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Sociedade Maranhense de Direitos Humanos Em defesa da vida CNPJ: 05.761.069/0001-51 Fundada em 12 de fevereiro de 1979. Reconhecida como de utilidade pública pela Lei Estadual nº 4.868 A/88 e pela Lei Municipal nº 3.068/90 Rua das Mangueiras, nº 07, Qd. 36, Jd Renascença I CEP 65075-290 - São Luís - MA. – SGAN (Setor de Grandes Áreas Norte), casa 2, quadra 914, conjunto F, módulo C, Brasília/ DF. CEP: 70790-140 - Brasil. Fone Fax: (098) 3231-1601 / 3231-1897 – (61) 3272 8372 / 3273 4585. E-mail: [email protected] site: www.smdh.org.br Oficio n. 07/2014 São Luis, 17 de janeiro de 2014 Ao Sr. Emiulio Alvarez Icaza Secretário Executivo Secretaria Executiva da Comissão Interamericana de Direitos Humanos - CIDH Organização dos Estados Americanos 1889 F Street N.W., Washington D.C., 20006, EUA [email protected], [email protected] Ref: Medida Cautelar 367 – 13 Prezado Senhor Secretário, A Sociedade Maranhense de Direitos Humanos – SMDH e a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Maranhão (OAB/MA), entidades peticionárias das medidas cautelares (MC 367-13) da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) relativas à proteção da vida, integridade pessoal de todas as pessoas que se encontrem privadas de liberdade no Complexo Penitenciário de Pedrinhas respeitosamente, vem, em virtude de comunicado enviado por esta CIDH, apresentar provas da permanência da situação de extrema gravidade e urgência causando danos irreparáveis a pessoas em Pedrinhas e da falta de adoção de medidas necessárias e eficazes de proteção por parte do Estado brasileiro, bem como a extensão dessa situação para fora dos limites dos presídios. PRELIMINARMENTE A SMDH e a OAB/MA vem solicitar à Comissão Interamericana de Direitos Humanos a inclusão das seguintes organizações de direitos humanos na condição de co- peticionárias da Medida Cautelar em discussão: 1 – JUSTIÇA GLOBAL, associação civil sem fins lucrativos, organização não governamental destinada à proteção dos direitos humanos, inscrita no CNPJ sob o nº 04.779.842/0001- 44, com sede na Avenida Beira Mar, 406, sala 1207, Rio de Janeiro, RJ, representada por sua diretora Sandra Elias de Carvalho. E-mail: [email protected]

Sociedade Maranhense de Direitos Humanos - conectas.org§ão OEA OF 007... · Mendes Coelho 21 17/12/2013 Não Informado 5. Fabio Ramos Galvão Não 17.12.2013 Não Informado . Sociedade

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Sociedade Maranhense de Direitos Humanos Em defesa da vida

CNPJ: 05.761.069/0001-51 Fundada em 12 de fevereiro de 1979.

Reconhecida como de utilidade pública pela Lei Estadual nº 4.868 A/88

e pela Lei Municipal nº 3.068/90

Rua das Mangueiras, nº 07, Qd. 36, Jd Renascença I CEP 65075-290 - São Luís - MA. – SGAN (Setor de Grandes Áreas Norte), casa 2, quadra 914, conjunto F, módulo C, Brasília/ DF. CEP: 70790-140 -

Brasil. Fone Fax: (098) 3231-1601 / 3231-1897 – (61) 3272 8372 / 3273 4585. E-mail: [email protected] site:

www.smdh.org.br

Oficio n. 07/2014

São Luis, 17 de janeiro de 2014

Ao Sr. Emiulio Alvarez Icaza Secretário Executivo Secretaria Executiva da Comissão Interamericana de Direitos Humanos - CIDH Organização dos Estados Americanos 1889 F Street N.W., Washington D.C., 20006, EUA [email protected], [email protected] Ref: Medida Cautelar 367 – 13

Prezado Senhor Secretário,

A Sociedade Maranhense de Direitos Humanos – SMDH e a Ordem dos

Advogados do Brasil – Seção Maranhão (OAB/MA), entidades peticionárias das medidas

cautelares (MC 367-13) da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) relativas à

proteção da vida, integridade pessoal de todas as pessoas que se encontrem privadas de

liberdade no Complexo Penitenciário de Pedrinhas respeitosamente, vem, em virtude de

comunicado enviado por esta CIDH, apresentar provas da permanência da situação de extrema

gravidade e urgência causando danos irreparáveis a pessoas em Pedrinhas e da falta de adoção

de medidas necessárias e eficazes de proteção por parte do Estado brasileiro, bem como a

extensão dessa situação para fora dos limites dos presídios.

PRELIMINARMENTE

A SMDH e a OAB/MA vem solicitar à Comissão Interamericana de Direitos

Humanos a inclusão das seguintes organizações de direitos humanos na condição de co-

peticionárias da Medida Cautelar em discussão:

1 – JUSTIÇA GLOBAL, associação civil sem fins lucrativos, organização não governamental

destinada à proteção dos direitos humanos, inscrita no CNPJ sob o nº 04.779.842/0001-

44, com sede na Avenida Beira Mar, 406, sala 1207, Rio de Janeiro, RJ, representada por sua

diretora Sandra Elias de Carvalho. E-mail: [email protected]

Sociedade Maranhense de Direitos Humanos Em defesa da vida

CNPJ: 05.761.069/0001-51 Fundada em 12 de fevereiro de 1979.

Reconhecida como de utilidade pública pela Lei Estadual nº 4.868 A/88

e pela Lei Municipal nº 3.068/90

Rua das Mangueiras, nº 07, Qd. 36, Jd Renascença I CEP 65075-290 - São Luís - MA. – SGAN (Setor de Grandes Áreas Norte), casa 2, quadra 914, conjunto F, módulo C, Brasília/ DF. CEP: 70790-140 -

Brasil. Fone Fax: (098) 3231-1601 / 3231-1897 – (61) 3272 8372 / 3273 4585. E-mail: [email protected] site:

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2 –CONECTAS DIREITOS HUMANOS, associação civil sem fins lucrativos qualificada como

Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP, inscrita no CNPJ sob nº

04.706.954/0001-75, com sede na Av. Paulista, n.º 575, 19º andar, São Paulo/SP, representada

por sua diretora executiva e representante nos termos de seu Estatuto Social, Sra. Lucia Nader.

E-mail: [email protected]

Ressaltamos a importância da inclusão destas organizações tendo em vista que

tem acompanhado, em conjunto com as peticionárias, a situação de violência instaurada

dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, inclusive nas tentativas de realização de

visitas in loco, em conjunto com a SMDH e a OAB/MA.

1. DAS INFORMAÇÕES À CIDH

Sobre o comunicado da CIDH recebido pelos representantes dos beneficiários

no último dia 12 de janeiro, destacamos os seguintes pontos:

1.1 Ocorrências de novas mortes no Complexo Penitenciário de Pedrinhas

As peticionarias informam que, segundo levantamento realizado pela OAB/MA

e pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), desde a expedição das medidas cautelares da CIDH

no dia 16 de dezembro de 2013, mais 09 detentos foram assassinados dentro do Complexo

de Pedrinhas. São eles:

Nome Idade Data Local de detenção

1. Manoel Laercio Santos

Ribeiro

46 17/12/2013 Centro de Detenção

Provisória

2. Gilson Cley Pinheiro

Silva (Dilson Gley)

29 17/12/2013 Centro de Detenção

Provisória

3. Irismar Pereira 34 17/12/2013 Não Informado

4. Diego Michael

Mendes Coelho

21 17/12/2013 Não Informado

5. Fabio Ramos Galvão Não 17.12.2013 Não Informado

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e pela Lei Municipal nº 3.068/90

Rua das Mangueiras, nº 07, Qd. 36, Jd Renascença I CEP 65075-290 - São Luís - MA. – SGAN (Setor de Grandes Áreas Norte), casa 2, quadra 914, conjunto F, módulo C, Brasília/ DF. CEP: 70790-140 -

Brasil. Fone Fax: (098) 3231-1601 / 3231-1897 – (61) 3272 8372 / 3273 4585. E-mail: [email protected] site:

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informada

6. Robson Barros Souza Não

informada

19.12.2013 Não Informado

7. Antonio Rodrigues de

Lima Filho

Não

informada

23/12/2013 Presídio São Luis II

8. Josivaldo Pinheiro

Lindoso

35 01/01/2014 Centro de Triagem de

Pedrinhas

9. Sildener Pinheiro

Martins - bolinha

19 02/01/2014 Centro de Detenção

Provisória.

Portanto, constata-se que a recomendação da CIDH para a adoção de

“medidas necessárias e efetivas para evitar a perda de vidas e danos à integridade pessoal de

todas as pessoas que se encontram privadas de liberdade no Complexo Penitenciário de

Pedrinhas” não foi observada pelo Estado Brasileiro.

Durante a última rebelião, ocorrida no dia 17 de dezembro (um dia após a

concessão da medida cautelar), 04 detentos foram mortos, 03 deles foram decapitados no

Centro de Detenção Provisória no Complexo de Pedrinhas. De acordo a Secretaria da Justiça e

Administração Penitenciária (Sejap), as mortes teriam sido praticadas por integrantes de uma

mesma facção criminosa, motivada por disputa de liderança do tráfico de drogas no sistema

carcerário.1 Os mortos foram Manoel Laércio dos Santos Ribeiro, de 46 anos, e o filho dele,

Dilson Gley Rodrigues, de 29 anos; Irismar Pereira, 34 anos e Diego Michael Mendes Coelho,

de 21 anos.

1 http://www.maranhaonews.net/quatro-detentos-sao-mortos-em-mais-uma-rebeliao-em-pedrinhas/

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No vídeo de dois minutos e 32 segundos os presos filmam em detalhes os três

decapitados.A chacina filmada pelos detentos e amplamente divulgada por órgão de

imprensa.2

Matéria publicada pelo jornal Folha de S. Paulo relata a sequência do vídeo,

conforme transcrição abaixo:

“CABEÇAS

As imagens, encaminhadas à Folha pelo Sindicato dos Servidores do

Sistema Penitenciário do Estado do Maranhão, são chocantes. Nas

2 http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/01/1394160-presos-filmam-decapitados-em-

penitenciaria-no-maranhao-veja-video.shtml

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costas de um desses corpos, de bruços, estão duas cabeças, lado a

lado. Elas são exibidas como troféus. Ao lado, o terceiro decapitado

ainda tem a cabeça encostada ao pescoço. Um dos presos grita:

"Bota [o corpo] de frente pra filmar direito". Outro pede: "Não puxa a

cabeça dele". Em vão. Um outro colega, também de chinelos, enfia os

pés na poça de sangue, se aproxima e, com a ponta dos dedos, ergue

a cabeça, puxada pelos cabelos. A cabeça escapa, cai no chão, mas é

erguida novamente e colocada ao lado das outras duas. Os presos

mantêm o clima de comemoração.

A câmera se aproxima e foca as cabeças bem de perto. Os três

parecem ter sido torturados antes de terem as cabeças cortadas. Há

marcas de cortes no rosto e por todo o corpo, que parecem ter sido

feitas com facas e estiletes. A câmera segue filmando. Gira e mostra

corpos e cabeças de diferentes ângulos. Um dos presos, já descalço,

coloca o pé sobre um dos corpos, em sinal de domínio sobre os

inimigos.

Neste momento, o vídeo, que traz à tona o cenário de caos no

sistema penitenciário do Maranhão, chega ao segundo minuto. Um

dos presos se abaixa, pega uma das cabeças e a gira em direção à

câmera. "Filma aí esse maldito, desgraçado", diz um deles sobre um

dos decapitados, com aparelhos nos dentes e o rosto todo riscado.

"Vira de lado, vira de lado", pede outro”.3

Outras Reportagens, Fotos e vídeos circularam por diversos veículos de

comunicação nacional e internacional.

Ressalte-se que esse fato não é novo e nem pontual. Tem se tornado

corriqueiro nos últimos anos decapitações de presos nas rebeliões ocorridas no sistema

prisional maranhense.

Dois mortos no início de janeiro

Já em 2014, no dia 2 de janeiro o preso Josivaldo Pinheiro Lindoso, de 35 anos,

foi encontrado morto com sinais de estrangulamento na Cela 9, do Centro de Triagem de

Pedrinhas. Na tarde desse mesmo dia a Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária do

3 VIDEO - http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/01/1394160-presos-filmam-decapitados-em-

penitenciaria-no-maranhao-veja-video.shtml

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Maranhão (Sejap) confirmou também a morte de Sildener Pinheiro Martins, de 19 anos,

conhecido como 'Bolinha', no bloco Alfa do Centro de Detenção Provisória (CDP), conhecido

como Cadeião. O detento era da sala 6 e foi encontrado morto na sala 13.4

1.2 Ônibus são queimados e delegacia é atacada após ordens de dentro do Complexo de

Pedrinhas

Há de se destacar ainda que no dia 03 de janeiro de 2014, 04 ônibus foram

incendiados na cidade de São Luís e a 9ª Delegacia de Polícia, localizada no bairro do São

Francisco, foi alvejada com dois tiros. Segundo o Secretário de Segurança Pública do Estado do

Maranhão, a ordem para a realização de tais atos foi emanada de dentro do Complexo de

Pedrinhas.5

No fato, 04 pessoas foram atingidas pelo fogo. 03 (três) eram da mesma

família (mãe e duas filhas). Uma das crianças, Ana Clara, de cerca de 06 anos, teve 90% do

corpo queimado e faleceu. Isso demonstra, mais uma vez, a incapacidade do Estado em

resguardar não apenas as pessoas que estão sob sua tutela dentro do Complexo de Pedrinhas,

mas também dos demais cidadãos.

1.3 A situação de segurança dos beneficiários das presentes medidas cautelares

Depois das últimas rebeliões e das últimas mortes, por determinação do

Governo do Estado do Maranhão, as forças militares federais e estaduais ocuparam o

Complexo Penitenciário de Pedrinhas.

Cabe mencionar que a Força Nacional de Segurança Pública encontra-se

dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas desde o mês de outubro de 2013, e ainda

assim não foi capaz de garantir a segurança e conter as mortes dentro do Complexo de

Pedrinhas. Após as mortes e decapitações do último dia 17 de dezembro, o Governo do Estado

autorizou também que forças da polícia militar estadual, através de um grupo de operações

especiais, realizasse a segurança dentro do complexo penitenciário.

Foram relatados por alguns dos presos que os policiais estão cometendo atos

de tortura dentro do complexo. Ademais, há relatos também de que os monitores

terceirizados (que realizam também trabalho de vigilância e monitoria sem qualquer

capacitação adequada) também têm cometidos tais atos.

4 http://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2014/01/segundo-preso-e-encontrado-morto-em-

presidios-em-sao-luis.html 5 http://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2014/01/onibus-sao-incendiados-e-delegacia-e-alvejada-

em-sao-luis.html

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"Desde que a Força Nacional chegou a gente vem sendo agredido.

Eles estão atirando na gente direto com bala de borracha. Tratam a

gente feito animais. Mais de 20 pessoas já foram baleadas", diz.

"Vieram só para maltratar”.

Esse relato foi feito por celular de dentro de uma cela, para uma jornalista do

O Estado de S. Paulo no dia 9 de janeiro do corrente ano.6 Ressalte-se que tais fatos foram

comunicados por oficio da SMDH aos juízes das varas de execução e à Procuradoria de Justiça

do Estado do Maranhão.

As principais agressões, segundo o rapaz, partem de um major da Força

Nacional. "Ele quebrou um cara, o cara estava com a boca inchada. Isso está errado", disse. Ele

não soube informar, porém, o nome do oficial que praticaria as agressões.

O preso diz ainda que a pior situação acontece no Centro de Detenção

Provisória (CDP). "Lá eles botam 28 num xadrez só. É para ficar oito pessoas só", diz. Ele afirma

que um pavilhão onde caberiam cem pessoas chega a abrigar mais de 300. Na hora de dormir,

diz o preso, muitas vezes é preciso revezar por falta de espaço no chão. "Tem gente dormindo

no chão do banheiro, fica com as costas cheias de marca, com aqueles bichinhos, sabe como é

que é cadeia, né?"

Importa ressaltar ainda que a SMDH tem recebido constantemente

reclamações de vários detentos e de familiares dos mesmos das agressões constantes sofridas

pelos encarcerados.

Ademais, fotos de inspeções realizadas por autoridades e divulgadas na

imprensa, foi possível presenciar que membros do Grupo Especial da Polícia Militar fortemente

armados, com toucas ninja, e sem qualquer identificação nominal ou visual (os mesmos

estavam com máscaras, que impedia a realização da identificação).

6 http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,presos-denunciam-maus-tratos-pela-forca-

nacional,1116743,0.htm

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No dia 14 de janeiro, através de uma ligação de um aparelho celular, dois

detentos participou, ao vivo, de um programa de rádio local. Durante mais de 10 minutos de

conversa com o apresentador, os dois expuseram a precariedade na alimentação recebida e no

atendimento à saúde. Ademais, fizeram graves denúncias de que as forças militares dentro dos

presídios e os administradores do complexo, de forma proposital, colocam os presos membros

de facções rivais bastante próximos, gerando um clima de tensão ainda maior, o que, segundo

ele, pode ocasionar novas rebeliões e mortes.

“tá em greve geral (de fome), porque esse puliça aí estão humilhando

as famílias dos presos.(...) Mistura tudo, larga sabão com arroz, não

bota luva nem nada.(...) Os cara [os presos] pede pra ir na

enfermaria, os cara [os policiais] mete é ripa nos cara [os

presos] (...) É taca e é das boas, daquelas de deixar o cara

muído. (...)”

Sobre a alimentação, o detento afirma ao radialista que,

“Disseram que ia melhorar o bandeco. Nunca aconteceu. O

pouco que nossas famílias traz de casa, eles querem proibir de

entrar.(...)”

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Outra grave denúncia é a ação deliberada de administradores das

unidades prisionais em colocar juntos os presos de facções rivais, promovendo assim

os atos de barbárie:

“Eles tão vendo esse negócio de guerra de facção, o que eles

tão fazendo... tão fazendo é jogando os cara (...) A diretoria

mesmo, esse cara mesmo, são culpados [pelas chacinas].. eles

jogam o cara lá pra morrer. É intencional [colocar juntos os

presos de facções rivais]. A gente diz é pra eles lá: ´Não joga lá

porque tem outras facções´. Aí vão lá e jogam. Os próprios diretor!”

Os detentos manifestam a morosidade do Poder Judiciário no julgamento dos

presos e da concessão de seus direitos:

“Tem preso aqui com mais de excesso de prazo. Tão vendo que as

cadeias tão todas lotadas. Tem preso provisório já com 4, 5 meses

sem nunca receber um papel, nunca recebeu alvará e nunca foi nem

em audiência. Tem preso julgado já no ponto de ir pro semi aberto e

não tá indo por que?”7

Na gravação os presos solicitam a presença de representante do CNJ e de

advogados e entidades de direitos humanos, para inspeção e negociação de uma greve de

fome8, iniciada no dia 13 de janeiro, durante inspeção da Comissão de Direitos Humanos do

Senado Federal. A referida greve de fome, segundo informações levantadas pela imprensa,

envolve cerca de 150 presos. Destaca-se que, mesmo com tais denúncias de torturas, com a

greve de fome e o pedido por representantes de entidades de direitos humanos, a

administração penitenciária continua impedindo a entrada no Complexo de Pedrinhas.

1.4 celebração de conciliação

Até a presente data, não houve qualquer reunião de conciliação entre as

entidades peticionárias e o Estado Brasileiro para tratar das recomendações emanadas pela

CIDH.

7 Entrevista concedida ao Jornalista Silvan Alves, na Rádio Difusora AM, no dia 14 de janeiro de2014 -

https://soundcloud.com/pedro-igor-de-almeida/preso-conversa-com-programa-de 8 Greve de Fome em Pedrinhas -

http://www.opovo.com.br/app/opovo/brasil/2014/01/16/noticiasjornalbrasil,3191687/150-presos-estao-em-greve-de-fome-no-complexo-de-pedrinhas.shtml#.UtgIWZJM6PM.twitter

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No dia 07 de janeiro, a SMDH, por correspondência eletrônica, recebeu convite

do Ministério das Relações Exteriores para uma reunião no dia 17 de janeiro, na cidade de São

Luís, que tem por objetivo “discutir possíveis ações a serem adotadas em relação às medidas

cautelares MC-367-13, solicitadas pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos em 16

de dezembro, por meio da resolução 11/2013, para a proteção de pessoas privadas de

liberdade no Complexo Penitenciário de Pedrinhas.”

No dia 15 de janeiro, o Presidente da SMDH recebeu um telefonema de um

funcionário da divisão de Direitos Humanos do Itamaraty informando sobre o cancelamento da

reunião marcada para o dia 17 de janeiro. Foi informado de que o cancelamento ocorreu por

conta da visita do Ministro da Justiça, Sr. José Eduardo Cardozo, ao Maranhão, no último dia

09 de janeiro.

Importa destacar que a visita do Ministro Cardozo não teve nenhum relação

com o cumprimento das recomendações emanadas pela Comissão Interamericana de Direitos

Humanos sobre o caso de Pedrinhas. O representante do Governo Federal veio ao Maranhão e

reuniu-se apenas com a Governadora do Estado. Não houve qualquer contato com as

peticionárias.

Assim, a visita do ministro não supre a reunião que estava agendada entre o

Ministério de Relações Exteriores e as peticionárias, para discutir, especificamente, a Medida

Cautelar ora em apreço. Portanto, mais uma vez, o Estado Brasileiro demonstra o completo

desinteresse e desrespeito com as peticionárias e demais entidades de direitos humanos no

Estado do Maranhão.

Ressaltamos ainda que, no dia 19 de dezembro de 2013, encaminhamos ofício

ao MRE solicitando participar do momento de construção das medidas para atender as

recomendações emanadas (em anexo), o que demonstra o interesse da SMDH em dialogar

com o Estado. Todavia, o Estado não está disposto a dialogar com as peticionárias.

1.5. informações adicionais

1.5.1 Reunião do CDPPH

Tendo em vista a caótica situação dentro do Complexo Penitenciário de

Pedrinhas, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República convocou uma

reunião do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana – CDDPH, que foi realizada em

Brasília no dia 09 de janeiro.

Sociedade Maranhense de Direitos Humanos Em defesa da vida

CNPJ: 05.761.069/0001-51 Fundada em 12 de fevereiro de 1979.

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e pela Lei Municipal nº 3.068/90

Rua das Mangueiras, nº 07, Qd. 36, Jd Renascença I CEP 65075-290 - São Luís - MA. – SGAN (Setor de Grandes Áreas Norte), casa 2, quadra 914, conjunto F, módulo C, Brasília/ DF. CEP: 70790-140 -

Brasil. Fone Fax: (098) 3231-1601 / 3231-1897 – (61) 3272 8372 / 3273 4585. E-mail: [email protected] site:

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O referido Conselho é composto eminentemente por órgãos públicos e

entidades do Executivo e do Sistema de Justiça. Dessa reunião, foi publicada uma Declaração

Pública9, na qual o CDPPH denuncia a violência no Complexo Penitenciário de Pedrinhas,

decidindo por diversos encaminhamentos.

Contudo, merece destaque que em nenhum momento, as entidades

peticionarias, ou qualquer outra entidade da sociedade civil, foi convidada para participar da

reunião do referido conselho. Mesmo não sendo conselheiras, as peticionarias conhecem

profundamente a situação no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, tendo assim possibilidade

de expor ao CDPPH seus posicionamentos sobre a questão.

Portanto, demonstra o Estado Brasileiro não querer dialogar com as

peticionarias para discutir propostas de efetivação das Recomendações emanadas por esta

Comissão Interamericana de Direitos Humanos.

1.5.2 denúncias de estupros

O Relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), divulgada na última semana

de dezembro de 2013, afirma a existência de abusos sexuais de mulheres de presos durante as

visitas dentro do Complexo de Pedrinhas. No relatório, o juiz afirma que detentos sem poder

de comando dentro do sistema, para não morrerem, são obrigados a entregar suas mulheres a

outros internos, sendo a violência sexual agravada ainda pela falta de celas, ocorrendo assim

as visitas íntimas sem qualquer privacidade e/ou segurança.10

Tais denúncias causaram forte indignação entre os mais diversos setores da

sociedade. Na tentativa de desacreditar o Relatório elaborado pelo CNJ, o Governo do Estado

do Maranhão o taxou de “mentiroso”, de que o juiz estava apontando “inverdades”.11

Por falta de permissões de ingresso livre e sem restrições nas unidades do

Complexo Penitenciário de Pedrinhas, as peticionárias não tiveram condições de verificar

maiores informações nesse sentido.

1.5.3 impossibilidade de inspeção por peticionário (OAB)

9 SDH/PR - http://www.sdh.gov.br/noticias/2014/janeiro/nota-publica-sobre-a-violencia-no-complexo-

penitenciario-de-pedrinhas-no-maranhao 10

Notícia da página eletrônica do Conselho Nacional de Justiça – CNJ http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/27282-relatorio-do-cnj-sobre-prisoes-do-maranhao-preve-maior-cobranca-as-autoridades-do-estado 11

http://agencia-brasil.justica.inf.br/noticia/2014/1/governo-maranhao-critica-juiz-fez-relatorio-sobre-penitenciaria-pedrinhas

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Depois da eclosão da mais recente crise no sistema penitenciário do Estado do

Maranhão, em outubro de 2013, as peticionárias e demais entidades de direitos humanos tem

sido impedidas de ingressarem em algumas unidades do Complexo Penitenciário de Pedrinhas.

Nas unidades que é “permitido” o acesso, os diretores das unidades afirmam ser necessário

um pedido de autorização prévio.

No último dia 10 de janeiro, uma comissão formada por representantes da

Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Maranhão, e da

Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Estado do Maranhão foram

impedidos de continuar uma inspeção dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas.12

A ausência de liberdade das entidades de direitos humanos nas dependências

das unidades do Complexo de Pedrinhas é uma grave afronta por parte do Estado não apenas

a essas entidades, mas aos presos, que, muitas vezes, reconhecem apenas nelas a

possibilidade de denunciar as violações que ocorrem dentro do sistema prisional. Não

concordamos, em hipótese alguma, com a possibilidade de realizar visitas e inspeções em

Pedrinhas mediante autorização prévia concedida pelas autoridades responsáveis.

Importa ressaltar que a Corte Interamericana de Direitos Humanos, em

Resolução exarada ainda no ano de 2006, entende ser direito dos peticionários de ingressarem

livremente em qualquer espaço do estabelecimento prisional a fim de monitorar os locais de

privação e a possível adoção de medidas para o cumprimento das decisões do sistema

interamericano de direitos humanos.13

1.5.4 visita da Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal

No dia 13 de janeiro, a Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal

esteve em São Luís para uma inspeção no Complexo Penitenciário de Pedrinhas. A comissão,

composta por 4 senadores da República inspecionaram duas unidades prisionais: a Casa de

Detenção – CADET e o Presídio São Luís I.

Em reunião com as entidades da sociedade civil (em especial os peticionários),

logo pela manhã, foi acordado que as mesmas realizariam a inspeção em conjunto com a

Comissão, a fim de informar sobre a real situação das unidades prisionais do complexo.

12

http://noticias.terra.com.br/brasil/policia/ma-comissoes-de-direitos-humanos-dizem-ter-sido-barradas-em-pedrinhas,3f3575d196e73410VgnVCM20000099cceb0aRCRD.html 13

Caso das Pessoas Privadas de Liberdade na Penitenciária “Dr. Sebastião Martins Silveira”, em Araraquara, São Paulo, Brasil http://www.corteidh.or.cr/docs/medidas/araraquara_se_01_por.pdf

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Ocorre que, quando os peticionários e demais entidades da sociedade civil

chegaram ao CADET, os senadores já haviam ingressado na unidade. Mesmo após muita

insistência e reclamações feitas, não foi permitida a entrada para acompanhar a comitiva

governamental. Os senadores realizaram a inspeção na CADET acompanhados apenas de

representantes do Estado, em especial dos responsáveis pela gestão da administração

penitenciária maranhense.

Em seguida, os senadores dirigiram-se ao Presídio São Luís I e, finalmente, as

peticionárias e demais entidades conseguiram entrar em uma parte para vistoriar. Após

verificar as condições de apenas 06 (seis) celas e conversar com alguns detentos, os senadores

decidiram que continuariam a inspeção sozinhos, tendo em vista que teriam sido alertados

pela administração do presídio sobre a fragilidade na segurança. Mais uma vez as peticionárias

e demais entidades foram impedidas de continuar as vistorias.

Insta observar que estava programado que a comissão de senadores

inspecionaria mais uma unidade prisional dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas.

Porém, foi aconselhada pelos gestores da administração penitenciária do Estado a cancelar,

pois não era possível garantir a segurança no local. A visita, portanto, foi apenas parcial.

Esse episódio revela uma grave afronta aos pactos internacionais assinados

pelo Brasil no que tange ao acesso livre por parte da sociedade civil no monitoramento das

condições a quais estão submetidas as pessoas privadas de liberdade.

1.5.4.1 Visita Presídio São Luis I - 13 de janeiro de 2013

Antes dos Representantes dos Beneficiários serem impedidos de prosseguir

com a visita de monitoramento ao Complexo de Pedrinhas, pudemos conversar com alguns

detentos da Unidade São Luis 1 que nos relataram a grave situação de violação de direitos a

que estão submetidos.

Pudemos constatar que o Pavilhão 2 abriga ao menos 3 homens em uma cela

que tem apenas uma comarca (cama). Os demais tem que dormir no chão ou em redes. Alguns

detentos nos relataram que essas celas, que têm metragem mínima, chegam a abrigar até 4

homens. O boi (banheiro) também fica no interior da celas e a falta de higienização atrai

insetos e ratos.

Os presos desse Pavilhão nos informaram que passam o dia todo confinados

na cela sendo que o banho de sol é somente realizado 1 (uma) vez por semana durante duas

horas.

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Os detentos reclamaram da falta de assistência médica, informado que o

médico comparece um único dia da semana na Unidade e não consegue realizar os

atendimentos necessários.

As reclamações em relação a precariedade da assistência jurídica também

foram constantes, informando que não têm acesso à Defensoria Pública e que não são levados

para as audiências.

As reclamações dos presos foram confirmadas por autoridades públicas

durante reunião realizada na sede da OAB Maranhão na manhã do dia 13, com a presença de

representantes da sociedade civil e da Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal. A

Ouvidora da Defensoria Pública, Dra. Mari-Silva Maia, informou que a Defensoria está

presente em apenas 24 Comarcas das 112 do Estado do Maranhão e que apenas 7 defensores

públicos atuam na execução penal do estado.

O Presidente da Associação dos Magistrados do Maranhão, Dr. Gervásio

Santos, também informou nesse reunião que frequentemente as audiências são adiadas por

falta de apresentação dos presos pelo poder executivo. Essa situação é ainda mais grave pela

maior parte dos detentos serem do interior do estado e cumprirem pena na capital.

Rafael Silva Pereira, 31 anos, da Cela 2, informou que já cumpriu 6 anos dos 8 a

que foi condenado e que já teria direito ao regime semiaberto, mas a falta de assistência

jurídica impede a progressão de regime.

Um dos presos, mesmo recluso, estava algemado à grade da cela, conforme

demonstram as seguintes fotos:

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1.5.4.2 – Ocorrência de novo início de rebelião – 16/01/2014

Por conta da militarização dos presídios, acirrou-se o clima de animosidade no Complexo

Penitenciário de Pedrinhas. Dia 16 de janeiro, a partir da tarde, e permanecendo até quase a

madrugada de 17 de janeiro, houve um início de rebelião, quando detentos serraram grades e

quebraram cadeados, ameaçando invadir um bloco vizinho. A situação demorou a ser

contornada, expondo detentos, familiares e agentes do Estado a novas tragédias. Familiares de

presos que faziam visitas bloquearam o trecho da BR-135, rodovia federal em que fica

localizado o Complexo Penitenciário de Pedrinhas. O ocorrido teve cobertura dos meios de

comunicação locais (clipping sobre a crise penitenciária no Maranhão pode ser acessado no

link http://smdh.org.br/?page_id=769)

1.5.4.3 – Falta de diálogo com os entes federados

As peticionárias têm tentado, em vão, abrir um diálogo com representantes dos governos

federal e estadual no sentido de conter a crise. Para tanto chegaram a elaborar um plano de

ação. A visita do ministro da Justiça José Eduardo Cardozo não teve participação das

peticionárias ou qualquer representante da sociedade civil organizada. Da visita da Comissão

de Direitos Humanos do Senado Federal participaram diversas organizações, porém, a visita

teve limites impostos pela administração penitenciária. Uma reunião técnica agendada para 17

de janeiro de 2014 em São Luís, com a participação de representantes dos governos federal,

estadual e peticionárias, foi cancelada. Com o governo estadual não houve qualquer avanço.

Assim, SMDH, Justiça Global e Conectas, após o pedido de intervenção federal no Complexo

Penitenciário de Pedrinhas e federalização da apuração dos crimes cometidos em seu interior,

solicitaram a realização de uma audiência com o Procurador-Geral da República Rodrigo Janot,

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agendada para o próximo dia 21 de janeiro de 2014. As peticionárias já solicitaram também

uma audiência na sede da OEA, em Washington, que deverá contar com a presença de

familiares de detentos assassinados no Complexo Penitenciário de Pedrinhas. As peticionárias

aguardam resposta, prevista para a partir de 24 de fevereiro de 2014, conforme calendário da

Organização

2. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

As provas descritas neste documento comprovam que a situação de

violação e ameaça em que o Estado mantém os beneficiários — identificados como

presos, funcionários e visitantes do Complexo Penitenciário de Pedrinhas—

preenchem os requisitos de gravidade, urgência e irreparabilidade do Artigo 25 do

Regulamento da Comissão Interamericana, demonstrando a necessidade da

manutenção das presentes medidas cautelares.

A Comissão é clara em reiterar a dupla função das medidas cautelares:

“La Comisión Interamericana y la Corte Interamericana han establecido de manera

reiterada que las medidas cautelares y provisionales tienen un doble carácter, uno

cautelar y otro tutelar.” 14 Ainda que no caso em tela a função de proteger a instrução

e o objeto de eventual caso contencioso perante o Sistema Interamericano não esteja

presente, a função tutelar, per se, já habilita a manutenção da presente medida, tendo

em vista que, historicamente, está tem sido uma importante propriedade do regime de

medidas cautelares da CIDH. Quanto a esta dimensão, na mesma resolução a

Comissão enunciou que: “Respecto del carácter tutelar, las medidas buscan evitar un

daño irreparable y preservar el ejercicio de los derechos humanos.”15

A leitura deste contrainforme deixa clara a necessidade da

manutenção das medidas para evitar dano irreparável e buscar preservar os direitos

humanos das pessoas privadas de liberdade no Complexo Penitenciário de

Pedrinhas, porém adiantamos, aqui, uma breve consideração sobre os requisitos de

presentes nas alíneas do Artigo 25(2) do Regulamento da CIDH.

Com respeito à gravidade da situação, conforme definição do Artigo

25(2)(a), os atos e omissões estatais denunciados tem tido impactos catastróficos

14

CIDH, Medida Cautelar Nº. 255-13, Robert Gene Garza e Estados Unidos da América, 16 de agosto de

2013, par. 11. 15

CIDH, Medida Cautelar Nº. 255-13, Robert Gene Garza e Estados Unidos da América, 16 de agosto de

2013, par. 11.

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sobre direitos protegidos na Convenção Americana de Direitos Humanos. Em sua

Resolução de 16 de agosto de 2013, a Comissão Interamericana indicou que a

gravidade estaria comprovada “ante el peligro derivado de la posibilidad de aplicación

de la pena de muerte en el estado de Texas, Estados Unidos. Al respecto, se ha alegado

que en el proceso penal del propuesto beneficiario no se han observado los derechos

protegidos bajo el derecho internacional de los derechos humanos”.16

No caso em tela, não se trata apenas do perigo de dano, mas de dano

já em andamento. Violações significativas aos direitos à vida (Artigo 4), integridade

pessoal (Artigo 5), liberdade pessoal (Artigos 8 e 25) e garantias e proteções judiciais

dos beneficiários, que fundamentaram a concessão inicial destas medidas cautelares

em dezembro de 2013, continuam e se reproduzem. Após a outorga das medidas

cautelas ao menos 9 presos foram assassinados no Complexo Penitenciário de

Pedrinhas. Assim como no caso do Sr. Garza, nos procedimentos administrativos e

processos judiciais relativos às violações materiais expostas neste escrito, tampouco

houve respeito aos direitos protegidos pelo direito internacional dos direitos humanos,

especialmente no que diz respeito à investigação e responsabilização dos casos de

tortura e maus-tratos.

Conforme exposto neste documento e em informações fornecidas

anteriormente, a conduta estatal que atesta a gravidade dos fatos expostos perante

esta Comissão inclui:

1. Homicídios praticados por facções rivais dentro do Complexo Penitenciário; 2. Maus tratos cometidos por integrantes da Força Nacional de Segurança e pela

Polícia Militar do Estado do Maranhão que assumiram o controle do Complexo de Pedrinhas;

3. Revistas vexatórias de visitantes; 4. Denúncias de estupros de familiares de detentos no interior e fora do

complexo penitenciário de Pedrinhas 5. negligência na apuração e prevenção de denúncias feitas pelos

Representantes, em especial com relação aos homicídios, resultando na repetição das mortes.

6. delegação imprópria de funções de agentes penitenciários e disciplina para a Polícia Militar, o que contraria a até mesmo a Constituição Federal, uma que essa não é sua prerrogativa constitucional;

7. Superlotação produzida por determinações excessivamente punitivas e

16

CIDH, Medida Cautelar Nº. 255-13, Robert Gene Garza e Estados Unidos da América, 16 de agosto de

2013, par. 14.

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atuações deficientes e morosas no Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública—conforme ilustrado pelos resultados do mutirão do Conselho Nacional de Justiça—e pela implementação de uma política de incentivo ao encarceramento pelo Executivo;

Com respeito à urgência, conforme Artigo 25(2)(b) da regulamentação

da Comissão, a situação aqui relatada demonstra riscos e ameaças iminentes das

graves condutas descritas acima continuarem produzindo os danos irreparáveis do

descritos abaixo. Acerca deste elemento, em sua resolução de agosto de 2013, a

Comissão afirmou que “considera que el requisito de urgencia se encuentra cumplido

en virtud de que éste concierne una intervención oportuna en relación con la

inmediatez del daño potencial alegado en la solicitud de medidas cautelares.”17

No caso do Complexo Prisional de Pedrinhas, a urgência não se limita

a eminência de um dano potencial, mas há danos já produzidos (com especial

atenção para os novos casos de mortes e tortura na unidade), em andamento (por

exemplo, no que diz respeito às condições de detenção) e, também, eminentes, pois,

mantidas a mesma situação estrutural e conjuntural, o que vem ocorrendo desde a

concessão das medidas cautelares, as violações seguramente se repetirão.

A permanência da iminência dos riscos anteriormente denunciados e

os danos já produzidos, elementos acima narrados e melhor detalhados nesta

manifestação, atestam a urgência da situação. A iminência dos riscos anteriormente

denunciados e a continuidade na produção de danos concretos se mantém.

3. DOS PEDIDOS

A visita do membro da Relatoria para os Direitos das Pessoas Privadas de Liberdade,

para a realização de uma inspeção, em conjunto com as peticionárias, em todas as

dependências do Complexo Penitenciário de Pedrinhas;

A concessão de medidas, por parte desta CIDH, para garantir o livre acesso das

entidades peticionárias A TODAS AS DEPENDÊNCIAS do Complexo Penitenciário de

Pedrinhas, sem a necessidade de autorização prévia por parte dos agentes

responsáveis pela administração penitenciária do Estado do Maranhão, bem como a

17

CIDH, Medida Cautelar Nº. 255-13, Robert Gene Garza e Estados Unidos da América, 16 de agosto de

2013, par. 15.

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possibilidade de utilização de quaisquer instrumentos de registros audiovisuais das

inspeções;

Que o Estado Brasileiro forneça a relação oficial dos presos vitimados dentro do

Complexo Penitenciário de Pedrinhas desde o dia 01 de janeiro de 2013, informando

ainda o balanço/andamento de eventuais investigações realizadas pelo Estado;

Que as medidas cautelares sejam mantidas.

São Luís, 17 de janeiro de 2014

José Maria Ribeiro Júnior

Presidente do Conselho Diretor Sociedade Maranhense de Direitos

Humanos

Luis Antonio Câmara Pedrosa

Presidente da Comissão de Direitos Humanos Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional

Maranhão

Sociedade Maranhense de Direitos Humanos Em defesa da vida

CNPJ: 05.761.069/0001-51 Fundada em 12 de fevereiro de 1979.

Reconhecida como de utilidade pública pela Lei Estadual nº 4.868 A/88

e pela Lei Municipal nº 3.068/90

Rua das Mangueiras, nº 07, Qd. 36, Jd Renascença I CEP 65075-290 - São Luís - MA. – SGAN (Setor de Grandes Áreas Norte), casa 2, quadra 914, conjunto F, módulo C, Brasília/ DF. CEP: 70790-140 -

Brasil. Fone Fax: (098) 3231-1601 / 3231-1897 – (61) 3272 8372 / 3273 4585. E-mail: [email protected] site:

www.smdh.org.br

ANEXO

Repercussão nacional e internacional da violência no Complexo Penitenciário de Pedrinhas

OAB deverá cobrar do Maranhão indenização a famílias de mortos - BBC Brasil, 15/1/2014

Preso do Maranhão liga para rádio para reclamar da Polícia Militar - Diário do Litoral, 14/1/2014

Assembleia vai à OEA após restrição nas visitas a presídio, afirma Eliziane - Jornal Pequeno, 14/1/2014

Justiça maranhense manda Estado construir novos presídios em 60 dias - Diário Catarinense, 14/1/2014

Justiça dá 60 dias para governo do Maranhão construir e reformar presídios - O Estado de S. Paulo,

14/1/2014

Coletivo de Advogados protocolará pedido de impeachment de Roseana Sarney - CartaCapital,

13/1/2014

Senadores conhecem situação do Complexo de Pedrinhas - Diário de Pernambuco, 13/1/2014

Comissão de Direitos Humanos tem acesso limitado durante visita a Pedrinhas - TV Assembleia,

13/1/2014

OAB estuda a possibilidade de pedir a desmilitarização de presídios - TV Assembleia, 13/1/2014

MA: OAB denuncia tortura da PM e tropas federais em Pedrinhas - Terra, 13/1/2014

OAB pede a comissão do Senado saída imediata da PM de Pedrinhas - Paraíba.com.br, 13/1/2014

Comissão do Senado visita o presídio de Pedrinhas, em São Luis - Jornal Nacional/ Rede Globo,

13/1/2014

Presidente da OAB no Maranhão denuncia tortura em Pedrinhas - Diário de Pernambuco, 13/1/2014

CDH inicia visita ao Maranhão ouvindo representantes da sociedade civil - Agência Senado, 13/1/2014

Advogados de direitos humanos vão pedir impeachment de Roseana - O Estado de S. Paulo, 13/1/2014

Uma notícia está chegando lá do Maranhão - Folha de S. Paulo, 12/1/2014

No CDP, 42 presos ocupam espaço para 14 - O Estado de S. Paulo, 11/1/2014

Situação nos presídios expõe guerra contra pobreza, diz socióloga - Folha de S. Paulo, 11/1/2014

O despreparo da governadora - O Estado de S. Paulo, 11/1/2014

Nota de repúdio - SMDH, 11/1/2014

Maranhão impede entrada de comissão de Direitos Humanos em Pedrinhas - Último Segundo,

11/1/2014

Comissões de Direitos Humanos são barradas em Pedrinhas, no MA - Folha de S. Paulo, 10/1/2014

Protesto contra falta de segurança reúne 500 pessoas no Maranhão - O Estado de S. Paulo, 10/1/2014

Preso de Pedrinhas diz que transferências devem gerar novos ataques em São Luís - UOL, 10/1/2014

Nota pública do Movimento Nacional de Direitos Humanos sobre a crise no sistema penitenciário

maranhense - MNDH, 10/1/2014

Barbárie brasileira - IstoÉ, 10/1/2014

Comissão de Direitos Humanos vai ao MA; faço questão de ir a presídio, diz senadora - BOL, 10/1/2014

Maranhão impede comissão de direitos humanos de visitar presídio caótico - El País, 10/1/2014

Deputados vão a Pedrinhas, mas não conseguem entrar em presídios - CBN Foz do Iguaçu, 10/1/2014

Comissões de Direitos Humanos são barradas em Pedrinhas - Tribuna do Norte, 10/1/2014

Sociedade Maranhense de Direitos Humanos Em defesa da vida

CNPJ: 05.761.069/0001-51 Fundada em 12 de fevereiro de 1979.

Reconhecida como de utilidade pública pela Lei Estadual nº 4.868 A/88

e pela Lei Municipal nº 3.068/90

Rua das Mangueiras, nº 07, Qd. 36, Jd Renascença I CEP 65075-290 - São Luís - MA. – SGAN (Setor de Grandes Áreas Norte), casa 2, quadra 914, conjunto F, módulo C, Brasília/ DF. CEP: 70790-140 -

Brasil. Fone Fax: (098) 3231-1601 / 3231-1897 – (61) 3272 8372 / 3273 4585. E-mail: [email protected] site:

www.smdh.org.br

Douglas Martins: “É repugnante” - Época, 10/1/2014

OAB pede plano emergencial para conter a violência no Maranhão - Tribuna da Bahia, 10/1/2014

Recomendações da APT e Pastoral Carcerária sobre o Sistema Penitenciário maranhense - Pastoral

Carcerária, 10/1/2014

Maranhão devolveu quase metade dos recursos recebidos em 15 anos para construir presídios - Agência

Brasil, 10/1/2014

Comissão de Direitos Humanos do Senado vai visitar Presídio de Pedrinhas - Agência Brasil, 10/1/2014

Conectas envia advogado a São Luís para apurar denúncias - Conectas, 10/1/2014

MA registra 1 de cada 4 homicídios em prisões no país em 2013 - G1, 10/1/2014

”As prisões são produtoras de violência. Quanto mais prisões construirmos, mais violenta se tornará a

sociedade.” Entrevista especial com Camila Dias - Instituto Humanitas Unisinos, 10/1/2014

Comissão de Direitos Humanos irá ao Maranhão na segunda-feira - Senado/JusBrasil, 10/1/2014

Salvemos o Maranhão - Diário do Poder, 9/1/2014

Facções criminosas tomaram Pedrinhas em 2007 - Veja, 9/1/2014

Aumenta pressão sobre autoridades para resolver crise no Maranhão - BBC Brasil, 9/1/2014

‘Condições para intervenção federal no Maranhão estão dadas’, afirma OAB - Último Segundo/IG,

9/1/2014

Times destaca violência na penitenciária de Pedrinhas, no Maranhão - Jornal do Brasil, 9/1/2014

Governo do Maranhão agirá com ‘mão de ferro’ na crise da segurança - O Tempo, 9/1/2014

Conselho de Direitos Humanos cobra ação emergencial em crise carcerária no Maranhão - O Estado de

S. Paulo, 9/1/2014

Problemas das prisões brasileiras ganham destaque mundial - CBN Foz do Iguaçu, 8/1/2014

Anistia Internacional cobra soluções concretas - O Povo, 8/1/2014

Imprensa internacional dá destaque à crise no Maranhão - Associação Brasileira de Imprensa, 8/1/2014

Barbárie maranhense - Folha de S. Paulo, 8/1/2014

Somos todos cúmplices - El País, 8/1/2014

Crise no Maranhão exige resposta de longo prazo - BBC Brasil, 8/1/2014

OEA cobra do governo brasileiro solução para Pedrinhas - Veja, 8/1/2014

Situação do Complexo Prisional de Pedrinhas provoca tensão no Maranhão - O Estado de Minas,

8/1/2014

ONGs pedem ação do governo federal em presídio maranhense - SMDH, 8/1/2014

ONGs pedem ação do governo federal em presídio maranhense - Conectas, 7/1/2014

Decapitações no Maranhão evidenciam o caos nas penitenciárias brasileiras - El País, 7/1/2014

Sociedade Maranhense de Direitos Humanos divulga nota de pesar em virtude da violência - Blog da

Lígia Teixeira, 7/1/2014

Nota de pesar e repúdio - SMDH, 7/1/2014

Estadao Radio interview (Maria Laura), Jan 7: Situação carcerária no Maranhão é preocupante e necessita de uma ação mais efetiva da União

Folha de São Paulo, Jan 8: ONG diz nunca ter visto 'barbárie' como a de prisão no Maranhão

Sociedade Maranhense de Direitos Humanos Em defesa da vida

CNPJ: 05.761.069/0001-51 Fundada em 12 de fevereiro de 1979.

Reconhecida como de utilidade pública pela Lei Estadual nº 4.868 A/88

e pela Lei Municipal nº 3.068/90

Rua das Mangueiras, nº 07, Qd. 36, Jd Renascença I CEP 65075-290 - São Luís - MA. – SGAN (Setor de Grandes Áreas Norte), casa 2, quadra 914, conjunto F, módulo C, Brasília/ DF. CEP: 70790-140 -

Brasil. Fone Fax: (098) 3231-1601 / 3231-1897 – (61) 3272 8372 / 3273 4585. E-mail: [email protected] site:

www.smdh.org.br

O Globo, Jan 8: ONU pede investigação imediata sobre mortes e violações nos presídios no Maranhão

Band News radio interview (Maria Laura), Jan 8: ONU pede ao Brasil que apure a situação dos presídios no Maranhão

Washington Post (AP), Jan 8: UN agency wants probe of Brazil prison violence

The Miami Herald (AP), Jan 8: UN agency wants probe of Brazil prison violence

ABC News (AP), Jan 8: UN Agency Wants Probe of Brazil Prison Violence

UOL, Jan 8: Human Rigths Watch cobra investigação das mortes em São Luís

Povo, Jan 8: Crise em presídio no Maranhão reflete problema nacional crônico

Folha do Maranhao, Jan 8: ONG diz nunca ter visto 'barbárie' como a de prisão no Maranhão

Deutsche Welle, Jan 8: Crise em presídio no Maranhão reflete problema nacional crônico

Último Segundo iG, Jan 9: Organismos como a ONU, a Anistia Internacional e a Human Rights Watch reprovam abusos em presídios

BBC Brasil, Jan 9: Aumenta pressão sobre autoridades para resolver crise no Maranhão

Portal Notícias Terra, Jan 9: Aumenta pressão sobre autoridades para resolver crise no Maranhão

Thomson Reuters Foundation, Jan 9: U.N. urges probe of Brazil prison violence after video of beheaded inmates

Rádio Voz da Rússia, Jan 9: ONU e Anistia Internacional exigem atitudes efetivas contra violência no Maranhão

Diário do Nordeste, Jan 9: ONU exige ação contra crime no MA