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SOCIEDADE DE ENSINO SUPERIOR DE ALAGOAS - SESAL FACULDADE DE ALAGOAS – FAL ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA Charlyton de Vasconcelos Lúcio A INFLUÊNCIA DOS FILÓSOFOS NA ADMINISTRAÇÃO DO SÉCULO XXI UM ESTUDO DE CASO COM O FILÓSOFO E ADMINISTRADOR PETER DRUCKER Maceió/Junho 2007

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SOCIEDADE DE ENSINO SUPERIOR DE ALAGOAS - SESAL FACULDADE DE ALAGOAS – FAL

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Charlyton de Vasconcelos Lúcio

A INFLUÊNCIA DOS FILÓSOFOS NA ADMINISTRAÇÃO DO SÉCULO XXI

UM ESTUDO DE CASO COM O FILÓSOFO E ADMINISTRADOR PETER DRUCKER

Maceió/Junho

2007

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Charlyton de Vasconcelos Lúcio

A INFLUÊNCIA DOS FILÓSOFOS NA ADMINISTRAÇÃO DO SÉCULO XXI UM ESTUDO DE CASO COM O FILÓSOFO E ADMINISTRADOR

PETER DRUCKER

Maceió/Junho

2007

Monografia apresentada como requisito parcial e obrigatório para obtenção do titulo de Bacharel do Curso de Administração Financeira, da Faculdade de Alagoas – FAL.

RESUMO

No presente trabalho foi possível observar que sempre que ocorrem mudanças,

estas vêm acompanhadas de oportunidades. Não é uma questão de um pensar

filosófico, tento seguir o raciocínio dos filósofos mencionados ao longo do trabalho,

especialmente Peter Drucker. A partir deste estudo, concluímos que um dos

aspectos mais relevantes é a sintonia que os empresários estabelecem entre seus

negócios e o futuro. Não é sábio seguir aqueles que, por temerem o futuro,

retrocederam. Devemos, desta forma, buscar soluções a fim de basear as

estratégias para este futuro que está mais próximo do que imaginamos. Admito que

impossível prever os detalhes sobre o que funcionará melhor nos negócios neste

próximo século, todavia visualizo e preconizo uma estratégia empresarial focada em

três setores estruturantes: Empreendedorismo, Planejamento e Criatividade.

Segundo Peter Drucker “Empreendedorismo é um comportamento e não um traço

de personalidade” o que significa que qualquer pessoa pode desenvolver atitudes e

habilidades empreendedoras. O empreendedorismo é um movimento educacional

que visa criar atitudes empreendedoras bem como mentes planejadoras. O

empreendedor sonha, visualiza, planeja, implementa e assume riscos calculados.

Observamos que os intra-empreendedores que trabalham em empresas cujos

dirigentes costumam premiar pessoas desmotivadas, normalmente se frustram.

Milhões de idéias que poderiam gerar lucros se perdem nos corredores e

lanchonetes de empresas porque seus gerentes inibem pessoas criativas reagindo

negativamente, às novas idéias. Criatividade e planejamento será a base para o

empreendedorismo do novo século.

As empresas precisam valorizar e estimular inovações, assim como a

experimentação de novas idéias. Concluímos que o ambiente de trabalho ideal seria

aquele que estimula novas idéias, objetivando a eficiência e eficácia com custos

menores. Podemos então dizer que o espírito empreendedor, incorporado à prática

de trabalho diária das pessoas seria o desejado pelas empresas.

Palavras-chaves: Administração, século XXI, filósofos, Peter Drucker.

ABSTRACT

In the present work it was observed that whenever changes occur, opportunities arise. It is not a matter of philosophical thinking. What I try here is to follow the reasoning of philosophers mentioned along the work, mainly Peter Drucker. It was possible to conclude that what is rally relevant is that entrepreneurs tocus on their business considering the future. It is not wise to follow those who, by fearing the future, move towards the past. We should search for new ways and solutions in order to guide the strategies for the future which is closer than we imagine. I admit that it is impossible to foresee the details of what will function better in the coming century, however, I envisage and precognize an entrepreneur’s strategy focused on three structuring sectors: entrepreneurship, planning and creativity. For Peter Drucker, entrepreneurship concerns behaviors rather than personality traits, which means that anyone can develop entrepreneur attitudes and abilities. Entrepreneurship is an educational movement which aims at fostering entrepreneur attitudes as well as planning minds. The entrepreneur dreams, visualizes, plans, implements and takes calculated risks. The intra-entrepreneurs, who work in companies in which demotivated people are rewarded become frustrated. Millions of ideas that could prompt profits get lost in the companies halls and snack bars because their managers block creative people by reacting negatively to new and creative ideas. Creativity and planning will be the basis for the new century entrepreneurship. Companies need to value and foster innovation and new ideas experimentation. The ideal workplace environment should be the one that fosters new ideas in order to do things better at a lower cost. The ideal would be to have an entrepreneur spirit incorporated in people’s working practice. Key Words: Administration, XXI century, philosophers, Peter Drucker

AGRADECIMENTOS

Todos os professores, especialistas, mestres e doutores que acompanharam a minha

vida acadêmica. Não esquecendo de, todos os integrantes da Faculdade de Alagoas, deste os

porteiros até os atendentes.

Gostaria de ressaltar também a minha professora de filosofia Marluce, ao professor

de sociologia Cláudio Porangaba, a professora Marinês Coral minha orientadora, a professora

Adriana Torres. Que me deram expiração por buscar além dos livros resposta para o meu dia-

a-dia, onde com a observação do mundo a minha volta consegui entender e captar no passado

a experiência e sabedoria dos grandes mestres da historia humana, como Sócrates, Plantão,

entre outros.

Que mudaram para sempre a forma de pensar.

Pelos apoios neste percurso acadêmico que eu passei, agradeço a Faculdade de

Alagoas especial a Eliane que além de me ajudar muito nas horas de necessidade, contribuiu

também com meu crescimento intelectual, nestes anos de estudo.

A minha família que me ajudou nos momentos mais difíceis, que já passei a todos

que deram um voto de confiança e credibilidade a minha pessoa. A meus pais, pela luta que

passaram minhas irmãs que tanto me apoiaram, meus tios que me deram carinho, coragem, e

muito amor, primos e sobrinhos. Não esquecendo principalmente da minha prima Carminha

que me apoio no momento de duvida.

Agradeço assim a todos que estenderam a mão no momento mais difícil.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 8

CAPÍTULO 1 - BREVE HISTÓRICO SOBRE ADMINISTRAÇÃO........................... 11

1.1 O sentido real da palavra “Administração”.......................................................... 11

1.2 As tarefas da administração................................................................................ 14

1.3 A Administração empreendedora e tecnológica.................................................. 15

CAPÍTULO 2 - A HISTÓRIA DE ALGUNS FILÓSOFOS NA FORMAÇÃO DO

PENSAMENTO ADMINISTRATIVO................................................................................. 23

2.1 A influência dos filósofos na administração ........................................................ 24

2.2 A mudança nas organizações no século XXI..................................................... 29

CAPÍTULO 3 – AS BASES FILOSÓFICAS DO PENSAMENTO DE PETER

DRUCKER PARA A ADMINISTRAÇÃO NO SÉCULO

XXI............................................................................................................................. 36

3.1 Desafios do século XXI ...................................................................................... 37

3.2 Paradigmas na visão de Peter Drucker ............................................................. 39

3.3 Peter Drucker e o futuro da administração no mundo e no Brasil...................... 40

3.4 O futuro do Brasil na administração.................................................................... 44

CONCLUSÃO .......................................................................................................... 48

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 51

8

INTRODUÇÃO

No campo da administração, pelos interesses materiais envolvidos, a

discussão sobre produção e disseminação do conhecimento produzido de forma

científica e crítica fica apagada em relação à discussão do conhecimento

desenvolvido para auxiliar administradores na gestão de organizações. A teoria não

só reflete a prática organizacional, mas também ajuda a constituir essa prática.

(MARSDEN e TOWNLEY, 1996)

Porém, enquanto a administração como prática é uma atividade milenar, seu

estudo sistemático e científico é recente pois “assume-se que tal atividade tem

certas características intrínsecas que só foram possíveis de serem estudadas e

codificadas nos últimos dois séculos”. (TSOUKAS e CUMMINGS, 1997, p. 661)

Historicamente, os pioneiros no desenvolvimento de uma teoria

administrativa defendiam a concepção de administração como um conhecimento

científico. “Uma ciência administrativa era considerada possível porque, atrás da

variedade aparente das organizações, havia uma ordem que podia ser capturada

pelos cientistas sociais através de seus métodos de investigação.” (TSOUKAS e

CUMMINGS, 1997, p. 664)

O saber administrativo se diferencia de outros saberes, uma vez que as

organizações são constituídas para alcançar fins específicos e suas ações são

norteadas por uma racionalidade voltada a fins. Um saber desenvolvido para esse

cenário tem, intrinsecamente, uma proposta a priori, diferentemente de um saber

desenvolvido numa área de ciência pura, por exemplo. Noções fundamentais da

administração como, por exemplo, lucro, eficiência, conduta humana, realização etc,

9

estão imbuídas de valor e não podem ser consideradas como proposições

científicas, no sentido clássico atribuído ao processo de formulação do saber

científico.

No caso do desenvolvimento do saber administrativo, o objetivo é sempre

definido. Quase todas as pesquisas visam a entender melhor a realidade

organizacional para poder desenvolver aplicativos, ferramentas e métodos que

melhorem o resultado da organização estudada. A melhoria pode estar relacionada

tanto ao resultado financeiro quanto aos resultados operacionais, motivacionais etc.

O saber desenvolvido dessa forma não permite que o pesquisador aponte certos

resultados que sejam divergentes daqueles definidos como o objetivo da pesquisa.

Em função dos objetivos pré-determinados, do foco em resultados e dos

juízos de valor subjacentes ao processo de construção do saber administrativo, a

administração não pode ser considerada uma ciência. Apesar da utilização de

ferramentas e métodos científicos para a sua elaboração, oriundos de outras áreas,

ela carece de ferramentas próprias, que permitam o desenvolvimento de um

conhecimento científico autônomo e que não sofram ingerência dos objetivos

organizacionais.

Pode-se afirmar que a administração empresta, de outras áreas de

conhecimento, o seu ferramental teórico e metodológico, - Psicologia, Sociologia,

Antropologia, Matemática, Biologia, Economia etc. – sendo essa mais uma restrição

à idéia de considerar o saber administrativo um saber científico. As ciências

desenvolvem e adotam metodologias estruturadas e consistentes (um único conjunto

de métodos, coerentes entre si) para desenvolver o seu campo de conhecimento.

10

Como se sabe a Administração tem grande influência e pensamentos de filósofos,

seguindo esta linha será desenvolvido neste trabalho “a influência dos filósofos no

século XXI, e será dado uma ênfase ao filósofo” Peter Drucker”.

Este estudo será baseado em pesquisa bibliográfica, que determinou a

fundamentação teórica do tema. Onde os dados serão obtidos de forma qualitativa,

citados e relacionados com a bibliografia sugerida sobre o assunto, como também

consulta a revistas e artigos publicados.

11

CAPÍTULO 1

BREVE HISTÓRICO SOBRE ADMINISTRAÇÃO

1.1 O real sentido da palavra “Administração”

A administração é pertinente a todo o tipo de empreendimento humano que

reúne, em uma única organização, pessoas com diferentes saberes e habilidades,

sejam vinculadas às instituições com fins lucrativos ou não. A administração precisa

ser aplicada aos sindicatos, às igrejas, às universidades, aos clubes, agências de

serviço social, tanto como nas empresas, sendo responsável pelos seus

desempenhos.

Segundo DRUCKER (2001), os administradores que entenderem os

princípios essenciais da administração e trabalharem por eles orientados, serão

bem-formados e bem-sucedidos. Ele apresenta os seguintes princípios:

A administração trata dos seres humanos. Sua tarefa é capacitar as

pessoas a funcionar em conjunto, efetivar suas forças e tornar irrelevantes suas

fraquezas. É disso que trata uma organização, e esta é a razão pela qual a

administração é um fator crítico e determinante. Hoje em dia, praticamente todos

nós somos empregados por instituições administradas, grandes ou pequenas,

empresariais ou não. Dependemos da administração para nossa sobrevivência. E a

nossa capacidade de contribuição à sociedade também depende tanto da

administração das organizações em que trabalhamos quanto de nossos próprios

talentos, dedicação e esforço.

12

A administração está profundamente inserida na cultura, porque ela trata da

integração das pessoas em um empreendimento comum. O que os administradores

fazem na Alemanha Ocidental, no Reino Unido, nos EUA, no Japão, ou no Brasil é

exatamente o mesmo. Como eles fazem é que pode ser bem diferente. Assim, um

dos desafios básicos que os administradores enfrentam em países em

desenvolvimento é descobrir e identificar as parcelas de suas próprias tradições,

história e cultura que possam ser usadas como elementos construtivos da

administração. A diferença entre o sucesso econômico do Japão e o relativo atraso

da Índia é explicado, em grande parte, porque os administradores japoneses

conseguiram transplantar conceitos administrativos importantes para seu próprio

solo cultural e fazê-los crescer.

Toda empresa requer compromisso com metas comuns e valores

compartilhados. Sem esse compromisso não há empresa, há somente uma turba. A

empresa tem de ter objetivos simples, claros e unificantes. A missão da empresa

tem de ser suficientemente clara e grande para promover uma visão comum. As

metas que a incorporam devem ser claras, públicas e constantemente reafirmadas.

A primeira tarefa da administração é pensar, estabelecer e exemplificar esses

objetivos, valores e metas.

A administração deve também capacitar a empresa e cada um de seus

componentes a crescer e se desenvolver à medida que mudem necessidades e

oportunidades. Toda empresa é uma instituição de aprendizado e de ensino.

Treinamento e desenvolvimento precisam ser instituídos em todos os níveis da sua

estrutura – treinamento e desenvolvimento incessantes.

Toda empresa é composta de pessoas com diferentes capacidades e

conhecimento, que desempenham muitos tipos diferentes de trabalho. Deve estar

13

ancorada na comunicação e na responsabilidade individual. Todos os componentes

devem pensar sobre o que pretendem alcançar – e garantir que seus associados

conheçam e entendam essa meta. Todos têm de considerar o que devem aos

outros – e garantir que esses outros entendam. E todos têm de pensar naquilo que

eles, por sua vez, precisam dos outros – e garantir que os outros saibam o que se

espera deles.

Nem o nível de produção nem a “linha de resultados” são por si sós, uma

medição adequada do desempenho da administração e da empresa. Posição no

mercado, inovação, produtividade, desenvolvimento do pessoal, qualidade,

resultados financeiros, todos são cruciais ao desempenho de uma organização e à

sua sobrevivência. Também as instituições não-lucrativas precisam de medições em

algumas áreas específicas às suas missões. Tanto quanto um ser humano, uma

organização também necessita de diversas medições para avaliar sua saúde e seu

desempenho. O desempenho tem de estar entranhado na empresa e na sua

administração; precisa ser medido, ou ao menos julgado, além de ser

continuamente melhorado.

Finalmente, a única e mais importante coisa a lembrar sobre qualquer

empresa é que os resultados existem apenas no exterior. O resultado de uma

empresa é um cliente satisfeito. Os resultados de um hospital é um paciente curado.

O resultado de uma escola é um aluno que aprendeu alguma coisa e a coloca em

funcionamento dez anos mais tarde. Dentro de uma empresa só há custos. “

A administração para DRUCKER (2001) é considerada como uma “arte liberal”.

É “arte” porque, como vimos, é prática e aplicação, é “liberal” porque trata dos

fundamentos do conhecimento, autoconhecimento, sabedoria e liderança. As

origens do conhecimento e das percepções estão nas ciências humanas e sociais,

14

nas ciências físicas e na ética, que devem estar focados sobre a eficiência e os

resultados das organizações.

1.2 As tarefas da administração

As instituições privadas ou públicas, com ou sem fins lucrativos, não existem

por conta própria, mas para satisfazer uma necessidade exclusiva da sociedade, da

comunidade ou do indivíduo. Existem para cumprir uma finalidade social definida.

Não são fins em si, são meios para que as necessidades sejam atendidas.

Assim, a administração é o órgão da instituição que, como tal, só pode ser

descrito e definido por sua função e contribuição, devendo cumprir as seguintes

tarefas:

• Atingir a finalidade e a missão específicas da instituição, seja uma

empresa comercial, hospital ou uma universidade;

• Tornar o trabalho produtivo e transformar o trabalhador em realizador;

• Administrar os impactos sociais e as responsabilidades sociais.

“Os negócios humanos, políticos, sociais, econômicos e empresariais é inútil prever o futuro, para não falar em olhar para 75 anos à frente. Mas é possível e útil identificar eventos importantes que já aconteceram, de forma irrevogável, e que, portanto terão efeitos previsíveis nas duas próximas décadas. Em outras palavras, é possível identificar e se preparar para o futuro que já aconteceu. O fator dominante para os negócios nas duas próximas décadas com exceção de guerra, peste ou colisão com um cometa não será economia ou tecnologia. Será a demografia. O fator chave para os negócios não será a superpopulação do mundo, da qual temos sido alertados nestes últimos 40 anos. Será a subpopulação dos países desenvolvidos o Japão, os países europeus e os Estados Unidos”.(Peter Drucker, 2001).

15

1.3 A Administração empreendedora e tecnológica

De acordo com Drucker (1986, p. 197),

A administração empreendedora exige administração diferente daquela que existe. Mas, como a existente, ela requer administração sistemática, organizada e deliberada. E, embora as regras básicas sejam as mesmas para qualquer organização empreendedora, a empresa em atividade, a instituição de serviço público e as novas iniciativas de risco apresentam desafios diferentes, têm problemas diferentes e precisam se resguardar de tendências degenerativas diferentes.

Ainda o autor enfatiza a necessidade também de que todos os

empreendedores enfrentem com determinação decisões sobre seus próprios papéis

e seus próprios compromissos.

O empreendimento se baseia nos mesmos princípios, tanto se o

empreendedor é uma grande instituição existente ou se é um indivíduo que está

começando seu novo negócio sozinho.

Segundo Drucker (1986, p. 199),

Não faz diferença alguma se o empreendedor é uma empresa comercial, uma empresa industrial, uma empresa de prestação de serviços ou até mesmo uma instituição governamental. As regras são quase as mesmas; as coisas que funcionam e as que não funcionam são quase as mesmas, como são os tipos de inovação e onde procurá-los. Em cada caso há uma disciplina que se poderia chamar de Administração Empreendedora.

Diversos autores apontam uma transformação da sociedade, da economia e

do modo de produção século XXI. Analisando as mudanças econômicas da época,

HOBSBAWM (1988, p. 79-84) aponta para sete características da economia do

período: uma base geográfica dos negócios muito mais ampla do que antes;

notavelmente mais pluralista; passando por uma revolução tecnológica; uma dupla

transformação da empresa capitalista; uma transformação excepcional do mercado

de bens de consumo; o crescimento acentuado do setor terciário e a crescente

16

convergência entre economia e política. Dessas características, cabe analisar mais

profundamente a transformação da empresa capitalista e a do mercado de bens de

consumo.

A transformação da empresa capitalista ocorreu tanto na sua estrutura

quanto no seu modus operandi. Por um lado, houve uma concentração de capital e o

surgimento da distinção entre “empresa” e “grande empresa”. Por outro lado, “houve

uma tentativa sistemática de racionalizar a produção e a direção das empresas

aplicando `métodos científicos´ não só à tecnologia, mas também à organização e

aos cálculos.” (HOBSBAWN ,1988, p. 82)

Para construir um modelo de empresa moderna, MOTTA (1969, pp. 40 – 47)

apresenta algumas características desta: coerência dos meios com os fins visados;

sobrevivência da empresa enquanto condições internas e externas permitirem;

orientação para o lucro; ênfase na quantificação; ênfase no Retorno sobre

investimento; equipamentos e instalações de uso exclusivo da empresa; trabalho

assalariado; contabilidade racional; análise dos fatores externos (concorrência,

demanda, legislação, distribuição etc.) e internos (produto, preço, composto

promocional etc.) para a mercadização do produto; trabalho dividido, tanto no nível

de administração quanto no de execução, de acordo com as várias operações;

utilização de máquinas, tanto nos processos administrativos quanto nos de

fabricação, visando a maior eficiência; pessoas dedicadas a um processo ou a uma

tarefa específica, em função do avanço tecnológico e da necessidade de

planejamento; formalismo, impessoalidade, profissionalismo da administração;

capital da empresa é independente das fortunas dos seus proprietários; pulverização

da propriedade e possibilidade de transacionar ações no mercado; tendência do

17

papel do líder estar relacionado com senso de oportunidade e capacidade de

coordenação

O surgimento da indústria moderna, durante a segunda revolução industrial,

resulta numa transformação da técnica, assumindo um caráter cada vez mais

científico.

“A transformação do trabalho de uma base de especialidade para uma base de ciência pode-se, pois, considerar como incorporando um conteúdo fornecido por uma revolução científica e técnica, dentro de uma forma dada pela rigorosa divisão e subdivisão do trabalho patrocinada pela gerência capitalista”.(BRAVERMAN, 1987, p.137).

A mudança do mercado de bens de consumo é quantitativa e qualitativa,

resultado das novas necessidades advindas do aumento da população, da

urbanização e da renda real. Essa mudança implicou numa transformação tanto da

produção, que passou a produzir bens de consumo, quanto da distribuição. As

grandes unidades organizacionais difundiram-se, dominando as esferas econômica,

social e política. O resultado foi a ascensão do “estado administrativo” e

conseqüente “modo de organização da sociedade, em que a natureza humana foi

transformada pela organização racional e científica.“ (REED, 1997, p. 61)

As transformações resultaram em um novo tipo de saber administrativo – o

saber tecnológico. O saber tecnológico define um padrão - que segue uma regra

racional, e, de preferência, está fundamentado na ciência, porém sem constituir um

conhecimento científico, para as atividades desempenhadas pelo administrador.

Esse saber tecnológico está relacionado ao crescente processo de

racionalização da sociedade, considerada por WEBER (1991, p.145) como a

ampliação da capacidade de previsão e do domínio instrumental e organizacional

sobre processos empíricos. Na esfera organizacional, o processo de racionalização

foi traduzido pela adoção de um quadro administrativo burocrático, responsável pela

18

gestão. A administração, assim exercida, podia ser considerada a “forma mais

racional de exercício da dominação, porque nela se alcança tecnicamente o máximo

de rendimento em virtude de precisão, continuidade, disciplina, rigor e

confiabilidade”.(WEBER, 1991, p. 145).

Por exemplo, o processo de racionalização e sistematização do trabalho

executivo se deu pela projeção, na função do gerente médio, das atividades mais

analíticas e rotineiras. (ZUBOFF, 1988, p. 107) Essas atividades acompanharam o

surgimento do saber tecnológico, que, uma vez padronizado, podia ser

sistematizado e disseminado por um treinamento formal.

A despeito de buscar fundamentação em bases científicas, o objeto da

administração, enquanto campo de conhecimento, está totalmente voltado à

aplicação prática: como preparar o administrador, como fornecer o ferramental

básico para que ele possa exercer sua atividade buscando a máxima racionalidade e

eficiência, e, conseqüentemente, gerando retorno para a organização.

Esse ferramental é o que está sendo definido como saber tecnológico. Uma

vez que a administração volta-se também para a preparação do indivíduo para a

atividade e sofre influências do ambiente em que o administrador e a organização

estão inseridos, o ferramental utilizado e, conseqüentemente, o saber tecnológico,

mudam em função do ambiente.

Apesar de ser influenciado pela prática, o saber tecnológico tem a pretensão

de ser definido a priori. O administrador é “formado” a partir de certas técnicas, que

definem “como” as coisas devem ser feitas, qual é o melhor padrão a ser utilizado.

Essa definição de uma forma única ou predominante de administrar esteve presente

no ambiente organizacional durante 70 anos, ou seja, até os anos 70, as sociedades

capitalistas avançadas (e em particular aquelas da Europa Ocidental)

19

experimentaram uma fase de expansão econômica sustentada. A noção de

Fordismo aponta para algumas razões para essa excepcional estabilidade: um meio

de absorção de crescentes níveis de produtividade. A duração da estabilidade

econômica do pósguerra proporcionou uma estabilização paralela de instituições

sociais na economia em geral e no mercado de trabalho em geral, consolidando uma

estrutura integrada de organização e regulação, recentemente, a economia do pós-

guerra sucumbiu à crise ocorre um distúrbio ininterrupto de todas as condições

sociais’: um equivalente mais elegante para a noção de flexibilização. (HYMAN,

1991 apud ZILBOVICIUS, 1997, p. 291)

Esse saber tecnológico desenvolvido está intimamente relacionado aos textos

escritos e disseminados pelo mercado editorial e pelos acadêmicos de administração

nos recém fundados cursos de administração. As primeiras obras importantes no

campo da Administração foram escritas por práticos da administração, sem uma

fundamentação acadêmico-científica. (KOONTZ, 1966) Após a Segunda Guerra,

houve uma tentativa de elevar a pesquisa de administração para um nível mais

científico. (FOURNIER e GREY, 2000).

Após o final da Segunda Guerra, a lógica clássica de organização da

produção e do trabalho havia se difundido de maneira universal no Ocidente. Mesmo

que não exatamente como prática, na medida em que nem todas as organizações

apresentavam os elementos dessa lógica, ao menos como representação

orientadora dos tomadores de decisão. (ZILBOVICIUS, 1997, p. 290)

Ao pretender ser um conhecimento “científico”, o saber tecnológico difunde-se

como referência básica para o ato de administrar. O processo de propagação das

pretensas “verdades científicas” está atrelado à formulação de modelos e

metodologias administrativos. Esses modelos foram difundidos como sendo a melhor

20

maneira de se administrar a empresa. Supunha-se que a aplicação deles era a

forma de garantir a eficiência e a eficácia dos atos do gestor. O objetivo desses

modelos e metodologias é possibilitar às organizações regularidade, previsibilidade,

ordem e eficiência. Ao formular esses modelos e metodologias, os teóricos

organizacionais buscam “descobrir as regularidades parecidas com as leis que estão

subjacentes ao comportamento organizacional” (TSOUKAS e CUMMINGS, 1997, p.

656).

As teorias organizacionais tradicionais, a saber, a teoria clássica, a teoria de

relações humanas, as demais abordagens humanísticas, a teoria estruturalista, a

sistêmica, a teoria da decisão, a teoria contingencial, e suas similares, são eivadas

de racionalidade instrumental. São constructos teóricos elaborados no bojo da

ciência social, conformando-se aos seus princípios. Privilegiam, indubitavelmente, os

comportamentos relativos à excelência no manejo dos meios, entendidos como

eficiência. Quanto aos fins, não são objeto de julgamento, apenas cabe atingi-los

com a máxima eficiência possível, configurando assim a eficácia. (OLIVEIRA, 1990,

pp.99-100)

A evolução do saber tecnológico passou por diversas fases, entre o início do

século e 1970. No início, predominou a abordagem clássica, ou da Administração

Científica. A partir da década de 30, o Movimento das Relações Humanas começou

a questionar a forma de administrar divulgada pelos clássicos. O Movimento de

Relações Humanas foi seguido pelo Behaviorismo e pelo Estruturalismo. A partir da

década de 50, surgiu a abordagem dos Sistemas Abertos. O Desenvolvimento

Organizacional, com enfoque comportamental, iniciou-se na década de 60.

21

Essas fases geraram modelos que predominaram no discurso administrativo

durante um determinado período. Muitas vezes, a implantação dos processos,

ferramentas ou atividades não ocorreu como havia sido planejado ou proposto, o

saber tecnológico desenvolvido se adequava parcialmente à realidade

organizacional. Entretanto, havia uma busca pela implantação dos modelos

propostos, uma procura pelos resultados prometidos.

Por exemplo, a gestão da produção sofreu um grande abalo, a partir da

década de 80. Os princípios empregados desde a década de 20, baseados no

modelo taylorista-fordista, começaram a ser desafiados pelas práticas japonesas de

gestão. (ZILBOVICIUS, 1997) Essa intensificação pode ser verificada através na

figura 1, que analisa os fluxos de inovações administrativas entre 1955 e 1990. A

partir da década de 80, surgiram diversos novos modelos, como, por exemplo,

Círculos de Qualidade, “Excelência”, Reestruturação, Kanban, Downsing, etc.

22

Figura 1. Fluxos de inovações administrativas (1950 – 1990)

Fonte: DAFT, 1999, p. 29. Adaptado da figura 1.3, Richard T. Pascale, Managingon the Edge (NY, Touchstone/ Simone Schuster, 1990).

23

CAPÍTULO 2

A HISTÒRIA DE FILOSÓFOS NA FORMAÇÃO

DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO

Na história da humanidade, verifica-se que sempre existiu alguma forma de

associação entre os homens para, através do esforço conjunto, atingirem objetivos

que, isoladamente não seria possível.

O processo de administrar está vinculado a qualquer situação em que

existam pessoas fazendo o uso de recursos para atingir determinado objetivo.

De tais formas, embora inicialmente rudimentares, já se manifestava alguma

forma de administrar organizações.

Conforme MAXIMIANO (2000, p. 126), por volta de 10000 a 8000 a.C. na

Mesopotâmia e no Egito, agrupamentos humanos que desenvolviam atividades

extrativistas faziam uma transição para atividades de cultivo agrícola e pastoreio,

iniciando-se a “Revolução Agrícola”. Nesse período surgem as primeiras aldeias,

marcando-se a mudança da economia de subsistência para a administração da

produção rural e a divisão social do trabalho.

Ainda, de acordo com mesmo autor, no período compreendido entre 3000 e

500 a.C, a “Revolução Agrícola” evoluiu para a “Revolução Urbana”, surgindo as

cidades e os Estados, demandando a criação de práticas administrativas.

CHIAVENATO (1983, p.18) faz referências às magníficas construções

realizadas na Antigüidade no Egito, na Mesopotâmia, na Assíria indicaram trabalhos

de dirigentes capazes de planejar e orientar a execução de obras que ainda

24

podemos observar. Também, através de papiros egípcios foi possível verificar a

importância da organização e administração da burocracia pública no Antigo Egito.

2.1 A influência dos filósofos na administração

Os filósofos buscam constantemente soluções para os problemas que o correm

em seu meio podendo ser externo ou até mesmo interno. Eles buscaram em sua

época o que as organizações buscam constantemente: planejamento, organização

das tarefas, direção e controle, porém vemos que em um período tão

desglobalizado, houve mais resultados positivos do que muitas empresas que

existem hoje em dia.

Merece referências a influência dos filósofos gregos, como Platão (429 a.C.

347 a.C.) discípulo de Sócrates, e Aristóteles (384 a.C. 322 a.C.), discípulo de

Platão. Ambos deixaram contribuições para o pensamento administrativo do Século

XX. Platão preocupou-se com os problemas de natureza política e social

relacionados ao desenvolvimento do povo grego. Aristóteles impulsionou o

pensamento da Filosofia e no seu livro Política estudou a organização do Estado.

Outros filósofos deixaram importantes contribuições para a formação do

pensamento administrativo:

Nicolau Maquiavel (1469 – 1527) historiador e filósofo político italiano, seu

livro mais famoso, O Príncipe (escrito em 1513 e publicado em 1532) refere-se à

forma de como um governante deve se comportar. Segundo MAXIMIANO (2000,

p.146), Maquiavel pode ser entendido “como um analista do poder e do

comportamento dos dirigentes em organizações complexas”. Certos princípios

25

simplificados que sofreram popularização estão associados a Maquiavel (observa-se

o adjetivo maquiavélico):

• “Se tiver que fazer o mal, o príncipe deve fazê-lo de uma só vez. O

bem deve fazê-lo aos poucos”.

• “O príncipe terá uma só palavra. No entanto, deverá mudá-la sempre

que for necessário”.

• “O príncipe deve preferir ser temido do que amado.”

Francis Bacon (1561 – 1626) filósofo e estadista inglês, considerado um dos

pioneiros do pensamento científico moderno, fundador da Lógica Moderna baseada

no método experimental e indutivo (do específico para o geral). Segundo

CHIAVENATO (1983, p.22) com Bacon é que encontra-se a preocupação com a

separação experimental do que é essencial em relação ao que é acidental.

Antecipou-se ao princípio da Administração “prevalência do principal sobre o

acessório”.

René Descartes (1596 – 1650) filósofo, matemático e físico francês,

considerado fundador da Filosofia Moderna. Celebrizado pela sua obra “O Discurso

do Método”, em que descreve os principais preceitos do seu método filosófico, hoje

denominado “método cartesiano”. Princípios do método cartesiano:

• Princípio da Dúvida Sistemática ou da Evidência – não é verdadeiro até

que se saiba com evidência, ou seja, como realmente verdadeiro.

• Princípio da Análise ou da Decomposição - dividir e decompor cada

parte de um problema para analisar as suas partes separadamente.

26

• Princípio da Síntese ou da Composição – processo racional que

consiste no ordenamento dos pensamentos, dos mais fáceis e simples

para os mais difíceis e complexos.

• Princípio da Enumeração ou da Verificação – em tudo fazer

recontagens, verificações e revisões de modo a tornar-se seguro de

não ter havido qualquer omissão durante o processo de raciocínio

(checklist).

Thomas Hobes (1588 – 1679) filósofo e teórico político inglês, segundo o qual

o homem primitivo era um ser anti-social por definição, atirando-se uns contra os

outros pelo desejo de poder, riquezas e propriedades – “o homem é o lobo do

próprio homem”. O Estado surge como a resultante da questão, que, de forma

absoluta, impõe a ordem e organiza a vida social.

Karl Marx (1818 – 1883) e Friedrich Engels (1820 – 1895) Marx, filósofo

alemão, e Engels, propuseram uma teoria da origem econômica do Estado.

CHIAVENATO (1983, p.23) escreve que, de acordo com Marx e Engels a dominação

econômica do homem pelo homem é a geradora do poder político do Estado, que

vem a ser uma ordem coativa imposta por uma classe social exploradora. No

Manifesto Comunista, segundo CHIAVENATO, Marx e Engels afirmam que a história

da humanidade sempre foi à história da luta de classes, resumidamente, entre

exploradores e explorados.

Adam Smith (1723 – 1790) filósofo e economista escocês, considerado

como criador da Escola Clássica da Economia, em 1776 publica a sua obra “Uma

investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações”, mais conhecido

como A Riqueza das Nações, já abordava o princípio da especialização dos

27

operários e o princípio da divisão do trabalho em uma manufatura de agulhas para

destacar a necessidade da racionalização da produção. Conforme CHIAVENATO

(1983, p.30), para Adam Smith, a origem da riqueza das nações reside na divisão do

trabalho e na especialização das tarefas, preconizando o estudo dos tempos e

movimentos, pensamento que, mais tarde, Frederick Winslow Taylor e o casal Frank

e Lilian Gilbreth viriam a desenvolver, fundamentando a Administração Científica.

“Todo indivíduo necessariamente trabalha no sentido de fazer com que o rendimento anual da sociedade seja o maior possível. Na verdade, ele geralmente não tem intenção de promover o interesse público, nem sabe o quanto o promove. Ao preferir dar sustento mais à atividade doméstica que à exterior, ele tem em vista apenas sua própria segurança; e, ao dirigir essa atividade de maneira que sua produção seja de maior valor possível, ele tem em vista apenas seu próprio lucro, e neste caso, como em muitos outros, ele é guiado por uma mão invisível a promover um fim que não fazia parte de sua intenção. E o fato de este fim não fazer parte de sua intenção nem sempre é o pior para a sociedade. Ao buscar seu próprio interesse, freqüentemente ele promove o da sociedade de maneira mais eficiente do que quando realmente tem a intenção de promovê-lo. (“Adam Smith, A Riqueza das Nações, Livro IV,capítulo 2 )

David Ricardo (1772 – 1823) economista britânico, em sua obra “Princípios de

Economia Política e Tributação”, publicada em 1817, tratava de teorias cujas bases

residiam nos seus estudos sobre a distribuição da riqueza a longo prazo. Segundo

David Ricardo o crescimento da população tenderia a provocar a escassez de terras

produtivas. Tal Como Adam Smith, Ricardo admitia que a qualidade do trabalho

contribuísse para o valor de um bem. O trabalho era visto como uma mercadoria.

Uma importante contribuição sua foi o princípio dos rendimentos decrescentes,

devido a renda das terras. Tentou deduzir uma teoria do valor a partir da aplicação

do trabalho. Ricardo tornou-se o clássico por excelência da Economia, apesar de se

inspirar em grande parte da sua análise na obra de Adam Smith acabou por criticá-

lo. Alterou o conceito de valor de uso de Adam Smith definindo-o como a Utilidade,

28

ou seja, a capacidade do produto satisfazer as nossas necessidades. Como

contribuições para a formação do pensamento administrativo, resumidamente, é

possível destacar: suas posições a respeito do custo do trabalho e sobre os preços e

mercados.

John Stuart Mill (1806 – 1873) filosofo e economista britânico publicou

“Princípios de Economia Política” onde, segundo CHIAVENATO (1983, p.31)

apresenta um conceito de controle objetivando evitar furtos nas empresas.

Acrescenta duas qualidades importantes, a fidelidade e o zelo.

A questão que se coloca aqui é nova, não porque já não pudesse ter sido

colocada em outro tempo e nos mesmos termos, mas porque as palavras “amanhã”

ou “futuro” têm hoje um significado completamente diferente do que tiveram no

passado. Na verdade, o futuro para os humanos em sociedade sempre se inscreveu,

até agora, no contexto de uma sociedade em particular: por exemplo, “que futuro?”,

perguntávamos nós, os franceses, em 1940, e depois em 1945, etc; nós nos

sentíamos pouco ou nada preocupados por considerações gerais sobre o futuro da

humanidade. Mas, hoje, nós entramos na Era da “mundialização” (globalização), ou

seja, da universalização.

A partir de então a questão é: em que a filosofia pode influenciar a

administração? Ora, é verdade que todos os metafísicos que pretenderam, dentro de

seus sistemas, entregar a verdade, o fizeram para todos os homens, e para toda

humanidade. Cada um possui, em seu espírito, o propósito de Descartes e sua

esperança de contribuir, através de sua filosofia, ao “bem geral de todos os homens”

(Discurso do método, A.T., VI, p. 61). Mas o fato é que a filosofia de Descartes

produziu o idealismo moderno, uma particularidade do Ocidente, que nos separa das

outras culturas filosóficas e não possui nenhuma virtude de unificação. O problema

29

aqui é de um ecumenismo filosófico. Se tal ecumenismo é possível, em quê deve se

transformar nossa filosofia para que ela esteja apta a encontrar as filosofias do

Oriente? E a partir de quais evidências? O problema se coloca para a administração,

não para a moral. Porque, enquanto a moral se tornou universal, a partir do

momento em que a moral dos direitos humanos se tornou universalmente

reconhecidos embora, na realidade, freqüentemente desrespeitados, a

administração continua particular. Eu acredito que o retorno ao mais incipiente

pensamento grego significa também a esperança de uma forma de administrar

promissora baseada nos pensamentos dos grandes filósofos. Vejamos no capítulo 3

o pensamento de um grande filósofo e sua influência para o século XXI

2.2 A mudança nas organizações no século XXI

Vive-se uma era de profundas transformações. A chamada globalização,

termo que se tornou obrigatório em todos os círculos intelectuais, políticos e

econômicos, fenômeno facilitado pelas novas tecnologias da informação, pressupõe

uma evolução do tradicional processo de internacionalização de mercados oriundo

dos primórdios do capitalismo. Esse novo processo não é mais conduzido apenas

por nações, mas, sobretudo, pelas organizações antes denominadas multinacionais,

transnacionais ou mundializadas. Muda-se o mundo, mudam as organizações.

Com seu processo de aceleração, a globalização do mundo modifica,

também, as noções de tempo e de espaço. A velocidade crescente que envolve as

comunicações, os mercados, os fluxos de capitais e tecnologias, as trocas de idéias

e imagens, nesse início de século, impõem a dissolução de fronteiras e de barreiras

30

protecionistas. Em todo o momento se estabelecem tensos diálogos entre o local e o

global, a homogeneidade e a diversidade, o real e o virtual, a ordem e o caos.

Nessa transição paradigmática que se está testemunhando neste início de

milênio, pode-se afirmar que se está vivendo sob a égide das mudanças marcadas

por uma nova sociedade emergente e por uma nova visão empreendedora de

fundamental importância.

Esta nova sociedade já preconizada por Peter Drucker, em seus trabalhos

das décadas de 40 e 60, está configurando um ambiente de transformações na

forma como as empresas estão organizando e fazendo negócios. Esta sociedade

não é uma sociedade “anticapitalista” nem “não capitalista”, como enfatiza o autor.

Ela é uma sociedade na qual:

“O recurso econômico básico – os ‘meios de produção’, para usar uma expressão dos capitalistas - não é mais o capital, nem os recursos naturais (a ‘terra’ dos economistas), nem a ‘mão de obra’. Ele será o conhecimento. [...] Hoje o valor é criado pela ‘produtividade’ e pela ‘inovação’, que são aplicações do conhecimento ao trabalho. Os principais grupos sociais da sociedade do conhecimento serão os ‘trabalhadores do conhecimento’ – executivos que sabem como alocar conhecimento para usos produtivos, assim como os capitalistas sabiam como alocar capital para isso, profissionais do conhecimento e empregados do conhecimento” (Drucker, 1994, p. XVI).

Faz-se mister ressaltar que, no ambiente organizacional, a convivência com a

mudança virou rotina. Da introdução ao abandono de um considerável número de

modismos, conceitos e princípios elaborados pela tão promissora indústria da teoria

da administração, é possível identificar uma busca incessante em manter alguma

ordem perante o caos em que se transformaram as organizações nestes últimos

anos. Tudo isso caracteriza uma percepção de que não há mais espaço para a

31

mentalidade tradicional e que novas formas de relacionamento e comunicação se

constroem.

Liderando ou sendo carregadas por essa nova onda, as organizações passam

por profundas transformações. O antigo tripé do conceito de organizações –

pessoas, estrutura e tecnologia, entra em conflito, uma vez que esses componentes

não mais precisam abrigar-se sob um mesmo espaço, nem operarem a um mesmo

tempo para configurarem uma organização.

Para Morgan (1996, p. 30),

No mercado moderno, as estruturas organizacionais que não estiverem preparadas para enfrentar novos desafios, ampliar sua visão de mercado, que não se tornarem flexíveis para atender às novas demandas, certamente estarão fora do circuito e não ajustadas, dificilmente sobreviverão ao processo irreversível da globalização e suas conseqüências.

Na verdade, as organizações terão de aprender a inovar. Para isso, deverão

estar constantemente preocupadas com a sua capacidade plena em atrair e reter

pessoas qualificadas e dotadas de conhecimentos, das quais depende seu

desempenho.

No mundo moderno das organizações, independentemente do setor em que

elas atuam, o ser humano caminha para deixar de ver a organização em que

trabalha como um mecanismo em que ele é apenas uma peça. A organização, por

sua vez, passará a tratá-lo como indivíduo cujas potencialidades precisam ser

descobertas. Para isso, investirá em sua integração.

Drucker (1994, p. 165) assume esta posição ao afirmar que:

O conhecimento está sempre incorporado a uma pessoa, é transportado por uma pessoa, é criado, ampliado, ensinado e transmitido por uma pessoa e é usado, bem ou mal, por uma pessoa. Portanto, a passagem para a sociedade do

32

conhecimento coloca a pessoa no centro. Ao fazê-lo, ela levanta novos desafios, novas questões e novas perguntas, sem precedentes, a respeito do representante da sociedade do conhecimento, a pessoa instruída.

De acordo com Mariotti, (1999, p. 13),

O homem passa a ser considerado em primeiro lugar com base em sua existência individual, isto é, como um ser uno e pleno de possibilidades a serem mobilizadas e postas em prática em seu benefício e no da comunidade; seus atributos (suas essências) só serão plenamente exercidos depois que houver a certeza da realidade e da continuidade de um meio ambiente onde essas potencialidades possam ser desenvolvidas com um mínimo de bloqueios.

Na verdade, como resultado, as organizações passam a ter uma nova visão a

respeito da vida e do trabalho. As pessoas se sentirão partes do todo sem perderem

suas individualidades. Isso é fundamental para que elas tenham, continuamente,

motivação para exercerem sua criatividade. O próprio curso da história está se

encarregando dessa abertura. Hoje, como se sabe, está em plena evidência o

conceito da empresa núcleo de ensino e aprendizado, em que o fluxo da informação

pode e deve ser ininterrupto. Esse ponto é fundamental.

Atualmente, com as profundas modificações por que estão passando, as

organizações vêm investindo em educação. A superespecialização tornou-se um

fator considerável que dificulta o desenvolvimento organizacional, ao contrário do

que se imaginava até bem pouco tempo. Em outras palavras, quem ainda pensa que

o conhecimento puramente técnico é o único necessário como fator de vantagem

competitiva está fora da realidade atual que rege o mercado.

Na verdade, hoje se encontra uma maior preocupação de empreendedores e

dirigentes organizacionais em compreender e incrementar a capacidade de

aprendizagem de suas organizações. As organizações são lugares onde se ensina e

33

se aprende continuamente, e esse processo deve sempre envolver todos os

membros da organização.

Esta nova e emergente preocupação com a aprendizagem continuada

abrange atividades desenvolvidas nos mais variados tipos de organizações,

evidenciando-se pelo aumento significativo do investimento das organizações em

pesquisa, treinamento, gestão, marketing e informática, e na valorização de novos

modelos gerenciais que evidenciam a capacidade criadora, a flexibilidade e a

autonomia.

Seria difícil, hoje, encontrar instituições governamentais, educacionais ou

empresariais que estejam correspondendo às reais expectativas da sociedade. Está-se

em plena revolução do capitalismo. Pode-se dizer que se terá o grande privilégio de

vivenciar a transição de um paradigma histórico, representado pelo esgotamento da

sociedade industrial que cede lugar a uma nova e emergente sociedade, conhecida

como sociedade do conhecimento. Fatores tecnológicos e econômicos estão deixando

de ser o foco central de análises desenvolvimentistas. A economia de produção não

está tendo mais condições de prover a demanda adequada de papéis profissionais e

desafiadores para um mercado competitivo e seletivo. Precisa-se adotar uma nova

posição.

A sociedade do conhecimento e da informação difunde-se e aprofunda-se em

todo o mundo. Não há limites para esse avanço. Para que se possa cumprir uma

missão social maior, deve-se libertar os que se encontram presos a um passado que

não cabe mais no presente e muito menos no inexorável futuro, o qual chega cada

vez mais rapidamente e cujas feições perceptíveis já se mostram sedentas por

informações mais rápidas e por novos saberes.

34

De acordo com Vasconcelos (2000, p. 26),

Nos últimos anos o mundo industrializado tem enfrentado a transição de uma economia industrial para uma economia da informação e de conhecimento. Isso significa que se espera para as próximas décadas que a informação e o conhecimento, mais do que a terra e o capital, sejam a força motriz na criação e geração de riquezas e prosperidade.

Quinn (1992, p. 53) considera que:

As capacidades intelectuais e de serviços devem ser estimuladas prontamente, pois desta forma de pensamento depende a aquisição do conhecimento, os projetos de trabalho, desenvolvimento das tarefas de marketing, da integração interna entre os trabalhadores, do desenvolvimento individual das partes e da satisfação do cliente, entre outras atividades, seja através da criatividade, seja através do feedback na forma de sucesso das abordagens no mercado basicamente.

No limiar do século XXI, assiste-se a um acelerado processo de globalização.

Isso é uma realidade incontestável. Os limites territoriais, aos poucos, são

substituídos, em muitos setores, por fronteiras apenas virtuais. Os mercados estão

cada vez mais competitivos, as estruturas políticas tradicionais estão sendo

reformuladas e o mundo do trabalho encontra-se em permanente transformação. Já

não se vive mais a era industrial, e sim a sociedade do conhecimento. Tudo isso

obriga a administração, não só para enfrentar esse novo momento histórico, mas

para continuar influenciando, de forma decisiva, o desenvolvimento da humanidade.

O futuro parece cada vez mais indecifrável, mas é possível planejá-lo; e mais,

se for desejável humanizar a globalização, não se poderá fazer da economia o

princípio único de reformulação da sociedade.

35

Uma coisa parece bastante evidente: quaisquer que sejam os caminhos

escolhidos para tratar-se de grandes questões, a presença das instituições de

ensino superior será consideravelmente importante.

Nesse cenário, as instituições de ensino superior terão de, cada vez mais,

integrar-se à sociedade, compartilhar os problemas e os desafios e ajudar no

desenvolvimento regional - pensar globalmente e agir localmente. E para isso,

deverão assumir uma nova concepção de gestão empresarial que tem como objetivo

incorporar o conhecimento e o aprendizado como elementos promotores da

inovação.

Dessa forma, passa a ganhar cada vez mais importância no cenário

administrativo à chamada “Quinta Disciplina” (Senge 1990) ou abordagem sistêmica

que, partindo da concepção da organização como um sistema aberto, desenvolve

uma teoria voltada para a interdependência dos subsistemas organizacionais. Lugar

de destaque nestes estudos é conferido às chamadas “Learning Organizations” ou

Organizações de Aprendizagem, nas quais, mais do que padrões rígidos que devem

ser cumpridos de forma acrítica e automática por todos os funcionários, o que é

necessário é a existência de pessoas que sejam capazes de “aprender a aprender”.

36

CAPÍTULO 3

O PENSAMENTO DO FILÓSOFO PETER DRUCKER PARA

A ADMINISTRAÇÃO NO SÉCULO XXI

Peter Drucker, filósofo e administrador austríaco, considerado um dos mais

renomados pensadores do mundo corporativo citava, sempre em seus discursos a

frase “O sucesso de ontem não garante o sucesso de amanhã”. Austríaco, é

freqüentemente considerado o fundador da Administração. As suas publicações,

trabalhos de consultoria e conferências tornaram-no tão influente que passou a ser

considerado o "guru dos gurus". Este atributo é merecido, tanto pela natureza

pioneira do seu trabalho como pela influência que tem exercido sobre os outros

gurus, qualquer que seja a sua origem e formação. Até 2005, continuou

intelectualmente ativo, tanto na liderança da Escola de Administração de Claremont,

na Califórnia, como na produção de livros e artigos que, no quadro da entrada do

século XXI, têm um forte conteúdo futurista, apesar da sua insistência de que a

maioria das lições podem ser extraídas da observação do passado recente.

Drucker nasceu na Áustria, em 1909, numa família culta, filho de um

funcionário do Ministério da Economia da Áustria e de uma médica. Falecendo em

2005. Ainda criança, conheceu Sigmund Freud, que lhe foi apresentado pelos pais

como sendo "mais importante que o próprio imperador". Formou-se em Direito, na

Universidade de Hamburgo (Alemanha), e doutorou-se em Direito Internacional pela

Universidade de Frankfurt. Cedo começou a investigar na área da econometria, a

colaborar em jornais e com empresas envolvidas em comércio internacional. No

37

entanto, as suas posições desagradaram ao Governo alemão e, em 1933, deslocou-

se para Inglaterra.

Em 1937 é destacado para os Estados Unidos como correspondente de

jornais ingleses. Em 1939, publica “The End of Economic Man: Origins of

Totalitarianism”. Além de uma intensa atividade editorial, colabora com numerosas

empresas, incluindo a GM e Universidades. Em 1950, inicia a sua colaboração com

a Universidade de Harvard. O livro “The Practice of Management”, publicado em

1954, é considerado o fundamento da disciplina de Administração. Desde então

publicou numerosos artigos e livros sobre gestão, empresas sem fins lucrativos,

inovação, ecologia, o nascimento do “knowledge worker”, tendo cooperado com um

conjunto vastíssimo de empresas e governos, enquanto desenvolvia a “Claremont

Graduate School”. As pessoas que já assistiram às suas palestras não duvidam de

que ainda vai dar uma forte contribuição ao desenvolvimento da Administração.

Apesar da influência que exerceu nos restantes gurus e nos autores de

Administração em geral, Drucker surpreendeu pelo caráter visionário e

original dos seus artigos, apesar de ao contrário de alguns dos outros gurus, manter

uma elevada consistência no seu quadro de análise.

3.1 Os desafios do século XXI

A transformação mais marcante do novo século é de origem demográfica a

diminuição da natalidade, afetando a generalidade dos países desenvolvidos o

Japão em primeiro lugar, mas seguido de perto pela Europa do Sul (de Portugal à

Grécia). Enquanto a reposição da população necessita de uma média de 2,1 filhos

por mulher, a generalidade dos países desenvolvidos registra uma média inferior a

38

1,5. A manter-se a situação atual, no final do século XXI a Itália terá cerca de 20

milhões de habitantes, a maioria de idosos, contra os atuais 60 milhões. A alternativa

da imigração, que tem permitido aos Estados Unidos enfrentar a mesma situação, é

difícil nos países com menos tradição de assimilação de pessoas de culturas e

etnias diferentes. As implicações desta tendência são imensas, indo do modelo da

segurança social do futuro e da duração do período de vida ativa (necessariamente

maior, com reformas prováveis aos 75 anos) ao tipo de produtos e serviços a

consumir por uma sociedade de idade média muito mais elevada.

O segundo desafio diz respeito ao comércio eletrônico, que pode ter um

papel idêntico ao do desenvolvimento dos caminhos-de-ferro no século passado.

Não sendo em si um negócio com um peso muito elevado no total do produto das

nações, pode revolucionar o modo como todas as atividades se desenvolvem.

Enquanto as ferrovias permitiram dominar as distâncias, a Internet conduz à

eliminação destas últimas. Para Drucker, o setor de atividade com mais sucesso no

século XXI não se encontra na informática ou no centro da sociedade da informação,

mas sim no setor bancário. No entanto, a Internet vem trazer um desafio imenso à

forma como a atividade bancária se desenvolveu - é um dos setores obrigados a

uma profunda adaptação no novo quadro.

Finalmente, a emergência do trabalhador do conhecimento (“knowledge

worker”, na expressão usada por Drucker) é o terceiro grande desafio que as

empresas têm de defrontar. A sua preparação e as motivações e aspirações são de

natureza totalmente diferente das do trabalhador tradicional. As implicações são

particularmente relevantes para a Administração, tanto ao nível da organização

hierárquica como do processo de liderança e da gestão dos recursos humanos. Os

mecanismos de compensação, até aqui com uma forte ênfase na remuneração,

39

correm o risco de se tornar profundamente ineficazes para atrair e manter

trabalhadores qualificados. Muitas empresas do famoso Silicon Valley com

esquemas de remuneração atrativos do ponto de vista material, incluindo opções e

prêmios baseados nos resultados, registram, apesar disso, níveis de rotação muito

elevados, dado que os empregados exigem, cada vez mais, satisfação na sua

atividade.

3.4 Os paradigmas na visão de Peter Drucker

Em conseqüência, os paradigmas tradicionais da Administração estão

desatualizados. Sem a sua revisão não será possível adaptar as organizações aos

novos desafios.

Em primeiro lugar, a Administração não diz respeito apenas à empresa com

fins lucrativos. Segundo Drucker, este modelo organizativo tem vindo a perder peso

no conjunto da atividade desenvolvida nos países a favor das atividades fomentadas

pelo Estado e suas ramificações ou por organizações sem fins lucrativos. Aliás, uma

das suas preocupações dominantes sempre esteve centrada nas organizações sem

fins lucrativos. Dado o volume de atividade desenvolvido por estas organizações nos

Estados Unidos e o envolvimento da população local - estima-se que mais de 50%

dos americanos contribuem ativamente com trabalho voluntário -, não é de

surpreender o interesse manifestado por Drucker e a sua consultoria a organizações

com milhões de membros, como as "girl scouts" (escoteiras). Quer se trate de

empresas quer de organizações sem fins lucrativos, a descoberta incessante de

necessidades por satisfazer e a investigação permanente são condições

indispensáveis ao sucesso e sobrevivência das organizações.

40

O segundo paradigma diz respeito à impossibilidade de encontrar um

modelo universal de organização eficiente. Nem a organização hierárquica

tradicional nem o trabalho em equipe, tão defendido ultimamente, são adequados a

todas as situações. Para Drucker, a hierarquia continua a ser uma instituição

fundamental, mas o modelo ideal para um departamento de vendas pode não ter

eficácia num laboratório de investigação de uma empresa farmacêutica. No entanto,

dada a evolução da atividade econômica, o grande desafio para um número

crescente de trabalhadores independentes é a gestão de si próprios. Finalmente,

também não existe um modelo ideal de coordenação de pessoas. No contexto da

importância crescente dos trabalhadores do conhecimento, os "subordinados"

sabem freqüentemente mais sobre a sua tarefa do que os seus "superiores". Por

exemplo, um diretor de hospital pode até nem ser médico, tendo de coordenar uma

equipe que constituída por médicos especialistas nas mais variadas doenças.

Drucker sugere uma analogia em que o Administrador é, muitas vezes, como o

maestro que pode não saber tocar violino, mas tem um papel decisivo no

desempenho da sua orquestra. No entanto, a motivação dos trabalhadores do

conhecimento é muito mais complexa de que a dos trabalhadores da era industrial.

O modelo baseado na remuneração fixa, ou em função do desempenho, é

largamente insuficiente.

3.3 Peter Drucker e o futuro da administração no mundo e no Brasil

A ênfase central de Drucker é na realização do ser humano. Seres humanos

só se realizam sendo produtivos. Organizações são importantes porque são o

instrumento para que eles sejam produtivos, e a administração é "a mais importante

41

invenção do século XXI" porque é a disciplina específica para que as organizações

cumpram esse papel. Peter Drucker encaixou que o homem e o que ele produz na

aventura humana maior. Não produtos, não empresas, não tecnologias. Pessoas.

Sempre partiu delas. Seu livro sobre a GM dos anos 40, The Concept of the

Corporation (O Conceito da Corporação), é um manifesto a favor dos empregados.

Já naquela época, Drucker queria que a empresa passasse a vê-los como recursos,

não como custos. Sugeriu equipes auto-gerenciadas, entre outras coisas. A GM não

topou, mas, 30 anos depois, pressionada pelos japoneses, teve de seguir suas

recomendações a um custo altíssimo.

Para ver o futuro, Drucker inspirou-se na dinâmica da história:

"Há um século, as pessoas ainda estavam nas fazendas arando a terra. Os artífices trabalhavam sozinhos, ou com um ou dois ajudantes. Quase ninguém trabalhava em organizações, exceto padres, militares, professores grupos muito pequenos. Mas, com o fordismo, isso acabou. Não era mais preciso ter habilidade para trabalhar. A partir daí, as pessoas só conseguiam ser produtivas pertencendo a organizações".

Segundo ele este movimento está levando o mundo ao:

"O papel do capital na economia, hoje, está sendo desempenhado pelo conhecimento. A Revolução Industrial aplicou o conhecimento às máquinas, a revolução da produtividade de Frederick Taylor aplicou conhecimento ao trabalho e a revolução gerencial de meados do século 20 aplicou conhecimento ao conhecimento".

A continuidade desse processo é que está moldando a nova sociedade --

aplicação contínua de conhecimento novo ao que já se conhece. Novas tecnologias

não vão "resolver o futuro". O que vai resolvê-lo é tornar o conhecimento produtivo

de maneiras originais. Isso é 100% válido para o Brasil.

42

Conhecimento é portável, transferível, não tem barreiras geográficas. A

globalização é uma conseqüência disso. É errado pensar que há um jeito brasileiro

de administrar. É errado achar que, por sermos brasileiros, precisamos de

conhecimento específico brasileiro, como se nossa produtividade tivesse uma

especificidade mulata ou tropical. Como se os brasileiros fossem seres humanos

diferentes. Drucker desmontou essa idéia em uma palestra no ano de 1994, depois

que alguém tentou argumentar que "aqui no Brasil é diferente". Não é. É igual.

Ele discutiu sempre a vida econômica em termos de valores: integridade,

caráter, responsabilidade, deveres, dignidade, significado, qualidade de vida.

Raramente seu foco é dinheiro. Critica a "imoralidade" dos altos salários dos

executivos. Contesta a noção de que a posse da empresa legitima seu controle. Fala

com desdém de companhias que exigem "devoção e lealdade" de seus funcionários.

Para ele, isso é "invasão ilegal da privacidade, abuso de poder, usurpação pura e

simples". Diz que empresas só existem por delegação da sociedade, e têm de

prestar contas a ela. Só se legitimam quando funcionam como veículo para que as

pessoas se realizem, não apenas para que seus donos fiquem ricos.

Muitas pessoas ficam a imaginar o que Peter Drucker diria dessa tendência

do Brasil de manter o controle das empresas, eternamente, nas mãos de seus donos

tradicionais. Nossas práticas de "governança" como mostra um recente estudo da

McKinsey disponível na internet não coincidem com sua visão sobre o que deve ser

uma empresa. Claro que há justificativas históricas (e recentes) para isso: no

pandemônio inflacionário de alguns anos atrás, com congelamentos e planos

miraculosos se sucedendo, as empresas tinham de responder com uma agilidade

que só a centralização do poder torna possível. Mas será que isso justifica, ainda

hoje, a falta de interesse dos empresários brasileiros num tema que é essencial para

43

posicioná-los (e ao Brasil) seriamente diante da comunidade internacional.

Drucker diz: O que derrotou o marxismo foi a aplicação de conhecimento ao

trabalho. Quer dizer, foi à administração. O fato, inquestionável, é que graças a isso

os trabalhadores começaram a viver melhor. O ideal igualitário marxista naufragou

ao colidir com um rochedo de hambúrguer (ou teria sido de rosbife?). O segredo que

se descobriu foi: trabalhar com mais inteligência é mais produtivo do que trabalhar

mais. O que faz alguns países crescer de forma sustentada não são novas

tecnologias, novas organizações e novos conceitos gerenciais.

Neste mesmo seguimento Drucker afirma que, O McDonald's (sim, monsieur

Bové, o McDonald's) e a invenção do fast-food nos anos 50. A Toyota com seu just-

in-time nos anos 60. A Southwest Airlines e seu modelo de aviação comercial nos

anos 70. As ONGs, os fundos de pensão como investidores, as organizações

transnacionais. Conceitos novos são mais importantes que novas tecnologias. O

conceito de linha de montagem de Henry Ford e a estrutura da GM com Alfred

Sloan, nos anos 20, são mais notáveis do que a tecnologia do automóvel em si. A

Dell (just-in-time com computadores) é mais importante que o computador. O

hospital é mais importante que qualquer tecnologia médica ou avanço.

Portanto, não se trata de tecnologia. A ênfase não pode ser em tecnologia, um

erro que dirigentes brasileiros continuam a cometer. A quantidade de computadores

nas escolas ou o sistema operacional a ser utilizado são temas secundários. O que

conta é o uso da tecnologia de modo imaginativo. Drucker zombou quando disse: "A

GM jogou fora 30 bilhões de dólares investindo em robôs, até descobrir que o que

contava não era tecnologia, e sim informação". Nossa concepção de economia (no

Brasil e fora daqui) ainda é muito centrada em "coisas". Nossos políticos nos

induzem a crer na fantasia de que emprego de verdade é em fábrica. Mas esse tipo

44

de emprego está se tornando crescentemente desimportante. Numa sociedade cuja

riqueza vem de bens intangíveis (informação, criatividade e conhecimento), a

produção física aumenta, mas a quantidade de pessoas que a produz diminui.

Portanto, é urgentíssimo tratarmos hoje das implicações disso.

Segundo Drucker, As pessoas nunca foram realmente importantes na

equação econômica. Elas são consideradas custos, não recursos. É o sistema que é

importante o one best way de Frederick Taylor, a linha de montagem de Ford, a

Qualidade Total de Deming. O sistema é rei porque tem permitido aos trabalhadores

sem talento e sem preparo se saírem bem. Um operário de linha de montagem não

pode ser melhor que a média. Tem de ser medíocre. Atrapalha a produção se não se

conformar ao padrão. A nova sociedade da qual o Brasil tem de querer participar

como ator, não como figurante é o oposto disso. Nela, o trabalhador vai ser

valorizado por seu conhecimento individual. O conhecimento é dele, não da

empresa, não do sistema. A empresa precisará mais dele do que ele dela. E não

estou falando necessariamente de MBAs ou de diplomas universitários.

3.4 O futuro do Brasil na administração

Segundo Drucker, distribuir renda para valer, só com educação. A desigualdade

real é, e será cada vez mais, entre gente com educação formal e gente sem ela.

Deixar essa lacuna aumentar é perpetuar a exclusão. Qualquer política integradora

(racial, social) no Brasil terá de passar pela educação. Instituir cotas para negros é

um gesto de boa vontade e reconhecimento. Tem sua simbologia, mas será

irrelevante se não vier junto com políticas específicas para facilitar o acesso dos

negros à educação. Eu (que tenho um interesse, digamos, epidérmico nesse tema)

45

abriria mão tranqüilamente das cotas, mas não arredaria um palmo na exigência de

políticas específicas para facilitar o acesso dos negros ao conhecimento. O que gera

riqueza integra e realiza é a aptidão para aplicar conhecimento ao conhecimento. Os

grandes desafios da nova sociedade (que Drucker identifica sem ter nenhum país

particular em mente, e que eu afirmo serem válidos para o Brasil) são:

1. Aumentar a produtividade qualificando as pessoas, em vez de colocar mais

pessoas desqualificadas (recursos) no mercado de trabalho. Pessoas, na era do

conhecimento, não são mais trabalho, são capital.

2. Aprender a medir e a aumentar a produtividade dos trabalhadores do

conhecimento. Ainda ninguém sabe como fazer isso. Exatamente por isso, países

como o nosso têm uma chance realista de queimar etapas e atingir um patamar

qualitativamente mais avançado. Não se trata de "progredir", trata-se de inovar. As

instituições e as políticas da era do conhecimento são desestabilizadoras. Focam

novas formas de trabalhar e produzir. Sua missão é colocar, continuamente, o

conhecimento para trabalhar: em ferramentas, em processos, em produtos, no

próprio trabalho, no próprio conhecimento. Está tudo meio zero a zero nisso. A única

vantagem comparativa dos países desenvolvidos é a proporção de pessoas em

condições de contribuir criativamente. Repito: a única. Os brasileiros não precisam

ter complexo de inferioridade a elite dos trabalhadores do conhecimento no Brasil

(economistas, médicos, engenheiros, gerentes de empresas de certo porte) não

deve nada a seus equivalentes nos países desenvolvidos.

Há também a questão demográfica. Nossa proporção de gente mais velha

em condições de continuar produzindo está aumentando. O que Drucker diz disso se

aplica precisamente ao Brasil.

46

"Já é hora de uma drástica reorientação educacional. Temos de passar de uma concentração quase exclusiva no aprendizado prolongado de jovens para uma nova ênfase em aprendizado contínuo de adultos. O aprendizado contínuo seria uma ousada resposta do setor público à exposição da força de trabalho a uma economia em que o trabalho voltado para o conhecimento é a vantagem comparativa. Mesmo para adultos bem treinados e com alto conhecimento a educação nunca terminará, porque o conhecimento se torna rapidamente obsoleto. A educação contínua de adultos será um dos mais dinâmicos setores da economia”.

A classe predominante na sociedade do conhecimento, em uma ou duas

décadas, será a dos tecnólogos do conhecimento técnicos de computador,

designers de software, especialistas em redes, paramédicos, analistas clínicos,

especialistas em ultra-som, fisioterapeutas... Esse grupo não existia há um século.

Eles vão precisar de educação formal, não de treinamento tipo mestre-aprendiz.

"Nos próximos anos, as instituições educacionais para preparar tecnólogos do conhecimento vão crescer rapidamente em todos os países desenvolvidos e emergentes, da mesma forma que novas instituições de ensino surgiram, no passado, em resposta a novas necessidades. Poucos países oferecem preparação organizada e sistemática para isso”. (Drucker)

A ênfase brasileira atual (e correta) no ensino fundamental deve conviver com

uma ênfase nova: preparação de tecnólogos do conhecimento. Devemos

experimentar vários formatos para isso: ensino a distância, cursos curtos, de fim de

semana, de até dois anos, workshops, modelos mistos presencial-virtual etc.

A atual explosão de ofertas de cursos superiores e MBAs (arghhh..) é a resposta a

uma oportunidade de mercado: tem mais dinheiro no topo da pirâmide. Nada contra,

mas e o ensino profissional médio? Instituições de ensino profissionalizante devem

ser incentivadas, e organizações como o Senac e outras do chamado sistema "S"

podem e devem voltar-se rapidamente para isso. Se optarmos por abraçar mesmo

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nosso "futuro que já chegou", aumentos de produtividade (única chance de sairmos

da vala comum dos emergentes) virão daí. Temos de rejeitar a pirâmide tradicional,

com essa base enorme de gente despreparada. Temos de construir algo cuja base

não seja "embaixo", seja "no meio", entende? Não pode ser MBA no topo, e gente

sem nenhuma educação na base. Não podemos deixar a vocação brasileira para

produzir abismos sociais se manifestar novamente nisso. Nem todo mundo poderá

ser top, mas muito mais gente poderá estar adequadamente empregada e ser

produtiva. O desafio do novo governo é fazer isso sem perder o equilíbrio.

48

CONCLUSÃO

Atualmente a tarefa de administrar apresenta variáveis e situações incertas e

desafiadoras. O cenário que se projeta é de um sem-número de variáveis e

transformações carregadas de ambiguidades e de incertezas. O Administrador se

defrontará com problemas multifacetados e cada vez mais complexos com sua

atenção disputada por eventos e por grupos situados dentro e fora da empresa que

proporcionarão informações contraditórias, complicando o seu diagnóstico

perspectivo e a sua visão dos problemas a resolver ou das situações a enfrentar.

São exigências da sociedade, dos clientes, dos fornecedores, dos agentes

regulamentadores. São os desafios dos concorrentes, as expectativas da alta

administração, dos subordinados, dos acionistas, dos governos, das organizações

não-governamentais.

Todas essas exigências, desafios e expectativas exigirão do Administrador

uma combinação adequada e consistente das habilidades técnicas, humanas e

conceituais, ora de cunho especializado, ora de cunho generalista.

A Administração, por e através de seus agentes cada vez mais, necessitará

compreender as normas, valores e visões do mundo dos colaboradores diretos,

grupos, unidades e de toda a organização. A compreensão de tais questões formam

a base a partir da qual se visualiza o futuro e se decide sobre os novos

conhecimentos que são legítimos e os que não são. Trata-se, portanto, de algo que

ultrapassa a mera referência à visão/missão da organização, descrição de postos de

trabalho, organograma e ferramentas a serviço da organização. As pessoas

participam e contribuem para o seu conhecimento, para o conhecimento da

organização onde trabalham, para a família, a igreja, o clube social, etc. Todas

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essas experiências de mão dupla influenciam a maneira de ser da organização onde

trabalham e vice-versa.

A inovação e a criatividade organizacional constituir-se-ão no vetor da

Administração. Serão tão importantes para a Administração quanto é hoje

considerado o processo administrativo de planejar, organizar, dirigir e controlar.

Caberá a Administração, tornar o conhecimento cada vez mais produtivo. Uma

coisa é certa. Esse capital intangível provocará na estrutura de cargos, nas carreiras

e nas organizações, mudanças tão dramáticas como as que resultaram na mudança

da produção artesanal para a produção em série com a Revolução Industrial,

operacionalizada por Taylor e seus seguidores.

O desenvolvimento do conteúdo informativo das atividades profissionais, a

difusão das ferramentas de tratamento de informação e sua inserção em uma rede

de informações e comunicação, desaparecerão progressivamente com as fronteiras

tradicionais entre outros setores (produção, armazenagem, distribuição),

favorecendo a mobilidade entre os empregos, até agora separados em categorias

isoladas. Assim, o trabalho estará crescentemente mais abstrato, mais

intelectualizado, mais autônomo, coletivo e complexo. Cada vez mais, as funções

diretas e indiretas estarão sendo incorporadas pelos sistemas técnicos e o simbólico

se interpondo entre o objeto e o conteúdo do trabalho. O próprio objeto do trabalho

torna-se imaterial. Numa nítida constatação da migração de uma atividade centrada

na competência técnica para uma competência interpessoal e conceitual.

Aos que estudam, desenvolvem e praticam Administração, caberá uma

participação significativa no desenvolvimento da idéia de solidariedade. A

administração por essência envolve participação e parceria para que as coisas

possam acontecer.

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No que se ode entender segundo o filósofo Peter Drucker a grande palavra do

século XXI deverá ser a solidariedade. O profissional não pode estar alheio a este

fato. A globalização tem efeitos tremendamente espetaculares, o que pode aumentar

nossa riqueza na comunicação, nos conhecimentos que estamos desenvolvendo, na

geração do conhecimento. Porém, esses processos também conduzem ao aumento

de desigualdades sociais e nisto a questão da cidadania, a reação do profissional

com a cidadania é cada vez mais importante. Demasiadamente influenciadas pela

eficiência econômica, os profissionais muitas vezes se esquecem de que têm que

buscar a igualdade social em suas gestões têm que buscar, também, fortalecer a

cidadania e fortalecer a igualdade social.

Outro grande desafio do século XXI será o multiculturalismo. O profissional de

Administração não será alguém que tenha a multiculturalidade, mas que

precisamente aproveite isto para enriquecer socialmente as organizações de que

participa. Para compreender a dimensão desse desafio e saber explorá-lo

construtivamente como é importante compreender sociologia, antropologia, política,

para então poder transitar entre diferentes realidades sociais e culturais neste

mundo globalizado.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABAGGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo, Martins Fontes, 1999. CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1994. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 3ªed. São Paulo: Atlas, 1983. CUNHA, José Auri. Filosofia: Iniciação à Investigação Filosófica. São Paulo: Atual, 1992. CHACHAMOVITS Abraham. O Administrador. Jornal Administrador profissional. São Paulo: Ano XXV, nº 187, p. 6, janeiro 2002,. DAFT, Richard L. Administração. Rio de Janeiro, LTC, 1999.

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MORRIS, Tom. A nova alma do negócio: como a Filosofia pode melhorar a produtividade de sua empresa. São Paulo: Atlas, 1993.

NOBREGA, Clemente. O inventor da administração e o desafio brasileiro, artigo Revista Exame 766, 15/05/2002 p.p 86 a 90 15/05/2002.

PITTO, Carlos Ribas. As raízes do pensamento empresarial no Brasil: um estudo comparativo dos processos no Hemisfério Norte e Brasil até 1960. São Paulo, EAESP/FGV, 1992.

TEIXEIRA, E. P. G. Peter Ducker e as tendências da administração no século XXI. Fabavi em Revista, Vila Velha, volume 1, n.1, jul/dez 2002. VARGAS, Milton; Para uma filosofia da tecnologia. São Paulo, Alfa-Omega, 1994.

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