Sociologia agrária

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CINCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAO CURSO DE GRADUAO EM ADMINISTRAO

Sociologia Agrria

Recife/2011

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO Departamento de Administrao

Sociologia Agrria

Trabalho apresentado Professora Llia Junqueira, Da disciplina Fundamentos de Sociologia, Da turma 2011.2, Turno noite, do curso de Administrao Discentes: Anderson Maia Seixas, Allan Ponce, Bernardo Maranho, Carlos Rodrigo Pinheiro, Daniela Costa Cruz , Gabriel Marques, Henrique Souza.

Recife/2011

SUMRIO pgina

1.Introduo...................................................................................................................04 2.Processo de diviso de terras no Brasil.....................................................................05 3.Ligas Camponesas: O comeo de uma luta..............................................................07 4.Embates sociais por terra...........................................................................................09 5.Relao Homem e terra: A importncia da terra para o homem..........................12 6.Polticas de governo em relao questo agrria..................................................15 7.Sociologia agrria como preservao do meio ambiente........................................19 7.1Turismo rural................................................................................................20 7.2Extenso rural...............................................................................................20 7.3Manifestaes, questionando os efeitos da modernizao.........................22 8.Reforma Agrria.........................................................................................................22 9.Consideraes finais...................................................................................................25 10.Referencias bibliogrficas........................................................................................26

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1.INTRODUO A questo agrria no Brasil um assunto de estrema importncia que estudado por diversas reas, sempre procurando trazer uma explicao ou uma anlise de como se deu o processo de estruturao e como os erros nesse processo influenciaram nossa cultura agrria, de latifndios, e a poltica brasileira de diviso e estruturao de terras que concomitantemente so consequncias histricas do processo primrio e originrio ocorrido na colonizao. Estudos sociolgicos fazem diversas anlises sobre o tema agrrio no Brasil, e um dos focos a relao do sistema agrrio com a sociedade, com o homem, as relaes de significados e de injustias causadas por um sistema desigual e pouco tangvel. Movimentos histricos de lutas e reivindicaes so frequentemente vistos quando feito uma anlise do sistema agrrio que tem por traz de sua histria muito sangue e injustias cometidas. Essas injustias sempre foram combatidas, seja por movimentos rebeldes, guerras ou organizaes de cunho socialista que evoluram e permanecem at hoje lutando por igualdade e justia, como o Movimento dos Trabalhados Sem terra. (MST)

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2. PROCESSO DE DIVISO DE TERRAS NO BRASIL A m distribuio de terras um problema que se iniciou quando o Brasil ainda era colnia. As principais causas deste problema foram estabelecimento de capitanias hereditrias e cultivo baseado na monocultura de cana-de-acar O Brasil um pas que possui grande extenso territorial, sendo considerado um pas continental. Essa grande rea j passou por diversas divises administrativas. O Tratado de Tordesilhas (1494) foi o primeiro responsvel por uma diviso no territrio que hoje corresponde ao Brasil, na qual a poro leste ficou sob o domnio de Portugal e a poro oeste pertencendo Espanha. Outra diviso ocorreu com as Capitanias Hereditrias (1534). Durante os dois primeiros sculos da colonizao portuguesa, a metrpole dividiu e distribui as terras da colnia. O sistema de Capitanias Hereditrias consistia na fragmentao do territrio brasileiro em quinze faixas de terra (pedaos comparados a alguns estados atuais). Numa alternativa de administrao territorial o imprio portugus disponibilizou a algum membro da corte que fosse de confiana do Rei, uma das capitanias. Os donatrios deveriam governar e promover o desenvolvimento da capitania na qual se tornasse responsvel. Porm, apenas alguns donatrios receberam faixas enormes de terra para explorar e colonizar. Desde ento, o acesso a terra foi dificultado para grande parte dos brasileiros. O latifndio (grande propriedade rural improdutivo) tornou-se padro, gerando um sistema injusto de distribuio da terra. Para termos uma ideia desta desigualdade, basta observarmos o seguinte dado: Segundo o IBGE, 43% das terras cultivveis no Brasil pertencem a apenas 1% dos proprietrios rurais. Duas consequncias dessa concentrao de terras no pas so o xodo rural e transformao de agricultores em trabalhadores avulsos (boias-frias)

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A concentrao de terras nas mos de poucas pessoas um dos maiores problemas enfrentados pelo Brasil e j causou diversos conflitos sociais. Para tentar corrigir esta distoro, nas ltimas dcadas vem sendo desenvolvido em nosso pas o sistema de reforma agrria. Embora lento, j tem demonstrado bons resultados. Nos anos 1980, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) tornou-se um dos mais importantes movimentos sociais do pas. O MST pressiona o governo, atravs de manifestaes e ocupaes de propriedades rurais, para conseguir acelerar a reforma agrria, garantir o acesso terra para milhares de trabalhadores rurais e condies para a prtica da agricultura familiar. Cabe ao governo todo o processo de reforma agrria atravs de um rgo federal chamado INCRA (Instituto Nacional de Colonizao e Reforma Agrria). Ao contrrio do que muitos pensam, a reforma agrria realizada em nosso pas dentro das leis vigentes, respeitando a propriedade privada e os direitos constitudos. No visa apenas distribuir terras, mas sim garantir, aos pequenos agricultores, condies de desenvolvimento agrrio e produtividade, gerando renda e melhores condies de vidas para as famlias assentadas. Podemos definir reforma agrria como um sistema em que ocorre a diviso de terras, ou seja, propriedades particulares (latifndios improdutivos) so compradas pelo governo a fim de lotear e distribuir para famlias que no possuem terras para plantar. Dentro deste sistema, as famlias que recebem os lotes, ganham tambm condies para desenvolver o cultivo: sementes, implantao de irrigao e eletrificao,

financiamentos, infraestrutura, assistncia social e consultoria. Tudo isso oferecido pelo governo. Duas importantes funes sociais da reforma agrria so evitar o xodo rural e garantir a produo de alimentos para o pas, no Brasil a reforma agrria prev o assentamento de famlias sem-terra em trs tipos de rea:

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- Terras pblicas com vocao para a agropecuria - Fazendas particulares improdutivas - Terras pblicas ocupadas ilegalmente por fazendeiros reas prximas a reservas ambientais no fazem parte dessa lista e por muitos assentamentos recentes estarem localizados na Amaznia Legal eles vm sendo apontados como uma das causas de desmatamentos no Brasil. 3. LIGAS CAMPONESAS: O COMEO DE UMA LUTA A formao das Ligas Camponesas se deu durante o incio da dcada de 50, quando muitos direitos trabalhistas institudos por Vargas foram concedidos apenas aos trabalhadores urbanos. Francisco Julio foi o principal criador da Liga, a criao das Ligas Camponesas foi forma de tanto protestar pelos direitos somente adquiridos por trabalhadores urbanos como pela dominao dos descendentes de senhores de engenho que abandonaram o campo e queriam retomar os engenhos abandonados, tentando instituir as prticas de servios gratuitos nas propriedades sem ter preenchido as caractersticas para serem considerados bons patres. importante relatar que o movimento das Ligas Camponesas era em sua maioria composto por pessoas no assalariadas e sim por foreiros que so justamente moradores de engenhos abandonados. Procurado pelos foreiros do Engenho Galileia em Vitria de Santo Anto/PE Francisco Julio, advogado e deputado estadual pelo Partido Socialista Brasileiro forma um novo movimento de ligas que possuem uma nova dinmica, ganhando espao na imprensa e passa a ser conhecida como Ligas Camponesas, associando s antigas LIGAS fundadas pelo PCB no perodo 1945-1947 e que foram desaparecendo com a questo da ilegalidade do partido. Posteriormente a propriedade do Engenho Galileia que foi o foco dessa reivindicao e na poca foi tratada pela imprensa como uma possvel Revoluo Cubana com foco na reforma agrria foi desapropriada e a

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propriedade foi repassada para a Companhia de Revenda e Colonizao que tomou posse e realizou a diviso para um nmero reduzido de famlias. Sendo uma forma de abafar o tpico de reforma agrria, essa atitude acabou por desmembrar o movimento e separar seus lideres. Aps essa introduo da histria das Ligas Camponesas vamos ressaltar a importncia delas no contexto social brasileiro, enfatizando principalmente a questo agrria no Brasil. Tendo em mente que as Ligas Camponesas foram uma forma de protesto contra a injustia instalada na rea rural do Brasil, importante ressaltar que esse movimento no era nico, mas teve grande importncia, pois a mdia enfatizou a sua histria levando a mensagem de uma luta no campo para todo o Brasil e para o mundo, ns dizemos mundo devido visita do ento economista e diplomata norteamericano Merwin Bohan que desembarcou no Recife com uma misso do presidente dos Estados Unidos da Amrica, John Kennedy. Essa misso consistia em criar um plano de desenvolvimento no nordeste brasileiro para que todo movimento de esquerda fosse abafado, embora esse plano fosse de carter nico j que seria desenvolvido para uma regio subnacional ele possua objetivos maiores, os EUA estavam interessados na Amrica Latina como um todo, tentando evitar ao mximo a proliferao do comunismo j presente em Cuba e por isso o Nordeste brasileiro exigia uma maior ateno j que se caracterizava por um movimento de cunho social com lderes de esquerda que conseguiam movimentar milhares de pessoas atravs das Ligas espalhadas em todo territrio brasileiro.

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4. EMBATES SOCIAS POR TERRA Os embates sociais por terra no Brasil sempre foram bastante intensos e recorrentes por motivos oriundos do processo colonial. O sistema de diviso de terras proporcionou uma cultura de latifndio que no gerou de maneira igualitria o acesso a terra para todos. Tendo esse contexto, a formao de conflitos territoriais se tornou recorrente no Brasil.

Alm dos grandes conflitos gerados pela formao das ligas camponesas e mais recentemente as diversas brigas geradas pelo Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST), existiram a Guerra de Canudos e a Guerra de Contestado, que apesar de serem muito lembradas por aspectos religiosos tiveram em sua essncia razes territoriais. Os principais fatores que levaram ao acontecimento da Guerra de Canudos esto relacionados com as condies sociais e geogrficas da regio.

Os aspectos geogrficos e as condies sociais do Nordeste geraram uma situao constante de conflito e revolta social, a regio, em sua maioria, era caracterizada por latifndios, cujos donos faziam parte de pequenos grupos privilegiados. Esses pequenos grupos eram compostos por coronis que mantinham uma enorme massa de sertanejos em condies de absoluta misria. Como no possuam terras, os sertanejos eram obrigados a aceitar as pssimas condies de trabalho impostas pelos coronis. Toda essa ambientao abriu espao para o surgimento de lderes religiosos, que eram conhecidos como beatos ou conselheiros, que pregavam uma vida diferente, mais justa para os seringueiros. Apoiados na promessa de uma vida melhor os seringueiros se uniram em prol do objetivo comum de lutar pelo espao de terra que eles tinham se estabelecido e de se eximirem de pagar impostos cobrados pelo governo da Bahia. Esses grupos de seringueiros sofreram vrias represlias pelo governo, pela igreja e pela sociedade que os caracterizavam como agitadores anarquistas; aps muitas batalhas

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entre os seringueiros e o governo, o arraial de Canudos foi massacrado pelo governo comandado pelo presidente Prudente de Morais. A Guerra de Contestado que ocorreu entre 1912 e 1916, por interesses polticoeconmicos e messianismo assim como a Guerra de Canudos, aconteceu entre os estados do Paran e Santa Catarina, nesse conflito estavam de um lado, a populao cabocla daqueles estados, e do outro os governos estaduais apoiados pelo presidente Hermes da Fonseca. A Regio era rica em erva-mate e madeira, cujos produtos eram comercializados inicialmente por posseiros e pequenos fazendeiros, o meio de sobrevivncia da populao local era, principalmente, baseado na comercializao desses produtos. No final do sculo 19 o governo iniciou a construo da estrada de ferro que ligaria os estados de So Paulo e Rio Grande do Sul, para essa construo ocorrer foram desapropriados aproximadamente 30 km de terra, a construo foi feita em parceria com a empresa norte-americana Brazil Railway Company, com a construo a regio se tornou atrativo para a chegada de muitos trabalhadores. Com o fim das obras a maioria dos trabalhadores que tinham migrado para a regio ficaram desempregados, gerando uma situao complicada para a populao de imigrantes e para os antigos residentes que foram expulsos pelo governo de suas terras, pois o governo caracterizou as terras como sendo devolutas para que a empresa Southern Brazil Lumber pudesse realizar a extrao de madeira na regio, deixando os pequenos fazendeiros que trabalhavam na extrao da madeira arruinados pelo domnio da Lumber sobre as florestas da regio. Igualmente a Canudos a situao abriu espao para lideranas messinicas que reuniram os camponeses expulsos de suas terras e os imigrantes desempregados pelo fim da obra e fundaram uma comunidade com o intuito de solucionar os problemas gerados pela retirada de terras e pelo desemprego, tambm se juntaram os pequenos fazendeiros que foram prejudicados com as obras e com a

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empresa de extrao de madeira. Logo essa unio ganhou ascenso e comeou a incomodar o governo e os coronis que se sentiram ameaados com uma liderana impactante do grupo, e logo comearam os ataques com o intuito de encerrar com a unio, os conflitos duraram aproximadamente 46 meses superando a resistncia herica de Canudos, porm o massacre foi consumado mais uma vez e o grupo foi derrotado. Essas duas Guerras, a de Canudos e a de Contestado, nos leva fazer uma reflexo de como o sistema governamental e capitalista se imps sobre os trabalhadores do campo que na maioria das vezes foram prejudicados pelo sistema poltico e de distribuio de terras totalmente desigual. Como podemos observar nas duas guerras, os conflitos sempre foram gerados por questes de revolta dos menos favorecidos com polticas autoritrias que no considerava os trabalhadores rurais como passveis ao direito de ter a terra, seja como meio de sustento ou moradia; o governo guiou suas decises baseando-se em interesses econmicos, sem levar em considerao a populao que subsistia da terra.

Essas polticas autoritrias governamentais que esto presentes nos dois contextos citados foram marcadas por atitudes de extrema violncia, desde o foco do conflito, ao passo que a retirada de terra de famlias trabalhadoras do campo um ato de extrema violncia se considerarmos as redes de valores que a terra dignificava para os trabalhadores, e ao trmino do conflito que foi feito por massacres, a lgica dos conflitos sociais nessas reas sertanejas a expulso e a invaso das terras dos lavradores. (Moura, 1988, p.8). Esse sistema de violncia e de tolhimento do direito a possuir terra que foi inferido aos camponeses se tornou uma cultura bastante vigente no Brasil, se prolongando at os dias atuais com a presena de grandes latifundirios fazendo parte do poder poltico e legislativo no Brasil, as leis e as polticas que valorizariam uma distribuio de terras e um sistema que beneficiasse e valorizasse o

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homem do campo continuam sendo atrasadas e postergadas pelo poder, dos grandes latifundirios, continuar se sobrepondo aos pequenos proprietrios e aos trabalhadores do campo. A negligncia que o sistema judicirio tem com as questes agrrias so preocupantes, pois so agentes que contribuem para a permanncia da violncia no mbito agrrio. A omisso de processos criminais demonstradas na informao de que entre 1064 e 1988, foram registrados cerca de 2.100 assassinatos de trabalhadores rurais, ndios, advogados, religiosas, religiosos e outros profissionais ligados aos movimentos populares no campo. Neste perodo, s 60 casos foram levados a julgamento. (CPT - Comisso Pastoral da Terra, op.cit., p. 32). Aes como essas s reforam e validam movimentos como o do MST, que est sempre presente em movimentos de contestao das polticas nacionais agrrias, sempre procurando mostrar, atravs de invases, as suas necessidades e um vislumbramento dos seus objetivos. 5. RELAO HOMEM E TERRA: A IMPORTANCIA DA TERRA PARA O HOMEM O homem possui uma relao muito ntima com a terra, pois atravs dela que adquire seu sustento, produz seus alimentos, cria seus animais entre outras atividades. A questo da luta pela terra um fato presente desde a poca do descobrimento do Brasil, quando os portugueses tomaram como posse as terras que aqui encontraram no levando em considerao a populao que habitava, no caso a indgena. Ao longo dos 500 anos surgiram evidncias na relao homem e terra, a distribuio de terras, a escravido ainda existente em muitos latifndios e o desmatamento da Amaznia so temas que necessitam de ateno especial. A m distribuio fundiria deve-se principalmente ao modelo econmico que vigora no Brasil, o capitalismo. Esse modelo que visa o lucro a qualquer custo, gera

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grandes latifndios praticantes da monocultura que no produzem alimentos para a subsistncia da populao. As caractersticas principais desse tipo de propriedade rural so: a necessidade de grandes reas para que se torne uma atividade rentvel; apesar disso, produzem pouco se comparadas s pequenas propriedades rurais; e a produo na maioria das vezes voltada para o mercado externo apoiada no uso e na fora do trabalho escravo. Portanto o latifndio engole as pequenas propriedades, com esta poltica de pleno desenvolvimento, fazendo com que as pequenas desapaream. Obrigando estes pequenos produtores a se tornar assalariados rurais ou urbanos, ou at mesmo submissos a escravido. Uma realidade que sempre esteve presente nas grandes propriedades rurais de monocultura, como por exemplo, nos seringais da Amaznia e tambm nas frentes de derrubada da mesma regio. J os povos da floresta que convivem de maneira sustentvel com o ambiente em uma espcie de ajuda mtua. imprescindvel atentar para os problemas ocasionados pelo manejo inadequado do solo. Constantemente em busca de lucro grandes produtores rurais, como por exemplo, a famlia Maggi do Estado de Mato Grosso maior produtora de soja do pas, buscam novas fronteiras agrcolas para a expanso da monocultura. Essa expanso geralmente se d sobre a floresta amaznica, que o bero de diversas espcies animais e vegetais, uma floresta quente e mida que cobre grande parte do territrio nacional e que abriga importantes rios como o Amazonas. Esta rea apresenta-se como fonte de inmeras disputas polticas e econmicas o que a torna objeto de cobia internacional devido as suas grandes reservas e recursos. Compreende-se a importncia dessa rea conhecida como regio amaznica, o uso sustentvel dessa rea significa a existncia de biodiversidade por milhares de anos.

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Fica evidente que o homem frequentemente esquece que para se manter vivo ele depende integralmente da natureza. Porm, muito se evoluiu no que diz respeito convivncia sustentvel do homem com a terra. Iniciativas como a do RECA na Amaznia (Reflorestamento Econmico Consorciado e Adensado) so exemplos claros e concretos de que possvel conviver com a natureza sem destru-la, respeitando seu curso e suas regras. Pessoas com o mesmo objetivo procurou adaptar as formas de produo ao tipo de solo do local fazendo com que a produo fosse expressiva, porm em consrcio com a floresta, ou seja, sem derrub-la. Assim o RECA produz diversos tipos de frutas, castanhas e leos que so comercializados, como explica o autor a seguir:

Porque hoje, no RECA [Reflorestamento Econmico Consorciado e Adensado], se est exportando mais de 100 toneladas de polpa de frutas pra tudo que lugar. A Natura est comprando todos os leos do RECA, pra creme pra pele, pra sabonete etc. Esto fazendo de tudo. E eles s esto mexendo em 10 hectares cada um, ningum botou mais nada ali. Aproveitaram a capoeira das reas alteradas e o resto da floresta. Plantaram castanha, j esto colhendo a castanha, j vo comear o processo de cortar a seringa, j esto trabalhando os mveis da teca que plantaram, a teca e muitas outras espcies no esto esperando a regenerao natural. (AMNCIO, 2004, p.315) Porm, existem aes humanas que so extremamente agressivas a terra. So iniciativas que no condizem com uma realidade de preservao cada vez mais presente e debatida no cenrio nacional. Mais uma vez apoiada na justificativa de desenvolvimento, especificamente o desenvolvimento da regio Nordeste do Brasil, est

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transposio do Rio So Francisco, que prope a transposio de um dos maiores rios do pas no intuito de fornecer gua para regies onde a seca castiga inmeros moradores. Essa obra faranica a construo de dois canais, que levariam o nome de Eixo Norte e Eixo Leste. Isto est gerando inmeras divergncias de ideias. Alguns defendem que esse projeto traria benefcios a um nmero grande de moradores que sofrem com a seca no Nordeste. Outros defendem que alm de causar um impacto ambiental considervel como, por exemplo, a salinizao dos solos, e uma possvel degradao irreversvel do Velho Chico, a presena de gua no semirido brasileiro no garantia de melhoria nas condies de vida daquela populao. As aes derivadas de concepes desenvolvimentistas e lucrativas podem levar a degradao de certos locais de forma irreparvel em longo prazo e comprometer a qualidade de vida da humanidade. Compreende-se ento com essa pequena abordagem de fatos que a relao entre homem e a terra primordial para a sobrevivncia da humanidade. Essa relao do homem com a natureza como foi relatado, nunca foi pacfica, foram caminhos de lutas e conquistas, que causaram feridas, sofrimentos, angstias e problemas ambientais graves. Porm, contrrio a isso existiram iniciativas concretas que provam a possibilidade de uma convivncia harmoniosa e inteligente do homem com a terra, exemplo a luta dos povos da floresta. 6. POLTICAS DE GOVERNO EM RELAO QUESTO AGRRIA Desde tempos antigos o homem lutou pela aquisio de terras para fixao de sua residncia e, fundamentalmente, produzir o seu alimento. Passaram-se os sculos e o quadro permanece o mesmo, ou seja, as elites do passado apenas mudaram de nome, mas continuam sendo os proprietrios deste bem indispensvel vida: a terra.

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No Brasil, desde a colonizao portuguesa, os conflitos gerados pela disputa da terra se intensificaram. Sesmaria, Donatrios, Capitanias Hereditrias, Grilagem, etc... So termos bastante comuns quando se estuda a histria da Reforma Agrria Brasileira, todavia, so termos que tentam justificar a posse. Dentro deste contexto, a partir dos anos 80 o PT (Partido dos Trabalhadores) e o MST (Movimento dos Trabalhadores sem Terra) formados por excludos e trabalhadores criaram a fora de esquerda do Brasil, lutando contra a misria, a pobreza e a falta de democracia gerada pelas imposies do regime militar. Com o passar do tempo, foram eleitos diversos governos petistas nos mais variados estados do Brasil com destaque no Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul graas incorporao de um dos movimentos mais importante do Brasil, o MST. Com a chegada da esquerda ao poder, o MST foi convocado para ser parceiro do Poder Pblico, no desenvolvimento de polticas Agrrias. Est parceria visou garantir o mnimo de infraestrutura (Escolas, estradas, atendimento mdico, crditos habitacionais e agrcolas, assistncia tcnica agrcola entre outros) dos assentamentos rurais. Uma das aes governamentais Petistas que teve grande destaque neste cenrio foi o apoio a vrios eventos que tem como finalidade o debate sobre polticas pblicas de reforma agrria. Eventos estes que trouxeram maior qualidade no desenvolvimento dessas polcias e geraram uma maior democratizao na sociedade Brasileira. Esses eventos demonstraram o diferencial do governo em est proporcionando a participao do povo na formulao e execuo dos projetos e no apenas, como uma parte da sociedade a ser atendida. importante destacar que com a relao entre o Governo e o MST diversos militantes desses movimentos foram recrutados para participarem de forma direta dentro do poder Pblico fortalecendo o mesmo e por outro lado diminuindo

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o quadro de militantes desses movimentos, enfraquecendo-os. Disto derivou algo inovador, parcerias para trabalhos em conjunto (governo e Movimento) que geraram maior capacitao dos membros nas implantaes de polticas publicas e, assim, os mesmos passaram a ser contratados pelo estado como profissionais sem se desvincularem da militncia. Esses agentes que passaram a atuar nos dois espaos simultaneamente, tanto pelo reduzido quadro quanto por vontade das partes, trouxeram maior conhecimento das reais possibilidades de atendimento do governo com relao aos recursos disponveis e a estrutura governamental. Esse conhecimento gerou divergncias entre o MST e o PT, pois revelou a impossibilidade das promessas de campanha. Assim, o PT alm de enfrentar o poder de direita, ainda teve que oposies dos seus prprios militantes. Estes pontos divergentes no apagam o fato dos benefcios trazidos por est unio. Economicamente, o governo PT, mais especificamente, Lula trouxe uma crescente participao com relao a questes agrrias nos gastos totais do setor: saindo de 6% no governo Sarney, para 45% no governo Lula. Assim foram criados diversos projetos, houve tambm o fortalecimento dos projetos j existentes e at apoios governamentais a projetos no-pblicos. Conhea alguns, resumidamente, nos comentrios a seguir:

Plano Safra - Poltica pblica que visa a beneficiar a produo agrcola familiar visando: aumento da produo de alimentos, gerao de renda no campo e organizao econmica dos agricultores.

Terra Legal - Projeto que visa regularizao das terras atravs da ocupao legitima, combatendo, assim, as fraudes da grilagem.

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Este programa visa regularizar cerca de 150 mil posseiros que hoje ocupam terras pblicas. ATER - Servios de Assistncia Tcnica e Extenso Rural que objetiva inserir os agricultores de produo familiar no Programa Nacional de Alimentao Escolar (PNAE) Pronaf - Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar proporciona o acesso ao crdito rural com taxas incomparveis ao mercado financeiro privado. Dando a possibilidade a esses agricultores de investirem em sua produo. Territrios Digitais - programa criado com a finalidade de levar a incluso digital para o meio rural atravs da criao de pontos com computadores e conexo de Internet denominados Casas Digitais. Projeto Dom Helder Cmara - Este projeto conta com o acordo entre Ministrio do Desenvolvimento Agrrio e o (FIDA) Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrrio que possibilita o fortalecimento das aes relacionadas Reforma Agrria e a Agricultura Familiar no semirido nordestino. Em outro contexto, um grande aspecto exige ser levado em considerao quando falamos sobre as questes agrrias e o poder pblico, questo essa sempre existente no Congresso Brasileiro. Como apresentado pelo Jornal Causa Operria em 2009. Segundo a bancada ruralista, os deputados e senadores latifundirios compem entre 80% e 85% das cadeiras na comisso de Agricultura e metade na de Meio Ambiente.

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Com este poder governamental os grandes latifundirios tem criado planos e leis para reprimir as aes dos sem-terra, exemplificado pela ao atravs de campanha na mdia em Pernambuco em 2009 contra esses grupos. Assim podemos entender, claramente, a dificuldade que o Brasil apresenta no momento da aprovao de leis que tenham como objetivo beneficiar as questes agrrias em nosso territrio. E este o grande motivo para a intensificao dos conflitos no campo que, em alguns momento, saem do controle normal do estado provocando a necessidades de aes mais rigorosas por parte deste onde, muitas vezes, a mdia culpa os militantes pelos conflitos, causando na sociedade, que est distante do fato, um pensamento contrrio realidade. Apesar desses empecilhos, no governo atual os projetos citados vm ganhando fora e trazendo mudanas na sociedade rural atravs de benefcios proporcionados e(ou) financiados pelo governo Brasileiro, afim de promover maior igualdade de oportunidades entre a cidade e campo, bem como, conscientizar a populao geral para as questes agrrias em nosso pais. 7. SOCIOLOGIA AGRRIA COMO PRESERVAO DO MEIO AMBIENTE Como a Sociologia a rea das cincias humanas que busca conhecer melhor as interaes humanas, a sociologia agrria seria uma subdiviso que busca compreender o funcionamento dessas minorias rurais, que muitas vezes so esquecidas. Alguns projetos foram desenvolvidos justamente visando a proteo desses ambientes e sua valorizao, levando as pessoas de fora pra fazerem parte dessas sociedades mostrando a importncia de cada um. Empresas que criam setores destinados para analisar essas sociedades e desenvolver melhorias. Por ultimo podemos citar alguns protestos contra a evoluo descontrolada e seus efeitos no meio rural.

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7.1Turismo rural O turismo rural uma atividade que acontece no meio rural, que diferente do que as pessoas pensam, no quer dar apenas um visual de campo e fazendas para as frias. Esse tipo de turismo ele visa valorizar o meio rural e seus elementos, agregando valores aos produtos e servios e resgatar o patrimnio natural e cultural da comunidade. As reas rurais nem sempre so escolhidas como o destino de frias das pessoas, que procuram as praias, os centros urbanos e alguns lugares mais afastados. Ento o turismo vem com essa proposta, de levar as pessoas para as reas de fazendas de caf do agreste e engenhos de acar, que comeam a oferecer servios tursticos. essa forma de turismo que proporciona s pessoas a oportunidade de fazer parte do estilo de vida daquela sociedade, conhecer seus costumes, sua histria e fazer parte do seu contexto social. O turismo rural est se tornando alvo de estudos para a copa de 2014, pois querem levar os visitantes e turistas alm das grandes cidades cedes dos jogos, para as reas rurais do pas. Objetivando mapear a realidade nacional e local, considerando localidades prximas as cidades-sede e motivar as micro e pequenas empresas (MPE) a se prepararem de forma planejada para as chances geradas pelo evento. 7.2 Extenso rural A extenso rural um projeto que visa educar os agricultores e moradores de reas rurais, baseando-se no conhecimento da realidade rural e adequado s necessidades do meio. Vendo o desenvolvimento da agricultura aumentando a qualidade de vida desses moradores. (Extenso Rural) um processo cooperativo, baseado em princpios educacionais, que tem por finalidade levar, diretamente, aos adultos e jovens do meio

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rural, ensinamentos sobre agricultura, pecuria e economia domstica, visando modificar hbitos e atitudes da famlia, nos aspectos tcnico, econmico e social, possibilitando-lhe maior produo e melhorar a produtividade, elevando-lhe a renda e melhorando seu nvel de vida. (Definio da ABCAR). Alguns rgos do governo, como o caso do IPA - Instituto agronmico de Pernambuco, vinculado secretaria de agricultura e reforma agrria (SARA). Segue uma misso de gerar e tecnologia, prestarem assistncia tcnica e extenso rural prioritariamente aos agricultores de base familiar, realizar obras de infraestrutura hdrica e disponibilizar bens de servio para o desenvolvimento sustentvel do agronegcio. Tendo como objetivos a elevao das condies de vida da sociedade pernambucana mediante o aproveitamento racional e equilibrado das potencialidades naturais do estado, procurando garantir a continuidade na renovao dos recursos renovveis e buscando assegurar a perenidade do fundo de fertilidade e o equilbrio dos ecossistemas. Criando projetos que pretendem realizar cursos de capacitao sobre a organizao rural, oficinas de formao de multiplicadores de educao ambiental, capacitao para o aproveitamento integral do pescado, oficinas de incentivo e valorizao do artesanato local, entre outros. Podemos concluir que a extenso rural um meio de levar tecnologia e melhorias ao estilo de vida dos moradores, agricultores e todas as pessoas que fazer parte desse meio rural, sem que esses meios cheguem de forma invasiva. Os membros responsveis por esses projetos tentam compreender o estilo de vida dessa sociedade e da melhor forma escolher o modo como essas tecnologias podem ser usadas e aplicadas, sem que o ecossistema no qual esta sociedade esta inserida seja alterado, levando mais conforto, renda e melhorias para todos.

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7.3 Manifestaes contra os efeitos da modernizao A Associao Gacha de Proteo ao Ambiente (Natural-AGAPAN), liderada por Jos Lutzemberg, a favor de uma agricultura alternativa. Uma das poucas instituies que lutam contra o uso descontrolado de agroqumicos. Outros movimentos questionam a excluso que pequenos agricultores esto sofrendo, e que funcionrios j sofreram por causa das tecnologias desenvolvidas que tomam o lugar dos funcionrios e que s so acessveis aos grandes produtores. Tantos movimentos, no apenas os citados so a favor de agricultura alternativa e de uma questo muito mencionada atualmente, a sustentabilidade. Pois visam que os pequenos agricultores e funcionrios que s sabem realizar prticas rurais no sejam abandonados, pois todos que tem condies financeiras preferem adquirir formas mais tecnolgicas e rpidas para otimizar sua produo. O caso da sustentabilidade questiona o uso descontrolado dos meios de produo que so bastante prejudiciais para o meio ambiente. 8. REFORMA AGRRIA Nos ltimos anos, vemos no Brasil uma nova estruturao do Espao Rural atravs da Reforma agrria, que tenta quebrar a hegemonia do latifndio, intocada durante sculos de nossa histria. A disputa poltica em torno da Reforma Agrria tornou-se um embate de idias, de interpretaes e de projetos histricos; Portanto esta reforma somente ser possvel se ela fizer parte do projeto do Estado de recuperao do territrio e no continuar sendo uma questo secundria, fato este que sempre aconteceu tratando-se deste tema. Temos inmeros exemplos de pases que somente conseguiram desenvolver-se devido reforma agrria, como por exemplo, os EUA, o Japo e a Coria do Sul, estes

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colocaram a reforma como uma das bases do seu desenvolvimento, e hoje so considerados verdadeiros smbolos do desenvolvimento econmico acelerado. A urgncia da reforma agrria no Brasil est baseada em trs argumentos principais: 1- Se continuarmos com esse principio de que cada cidado pode possuir, usar e abusar de toda extenso de terra que puder comprar, teremos o monoplio capitalista da terra agrcola, em decorrncia da marginalizao e a misria daquele menos favorecido (Maioria). Isto nos leva a liberdade de uns mediante ao prejuzo do direito de todos de uma vida digna. O direito a propriedade deveria ser de todos, e com a reforma agrria junto com a democratizao do acesso a propriedade da terra, trar condies dignas para vida de todos os brasileiros. 2- O respeito aos ndios e camponeses, que tem direito secular a terra por ser seus primeiros habitantes, respeito esse que inclui a cultura destes, de forma que haja uma liberdade j que para eles a terra um fator fundamental. 3- A reforma agrria necessria para ampliar o mercado interno, aumentando o numero de produtores e consumidores, aumentando a economia nacional (dinamizao), onde um bom nmero de brasileiros poder realizar seus direitos polticos e sociais, como um cidado responsvel dos pais. A reforma agrria no se baseia somente na distribuio de terra aos que dela precisam para trabalhar, nem na taxao progressiva dos latifndios improdutivos, apesar de serem importantes, mas inclui tambm cria uma infraestrutura mnima nas reas da reforma, incluindo saneamento bsico, posto de atendimento sade, escolas, meios de transportes, etc...; assistncia tcnica para que os assentados possam produzir de maneira adequada, respeitando o meio ambiente (Sustentabilidade); tudo isso de

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forma organizada e progressiva, visto que no acontecer da noite para o dia como um passe de mgica. A reforma agrria tem como base o direito a terra, ao trabalho e vida, que so direitos bsicos de um cidado. A estrutura Latifundiria do pas hoje inaceitvel, visto o potencial para crescimento e produo e o nmero cada vez maior de opresso e misria para vrios brasileiros, com a migrao forada, inchao das cidades, desemprego, fome. Essa reforma trs benefcios em relao ao consumo na economia brasileira, pois em todos os moldes e fases dessa estruturao agrria ir gerar empregos, onde as pessoas tero condies de tornarem-se compradores, saindo da misria e movimentando assim o mercado nacional, sem contar com os excedentes de produo e o gasto muito menos se comparado com as indstrias, melhoria essa que trar um retorno financeiro para o Brasil atravs de impostos, que podero ser aplicados na educao, sade, transporte, gerando um desenvolvimento no pas. Mas para a ocorrncia dessa reforma agrria devemos analisar as reais necessidades dos trabalhadores rurais, e no nos basearmos somente por discursos de classes mdias. A gravidade do problema agrrio afeta uma parcela importante da sociedade brasileira, precisando ser analisada profundamente, vendo as reais necessidades gerais, e no somente vistas de forma superficial, nem como conflito partidrio, religioso e militar. A reforma agrria um passo fundamental e de extrema importncia para o desenvolvimento do pas, mas preciso uma diminuio da politicagem, melhor explicao cientifica sobre o assunto sem escolha de partido, mas explicar efetivamente como funciona certo de que se d um passo de cada vez, que mesmo sendo um processo lento e gradativo, precisa ser tomado uma iniciativa e pensar no todo, no Brasil de todos, no Brasil dos brasileiros e no somente de uns poucos detentores do poder.

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CONSIDERAES FINAIS Por meio dessa pesquisa conclui-se que a questo agrria no Brasil vem desde sua colonizao, o que acabou marcando o pas at os dias atuais. Desde as divises de terras at as polticas internas de governo e os processos de luta pela terra ns observamos em todo o espectro trabalhado a incoerncia da minoria sobre a maioria que deseja o acesso terra e com isso uma condio mais digna de vida. No fim todo o processo de elaborao desse trabalho relacionado sociologia agrria nos mostrou que o Brasil tem total condio de lutar por uma diviso justa de terras, por meio de uma reforma agrria que seja devidamente planejada e para isso acontecer se faz necessria a presena de grupos de cunho histrico partindo desde as Ligas Camponesas at a sofisticao do MST, que por meios legais atua na luta para um processo divisrio justo e qualifica seus integrantes de maneira intelectual para que a batalha por um futuro com terra para todos seja uma disputa com bases no direito do homem tendo acesso a terra por uma maneira legal.

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