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FITOTERAPIA SOJA – Glycine max – Soja híspida Moench.. Aspectos agronômicos: Planta da família Fabaceae, nativa da região sul da Ásia. Disseminada por diversos países, de climas temperados quentes. Erva anual, cultivada comercialmente em larga escala em nossa região; Nomes populares: Soja. Ervilha-oleaginosa-do-Japão. Fava-da-Manchúria. Feijão- Chinês. Feijão-soja; Histórico: A soja é uma leguminosa domesticada pelos chineses há cerca de cinco mil anos. No Brasil, o grão chegou com os primeiros imigrantes japoneses, em 1908, porém, sua expansão se deu apenas nos anos 70, com o interesse crescente das indústrias de óleo, e a demanda do mercado internacional. O grão vem sendo utilizado em larga escala no Brasil, apenas pela indústria de alimentos, e como o principal componente proteico de rações animais. Usos terapêuticos: Alívio dos sintomas relacionados à menopausa e climatério. Forma alternativa e natural à terapia de reposição hormonal. Reduz a propensão à osteoporose. Reduz os níveis de colesterol total e LDL (“colesterol ruim”), e eleva os níveis de HDL (“colesterol bom”). Reduz a incidência e o risco de determinados tipos de câncer, principalmente os hormônio-dependentes; Princípios ativos: Esteróides insaponificáveis de soja (isoflavonas de soja). Marcadores: 13 a 17% de genisteína, contendo no mínimo 10 mg de isoflavonas por 100 mg de extrato; Propriedades Farmacológicas: Os receptores estrogênicos (alfa e beta) encontram- se, sobretudo, nas células dos seus principais tecidos-alvo: sistema reprodutor, hipófise anterior e hipotálamo. Com a menopausa, ocorre uma significativa redução do estradiol. Isso provoca alterações de elasticidade dos vasos sanguíneos e degeneração progressiva dos tecidos, acarretando ondas de calor, suor excessivo, insônia e irritabilidade.

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FITOTERAPIA

SOJA – Glycine max – Soja híspida Moench..

Aspectos agronômicos: Planta da família Fabaceae, nativa da região sul da Ásia. Disseminada por diversos

países, de climas temperados quentes. Erva anual, cultivada comercialmente em larga escala em nossa região;

Nomes populares: Soja. Ervilha-oleaginosa-do-Japão. Fava-da-Manchúria. Feijão-Chinês. Feijão-soja;

Histórico: A soja é uma leguminosa domesticada pelos chineses há cerca de cinco mil anos. No Brasil, o grão chegou com os primeiros imigrantes japoneses, em 1908, porém, sua expansão se deu apenas nos anos 70, com o interesse crescente das indústrias de óleo, e a demanda do mercado internacional. O grão vem sendo utilizado em larga escala no Brasil, apenas pela indústria de alimentos, e como o principal componente proteico de rações animais.

Usos terapêuticos: Alívio dos sintomas relacionados à menopausa e climatério.

Forma alternativa e natural à terapia de reposição hormonal. Reduz a propensão à osteoporose. Reduz os níveis de colesterol total e LDL (“colesterol ruim”), e eleva os níveis de HDL (“colesterol bom”). Reduz a incidência e o risco de determinados tipos de câncer, principalmente os hormônio-dependentes;

Princípios ativos: Esteróides insaponificáveis de soja (isoflavonas de soja). Marcadores: 13 a 17% de genisteína, contendo no mínimo 10 mg de isoflavonas por 100 mg de extrato; Propriedades Farmacológicas: Os receptores estrogênicos (alfa e beta) encontram-se, sobretudo, nas células dos seus principais tecidos-alvo: sistema reprodutor, hipófise anterior e hipotálamo. Com a menopausa, ocorre uma significativa redução do estradiol. Isso provoca alterações de elasticidade dos vasos sanguíneos e degeneração progressiva dos tecidos, acarretando ondas de calor, suor excessivo, insônia e irritabilidade.

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A terapia de reposição usada por mulheres na fase da menopausa, ainda é alvo de controvérsias e discussões. Enquanto alguns acreditam que os hormônios aumentam o risco de câncer, outros garantem que o tratamento é fundamental no combate aos efeitos de queda na produção de estrogênio. As isoflavonas (principalmente a genisteína e a daidzeína) são fitoestrógenos que desempenham uma ação tanto estrogênica quanto antiestrogênica. É esta dupla ação, complexa e paradoxal, que permite ao organismo, uma regulação hormonal adequada, fazendo da soja, um alimento e um medicamento com diferentes ações terapêuticas: - Peri e pós-menopausa: a soja aumenta a qualidade e a quantidade de fluídos mamários, estradiol, progesterona e prolactina; - Prevenção de osteoporose: ajuda a reduzir a descalcificação, associado à exposição à luz solar; - Aterosclerose: os hormônios sexuais, como os estrógenos, modulam as respostas vasomotoras das artérias, incluindo as coronarianas; - Dislipemias: estudos realizados em mulheres menopausadas com dislipemias demonstraram uma redução em seus níveis de colesterol total, com redução das taxas de LDL e elevação de HDL; - Atividade antioxidante: a genisteína em particular, pode aumentar a produção de superóxido desmutase (SOD), um potente antioxidante, que atua contra as espécies reativas de oxigênio; - Doenças cardiovasculares: as isoflavonas atuam reduzindo o risco de doenças cardiovasculares por uma regulação dos níveis de colesterol total, LDL e HDL, inibição da proliferação celular, melhora da elasticidade arterial e inibição da agregação plaquetária; - Atividade prostática: o estrogênio e substâncias afins (incluindo as isoflavonas) diminuem a produção de testosterona e, assim, retardam o crescimento de tumores;

Partes utilizadas: Sementes (grãos); Formas de uso e dosagem: 01 cápsula (40 mg) 02 vezes ao dia.

Obs: Somente os extratos padronizados devem ser utilizados como medicação estrogênica;

Tempo de uso: Pelo tempo que se fizer necessário; Efeitos colaterais: Não relatados na dosagem recomendada, na literatura

consultada;

Interações medicamentosas: Lembrar sempre da necessidade de precaução ao associar o produto com contraceptivos e hormônios femininos;

Contra-indicações: Contra-indicado para pessoas alérgicas a soja e derivados. Não

deve ser usado por gestantes e nutrizes devido a seus efeitos estrogênicos;

Superdosagem: Não há referências na literatura consultada. Lembramos que as informações aqui contidas terão apenas finalidade

informativa, não devendo ser usadas para diagnosticar, tratar ou prevenir qualquer doença, e muito menos substituir os cuidados médicos adequados.

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Fontes principais de consulta:

Fitoterapia: protocolo/. Prefeitura do Município de Londrina Pr. Autarquia Municipal de Saúde-- 1. ed., 2006. Rui Cépil Diniz e Sônia Hutul. Fitoterapia Magistral. um guia prático para a manipulação de fitoterápicos. Publicações ANFARMAG – 2.005