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Sonhos de raiva

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Livrinho que acompanha o videoclipe do mesmo nome da banda galega de ska Liska!

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Page 1: Sonhos de raiva
Page 2: Sonhos de raiva

O Busaco contratació[email protected] / 630145984

Page 3: Sonhos de raiva

VIDEOCLIPE “SONHOS DE RAIVA”Gravado por Deica audiovisual e Liska! produçons.Galiza - 2014

Ilustraçons: Ignacio HernándezMaquetaçom: Paulo BouzasImprime: Edicións Busaco

Liska!: Paulo - Voz / Alba - Saxo alto / Candi - trompete / Alex - Saxo tenor / Paula - TromboneByktor - Guitarra / Manolo - Guitarra / Diego - Baixo / Chanquete - Bateria / Martín - Teclados e

Hammond

Videoclipe: Produçom - Paulo Bouzas / Guiom - Pío Cribeiro e Paulo BouzasDiretor de fotografia - Pablo Kaufmann / Montagem - Deica audiovisual / Ator principal - Xosé Barato

Diretora de arte - Cristina Rodríguez / Operador de cámara - Pío Cribeiro / Efeitos visuais - Daniel Chaves e Anxo Rodríguez / Ilustraçom comic - Ignacio Hernández

Page 4: Sonhos de raiva

Caminho entre disparos de raiva por tino meio dumha guerra que já estava aqui

fazendo do laído um canto para vencersaindo da prisom que nos fijo esquecer

Nom deixarei que o tempo te borre sem maisabrolhas da semente que a terra nos dá

saindo das entranhas da besta feridaquando um novo dia está pronto a chegar

E cantara umha vida

que se vaique nom deixa

mais recordo que a vontade

de luitar

Estranho no reflexo que o espelho me dáa bágoa que escorrega nom pensa pararcontando estou os dias que restam aquias noites nom som noites estando sem ti

Nom me acostumo a ver-te trás este cristala sombra dumha morte resulta fatalno cerne do meu peito reside a esperançaquem sabe se um dia poderei berrar

E cantara umha vida que se vaique nom deixa mais recordo que a vontade de luitar

vida

Page 5: Sonhos de raiva

Dum canto de sereiaentre o março e o abrilnasceu com umha estrelaà sombra dum candil

Entre as sombras da noiteaprendeu a luitarnas longas corredoirasbotou ela a andar

Braços camponesestivo a bem criarpara o porvir da terra lavrar

Caminhando entre espinhosroseiras do seu lartranscorreu a sua vidaao pé do bravo mar

Sementando esperançaque nom vai florescerorgulho desta terraluitar para viver

Braços proletáriostivo a bem forjarpara novas batalhas livrar

ela

Page 6: Sonhos de raiva

Do bravo mar do nortedesde a história dos tempos

deste povo sem igualas novas dumha morte

queremos resgatar

O mar cuspe nas rochasna noite dum inverno

dum inverno sem finalvida dum marinheiro

que leva um temporal

Verbas espidasreflexo doutro tempo

maos enrugadaslavradas polo vento

Desde o teu leitoluz de justiça serás

na tua memóriao povo começa a acordar

Inçados de cobiçajunho de oitenta e quatrotrás atravessar o martrouxérom-te a Galizapara te soterrar

Os bons e generososque do teu testamentoàs portas de Bonavalfigérom sangue a letra e jurárom luitar

Sangue vermelhoabrolha do teu peitoazul e brancorecobre o cadaleito

Desde o teu leitoluz de justiça serásna tua memóriao povo começa a acordar

irmao

Page 7: Sonhos de raiva

Passava já das oitosoa o despertador

a cabeça dá voltaseu onde estou?

por muito que me esforce nom podo lembrar

só sei que nesta casanom podo ficar

Recolho as minhas cousasque juntas nom dam

pra encherem a mochilaque é onde estám!

e saio do refúgio para algúm lugar

onde continuar a luitar

As onze no relógiocomeço a esperaro enlace deste dia

está a chegartrai novas do outro lado

com as que analisarquais som os novos passos

que tenho que dar

O tempo já nom paravamos atuar

procuro um novo sítio para jantar

sabendo que de tarde há que trabalhar

pra umha nova batalha ganhar

Sacrifício e suordesta terra o melhor

combatenteÓdio e medo ao opressor

do teu povo o calorcombatente

Dignidade e valornom há luita sem dor

combatenteA voz dos fugidos bate

com a força dos que somvoz de revoluçom!

Início o meu trabalhopara golpear

um dos muitos pilaresdo capital

remato a meia-tardeboto a caminharporque um novo buracotenho que atopar

Começo um novo diaum novo lugarmotivos de alegriaao despertaro povo no que a raivavolta a alumiarainda continua a respirar

Sacrifício e suordesta terra o melhorcombatenteÓdio e medo ao opressordo teu povo o calorcombatenteDignidade e valornom há luita sem dorcombatenteA voz dos fugidos batecom a força dos que somvoz de revoluçom!

clandestino

Page 8: Sonhos de raiva

Luitar até a vitória final!Poder popular!!

Abrir os olhosna noite

podermos verque já nom temos nada que perderFechar as portas

ao diaque algumha vez

entre mentiraschegou

para convencer

Luitar até a vitória final!Poder popular!!

Fazer da vida um carreiro

sem percorrera cada passo

um futuro a nascer

Estám as ruasardendo

dam a entenderque se preparam

para um novoamanhecer

Luitar até a vitória final!Poder popular!!

luita!

Page 9: Sonhos de raiva

luita!Escuitem esta históriaque agora vou contarpor todos conhecida

a mais velha do lugar

Desterrando o silêncioquerendo despertar

que a voz da tua consciênciajá nom aguante mais

Sem tempo que perdernem nada que abraçar

agulhas do relógiocaminham para atrás

Vazio tenho o meu peitocheio ficou o mar

de báguas bem salgadasque já nunca vam voltar

Voltar a olharcomo a tua luzapaga o vento

e numha furna de cristal

fazer-se vere sem falar

guardar a chuvaque um dia te fijo brilhar

Fica em terras estranhaslonge do seu fogar

procurando umha vidaque nunca vai chegar

Mentras os eidos nossosorgulho do meu lar

em silêncio aguardamquem os puder trabalhar

Sem tempo que perdernem nada que abraçar

agulhas do relógiocaminham para atrás

A falta de esperançajá nom nos vai deixarmas esta cruel batalhanom se pode abandonar

Voltar a olharcomo a tua luzapaga o ventoe numha furna de cristalfazer-se vere sem falarguardar a chuvaque um dia te fijo brilhar

Sem tempo que perdernem nada que abraçaragulhas do relógiocaminham para atrás

Aqui remata a história que venho de contarpor todos conhecidaa mais velha do lugar

o emigrante

Page 10: Sonhos de raiva

Sem monte nem carvalheirasque dem sombra polo agosto

castinheiros com castanhasem novembro para o magosto

Lareira que dé quenturanas longas noites de invernoavós que contem aos nenos

contos do céu e do inferno

Porcos que comam as landrasque das árvores caíam

gentes que apaguem nos lu-mes

como os galegos faziam

Papo-ruivos, andorinhasmelros de bico encarnadoleiras que se trabalhavam

com a besta a tirar do arado

De Ortegal a Monte Reido Bérzio à Costa da mortequeimam a Galiza enteiradeixam a terra sem nome

Se arde um anaco de montearde um povo e umha vida

ainda que apaguem as lapassegue aberta a sua ferida

Se queremos subvertera ruína da nossa terra

nom avonda com laiar-setens-te de botar a ela

Vivendo como viviascom um monte trabalhadorecuperemos a vidado melhor tempo passado

De Ortegal a Monte Reido Bérzio à Costa da mortequeimam a Galiza enteiradeixam a terra sem nome

Se arde um anaco de montearde um povo e umha vidaainda que apaguem as lapassegue aberta a sua ferida

povo queimado

Page 11: Sonhos de raiva

Hoje deu-me por sonharcentos de cavalos brancos

sulcavam esta terrapra quimera derrotar

Três cabeças tem o monstro por cortar

FMI, Banco Centrale mais a do Banco Mundial

Entre pedras de papele montanhas de lamento

a espada do desejo chegou até o coraçom

E sem baixar do lombo do meu corcelvim-as cair junto aos meus pés

cabeças umha, duas e três

Acordar dum mal sonhoEncontrar a esperançaE nom dar nem um passo atrás!

A galope percorrimesta noite de silêncioa fúria do latejoque me fai tocar o sol

E com bágoas nos meus olhos descobrimque o caminhar sem despertarnom é umha forma de atuar

Acordar dum mal sonhoEncontrar a esperançaE nom dar nem um passo atrás!

a quimera

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Brotam as bágoas de orgulho e dorentre os recordos de quem nos deixou

passam os dias mas nom se borrouaquela imagem do meu coraçom

juntos luitamos juntos berramospor avivar a nossa ilusom

sonhos de raiva e de esperançapara esta terra que nos juntou

Agora já nom podo ver sair o solarde o silêncio por nom ouvir a tua voz

queima a palavra que o teu nome acarinhoue a sombra amarga que a tua ausência despertou

Sem ti já nom podo sonharsem ti nom podo respirarsem ti os meus olhos nom poderám ver o mar

Doce alvorada que a esta terra surpreendeufruto da luita das entranhas floresceutempo de espera que farei ao caminharno teu recordo já nom me podo parar

Sem ti já nom podo sonharsem ti nom podo respirarsem ti os meus olhos nom poderám ver o mar

sonhos de raiva

Page 13: Sonhos de raiva

Já nom podemos calarainda que chova na noite

berraremos alto e forteaté a gorja rebentar

sempre haverápalhaços que nom deixam

respirarjá nom podemos calar

Ferro cravadonesta terra

que desterrao despertar

Verde esperançaque a lembrança

nom acertaa encontrar

Língua de escravosque um povo se resiste

a abandonarescravos dumha históriaque desde a memória

começa a berrar

Na Galiza em galego!Começa a berrar!

Verba faladaaqui lavradadeste povoo seu cantar

Cantar de estrelasque na noitenom deixam de alumiar

a palavra da terra

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Nesta terra galegavivo luitando por libertarvou-me da minha terradeixo os meus filhos deixo o meu larfico sem agarimotam só por culpa do capital

Centos de envenenadostrabalhadores morrem em Ceefábricas de carburose de larpeiros que vivem bemtam só a classe obreirajungida sempre polo amoracabará em Galiza com toda classe de exploraçom

Trabalhador galegonom tenhas medo à repressomracha as cadeias de escravoe vive sempre em revoluçom

trabalhadorgalego

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