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UFPEL Universidade Federal de Pelotas Centro de Educação a Distância Curso: Produção de Material Didático Digital para a Diversidade Disciplina: Materiais didáticos digitais na perspectiva da diversidade Profº Luciano Ribeiro Sordidez e beleza? Inquietações acerca dos caminhos contemporâneos Jésica Hencke Polo: Picada Café 2011/novembro

Sordidez e beleza

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UFPEL – Universidade Federal de Pelotas Centro de Educação a Distância

Curso: Produção de Material Didático Digital para a Diversidade Disciplina: Materiais didáticos digitais na perspectiva da diversidade

Profº Luciano Ribeiro

Sordidez e beleza? Inquietações acerca dos caminhos contemporâneos

Jésica Hencke

Polo: Picada Café 2011/novembro

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Tudo começou assim... a natureza tendo seu espaço, as flores desabrochando em seus jardins, os

pássaros cantando e as pessoas, felizes admirando a natureza e vivendo com o que lhe era necessário...

Porém, um dia, o ser humano tentou dominar o ser humano para o seu próprio prejuízo e brincou de manipular a natureza e, então é preciso falar em educação para a sustentabilidade, a qual, pressupõe pensar na cidade contemporânea que esteja melhor organizada para receber pessoas sem que esta seja danificada e prejudicada ambientalmente...

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Estamos numa época em que o cuidado, a preservação e a recuperação do meio ambiente encontra-se em voga e qual, está sendo a nossa reação?

Temos reação?

Se mantivermos este nível de degradação e destruição... será que ainda teremos

um planeta para habitar?

Ou onde há cor haverá cinzas, onde há água haverá esgoto, onde há verde haverá queimadas... O que fazer?

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A resposta é... Reaproveitar

Reutilizar Reciclar

Mas para se atingir estes três níveis é preciso conscientizar... mas como?

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Antes de responder como, é preciso realizar uma análise do motivo que nos fez chegar a este nível de preconceito, de desperdício, de individualismo, de intolerância com a diferença e de suplantar a diversidade com base nos nossos pontos de vista. Pereira, nos esclarece ao destacar que a cidade imita a vida, bem como a vida imita a cidade e em nossas relações arrolamos não suportar que o outro seja diferente daquilo que representamos, temos a tendência de culpar o outro e não compreendemos nossas responsabilidades:

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Não suportamos que o outro seja algo diferente daquilo que representamos. Não permitimos que o outro seja outro, seja vários,

seja muitos. [...] Nosso jeito de ser imita a cidade. E a cidade imita nosso jeito.

Quadriculamos o espaço, setorizamos os lugares, ordenamos tudo. Concebemos a cidade em setores específicos: o bar dos mauricinhos, o

clube dos negros, a boate dos veados. [...] Quadriculamos, classificamos, hierarquizamos a cidade e seus lugares. Ordenamos os

fluxos, o trânsito. Produzimos crachás invisíveis, uniformes, fabricamos senhas, gestos comportamentos (PEREIRA, 2002)

Enquanto não nos reconhecemos...destruímos o lugar onde vivemos.

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Nós toleramos muito pouco a multiplicidade. Esses diferentes serão vistos como a evidência da possibilidade de eu não ser como tenho sido e poder vir a ser de outro modo. Eu tenho um amigo, o Jorge Larossa, que diz assim: não sejas nunca de tal forma que não possa sê-lo, também, de outra maneira. Isso é bárbaro, é genial. Mas é um risco absoluto. Porque postula a multiplicidade. Postula a necessidade de estarmos disponíveis para a diferença em nós mesmos. Logo, precisamos estar disponíveis para a diferença no outro, nos outros. Entretanto, a cidade contemporânea (e nós, urbanóides que nos misturamos a ela) força a proliferação dos iguais, o alastramento das massas, os comportamentos em série. (PEREIRA, 2002)

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Sordidez e beleza... palavras tão duras e complexas que nos levam a imaginar pensamentos e construir ações coerentes ou não com nossa sociedade, por muitas vezes acabamos nos envolvendo neste emaranhado social e nem damo-nos conta de nossa responsabilidade. Jogamos um papel de balas pela vidraça do carro, atiramos um toco de cigarro ao chão, lançamos uma latinha vazia no arroio, as sacolas plásticas voam em nossos ares e simplesmente não queremos assumir as consequências destes atos inadmissíveis socialmente, por considerarmo-nos modernos e intelectualmente manipuladores do ambiente.

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Com a globalização e industrialização da produtividade de bens de consumo, houve um significativo aumento do descarte, tudo tornou-se obsoleto em menos de seis meses de uso, as relações não encontram-se mais territorialmente definidas, mas em espaços desterritorializados, os valores encontram-se invertidos culturalmente e moralmente. Vivemos numa crise paradigmática, sem precedentes e sem alternativas claras de superação.

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Quem sabe, aprendemos a olhar de outra forma o que vemos diariamente e nem nos damos conta dos acontecimentos, dos resíduos que espalhamos indiscriminadamente, do excesso de desperdício e gastos, a visão de que tudo é descartável e infinito.

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É por muitos sabido do problema ambiental no qual o planeta Terra se encontra, em especial no que refere-se à produção desenfreada de resíduos sólidos, sejam eles de origem orgânica ou não, acarretando um grande acúmulo de lixo, sendo necessário ressignificar de antemão a opinião que temos sobre o descarte e a ação acometida pelo desperdício no qual estamos inseridos, pois somente sentindo-se parte integrante e responsável pelo problema alternamos nossa maneira de agir e interagir com o meio físico-social.

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Referências:

PEREIRA,Marcos,V. O desafio da tolerância na cidade contemporânea. Texto presentado no III Seminário de Educação e Comunicação Adolescente... tá

ligado!!?.Pelotas 02 de julho de 2002 . PORTILHO, Fátima. Sustentabilidade Ambiental, Consumo e Cidadania.

São Paulo, Cortez Editora, 2005, 255pp. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-753X2006000100010

Acessado: 19 junho de 2011. SPEROTTO, Rosária I. As tecnologias de comunicação e informação: dispositivos

híbridos a constituir subjetividades.