. A maioria dos casos acomete apenas parcialmente o coração esquerdo (70%). Há predomi-nância do sexo masculino (3:1). Cerca de 30% dos pacientes podem ter outros defeitos congênitos, tais como defeitos do septo interatrial, valva aórtica bivalvu-lar, persistência do canal arterial e Tetralogia de Fallot. Apesar do grande avanço dos métodos de imagem, o diagnóstico da AP é feito em necropsias ou durante cirurgia torácica na maior parte dos casos. Parte dos defeitos parciais podem tornar-se sintomáticos devido à herniação das cavidades cardíacas ou torção das grandes artérias, sendo causa inclusive de morte súbita. Objetivo: Demonstrar o papel da ecocardiografia no diagnóstico da agenesia do pericárdio.Relato de caso: Sexo masculino, 13 anos, procurou atendimento médico para avaliação de dispnéia durante atividades físicas. Raios X de tórax evidenciou deslocamento da silhueta cardíaca para a esquerda com borda esquerda sobrepondo a colu-na, traquéia normoposicionada e vasculatura pulmonar normal. EcoDoppler de-monstrou situs solitus com deslocamento do coração durante a sístole, resultante da rotação cardíaca, dilatação do ventrículo direito, mobilidade exarcebada da parede posterior do VE, movimentação paradoxal do septo interventricular. Não detectamos alterações nos diferentes aparelhos valvares e não verificamos fluxos anormais ao Doppler. Tomografia computadorizada do tórax evidenciou proemi-nência da artéria pulmonar esquerda e interposição do pulmão na janela aor-to- pulmonar, confirmando o diagnóstico. Conclusão: Os defeitos congênitos do pericárdio são incomuns. Nos defeitos parciais, grande maioria dos casos, o ECG e exame físico em geral são normais. A ecocardiografia pela sua disponibilidade e natureza não- invasiva pode ser a ferramenta diagnóstica inicial, demonstrando grande sensibilidade neste raro diagnóstico. Ela permite ainda diagnosticar com grande acuidade possíveis defeitos congênitos associados.

Mudança do estilo de vida em paciente de baixo risco cardiovascular

JAIME OLIVEIRA AGUIAR, GIOVANI DE ALMEIDA DIAS, HERIVELTON JOSE DE SOUZA ALVES, JULIANA OLIVEIRA CAMPOS DOSD SANTOS, SERGIO MUNIZ RIOS FILHO, VINICIUS XAVIER DE OLIVEIRA, DEBORAH EULALIO SANTOS NASCIMENTO, JOSE MARIA PEIXOTO e GUILHERME HONORIO MOREIRA

Fundação Educacional Lucas Machado, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital Vila da Serra, Nova Lima, MG, BRASIL.

A dislipidemia é um dos principais fatores envolvidos na doença aterosclerótica, na maioria dos casos as dislipidemias são secundárias a drogas, doença ou estilo de vida. É uma doença silenciosa que deve ser ativamente pesquisada e feita a correta estratificação de risco que segue o escore de Framinghan, estimando a porcentagem e o risco cardiovascular em um período de 10 anos, sendo um bom indicador para identificar os indivíduos de baixo risco.Trata-se de um relato de caso de uma paciente de 40 anos, branca, previamente hígida, índice de massa corpórea 22,4Kg/m² atividade física regular, nega taba-gismo, ingestão de bebidas alcoólicas aos finais de semana, encaminhada para a cardiologia pelo seu ginecologista que, após evidenciar em exames laboratoriais a presença de dislipidemia (LDL 197; HDL 54; VLDL 39; Triglicerídeos 197mg/dl), seu risco cardiovascular era baixo ( <10%), foi então optado por medidas não farmacológicas, e iniciado a mudança de estilo de vida (MEV), intensificando ati-vidade física do tipo aeróbica, restrição alimentar de gorduras. Após 3 meses da MEV e, sem o uso de hipolipemiantes, a paciente retorna a consulta com níveis adequados dos colesteróis (LDL 100; HDL 65; VLDL 15. Triglicerídeos 130 mg/dl).O relato de caso em questão ressalta que o sucesso das medidas não farmacoló-gicas para o controle da dislipidemia é possível, principalmente naqueles pacien-tes de baixo risco cardiovascular em que a mudança do estilo de vida mostrou-se eficaz.

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Abordagem do idoso com insuficiência cardíaca e insuficiência renal

HELDER SANTOS OLIVEIA, CAROLINE NABACK DUCLOU, CYNTHIA UCHOA VILHENA, JOAO PAULO DE CASTRO BARBOSA, LAIS LIMA NASCIMENTO, DEBORAH EULALIO SANTOS NASCIMENTO, JOSE MARIA PEIXOTO e ANNA ROSALYNA ALVES CAZÉ SILVA

Fundação Educacional Lucas Machado, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital Geral do Barreiro, Belo Hosrizonte, MG, BRASIL. Trata-se de um relato de caso, de um paciente idoso internado devido a quadro de insuficiência cardíaca descompensada, com diagnóstico prévio, apenas, de hipertensão arterial sistêmicaM.F.C., masculino, 82 anos, leucodérmico, chegou ao pronto socorro, apresen-tando dispnéia de repouso, ortopnéia e apresentava ao exame clínico taquicar-dico, com turgência jugular, crepitações pulmonares, edema de membros infe-riores, exames laboratoriais que mostraram peptideo natriuretico atrial elevado, sendo internado com diagnóstico de insuficiência cardíaca (IC) descompensada. Realizado ecocardiograma transtorácico que evidenciou função sistólica preser-vada, sem deficit segmentar, com alteração do relaxamento diastolico. Foi inicia-do carvedilol 3,125mg BID, losartana (BRA) 50mg BID, captopril (IECA) 12,5 mg BID, furosemida 40mg e espironolactona 25mg MID, para tratamento da IC, com melhora importante de seus sintomas. Após quatro dias do inicio do tratamento evoluiu com edema agudo de pulmão necessitando ser encaminhado à unidade de terapia (UTI) intensiva para suporte terapêutico, quando foi verificado piora da função renal. Optou-se por suspender o IECA e a espironolactona, além de reduzir a dose do BRA, com estas medidas obteve-se melhora da função renal, estando compensado clinicamente.O caso relatado proporciona a discussão da terapêutica de uma situação com-plexa do idoso portador de IC, cuja função renal nem sempre é conhecida e das possíveis complicações verificadas quando da associação de um IECA a um BRA, o que já foi demonstrado em estudos clínicos previamente publicados. Evidenciando a importância de técnica apurada e o bom senso clínico que possa equilibrar o tratamento da IC sem trazer prejuízos a função renal.

Como os índices de deformação e torsão miocárdicas podem auxiliar no diagnóstico e prognóstico da cardiomiopatia hipertrófica – relato de caso

RAFAEL AVELAR FONSECA CARDOSO, CAMILA ALMEIDA DA MATA, ALE-XANDRE FERREIRA, MARIA COSTA NEVES DE OLIVEIRA, RODRIGO ABBUD ATTUX, RICARDO DE SOUZA ALVES FERREIRA, MARIA DA CONSOLAÇÃO VIEIRA MOREIRA e JOSE LUIZ BARROS PENA

Hospital Felicio Rocho, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

Introdução: A cardiomiopatia hipertrófica (CMH) é a mais comum das doenças cardiovasculares genéticas. Caracteriza-se por hipertrofia das paredes do VE, na maioria das vezes assimétrica, na ausência de etiologia identificável. É a princi-pal causa de morte súbita em jovens, relacionada a fibrose intersticial, que leva ao desenvolvimento de arritmias malignas graves. A Ecocardiografia nas últimas décadas vem tendo um papel importante no diagnóstico e na quantificação da gravidade da CMH através de suas modalidades convencionais. Os índices de deformação miocárdica (strain e strain rate), obtidos através do Doppler tecidual ou análise bidimensional através do speckle tracking (ST) fornecem informações importantes a respeito da doença. A medição do deslocamento dos pontos no sentido circunferencial pelo ST, permite estimar a rotação (em graus) e a taxa de rotação (em graus por segundo). A diferença entre a rotação, ao nível da base da cavidade (eixo curto, valva mitral) e ao nível do ápice (eixo curto apical), resulta na chamada torsão apical ou twist, importante parâmetro de função ventricular sistólica e diastólica.Relato de Caso: Sexo masculino, 13 anos, com diagnóstico de CMH desde os 9 anos. Queixa-se de dispnéia aos médios esforços e palpitações em repouso. EcoDoppler demonstrou septo interventricular medindo 34 mm em segmento ba-sal, função sistólica radial do VE preservada (fração de ejeção = 71%), disfunção diastólica grau III com sinais indiretos de aumento da pressão diastólica final do VE, gradiente de pico em repouso de 63 mm Hg, insuficiência mitral de grau discreto a moderado. Há redução do strain sistólico regional e global, que atin-giu -3%, alteração no strain rate-modo-M, sugerindo desarranjo de fibras. O twist mediu 4,080 e o untwist -0,33. A torsão mediu 0,650/cm. Ressonância magnética demonstrou múltiplas áreas de fibrose em VE e VD.Conclusão: Os índices de deformação miocárdica permitem diagnóstico da fun-ção sistólica radial, longitudinal e circunferencial. A redução dos índices de torsão e twist sugerem acometimento fibrótico intenso. Tais achados parecem ser inde-pendentes do gradiente e grau de disfunção diastólica.

Miocardiopatia por quimioterápico: relato de caso

CASSIO MENEZES NOGUEIRA, BÁRBARA CAMPOS ABREU MARINO, JOSÉ FERNANDO PORTUGAL HORTA, SERGIO LAGES MURTA, SUSANA DRU-MOND PERES, WALTER RABELO e ROBERTO LUIZ MARINO

Hospital Madre Teresa, , , BRASIL.

Introdução: Avanços na terapia oncológica resultam na melhora da quali-dade de vida e no aumento da sobrevida dos pacientes (pcts) tratados com quimioterápicos(QTX). Doenças cardiovasculares nos pcts com câncer são eventos frequentes pela maior exposição a fatores de risco cardiovasculares e à QTX com potencial de cardiotoxicidade.Apresentamos um caso de miocardiopa-tia por quimioterápico(MQ).Relato de caso:Pct de 75 anos,feminina, admitida em nosso serviço em fevereiro de 2012 com dispnéia classe IV nos últimos meses.Passado de Linfoma não-Hodgkin tratado com antraciclicos (doxorrubucina) até maio 2011 com critério de cura.Ecocardiograma (ECO) em janeiro de 2012 sem comprometimento da função ventricular(FEVE).Apresentava sinais de insufici-ência cardíaca(ICC) descompensada. ECO de 06/02/2012: VE com importante dilatação e FEVE de 34%, VD com hipocontratilidade moderada.Excluídas outras causas de piora da FEVE,e feito diagnóstico de MQ.Pct recebeu alta após otimi-zação terapêutica em classe II NYHA. Discussão: A cardiotoxicidade por QTX pode se apresentar de forma aguda, subaguda ou crônica e se manifestar em qualquer momento após o seu uso,mesmo tardiamente. Sua manifestação tardia mais típica é a disfunção ventricular diastólica ou sistólica que pode levar a ICC e a morte cardiovascular. Os efeitos cardiotóxicos são cumulativos e têm relação com a dose, a velocidade de infusão,e no caso da antraciclinas são irreversíveis.Métodos complementares de imagem, marcadores de necrose e biópsia podem ser utilizados para identificar lesão no miocárdio.O ECO é considerado exame de escolha na avaliação inicial, no monitoramento durante o tratamento e na fase de seguimento.Avaliação da função do miocárdio deve ser feita antes do início do tratamento para se excluir cardiopatia preexistente e no seguimento aos 3,6 e 12 meses, e repetido a cada dois anos. Conclusão::A cardiotoxicidade é uma das complicações mais significativas do tratamento do câncer, responsável por considerável morbimortalidade. Sua identificação precoce,aliado ao diagnóstico correto e a terapêutica eficaz para ICC reduz o risco de mortalidade e melhora a qualidade de vida do pct.

Perfil epidemiológico e principais diagnósticos de enfermagem em pacien-tes hipertensos acompanhados em nível ambulatorial

SALETE MARIA DE FÁTIMA SILQUEIRA, ALESSANDRA ROCHA LUZ, CLEI-DINEY ALVES E SILVA, GABRIELA FREITAS PINHEIRO e MAYARA SOUZA VIANNA

Hospital das Clínicas da UFMG , Belo Horizonte , MG, BRASIL.

Introdução: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) apresenta alta prevalência mundial, no Brasil nos últimos 20 anos, atingiu percentuais entre 22,3% a 43,9%. A detecção, o tratamento e o controle da HAS são fundamentais para a redução dos eventos cardiovasculares. Nessa perspectiva, a Sistematização da Assis-tência de Enfermagem (SAE), apresenta-se como um processo importante a ser utilizado, sendo os diagnósticos de enfermagem (DE) elementos fundamentais na realização da mesma. Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico e levantar os principais DE da população atendida no Ambulatório de Hipertensão e Agra-vos Cardiovasculares do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais. Metodologia: Estudo observacional e de delineamento transversal, de-senvolvido com 33 pacientes, de ambos os sexos e diferentes faixas etárias, em acompanhamento no referido ambulatório. A coleta de dados ocorreu nos meses de fevereiro e março de 2012, através de questionário estruturado, elaborado especificamente para esta finalidade. Resultados: Dos 33 pacientes atendidos, 76% (25) eram do sexo feminino, 43% (14) eram negros, 46% (15) tinham entre 51 e 69 anos. Quanto à ocupação 49% (16) eram “do lar” e 27% (9) eram apo-sentados. O nível de escolaridade prevalente, 58% (19), foi o ensino fundamental incompleto. 91% (30) da amostra a referiram história familiar positiva para doença arterial coronariana, sendo o Infarto agudo do Miocárdio (IAM) citado por 70% (23) dos pacientes. Em relação às complicações da mesma, o Acidente Vascular Encefálico foi lembrado por 82% (27) dos pacientes, seguidos de IAM 76% (25). Acerca dos diagnósticos de enfermagem, foram identificados um total de 31, os quais estão distribuídos em 12 dos 13 domínios instituído pela Associação Norte Americana de Diagnósticos de Enfermagem – Internacional (NANDA-I), sendo ausente diagnósticos referentes ao domínio Crescimento/Desenvolvimento. Os DE de maior prevalência foram: Conhecimento deficiente (55%); Estilo de vida sedentário (52%); Ansiedade (52%); Conclusões: Conhecendo o perfil epidemio-lógico, bem como as necessidades de saúde da população atendida, está sendo possível elaborar ações de prevenção, promoção e tratamento mais eficazes. A SAE favorece a adequada elaboração de DE, os quais representam por sua vez; uma linguagem que norteia as ações de enfermagem, permite a elaboração de metas e prescrições concisas contribuindo para a redução dos agravos à saúde secundários à hipertensão arterial.

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Uma nova mutação para a síndrome de QT longo congênito

THIAGO DA ROCHA RODRIGUES, MONALINE DE LIMA MEDEIROS, MARGA-RIDA MARIA DA COSTA SMITH MAIA, NICOLLE LAUAR PIMENTA, ALINE BRA-GA RODRIGUES, CLARA PRATES TEIXEIRA, BRUNO MARQUES ZYNGIER e MARIA DA CONSOLAÇÃO VIEIRA MOREIRA

Hospital Felício Rocho, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Laboratório Genetika, Curi-tiba, PR, BRASIL.

A síndrome de QT longo congênito (SQTLc) é uma rara doença genética cau-sada por mutações em genes que codificam proteínas constituintes dos canais iônicos envolvidos nos potenciais de ação dos miócitos. São descritos 12 tipos de SQTLc, cada um com diferentes mutações . Objetivo - Relatar caso em que se identificaram novas mutações para a SQTLc. Resultados - Paciente (PT) ACS, 25 anos, masc., atleta, com 4 síncopes com perdas de consciência por 2 a 3 minu-tos, quedas, cianose, respiração agônica e espasticidade muscular generalizada. Todos os episódios ocorreram 1 a 2 minutos após término de partida de futebol. Foram realizados os seguintes exames: Exame cardiológico normal; ECGs com ritmo sinusal e supradesnível ascendente de ST em V1 a V3; Ecocardiograma com hipertrofia do VE, que normalizou após 3 meses de suspensão das ativida-des esportivas; Teste de inclinação negativo; Teste provocativo de Síndrome de Brugada negativo; Ressonância magnética cardíaca normal; Teste ergométrico normal e sem arritmias esforço-induzidas; 2 ECGs dentre os vários realizados que mostraram QTc de 0,52 segs. e ondas T minus-plus de V4 a V6; e Holter-24 H. sem arritmias. Após atenolól 50 mg MID, todos os ECGs mostraram QTc nor-mais e o PT não mais apresentou síncopes. As atividades esportivas competitivas foram abolidas. O estudo genético mostrou variante heterozigótica no exon 41 do gene ANK2 (relacionado à SQTLc 4) e também no exon 50 do gene CACNA1C (SQTLc 8) e 2 polimorfismos no gene SCN5A. Todos estes defeitos genéticos provocam aumento de cargas positivas (cálcio para os genes ANK2 e CACNA1C e sódio para o gene SCN5A) no interior da membrana celular durante a diástole, aumentando o PRE das células e o intervalo QT. As 2 primeiras mutações ainda não haviam sido descritas. Os polimorfismos do gene SCN5A são descritos como arritmogênicos. A expressão fenotípica do defeito genético é altamente variável pois poucos foram os ECGs com QTc prolongados. A sobrecarga citosólica de cálcio provocada pelo defeito genético acentua-se no stress adrenérgico e pode provocar arritmias ventriculares por pós-potenciais tardios. Conclusão - Trata-se de SQTLc tipo 4 com novas mutações ainda não descritas ou novo tipo ainda não relatado de canalopatia.

Variabilidade da frequência cardíaca após reabilitação cardiovascular: re-lato de caso.

MAYARA SIMOES, MATHEUS GARCIA GOMES, APARECIDA MARIA CATAI, FERNANDO SEIJI DA SILVA e LUCIANA DUARTE NOVAIS

Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, MG, BRASIL - Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP, BRASIL.

INTRODUÇÃO: Infarto do Miocárdio (IM) é a principal causa isolada de morte no país. Pós IM ocorre prejuízo do controle autonômico cardíaco, podendo ser avaliado por meio da variabilidade da frequência cardíaca (VFC). A reabilitação cardíaca (RCV) é parte integrante da terapêutica do IM, e pode melhorar o quadro clínico do paciente. O objetivo do trabalho foi de comparar a frequência cardíaca (FC) e sua variabilidade pré e pós RCV de um paciente com IM. MÉTODOS: Foi selecionado um paciente, sexo masculino, 61 anos, com IM anterior, e foi realiza-do a coleta da VFC, utilizando um cardiofrequencímetro da marca POLAR, mode-lo RS800CX nas posições supino e em pé (10 minutos cada posição) em respira-ção espontânea, em dois momentos: 4 dias e após um ano do IM. Nesse período de um ano pós IM o paciente foi submetido a RCV, com 3 sessões semanais, 60 minutos por sessão. A RCV constou de prática de treinamento físico aeróbio, a 70% da capacidade funcional (baseado no teste ergométrico clínico), utilizando-se a fórmula de Karvonen para o cálculo da FC de treinamento [FCT=FCrepouso + X% (FCmáxima-FCrepouso)] e de resistência muscular periférica, associados a alongamentos. Além disso foi feito o acompanhamento clínico, nutricional e de enfermagem. Para a análise da VFC foram utilizados os índices no domínio do tempo (RMSSD) e da freqüência (BF, AF e BF/AF). RESULTADOS: Os valores de FC pós RCV (supino: 70bpm; em pé: 74bpm) foram menores que no pré RCV (su-pino: 84bpm; em pé: 85bpm). Os valores de RMSSD aumentaram pós RCV em todas as posições avaliadas [supino: 10,7ms (pré) e 23,2ms (pós); em pé:11,2ms (pré) e 20,1ms (pós)]. Os valores de BF e AF também aumentaram pós RCV, em todas as posições avaliadas: BF [supino: 17, 4 (pré) e 363,1 (pós); em pé: 12,3 (pré) e 251, 4 (pós)] AF: [supino: 13,3 (pré) e 184,9 (pós); em pé: 17,6 (pré) e 124,1 (pós)]. A razão BF/AF no pré-RCV (supino: 1,3; em pé: 0,7) foi menor que no pós-RCV (supino: 2,0; em pé: 2,0). CONCLUSÃO: Os resultados sugerem que a reabilitação cardiovascular é efetiva para a redução dos valores de frequência cardíaca de repouso e aumento da VFC, evidenciando a melhora da modulação autonômica do coração. Apoio financeiro: Funepu (processo nº 928/2010).

Embolização percutânea de grande fístula arteriovenosa pulmonar de alto débito

THALLES O GOMES, BRUNO R NASCIMENTO, JAMIL A SAAD, ARI MANDIL, EDUARDO B FALQUETO, EDUARDO K M WASHIZU, JULIO C BOGRES, GUI-LHERME R S ATHAYDE e LUCAS L JUNQUEIRA

Hospital Felício Rocho, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital das Clínicas UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

Introdução Fístula arteriovenosa pulmonar (FAVP) é uma rara anormalidade vas-cular caracterizada por comunicação direta entre artéria e veia, representando shunt extracardíaco da direita para a esquerda. A maioria é congênita, enquanto as formas adquiridas são secundárias a trauma, cirurgia, cirrose, carcinomas, es-tenose mitral e amiloidose. As conseqüências dependem do calibre dos vasos, podendo causar fadiga, dispnéia, cianose, hemoptise e complicações como abs-cesso cerebral e acidente vascular encefálico. Caso clínico Paciente de 59 anos, com antecedente de comissurotomia mitral, evoluindo com dispnéia, cianose e hipoxemia, tornando-se usuária de oxigênio (O2) domiciliar. Ecocardiograma evi-denciou estenose mitral e hipertensão pulmonar moderadas. Gasometria mostrou pressão arterial de O2 (PO2) de 55mmHg e saturação arterial de O2 (SO2) de 86% em ar ambiente. Realizada tomografia computadorizada de tórax, visualizan-do presença de vasos sanguíneos dilatados e tortuosos formando enovelado no lobo inferior do pulmão direito, nutridos por artéria interlobar e drenando para veia pulmonar inferior. Paciente foi submetida a arteriografia pulmonar que evidenciou imagem sugestiva de grande FAVP em lobo inferior direito, com alto débito, e ectasia dos vasos. Optou-se pela embolização percutânea da FAVP. Antes do procedimento, a paciente apresentava SO2 de 85%. Através de punção de veia femoral progrediu-se cateter, sendo posicionado no 1/3 médio da FAVP e plug vascular para proteção distal. Liberada primeira mola de Gianturco, que migrou para o átrio esquerdo. Realizada, a seguir, a liberação de onze molas, ancoradas ao plug vascular. Após embolização, observou-se oclusão completa da FAVP e elevação da SO2 para 95%. Foi realizada punção transeptal e retirada da mola migrada para o átrio esquerdo. Um ano após a embolização da FAVP, a paciente encontra-se assintomática, sem uso de O2. Gasometria mostra PO2: 103mmHg e SO2: 97%. Ecocardiograma: fração de ejeção do ventrículo esquerdo de 57%, es-tenose mitral moderada, insuficiência mitral discreta e pressão sistólica da artéria pulmonar de 42mmHg. Conclusão As opções de tratamento das FAVPs incluem embolização percutânea e excisão cirúrgica. A embolização com molas tornou-se tratamento de escolha, embora complicações como embolização paradoxal possa ocorrer, principalmente em grandes fístulas. Portanto a escolha precisa do material para fechamento e tratamento de complicações é importante para reduzir o insucesso do procedimento

Avaliação da terapia antihipertensiva na atenção primária a saúde

SOUZA, L R, MENDES, A J, MARTINS, L V, MORAIS, R M, BRANDÃO, D T D, CORDEIRO, G C, MOURA, P H T, MENDONÇA, F Q, PIMENTA, H B e CAL-DEIRA, A P

Universidade Estadual de Montes Claros, Montes Claros, MG, BRASIL.

INTRODUÇÃO: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é o principal fator de risco para doenças cardiovasculares. Quando necessário está indicado a aplicação de fármacos anti-hipertensivos, sendo disponíveis diversas opções para uso clínico. OBJETIVO: Traçar um perfil da terapêutica medicamentosa anti-hipertensiva no norte de Minas Gerais. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo transversal, exploratório e descritivo. A seleção foi feita aleatoriamente em municípios do norte de Minas Gerais, junto às equipes de Saúde da Família, alocadas de modo aleatório, a par-tir da Ficha “B” (cadastro dos hipertensos) do Sistema de Informações da Atenção Básica (SIAB). Além do diagnóstico de HAS, foi critério de inclusão, para ho-mens, ter no mínimo 45 anos e, mulheres, 55 anos. Excluídos aqueles com relato de infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral. Os dados referentes aos medicamentos utilizados foram coletados em entrevistas com os participantes. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Compôs-se uma amostra de 291 hipertensos. As classes de drogas mais utilizadas foram os diuréticos tiazídicos (55,6%) e os inibidores da enzima conversora da angiotensina – IECA (52,5%), seguidos por betabloquadores (29,2%), bloqueadores dos canais de cálcio – BCC(21,6%) e pelos bloqueadores dos receptores de angiotensina – BRA(15,1%). Os diu-réticos de alça, os diuréticos poupadores de potássio e os agonistas alfa-2 de ação central vieram a seguir (9,2%, 5,1% e 4,4%, respectivamente). Os vaso-dilatadores de ação direta foram inexpressivos na amostra (menos de 0,5% dos pacientes). Verificou-se ainda que 30,9% dos entrevistados usavam monoterapia; 42,9%, terapia dupla; 17,5%, terapia tripla; e 8,6% usavam quatro ou mais anti-hipertensivos. O predomínio da terapia com dois ou mais medicamentos (69%) concorda com estudos importantes, para os quais, em cerca de dois terços dos pacientes, a monoterapia não é suficiente para atingir os níveis pressóricos de-sejados. Porém, discorda de evidências norteamericanas que apontam a mono-terapia como capaz de controlar os níveis pressóricos em 50% dos pacientes. CONCLUSÃO: O fato de diuréticos tiazídicos, IECA e betabloqueadores terem aparecido como as drogas mais utilizadas é condizente com estudos maiores, nacionais e internacionais.

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Cardiomiopatia não isquêmica fibrótica: uma nova causa de morte súbita cardíaca em atletas.

THIAGO DA ROCHA RODRIGUES, CARLOS HENRIQUE FIGUEIREDO FON-TES, EDUARDO BELISÁRIO FALQUETO, HAROLDO CHRISTO ALEIXO, LUIZ GUSTAVO ZAGATI HERNANDES, DANIEL PINHEIRO CRUZ e MARIA DA CON-SOLAÇÃO VIEIRA MOREIRA

Hospital Felício Rocho, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

A morte súbita em atletas é fenômeno raro porém catastrófico. Geralmente ocorre em atletas com cardiopatias não previamente diagnosticadas e o mecanismo usu-al é a taquicardia (TV) ou fibrilação ventricular (FV). Objetivo - Relatar uma nova causa de morte súbita ocorrida em atleta durante corrida em esteira ergométrica. Métodos e resultados - M.D.A., 46 anos, masc., atleta, que sofreu parada cardio-respiratória (PCR) durante esteira ergométrica na academia. Antes do exercício, consumira grande quantidade de Redbull, café e chocolate. Um médico no local utilizou um desfibrilador externo automático (DEA) que aplicou 2 choques, após os quais o PT recuperou-se sem seqüelas. Um teste ergométrico 2 meses antes não mostrara nenhuma anormalidade. No CTI, foi submetido aos seguintes exa-mes: ECG basal normal; dosagem de eletrólitos, enzimas cardíacas e hormônios tiroideanos normais; cineangiocoronariografia normal; ecocardiograma normal; sorologia para T. cruzi negativa; Holter 24-horas com extrassístoles ventriculares freqüentes e com morfologia de BCRD (origem no VE); teste provocativo para síndrome de Brugada negativo; e estudo eletrofisiológico normal. A ressonância magnética cardíaca (RNM) mostrou extensa lâmina de fibrose na região antero-septal do VE e leve edema de fibras cardíacas. Os registos do DEA, obtidos 2 meses após, revelaram no 1o choque uma TV sustentada e no 2o uma FV. O 1o evento foi revertido com choque bifásico de 200 J. e o 2o com choque de 300 J. O PT foi medicado com carvedilól e enalapril e foi submetido a implante de cardioversor-desfibrilador implantável (CDI). Após 1 ano, o PT evolui bem e sem choques do CDI. Conclusões - Os registros do DEA comprovaram que a TV e a FV foram o mecanismo da PCR; Após extensa propedêutica, apenas a RNM foi capaz de definir a etiologia da PCR, a cardiomiopatia não isquêmica fibrótica, en-tidade de natureza idiopática, recentemente descrita, cuja fibrose constitui o subs-trato orgânico da reentrada. Possivelmente, a presença de um substrato fibrótico, aliado a consumo de substâncias estimulantes e stress físico e emocional, culmi-naram na ocorrência da TV/FV. Não fosse a RNM, o diagnóstico etiológico teria sido erroneamente a fibrilação ventricular idiopática.

Relato de caso: paciente com febre reumática apresentando cardite indo-lente.

BERNARDO COUTO FERREIRA, ROMERO ANTÔNIO SAYD CABRAL, BÁRBA-RA CAROLINA VIERA NOGUEIRA e MARISTELA MARCIA MENEGHIN

Faculdade de Medicina de Barbacena-FUNJOB, Barbacena, MG, BRASIL.

INTRODUÇÃO A Febre Reumática (FR) é uma complicação não supurativa da faringoamidalite causada pelo estreptococo beta hemolítico do grupo A (EBGA) e ocorre principalmente em crianças e adultos jovens geneticamente predispostas. Não existe nenhum sinal patognomônico ou exame específico, sendo o padrão ouro os Critérios de Jones (CJ), que necessita para o diagnóstico do primeiro episódio dois critérios maiores ou um maior e dois menores mais a evidência de infecção estreptocócica anterior. MÉTODOS Foram analisados o prontuário, exames da paciente. Revisão da literatura realizada por meio da Diretriz Brasileira para o Diagnóstico, Tratamento e Prevenção da Febre Reumática. RESULTADO Paciente feminino, 14 anos,procurou o médico devido à artralgia assimétrica e mi-gratóra em grandes articulações, sendo prescrito antiinflamatorio não hormonal, havendo melhora dos sintomas. Após o término da medicação, houve recidiva dos sintomas, levando a mesma a outro médico, que notou sopro sistólico (3+/6+) em foco mitral. Segundo os pais, não havia doença pregressa e a paciente tinha ido ao pediatra há 5 meses, devido à amigdalite. Como não havia relato de sopro, foi solicitado ecocardiograma, que evidenciou vegetação e regurgitação modera-da em valva mitral e discreto aumento das câmaras esquerdas, sugerindo cardite moderada. Devido à suspeita de FR, optou-se pela hospitalizada para inicio do tratamento com antibiótico. No 10º dia de internação, paciente apresentou qua-dro súbito de desvio de comissura labial, disartria, ptose palpebral e anisocoria. Tomografia de crânio mostrou captação anelares com acentuado edema vasogê-nico periférico em região fronto temporal direita, comprimindo levemente o ven-trículo lateral direito, sugerindo êmbolo séptico cerebral. Após 6 dias, paciente foi submetida à cirurgia de troca de valva mitral e implante de marcapasso definitivo, sem intercorrência. Paciente evoluiu bem, com melhora do quadro neurológico e cardíaco. CONCLUSÃO: Há uma grande dificuldade na escolha e execução correta do tratamento das faringoamigdalites nos pacientes assintomáticos ou oli-gossintomáticas. A cardite, que é um dos critérios maiores dos CJ, quando surge de forma indolente não precisa dos outros critérios para diagnóstico.

Relato de caso: cardiomiopatia induzida por estresse (Takotsubo)

ALEXANDRE A PIRES, THIAGO J ASSIS, DIRCEU D B SOBRINHO, RENATO B ARAÚJO, MAURÍCIO C MACHADO, GUSTAVO E S ALVAREZ e CAISER T S JUNIOR

Hospital Luxemburgo / Instituto Mario Penna, Belo Horizonte, MG, BRASIL. Introdução: A Cardiomiopatia induzida por estresse é uma caracterizada por an-gina, iniciada por um estresse emocional ou físico intenso, associado a altera-ções ao ECG e MNM, mimetizando um IAM. A anormalidade mais comum é a hipocinesia medial e apical do VE, associado a hipercinesia na parede basal. Essa síndrome foi descoberta recentemente e não existem muitos dados sobre sua prevalência, estima-se em torno de 1-2% dos casos suspeitos de SCA. A fisiopatologia é controversa, acredita-se que possa ocorrer disfunção ou espas-mo microvascular, induzido pela liberação de catecolaminas ou uma toxicidade direta das catecolaminas no músculo cardíaco, resultando em atordoamento mio-cárdico. Não existe um consenso quanto aos critérios diagnósticos, em 2004, desenvolveram alguns critérios: anomalia transitória da contratilidade segmentar; ausência de DAC significativa; alterações ECG de novo ou elevação de MNM; au-sência de feocromocitoma ou miocardite. Objetivo: Relatar caso de paciente com cardiomiopatia de estresse, sendo esta uma síndrome pouco descrita. Relato de Caso: Paciente M.M.O., sexo feminino, 76 anos, portadora de HAS, DM, doença de Chagas (megaesôfago). Iniciou em nov/2011 com quadro de dor precordial, após um quadro de estresse emocional. Atendida no PA do IPSEMG, realizou ECG onde não evidenciou-se alterações agudas, porém houve alterações da troponina: 1,77. Transferida para a UCO do hospital Luxemburgo, alocada em protocolo de SCA, matenve-se assintomática. Realizou cateterismo que eviden-ciou artérias coronárias isentas de ateromatose significativa e VE com hipocinesia grave da parede apical. ECO evidenciou hipocinesia grave dos segmentos médio e apical das paredes inferior, ínfero-septal e antero-septal, FE40%. Recebeu alta assintomática e realizou acompanhamento ambulatorial, sendo realizado, dois meses depois, novo ECO que evidenciou VE com função sistólica global preser-vada, sem alterações segmentares, FE66%.Conclusão: A cardiomiopatia induzi-da por estresse é uma síndrome com dignóstico recente e prevalencia em torno de 1-2% dos casos de SCA, que deve ser suspeitada sempre que estamos diante de um quadro de SCA, sem DAC.

Retirada de stent não expandido do tronco de coronária esquerda através de técnica percutânea.

ALEXANDRE A PIRES, THIAGO J ASSIS, DIRCEU D B SOBRINHO, RENATO B ARAÚJO, MAURÍCIO C MACHADO, GUSTAVO E S ALVAREZ e CAISER T S JUNIOR

Hospital Luxemburgo / Instituto Mario Penna, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

Introdução: A angioplastia tem se tornado um método cada vez mais seguro no tratamento da doença coronariana obstrutiva. As complicações graves têm se tornado cada vez menos frequentes. Uma complicação rara é o deslocamento do stent não expandido do seu sistema de liberação dentro da coronária. Isto torna o stent um corpo estranho na artéria aumentando assim o risco de trombose aguda e consequentemente de IAM. Objetivo: O objetivo deste trabalho é relatar a retirada de um stent não expandido do tronco da coronária esquerda através de técnica percutânea. Relato do caso: Paciente JAS sexo masculino, 55 anos, HAS e coronariopata. História de angioplastia em 2007, com implante de setenta em DA e CX. Permaneceu assintomático até 2011 quando apresentou episódios de angina e foi submetido a propedêutica não invasiva e posterior coronariografia onde evidenciaram nova estenose grave na artéria circunflexa. Ao ser submetido a ATC seletiva com implante de stent farmacológico 2.75 x 14 mm, a endopróte-se se desprendeu do sistema de entrega e ficou alojada no tronco da coronária esquerda. Diante do grande risco de trombose optamos pela retirada por técnica percutânea. A possibilidade de retirada por cirurgia a céu aberto permanecia. Téc-nica de retirada: Para retirada da prótese, ultrapassamos o lúmen do stent não expandido com um guia 0,014 (PT -2 moderado suporte BSC). Conseguimos penetrar na endoprótese sem desloca-la, com balão de baixíssimo perfil de me-didas 1.5 x 15mm (Apex - BSC). Após abertura parcial da luz do stent, trocamos o balão para outro com medidas 2.0 x 15 mm. Procedemos então o pull-back de todo o material, monitorado por fluroscopia até a artéria femoral comum direita onde uma arteriotomia completou a retirada. Paciente evoluiu sem intercorrên-cias tendo alta hospitalar em 03 dias. Conclusão: A técnica percutânea deve ser considerada para retirada de stents inadvertidamente soltos do seu sistema de entrega. É necessário esmero técnico para não deslocar a prótese no sentido dis-tal do leito coronariano ou mesmo outro território vascular nobre. Uma vez bem sucedida, esta técnica evita toracotomia + anestesia geral dentre outros traumas.

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Embolizaçao seletiva de artéria renal na hematúria de grande monta.

ALEXANDRE A PIRES, THIAGO J ASSIS, DIRCEU D B SOBRINHO, RENATO B ARAÚJO, MAURÍCIO C MACHADO, GUSTAVO E S ALVAREZ e CAISER T S JUNIOR

Hospital Luxemburgo / Instituto Mario Penna, Belo Horizonte, MG, BRASIL. Introdução: A hematúria é classificada em microscópica – quando há duas ou mais hemácias por campo – ou macroscópica, quando há sangramento aparente. Várias condições podem ser responsáveis, como tumores, cálculos, infecções, trauma, lesões iatrogênicas, coagulopatias, endometriose e malformações arte-riovenosas. A embolização é uma excelente opção terapêutica para a preserva-ção do órgão, quando somente a nefrectomia seria a opção. Objetivo: Relatar o tratamento percutâneo da hematúria de grande monta por embolização super-seletiva da artéria renal com micromolas e segmento através de EAS após 9 meses. Material: Paciente MTF sexo feminino, 48a, sem comorbidades, com his-tória prévia de hematúria ( 3 episódios/01 ano), com resolução espontânea e sem repercussão hemodinâmica. Apresentando quadro de sangramento significativo com evolução de três dias. No segundo dia evoluiu com sinais de instabilidade hemodinâmica e procurou serviço médico. Submetida a cistoscopia e ureteros-copia sem identificação do local de sangramento. Intercorreu no terceiro dia com queda importante de hemoglobina ( 9.2 - 4,3), hipotensão, taquicardia, sendo encaminhada a hemodinâmica para arteriografia renal de urgência. Evidenciada hipervascularização no 1/3 superior do rim direito, com aspecto de sangramento ativo. Optado pela imediata embolização superseletiva da artéria renal direita através de micromolas. Após a embolização paciente foi encaminhada ao centro de terapia intensiva onde recebeu hemotranfusão de hemácias. Seguimento ime-diato mostrou interrupção total da hematúria. Evoluiu com melhora dos sintomas, estabilidade hemodinâmica e recebeu alta em 48h. Encontra-se em propedêuti-ca diagnóstica e seguimento terapêutico. Após 9 meses não foram evidenciados novos episódios de hematúria macro ou microscópica. Conclusão: O tratamento percutâneo com embolização seletiva de artéria renal é uma excelente opção terapêutica na hematúria de grande monta. Como outra vantagem temos a pre-servação do órgão e de sua função, principalmente nos casos em que a nefrec-tomia seria a opção.

Síndrome de Poland (SP) e dextrocardia – relato de caso

EDUARDO GIBSON PARAISO, e CHRISTIANE MARIZE GARCIA ROCHA

UNIBH, Belo Horizonte, MG, BRASIL. INTRODUÇÃO : A SP é uma anomalia congênita que afeta 1 em cada 100.000 nascidos vivos (NV). Sua de etiologia é incerta. São implicados fatores genéticos, embriogênicos e ambientais. Pacientes apresentam músculo peitoral maior não inserido no esterno, aplasia dos músculos torácicos, defeitos em cartilagens e costelas, braquissindactilia e dextrocardia. A associação de SP e dextrocardia é incomum.RELATO DE CASO: Paciente 11 anos, sexo masculino, diagnóstico prévio de SP, sem sintomas cardiológicos e sem casos semelhantes na família. Apresenta hi-poplasia torácica à esquerda, assimetria dos membros superiores com hipoplasia do antebraço esquerdo, e braquidactilia. Aréola e mamilo esquerdo hipoplásico e mais elevado em relação ao direito. Presença de dextrocardia. Ao exame sem si-nais de malformação intra-cardíaca. Toda documentação foi autorizada pela mãe e pelo paciente para o relato deste caso.Discussão: SP é anomalia congênita rara caracterizada por hipoplasia ou ausên-cia da mama ou do mamilo, de tecido subcutâneo, ausência da porção costoster-nal do músculo peitoral maior e do peitoral menor , aplasia ou deformidade das cartilagens costais e deformidades ipsilaterais de mão. As manifestações clínicas da SP são variáveis, nem todas as características existem no mesmo indivíduo. Os defeitos associados são variáveis. No Situs inversus totalis (SIT) há transpo-sição das vísceras abdominais e torácicas. Na dextrocardia isolada (situs solitus) tanto as vísceras abdominais e átrios estão em posição normal. O situs solitus ra-diograficamente o botão aórtico e a bolha de ar gástrica estão no lado esquerdo. Incidência isolada de dextrocardia varia de 1:30.000 a 1:36.000 NV. Casos isola-dos de dextrocardia e SP com manifestações à esquerda são raros. Dextrocardia com alteração à esquerda foi relatada em apenas um caso de uma série de 144. Em pacientes com dextrocardia isolada, a incidência de cardiopatia congênita foi de 98%. Na dextrocardia com SIT essa taxa é de 5%. Anomalias congênitas cardiovasculares não foram relatadas na SP com dextrocardia. Dextrocardia e SP estão associadas sempre com defeitos de costelas, enquanto os defeitos de costelas são relatados em apenas 15% de pacientes com SP do lado direito.CONCLUSÃO: Dextrocardia pode ser parte da SP à esquerda.

Cardiomiopatia arritmogênica do ventrículo direito: 1a manifestação aos 77 anos de idade.

THIAGO DA ROCHA RODRIGUES, MARCELO GUIMARÃES DA FONSECA, EDUARDO BELISÁRIO FALQUETO, LILIAM FIGUEIREDO RIBAS, LUIZ GUS-TAVO ZAGATI HERNANDES e MARIA DA CONSOLAÇÃO VIEIRA MOREIRA

Hospital Felício Rocho, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

A cardiomiopatia arritmogênica do ventrículo direito (CARVD) é uma rara doença genética, autossômica dominante,com mutações em genes que codificam prote-ínas dos desmossomos responsáveis pela coesão entre os miócitos. O defeito genético leva a perda da coesão celular, apoptose, fibrose e aneurismas ven-triculares. O defeito se expressa em regiões epi e mesocárdicas do ventrículo direito (VD), poupando o endocárdio, septo IV e ventrículo esquerdo. A patologia é altamente arritmogênica e tem risco de morte súbita. Objetivo - Relatar caso de CARVD cuja manifestação inicial se deu de forma não usual aos 77 anos. Resul-tado - Paciente N.F.F., 77 anos, masc., sem história familiar de morte súbita, por-tador de fibrilação atrial intermitente há 5 anos, hipertenso leve e assintomático. Ecocardiograma prévio sem anormalidades significativas. Suspendera há alguns meses a propafenona, mas persistia em uso de beta-bloqueadores e varfarina. No dia 01/03/2012, apresentou palpitação com síncope e trauma craniano. Foi atendido em serviço de urgência e liberado. No mesmo dia, apresentou nova pal-pitação e síncope, sendo levado em respiração agônica e hipotensão arterial ao nosso serviço de urgência. Foi detectado taquicardia ventricular sustentada com freqüência de 214 bpm. Foi prontamente submetido a cardioversão elétrica com recuperação hemodinâmica e estabilização clínica. Foram realizados os seguin-tes exames: exames laboratoriais e enzimas cardíacas normais; Ecocardiograma (FE normal e pequena dilatação do ápex do VD); cateterismo cardíaco (lesão moderada no 1/3 médio da DA); e ressonância magnética cardíaca (RNM) que mostrou vários aneurismas no ápex e via de saída do VD, e fibrose extensa no epi e mesocárdio das mesmas regiões, configurando o diagnóstico de CARVD. O paciente foi submetido a implante de cardioversor-desfibrilador implantável e, posteriormente, a angioplastia com stent na DA. Recebeu alta em boas condi-ções. Conclusão - A CARVD é doença altamente arritmogênica, com risco de mor-te súbita e cuja manifestação arrítmica inicial pode ocorrer em pacientes idosos e sem história familiar prévia. A RNM foi o único exame capaz de diagnosticar a doença e demonstrar a fibrose como substrato orgânico da arritmia apresentada.

Tratamento endovascular dissecção aguda de aorta tóraco abdominal, tipo B, associado à aneurisma de ilíacas

RICARDO DE SOUZA ALVES FERREIRA, LUIZ GUSTAVO ZAGATI HERNAN-DES, DANIEL PINHEIRO CRUZ, NICOLLE LAUAR PIMENTA, EDUARDO KEI MARQUESINI WASHIZU, CHARLES SIMÃO FILHO, MARCELO GUIMARÃES DA FONSECA e ANTONIO OSVALDO DE FREITAS JUNIOR

HOSPITAL FELÍCIO ROCHO, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Introdução: Dissecção de aorta é definido como delaminação das suas pare-des produzidas pela infiltração de uma coluna de sangue que percorre espaço virtual(falsa luz)entre a camada adventícia e a íntima. Aneurisma é definido por uma dilatação localizada na artéria acima de 50% de seu diâmetro,sendo princi-pal causa a aterosclerose. O objetivo deste trabalho é mostrar opção terapêu-tica através do tratamento endovascular com menor risco de morbimortalidade. Métodos: Paciente de 60 anos,sexo masculino,dislipidêmico,tabagista e hiper-tenso. Procurou pronto socorro,com quadro de dor súbita de forte intensidade(a evacuação),em região torácica com irradiação para região abdominal,associado a sensação de sufocamento. Ao exame: RCR 2t FC81bpm PA180x90mmhg, não apresentava pulsos assimétricos e nem diferença de pressão. Ultrassonografia abdome: aneurisma de aorta abdominal com extensão ramo ilíaco direito. Angio tomografia torax e abdome: dissecção de aorta toraco abdominal,tipo b, dilata-ção aorta abdominal distal de 41.2mm,ilíaca comum direita 56.7mm-com trombo mural,ilíaca interna direita 29.7mm. Optado por tratamento endovascular com implante de endoprótese aorta torácica descendente e em ilíaca comum direita. Paciente evoluiu no pós operatório imediato com isquemia medular plexiforme com parapresia ,incontinência fecal e retenção urinária,com posterior melhora. Recebeu alta deambulando e com controle esfincteriano normal, retenção uriná-ria com sondagem vesical intermitente. Discussão: A indicação de implante de endoprótese é definida por critérios clínicos e anatômicos. As principais compli-cações do tratamento por endoprótese incluem: acidente vascular cerebral 7%, paraplegia ou paraparesia 3%, insuficiência renal aguda 5%, lesão arterial grave 4%, insuficiência respiratória 12% e infarto do miocárdio 2%. Pós procedimento: “endoleak” persistente, migração da endoprótese, ruptura da aorta, lesões vas-culares periféricas e alterações no segmento reparado pela prótese. Conclusão: O tratamento endovascular das doenças da aorta e ilíacas representa uma nova alternativa à cirurgia convencional, menos invasiva, principalmente para paciente de alto risco. A experiência clínica é limitada.

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A importância da criação de rede de cuidado para o tratamento do IAM com supra de ST e a experiência da Unidade Coronariana do Hospital das Clínicas / UFMG

LUISA C.C.BRANT, ANTONIO LUIZ PINHO RIBEIRO, KARINA P M P MARTINS, BRUNO R NASCIMENTO, LUIZ RICARDO DE ATAIDE CASTRO, RAPHAEL MARTINS BEBIANO, GLÁUCIA CRISTINA DA SILVA, JORGE BEZERRA CA-VALCANTI SETTE e LUCAS LODI JUNQUEIRA

Hospital das Clínicas da UFMG, Belo Horizonte, , BRASIL.

Introdução: O infarto com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST) é uma importante causa de mortalidade no Brasil e seu tratamento depende do rápido diagnóstico e seleção da estratégia de reperfusão. Essa pode ser química, com trombolíticos, ou mecânica, por angioplastia primária (ICPP). Em hospitais sem serviço de Hemodinâmica, duas estratégias de reperfusão são possíveis: trans-ferência para ICPP ou trombólise. Apesar da ICPP reduzir eventos cardiovascula-res, esta vantagem pode ser perdida a depender do tempo de transferência. Para permitir acesso aos pacientes do SUS à melhor estratégia de reperfusão, um fluxo para pacientes que deram entrada em unidade de emergência em Belo Horizon-te (BH) com IAMCSST foi criado pela organização governamental municipal, com o apoio do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e a participação de hospital universitário de BH com Unidade Coronariana (UCO-HC) e serviço de Hemodinâmica. Afim de facilitar o diagnóstico do IAMCSST, além de treinamentos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA), foram instalados ECG digital nestas para transmissão à UCO-HC. Caso o IAMCSST fosse confirmado, o paciente era encaminhado à Hemodinâmica. Métodos: Registro dos pacientes que deram entra-da na UCO-HC de março/2010 a janeiro/2011, após a criação de rede de cuidado para os pacientes com IAMCSST em BH. As variáveis categóricas foram expres-sas como frequências. Resultados: Entre os 680 pacientes internados na UCO-HC (média=62/mês), 71% receberam diagnóstico de IAMCSST, 26,5% IAMSSST ou angina instável e 2,5% receberam outros diagnósticos. A maioria destes pacientes foi encaminhada de UPAs (62%), seguidos de serviços de urgências de BH (25%), outros municípios (10%) e demanda espontânea (3%). Desses pacientes, 62% não receberam reperfusão. Entre os que receberam, 66% foram submetidos à ICPP e 34% à trombólise. A mortalidade média foi de 5,6%, em acordo com as diretrizes atuais. Conclusões: A criação de rede de cuidado para IAMCSST é um desafio para nosso município. A experiência inicial da UCO-HC, com resultados preliminares satisfatórios, aponta para viabilidade da implementação dessa rede em BH, medida de grande impacto populacional dentro da realidade do Brasil.

Comparação entre duas técnicas de pesquisa na base PubMed para trata-mento de trombose de prótese valvar.

FÁBIO MORATO CASTILHO, ANDREA LAENDER MENDONCA, ANTONIO LUIZ PINHO RIBEIRO, FIDEL MANUEL CACERES LORIGA e MARCOS ROBERTO DE SOUSA

Univerdade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Universidad de Ciencias Medicas de la Habana, Havana, XX, BRASIL.

Introdução: a base de acesso gratuito PubMed (www.pubmed.gov) inclui a base MEDLINE e fornece ferramentas de pesquisa úteis para revisões sistemáticas (RS). A busca pode ser feita através da associação de palavras textuais com descritores MeSH (“Medical Subject He-adings”: cabeçalhos de assuntos médicos) (J Med Libr Assoc. 2004;92 (3):349-53), enquanto outros autores sugerem o uso da ferramenta “related articles” (RA) (artigos relacionados) disponível na base PubMed (Laryngoscope. 2006;116(2):336-40). Objetivo: como fase inicial para uma RS sobre o tratamento de trombose de prótese valvar, nosso objetivo é comparar duas estratégias de pesquisa. Métodos: dois revisores independentes, cada revisor fez duas buscas; um revisor utilizou a associação de palavras textuais com descritores MeSH, sendo uma busca feita principalmente com descritores MeSH e a segunda com maior quantidade de palavras textuais; enquanto o outro escolheu estudos (ET) que representassem bem o tema de interesse e utilizou a ferramenta RA, sendo que a primeira busca utilizou os 20 primeiros artigos apontados pela ferramenta RA em cada artigo principal e a segunda busca estendeu a pesquisa para os 50 primeiros artigos. O “padrão ouro” para comparar as estratégias foi o total de artigos encontrados pelas duas estratégias combinadas. Os critérios de inclusão foram definidos a priori: ET comparando as terapias trombolítica e cirúrgica por todos os tipos de delineamento, publicados em língua inglesa, portuguesa ou espanhola; também incluídos todos os ET contendo mais de 10 pacientes com trombose de prótese valvar submetidos à terapia trombolítica e/ou cirúrgica, desde que tivessem dados suficientes para se extrair a taxa de efeito benéfico e as taxas de eventos adversos. As dúvidas de cada revisor, separadamen-te, foram esclarecidas por consenso com outros 3 pesquisadores. Resultados: no total, foram encontrados 88 ET. A estratégia por descritores encontrou 28 ET (32% do total), enquanto a ferramenta RA resultou em 84 ET (95% do total). Havia 24 ET em comum nas duas estra-tégias. Conclusão: A estratégia RA mostrou-se superior, encontrando 60 ET não detectados pela estratégia por DM. A estratégia por DM encontrou 4 ET não detectados pela outra, o que, apesar de representar um percentual pequeno, pode ser relevante para o resultado final de uma MA. Isto mostra a importância de dois revisores independentes e as limitações da pes-quisa bibliográfica em situações clínicas específicas que não se tratam de grandes síndromes com descritores MeSH estabelecidos (BMC Med Res Methodol. 201128;11:12).

Epidemiologia da insuficiência cardíaca no Estado de Minas Gerais entre 2008 e 2010

FABRÍCIO PELUCCI MACHADO, RENATO AFONSO SALGADO, RONALD DE SOUZA, FILIPE MENDONÇA CABRAL e ROBERTO LUIZ MARINO

Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCMMG), Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital Madre Teresa, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

INTRODUÇÃO: A insuficiência cardíaca (IC) é o estágio final das doenças car-diovasculares, representa impacto profundo na qualidade de vida e nos custos destinados a saúde. Nos países desenvolvidos, estima-se que 2% de todo o gas-to com saúde sejam dispendidos com IC. Em Minas Gerais entre 2008 e 2010, a IC representou 26,48% das internações, 30,0% dos óbitos das doenças cardio-vasculares; 3,45% e 6,75% de todas as causas, respectivamente. OBJETIVOS: Comparar as variáveis internação, óbito, taxa de mortalidade, média de perma-nência hospitalar e valor médio pago por internação entre os gêneros. Análise es-tratificada pela idade. MATERIAS E MÉTODOS: Utilizando dados de uma escala nacional de base populacional de registro (DATASUS), foram analisadas as vari-áveis idade e gênero com base no termo insuficiência cardíaca. RESULTADOS: As internações por IC no Estado de Minas Gerais são mais prevalentes a partir dos 30-39 anos com pico na 7ª década de vida e queda em seguida. Os homens são mais internados que as mulheres em todo o período. Os óbitos são mais frequentes a partir dos 30 aos 39 anos, com pico aos 70-79 anos para homens e permanecem ascendentes proporcionalmente à idade entre as mulheres. A taxa de mortalidade é maior entre a figura masculina, mas as curvas são paralelas e se igualam nos extremos das idades, menor de 1 ano e acima de 60 anos. A partir dos 70 anos, a taxa de mortalidade é maior entre elas. A média de permanência hospitalar é de 6-8 dias, similar entre os gêneros e há decréscimo com o avan-ço da idade. O valor médio pago por internação diminui proporcionalmente com a idade, mas alcança média de R$ 1.000,00. DISCUSSÃO: Os homens sofrem mais internações e mais óbitos, uma vez que apresentam maiores fatores de risco cardiovascular; por outro lado, as mulheres apresentam o fator estrogênico até os 50 anos de idade, em média, e zelam mais por sua saúde. CONCLUSÃO: Dados sobre IC no Estado de Minas Gerais são compatíveis com os descritos no Brasil e no mundo. Campanhas educativas que alertam a população são constantemente realizadas e controle dos fatores de risco como hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e dislipidemia são essenciais.

Prevalência da hipertensão arterial no Estado de Minas Gerais entre 2008 e 2010

FABRÍCIO PELUCCI MACHADO, ROBERTO LUIZ MARINO, IARA SANTOS AZEVEDO, MARIA CLARA REIS SARI, MARIA ELISA ALMEIDA, MARILIA S ANTONIETTO, BEATRIZ UBALDO FELICIO e LUCAS ZSCHABER ANACLETO

Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCMMG), Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital Madre Teresa, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

INTRODUÇÃO: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é prevalente em todo o mundo e no Brasil. Estima-se que 30% dos brasileiros sejam hipertensos e que 35,8% dos homens e 30% das mulheres densenvolvem a doença. Em Minas Gerais nos anos de 2008 a 2010, a HAS representou 5% das internações, 0,9% dos óbitos das doenças cardiovasculares; 0,67% e 0,21% de todas as causas, respectivamente. OBJETIVOS: Comparar as variáveis internação, óbito, taxa de mortalidade, média de permanência hospitalar e valor médio pago por inter-nação entre os gêneros. Análise estratificada pela idade. MATERIAS E MÉTO-DOS: Utilizando dados de uma escala nacional de base populacional de registro (DATASUS), foram analisadas as variáveis idade e gênero com base no termo hipertensão arterial. RESULTADOS: As internações por HAS em Minas Gerais são mais prevalentes a partir da adolescência (15-19 anos) com pico na 5ª dé-cada de vida e queda em seguida. As mulheres sofrem mais internações que os homens em todo o período. Os óbitos são frequentes a partir dos 30-39 anos, com pico aos 60-69 anos para homens e se mantêm altos entre as mulheres, proporcionalmente à idade. A taxa de mortalidade é maior entre homens, mas as curvas são paralelas, com maiores valores nos extremos das idades, menor de 1 ano e acima de 70 anos. A média de permanência hospitalar é maior entre as mulheres até os 20 anos, a partir de então, a média entre os gêneros se iguala e permanece em torno de 3 a 4 dias. O valor médio pago por internação permanece próximo aos R$300,00. DISCUSSÃO: As mulheres sofrem mais internações e mais óbitos, uma vez que são maioria da população, mas os homens apresentam taxa de mortalidade maior. Possíveis hipóteses são que as mulheres frequentam mais os consultórios médicos, cuidam mais da própria saúde; eles não visitam médicos e usam mais drogas lícitas. CONCLUSÃO: Dados sobre HAS no Es-tado de Minas Gerais são compatíveis com os descritos no Brasil e no mundo. Campanhas educativas e drogas anti-hipertensivas são distribuídas na farmácia popular são essenciais.

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Epidemiologia do infarto agudo do miocárdio no Estado de Minas Gerais entre 2008 e 2010

FABRÍCIO PELUCCI MACHADO, ROBERTO LUIZ MARINO, LUIS AUGUSTO LINDEMBERG BALTAZAR e EBERTHE FERNANDO MEDEIROS DIAS

Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCMMG), Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital Madre Teresa, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

INTRODUÇÃO: O infarto agudo do miocárdio (IAM) é uma emergência médica com vários fatores de risco e o impacto no indivíduo e sociedade são enormes. Em Minas Gerais entre 2008 e 2010, o IAM representou 6,24% das internações, 10,3% dos óbitos das doenças cardiovasculares; 0,81% e 2,31% de todas as causas, respectivamente. OBJETIVOS: Comparar as variáveis internação, óbi-to, taxa de mortalidade, média de permanência hospitalar e valor médio pago por internação entre os gêneros. Análise estratificada pela idade. MATERIAS E MÉTODOS: Utilizando dados de uma escala nacional de base populacional de registro (DATASUS), foram analisadas as variáveis idade e gênero com base no termo infarto agudo do miocárdio. RESULTADOS: As internações por IAM no Es-tado de Minas Gerais são mais prevalentes a partir dos 30-39 anos com pico na 5ª década de vida e queda em seguida. Os homens são mais internados que as mulheres em todo o período. Os óbitos são mais frequentes a partir dos 30 aos 39 anos, com pico aos 60-69 anos para homens e 70-79 anos entre as mulheres, com descenso em ambos os gêneros. A taxa de mortalidade é maior entre a figura feminina, mas as curvas são paralelas, com maiores valores nos extremos das idades, menor de 1 ano e acima de 80 anos. A média de permanência hospitalar é maior entre os homens praticamente em todo a faixa etária até a 3ª década de vida, momento que a média entre os gêneros se iguala e permanece em torno de 7 a 8 dias. O valor médio pago por internação aumenta proporcionalmente com a idade, mas alcança máximo de R$ 3.000,00. DISCUSSÃO: Os homens sofrem mais internações e mais óbitos, uma vez que apresentam maiores fatores de risco cardiovascular, mas as mulheres apresentam taxa de mortalidade maior. Possíveis hipóteses para esses fatos são que elas apresentam coração mais frá-gil, como sugerido em diretrizes norte-americanas. CONCLUSÃO: Dados sobre IAM no Estado de Minas Gerais são compatíveis com os descritos no Brasil e no mundo. Campanhas educativas que alertam a população são constantemente realizadas e controle dos fatores de risco como hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e dislipidemia são essenciais. Rápido diagnóstico e tratamento podem diminuir sensivelmente a morbimortalidade do IAM.

Embolia pulmonar e grande trombo móvel em átrio direito e em artéria pul-monar

ANDRE L PITANGA, HENRIQUE P M PENA, ELISSON F OLIVEIRA, MÁRCIO V L BARROS, JÚLIO T NUNES, RODRIGO C SOARES, PATRICIA T FELIPE, FELIPE A R MARQUES, CINTYA C B MANGIA e MARCOS A M A JUNIOR

Hospital Mater Dei, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Faculdade de Ciências Médi-cas de Minas Gerais - Feluma, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

Introdução: O tromboembolismo pulmonar (TEP) permanece como uma entida-de pouco diagnosticada e com alta mortalidade. A detecção ecocardiográfica de trombo móvel nas câmaras cardíacas direitas permite identificar um grupo de pacientes de alto risco, com elevada mortalidade (29% a 100%). O fibrinolítico é terapêutica reservada à paciente com falência de VD. Relatamos um caso de TEP que documentamos imagens de grandes trombos móveis em átrio direito e em ar-téria pulmonar, com resolução completa após tratamento com heparina. Relato de caso: Paciente masculino, 79 anos, atendido no Pronto Socorro do Hospital, com história de dispnéia e dor torácica, 10 dias de evolução, no 7º dia de tratamento antibiótico devido à hipótese diagnóstica de pneumonia. Apresentava persistência da dispnéia e dor torácica, além de empastamento de panturrilha, sendo então internado. Propedêutica: dímero – D 9881. Ultrassonografia Doppler de membro inferior direito: imagem compatível com trombo em veias femoral comum, femo-ral superficial e profunda, poplítea, tibial posterior e anterior e fibulares. Ecocar-diograma: grande massa (6cm) ecogênica pediculada, aderida à parede livre do átrio direito, próximo à emergência da veia cava inferior, movimentando-se livre e amplamente, em direção ao ventrículo direito, ultrapassando a valva tricúspide, Presença de outra massa ecogênica móvel, 1,08 cm, junto à emergência da arté-ria pulmonar direita. Dilatação de VD e sinais de hipertensão pulmonar (PSAP:55 mmhg). Ressonância magnética confirmou hipótese diagnóstica de trombo in-traatrial. Tratamento instituído: Heparina de baixo peso molecular. Evolução: cursou com estabilidade hemodinâmica e melhora da dispnéia. Ecocardiograma controle, após 2 dias, não mostrou presença de trombo intracardiaco ou intravas-cular, pressão arterial pulmonar e diâmetro de VD normalizados. Conclusão: De-monstramos, neste caso, imagens de trombo intracardíaco e em artéria pulmonar que ilustram muito bem o potencial de gravidade da doença Embolia Pulmonar. A evolução clínica satisfatória associado ao Ecocardiograma controle (regressão da hipertensão pulmonar e desaparecimento do trombo) deram segurança à con-tinuidade do plano terapêutico proposto.

Uso de balão eluído com paclitaxel na reestenose de stent convencional em paciente HIV positivo em tratamento anti-retroviral.

VINICIUS XAVIER DE OLIVEIRA, IGOR FIGUEIREDO DE MORAIS, HENRIQUE HORTA PETRILLO, JOAO CARLOS BELO LISBOA DIAS, MARCO TÚLIO VILLA-ÇA CASTAGNA e TARCÍSIO SIMÃO OLIVEIRA

Hospital Vila da Serra, Belo Horizonte, MG, BRASIL. Introdução: O balão eluído com fármaco tem se mostrado uma ferramenta promis-sora no tratamento de reestenose intra-stent.Relato do Caso: E.A.C., masculino, 43 anos, HIV positivo em uso de anti-retrovi-rais, hipertenso e dislipidêmico, admitido em Abril de 2010 na hemodinâmica para realização de cineangiocoronariografia devido a síndrome coronariana aguda sem supradesnivelamento de segmento ST (SCA SSST). Ao cateterismo, des-cendente anterior (DA) mostrou lesão grave em 1\3 médio, tratada com stent convencional. Em Agosto de 2010, evolui com precordialgia típica, admitido como novo quadro de SCA. Cateterismo demonstrou reestenose grave da borda proximal do stent, sendo tratado com angioplastia com balão eluído com paclitaxel associada a téc-nica de “Kissing Balloon” em ramo diagonal com sucesso. Em Janeiro de 2011, apresentou dor retroesternal associada à dispneia aos pe-quenos esforços. Submetido a novo cateterismo que evidenciou DA com rees-tenose intra-stent discreta (<20%). O primeiro diagonal, de moderado calibre, e demais coronárias encontravam-se isentas de lesões significativas. O paciente encontra-se assintomático e estável desde então. Discussão: Considerando o tratamento atual da doença arterial coronária com a utilização dos stents, convencionais ou farmacológicos, assim como o desafio no controle da reestenose pós-procedimento, procuramos documentar a eficácia de uma recente tecnologia, os balões farmacológicos, para pacientes com risco aumentado de tal evento, como portadores de SIDA, visto que o uso de anti-retrovirais pode estar associado a progressão de lesão coronária.

Impacto do consumo de álcool na qualidade de vida de jovens universitários e sua relação com gênero

ANA PAULA LOPES, CAMILA CRISTINE SANTOS MARTINS, RAISA DO COU-TO VAZ, WALKIRIA LUIZA SILVA DE SOUZA, MARCIA MARIA OLIVEIRA LIMA, DANIELA MARIA SILVA VIANA, MARCO FABRÍCIO DIAS PEIXOTO, PAULO MESSIAS OLIVEIRA FILHO e JULIANA

Universdade Federal Dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, MG, BRASIL.

O uso inadequado de álcool é importante fator de risco para doenças cardiovas-culares (DCV) bem como um grave problema de saúde pública. Apesar de sua aceitação social, seu uso entre universitários pode influenciar também aspectos em sua qualidade de vida (STEMPLIUK, 2005). Devido à grande relevância e prevalência das DCV, esforços têm sido empreendidos no sentido de evitá-las, refletindo na determinação e controle precoce dos fatores de risco (FORJAZ et al 2002; METKUS et al, 2010). A identificação do impacto do consumo de álcool nesta amostra é fundamental na adoção de estratégias de prevenção e combate aos problemas relacionados ao mesmo. Objetivo: avaliar o impacto do consu-mo de álcool na qualidade de vida de jovens universitários e sua associação com gênero. Metodologia: Um estudo transversal avaliou jovens universitários por meio dos questionários AUDIT (Alcohol Use Disorders Identification Test) e SF-36, ambos validados no Brasil (BABOR, 2003; CICONELLI, 1999). Na analise estatística utilizou-se os testes de correlação de Spearman, sendo significativo p<0,05. Resultados: A amostra contou com 127 universitários (52 % mulheres). Na amostra geral não se observou relação significativa entre consumo de álcool e qualidade de vida. Entretanto, após estratificação por gênero notou-se nos ho-mens uma correlação inversa e significativa entre alguns componentes do SF-36 e o AUDIT, quais sejam: estado geral de saúde (r=-0,299, p=0,033), capacidade funcional (r=-0,307, p=0,028) e aspecto físico (r=-0,366, p=0,008). Nos demais domínios, exceto pelo aspecto dor, apesar de correlação inversa, a mesma não foi significativa. Conclusões: Em um grupo de jovens universitários, uma maior dependência no consumo de álcool foi relacionada a uma baixa qualidade de vida nos domínios físicos e estado geral de saúde, no gênero masculino. Sendo assim, a elaboração de estratégias e controle de caráter preventivo para esta população são necessários. Financiamento/Apoio: FAPEMIG/PRPPG-UFVJM

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Choque séptico secundário a endocardite de valva mitral nativa em gestante portadora de estenose mitral (EM) grave: relato de caso

ANA JÚLIA FURBINO DIAS BICALHO, LUISA C.C.BRANT, MARCOS R SOUSA, CHRISTIANO G ARAUJO, GUILHERME J G S PIMENTA, THALES C A A REIS e VINICIUS P B OLIVEIRA

Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Serviço de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular HC-UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

Introdução: A estenose mitral (EM) é a valvopatia mais freqüente na gravidez e está associada a complicações cardíacas em 5 a 30% das pacientes, sendo o edema agudo de pulmão a principal causa de mortalidade. Na presença de EM, 86% das gestantes apresentam piora da congestão pulmonar (CP) no 2º e 3º trimestre de gestação. Infecções podem contribuir para descompensação cardíaca. Relatamos um caso de gestante portadora de EM grave e endocardite de valva mitral internada em UTI do HC/UFMG devido a choque séptico e descompensação cardíaca. Relato de Caso: Gestante de 31 anos, com idade gestacional de 20 semanas, procurou atendimento em Mariana/MG em 31/03/2012 devido a tosse e dispneia. No mesmo dia, evoluiu com insuficiência respiratória, foi intubada e encaminhada à Maternida-de Odete Valadares, sendo admitida com febre, taquicardia, CP e sopro diastólico mitral III/VI. Apresentou instabilidade hemodinâmica e parâmetros de Swan-Ganz mostraram choque misto (cardiogênico e distributivo), sendo iniciados antibióticos venosos e aminas vasoativas. Foi transferida para HC/UFMG em 04/04, sedada, intubada, taquicárdica e em uso de noradrenalina. Os batimentos cardíacos fetais foram considerados normais. Ecocardiografia transtorácica evidenciou EM grave (área valvar 1,17cm2, gradiente médio AE-VE 14mmHg), vegetação de 8 mm, FEVE 72%, PSAP 108 mmHg. Hemoculturas coletadas já em uso de antibióticos foram negativas. Em 05/04, com a estabilidade da pressão arterial, optou-se pelo controle da frequência cardíaca(FC) através de β-bloqueador e da CP através de furosemida. Em 06/04, a paciente encontrava-se estável, com FC ≤ 100 bpm e foi extubada. Em 11/04, recebeu alta da UTI com proposta de terminar o tratamen-to clínico para endocardite e aguardar o evoluir da gestação para possibilitar a viabilidade fetal. Conclusões:A gestação é um estado hiperdinâmico caracterizado por aumento de volume sanguíneo, FC e débito cardíaco, o que pode acarretar à gestante cardiopata episódios de descompensação cardíaca, mais frequentes nas portadoras de lesões estenóticas. Este quadro pode ser exacerbado por infecções, como a endocardite. A identificação da EM permite o uso de estratégias essenciais para a melhora hemodinâmica como o controle da FC e CP

Prevalência de hipertensão arterial aliada à análise do escore de risco de Framingham em pacientes da estratégia de saúde da família de uma cidade interior do estado do RJ

DANIELA DE MELLO PEREIRA, NATHALIA DE OLIVEIRA BOTELHO, NADIA APARECIDA CARNEIRO, DEBORA FERREIRA LAURIANO, GABRIEL ANTONIO BULLEJOS, CHRISTIAN BRANCO BOECHAT, GABRIELA DIAS DE SOUZA e ALINE RIBAS DE LIMA

Centro Universitário de Volta Redonda - UniFOA, Volta Redonda, RJ, BRASIL.

Introdução: Estudos epidemiológicos sobre a hipertensão arterial sistêmica (HAS) permitem conhecer sua distribuição, determinar a dinâmica de risco e controle na sociedade. Este estudo objetiva determinar a prevalência de HAS e estabelecer o risco de infarto do miocárdio e angina pectoris em dez anos nos pacientes de uma Estratégia de Saúde da Família(ESF) no município de Volta Redonda analisando faixa etária, sexo, pressão arterial, razão entre o colesterol total e fração HDL, tabagismo e diabetes mellitus. Métodos: Foram selecionados 100 pacientes (67 mulheres e 33 homens) na ESF São Geraldo em Volta Redonda, sul do estado do Rio de Janeiro, obedecendo aos critérios de inclusão: hipertensos atendidos na ESF São Geraldo entre primeiro de agosto e nove de setembro de 2011; foram excluídos pacientes que não possuíam exame laboratorial recente. Trata-se de um estudo transversal descritivo e analítico, com amostra de conveniência. Foi utilizado um questionário contendo os dados necessários para o escore de risco de Framingham. Resultados: Quanto ao último valor de PA aferido, 47% dos pa-cientes foram classificados como hipertensão estágio 1, 13% como hipertensão estágio 2 e 6% como hipertensão estágio 3. Do total, 35% possuem diabetes mellitus e 15% são tabagistas. Quanto à análise do escore de Framingham, 45% das mulheres foram classificadas como baixo risco (escore menor que 10%), 45% foram classificados como risco intermediário (entre 10 e 20%) e 10% classificadas como alto risco (maior que 20%). Dentre os homens, 15% são de baixo risco, 37% de risco intermediário e 48% são de alto risco para doenças cardiovasculares. Conclusões: A prevalência de HAS e de seus fatores de risco é um dado de gran-de valia para orientar o planejamento das políticas de saúde. O cálculo do risco do escore de Framingham permitiu uma análise da perspectiva à longo prazo dos eventos cardiovasculares nessa população, com destaque para a população masculina em que 48% possui alto risco. Os índices de HAS encontrados neste estudo (66%) são superiores a média nacional (30%). Tais dados são alarmantes e direcionam para a implementação e reforço de medidas preventivas e terapêu-ticas na comunidade.

Produção de cartilha infantil para prevenção de doenças cardiovasculares

MARINA DE OLIVEIRA RAMALHO TARBES, POLLYANA DE REZENDE CASTILHO, MARIANA OLIVEIRA FERREIRA, FLAVIA EUZEBIO DOMINGUES, JOSE REINALDO DE OLIVEIRA JUNIOR, SAMUEL HENRIQUE VIEIRA OLIVEIRA, GUSTAVO ANTONIO OLIVEIRA, SARAH FUMIAN MILWARD DE AZEVEDO e LUCIANA MOREIRA LIMA

Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, BRASIL.

Introdução: A cartilha visa utilizar-se da influência da educação infantil no remo-delamento dos hábitos familiares a fim de prevenir as doenças cardiovasculares (DCV), visto que essas representam a principal causa de morbimortalidade na população brasileira. O objetivo deste estudo foi a produção de uma cartilha a ser utilizada na educação em saúde cardiovascular das crianças, buscando aventar ações de educação no intuito de promover o empoderamento da população infan-til nas questões relativas à saúde e cidadania. Métodos: Trata-se de um estudo qualitativo com a metodologia ativa da problematização. Foi constatada a neces-sidade de diferenciar a abordagem de adultos e crianças quanto à prevenção de DCV. Foi produzido um roteiro direcionado ao público infantil, em seguida a problematização indicou que a melhor forma de despertar o interesse dessa faixa etária seria buscar um método interativo de aprendizagem, o qual seria por meio de desenhos manuais, baseados no roteiro inicial, possibilitando que os mesmos pudessem ser coloridos pelas crianças. A validação do material será realizada utilizando-se um estudo com a opinião de 40 crianças, que receberão a cartilha e as explicações dos pesquisadores, em seguida poderão interagir com o material, colorindo e levando para casa. Posteriormente os pesquisadores aplicarão um questionário estruturado, com consentimento do responsável pela criança. Resul-tados: As cartilhas educativas que serão utilizadas inicialmente já estão em fase de impressão, para sua posterior validação. O método aplicado na produção do material contribuiu para o raciocínio científico e criativo dos pesquisadores, para o aprendizado do trabalho em equipe e para a integração entre as diferentes in-terfaces da prevenção das DCV. Conclusões: Depreende-se, deste trabalho, que a cartilha poderá atuar na interface educação/saúde buscando formar uma cultura de prevenção de DCV no núcleo familiar. A versão final do material depende da sua validação, através da qual será avaliada a necessidade de alterações no roteiro, nos desenhos e até na metodologia, visando atingir o público alvo, uma vez que abordagem da prevenção das DCV para crianças e adultos deve ser realizada de maneira diferenciada.

Folders educativos para prevenção de doenças cardiovasculares

JOSE REINALDO DE OLIVEIRA JUNIOR, SAMUEL HENRIQUE VIEIRA OLIVEIRA, GUSTAVO ANTONIO OLIVEIRA, VALERIA CRISTINA DE FARIA, MARINA DE OLI-VEIRA RAMALHO TARBES, POLLYANA DE REZENDE CASTILHO, FLAVIA EUZE-BIO DOMINGUES, MARIANA OLIVEIRA FERREIRA e LUCIANA MOREIRA LIMA

Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, BRASIL.

Introdução: A elaboração de estratégias que visem minimizar os fatores de ris-co cardiovascular é importante para a prevenção das doenças cardiovasculares (DCV). A conscientização é uma etapa decisiva à adesão individual de hábitos de vida mais saudáveis. O objetivo deste estudo foi descrever a produção e uti-lização de folders educativos que podem auxiliar na educação em saúde para prevenção de DCV. Métodos: Trata-se de um estudo qualitativo com a elaboração de materiais educativos destinados à população em geral. O folder foi eleito como modelo para sua confecção. Preocupou-se, principalmente, em criar meios infor-mativos de fácil compreensão pela população leiga, que fossem capazes de es-clarecer as dúvidas a respeito dos principais fatores de risco cardiovascular. Para isto utilizou-se de várias imagens, frases curtas e linguagem simples. Atentou-se, ainda, para que o leitor pudesse formar um raciocínio a cerca do desenvolvimento das DCV. Para validação dos modelos produzidos os mesmos foram submetidos à avaliação por indivíduos de faixas etárias e escolaridades diversas. Buscou-se reconhecer os graus de entendimento e de interesse produzidos aplicando-se questionário apropriado após a leitura. A confecção dos folders foi realizada de forma que todos apresentassem uma parte que o paciente poderia interagir com o mesmo, anotando informações sobre hábitos alimentares, resultado do perfil lipídico, frequência de exercícios físicos, entre outras. Resultados: Foram elaborados quatro folders com os títulos: “Doenças Cardiovasculares: é possível evitá-las?”, “Tenho aumento de colesterol no sangue. E agora?”, “Entendendo as dislipidemias” e “De olho no sedentarismo”. O uso destes materiais no aconse-lhamento da prevenção de DCV facilitou o trabalho da equipe, uma vez que os pacientes conseguiram entender melhor o que foi explicado pelos pesquisadores. Conclusão: A interação dos pacientes com os folders além de auxiliar na com-preensão dos objetivos do estudo e facilitar o trabalho da equipe envolvida com a educação em saúde para prevenção de DCV, também evitou que os indivíduos descartassem os materiais educativos, uma vez que os mesmos apresentavam informações pessoais anotadas pelo próprio paciente.

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Toxicidade pulmonar pela amiodarona

DANILO TEIXEIRA RASSI, THAISSA BRANDAO FONSECA, DANIEL DELALI-BERA EVANGELISTA, LOIDE CUNHA DE FARIA, MARCONY MARTINS MAXI-MO, AFONSO CELSO ALVES DE SOUZA, FABRÍCIO HENRIQUE ALMEIDA E SILVA e ANTONIO MALAN CAVALCANTI LIMA

Hospital Geral de Goiânia, Goiânia, , BRASIL.

Introdução- A amiodarona é muito utilizada para tratamento de arritmias cardí-acas, porém a mesma está associada a vários efeitos colaterais. A toxicidade pulmonar relacionada a amiodarona foi primeiramente descrita em 1980, sendo sua incidência estimada de 5 a 10%. A pneumopatia por essa droga constitui-se em um importante diagnóstico diferencial entre os pacientes que se apresentam com dispneia quando estão em uso desta medicação. A dose total acumulada é mais importante que a dose diária e seu quadro clínico é geralmente insidioso. O tratamento consiste em suspensão da amiodarona e substituição da mesma por outro antiarrítmico. Descrição de caso clínico com imagens, sugestivas de toxici-dade pulmonar induzida pela amiodarona. Discussão- O mecanismo da toxicida-de pulmonar induzida por amiodarona ainda é desconhecido, porém existem duas hipóteses sugeridas: resposta imuno-mediada e efeito tóxico direto. O quadro clínico na maioria das vezes é insidioso, caracterizado por tosse não produtiva, dispneia progressiva, perda de peso e algumas vezes febre baixa. Esse tipo de apresentação ocorre geralmente após 2 meses do início da terapia com doses superiores a 400mg , e está relacionada a infiltrado pulmonar intersticial. Existe outra forma de apresentação mais aguda que ocorre após semanas do início da droga. Nessa forma a dispneia, febre e tosse são mais importantes e o infiltrado pulmonar é de padrão alveolar. No exame físico são encontrados estertores finos bilaterais. Fazem parte do diagnóstico diferencial insuficiência cardíaca congesti-va, pneumonia e tromboembolismo pulmonar. O diagnóstico é baseado no quadro clínico e radiológico, associado ao exame anatomopatológico obtido por biópsia transbrônquica. O tratamento consiste em suspensão da droga e substituição da mesma por outro antiarrítmico. Em casos severos a corticoterapia traz bons re-sultados e deve ser associada quando apenas a suspensão da amiodarona não é suficiente. Conclusão- Os potenciais efeitos colaterais da amiodarona devem ser lembrados durante a prescrição da mesma para pacientes com arritmia cardíaca.

Miocardiopatia periparto

DANILO TEIXEIRA RASSI, DANIEL DELALIBERA EVANGELISTA, MARCONY MARTINS MAXIMO, LOIDE CUNHA DE FARIA, THAISSA BRANDAO FONSE-CA, AFONSO CELSO ALVES DE SOUZA, FABRÍCIO HENRIQUE ALMEIDA E SILVA e ANTONIO MALAN CAVALCANTI LIMA

Hospital Geral de Goiânia, Goiânia, GO, BRASIL.

Introdução A miocardiopatia periparto é uma doença rara e de etiologia ainda desconhecida, porém com vários fatores de risco conhecidos. Sua evolução está associada à progressão da insuficiência cardíaca (ICC), sendo seu tratamento o mesmo que a terapia padrão para ICC. O prognóstico é bastante variável, estando relacionado a apresentação clínica inicial, ao grau de disfunção ventricular dentro de seis meses e da instituição precoce e resposta à terapêutica.Discussão A sua incidência varia entre 1/1.300 e 1/15.000, sendo uma causa rara de insu-ficiência cardíaca. Várias causas têm sido propostas, como miocardite, má res-posta adaptativa ao estresse hemodinâmico da gravidez, resposta imunológica materna a um antígeno fetal, tocólise e deficiência de selênio. Fatores de risco incluem idade materna avançada, multiparidade, raça negra, pré-eclâmpsia, hi-pertensão gestacional, gravidez gemelar, tocólise prolongada e terapia prolonga-da com beta-adrenérgicos. Os critérios diagnósticos são: insuficiência cardíaca iniciada no último mês de gravidez ou nos primeiros cinco meses de pós-parto, ausência de causa determinável de insuficiência cardíaca. E critérios ecocardio-gráficos. Peculiaridades do tratamento: administrar digoxina, diurético de alça, restrição de sódio e agentes redutores da pós-carga (hidralazina e nitratos), anti-coagulação com heparina pelo alto risco de trombose venosa e pulmonar. Des-crição de relato de caso com exames. Conclusão Seu diagnóstico é considerado um desafio clínico, uma vez que a instituição precoce de terapêutica eficaz, conduz a uma recuperação da função ventricular esquerda, conferindo bom prognóstico. Gestações futuras são contra-indicadas em casos de disfunção ventricular persistente, sabendo-se que a taxa de recor-rência é de cerca de 85% e a de mortalidade em torno de 60%.

Avaliação de lesões coronarianas intermediárias pelo ultra-som intracoro-nário: relato de caso

JOAO CARLOS BELO LISBOA DIAS, JOSEPH FABIANO G SANTOS, MARCO TÚLIO VILLAÇA CASTAGNA, LUCIANO LOMBARDI DE LUCCA, RENE DE AL-CANTARA MIRANDA, HENRIQUE HORTA PETRILLO, FABIANO AMARAL FUL-GÊNIO DA CUNHA, IGOR FIGUEIREDO DE MORAIS, VINICIUS XAVIER DE OLIVEIRA e TARCÍSIO SIMÃO OLIVEIRA

INSTITUTO MATERNO INFANTIL DE MINAS GERAIS, NOVA LIMA, MG, BRASIL - CENTRO DE ESTUDOS CLÍNICOS EM MEDICINA-CEM, NOVA LIMA, MG, BRASIL. Paciente S. M. S. S., 56 anos, 70Kg, 1.65cm, coronariopata, hipertensa, dislipidê-mica, admitida em um serviço de hemodinâmica privado de Nova Lima-MG no dia 27/04/2011 para realização cineangiocoronariografia, devido a angina recorrente apesar de tratamento clínico e Teste ergométrico prévio positivo para isquemia. Apresentou ao exame: coronária direita com lesão discreta no terço médio (20-30%), tronco de coronária esquerda (TCE) com lesão de 40% em terço médio e função contrátil preservada. Sugerido melhora do tratamento clínico. No dia 01/07 retorna apresentando angina típica recorrente na última semana refratária ao tratamento clínico. ECG com retificação de ST em V5 e V6, sem supra ou infra desnivelamento. Melhora da dor com nitrato e morfina. Ecocardiograma, com fração de ejeção de 63%, ventrículo esquerdo (VE) com hipertrofia miocárdica concêntrica leve, função sistólica preservada em repouso e disfunção diastólica do VE grau I. Troponina negativa. Durante a internação paciente apresentou epi-sódio recorrentes de dor torácica e um episódio de síncope. Realizado ultrasom intra-coronariano que mostrou: estenose luminal de 68% de TCE que se estende até o terço proximal de DA, correspondendo a 59% de estenose nesta, com remo-delamento negativo. Realizado no dia 20/07 implante de stent farmacológico, na lesão com ótimo resultado angiográfico e ultrassonográfico. No dia 26/07 recebe alta hospitalar assintomática com proposta de controle ambulatorial. Discussão: De acordo Daniel et al a angiografia coronariana, apesar de bom método diag-nóstico, possui diversas limitações, entre elas, tratar de maneira bidimensional o estudo de um vaso tridimensional, o que dificulta a determinação anatômica da lesão. Além de haver dificuldade em precisar a gravidade da lesão, uma vez que calcificações, excentricidades, angulações interferem negativamente nessa ava-liação. Com isso, a avaliação e conduta a ser tomada nessas lesões intermediá-rias ainda não está bem elucidada, pois seu significado hemodinâmico continua relacionando-se com a interpretação do observador.

Miocardiopatia hipertrófica e via anômala anteroseptal

TIAGO DAL BO, BEATRIZ E G QUIRINO, GUSTAVO F WERNER, KLEISSON A P MAIA, ESTEVÃO LANNA F, MATHEUS SIGILIANO C, PAULO CESAR FERREI-RA S e JULIANA V SCATOLINO

Hospital Life Center, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

Cardiomiopatia hipertrófica (CMH) é a doença genética de maior prevalência, afetando 0,2% da população geral. É caracterizada por sintomas de disfunção diastólica, resposta vascular anormal, e isquêmia miocárdica. Ao ecocardiogra-ma (ECO-TT) pode ser visualizado hipertrofia miocárdica e septal assimétrica. Esses pacientes podem evoluir com síncope, tromboembolismo, endocardite e até morte súbita por arritmia ventricular. O tratamento consiste em medidas far-macológicas (IECa, ß-bloqueador, ablação septal percutânea com álcool, cardio-desfibrilador implantável [CDI]).RELATO DE CASO: Adolescente, 14 anos, com relato de sopro cardíaco na in-fância por forame oval patente que evoluiu com fechamento espontâneo. Evo-luindo há 25 dias com cansaço e sinais congestivos, inicialmente tratados como bronquite e peneumonia. Procurou assistência médica em hospital particular, sendo constatado ritmo irregular. Realizado ECG onde foi evidênciado fibrilação atrial (FA), sendo transferido para unidade coronariana desta instituição no dia 22/05/11, onde foi inciado medidas anticongestivas e controle da frequência car-díaca. Submetido a ECO-TT que apresentou cardiomiopatia hipertrófica concên-trica com leve predomínio septal e fração de ejeção de 41%. Optado por anticoa-gulação e cardioversão elétrica (CVE) após ECO-TE. No dia 29/05 foi submetido à CVE intercorrendo com taquicardia ventricular sustentada (TVS) e instabilidade hemodinâmica, sendo prontamente revertida. Realizado estudo eletrofisiológico (EEF) em 09/06, apresentando via anômala anteroseptal e TVS a estimulção, sequido de ablação da via. No dia 16/06 submetido a implantado de CDI e alta hospitalar em 26/06 com losatan, espironolactona, carvedilol, amiodarona e sem marevam devido hematoma em sítio de CDI.CONCLUSÂO: A via anômala pode estar presente em 1 a 2% dos casos de CMH, devendo apresentar avaliações individualizadas para realização de EEF.

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Caracterização da variabilidade da frequência cardíaca de homens e mulhe-res de meia idade

MATHEUS GARCIA GOMES, MAYARA SIMOES, FERNANDO SEIJI DA SILVA, APARECIDA MARIA CATAI e LUCIANA DUARTE NOVAIS

Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, MG, BRASIL - Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP, BRASIL.

INTRODUÇÃO: A modulação autonômica da frequência cardíaca (FC) é influen-ciada por vários fatores fisiológicos, entre eles, o gênero. Sabe-se que as mu-lheres apresentam menor risco cardiovascular, comparadas aos homens até a fase do climatério. Porém, a partir dessa fase o risco cardiovascular se iguala. O objetivo do trabalho foi de caracterizar e comparar o controle autonômico da frequência cardíaca de homens e de mulheres de meia idade, em diferentes posições, em repouso. MÉTODOS: Foram estudados 6 homens (GM - 49anos, 80,3kg, 1,8m e 26,2kg/m2) e 6 mulheres(GF - 48anos, 64,5kg, 1,6m e 26,5kg/m2), durante a coleta da variabilidade da frequência cardíaca (VFC), utilizando um cardiofrequencímetro da marca POLAR, modelo RS800CX, nas posições su-pino e sentado, durante respiração espontânea, por 10 minutos em cada posição. Para análise dos dados foi utilizado estatística paramétrica. Os resultados estão expressos em média e desvio padrão. RESULTADOS: Os valores de FC e os índices da VFC no GM, nas posições supina e sentada, foram respectivamente: FC: 70,8bpm e 74,0bpm; RMSSD: 19,1ms e 27,2ms; pNN50:1,5% e 2,9%; BF: 361ms2 e 1068ms2; AF: 149ms2 e 275ms2; BF/AF: 3,2 e 4,4. Para o GF, os valores de FC e os índices da VFC, nas posições supina e sentada, foram res-pectivamente: FC: 74,7bpm e 81,5bpm; RMSSD: 28,9ms e 27,9ms; pNN50:3,4% e 2,6%; BF: 908ms2 e 1251ms2; AF: 338ms2 e 315ms2; BF/AF: 3,5 e 4,3. Na comparação intra-grupo não foram encontradas diferenças estatisticamente sig-nificantes quando comparado os valores de FC e sua variabilidade entre as po-sições supina e sentada; da mesma forma, na comparação intergrupos também não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas. CONCLUSÃO: Os voluntários não mostraram modificação no balanço autonômico durante a mu-dança postural de supino para sentado, sugerindo que essa manobra pode não ter sido provocativa o suficiente para induzir alterações nos índices de VFC dos grupos estudados.Apoio financeiro: FUNEPU (processo nº 928/2010) e CNPq (processo nº 557752/2009-4)

Pericardite aguda, como manifestação isolada da infecção pelo vírus Eps-tein-Barr, simulando infarto agudo do miocárdio - relato de caso

ESTEVÃO LANNA FIGUEIREDO, ROBERTO DRUMOND FERREIRA DE MELO, GUSTAVO FONSECA WERNER, BEATRIZ EUGENIA GOMES QUIRINO, KLEIS-SON ANTÔNIO PONTES MAIA e EDUARDO BELISÁRIO FALQUETO

HOSPITAL LIFECENTER, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - HOSPITAL FELÍ-CIO ROCHO, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL. FUNDAMENTOS: Infeções pelo vírus Epstein-Barr (EBV) frequentemente resul-tam em mononucleose infecciosa, cujos sintomas clássicos são dor de garganta, linfadenomegalias e febre. Manifestações cardíacas clinicamente significativas são incomuns. As pericardites agudas têm as viroses como etiologia em 30-50% dos casos. Normalmente há pródromos de febre, mialgia, mal-estar e a mani-festação típica é de dor torácica retroesternal, frequentemente pleurítica, com supra-desnivelamento difuso de ST ao ECG. Alguns pacientes não manifestam estes pródromos e apresentam dor torácica e eletrocardiograma sugestivos de infarto agudo do miocárdio (IAM). A pericardite, como manifestação isolada da infecção pelo EBV é pouco relatada na literatura. Apresentamos um caso de pericardite por EBV, que simulou IAM e apresentou boa evolução. RELATO DO CASO: Homem, 42 anos, previamente assintomático, sem co-morbidaddes. Qua-dro súbito de dor retroesternal, intensa e em aperto, durante atividade física, de duração prolongada. Afebril, eupnéico, PA = 120/80 FC= 76 Auscultas cardíaca e pulmonar normais. ECG: Rítmo sinusal, supra-ST, de 1,5 mm, em D1, avL, V4-V6. Não alterou marcadores de necrose miocárdica. Observado linfocitose discreta. Levado ao cateterismo, que evidenciou coronárias isentas de ateroma-tose significativa. Ressonância nuclear magnética cardíaca (RNMC) evidenciou sinais de pericardite aguda, sem envolvimento miocárdico, e função ventricular normal. Iniciado Ibuprofeno. Sorologias revelaram infecção aguda pelo EBV (IgM e monoteste positivos) e demais sorologias negativas. Não manifestou linfade-no ou visceromegalia clínica ou ultrassonográfica. Evoluiu com melhora clínica e eletrocardiográfica progressivas. Recebeu alta em boas condições clínicas e en-contra-se estável, sem complicações, seis meses após o quadro. CONCLUSÃO: RNMC e sorologia foram importantes para o diagnóstico desta rara manifestação isolada de infecção pelo EBV.

Dissecção aguda da aorta do tipo a tratada conservadoramente, com boa evolução - relato de caso

RAQUEL LEÃO SILVA, ISABELA VIANA DE PAIVA, GUSTAVO FONSECA WER-NER, BEATRIZ EUGENIA GOMES QUIRINO, KLEISSON ANTÔNIO PONTES MAIA, RICARDO LUIZ ALVES SANTIAGO e ESTEVÃO LANNA FIGUEIREDO

HOSPITAL LIFECENTER, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL - FUNDAÇÃO EDU-CACIONAL LUCAS MACHADO, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL. FUNDAMENTOS: A dissecção aguda da aorta é uma emergência médica. Inci-dência anual: 3/100.000, 65% homens, idade média 63 anos. Mortalidade: 21% em 24h, 37% em 48 h, 49% em 4 dias e 74% em 2 semanas.75% associam-se a hipertensão arterial e aterosclerose; manipulação cirúrgica prévia e canulação da aorta ascendente são causas menos comuns. Classifica-se, anatomicamente, em Tipo A (comprometimento da aorta ascendente); Tipo B (aorta descendente). O quadro clínico manifesta-se por dor torácica intensa, de início súbito, caracteri-zada como lancinante; é retroesternal nas dissecções Tipo A e dorsal ou lombar nas dissecções Tipo B; em até 10% dos casos não há dor. O Ecocardiograma transtorácico (ECOTT) permite o diagnóstico das dissecções do Tipo A, mas tem baixa sensibilidade. A angiotomografia (AngTC) da aorta tem sensibilidade de 83-98% e especificidade 87-100%. O tratamento da dissecção do Tipo A é a ci-rurgia de emergência na maioria dos casos; no Tipo B geralmente é coservador.O EuroSCORE é um importante índice preditor da mortalidade em cirurgia cardíaca, e ajuda na definição da indicação do tratamento. RELATO DO CASO: Mulher, 75 anos, hipertensa, diabética, coronariopata (cirurgia de revascularização do mio-cárdio há 5 anos). Iniciou com intensa dor em aperto, retroesternal, irradiando-se à região cervical e tórax posterior, contínua, duração de 18 horas. FC: 66. PA: 150/110. Exame clínico sem outras alterações importantes. ECG sem alterações isquêmicas. Marcadores de necrose miocárdica negativos.Rx tórax: aorta alonga-da e mediastino alargado. Eco TT sugeriu dissecção da aorta, confirmada à Ang-TC (Tipo A). Mortalidade prevista ao EuroSCORE, à admissão: 39%. Optou-se pelo tratamento conservador (nitroprussiato de sódio e betabloqueador). Evoluiu assintomática, com establidade clínica, recebendo alta hospitalr após 14 dias e encontra-se estável, sem novos eventos, após 1 ano. CONCLUSÃO: Este caso mostrou uma rara decisão de se tratar conservadoramente a dissecção aguda da aorta ascendente, baseado no do EUROSCORE, e que apresentou boa evolução.

Comparação da frequência cardíaca e sua variabilidade em diferentes po-sições

MATHEUS GARCIA GOMES, MAYARA SIMOES, ANA CAROLINA NOCITI LO-PES FERNANDES, GABRIELA AGUIAR MESQUITA GALDINO, FERNANDO SEIJI DA SILVA, APARECIDA MARIA CATAI e LUCIANA DUARTE NOVAIS

Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, MG, BRASIL - Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP, BRASIL.

INTRODUÇÃO: A mudança da posição supina para sentada ocasiona modifica-ções das variáveis cardiovasculares devido aos desvios hidrostáticos e respostas reflexas adaptativas, causadas pelo deslocamento de sangue das extremidades superiores para as inferiores, diminuição do volume sistólico, aumento da FC para manutenção do débito cardíaco e da pressão arterial sistêmica, ativação dos mecanoceptores arteriais e cardiopulmonares e integração de informações periféricas e centrais. Ainda tem sido observado variações na modulação vago-simpática, envolvendo a ativação das vias eferentes simpáticas e menor atuação da eferência parassimpática para o coração. O objetivo do trabalho foi comparar a variabilidade da frequência cardíaca (VFC) entre as posições supino e sentado em jovens saudáveis. MÉTODOS: Foram avaliados 8 jovens (20,5anos, 63,9kg, 1,7m, 22,9kg/m2). Durante coleta da VFC, utilizando um cardiofrequencímetro da marca POLAR, modelo RS800CX, nas posições supino e sentado (10 minutos cada posição) em respiração espontânea). Para análise da VFC foi utilizado índi-ces no domínio do tempo (RMSSD e pNN50) e da freqüência (baixa frequência-BF, alta frequência-AF e a razão BF/AF). Foi utilizado estatística paramétrica, com nível de significância de 5%. RESULTADOS:Os valores de FC e os índices de VFC estão apresentados na tabela abaixo. Foram encontradas reduções sig-nificativas nos índices RMSSD e pNN50, indicando uma redução da modulação parassimpática na passagem da posição supina para sentada. As demais variá-veis apresentam o mesmo padrão de alteração, apesar das diferenças não terem atingido significância estatística. CONCLUSÃO: Ocorre alteração da variabilidade da FC durante mudança de posição, tendo sido evidenciado uma redução da mo-dulação parassimpática na posição sentada. Apoio Financeiro: CNPq (processo nº 557752/2009-4) e FUNEPU (processo nº 928/2010)

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Miocardiopatia chagásica descompensada como possível Síndrome de Re-constituição Imune em paciente com SIDA

CARLA STARLING HUBNER, RENATA ELIANE DE ÁVILA, RENATA LANNA MA-CIEL, VIVIANE CRUZ DIAS, FRANÇOIS DELIGNE, HOSANA RAMOS FERNAN-DES, LEONARDO DE CAMPOS CORREA OLIVEIRA, MARCELO AUGUSTO ANTUNES DE CARVALHO e VIVIANE CELESTINO DOS SANTOS

Centro Universitário de Belo Horizonte -UniBH, Belo Horizonte, MG, BRASIL - CTR-DIP Orestes Diniz UFMG/PBH, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Faculdade de Medicina da UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

Introdução: Em pacientes portadores de infecção pelo HIV, diversas infecções oportunistas podem se manifestar como Síndrome de Reconstituição Imune (SRI), associada ao início da terapia anti-retroviral (TARV) com resposta imuno-virológica. Entretanto, pouco é conhecido sobre a descompensação da miocar-diopatia chagásica como SRI. Relatamos o caso de uma paciente, previamente assintomática, que apresentou sinais de insuficiência cardíaca chagásica após início dos anti-retrovirais. Relato de caso: Mulher, 50 anos, portadora de hipo-tireoidismo controlado e infecção pelo HIV diagnosticada em 2003, sem outras comorbidades, em acompanhamento ambulatorial regular. Manteve-se assinto-mática até abril de 2008, quando iniciou quadro de astenia, hiporexia e ema-grecimento. Em agosto do mesmo ano, evoluiu com piora clinica e imunológica. Foi iniciada TARV (Zidovudina/Lamivudina/Efavirenz), com boa tolerância. Após três meses, a paciente encontrava-se assintomática e exames revelaram eleva-ção significativa dos níveis de linfócitos T CD4+ e indetecção da carga viral. Em Fevereiro de 2009, retornou para consulta, após internação hospitalar devido a sintomas de insuficiência cardíaca. Na ocasião, a propedêutica revelou sorologia positiva para Doença de Chagas e Ecocardiograma mostrou disfunção cardíaca acentuada (Fração de ejeção do ventrículo esquerdo: 25%). A paciente encon-trava-se em classe funcional (CF) III e, após otimização do tratamento, evoluiu para CF II. Discussão: Formas de reagudização da Doença de Chagas na in-fecção pelo HIV têm sido descritas principalmente com o comprometimento do sistema nervoso central. A reativação da miocardite também pode ser vista em graus avançados de imunossupressão, a maioria com níveis de linfócitos T CD4+ inferiores a 200 células/mm3. Ao contrário da descrição habitual da literatura, no caso relatado a descompensação ocorreu após a reconstituição imunovirológica o que traz como possibilidade a ocorrência de SRI.

Síndrome de hiperperfusão após angioplastia de carótida- relato de caso

ESTEVÃO L FIGUEIREDO, GUSTAVO F WERNER, ISABELA V PAIVA, RAQUEL L SILVA, ROBERTO D F MELO, CARLOS B A S FILHO e RICARDO S QUADROS

Hospital Lifecenter, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação Ciências Médicas, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

FUNDAMENTOS: a doença arterial carotideana é responsável por 20% dos even-tos cerebrovasculares. Angioplastia, com implante de stent, é uma alternativa de tratamento. Dentre suas complicações, a síndrome de hiperperfusão com hemor-ragia intracraniana é a mais grave, com incidência de 0,3% a 1,2%, e mortalidade de 37% a 80%. Os fatores de riscos são: estenose crítica na artéria carótida in-terna, doença grave na carótida interna contralateral, hipertensão e acidente vas-cular cerebral. A hipótese mais difundida é que o hiperfluxo de carótida resulta de alterações da autorregulação do fluxo sanguíneo cerebral. A apresentação clínica consiste em: cefaléia pulsátil ipsilateral de localização facial, temporal ou retro-orbital, vômitos, déficits focais e convulsões. A prevenção inclui monitorização cuidadosa da pressão arterial e seu controle com beta-bloqueadores. MÉTODOS: relata-se caso de síndrome de hiperperfusão pós angioplastia de carótida com má evolução. RELATO DE CASO: homem, 71 anos, hipertenso, ex-tabagista. Admi-tido com disartria e desvio da comissura labial e hemiparesia no dimidio direito, com 7 horas do início dos sintomas. Ao Exame: pupilas isocóricas, fotorreativas, nível de consciência normal, PA: 130/80mmHg, FC:82 bpm, sopro carotídeo bila-teral, sem outras alterações. Tomografia de encéfalo (TC): sem sinais de isquemia ou hemorragia agudas Angio-Ressonância cervical e cerebral: compatível com isquemia aguda, na região fronto-têmporo-parietal esquerda, oclusão total da ca-rótida interna direita e estenose grave da carótida interna esquerda. Submetido a angioplastia com implante de stent na carótida interna esquerda, com bom resul-tado angiográfico. Duas horas após o procedimento, intercorreu com rebaixamen-to do sensório. Nova TC de encéfalo: sangramento parenquimatoso, fronto-tem-poro-pariental esquerdo, desvio da linha média e hidrocefalia moderada. Evoluiu para coma aperceptivo e arreativo; constatado morte encefálica. CONCLUSÃO: A síndrome de hiperperfusão é uma complicação grave da revascularização percu-tânea de carótida. A identificação dos pacientes de risco e o controle agressivo da hipertensão podem minimizar o impacto dessa intercorrência

Pancreatite aguda como causa de elevação do segmento ST, simulando in-farto agudo do miocárdio – relato de dois casos.

ESTEVÃO L FIGUEIREDO, GUSTAVO F WERNER, ISABELA V PAIVA, RAQUEL L SILVA, TIAGO DAL BO, ISAAC H SAMPAIO e CHRISTIANO G ARAUJO

Hospital LIfecenter, Belo Horizonte, , BRASIL - Instituto de Pesquisa e Pós-Gra-duação Ciências Médicas, Belo Horizonte, , BRASIL.

INTRODUÇÃO: O supradesnivelamento do segmento ST (supra-ST) secundário a pancreatite aguda foi descrito pela primeira vez em 1934 por Drummond; a fisiopatologia é incerta . Sabe-se que outras patologias inflamatórias e infeccio-sas também podem alterar o segmento ST, e o conhecimento destas é de suma importância, para se evitar tratamento errôneo de suposta alteração isquêmica. MÉTODOS: Relatam-se 2 casos de pancreatite e supra ST, simulando IAM. RE-LATO DE CASOS: foram registrados 2 casos, ambos do sexo masculino : caso 1: 58 anos, tabagista, etilista, hipertenso. Apresentou dor tóraco-epigástrica, náu-seas e sudorese. Exame físico sem alterações significativas. Eletrocardiograma (ECG) apresentou supra-ST de V2 a V4, 2-3mm . Iniciado protocolo de SCA e estreptoquinase. Evoluiu com resolução do supra-ST, mas manteve dor tóraco-epigástrica. Novo ECG revelou recorrência do supra nas mesmas derivações. Foi encaminhado a angioplastia de resgate. Cineangiocoronariografia mostrou atero-matose coronariana difusa leve a moderada. Manteve dor epigástrica; marcado-res de necrose miocárdica (MNM) sem alterações, ecocardiograma transtorácico (ECO-TT) sem alterações segmentares. Observou-se elevações de amilase e lipase. Ultrassonografia e tomografia abdominal confirmaram pancreatite edema-tosa. Evoluiu com melhora progressiva. Caso 2: 63 anos, hipertenso , obeso, história familiar de SCA. Iniciou quadro de dor epigástrica, associada a náuseas, de 3 horas de duração. Exame físico de alterações significativas. ECG eviden-ciou alteração dinâmica com supra ST de V1 a V4 de 2 mm. Iniciado protocolo de SCA, com redução parcial da dor e redução quase completa do supra ST. Manteve dor tóraco-epigástrica. ECO-TT não mostrou alterações significativas; submetido a cineangiocoronariografia sem alterações e não houve elevação dos MNM. Persistiu com dor na região epigástrica irradiando para hipocôndrio direito. Ultrassonografia abdominal evidenciou colecistolitíase e sinais de pancreatite. Observou-se elevação de enzimas pancreáticas. Evoluiu com melhora do qua-dro clínico e laboratorial. CONCLUSÂO: Estes casos ressaltam a importância do diagnóstico diferencial das patologias associadas a alterações no segmento ST para devida propedêutica.

Importância do teste de esforço no diagnóstico da síndrome do QT longo

ANDERSON FERREIRA LEITE, IGOR FERREIRA DE SALES, RENATA FELICIO BRAGA, REYNALDO DE CASTRO MIRANDA, TEREZA AUGUSTA GRILLO e ANDRÉ ASSIS LOPES DO CARMO

Hospital das Clínicas / UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

Introdução: A síndrome do QT longo (SQTL) representa um grupo diverso de alterações na repolarização miocárdica caracterizado pelo prolongamento do intervalo QT no eletrocardiograma. Associa-se a risco aumentado de arritmias ameaçadoras da vida, em especial taquicardia ventricular polimórfica. Existem formas adquiridas e congênitas. Estas se relacionam com mutações de genes que codificam canais iônicos de cardiomiócitos.Objetivo: Relatar o caso de uma criança com síncope recorrente em que se fez diagnóstico de SQTL com auxílio do teste de esforço.Relato de caso: Paciente do sexo masculino, 10 anos, previamente hígido. Procu-rou atendimento médico com relato de três episódios de síncope durante esforço físico. Sem comorbidades ou uso de medicamentos. História familiar de morte súbita negativa. Exame físico e eletrocardiograma de repouso sem alterações. Ecocardiograma não demonstrou cardiopatia estrutural. Realizado teste ergomé-trico que foi interrompido após 11 minutos por cansaço físico e não demonstrou arritmias; todavia o intervalo QT corrigido se elevou de 470 ms pré-esforço para 600 ms no terceiro minuto de recuperação. Os achados permitiram firmar o diag-nóstico de SQTL e foi iniciado propranolol na dose de 3,0 mg/Kg/dia com boa tolerância. Paciente permanece assintomático, sem recorrência de síncope, em acompanhamento de dois anos. Feito screening familiar e identificado alargamen-to do intervalo QT em mãe e irmão.Conclusões: O diagnóstico de SQTL constitui um desafio. Em alguns casos, o eletrocardiograma de repouso não revela prolongamento do intervalo QT (SQTL “oculta”), sendo o teste de esforço uma ferramenta fundamental. O alargamento do intervalo QT geralmente se dá nos primeiros minutos da fase de recuperação. Este caso, portanto, corrobora a importância do teste ergométrico na propedêu-tica de síncope relacionada ao esforço num paciente jovem sem cardiopatia es-trutural.

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Tratamento percutâneo de pseudoaneurisma de artéria ilíaca externa: relato de caso

GUILHERME RAFAEL SANT`ANNA ATHAYDE, THALLES OLIVEIRA GOMES, JULIO CESAR BOGRES, EDUARDO KEI MARQUESINI WASHIZU, EDUARDO BELISÁRIO FALQUETO, BRUNO R NASCIMENTO, ARI MANDIL e JAMIL AB-DALLA SAAD

Hospital Felicio Rocho, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital das Clínicas da UFMG, Belo Horizonte, PA, BRASIL.

Cerca de 10% dos pacientes submetidos a transplante renal têm algum tipo de complicação, destacando-se a formação de fístulas arteriovenosas e a de pseu-doaneurismas que acomete menos de 1% dos pacientes. Eles se formam no sítio da anastomose ou na própria artéria renal do enxerto. Devido a sua raridade são poucos os dados na literatura acerca de sua etiopatogênese, orientações de manejo e prognóstico.Homem, 35, doença renal crônica estadio V desde 2009. Em julho de 2011 foi submetido a transplante renal, evoluindo com um pós operatório complicado e perda do enxerto. Em setembro evoluiu com dor em flanco direito, instabilidade hemodinâmica e queda de hemoglobina.Realizado US de fossa ilíaca direita (FID) que mostrou volumoso hematoma retroperitonial e dilatação vascular na topografia de artéria ilíaca externa direita (AIED).Encami-nhado para avaliação, apresentava dor e massa volumosa em FID com orifício central drenando secreção serossanguinolenta. Realizada angiotomografia (TC) de abdome que mostrou formação ovalada medindo 11,6 x 11,1 cm relacionada anteriormente a AIED e sugestiva de pseudoaneurisma. Encaminhado em caráter de urgência ao laboratório de Hemodinâmica. Realizada angiografia de membro inferior direito via femoral que confirmou a presença de pseudoaneurisma gigante em AIED. Realizado implante direto de stent graft Fluency 10 x 60 mm seguido de pós dilatação com balão Advance 10 x 40 mm em AIED. Angiografia de controle mostrou interrupção no enchimento do pseudoaneurisma. Não houve intercor-rências no procedimento.Teve evolução hospitalar satisfatória. Realizado duplex scan e TC de controle que evidenciaram stent graft pérvio e pseudoaneurisma trombosado sem sinais de endoleak. Encontra-se atualmente assintomático.Os pseudoaneurismas de artéria ilíaca no pós transplante, apesar de raros, resultam em altas taxas de nefrectomia. As técnicas endovasculares, menos invasivas, oferecem uma nova opção terapêutica

Síndrome coronariana aguda recidivante em paciente HIV positivo - relato de caso

GUSTAVO F WERNER, RAQUEL L SILVA, INGRID M MATOS, ISABELA V PAI-VA, KLEISSON A P MAIA, BEATRIZ E G QUIRINO, PRISCYLLA L VISCONE e ESTEVÃO L FIGUEIREDO

Hospital Lifecenter, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação Ciências Médicas, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

FUNDAMENTOS: A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) pode levar a diferentes tipos de cardiopatias, que ocorrem devido à doença ou as-sociadas às terapias antirretrovirais, mesmo em pacientes sem fatores de risco tradicionais para insuficiência coronariana. Alguns estudos relataram aumento de trombose e reestenose intra-stent. Relata-se o caso de um paciente HIV positivo, com doença aterosclerótica grave, recidivante. RELATO DO CASO: Homem, 76 anos, portador do HIV há 30 anos, em uso de terapia antirretroviral, sem fatores de risco para doença coroanriana. Apresentou infarto agudo do miocárdio (IAM) em dezembro de 2011, quando realizou angioplastia primária, com implante de stent convencional em ramo obtuso marginal (OM). Observada lesão importante na coronária direita (CD), que foi tratada com implante de stent não-farmacológico em janeiro 2012. Passou a usar atenolol, clopidogrel, atorvastatina e AAS. Este último foi suspenso após um mês, devido a episódio de hemorragia digestiva alta grave, secundária a úlcera gástrica. Admitido no pronto atendimento do Hospital em abril de 2012 com queixa de dor epigástrica, em queimação, com irradiação retroesternal, em repouso, semelhante à do IAM anterior. Exame físico sem alte-rações significativas. Eletrocardiograma sem alterações isquêmicas. Ecodoppler-cardiograma: fração de ejeção normal, sem déficit segmentar. Optado pela reali-zação de cintilografia miocárdica que mostrou acentuada hipoperfusão estresse induzida em segmentos médio e basal da parede lateral do ventrículo esquerdo. Submetido a cineangiocoronariografia (CATE) que demonstrou stent em 1/3 pro-ximal em ramo obtuso marginal ocluído em seu terço proximal, com opacificação distal por circulação colateral e stent em terço proximal de CD com discreto grau de hiperplasia neointimal. Após o resultado do CATE, foi optado por tratamento clínico, recebendo alta em boas condições clínicas. CONCLUSÃO: À medida que ocorre a melhora da longevidade em pacientes com HIV, a doença cardiovascular predominará como uma causa de morbidade e mortalidade e emergirá como área vital da pesquisa, devendo ser reconhecida e tratada precocemente.

Infarto agudo do miocárdio e coronárias angiograficamente normais - relato de caso

GUSTAVO F WERNER, RAQUEL L SILVA, ISABELA V PAIVA, INGRID M MA-TOS, PRISCYLLA L VISCONE, BEATRIZ E G QUIRINO, KLEISSON A P MAIA e ESTEVÃO LANNA FIGUEIREDO

Hospital Lifecenter, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação Ciências Médicas, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

FUNDAMENTOS: A maioria dos casos de infarto agudo do miocárdio (IAM) re-sultam de aterosclerose coronariana. Porém, pode ocorrer em pacientes com artérias coronárias angiograficamente normais, em torno de 5 % dos casos. Os pacientes tendem a ser jovens e com poucos fatores de riscos coronariano. Geralmente não possuem história de angina antes do IAM . As características clínicas, laboratoriais e eletrocardiográficas são indistinguíveis daqueles com do-ença coronariana obstrutiva. A maioria desses casos é causada por espasmo e/ou trombose da artéria coronária. A etiologia não está clara. O prognóstico é mais promissor do que os pacientes com doença arterial coronariana obstrutiva. Relata-se caso de paciente que sofreu IAM com coronárias angiograficamente normais, confirmado com ressonância nuclear magnética (RNM). RELATO DO CASO: Mulher, 49 anos, hipertensa, em uso de hidroclorotiazida, apresentou dor retroesternal de forte intensidade, contínua, em aperto, iniciada ao repouso e su-dorese fria. Exame físico sem alterações significativas. Eletrocardiograma sem sinais de isquemia aguda. Apresentou elevação de marcadores de lesão miocár-dica Iniciado tratamento para síndroma coronariana aguda. Ecodopplercardio-grama mostrou hipocinesia médio apical das paredes anterior, lateral e septal. Submetida a cineangiocoronariografia (CATE): coronárias isentas de ateromatose significativa, ventrículo esquerdo (VE) com hipocinesia leve ínfero-septo-apical. Recebeu tratamento medicamentoso: AAS, clopidogrel, diltiazem, atorvastatina até melhor esclarecimento do caso. Realizada RNM cardíaca que evidenciou dé-ficit contrátil segmentar de VE, caracterizado por acinesia do segmento médio anterolateral e hipocinesia dos segmentos médio ínferolateral e apical lateral, no-tando realce tardio subendocárdico transmural no segmento médio anterolateral, compatível com alteração isquêmica sem viabilidade e comprometimento de 50% nos segmentos médio ínferolateral e apical lateral. CONCLUSÃO: Demonstrou-se um caso pouco comum de IAM, confirmado com RNM , em que não há doença aterosclerótica associada. Após a recuperação inicial, é incomum a ocorrência de reinfarto, insuficiência cardíaca e morte.

Estudo comparativo entre dois métodos de avaliação pré-operatória (ASA x SOCESP), em cirurgias não cardíacas, para pacientes cardiopatas.

JOSE GERALDO FERREIRA GONCALVES, e MARCELO AUGUSTO ANTUNES DE CARVALHO

Universidade Federal do Triangulo Mineiro, Uberaba, MG, BRASIL.

Os fatores de risco mais importantes para morbidade e mortalidade cardiovascu-lares são a isquemia miocárdica e o infarto não-fatal na primeira semana após a intervenção. Tivemos por objetivo comparar dois métodos de avaliação pré-ope-ratória: American Society of Anesthesiologists (ASA) e Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP) para verificar se um dos métodos se mostra mais útil para prever complicações intra e pós operatória. O trabalho foi realizado nas enfermarias do Hospital de Clínicas da UFTM, em cento e três (103) pacien-tes que foram submetidos a cirurgias não cardíacas e que possuem cardiopatia. Os pacientes foram avaliados, utilizando-se a escala ASA e a escala proposta por Caramelli e Pinho (SOCESP). Os indivíduos foram submetidos aos seguintes exames pré-operatórios: Laboratoriais: Hemograma, glicemia, uréia, creatinina, sódio, potássio, perfil de coagulação, transaminases; Eletrocardiograma de re-pouso de 12 derivações; Radiografia de tórax em posição póstero-anterior. Os pacientes foram seguidos pelo cardiologista até o momento da alta hospitalar. Os seguintes fatores inerentes ao procedimento cirúrgico foram avaliados: Pro-cedimento programado, tempo de internação, tipo de anestesia, tipo de cirurgia, tempo de cirurgia, volume estimado de perda sanguínea; Complicações: se pre-sentes (indução anestésica, no ato cirúrgico, no pós-operatório imediato, no pós-operatório tardio); Descrição das complicações: Eventos cardiovasculares; Even-tos não cardiovasculares; Evolução das complicações. Análise Estatística: foi feita inicialmente uma análise descritiva das diferentes pontuações entre os dois métodos de avaliações pré-operatória (ASA X SOCESP), através de confecções de tabelas e gráficos. Posteriormente, foi realizado o teste de concordância com o cálculo de coeficiente KAPPA. A análise dos dados obtidos revelou significância estatística, demonstrando maior sensibilidade da escala Socesp e maior espe-cificidade da escala ASA. Assim, pode-se concluir que é aconselhável a adoção rotineira da escala Socesp na avaliação pré-operatória de pacientes cardiopatas.

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Anemia e síndrome coronariana aguda - relato de caso

ESTEVÃO L FIGUEIREDO, GUSTAVO F WERNER, RAQUEL L SILVA, ISABELA V PAIVA e ROBERTO D F MELO

Hospital Lifecenter, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação Ciências Médicas, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

FUNDAMENTOS: A anemia é causa de dor torácica devido a redução no trans-porte de oxigênio e aumento na demanda. Deve ser sempre lembrada como cau-sa de dor torácica e associação com doença aterosclerótica.RELATO DO CASO: Mulher, 47 anos, hipertensa, em uso de losartan, metoprolol, hidroclorotiazida, com passado de anemia de longa data de etiologia não conhecida. Relatava iní-cio do quadro de precordialgia há 6 meses, sempre em repouso e de intensida-de e frequências progressivas, com irradiação para membro superior esquerdo e região cervical, associado dispnéia. Piora do quadro aos esforços . Já havia realizado cintilografia miocárdica: isquemia transitória em terço apical da pare-de ântero-septal do ventrículo esquerdo (VE) em grau moderado e em pequena extensão. Não realizou cineangiocoronariografia (CATE) devido à anemia impor-tante (Hb 7,4mg/dl). Admitida devido dor torácica em queimação, em repouso, com irradiação para membro superior esquerdo (MSE) , associada a dispnéia. Ao exame físico apresentava-se hipocorada, sem alterações significativas. Ele-trocardiograma (ECG) sem sinais de isquemia aguda. Marcadores de necrose miocárdica negativos. Ecodopplercardiograma sem alterações segmentares. He-moglobina (Hg) inicial de 6,8 mg/dl, recebendo transfusão de hemácias. Atingiu níveis de Hg próximos a 10,00 mg/dl e permaneceu assintomática. Após esforço leve, apresentou recidiva da dor torácica, com irradiação para MSE, semelhante ás anteriores. Submetida a cineangiocoronariografia que não apresentou lesões obstrutivas graves. Após reposição de ferro e mantida Hg em torno de 12, não apresentou novos episódios de dor torácica, recebendo alta hospitalar em boas condições clínicas. CONCLUSÃO: A angina de demanda, secundária, deve ser sempre investigada no quadros de síndrome coronariana aguda, principalmente se existe história de anemia. Tem as mesmas características da doença ateros-clerótica. A correção dos níveis de hemoglobina é importante para controle da dor torácica , no tratamento da patologia.

Atresia da tricúspide: uma cardiopatia congênita

CAPANEMA, K G, RODRIGUES, R M C, CHAVES, G M, TILLI, J S, CARVALHO, L R e GOMES, M I B

Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora – F, Juiz de Fora, MG, BRASIL.

Introdução: A Atresia da Tricúspide (AT) é uma forma rara de cardiopatia congêni-ta que acomete 1:25.000 recém nascidos, evoluindo para cianose e crises hipo-xêmicas responsáveis por uma mortalidade de 90% nos pacientes não operados até o primeiro ano de vida. Para reduzir essa prevalência são indicadas diferentes cirurgias paliativas, contudo, existem poucos estudos que discutem suas indica-ções, benefícios e técnicas. Objetivos: comparar a anatomia cardíaca fisiológica com a acometida pela AT e discutir suas diferentes cirurgias paliativas. Método: revisão da literatura crítica nas bases de dados MEDLINE e SciELO e consulta em livros-textos de cardiologia. Resultados: a AT consiste na agenesia completa da válvula tricúspide com conseqüente ausência de comunicação direta entre átrio e ventrículo direitos. Para corrigí-la propõe-se três principais cirurgias palia-tivas. A primeira, de Blalock-Taussig, é um shunt sistêmico pulmonar modificado, indicado para recém-natos com grave hipoxemia. A cirurgia de Glenn-bidirecional, por sua vez, consiste na anastomose término-lateral da veia cava superior com a artéria pulmonar, sendo indicada para crianças com idade superior a três meses e resistência vascular pulmonar normal, não provocando sobrecarga volumétrica do ventrículo esquerdo - contudo produz fístulas arteriovenosas pulmonares em cerca de 20 a 30% dos pacientes. Finalmente, tem-se a cirurgia de Fontan, uma anastomose cavo-pulmonar que, a longo prazo, gera a eliminação da função pul-sátil do ventrículo direito e institui um fluxo venoso lento pelas veias cavas à arvo-re arterial pulmonar, favorecendo complicações de natureza congestiva, elétrica e tromboembólica. Conclusão: o conhecimento anatômico cardíaco é de suma im-portância para o diagnóstico precoce da AT, bem como a utilização das diferentes técnicas cirúrgicas para a melhora do prognóstico dessa cardiopatia congênita.

Tratamento cirúrgico em paciente portador da Síndrome de Lutembacher com severa repercussão cardíaca

ANTONIO AUGUSTO RAMALHO MOTTA, MARIA ELEONORA PALACIO FOR-TES, RENATA VALLE MOTTA e AMANDIO BALDI TAVARES

Hospital Albert Sabin, Juiz de Fora, MG, BRASIL.

Introdução: A Síndrome de Lutembacher é uma entidade rara, caracterizada pela associação de comunicação interatrial tipo ostium secundum e lesão valvar mi-tral reumática (estenose). O resultado do tratamento cirúrgico relaciona-se com o grau do comprometimento cardíaco. Objetivo: Analisar o resultado cirúrgico em paciente com Síndrome de Lutembacher com severa repercussão cardíaca. Mé-todo: Paciente feminino, 65 anos, portadora de Síndrome de Lutembacher, sinto-mática e com ecocardiograma transesofágico evidenciando importante compro-metimento cardíaco: significativo aumento biatrial com átrio esquerdo de 73 mm, ventrículo direito hipocinético com diâmetro de 45 mm, estenose mitral reumática calcificada com área valvar de 1,6 cm2 (planimetria), associada à insuficiência, insuficiência tricúspide secundária e pressão sistólica pulmonar estimada em 59 mmHg; grande comunicação interatrial (CIA) tipo ostium secundum com fluxo AE-AD. O ventrículo esquerdo encontrava-se preservado, com fração de ejeção de 67%. O estudo hemodinâmico foi compatível com o ecocardiograma. A cirurgia foi realizada através de esternotomia mediana, com circulação extracorpórea e hipotermia moderada. A substituição valvar mitral por bioprótese foi realizada por via transseptal com ampliação da CIA, sendo utilizado na sua correção patch de pericárdio bovino. A valva mitral apresentava fusão comissural, espessamento e calcificação dos folhetos, com mobilidade diminuída e coaptação inadequada dos folhetos. A CIA media aproximadamente 2,0 cm. Resultados: Decorridos 10 meses da cirurgia, a paciente encontra-se estável do ponto de vista cardiológico. O ecocardiograma de controle evidenciou bioprótese normofuncionante, septo interatrial íntegro e melhora dos parâmetros analisados: redução das câmaras atriais com átrio esquerdo de 64 mm, ventrículo direito com diâmetro de 26 mm e pressão sistólica pulmonar de 46,6 mmHg. Conclusão: O presente caso sugere que o tempo de evolução da doença e o grau do comprometimento cardíaco influenciam no resultado cirúrgico da Síndrome de Lutembacher. A precocidade do tratamento cirúrgico minimiza o comprometimento cardíaco favorecendo o prognóstico dos pacientes.

O papel da ressonância magnética cardíaca no diagnóstico da cardiomiopa-tia hipertrófica apical: relato de caso.

TEIXEIRA, CLARA P, GUSMÃO, JOÃO B, FALQUETO, EDUARDO B, PIMENTA, NICOLLE L e THIAGO DA ROCHA RODRIGUES

Hospital Felicio Rocho, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

Introdução: A cardiomiopatia hipertrófica (CMH) é a causa mais comum de morte inesperada em atletas e crianças mais velhas.A distribuição classifica-se em: hi-pertrofia concêntrica septal, apical, da parede livre do ventrículo esquerdo (VE) e do ventrículo direito. O septo interventricular é a região mais predominantemente atingida e a forma apical é a mais associada ao risco de morte súbita. O Eletro-cardiograma é o exame mais sensível solicitado rotineiramente para diagnósti-co e está tipicamente alterado, antecedendo o aparecimento de hipertrofia ao Ecocardiograma (ECO). Este é o primeiro exame de imagem indicado e fornece dados sobre a morfologia cardíaca, função sistólica e diastólica do VE, grau de obstrução da via de saída do VE e de insuficiência mitral. O critério diagnóstico mais comum é a espessura da parede maior ou igual a 15 mm e deve ser conside-rado naqueles pacientes com VE não dilatado e hiperdinâmico que não possuem outra desordem orgânica que explique a etiologia da hipertrofia. A Ressonância Magnética Cardíaca (RMC) também é uma ferramenta extremamente útil para a avaliação e estratificação de risco de pacientes com suspeita de CMH. Métodos: Relatamos o caso de paciente masculino, 48 anos, assintomático, que apresenta-va alterações eletrocardiográficas sugestivas de hipertrofia e realizou o ECO que não confirmou a hipótese diagnóstica. Apesar de tratar-se de paciente assinto-mático, prosseguiu-se a propedêutica devido a alterações eletrocardiográficas. A RMC visualizou espessura miocárdica de 28 mm com realce tardio de padrão he-terogêneo mesocárdico. Resultados: O ECO possui limitações para diagnóstico da forma apical. Portanto, muitas vezes não é capaz de identificar tal cardiomio-patia. Conclusões: O caso relatado demonstra a limitação do ecocardiograma em visualizar hipertrofia miocárdica apical e mostra que a RMC tem consolidado-se como método diagnóstico para cardiomiopatias,em casos como este.

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O desafio do retransplante cardíaco: descrição do primeiro caso realizado em Minas Gerais

CLÁUDIO LÉO GELAPE, CARLOS CAMILO SMITH FIGUEROA, RENATO BRAULIO, PAULO HENRIQUE NOGUEIRA COSTA, SÍLVIO AMADEU DE AN-DRADE, FÁBIO MORATO CASTILHO, THIAGO VINICIUS VILLAR BARROSO e MARIA DA CONSOLAÇÃO VIEIRA MOREIRA

Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerai, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

Introdução: O transplante cardíaco (TC) constitui modalidade terapêutica estabe-lecida para a Insuficiência Cardíaca terminal, com excelentes resultados. O Brasil é um dos líderes mundiais em número de transplante de órgãos, sendo que Belo Horizonte foi pioneira na realização do procedimento desde 1986, constituindo-se na atualidade, o segundo centro transplantador do Brasil. A doença vascular do enxerto (DVE) constitui uma das principais complicações tardias do TC. Seu trata-mento definitivo é o retransplante que é um procedimento de alto risco. Métodos: Este estudo tem como objetivo relatar o primeiro caso de retransplante cardíaco no estado de Minas Gerais. C.M.A.B, feminino, 54 anos, médica, foi submetida com sucesso ao TC ortotópico em março de 2002 devido a cardiomiopatia dilata-da idiopática. Evoluiu com DVE precoce e progressiva a partir de 2005. Nenhum fator de risco para DVE foi identificado. Apesar do tratamento clínico otimizado (tacrolimus, everolimus, pravastatina, diltiazem, aspirina, clopidogrel), a DVE pro-grediu com acometimento das artérias coronárias esquerdas e TCE. No decorrer do periodo de 7 anos foi submetida a implante de nove “stents” farmacológicos. Houve oclusão total da artéria descendente anterior e da artéria circunflexa, mas com preservação da função ventricular esquerda. Nos últimos seis meses, evo-luiu com limitações físicas importantes, dispneia aos mínimos esforços e edema de membros inferiores, sendo incluída na lista de TC em novembro de 2010.Em 22 de abril de 2012, apresentou pré edema agudo de pulmão, apesar da função ventricular preservada. Resultados: Em oito de maio de 2012, foi submetida ao re-transplante cardíaco ortotópico pela técnica bicaval, com sucesso, com tempo de circulação extracorpórea de 150 minutos e de isquemia do órgão de 155 minutos. Ela foi extubada seis horas após a cirurgia e evolui bem, sem intercorrências até o momento, e, com enxerto normofuncionante, evidenciado pela ecocardiografia. Conclusão: Minas Gerais celebra o seu primeiro retransplante cardíaco realizado com sucesso, sob os cuidados da equipe multiprofissional do Hospital das Clíni-cas da Universidade Federal de Minas Gerais.

Proposta de protocolo para assistência de enfermagem ao paciente adulto hipertenso

ALESSANDRA ROCHA LUZ, MAYARA SOUZA VIANNA, CLEIDINEY ALVES E SIL-VA, GABRIELA FREITAS PINHEIRO e SALETE MARIA DE FÁTIMA SILQUEIRA

Universidade Federal de Mo=inas Gerais, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

Introdução: No Brasil a incidência de doenças cardiovasculares teve um aumento devido às transformações no modo de vida da população. É uma patologia de fácil diagnóstico e possui tratamento eficaz, mas quando não controlada devi-damente pode lesar órgãos vitais e demandará recursos e serviços mais sofis-ticados. Assim, a consulta de enfermagem permite acompanhar as mudanças no estilo de vida destes pacientes visando à prevenção de complicações prove-nientes do descontrole do quadro hipertensivo. Este estudo tem como objetivo elaborar um protocolo para assistência de enfermagem ao paciente adulto hiper-tenso devido à necessidade de sistematizar essa assistência. Método: Trata-se de uma revisão de literatura, elaborada em três etapas. A primeira consiste em pesquisa eletrônica através da Biblioteca Virtual em Saúde usando os descritores: Assistência de enfermagem; Hipertensão; Protocolos clínicos. Foram incluídos os estudos disponíveis na íntegra, idioma português, publicados entre os anos de 2001 a 2012, resultando em 18 estudos. Na segunda, a elaboração do protocolo, utilizou diretrizes sobre hipertensão, livros e manuais do Ministério da Saúde. A terceira foi a aplicação do protocolo em consultas de enfermagem em ambula-tório e unidade de internação, como um pré teste. Resultados: O protocolo foi elaborado e direcionado para a promoção, proteção, tratamento, recuperação e reabilitação do individuo hipertenso. Os temas foram abordados de forma objeti-va, direcionando para o cuidado do enfermeiro ao paciente hipertenso, tais como: conceitos, tratamento, classificação e estratificação de riscos, discussão de ca-sos e processo de enfermagem. O pré teste realizado apontou que o protocolo apresenta, entre outros pontos positivos a facilidade para utilização e negativos a serem modificados; a ausência de dados na ficha de anamnese e exame físico. Conclusão: Apesar da necessidade de revisão, o protocolo possibilita ao enfer-meiro sistematizar a assistência de enfermagem e desta forma qualificar a relação profissional/usuário, bem como otimizar o serviço através do uso racional dos recursos técnico-científicos disponíveis com possibilidades de uso em cenários diversificados.

Perfil dos pacientes admitidos com insuficiência cardíaca nos hospitais de Montes Claros-MG

NOASSES NEIVA DIAMANTINO, MARIA DA CONSOLAÇÃO VIEIRA MOREIRA, ADRIANA COSTA DIAMANTINO, LUCIANA C DIAMANTINO, GUSTAVO MON-TEIRO SOARES e TAIZA DE C C DIAMANTINO

Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES, Montes Claros, MG, BRASIL - Hospital Santa Casa de Misericórdia de Montes Claros, Montes Claros, MG, BRASIL.

Introdução: Poucos estudos avaliaram a insuficiência cardíaca (IC) na infância e adolescência. Objetivos: Traçar o perfil dos pacientes (pts) hospitalizados com IC na faixa etária de 0 a 19 anos. Métodos: Estudo descritivo observacional prospec-tivo. De 01/04/2008 a 31/03/2009, 4757 pts consecutivos de 0 a 19 anos, admitidos em hospitais de Montes Claros, foram avaliados, sendo que 131 eram cardiopatas e 75 apresentavam sinal e/ou sintoma de IC ou já se encontravam em tratamento da IC. Foram analisados os diagnósticos, características sociodemográficas, co-morbidades, medicamentos utilizados e desfechos (alta hospitalar, transferências, rehospitalizações e óbitos), com estimativas da curva de sobrevida. Resultados: 75 pts foram admitidos com IC, 62,7% eram masculinos, 68% na faixa etária de 0 a 6 anos, 44% de cor branca e 68,7% provenientes da zona urbana. O SUS res-pondeu por 97,3% do custo destas hospitalizações e 58,5% tinham renda per ca-pita ≤ ¼ de salário. À admissão 66,7% eram portadores de cardiopatia congênita, 73,6% se encontravam no estágio C e D da IC, 50% na classe funcional IV (NYHA/ROSS) e 37,5% na classe III. A permanência hospitalar foi 12,3 dias, com taxa de rehospitalização de 22,7%, mortalidade hospitalar 6,7%, mortalidade global 14,7% em 18 meses de seguimento, com a curva de sobrevida de 89% ao final de 131 dias e 86% em 416 dias. A presença de IC aumentou em 6,3 vezes o risco de óbito nos cardiopatas. Em 78,7% dos pts foi relatada a presença de sopros cardíacos, seguido pela hepatomegalia (62,7%) e crepitações pulmonares (40,3%), sendo que as bulhas acessórias foram infreqüentes. O ecodoplercardiograma realizado em 85,3% dos pts mostrou a fração de ejeção do VE (FEVE) normal em 81,5%. A furosemida foi prescrita em 72% dos casos, os IECAs, digitálicos e espirono-lactona em menos de 40%, a dobutamina em 20%, a prostaglandina em 16%, os betabloquadores em 5,3%, o sildenafil em 4% e a indometacina em 1,3%. Conclu-são: A maioria dos pts com IC era portadora de cardiopatia congênita com FEVE preservada, em estágio evolutivo C e D e classe funcional III e IV. O sopro cardíaco foi o sinal mais freqüente, sendo o sinal de alerta para as avaliações cardiológicas e tratamentos precoces, os quais diferem dos utilizados nos adultos.

Relato de caso: neuropraxia bilateral do nervo frênico após cirurgia de re-vascularização do miocárdio

ELETO, LORENA S, OLIVEIRA, JÉSSICA C V, SILVA, LÍGIA R M, CAIRES, MA-THEUS G e PEIXOTO, JOSE M

Universidade José do Rosário Vellano, Belo Horizonte, MG, BRASIL. Introdução: A cirurgia de revascularização miocárdica (CRVM) é uma das mais freqüentes cirurgias realizadas em todo o mundo, porém existem inúmeras com-plicações pós-operatórias que podem levar a seqüelas graves para os pacientes. Na neuropraxia ocorre uma alteração da mielina sem degeneração ou perda da continuidade do nervo. O comprometimento é motor, podendo ser unilateral ou bilateral, e resulta em distúrbios respiratórios graves em função da paresia ou pa-ralisia do nervo em questão. No caso de neuropraxia bilateral do nervo frênico en-contram-se manifestações mais graves na dinâmica respiratória, pela cessação completa da inervação do diafragma. Deve-se manter entubação prolongada até que a função do nervo seja recuperada, o que ocorre, usualmente, em 2 meses.Relato de caso: J.P, 61 anos, natural de Patos de Minas, dislipidêmico e diabético, submetido à CRVM em setembro de 2011 após um infarto do miocárdio. No pós operatório evoluiu com dificuldade para extubação levando a ventilação mecâni-ca prolongada favorecendo o surgimento da infecção respiratória. Permaneceu no CTI por dois meses necessitando de traqueostomia. O RX de tórax mostrou elevação e hipomobilidade diafragmática bilateral, sendo feito diagnóstico de neuropraxia do frênico bilateral. Desde então apresenta dispnéia aos pequenos esforços com grave comprometimento funcional.No atendimento ambulatorial na Unifenas-BH no dia 03/04/2012 mostrou-se disp-néico e impossibilitado para a realização do exame, devido a dispnéia de decúbi-to; apresentava acentuada redução da expansibilidade torácica ao exame físico. Exames complementares de fevereiro de 2012: Rx tórax: Retificação das cúpulas diafragmáticas com pequeno derrame pleural. Ecocoardiograma: Diâmetro cardí-aco e fração de ejeção normal.Conclusão: A incidência de paralisia do nervo frênico após CRVM foi estimada em 10%, geralmente é unilateral e não causa sintomas limitantes. Este relato apresenta um paciente com paralisia do nervo frênico bilateral após CRVM, com evolução desfavorável e não habitualmente vista para este tipo de complicação.

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O uso de tecnologias móveis no ensino de cardiologia

THIAGO ROBIS DE OLIVEIRA,

Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

Introdução: Dispositivos interativos de mídia, como smartphones e tablets, estão se popularizando rapidamente, inclusive na medicina. A combinação de mobili-dade, armazenamento, interface acessível e capacidades wireless fazem esses dispositivos ideais para o uso por cardiologistas e médicos como um todo, em treinamento ou não. Esse trabalho aborda o desenvolvimento de um aplicativo so-bre ausculta cardíaca, usado com referência por diversos profissionais de saúde.Método: Trata-se de um relato de experiência. O foco do desenvolvimento con-sistiu em estabelecer, em um aplicativo móvel para as plataformas iOS (iPhone/iPad) e Android, com similaridade de interface e conteúdo, um guia prático sobre ausculta cardíaca. O conteúdo abordado inclui: focos de ausculta, manobras aus-cultatórias e os 15 sons auscultatórios mais frequentemente encontrados, acom-panhados de texto didático e imagem ilustrativa. Resultado: O tema ausculta cardíaca foi escolhido devido aos constantes relatos na literatura da baixa taxa de acertos, de até 30%, principalmente de médicos e/ou acadêmicos em treinamento, na ausculta de sons cardíacos comuns. Diversas são as formas propostas de melhorar a treinagem, incluindo uso de simulado-res, aprendizado in loco com pacientes, dentre outras. Recentemente, o uso de smartphones e tablets tem se aventado como ferramenta de ensino. O aplicativo desenvolvido consiste, pois, em apresentar ao usuário de uma a três amostras, curtas, de sons auscultatórios frequentemente presentes na prática clínica. Acom-panhando as amostras sonoras, está disponível texto sintético sobre o som abor-dado, e uma imagem ilustrativa. Estratégias semelhantes, desenvolvidas para computadores, alcançam taxa de melhor aprendizado, em relação à alunos não expostos, de até 70%. Conclusão: O aplicativo desenvolvido conseguiu alcançar sua proposta, de ser uma plataforma móvel de aprendizado e aperfeiçoamento de médicos e alunos no que tange à ausculta cardíaca. Tal experiência mimetiza resultados semelhantes encontrados na literatura internacional, e corrobora o uso de dispositivos móveis como importante ferramenta de educação continuada em medicina, especialmen-te em cardiologia.

Principais causas de erros na interpretação dos testes de vassoreatividade pulmonar

EDMUNDO CLARINDO OLIVEIRA, MARCO ANTÔNIO MOURA e JOSE AU-GUSTO ALMEIDA BARBOSA

HC-UFMG, BH, , BRASIL - H. Life Center, BH, , BRASIL.

Introdução: Teste vasorreatividade pulmonar (TRP) está indicado em pacientes com Hipertensão arterial pulmonar (HAP) com objetivo de orientar o melhor tra-tamento para o caso. TRP é um procedimento invasivo e cuidados devem serem tomados para que o resultado seja confiável para evitar repetição do mesmo. Entretanto, algumas vezes o procedimento necessita ser repetido, por estar in-completo ou em descordo com os outros dados do paciente. Objetivo: Mostrar as principais causas de erros na interpretação do TRP. Método: 33/319(10,3%) dos TRP realizados no serviço foram para esclarecer dúvidas em relação ao teste an-terior. O resultados foram comparados com o teste anterior, analisando as causas de erros na interpretação.Resultado: 12 pacientes com cardiopatias congênitas em que havia duvida em relação à reversibilidade da HP, o resultado tinha mostra-do aumento significativo de Qp/Qs, por não ter incluído da fórmula de calculo do Fluxo o oxigênio dissolvido, quando usa Oxigênio durante o testes, principalmen-te a 100%, e/ou não ter considerado na interpretação as modificações da relação entre as resistências sistêmica e pulmonar. Nove pacientes a pressão em átrio esquerdo foi aceita baseada em pressão impactada em artéria pulmonar, com uma curva intermediária entre a pressão media pulmonar e a pressão impactada, com valor mais elevado que o real. Seis pacientes a PD2VE foi aceita como igual à PAE sem uma curva clara, aceitando valores incorretos. Seis pacientes os va-lores foram analisados, com coleta das amostras de sangue para oximetria em situações clínicas diferentes durante a realização TRP.Conclusões: TRP é um procedimento invasivo, realizado geralmente em pacien-tes graves com objetivo de orientar o tratamento. A interpretação incorreta dos testes direciona de forma errada o tratamento podendo causar conseqüências graves como piora da classe funcional ou óbito. Todo médico solicitante TRP, deveria conhecer essas possibilidades e não aceitá-lo em caso de dúvidas.

Angiotomografia coronariana na predição de eventos cardíacos em pacien-tes com doença aterosclerótica coronariana não obstrutiva

MÁRCIO VINÍCIUS LINS DE BARROS, DANIEL R RABELO, MARIA DO CARMO PEREIRA NUNES e MARIA HELENA ALBERNAZ SIQUEIRA

Hospital Mater Dei, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Faculdade de Saúde e Ecolo-gia Humana - FASEH, Vespasiano, , BRASIL.

Introdução: A angiotomografia coronariana multislice (ATCM) representa impor-tante método propedêutico na avaliação das artérias coronárias com elevada acurácia no diagnóstico de doença arterial coronariana (DAC), entretanto, poucos estudos avaliaram seu papel na predição de eventos adversos, especialmente na DAC não obstrutiva.Objetivo: Avaliar o valor da ATCM na predição de eventos cardíacos em pacientes com suspeita de DAC e aterosclerose coronária não obstrutiva.

Metodologia: Durante o período de 2008 e 2011, 310 pacientes consecutivos fo-ram examinados pela ATCM para diagnóstico de DAC, acompanhados durante um seguimento médio de 19 meses para a ocorrência de eventos cardiovascula-res adversos (morte, internação e/ou revascularização miocárdica), sendo com-parados diversos fatores de risco incluindo DAC não obstrutiva à ATCM.

Resultados: Dos pacientes avaliados, 71,2% eram do sexo masculino, com idade média de 56,8 ± 12,2 anos. Presença de DAC foi diagnosticada em 49,4% dos pa-cientes. Durante o período de seguimento houve 37 eventos, sendo 26 pacientes revascularizados e 2 mortes. Após análise multivariada, a presença de ateroscle-rose não obstrutiva à ATCM apresentou valor preditivo significativo (Exp(B)=3,2; p=0,004) em relação a diversos fatores de risco tradicionais analisados.Conclusão: A presença de DAC não obstrutiva pela ATCM apresenta um impacto prognóstico significativo a médio prazo sobre a predição de eventos cardíacos adversos, independente e incremental a fatores de risco convencionais.

Principais causas para a repetição dos testes de vasoreatividade

EDMUNDO CLARINDO OLIVEIRA, MARCO ANTÔNIO MOURA e JOSE AU-GUSTO ALMEIDA BARBOSA

Hospital Felicio Rocho, BH, MG, BRASIL - Hospital Vera Cruz, BH, MG, BRASIL - Hospital Lifecenter, BH, MG, BRASIL.

Introdução: O teste de vasorreatividade pulmonar (TRP) está indicado em pacien-tes com Hipertensão arterial pulmonar (HAP) com objetivo de orientar o melhor tratamento para o caso. TRP é um procedimento invasivo e cuidados devem ser tomados para que o resultado seja confiável evitando a repetição do mesmo. En-tretanto, algumas vezes o procedimento necessita ser repetido, por estar incom-pleto ou em desacordo com a história clínica e exame físico do paciente. Objetivo: Mostrar as principais causas de erros na interpretação do TRP. Método: 33/319 (10,3%) dos TRP realizados no serviço tiveram como objetivo esclarecer dúvidas em relação ao teste anterior. Os resultados foram comparados com o teste ante-rior, analisando as causas de erros na interpretação. Resultado: Nos 12 pacientes com cardiopatias congênitas em que havia dúvida em relação à reversibilidade da HP, o resultado havia mostrado aumento significativo de Qp/Qs, por não ter sido incluído na fórmula de cálculo do fluxo, o oxigênio dissolvido (quando o oxigênio havia sido usado durante os testes, principalmente na concentração de 100%) e/ou não ter considerado na interpretação as modificações da relação entre as resistências sistêmica e pulmonar. Em nove pacientes a pressão em átrio es-querdo foi aceita baseada em pressão impactada em artéria pulmonar, com uma curva intermediária entre a pressão média pulmonar e a pressão impactada, com valor mais elevado que o real. Em seis pacientes a PD2VE foi aceita como igual à PAE sem uma curva clara, aceitando valores incorretos. Em seis pacientes, os valores foram analisados, com coleta das amostras de sangue para oximetria em situações clínicas diferentes durante a realização TRP.Conclusões: TRP é um procedimento invasivo, realizado geralmente em pacientes graves, com ob-jetivo de orientar o tratamento. A interpretação incorreta dos testes direciona de forma errada o tratamento, podendo causar conseqüências graves como piora da classe funcional ou óbito. Todo médico solicitante TRP, deveria conhecer essas possibilidades e não aceitá-lo em caso de incoerências.

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Endocardite infecciosa associada ao uso de marcapasso: um problema em cardiologia.

SARAH FUMIAN MILWARD DE AZEVEDO, MARINA DE OLIVEIRA RAMALHO TARBES, POLLYANA DE REZENDE CASTILHO, ANDRÉIA PATRÍCIA GOMES e RODRIGO SIQUEIRA-BATISTA

Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, BRASIL.

Introdução: A endocardite infecciosa (EI) tem altos índices de morbimortalidade, sendo a 4ª síndrome infecciosa que mais ameaça a vida. O prognóstico depende do diagnóstico e tratamento efetivos. O aumento da indicação de marcapassos resultou na elevação da incidência de EI associada a dispositivos intravasculares. A afecção mantém-se como desafio para infectologistas e cardiologistas e deve sempre ser lembrada como importante diagnóstico diferencial nos casos de fe-bre em pacientes com marcapasso. Métodos: O resumo foi produzido a partir de revisão da literatura com estratégia de busca previamente determinada. Os tex-tos foram pesquisados na BVS, Scielo e Portal Periódico da Capes. Descritores utilizados: “endocardite e marcapasso” e “pacemaker and endocarditis”. Obteve-se 237 artigos, dos quais 25 foram selecionados. Agregaram-se informações obtidas em consultas de livros de medicina interna. Resultados: O diagnóstico da EI baseia-se nos critérios de Duke, os quais contemplam achados clínicos, laboratoriais e ecocardiográficos. A EI associada ao uso de marcapasso usual-mente apresenta-se como síndrome febril e/ou bacteremia por, principalmente, bactérias Gram- positivas. Os padrões de envolvimento variam de acordo com o agente etiológico, o número de procedimentos prévios associados ao dispositivo e a coexistência de valvulopatia. Tem-se associado maior mortalidade a infecção da válvula tricúspide, sendo descritos como fatores de risco mais prevalentes a manipulação excessiva do marcapasso e o diabetes mellitus. Os agentes mais frequentes isolados são Staphylococcus aureus e Staphylococcus epidermidis. O melhor tratamento é realizado por meio da retirada do marcapasso, cabo e ge-rador associado à antibioticoterapia por 4-6 semanas. Conclusão: Estudos atuais indicam que a EI associada a dispositivos é uma complicação a ser considerada nos casos de febre e que o tratamento antibiótico endovenoso domiciliar pode se tornar uma opção segura e eficaz, reduzindo o risco de novas complicações infecciosas, o período de internação hospitalar e os custos com a manutenção dos pacientes.

Angiotomografia multislice das artérias coronarianas nas anomalias coro-narianas: definição do trajeto anatômico e marcador na decisão terapêutica.

PATRICIA TAVARES FELIPE, LUCIANA GONÇALVES MAIA, MARIA HELENA ALBERNAZ SIQUEIRA, RITA DE CASSIA LACERDA DE PAULA, HENRIQUE PA-TRUS MUNDIM PENA, MARCOS ALMEIDA MAGALHÃES ANDRADE JUNIOR, MÁRCIO VINÍCIUS LINS DE BARROS, JOSE GUILHERME CARNEIRO, ANTO-NIO CARLOS NEVES FERREIRA e ANDRE LIMA PITANGA

Hospital Mater Dei, Belo Horizonte, MG, BRASIL - FUndação Lucas Machado, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

A incidência estimada de origem anômala das artérias coronárias (OAC) varia de 0,3% a 1,5% da população geral. A OAC pode ser benigna ou potencialmente grave, cau-sando isquemia miocárdica, infarto e morte súbita. A cineangiocoronariografia (CATE) foi durante muito tempo considerada o exame ideal para seu diagnóstico, embora possa ser incapaz de diferenciar o trajeto da OAC que pode em alguns casos repre-sentar alto risco para o paciente. A angiotomografia multislice (ANGIOTC) apresenta grande potencial para estudo anatômico e está indicado como classe I na avaliação das OAC. Objetivo: A partir de dois relatos de caso será demonstrada a importância da ANGIOTC na definição do trajeto anatômico e tratamento das OAC. Métodos: Re-lato de casos: 1o caso: RBG, 32 anos, com queixa dor precordial há 7 meses, sem relação com esforço, procurou pronto socorro de sua cidade com episódio de dor precordial de forte intensidade após libação alcóolica. Eletrocardiograma evidenciou supradesnivelamento de ST de 2mm em DII, DIII, V4, V5 e V6. Realizada trombólise com estreptoquinase, com melhora dos sintomas. Encaminhado a este serviço onde evoluiu em KILLIP I, sem recorrência dos sintomas. Submetido a CATE que revelou coronária única com origem no seio coronário direito, coronária direita sem lesões, oclusão de ramos ventriculares posteriores em terço distal e ponte intramiocárdica em terço médio do ramo descendente anterior (DA). ANGIOTC evidenciou ausência de compressões extrínsecas ou luminal significativas sendo optado por tratamento clínico. 2o caso: MACDP, 43 anos, com historia de dor precordial realizou cintilografia miocardica que evidenciou alteração isquêmica em região apical do miocárdio. Teste ergométrico com alteração isquêmica e baixa aptidão cardiorrespiratória. Submetida a CATE que revelou OAC da DA. Realizada ANGIOTC para melhor visualização ana-tomica, sendo evidenciado o trajeto da DA entre tronco das arterias pulmonar e aorta e optado por tratamento cirúrgico. Conclusão: A ANGIOTC das artérias coronarianas demonstrou grande importância como complementação propedêutica para detectar a origem e o curso das arterias coronárias, possibilitando melhor definição terapêutica.

Hipertensão arterial na atenção primária: um desafio no diagnóstico pre-coce

EVERTON DIAS JÚNIOR, ANA LUIZA VALLE, BRUNA SALGADO RABELO, CA-MILA ABDALLA ANTUNES, HEIDER SILVA DUARTE, MARCOS ROBERTO DE SOUSA e SILVANA DE ARAUJO SILVA

Faculdade de Medicina- UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Pós-Graduação em Ciências Aplicadas à Saúde do Adulto da UFM, Belo Horizonte, MG, BRASIL.

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) apresenta alta prevalência e taxas reduzidas de controle. A Liga Acadêmica de Hipertensão da UFMG (LAH-UFMG) trabalha na comunidade através de atividades sócio-educativas e de intervenções periódicas, com o intuito de esclarecer melhor a população. O objetivo deste trabalho é descre-ver a experiência da LAH-UFMG na atuação da prevenção primária, ressaltando os dados estatísticos observados. Em campanhas de combate à HAS, a LAH-UFMG afere a pressão arterial, esclarece dúvidas e fornece folhetos explicativos sobre a prevenção da doença. A aferição ocorre pelo método indireto a partir de esfig-momanômetro aneróide e eletrônico certificado pelo INMETRO. A hipertensão foi definida conforme as diretrizes quando maior ou igual a 140/90 mmHg (valor de uma consulta aceito para estudos epidemiológicos de triagem) ou pelo diagnóstico prévio e uso de medicação. De forma padronizada, a LAH-UFMG orienta quanto à necessidade de avaliação médica, confirmação do diagnóstico, sobre a importância da adesão ao tratamento, dos riscos das complicações da HAS, principalmente nas parcelas consideradas pré-hipertensa, hipertensa não tratada e/ou descom-pensada. Nesses eventos, observou-se prevalência de HAS de 42% (71/169) das pessoas atendidas. Destas, 53% (38/71) tinham 60 anos ou mais, 28% (20/71) entre 50 e 60 anos, 11% (8/71) entre 40 e 50 anos e 10%(7/71) entre 30 e 40 anos. Observou-se também que grande parte dos presentes procuram o atendimento da LAH-UFMG, sugerindo que, apesar de muitas vezes negligenciada, a HAS é motivo de preocupação. Inquéritos populacionais dos últimos 20 anos apontaram uma prevalência acima de 30% no Brasil, concordante com nossos achados em população atendida em eventos. Nossa amostragem tem o potencial de viés de que as pessoas que medem a pressão nos eventos tendem a ser aquelas mais preocu-padas com a pressão, com maior chance de diagnóstico prévio. A LAH-UFMG de-senvolve o Programa Prevenção que tem como objetivos, além dos citados acima, o de identificar populações de risco para o desenvolvimento da doença e de suas complicações, e ainda, de promover ou facilitar o acesso dessas populações aos serviços de saúde, como o Ambulatório de Prevenção.

Bloqueio atrioventricular total induzido por cocaína na forma de crack

FELIPE, P T, MAIA, L G, BARBOSA, M P T, ORNELAS, C E, PENA, H P M, SOA-RES, R C, BATTISTI, F O, PITANGA, A L, FERREIRA, A C N e JUNIOR, M A M A

Hospital Mater Dei, Belo Horizonte, , BRASIL - FUndação Lucas Machado, Belo Horizonte, , BRASIL. A cocaína é uma droga ilícita amplamente utilizada e o seu uso representa um problema de saúde pública . Apresenta inúmeras complicaçoes cardiovasculares incluindo morte súbita, infarto do miocárdio, arritmias, ruptura de aorta. A inciden-cia de seu uso aumentou drasticamente nos últimos 15 anos, devido principal-mente à disponibilidade do crack, mistura impura da cocaina com bicarbonato. Aproximadamente 5 a 10% dos pronto antendimentos nos Estados Unidos são relacionados ao uso de cocaína. O objetivo deste relato de caso é demonstrar a associação entre o consumo desta droga e a indução de bradiarritmias. Paciente PSDM, sexo masculino, 51 anos, compareceu ao Pronto Socorro deste Hospital, com história de síncope. Afirmava 1 episódio 2 dias antes de procurar auxilio médico e novo episódio, com queda da própria altura e trauma crânio encefálico. Portador de síndrome da imunodeficiência humana, usuário de crack, tabagista (37 maços/ano). Negava uso continuo de medicamentos. Eletrocardio-grama evidenciou Bloqueio atrioventricular total (BAVT). Levado ao CTI onde foi implantado marcapasso provisório e realizado tomografia de crânio que eviden-ciou área de hipodensidade em região parietal, sem captação de contraste. De-tectada alteração de troponina:0,27. Submetido a cineangiocoronariografia que evidenciou hiposinesia apical discreta, sem alterações ateroscleróticas significa-tivas. Evoluiu com escapes de bradicardia. Optado por implante de marcapas-so definitivo (DDD MRI). Manteve acompanhamento da infectologia durante a internação. Conclusão: A induçao de BAVT pelo crack representa complicação pouco relatada na literatura. Mais estudos devem ser realizados para desvendar os efeitos e complicações do uso desta substancia.

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Preveção da hipertensão arterial sistêmica: relação com sobrepeso

CAMILA ABDALLA ANTUNES, EVERTON DIAS JÚNIOR, HEIDER SILVA DUAR-TE, BRUNA SALGADO RABELO, MARCOS ROBERTO DE SOUSA, SILVANA DE ARAUJO SILVA e FERNANDA ROCHA SILVA

Faculdade de Medicina da UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Pós-graduação UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL. INTRODUÇÃO: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) trata-se de uma das pa-tologias com maior prevalência no mundo todo. No Brasil, estudos estimam que acometa 35% da população acima de 40 anos. Essa patologia é importante fator de risco para trombose e doença aterosclerórica, apresentando severas compli-cações cardíacas, renais, cerebrais e vasculares periféricas. É nesse contexto que a Liga Acadêmica de Hipertensão da UFMG se insere, desenvolvendo cam-panhas de controle e combate à Hipertenção junto à população de Belo Horizon-te. O objetivo desse trabalho é avaliar a relação entre Índice de Massa Corporal (IMC) e valores pressóricos inadequados.Métodos: As atividades da liga se ba-seiam em aferição da pressão arterial, esclarecimento de dúvidas e distribuição de panfletos explicativos. A campanha ocorre em locais públicos como restauran-tes populares e praças, onde a população participa voluntariamente. A aferição ocorre pelo método indireto a partir de esfigmomanômetro aneróide e eletrônico certificado pelo INMETRO. Os participantes são orientados quanto à necessidade de avaliação médica, confirmação do diagnóstico, sobre a importância da adesão ao tratamento e dos riscos das complicações da HAS. Dados relativos à idade, estatura, peso, diagnósticos prévios e uso de medicações são fornecidos pelo participante.Resultados: O evento realizado no Restaurante Popular II de Belo Horizonte, contou com a participação de 137 voluntários. A análise dos resultados foi realizada da seguinte forma: Pressão arterial (PA) alterada foram aquelas com valores iguais ou superiores a 140/90mmHg, e IMC alterado, os iguais ou superio-res a 25Kg/m². Dessa forma, 46 pessoas (33,5%) apresentaram os dois parâme-tros adequados, 39 (28,4%) estavam com a PA adequada, mas com IMC acima, 22 (16%) estavam com a PA alterada, mas IMC normal e 35 (25,5%) obtiveram os dois ídices alterados.Conclusão: É possível notar que as duas patologias apre-sentam elevadas prevalências, sendo que 66,5% da amostra apresentavam pelo menos uma delas e 25,5% apresentavam as duas. Sendo assim, estratégias de prevenção, combate e diagnóstico precoce das mesmas tornam-se essenciais.

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