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espaço solidario Obra Diocesana de Promoção Social Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009 pessoas a sentirem pessoas

solidarioDezembro está cheio de Natal. Mas nem sempre o “Natal” que por aí se vê está cheio do Deus Menino, que é o seu verdadeiro conteúdo e significado. E o que mais importa

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espaçosolidarioObra Diocesana de Promoção SocialAno IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009

pessoas a sentirem pessoas

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Obra em 3D

dignidade,determinaçãoe dinamismo

Obra Diocesana de Promoção Social2

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Ficha Técnica

Administração: Américo Ribeiro, Helena Costa Almeida, Rui Cunha, Belmiro Teixeira, Manuel AmialDirecção/Redacção: Manuel Pereira AmialPropriedade/editor: Obra Diocesana de Promoção SocialColaboradores: A. Pronzato, Américo Ribeiro, Ana Rita Mota, Andreia Vasconcelos, Ângelo Santos, Aurora Rouxinol, Belmiro Teixeira, Bernardino Chamusca, Chefe Hélio Loureiro, Confhic, Cónego Rui Osório, D. João Lavrador, D. João Miranda, D. Manuel Clemente, D. Manuel Martins, Dra. Maria Barroso Soares, Elvira Almeida, Filipa Martins, Filomena Semana, Frei Bernardo Domingues, João Alves Dias, João Pratas, Manuel Amial, Manuel Tavares, Manuela Botelho, Margarida Aguiar, Maria Amélia Rhotes, Maria Isabel Cristina Vieira, Maria Lurdes Regedor, Maria Teresa Carvalho Lobão, Maria Teresa Souza-Cardoso, Monsenhor Victor Feytor Pinto, Mónica Taipa Carvalho, Padre Dr. Américo Aguiar, Padre Jardim Moreira, Padre José Maia, Padre Lino Maia, Paulo Lapa, Pedro Rhotes, Professor Daniel Serrão, Professor Francisco Carvalho Guerra, Ricardo Azevedo, Rosa Maria Seabra, Sara Cardoso, Susana Carvalho e Teresa Carvalho.Gráfica - Lusoimpress, Artes Graficas, Lda.; www.lusoimpress.comPeriodicidade (2008): Trimestral; Tiragem 4.000 ex.; NIPC: 500849404; Depósito legal: 237275/06; Marca nacional: 398706; Registo ICS: 124901; Sócio AIC: 262; Sócio APDSI: 1000005; Postos de Difusão Porto: Casa Diocesana de Vilar; Edições Salesianas, Fundação Voz Portucalense, Livraria Fátima, Paulinas Multimédia, Ermesinde-Casa da JuventudeSede: Serviços Centrais da ODPS, R. D. Manuel II, 14, 4050-372 PORTO

Contactos: URL Geral: www.odps.org.pt; Mail: [email protected]; Telef. 223 393 040/ Fax. 222 086 555

04 - Editorial Manuel Amial

05 - Mensagem do Bispo do Porto Sua Revª. D. Manuel Clemente

06 - Um Abraço Solidário Américo Ribeiro

08 - No Bem pelo Bem Padre Lino Maia

09 - Sentido de Vida, Sentido de Amor Professor Daniel Serrão

10 - Força altruísta Bernardino Chamusca

11 - Por um Mundo mais fraterno D. João Miranda

12 - Vestindo corações de afectos João Alves Dias

13 - Ensinar a sorrir D. João Lavrador

14 - Prémio Infante Dom Henrique Manuel Amial

16 - Ânimo na missão sociocaritativa Cónego Rui Osório

17 - Prémio Pessoa 2009 Conselho de Administração Homenagem ao Padre Lino Maia Conselho de Administração

18 - Natal dos filhos dos Colaboradores João Pratas/Mónica Taipa de Carvalho

20 - Ceia de Reis João Miguel Pratas

27 - Formação Profissional Mónica Taipa de Carvalho Campanha de recolha de alimentos do Banco Alimentar contra a Fome João Miguel Pratas

28 - Testemunho do Amor de Deus Manuel Tavares

31 - Dia do Idoso João Pratas/Mónica Taipa de Carvalho

32 - Na Linha da Frente Maria Teresa Souza-Cardoso

34 - Poderá ser Natal todos os dias Frei Bernardo Dominguez

35 - Parcerias … são acolhidas de coração aberto! João Pratas/Mónica Taipa de Carvalho

36 - Ano 2009 - Ano do Conhecimento e da Competência Conselho de Administração

37 - Festa da Solidariedade João Pratas/Mónica Taipa de Carvalho

38 - XXII Encontro Nacional da Pastoral da Saúde Conselho de Administração O Natal dos meus desejos Elvira Almeida

39 - Mensagens Espaço Solidário…

Sumário

3Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009

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4 Obra Diocesana de Promoção Social

EditorialEstamos em plena quadra festiva de Natal e Ano Novo.

Em tempos de crise de valores e de dificuldades económicas é urgente re-

pensar a nossa postura, face aos apelos consumistas que diariamente nos toldam

a vista e o discernimento.

Tenhamos uma atitude responsável, sejamos comedidos nos gastos supér-

fluos e olhemos mais à nossa volta envolvendo, com espírito de ajuda e solidarieda-

de, aqueles que mais precisam.

É tempo de ser solidário e de pensar nos outros, especialmente naqueles a

quem a sorte da vida não bafejou.

E às vezes basta um pequeno gesto, uma pequena dádiva, um sorriso, uma

palavra amiga!

Quem sabe, satisfazer uma necessidade tão simples como dar “um pouco

de farinha”, “oferecer a camisa mais velha do bragal”, como dizia a grande poetisa

Fernanda de Castro no seu belo poema AMIGO.

Manuel Amial

QUE O ESPÍRITO DE NATAL INUNDE A

TERRA INTEIRA!

“AMIGO, Aqui me tens: É sina minha.

Venho outra vez pedir-te o Pão e o Sal.

É o Dia de Natal que se avizinha ….

Ouves, Amigo? O Dia de Natal.

Arranca do teu peito a erva daninha.

Abre as portas às pombas do pombal.

Eu só te peço um pouco de farinha.

A camisa mais velha do bragal.

Só peço o que te sobra: Amor e Pena.

Com uma esmola tão grande e tão pequena,

Podes, Amigo, suprimir a dor

De tantas vidas murchas em botão.

Abre de par em par o coração.

Verás que em pleno Inverno dará flor.”

Que o espírito de Natal inunde os nossos corações, que as crianças tenham

o carinho, o amor e a felicidade que precisam e que no mundo inteiro haja felicidade

e paz, sãos meus votos.

Manuel Amial

Natal 2009.

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Dezembro está cheio de Natal.

Mas nem sempre o “Natal” que por aí se vê está

cheio do Deus Menino, que é o seu verdadeiro conteúdo e

significado.

E o que mais importa é que em todas as comemo-

rações feitas e em todas as festas preparadas, seja mesmo

o Natal de Jesus a realizar-se agora, como há 2000 anos

começou a acontecer.

Natal quer dizer “nascimento”.

Nascimento de Deus no mundo, com a humanidade

que recebeu da Virgem Maria.

Em Jesus – menino e depois crescido, morto e res-

suscitado – é Deus que está connosco e precisamente

como quis estar: numa criança recém-nascida, numa

sagrada família, no trabalho oficinal de Nazaré da Ga-

lileia, no anúncio dum reino de paz, justiça, verdade

e caridade, na entrega da vida por todos, na sua pre-

sença ressuscitada que o faz estar connosco todos os dias

e para sempre.

Nós, os cristãos sabemos isto e só isto queremos: reconhecer

Jesus no dia a dia e corresponder à sua presença como o fizeram sua

Mãe, Nossa Senhora, São José, seu pai adoptivo, os pastores, os magos,

os verdadeiros discípulos.

Por isso estamos com Ele na oração e estamos com Ele no servi-

ço dos irmãos, sobretudo dos mais pobres com que Ele se identificou

e identifica.

Em cada Centro da Obra Diocesana há um presépio vivo,

onde se acolhe e acompanha Jesus presente nos outros.

Assim sim, há um Natal autêntico e cristão.

O que nos interessa e não acaba a 26 de Dezem-

bro…

Santo e feliz Natal para todos!

+ Manuel Clemente

Mensagem D. Manuel ClementeBispo do Porto

5Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009

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Momento do Presidente

Um Abraço Solidário

Américo RibeiroPresidente do Conselho de Administração da ODPS

Todos os momentos, todas as

circunstâncias são oportunos e precio-

sos para se realizar, para se conceder

espaço, tempo e bem…

Para além de rumos e acções,

que contribuam para a sustentabilidade

do Planeta, defesa da biodiversidade,

visando a construção de um mundo

melhor, para hoje e para o amanhã, pre-

parando a vida das gerações futuras, a

qual deverá constituir inquietação cons-

tante e redunda em dever e em consci-

ência ecológica e social, afigura-se ou-

tra grande preocupação: a atenção que

nos merecem as pessoas mais desfavo-

recidas, mais vulneráveis, cujo percurso

existencial oscila entre o desconforto e

o mal-estar.

As situações de fragilidade hu-

mana, pobreza, solidão, maus-tratos,

abandono familiar… que encontramos,

sistematicamente, na nossa sociedade

são reflexos do modelo de civilização,

que se foi construindo ao longo dos

tempos. Tal cenário social carece, ur-

gentemente, de mãos apoiantes e de

braços acolhedores para que o deses-

pero não seja agudizado com o decor-

rer dos anos. Esta constatação tem de

ser encarada por todos e considerada

como responsabilidade social e como

responsabilidade cristã, cabendo a

cada cidadão e a cada cristão oferecer

algo de si, dar o seu contributo, me-

nor ou maior, isso não importa, no senti-

do da inversão do problema, já que uma

solução eficaz e desejada, raramente, é

possível.

Na tentativa de melhoramento,

na perspectiva da perfeição, a principal

incumbência do ser humano é amar os

outros, mas amá-los como a si próprio,

canseira difícil e penosa, começando,

naturalmente, pelos que lhe são mais

próximos e estabelecendo priorida-

des, numa progressão de pensamen-

to, projecto e realização, não obstante

considerar e agir em favor dos que se

encontram mais distantes, atendendo

à universalidade, havendo diversos for-

matos para o conseguir.

Nesta visão, os que mais ne-

cessitam de atenção, carinho, afecto,

esperança… de modo a encontrarem

motivações para viver, deverão ocupar

o lugar cimeiro.

E há tanto a descobrir!

Tanto a efectivar!

Tanto a construir!

Se aproveitarmos bem o tempo,

nos momentos menos ocupados pelas

funções e encargos, que desempenha-

mos na vida familiar e profissional, po-

deremos encaixar um pouco do nosso

espaço de acção em favor de quem

tanto padece. O primeiro acto poderá

alcançar uma tarefa habitual e enrique-

cerá a pessoa que a pratica, repercutin-

do-se no bem colectivo.

A esperança de um mundo

melhor para todos passa pela mu-

dança de valores actuais da socie-

dade. Passa ainda pela apropriação e

internacionalização de novos conceitos

na construção de novos valores. Con-

ceitos de cumplicidade, cooperação,

dentre outros.

Grande parte da população

constituinte da sociedade portuguesa,

felizmente, não fica indiferente a situa-

ções de precariedade social e, de forma

pronta e responsável, demonstra a sua

solidariedade e altruísmo, através de

gestos, de atitudes e de práticas apre-

ciáveis aos olhos dos homens e, muito

mais, aos olhos de Deus.

A Obra Diocesana de Pro-

moção Social é uma instituição da

Igreja e também da comunidade ci-

vil, que procura e pretende estar sem-

pre atenta aos sinais dos tempos, aos

sinais humanos, acudindo, socorrendo e

chamando a si, de diferentes maneiras e

com carácter efectivo, as necessidades

permanentes e contingências de tantas

pessoas carenciadas, desenvolvendo

uma actividade de grande mérito social.

Esta realidade assume proporções ele-

vadas, presentemente, comprometendo

as comunidades e solicitando apelos.

Aproveito para referenciar, com

enlevo, elogio, alegria e gratidão as

mãos caridosas de muitos amigos e

benfeitores da ODPS, que procuram

apoiar esta boa causa, acolhendo-a,

Obra Diocesana de Promoção Social6

Page 7: solidarioDezembro está cheio de Natal. Mas nem sempre o “Natal” que por aí se vê está cheio do Deus Menino, que é o seu verdadeiro conteúdo e significado. E o que mais importa

oferecendo donativos e encora-

jando, com palavras aconchegantes

e consoladoras, o trabalho realizado,

incluindo neste o que tem formato vo-

luntário de quem dirige, de quem vai

caminhando com vontade de servir e de

se dar, ultrapassando barreiras de polí-

ticas governamentais, de quem vai de-

vastando adversidades, vislumbrando a

pretensão do fazer bem pelo bem.

Muitas dessas mãos carido-

sas, que fazem acontecer a generosi-

dade, que promovem capacidades de

dar e elos sociais, não são portuen-

ses, param noutros pontos do país,

mas conhecendo a Instituição, conside-

ram-na também prioritária na sua dispo-

nibilidade solidária e isso é, obviamente,

digno de grande apreço por tão bonito

exemplo!

É indubitável que esta Obra

merece o reparo e o acolhimento

de todos os corações humanos, in-

dependentemente, da situação geográ-

fica, latitude e longitude terrestres, mas

sim pelo que oferece, pelo que fomenta

em termos sociais e humanos.

E neste quadro ou contexto vão

surgindo factos e situações que concor-

rem para esse tom, para essa densida-

de, o que apraz registar.

Todo o trabalho multidimensio-

nal desenvolvido na nossa Instituição

é de grande importância, pois procura

corresponder às necessidades, aos

interesses e às características das di-

ferentes petições para surtir o efeito

pretendido.

Neste projecto, quatrocentos

colaboradores assumem grandes res-

ponsabilidades, procurando dar-se e

dar de si o melhor, pela dedicação,

sensibilidade, proficiência e profis-

sionalismo. Sendo os principais obrei-

ros, pois estão no campo, semeando

e colhendo, conseguem em cada dia,

encontrar as melhores respostas para

os diferentes casos e situações e isso

contém experiência, vivência e amor.

Os anos vão decorrendo e a

Obra Diocesana de Promoção Social vai

acumulando montes de histórias com os

mais assimétricos enredos. Histórias

lindas e tristes, histórias grandes

e pequenas… mas todas elas, logica-

mente, concorrem para engrandecer a

sua História e dizer, bem alto, algo muito

útil sobre a construção de um mundo

mais justo, de um mundo mais fraterno.

7Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009

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No bem pelo bem

Com uma matriz indelevelmente

cristã, a história da cultura portuguesa

demonstra que, em determinados mo-

mentos da sua vida, nas nossas comu-

nidades, confrontadas com certos de-

safios, sempre apareceram e continuam

a aparecer voluntários e organizações,

com generosidade e com alguma origi-

nalidade, a responder, nomeadamente

com respostas sociais.

A comprová-lo estão as múltiplas

formas de associações ou fundações

criadas para cumprir os mais diversos

tipos de objectivos. No total, mais de

quatro mil! São as associações de pro-

tecção ou de solidariedade, os centros

de bem-estar (sociais, sociais culturais

ou sociais paroquiais), infantários, ins-

titutos, misericórdias, movimentos de

apoio, obras, veneráveis ordens...

Exemplo disso, também, é a

Obra Diocesana de Promoção Social.

Nascida nos anos sessenta de

uma convergência de vontades de pes-

soas solidárias e responsáveis – Bispo

Diocesano, Governador Civil e Presi-

dente da Câmara – e inicialmente “con-

cebida” para desenvolver a sua acção

preferencialmente nos bairros sociais, a

Obra Diocesana tem contribuído deci-

sivamente para a consolidação de um

novo tipo de sociedade, constituída a

partir da base ou, se quisermos, a partir

de comunidades concretas e tem des-

pertado ou consolidado as vontades

singulares para o sentido da partilha

dos bens a favor de todos os homens

mas muito especialmente a favor dos

mais carenciados.

Enquanto pioneira e permanen-

te referência, simultaneamente, a Obra

Diocesana tem promovido e permitido

a possibilidade de emergência e desen-

volvimento de uma nova consciência

social, como expressão de um serviço

que traduz o sentido do coração e da

gratuitidade na vida da comunidade.

Implementada por pessoas al-

tamente responsáveis e atentas, a Obra

orgulha-se da sua eclesialidade, osten-

ta a sua matriz cristã, valoriza as suas

origens e o seu suporte, e, contando

todavia com um extenso grupo de com-

petentes colaboradores, é dirigida ex-

clusivamente por voluntários.

É uma eloquente expressão

do exercício da cidadania, da caridade

e da solidariedade e é a consolidação

da importância do contributo de todos

e de cada um na causa comum. É a

afirmação de que não há inclusão sem

envolvimentos colectivos e é a prova do

exercício do princípio da subsidiarieda-

de como princípio inspirador de uma

prática de boas práticas, próximas e de-

senvolvimentistas.

Os seus dirigentes são exclu-

sivamente voluntários, que por uma

decisão espontânea, apoiada em moti-

vações e opções pessoais, têm como

ponto de chegada o altruísmo, a des-

coberta de que a acção ganha força e

sentido em função das necessidades

do outro. Fazem-no livremente e de

Padre Lino Maia

uma forma responsável, assim partici-

pando gratuitamente na construção de

um Mundo melhor, onde o sorriso que

fazem nascer ou renascer é a expres-

são da esperança que ousam sonhar e

partilhar.

Com os seus doze centros so-

ciais em actividade, a Obra Diocesana

está directamente presente num total de

onze bairros sociais e pugna por objec-

tivos como apoio a crianças e jovens, à

família e à integração social e comuni-

tária, educação e formação profissional

dos cidadãos, protecção dos cidadãos

na velhice e invalidez e em todas as si-

tuações de falta ou diminuição de meios

de subsistência ou de capacidade para

o trabalho e na resolução dos proble-

mas habitacionais das populações.

Alguma da moderação e da

harmonia social e muito do desenvolvi-

mento pessoal e comunitário das comu-

nidades onde ela desenvolve a sua ac-

ção muito lhe ficam a dever, ajudando a

perceber que o ideal de Juvenal “Mens

sana in corpore sano” (necessidade de

um espírito equilibrado em um corpo

equilibrado), em grande parte, está bem

presente na acção da Obra Diocesana.

No bem e pelo bem…

Obra Diocesana de Promoção Social8

Page 9: solidarioDezembro está cheio de Natal. Mas nem sempre o “Natal” que por aí se vê está cheio do Deus Menino, que é o seu verdadeiro conteúdo e significado. E o que mais importa

9Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009

Gostei do tema que me foi

dado para desenvolver nesta minha

participação no espaço solidário que é

o desta Revista da Obra Diocesana de

Promoção Social porque a Obra pre-

tende dar um sentido à Vida usando o

amor como meio de acção.

Dar sentido à vida daqueles

que, por causas muito diversas, con-

sideram que a sua vida não tem mais

sentido e não vale a pena ser vivida, é

uma tarefa que só pode ter sucesso se

for alimentada pelo amor que quem aju-

da tem pelo que carece dessa ajuda.

No Século passado desen-

volveu-se uma ideologia, que alguns

chamam de pós-moderna, na qual a

exaltação do eu individual e o primado

da autonomia da pessoa, foram pro-

postos pelos teóricos e assumidos por

muitos, como os primeiros de todos os

valores. Nesta linha, a procura do su-

cesso individual é o primeiro objectivo,

passando por cima dos outros porque

se o indivíduo é um fim em si próprio

e o seu bem é o valor máximo, pode-

mos usar os outros como meios para

atingir esse fim.

Esta ideologia, que sobrevalo-

riza a autonomia da pessoa individual,

é mais do que egocêntrica porque é

egolátrica. Faz da pessoa individual

um deus, ao qual tudo deve ser sub-

metido. A ânsia de sucesso pessoal

que as televisões alimentam é uma

prova da aceitação da “religião” do eu,

do ego, exposto à “adoração” dos ou-

tros que vão querer atingir o mesmo

patamar de sucesso. As longas filas de

milhares de candidatos a um “casting”

de qualquer das nossas televisões, dá

a medida do alastramento desta ideo-

logia entre os nossos jovens de ambos

os sexos. Muitas vezes, como no caso

das jovens, incitadas e apoiadas pe-

los Pais, que querem ter uma filha que

seja uma estrela de sucesso. O mes-

mo direi dos milhões de Euros pagos

a um jovem jogador de futebol que dá

pontapés com a maior eficácia que a

dos pontapés dos outros.

Mas a pós-modernidade é

uma ameaça terrível porque ela as-

senta num erro radical: não está a per-

ceber que o Homem é um ser social

que só se realiza na relação com os

outros. Como ser individual ele é inviá-

vel e corre para a morte.

Também não está a reconhe-

cer que a lei do relacionamento hu-

mano é a do amor, como eros e como

ágape, e não a do poder, a da violên-

cia ou, pior ainda, a da indiferença.

O que dá sentido à vida indivi-

dual é a partilha com a vida do outro.

Partilha respeitosa, interessada, au-

têntica e afectiva.

Não se trata de um relaciona-

mento desinteressado e distante, mas

sim de relacionamento empático, em

que um eu, compassivo e bom, se de-

bruça sobre outro eu que carece de

atenção, companhia e ajuda.

O Estado Social tentou travar

Sentido de Vida, Sentido de Amor

Professor Daniel Serrão

a via do individualismo radical pós-

moderno que acabará com o próprio

Estado Social e com o seu esquema

de previdência por solidariedade de

todos os cidadãos, mas os resulta-

dos não estão a ser brilhantes e as

reformas estão ameaçadas pela re-

cusa das novas gerações a pagarem

parte do seu rendimento para apoiar

outros cidadãos no futuro. Cada um

quer fazer a sua previdência pessoal,

assegurando a sua reforma a partir

dos seus rendimentos e ignorando as

necessidades dos outros cidadãos. E

os Bancos estimulam estas formas de

individualismo que é bem patente nos

anúncios de planos de reforma que

publicam nos jornais.

Mas nós, os que confiamos

nos ensinamentos de Cristo, sabemos

que é a via do amor pelos outros, da

Caritas que Bento XVI identificou com

a própria essência de Deus, que dá

sentido à vida; porque ela é, então,

vida comunitária, vida de relação, vida

de partilha

A ODPS está apoiada neste

sustentáculo. E por intermédio das

suas ajudas concretas e materiais,

indispensáveis, o que está a dizer às

pessoas e à Sociedade é que o amor

pelos que precisam é que é o motor de

todas as acções. São gestos e servi-

ços que levam consigo a humilde ofer-

ta de amor comunitário.

Oxalá todos compreendam

assim a mística da Obra.

Page 10: solidarioDezembro está cheio de Natal. Mas nem sempre o “Natal” que por aí se vê está cheio do Deus Menino, que é o seu verdadeiro conteúdo e significado. E o que mais importa

Obra Diocesana de Promoção Social10

Força Altruísta

Duas mil, quatrocentas e no-

venta e oito toneladas de alimentos

foram quanto os Bancos Alimentares

Contra a Fome recolheram nos dias

28 e 29 de Novembro passado. Aque-

le número significa cerca de 40% mais

do que em idêntica campanha reali-

zada em 2008, o que, em tempos de

crise (e não só económica como, mui-

to mais, de valores humanistas), é um

feito notável.

No fundo, este resultado mos-

tra a inata vontade de dar as mãos aos

que mais precisam que vive aconche-

gada no íntimo das mulheres e homens

de boa vontade. O que é ainda mais

relevante se atendermos ao facto de a

dádiva não ter destinatário conhecido,

ficar reduzida (ou, melhor, engrandeci-

da) por dar a quem não se conhece.

Que a tua mão direita não

saiba o que faz a esquerda… as-

sim é a caridade.

Por coincidência ou não, a li-

turgia da Igreja Católica, num dos do-

mingos anteriores tinha apresentado

como modelo de altruísmo a viúva de

Sarepta que, questionada pelo profe-

ta Elias para lhe dar de comer, ofere-

ceu a última farinha à sua disposição

e com um pingo de azeite (o último!)

cozinhou uma parca refeição para o

profeta poder continuar sua missão.

Teve, segundo a Escritura, a devida

recompensa.

Dar sem olhar a quem, dar

sem pretender reconhecimento pela

dádiva, dar no anonimato de um gesto

colectivo, dar sem medir o que resta,

dar mais de si do que do seu, tal é o

grande altruísmo que entendemos

como uma virtude humanista de gran-

de efeito na sociedade.

O altruísta não necessita de

propagandear as suas acções, prefere

que outros façam a gestão das suas

dádivas, aparece raramente em públi-

co, deixa que outros inseridos nas es-

truturas criadas para a solidariedade

distribuam o que coloca à disposição

dos carenciados.

Neste sentido, citando Flávio

Gikovate, autor brasileiro, o altruísta

pode, com propriedade, experimen-

tar o genuíno prazer de dar, já que

não existe o risco colocar em xeque

aquele que recebe, pois a sua dádiva,

sem destinatário conhecido, não tem

o dom de aplacar os seus eventuais

sentimentos de culpa. Isto é, quem dá

para acalmar a sua consciência gosta

de mostrar que dá e ser reconhecido

como esmoler, o que pode conduzir a

uma certa vaidade. Porém, o que dá

sem saber a quem, e só esse, é o her-

deiro da máxima franciscana que nos

diz “é dando que se recebe”.

Bernardino Chamusca

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11Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009

Não há melhor incentivo e me-

lhor modelo, para construir um mun-

do mais fraterno, do que regressar ao

retrato de S. Lucas sobre a Primeira

Comunidade de cristãos, descrito nos

actos dos Apóstolos. É certamente

uma imagem ideal e idealizada, talvez

nunca atingida. Mesmo assim, serve

de ponto de apoio e de referência su-

blinhada, sobretudo porque é, para os

cristãos, Palavra de Deus. E diz assim:

Eles mostravam-se assíduos ao ensina-

mento dos Apóstolos, à comunhão fra-

terna, à fracção do pão e às orações…

Reuniam-se e punham tudo em

comum: vendiam as suas proprie-

dades e bens e dividiam-nos entre

todos, segundo as necessidades de

cada um (Actos 2, 42.44).

Um mundo fraterno não cai do

Céu já feito nem cai feito das decisões

dos areópagos nacionais ou interna-

cionais. É obra das nossas mãos, sus-

tentada pela graça de Deus. O mundo

fraterno começa no meu coração, na

minha casa, na tua casa, na nossa fre-

guesia, na nossa empresa, na nossa

Instituição, na nossa cidade.

Juntando muitos grãos é que

se enche o celeiro. Onde haja dois ou

três de coração unânime, facilmente se

descobre ao lado ou bem perto uma

chaga social, um irmão ferido, uma

pessoa com fome. Às vezes é preciso

ir à procura, porque debaixo de telhas

há hoje muitos pobres envergonhados.

Nunca passaram por situações de pe-

núria e agora não têm coragem de ir

pedir…

Se o problema é grande de

mais para um pequeno grupo, tem de

se ir ter com o Prefeito da cidade ou

aldeia ou bater à porta de uma Institui-

ção maior e capaz. O Bom Samaritano

levou o homem ferido na estrada e rou-

bado pelos ladrões à ESTALAGEM. E

pagou as despesas.

Uma das ESTALAGENS actuais

na cidade do Porto é a Obra Diocesana

dos Bairros camarários. As Obras so-

ciais, para tornarem o mundo mais fra-

terno, não podem “institucionalizar-se”

de mais no seu quotidiano. São Pesso-

as, são irmãos, são pobres aqueles a

quem atendem. Normalmente chama-

se-lhes “utentes”. Mas esse é um nome

que despersonaliza. Estamos entre ir-

mãos. Se não, lá se vai a fraternidade.

A Igreja não pode responder a

todas as carências dos habitantes de

aldeias e cidades. É ao Estado que

compete resolver as questões sociais.

Mas a Igreja aquilo que fizer deve ser

de qualidade no atendimento, no aco-

lhimento, no carinho, no respeito pela

justiça social dos seus funcionários, na

atenção à situação de cada pessoa. A

Igreja não deve dar espectáculo e muito

menos apresentar um rosto de peque-

no burguês. Há muitas formas de pou-

par e ser discreto, sobretudo quando

os bens não são nossos. Bem-aven-

turados os pobres em espírito, porque

deles é o reino dos Céus!

As nossas “estalagens” torna-

rão o mundo à nossa volta mais frater-

no, se se apresentarem de rosto lavado

e fidalgo, de coração aberto e se, den-

tro delas, se respirar amor e paz. É bem

difícil às vezes. Mas contamos sempre

com a Graça de Deus e a Fortaleza do

Espírito que fazem maravilhas. Nada

disto se constrói só com dinheiro. Tudo

isto se faz com AMOR. Deus é caridade

e Amor. Então esteja Deus presente em

nossos corações e nas nossas casas e

tudo será bem mais fácil!

O voluntarismo é um bem pre-

cioso que muito pode fazer a bem dos

outros. Mas pode levar-nos à tentação

de que somos nós quem tudo faz. Po-

demos erguer monumentos de pedra,

erguer casas e mais obras, levantar

Torres de Babel que desafiam o pró-

prio Deus. Se esse for o cimento das

nossas obras, mais tarde ou mais cedo

cairão por terra, mesmo que a pedra

e o cimento se mantenham de pé. A

Obra não é nossa, é de Deus. Sem Ele,

damos espectáculo mas não aquece-

mos os corações. Disso é que precisa

o mundo actual, tanto ou mais do que

de dinheiro e Bancos.

D. João Miranda

Por um mundo mais fraterno

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Obra Diocesana de Promoção Social12

Vestindo corações de afectos

João Alves Dias

“ E quem é o meu próximo?

Jesus então disse: Um homem

descia de Jerusalém a Jericó e caiu

despojado nas mãos de ladrões, que

o despojaram. (…) Qual destes três te

parece ter sido o próximo daquele ho-

mem que caiu nas mãos dos ladrões?

Respondeu o doutor: Aquele que usou

de misericórdia.” Lc 10, 29-37

A Obra Diocesana, desde o

seu início, fez-se “próxima” daqueles

que tinham sido despojados das suas

casas, dos seus amigos, dos seus ni-

chos afectivos de convivência. E fez-se

junto deles para com eles humanizar

os novos espaços habitacionais.

A Obra escolheu o Bairro do

Cerco do Porto para iniciar o seu tra-

balho junto das populações: porque

era um dos maiores bairros e porque

estava, à data, a ser ocupado por fa-

mílias vindas das mais diversas partes

da cidade. Famílias que se sentiam to-

talmente desenraizadas e onde o vizi-

nho não conhecia o do lado. Era essa

a política da época: desfazer as co-

munidades humanas que viviam nas

ilhas, dispersando-as pelos múltiplos

bairros da Cidade.

É sintomático que, nas primei-

ras reuniões que, bloco a bloco, a Obra

realizou para detectar as principais ne-

cessidades do bairro, tenha surgido,

à cabeça, o desejo de um espaço de

convívio. Assim nasceu a “Comissão

do Centro de Convívio” que abriu um

Centro de Convívio numa cave do

bloco 19. Foi a primeira realização no

bairro que se tornou pólo gerador de

Comunidade. Era lá que os moradores

se encontravam para tomar um café

ou assistir aos programas da televi-

são. Os corações foram-se vestindo

de afectos… e as amizades foram-se

cruzando e enraizando.

O sacerdote responsável pela

Obra, foi viver para uma casa do blo-

co 15. Passou a ser um vizinho entre

vizinhos. Normalmente, usava uma

capa sobre a batina eclesiástica. As

crianças acotovelavam-se debaixo da

sua capa. Algumas delas eram bem

traquinas… O sacerdote a todas afa-

gava. Quantos, ainda agora, já com

mais de cinquenta anos, recordam

com saudade esses passeios debaixo

da capa.

A “Casa dos Rapazes”, lugar

de convívio dos jovens, tornou-se

mais um pólo fazedor de “proximida-

de”. Ainda hoje são muitas as amiza-

des que permanecem. Quantos casa-

mentos nasceram dos encontros dos

jovens nas muitas actividades que a

Obra desenvolvia. Os afectos fizeram-

se “Amor” e uniram corações para

toda a vida.

A “Sala de Estudo”, e o “Jardim

Infantil” e as “Colónias de Férias”…

Quanta afeição se foi gerando. Como

diz o ditado popular: “Quem meus fi-

lhos beija, minha boca adoça…”

A Obra nasceu do espírito ma-

ternal da Igreja e fez-se coração junto

dos mais desprotegidos.

Este coração foi crescendo, à

medida que a obra, qual árvore ben-

fazeja, foi estendendo os seus ramos

pelos muitos bairros da Cidade. Diver-

sificaram-se os serviços, multiplica-

ram-se os trabalhadores, os utentes,

os amigos mas o mesmo coração

continua a animar e a ritmar todo o

seu trabalho.

Como me congratulo com o

carinho que a Obra dedica à Terceira

Idade! Quem passou a vida a acon-

chegar os outros bem merece o nosso

afecto.

Quanto me alegro, volvidos

mais de 45 anos, ver como a Obra

Diocesana cresceu e como continua a

vestir de afectos o coração de quantos

nela trabalham ou dela beneficiam.

Receber é bom. Dar é melhor.

Dar-se é ainda melhor. Dar-se com ter-

nura e alegria é SUBLIME.

Page 13: solidarioDezembro está cheio de Natal. Mas nem sempre o “Natal” que por aí se vê está cheio do Deus Menino, que é o seu verdadeiro conteúdo e significado. E o que mais importa

13Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009

Percorrendo as notícias da co-

municação social, deparamo-nos com

tantas situações de destruição, mortes,

burlas, homicídios, ódios, separações,

violações e mal-tratos, abandono e so-

lidão, de abusos ecológicos, numa pa-

lavra, atentados à dignidade humana.

Neste contexto, urge ensinar um novo

estilo, mudança de comportamentos e

de atitudes, urge ensinar novos mode-

los que ajudem as pessoas a sorrir.

Colocando-nos numa atitude

de olhar atento aos rostos das pesso-

as que se cruzam connosco na rua, ou

em lugares públicos, dominam os tra-

ços de tristeza, de preocupação e de

desconfiança. Perante estas situações,

importa actuar solidariamente para

reconstruir rostos que façam a experi-

ência da alegria e ensinar os corações

a lançar impulsos de felicidade que se

contemplem no semblante dos nossos

irmãos.

Situando-nos na cultura e na

sociedade que nos envolve e da qual

partilhamos, sentimos que em variadas

posições legislativas ou de confronto

social, de fracturação de modelos de

vida e de mutilação ética, transpare-

ce uma existência sem abertura para

o futuro, movendo-se à volta da sua

própria frustração perante o presente

e sem significado para a vida. Perante

tal cultura, sociedade e modelo de ser

pessoa, importa o esforço, a lucidez e

a coragem para apresentar um futuro

aberto e transcendente digno do ser

humano. Também aqui é necessário

ensinar a sorrir.

Abrindo as portas das nossas

instituições de apoio social deparamo-

nos com crianças e idosos que, espe-

lhando-nos o sorriso do bem encontra-

do, ensinam-nos o caminho que nos

leva ao encontro de tantos outros que

esperam de nós o laço contagiante do

sorriso que transmite a alegria de viver.

O profeta Isaías, reconhecendo

a situação de miséria e de escravidão

do seu povo, mas, também, ilumina-

do pela revelação de Deus que o ama

infinitamente, sente que é chamado

a proclamar uma Boa Notícia que se

traduzirá em compromisso concreto

por restaurar a alegria e a libertação

do povo eleito de Deus. Ele mesmo

afirma: «O Espírito do Senhor repousa

sobre mim, porque o Senhor me un-

giu, enviou-me a levar a boa nova aos

que sofrem, a curar os corações des-

pedaçados, a anunciar a amnistia aos

cativos, e a liberdade aos prisioneiros,

a proclamar um ano da graça do Se-

nhor (…) a consolar os tristes, a dar aos

amargurados de Sião uma coroa em

vez de cinzas, o óleo da alegria em vez

de luto, a glória em vez de desespero»

(Is.61, 1-3).

Os olhos dos nossos contem-

porâneos estão colocados em Alguém

que, para muitos desconhecido, lhes

venha oferecer o que Isaías profeti-

camente anuncia. Isto é, Alguém que

ensine cada homem, mulher, jovem,

criança ou idoso, em qualquer cultura,

raça ou cor, a sorrir.

Os cristãos sabem quem é

Este que todos esperam. É Jesus

Cristo. Sabem-no por experiência da

alegria única e incomparável que Ele

produz nas suas vidas. Impõe-se-lhes

a obrigação de a comunicar aos que

dela têm necessidade. É responsabi-

lidade de todos os cristãos de dar as

mãos aos que solidariamente ensinam

a sorrir através de gestos generosos,

de carinho e de amor, mas sobretudo

de ensinar o caminho para o encontro

com Aquele que se fez um de nós para

nos ensinar a sorrir de modo profundo

e sem entraves.

Esta é a grande aprendizagem

que a celebração do Natal produz na

humanidade e esta é a responsabilida-

de que o nascimento de Jesus exige

dos cristãos.

Que as palavras de Paulo

«Alegrai-vos sempre no Senhor, repi-

to alegrai-vos» (Fil.4,4) encontrem eco

no coração dos que seriamente estão

abertos à vinda de Deus e se transfor-

mem em missão perante todos os que

esperam sinais sensíveis do nascimen-

to de Jesus Cristo, para que também

eles sorriam!

Para toda a comunidade da

Obra Diocesana faço votos de vivência

de um santo Natal.

+João LavradorBispo Auxiliar do Porto

Ensinar a sorrir

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Obra Diocesana de Promoção Social14

Manuel Amial

Obra Diocesana recebeu Prémio Infante Dom Henrique

O reconhecimento da sociedade civil pelo trabalho solidário da Obra Dioce-

sana de Promoção Social chegou no passado dia 12 de Dezembro pela mão dos

responsáveis da Confraria das Tripas à Moda do Porto.

A Confraria no âmbito da sua intervenção, decidiu atribuir o Prémio Infante

Dom Henrique 2009, este ano na sua quinta edição, na categoria “Instituição” à

Obra Diocesana de Promoção Social.

Intervenção cívica que, segundo a própria confraria, “visa honrar a univer-

salidade do Infante e os valores da liberdade, justiça, igualdade, fraternidade, Coe-

rência, partilha, que impregnam o incomensurável alcance da sua expansão e aos

quais, humildemente, a Confraria se devota, na defesa, preservação e promoção da

Alma Tripeira e do seu valor”.

O Júri que atribuiu este galardão foi presidido pelo Professor Helder Pa-

checo, escritor e professor, tendo como vogais a Dra. Raquel Loureiro, professora

e deputada à Assembleia da República, D. Maria do Céu Pinto, Coordenadora Co-

mercial da “Revista de Vinhos”, Dr. Arnaldo Araújo, Delegado de Saúde Médica do

Porto e Hélio Loureiro, Chefe de Cozinha do Porto Palácio Congress & SPA.

O Júri decidiu também atribuir o prémio a outra Instituição, ao Espaço T, na

categoria “Solidariedade” e ainda a cinco personalidades nas seguintes categorias:

Manuel Poças Pintão (Gastronomia), Miguel Vieira (Inovação), Luísa Dacosta (Lite-

ratura), Alcino Soutinho (Escultura/Pintura) e D. Manuel Martins (Carreira/Persona-

lidade).

A entrega dos prémios Infante Dom Henrique aos galardoados foi feita du-

rante o jantar que a Confraria realizou no passado dia 12 de Dezembro, na sala Por-

to do Porto Palácio Hotel, na presença

de cerca de 400 pessoas, entre confra-

des, confreiras e convidados.

O Presidente da Direcção da

Confraria, Chefe Hélio Loureiro, abriu o

jantar saudando todos os presentes e

de um modo especial os galardoados,

numa intervenção plena de afectos,

lembrando a quadra natalícia que se

atravessa e os valores das gentes do

Porto e das suas tradições.

A locutora Jacinta Oliveira, da

Rádio Renascença, foi a apresentadora

de serviço, também ela uma portuense

e uma aficionada da Alma Tripeira.

O Presidente do Júri, Prof. Hel-

der Pacheco, falou sobre a decisão do

Júri e da sua relevância para contrariar a

tendência para a ingratidão e o esqueci-

mento por parte da sociedade potuense

em relação a quem nela se distingue,

tendo referido o contributo da confra-

ria para relevar o mérito dizendo que

Chefe Hélio Loureiro; Panorâmica dos convivas; Dra. Ana Maria Príncipe apresentou a ODPS;

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“Quem faz o que pode, faz o que deve”.

A receber o Prémio Infante Dom

Henrique em nome da Obra Diocesana

de Promoção Social esteve o seu Pre-

sidente do Conselho de Administração,

Américo Ribeiro.

A apresentação da instituição

galardoada foi feita pela Dra. Ana Maria

Príncipe, que historiou o seu nascimen-

to e o seu crescimento e a relevou ao

papel importante que hoje desempenha

na cidade do Porto.

Américo Ribeiro, em nome da

Obra Diocesana, agradeceu o galardão

recebido e disse sentir-se muito honra-

do com a distinção e, acima de tudo,

feliz pelo reconhecimento do trabalho

solidário que a Obra vem realizando na

cidade do Porto ao longo destes últimos

45 anos.

Um trabalho feito com amor ao

próximo por muitos colaboradores ao

serviço da Instituição, considerando

15Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009

que o prémio recebido também a eles se deve e dedica.

Américo Ribeiro entendeu também relevar o valor do reconhecimento como

um estímulo para quem faz o seu melhor todos os dias, ajudando a dar a felicidade

e a esperança a quem dela precisa, e, também considerá-lo como um impulso para

fortalecer esse trabalho, cada vez mais difícil mas, também por isso, aliciante para

quem não vira a cara aos desafios.

O Presidente da Obra Diocesana aproveitou a oportunidade para desejar

os maiores sucessos à Confraria, felicitar os restantes galardoados distinguidos,

destacando a personalidade de D. Manuel Silva Martins e o seu trabalho pastoral e

de intervenção social.

Um momento cultural de rara beleza encerrou a cerimónia, com os prota-

gonistas do projecto “Two Pianists” – Luís Magalhães e Nina Shumann – ambos

professores de piano no Departamento de Piano da Universidade de Stellenbosch

na África do Sul, que interpretaram um extracto de uma peça musical do russo

Sergi Rachmaninoff.

O jantar teve animação musical do conceituado conjunto “Bruce Brothers”

até de madrugada, num ambiente de amizade e confraternização a todos os títulos

louvável, graças à arte de bem receber do Porto Palácio Hotel, unidade hoteleira

que também vem acolhendo anualmente, no mês de Maio, os jantares de benefi-

cência da Obra Diocesana.

Américo Ribeiro agradeceu homenagem; Galardão atribuído à ODPS; Actuação do “Two Pianists”

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Obra Diocesana de Promoção Social16

Prémio Pessoa 2009distingue D. Manuel Clemente

De 1971 a 1974 passei fugaz-

mente pelo Instituto Superior de Serviço

Social do Porto como professor de Teo-

logia do Trabalho e Teologia do Desen-

volvimento. Era a altura, em Portugal, da

chamada Teologia do Genitivo: Teologia

das Realidades Terrestres, Teologia Po-

lítica, Teologia do Trabalho e Teologia

do Desenvolvimento, entre outras. Uma

moda que se foi desvanecendo por falta

de a aprofundamento, sistematização

e consistência. Havia, porém, nesses

tempos de renovação eclesial, quando

também se desejava a transformação

da sociedade portuguesa, muita gene-

rosidade. Tudo isso se enquadrava bem

na moderna Doutrina Social da Igreja,

de que D. António Ferreira Gomes se

tinha revelado profeta.

Foi o antigo Bispo do Porto, D.

António Ferreira Gomes, quem teve a

ideia de fundar, no Porto, o Instituto de

Serviço Social. Para a sua fundamenta-

ção jurídica, em 1956, já tinha sido cria-

da a Associação de Cultura e Serviço

Social.

Quando cheguei ao Instituto já

muitas assistentes sociais tinham-se en-

tusiasmado com as suas experiências

nos bairros sociais do Porto que tanto

viriam e continuam a beneficiar, há mais

de 40 anos, da prestigiante e meritória

Obra Diocesana de Promoção Social.

Foi no Instituto que mais me con-

venci que a pastoral sociocaritativa não

deve ser o parente pobre, se e quando

comparada com a pastoral profética e

Cónego Rui OsórioJornalista e Pároco da Foz do Douro

a pastoral litúrgica. Estas perderiam vi-

gor sem a prática daquela. A Igreja, no

mistério de Cristo, não vive para si, mas

para o mundo a quem deve anunciar

Cristo e o Evangelho. Da prática efec-

tiva da caridade, faz parte a defesa e a

promoção da dignidade humana e dos

direitos de homens e mulheres que que-

rem realizar-se com qualidade de vida.

O trabalho brioso dos profissionais e o

papel generoso dos voluntários podem

ajudar e muito.

Assisti, logo a seguir à Revolu-

ção de Abril, que nos garantiria a de-

mocracia, à perda da identidade cristã

daquele Instituto de Serviço Social. Não

creio que se tenha ganho muito com

isso. A sua orientação cristã, fiel às suas

origens, poderia ser, ainda hoje, a sua

mais-valia. Foi pena que não houvesse

quem, e dos mais responsáveis da di-

recção do Instituto, soubesse dialogar

com os mais reivindicativos. Foram pou-

cos os que deram a cara para assegu-

rar alguma tranquilidade. Fui um deles,

nesses tempos abrasivos, com o meu

prezado amigo padre José Maria Cabral

Ferreira. Depois, que remédio, o Institu-

to seguiria o seu rumo, aquém de alter-

nativa credível que justificasse ter cor-

tado o cordão umbilical que o ligava à

Igreja. Não conseguiu a sua integração

no ensino superior oficial e acabaria por

reger-se pelo Estatuto de Ensino Supe-

rior Particular e Cooperativo.

Quando a Igreja fica sem as suas

instituições, não quer dizer que esteja

tudo perdido. É mais uma razão para

que profissionais e voluntários cumpram

com honra a missão sociocaritativa, na

animação das realidades temporais. É o

caso da Obra Diocesana de Promoção

Social, que bem pode ser exemplar nes-

te tempo de “Missão 2010 – correspon-

sabilidade para a nova evangelização”,

levando a luz do Evangelho a quem tem

vida difícil nos bairros do Porto, desper-

tando-lhes a esperança.

Ânimo na missão sociocaritativa

Homenagemao Rev. Pe. Lino Maia

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17Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009

Prémio Pessoa 2009distingue D. Manuel Clemente

Conselho de Administração

O Prémio Pessoa 2009 foi atribuído a Sua Excelência Reverendíssima,

D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, Patrono da Obra Diocesana de Promoção

Social.

O Conselho de Administração da Obra Diocesana de Promoção Social en-

viou a seguinte mensagem de felicitações:

Foi com profunda satisfação e um imenso orgulho que o Conselho de Ad-

ministração da Obra Diocesana de Promoção Social tomou conhecimento da atri-

buição do Prémio Pessoa 2009 a Sua Reverendíssima.

Esta pertinente distinção a uma figura ímpar da Igreja e da sociedade portu-

guesa constitui um justo reconhecimento por todo o trabalho desenvolvido por Sua

Homenagemao Rev. Pe. Lino Maia

Conselho de Administração

No passado dia 27 de Novembro, o Pe. Lino Maia, Presidente da Confe-

deração Nacional das Instituições de Solidariedade, pároco de Aldoar (Porto), res-

ponsável pelo Centro Social de São Martinho de Aldoar e Assistente Eclesiástico

da Obra Diocesana de Promoção Social foi alvo de uma meritória homenagem por

parte do Rotary Clube de Vila do Conde.

Este clube de serviço atribuiu a distinção de mérito profissional a uma

pessoa que em toda a sua vida tem seguido a máxima rotária “Dar de si antes

de pensar em si”. Numa comovente homenagem à obra e à pessoa do Pe. Lino

Maia, vários foram os testemunhos pessoais e profissionais que demonstraram

a motivação, o empenho e a dedicação de uma vida que se tem pautado pelo

bem-fazer à comunidade.

Num agradável jantar, realizado num restaurante no concelho natal do Pe.

Lino Maia, muitos foram os amigos que nessa noite se juntaram para participar

nesta justa homenagem.

O Conselho de Administração da Obra Diocesana fez-se representar

neste tributo.

PARABÉNS ao Senhor Padre

Lino Maia pelo seu louvável percurso

e por todos os projectos que pretende

concretizar!

Reverendíssima D. Manuel Clemente.

Com uma capacidade de co-

municação extraordinária e um elevado

sentido de equilíbrio e ponderação, Sua

Reverendíssima impõe-se como um

novo paradigma de intervenção social

da Igreja, promovendo um diálogo aber-

to e inteligente dos desafios que todos

enfrentamos.

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Obra Diocesana de Promoção Social18

João Miguel PratasDirector do Economato, Logística e ManutençãoNutricionista

Mónica Taipa de CarvalhoDirectora dos Recursos Humanos e JurídicosAdvogada

Festa de Natal dos Filhos dos ColaboradoresNo mês em que se celebra o Natal, o Conselho de Administração da Obra

Diocesana encerra o seu calendário anual de actividades com uma tarde de festa e

diversão dirigida aos filhos dos colaboradores da Instituição.

A Festa de Natal tornou-se já uma tradição, sendo aguardada com muita

expectativa pelos mais jovens, mas também pelos seus pais que aproveitam para

partilhar alguns momentos de convívio.

Mais uma vez, a festa realizou-se no auditório da Casa Diocesana – Semi-

nário de Vilar. Na sua quarta edição, as crianças foram acolhidas por um simpático

palhaço malabarista que, ao acompanhar os mais pequenos, ia desvendando as

surpresas que os aguardavam. Também à entrada, o já famoso grupo de percussão

“A Obra a Rufar” exibiu toda a força e energia que os jovens músicos incutem em

todas as suas actuações.

Depois desta recepção todas as crianças puderam escolher um leque de

actividades lúdicas variadas que incluíam realização de teréres, desenhos e pintura

colectiva e muitos pulos e saltos no leão insuflável que muito divertiu os meninos.

Logo após a entrada no auditório, o grupo “A Obra a Rufar” continuou a sua

actuação, tendo inclusivamente recrutado o nosso Presidente para animar a festa,

tocando um dos tambores.

Finda a actuação destes jovens, a música não parou, tendo continuado

com o talento das “Vozes Trinadas”. Este grupo presenteou a audiência com uma

reinterpretação de vários temas da música popular portuguesa. A última música foi

abruptamente interrompida por aquela

que viria a ser a estrela da tarde – o Pa-

lhaço Pintarolas.

A partir deste momento, as gar-

galhadas foram uma constante, pois

nem os miúdos, nem os graúdos con-

seguiram ficar indiferentes ao humor in-

teligente, perspicaz e permanente desta

personagem, que depressa solicitou a

presença do Presidente no palco. Em

curtos minutos, o Senhor Américo Ri-

beiro agradeceu a presença de todos,

elogiou os pais que perceberam que

esta era a festa dos seus filhos e, como

tal, não deixaram de lhes proporcionar

uma tarde de alegria e diversão. Disse

ainda “venham sempre, pois enquan-

to formos Conselho de Administração

sempre faremos o esforço para oferecer

aos vossos filhos esta festa”.

Com a participação de alguns

dos elementos do público, o Pintarolas

consegui, habilmente, contar uma bo-

nita história infantil, onde não faltou um

príncipe, uma princesa, uma fada e até

um “mauzão”.

Finda a história, chegou o mo-

mento mais desejado por todas as

crianças. Era o momento da entrega

das prendas, acompanhada de um sa-

quinho de chocolates e uma fotografia

com o Pai Natal. Quase 200 crianças

subiram ao palco com uma alegria con-

tagiante, correndo para a sua prenda

que rapidamente desembrulharam.

A festa terminou com uma pa-

lavra de encerramento do Senhor Pre-

sidente que desejou a todos um santo

Natal e um feliz 2010.

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19Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009

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Obra Diocesana de Promoção Social20

João Miguel PratasDirector do Economato, Logística e ManutençãoNutricionista

Ceia de Reis 2010em tempo de reflexão, de gratidão e de reconhecimento

Como já é tradição, o quadragé-

simo sexto ano de vida da Obra Dioce-

sana começou com uma das iniciativas

mais emblemáticas da Instituição – a

Ceia de Reis.

No passado dia 9 de Janeiro, a

grande família da Obra Diocesana reu-

niu-se na Quinta do Vieira, em Paranhos,

na cidade do Porto.

Os colaboradores da Obra Dio-

cesana, os seus Órgãos de Gestão, a

Liga dos Amigos, entidades religiosas

e civis, beneméritos, amigos e fornece-

dores da Instituição reuniram-se, sob a

presidência de Sua Excelência Reveren-

díssima D. João Miranda, Bispo Auxiliar

da Diocese do Porto.

Destacamos a presença da Ve-

readora do Pelouro do Conhecimento e

Coesão Social da Câmara Municipal do

Porto, Prof.ª Doutora Guilhermina Rego;

do Director Adjunto do Instituto da Segu-

rança Social – Centro Distrital do Porto,

Dr. Luís Vale; e da Vice-Presidente da

Comissão de Coordenação e Desenvol-

vimento Regional do Norte, Prof.ª Douto-

ra Ana Teresa Lehmann.

Ilustres foram também as pre-

senças do Presidente da Cáritas Portu-

guesa, Prof. Doutor Eugénio da Fonseca;

Page 21: solidarioDezembro está cheio de Natal. Mas nem sempre o “Natal” que por aí se vê está cheio do Deus Menino, que é o seu verdadeiro conteúdo e significado. E o que mais importa

21Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009

do Presidente da Confederação Nacio-

nal das Insti-tuições de Solidariedade,

Pe. Lino Maia; do Presidente da União

Distrital das Instituições Particulares de

Solidariedade Social – Porto, Prof. Artur

Carvalho Borges; e do Presidente do

Banco Alimentar Contra a Fome – Porto,

Eng. Rui Leite de Castro.

Os Professores Doutores Daniel

Serrão e Francisco Carvalho Guerra ma-

nifestaram o seu apreço pela Instituição,

marcando presença na Ceia de Reis.

O Dr. Barros Marques, Presiden-

te da Cáritas Diocesana do Porto; o Pe.

Dr. Manuel Correia Fernandes, Director

da Voz Portucalense; o Cón. Fernando

Milheiro Leite; e vários representantes

das Juntas de Freguesia da cidade esti-

veram igualmente presentes. O Sr. Jorge

Magalhães representou a Liga dos Ami-

gos da Obra Diocesana.

A Ceia de Reis teve início com a

Invocação proferida pelo Presidente do

Conselho de Administração, Sr. Américo

Ribeiro. Seguiu-se o Momento de Re-

flexão, no qual foi lido o texto “Coração

Agradecido!” de autoria da Confhic.

Ainda antes do jantar, decorreu

o primeiro momento musical da noite,

a cargo d’ “A Obra a Rufar”. Este grupo

de crianças do ATL da Obra Diocesana

transformou-se, em pouco mais de um

ano, numa referência da nossa Institui-

ção. Com os seus bombos, e sob a di-

recção de Ângelo Santos, estes jovens

alegraram todos aqueles que os ouvi-

ram, que ficaram sensibilizados pelo seu

empenho e criatividade.

No Momento do Presidente do

Conselho de Administração, o Sr. Amé-

rico Ribeiro começou por recordar o ano

que tinha passado e alertar para as difi-

culdades que se avizinham em 2010.

Neste contexto, frisou que os

parceiros da Obra Diocesana devem

ter uma “intervenção ainda mais direc-

ta, mais assídua, mais dinâmica e mais

atenciosa”. Relembrou que esses par-

ceiros, “que foram os protagonistas na

criação desta Obra, há quarenta e cin-

co anos, são os principais responsáveis

pela sua vida, pela sua continuidade,

pela sua eficiência. Possuem responsa-

bilidades acresci-das na medida em que

têm o dever e a obrigação de defender e

preservar o que os seus antepassados

fundaram”.

Em relação à Câmara Munici-

pal do Porto, o Senhor Presidente disse

que esperava o “cumprimento integral

do acordo com o protocolo feito com a

Obra Diocesana e que se comecem a

ver, com a brevidade requerida, passos

completos nesse sentido”.

À Segurança Social solicitou a

contratualização de mais Acordos de

Cooperação, em particular na resposta

social de Apoio Domiciliário. Cimentou

esta pretensão com a garantia de que

Page 22: solidarioDezembro está cheio de Natal. Mas nem sempre o “Natal” que por aí se vê está cheio do Deus Menino, que é o seu verdadeiro conteúdo e significado. E o que mais importa

Obra Diocesana de Promoção Social22

a Obra Diocesana reúne “condições hu-

manas e físicas para alargar o campo de

cobertura a famílias carenciadas e espe-

ciais, que ainda não possuem este cari-

nho, afecto e amor”.

Por fim, apelou à Diocese do

Porto para a continuidade do estímulo,

da motivação, do acompanhamento e

da colaboração.

Seguidamente, dirigiu uma pala-

vra ao Banco Alimentar Contra a Fome

– Porto. Salientou que este parceiro de-

sempenha um “papel importantíssimo

na vida da Obra Diocesana, pois não

estima, nem mede a sua participação,

apenas pretende ajudar, ajudar, ajudar, o

que permite formatar um exemplo mara-

vilhoso”. Também nesta linha, enalteceu

e reconheceu os muitos amigos e ben-

feitores da Obra Diocesana.

O Senhor Américo Ribeiro ter-

minou o seu discurso declarando que

a Obra Diocesana “está na sociedade,

sente a sociedade e age em favor da so-

ciedade, clamando pela justiça, pela fra-

ternidade e pela igualdade na liberdade”.

No programa da Ceia de Reis,

seguiram-se três momentos importan-

tes: o Espaço da Gratidão, o Espaço do

Agradecimento e o Espaço do Reconhe-

cimento.

No Espaço da Gratidão, o Con-

selho de Administração homenageou

as colaboradoras que completaram 25

anos ao serviço da Instituição. Cada uma

foi presenteada com a imagem de Nossa

Senhora, uma peça em cristal, ex-líbris

da Instituição.

O Espaço do Agradecimento

trouxe um justo tributo a um dos be-

neméritos da Obra Diocesana – o Sr.

Estêvão Gomes de Araújo, o qual, na

companhia da sua esposa, Sr.ª D. Virgí-

nia Araújo, recebeu a imagem de Maria

pelas mãos de Sua Reverendíssima, D.

João Miranda.

No Espaço do Reconhecimen-

to, foi homenageado um dos grandes

Amigos da Obra Diocesana e uma das

figuras de destaque do panorama inte-

lectual do país – o Prof. Doutor Francisco

Carvalho Guerra.

Depois destes bonitos e emoti-

vos momentos de homenagem, decor-

reu a intervenção de D. João Miranda,

Bispo Auxiliar do Porto.

Sua Excelência Reverendíssima

começou por felicitar todos aqueles que

foram agraciados naquela noite e saudar

o Conselho de Administração, as várias

entidades presentes e todos os colabo-

radores da Obra Diocesana.

Disse que “os Reis significam a

manifestação de Jesus para aqueles que

vieram de longe. A Obra Diocesana tra-

balha todos os dias sem se manifestar;

nas suas casas, com as crianças, com

os adolescentes, com os idosos”. Sua

Reverendíssima afirmou que, naquela

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noite, a Obra Diocesana se manifestou,

continuando a ser “uma Obra de Amor,

capaz de dar cor à vida e recriar o mun-

do com a beleza dos seus gestos”. Refe-

riu que era precisamente isso que a Obra

Diocesana fazia, “recriando o mundo, o

nosso mundo humano, o nosso mundo

social, o mundo dos mais pobres”.

Por fim, desejou que “a Obra

Diocesana continue a ser a Obra discre-

ta, que faz o Bem, sem às vezes saber a

quem, e faz o Bem e sempre por amor”.

O programa continuou com o se-

gundo momento musical da noite, desta

feita a cargo do Grupo Coral dos Avós

da Obra Diocesana. Este grupo, dirigido

pela Sr.ª D. Maria de Jesus Góis, cantou

as Janeiras a todos os presentes, cele-

brando, também desta forma, o Anún-

cio, aquele que é o tema do primeiro mês

da Missão 2010.

Depois deste momento, em que

os nossos “Avós” demonstram o seu

eterno talento, o Conselho de Adminis-

tração agraciou todos os convidados

com uma lembrança – um exemplar do

livro “Sacerdotes em Cristo”.

Aquela edição, publicada pela

Paulus Editora, reúne os depoimentos

de doze sacerdotes que foram convida-

dos a dar o seu testemunho, exprimindo

as motivações da sua vocação para a

vida religiosa. Um desses testemunhos é

precisamente de Sua Reverendíssima D.

Manuel Clemente, Bispo do Porto.

Por outro lado, aquele livro tem

também uma forte componente solidá-

ria, dado que parte das suas receitas

revertem a favor de dois seminários em

Moçambique.

O período das intervenções ini-

ciou-se com a palavra do Prof. Doutor

Francisco Carvalho Guerra.

Visivelmente sensibilizado pela

homenagem que lhe tinha sido prestada

alguns momentos antes, o Prof. Doutor

Carvalho Guerra dirigiu-se aos presen-

tes dizendo que tinha sido apanhado de

surpresa, mas que essa tinha sido uma

surpresa muito agradável.

No seu discurso, e dirigindo-se

aos colaboradores da Instituição, agra-

deceu a acção que desenvolvem na

cidade do Porto, questionando “o que

seria desta cidade se a Obra não existis-

se?” e “quantas pessoas não morreriam

se a Obra Diocesana não existisse?”.

Terminou, pedindo a todos que

“amem sempre para terem a alegria in-

terior que o Amor nos traz quando servi-

mos os outros”.

Seguiu-se a intervenção da Prof.ª

Doutora Ana Teresa Lehmann, que pres-

tou “homenagem ao generoso e magní-

fico trabalho que todos os dias [é realiza-

do] em prol dos mais necessitados e em

prol da cidade e da região”.

Transmitiu o seu testemunho

pessoal, dizendo que “conhecia a Obra

23Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009

Page 24: solidarioDezembro está cheio de Natal. Mas nem sempre o “Natal” que por aí se vê está cheio do Deus Menino, que é o seu verdadeiro conteúdo e significado. E o que mais importa

Obra Diocesana de Promoção Social24

muito superficialmente, até ao momen-

to em que vi, in loco, aquilo que vocês

fazem”. Referiu que fez questão de co-

nhecer, na prática, as iniciativas e vários

dos espaços da Obra Diocesana, tendo

ficado “deveras sensibilizada”.

Concluiu dizendo que era impor-

tante que todos conhecessem a grande-

za da Instituição, elogiando o esforço, a

generosidade e a entrega diária de todos

aqueles que servem a Obra Diocesana.

O Dr. Luís Vale foi o próximo a

usar da palavra. Referindo-se aos Reis

Magos e à magia que lhes está subja-

cente, elogiou o papel de todas as Ins-

tituições Particulares de Solidariedade

Social. Reportando-se à Obra Diocesana

em particular, enalteceu o seu trabalho,

“belíssimo e importantíssimo”, junto das

pessoas que mais precisam, levando-

lhes precisamente a magia, o amor e o

afecto.

A encerrar este momento, a

Prof.ª Doutora Guilhermina Rego afir-

mou que a acção social é uma aposta

do município do Porto e reconheceu que

é funda-mental e determinante o envol-

vimento de toda a comunidade, sendo

instrumental a existência de parcerias e o

estabelecimento das mesmas, com vista

a um bom aproveitamento dos recursos

disponíveis.

Neste âmbito, a Senhora Verea-

dora afirmou que “a Câmara Municipal

dará, no ano de 2010, cumprimento ao

protocolo estabelecido [com a Obra Dio-

cesana], tal como o tem vindo a fazer

desde 2003”.

Enfatizou a importância da acção

social, da inclusão social e da igualdade

de oportunidades, assegurando que es-

tes temas constituíam uma preocupação

central do Pelouro do Conhecimento e

da Coesão Social.

Depois de uma noite plena de

momentos de dádiva, de testemunho,

de alegria e de partilha, o Senhor Amé-

rico Ribeiro encerrou a Ceia de Reis, re-

conhecendo que aquela tinha sido uma

noite de sucesso, que a todos enrique-

ceu interiormente, e que esse sucesso

se deveu à presença de todos – colabo-

radores e convidados – o que motiva e

dá felicidade a quem serve a Obra Dio-

cesana.

Invocação

Os três Reis Magos, do Orien-te, depois de uma longa e difícil via-gem, concretizaram o seu objectivo: encontraram o Menino Jesus para O adorarem e Lhe prestarem a sua home-nagem.

Eles personificam os Povos da Terra, unidos por laços fraternos, no ideal de servir e amar.

À semelhança dos Reis Ma-gos, também nós queremos enfrentar as adversidades, com perseverança e esperança, acreditando que o Bem só se conquista pela transformação da nossa energia, em solidariedade e paz, numa simbiose, equilibrada e harmoniosa, de sentimentos e procedi-mentos.

Invocamos o Menino Jesus para que Ele ajude a cada um de nós na viagem da vida, de forma a sermos colaboradores, substanciais, nesse ide-al de amor, ser-vindo!

Américo Ribeiro

Momento de ReflexãoCoração Agradecido!

Hoje, Senhor, vimos agradecerO entrançado trabalho que a nossa vida supõe,Para o acolher e querer continuá-lo,Com os recursos de que dispomos.

Graças, Senhor,Por todos aqueles que, pelo seu modo de ser, nos completamPelos que, compreensivos, sabem escutar-nosPelos que, com a sua bondade, nos tornam mais simplesPelos que, ao corrigir-nos, nos fazem caminhar.

Graças pelos que, com o seu desacordo,Acendem a verdade na nossa vida.Graças pelos que, nos animam a lutar,E nos alentam no caminho.

Graças pelos que, ao escutar-nos, nos acolhem,E ajudam a descobrir-Te em cada momento.Graças Senhor, pelos que, com constância,Anunciam a Boa Notícia que és TU!

Acolhe a prece de um coração agradecidoPorque és em nós, sentido e luzGraças, porque nos permites celebrar a vida como domE torná-la dádiva para os outros.

Confhic

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25Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009

Boa noite!Saúdo todos com muito carinho

e enorme amizade.Mais um ano decorreu, e bem

depressa. De novo juntos, física e, decer-to, espiritualmente, e envoltos de alegria, para celebrarmos a Festa dos Reis, a nos-sa Ceia de Reis!

Segundo o Evangelho de São Mateus, os Reis Magos ofereceram, ao Menino Jesus, ouro, incenso e mirra, os presentes mais significativos e mais apropriados, daquela época, para tão Insigne Menino. Com os olhos neste lin-do e proeminente exemplo e fazendo algum paralelismo, a Obra Diocesana também quer oferecer, e, efectivamente, o seu presente com o máximo de brilho e afeição e que ele seja o melhor, o mais adequado, consoante os tempos e as necessidades.

É nesta expectativa e esperança que a sua vida vai prosseguindo e crian-do superiores contornos.

Num espírito festivo recordamos um ano preenchido de serviço, um ano de missão, de cumprimento das metas, que se preconizaram, projectaram e mo-nitorizaram, o qual engloba e expressa momentos lindos e ternos, passagens, que transmitem feitos importantes, episó-dios, extraordinariamente ricos, no cam-po da justiça social.

Um novo ano inicia e para que aconteça outro sorriso no sector laboral e balanço feliz, marcando dever bem cumprido, não podemos deixar de ser realistas e pensar que a agenda das pre-ocupações ficará mais volumosa.

O 2010 trará, conforme a pre-visão, infelizmente, enormes dificuldades, distribuídas por diversos segmentos, tor-nando-se urgente começar já a estruturar os diferentes blocos. Porém, salvaguarda-se, não invalida a grande esperança, que sempre acompanha o trajecto de cada anuidade!

Então, caberá aos parceiros uma

Intervenção do Presidente do Conselho de Administração

intervenção ainda mais directa, mais as-sídua, mais dinâmica e mais atenciosa. Estou convicto, estamos muito confiantes, por-que acreditamos nas pessoas, não obstante os obstáculos por que também estão a passar, pois esta Instituição cola-bora na construção da verdadeira cida-dania e não pode passar despercebida essa sua intenção, essa sua fulcral função social.

Esses parceiros, que foram os protagonistas na criação desta Obra, há quarenta e cinco anos, são os prin-cipais responsáveis pela sua vida, pela sua continuidade, pela sua eficiência. Possuem responsabilidades acrescidas na medida em que têm o dever e a obri-gação de defender e preservar o que os seus antepassados fundaram com vínculo e aperfeiçoamento no futuro próximo e longínquo.

No que concerne à competên-cia da Câmara Municipal do Porto, espe-ramos o cumprimento integral do acordo com o protocolo feito com a Obra Dio-cesana e que se comecem a ver, com a brevidade requerida, passos completos nesse sentido.

A palavra é um compromisso de honra. Este princípio de lealdade deixa a certeza de que a atribuição de verbas para dois mil e dez será sustentada no rigor e na equidade.

Relativamente à Segurança So-cial, compete-lhe a obrigatoriedade na abertura de mais acordos, fundamental-mente, no Apoio Domiciliário, facilitan-do, favorecendo e concorrendo para a manutenção e melhoria, tanto quanto possível, de uma Instituição credível, ca-paz de socorrer com eficácia manufac-turada com qualidade em toda a sua acção diversificada e multifuncional.

Reunimos condições humanas e físicas para alargar o campo de cober-tura a famílias carenciadas e especiais, que ainda não possuem este carinho, afecto e amor.

Nós queremos ir mais longe e contamos convosco.

No que respeita à Diocese, é essencial a continuidade do estímulo, da motivação e de toda a sua acção directa e eloquente, envolvendo o acompanha-mento e a colaboração que só a mesma sabe fazer.

Cabe aqui lembrar e enaltecer, sem reservas, um parceiro, que não es-tando comprometido na mesma linha dos acima mencionados, desempenha um papel importantíssimo na vida da Obra Diocesana, pois não estima, nem mede a sua participação, apenas preten-de ajudar, ajudar, ajudar, o que permite formatar um exemplo maravilhoso.

Evidentemente que estou a referir-me ao Banco Alimentar Contra a Fome - Porto.

A mais expressiva e alargada gratidão!

Aproveito também para referen-ciar, com enaltecimento, elogio, alegria e reconhecimento as mãos caridosas de muitos amigos e benfeitores da Obra Diocesana, que procuram apoiar esta boa causa, acolhendo-a, desde há já alguns anos (início de 2006), oferecendo donativos e encorajando, com palavras acon-chegantes e consoladoras, o traba-lho realizado, incluindo neste o que tem for-mato voluntário de quem dirige, de quem vai caminhando com vontade de servir e de se dar, ultrapassando barreiras de políticas governamentais, de quem vai devastando adversidades, vislumbrando a pretensão do fazer bem pelo bem.

Muitas dessas mãos caridosas, que fazem acontecer a generosidade, que promovem capacidades de dar e elos sociais, não são portuenses, param noutros pontos do país, mas conhecendo a Instituição, consideram-na também prio-ritária na sua disponibilidade solidária e isso é, obviamente, digno de grande apreço!

No quadro do bom funciona-mento, agrupam-se todos os colaborado-res, num total de quatrocentos e dez.

Estes já o demonstram há muito tempo, mas têm de procurar, sem limi-tes, deixem-me dizer assim, formar uma equipa, com os máximos requisitos, cujo profissionalismo patenteie, irrepreensivel-mente, referência pela competência, qua-lidade, modernização, união, articulação e coordenação perfeitas, que perfilham.

Isso será sempre a alma do su-cesso nas diferentes frentes em que se posiciona e actua tão indispensável Ins-tituição.

Acredito em todos vós e sei que isto será a realidade da nossa Instituição.

Page 26: solidarioDezembro está cheio de Natal. Mas nem sempre o “Natal” que por aí se vê está cheio do Deus Menino, que é o seu verdadeiro conteúdo e significado. E o que mais importa

O trabalho dignifica o ser humano e assume papel social muito importante.

O trabalho desenvolvido na Obra Diocesana reveste-se de dedicação, sensi-bilidade e espírito missão, pois a sua abran-gência envolve pessoas a cuidarem de pes-

soas especiais.25 Anos de serviço, um quarto de

século, onde a entrega marca particularida-de, merece ser destacado, enaltecido.

Parabéns e muita força para o fu-turo!

Espaço da GratidãoColaboradoras que completaram 25 anos ao serviço da Obra Diocesana

Obra Diocesana de Promoção Social26

Formação Profissional

Campanha de recolha de alimentos do Banco Alimentar contra a Fome

Sempre vivi, através de forma muito profunda e sentida, os problemas sociais relacionados com os mais vul-neráveis: índices de pobreza, velhice, abandono familiar, enfim, sofrimento e carência.

Estes fenómenos inquietantes moveram-me, desde muito novo, e, por tal, associei-me a organizações para co-laborar, para dar o meu contributo.

Neste seguimento, entreguei-me à Obra Diocesana, assim como os restantes membros do Conselho de Ad-ministração e do Conselho Fiscal, com gratuidade, transparência, motivação, ri-gor, responsabilidade, paixão, inovação e total disponibilidade, desde 2004, ter-minando no próximo mês de Dezembro o segundo mandato.

Muito investi, muito dei, mas muito recebi e a riqueza de conteúdos de cons-ciência e memórias encher-me-ão, conti-nuamente, de alegria e tranquilidade.

Apenas uma nota importante: quem nos vier substituir terá, forçosa-mente, que se pautar por estes valo-res.

Eles sustentam um trabalho assen-te na verdade e na lealdade, que chama a si a confiança e a dimensão distintiva, que é o bem.

É, pois, o bem que semeia, em cada dia, a Obra Diocesana é o bem que faz aproximar os saberes estabiliza-dos das boas práticas, onde se abraçam a generosidade e a caridade e isso leva-nos, todos a reforçar a consideração por esta Instituição como eixo central do bem.

Está na sociedade, sente a so-ciedade e age em favor da sociedade, clamando pela justiça, pela fraternida-de e pela igualdade na liberdade.

Neste Ano Europeu, que agora inicia, contra a Pobreza e Exclusão So-cial, ela saberá dar exemplo vivo de como se dão as mãos para colaborar no projecto, que fomenta a qualidade de vida, o bem-estar social e a igual-dade de oportunidades para todos, reforçando a solidariedade humana e a sensibilidade actuante.

Desejo a todos um ano com mui-ta paz e favorável à felicidade, em que as realizações previstas encontrem a sua plena concretização.

Obrigado!

As pessoas boas sabem apreciar o Meio que os rodeia, o Mundo que as envolve.

Admiram, com olhos de ver, com delicadeza e beleza, as cores, os elemen-tos da natureza, os gestos, os actos que enfatizam de generosidade a Vida!

São precursores no sentido da-queles contribuírem, de forma indelével, para anseios corporizados em realiza-ções de solidariedade humana… aqui, ali, acolá!

Espaço do ReconhecimentoProf. Doutor Francisco Carvalho Guerra

A beneficência é um mobilizador que define o ser bom e inspira as várias capacidades do homem como pessoa.

Não será preciso dizer que o Se-nhor Professor Doutor Francisco Carvalho Guerra é um modelo neste quadro.

Poderei acrescentar apenas que gera felicidade à sua volta e dita carinho em todas as suas intervenções, quer sejam em linguagem verbal falada ou escrita.

Em nome da Obra Diocesana, em nome de todos, o nosso mais alarga-do reconhecimento pelo que é, pelo que diz, pelo que faz.

A imagem de Maria é a lembran-ça que pretende exprimir esse nosso, esse meu reconhecimento!

Parabéns!

O agradecimento é uma atitude afável, envolta de sentimento, que faz ex-perimentar a alegria no que reconhece e para quem é reconhecido.

Sr. Estêvão Gomes Araújo e Espo-sa D. Virgínia

Meus prezados e particulares Ami-

Espaço do AgradecimentoSenhor Estêvão Gomes de Araújo

gos, Senhor Estêvão Gomes de Araújo e sua Esposa D. Virgínia, um alargado e pro-fundo agradecimento por tanta generosida-de, que têm oferecido a esta Instituição.

As boas acções identificam quem a pratica e quando revelam solidariedade para com os mais desfavorecidos, confir-mam experiência feliz.

Um dos tesouros da vida é possuir um coração, que dê um lugar privilegiado à caridade.

Obrigado por esse coração!A nossa lembrança expressa esse

obrigado!

Helena Florêncio, Zélia Alves, Isabel Cristina Vieira, Maria das Dores Dias, Maria do Carmo Silva, Lurdes Pereira, Lurdes Oliveira e Madalena Carvalho

Page 27: solidarioDezembro está cheio de Natal. Mas nem sempre o “Natal” que por aí se vê está cheio do Deus Menino, que é o seu verdadeiro conteúdo e significado. E o que mais importa

27Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009

Formação Profissional

Mónica Taipa de Carvalho

Ao longo do ano de 2009, o Conselho de Administração conseguiu, uma

vez mais, cumprir o seu objectivo de dotar todos os colaboradores da Instituição

dos devidos conhecimentos técnicos e práticos. Para tal, delineou um intensivo

calendário de formação que totalizou quase 800 horas.

Este ano, as áreas formativas abrangidas foram as seguintes:

•Sistemadegestãodaqualidade(SGQ)–atendimentoeserviçoaoclien-

te e avaliação da satisfação de clientes, monitorização e desempenho do SGQ,

auditores internos da qualidade, gestão da qualidade por processo;

•Práticasdecozinha,sistemadegestãodesegurançaalimentar;

•Primeirossocorros;

•Estimulaçãoprecoce, animaçãona infância, necessidadeseducativas

especiais, prestação de cuidados a idosos, animação na terceira idade;

•Transportecolectivodecrianças.

Campanha de recolha de alimentos do Banco Alimentar contra a Fome

João Miguel Pratas

Em 28 e 29 de Novembro decorreu mais uma campanha de recolha de

alimentos do Banco Alimentar Contra a Fome.

Cerca de 27 mil voluntários participaram nesta campanha.

Ao longo do fim-de-semana ficaram encarregues pela recolha dos géneros

alimentares nos estabelecimentos comerciais, seu transporte, pesagem e sepa-

ração.

A nível nacional, os alimentos recolhidos irão apoiar mais de 1650 institui-

ções de Solidariedade Social e, por via destas, cerca de 267 mil pessoas. No Porto,

o Banco Alimentar angariou 443 toneladas de alimentos, o que representou um

acréscimo na ordem dos 20% em relação à campanha homóloga de 2008. Estes

alimentos serão distribuídos por 400 instituições do distrito.

Uma das instituições beneficiadas por estes donativos é a Obra Diocesana

de Promoção Social. Dentro deste espírito de partilha, a Instituição esteve presente,

de corpo e alma, nesta campanha.

Uma equipa de voluntários assegurou a recolha das dádivas no Pingo Doce

(Amial), no Porto, bem como o transpor-

te dos donativos angariados no Conti-

nente de Vila Nova de Gaia.

A Obra Diocesana contribuiu

ainda com alimentos para o almoço dos

voluntários que se encontravam nas ins-

talações do Banco Alimentar.

Para o sucesso desta campa-

nha foi decisivo o apoio, disponibilidade

e empenho destes voluntários, que me-

recem o nosso sincero agradecimento.

Estes alimentos irão ser uma

mais-valia para a acção social da Obra

Diocesana em prol da população mais

desfavorecida.

Todas estas acções de forma-

ção decorreram em horário laboral. O

cumprimento deste calendário envol-

veu um elevado espírito de compro-

misso por parte de todos os forman-

dos, que conseguiram conciliar o seu

desempenho profissional com as várias

formações, sempre com o firme propó-

sito de amanhã serem melhores.

Page 28: solidarioDezembro está cheio de Natal. Mas nem sempre o “Natal” que por aí se vê está cheio do Deus Menino, que é o seu verdadeiro conteúdo e significado. E o que mais importa

Há cerca de um ano estivemos

aqui reunidos a propósito da idade

que avança sem dar satisfações e das

doenças que nos ocupam a vida toda

– celebrando a vida e o seu princípio e

fim: Deus.

Mais velhos ou gastos e mais

frágeis ou sofridos - somos uma vida

inteira e completa entre o pé que custa

a arrastar e a cabeça que o faz mexer

ou abandona à incapacidade.

Somos, entre as fraquezas do

corpo e as forças do espírito, uma luta

entre o que nos puxa para baixo e o

que nos obriga a andar direitos e de

cara erguida - ainda que com recur-

so a uma muleta, a uma bengala ou a

uma cadeira de rodas que substituam

a força dos ossos e dos músculos, ou

a um qualquer creme ou perfume que

nos ajude a enganar as engelhas que

se abrem sempre que temos de fazer

um esforço maior.

Estamos velhos – uns mais,

outros menos.

Estamos doentes - uns pior,

outros melhor.

Uns ficando prisioneiros des-

sas situações e outros usando esses

limites para abrir horizontes num dia

a dia que custa a obrigação de estar-

mos vivos – vivos para nós; vivos

para quem nos aprecia a vida e

dela partilha; e principalmente vi-

vos para o projecto com que Deus

nos fez vir ao mundo e só Nele tem

sentido.

Manuel Tavares

Testemunho do Amor de Deus

Sermos velhos não nos iguala

ou reduz aos trapos que já não servem

para nada senão para ocupar espaço

ou incomodar.

Estarmos doentes não nos as-

semelha ou curva como o caracol que

se fecha ao exterior e mirra até ao fim

por dentro da sua própria casca.

Homens e mulheres como

quaisquer outros, não somos uma

“ilha”, ainda que rodeada de gente

por todos os lados - ou seja, não esta-

mos sós, nem somos sós.

Queiramos ou não, a nossa

velhice e doença são estado que bole

com quem nos rodeia entre a família

e os estranhos tocados pela imagem

que projectamos.

E bole porque o nosso estado

incomoda, amedronta, preocupa, cria

insegurança e lembra que aquilo que

nos tocou em sorte também lhes pode

vir a calhar.

E bole porque a nossa velhice

ou doença os faz solidários e peregri-

nos a nosso lado na caminhada difícil

ou dolorosa que estamos a fazer.

Coitados daqueles que olham

para a velhice e para a doença como

uma mancha viscosa que é preciso

esconder ou pôr a um canto antes que

contamine o resto do tecido humano e

social que se julga imune às rugas, às

fracturas e ao deficiente funcionamen-

to de peças da fabulosa máquina que

também somos – e somos porque

Deus nos quis à sua semelhança.

Bem-aventurados aqueles que

olham para a velhice e para a doença

como uma oportunidade aberta ao

exercício daquilo que de melhor há em

cada um: a fraternidade – ou seja, da-

quilo que aos olhos de Deus nos apro-

xima e faz parte do seu desígnio para o

Homem e para o Mundo: o Amor.

Apesar de mais velhos e doen-

tes - não somos nem mais nem menos

do que os outros. Porventura seremos

mais, até – e mais não porque seja-

mos melhores ou superiores, mais in-

teligentes ou mais honestos, mais co-

rajosos ou “duros de roer”, mais ricos

ou vitoriosos, mais novos ou menos

doentes, mas apenas porque temos

a oportunidade de enfrentar e vencer

desafios, impedimentos, dificuldades

e limitações que reclamam bastante

mais, diferente e até melhor da nossa

capacidade, determinação, energia e

vontade de viver para além do que é

normal.

A velhice e a doença dão-

nos outra dimensão da vida.

O importante não é uma mesa

farta, mas a companhia ainda que à

volta de um mero pedaço de boroa e

meia dúzia de azeitonas; não é uma

sala de mobílias raras onde falta quem

dê uso às cadeiras a nosso lado; não

é um quarto cheio de tudo mas vazio

de presença, atenção e cuidado; não é

uma florida varanda virada a sul onde

o frio das ausências queima mais do

que o sol; não é uma vistosa janela

Obra Diocesana de Promoção Social28

Page 29: solidarioDezembro está cheio de Natal. Mas nem sempre o “Natal” que por aí se vê está cheio do Deus Menino, que é o seu verdadeiro conteúdo e significado. E o que mais importa

que olha para a falta de uma palavra,

um gesto, um alento; não é uma car-

teira recheada mas incapaz do copo

de água que se oferece e do cobertor

que se estende sobre as pernas no

inverno; não é um telefone de milhen-

tas funções que raro emite o som da

presença, da preocupação e da ternu-

ra; não é um casaco de pele rara que

substitui o toque dos dedos solícitos,

a respiração das palavras disponíveis

e o beijo ou abraço do carinho.

Ser mais velho e estar doen-

te convidam à inteligência e ao bom

senso que dispensam azedumes e

desesperos, queixinhas e lamúrias – e

reclamam a força interior que nos faz

capazes de apreciar a rosa apesar dos

seus espinhos, ou de cuidar do jardim

apesar das minhocas, das toupeiras e

dos insectos, ou de tratar do quintal

apesar dos desencontros do calor e

do frio que muitas vezes secam a seiva

das raízes e matam os frutos prestes a

amadurecer.

Estar velho ou doente dá-nos

capacidades que antes não desenvol-

vemos de tão ocupados que andáva-

mos com a lufa-lufa do dia a dia - ou

porque só agora estamos em condi-

ções de preferir e apreciar o que re-

almente vale a pena ou é mesmo im-

portante.

Quem quer andar e não con-

segue, por velhice ou doença, pode

ter dúvidas e certezas - como António

Lobo Antunes, médico psiquiatra e es-

critor que confessou em crónica publi-

cada na revista “Visão” do passado dia

1 de Outubro de 2009:

“A minha relação com Deus

tem sido sempre tumultuosa, cheia de

desacordos e discussões: longos perí-

odos em que me afasto, alturas em que

me aproximo, amuos, quase insultos,

discussões. (…mas …) Creio firme-

mente que nos livros que escrevo, é Ele

que guia a minha mão e não passo de

um instrumento da Sua vontade”.

…”há alturas em que o sinto (a Deus) tão fortemente em mim, alturas em

que o sei tão longe. O cancro, por exemplo: o Henrique, que é um homem de fé,

diz que me salvei porque nasci com um sistema imunitário fenomenal. Palavras

dele. No meu modesto entender esse sistema imunitário fenomenal tem um nome,

(…Deus …) e esse nome entendeu que eu ainda era necessário aqui”.

Que nos dizem estas palavras? – que para Lobo Antunes nunca esta-

mos sós ou desamparados, principalmente nas horas mais duras, graças à pre-

sença activa de Deus…

E que presença é essa senão Amor?!...

Amor de Deus que se oferece a todo o momento e de várias maneiras,

através do que damos e do que recebemos.

Amor de Deus que apenas nos solicita que estejamos de cabeça livre e

de coração disponível – que sejamos, como no tempo da rega, a terra sulcada

pela água que passa e leva força e vida.

Amor de Deus que é uma realidade e evidência até para quem se diz

não cristão.

Como José Régio - escritor que deixou vasta colecção de crucifixos aos

museus de Portalegre, cidade onde viveu e foi professor, e de Vila do Conde, onde

nasceu e passou os últimos anos da sua vida.

José Régio que no livro intitulado “Biografia”, de 1929, publicou o poema

“Ignoto Deo”, ou “Desconhecido Deus”:

“Desisti de saber qual é o teu nome,

Se tens ou não tens nome que te demos,

Ou que rosto é que toma, se algum tome,

teu sopro tão além de quanto vemos.-----

Desisti de te amar, por mais que a fome

Do teu Amor nos seja o mais que temos.

Desisti de te achar no quer que seja,

De te dar nome, rosto, culto ou igreja …

- Tu é que não desistirás de mim!

Que concluirmos das palavras de José Régio – senão que, mesmo que a

gente não o queira, o Amor de Deus não nos abandona?!

E se José Régio – que não era crente embora se afirmasse religioso - diz

e garante que o Amor de Deus é uma realidade, independentemente da nossa

proximidade ou distância, de fecharmos os olhos, de taparmos os ouvidos, ou de

virarmos as costas – que diremos nós que nos consideramos cristãos?

Cristãos que todos os dias podemos acordar e adormecer, se o quiser-

mos, na presença de Deus invocado por uma simples prece ou lembrança:

Senhor, obrigado pelo dia que me dás …

Senhor, fica comigo hoje – que não me sinto lá muito bem, que tenho

um tratamento difícil, que não posso estar sentado ou deitado durante muito

tempo, que vou fazer uns exames de diagnóstico complicado, que estou cheio

de dores…

Senhor, ajuda-me a aguentar este calor que me incomoda, enerva, depri-

me, amolece … Senhor, obrigado pela sombra que refresca e descansa …

Senhor, dá força àqueles que me amam, que de mim cuidam, que comi-

go se preocupam, que por mim se interessam …

29Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009

Page 30: solidarioDezembro está cheio de Natal. Mas nem sempre o “Natal” que por aí se vê está cheio do Deus Menino, que é o seu verdadeiro conteúdo e significado. E o que mais importa

Senhor, lembra-te daqueles que nesta hora mais precisados estão do

teu alívio …

Que maravilha, Senhor, o pôr do sol … a vinda da lua ao entardecer … as

primeiras estrelas do céu … o orvalho da manhã … o cheiro da terra molhada …

as cores da natureza …o chilreio dos pássaros…

Donde, Senhor, senão de ti, nos chega tanta beleza, tanta harmonia?!...

Embora a minha memória de hoje não vá muito além do “Pai Nosso” e do

“Avé, Maria”, essa fraqueza não me impede de rezar - de conversar com Deus, de

estar em contacto com Deus, de sermos companheiros no trabalho e no descan-

so, na alegria e na tristeza, quando estamos sós ou com outros…

Esse encontro só acontece porque acredito que Deus é Amor e que esse

Amor é uma omnipresença que nos acompanha, convida e desafia - omnipresen-

ça tanto maior e tanto mais viva quanto assentarmos, dentro de nós, que todos

os nossos momentos e circunstâncias devem abrir as portas e as janelas ao Amor

de Deus.

Como Antero de Quental - uma grande figura de intelectual português

que no século XIX sofreu intensamente as injustiças e indignidades económicas e

sociais do seu tempo, e as dúvidas e inquietações da sua própria alma desejosa

de voar mais alto – podemos descansar no Amor de Deus.

Descansar no sentido de confiar e não de ficarmos quietos à espera que

Deus faça por nós aquilo que a nós cabe fazer.

Escreveu Antero, para “Sonetos Completos” que publicou em 1886:

Na mão de Deus, na sua mão direita,

Descansou afinal o meu coração.

Do palácio encantado da Ilusão

Desci a passo e passo a escada estreita.

Como as flores mortais, com que se enfeita

A ignorância infantil, despojo vão,

Depus do Ideal e da Paixão

A forma transitória e imperfeita. ---

Como criança, em lôbrega jornada,

Que a mãe leva ao colo agasalhada

E atravessa, sorrindo vagamente,

Selvas, mares, areias do deserto …

Dorme o teu sono, coração liberto,

Dorme na mão de Deus eternamente.

Em resumo, que nos diz Antero de Quental nesse soneto?

Que devemos livrar o nosso coração – a nossa vida - de ilusões enga-

nadoras, da ignorância que não nos deixa ser livres, dos ideais imperfeitos, das

paixões transitórias, das areias aparentemente seguras mas cheias de traiçoeiros

buracos à espera dos nossos pés incautos…

E devemos fazer isso, no entendimento de Antero, para quê?

Para, libertos ou limpos de coração, podermos ter a paz e a segurança

que só é possível no Amor de Deus.

Citando José Régio e Antero de Quental, lembrei dois homens que, ao

contrário de nós, não se tinham como cristãos e nessa medida não se sen-

tiam parte do “povo de Deus em movimento” – novo conceito da Igreja Católica

Apostólica Romana definido e aprova-

do pelo Concílio Ecuménico Vaticano II

que decorreu entre 11 de Outubro de

1962 e 8 de Dezembro de 1965, por

inspirada iniciativa do Papa João XXIII

(que um conhecido poeta português,

Manuel Alegre, chamou de “o avô do

século XX” - tanta a abertura, simpli-

cidade, ternura e grandeza com que

abriu os braços da Igreja ao Mundo).

E se Régio e Antero dis-

seram que é impossível fugir ao

Amor de Deus e que só no Amor

de Deus temos sossego – que an-

damos nós, cristãos, a dizer do Amor

de Deus com a nossa velhice, a nossa

doença, a nossa vida, o nosso dia a

dia? a nossa família? os nossos médi-

cos, enfermeiros, assistentes sociais,

terapeutas, auxiliares e outros profis-

sionais e colaboradores dos serviços

de apoio aos idosos e aos doentes?

Que andamos nós a dizer e

a fazer do Amor de Deus?

E que andamos a dizer de

Nossa Senhora, a “Cheia de Graça,

Mãe de Misericórdia”, cujo olhar Ante-

ro de Quental viu “de piedade” mais do

que “de tristeza”:

“Um místico sofrer … uma ventura

Feita só de perdão, só da ternura

E da paz da nossa hora derradeira…

…”visão triste e piedosa!

Fita-me assim calada, assim chorosa…

E deixa-me sonhar a vida inteira”.

Sonhar o quê, perguntare-

mos?

Perdão, ternura e paz –

ou seja, o que compõe o Amor

de Deus.

Obrigado, Senhor, pelo Amor

que nos dás e que nos permite estar

vivos para além das limitações da ida-

de e das dificuldades da doença.

Obrigado, Senhor, pelos que

estamos aqui e pelos que não vieram

mas contam com o teu Amor.

Obra Diocesana de Promoção Social30

Page 31: solidarioDezembro está cheio de Natal. Mas nem sempre o “Natal” que por aí se vê está cheio do Deus Menino, que é o seu verdadeiro conteúdo e significado. E o que mais importa

31Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009

João Miguel PratasDirector do Economato, Logística e Manutenção

Nutricionista

Mónica Taipa de CarvalhoDirectora dos Recursos Humanos e Jurídicos

Advogada

Dia do idosoO primeiro dia do mês de Ou-

tubro é sempre aguardado com muita

expectativa pelos seniores da Obra Dio-

cesana, pois nessa data celebra-se o

Dia Internacional do Idoso.

Naquilo que é já uma tradição as-

sumida pelo Conselho de Administração,

neste dia toda a Obra se reúne para ho-

menagear os mais idosos. Como já vem

sendo hábito, Sua Reverendíssima D.

Manuel Clemente, Bispo do Porto, pre-

sidiu a uma Eucaristia na Sé Catedral da

nossa cidade, que se encontrava repleta

de clientes dos Centros Sociais da Insti-

tuição, bem como dos colaboradores que

diariamente zelam pelo seu bem-estar.

Os cânticos da celebração fo-

ram entoados pelo Grupo Coral da Obra

Diocesana, superiormente dirigido pelo

Reverendo Diácono Freitas Soares.

Numa cerimónia pautada pela

devoção a Santa Teresinha do Menino

Jesus, concelebraram os Senhores Có-

negos Amadeu Ferreira da Silva e Fernan-

do Milheiro Leite e os Senhores Padres

Domingos Oliveira e José Carlos Rosa.

Após a magnífica celebração,

foi possível testemunhar a satisfação

no rosto dos quase 500 idosos, que

entretanto se dirigiram aos respectivos

Centros Sociais para usufruírem de um

almoço-convívio.

D. Manuel Clemente e os restan-

tes convidados almoçaram no Centro

Social de Fonte da Moura, que, este ano,

foi escolhido para acolher o nosso Patro-

no. Em simultâneo, esta visita permitiu

que as novas instalações deste Centro

Social, recentemente concluídas, fossem

benzidas por Sua Reverendíssima.

O almoço decorreu num clima

de alegria e partilha em que se pode

apreciar o convívio inter-geracional e os

talentos teatrais e musicais dos idosos

deste Centro Social.

Na sua intervenção, o Presidente

do Conselho de Administração, Senhor

Américo Ribeiro, enalteceu a vivacidade

daqueles para quem a Obra Diocesana

é a razão da sua existência e agrade-

ceu a presença de D. Manuel Clemente,

bem como a sua inexcedível dedicação

à Instituição.

Page 32: solidarioDezembro está cheio de Natal. Mas nem sempre o “Natal” que por aí se vê está cheio do Deus Menino, que é o seu verdadeiro conteúdo e significado. E o que mais importa

Obra Diocesana de Promoção Social32

A 9 de Maio de 1843, o Bispo

de Nancy, D. Charles de Forbin-Janson,

consciente da miséria em que viviam as

crianças na China, propôs às crianças de

Paris, que rezassem uma Ave-Maria por

dia e oferecessem um vintém por mês

por forma a minorar o sofrimento dos

pequeninos chineses. Foi esta a origem

de um movimento de solidariedade en-

tre as crianças do mundo inteiro, a que

chamou Obra da Santa Infância, e que

actualmente, sob o lema “crianças aju-

dam crianças”, já se encontra presente

em mais de 150 países de todos os con-

tinentes beneficiando, a sua acção, mi-

lhões de crianças em todo o mundo.

De igual forma e face ao chama-

mento para a Nova Evangelização, pro-

tagonizado pela Missão 2010, foi tam-

bém, despertada nas crianças da Obra

Diocesana uma consciência Missioná-

ria, que está a fazer com que as hostes

da nossa Missão passem a contar, com

mais umas largas centenas de peque-

nos mas entusiastas Missionários.

Assim como Sua Santidade o

Papa Bento XVI escreveu uma carta às

crianças, dizendo que a amizade com

Jesus é um dom tão belo que ninguém

o pode guardar para si mesmo, e que

quem o recebe tem necessidade de

transmiti-lo aos outros, fazendo com

que o dom, partilhado, se multiplique,

também as crianças da nossa Obra,

sempre abertas a novos desafios, es-

tão a assumir-se como verdadeiros

Maria Teresa de Souza-CardosoEducadora de Infância

Na Linha da FrenteNós, as Crianças

protagonistas da Missão 2010.

E nesta caminhada que inicia-

mos temos já reflexões muito interessan-

tes de algumas das nossas crianças:

“O Jesus é o Rei do amor…”

“Quando estava na barriga da

minha mãe olhei para o Céu e vi o Jesus

a nascer”, “Quando eu estava no Céu

conheci Jesus, mas já não me lembro

dele; estive no Céu antes de nascer “ou

ainda “Sinto o Jesus à minha beira” e “O

mais importante do Natal é o Presépio”,

são testemunho do empenho com que

passaram a assumir a transmissão da

mensagem da amizade com Jesus.

O Presépio passou também a

transmitir-lhes novas mensagens, pois

para além da alegria do nascimento do

Deus menino, descrita por S. Lucas na

notícia dada pelo Anjo aos pastores:

“Anuncio-vos hoje uma grande alegria

que é para toda a gente!” (S. Lucas 2.10),

passaram a olhar para a Sagrada Família

com outros olhos e a lembrarem-se das

suas próprias famílias, dos seus Pais.

E nunca como agora foi tão im-

portante para as nossas crianças, cres-

cerem num ambiente familiar responsá-

vel, onde o amor seja o motor do seu

funcionamento e onde a matriz cristã es-

teja sempre presente, por forma a conse-

guir ultrapassar esta crise de valores que

nos assola de forma bem mais dramática

que a actual crise económica. São cada

vez mais necessárias famílias que sai-

bam educar, para uma vida onde o tra-

balho, a honra, a justiça, a solidariedade,

a tolerância e o amor sejam o mote.

Proclamada em 1994 pela Orga-

nização das Nações Unidas (ONU) como

“A mais pequena democracia no cora-

ção da sociedade” a Família é o seu nú-

cleo fundamental e só com ela e a partir

dela, nos construímos e desenvolvemos.

E sendo uma realidade conatural à pes-

soa humana, o Mundo precisa e sempre

continuará a precisar da Família.

Aqui devemos ter em atenção

as sábias palavras que, também, nos di-

rigiu Sua Santidade o Papa Bento XVI: “

Queridos pais! Gostaria de vos convidar

vivamente a ajudar as vossas crianças a

crer, convidar-vos a acompanhá-las no

seu caminho rumo à primeira Comunhão,

um caminho que continua também de-

pois, a acompanhá-las no seu caminho

rumo a Jesus e com Jesus. Peço-vos,

acompanhai as vossas crianças à Igreja

para participar na Celebração Eucarística

do Domingo. Vereis que isto não é tempo

perdido; ao contrário, é o que mantém a

Família verdadeiramente unida dando-lhe

o seu centro. O Domingo torna-se mais

bonito, toda a semana se torna mais bo-

nita. E, por favor, rezai juntos também em

casa: à mesa e antes de dormir. A oração

leva-nos não somente para Deus, mas

também uns em direcção aos outros. É

uma força de paz e de alegria. A vida em

Família torna-se mais cordial e adquire um

alívio mais amplo, se Deus estiver presen-

te, e experimenta-se esta Sua proximida-

Page 33: solidarioDezembro está cheio de Natal. Mas nem sempre o “Natal” que por aí se vê está cheio do Deus Menino, que é o seu verdadeiro conteúdo e significado. E o que mais importa

33Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009

de na oração. (…) Caros Educadores! Pe-

ço-vos de coração para manter presente

na Escola a busca de Deus, daquele Deus

que em Jesus Cristo se tornou visível para

nós. (…) Ajudai-os a compreender que

todas as respostas que não chegam até

Deus são demasiado curtas.”

Nunca é pois demais realçar

a importância do verdadeiro entrosa-

mento que tem que existir entre Esco-

la e Família, por forma a proporcionar

à criança uma verdadeira educação. A

função da Escola, dando continuidade

ao papel da Família, é dar amor, é dar

carinho, é ensinar, é ouvir, é aconselhar,

tendo sempre presente a responsabili-

dade acrescida de servirmos, também,

de modelo para as nossas crianças.

E como nem todas as crianças

da Obra Diocesana têm o melhor am-

biente familiar, são redobrados todos

os esforços que temos que fazer, para

colmatar as maiores necessidades de

atenção, de carinho e de amor.

Mas é gratificante verificar que na

Obra Diocesana, na nossa Obra, todos

temos um especial carinho pelas crian-

ças: desde o nosso Presidente, Senhor

Américo Ribeiro, que sempre que visita

os Centros marca as crianças pela ale-

gria, interacção, dinamismo e carinho

que lhes demonstra, passando pelos Di-

rectores de Serviço com uma actuação

sempre pautada pelo superior interesse

das crianças, a todos os outros Colabo-

radores e até aos outros clientes, os ido-

sos (os nossos Avós), que demonstram

um particular carinho e encanto pelas

visitas das, também suas, crianças.

Como testemunha uma Educa-

dora da Obra Diocesana: “ Porque gos-

tam as crianças de frequentar a nossa

Instituição, de correr para nós e gritar o

nosso nome? Porque nos dedicam ges-

tos de ternura e dividem connosco os

seus afectos para além das suas casas e

das suas famílias? Porque correm à nos-

sa volta e enchem o nosso dia de voltas e

reviravoltas, apoiam os nossos projectos

e traçam os seus percursos de vida?

Porque se enganam e em vez

de nos chamarem pelo nosso nome nos

chamam “mãe” e dizem carinhosamen-

te “ai, enganei-me!...?

(…) O constante desafio que vi-

venciamos dia após dia, aproxima-nos

e vai conferindo sentido ao percurso de

vida e desenvolvimento das crianças e, de

tudo o que as crianças não dizem ou se

esquecem de dizer, temos que ter consci-

ência do absoluto projecto de afectos que

oferecemos como Instituição.”

Contamos pois nas nossas filei-

ras, com a preciosa ajuda das crianças

da Obra Diocesana que, encantadas

com os novos desafios que lhes têm

vindo a ser explicados, estão já a iniciar

a sua vida de pequenos Missionários.

Como já escreve a Mariana,

uma das nossas crianças:

“Se eu pudesse mudar o mun-

do eu dizia às pessoas para amarem

os amigos e para não baterem neles.

Acabava a guerra e também acabava

com a injustiça. Dizia às pessoas para

não serem egoístas e pensarem mais

nas outras pessoas que não têm roupa,

comida nem pessoas para as amarem.

Bastava só um sorriso ou um sorriso

enorme para que o planeta fosse mais

feliz e que as pessoas começassem a

amar as pessoas que não tinham nem

sequer um tostão nem um cêntimo e

também acabava com a vida má que

algumas pessoas não tinham a vida que

elas queriam.”

Nestes dias que nos aproxi-

mam do Natal, saibamos todos viver o

verdadeiro sentido desta quadra festiva

– que a causa verdadeira da nossa ale-

gria é o nascimento de Jesus e a Sua

presença no meio dos homens; Jesus

que sempre manifestou um afecto ex-

traordinário pelas crianças e que disse

aos Apóstolos: “Deixai vir a Mim as

criancinhas, não as afasteis, pois a

quem é como elas pertence o Rei-

no de Deus” (Mc 10,14).

Um Santo e Feliz Natal

Page 34: solidarioDezembro está cheio de Natal. Mas nem sempre o “Natal” que por aí se vê está cheio do Deus Menino, que é o seu verdadeiro conteúdo e significado. E o que mais importa

Obra Diocesana de Promoção Social34

Frei Bernardo Domingues

É Natal cada vez que enxuga-

mos uma lágrima nos olhos de uma

criança, de um desgarrado da vida

tornando-me pessoa acolhedora, pró-

xima e solidária.

É Natal cada vez que depomos

as armas de inveja, do ciúme e tenta-

mos compreendermo-nos, acolher-

mo-nos diferentes e complementares

pelo diálogo leal.

É Natal cada vez que parali-

sarmos uma guerra surda e abrirmos

os braços, oferecemos e acolhemos o

perdão, tornando-me pessoa de paz

activa.

É Natal cada vez que obriga-

mos a miséria a recuar uns passos

pela nossa intervenção oportuna par-

tilhando o que temos e somos em vista

de equidade.

É Natal quando no nosso ínti-

mo, ultrapassando as ofensas, somos

verdadeiramente irmãos reconciliados

perdoando e pedindo perdão com ver-

dade.

É Natal quando surge, final-

mente a esperança dum amor real,

duradoiro e incondicional criando um

contexto de “pessoas comunitárias”

no dar e no receber.

É Natal quando se calam as

mentiras e se dá lugar à verdade e fe-

licidade da partilha sem preconceitos

aprendendo e ensinando pelo teste-

munho da vida coerente.

É Natal quando no fundo da

nossa vida, aliviamos o sofrimento que

dilacera e encontra um pouco de do-

çura pelo acolhimento compreensivo

e a paciência de escuta atenta e fra-

terna.

Há Natal nos olhos do pobre

que vamos visitar ao hospital, na soli-

dão do seu leito de dor, no isolamento

da prisão e promovemos a reconcilia-

ção dos desavindos.

Há Natal no coração de todos

os que convidamos discretamente

para a felicidade de partilha do que

temos e somos, propondo sem impor

opiniões pessoais, sobre o ser e o vi-

ver com qualidade.

Há Natal nas mãos daquele

que hoje compartilha o pão e amizade

promovendo a reconciliação e adapta-

ção ao real da vida possível.

Há Natal quando o mendigo

esquece os ultrajes e humilhações e já

não sente a fome de pão e compreen-

são pela desgraça sofrida sem culpa.

Há Natal quando lutamos por

mais verdade, justiça e paz, sem ferir

o amor que inclui perdão, dado e aco-

lhido, para desenvolver o acolhimento

misericordioso.

Há Natal quando sorrimos a

todos, com bondade e estimulamos

os outros para o trabalho honesto e

competente, propondo caminhos de

sucesso de ser em si e por si com re-

alismo.

Há Natal quando vemos em

cada pessoa, o rosto de uma irmã,

que é ajudada segundo as respectivas

necessidades e as nossas capacida-

des objectivas.

Há Natal todos os dias, meu

irmão, porque o Natal é o Amor huma-

nado para humanizar a vida de todos.

Lê, medita e aplica S. Mt. C. 5 e 25

incarnando progressivamente a ver-

dade, a honestidade, a competência,

a equidade, solidária e democrática,

para bem servir a tempo e horas.

Poderá ser Natal todos os dias

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35Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009

Fundação Vítor Baía 99Campanha Insucesso Escolar

A Fundação Vítor Baía 99 asso-

ciou-se a um conhecido grupo óptico

com vista à realização de um exame of-

talmológico e, em caso de necessidade,

à dádiva de um par de óculos. Esta cam-

panha, inserida no âmbito do combate

ao insucesso escolar, beneficiou crianças

com idades compreendidas entre os 5 e

os 16 anos.

A Obra Diocesana foi uma das

instituições seleccionadas pela Fundação,

tendo sido abrangidas cerca de 80 crian-

ças clientes dos nossos Centros Sociais.

O nosso reconhecimento à Fun-

dação Vítor Baía 99 pela sua dedicação à

educação e formação dos mais jovens.

Soares da CostaCirco de Natal no Coliseu do Porto

Repetindo o gesto amigo, nobre

e caridoso do ano transacto, a construto-

ra Soares da Costa ofereceu mais de um

milhar de bilhetes para uma sessão de

Circo de Natal para todas as crianças da

Obra Diocesana de Promoção Social.

Foram rostos felizes e maravi-

lhados que ocuparam a emblemática

sala do Coliseu do Porto, assistindo às

tropelias dos palhaços, aos truques de

magia e a todos os outros momentos

circenses.

Por toda a alegria que proporcio-

nou às nossas crianças, um sincero agra-

decimento à Soares da Costa pelo seu

empenho em apoiar as causas sociais.

Modelo Continente Hipermecados

Num gesto de dádiva, genero-

sidade e carinho pelas crianças mais

carenciadas, a Modelo Continente

presenteou todos os meninos da Ins-

tituição com um CD da Leopoldina.

Este simpático boneco, que constitui

já uma referência no Natal de muitas

crianças serviu de mote a um CD com

músicas e um jogo que abordava o

tema da reciclagem.

João Miguel PratasDirector do Economato, Logística e Manutenção

Nutricionista

Mónica Taipa de CarvalhoDirectora dos Recursos Humanos e Jurídicos

Advogada

Parcerias... são acolhidas de coração aberto!

Amigos em crescendo!Descrição ContribuiçãoAbel Ribeiro - Electrodomésticos e Mobilias, Lda. 100,00 €Albino de Almeida Fernandes, Pe. 50,00 €A.A.M.J. Padaria e Pastelaria, Lda. 500,00 €A.A.P.S. 20,00 €Acácio Ribeiro de Freitas, Pe. 100,00 €Animécio Abranches Ferreira Maia 100,00 €António Neves Ribeiro Coutinho 25,00 €Armando José Fonseca Pinto,Dr. 300,00 €Aurora de Jesus Oliveira Barbosa 10,00 €Bio Transmontano - Com. Dist. Prod. Alimentares, Lda. 1.137,00 €Bruno Alexandre Dias Ferreira 1.000,00 €Celestino Oliveira Martins Portela, Dr. 50,00 €Distribui, Com. Dist. Produtos Alimentares, Lda. 750,00 €Domingos Gomes Oliveira 73,00 €D.F.M.V. 60,00 €Estevão Gomes de Araújo 1.000,00 €Helena do Amaral Cardoso 20,00 €Horácio Magalhães, Lda. 500,00 €J.A.G. 50,00 €

Descrição ContribuiçãoJosé António G. Lima Ribeiro Bastos, Padre 100,00 €J.S.S. 20,00 €J.P.R. 300,00 €Junta Freguesia de Guisande 35,00 €Just All Design - Sociedade Unipessoal, Lda. 2.853,00 €Libório Almeida Pimpão 250,00 €M.A.C.C. 50,00 €M.M.C.M. 20,00 €Margarida Pereira Gomes 21,00 €Maria das Boas Novas 600,00 €Maria de Jesus Pinto, Enf. 540,00 €Maria Helena Vidigal Pinto da Silva Torres, Dra. 300,00 €M.S.F.A. 60,00 €Moreira & Carneiro 2.700,00 €PT - Imobiliária 3.130,00 €S.P.P. 6,00 €Sandra Rolo 461,88 €Stand ASLA, S.A. 2.500,00 €

Page 36: solidarioDezembro está cheio de Natal. Mas nem sempre o “Natal” que por aí se vê está cheio do Deus Menino, que é o seu verdadeiro conteúdo e significado. E o que mais importa

Obra Diocesana de Promoção Social36

Ano 2009 – Ano do CONHECIMENTO e COMPETÊNCIAConselho de Administração

- Realização da Ceia de Reis

- Reunião Geral de Colaboradores

- Passeio Anual dos Colaboradores com destino à Zona Centro do País

- Reuniões de Trabalho com a finalidade de serem projectadas as valências de “Lar de Idosos e Unidade de

Cuidados Integrados”

- Abertura das valências de Infância (creche, pré-escolar e ATL) no mês de Agosto

- Actividade Desportiva Masculina

- Visita de Sua Excelência O Presidente da República, Senhor Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva à Obra Dio-

cesana com a recepção no Centro Social da Pasteleira

- Participação no Simpósio “Reinventar a Solidariedade” levado a efeito na FIL em Lisboa

- Organização e realização do Jantar de Beneficência com o apoio inexcedível do Chef Hélio Loureiro

- Participação no Conselho Local Acção Social do Porto (CLAS)

- Realização do Dia da Obra com o tema “Magia das Gerações”

- Criação do Grupo de crianças e de jovens da ODPS denominado “A Obra a Rufar”

- Realização de diversas acções de formação destinadas aos colaboradores da Instituição: atendimento e serviço ao cliente

e avaliação da satisfação de clientes; monitorização e desempenho do sistema de gestão da qualidade; auditores internos

da qualidade; gestão da qualidade por processo; práticas de cozinha; sistema de gestão de segurança alimentar; primeiros

socorros; estimulação precoce; animação infância; necessidades educativas especiais; prestação de cuidados a idosos;

animação 3ª idade; transporte colectivo de crianças

- Continuidade do Projecto de Certificação de Qualidade

- Continuação da implementação do sistema HACCP

- Actividade Desportiva Feminina

- Visita da Vice-Presidente da CCRDN, Prof.ª Doutora Ana Teresa Lehmann, a espaços da Obra Diocesana

- Desenvolvimento e implementação do plano de contingência para a Gripe A

- Conclusão das obras do Centro Social de Fonte da Moura

- Espaço Solidário – Edição de Quatro Números

- Organização, pela primeira vez, da iniciativa “Férias com Obra” destinada aos clientes das valências de Infância

- Concretização de obras de manutenção e melhoramento nos diversos espaços da Obra Diocesana

- Elaboração do Projecto e Programa a levar a efeito pela ODPS na Missão 2010 promovida por Sua Reverendís-

sima D. Manuel Clemente, Bispo do Porto

- Distribuição de donativos de roupa e calçado a agregados familiares carenciados

- Parceria com Universidade Católica na área da Saúde – Criação de Gabinete de Enfermagem e Plano de Acção em cada

Centro Social

- Presença no XXII Encontro Nacional da Pastoral da Saúde em Fátima

- Participação nas Acções promovidas pela REAPN, CNIS e UDIPSS do Porto

- Participação na Festa da Solidariedade, em Viseu, promovida pela CNIS

- Comemoração do “Dia do Idoso” com a celebração da Eucaristia, na Sé Catedral, presidida por Sua Reverendíssima D.

Manuel Clemente, Bispo do Porto

- Parceria com a “Fundação Vítor Baía” com a realização de Rastreio Oftalmológico e concessão de um par de óculos a cerca

de 80 crianças

- Participação na homenagem ao Rev. Padre Lino Maia, promovida pelo Rotary Clube de Vila do Conde

- Parceria com a Empresa “Soares da Costa” que proporcionou a todas as crianças da nossa Instituição uma tarde de Circo

- Realização da Festa de Natal para os Filhos dos Colaboradores

- Participação na “Arca de Natal” organizada pela Câmara Municipal do Porto

- Homenagem pública efectuada à Obra Diocesana promovida pela Confraria Gastronómica das Tripas à Moda

do Porto com a atribuição do Prémio Infante D. Henrique

Page 37: solidarioDezembro está cheio de Natal. Mas nem sempre o “Natal” que por aí se vê está cheio do Deus Menino, que é o seu verdadeiro conteúdo e significado. E o que mais importa

37Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009

João Miguel PratasDirector do Economato, Logística e Manutenção

Nutricionista

Mónica Taipa de CarvalhoDirectora dos Recursos Humanos e Jurídicos

Advogada

Festa da Solidariedade

Pelo terceiro ano consecutivo,

realizou-se a Festa da Solidariedade,

uma iniciativa da Confederação Nacio-

nal das Instituições de Solidariedade

(CNIS). Este ano, a Festa decorreu em

Viseu, no dia 19 de Setembro.

A Obra Diocesana esteve re-

presentada por mais de 120 pessoas,

entre idosos e colaboradores, marcan-

do assim presença nesta importante e

emblemática iniciativa para a divulgação

e valorização das IPSS.

Inserida no recinto da Feira de S.

Mateus, a Festa contou com a presença

de uma centena de Instituições e mais

de duas mil pessoas vindas de todo o

país, entre utentes, funcionários e ami-

gos que quiseram juntar-se à iniciativa.

Vieira da Silva, o então Ministro

do Trabalho e da Solidariedade subiu ao

palco ao lado do presidente da CNIS,

Padre Lino Maia. O dirigente solidário

salientou a acção de milhares de Ins-

tituições espalhadas por todo o país e

do papel que têm tido numa altura de

crise social e económica. “Encerraram

empresas, aumentou o desemprego,

foram atingidas muitas famílias e muitas

pessoas. Não encerrou nenhuma IPSS.

Nenhum utente foi despedido por falta

de pagamento da sua comparticipação.

Nenhum trabalhador de IPSS viu encer-

rado o seu posto de trabalho por efeito

da crise”.

O Padre Lino Maia disse ainda

que o sector solidário precisa de um “re-

conhecimento” elucidativo e “um aval ao

trabalho que fazem, ao que representam

e aos valores que promovem”.

Ao longo da Festa foi divulgado

que a cidade de Castelo Branco acolhe-

rá a 4ª edição da Festa da Solidarieda-

de, em 2010.

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Pastoral da SaúdeXXII Encontro Nacional

Obra Diocesana de Promoção Social38

Conselho de Administração

Numa iniciativa da Comissão

Nacional da Pastoral da Saúde decor-

reu entre os dias 30 de Novembro e 3

de Dezembro, no Centro Pastoral Pau-

lo VI, em Fátima, o seu XXII Encontro

Nacional.

Este ano, a reunião foi subordi-

nada ao tema “Transplante de Órgãos

– Doação para a Vida”. Ao longo dos

quatro dias de trabalhos muitas fo-

ram as figuras ilustres da teologia, da

medicina e das ciências sociais que

ofereceram os seus conhecimentos,

partilhando opiniões e pontos de vista

com cerca de 600 participantes.

Ficou bem patente que a Igre-

ja Católica tem acompanhado a evo-

lução científica, reconhecendo que o

transplante de órgãos tem permitido

dar mais saúde e mais qualidade de

vida a muitos doentes.

A Pastoral da Saúde reconhe-

ce o trabalho que se está a fazer em

Portugal para responder ao progresso

da medicina em ordem aos transplan-

tes de órgãos, o que tem permitido a

vida a milhares de pessoas.

Como conclusões deste En-

contro foi decidido:

- “Apoiar a reflexão, nas co-

munidades cristãs, escolas, paró-

quias e movimentos sobre a cultura

da solidariedade que convida à do-

ação de órgãos, quer em vida, quer

pós-morte, como forma privilegiada

de caridade”;

- “Elaborar material de infor-

mação que dê notícia das muitas si-

tuações clínicas em que a transplanta-

ção de órgãos proporciona às pessoas

que eram doentes quer a cura das

suas limitações quer a qualidade de

vida que sempre desejaram ter”;

- “Sugerir aos núcleos paro-

quiais da Pastoral da Saúde já pre-

sentes em muitas comunidades cris-

tãs que criem grupos de dadores de

sangue e, simultaneamente, grupos

que se proponham estudar as situ-

ações em que muitas pessoas se

podem tornar dadores de sangue e

dadores de órgãos em vida ou depois

da morte”;

- “Valorizar o papel dos cape-

lães e outros agentes de assistência

espiritual e religiosa, nos hospitais e

centros de transplante, em diálogo in-

terdisciplinar com as equipas técnicas

e participando, nomeadamente, no

apoio espiritual e humano a dar aos do-

entes em proximidade de transplante,

às suas famílias e, ainda, aos dadores

de órgãos quando necessário, saben-

do que razões da natureza espiritual

e religiosa podem, por vezes, ajudar

a vencer dificuldades infundadas quer

quanto à transplantação, quer quanto

à doação de órgãos”.

A Obra Diocesana de Promo-

ção Social esteve presente neste En-

contro, tendo sido representada por

membros do Conselho de Administra-

ção, Directores de Serviço e Técnicos

de Serviço Social.

O Natal dos meus desejos

Tomara que Jesus nascesse no dia Um de cada anopara alegrar os corações do crente e do profanoe trazer-lhes o gosto pela bondade!

No dia dois vivermos, de novo, o “ser” Natal e cada alma a uma outra estar unida,recitando orações de louvor ao bem, à vida,em apelo à sã fraternidade!

No dia três seria a vezde em comunhão com o mais pobres,tirar da nossa alma gestos nobresde entreajuda,partilhando tudo o que nos sobra!A Luz, que é nossa guia, nos saúdae mostra-nos que o bem feitose redobraquando volta à nossa casa…

Dia quatro era dia de acendermos uma brasae dar nosso aconchego a quem carece.Servir um alimento,distribuir amor, dar agasalho, murmurar uma só prece…ou o que fosse para fazer alguém feliz…

Dia cinco, se continuarmos a seguir esta matrizque educa e iluminaa nossa mente,teríamos Natal ainda a seis,onde o sorriso dum coração contenteajudaria a celebrar com devoção este que é consagrado aos Santos Reis…

No sétimo dia de cada calendário, outras ideias de carinho, doaçãosublimes melodias…hinos celestiais chegariam a nós, para os vivermos, certamente!E por mais 300 e tal diasdesfiando-se, em paz, este Rosáriohaveria só Natais, de mão dada na mão…E a oito, nove e dez…assim, sucessivamente!

Dezembro de 2009

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eid

a

Page 39: solidarioDezembro está cheio de Natal. Mas nem sempre o “Natal” que por aí se vê está cheio do Deus Menino, que é o seu verdadeiro conteúdo e significado. E o que mais importa

Bons Amigos,A Ana Maria e eu agradecemos mais uma edi-ção do “Espaço Solidário”. A Revista tem tanta qualidade nos seus con-teúdos, que seria injusto destacar entre o que vem apresentado. No lay out, no papel, na informação corrente e nas actividades,

em tudo a Revista respira qualidade e dá inspiração a quem a lê.…As nossas homenagens aos responsáveis, que nos privilegiam com a sua Amizade.

Rui Taveira

Dra. Isabel CristinaObra Diocesana de Promoção Social - Cen-tro Social Rainha D. LeonorQueríamos expressar, na pessoa de Vexa, os nossos mais sinceros agradecimentos, a todos os colaboradores desse Centro, pela abnegação, dedicação e carinho com que sempre trataram a nossa querida mãe e avó.Estamos certas que lá no Céu, onde a Pra-zeres se encontra, não se esquecerá de re-zar por todos nós e de pedir ao Senhor que faça com que muitos corações semelhantes aos das pessoas do Centro que a acompa-nharam, proliferem neste mundo que, muitas vezes, nos parece andar alheado dos valores humanos.Mais uma vez o nosso bem hajam e que a Obra continue a sua missão de apoio a todos os que dela necessitem, sem olhar a condi-ções sociais ou credos religiosos.

Porto, 2009.Setembro.29

Maria Alberta Canizes – Christine Joannie Canizes Paiva

A vós,Adriana, Fernanda, Cristina, Madalena, Lilia-na, Cecília, Elisabete, Fátima e Paulo,Os meus eternos agradecimentos pela de-dicação, carinho, preocupação, amizade e muito, muito amor que durante dois anos “mimaram” a minha Mãe.Salientarei o extremo profissionalismo e com-petência de todos vós, a quem a Mãe chamava carinhosamente de “meus anjos da guarda”.Em memória de sua alma, gostaria de propor à “Obra Diocesana” um louvor para todos es-tes funcionários que, exemplarmente, cum-priram a sua bonita, mas árdua tarefa.…Mais uma vez, obrigada e um BEM HAJAM.

Porto, 21 de Outubro de 2009

Célia Martins, Filha de Adélia Maria Brandão Menezes Oliveira

Prezado e Bom Amigo Américo Ribeiro,Aproxima-se mais um Natal e vem-nos à me-mória tanta gente a precisar de ajuda e é bom que alguém se lembre delas já que durante o Ano inteiro Deus sabe como sobrevivem a tantas carências com que se defrontam.Nesta altura é costume nós darmos um sinal dessa preocupação com muitas dessas pes-soas para quem a vida é madrasta.Infelizmente os tempos que correm ajudam-

nos pouco, no entanto temos grande vonta-de de partilhar um pouco do que temos.No caso da Obra Diocesana de Promoção Social, que o meu querido Amigo tão bem dirige, temos um grande apreço e admiração pelo seu trabalho e de toda a sua Equipa, que tanta e tanta gente ajudam.Sabemos também do grande empenho de S. Eminência Reverendíssima D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, que consigo faz uma extraordinária dupla a liderar um grande equipa, que merece o nosso maior respeito e apreço pelo trabalho que realizam durante todo o Ano para quem mais precisa.…Desejando um Santo e Feliz Natal para si, fa-mília e toda essa fantástica Equipa Solidária, bem como um Novo repleto de felicidades.Com amizade,

Abel Ferreira Ribeiro e Família

Felicito-o vivamente pela maravilhosa obra que vêm realizando, cujo caminho acompa-nho através do Boletim que tem tido a genti-leza de me enviar.Para si, para todos os que o acompanham e os que são beneficiários da vossa acção, formulo votos de um Natal Feliz e um Ano Novo com mais Paz e Amor.

Celestino Oliveira Martins Portela, Dr.

Sou mãe de duas crianças a frequentar esta instituição e venho por este meio agradecer a todos os colaboradores (educadoras, au-xiliares, cozinheiras, enfermeira, empregadas de limpeza, administrativa e outros) que ao longo de 5 anos (período que a minha filha começou a frequentar esta instituição) fize-ram e continuam a fazer pelas crianças que frequentam a Obra, têm vindo a fazer um tra-balho excelente com as crianças e os pais. Quero ainda salientar a prestação da auxi-liar CELESTE, que este ano está na sala dos bebés. A Celeste tem sido fantástica, pois é uma pessoa sempre alegre, divertida, competente e que a meu ver tenta elucidar os pais de tudo o que se passa à volta dos nossos filhos e sobre as actividades em que eles estão inse-ridos. São colaboradores assim que as crian-ças precisam e as crianças agradecem. Fica aqui este meu reparo, pois não deve-mos apenas mencionar o que está mal, ou o que não gostamos. Devemos também dizer e salientar o que gostamos e o trabalho excelente que a “equipa” tem feito. MUITO OBRIGADA.

Mónica Oliveira

Um bom Amigo, com um óptimo exemplo e pleno de originalidade!

Agradeço a gentileza do envio do postal de Boas Festas, carinho que, sensibilizado, retri-buo, com votos de uma vida longa, estável e próspera, para V.Exª. e família e para a Insti-tuição que sabiamente dirige.O quotidiano resiste às boas mudanças, insis-te, teimosamente, em mostrar apenas a sua face negra e, hoje, sorrir e ser feliz é um estado de alma cada vez mais difícil de se sentir. Se-rão os impulsos de solidariedade como aque-les que a Obra Diocesana de Promoção Social consegue transmitir, que fazem com que as pessoas se lembrem que, apesar dos pesa-res, valerá a pena prosseguir, mesmo que a esperança seja quase, para grande fatia das pessoas, o seu único projecto de vida.NATAL é, de facto, amor, mas, sobretudo, “encontro e reencontro” da paz, da tolerân-cia, da harmonia e do perdão.Vale a pena viver o NATAL e só é pena não podermos viver sempre.A Obra Diocesana, à imagem de quem o pre-side, luta por fazê-lo todos os dias. Determi-nada, rigorosa, leal, consistente e sem equí-vocos, avança, progride, firme na sua função inexorável de bem fazer. E, então, eu, porque tenho o privilégio de o conhecer, sou, ainda, sabedor que a Obra Diocesana garante, tam-bém, qualidade, profissionalismo e excelên-cia, no serviço que presta à comunidade.Uma excelente forma de cuidar de “si” é olhar o “outro”, mas, para isso, será preciso estar atento e, cada vez mais, são menos os que o conseguem.Parabéns!

Junto um cheque de € 73,00 como do-nativo para a Instituição.

Consegui-o, ao longo de 365 dias, des-de 3 de Dezembro de 2008 até à mesma data deste ano, com o exclusivo objecti-vo de colaborar com V.Exas.

Dispor, diariamente, de 20 cêntimos, foi uma forma hábil de contribuir, sem “fe-rir” os ditames do meu orçamento.

Festas Felizes. Com AmizadeDomingos Gomes Oliveira

Liga dos Amigos da Obra Diocesana | Já se fez Amigo da Liga?Contribua com um Donativo | Pode ser Mensal, Anual ou Único | Envie por cheque à ordem de OBRA DIOCESANA DE PROMOÇÃO SOCIAL ou através do NIB - 007900002541938010118Sabia que o seu donativo é dedutível no IRS (Decreto-Lei 442-A/88, art. 56º., nº.2, alínea B e nº. 1 RC (artº. 40º., nº. 3) Obrigado!

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espaçosolidariomensagens recebidas sobre o novo

O Natal dos meus desejos

Tomara que Jesus nascesse no dia Um de cada anopara alegrar os corações do crente e do profanoe trazer-lhes o gosto pela bondade!

No dia dois vivermos, de novo, o “ser” Natal e cada alma a uma outra estar unida,recitando orações de louvor ao bem, à vida,em apelo à sã fraternidade!

No dia três seria a vezde em comunhão com o mais pobres,tirar da nossa alma gestos nobresde entreajuda,partilhando tudo o que nos sobra!A Luz, que é nossa guia, nos saúdae mostra-nos que o bem feitose redobraquando volta à nossa casa…

Dia quatro era dia de acendermos uma brasae dar nosso aconchego a quem carece.Servir um alimento,distribuir amor, dar agasalho, murmurar uma só prece…ou o que fosse para fazer alguém feliz…

Dia cinco, se continuarmos a seguir esta matrizque educa e iluminaa nossa mente,teríamos Natal ainda a seis,onde o sorriso dum coração contenteajudaria a celebrar com devoção este que é consagrado aos Santos Reis…

No sétimo dia de cada calendário, outras ideias de carinho, doaçãosublimes melodias…hinos celestiais chegariam a nós, para os vivermos, certamente!E por mais 300 e tal diasdesfiando-se, em paz, este Rosáriohaveria só Natais, de mão dada na mão…E a oito, nove e dez…assim, sucessivamente!

Dezembro de 2009

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Obra Diocesana de Promoção Social40