Soldagem arco submerso - SAW

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ARCO SUBMERSO

NDICE

DESCRIO GERAL DA SOLDAGEM POR ARCO SUBMERSO .......................... 2 SELEO DO ARAME E DO FLUXO ........................................................... 11 PROJETO E PREPARAO DA JUNTA ........................................................ 31 SOLDAGEM ........................................................................................... 68 PROCEDIMENTOS E DICAS OPERACIONAIS ............................................. 104

Elaborado, traduzido (parte) e adaptado por Cleber Fortes Engenheiro Metalrgico, M.Sc. Assistncia Tcnica Consumveis ESAB BR Revisado por Welerson Arajo Engenheiro Metalurgista, M.Sc. Desenvolvimento e Pesquisa ESAB BR ltima reviso em 24 de maio de 2004

FLUXOS OK

Introduo

Essa apostila de soldagem por arco submerso foi preparada para profissionais atuantes na rea de soldagem, tanto na rea tcnica quanto na comercial. Ele no fornece instrues especficas de operao de equipamentos, mas apenas uma explicao sucinta da teoria bsica. Seu principal objetivo apresentar procedimentos, tabelas e outras informaes operacionais teis no planejamento e na execuo de aplicaes bsicas de soldagem de unio ou de revestimento por arco submerso. Para outras informaes que no estejam contempladas nessa apostila, consulte a assistncia tcnica, seu representante ESAB ou a filial ESAB mais prxima. Manuais de instrues operacionais para os equipamentos ESAB esto disponveis mediante solicitao nas filiais ESAB. Todos eles contm informaes de segurana que devem ser lidas e observadas por todos os operadores de equipamentos.

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FLUXOS OK Captulo 1

Descrio geral da soldagem por arco submerso

DefinioSoldagem por arco submerso um mtodo no qual o calor requerido para fundir o metal gerado por um arco formado pela corrente eltrica passando entre o arame de soldagem e a pea de trabalho. A ponta do arame de soldagem, o arco eltrico e a pea de trabalho so cobertos por uma camada de um material mineral granulado conhecido por fluxo para soldagem por arco submerso. No h arco visvel nem fascas, respingos ou fumos.

Escopo geralCorrente de soldagem correntes at 2.000 A, CA ou CC, com um nico arame. Espessuras soldagem monopasse at 16 mm de espessura e soldagem multipasse sem limite de espessura. Velocidade de soldagem at 400 cm/min com um nico arame. Maiores velocidades podem ser alcanadas com vrios arames na mesma poa de fuso. 2

FLUXOS OK Posio a alta corrente de soldagem aliada ao alto aporte trmico cria uma grande poa de fuso. Sob tais condies, as soldas devem ser mantidas na horizontal para evitar escorrer. Soldas com pequenas poas de fuso podem ser inclinadas por at 15 da horizontal sem grande dificuldade. Se o tamanho dos passes for limitado, soldas horizontais podem ser executadas em superfcies verticais, desde que seja providenciado um suporte adequado para o fluxo.

Vantagens do processoelevada velocidade de soldagem; maiores taxas de deposio; boa integridade do metal de solda; processo de fcil uso; melhor ambiente de trabalho e maior segurana para o operador.

Limitaes do processoO processo de soldagem por arco submerso limitado s posies de soldagem plana e horizontal em ngulo.

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Elementos da soldagem por arco submersoCinco elementos esto presentes na execuo de uma solda por arco submerso: calor gerado pela passagem de uma corrente eltrica atravs de um arco; arame para soldagem consumvel; as peas a serem soldadas; fluxo para arco submerso - um composto mineral granulado para soldagem; o movimento relativo entre o cabeote de soldagem e as peas de trabalho.

Seqncia geral de atividadesReduzindo a soldagem por arco submerso aos seus termos mais simples, considerando o equipamento j montado e em uso, a seqncia geral de atividades para fazer uma solda por arco submerso a seguinte:

Ajuste do equipamento de soldagemPara os detalhes descritos a seguir, veja a Figura 1. O cabeote de soldagem deve ser montado em conformidade com as instrues fornecidas. 4

FLUXOS OK O cabeote, o painel de controle e o carretel so montados em um dispositivo mvel. O caminho a ser percorrido pelo equipamento deve estar livre e disponvel. A fonte de soldagem conectada rede eltrica. So conectadas, atravs de cabos eltricos, a fonte de soldagem ao cabeote e pea de trabalho.

Figura 1 - Equipamento de soldagem

Preparao das peas de trabalhoPara os detalhes descritos a seguir, veja a Figura 2. Determina-se o tipo de junta mais adequado para a solda a ser executada. Preparam-se e limpam-se as regies a serem soldadas. Se aplicvel, coloca-se o cobre-juntas. As peas a serem soldadas so colocadas em posio para soldagem. Normalmente elas so ponteadas ou presas por dispositivos auxiliares para mant-las na posio desejada.

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Figura 2 - Preparao das peas de trabalho

Preparao para a soldagemPara os detalhes descritos a seguir, veja a Figura 3. Cada elemento da soldagem por arco submerso tem um efeito sobre a solda concluda. Os valores para a tenso e corrente de soldagem, a composio e o dimetro do arame de soldagem para o tipo de junta escolhida e o material a ser soldado so determinados das tabelas aplicveis. responsabilidade do operador ajustar e verificar as condies adequadas de soldagem e ajustar o equipamento para manter as condies pr-ajustadas e produzir a solda. A bobina de arame de soldagem instalada no carretel. A extremidade da bobina inserida nas roldanas do dispositivo de alimentao de arame e alimentada at alcanar as peas de trabalho. O cabeote de soldagem ento posicionado de forma que o arame fique pronto para iniciar a solda. O fluxo requerido colocado no silo do cabeote de soldagem. Uma quantidade do fluxo depositada at cobrir a regio de soldagem no ponto inicial da solda. Os controles so ajustados para estabelecer as condies adequadas de soldagem: corrente, tenso e velocidade de soldagem.

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Figura 3 - Preparao para a soldagem

A atividade de soldagemQuando o equipamento de soldagem ajustado para operao, vrios fatos ocorrem em uma rpida seqncia: um arco eltrico estabelecido quando a corrente flui entre o arame e a pea; o dispositivo de alimentao do arame comea a empurrar o arame a uma velocidade de alimentao controlada; o carro inicia seu deslocamento ao longo do cordo de solda (manual ou automaticamente); o fluxo para soldagem por arco submerso alimentado atravs do tubo do silo e distribui-se continuamente sobre o cordo de solda por uma pequena distncia frente da regio de soldagem. 7

FLUXOS OK O enorme calor desenvolvido pela passagem da corrente de soldagem atravs da zona de soldagem funde a extremidade do arame e as bordas adjacentes das peas de trabalho, criando uma poa de metal fundido. Esta poa est em um estado lquido bem fluido e turbulenta. Por essas razes, qualquer escria ou quaisquer bolhas de gs so prontamente varridas para a superfcie. O fluxo para soldagem por arco submerso protege completamente a regio de soldagem do contato com a atmosfera. Uma pequena quantidade de fluxo se funde. Essa poro fundida tem vrias funes: ela cobre completamente a superfcie da solda, evitando a contaminao do metal de solda por gases atmosfricos; dissolve e portanto elimina as impurezas que se separam do metal fundido e flutuam em sua superfcie; e tambm pode ser o agente de adio de certos elementos de liga. A combinao de todos esses fatores resulta em uma solda ntegra, limpa e homognea.

Figura 4 - O processo de soldagem por arco submerso

medida que o cordo de solda constitudo, a parte fundida do fluxo se resfria e endurece, formando um material duro e vtreo, que protege a solda at seu resfriamento, sendo normal seu completo destacamento da solda. 8

FLUXOS OK Desde que adequadamente executadas, as soldas por arco submerso no apresentam fagulhas, tornando desnecessrios equipamentos de proteo contra a radiao. No h respingos a serem removidos.

Princpios bsicos - teoria de controle de alimentao do arame de soldagemAs altas velocidades de soldagem e altas taxas de deposio que so caractersticas do processo de soldagem por arco submerso requerem um controle automtico do motor que alimenta o arame de soldagem solda. Nenhuma mo de soldador seria capaz de alimentar suavemente o arame de soldagem a velocidades comparveis s de uma mquina de soldagem por arco submerso. Tampouco ele poderia manter o controle preciso das mesmas condies de soldagem. O sistema de controle automtico e a fonte de energia empregados na soldagem por arco submerso atuam para manter constantes a tenso e a corrente de soldagem.

Relao entre a tenso de soldagem e a distncia entre o arame e a pea de trabalhoA tenso de soldagem proporcional ao comprimento do arco: se a distncia entre o arame e a pea aumentar, a tenso de soldagem aumentar; se a distncia entre o arame e a pea diminuir, a tenso de soldagem diminuir;

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FLUXOS OK se a distncia entre o arame e a pea se mantiver constante, a tenso de soldagem permanecer constante;

Taxa de fuso versus taxa de alimentao do arameFonte de corrente constante se, por um curto perodo de tempo, a corrente fluindo atravs da regio de soldagem fundir o arame a uma taxa maior que a de sua alimentao, a distncia entre o arame e a pea aumentar e a tenso de soldagem aumentar; inversamente, se, por um curto perodo de tempo, o arame for alimentado mais rapidamente que sua taxa de fuso, a distncia entre o arame e a pea diminuir e a tenso de soldagem diminuir; uma tenso de soldagem constante pode ser mantida se for empregada uma unidade de controle que automaticamente varie a taxa de alimentao do arame medida que a tenso de soldagem se altere. Fonte de tenso constante com uma fonte de tenso constante, a tenso do arco mantida pela fonte. A corrente do arco controlada pela velocidade de alimentao do arame, de modo que um aumento nesse parmetro produzir um aumento da corrente; portanto, o sistema de alimentao do arame simplificado para um dispositivo de velocidade constante e o controle do arco realizado pela fonte de energia.

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FLUXOS OK Captulo 2

Seleo do arame e do fluxo

O processo de soldagem por arco submersoDois materiais devem ser escolhidos para a soldagem por arco submerso: o arame de soldagem e o fluxo, os quais devem satisfazer em termos de qualidade e de economia aos requisitos das soldas a serem executadas (veja a Figura 5).

Figura 5 - Seleo do arame e do fluxo

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FLUXOS OK Dois fatores influenciam a escolha do fluxo: caractersticas de desempenho; propriedades mecnicas. Para muitas soldas, as caractersticas de desempenho ditam que fluxos podem ser empregados. As caractersticas de desempenho incluem facilidade de remoo da escria, capacidade de remoo de xidos e carepa, capacidade de conduo de corrente eltrica, possibilidade de uso de vrios arames e possibilidade de aplicao de corrente alternada. As propriedades mecnicas so de importncia primria para muitas aplicaes crticas tais como vasos de presso e servios a baixas temperaturas. Para essas soldas, deve haver um compromisso das caractersticas de desempenho para satisfazer s propriedades mecnicas requeridas. O principal fator que governa a escolha do arame de soldagem sua influncia na composio qumica e propriedades mecnicas da solda. As propriedades mecnicas e qumicas de uma solda por arco submerso so determinadas principalmente por quatro fatores: a composio do metal de base; a composio do arame empregado; o fluxo empregado as condies de soldagem. A composio do metal de base o fator mais importante em quatro a cinco passes, j que a razo entre o metal de base fundido e o metal de adio pode ser to alta como 2:1 (veja a Figura 6). Na maioria dos outros processos de soldagem por fuso, os procedimentos de soldagem multipasse devem ser empregados, minimizando a influncia da composio qumica do metal de base. Fluxos para soldagem por arco submerso so escolhidos para muitos trabalhos por suas caractersticas de desempenho, isto , faci12

FLUXOS OK lidade de remoo da escria, capacidade de remoo de xidos e carepa, capacidade de conduo de corrente eltrica, possibilidade de uso de vrios arames e bons resultados no emprego de corrente alternada. Para algumas aplicaes crticas e para a maioria das soldas multipasse em peas com espessuras acima de 25 mm, as propriedades mecnicas so prioritrias, obrigando ao uso de uma classe determinada de fluxos.

Figura 6 - Composio do metal de solda

Arames para soldagem por arco submerso so escolhidos por sua influncia nas propriedades mecnicas e/ou na composio qumica requerida para o metal de solda.

Fluxos para soldagem por arco submersoOs fluxos para soldagem por arco submerso so compostos minerais granulares e fusveis que cobrem o arco e produzem proteo, limpeza e controle da geometria do cordo de solda. Eles influenciam fortemente a usabilidade e as propriedades mecnicas do metal de solda. Muitos fluxos diferentes esto disponveis, cada um oferecendo suas caractersticas peculiares de desempenho, permitindo otimizaes de processo para os diferentes requisitos de aplicao. 13

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Fluxos aglomeradosOs fluxos aglomerados so fabricados atravs da mistura seca de seus ingredientes, que so aglomerados com uma soluo aquosa de silicato de sdio e/ou de potssio (veja a Figura 7). A massa resultante pelotizada, seca e reduzida mecanicamente a partculas que so peneiradas e classificadas para obter: melhor desempenho na remoo de xidos e carepa; menor consumo de fluxo 30 - 40% menor que fluxos fundidos; baixo custo de fabricao; bom desempenho sobre uma gama de aplicaes com uma nica distribuio granulomtrica; podem ser ligados; soldas livres de porosidade mesmo com xidos e carepa.

Figura 7 - Aspecto dos gros de fluxos aglomerados

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Figura 8 - Fbrica de fluxos aglomerados

Figura 9 - Fluxograma de fabricao de fluxos aglomerados

Como as partculas dos fluxos aglomerados no so quimicamente homogneas, a remoo de finos pode alterar a composio qumica do metal depositado e conseqentemente suas propriedades mecnicas. 15

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Fluxos fundidosOs fluxos fundidos so fabricados atravs da mistura seca de seus ingredientes, que so ento fundidos em um forno eltrico (veja a Figura 10). O banho vazado e sofre um choque trmico, que reduz o fluxo a partculas de tamanhos variados (veja a Figura 11), que so peneiradas e classificadas para obter (veja a Figura 12): composio qumica apropriada (requerida); material (produto) homogneo; custo de fabricao elevado; no higroscpico (no contm gua quimicamente ligada); soldas mais consistentes com menor risco de trincas por hidrognio; maior estabilidade do arco, mesmo em correntes elevadas; maiores velocidades de soldagem e possibilidade de reciclagem.

Figura 10 - Forno eltrico para a fabricao de fluxos fundidos

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Figura 11 - Forno eltrico e mesa resfriadora empregados na fabricao de fluxos fundidos

Figura 12 - Aspecto dos gros de fluxos fundidos

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Fluxos neutros x fluxos ativosAs expresses neutro e ativo so freqentemente utilizadas para descrever o comportamento do fluxo e geralmente referem-se ao teor de mangans e/ou de silcio que ser transferido do fluxo para o metal de solda (veja a Figura 13). Esses so termos relativos que dependem da composio do fluxo, da composio qumica do arame e da razo entre a escria e o arame fundido.

Figura 13 - Fluxo ativo x fluxo neutro

Fluxos neutros so definidos pelo ASME/AWS como "aqueles que no produzem alteraes significativas na composio qumica do metal depositado como resultado de grandes mudanas na tenso do arco e, portanto, no comprimento do arco". Conseqentemente, a resistncia mecnica do depsito de solda no significativamente alterada pela quantidade fundida de fluxo, que varia com a tenso de soldagem. O uso principal dos fluxos neutros em soldas multipasse 18

FLUXOS OK de peas com espessuras acima de 25 mm. Esses fluxos apresentam maior sensibilidade porosidade e s trincas. Fluxos ativos so definidos pelo ASME/AWS como "aqueles que contm pequenas quantidades de mangans, silcio ou ambos, que so desoxidantes adicionados ao fluxo para melhorar a resistncia porosidade e a trincas causadas pelos contaminantes no metal de base ou dele provenientes". Normalmente, o uso desses fluxos fica restrito a peas com espessuras menores que 25 mm, sendo aplicvel a soldas monopasse ou com poucos passes. Maiores tenses de soldagem causam aumento significativo do consumo de fluxo, aumentando os teores de mangans e/ou de silcio no depsito de solda e, conseqentemente, aumentando tambm sua resistncia mecnica e dureza e diminuindo sua tenacidade.

Fluxos ligadosFluxos ligados podem ser definidos como aqueles que contm, alm de mangans e silcio, elementos de liga tais como: cromo nquel molibdnio cobre As principais aplicaes dos fluxos ligados so aos de baixa liga e revestimento duro.

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Classificao quanto neutralidadeOs fluxos aglomerados fabricados pela ESAB so classificados quanto neutralidade conforme a Tabela I:FLUXO OK 10.35H OK 10.35 OK 10.60 OK 10.81W OK 10.92B OK 10.61B OK 10.62B OK 10.70B OK 10.71 OK 429 OK 10.81 OK 10.81B OK 10.82B OK 350 Tabela I - Classificao de fluxos OK quanto neutralidade ATIVO NEUTRO LIGADO NEUTRALIDADE

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FLUXOS OKATENO: Todas as recomendaes de seleo de consumveis so baseadas em uma avaliao de propriedades mecnicas, parmetros tpicos de procedimento e na experincia. responsabilidade do usurio determinar a adequao dos consumveis sua aplicao, considerando os procedimentos particulares a serem aplicados e os requisitos do trabalho especfico.

Classificao quanto basicidadendice de basicidade (IB) Os fluxos tambm so classificados pelo IIW (International Institute of Welding) quanto composio qumica pelo ndice de basicidade, calculado pela Equao [1][1] IB =CaO + CaF2 + MgO + BaO + SiO + Li2O + K 2O + Na2O + 12 (MnO + FeO) SiO2 + 12 (Al2O3 + TiO2 + ZrO2 )

fluxos cidos: IB < 1,0 fluxos semi-bsicos: 1,0 IB < 1,5 fluxos bsicos: IB 1,5

Arames de soldagemUma vez que o fluxo foi escolhido por suas caractersticas de desempenho, pode ser selecionado um arame de soldagem para obteno das propriedades mecnicas requeridas para a solda. Para algumas aplicaes crticas as propriedades mecnicas governam a escolha do par arame-fluxo. A seleo da combinao cor-

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FLUXOS OK reta pode determinar apenas um arame e um fluxo que atendam a todas as necessidades. A Tabela II mostra a composio qumica tpica e as especificaes aplicveis dos arames ESAB.Arame OK Autrod 12.10 12.20 EL12 0,10 0,04 0,44 0,26 0,95 0,16 0,34 AWS C Si Mn Cr Ni Mo Cu V Nb N

EM12K 0,11

OK Tubrodur 35 40 0,10 0,12 0,06 0,12 0,05 0,23 0,80 2,00 2,50 0,40 2,90 3,00 0,40 1,00 13,00 4,50 0,45 1,25 12,00 2,30 0,50 1,30 12,00 4,50 0,50 1,25 12,50 0,20 0,60 0,80 1,00 1,25 1,00 0,20 0,25 0,22 0,08 0,08 0,065

410 NiMo 410 M 412 N 420 OK Tubrod B2 B2 M WS M2 316 L 430 S ECW ECM2 -

0,13 0,08 0,06

0,40 1,00 1,40 0,50 1,10 1,10 0,40 1,00 0,55 1,20 0,65 1,90

0,50 0,50 0,70 0,55 0,20

0,075 0,45 1,40 0,35 0,03 0,05

0,50 0,90 18,50 11,50 2,70 0,50 1,20 16,50

Nota: arames tubulares - composio qumica do metal depositado com a aplicao do fluxo OK 10.61B. Tabela II - Composio qumica de arames OK

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Escolha de combinaes arame-fluxoArames para soldagem por arco submerso so escolhidos primeiramente por sua influncia nas propriedades mecnicas e/ou na composio qumica requerida para o metal depositado. Carbono e mangans so os elementos de liga mais comuns, com adies de Si, Mo, Ni, Cr, Cu e outros elementos adicionados para aumentar a resistncia mecnica e controlar as propriedades mecnicas a altas ou baixas temperaturas. Adies de mangans e silcio tambm auxiliam na eliminao da porosidade gerada pelo gs CO. Os fluxos para soldagem por arco submerso so escolhidos para satisfazer aos requisitos de propriedades mecnicas em conjunto com um arame particular e tambm para atender s necessidades de desempenho de cada aplicao.

Classificaes AWS / ASMEAs classificaes da AWS (American Welding Society) para combinaes arame-fluxo auxiliam na escolha dos consumveis adequados para cada aplicao. A AWS classifica arames de ao carbono e de baixa liga para soldagem por arco submerso pelas normas AWS A5.17 (ou ASME SFA5.17) e AWS A5.23 (ou ASME SFA5.23) pela faixa de composio qumica. Como as propriedades do metal de solda depositado pelo processo de arco submerso so afetadas pelo tipo de fluxo empregado, necessrio aplicar uma classificao separada para cada combinao arame-fluxo. Um arame pode ser classificado com vrios fluxos. 23

FLUXOS OK A seguir so mostrados os dois sistemas de classificao de combinaes arame-fluxo da norma AWS:

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Efeito da diluio da solda e dos parmetros de soldagemPara atender aos requisitos de uma norma de fabricao, as propriedades mecnicas mnimas dos consumveis so usualmente bem definidas. No entanto, quando exigida uma conformidade com uma norma especfica como, por exemplo a AWS D1.1 Structural Code, as listas de conformidade dos produtos ESAB devem ser estudadas. Quando sua aplicao diferir das condies do corpo de prova em itens como aporte trmico, diluio (veja a Figura 14), espessura da pea ou tratamento trmico, seus efeitos nas propriedades mecnicas podem ser estimados. Como uma regra geral, quando o aporte trmico ultrapassa o valor de 2,3 kJ/mm empregado nos testes conforme a norma AWS, a tenacidade e a resistncia da solda ficaro menores que os valores publicados nos catlogos. Quando so empregadas altas correntes, o aumento da diluio do metal de base em mais de 20% tambm diminuir a tenacidade da solda relativamente aos dados de catlogo.

Figura 14 - Diluio

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FLUXOS OK O comprimento do cordo e a taxa de resfriamento, medidos atravs do aporte trmico definido pela Equao [2],[2]Aporte Trmico (kJ/mm) = Tenso do Arco Corrente 60 Velocidade de Soldagem (mm/min) 1000

tm um efeito maior nas propriedades mecnicas. Em aplicaes crticas, portanto, normalmente necessrio avaliar o desempenho do material, empregando a condio de soldagem em servio ou atravs de um teste de um procedimento de soldagem previamente executado.

Escolhendo arames e fluxos para usos especficosQuando se escolhe uma combinao arame-fluxo para uma determinada aplicao, as caractersticas de desempenho desejadas devem ser atendidas: facilidade de remoo da escria; capacidade de soldar sobre xidos e carepa; possibilidade de soldar a altas velocidades; desempenho com vrios arames; preo e consumo de fluxo com as propriedades mecnicas necessrias. Em muitos casos, deve existir um compromisso a combinao arame-fluxo que atender s propriedades mecnicas requeridas com o melhor desempenho possvel na soldagem. Essa a razo pela qual a combinao de catorze fluxos e catorze arames da ESAB pode tornar esse compromisso o mais aceitvel! 27

FLUXOS OK A combinao do desempenho com a maioria das propriedades mecnicas abrangendo a maior parte das indstrias, tais como caldeiraria, naval, e automotiva, pode ser simplificada. O exemplo seguinte ilustra o que pode ser feito com a pr-seleo de combinaes simplificadas de arame-fluxo.

Seleo simplificada de arame-fluxo3 fluxos + 1 arame

Figura 15 - Consumveis OK para a soldagem por arco submerso

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Combinao de arame-fluxo pr-escolhida para a maioria das aplicaesCom catorze fluxos e catorze arames de diferentes tipos, a escolha de produtos para uma nova aplicao pode ficar confusa. No entanto, a seleo pode ainda ser simples para a maioria das aplicaes de soldagem de alta qualidade de aos carbono. OK Flux 429 + OK Autrod 12.20 ou OK Flux 10.71 + OK Autrod 12.20 ou o o OK Flux 10.70B + OK Autrod 12.20 (com t t )

Figura 16 - Combinaes de arames OK com fluxos OK neutros

OK Flux 10.81B + OK Autrod 12.20 ou OK Flux 10.81 + OK Autrod 12.20

Figura 17 - Combinaes de arames OK com fluxos OK ativos

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FLUXOS OK OK Flux 350 + OK Autrod 12.20 ou OK Flux 10.82B + OK Autrod 12.20

Figura 18 - Combinaes de arames OK com fluxos OK ativos de caractersticas de desempenho especiais

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FLUXOS OK Captulo 3

Projeto e preparao da junta

O projeto e a preparao da junta so dois dos fatores mais importantes na execuo de uma solda por arco submerso. Para usufruir totalmente das vantagens da soldagem por arco submerso, a junta deve ser adequadamente projetada e preparada e deve estar razoavelmente uniforme ao longo dos cordes de solda. Caso contrrio, o operador de solda ter que fazer tentativas para compensar as irregularidades.O tempo despendido na preparao adequada da junta mais que compensado pelas maiores velocidades de soldagem e soldas de melhor qualidade.

Definio de termosPenetrao da junta a profundidade de fuso medida da superfcie original do metal de base (veja a Figura 19). algumas vezes expressa como um percentual da espessura da junta.

Figura 19 - Penetrao da junta

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FLUXOS OK Reforo da solda o metal de solda excedendo a quantidade necessria para o preenchimento da junta soldada (veja a Figura 20).

Figura 20 - Reforo da junta

Linha de fuso a juno do metal de solda com o metal de base (veja a Figura 21).

Figura 21 - Linha de fuso

Zona termicamente afetada uma parte do metal de base adjacente solda que no foi fundido, porm teve sua microestrutura ou suas propriedades mecnicas alteradas devido ao calor (veja a Figura 22).

Figura 22 - Zona termicamente afetada

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Suporte para o metal de solda fundidoNecessidade de suporte para o metal de solda fundidoA soldagem por arco submerso forma um grande volume de metal fundido que permanece fluido por um perodo de tempo considervel. essencial que esse metal fundido seja suportado e contido at sua completa solidificao.

Uso de cobre-juntas para assegurar o suporte ao metal fundidoExistem cinco modos comumente empregados para suportar o metal de solda fundido: cobre-juntas no consumvel; cama de fluxo; junta sem abertura de raiz; passe de selagem; cobre-juntas metlico consumvel. Os dois primeiros empregam cobre-juntas temporrios que so removidos aps o trmino da soldagem. Nos outros trs, o cobrejuntas torna-se parte integrante da junta soldada.

Cobre-juntas no consumvelO cobre-juntas de cobre freqentemente utilizado como cobrejuntas no consumvel na soldagem dos aos. empregado quando o metal de base no tem massa suficiente para prover um suporte 33

FLUXOS OK adequado ao metal de solda ou quando deve ser obtida uma penetrao completa em apenas um passe. O cobre-juntas de cobre particularmente til na soldagem de peas de pequena espessura. Vrios tipos de cobre-juntas de cobre so mostrados na Figura 23.

Figura 23 - Diversos tipos de cobre-juntas no consumveis de cobre

Como o cobre um excelente condutor de calor, ele resfria rapidamente o metal de solda fundido, fornecendo ao metal de solda o suporte necessrio sem ser fundido por ele. Foram feitas algumas tentativas para substituir o cobre por ligas de cobre e por alumnio e suas ligas, porm os resultados no foram satisfatrios tanto no aspecto econmico quanto na qualidade do metal de solda produzido. Esse insucesso resulta da condutibilidade trmica apreciavelmente menor e tambm do menor calor latente de fuso das ligas alternativas em relao ao cobre. Por isso as ligas de cobre e o alumnio e suas ligas no conseguem suportar as altas temperaturas de solda34

FLUXOS OK gem e se deterioram rapidamente em servio, mesmo que possuam inicialmente uma resistncia abraso maior. essencial que o cobre-juntas de cobre seja pressionado contra a base da junta para evitar que o metal de solda escorra por entre a raiz da junta e o cobre-juntas. O cobre-juntas de cobre deve ser entalhado ou rebaixado para facilitar a penetrao do metal de solda na raiz da junta (veja a Figura 24). Na prtica, o entalhe no usado em chapas com espessura abaixo de 10 MSG para no reduzir a capacidade de resfriamento rpido do cobre. Para chapas com espessura acima de 10 MSG, as dimenses do entalhe variam de 0,5 mm a 2,0 mm de profundidade e de 6,5 mm a 20 mm de largura, sendo que as dimenses do entalhe aumentam com a espessura. Os cantos do entalhes podem ser arredondados. O entalhe maior para as chapas mais espessas para evitar que a capacidade de resfriamento do cobre dificulte uma penetrao completa e para permitir um reforo adicional na raiz da junta. Entalhes mais largos permitem maiores desalinhamentos nas peas, o que conveniente para a soldagem de peas de grande comprimento.

Figura 24 - Cobre-juntas de cobre entalhado

A vida da pea de cobre depende do cuidado no uso, particularmente contra danos mecnicos e superaquecimento devido a uma montagem deficiente da junta. Se as superfcies de contato do cobrejuntas ficarem com um aspecto corrodo, podem ser usinadas nova35

FLUXOS OK mente, porm um cobre-juntas no deve ser usinado com muita freqncia sob pena de perder a capacidade de resfriamento. O cobre-juntas de cobre tender a empenar e a tornar-se menos resistente abraso se for excessivamente aquecido. Uma das causas mais comuns de aquecimento excessivo so montagens deficientes, que permitem o contato de um volume muito grande de metal fundido com a pea de cobre. Quando forem utilizadas sapatas de cobre como cobre-juntas, o calor produzido durante a soldagem aplicado continuamente na mesma seo de cobre, enquanto que com uma barra comprida o calor aplicado progressivamente ao longo de seu comprimento total. Desse modo, quando se emprega a mesma pea de cobre diversas vezes sem permitir seu resfriamento completo, h uma reduo de sua capacidade de resfriamento. Nesse caso, pode ser necessrio um resfriamento suplementar com gua atravs de tubos de cobre achatados e inseridos em rebaixos previamente usinados na parte inferior do cobre-juntas, veja a Figura 25a. Pode ser minimizado o empeno do cobre-juntas por meio de uma restrio mecnica, veja a Figura 25b. Quando o cobre-juntas de cobre for empregado para soldas monopasse em juntas em ngulo com penetrao total, Figura 25c, os cantos devem ser chanfrados pelos menos 3 mm para permitir que algum metal de solda penetre na junta e produza um pequeno filete na raiz. Isso d uma resistncia adicional solda e evita falhas causadas pela concentrao de tenses devido ao efeito de entalhe que ocorrem algumas vezes em juntas desse tipo que so soldadas sem penetrao adequada.

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FLUXOS OK

Figura 25a - Resfriamento de cobre-juntas de cobre

Figura 25b - Evitando o empeno do cobre-juntas de cobre

Figura 25c - Cobre-juntas de cobre para juntas em ngulo

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FLUXOS OK

Cama de fluxoEmbora todos os tipos de fluxo da ESAB possam ser usados como cobre-juntas, o fluxo OK Flux 350, o mais adequado para uso como cama de fluxo. A cama de fluxo deve ser pressionada uniformemente contra a base da junta por uma mangueira inflada com gua ou ar comprimido. O fluxo depositado sobre a mangueira (veja a Figura 26).

Figura 26 - Cama de fluxo

Com o uso da cama de fluxo podem ser toleradas maiores irregularidades de montagem que com outros tipos de cobre-juntas porque o material granulado conformar-se- melhor base da pea. Presso excessiva para manter o fluxo granulado contra a base da junta tende a produzir concavidade na raiz.

Junta sem abertura de raiz e passe de selagemJuntas sem abertura de raiz e passes de selagem so os mtodos mais empregados para obter suporte para o metal de solda. 38

FLUXOS OK Em uma junta sem abertura de raiz, o nariz deve ser espesso o suficiente para suportar o primeiro passe de solda sem perfurar o chanfro e alcanando a penetrao requerida. Essa tcnica empregada em juntas de topo (com ou sem chanfro) e juntas em ngulo (inclusive juntas sobrepostas e em T). Algumas vezes, so usados cobre-juntas suplementares. da maior importncia que as faces da junta estejam fortemente pressionadas no ponto de mxima penetrao da solda. O passe de selagem pode ser realizado por outros processos de soldagem, empregando arames tubulares OK Tubrod ou eletrodos revestidos OK (veja a Figura 27). Os passes subseqentes ao passe de selagem podem ser executados do mesmo lado (para espessuras abaixo de 12,5 mm) ou do lado oposto nos demais casos.

Figura 27 - Passe de selagem

Eletrodos revestidos OK so freqentemente empregados em passes de selagem, quando no for conveniente aplicar outras tcnicas de cobre-juntas devido inacessibilidade, preparao ou montagem deficiente da junta ou mesmo dificuldade de girar o conjunto (veja a Figura 28). O cordo soldado com eletrodo revestido OK pode permanecer como parte integrante da junta se atender aos requisitos de qualidade ou pode ser removido por goivagem, lixamento ou usinagem aps execuo da solda por arco submerso. Quando a solda 39

FLUXOS OK realizada com eletrodo revestido OK tem que ser removida, depositase posteriormente um cordo permanente com arco submerso. Para passes de selagem, recomendado um eletrodo revestido OK de baixo hidrognio como o OK 48.04. No devem ser empregados para passes de selagem eletrodos revestidos do tipo E6012 e E6013 porque eles tendem a causar porosidade na solda permanente realizada por arco submerso.

Figura 28 - Diversos tipos de passe de selagem

importante que o passe de selagem por solda manual seja de boa qualidade, livre de poros e de incluses de escria. Caso contrrio, a solda final por arco submerso poder conter tambm esses defeitos, se estes forem absorvidos da refuso de parte do passe de selagem. Deve ser mantida a abertura da raiz.

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FLUXOS OK

Cobre-juntas metlico consumvelNesta tcnica, a solda penetra e funde o material do cobrejuntas, que se torna temporria ou permanentemente parte integrante do conjunto. Podem ser empregadas tiras de material compatvel com o metal a ser soldado veja a Figura 29a ou a junta pode ser localizada de tal modo que uma parte da estrutura forme o cobre-juntas veja a Figura 29b. importante que as superfcies de contato estejam limpas e coladas uma outra, de modo a evitar porosidade e vazamento de metal lquido.

Figura 29 - Cobre-juntas metlicos consumveis

Preparao da junta por biselamentoEfeito do ngulo do biselO efeito do ngulo do bisel controlar a altura do reforo de solda. A penetrao da solda tambm afetada por alteraes na profundidade do bisel e no volume da solda resultante. Para soldas mul41

FLUXOS OK tipasses de topo e em ngulo, a largura mxima da solda deve ser um pouco maior que sua profundidade. A razo largura / profundidade da solda mais adequada deve ficar entre 1,25 e 1,50 para reduzir a possibilidade de fissurao no centro da solda. Uma preparao adequada dos bisis da junta e uma escolha adequada dos parmetros de soldagem ajudam a obter essa relao. Como exemplo, veja a Figura 30a, a Figura 30b e a Figura 30c.

Figura 30 - Efeito do ngulo do bisel

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FLUXOS OK

Quando biselarO biselamento particularmente desejvel para juntas de topo mais espessas que 16 mm. O biselamento algumas vezes empregado em peas de espessura 6,5 mm, onde o bisel pode auxiliar como guia para o cordo de solda. Em juntas em T onde desejada uma penetrao total na raiz, a pea superior geralmente biselada se a profundidade de penetrao requerida para cada solda exceder 10 mm.

Efeito da dimenso do narizO nariz no biselado deve ser espesso o suficiente para a solda fundi-lo, mas no atravess-lo. Se a espessura do nariz for inadequada, no haver massa de metal suficiente para absorver o calor do metal fundido, podendo escorrer para a parte inferior da junta. Como exemplo, veja a Figura 31a e a Figura 31b.

Figura 31 - Efeito da dimenso do nariz

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FLUXOS OK

Tcnicas de preparao do biselCorte a plasma ou por maarico Pode ser executado manualmente ou com equipamentos de corte. Procure a Filial ESAB mais prxima para uma descrio das tcnicas de preparao de bisis e dos equipamentos fornecidos pela ESAB. Toda borra e carepa resultantes do corte devem ser removidas antes da montagem e da soldagem. No necessrio remover o filme de xido formado no bisel durante o resfriamento se a pea vai ficar estocada algum tempo antes da soldagem. Essa prtica evita a oxidao grosseira da pea aps o corte. Usinagem A tcnica de usinagem do bisel depende da disponibilidade dos equipamentos, tipo de corte requerido, etc.. No caso do uso de guilhotinas ou tesouras de corte, deve ser removida toda a oxidao grosseira antes do corte para evitar que alguma partcula de xido fique entranhada no bisel aps o corte. Todo o leo residual deve ser removido com um desengraxante que evapore facilmente. Lixamento manual Essa tcnica algumas vezes empregada em vez de corte a chama ou usinagem. A preciso da preparao do bisel depende da habilidade do operador. Forjamento, laminao e fundio Essa tcnica algumas vezes empregada para conformar o bisel desejado para peas forjadas, laminadas ou fundidas.

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FLUXOS OK

Limpeza da juntaIntroduo de fundamental importncia que a junta esteja limpa. Qualquer material que produza gases quando aquecido pelo calor da soldagem como leo, graxa, gua, tinta, xidos ou carepa deve ser removido. A carepa de usina ou mesmo marcas de lpis trmico ou marcadores podem causar problemas. A limpeza particularmente importante na soldagem de peas de pequena espessura a altas velocidades de soldagem.

Mtodos de limpezaLimpeza a chama Empregado para remover xidos, carepa e umidade, um dos mais eficientes meios de eliminar porosidade na soldagem por arco submerso. J que no h aquecimento pela radiao do arco precedendo a solda e as velocidades de soldagem so muito altas, a limpeza a chama mesmo mais importante que em processos por arco aberto. Em algumas aplicaes, uma tocha de aquecimento montada diretamente no equipamento de solda. A seo mais aquecida do ncleo da chama deve atuar no cordo de solda. A regio de solda iminente deve ser aquecida a uma temperatura acima de 200C para evitar a condensao de umidade proveniente dos gases evoludos na junta. Lixamento Pode ser empregado para remover a carepa de usina ou xidos grosseiros. As lixadeiras podem ser operadas manualmente ou por equipamentos semi-automticos. Devem sempre ser usados culos 45

FLUXOS OK de proteo e tambm essencial que seja escolhido o disco abrasivo adequado para a velocidade qual a lixadeira vai operar. Escova rotativa til na remoo de finas camadas de xido e alguma sujeira. Alguns tipos de tinta podem ser removidos com a escova rotativa, mas geralmente so necessrios um removedor, limpeza a chama ou lixamento. Removedores Devem ser aplicados em superfcies pintadas, seguidos de escovamento e lavagem com um solvente voltil. Deve ser observado o perigo do manuseio de solventes. Tintas podem ser algumas vezes removidas com escova, mas as superfcies devem ser cuidadosamente examinadas para garantir que a tinta tenha sido totalmente removida. Jateamento Remove prontamente xidos grosseiros, carepa de usina e tintas. Bordas cortadas no so limpas satisfatoriamente com esse mtodo. Devem ser asseguradas aos operadores ventilao adequada e proteo para os olhos. Decapagem Pode ser empregada para remover carepa de usina e oxidao grosseira. O banho decapante deve conter inibidores e deve ser aplicado um agente apassivador para evitar a absoro de hidrognio. Desengraxe Aplicado especialmente na limpeza de peas conformadas a frio.

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FLUXOS OK

Tipos bsicos de juntasIntroduoO tipo de junta escolhido para qualquer atividade de soldagem pode afetar: a qualidade e a resistncia da solda; o custo da mo-de-obra e de materiais; o tempo e as despesas envolvidas na preparao, nos dispositivos e no posicionamento das peas. A escolha do tipo de junta adequado depende de vrios fatores, tais como: espessura e material da junta; propriedades fsicas almejadas na junta; tamanho das peas sendo soldadas; acessibilidade da junta; ajuste a ser obtido; equipamento disponvel para a preparao do bisel; nmero de peas a serem soldadas; especificaes ou cdigos aplicveis. Sero descritos a seguir alguns tipos de juntas empregadas na soldagem por arco submerso.

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FLUXOS OK

Juntas de topoa) Junta topo-a-topo Soldas monopasse de boa qualidade podem ser executadas em peas com espessura at 16 mm empregando-se juntas topo-a-topo sem abertura de raiz e com um cobre-juntas adequado. O reforo de solda, que tende a se tornar excessivo em soldas mais espessas, pode ser controlado ajustando-se a abertura da raiz (veja a Figura 32). Irregularidades na abertura da raiz, no alinhamento do arame de solda com a junta e na quantidade requerida de metal de solda geralmente limitam a espessura desse tipo de junta a 20 mm.

Figura 32 - Junta topo-a-topo

Dois passes de solda so executados sem abertura de raiz at uma espessura de 16 mm. essencial em soldas de dois passes que as faces estejam bem encostadas, j que no usado cobre-juntas. A abertura mxima permitida para a raiz de 0,8 mm, a menos que a junta seja suficientemente suportada para evitar que o metal fundido escorra atravs da abertura da raiz. Com tais suportes, podem ser usadas maiores aberturas de raiz. Quando a abertura de raiz exceder 1,6 mm, contudo, ela deve ser rigorosamente preenchida com fluxo frente da solda. A abertura mxima de raiz de 3,2 mm, por causa da dificuldade de refuso do fluxo de soldagem na base do primeiro passe de solda. Se a abertura de raiz for mantida constante por todo o cordo de solda, peas com espessura at 20 mm podem ser soldadas com juntas topo-a-topo. O primeiro passe constitui o passe de se48

FLUXOS OK lagem, executado no lado oposto da junta. Vira-se a pea e executase o passe de acabamento, que penetra e refunde parte do passe de selagem para garantir uma boa continuidade do metal de solda atravs de toda a espessura da pea. Uma tcnica satisfatria de se conseguir a penetrao requerida para a solda sem reforo excessivo no acabamento goivar um entalhe de profundidade 3,2 mm a 8 mm no topo da junta depois de o passe de selagem ter sido executado. Quando a goivagem for empregada, no necessria qualquer preparao ou limpeza, exceto a remoo de toda e qualquer escria. A vantagem da junta topo-a-topo que um mnimo de preparao ainda chega a produzir soldas de boa qualidade com penetrao adequada. b) Juntas de topo em "V" b1) Junta de topo em "V" com nariz Esse tipo de junta empregado com cobre-juntas no consumveis para soldas de topo monopasse de espessura 8 mm ou acima veja a Figura 33). Para a maioria das aplicaes industriais, a espessura mxima de cerca de 32 mm a 38 mm. A existncia do nariz traz diversas vantagens. As faces quadradas simplificam a montagem. Penetrao e reforo excelentes podem ser obtidos e as alteraes normais na tenso, na corrente e na velocidade de soldagem causam danos mnimos ao nariz de suporte. Quantidades relativamente pequenas de arame so consumidas porque o chanfro em "V" d a penetrao desejada sem correntes excessivas e o volume do "V" consideravelmente menor que o volume requerido por outras tcnicas de soldagem. Com cobre-juntas no consumveis, a dimenso do nariz de 3,2 mm a 1,6 mm. A abertura da raiz no deve exceder 1,6 mm. Cobre-juntas metlicos consumveis tambm so empregados com esta preparao com uma abertura de raiz de pelo menos 3,2 mm. 49

FLUXOS OK

Figura 33 - Junta de topo em "V" com nariz

Juntas de topo em "V" com nariz e sem cobre-juntas externo so tambm empregadas para soldas de dois passes onde a espessura das peas excede 16 mm. O primeiro passe, normalmente o mais largo, o passe de selagem depositado no lado do "V"; a pea ento virada e o passe de acabamento depositado no lado plano. O passe de acabamento penetra e refunde uma parte do passe de selagem para garantir a penetrao completa (veja a Figura 34).

Figura 34 - Junta de topo em "V" com nariz - passes de selagem e de acabamento

O nariz mede aproximadamente 10 mm para todas as espessuras de peas comercialmente soldadas. O nariz das peas deve ser fortemente pressionado (abertura mxima de 0,8 mm) como na junta topo-a-topo. Quando existe algum suporte abaixo da junta, a abertura pode ser ligeiramente aumentada; se a abertura exceder 1,6 mm, o fluxo deve ser suportado frente da solda.

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FLUXOS OK b2) Junta de topo em "V" sem nariz Juntas de topo em "V" sem nariz so comumente empregadas em todas as espessuras quando se usa uma cama de fluxo. No comumente usada em espessuras abaixo de 10 mm j que penetraes adequadas podem ser obtidas para essas espessuras sem necessidade de biselamento (veja a Figura 35).

Figura 35 - Junta de topo em "V" sem nariz

Juntas de topo em "V" sem nariz sempre devem ter passes de selagem, visto que a massa de metal no nariz da junta no suficiente para suportar o metal de solda fundido. Desalinhamentos razoveis na montagem e variaes na abertura da raiz podem ser tolerados quando se usa a cama de fluxo porque o material granular subir para acomod-los. Cobre-juntas de cobre no so recomendados por causa de sua tendncia de o metal de solda fundir no cobre-juntas. Por sua vez, cobre-juntas metlicos consumveis so aceitveis se no houver objeo a sua permanncia como parte integrante da junta soldada. c) Junta de topo em duplo "V" Esse o projeto bsico de junta para soldas de dois passes por arco submerso (veja a Figura 36). comumente empregada para espessuras at 50 mm e at mesmo espessuras maiores tm sido soldadas com sucesso. Para espessuras acima de 50 mm, contudo, a junta multipasses mostrada na Figura 38 na pgina 54 a recomendada. 51

FLUXOS OK

Figura 36 - Junta de topo em duplo "V"

Juntas de topo em duplo "V" so normalmente projetadas com um nariz espesso para fornecer um suporte adequado para o passe de selagem. O mximo desalinhamento permissvel na montagem de 25% do nariz. O nariz deve ser fortemente pressionado ao longo de todo o comprimento da junta. A abertura mxima de raiz de 0,8 mm. Se a abertura de raiz for maior, deve ser evitado, ao se executar o primeiro passe que o metal fundido escorra atravs da abertura de raiz. Vrias tcnicas so empregadas. Um pequeno passe filetado pode ser depositado manualmente na base do "V" sobre o qual a solda deve ser executada. Um certo comprimento de arame pode ser ponteado no chanfro em "V". O fluxo pode ser colocado na abertura de raiz frente da solda. O cordo filetado, o arame ou o fluxo devem ser removidos antes de executar o passe definitivo, se for requerida uma junta de qualidade radiogrfica. Para garantir uma penetrao 100% e a remoo de qualquer escria ou porosidade da base do passe de selagem, o passe de acabamento deve penetrar e refundi-lo at uma profundidade de 5 mm at 8 mm. J que essa junta muito usada na fabricao de vasos de presso, deve ser observada uma limitao. Quando se executam soldas circunferenciais, a razo da espessura para o dimetro do vaso deve ser de pelo menos 1/25. Caso contrrio, a grande poa de fuso ten52

FLUXOS OK der a escorrer, causando instabilidade na soldagem e uma geometria indesejvel do cordo de solda. Passes de selagem manuais so algumas vezes utilizados com juntas de topo em duplo "V", quando a junta tem um nariz pequeno (mximo 3,2 mm) e uma abertura de raiz de cerca de 3,2 mm. Se as condies requererem que o passe de selagem por soldagem manual seja mais espesso que 10 mm, contudo, a junta mostrada na Figura 37 preferencial.

Figura 37 - Junta de topo em "V" e em "U"

d) Junta de topo em "U" A junta de topo em "U" freqentemente empregada em soldas multipasses por arco submerso. Peas de qualquer espessura podem ser soldadas com esse projeto de junta (veja a Figura 38). Um pequeno passe de selagem realizado freqentemente do lado oposto da junta. Se no for executado o passe de selagem, os narizes devem ser fortemente pressionados (abertura mxima de raiz de 0,8 mm). Para peas extremamente espessas, juntas de topo em duplo "U" podem ser empregadas. Elas so essencialmente duas juntas de topo em "U" com uma raiz em comum. Se for realizado um passe de selagem manual, pode ser necessrio remov-lo posteriormente se for uma junta de qualidade radiogrfica.

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FLUXOS OK

Figura 38 - Junta de topo em "U"

O uso de soldas semi-automticas com gs de proteo elimina a necessidade de remoo do passe de selagem previamente soldagem por arco submerso. Graas natureza livre de escria dos depsitos com gs de proteo (com arames tubulares OK Tubrod ou com arames slidos cobreados OK Autrod ), depsitos de solda subseqentes por arco submerso de excelente qualidade podem ser produzidos sobre esses passes de selagem.

Juntas sobrepostasa) Junta sobreposta simples ou dupla A principal vantagem da junta sobreposta a simplicidade do ajuste e a mnima preparao requerida para a borda (veja a Figura 39). A junta e as superfcies sobrepostas devem estar limpas e secas. A junta em ngulo assim obtida aps a soldagem utilizada principalmente onde o lado interno no acessvel ou para servios onde apenas uma pequena resistncia requerida para a junta, sendo a funo primria da solda somente manter as peas juntas. 54

FLUXOS OK

Figura 39 - Junta sobreposta dupla

b) Junta sobreposta dupla de encaixe Essa junta tambm de fcil ajuste e requer mnima preparao das bordas. Adicionalmente, possui uma superfcie alinhada que a junta simples no tem (veja a Figura 40). A junta deve estar limpa e as superfcies sobrepostas secas e firmemente ajustadas. Juntas sobrepostas simples de encaixe so empregadas na fabricao de pequenos botijes de gs. Por sua vez, juntas sobrepostas duplas de encaixe so extensivamente empregadas na indstria naval para facilitar a ajuste e a soldagem da ltima de uma srie de chapas unidas topo-atopo.

Figura 40 - Junta sobreposta dupla de encaixe

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FLUXOS OK c) Junta sobreposta com solda passante Esse tipo de junta muito usado na soldagem de chapas finas at 11 MSG. til na unio ou na fixao de uma ou duas chapas finas a uma pea que serve de cobre-juntas (veja a Figura 41). As superfcies sobrepostas devem estar limpas, secas e em contato entre si.

Figura 41 - Juntas sobrepostas com solda passante

Juntas em nguloa) Introduo A profunda penetrao do processo de soldagem por arco submerso resulta em uma economia substancial no consumo de arame de soldagem quando comparado com outros processos de soldagem, mesmo em juntas em ngulo. Clculos de projeto da resistncia de juntas em ngulo so baseados na dimenso da garganta do depsito de solda (veja a Figura 42). Para soldas convencionais por arco eltrico, a dimenso da garganta obtida atravs da Equao [3][3]

Garganta =

Perna 2 = Perna 0,707 2

j que a raiz da junta raramente penetrada. Nesse clculo, considera-se a menor dimenso da perna. A maior penetrao das soldas em ngulo feitas por arco submerso produz uma profundidade efetiva da garganta de 20 a 30% maior que os processos por SMAW e GMAW. 56

FLUXOS OK

Figura 42 - Comparao entre as dimenses da garganta e da perna

O tamanho do filete feito por arco submerso pode ser consideravelmente reduzido e, ainda assim, atingir a mesma resistncia da junta obtida com os processos SMAW e GMAW com pernas maiores. Tem sido permitida uma reduo geral de 1,6 mm no tamanho da perna em soldas executadas por arco submerso em relao ao limite mnimo exigido para soldas manuais pelos cdigos aplicveis. Mesmo uma pequena reduo no tamanho da perna acarretar numa diminuio aprecivel do volume de depsito de solda requerido, visto que este varia diretamente com o quadrado da dimenso da perna. A resistncia de uma solda em ngulo fortemente influenciada pela penetrao da solda. Os resultados de uma srie de testes realizados para determinar o efeito da penetrao da solda nas tenses atuantes so mostrados graficamente na Figura 43. Os dados representados por essa curva foram obtidos de estudos foto-elsticos de modelos de tenso em um modelo tpico de junta em ngulo cuja perna tinha a dimenso de 38,1 mm. O fator de concentrao de tenses a razo entre a tenso na raiz do filete e a tenso mdia da junta (carga/rea). A penetrao da solda a distncia da raiz do filete ao ponto em que cessa a fuso. A penetrao da 57

FLUXOS OK solda pode ser positiva ou negativa em juntas em ngulo, dependendo se a fuso se estende at o ponto A ou se apenas chega ao ponto B (veja a Figura 44).

Figura 43 - Variao do fator de concentrao de tenses com a penetrao da solda

Conforme mostrado pela curva, a concentrao de tenses no filete diminui rapidamente medida que a penetrao aumenta. A concentrao de tenses a uma penetrao de -6,5 mm 75% mais alta que a uma penetrao de +6,5 mm. A concentrao de tenses a uma penetrao zero (a penetrao normal em soldas manuais) aproximadamente 42% maior que a uma penetrao de 10 mm (pene58

FLUXOS OK trao normal em uma solda feita por arco submerso do tamanho usado nos testes).

Figura 44 - Penetrao positiva e negativa

b) Juntas em "T" na posio horizontal Soldas em filete monopasse com perna at 8 mm (equivalente a soldas com perna at 10 mm feitas por outros processos de soldagem) so utilizadas para fazer juntas em "T" na posio horizontal. Se a espessura da alma no for maior que 10 mm, dois filetes de perna 8 mm interpenetrar-se-o na raiz, veja a Figura 45a. Juntas em "T" necessitando de maior penetrao ou soldas de filete mais largas podem ser executadas utilizando um procedimento multipasse, veja a Figura 45b. As limitaes de tamanho de soldas de filete monopasse horizontais so determinadas, no pela capacidade do equipamento de arco submerso, mas pelo volume de metal fundido que assegurar uma geometria favorvel, sem escorrer excessivamente.

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FLUXOS OK

Figura 45a - Solda em ngulo horizontal

Figura 45b - Solda com penetrao total, chanfro em "K"

c) Juntas em "T" na posio plana Filetes de pernas iguais podem ser obtidos pelo posicionamento da junta a um ngulo de 45 (superfcie da solda plana). A profundidade de penetrao pode ser aumentada ainda mais aumentando o ngulo da alma at 60 da vertical e direcionando o arame para o lado da alma, veja a Figura 46a. Se a espessura da alma exceder 19 mm e 60

FLUXOS OK se for almejada uma penetrao total, as bordas devem ser biseladas, veja a Figura 46b.

Figura 46a - Solda de uma junta em ngulo na posio plana

Figura 46b - Preparao de junta em "T" com penetrao total na posio plana para espessura superior a 19 mm

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FLUXOS OK

Soldagem de juntas de cantoa) Junta de canto sem chanfro Juntas de canto sem chanfro so recomendadas para espessuras at 12,5 mm. Primeiramente, executa-se um filete de solda no canto interno da junta e depois se deposita o passe final do outro lado. A solda de topo deve penetrar o suficiente para refundir parcialmente o primeiro passe, que serve como passe de selagem para o passe final. Caso se deseje aumentar a largura do cordo de solda, a junta pode ser colocada na posio plana para a execuo do primeiro passe. Se as faces estiverem bem acopladas, pode ser dispensado o primeiro passe, visto que no haveria necessidade de um passe de selagem. s vezes, torna-se necessrio o uso de um cobre-juntas de cobre para resfriar o canto exterior da pea vertical, de modo a evitar fuso excessiva enquanto o passe final estiver sendo executado (veja a Figura 47).

Figura 47 - Junta de canto sem chanfro

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FLUXOS OK b) Junta de canto com chanfro em "V" Para juntas mais espessas, recomendada uma preparao com chanfro em "V" para obter uma penetrao adequada sem reforo excessivo. O chanfro em "V" preferido relativamente ao meio "V" porque facilita a penetrao total com um timo perfil de cordo. Primeiramente, executa-se o passe de selagem e posteriormente a solda de topo do lado oposto. Se o passe de selagem for depositado por arco submerso, deve ser empregado um nariz profundo (veja a Figura 48). Para outros processos de soldagem, a preparao deve resultar em um nariz fino e uma abertura de raiz. Essas soldas em filete podem ser feitas tambm sem nariz, porm nesse caso o uso de um cobrejuntas de cobre pode ser til.

Figura 48 - Junta de canto com chanfro em "V"

c) Junta de canto com bisel em "J" Essas juntas com simples ou com duplo "J" so empregadas para soldas multipasse de peas com espessuras maiores que aquelas para as quais podem ser utilizadas juntas com chanfro em "V". A tcnica de soldagem similar empregada em juntas de topo com chanfro em "U". Freqentemente executa-se um pequeno passe de selagem antes da soldagem multipasse feita por arco submerso. Se no for aplicado o passe de selagem, a mxima abertura de raiz 63

FLUXOS OK permissvel de 0,8 mm. Como apenas um lado da junta preparado, o ngulo e o raio de curvatura devem ser mantidos conforme especificado na Figura 49 para assegurar o acesso suficiente para depositar os passes na regio da raiz da junta. d) Junta de canto simples Juntas de canto com o cordo de solda em filete do lado externo so teis em muitas aplicaes. A resistncia da junta pode ser aumentada adicionando-se um segundo cordo de solda ao lado interno da junta para formar uma junta de canto soldada de ambos os lados. A junta de canto simples pode ter a vantagem de no requerer qualquer cobre-juntas alm daquele j formado pela prpria geometria da junta (veja a Figura 50). Observe que as superfcies em contato devem estar limpas, secas e firmemente ajustadas.

Figura 49 - Junta de canto com bisel em "J"

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FLUXOS OK

Figura 50 - Junta de canto simples

e) Junta de canto com cobre-juntas Podem ser empregadas preparaes com ou sem chanfro com cobre-juntas para assegurar penetrao total de um s lado da junta. Os requisitos dessa tcnica so essencialmente os mesmos das juntas de topo com cobre-juntas (veja a Figura 51).

Figura 51 - Junta de canto com cobre-juntas

f) Juntas tampo Juntas tampo so empregadas para unir duas peas em que uma delas possui um furo, onde o metal de solda deve assegurar uma boa ligao e encher o furo (veja a Figura 52a at Figura 52d). importante que o furo seja largo o suficiente para evitar contato do arame com a pea superior. A menos que o furo seja biselado ou ado65

FLUXOS OK ado, seu dimetro no deve ser menor que a espessura da pea superior. Se puder ser aplicada uma corrente de soldagem suficiente para penetrar at a pea inferior e se for aceitvel um excesso de metal de solda acima da superfcie, a soldagem pode ser realizada sem o furo. Porm, isso s se torna prtico para soldar peas relativamente finas. O tamanho do furo que pode ser empregado para realizar uma solda tampo com fuso completa sem alterar a posio do arame durante a soldagem ser determinado pela corrente que puder ser aplicada. Um furo largo pode requerer movimentao do arame durante a soldagem para assegurar fuso completa na regio da raiz da junta.

Figura 52a - Solda tampo unindo duas chapas

Figura 52b - Solda tampo empregada para prender parafusos estojo na fabricao de vasos de presso

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FLUXOS OK

Figura 52c - Furo biselado quando a espessura da chapa for superior a 25 mm e o dimetro do furo for inferior a 25 mm

Figura 52d - Reforo, com solda tampo, da junta previamente soldada por soldas em ngulo

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FLUXOS OK Captulo 4

Soldagem

Preparao para a soldagemTratamentos trmicosPr-aquecimento e ps-aquecimento de aos de alto carbono ou de alta liga Tratamentos trmicos raramente so requeridos para aos de baixo carbono ou estruturais, embora sejam ocasionalmente empregados para evitar empenamento ou para garantir baixa dureza para usinagem. Durante a soldagem de aos de alto carbono ou de alta liga, no entanto, existe o perigo de que o depsito de solda e a zona termicamente afetada contenham altos percentuais de martensita, um constituinte duro do ao. Tais soldas possuem alta dureza e baixa ductilidade e podem mesmo vir a trincar durante o resfriamento. O objetivo do pr-aquecimento e do ps-aquecimento manter o teor de martensita da solda a um nvel mnimo. De ambos os tratamentos resultam melhor ductilidade, baixa dureza e menor probabilidade de fissurao durante o resfriamento. A martensita forma-se realmente durante o resfriamento da solda e da zona termicamente afetada. A quantidade de martensita formada pode ser limitada reduzindo-se a taxa de resfriamento da solda. Os tratamentos trmicos aumentam a temperatura do metal vizinho 68

FLUXOS OK solda, de tal modo que o gradiente de temperatura entre a solda e sua vizinhana fica reduzido. O resultado que a zona de soldagem aquecida resfria-se mais lentamente, visto que a taxa de resfriamento diretamente proporcional diferena de temperatura (ou gradiente de temperatura) entre as massas quente e fria. Se esses tratamentos trmicos devem ou no ser aplicados depende do teor de carbono e de outros elementos de liga no metal sendo soldado. Se corpos de prova soldados sem tratamento trmico apresentarem baixa ductilidade ou dureza muito alta, indicativo da necessidade de pr-aquecimento ou ps-aquecimento. Pr-aquecimento Um mtodo simples para determinar a necessidade de praquecimento de uma solda o do carbono equivalente (Ceq). A temperabilidade de um ao est relacionada ao seu teor de carbono acrescido dos teores de certos elementos de liga. Determina-se o teor aproximado de outros elementos de liga que produzem a mesma dureza que 1% de carbono. Ento, uma indicao da temperabilidade, designada por carbono equivalente (Ceq), pode ser calculada pela Equao [4]:[4]

C eq = %C +

%Mn %Ni %Mo %Cr %Cu + + + + 6 15 4 5 13

A Equao [4] vlida quando os teores esto dentro das faixas: %C < 0,50 %Mn < 1,60 %Ni < 3,50 %Mo < 0,60 %Cr < 1,00 %Cu < 1,00 Outra equao para o carbono equivalente, a Equao [5], largamente utilizada, dada pelo IIW (International Institute of Welding): 69

FLUXOS OK[5]

C eq = %C +

%Mn %Cr + %Mo + %V %Ni + %Cu + + 6 5 15

A Tabela III fornece valores sugeridos de temperaturas de praquecimento para diferentes valores de carbono equivalente:Carbono equivalente (%) Pr-aquecimento recomendado at 0,30 0,30 - 0,45 acima de 0,45 opcional 100 - 200C 200 - 375C

Tabela III - Temperatura de pr-aquecimento x Carbono equivalente

Alguns aos, particularmente aqueles possuindo carbono equivalente maior que 0,45%, podem requerer, alm de pr-aquecimento, ps-aquecimento. Esses tratamentos so especialmente recomendados para a soldagem de sees espessas. Entretanto, para a maioria dos aos carbono e de baixa liga, apenas o pr-aquecimento pode ser necessrio de um modo geral. O pr-aquecimento a 120 - 150C geralmente empregado na soldagem multipasse em sees de espessura maior que 25 mm para reduzir a susceptibilidade da solda fissurao. Ps-aquecimento Ps-aquecimento, dentro deste contexto, significa o aquecimento da junta soldada imediatamente aps a solda ter sido realizada. distintamente diferente de outros tratamentos executados aps o resfriamento da solda, tais como alvio de tenses, revenimento e recozimento. O ps-aquecimento tem a mesma funo do pr-aquecimento. Mantm a temperatura da pea em um nvel suficientemente elevado de tal maneira que a junta soldada resfrie lentamente. Assim como no pr-aquecimento, o resultado uma ductilidade maior na regio da 70

FLUXOS OK solda. O ps-aquecimento raramente aplicado de forma isolada; quase sempre conjugado com o pr-aquecimento. O ps-aquecimento mais freqentemente empregado em aos altamente temperveis, mas algumas vezes utilizado em aos menos temperveis se for difcil a aplicao de um pr-aquecimento adequado devido dimenso das peas sendo soldadas. Por essa razo, a Tabela IV pode ser considerada confivel somente se o aquecimento for aplicado imediatamente aps a solda ter sido executada. Essa tabela fornece tempos e temperaturas de ps-aquecimento sugeridos aos aos para os quais o tratamento conveniente. J que nem todos os aos dessa categoria esto listados, podem ser feitas inferncias. Por exemplo, na soldagem do ao SAE 1060 so aplicados o tempo e a temperatura do ao SAE 1050; para o ao SAE 4145 so usadas as informaes para o ao SAE 4130 e assim por diante.TEMPOS E TEMPERATURAS DE PS-AQUECIMENTO SUGERIDOS PARA AOS TEMPERVEIS TPICOS Aplicar o ps-aquecimento imediatamente aps o trmino da soldagem e antes que a junta resfrie a menos de 300C Temperatura de ps-aquecimento (C) 315 535 370 535 315 535 315 535 315 535 370 480 Tempo de ps-aquecimento (minutos) 10 1 10 20 10 1 25 1 35 5 5 75 Dureza (HRc) 19 48 28 39 18 48 24 50 25 46 21 36 20 Dureza mxima de tmpera (HRc) 42 62 59 65 64 60 42

Ao SAE 1019 1050 1335 2160 2260 2340 2512

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FLUXOS OKTEMPOS E TEMPERATURAS DE PS-AQUECIMENTO SUGERIDOS PARA AOS TEMPERVEIS TPICOS Aplicar o ps-aquecimento imediatamente aps o trmino da soldagem e antes que a junta resfrie a menos de 300C Temperatura de ps-aquecimento (C) 370 535 315 425 595 370 480 370 425 315 370 260 345 650 370 480 315 480 315 535 315 535 315 480 260 425 315 425 315 650 315 425 Tempo de ps-aquecimento (minutos) 25 15 25 20 10 h 10 5 10 5 50 5h 10 h 50 h 75 10 10 25 25 15 25 25 25 15 25 5h 50 h 25 100 100 h 1 50 10 h Dureza (HRc) 48 21 43 38 23 41 25 44 37 48 40 54 48 26 38 26 48 23 50 26 51 33 46 27 52 34 49 30 50 35 50 33 Dureza mxima de tmpera (HRc) 60

Ao SAE

3140

3330 4037 4130 4340 4360 4615 4640 5140 6145 8630 8660 8745 9260 9440

57 56 56 62 64 45 60 62 61 53 64 61 65 60

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FLUXOS OKTEMPOS E TEMPERATURAS DE PS-AQUECIMENTO SUGERIDOS PARA AOS TEMPERVEIS TPICOS Aplicar o ps-aquecimento imediatamente aps o trmino da soldagem e antes que a junta resfrie a menos de 300C Temperatura de ps-aquecimento (C) 315 535 370 480 Tempo de ps-aquecimento (minutos) 25 1 5 15 Dureza (HRc) 50 36 40 26 Dureza mxima de tmpera (HRc) 65 45

Ao SAE

1060 8620

Tabela IV - Tempos de temperaturas de ps-aquecimento para aos temperveis

Outros tratamentos trmicos Alm do pr-aquecimento e do ps-aquecimento, vrios outros tratamentos trmicos so empregados em juntas soldadas para influenciar nas propriedades do metal de solda: alvio de tenses; recozimento pleno; normalizao. Esses tratamentos so similares de dois pontos de vista. Primeiro, usualmente requerem temperaturas mais altas que o praquecimento e o ps-aquecimento. Segundo, embora sejam atividades de "ps-aquecimento" no sentido de que so aplicados aps a solda ter sido executada, diferem do ps-aquecimento no fato de que a solda deixada resfriar antes que o tratamento seja iniciado. So largamente utilizados em soldas de aos carbono e de aos de baixa liga. Alvio de tenses no forno Seguindo a atividade de soldagem, o resfriamento e a contrao do metal de solda originam tenses na solda e nas regies adjacentes. O objetivo do alvio de tenses reduzir essas tenses. Esse tra73

FLUXOS OK tamento leva a junta soldada a uma condio mais durvel; a ductilidade aumentada sobremaneira, embora a resistncia mecnica diminua ligeiramente. Certos cdigos permitem maiores tenses de projeto, desde que seja aplicado o alvio de tenses. Tipicamente, o alvio de tenses consiste no aquecimento da pea a uma temperatura em torno de 600C e mant-la por uma hora para cada 25 mm de espessura (veja a Tabela V). O conjunto ento resfriado lentamente em ar calmo at 300C. Se temperaturas altas como 600C forem impraticveis, podem ser empregadas temperaturas mais baixas com um tempo de encharcamento mais longo.TEMPO E TEMPERATURA DE ALVIO DE TENSES Temperatura (C) 595 565 535 510 480 Tempo (h/25 mm) 1 2 3 5 10

Tabela V - Tempo e temperatura de alvio de tenses

Recozimento pleno O recozimento pleno possui outra funo adicional em relao ao alvio de tenses simples. Alm de levar a pea soldada a uma condio sem tenses, o recozimento pleno assegura ductilidade e baixa dureza da solda e da zona termicamente afetada. Esse tratamento trmico consiste no aquecimento do conjunto at sua faixa crtica (840C at 1.000C) e resfri-lo no forno. Normalizao Esse tratamento na realidade uma outra forma de recozimento. As temperaturas utilizadas so as mesmas que no caso do recozi74

FLUXOS OK mento, mas a normalizao pressupe resfriamento em ar calmo at a temperatura ambiente em vez de resfriamento no forno. As tenses internas so aliviadas, porm a solda no fica com as mesmas ductilidade e baixa dureza obtidas com o recozimento pleno.

Posicionamento das peasMontagem e fixao da junta Para todas as aplicaes de soldagem, a junta deve ser montada em uma ligao adequada e deve ser mantida rgida para limitar os deslocamentos causados pelo calor. Pontos, acopladores, dispositivos auxiliares de fixao (conhecidos como cachorros) ou combinaes desses dispositivos de fixao so normalmente necessrios. Quando so fabricados conjuntos grandes e pesados, os pontos de solda so suficientes para manter a junta adequadamente alinhada. O peso do conjunto evita deslocamentos causados pelos efeitos do calor. Conjuntos leves como chapas 10 MSG ou mais finas devem ser rigidamente fixados. Os cachorros mantm o alinhamento, ajudam a dissipar o calor e evitam o empenamento. O ponteamento desnecessrio se a fixao com cachorros for adequada. Para espessuras intermedirias, uma combinao entre cachorros e ponteamento pode ser a opo mais econmica. Inclinao do conjunto A maior parte das soldas por arco submerso executada na posio plana (veja a Figura 53a). No entanto, algumas vezes torna-se necessrio ou desejvel soldar com o conjunto ligeiramente inclinado. Por exemplo, na soldagem a altas velocidades de chapas de ao 18 MSG, conseguem-se melhores resultados na soldagem se o conjunto for inclinado de 15 a 18 e se a soldagem for feita na progresso descendente. A soldagem com o conjunto inclinado realizada tambm em sees conformadas, tais como chapas de proa e de popa de navios. O ngulo de mxima inclinao diminui medida que a 75

FLUXOS OK espessura da chapa aumenta. (Toda a soldagem circunferencial na superfcie convexa de um conjunto girando em torno de um eixo horizontal, sob o ponto de vista do cabeote de soldagem, considerada como progresso descendente, embora o controle do metal fundido determine a posio da poa de fuso).

Figura 53a - Solda nivelada em chapa de 12,5 mm

A soldagem na progresso ascendente afeta o perfil do cordo de solda conforme mostrado na Figura 53b. A fora da gravidade faz com que a poa de fuso flua para trs do arame de solda. As bordas da poa de fuso perdem metal fundido, que flui para o meio. medida que o ngulo de inclinao aumenta, a crista e a penetrao tambm aumentam e a largura do cordo diminui (quanto maior a poa de fuso, tambm sero maiores a crista e a penetrao). O ngulo limite de inclinao quando a soldagem ocorre a correntes at 800 A de cerca de 6. Quando se empregam correntes maiores, o ngulo de inclinao mximo diminui. Inclinaes maiores que as recomendadas acima levam ao descontrole da soldagem. A soldagem na progresso descendente afeta o perfil do cordo de solda conforme mostrado na Figura 53c. A poa de fuso tende a fluir frente do arame de solda e pr-aquece o metal de base, particularmente em sua superfcie, produzindo uma zona fuso de formato irregular, chamada de poa secundria. medida que o ngulo de inclinao aumenta, a superfcie do meio do cordo sofre uma depresso, a penetrao diminui e a largura do cordo aumenta. Observe que esses efeitos so exatamente opostos aos produzidos pela soldagem na progresso ascendente. 76

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Figura 53b - Solda ascendente (6 em chapa de 12,5 mm )

Figura 53c - Solda descendente (6 em chapa 12,5 mm )

A inclinao lateral da pea produz os efeitos mostrados na Figura 53d. O limite de inclinao lateral de aproximadamente 3. A inclinao lateral permissvel varia sobremaneira, dependendo do tamanho da poa de fuso.

Figura 53d - Solda com inclinao lateral em chapa de 12,5 mm

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Posicionamento do arameNa determinao da posio adequada do arame de solda, trs fatores devem ser considerados: o alinhamento do arame de solda em relao junta; o ngulo de inclinao nas direes laterais, isto , a inclinao transversal da junta; o ngulo de ataque do arame de solda. No ngulo de ataque puxando, o arame de solda faz um ngulo obtuso com a solda executada. No ngulo de ataque empurrando, o arame de solda faz um ngulo agudo com a solda executada. Em geral, um ngulo de ataque puxando produz uma penetrao maior e mais uniforme e tambm maior altura e menor largura do reforo de solda. Por outro lado, um ngulo de ataque empurrando resultar em menor penetrao com reforo de solda mais largo e mais plano. Para cada um dos vrios tipos de soldagem, o posicionamento do arame feito dos seguintes modos: Soldagem de juntas de topo alinhamento - veja a Figura 54; inclinao lateral - nenhuma; ngulo de ataque puxando ou empurrando. Pode ser obtida uma boa estabilidade com o arame na vertical durante a soldagem de peas espessas (espessuras iguais ou maiores que 12,5 mm). No entanto, durante a soldagem de peas finas (14 MSG a 16 MSG), torna-se necessrio aplicar um ngulo de ataque puxando de 25 a 45 para estabilizar a tenso do arco.

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Figura 54 - Posicionamento do arame

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FLUXOS OK Soldagem de juntas em ngulo Alinhamento A linha de centro do arame no deve estar na linha de centro da junta, mas abaixo, direcionada pea horizontal de uma distncia igual a a do dimetro do arame (veja a Figura 55a). Utiliza-se uma distncia maior quando se executam soldas em ngulo de perna mais larga (aproximadamente 10 mm). Alinhamento descuidado ou impreciso causar soldagem insatisfatria (veja a Figura 55b e a Figura 55c).

Figura 55a - Alinhamento do arame em juntas em ngulo

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Figura 55b - Mordedura causada por alinhamento de arame inadequado

Figura 55c - Perfil de cordo desfavorvel causado por alinhamento de arame inadequado

Inclinao lateral Ao se executar soldas horizontais em ngulo, o arame inclinado entre 20 e 45 da vertical. O ngulo exato determinado por um dos seguintes fatores ou por ambos: acesso para o bocal, especialmente durante a soldagem de peas estruturais como mostrado na Figura 56;

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FLUXOS OK a espessura relativa das peas que formam a junta. Se existir a possibilidade de furar alguma das peas, ser necessrio direcionar o arame para a pea mais espessa.

Figura 56 - Inclinao lateral determinada pelo acesso do bocal

ngulo de ataque A soldagem em ngulo horizontal pode ser realizada igualmente bem com ngulo de ataque puxando, empurrando ou com o arame na posio normal. Na soldagem com cordes largos, os efeitos do ngulo de ataque so relativamente pequenos. O ngulo de ataque torna-se importante quando se executam cordes pequenos em soldagem a altas velocidades. Para depositar cordes a altas velocidades de soldagem em chapas finas (14 MSG a 16 MSG), um ngulo de ataque puxando, com um ngulo de 25 a 45 da vertical tem se mostrado uma boa opo para manter estvel a tenso do arco. Soldagem em ngulo na posio plana Alinhamento Veja a Figura 57a.

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FLUXOS OK Inclinao lateral O arame normalmente mantido na posio vertical (ngulo zero de inclinao lateral). Ocasionalmente, ao depositar cordes em filete na posio plana onde almejada penetrao total, o arame ligeiramente inclinado em relao vertical. Veja a Figura 57b. ngulo de ataque Aplica-se o mesmo que na soldagem horizontal em ngulo.

Figura 57 - Alinhamento do arame numa soldagem em ngulo na posio plana

Juntas circunferenciais em conjuntos girantes Alinhamento Quando se soldam conjuntos girantes, o arame de solda alinhado de modo semelhante a uma soldagem normal em uma superfcie horizontal (veja a Figura 58).

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Figura 58 - Posicionamento do arame

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FLUXOS OK Adicionalmente, o arame usualmente posicionado frente do ponto de tangncia horizontal para evitar os efeitos prejudiciais da soldagem nas progresses ascendente e descendente. Algumas vezes, quando se soldam peas de pequena espessura e quando se depositam cordes em filete, esses efeitos das progresses ascendente e descendente auxiliam na obteno do perfil desejado para o cordo de solda. O exato posicionamento deve ser determinado por tentativas e ajustes (veja a Figura 59a e a Figura 59b).

Figura 59a - Soldagem circunferencial externa

Inclinao lateral A soldagem circunferencial em peas girantes usualmente no requer qualquer inclinao lateral do arame de solda.

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FLUXOS OK ngulo de ataque Proceder conforme mostrado na Figura 59a e na Figura 59b durante a soldagem circunferencial de peas girantes.

Figura 59b - Soldagem circunferencial interna

Incio da soldagemA tcnica empregada para iniciar a soldagem em uma aplicao particular depender de fatores como o tempo requerido para o incio relativamente ao tempo total de ajustes e de soldagem, do nmero de peas a serem soldadas e da importncia do incio da soldagem em

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FLUXOS OK um local particular da pea. As diversas tcnicas disponveis so descritas abaixo. Observe que, nas descries, os controles e chaves reais que so acionados para "iniciar a soldagem" nem sempre so assim denominados, visto que sero diferentes dependendo do tipo de equipamento em uso. As instrues fornecidas com o equipamento indicaro quais os controles a serem usados para fechar o contato, acionar o deslocamento do cabeote, etc. Partida apontando o arame Com um alicate, corte o arame de solda e alimente-o at encost-lo na pea. Adicione o fluxo e inicie a soldagem. Partida arrastando o arame Alimente o arame de solda at que ele fique em leve contato com a pea, adicione o fluxo, acione o deslocamento do cabeote e ento aplique a corrente de soldagem. Por causa do movimento do cabeote, o arame de solda no ir furar a pea. Incios arrastando o arame so empregados quando a posio de incio no for importante e quando o arco necessitar ser aberto com certa freqncia, como em soldas circunferenciais em pequenos tanques ou em tubulaes. Para tais atividades, o arame de solda pode ser alimentado, com a pea girando, atravs da camada de fluxo granulado, desde que seja aplicada uma densidade de corrente razoavelmente alta. Partida com l de ao Coloque uma bola feita de l de ao com dimetro 10 mm sobre a pea, bem abaixo do arame de solda. Alimente lentamente o arame de solda em direo bola de l de ao at comprimi-la aproximadamente a metade do dimetro. Adicione o fluxo e inicie a soldagem.

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FLUXOS OK Partida com material fundido Sempre que houver uma poa de fluxo fundido, pode ser iniciada uma soldagem simplesmente inserindo o arame de solda na poa e aplicando a corrente de soldagem. Quando dois ou mais arames de solda forem alimentados separadamente na poa de fuso, como o caso na soldagem com mltiplos eletrodos (tandem arc), necessrio alimentar apenas um arame de solda para iniciar a poa de fuso. Os outros arames iniciaro a soldagem quando forem alimentados na poa de fuso. Partida com arame retrtil Essa partida somente possvel quando o equipamento de soldagem especificamente adaptado a este procedimento. empregado quando tm que ser efetuadas partidas freqentes em um curto tempo de soldagem e quando a posio de partida particularmente importante. A prtica normal alimentar aos poucos o arame de solda at que ele encoste a pea, certificando-se de que foi estabelecido um bom contato eltrico. A ponta do arame de solda ento coberta com fluxo e a corrente de soldagem ativada. Assim que o circuito fechar, o arame de solda retrai-se acionado pelo dispositivo adaptado ao equipamento e momentaneamente reverte o motor de alimentao, evitando que o arame de solda fure a pea. Se a pea tiver pequena espessura, as condies de partida tornam-se crticas. O arame de solda deve ter o contato mais leve possvel que produza uma boa condutividade eltrica. O cabeote de soldagem deve ser rigidamente montado. A ponta do arame de solda deve estar limpa e seu dimetro deve ser escolhido de modo a permitir altas densidades de corrente j que, quanto maior a densidade de corrente, mais fcil ser a partida.

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Variveis controlveis durante a soldagemConhecimento e controle das variveis na soldagem por arco submerso so essenciais caso se queira obter soldas de boa qualidade. As variveis, na ordem aproximada de importncia, so: corrente de soldagem; tenso do arco; velocidade de soldagem; largura e altura da camada de fluxo; ajustes mecnicos. Essas variveis so discutidas no texto a seguir.

Corrente de soldagemA corrente de soldagem a varivel mais influente. Ela controla a taxa de fuso do arame de solda, a profundidade de fuso e a quantidade de metal de base fundido. Se a corrente for excessivamente alta, a fuso ser tambm excessivamente profunda (excesso de penetrao) e o metal de solda fundido poder vazar. Adicionalmente, o maior calor desenvolvido pode alargar demais a zona termicamente afetada do metal de base. Correntes muito altas significam tambm um desperdcio de energia e de arame de solda no sentido de reforo excessivo. Por outro lado, se a corrente for muito baixa, haver penetrao e reforo insuficientes.

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Tenso do arcoO mais prximo em importncia corrente de soldagem a tenso do arco, que a diferena de potencial eltrico entre a ponta do arame de solda e a superfcie do metal de solda fundido. A tenso de soldagem varia com a distncia entre o arame de solda e a poa de fuso (comprimento do arco). Se o comprimento do arco aumentar, a tenso do arco aumenta; inversamente, se o comprimento do arco diminuir, a tenso do arco diminui. A tenso do arco tem um pequeno efeito na quantidade de arame de solda depositado, que determinada majoritariamente pela corrente de soldagem. A tenso do arco determina principalmente a geometria da zona de fuso e o reforo (perfil do cordo de solda). Altas tenses do arco produzem cordes mais largos, mais planos e menos profundos.

Velocidade de soldagemCom qualquer combinao de corrente-tenso de soldagem, os efeitos de variao da velocidade de soldagem seguem um modelo geral: Se a velocidade de soldagem aumentar: diminui o aporte trmico (quantidade de calor transferido pelo arco por unidade de comprimento de solda); diminui a quantidade de arame de solda por unidade de comprimento de solda; conseqentemente, diminui o reforo de solda. Se a velocidade de soldagem diminuir: aumenta o aporte trmico;

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FLUXOS OK aumenta a quantidade de arame de solda por unidade de comprimento de solda; conseqentemente, aumenta o reforo de solda. Adicionalmente a esse modelo, a velocidade de soldagem pode ter outro efeito na solda acabada. Normalmente, apenas a corrente de soldagem afeta a penetrao da solda. Entretanto, se a velocidade de soldagem diminuir alm de um certo valor, a penetrao tambm diminuir. Isso acontece porque uma boa parte da poa de fuso estar embaixo do arame de solda e a fora de penetrao do arco ser atenuada pela poa. Inversamente, se a velocidade de soldagem ultrapassar um certo valor, a penetrao aumentar porque o arame de solda estar frente da poa de fuso.

Largura e altura da camada de fluxoA largura e a altura da camada de fluxo granulado influenciam a aparncia e a integridade do cordo de acabamento bem como na soldagem propriamente dita. Se a camada de fluxo granulado for muito alta, dever resultar em um cordo spero e rugoso. Os gases gerados durante a soldagem no conseguem escapar prontamente e a superfcie do metal de solda fundido fica distorcida. Por outro lado, se a camada de fluxo granulado for muito rasa, a zona de soldagem no estar inteiramente submersa. Ocorrero centelhamento e respingos; o cordo de solda ter uma aparncia ruim e poder apresentar porosidade. Para cada condio de ajuste de parmetros de soldagem existe uma altura tima de fluxo granulado. Essa altura pode ser estabelecida aumentando-se lentamente a quantidade de fluxo granulado at que o arco esteja submerso e que no ocorra mais centelhamento.

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FLUXOS OK Os gases sero liberados sem turbulncia em torno do arame de solda, algumas vezes havendo queima deles. Raramente aplicada uma camada excessivamente estreita. O procedimento mais seguro aplicar uma camada com largura trs vezes superior largura da poa de fuso. Em cordes largos pode ser necessrio aplicar uma camada mais larga. Uma camada de fluxo que esteja limitada por limitadores muito estreitos interfere na fluidez lateral normal do metal de solda fundido, resultando em um reforo estreito, com altura desproporcionalmente maior que a largura e sem molhar convenientemente o metal de base.

Ajustes mecnicosA posio do arame de solda deve ser mantida para controlar a geometria do cordo e a profundidade de penetrao. O arame pode ser guiado automaticamente ou ajustado manualmente medida que a solda progride. Enquanto a solda estiver em andamento, uma inspeo indicar se o cobre-juntas est pressionado contra o lado inferior da junta. Se no estiver pressionado, muito metal poder fluir nas folgas, resultando em um reforo de solda reduzido, mordeduras e conseqentemente em uma solda perdida.

Variantes do processoA soldagem por arco submerso leva a uma ampla variedade de combinaes de arame e fluxo, a arranjos de um e de vrios arames e ao uso de fontes de soldagem CC ou CA. O processo tem sido adaptado a uma gama de materiais e espessuras. Vrias configura92

FLUXOS OK es de arcos mltiplos podem ser empregadas para controlar o perfil do cordo de solda e aumentar as taxas de deposio em relao soldagem com um nico arame. Os depsitos de solda podem variar desde cordes largos com pouca penetrao para revestimentos at cordes estreitos com penetrao profunda para juntas espessas. Parte dessa versatilidade provm do emprego de CA. Os princpios que favorecem o uso de CA para minimizar o sopro magntico na soldagem com um nico arame so freqentemente aplicados na soldagem com arcos mltiplos para criar uma deflexo favorvel do arco. A corrente que flui nos eletrodos adjacentes gera campos magnticos interativos que podem tanto aumentar quanto diminuir um ao outro. No espao entre os arcos, esses campos magnticos so usados para produzir foras que iro defletir os arcos (e, portanto, distribuir o calor) nas direes benficas aplicao de soldagem pretendida. Vrios tipos de fontes de soldagem e acessrios so projetados e fabricados especialmente para a soldagem com arcos mltiplos. Esses equipamentos relativamente sofisticados so projetados para a produo em larga escala de longos cordes ou para aplicaes repetitivas. As configuraes seguintes so tpicas do processo de soldagem por arco submerso empregadas atualmente na soldagem de produo. Elas podem ser empregadas para a soldagem de aos carbono e de baixa liga dentro das limitaes anteriormente observadas.

Soldagem com um nico arameA soldagem com um nico arame a mais comum dentre todas as configuraes, utilizando apenas um arame e uma fonte de soldagem. normalmente aplicada com CC+, porm pode tambm ser aplicada com CC- quando for requerida uma menor penetrao no metal de base. O processo pode ser empregado no modo semi93

FLUXOS OK automtico, onde o soldador manipula o arame, ou no modo automtico. Um nico arame freqentemente utilizado com equipamentos de soldagem especiais para passes de acabamento em juntas horizontais com chanfro em tanques de estocagem e vasos de presso. O equipamento montado sobre o anel superior e solda a junta circunferencial. Um dispositivo especial empregado para suportar o fluxo contra os anis. Normalmente, ambos os lados da junta (interno e externo) so soldados simultaneamente para reduzir o tempo de fabricao.

Soldagem com chanfro estreitoConfiguraes com chanfro estreito so freqentemente empregadas para a soldagem de peas com espessuras acima de 50 mm, com aberturas de raiz entre 13 e 25 mm e um ngulo total de chanfro de 0 a 8. Essa variante de processo normalmente alimenta o arame com CC+ ou CA, dependendo do tipo de arame e do fluxo sendo utilizados. essencial empregar fluxos especialmente desenvolvidos para a soldagem em chanfro estreito por causa da dificuldade de remoo da escria. Esses fluxos apresentam caractersticas especiais que facilitam a remoo de escria em chanfros estreitos.

Soldagem com arames mltiplosSistemas de arames mltiplos combinam dois ou mais arames de soldagem alimentando a mesma poa de fuso. Os arames podem ou conduzir corrente eltrica ou ser alimentados a frio. Eles podem ser alimentados por uma ou por vrias fontes, que podem ser CC ou CA ou ambos os tipos de corrente.

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FLUXOS OK Sistemas de soldagem com arames mltiplos no s aumentam a taxa de deposio do metal de solda como tambm melhoram a flexibilidade operacional e proporcionam uma aplicao mais eficiente do metal de solda. Esse controle melhorado da taxa de deposio tambm pode levar a maiores velocidades de soldagem, at cinco vezes os valores normalmente atingidos com um nico arame. Processo com arames geminados (twin arc) Essa configurao usa dois arames alimentados na mesma poa de fuso. Os dois arames so conectados a uma nica fonte de soldagem e alimentador, e so normalmente utilizados com CC+. Como os dois arames so fundidos, esse modo proporciona taxas de deposio maiores quando comparadas com a soldagem com um nico arame. O processo empregado no modo automtico e pode ser aplicado em juntas com chanfro na posio plana ou em juntas em ngulo na posio horizontal. a) Taxas de deposio A Tabel