Socrates Encenação

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  • 8/16/2019 Socrates Encenação

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    Platão: Meu caro Aristóteles, eu te digo que tenho contra a democracia. O que fizeramcontra a filosofia foi algo injusto inaceitável.

    Aristóteles: u sei o que ocorreu em Atenas que dei!a tão revoltado. Mas, conte"me.

    Platão: #ometeram a maior das injusti$as, mataram o homem mais e!celente que estacidade já viu. %e contarei como ocorreu.

    Aristóteles: &ou todo ouvidos.

    Mensageiro: 'oc(s que foram escolhidos )ela sorte )or vontade dos deuses. &ai*am quet(m de )roferir sua senten$a )or ocasião deste )rocesso movido )or Meleto com a)oiode +nito e de -con, contra &ócrates.

    Meleto, filho de Meleto acusa &ócrates, filho de &ofrnico dos seguintes crimes:• Primeiro: &ócrates não cr( nos deuses de Atenas.• &egundo: &ócrates )ro)/e novas cren$as.• %erceiro: &ócrates corrom)e a juventude.

    O acusador e!ige a )ena de morte.

    Presidente do tri*unal: A )alavra ao )rimeiro acusador, a )alavra a Meleto.

    Meleto: u não venho conduzido )or interesses )essoais. 'indo diante deste tri*unalacusar o nosso concidadão &ócrates )elo crime de im)iedade. 0 )or amor a Atenas1&ócrates )retende su*stituir o culto de nossos antigos deuse )elo culto de novosdemnios. 2os quais, aliás, evita )recisar a natureza. Pois, está sem)re muito mais

     )ro)enso a destruir do que a construir. ste crime, agora que reencontramos a )az

    amea$a desencadear contra a nossa )átria, contra Atenas, a justa cólera de nossos deuse.#om o es)-rito verdaeiramente aflito, sinto que 3 meu dever e!igir a )ena de mortecontra &ócrates. A e!ist(ncia da )ró)ria Atenas está em suas mãos1

    #ometários: le disse que não foi )or motivos )essoais.

    Presidente do tri*unal: A )alavra a +nito.

    +nito: Atenienses1 4á me conhecem há muito tem)o, e sa*em o quanto amo nossacidade. Por cul)a de &ócrates já sofremos uma grande desgra$a. Os deuses não nos

     )ou)aram e a justa )uni$ão que sofremos.

    Presidente do %ri*unal: tendo ouvido os acusadores vamos ouvir o acusado. A )alavra asócrates.

    &ócrates: 2isseram"lhes, atenienses que eu era um orador. u lhes digo que na minhaidade, 56 anos não seria certo )raticar a eloqu(cia. 0 a )rimeira vez que com)are$odiante de voc(s so*re a tri*una de uma corte de justi$a, mas quem me ouviu falar na ruae nas )ra$as )7*licas )oderá lhe dizer que falo como em outros lugares. 2o meu jeito,ou seja, sem formalismos. u só )rocuro a verdade. A lei e!ige que tome a )alavra )arame defender, eu vou me defender. %odavia, antes de res)onder a meus acusadores, queescutei com má!ima aten$ão, tenho de contestar as más linguas que há 86 anos se

    enfurecem, confundindo"me com um certo &ócrates que se ocu)a em escutar osmist3rios da terra ou, o que 3 )ior, venerar as nuvens. 9m )ersonagem que está no

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    es)-rito daqueles que, maliciosamente, colocaram em cena um ateu. Aristófanes ouseus imitadores não escondem mesmo, so* suas *o*agens a gravidade de suasacusa$/es. em, o )ersonagem que lhes a)resentam q ar ou que faz mil loucuras maisou menos cient-ficas, e das quais nada sei em nada se assemelham a mim. ;ecorro aotestemunho dos que me conhecem.

    Ao dizerem que me ocu)o da educa$ão de muitos jovens )ara que me )aguem e )ara ensiná"los a tornar justa a causa injusta estão mentindo. u me contento em )rocurar a verdade. &e eu tivesse a sorte de ser sá*io como ão hesitaria, certamente, em co*rar. Mas, infelizmente, sou ignorantee o meu 7nico conhecimento 3 sa*er que nada sei. ste 3 um conhecimento que não

     )ode ser vendido. Agora, alguns de vós )oderiam, )erguntar: ?mas, &ócrates se voc(não tem nada de e!traordinário, )orque essas cal7nias@ )orque esse )rocesso@ eures)onderia: )orque eu )ossuo a sa*edoria Ba)lausosC. #oncidadãos1 Por favor.

     A minha testemunha 3 o deus de 2elfos. O oráculo disse que não havia nomundo homem mais sá*io que eu. sta res)ósta do oráculo me sur)reendeu, )ois eu nãotinha consci(ncia de ser sá*io. %odavia, como o oráculo não )ode mentir, )assei a

     )esquisar todos os que são considerados sá*ios na es)eran$a de desco*rir o sentido da )alavra divina. ntão entendi o que o oráculo queria dizer. u era o mais sá*io )orqueaqueles )ol-ticos, )oetas e artistas tinham a )resun$ão de sa*er não sa*endo nada.nquanto eu, &ócrates, sem)re tive a consci(ncoa de minha ignorDncia, me mantive aservi$o do deus que o*riga a *uscar a verdade.

    Agora me dirijo a Meleto, esse cidadão e!em)lar. u lhes digo que Meleto 3cul)ado, )ois me leva a julgamento fingindo se interessar )or coisas das quais não sa*e.;es)onda E minha )ergunta, Meleto. Por acaso não dá muita im)ortDncia E educa$ão da

     juventude@

    Meleto: &im, 3 claro1

    &ócrates: 4á que diz que eu quem corrom)e a juventude, naturalmente deve sa*er quema tornaria melhor. ntão res)onda, com seu sil(ncio o tri*unal )oderá julgar que nãosa*e. 2iga"me, quem )oderá tornar a juventude melhor@

    Meleto: &ão... as leis.

    &ócrates: quem tem o melhor conhecimento das leis@

    Meleto: Olhe em volta &ócrates, são os seus ju-zes.

    &ócrates: %odos, ou... alguns deles@

    Meleto: %odos1

    &ócrates: 0 uma *oa not-cia. aqueles que estão ouvindo, lá no fundo@ les tam*3mt(m uma *oa influ(ncia so*re a juventude@

    Meleto: &em d7vida1

    &ócrates: os mem*ros do conselho@

    Meleto: les tam*3m.

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    &ócrates: nfim, todos os cidadãos atenienses t(m uma *oa influ(ncia so*re a juventade. %odos, menos &ócrates, que a corrom)e. 0 o que )retende@

    Meleto: &im, e com toda (nfase1

    &ócrates: