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SÓCRATES E PLATÃO

Sócrates e platão

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SÓCRATES E PLATÃO

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QUEM FOI SÓCRATES

• NASCEU EM ATENAS NO FINAL DE 479 A.C E MORREU, CONDENADO PELO TRIBUNAL ATENIENSE A TOMAR CICUTA (VENENO), EM 399 A.C – COM IDADE DE 70 ANOS.

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• Sócrates foi condenado pelos seus ensinamentos.• Não deixou nada escrito.•Tudo o que sabemos dele depende do que outros deixaram escrito.•Ele se achava investido de uma missão.• É considerado, o sábio exemplar.

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Duas grandes frases resumem o ensinamento de Sócrates:

•“Conhece-te a ti mesmo”

•“Sei que nada sei”

A pergunta típica de Sócrates é: o que é x?

Ex. O que é a beleza? O que é o amor? O que é a justiça? O que é a amizade?

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• O oráculo de Delfos teria dito: “Sócrates é o mais sábio dos homens”.

•Sócrates se pergunta: como assim? Eu não sei nada. O que quis dizer o oráculo?

•Sócrates decide dedicar sua vida a descobrir o que o oráculo queria dizer e se tornar um sábio.

•Ele decide procurar os homens tidos como sábios: políticos, poetas, generais, etc.

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•O que é a sabedoria? Ele pergunta.

•Mas eles só enrolam e não respondem.

•Então, Sócrates compreendem porque o oráculo disse que ele era o homem mais sábio: “ele sabia que nada sabia”. Os outros achavam que sabiam e, na verdade, não sabiam. Portanto, estavam numa situação pior do que a dele porque ignoravam a própria ignorância.

•“Sei que nada sei”. O Deus estava dizendo para Sócrates que os homens nada sabem da realidade. A sabedoria humana é nula. Sábio é quem reconhece isso e se torna humilde.

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No pórtico do templo de Apolo havia uma inscrição: “Conhece-te a ti mesmo”.

Sócrates compreendeu que essa era a pista para a sabedoria humana. Não um estado ao qual já chegamos, mas sim um processo, uma busca, uma procura de verdade.

Por isso, a filosofia se torna uma missão: dedicar a vida à busca da sabedoria e da verdade e o reconhecimento de que, a cada conhecimento obtido, uma nova ignorância se abre diante de nós.

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•A verdade existe. Mas ela está sempre escondida...e deve ser sempre procurada.

•Que atitude Sócrates adota? A de um professor – como os sofistas que cobravam para ensinar?

•Não. Já que não há nada que possamos ensinar. Sócrates não responde, mas pergunta.

• Não dá aulas, mas introduz o diálogo (a conversa) como forma de buscar a verdade.

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•Por isso, ele não escreveu nada. Dizia que a escrita é muda e que sua mudez cristaliza idéias como verdades acabadas e indiscutíveis.

• Mas Sócrates introduz alguns pensamentos importantes...

1. Ele faz a distinção entre APARÊNCIA E REALIDADE

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O lápis parece quebrado = É UMA APARÊNCIA...é como eu vejo (subjetivo)

Mas não é a REALIDADE (como a coisa é : objetivo)

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SUJEITO COGNOSCENTE

SUJEITO DO CONHECIMENTO

O CONHECIMENTO É UMA RELAÇAO

Objeto do conhecimento

(concreto ou abstrato)

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Objeto do conhecimento pode ser concreto (sensível) ou abstrato (não-sensível)

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Realidade

Aparência ou Representação

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O hipopótamo é um peixe

João

Crença ou opinião

Realidade

F

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O hipopótamo é um mamífero.

João

Crença ou opinião

Realidade

V

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Temos as imagens das coisas e a partir disso uma opinião.

Mas se queremos buscar o conhecimento, precisamos chegar no ser (na realidade como ela é, ultrapassando (“o como as coisas nos aparecem”)

Precisamos ir além dos sentidos e usar a teoria (ver com os olhos da mente).

A mente chega na idéia da coisa.

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Sócrates sempre pergunta algo do tipo “o que é X?” O que é um cão?

Quem responde dá exemplos (casos particulares) de X...”pastor alemão, pit-bull, etc.

Mas Sócrates não se dá por satisfeito, quer que digamos o que é X.

A idéia de X = traços comuns presentes em todos os casos particulares e que são os traços essenciais de todos eles.

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J. B. Regnault, Socrates Tears Alcibiades from the Embrace of Sensual Pleasure (1791)

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A filosofia é, para Sócrates, um modo de vida. Não possuir conhecimento.

Sócrates não ensina, leva seus ouvintes a examinar-se...a prestação atenção na vida que estão levando.

É preciso ter consciência de si mesmo e questionar os valores que dirigem nossa própria vida.

Para alcançar a sabedoria é preciso se afastar do mundo meramente carnal, das aparências.

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PEYRON, Jean-François-Pierre(b. 1744, Aix-en-Provence, d. 1814, Paris)

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Jacques-Louis David (França, 1748-1825)

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O MITO DA CAVERNA DE PLATÃO

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O Mito da Caverna e o Mito da Reminiscência

I - O MITO DA CAVERNA

No livro VII da República, Platão narra o Mito da Caverna, alegoria da teoria do conhecimento e da educação platônicas.

Imaginemos uma caverna separada do mundo externo por um alto muro, cuja entrada permite a passagem da luz exterior.

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OS PRISIONEIROS

Desde seu nascimento, geração após geração, seres humanos ali vivem acorrentados, sem poder mover a cabeça para a entrada, nem locomover-se, forçados a olhar apenas a parede do fundo, e sem nunca terem visto o mundo exterior nem a luz do Sol. Acima do muro, uma réstia de luz exterior ilumina o espaço habitado pelos prisioneiros, fazendo com que as coisas que se passam no mundo exterior sejam projetadas como sombras nas paredes do fundo da caverna.

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AS APARÊNCIAS

Por trás do muro, pessoas passam conversando e carregando nos ombros figuras de homens, mulheres, animais cujas sombras são projetadas na parede da caverna. Os prisioneiros julgam que essas sombras são as próprias coisas externas, e que os artefatos projetados são os seres vivos que se movem e falam. Um dos prisioneiros, tomado pela curiosidade, decide fugir da caverna.

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A FUGA PARA O REAL

Fabrica um instrumento com o qual quebra os grilhões e escala o muro. Sai da caverna, e no primeiro instante fica totalmente cego pela luminosidade do Sol, com a qual seus olhos não estão acostumados; pouco a pouco, habitua-se à luz e começa ver o mundo. Encanta-se, deslumbra-se, tem a felicidade de, finalmente, ver as próprias coisas, descobrindo que, em sua prisão, vira apenas sombras. Deseja ficar longe da caverna e só voltará a ela se for obrigado, para contar o que viu e libertar os demais.

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O RETORNO PARA A CAVERNA

Assim como a subida foi penosa, porque o caminho era íngreme e a luz ofuscante, também o retorno será penoso, pois será preciso habituar-se novamente às trevas, o que é muito mais difícil do que habituar-se à luz. De volta á caverna, o prisioneiro será desajeitado, não saberá mover-se nem falar de modo compreensível para os outros, não será acreditado por eles e correrá o risco de ser morto pelos que jamais abandonaram a caverna.

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INTERPRETAÇÃO

A caverna, diz Platão, é o mundo sensível onde vivemos. A réstia de luz que projeta as sombras na parede é um reflexo da luz verdadeira (as idéias) sobre o mundo sensível. Somos os prisioneiros. As sombras são as coisas sensíveis que tomamos pelas verdadeiras. Os grilhões são nossos preconceitos, nossa confiança em nossos sentidos e opiniões. O instrumento que quebra os grilhões e faz a escalada do muro é a FILOSOFIA.

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A verdadeira realidade, para Platão, é o mundo das Idéias. Para conhecer precisamos ir além dos sentidos para chegar até as Idéias. A realidade não é sensível (aquilo que conheço por meio dos sentidos), mas inteligível (aquilo que conheço por meio do intelecto).

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O prisioneiro curioso que escapa é o filósofo. A luz que ele vê é a luz plena do Ser, que ilumina o mundo inteligível como o Sol ilumina o mundo sensível.

O retorno à caverna é o diálogo filosófico.

Conhecer é um ato de libertação e de iluminação.

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O Mito propõe uma analogia entre os olhos do corpo e os olhos do espírito quando passam da obscuridade à luz: assim como os primeiros ficam ofuscados pela luminosidade do Sol, assim também o espírito sofre um ofuscamento no primeiro contato com a luz da idéia do Real que ilumina o mundo das idéias. A trajetória do prisioneiro descreve a essência do homem (um ser dotado de corpo e alma) e sua destinação verdadeira (o conhecimento das idéias). Esta destinação é seu destino: o homem está destinado à razão e à verdade. Por que, então, a maioria permanece prisioneira da caverna?

Vocabulário

Analogia = comparação

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Porque a alma não recebe a educação adequada à destinação humana. Assim, a educação, alegoricamente descrita no mito, é "uma conversão no olhar", isto é, a mudança na direção de nosso pensamento, que, deixando de olhar as sombras (pensar sobre as coisas sensíveis), passa a olhar as coisas verdadeiras (pensar nas idéias).

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O FILME MATRIX E A CAVERNA DE PLATÃO

O FILME MATRIX USA O MITO DA CAVERNA.

A SAÍDA DA CAVERNA

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A NOSSA SOCIEDADE É UM MUNDO DAS ILUSÕES?

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II. O MITO DA REMINISCÊNCIA

É preciso explicar como, vivendo no mundo sensível, alguns homens sentem atração pelo mundo inteligível. Como, nunca tendo tido contato com o mundo das idéias, jamais tendo contemplado as idéias, algumas almas as procuram? De onde vem o desejo de sair da caverna? Mais do que isto, como os que sempre viveram na caverna podem supor que exista um mundo foram dela, se os grilhões e os altos muros não deixam ver nada externo? Para decifrar este enigma, Platão narra o Mito de Er, também conhecido como o Mito da Reminiscência.

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O pastor Er, da Panfília, é conduzido pela deusa até o Reino dos Mortos, para onde, segundo a tradição grega, sempre foram conduzidos os poetas e adivinhos. Ele encontra as almas dos mortos serenamente contemplando as idéias. Devendo reencarnar-se, as almas serão levadas para escolher a nova vida que terão na Terra. São livres para escolher a nova vida terrena que desejam viver. Após a escolha, são conduzidas por uma planície onde correm as águas do rio Léthe (esquecimento).

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As almas que escolheram uma vida de poder, riqueza, glória, fama ou vida de prazeres, bebem água em grande quantidade, o que as faz esquecer as idéias que contemplaram. As almas dos que escolhem a sabedoria quase não bebem das águas e por isso, na vida terrena, poderão lembrar-se das idéias que contemplaram e alcançar, nesta vida, o conhecimento verdadeiro. Desejarão a verdade, serão atraídas por ela, sentirão amor pelo conhecimento, porque, vagamente, lembram-se de que já a viram e já a tiveram.

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Por isso, no Mênon, quando o jovem escravo analfabeto se torna capaz, orientado pelas perguntas de Sócrates, de demonstrar o Teorema de Pitágoras, Platão faz Sócrates dizer que conhecer é lembrar, e o filósofo dialético, como o médico que faz o paciente lembrar-se, suscita nos outros a lembrança do verdadeiro. Se já não tivéssemos estado diante da verdade, não só não poderíamos desejá-la como, chegando diante dela, não saberíamos identificá-la, reconhecê-la.

Para Platão, conhecer é lembrar.