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Maio 2004 2.ª Série N.º 61 Mensal Padre Francisco Crespo Director Nesta extensa entrevista, o Mi- nistro do Emprego e da Solida- riedade fala abertamente das relações com as IPSS. A difer- enciação positiva é aposta que quer ganhar. Municipalização da acção so- cial? Traz ganhos e perdas, diz o governante. Bagão Félix revela que a procu- ra do Rendimento Social de In- serção tem aumentado, aumen- to provocado pela recessão; quer dar combate sem tréguas às baixas fraudulentas e à sub- sidiodependência. Tempo ainda para falar da crise, das debilidades do sistema fis- cal, até para elogiar algumas medidas do anterior governo. E para deixar um aviso: a ad- versidade demográfica só se conseguirá combater com o au- mento da produtividade. Página 3 Fisiocar de ouro Fernando Gonçalves inven- tou um veículo de transporte e terapia para deficientes ou traumatizados motores e pessoas que tenham dificul- dades motoras. O Fisiocar ganhou a meda- lha de ouro no Salão Interna- cional de Invenções, que de- correu recentemente em Ge- nebra. Este inventor do Fundão espera agora que alguma empresa ligada ao sector o contacte, para avançar com a produção do veículo. Mensário da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade CNIS MINISTRO BAGÃO FÉLIX EM ENTREVISTA Padre Maia comenta A Paixão de Mel Gibson Página 16 Em entrevista ao Solida- riedade, Paulo E. Correia, Juiz dos Tribunais de Famí- lia e Menores, diz que o al- coolismo dos casais é causa de muitos mais males que a toxicodependência. As crian- ças das zonas rurais estão mais desprotegidas que as das cidades, por maiores di- ficuldades na denúncia de maus tratos. Condena práti- ca que sobe em flecha, a da arguição dos abusos sexu- ais como arma de arremes- so em processos de divór- cio. Página 5 Quero gerar alguma inquietude nas instituições Maquete do Fisiocar Páginas 11 a 14 Autorizado pelos CTT a circular em invólucro fechado de plástico. Autorização DEO/415/204004/DCN

SOLIDARIEDADE - Primeiras Páginas – 2004-2005

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Maio 20042.ª Série N.º 61Mensal

Padre Francisco CrespoDirector

Nesta extensa entrevista, o Mi-nistro do Emprego e da Solida-riedade fala abertamente dasrelações com as IPSS. A difer-enciação positiva é aposta quequer ganhar.Municipalização da acção so-cial? Traz ganhos e perdas, dizo governante. Bagão Félix revela que a procu-ra do Rendimento Social de In-serção tem aumentado, aumen-

to provocado pela recessão;quer dar combate sem tréguasàs baixas fraudulentas e à sub-sidiodependência. Tempo ainda para falar da crise,das debilidades do sistema fis-cal, até para elogiar algumasmedidas do anterior governo. E para deixar um aviso: a ad-versidade demográfica só seconseguirá combater com o au-mento da produtividade.

Página 3

Fisiocar de ouro

Fernando Gonçalves inven-tou um veículo de transportee terapia para deficientes outraumatizados motores epessoas que tenham dificul-dades motoras. O Fisiocar ganhou a meda-lha de ouro no Salão Interna-cional de Invenções, que de-correu recentemente em Ge-nebra.Este inventor do Fundão

espera agora que algumaempresa ligada ao sector ocontacte, para avançar coma produção do veículo.

Mensário da

Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade

CNIS

MINISTRO BAGÃO FÉLIX EM ENTREVISTA

Padre MaiacomentaA Paixãode MelGibson

Página 16

Em entrevista ao Solida-riedade, Paulo E. Correia,Juiz dos Tribunais de Famí-lia e Menores, diz que o al-coolismo dos casais é causade muitos mais males que atoxicodependência. As crian-ças das zonas rurais estãomais desprotegidas que asdas cidades, por maiores di-ficuldades na denúncia demaus tratos. Condena práti-ca que sobe em flecha, a daarguição dos abusos sexu-ais como arma de arremes-so em processos de divór-cio.

Página 5

Quero gerar alguma inquietude nas instituições

Maquete do Fisiocar

Páginas 11 a 14

Auto

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CN

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Junho 20042.ª Série N.º 62Mensal

Padre Francisco CrespoDirector

No encerramento doseminário A família faceà exclusão, o Presidenteda CNIS lembrou nãoestarem as soluções pa-ra os momentosos pro-blemas invocados, to-dos "do lado de lá doEstado": "Nós tambémtemos uma quota partede responsabilidade, amudança passa por ca-da um de nós".

E vontade não falta,segundo o Padre Fran-cisco Crespo. Mas não étudo:

"Ainda há dias, emconversa com o Sr. Mi-nistro, o avisei - Cuida-do! Se este governo nãose volta para o social, écapaz de perder as pró-ximas eleições. Podehaver outras preocupa-ções, como baixar o dé-fice, mas isso já é umafrase feita. No meiodisto tudo, quem perdesão sempre os pobres".

O Presidente da CNIS

deixa outro aviso ao go-vernante: “Assinámosum protocolo que noscustou imenso a nego-ciar. Deus nos livre depensar que assinámosum papel sem que depoisaconteça nada".

Apesar de se manifes-tar esperançado em "diasmelhores", o Padre Cres-po foi categórico: "Se asverbas prometidas nãochegarem até Junho,nós temos que fazer ba-rulho. Para evitar maisexclusões, porque nósqueremos trabalhar, e játrabalhamos, para a in-clusão...".

Na entrevista que pu-blicamos nas páginascentrais, o Presidenteda CNIS aprofunda o rela-cionamento mantido como Ministério da Seguran-ça Social e do Trabalho,abordando também ou-tros assuntos de actuali-dade para o futuro dasInstituições.

PRESIDENTE DA CNIS EM ENTREVISTA

Evgen Bavcar

A surpreendente históriade um fotógrafo cego

Página 16

Em Fátima discutiu-se A fa-mília face à exclusão. A ini-ciativa da CNIS trouxe aodebate um sem-número dedesafios que os dias de hojecolocam aos agregados fa-miliares portugueses.Entre as exigências acresci-das e os apoios que faltam,a Família, esse Sítio da Fe-licidade, resiste por vezescom denodo, soçobrandonoutras situações, e aquicada vez com maior fre-quência.Nas páginas interiores da-mos amplo destaque a esteencontro.

Páginas 3 a 6

Nas Instituições, é tempo de separaro trigo do joio

Ânimas intervém com animais de ajuda social Utentes da SCM de Chaves expõem artesanato

ADFP pede livros para a sua Biblioteca Itinerante UDIPSS de Santarém aposta na formação

Associação de Moradores das Lameiras (Famalicão) comemora 20 anos ao serviço da comunidade

Espaço deOpinião

José LeiriãoManuel Antunes da LombaPadre José Maia Paulo Eduardo Correia

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Preço: 0,50 euros

Mensário da

Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade

CNIS

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Julho 20042.ª Série N.º 63Mensal

Cónego Francisco CrespoDirector

Dom Manuel Martins é uma personalidadeinvulgar da vida democrática portuguesa. Foi oprimeiro Bispo de Setúbal, durante 23 anos, enessa qualidade ganhou o respeito dos dioce-sanos locais e dos políticos do país. Defendeu sempre os mais fracos, carentes,

marginalizados e nunca se calou perante as in-justiças. Ouviu, muitas vezes, chamaram-lhe"vermelho", de comunista, e considerou a alcu-nha como o melhor elogio que pode ser dado aum pastor da Igreja Católica. Hoje, com 77 anos, é um Bispo Resignatário

que não abdica da evangelização. É presidente da Fundação SPES, mas anda de

autocarro para fugir ao trânsito e sentir o povo.Durante mais de duas horas de conversa com o

jornal Solidariedade Dom Manuel Martins mos-trou a sua jovialidade, inteligência, simpatia e airreverência que sempre o caracterizou. CriticaDurão Barroso por ter abandonado a barca dagovernação e diz que o Euro 2004 foi uma espé-cie de bebedeira colectiva. Afirma que o neo-li-beralismo é uma religião fundamentalista. Das IPSS garante que só podem singrar e

desenvolver-se porque este modelo de socie-dade promove a solidariedade organizada. Na entrevista confirmou o que se escreveu na

capa de um dos cinco livros sobre a sua vida:Dom Manuel Martins é um Bispo Resignatáriomas não Resignado.

D. MANUEL MARTINS EM ENTREVISTA

Foram os pobres que encheramos estádios do Euro

Novos Rostos... Novos Desafios 75 anos da Misericórdia de Gaia

Avós e netos em são convívio A nova família UDIPSS de Aveiro em destaque

Do apetite para a municipalização das IPSS O Modelo Social Europeu

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Mensário da

Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade

CNIS

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Agosto 20042.ª Série N.º 64Mensal

Cónego Francisco CrespoDirector

JOAQUINA MADEIRA EM ENTREVISTA

Queremos reduzir parametade o tempo médiode atribuição do RSI

Espaço deOpinião

Cónego Francisco Crespo:

Será que o Presidente

da República se

enganou?

Padre José Maia:

Governo esqueceu

políticas sociais

Crónicas de:

Henrique Rodrigues

José Leirião

Mafalda Santos

Paulo Eduardo Correia

Preço: 0,50 euros

Mensário da

Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade

CNIS

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Acordos assinados com 18 Câmaras do distrito

Centro Social eParoquial de Bobadela denuncia:Em Portugal morre-sse à fome!

Dia histórico para a UDIPSS do Porto

Entrevista com oPresidente da UDIPSS de Braga

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Setembro 20042.ª Série N.º 65Mensal

Cónego Francisco CrespoDirector

FERNANDO RUAS EM ENTREVISTA

Onde há promotores privados

as autarquias não se devem meter

Espaço deOpinião

Joaquim Guarda:

O novo ano escolar

Padre José Maia:

Creches:

Casa cheia!

Crónicas de:

Henrique Rodrigues

José Leirião

Paulo Eduardo Correia

Preço: 0,50 euros

Mensário da

Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade

CNIS

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Concha Tello:Uma Le igaUma Le igaMiss ionár iaMiss ionár iano Niassa no Niassa esquecidoesquecido

Entrevista com o Presidente daUDIPSS de Castelo Branco

Solidariedadevai estar online

Há ainda muito a fazer para me-lhorar a vida dos deficientes emPortugal. A principal batalha passapor uma alteração das mentalida-des, considera o Presidente daAssociação Nacional de Muni-cípios.

Nesta extensa entrevista, o eco-nomista Fernando Ruas abordaoutras questões sensíveis da vidaportuguesa.

Considera fundamental a criaçãodos Conselhos Locais de AcçãoSocial, a par de uma maior munici-palização no campo da solida-riedade.

Mais competências para as au-tarquias, exige Ruas, que lidera omunicípio viseense há 14 anos.

No que reporta à economia so-cial, o edil considera que tem sido“um refúgio de combate ao de-semprego”.

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Outubro 20042.ª Série N.º 66Mensal

Cónego Francisco CrespoDirector

CARVALHO DA SILVA EM ENTREVISTA

Com este governo, o sector social Com este governo, o sector social

é dominado pelo poder económicoé dominado pelo poder económico

Preço: 0,50 euros

Mensário da

Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade

CNIS

Autorizado pelos CTT a circular em invólucro fechado de plástico. Autorização DEO/415/204004/DCN

FFaltam lares nas zonas mais altam lares nas zonas mais

populosas do distritopopulosas do distrito

Manuel Carvalho da Silva é uma das personalidades mais reconhecidas noespectro político português. Graças a uma alta definição, da imagem e da inter-venção social, o líder da CGTP é identificado com a defesa intransigente dosdireitos dos trabalhadores portugueses.

Nesta primeira entrevista ao jornal Solidariedade, Manuel Carvalho da Silva éo mesmo de sempre. Critica a substituição de Durão Barroso por Santana Lopesna chefia do governo e afirma estar muito preocupado com o agravamento datendência neo-liberal que este executivo representa.

Carvalho da Silva teme que todo o sector social seja subjugado pelo reforço dainfluência do poder económico e financeiro na condução do país. Sinal evidentedessa tendência é a designação do novo ministério da Segurança Social e aescolha do ministro. Nada tendo contra Fernando Negrão, enquanto pessoa, olíder da CGTP suspeita que o titular da pasta não conheça a dimensão das mis-sões para que foi requisitado.

Não é de espantar que nesta entrevista o maior destinatário da mordacidadecaracterística de Carvalho da Silva seja Bagão Félix, o ministro das Finanças.

Uma grande entrevista a não perder, nas páginas centrais.

Virgílio Mendes

Ardérius,

Presidente

da UDIPSS

da

Guarda

Vítimas da violência domésticaVítimas da violência doméstica

vão ter Casa Abrigovão ter Casa Abrigo

Centro Social e Paroquial da Vera Cruz

Solidariedade OnlineSolidariedade Online

com mais de 1000 com mais de 1000

visitas por diavisitas por dia

Henrique

Rodrigues

exige:

Pensão mínima de3.500 contos, já!

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Novembro 20042.ª Série N.º 67Mensal

Cónego Francisco CrespoDirector

DULCE ROCHA EM ENTREVISTA

Todos os cidadãos têm o Todos os cidadãos têm o dever ético da denúnciadever ético da denúncia

Mário Nunes:

Liberdade,

Igualdade,

Solidariedade

Preço: 0,50 euros

Mensário da

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CNIS

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Mais voluntariadode execução, precisa-sse!

Entrevista com

o Presidente da

UDIPSS de

Leiria

Há 120 mil crianças em risco em Portugal. Sãoassim consideradas, por exemplo, aquelas quevivem em habitações degradadas, aquelas cujospais são toxicodependentes ou alcoólicos, aque-las que faltam à escola sucessivamente, aquelasque têm consultas marcadas e nunca aparecem.Dessas, um terço estão numa situação de perigo.Estão devidamente referenciadas e já houve ten-tativas, falhadas, de intervenção de entidadespúblicas ou privadas. Estão em perigo face àsaúde, segurança, educação e bem-estar. Aotodo, foram comunicados 23 mil destes casos,mas haverá outros tantos sem acompanhamentopor parte das 245 Comissões de Protecção deCrianças e Jovens espalhadas pelo país.

Com o julgamento do caso Casa Pia prestes acomeçar, com a mediatização das mortes deJoana, no Algarve e de Catarina, em Ermesinde,tem-se equacionado o papel que as Comissõesde Protecção da Crianças e Jovens devem ter naidentificação, avaliação, acompanhamento e de-cisão de casos em que as famílias naturais nãocumprem os deveres a que estão obrigadas.

A magistrada Dulce Rocha é a presidente daComissão Nacional de Protecção das Crianças eJovens em Risco. Em entrevista ao Solidariedadesublinha que a mediatização tem, pelo menos, umaspecto positivo: o de promover a denúncia desituação de crianças em perigo. Nesta entrevistaDulce Rocha afirma que o Ministério Público deveassumir cabalmente as funções de fiscalização eacompanhamento, que lhe estão atribuídas porlei, junto das Comissões locais. Para ler nas pági-nas centrais.

IPSIPSS com mais S com mais

leigos e menosleigos e menos

padres - defendepadres - defende

Virgílio FrVirgílio Franciscoancisco

Seminário IPSS e Voluntariado

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Mensal

Cónego Francisco CrespoDirectorAutorizado pelos CTT a circular em invólucro fechado de plástico. Autorização DEO/415/204004/DCN

PRESIDENTE DO INSTITUTO DA DROGA E DA TOXICODEPENDÊNCIA

Há exploração das famíliasHá exploração das famíliasnos sistemas de tratamentonos sistemas de tratamento

Irmã Maria Isabel:

“A espera que se

traduz em esperança”

Mensário da

Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade

CNIS

Entrevista com Lino

Maia, Presidente da

UDIPSS-Porto

Nuno Freitas é o Presidente do Instituto da Droga e da

Toxicodependência. Médico de profissão, com 33 anos,

estava a trabalhar na Câmara de Coimbra, na equipa de

Carlos Encarnação, quando foi convidado pelo Primeiro-

ministro e pelo Ministro da Saúde para assumir a lider-

ança do IDT.

Foi substituir Fernando Negrão que ascendeu a Ministro

da Segurança Social da Família e da Criança.

No combate diário à toxicodependência, há ganhos e

perdas, avanços e recuos. Há notícias animadoras, a par

de dados negativos.

Em Grande Entrevista, Nuno Freitas traça um retrato do

sector.

“O Estado não“O Estado não

pode ser vistopode ser visto

como uma espéciecomo uma espécie

de Pde Pai Natal”ai Natal”

Dezembro 20042.ª Série N.º 68Preço: 0,50 euros

“É muito cedo para “É muito cedo para

fazermos previsões”fazermos previsões”

D. XIMENES BELO, SOBRE

O NOVO PAPA:

D. Ximenes Belo esteve em Miranda do Corvo, para

uma homenagem prestada pela ADPF, associando-se

ao XVII aniversário desta IPSS.

Vindo de Moçambique, em trânsito para Roma, para

participar numa reunião dos laureados com o Prémio

Nobel da Paz, D. Ximenes Belo aceitou responder a

algumas perguntas do Solidariedade.

“O recluso espera “O recluso espera

sempre que asempre que a

sociedade lhe perdoe”sociedade lhe perdoe”

PADRE JOÃO GONÇALVES,

COORDENADOR NACIONAL

DA PASTORAL DAS PRISÕES:

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TRAGÉDIA NA ÁSIA DEIXA O MUNDO EM CHOQUE

CCnniiss aabbrree ccoonnttaa ssoolliiddáárriiaaCCnniiss aabbrree ccoonnttaa ssoolliiddáárriiaa

Soares Pereira

escreve sobre

crianças em risco

Mensário da

Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade

CNIS

Entrevista com José

Joaquim Painho,

Presidente da

UDIPSS-Santarém

Participando numa grande onda de Solidariedade que minimize os efeitos dessas ondas

assassinas e devastadoras, o Presidente da CNIS apela a todas as Instituições Particulares

de Solidariedade Social para, com o seu dinamismo próprio contribuirem generosamente,

ajudando quem, neste momento, precisa da nossa solidariedade efectiva.

União escalabitanaUnião escalabitana

muito solicitadamuito solicitada

pelas IPSpelas IPSSS

Janeiro 20052.ª Série N.º 69Preço: 1 euro

UNICEF pede 60 UNICEF pede 60

milhões de euros demilhões de euros de

ajudaajuda

Governo de PortugalGoverno de Portugal

promove campanha promove campanha

de solidariedadede solidariedade

Caritas portuguesa jáCaritas portuguesa já

aplica donativosaplica donativos

Laboratório portuguêsLaboratório português

oferece 120 miloferece 120 mil

antibióticos ao antibióticos ao

Sri LankaSri Lanka

Deposite os seus donativos

na conta da CNIS do

Banco Montepio Geral:

NIB: 0036 0093 9910 0067797 10

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PROGRAMAS ELEITORAIS

PParar tidos temem falênciatidos temem falênciado sistema socialdo sistema social

Florinhas do Vouga

Mensário da

Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade

CNIS

Entrevista com José

Carlos Batalha,

Presidente da

UDIPSS de Lisboa

O Estado vai abdicar de gerir as unidades de acolhimento de crianças em risco, porque muitas delas apresentamcondições "indignas". O anúncio, feito pelo ministro da Segurança Social, está a causar polémica. O Presidente da CNISalerta para a possibilidade de se tratar de “um presente envenenado”. O Presidente da UDIPSS de Lisboa defende queo Estado devia ter chamado primeiro a CNIS à mesa das negociações.

“IPS“IPSS precisam S precisam

de um de um

choque cívico”choque cívico”

Fevereiro 20052.ª Série N.º 70Preço: 1 euro

CONTRA A ADVERSIDADE

Uma história de perseverança,de grande coragem contra aadversidade, a estória de umjovem que não quis nem querparar, porque parar não é viver.

VVaassccoo vvaaii VVaassccoo vvaaii àà lluuttaaàà lluuttaaUma instituição no

coração de Aveiro

A campanha eleitoral está na rua. Cartazes, promessas, declarações, discursos, imagens, debates, palavras, símbolos,mensagens… Os partidos estão em plena batalha democrática pela conquista dos votos. Convencer é o verbo a con-jugar até dia 20. Esclarecer é a prática tantas vezes soterrada pelo imediatismo das estratégias das campanhas vaziasde ideias e grávidas de poder. Para que a escolha seja consciente e responsável o Solidariedade foi aos programas dos partidos e folheou os capítu-los sobre as políticas sociais. Nas centrais pode encontrar o essencial das propostas dos partidos no que diz respeitoà acção social, ao papel das IPSS e às medidas de cariz social. Se quiser saber ainda mais pode consultar, na íntegra,os programas partidários no nosso site: Solidariedade Online

DECISÃO ENVOLTA EM POLÉMICA

Estado entrega unidades de acolhimento Estado entrega unidades de acolhimento

de crianças em risco às IPSSde crianças em risco às IPSS

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Mensal

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RUI CUNHA, EX-SECRETÁRIO DE ESTADO-ADJUNTO DO MINISTRO DO TRABALHO E DA SOLIDARIEDADE

Seria irSeria ir responsável diminuirresponsável diminuiro papel das IPSSo papel das IPSS

Entrevista com José

Marques Fernandes,

Presidente da

UDIPSS de Setúbal

Março 20052.ª Série N.º 71Preço: 1 euro

Há uma grande expectativa no sector social para decifrar as

grandes orientações políticas que o governo PS vai adoptar.

Os tempos continuam a fazer correr o rio da crise que atira

para as margens um número cada vez maior de desempre-

gados. As famílias sentem de forma mais intensa e prolonga-

da os efeitos da instabilidade; jovens e idosos lideram o rol

dos mais desprotegidos. O efeito de bola de neve tem uma

expressão muito adequada quando se trata de caracterizar

o impacto social da crise económica portuguesa. A mudança

de governo trouxe a esperança.

Com esta entrevista a Rui Cunha, um dos dirigentes do PS que

melhor pode traduzir e interpretar a ansiedade social, o

Solidariedade tentou antecipar algumas das políticas que o

Governo de José Sócrates pretende levar a efeito.

Costa Fernandes

escreve sobre as

PRIORIDADES

DA CNIS

VIEIRA DA SILVA É O MINISTRO DO TRABALHO E DA SOLIDARIEDADE SOCIAL

Um repetente na SolidariedadeA escolha de José Sócrates para a pasta do Trabalho e Solidariedade

Social recaiu em José Vieira da Silva. É um governante repetente já quefoi adjunto do ministro da Solidariedade, secretário de Estado daSegurança Social e secretário de Estado das Obras Públicas, das duasvezes tendo como ministro Ferro Rodrigues. Depois do afastamento dePaulo Pedroso, Vieira da Silva tornou-se mesmo na segunda figura socia-lista. No último congresso, que levou Sócrates à liderança, manteve-sediscreto. Valeu-lhe a manutenção no secretariado nacional e a perma-

nência na "entourage" dos que desenha-ram a estratégia que levou Sócrates aopoder.

Vieira da Silva, 53 anos, é licenciado emEconomia pelo ISEG e assistente convi-dado do Instituto Superior das Ciênciasdo Trabalho e da Empresa (ISCTE), ondefoi responsável pela cadeira de Economiae Política Económica Portuguesa.

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MMOORRRREEUU JJOOÃÃOO PPAAUULLOO II II

O PO Papa que mudou o mundoapa que mudou o mundo

Entrevista com Manuel

Domingos, Presidente

da UDIPSS de Viana

do Castelo

Abril 20052.ª Série N.º 72Preço: 1 euro

João Paulo II morreu aos 84 anos de idade, após quase 27 anos de pontificado.Karol Wojtyla foi eleito Papa em Outubro de 1978, iniciando o terceiro mais longopontificado da história da Igreja Católica. Os 26 anos de pontificado ficam marca-dos por muitas viagens, pelo ecumenismo e pela abertura a um mundo em con-vulsão. Poliglota e carismático, os discursos que faz cativam as multidões que reúne noslocais por onde passa. Interventivo, as palavras de João Paulo II não esquecemo mundo em convulsão, apelando incansavelmente à paz e ao combate àpobreza. Ao todo, escreveu 14 encíclicas (documentos doutrinais) e mais de dezmil discursos, abordando temas que vão do ambiente, à economia, passandopela segurança. Proclamou 1.338 beatos, canonizou 482 santos, mais do que em todos osPontificados desde a criação da Congregação dos Ritos, em 1588. Convocou 9 consistórios para a criação de cardeais e nomeou 232 cardeais. Realizou 104 viagens apostólicas fora da Itália, a que se juntam 146 nesse país. Visitou 129 países diferentes e mais de mil cidades, num total de quase 1.300 milquilómetros percorridos, suficientes para mais de três viagens entre a terra e a luae 29 voltas à terra. Nestas viagens pronunciou 3.288 discursos e esteve fora do Vaticano um total dedias correspondentes a dois anos e três meses. Escreveu 14 encíclicas, 15 exortações apostólicas, 11 constituições apostólicas,46 cartas apostólicas.pelo Vaticano.

PPADRE RUI PEDRO:ADRE RUI PEDRO:

Somos ainda um Somos ainda um

país de emigrpaís de emigrantesantes

Portugal tem cinco milhões de emiPortugal tem cinco milhões de emi--grantes dispersos por 121 pgrantes dispersos por 121 países deaíses detodo o mundo. todo o mundo. Ao contrário do que muitoAo contrário do que muitodiscurso político quer fazer crerdiscurso político quer fazer crer, o fluxo, o fluxode saída não estde saída não estancou com a integraçãoancou com a integraçãona União Europeia. Pelo contrário, estina União Europeia. Pelo contrário, esti --ma-se que cem mil pessoas continuem ama-se que cem mil pessoas continuem aemigrar em cada ano que pemigrar em cada ano que passa. assa. AoAomesmo tempo, recebemos imigrantes domesmo tempo, recebemos imigrantes doLeste da EuropLeste da Europa, de África e da a, de África e da AméricaAméricaLatina cada vez em maior número. ÉLatina cada vez em maior número. Éuma estranha realidade aqui analisadauma estranha realidade aqui analisadapelo Director da Obra Católica Portupelo Director da Obra Católica Portu--guesa das Migrações, pguesa das Migrações, padre Rui Pedro. adre Rui Pedro.

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Mensal

Cónego Francisco CrespoDirector

Mensário da

Confederação Nacional das Instituições deSolidariedade

CNIS

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EENNTTRREEVVIISSTTAA AA DD.. JJOORRGGEE OORRTTIIGGAA,, PPRREESSIIDDEENNTTEE DDAA CCOONNFFEERRÊÊNNCCIIAA EEPPIISSCCOOPPAALL PPOORRTTUUGGUUEESSAA

PPeessssooaass nnaa ““bbeerrmmaa ddaa eessttrraaddaa””PPeessssooaass nnaa ““bbeerrmmaa ddaa eessttrraaddaa””ssããoo oo nnoovvoo ddeessaaffiioo ppaarraa aa IIggrreejjaassããoo oo nnoovvoo ddeessaaffiioo ppaarraa aa IIggrreejjaa

Entrevista com Nuno

Rodrigues, Presidente

da UDIPSS de Vila Real

Maio 20052.ª Série N.º 73Preço: 1 euro

AA grande entrevistgrande entrevista do Solidariedade escolheu o a do Solidariedade escolheu o Arcebispo deArcebispo deBraga, D. Jorge Ortiga que é, desde Braga, D. Jorge Ortiga que é, desde Abril, novo presidente daAbril, novo presidente daConferência EpiscopConferência Episcopal Portuguesa, tendo sucedido ao Cardeal D.al Portuguesa, tendo sucedido ao Cardeal D.José Policarpo.José Policarpo.

AA Conferência dos Bispos Portugueses tem vindo a assumir umConferência dos Bispos Portugueses tem vindo a assumir umprotprotagonismo evidente que D. Jorge Ortiga promete manteragonismo evidente que D. Jorge Ortiga promete manter, a bem, a bemdas causas da Igreja. das causas da Igreja.

EstEsta entrevista entrevista serve ta serve também pambém para confrontara confrontar a acção social daar a acção social daIgreja com os novos desafios das marginalidades emergentes. "AsIgreja com os novos desafios das marginalidades emergentes. "Asnovas pobrezas não se resolvem dando de comer ou de vestirnovas pobrezas não se resolvem dando de comer ou de vestir. . AAIgreja devia percorrer o caminho de Damasco ao encontro do pobre,Igreja devia percorrer o caminho de Damasco ao encontro do pobre,vendo o samaritvendo o samaritano e não olhando pano e não olhando para o lado. ara o lado. AA missão da Igrejamissão da Igrejaestá aí." está aí."

AA recente publicação, pela Conferência Episcoprecente publicação, pela Conferência Episcopal, de uma Cartal, de uma Cartaade Princípios da de Princípios da Acção Social e CaritAcção Social e Caritativa da Igreja serviu tativa da Igreja serviu tambémambémppara compara comparar o desempenho das instituições que a Igreja tutelaarar o desempenho das instituições que a Igreja tutelacom as restcom as restantes IPSS e o pantes IPSS e o papel do Estapel do Estado na promoção social. Daado na promoção social. Daleitura da entrevistleitura da entrevista fica-se a saber que pode surgira fica-se a saber que pode surgir, a devido, a devidotempo, uma organização que congregue as instituições de orientempo, uma organização que congregue as instituições de orien--ttação cristã pação cristã para melhor direccionar a intervenção e aumentara melhor direccionar a intervenção e aumentar oar opeso reivindicativo, mas sempre em sintonia com a CNIS. peso reivindicativo, mas sempre em sintonia com a CNIS.

D. Jorge Ferreira da CostD. Jorge Ferreira da Costa Ortiga nasceu em Brufe, concelho dea Ortiga nasceu em Brufe, concelho deVVila Nova de Famalicão, no dia 5 de Março de 1944. Cursou osila Nova de Famalicão, no dia 5 de Março de 1944. Cursou osseminários da seminários da Arquidiocese de Braga entre 1955 e 1967, ordenanArquidiocese de Braga entre 1955 e 1967, ordenan--do-se sacerdote em 9 de Julho deste mesmo ano. Em 1987, o Papdo-se sacerdote em 9 de Julho deste mesmo ano. Em 1987, o PapaaJoão Paulo II nomeou-o Bispo titular de Novabárbara e João Paulo II nomeou-o Bispo titular de Novabárbara e Auxiliar deAuxiliar deBraga, tendo recebido a ordenação episcopBraga, tendo recebido a ordenação episcopal na Basílica doal na Basílica doSameiro, em 1988. Em 1999 foi nomeado pSameiro, em 1988. Em 1999 foi nomeado para ara Arcebispo de Braga. Arcebispo de Braga.

CENTRO PCENTRO PAROQUIAL SOCIAL DE SAROQUIAL SOCIAL DE SAZES DA BEIRAAZES DA BEIRA

Carmita e Maria Palmira no Carmita e Maria Palmira no

Clube das 100+Clube das 100+Conclu ído o processoConc lu ído o processo

negocia l de um novonegocia l de um novo

Contrato Colect ivo deContrato Colect ivo de

TrabalhoTrabalho

ENTRE A CNIS E A FRENTE

DE SINDICATOS DA UGT

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Junho 20052.ª Série N.º 74Preço: 1 euro

MANUEL BRANDÃO ALVES, PRESIDENTE DA ANDC EM ENTREVISTA

O Microcrédito é umaO Microcrédito é umamaneira de cada um semaneira de cada um seajudar a si próprioajudar a si próprio

Espaço deOpinião

Padre José Maia:

Portugal: um grande

desafio

Crónicas de:

Henrique Rodrigues

José Leirião

Paulo Eduardo Correia

Publicamos, na íntegra, o texto donovo ContratoColectivo de Trabalhopara as IPSSsuplemento com 64 páginas

Entrevista com BatalhaMachado, Presidente da UDIPSS de Viseu

Mensário da

Confederação Nacional das Instituições deSolidariedade

CNIS

O Microcrédito é um instrumento da designada Finança Ética que teve a sua origem há cerca de 20O Microcrédito é um instrumento da designada Finança Ética que teve a sua origem há cerca de 20anos no Bangladesh. O economistanos no Bangladesh. O economista Muhammad a Muhammad YYunus acreditou que era possível fazer um "bancounus acreditou que era possível fazer um "bancodos pobres" desde que se acreditdos pobres" desde que se acreditasse na capasse na capacidade do homem se ajudar a si próprio. Em vez deacidade do homem se ajudar a si próprio. Em vez degarantias as instituições de crédito pgarantias as instituições de crédito passam a acreditassam a acreditar nas pessoas. ar nas pessoas.

Em Portugal é a Em Portugal é a Associação Nacional de Direito ao Crédito, em pAssociação Nacional de Direito ao Crédito, em parceria com o Millennium e o IEFParceria com o Millennium e o IEFP,,quem leva à prática estquem leva à prática esta nova modalidade bancária em que o lucro não vem em primeiro lugara nova modalidade bancária em que o lucro não vem em primeiro lugar..

Em termos simples, o Microcrédito é um empréstimo, com limite máximo de 5.000 euros, destinadoEm termos simples, o Microcrédito é um empréstimo, com limite máximo de 5.000 euros, destinadoa quem vive em situação de exclusão social. Destina-se a ser um investimento, um começo de vida.a quem vive em situação de exclusão social. Destina-se a ser um investimento, um começo de vida.E é por isso que a maioria dos candidatos ao microcrédito vai de mãos a abanarE é por isso que a maioria dos candidatos ao microcrédito vai de mãos a abanar. Os pedidos de. Os pedidos deempréstimo pempréstimo para consumo não são contemplados. ara consumo não são contemplados.

Mesmo assim, o balanço feito pela Mesmo assim, o balanço feito pela Associação Nacional de Direito ao Crédito é muito positivo.Associação Nacional de Direito ao Crédito é muito positivo.NoventNoventa por cento dos candidatos a um pequeno negócio que recorrem ao microcrédito obtêm finana por cento dos candidatos a um pequeno negócio que recorrem ao microcrédito obtêm finan--ciamento. E desses apenas vinte por cento falham nos objectivos de regressarem a uma vida prociamento. E desses apenas vinte por cento falham nos objectivos de regressarem a uma vida pro--dutiva. Em cinco anos de actividade a dutiva. Em cinco anos de actividade a ANDC já apoiou a criação de 425 pequenos negócios, que geANDC já apoiou a criação de 425 pequenos negócios, que ge--raram mais de 500 postos de trabalho, com um financiamento totraram mais de 500 postos de trabalho, com um financiamento total de 1,8 milhões de euros. al de 1,8 milhões de euros.

Na Grande EntrevistNa Grande Entrevista que concedeu ao SOLIDARIEDADE o presidente da a que concedeu ao SOLIDARIEDADE o presidente da ANDC explica o que é oANDC explica o que é oMicrocrédito, pMicrocrédito, para que serve e a quem se destina. Manuel Brandão ara que serve e a quem se destina. Manuel Brandão Alves é Professor Catedrático naAlves é Professor Catedrático naUniversidade Técnica de Lisboa. Universidade Técnica de Lisboa. Assumiu a presidência da Assumiu a presidência da ANDC há cerca de dois meses. ANDC há cerca de dois meses.

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Julho 20052.ª Série N.º 75Preço: 1 euro

PADRE ANTÓNIO VAZ PINTO EM ENTREVISTA:

HHáá pprroobblleemmaass ggrraavveess HHáá pprroobblleemmaass ggrraavveess ddee eexxcclluussããoo eemm PPoorrttuuggaallddee eexxcclluussããoo eemm PPoorrttuuggaall

Entrevista com JoséCarreiro, Presidente da URIPSS do Algarve

Mensário da

Confederação Nacional das Instituições deSolidariedade

CNIS

Cáritas

Diocesana

de Aveiro

promove

comunidade

cigana

Padre José Maia propõeHIPOTECA SOCIAL

Henrique Rodriguescomenta as declaraçõesde A. João Jardim

Paulo Correia reflectesobre os dramas dosjuízes de Menores

O pO padre adre António VAntónio Vaz Pinto foi um dos primeiros aaz Pinto foi um dos primeiros adenunciar o exagero do "arrastão" de Carcavelos. Edenunciar o exagero do "arrastão" de Carcavelos. Efê-lo na qualidade de fê-lo na qualidade de Alto Comissário pAlto Comissário para aara aImigração e Minorias Étnicas. NestImigração e Minorias Étnicas. Nesta grande entrea grande entre--vistvista ao Solidariedade, a ao Solidariedade, António VAntónio Vaz Pinto voltaz Pinto volta aa afazer a prova da histeria mediática que se geroufazer a prova da histeria mediática que se gerouquando um grupo de jovens negros se concentrou equando um grupo de jovens negros se concentrou eprovocou desacatos na praia de Carcavelos. Oprovocou desacatos na praia de Carcavelos. OACIME garante que o pACIME garante que o pseudo-arrastão demonstrouseudo-arrastão demonstroua existência de problemas gravíssimos de exclusãoa existência de problemas gravíssimos de exclusãoem Portugal.em Portugal.NestNesta entrevista entrevista, a, António VAntónio Vaz Pinto afirma que,az Pinto afirma que,muito mais do que as manifestmuito mais do que as manifestações fascistações fascistas eas enazis, a ideia de que "os imigrantes vêm tirar onazis, a ideia de que "os imigrantes vêm tirar oemprego" aos nacionais pode acender o rastilho daemprego" aos nacionais pode acender o rastilho daxenofobia e do racismo. xenofobia e do racismo. António VAntónio Vaz Pinto, que exerce desde 2002 o cargoaz Pinto, que exerce desde 2002 o cargode de Alto Comissário pAlto Comissário para a Imigração e Minoriasara a Imigração e MinoriasÉtnicas afirma, na grande entrevistÉtnicas afirma, na grande entrevista, que o actuala, que o actualgoverno tem plena consciência dos verdadeirosgoverno tem plena consciência dos verdadeirosproblemas da imigração. Por isso, acreditproblemas da imigração. Por isso, acredita que aa que anova lei da nacionalidade, a desburocratização e asnova lei da nacionalidade, a desburocratização e asalterações nos processos de legalização podemalterações nos processos de legalização podemmudar a realidade.mudar a realidade.Está preocupEstá preocupado com a exploração dos ilegais eado com a exploração dos ilegais edefende que as IPSS e a Igreja têm um pdefende que as IPSS e a Igreja têm um papel imporapel impor--ttante a desempenharante a desempenhar. . António VAntónio Vaz Pinto nasceu em Lisboa em 1942.az Pinto nasceu em Lisboa em 1942.Concluiu a licenciatura em Filosofia em 1970 e,Concluiu a licenciatura em Filosofia em 1970 e,entre 1971 e 1975, completou entre 1971 e 1975, completou TTeologia numa unieologia numa uni--versidade alemã. Foi ordenado sacerdote em 1974.versidade alemã. Foi ordenado sacerdote em 1974.É Superior da Residência do Porto da CompÉ Superior da Residência do Porto da Companhiaanhiade Jesus e membro fundador do Banco de Jesus e membro fundador do Banco AlimentAlimentararcontra a Fome.contra a Fome.

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Agosto 20052.ª Série N.º 76Preço: 1 euro

MARIA JOÃO FREITAS, INVESTIGADORA DE ECOLOGIA SOCIAL DO LNEC

�É preciso política social de�É preciso política social dehabitação, em vez de políticahabitação, em vez de políticade habitação social�de habitação social�

Publicamos, na íntegra, em suplemento, o textodo Protocolo deCooperação para2005

Em Coimbra há fotos nacadeia - Pág. 22

Mensário da

Confederação Nacional das Instituições deSolidariedade

CNIS

Os Protocolos de Cooperação para 2005, anualmente celebrados entre o Ministério do Trabalho e da Solidarieda-de Social e as entidades representativas das Instituições de Solidariedade, das Misericórdias e das Mutualidades,foram assinados em finais de Julho, no Salão Nobre do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social.Estes protocolos têm, designadamente, por objectivo principal fixar os valores da comparticipação financeira daSegurança Social relativamente ao custo das respostas sociais. Na cerimónia estiveram presentes o Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, o Secretário de Estado daSegurança Social, os presidentes da União das Misericórdias Portuguesas e da União das Mutualidades, algunsdirigentes da Segurança Social, os presidentes da Mesa da Assembleia Geral e do Conselho Fiscal da CNIS e opresidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, o cónego Francisco Crespo.Leia a detalhada reportagem que publicamos na página 3.

A grande entrevista do Solidariedade destaedição revela uma Investigadora Auxiliar e Chefedo Núcleo de Ecologia Social do LaboratórioNacional de Engenharia Civil. Maria João Freitasnasceu no Porto, em Campanhã, em 1964, masa vida, a profissão e os estudos levaram-na aescolher Lisboa para viver.

É Doutorada em Sociologia, pelo ISCTE, com atese subordinada ao Tema "Habitação eCidadania - no trilho da complexidade de proces-sos relacionais generativos"; tem o Mestrado deSociologia na área de especialização deSociologia Urbana e Rural, também pelo ISCTE,com a tese subordinada ao tema "Acções deRealojamento e Transformação dos Modos deVida", concluído em Março de 1993; é licenciadaem Sociologia pela Faculdade de CiênciasSociais e Humanas da Universidade Nova deLisboa .

No LNEC tem desenvolvido e participado,desde 1986, em vários projectos de investigaçãosobre áreas degradadas e contextos residen-ciais de realojamento, sociabilidades locais e re-des de vizinhança, satisfação residencial, quali-dade do habitat, exclusão social, governância,desenvolvimento de sistemas de acção, planea-mento, avaliação e gestão de projectos; análisede dados e intervenção no quadro do desen-volvimento sócio-territorial e de apoio à decisão.

Maria João Freitas é, além da competência eda experiência, uma pessoa que irradia simpatiae gosta de conversar sobre temas sociais. Oresultado condensado da conversa com oSolidariedade está nas páginas centrais.

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Setembro 20052.ª Série N.º 77Preço: 1 euro

PROFESSOR ALBERTO BARROS, CATEDRÁTICO EM GENÉTICA MÉDICA

��NNããoo ddeevvee hhaavveerr lliimmiitteess àà��NNããoo ddeevvee hhaavveerr lliimmiitteess ààiinnvveessttiiggaaççããoo cciieennttííffiiccaa��iinnvveessttiiggaaççããoo cciieennttííffiiccaa��

Como é difícil ser-sesolidário no Alentejo

César Fatela escrevesobre o PortugalSolidário Página 7

Mensário da

Confederação Nacional das Instituições deSolidariedade

CNIS

UNIDADE E CORRESPONSABILIDADEEditorial do Presidente da CNIS, Cónego Francisco Crespo

�Nunca como hoje as instituições particulares de solidariedade social precisam de uma organizaçãoque garanta a defesa dos seus interesses, nomeadamente, perante quem considera esgotado o seumodelo de intervenção.

Ao invés, continuamos a apostar na exigência do reconhecimento público do papel das IPSS nodesenvolvimento sustentado do país e na necessidade de actualização e revitalização do Pacto deCooperação para a Solidariedade Social. Na valorização do trabalho voluntário e no aprofundamentode uma politica de cooperação com o Estado que, no respeito pela identidade e autonomia institu-cionais, garanta a introdução de factores de qualidade e segurança no funcionamento e na gestão darede solidária de equipamentos e serviços�. Página 2

Num momento em que a questão do aborto estáde regresso à ribalta; numa altura em que, maisdo que nunca, os avanços científicos relacionadoscom a engenharia genética e a clonagem, são te-mas de discussão corrente, o Solidariedade con-vidou para a Grande Entrevista desta edição o pio-neiro da introdução em Portugal de grande partedas técnicas de Reprodução Medicamente Assis-tida. É um terreno de definição legal ainda muitovaga e de conhecimento difuso.O Professor Alberto Barros é o director do Serviçode Genética da Faculdade de Medicina do Porto, éprofessor catedrático de Genética e é o DirectorClínico do Centro de Genética de Reprodução,uma clínica privada do Porto. Tem 48 anos, é casa-do e tem dois filhos. Alberto Barros foi o introdutor em Portugal dainseminação artificial, intraconjugal e com esper-matozóides de dador, em 1985. Em 1994 foi quemcomeçou a prática da utilização da Injecção Intra-citoplasmática. Era ele o director da equipa res-ponsável pela introdução em Portugal, em 1998,do diagnóstico genético de pré-implantatório. Licenciou-se e doutorou-se na Faculdade de Medi-cina do Porto. Trabalhou no Serviço de Obstetríciado Hospital de S. João até 1989. É católico, assu-mido e praticante, tendo sido catequista até aos 26anos. Nesta entrevista ao Solidariedade Alberto Barrosassume algumas posições polémicas designada-mente em relação ao aborto, à clonagem e àadopção. Para ler nas páginas centrais.

Entrevista a CremildeVermelho, Presidente daDelegação Distrital de Évorada CNIS

Páginas 4 e 5

Henrique Rodrigues pergunta:�Que farei quando tudoarde?�

Página 19

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PRESIDENTE DO INSTITUTO DA DROGA E DA TOXICODEPENDÊNCIA

Há exploração das famíliasHá exploração das famíliasnos sistemas de tratamentonos sistemas de tratamento

Irmã Maria Isabel:

�A espera que se

traduz em esperança�

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Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade

CNIS

Entrevista com

Eleutério Alves,

Presidente da

UDIPSS-Bragança

� T� Te m o s a l d e i a se m o s a l d e i a s

q u e s ã o q u e s ã o

a u t ê n t i c o s a u t ê n t i c o s

c e n t r o s d ec e n t r o s d e

d i a !d i a ! ��

Outubro 20052.ª Série N.º 78Preço: 1 euro

D. Ximenes Belo esteve em Miranda do Corvo, para uma homenagem prestada pela ADPF, associando-se ao XVII aniversário desta

IPSS.

Vindo de Moçambique, em trânsito para Roma, para participar numa reunião dos laureados com o Prémio Nobel da Paz, D. Ximenes

Belo aceitou responder a algumas perguntas do Solidariedade.

Encontro de Encontro de gerações v iv idogerações v iv idono d ia-aa-ddiano d ia-aa-ddia

CENTRO SOCIAL PAROQUIAL S. MARTINHO - TAVAREDE

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Novembro 20052.ª Série N.º 79Preço: 1 euro

CARACTERIZAÇÃO SOCIAL, ECONÓMICA E CULTURAL DAS FREGUESIAS

Mapa social das Mapa social das freguesias pode ajudar freguesias pode ajudar a transformar o Paísa transformar o País

UIPSS/Madeirarealizou o seu

primeiro congresso

Cónego FranciscoCrespo e Padre JoséMaia escrevem sobreo estudo em destaquenesta edição Páginas 2 e 16

Espaços de opinião de:Henrique RodriguesJosé LeiriãoPaulo Eduardo Correia

Mensário da

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O estudo "Caracterização Social, Económica e Cultural das Freguesias" é um mapO estudo "Caracterização Social, Económica e Cultural das Freguesias" é um mapa social dea social dePortugal que deve servir pPortugal que deve servir para identificar a evolução das problemáticas sociais no nosso para identificar a evolução das problemáticas sociais no nosso país e equaaís e equa--cionar as respostcionar as respostas dadas ao nível territorial mais básico - o da freguesia. as dadas ao nível territorial mais básico - o da freguesia. É um instrumento fundamentÉ um instrumento fundamental pal para as IPSS que estão instara as IPSS que estão instaladas no terreno e um guião de necesaladas no terreno e um guião de neces--sidades psidades para quem pretende intervir no desenvolvimento social local. ara quem pretende intervir no desenvolvimento social local. O estudo dá um cariz científico a um campo de intervenção normalmente pO estudo dá um cariz científico a um campo de intervenção normalmente pautautado pela iniciativa,ado pela iniciativa,"carolice", desafio, intuição, boa-vont"carolice", desafio, intuição, boa-vontade, oportunidade e, infelizmente nalguns casos, oportunismo. ade, oportunidade e, infelizmente nalguns casos, oportunismo. AA "Caracterização Social, Económica e Cultural das Freguesias" permite perceber que em muitos"Caracterização Social, Económica e Cultural das Freguesias" permite perceber que em muitoscasos existe desadequação entre a ofertcasos existe desadequação entre a oferta e a procura no "mercado social"; permite concluir que háa e a procura no "mercado social"; permite concluir que hánovos problemas que estão a descoberto da solidariedade e da iniciativa quer do Estnovos problemas que estão a descoberto da solidariedade e da iniciativa quer do Estado quer daado quer dasociedade civil; permite corroborar o diagnóstico das doenças de um desenvolvimento desequilisociedade civil; permite corroborar o diagnóstico das doenças de um desenvolvimento desequili--brado que favorece o litoral e o urbano. brado que favorece o litoral e o urbano. Algumas das conclusões são apresentAlgumas das conclusões são apresentadas nestadas nesta edição do a edição do SolidariedadeSolidariedade . . AA extensão, a complexiextensão, a complexi--dade e a competência científica do estudo merecem uma análise cuidada e profunda por pdade e a competência científica do estudo merecem uma análise cuidada e profunda por parte dosarte dospromotores sociais e decisores políticos. promotores sociais e decisores políticos. O estudo é, de facto, um mapO estudo é, de facto, um mapa social. É preciso arranjar forma de o disponibilizar às IPSS pa social. É preciso arranjar forma de o disponibilizar às IPSS para queara queencontrem o melhor caminho pencontrem o melhor caminho para a sua função social. ara a sua função social.

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Dezembro 20052.ª Série N.º 80Preço: 1 euro

AASSEMBLEIA GERSSEMBLEIA GERAL DAL DA CNIS, EM FÁTIMAA CNIS, EM FÁTIMA

Uma prova deUma prova degrande v i ta l idadegrande v i ta l idade

Padre José Maia

Paulo Correia fala-nosdo �gato borralheiro�

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IRMÃ MARIA ISABEL MONTEIRO:

"A acção social não é monopólio de ninguém nem podeser politizada; no momento em que se transformar embandeira política, acaba a acção social."

Este é o alerta deixado pela Irmã Maria Isabel Monteiro,directora da Casa Nossa Senhora do Rosário, daFigueira da Foz, em conversa com o Solidariedade. Elogo adianta não podermos admitir �que as populaçõessejam exploradas nas campanhas eleitorais�.

A Assembleia Geral da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), realizada no passado dia 26 deNovembro, contou com a participação de 186 associadas, tendo juntado em Fátima perto de meio milhar de pessoas rela-cionadas com as Instituições Particulares de Solidariedade Social.

Este nível de participação é um sinal de grande vitalidade do movimento social e permite antever um Congresso, marcadopara Fátima em 27 e 28 de Janeiro de 2006, de superior importância para o futuro.

Parabéns à CNIS

O PNAC e as IPSS, naóptica de José Leirião

BOAS Festas para todosos nossos leitores

Soraia Dias