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soli 30

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Publicação nacional da Coordenação Anarquista Brasileira - CAB

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  • O primeiro semestre de 2015 segue com as nefastas polticas do governo PT/PMDB

    garantindo o mximo lucro para o capital empresarial e financeiro (nacional e internacional),

    e com o ataque aos direitos do povo. Est claro que mulheres, negros, indgenas, pobres e

    camponeses esto excludos destas polticas, tocadas pelo executivo junto a um congresso

    conservador e reacionrio e um ministrio que busca implementar as polticas de auteridade

    do sistema financeiro, do agronegcio e da precarizao da classe trabalhadora, no restando

    mais nada do projeto petista de conciliao de classes.

    Tudo isso refora que no h, e nunca houve, possibilidade de disputa deste governo.

    Ou que o problema seja de crise de direo ou que o governo esteja politicamente em uma

    situao de refm para garantir a governabilidade. Pelo contrrio, o PT tomou a deciso

    poltica de governar de tal forma, fazendo o povo sangrar e evidenciando mais uma vez que o

    mecanismo representativo no constri poder popular nem transformao social.

    Os recentes acordos bilaterais firmados com os Estados Unidos indicam mais uma

    guinada direita do governo Dilma. Acreditando na necessidade destas polticas, o governo

    vem aplicando um receiturio marcadamente neoliberal frente a uma conjuntura internacional

    que no possibilita mais as mesmas condies anteriores que alavancaram as polticas

    neodesenvolvimentistas nesses 12 anos de PT no governo. E as ltimas quedas vertiginosas da

    bolsa da China, que chegaram at 30%, podem causar impactos na economia brasileira e

    selam o esgotamento da poltica neodesenvolvimentista.

    CORTAM NA CARNE DOS TRABALHADORES.

    QUEREM PRENDER OS JOVENS NEGROS E POBRES

    QUE NO SE AJUSTAM.

    O governo segue a receita da austeridade. J sofremos nos estados e municpios com

    as polticas de ajuste fiscal e graves cortes sociais, como na sade e na educao. Fazendo o

    povo pagar uma conta cara para o lucro dos investidores internacionais. Dentro desse pacote, a

    ampliao das terceirizaes (PL 4330) e o ataque a direitos como o seguro-desemprego e a

    aposentadoria (MPs 664 e 665) fazem a classe trabalhadora virar carne barata no capitalismo

    de mercado. O Programa de Proteo ao Emprego criado pelo governo Dilma em medida

    provisria um plano de socorro aos patres que autoriza reduo salarial de at 30%. um

    retrocesso brutal feito com a chancela das burocracias da CUT e da Fora Sindical. O acordo

    coletivo especfico entre empresa e trabalhador, previsto na MP, abre precedente pra

    flexibilizao dos direitos trabalhistas. Para as mulheres a situao ainda pior. Em nossa

    sociedade patriarcal e opressora a terceirizao e a precarizao no mundo do trabalho sempre

    foram uma realidade, com salrios mais baixos e desigualdade de direitos em relao aos

    homens.

    Em paralelo avanam uma srie de iniciativas conservadoras e de ataque aos direitos

    humanos, como a reduo da maioridade penal e a tentativa de excluir a temtica de gnero do

    debate educacional. Os setores da direita do governo em conjunto com a oposio de direita

    tentam avanar as pautas conservadoras que aprofundam a criminalizao e o extermnio

    dos/as pobres e fazem retroceder avanos importantes na luta contra as opresses de gnero e

    sexualidade. Os Povos indgenas tambm sofrem com a perda de seus territrios e o

    campesinato com a estagnao da reforma agrria e a falta de aes que garantam sua vida e

    permanncia no campo. Com as presses de bancadas como a ruralista, evanglica e da bala,

    estas pautas vem se materializando, contando com a ajuda da mdia burguesa que faz

    terrorismo e trabalha para naturalizar determinados valores conservadores na populao.

    RETOMAR OS VALORES E AS LUTAS

    DA CLASSE TRABALHADORA

    Ampliao das

    terceirizaes (PL

    4330) e o ataque a

    direitos como o

    seguro-desemprego

    e a aposentadoria

    (MPs 664 e 665)

    fazem a classe

    trabalhadora virar

    carne barata no

    capitalismo de

    mercado. O

    Programa de

    Proteo ao

    Emprego criado

    pelo governo Dilma

    em medida

    provisria um

    plano de socorro

    aos patres que

    autoriza reduo

    salarial de at 30%.

    um retrocesso

    brutal feito com a

    chancela das

    burocracias da CUT

    e da Fora Sindical.

    N30 - Ano XI - Julho de 2015

  • Enquanto o governo Dilma evolui pra direita, os setores burgueses que no vestem a farda

    do governismo se alinham com as posies mais extremas e conservadoras pra se

    distinguir na turbulncia da cena poltica. O conservadorismo ganha insero e cresce na

    base da sociedade. O PT est jogado na vala comum da poltica burguesa, sujo at o

    pescoo na corrupo dos politicos e patres, encurralado entre a barganha das oligarquias

    e o fogo oportunista da direita opositora. As hipteses de cassao de mandato ou

    impeachment voltam a ameaar e pra todos os efeitos provocam a sangria da presidenta at

    as eleies de 2018. A crise do governismo faz palco de uma luta feroz de setores das

    classes dominantes e as elites dirigentes. Briga de cachorro grande pra ver com quem fica

    com o osso e com quem se reparte o farelo.

    A reforma poltica dirigida por Eduardo Cunha no congresso um projeto em causa

    prpria pra lavar a cara dos polticos e patres, parasitas dos recursos e bens pblicos. Esto

    fora de pauta os mecanismos de participao e democracia direta dos de baixo. Outro

    elemento a se levar em considerao so as diversas iniciativas em curso de construo de

    frentes, campanhas e mobilizaes por parte da esquerda. Em nenhum dos casos parece estar

    em jogo um processo que possibilite o acmulo organizativo e ideolgico das classes

    oprimidas para mudar a correlao de foras no pas. A experincia tem mostrado que tais

    frentes tem sido movidas mais em um sentido pragmtico eleitoral do que de mobilizao

    popular concreta. Valores e prticas histricas da classe trabalhadora, como a greve geral e o

    piquete no devem ter seu sentido esvaziado como mero slogan ou visando a autopromoo

    poltica. Eles so fruto de mobilizao social e sintomas de quando os trabalhadores sentem

    que tem fora e que preciso fazer aes para contrapor a opresso dos patres e poderosos.

    PARA OS OPRIMIDOS A SADA NO VEM DE CIMA.

    NUNCA VEIO.

    Duros ataques nos direitos e condies de vida tambm produzem resistncia, como

    foram as greves dos trabalhadores do setor pblico, estudantes e professores estaduais e

    federais do Paran, duramente reprimidas pelo governo. Como as recentes greves nas mais de

    trinta instituies de ensino federais. E essencial que as aes populares e mobilizaes

    sejam dotadas de mtodos que estimulem o protagonismo da base e sejam fruto da luta

    cotidiana. Ao direta, federalismo, autogesto e greve geral so valores histricos da classe

    trabalhadora e devem ter seu sentido ideolgico retomado e reafirmado. essencial que os

    organismos sociais como movimentos populares e sindicatos tenham autonomia poltica e

    tenham seus rumos decididos por suas bases, livres de prticas verticalizadas e

    burocratizantes.

    Pela unidade de classe e mobilizao do povo contra os ataques conservadores e dos

    poderosos! Punho fechado contra a reduo da maioridade penal e contra a criminalizao da

    pobreza! Repudiamos as atuais polticas de terceirizao, flexibilizao e precarizao do

    trabalho! A greve um direito e, assim como as manifestaes e os protestos, no devem ser

    reprimidos nem criminalizados pelo estado e pela mdia burguesa! Todo apoio s lutas e

    articulao entre o povo do campo e da cidade. Contra as polticas de excluso dos pobres das

    cidades e pelo acesso a um transporte digno, eficiente e sem catracas! Todo apoio s lutas da

    juventude, mulheres, negros, LGBTT e resistncia contra todas as formas de opresso!

    E essencial que

    as aes populares

    e mobilizaes

    sejam dotadas de

    mtodos que

    estimulem o

    protagonismo da

    base e sejam fruto

    da luta cotidiana.

    Ao direta,

    federalismo,

    autogesto e greve

    geral so valores

    histricos da classe

    trabalhadora e

    devem ter seu

    sentido ideolgico

    retomado e

    reafirmado.

    A Coordenao Anarquista Brasileira (CAB) um projeto de

    organizao poltica anarquista fundado nos dias 9 e 10 de junho

    de 2012 na cidade do Rio de Janeiro em seu primeiro Congresso.

    A Declarao de Princpios, os elementos de anlise e acordo

    poltico das suas instncias nacionais

    constituem seu pacto associativo.

    N30 - Ano XI - Julho de 2015

    DE DENTRO E DE FORA DO GOVERNO

    A DIREITA LATE E MORDE O OSSO

    COORDENAO ANARQUISTA BRASILEIRA

    Secretaria Nacional: [email protected]

    anarquismo.noblogs.org

    LUTAR, CRIAR PODER POPULAR!