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Brasília, 03.12.08, 5ª Marcha da Classe Trabalhadora

REDUÇÃO DOS JUROS,

MAIS EMPREGOS

E MAIS SALÁRIOS

O PRÉ-SAL É NOSSO!PELO RETORNO DA LEI 2004!

SOUBRASIL+

CGTBCENTRAL GERAL DOS TRABALHADORES DO BRASIL

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ÍNDICE

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A resistência à entrada da crise

no Brasil

Milhões de trabalhadores vão

às ruas pela redução dos juros e por mais

empregos e mais salários

A ação das multinacionais contra

os direitos dos trabalhadores

Edição número 21Abril a julho de 2009

Revista da CGTB é uma publicação da Central Geral dos Trabalhadores do BrasilEndereço: Rua Conselheiro Brotero, 589,

6º andar, Barra Funda, São Paulo, SP, Brasil, CEP 01154-001

Telefax: (11) 3663-0473Presidente: Antonio Neto

Diretor Responsável: Ubiraci Dantas de OliveiraEdição: Valdo Albuquerque (MTb 37.516/SP)Redação: Avesnaldo Santos, Mariana Moura,

Nathaniel Braia, Susana Santos e Valdo Albuquerque

Colaboração: Alessandro Rodrigues e Vanderlei Zampaulo

Foto capa: Alessandro RodriguesDiagramação: Estúdio Brasil (11) 3062-8766

produçã[email protected]: 30.000 exemplares

Os artigos assinados e opiniões emitidas em entrevistas não refletem necessariamente a

posição da CGTB.

[email protected]

Alessandro Rodrigues

Alessandro Rodrigues

Vanessa Presse

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C ompanheiros,

A luta em defesa do emprego e dos salários em nosso país, nos últimos nove meses, demonstrou, de uma vez por todas, que os trabalhadores são os pilares e a vértebra de uma nação em busca do seu desenvolvimento. Graças à ação do movimento sindical brasileiro, a crise que jogou as principais economias mundi-ais na recessão não levou de roldão a economia brasileira. A maior contribuição para isso foi dada pelos trabalhadores, em particular pela CGTB, que impediram nas fábricas a chantagem dos monopólios de redução geral dos salários.

Com a derrocada do banco Lehman Brotheres, em meados de setembro do ano passado, generalizando a crise nos chamados países ricos, os monopólios transnacionais buscaram sugar o máximo as economias menos desenvolvidas para cobrir o rombo criado por eles mesmo. No Brasil, capitaneadas pelas mon-tadoras, as multinacionais tentaram a todo custo estabelecer como um princípio geral a redução dos salários e de direitos, suspensão de contratos sustentados com dinheiro do FAT e quase que a exclusividade nos financiamentos do BNDES.

A posição firme do movimento sindical e a política do presidente Lula de manter os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), da Petrobrás, dos programas sociais e, inclusive, reduzir o superávit primário, a despeito do boicote do Banco Central com seus juros estratosféricos, está dando condições ao país para enfrentar a crise externa. E mais que isso, abre a possibi-lidade de o Brasil dar um salto em seu caminho pelo desenvolvimento, como já ocorreu em épocas passadas.

Para isso, a definição de como se dará a exploração do pré-sal é decisiva. Não há duas alternativas: o único caminho é estabelecer que a União seja a proprietária das imensas reservas de petróleo dessa camada e a Petrobrás, a única operadora.

A CGTB reafirma mais uma vez o seu compromisso com a nação e com a luta por um Brasil para os brasileiros. Seguiremos firme para conquistar a redução drástica dos juros, o controle das remessas de lucros, aumento real dos salários e redução da jornada sem redução dos salários.

Executiva Nacional da CGTB

Editorial

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O PRÉ-SAL É NOSSO! PELO RETORNO DA LEI 2004!

Ricardo Stuckert/PR

A1- A Petrobrás é o fruto da maior campanha cívica já realizada neste país: a campanha “O Petróleo é Nosso!”. Na época, não havia segurança da existência de petróleo. Era uma campanha pelo futuro, de confiança no Brasil e em nosso destino. Durante 40 anos, sob a Lei 2004, que garantiu o monopólio da exploração do petróleo à Petrobrás, alcançamos progressos espetaculares. Atingi-mos a autossuficiência em petróleo. Temos reservas de 14 bilhões de barris e somos campeões mundiais em tecnologia para extração em águas profundas. Graças à capacidade e obstinação de nossos técnicos e cientistas, descobrimos o pré-sal, com uma reserva es-timada inicialmente em 90 bilhões de barris do melhor petróleo, que, somada aos 14 bilhões atuais nos coloca entre os três maiores países produtores de petróleo do mundo. As projeções indicam que as reservas podem chegar a 300 bilhões de barris. Uma ri-queza, a preços de hoje, no valor de 21 trilhões de dólares. A tendência do preço é subir, pois a produção mundial está caindo, enquanto cresce a demanda.

2- Esta descoberta pode significar a redenção do Brasil. Um impulso fenomenal ao nosso desenvolvimento econômico, à dis-tribuição de riquezas e à nossa independência nacional. Diante da descoberta, o presidente Lula criou uma comissão interministerial para formular um novo marco regulatório para a exploração do petróleo, a ser encaminhado ao Congresso Nacional. Durante o governo de FHC foi quebrado o monopólio da União sobre a propriedade do petróleo, com a instituição da Lei 9478/97. Hoje, a propriedade é de quem produz. Quem explora paga de zero a 40% de Participação Especial à União, conforme a quantidade encontrada, enquanto a média mundial dos países exportadores é de 84%. O proprietário explora o quanto quiser, quando quiser e as condições de fiscalização são precárias. Hoje, em cada 10 poços perfurados em águas profundas, a custos altíssimos, se encontra petróleo em um. Praticamente só a Petrobrás fez investimentos e

achou petróleo. As multinacionais, em busca do lucro fácil, pouco se interessaram. Dessa forma, o controle sobre a exploração, apesar da sabotagem do governo anterior, continuou nacional.

3- O petróleo do pré-sal é de muito melhor qualidade. A Pe-trobrás furou onze poços e encontrou petróleo nos onze. Agora, a cobiça das multinacionais é ilimitada. Se já na época de Getúlio or-questraram e patrocinaram uma desesperada campanha de calúnias e de desinformação contra a criação da Petrobrás, imaginem agora. Os Estados Unidos possuem 30 bilhões de barris de reserva. Neces-sitam de 10 bilhões de barris por ano. Gastaram 3 trilhões de dólares na invasão ao Iraque para controlar suas reservas. As 7 irmãs, que já controlaram 90% da extração de petróleo, embora continuem ga-nhando rios de dinheiro, hoje controlam apenas 3%, e nesse ritmo caminham para o desaparecimento. Coincidentemente com a des-coberta do pré-sal, os EUA resolveram reativar a 4ª Frota em costas latinoamericanas. Também não é por coincidência que exatamente nesse momento os tucanos e a mídia colonizada pressionam pela realização da CPI contra a Petrobrás. O pretexto é ridículo: recursos inteiramente dentro da legislação que a Petrobrás utilizou para neu-tralizar prejuízos com a crise especulativa.

4 - O que está em jogo no momento é se o petróleo do pré-sal será dos brasileiros ou será expropriado pelo cartel inter-nacional do petróleo. E isto vai depender, em grande parte, da mobilização popular. Temos agora mais razões ainda que no pas-sado para desencadear uma campanha ampla em defesa do nosso petróleo. As possibilidades de vitória são excelentes. A política neoliberal está desmoralizada. Em oito anos quase arrasou o Bra-sil. Está devastando as economias dos países centrais. Temos um governo progressista, identificado com o nosso povo e com as lutas do passado. Como nas campanhas “O Petróleo é Nosso!”, “Diretas Já!” e “Impeachment!”, vamos às ruas.

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A resistência à entrada da crise no Brasil

OTrabalhadores ganharam as ruas pela redução dos juros, defesa

do emprego e dos direitos, controle da Embraer pelo Estado e contrapartida de garantia de emprego para liberação de

investimentos públicos

s trabalhadores brasileiros, sob a liderança das centrais sindicais, resistiram desde o pri-meiro momento à importação da crise gera-da nos EUA, a partir da derrocada da ciran-da especulativa das hipotecas imobiliárias.

Desde os primeiros sinais da crise, os monopólios financeiros e industriais ins-talados no país, e seus aliados na mídia e no Congresso, exibiram sua disposição de ampliá-la ou tirar proveito dela, advogando “cortes de gastos”, suspensão de contratos, demissões e redução de jornada com dimi-nuição de salários. Na mesma direção, o Banco Central se aferrou em manter alta a taxa de juros (Selic) e retardar ao máximo sua inevitável redução, na contramão até da maioria dos países.

Os efeitos da crise sobre nos-so país poderiam ter sido pior não fosse a resistência do movimento sindical. A CGTB lançou a pala-vra de ordem “Demitiu, parou”, assim que começaram a surgir as ameaças de demissões.

Para isso, a definição de como se dará a exploração do pré-sal é decisiva. Não há duas alternativas: o único caminho é estabelecer que a União seja a proprietária das imensas reservas de petróleo dessa camada e a Pe-trobrás, a única operadora.

E não se diga que a atual cri-se que se abateu sobre os EUA, os países da Europa e o Japão sim-plesmente aconteceu, que não há culpados por ela.

Durante anos, desde a déca-da de 90 até hoje, os neoliberais dos EUA e da Europa, e seus apa-niguados no Brasil e nos países da periferia, diziam que o Estado estava ultrapassado, que não devia intervir na economia e que o mer-

cado tudo resolveria. As empresas estatais deveriam ser privatizadas – a preço de bana-na, como foi feito no Brasil durante o gover-no tucano -, toda a regulação da economia deveria sumir e deixar tudo nas mãos do “deus mercado”. Houve quem dissesse que a indústria não era mais importante, que esse negócio de industrialização era coisa do passado. O bom era o setor de serviços, os bancos eram mais importantes. A especula-ção com títulos e ações, a terceirização, tudo isso era a “modernidade”.

No Brasil, os governos Collor e FHC encamparam a idéia e puseram mãos à obra, privatizando estatais, abrindo o país para os monopólios estrangeiros e acabando com restrições à ação deles na nossa economia.

Mobilização

Metalúrgicos em São Carlos dizem não às demissões e à redução de salários

Vanessa Presse

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O Banco Central permitiu que os especu-ladores externos fizessem farra com os títu-los públicos e ações de empresas nacionais. Restrições para entrada e saída de capital estrangeiro foram “flexibilizadas”. São os remanescentes desses governos e de tais propagandistas na mídia que hoje voltam a defender “cortes de gastos” e voltam a in-sistir na tese surrada de que o Estado está “inchado”, visando paralisá-lo, deixá-lo sem ação diante desta situação. E, além disso, naturalmente, reservar mais dinheiro para os bancos e parasitas da economia.

O mundo todo virou um cassino. De-zenas de trilhões de dólares circularam pelo planeta na especulação, sem nenhuma trava. Papéis se valorizavam superficialmente da noite para o dia e geravam mais apostas em cima de apostas, papéis sobre papéis (os tais derivativos), como aconteceu com as hipote-cas imobiliárias que detonaram a atual crise, uma das mais graves desde 1929. Os ban-queiros mandavam e desmandavam, contan-do com várias adesões à “astúcia” deles.

E não foram poucos os que embarca-ram nessa “astúcia”. Estima-se que cerca de 200 grandes empresas (Sadia, Voto-rantim, CSN, Vale, etc.) investiram mi-lhões nos papéis podres americanos, que

com a crise ficaram a ver navios, tiveram perdas gigantescas.

O país estava obtendo números satis-fatórios no crescimento. O PIB do ano pas-sado ficou em 5,1%. Esse crescimento na economia brasileira não agradava a alguns, entre os quais o BC, para quem qualquer crescimento é nefasto. Ao invés de baixar os juros na altura de outubro e novembro, para blindar o país da crise, o BC manteve a taxa nas alturas, deixando a porta aberta, o que agravou situação. Assim, a produção industrial caiu 5,2% em novembro, em de-zembro o recuo foi de 12,4% (em relação a novembro/2008) e em janeiro despencou 17,2% em relação ao mesmo mês de 2008.

Além do mais, os bancos seguraram o crédito, sem que o BC fizesse coisa alguma. Para irrigar o crédito, o governo tomou uma série de medidas de liberação dos depósitos compulsórios - que os bancos têm que fazer no BC -, colocando à disposição do sistema financeiro um volume de recursos da ordem de R$ 100 bilhões. Mas os bancos, em vez de disponibilizar esse dinheiro para aumen-tar o crédito para as empresas, utilizaram-no para comprar títulos do governo e aumentar seus ganhos beneficiados pelos juros astro-nômicos do BC.

Ato unificado em São Paulo, em 30.03.09, convocado pela FSM, CSI, centrais e movimentos sociais

Mato Grosso do Sul: centrais rechaçam proposta da Fiems de redução de

salários e de direitos

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O compor-tamento dos mo-nopólios também foi o de amplifi-car, deixar o país vulnerável à crise e tirar o couro dos trabalhadores para maximizar seus lucros. As montadoras, to-das estrangeiras, c h a n t a g e a r a m com demissões para arrancar mais benefícios do governo e re-

dução de salários dos trabalhadores.Conseguiram mais uma redução do

Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), recomeçaram a vender, mas, nem por isso deixaram de demitir ou dar férias coletivas, ante-sala para desempregar. Além disso, já haviam recebido R$ 8 bilhões (R$ 4 bilhões do Banco do Brasil e mais R$ 4 bilhões dados pela Nossa Caixa, adquirida pelo BB).

A Embraer anunciou a demissão de 20% dos seus trabalhadores, cerca de 4 mil, embora nos últimos 12 anos o BNDES te-nha destinado R$ 19,7 bilhões para finan-ciar as exportações da empresas.

A Vale do Rio Doce começou no final do ano passado um processo de demissões e de férias coletivas. Oficialmente demitiu 1.300 e deu férias coletivas para 5,5 mil, embora os sindicatos da categoria calculem que a empresa desempregou mais de 12 mil trabalhadores se incluir os terceirizados. Ro-ger Agnelli, presidente da empresa, que tem um salário de R$ 448 mil mensais, propôs a redução de salários e de direitos.

A Vale recebeu em 2008 do BNDES R$ 7,3 bilhões. Depois a empresa anunciou que iria distribuir entre os acionistas a quantia de R$ 5 bilhões e 59 mil e declarou que após pagar esses dividendos teria, em lucros acu-mulados, R$ 15 bilhões e 178 milhões que serão mantidos como “reserva”. Que crise!!!

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), incorporando a apo-sição das multinacionais, fez gestões para que fosse assinado um acordo vergonhoso de redução dos salários e de direitos, no que foi rechaçada em boa hora pela CGTB e outras centrais. Em Mato Grosso do Sul, as centrais rejeitaram essa mesma proposta

por parte da Fiems. Aceitar tal acordo seria trazer a crise para dentro do país de mala e bagagem. Como disse a CGTB em nota: “Esse caminho de arrochar os salários e re-duzir os direitos está esgotado e desmorali-zado. Agora, a palavra está com os trabalha-dores, com os empresários honestos e com os governos democráticos. Hoje o consenso é o consenso do desenvolvimento baseado no mercado interno, é o consenso do Esta-do como promotor desse desenvolvimento, é o consenso da distribuição de rendas e da ampliação dos direitos”.

Sem dúvida, o caminho dos monopó-lios externos e suas filiais no Brasil é o ca-minho do desastre. É a trilha de arrochar os trabalhadores, raspar o tacho e enviar montanhas de dinheiro para suas matrizes. Segundo números do Banco Central, o flu-xo cambial financeiro (aplicações em títulos públicos e na Bolsa, remessas de lucros ao exterior e investimentos estrangeiros direi-tos, pagamentos de juros entre outras opera-ções) apresentou saídas líquidas no acumu-lado do ano – até 27 de março – de US$ 8,449 bilhões.

Acertadamente, a CGTB denunciou a ação dos monopólios no país diante da crise dos EUA e conclamou todas as centrais e os trabalhadores a lutarem juntas, defendendo que o governo agisse com firmeza “contra os monopólios que recebem dinheiros públicos e ameaçam salários e direitos” e “uma ação conjunta contra a chantagem dos monopó-lios, pela redução dos juros, em defesa do desenvolvimento, da ampliação do mercado interno, da ampliação dos direitos e do au-mento dos salários”. Os trabalhadores foram à luta e não aceitaram passivamente a via predatória dos mo-nopólios estrangei-ros. Em janeiro, os metalúrgicos da Ge-neral Motors (GM) entraram em greve contra a demissão de 802 funcionários na unidade de São José dos Campos e 1.633 na unidade de São Caetano. Em março 2.300 empregados da Pirelli foram à greve contra as de-missões e a redução de salários. Depois de 5 dias de paralisa-

”“A CGTB denunciou a ação dos monopólios no país diante da crise dos EUA e conclamou

todas as centrais e os trabalhadores a

lutarem juntas

5ª Marcha da Classe Trabalhadora, em Brasília, em 03.12.09

Alessandro Rodrigues

Governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), instala o Comitê de Defesa do Emprego

Sílvia Macedo

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ção, os trabalhadores da Schaeffler Brasil (Rolamentos Fag), na Zona Sul da capi-tal paulista, conseguiram que a empresa recuasse da demissão de 62 pessoas. Em dezembro, após 4 dias de greve, os meta-lúrgicos da Amsted-Maxion Fundição e Equipamentos Ferroviários S/A conquis-taram a readmissão de 600 trabalhadores por determinação do TRT/SP, que ainda multou em R$ 80 mil e exigiu que a em-presa parasse com as demissões.

Cerca de 120 trabalhadores da mul-tinacional norte-americana Tyco Dinaço ocuparam em dezembro a sede da empresa contra a dispensa de 160 funcionários por telegrama. Os trabalhadores da TRW, uma das maiores fornecedoras de peças e sistemas automotivos do mun-do, entraram em greve para protestar contra a demissão de 172 metalúrgicos, dispensados por telegrama na se-mana do Natal. Os operários da Mahle pararam por 24 horas em repúdio à demissão de 300 funcionários.

Os trabalhadores da Embraer realizaram mani-festações e passeatas que fizeram o TRT suspender as demissões. Embora considerasse abusivo o ato da empresa, o tribunal aceitou as 4.270 demissões. Com apoio das centrais sindicais, o sindicato da categoria afirmou que vai recorrer. As demissões da Embraer suscitaram um amplo movimento para que o Estado volte a controlar a empresa, privatizada em 1994.

A mobilização desencadeada pela CGTB e as de-mais centrais para debelar a política de terra arrasada dos monopólios financeiros e industriais contra os tra-balhadores conquistou outras vozes, de outros setores do país. O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, conde-nou as empresas que recebem dinheiro do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e que demitem e tentam reduzir salários e direitos. O governador do Paraná, Roberto Requião, declarou que “as multinacionais, que ontem batiam às portas do governo pedindo incentivos fiscais porque iriam gerar empregos, ganharam milhões ao longo de dez, vinte anos. Agora, na primeira crise, querem sacrificar o emprego dos trabalhadores”.

Mais de 260 juízes, professores, procurado-res, promotores, membros do Ministério Públi-

co do Trabalho, entre outros, lançaram o ma-nifesto “Contra oportunismos e em defesa do direito social”, denunciando a chantagem das multinacionais para suprimir direitos e arrancar benefícios fiscais do governo. Encabeçado pelo juiz do Trabalho e professor da Universidade de São Paulo (USP), Jorge Luiz Souto Maior, o mani-festo destaca que “a reativação econômica deve ser buscada pela adoção de políticas anticíclicas centra-das na preservação do emprego, na proteção social e nos princípios e direitos fundamentais do trabalho, de onde se extrai que os governos não estão dispostos a ceder às pressões de parte do empresariado mul-tinacional que quer se aproveitar do argumento da ‘crise’ para impor maior sacrifício aos trabalhadores e às bases jurídicas do Estado Social”.

No último dia 30 de março, as centrais e os mo-vimento sociais realizaram uma das maiores mani-festações com a participação de 30 mil pessoas, em São Paulo. A manifestação aconteceu em defesa do emprego e pela redução expressiva e mais acelerada dos juros. Em outras cidades do país também houve várias manifestações.

O Brasil tem todas as condições de superar as di-ficuldades ocasionadas pela crise que surgiu nos EUA. Essa é a oportunidade do país crescer. Foi assim que na década de 30, enquanto o mundo estava imerso na crise, o Brasil montava as bases do seu desenvolvi-mento sustentável por décadas.

E isso passa por reduzir os juros mais ainda (a Selic está em 11,25% e juro real está em 6,73%, a mais alta do mundo) com mais força e mais rapidez. Passa por aumentar os investimentos públicos, como o governo Lula vem fazendo através do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e do Programa Habi-tacional. Por utilizar os bancos públicos no estímulo à economia, ampliar a participação do Estado no desen-volvimento, pela preservação dos empregos e dos salá-rios. Sinalizar em direção ao crescimento e não em di-reção à recessão, com cortes orçamentários e redução de servidores. Nenhuma concessão aos que apregoam aos quatro cantos crescimento zero da economia.

Mobilização dos servidores públicos de Juiz de Fora por aumento salarial

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Manifestação das centrais no dia 30 de março, em Brasília

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Desnacionalização: remessasde lucros sangram o país

De 1998 a 2008 entraram no país US$ 271,1 bilhões de “investimento direto estrangeiro”, mas saíram US$ 352

bilhões de lucros

Economia

s remessas de capital das empresas es-trangeiras para o exterior seguem cres-cendo ano a ano, dando a idéia de como o Brasil está sendo espoliado dos seus recursos e como a economia se torna vulnerável pelo poder dos monopólios externos. Isso porque quanto mais em-presas estrangeiras invadem o mercado brasileiro, ou seja, quanto maior for a vinda de capital estrangeiro para se ins-talar aqui – através do chamado inves-timento direto estrangeiro (IDE) -, mais aumenta a desnacionalização da econo-mia e mais dinheiro escoa para fora.

Essa situação se agravou a partir do governo neoliberal de Fernando Henri-que Cardoso, com as privatizações das empresas estatais e a compra em série de empresas privadas nacionais, sem falar na abundante entrada de capital puramente especulativo, em títulos pú-blicos e ações. Naquele período, foi di-fundida a ideia de que o capital estran-geiro iria nos financiar, como se ele não tivesse seus próprios interesses.

Até 1994, a entrada de capital es-trangeiro para adquirir patrimônios no país se mantinha entre US$ 1 bilhão e US$ 2 bilhões. Porém, já no primeiro ano (1995) do governo de FHC esse valor dobrou, atingindo US$ 4,405 bilhões. Durante os oito anos de ges-tão tucana entraram no Brasil em “in-vestimento direito estrangeiro” US$ 163,449 bilhões.

Qual foi o resultado dessa invasão de capital alienígena? No período de Fernando Henrique, as remessas para o exterior (lucros e outros meios disfar-çados) chegaram a US$ 194,5 bilhões. Um saldo negativo, portanto, de US$ 31,092 bilhões.

De 1998 a 2008 entraram no país US$ 271,1 bilhões de “investimento di-reto estrangeiro”, mas saíram US$ 352

bilhões de lucros – declarados ou enco-bertos – no mesmo período.

E a escalada continua. Somente no ano passado saíram do país US$ 57,234 bilhões para uma entrada de US$ 52,664 bilhões. Nos primeiros três meses deste ano (até 27 de março) o país registrou saídas líquidas de capital no valor de US$ 8,449 bilhões. Apenas nos 27 dias de março saíram do Brasil US$ 2,870 bi-lhões, conforme dados do Banco Central.

Se no período da ditadura a principal forma de exploração do Brasil era atra-vés da dívida externa, hoje ela se dá por meio do domínio direto dos monopólios externos, dentro do nosso país. Esse con-trole vai desde a telefonia até shoppings centers. De marcas de alimentos, como a Lacta (Kraft Foods), a supermercados, como a rede Bom Preço e Maxxi (Wal-Mart) ou Carrefour.

Ao contrário das empresas nacio-nais, que investem seus lucros no país, as multinacionais não reinvestem aqui, remetem para as matrizes os recursos que ganham no Brasil. “Em geral são monopólios, que estabelecem preços e tarifas que querem e pagam os salá-rios que bem entendem. Também, de-sempregam na hora que querem e no momento lhes convém, a exemplo das montadoras de automóveis. Dificilmen-te aportam ou transferem tecnologias. Sem falar que usam seu poder econô-mico para extorquir o Estado ou manipular a economia. Em suma, o poder de decisão do país fica limitado, en-gessado, com o con-trole estrangeiro sobre a economia nacional”, afirma o secretário-geral da CGTB, Carlos Alberto Pereira.

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Em reunião com o presidente Lula e vários ministros, no dia 8 de abril, as centrais re-peliram a idéia de reduzir as contribuições sociais e trabalhistas que incidem sobre a folha de pagamento (INSS e FGTS) e defenderam novamente um forte corte na Selic (taxa básica de juros) e a diminuição do superávit primário.

No dia anterior, um jornal paulista veiculou matéria segundo a qual estaria em estudo no Ministério da Fazenda a pro-posta para que as empresas reduzissem em até 20% a jornada de trabalho sem cortar salários. Para compensar, o governo aceita-ria diminuir de cerca de 30% para algo em torno de 19% o recolhimento de parte dos tributos cobrados sobre a folha salarial. O corte proposto seria de 40% sobre a con-tribuição patronal ao INSS (20% sobre a folha), a contribuição para o Sistema S (3,1%) e o recolhimento mensal ao FGTS (8%). O tema não estava na pauta da reunião, porém, o presidente da CGTB, Antonio Neto, e os dirigentes das outras centrais rebateram de imediato a medida, recebendo do presidente Lula uma respos-ta igualmente incisiva: “Se as centrais não concordam, não se fala mais nisso”.

Comentando o assunto, Neto disse que “embora concordemos com a necessi-dade de reduzir os encargos da folha, acha-mos que os impostos devem ser cobrados

em outras fontes e que não é salutar (para a economia e os trabalhadores) um corte unilateral das contribuições sociais”. O presidente Lula, segundo Neto, afirmou que o governo tem notado uma melhora na situação econômica de alguns setores, como a agricultura e o automotivo. No entanto, a falta de crédito ainda é a prin-cipal preocupação do governo. O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, confirmou que vem ocorrendo uma melhora na geração de empregos desde dezembro e que os nú-meros do Caged referente ao mês de março devem confirmar um saldo positivo acima do de fevereiro, que fechou o mês com 9,1 mil novos postos.

“No entanto, nossa principal reivin-dicação para o governo foi, novamente, a redução acentuada da taxa Selic e do su-perávit primário. O governo vem se esfor-çando positivamente, vem enfrentando os problemas da forma que considera corre-to”, informou Neto. “Sinto que o governo tem tomado medidas louváveis para evitar o agravamento da crise, mas ainda carrega o peso do Banco Central. Se o Copom ti-vesse sinalizado no ano passado com uma redução dos juros, a nossa situação econô-mica seria diferente. Mas o Copom não só manteve os juros como vem realizando os cortes a passos de tartaruga, imprimindo o mesmo ritmo na economia. Se não resol-

vermos esta questão, as medidas do gover-no não terão o efeito esperado, será como colocar água num balde furado”, avaliou o presidente da CGTB.

Neto revelou que reafirmou a necessi-dade de “romper a barreira dos dois dígi-tos na próxima reunião do Copom”. “Não é possível que continuemos com a maior taxa de juros do mundo. De nada adian-tará batermos nos spreads (que realmente são muito altos), como fizemos nos últi-mos meses, se o BC não puxar a redução de forma significativa da Selic”.

Os sindicalistas também levantaram a preocupação em relação à desnacionali-zação da economia brasileira e as conse-qüências disso, que se refletem, principal-mente, no aumento das remessas de lucros das empresas estrangeiras para suas ma-trizes no exterior, provocando uma gran-de perda de recursos. “Este já é o nosso principal gargalo e tende a aumentar ex-ponencialmente a espoliação do país. Bas-ta compararmos o chamado Investimento Direto Estrangeiro (IDE) com as remessas de lucros, somente as oficiais, sem contar as debaixo do pano. Entre 1998 a 2008 saíram do país através das remessas US$ 352 bilhões. No mesmo período, em “in-vestimento direto estrangeiro”, entraram US$ 271,1 bilhões. Uma sangria de US$ 82 bilhões”, afirmou Neto.

Lula e as centrais: não ao corte das contribuições sociais, sim à redução dos juros

Economia

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Entrevista

Redução dos juros tem que ser

mais intensaPara o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica

Aplicada (IPEA), Márcio Pochmann, os juros nem deveriam ter subido no ano passado. “O Brasil precisa reduzir a taxa de

juros em 5 pontos percentuais”, diz o economista

Revista da CGTB – Como o sr. avalia a demora do Banco Central em reduzir a taxa de juros?

Marcio Pochmann - Os juros nem deveriam ter subido no ano pas-sado. No ano passado não tivemos inflação, demanda que justificasse a elevação dos juros. Parte, inclusive, da queda de 3,6% do PIB que ocorreu no último trimestre, se deve à eleva-ção dos juros ocorrida no ano passa-do. Evidentemente que a queda tinha que ter ocorrido mais cedo e de forma mais intensa. Nós poderíamos ter tido perfeitamente uma redução dos juros no período anterior a 45 dias, porque o cenário econômico se tornou mais grave e, portanto, justificaria uma de-cisão extraordinária do Banco Central antecipando a reunião para a redução dos juros. De toda maneira, o último corte de 1,5 ponto é um indicador bastante importante para quem co-nhece a trajetória do Banco Central. Mas ainda estamos longe do ideal. O Brasil precisa reduzir a taxa de juros em 5 pontos percentuais o que signi-ficaria estarmos operando com uma taxa de juros básica ao redor de 7% ao ano, que estaria bastante a contento para o quadro econômico que esta-mos vendo hoje.

Revista da CGTB – Quais os benefícios para o cidadão a redução dos juros?

Pochmann - Além de estimu-lar o ânimo dos negócios no Brasil, a redução da taxa de juros implica em menos custos para quem se endividou ou estaria se endividando e, ao mes-mo tempo, implica em menor quan-tidade de recursos comprometidos do orçamento público com o pagamento do serviço da dívida, abrindo espaço principalmente para a continuidade de ações nas áreas de educação, saúde, habitação, transporte, enfim.

Revista da CGTB – Qual sua avaliação sobre a redução de salários e corte de direitos para supostamente amenizar os efeitos internos da crise in-ternacional?

Pochmann - Nós precisamos considerar que há três mecanismos de transmissão da crise no Brasil, que inter-nalizam a crise no Brasil. O primeiro é o problema do crédito internacional, que precisa ser recomposto a partir do Brasil. O segundo é o comércio externo que, pela sua redução, afeta as empresas ex-portadoras. E há um terceiro mecanis-

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mo que está relacionado às grandes empresas transnacionais que tomam decisões que não são necessariamente relacionadas ao ambiente econômi-co nacional, mas em solidariedade à situação das empresas matrizes. De-terminadas pressões que foram feitas, sobre o nível de emprego, por exem-plo, não estão adequadas ao contex-to nacional. Em segundo lugar, é importante também destacar que há necessidade crescente de nós termos maior compromisso com o uso do recurso público. Parte das empresas que optaram pela demissão são em-presas que se beneficiam de recursos públicos, através de benefício fiscal, e, embora recebam esse benefício, terminam não tendo compromisso com a garantia de emprego.

Revista da CGTB – O senhor defende, então, que haja uma contra-partida pelas empresas beneficiadas com recursos do Estado?

Pochmann - Por sermos um país republicano é preciso que haja igualdade de ações. Quando nós tomamos como ponto de referên-cia o público beneficiário do Bol-sa Família, nós sabemos que ao receber esse benefício a população está submetida a um conjunto de requisitos, como manter o filho na escola. Quer dizer há um compro-misso, de que recebendo esse recur-so, a pessoa possa usá-lo em bene-fício do bem estar dessa população como também do país. Agora, há segmentos que recebem benefícios e não têm um compromisso maior. Então é preciso criar um mecanis-mo que estabeleça compromisso e

responsabilidade para o acesso ao benefício público. E isso eviden-temente diz respeito também a empresas que gozam de benefícios fiscais, empréstimos subsidiados, sobretudo aquelas empresas que têm acesso ao recurso do FAT, o fundo de amparo ao trabalhador. O recurso do trabalhador, portan-to, não deveria estar sendo usado para financiar demissão.

Revista da CGTB – Quais os reflexos sobre o mercado interno teriam medidas como demissões, re-dução de salário e corte de direitos?

Pochmann - As decisões de redução de salário terminam favorecendo um ciclo perverso, porque ao reduzir salário, mesmo para quem se mantém emprega-do, é evidente que a pessoa que estava acostumada a um padrão de vida e agora se depara com um salário menor ela cria mecanismos de complementação dessa renda. Esses mecanismos de complemen-tação da renda vão desde a busca de um novo trabalho, para com-plementar aquelas horas sem re-muneração, até mesmo o incentivo a um outro emprego para poder complementar essa renda. Isso sig-nifica mais pessoas disputando as mesmas vagas. Isso implica num aprofundamento da competição cujo resultado final é o rebaixa-mento das faixas salariais. Então, com salários menores a população consome menos, consumindo me-nos termina fazendo com que o próprio emprego não se mantenha em função da queda da produção.

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Fortalecer a Eletrobrás

para ampliar a matriz energética

Energia

OGrupo de Trabalho (GT) de Matriz Energé-tica do Conselho de Desenvolvimento Eco-nômico e Social (CDES) irá desenvolver du-rante o ano de 2009 uma série de discussões sobre o tema e propor alternativas à Presi-dência da República para ampliação de fon-tes de energia. Em reunião do GT no final de março, o presidente da CGTB, Antonio Neto, defendeu o fortalecimento do papel do Estado, através da Eletrobrás, para am-pliar o desenvolvimento do setor no país.

Neto propôs ainda a ampliação dos in-vestimentos do governo para dominar todo o ciclo de urânio, construindo novas usinas nucleares, na bioenergia e procurar desen-volver novas tecnologias nas universidades. “A energia é um bem público e deve estar a serviço da coletividade, com custo razoável, a fim de não se tornar um empecilho ou um fator que dificulte o nosso desenvolvimento. Este é um setor de segurança nacional, que não pode estar à mercê do mercado. Exem-plo disso foi o apagão de Fernando Henrique (1999/2001/2002), fruto da desregulamenta-ção e da falta de investimentos públicos na ampliação do parque gerador brasileiro”, afir-mou o presidente da CGTB.

Com a privatização de várias empresas estaduais de energia elétrica a população

vem sendo castigada com tarifas exorbitan-tes, impostas pelos monopólios do setor que adquiriram tais estatais.

Neto questionou a limitada presença do setor público numa área estratégica para o país, comprometendo o controle e o seu pla-nejamento. “Por exemplo, eu gostaria que alguém me explicasse qual a lógica, quais os benefícios para o país, da realização dos leilões para a construção de usinas hidrelé-tricas. Qual o motivo do BNDES financiar 75% da construção da usina de Jirau, por exemplo, e entregá-la para um consórcio for-mado por grupos, como Odebrecht, Andra-de Gutierrez e o FIP do Santander e Banif? Não seria melhor para o país o BNDES fi-nanciar a Eletrobrás? Todos nós sabemos que o empréstimo será pago com o lucro da ope-ração da usina. Portanto, nós emprestamos o nosso dinheiro, dos trabalhadores, para os grupos estrangeiros ficarem com um patri-mônio, controlarem a água dos rios e ainda ficarem de posse de um instrumento estraté-gico”, avaliou. “Precisamos mudar esta lógi-ca perversa. Não será dessa forma que cons-truiremos uma grande nação”, completou.

Para o presidente da entidade, é uma obri-gação de todos, “trabalhadores, empresários e governo impedir a desnacionalização da nos-

sa economia, fato que vem promovendo um atraso significativo do nosso país, não só no campo tecnológico, mas também econômico e social”. Ele mostrou como o fato de existir a Petrobrás, “a nossa estatal”, possibilitou a des-coberta mais importante no setor nas últimas décadas - o pré-sal - utilizando “a mais avançada tecnologia para extrair petróleo em águas pro-fundas”. Em contraste gritante com isso, o país não dispõe “de uma única empresa nacional de automóveis”, área exclusiva das montadoras es-trangeiras, que chantageiam os trabalhadores e o governo, para obter benefícios fiscais e outras mordomias, maximizando seus lucros e reme-tendo-os ao exterior, para suas matrizes.

Segundo Neto, após as palestras realiza-das no GT ficou claro que o Brasil possui uma das melhores plantas energéticas do mundo, a maior parte oriunda de fontes renováveis. E que o país tem um amplo programa de com-bate ao desperdício de energia, mesmo que ainda esteja aquém das nossas necessidades.

O próximo tema que será debatido pelo GT de Matriz Energética será o pré-sal, com as exposições de diretores da Petrobrás, es-pecialistas da Academia e representantes da Agência Nacional do Petróleo (ANP). De-pois estarão em pauta a energia nuclear e outras fontes alternativas.

Brasil possui uma das melhores plantas energéticas do mundo, a maior parte oriunda de fontes renováveis

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Fortalecer a Eletrobrás

para ampliar a matriz energética

I

Fator 90

Fim do Fator Previdenciário

Fórmula 95 é injustaa soma do tempo de sua contribuição à Previdência com a idade deveria atingir 95, para os homens, desde que comple-tados 35 anos de contribuição. Para as mulheres, a soma seria de 85, desde que completados 30 anos de contribuição.

Trata-se de uma velha proposta já apresentada quando da Revisão Consti-tucional de 1993, que não vingou. No entanto, foi aplicada às aposentadorias dos servidores públicos a partir de 2003. Antes de tudo, é preciso dizer que a re-alidade de um trabalhador do serviço público, que possui estabilidade, é di-ferente de um da iniciativa privada. No decorrer dos anos, um trabalhador do setor privado fica, em média, cinco anos desempregado. Portanto, fica em des-vantagem ao servidor público.

Fórum

“No Fórum Nacional da Previdên-cia, a bancada dos trabalhadores conse-guiu demonstrar de forma cabal que o

fator previdenciário penaliza, sobretudo, os trabalhadores mais humildes, que são obrigados a começar a trabalhar ainda jovens e em serviços pesados. Além dis-so, demonstrou que a Seguridade Social é superavitária, resgatou o conceito base-ado na Constituição e a sustentabilidade das fontes de financiamento. Afirmou ainda que o modelo econômico desen-volvimentista irá assegurar os recursos necessários para financiar e melhorar a Seguridade Social”, afirma Lindolfo San-tos, tesoureiro da CGTB e integrante do Fórum Nacional da Previdência.

O movimento sindical tem busca-do alternativas que não seja a Fórmula 95. “Temos todas as razões para crer que a proposta das centrais e das enti-dades dos aposentados tem condições de unificar amplos setores para pôr fim ao perverso mecanismo do fator previ-denciário”, diz Lindolfo.

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Reunião das centrais com o deputado Pepe Vargas (PT-RS), relator do PL 3299/08

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Oswaldo Lourenço,presidente do Sindapb

nstituído no período neoliberal de Fer-nando Henrique, tornou-se um consen-so que o fator previdenciário é um me-canismo nefasto que subtrai, em alguns caos, mais de 40% do valor benefício da aposentadoria daquele trabalhador que iniciou a trabalhar mais cedo. A aprova-ção de sua extinção no Senado Federal, por iniciativa do senador Paulo Paim (PT-RS), foi o primeiro passo para re-parar essa injustiça e agora se encontra em discussão na Câmara dos Deputados, tendo como relator do PL 3.299/08 o deputado Pepe Vargas (PT-RS).

O deputado gaúcho procurou ouvir amplos setores, reunindo-se, inclusive, com as centrais. Os trabalhadores tam-bém tiveram a oportunidade se fazer ouvir em audiência púbica na Câmara. Contudo, a alternativa apresentada por Pepe Vargas – a chamada “Fórmula 95” – mantém a penalização aos trabalhado-res que começam a trabalhar mais cedo, uma vez que para o trabalhador ter direi-to ao benefício integral da aposentadoria

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As servidoras públicas de Juiz de Fora deram a ar-rancada para o Encontro Nacional da Mulher Trabalhadora da CGTB, que será realizado no se-gundo semestre. No final de março, trabalhado-ras filiadas ao Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Juiz de Fora (Sinserpu) debateram a violência contra a mulher, a evolução da mulher na sociedade e sua participação na política.

Para a CGTB, o avanço da luta por melhores condições de trabalho, justiça e independência nacional só é possível com a superação da opres-são e da discriminação contra mulheres. Ou seja, o acesso da mulher ao mercado de trabalho é es-

sencial para a luta mais geral de toda a classe tra-balhadora. Não há possibilidade de vitória efetiva na luta pela democracia, pela soberania nacional, pelo desenvolvimento econômico e contra a ex-ploração sem a efetiva participação das mulheres.

Em suma, a sociedade avança na medida em que o isolamento doméstico é superado e mi-lhões de mulheres são incorporadas à produção. Quanto mais mulheres ingressarem no mercado de trabalho, maiores serão as possibilidades das entidades sindicais ficarem ainda mais fortes para defenderem todos os trabalhadores. Quanto mais mulheres estiverem participando, mais atuante será o sindicato, as federações, as confederações e a CGTB.

“Mas não basta apenas o acesso ao mercado de trabalho para as mulheres. É preciso lhes dar condições para que possam exercer plenamente esse direito”, afirma a coordenadora do Depar-tamento Nacional da Mulher Trabalhadora da CGTB, Cida Malavazi.

A mulher necessita de direitos especiais para que possa atuar na produção e dar sua contri-buição para o desenvolvimento da sua família e da sociedade. Entre eles, o direito à creche, con-forme determina a Constituição; implantação da licença-maternidade de seis meses; punição à violência e todas as formas de abuso sexual contra a mulher, em especial nos locais de tra-

Mulher

Garantir e ampliar o acesso da

mulher ao mercado de trabalho

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CG

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Cida Malavazi, coordenadora do Departamento Nacional da Mulher Trabalhadora, em manifestação em São Paulo no Dia Internacional da Mulher

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1. I Encontro de Mulhers do Sindicato dos Servidores Públicos de Juiz de Fora

2. Marilene Guedes, presidente do Sindicato dos Vestuários de Barueri; Marcia Egea, diretora do Sindicato dos Vestuários de Guarulhos; e Rosimei Aparecida Matos, secretária-geral do Sindicato dos Vestuários de Barueiri, em ato na Av. Paulista pela redução dos juros

3. Dirigentes do Departamento da Mulher Trabalhadora da CGTB-RJ

4. Passeata em São Carlos pelo fim da violência contra a mulher

Sinserpu

1

Arquivo CGTB-RJ

2

Júlia Cruz

3

4Vanessa Presse

balho; e salário igual para traba-lho igual.

Outra luta importante é a da qualificação profissional. Para de-senvolver suas potencialidades no mercado de trabalho e enfrentar barreiras discriminatórias ainda existentes em diversas profissões, a mulher precisa estar preparada. Por isso, a CGTB considera es-sencial a implantação de projetos de capacitação profissional e cur-sos de alfabetização voltados para as mulheres, em especial para as trabalhadoras rurais.

A luta pelo fim da discrimi-nação à discriminação à mulher trabalhadora é outro fator decisi-vo para os destinos da socieda-de. Discriminação essa, expressa, entre outras formas, através do pagamento de salários menores do que são pagos aos homens, em uma mesma função. Esse flagelo rebaixa todos os salários, fragiliza todos os trabalhadores perante os patrões e condena nossas crianças à falta de assistência do Estado.

Por isso, é prioridade da CGTB a luta contra a discriminação da mulher, pelo direito ao emprego, por salário igual, por creches, es-colas e hospitais decentes.

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Alei 11.442/07, que regulamenta todo o transporte rodoviário de cargas no Brasil, tornou obrigatória para todos os níveis que atuam no setor – empresas, cooperativas e transportado-res autônomos – a inscrição no Registro Nacional de Trans-portadores Rodoviários de Cargas (RNTRC). O Movimento União Brasil Caminhoneiro será uma das principais entidades representativas do setor a realizar o registro e a fiscalização do transporte de carga no país.

Dentro desta nova realidade, o Movimento União Brasil Caminhoneiro decidiu criar os sindicatos dos transportadores autônomos de carga (Sinditac) em todos os estados brasileiros, dos quais já estão estruturados: Bahia, Sergipe, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Rondônia. “Com isso organizaremos os caminhoneiros, com sindicatos fortes para atender os companheiros e suas famílias, fazendo com que eles acreditem em si mesmos e em suas entidades. Acredito que

até setembro estaremos criando uma das organizações sindicais mais poderosas do país e todos os sindicatos serão filiados à CGTB”, explica Nélio.

Redução preço do diesel

O governo anunciou no início de junho uma redução de 9,6% no preço do óleo diesel vendido nos postos. Foi o des-dobramento de uma audiência entre a minista-chefe da Casa Civil, Dilma Rouseff, e dirigentes da CGTB e do Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), ocorrida em 14 de abril. Após aquela reunião, o governo anunciou a criação de uma comissão para estabelecer um critério para redução do preço deste combustível.

“Nós, caminhoneiros, ficamos felizes com o anúncio da redução do preço do óleo diesel. Isso mostra que no governo tem uma mulher de palavra. Os caminhoneiros têm consciên-cia que hoje trabalham com um governo sério. Em toda a nossa história nunca tivermos pessoas no governo que pensas-sem em solucionar os problemas do setor. A ministra Dilma

se comprometeu na reunião que tivermos em abril e está aí o resultado. Não é promessa, é coisa concreta”, afirmou 3º vice-presidente da CGTB e presidente do Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), Nélio Botelho.

A diminuição do preço do óleo diesel terá um impacto positivo no conjunto da economia uma vez que reduz os custos de todos os setores, começando pela agricultura. “Os tratores usam óleo. As máquinas usadas nas obras também. A maior parte da produção transportada no país chegará mais barata na mesa do trabalhador. Agora vamos intensificar a luta em alguns estados para reduzir o preço dos pedágios”, disse Nélio.

Os dirigentes também reivindicaram do governo a am-pliação das linhas de crédito do BNDES, refinanciando as prestações dos caminhões no Programa Pró-Caminhoneiro e do Finame, com carência de 1 ano das prestações já vencidas e a vencer em 2010, sem juros. Os caminhoneiros querem que o governo interfira junto aos bancos privado, nos quais foram

feita a maioria dos financiamentos, para criar novas condições e carências das prestações vencidas e a vencer, do Leasing e do CDC, nas mesmas condições do BNDES e Finame.

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Nélio dirige reunião dos caminhoneiros em Curitiba

Amplia em todo o Brasil a organização dos caminhoneiros

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Ministra Dilma Rousseff recebeu em audiência dirigentes da CGTB e dos caminhoneiros.

Domingos Tadeu

Caminhoneiros se reúmem em São Paulo Nélio dirige reunião em Florianópolis

A partir da esquerda: Ubiraci Dantas, vice-pres. CGTB; Wilton Nery, pres. da Cooperativa de Açúcar e Carga de PE; Marco Aurélio Medeiros, coord. do Mov. União Brasil Caminhoneiro (MUBC) em PE; Aldo Alexandre da Silva, pres. Sind. Trab. Autônomos de Cargas de PE; Nélio Botelho, pres. MBUC e 3º vice-pres. CGTB

MUBC

Amplia em todo o Brasil a organização dos caminhoneiros

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Lideranças de sindicatos rurais de vá-rios municípios do Estado de São Paulo, parlamentares e represen-tantes do governo participaram no dia 29 de maio do I Encontro dos Trabalhadores Rurais da CGTB-SP, organizado pela central e pela Fe-deração dos Trabalhadores e Em-pregados Rurais do Estado de São Paulo (Fetragro), em parceria com a Prefeitura de Tupã.

Durante o encontro, os partici-pantes puderam debater a organi-zação dos trabalhadores rurais nos sindicatos e propor ações que visem melhorar as condições de trabalho e de saúde dos trabalhadores rurais, exigindo que sua pauta esteja pre-sente nos órgãos de governo.

A cerimônia de abertura con-tou a presença do prefeito de Tupã, Waldemir Gonçalves Lopes e do deputado federal Cândido Vacca-

rezza (PT-S). Da executiva nacio-nal da CGTB estiveram o 2º vice-presidente, José Avelino Pereira (Chinelo), e o 1º secretário, Alvaro Egea. Nos debates, participaram Cida Malavazi, coordenadora do Departamento Nacional da Mulher Trabalhadora; Alfredo de Oliveira Neto, secretário-geral da CGTB-

SP; Clodoaldo Campos, 1º secre-tário da CGTB-SP; e Aluísio Lima (Ceará), coordenador no Estado de São Paulo do Sindicato Nacional dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (Sindapb).

O presidente da CGTB-SP, Paulo Sabóia, saudou os par-ticipantes e afirmou que “esse

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Mesa de abertura: Clodoaldo Campos, 1º secretário da CGTB-SP; Cida Malavazi, do Departamento da Mulher Traba-lhadora; Paulo Sabóia, presidente da CGTB-SP; Paulo Oyamada, presidente da Fetragro; Alvaro Egea, 1º secretário da CGTB; Waldemir Lopes, prefeito de Tupã; e deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-SP)

Participaram do encontro dirigentes dos sindicatos rurais de Tupã, Valparaiso, Flórida Paulista, Euclides da Cunha, Junqueirópolis, Marília, Parapuã, Capivari e São Carlos

CGTB-SP e Fetragro realizam o 1º Encontro dos Trabalhadores Rurais

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encontro representa um marco, pois eleva nosso grau de organi-zação para criamos a Secretaria Estadual dos Trabalhadores Ru-rais, que irá direcionar as lutas do trabalhador rural e arrancar medidas para o desenvolvimen-to das melhorias das condições de vida do trabalhador. Iremos trabalhar junto aos organismos governamentais, como Incra e Fundacentro e Embrapa”.

O presidente da Fetragro, Paulo Oyamada, agradeceu a presença de todos os participantes do Encon-tro e fez uma saudação especial em homenagem a Valdeir de Oliveira, ex-presidente do Sindicato dos Tra-balhadores Rurais de Flórida Pau-lista e fundador da Federação, que faleceu no início deste ano em aci-dente de carro. “Esse encontro era um sonho do nosso companheiro que está se realizando“, disse Paulo, que também cumprimentou os pre-sentes pelo dia 25 de Maio, Dia do Trabalhador Rural.

O prefeito de Tupã, Waldemir Gonçalves Lopes, parabenizou a

CGTB pelo evento. “Nós, repre-sentantes escolhidos pela popula-ção, temos que garantir as políticas públicas e equacionar os desequilí-brios entre trabalhadores e empre-gadores”, frisou.

ValdeirAo final da Cerimônia de Aber-

tura, a CGTB e a Fetragro realiza-ram uma homenagem aos familiares de Valdeir de Oliveira, ex-presiden-te do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flórida Paulista e funda-

dor da Federação, que faleceu no início deste ano em acidente de carro.

O representante do Fundacentro Cló-vis Eduardo Meireles fez uma palestra Se-gura e Saúde Ocupa-cional Rural. Clóvis resgatou o processo de regulamentação da segurança e saúde nos locais de trabalhos ru-rais, estabelecidas em 1988. No entanto, ele destacou uma série de problemas que ainda

existem no setor, “como o caso do uso do veneno agrícola, onde exis-tem as orientações para os trabalha-dores, mas nenhuma lei diz o que o empresário, o usineiro deve fazer”.

Em sua exposição, o professor Francisco José da Costa Alves, da Universidade Federal de São Car-los (UFSCAR), ressaltou a situação do corte de cana no país. “Hoje, vêm trabalhadores de muito longe, da Paraíba, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte para cortar cana em São Paulo. E eu me pergunto por que as modernas usinas paulis-tas buscam trabalhadores lá? É por que o agronegócio de lá expulsa os pequenos agricultores, e eles são obrigados pela fome a vir trabalhar aqui, e ainda sofrem preconceito”. Além disso, “esses trabalhadores, que recebem por produção, são roubados, pois nenhum trabalha-dor acompanha a pesagem da cana cortada. Não podemos aceitar mais essa forma de pagamento”, afirmou.

Participaram do encontro di-rigentes dos sindicatos rurais de Tupã, Valparaiso, Flórida Paulista, Euclides da Cunha, Junqueirópo-lis, Marília, Parapuã, Capivari e São Carlos.

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Cleide Alves de Oliveira, esposa de Valdeir

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Agronegócio domina produção para biocombustíveis

studos lançados recentemente, como o relatório “O Brasil dos Agrocombustíveis - impactos das lavouras sobre terra, meio e sociedade”, do Centro de Monitoramento de Agrocombustíveis (CMA), e a coletânea “A Agroenergia é Nossa!”, demonstram que a maior parte do biodiesel fabricado no país tem como matéria-prima a soja, pro-duzida pelo “agronegócio”, com crescente participação de multinacionais, apesar dos esforços do presidente Lula de tornar a produção de biocombustíveis um fator de desenvolvimento da agricultura familiar.

Os programas para produção de bio-combustíveis foram lançados com ênfase na agricultura familiar. No Brasil, se-gundo o IBGE, existem quatro milhões de propriedades familiares. Porém, as exigência para o agricultor dos dois pro-gramas se tornam um entrave para a par-ticipação desses agricultores: o Programa Nacional do Biodiesel exige um capital mínimo de R$ 500 mil reais e o Pro-grama Nacional do Álcool, um capital mínimo de R$ 1 milhão.

O relatório “O Brasil dos Agrocom-bustíveis”, centrado nas culturas de soja e mamona, mostra que atualmente no Programa Nacional do Biodiesel, lançado em dezembro de 2004, há apenas 28 mil propriedades familiares (0,7% das proprie-dades familiares do país). A meta inicial do programa era atingir 200 mil propriedades familiares em quatro anos, ou seja, este ano.

A decorrência disso é que 73,68% do biodiesel fabricado no Brasil têm como matéria-prima o óleo de soja; 19,25% têm como matéria-prima a gordura bovina; 4,96%, o óleo de algodão; e todas as demais fontes (mamona, pinhão manso, girassol, amendoim, gergelim e outras), que são as cultivadas pela agricultura familiar, con-stituem apenas 2,11% da matéria-prima para o biodiesel. Os dados são de fevereiro deste ano da Agência Nacional do Petróleo.

Esse modelo, baseado na soja, além do pouco rendimento - a soja “A despeito da inauguração de três usinas de proces-samento da Petrobras em Quixadá (CE), Candeias (BA) e Montes Claros (MG), a

mamona (….) prati-camente não é utiliza-da para a produção de biodiesel” porque “em função da valorização da oleaginosa no mer-cado ricinoquímico [indústria farmacêu-tica, sobretudo], a mamona adquirida pelo setor do biodiesel é praticamente toda revendida à indústria química, transfor-

mando as usinas [de biodiesel], em última instância, em meros atravessadores”.

Essa queda aconteceu apesar dos preços da mamona terem subido e da Petrobrás ter inaugurado essas três usinas, para refinar óleo de mamona. “Na avaliação do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), um dos problemas envolvendo o cultivo da oleagino-sa foi a sucessiva quebra de acordos de usinas de biodiesel com os produtores (atrasos nos pagamentos, abandono da produção, etc.), causando desconfiança e rejeição em rela-ção à cultura. (….) Em meados de 2008, a cultura sofreu um revés quando a ANP con-siderou o óleo puro de mamona impróprio para a produção de biodiesel em função de sua viscosidade. O governo, que havia el-evado a oleaginosa a símbolo do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) desde o seu lançamento, em 2004, reagiu, argumentando que a mistura do óleo de mamona a outros óleos vegetais aumenta a qualidade do agrocombustível”, o que foi reiterado pela Petrobrás Biocombustíveis.

Além disso, as modificações no Selo Combustível Social, feitas pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) este ano, privilegiaram as empresas em detri-mento da agricultura familiar. O Selo foi concebido como uma forma de estimular a compra de produtos oriundos da agricul-tura familiar, beneficiando a empresa que o obtém com redução das alíquotas do PIS/Pasep e Cofins (no caso da mamona, no NE, redução a zero) e facilidades no finan-ciamento por bancos públicos. No entanto, a Instrução Normativa do MDA de 25 de fevereiro de 2009 modificou os critérios para obtenção do Selo pelas empresas.

”Mais de 70% da produção do biodiesel têm como matéria-prima a

soja, produzida pelo “agronegócio”, com crescente participação das

multinacionais, em detrimento dos produtos advindos da agricultura familiar,

como mamona, pinhão manso, girassol, amendoim, gergelim e outros“

Colheita de soja Divulgação

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Em plebiscito realizado no dia 2 de maio, no município de Mirante do Paranapane-ma, os sem-terra do Pontal do Paranapa-nema (SP) aprovaram a transferência do comando da reforma agrária em São Pau-lo do Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) para o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Dos 3.700 votantes, entre acampados e assentados, 95% optaram pelo Incra e 3% pelo Itesp. Brancos e nulos: 2%. A con-sulta popular contou com observadores do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

“O recado dado no plebiscito foi que o Incra passe a ser o responsável pela refor-ma agrária no pontal. Vamos encaminhar o resultado do plebiscito ao Ministério Público, ao ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, e o secretário da Justiça e Defesa da Cidadania de São Paulo, Luiz Antonio Marrey. Ficou claro que os assentados e acampados da região oeste paulista não estão de acordo com a política do Itesp, que tudo tem feito com os sem-terra”, afirmou o presidente do MAST e membro da executiva nacional da CGTB, Lino de Macedo.

“O governo estadual não põe 1 real nos assentamentos. O dinheiro que tem sido liberado para compra e cavalos, per-furação de poços, compra de ferramentas é do Incra”, acrescentou.

Participaram da consulta popular sem-terra dos municípios de Teodoro Sampaio, Caiuá, Presidente Epitácio, Presidente Venceslau, Presidente Prudente, Rosana,

Mirante, Regente Feijó, Piquerubi, Pano-rama, Santo Anastácio, entre outros.

O plebiscito foi convocado em março, em reunião no município de Caiuá (SP), pe-los movimentos sociais (MAST, MST, Uni-terra, Terra Brasil, MTST e STRs) que atu-am na região do Pontal do Paranapanema.

O Itesp, órgão que teoricamente é o responsável pela questão agrária no Es-tado, baixou no início do ano a portaria nº 39, retirando os movimentos sociais da mesa de seleção das famílias a serem assentadas. Excluiu também as entidades da Coordenadoria de Assistência Integral (Cati), da Secretaria de Agricultura. A ale-gação foi a de que a presença dos lideres

dos movimentos sociais inibe a tomada de decisão. Em seu lugar, denuncia Lino, fo-ram colocadas pessoas que não conhecem a realidade e as necessidades das famílias na região do Pontal.

Em fevereiro, no chamado “Carna-val Vermelho”, e março, MAST, MST, Uniterra, Terra Brasil, MTST e STRs ocuparam fazendas e escritórios do Itesp reivindicando assentamentos e apoio técnico. As entidades rurais de-nunciam ainda o projeto 578, enviado pelo governador José Serra (PSDB) à Assembléia Legislativa, que pretende legalizar a grilagem de 300 mil hectares de terras devolutas.

Assentados e acampados optaram pelo Incra para comandar reforma

agrária no Pontal (SP)Arquivo CGTB

Lino de Macedo, presidente do MAST, comanda Assembleia após ocupação do Itesp em Presidente Venceslau, pela derrubada da Portaria 39

Plebiscito em Mirante do Paranapanema: dos 3.700 votantes, 95% optaram pelo Incra, 3% preferiram o Itesp e houveram 2% de votos nulos ou brancos

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Compras governamentais

O governo e a geração de empregos na pequena empresa(*) Roberto Baungartner

EAumento da demanda pública aos produtos e serviços das micro e pequenas empresas elevará a formalização da economia e aumentará a arrecadação previdenciária

ste ciclo de crise mundial e desemprego em massa competem ao Governo Fe-deral, assim como aos Estaduais e Mu-nicipais, ações imediatas que induzam a geração e a sustentação de empregos no Brasil.

Dentre as ações contracíclicas viá-veis, desponta o acesso ao mercado das

compras governamentais à Micro e Pe-quena Empresa, para as quais a Admi-nistração Pública pode direcionar parte dos seus gastos.

O conjunto das pequenas empre-sas é o maior empregador e gerador de novos postos de trabalho, portanto, o aumento da demanda pública aos seus produtos e serviços diminuirá a pres-são no seguro-desemprego, elevará a formalização da economia, reduzirá os índices de pobreza, aumentará a ar-recadação previdenciária e fará crescer o número de trabalhadores registrados e sindicalizados.

Por estas razões, o tratamento fa-vorecido para as empresas de pequeno porte que tenham sede e administração no Brasil foi previsto na Constituição Federal (Art. 170, IX). Em desdobra-mento evolutivo, a Lei Complementar n° 123 de 14/DEZ/2006 criou o novo Estatuto Nacional da Microempresa e

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da Empresa de Pequeno Porte, conhe-cido como Lei Geral da MPE.

Em virtude desta Lei, nas contrata-ções públicas da União, dos Estados e dos Municípios, poderá ser concedido tratamento diferenciado e simplificado para as microempresas e empresas de pequeno porte objetivando a promo-

ção do desenvolvimento econômico e social no âmbito municipal e regional, a ampliação da eficiência das políticas públicas e o incentivo à inovação tec-nológica (Arts. 42 a 49).

Há dois modos de fazê-lo, pela compra direta ou pela indireta. Na compra direta, até R$ 80.000,00 (oi-tenta mil reais), a Administração pode-rá realizar processo licitatório exclusivo às microempresas e empresas de peque-no porte. Ademais, poderá estabelecer cota de até 25% (vinte e cinco por cento) para a contratação de bens e ser-viços divisíveis, ou sejam, aqueles cujo fracionamento em itens forem técnica e economicamente viáveis, sem prejuí-zo do conjunto ou complexo.

Na compra indireta, independen-temente do valor do objeto ou do seu possível fracionamento, pode-se exigir dos licitantes de maior porte a subcon-tratação de microempresa ou empresa de

pequeno porte, até o limite de de 30% (trinta por cento) do respectivo contrato.

Neste contexto é preciso que os Ór-gãos da Administração Pública direta e indireta, e a sociedade em geral, se in-corporem às mobilizações articuladas pelo Fórum Permanente das Microem-presas e Empresas de Pequeno Porte e pelo SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas.

Este é um modo inteligente, lícito e legítimo de incentivar a criação de em-pregos sem onerar os cofres públicos e sem depender de novas receitas tribu-tárias, pois os dispêndios derivados das compras governamentais já existem, basta direcioná-los em parte às empre-sas de pequeno porte.

(*) Roberto Baungartner - advo-gado, doutor em direito de estado (PUC/SP), diretor do IBDC – Instituto Brasileiro de Direito Constitucional ([email protected]).

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Odirigente da Confederação dos Servi-dores Públicos (CSPB) Sebastião Soa-res foi eleito secretário-geral da União Internacional de Sindicatos de Servi-dores Públicos e Similares (UIS – Ser-vidores Públicos), no XI Congresso da entidade, realizado nos dias 28 e 29 de junho, em Luziânia (GO). O sul-africano Lulamile Sotaka foi recondu-zido ao cargo de presidente.

Estiveram presentes 160 delegados de entidades de 30 países, reafirmando que o Estado deve estar a serviço dos povos e dos interesses nacionais e não a serviço dos interesses mesquinhos e egoístas dos grandes monopólios. “A crise que se abriu é uma oportunida-de histórica para introduzir em todo o mundo uma nova ordem econômica mundial, baseada no progresso das na-ções, na justiça social e na solidarieda-de internacional”, diz a Carta do Bra-sil, aprovada pelo congresso.

Ao saudar a América Latina como exemplo de resistência à política neoliberal, elegendo governos nacionais, democrá-ticos e populares, os delegados ao congresso destacam que “estes avanços para resgatar o papel do Estado e derrotar as políticas dos monopólios só terão continuidade se contar com a crescente e insubstituí-vel unidade e mobilização dos trabalhadores, entre os quais os servidores públicos assu-mem um papel estratégico”.

Segundo Soares, a UIS – Serviços Públicos saiu fortalecida do Congres-so, com a filiação de mais 22 entida-des sindicais. “Nesse momento, nós temos nossas tarefas para, com uni-dade e solidariedade, romper com o modelo atual do Estado”, disse. Ele agradeceu o apoio da Comissão or-ganizadora do evento, formada pela CSPB, CGTB, Nova Central, CTB e Federação Sindical Mundial (FSM).

Mais dois diretores brasileiros fo-ram eleitos para a direção da UIS: Mauro Zica, diretor da CSPB, para a Secretaria de Finanças, e Cosme No-gueira, presidente da CGTB-MG e diretor-adjunto de Finanças da CSPB, para a Secretaria de Comunicação.

Ao abrir o evento, o presidente da CSPB e também presidente de honra do XI Congresso da UIS, João Do-mingos, falou sobre a importância

da realização do Congresso no Brasil. “Discutir alternativas para o serviço e servidor público é essencial, princi-palmente quando conseguimos unir servidores que vêem de diversos paí-ses, com realidades diferentes e neste Congresso pôde definir uma linha de-mocrática onde o foco é a valorização do servidor público”, afirmou.

Para Cosme Nogueira, “a CGTB de uma grande contribuição na organização e nos debates do con-gresso. A nossa participação da Se-cretaria de Comunicação é fruto da autonomia de trabalho que a dire-ção nacional da CGTB dá às mais diversas categorias. A CGTB vai poder expressar para o mundo o seu posicionamento sobre as questões do serviço público, de fortalecimen-to do Estado, e de outras questões ligadas à classe trabalhadora”.

XI Congresso da UIS Serviços PúblicosFortalecimento dos Estados nacionais é

essencial à superação da crise do imperialismo

Sebastião Soares (ao centro), da CSPB, foi eleito secretário-geral da UIS Servidores Públicos

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Mais de 5 mil trabalhadores do amianto crisotila marcham em Brasília em defesa do emprego

Amianto

m manifestação histórica no dia 16 de abril, mais de 5 mil trabalhadores marcharam pela Esplanada dos Ministérios, em Brasília, em defesa do emprego, ato que também mar-cou o “Dia Internacional da Solidariedade dos Trabalhadores do Amianto Crisotila”. A manifestação foi coordenada pela Comissão Nacional dos Trabalhadores do Amianto (CNTA) e contou com o apoio das centrais sindicais (CGTB, Nova Central, Força Sin-dical e UGT), das confederações nacionais dos trabalhadores nas indústrias (CNTI) e turismo e hospitalidade (Contratuh), de fe-derações e de sindicatos de diversas regiões brasileiras. A manifestação também marcou a comemoração dos 20 anos da assinatura do primeiro Acordo para Uso Seguro e Res-ponsável do Amianto Crisotila.

O presidente da CNTA, Emílio Al-ves Ferreira Júnior, disse que o ato “os traba-lhadores querem mostrar que é totalmente possível trabalhar com o amianto de forma segura e responsável, sem causar problemas de saúde. Não somos suicidas. No passado, sim,

o amianto foi utilizado sem os devidos con-troles, mas hoje a realidade é muito diferente, trabalhamos de forma segura e responsável onde o trabalhador não corre riscos. Os tra-balhadores são os maiores interessados e tem conhecimento de causa e não iriam defender um produto que fizesse mal à saúde”

“A realidade do amianto crisotila hoje é muito diferente do passado e a portaria proi-bindo o uso do amianto nos departamentos do Ministério do Meio Ambiente só contri-bui para prejudicar o setor, que tem gerado milhares de empregos e materiais a baixo custo, principalmente à população mais pobre”, frisou o vice-presidente da CNTA e presidente da Federação Internacional dos Trabalhadores do Amianto Crisotila, Adilson Conceição Santana. O presidente do Sindi-cato dos Trabalhadores da Construção Civil de Nova Iguaçu, Thiago Cunha, destacou que o amianto tem sua utilização controlada pelos trabalhadores, gerando emprego para milhares de famílias brasileiras.

Para a secretária de Relações Interna-cionais da CGTB, Maria Pimentel, os ata-

ques que têm sido feito ao amianto crisotila são frutos de interesses internacionais, para colocar no Brasil um produto sintético, do qual não se têm estudos sobre os malefícios que podem causar ao ser humano. “Os tra-balhadores estão de parabéns de sair às ruas e defender um produto nacional, que gera emprego com qualidade e riqueza para o Brasil. Temos que combater todos aqueles que tentam atacar o setor, em função de ser desinformado ou por interesses de multina-cionais”, ressaltou.

Senado e STF – Os trabalhadores to-maram o salão do auditório Petrônio Portela do Senado Federal, onde aconteceu a entre-ga de documento da CNTA dirigido ao pre-sidente da Casa, José Sarney, solicitando aos parlamentares que defendam o setor. Poste-riormente, uma comissão de trabalhadores foi até o STF para entregar um documento em defesa da manutenção da Lei Federal 9.055, de 1995, que permite a utilização do amianto crisotila, a partir do uso controlado e responsável, e demonstrando a inconstitu-cionalidade da lei paulista nº 12.684, que proíbe o uso do amianto.

João Roberto dos Santos

1. Dirigentes da CGTB no ato: Thiago Cunha, presidente do STI da Construção Civil de Nova Iguaçu; Maria Pimentel, secretária de Relações Interncionais da CGTB; e Adilson Santana, vice-presidente da CNTA 2. Manifestação reuniu trabalhadores de dez estados, principalmente do município de Minaçu (GO)

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Opresidente da Confederação Nacional de Serviços (CNS), Luigi Nese, está propon-do a substituição da contribuição patronal de 20% de INSS que incide sobre a folha de pagamento por uma contribuição pre-videnciária sob a movimentação financei-ra, com uma alíquota de 0,5%. A contri-buição incidiria sobre todas as atividades econômicas e de pessoas físicas que possu-am conta bancária, tal qual já vigorou no por vários anos no país, inclusive sobre o trabalhador sob regime da CLT.

“A CNS não está pedindo isenção ou diminuição de impostos, não está pedindo privilégios para o setor de servi-ços, não está pedindo nada mais do que a mudança da base tributária. Vamos simplificar o sistema tributário e trans-formar todo mundo em contribuinte”, afirma Nese.

Com base em um estudo elaborado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) de 2007, com dados de 2004, ele diz que “haveria expansão do PIB em 2,58% a mais, aumento de 2,45% do nível de emprego, diminuiria a inflação (- 1,17% de IGPM) e aumento da demanda total de 2,88%”. Segundo Nese, “o estudo demonstra que se nós tivéssemos muda-do a base tributária haveria aumento da arrecadação da Previdência. Além disso,

todos os setores teriam benefícios, pois haveria uma diminuição da carga tribu-tária”. Uma simulação feita com referên-cia ao ano passado, com uma alíquota de 0,5% sobre a movimentação financeira, haveria uma arrecadação previdenciária de R$ 64,7 bilhões, contra os R$ 47,5 bilhões que foram arrecadados para o INSS sobre a folha de pagamentos.

Para compensar o trabalhador na cobrança de 0,5% sobre movimentação financeira, as empresas seriam obrigadas a aumentar 0,5% sobre o total da remu-neração mensal. “O trabalhador não vai pagar a conta, uma vez que não haveria nenhuma modificação na CLT para se retirar direitos”, sublinha.

E acrescenta: “O grande segredo é ampliar a base tributária para alcançar o informal, o sonegador”. Nese argumenta que há vários subterfúgios legais para o não pagamento de impostos, como vale-trans-porte, vale-refeição, auxílio social, PLR, observando também os ilegais: “CLT flex, cooperativas, institutos, prêmios”.

Ele defende que o governo elabore uma PEC, através de uma medida pro-visória, para que seja feita a mudança da base tributária. “Se tivermos o apoio das centrais, há uma chance grande de ganharmos essa parada”.

CNS propõe substituição da base tributária para contribuição ao INSS

Crédito: CNS

INSS

O trabalhador

não vai pagar a

conta, uma vez

que não haveria

nenhuma

modificação

na CLT para se

retirar direitos

“Luigi Nese, presidente da CNS

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ACGTB se reuniu com o secretário de Políticas Públicas de Emprego, Eze-quiel Sousa do Nascimento, para discu-tir um Plano Nacional de Qualificação (Planseq) destinado aos trabalhadores do setor do vestuário, o segundo maior gerador de empregos do país.

A necessidade de investimento na qualificação e no aperfeiçoamento da mão-de-obra é uma questão essencial neste momento em que o país buscar fortalecer o mercado interno, para se proteger da crise externa e retomar a trajetória de crescimento que tomou impulso com a implantação do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC).

“O setor do vestuário vinha acumu-lando perdas significativas nos últimos anos. Com a crise econômica interna-cional ganhou um novo impulso, uma vez que os produtos importados se tor-naram mais caros e também porque o povo começou a comprar mais roupas, ao invés de bens duráveis. No entanto,

a falta de qualifica-ção profissional e de especialização preci-sa ser superada para melhorar a produti-vidade”, afirma o 1º secretário da CGTB e presidente do Sin-dicato dos Trabalha-dores nas Indústrias de Confecção e de Vestuário de Guaru-lhos, Alvaro Egea.

Ourinhos

O secretário de Desenvolvimento Econômico de Ourinhos (SP), Luís Augusto Nogueira Perino, procurou a CGTB para estabelecer uma agenda comum de ações de qualificação pro-fissional no município, uma das prio-ridades da administração do prefeito Toshio Misato. “Prefeitura e CGTB

vão realizar ações para qualificar a mão de obra do município e contribuir para o desenvolvimento sustentável da cida-de”, diz Alvaro.

Ourinhos vai receber R$ 55 milhões em obras do PAC. A cidade é a quarta em volume de investimentos federais em 2009 no Estado de São Paulo.

Foi lançado em março o livro com as palestras do I Encontro Nacional dos Trabalhadores no Vestuário da CGTB, realizado nos dias 30 e 31 de outubro de 2008. “Com esta publicação, damos uma contribuição substancial para o debate sobre os desafios e dificuldades a serem superados no setor, bem como para o fortalecimento desse importante segmento industrial”, afirma o 1º secretário da CGTB, Alvaro Egea.

O livro contém as exposições de Ana Cristina Costa, do BNDES (Demandas por Recursos do BNDES); Armando Meziat, do Ministério do Desenvolvimento (A Política Industrial e a Indústria de Confecção); Carlos Simões, do Instituto Ricardo Almeida (A Importância do Mercado Confeccionista no Brasil); Clayton Campanhola, da ABDI (Panorama Setorial e Apostas para o Futuro do Setor Têxtil e Confecção Brasileiro); Haroldo Silva, da ABIT (A Indústria Têxtil e de Confecção no Brasil: Diagnóstico e Propostas); Karla Cristina Braz, da CNTI (Indicadores do Setor Têxtil e de Confecções); e Ronald Moris Masijah, do Sindivest (Situação do Setor do Vestuário).

Qualificação para o setor do vestuário é essencial para

fortalecer o mercado interno

I Encontro Nacional dos Trabalhadores no Vestuário da CGTBEmprego . Qualificação Profissional . DesenvolvimentoApoio:

CGTB lança livro com diagnóstico sobre a indústria do vestuário

Alvaro Egea e José Avelino (Chinelo), 1º secretário e 2º vi-ce-presidente da CGTB; Ezequiel Sousa do Nascimento, secretário de Políticas Públicas de Emprego do Ministério do Trabalho; e Antonio Neto, presidente da CGTB

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Educar parA

A vida

Educar para O trabalho

Para o Sistema CNC-Sesc-Senac, educação é muito mais do que transmitir conhecimento. É preparar cidadãos socialmente responsáveis e capazes de enfrentar os desafi os do mundo do trabalho.

Alunos da Escola Sesc

Curso do Senac de Guia de Ecoturismo

Curso do Senac de Cozinheiro

Curso do Senac de Cabelereiro

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Educar parA

A vida

Educar para O trabalho

Para o Sistema CNC-Sesc-Senac, educação é muito mais do que transmitir conhecimento. É preparar cidadãos socialmente responsáveis e capazes de enfrentar os desafi os do mundo do trabalho.

Alunos da Escola Sesc

Curso do Senac de Guia de Ecoturismo

Curso do Senac de Cozinheiro

Curso do Senac de Cabelereiro

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OConselho Nacional de Segurança Ali-mentar e Nutricional (Consea) ecidiu uma lançar uma campanha nacional para incluir o direito à alimentação en-tre os direitos previstos no artigo 6º da Constituição Federal. Para isso é neces-sária a aprovação na Câmara dos Depu-tados da Proposta de Emenda Consti-tucional (PEC) 047/2003, de autoria do senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), já aprovada no Sendo. A Câ-mara criou uma comissão especial, que aguarda as lideranças partidárias indica-rem os respectivos representantes.

Para sensibilizar os deputados, os membros do Consea estão discutindo com os parlamentares de todos os par-tidos. No dia 12 de maio, o presiden-te da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB), recebeu em audiência uma uma comissão composta pelo pre-sidente do Consea, Renato S. Maluf; senador Antônio Carlos Valadares; deputada Emília Fernandes (PT-RS); assessor parlamentar do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Pedro Henrique Fer-reira; o conselheiro Ubiraci Dantas de Oliveira (CGTB); Juarez Martins, representando o deputado Nazareno Fonteles (PT-PI), presidente da Frente Parlamentar de Segurança Alimentar e Nutricional, e o assessor do Consea, Marcelo Gonçalves.

O presidente Temer disse que iria se empenhar para que os partidos in-diquem o mais rapidamente possível os membros da comissão, a fim de que a matéria tenha uma rápida tra-mitação na Casa. A meta do Consea é que PEC 047/2003 seja aprovada até

16 de outubro, quando a comunidade internacional celebra o Dia Mundial da Alimentação.

Como parte da campanha, o Con-sea criou uma página na Internet (o en-dereço é http://www4.planalto.gov.br/consea/pec-alimentacao), além de reali-zar várias ações e eventos pela inclusão da alimentação entre os direitos funda-mentais de todos os brasileiros. A pági-na traz matérias sobre as mobilizações, notícias sobre eventos e um abaixo-assi-nado eletrônico de apoio à proposta que tramita na Câmara dos Deputados.

Artistas, personalidades públicas e redes de rádio e de televisão estão sen-do procurados pelo Consea para que seja a veiculada, em âmbito nacional, um anúncio institucional sobre a im-portância da aprovação da PEC. Os Conselhos Estaduais de Segurança

Alimentar e Nutricional também es-tão se mobilizando e procurando sen-sibilizar as bancadas dos seus estados para a aprovação da proposta.

A campanha envolve diversas en-tidades da sociedade civil, como o Fó-rum Brasileiro de Segurança Alimentar e Nutricional (FBSAN), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a Rede Nacional de Mobilização (Coep), a Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA), a Associação Brasileira pela Nu-trição e Direitos Humanos (Abrandh) e o Instituto de Estdudos Socioeconômi-cos (Inesc), entre outras.

Consea lança campanha para incluir alimentação entre os

direitos fundamentais

Deputada Emília Fernandes (PT-RS); Renato Maluf, presidente do Consea; Ubiraci Dantas, vice-presidente da CGTB; e deputado Michel Temer, presidente da Câmara

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TUPÃTerra de oportunidadespara plantar e colher,terra boa de viver

O Governo de Tupã parabeniza a CGTB-SP e a FETAGRO peloI Encontro Estadual dos Trabalhadores Rurais de São Paulo,realizado nos dias 28 e 29 de maio, no Tupã Tênis Clube.

Localizada na região oeste de São Paulo, a Estância Turística de Tupã representa bem o equilíbrio entre modernidade e qualidade de vida. É uma cidade próspera, de economia baseada na agropecuária e com ótima infra-estrutura. Ao mesmo tempo conserva a tranquilidade, a segurança e a qualidade de vida típicas de cidade interiorana.

Com uma população de aproximadamente 65 mil habitantes, tem expressiva atividade comercial e industrial, além de diversas belezas naturais. Produz desde aeromodelos paraexportação até lentes para óculos especiais. Na indústria, destacam-se os setores moveleiro, metalúrgico, de confecções e os manufaturados de origem animal e vegetal. A cidade vem progredindo de maneira acelerada nos últimos anos, ocupandocada vez mais posição de destaque na região Alta Paulista.

Tranquilidade com Qualidade de Vida

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VI Congresso da CGTB-PE aprova luta pela redução dos juros e defesa dos direitos

Congressos

Com a participação de 67 delegados, de 27 sindicatos filiados, realizou-se no Recife o VI Congresso da CGTB-PE. O líder portuário Marilton Cavalcanti foi reeleito para um período de quatro anos. A abertura do evento contou com a participação do 2º vice-presidente nacional da CGTB, José Avelino Pereira (Chinelo); Luís Torres, representante do prefeito do Recife; dos presidentes das federações estaduais dos Servidores Públicos, Amaro de Melo Vasconcelos, e do Alimento, Paulo Spinola; da presidente da Federação Nacional dos Terapeutas, Adeilde Marques; do presidente da CUT-PE, Sérgio Goiano; Nilson Araújo de Souza (economista), Enoque Feitosa (CGTB-PE) e Edna Costa (CMB).

Marilton destacou que com a realização do congresso a CGTB-PE amplia “as condições para levar adiante a luta dos trabalhadores em defesa da soberania, pelo desenvolvimento, especialmente nesse momento de crise financeira mundial. Vamos começar imediatamente a mobilização pela redução dos juros, o principal instrumento para impedir que a crise se instale no país, e manter o ritmo de crescimento”.

Chinelo fez uma exposição sobre a luta pela “Redução da Jornada de Trabalho e Políticas de Valorização do Salário Mínimo e Distribuição de Renda”. O VI Congresso estadual da CGTB-PE aprovou a exigência

do fim do nefasto fator previdenciário e a recuperação do valor dos benefícios dos aposentados e pensionistas.

Após a palestra do prof. Nilson Araújo de Souza, com o tema “A Crise Financeira e seus Reflexos na Economia”, os delegados debateram as políticas de emprego, renda, educação e investimentos, sendo aprovadas por unanimidade mobilizações pela imediata redução dos juros; centralização do câmbio; implantação de programa de substituição

das importações; defesa do pré-sal, com propriedade das reservas para a União; fortalecimento da Petrobrás; e ampliação dos investimentos do PAC; entre outros pontos.

O VI Congresso estadual da CGTB-PE, realizado no final de novembro, aprovou a luta pela redução acelerada dos juros; defesa do emprego, dos salários e dos direitos; defesa do pré-sal; fim do fator previdenciário; e a recuperação do valor dos benefícios dos aposentados e pensionistas.

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Diretoria eleita no VI Congresso da CGTB-PE

Amaro de Melo Vasconcelos, presidente da Fesiaspe; Nilson Araújo de Souza (economista); Marilton Cavalcanti, presidente da CGTB-PE; Luís Torres, re-presentante do prefeito João Paulo, do Recife; Sérgio Goiano, presidente da CUT-PE; e Enoque Feitosa (CGTB-PE)

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erca de 100 delegados, representando 17 sindicatos, participaram do II Congresso da CGTB-PR, que teve como lema “De-senvolvimento, Emprego e Salário”. O congresso foi marcado pelos debates sobre o enfrentamento da crise externa, amplia-ção dos investimentos, manutenção do emprego e dos direitos e distribuição de renda. O presidente do Senalba-PR, Ju-venal Pedro Cim, foi reconduzido à presi-dência da CGTB-PR.

“A nossa central se baseia em prin-cípios que são inegociáveis: promover a solidariedade entre os trabalhadores bra-sileiros, lutar contra os cartéis e pela auto-determinação das Nações, desenvolvendo todos os esforços na busca da paz, do pro-gresso, da democracia e da independência nacional. Defender a unidade de todo o movimento sindical brasileiro e a unici-dade sindical”, afirmou Juvenal.

O presidente da Federação dos Tra-balhadores em Cooperativas do Estado do Paraná (Fetracoop), Mauri Viana, dis-se que “sem a força das centrais sindicais, cobrando e exigindo do governo ações em favor dos trabalhadores, nós não sairemos da crise”.

“Este congresso acontece numa situ-ação muito importante, num momento

em que o Brasil vinha numa arrancada histórica, projetando para o ano de 2009 cerca de 6% de crescimento e em alguns segmentos até 15%, uma coisa muito in-teressante. Aí surgiu o colapso no centro do capitalismo. O cassino financeiro que tanto denunciávamos, ruiu. Agora, cabe a nós, países em desenvolvimento, ocupar-mos os espaços. E o Brasil têm instrumen-tos fortes para isto, como o PAC, mais de R$ 500 bilhões de investimentos progra-mados, o PAC 2, da modalidade urbana, que representa mais R$ 100 bilhões, um mercado interno em franca expansão e um povo trabalhador”, destacou o presi-dente nacional da CGTB, Antonio Neto.

Ele enfatizou a importância do cré-dito ao setor produtivo: “Isso porque o problema da renda já está equacionado temporariamente em virtude da política de valorização do mínimo, dos programas de transferência de renda, dos acordos coletivos que proporcionaram aumentos reais neste ano. No entanto, as empresas passam por uma fase de escassez de cré-dito, em que os bancos cobram as mãos e os dedos para liberarem um empréstimo. Por isso, temos que fazer com que os re-cursos públicos cheguem diretamente na

mão do setor produtivo”.Estiveram na cerimônia de abertura o

secretário do Trabalho de Curitiba, Raul de Araújo Santos; Fernando Pepper, re-presentante da Secretaria do Trabalho do Estado Paraná; a presidente da Federação das Mulheres do Paraná, Alzimara Bace-lar; e Cid Cordeiro, do Dieese.

CGTB-PR: desenvolvimento emais emprego, salário e direitos

Congressos

Cerca de 100 delegados, representando 17 sindicatos, participaram do II Congresso da CGTB-PR, que teve como lema “De-senvolvimento, Emprego e Salário”. O congresso foi marcado pelos debates sobre o enfrentamento da crise externa, amplia-ção dos investimentos, manutenção do emprego e dos direitos e distribuição de renda. O presidente do Senalba-PR, Ju-venal Pedro Cim, foi reconduzido à presi-dência da CGTB-PR.

“A nossa central se baseia em prin-cípios que são inegociáveis: promover a solidariedade entre os trabalhadores bra-sileiros, lutar contra os cartéis e pela auto-determinação das Nações, desenvolvendo todos os esforços na busca da paz, do pro-gresso, da democracia e da independência nacional. Defender a unidade de todo o movimento sindical brasileiro e a unici-dade sindical”, afirmou Juvenal.

O presidente da Federação dos Tra-balhadores em Cooperativas do Estado do Paraná (Fetracoop), Mauri Viana, disse que “sem a força das centrais sindicais, cobrando e exigindo do governo ações em favor dos trabalhadores, nós não sairemos da crise”.

“Este congresso acontece numa situ-ação muito importante, num momento em que o Brasil vinha numa arrancada

histórica, projetando para o ano de 2009 cerca de 6% de crescimento e em alguns segmentos até 15%, uma coisa muito in-teressante. Aí surgiu o colapso no centro do capitalismo. O cassino financeiro que tanto denunciávamos, ruiu. Agora, cabe a nós, países em desenvolvimento, ocu-parmos os espaços. E o Brasil têm ins-trumentos fortes para isto, como o PAC, mais de R$ 500 bilhões de investimentos programados, o PAC 2, da modalidade urbana, que representa mais R$ 100 bi-lhões, um mercado interno em franca expansão e um povo trabalhador”, des-tacou o presidente nacional da CGTB, Antonio Neto.

Ele enfatizou a importância do cré-dito ao setor produtivo: “Isso porque o problema da renda já está equacionado temporariamente em virtude da política de valorização do mínimo, dos programas de transferência de renda, dos acordos coletivos que proporcionaram aumentos reais neste ano. No entanto, as empresas passam por uma fase de escassez de cré-dito, em que os bancos cobram as mãos e os dedos para liberarem um empréstimo. Por isso, temos que fazer com que os re-cursos públicos cheguem diretamente na mão do setor produtivo”.

Estiveram na cerimônia de abertura o secretário do Trabalho de Curitiba, Raul de Araújo Santos; Fernando Pepper, re-presentante da Secretaria do Trabalho do Estado Paraná; a presidente da Federação das Mulheres do Paraná, Alzimara Bace-lar; e Cid Cordeiro, do Dieese.

O presidente da CGTB-PR, Ju-venal Pedro Cim (à esq.), foi homenageado com a Comenda do Grau da Ordem do Mérito do Trabalho, concedida pela Fe-deração dos Trabalhadores nas Indústrias no Estado do Paraná (Fetiep), que completou 60 anos de fundação. A Fetiep, liderada por Luiz Ary Gin, reúne 44 sindi-catos filiados e representa mais de 300 mil trabalhadores.

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CGTB é condecorada com a Ordem Getúlio Vargas

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Segurança no Trabalho

A partir deste ano, a CGTB fará parte, como membro efetivo, da Comissão Tripartite sobre Saúde e Segurança no Trabalho montada pelo governo federal para regulamentar a Convenção 187 da OIT e fazer um Plano Nacional de Saúde e Segurança no Trabalho. Junto com os três ministérios da área - Previdên-cia, Trabalho e Saúde – e as Confederações patro-nais, as centrais sindicais irão participar de dois grupos de trabalho nos setores em que acontecem os maiores índices de mortalidade e de invalidez permanente: o transporte rodoviário de carga e a indústria da construção civil.Apesar da lei 11.442/07 ter definido parâmetros para a atividade desde 2007, a falta da regulamen-tação pela ANTT inviabiliza sua aplicação. Os óbitos neste setor são, segundo as estatísticas da Previdência, mais de 10% do total de óbitos por acidentes de trabalho no país.Na Indústria da Construção Civil o grande de-safio é estabelecer uma fiscalização mais eficiente. As Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho estabeleceram um patamar mais civili-zado, mas as centrais sindicais reivindicaram uma maior participação dos sindicatos no processo de fiscalização.

Acesse o site da CGTB e assine o livro para

fortaler o SUS

Antônio Gervásio representa CGTB na CIST

O vice-presidente do Sindicato Único dos Em-pregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Osasco e Região, Antônio Gervásio Rodrigues, representará a CGTB na Comissão Itersetorial de Saúde do Trabalhador (CIST). Essa Comissão, que é uma instância de asses-soramento do Conselho Nacional de Saúde (CNS), faz o acompanhamento da política de saúde do trabalhador, fiscalização de orçamento, entre outras atribuições.

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Planos de Saúde

As centrais querem que os sindicatos participem da fiscalização dos contratos de plano de saúde coletivos do trabalhador. “Mesmo defendendo uma saúde pública universal, gratuita e de boa qualidade, temos cerca de 20 milhões de traba-lhadores que são atendidos pelos planos de saúde e é fundamental que as entidades se mobilizem para impedir abusos e para evitar que o traba-lhador seja prejudicado”, afirma Jorge Venâncio, representante da CGTB no Conselho Nacional de Saúde (CNS).Assim, depois de dois meses de negociação com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) sobre a regulamentação dos Planos de Saúde Co-letivos, representantes das seis centrais sindicais entregaram, em março, um documento ao pre-sidente e à diretoria da ANS na qual reivindi-cam a participação obrigatória dos sindicatos, sem responsabilidade financeira, nos contratos de planos de saúde empresariais e que os planos repassem para os sindicatos informações deta-lhadas nos casos de reajustes por sinistralidade.As centrais defendem que sejam incluídos o atendimento aos acidentes de trabalho e as do-enças relacionadas ao trabalho, na revisão do rol de procedimentos obrigatórios nos planos de saúde.

O presidente da CGTB, Antônio Neto, e a secretária de Relações Internacionais, Ma-ria Pimentel, receberam das mãos do minis-tro do Trabalho, Carlos Lupi, a Ordem do Mérito do Trabalho Getúlio Vargas.

A homenagem integrou as comemora-ções de 78 anos do Ministério do Trabalho e Emprego, criado por Getúlio em 26 de novembro de 1930. Para Lupi, “Getúlio foi um brasileiro que enxergou o Brasil do fu-turo, que tirou o Brasil da produção agrope-cuária para o Brasil indústria e criou as leis trabalhistas”.

CGTB é condecorada com a Ordem Getúlio Vargas

Heróico Vietnã - A CGTB teve a honra de re-ceber no início de maio uma delegação da Confederação Geral dos Trabalhadores do Vietnã (CGTV). “No ano pas-sado, o presidente Lula esteve no Vietnã, o que possibilita ampliar as relações políticas e culturais entre os dois países. Gostaríamos também que a CGTV e a CGTB também possam aprofundar os laços de amizade e solidariedade”, afirmou Dang Ngoc Tung, presidente da central, deputado na Assembleia Nacional e membro do Comitê Central do Partido Comunista do Vietnã.

Sindapb-SP - Dando continuidade ao trabalho de orga-nização, o presidente do Sindicato dos Aposentados e Pensio-nistas do Brasil (Sindapb) e membro da executiva nacional da CGTB, Oswaldo Lourenço, deu posse à coordenação do sindicato no Estado de São Paulo. O metalúrgico aposenta-do Aluisio Pereira Lima (Ceará) será o coordenador-geral. “A nossa mobilização tem que ser contra o fator previdenciário, que é a maior injustiça contra os aposentados do Brasil. Con-voco todos os sindicatos filiados à CGTB a montarem um de-partamento que cuide da causa dos aposentados e pensionistas e organizem também encontros para que possamos discutir as perdas salariais dos aposentados”, afirmou Ceará.Va

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Aluisio Pereira Lima (Ceará), coordenador-geral do Sindapb-SP

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Avança na Câmara aprovaçãode piso de R$ 7 mil para médicos

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Paulo Argollo (ao centro), presidente da FENAM, e representantes da AMB e CFM

AComissão de Trabalho, de Adminis-tração e Serviço Público (CTASP) aprovou por unanimidade o Projeto de Lei n° 3734/08, que aumenta para R$ 7 mil o salário-mínimo dos mé-dicos e dentistas. A proposta agora segue para a Comissão de Constitui-ção e Justiça e de Cidadania e precisa ser aprovada em Plenário. Segundo o deputado Mauro Nazif (PSB-RO), relator da proposição, desde 1961 ne-nhuma outra proposta sobre o salário da categoria tinha sido feita.

A Federação Nacional dos Médi-cos (FENAM) considera a aprovação do projeto na Comissão como um grande passo para a categoria médica e uma grande vitória do Sistema de Saúde do país.

A deputada Gorete Pereira (PR-CE) propôs uma alteração no artigo 7º, aceita pelo relator do projeto, de-putado Mauro Nazif (PSB-RO), que trata do índice de reajuste do salário, que será calculado pelo Índice Nacio-nal de Preços ao Consumidor (INPC)

ou qualquer outro índice adaptável à época. “A deputada Gorete aperfei-çoou o projeto, porque não se sabe no futuro qual índice estará valendo ou se vai permanecer este, então ela sim-plesmente acrescentou estes termos que ajudam a aperfeiçoar o projeto”, disse o secretário de saúde suplemen-tar da FENAM, Marcio Bichara.

A CGTB encaminhou correspon-dência aos membros da Comissão solicitando o empenho e o voto para a aprovação do substitutivo do depu-tado Nazif: “Estamos seguros de que com a aprovação do referido substitu-tivo, a Câmara dos Deputados, através do parecer favorável dos membros da CTASP, dará importante passo para o resgate da dignidade profissional des-ta categoria tão importante para nossa sociedade”.

Plano de Carreiras – A FENAM lançou no Rio de Janeiro uma das maiores bandeiras da categoria: o Plano-modelo de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV) para todos os

estados do país, exclusivo para os mé-dicos, que pode ser utilizado no Siste-ma Único de Saúde (SUS) e também pela iniciativa privada. O plano foi elaborado sob a consultoria da Fun-dação Getúlio Vargas (FGV), com a participação da Associação Médica Brasileira (AMB) e do Conselho Fe-deral de Medicina (CFM).

“Estamos verificando na área da medicina uma preocupação enorme no que refere à falta de especialis-tas no serviço público, por conta do desvio que se promoveu ao longo do tempo, tanto em relação à sociedade e ao mercado de trabalho, quanto às características da profissão. Há um desinteresse coletivo e progressivo no serviço público na área de saúde e nós queremos contribuir no senti-do de reverter esse quadro. Queremos dar ao médico uma possibilidade de crescimento, um horizonte; queremos aproximar novamente os médicos no serviço publico”, afirmou o presidente da FEAM, Paulo de Argollo Mendes.

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Dirigentes das centrais sindicais (CGTB, CUT, Força Sindical, NCST, CTB e UGT) entregaram ao presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB), uma pauta de projetos considerados prioritá-rios para os trabalhadores. O principal item é a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas, sem redução de salários. A pauta de prioridades foi ela-borada em conjunto com seis partidos:

PDT, PT, PSB, PCdoB, PV e PTB.O presidente da CGTB, Antonio

Neto, destacou que a redução da jornada vai gerar mais empregos no país. Neto lembrou que no ano passado as centrais entregaram na Câmara mais de 1,6 mi-lhão de assinaturas em apoio a essa pro-posta. “Em alguns setores, como o co-mércio, há uma jornada de até 60 horas semanais. Precisamos regulamentar isso.

Desde 1988 não se mexe na jornada. Chegou o momento de termos essa con-quista”, disse o presidente da CGTB.

“As centrais me pediram para levar a Plenário um projeto por mês. Vou verificar com os líderes, pois é preci-so haver certo consenso - não sobre o mérito, mas sobre a possibilidade de levar à pauta”, declarou o deputado Michel Temer.

Centrais entregam pauta de projetosprioritários à Câmara de Deputados

PautaAlém da redução na jornada de trabalho - cuja votação deverá se dar na forma da PEC 231/95 e do Projeto de Lei 4653/94 -, os outros itens da pauta das centrais são:

- votação do substitutivo do relator, deputado Pepe Vargas (PT-RS), ao projeto que acaba com o fator previdenciário (PL 3299/08);

- aprovação do Projeto de Lei 1/07, que estabelece a política de valorização do salário mínimo;

- aprovação da Proposta de Emenda à Constituição 438/01, que expropria as propriedades rurais onde houver o trabalho escravo;

- aprovação da Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), sobre negociação coletiva no serviço público, como previsto no Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 795/08;

- leitura de mensagem do Executivo (MSC 389/03) para retirada de tramitação do PL 4302/98, que trata da terceirização de mão-de-obra;

- aprovação de uma lei que proíba a demissão imotivada, nos termos da Convenção 158 da OIT.

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Dirigentes das centrais entregam pauta ao presidente da Câmara, deputado Michel Temer

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se organiza nos estadosCGTB

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III CongressoData: 7 e 8 de agosto de 2009Local: Câmara Municipal de Porto Alegre Av. Loureiro da Silva, 255Informações: (51)3225-5784 [email protected]

SOUBRASIL+

+ Emprego Reduçãodos Juros

+ Desenvolvimento

+ Direitos

+ Salário

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Uma das categorias mais antigas do país, originária do porto, os movi-mentadores de mercadorias formam aquele segmento de trabalhadores es-sencial tanto para o comércio quanto para indústria. Trabalhadores que su-portam um trabalho penoso, prejudi-cial à saúde, com uma remuneração aquém de suas necessidades, princi-palmente os avulsos. “Nós buscamos um reconhecimento profundo da ca-tegoria da movimentação de merca-dorias, que está presente nos segmen-tos do comércio e da indústria e que muito contribuiu para o crescimento e social do país”, afirma o presiden-te do Sindicato dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias de São Paulo, Aparecido do Carmo Mendes.

Na luta pela regulamentação da categoria, dirigentes de sindicatos e a CGTB se reuniram duas vezes com o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, e com o secretário de Relações de Trabalho, Luiz Antonio de Medeiros. A reivindicação dos sin-dicalistas do setor é que o Ministério

publique imediata-mente uma Portaria que regulamente a profissão do, per-mita a fiscalização e que o sindicato in-termediador seja o responsável pelo re-passe das verbas ao trabalhador avulso. É preciso ainda que sejam garantidos ao trabalhador avulso os mesmo di-reitos dos trabalhadores com vínculo empregatício, tais como repouso se-manal remunerado, férias, 13º salário, FGTS, salário-família etc.

“Uma luta essencial que nós de-senvolvemos é o combate à informa-lidade para que o trabalhador venha a ter os seus direitos sociais e previden-ciários, dando maior segurança para o futuro, inclusive aos seus familiares”, argumenta o 1º secretário do Sindica-to, Nicanor José da Silva.

No Estado de São Paulo, são pro-duzidos e exportados aproximada-mente 70 milhões ao ano de sacas

de açúcar, segundo a Federação dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias em Geral do Estado de São Paulo. Certamente, em toda a cadeia dessa mercadoria, o desloca-mento dessa mercadoria nas usinas, armazéns, caminhões, vagões e outros são feitos por esses valorosos trabalha-dores, que muitas vezes sofrem discri-minação e desvalorização.

O primeiro sindicato de traba-lhadores na movimentação de mer-cadorias fundando no Brasil foi o de Santos, no dia 27/07/1919, tendo sido reconhecido no governo Getú-lio Vargas, através do Decreto-lei nº 1.402/1939. O de São Paulo foi fun-dado em 27/03/1932, com reconhe-cimento em 31/12/33. Atualmente, possui entre 35 mil e 40 mil trabalha-dores na base.

“O nosso sindicato de São Paulo, juntamente com a Federação do Esta-do e os sindicatos que se filiaram em massa à CGTB, conclama a união de toda a categoria para buscar essa regu-lamentação”, diz Aparecido.

A luta pela regulamentação e valorização dos movimentadores de mercadorias

Aparecido do Carmo Mendes (à direita), presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias de São Paulo

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OFórum Nacional de Precatórios, rea-lizado nos dias 21 e 22 de maio em Porto Alegre, teve como objetivo principal levar a discussão aos agentes políticos, à sociedade e às pessoas di-retamente interessadas. O evento reu-niu personalidades políticas, juristas, dirigentes sindicais e funcionários pú-blicos para debater e propor soluções para este grave problema nacional: a falta de pagamento de indenizações trabalhistas dos servidores públicos (precatórios alimentícios) por parte da União, estados e municípios.

O debate foi organizado pelo Sin-dicato dos Técnicos-Científicos do Rio Grande do Sul (Sintergs), com apoio da CGTB, OAB, Assembleia Legislativa do Estado do Rio Gran-de do Sul, Federação das Associações

de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Associação Nacional dos Servidores Públicos (ANSP), Federa-ção Sindical de Servidores Públicos no Estado do Rio Grande do Sul (Fesser-gs) e Associação de Estudos Culturais.

“Não há dúvida de que o proble-ma dos precatórios se agravou com o neoliberalismo, com a tentativa de en-xugamento do Estado e ação delibera-da de desmoralizar o Estado diante da opinião pública. Por isso, a mobiliza-ção para que o Estado quite seus débi-tos com os servidores faz parte da nos-sa luta pelo fortalecimento do Estado e dos servidores públicos”, avalia o presidente da CGTB, Antonio Neto.

As entidades presentes no Fórum Nacional defenderam a suspensão e a interrupção imediata das legislações

em tramitação e a alteração daquelas vigentes, que contrariam os princípios fundamentais da Constituição Federal.

No encerramento do evento foi divulgada a Carta de Porto Alegre, na qual as entidades organizadoras do fó-rum “apelam para que a Câmara dos Deputados rejeite a PEC 12, agora PEC 351, tendo em vista que a refe-rida proposta afeta direitos e garantias fundamentais”; solicitam ainda que se promova “amplo debate nacional, en-volvendo a sociedade civil, devedores, credores, entidades e Poder Judiciá-rio”; apelam à Câmara do Deputados “para que viabilize meios legais de aba-ter dívidas dos Estados, Municípios e Distrito Federal, da dívida pública Federal, de forma a cumprir com o pagamento de dívidas de precatórios”.

Fórum Nacional de Precatórios cobra pagamento das indenizações trabalhistas dos servidores públicos

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Entidades apelam à Câmara dos Deputados rejeição da PEC 351

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AFederação dos Trabalhadores Celetistas em Cooperativas do Brasil (Fenatracoop) realizou seu 11º Congresso em Campo Mourão, no dia 31 e maio, com a par-ticipação de mais de 4 mil delegados de oito estados (PR, SC, SP, MG, MS, MT, ES e BA). O ponto alto do encontro foi a entrega da Carta Sindical por Eudes Carneiro, representando o ministro do Trabalho, Carlos Lupi. “Demoramos 15 anos para conquistar o registro sindical. Já havíamos vencido na Justiça, mas o re-gistro não saía. Se não fosse a intervenção da CGTB junto ao Ministério do Traba-lho jamais teria saído a Carta Sindical da Fenatracoop”, afirmou o presidente da entidade, Mauri Viana.

Os trabalhadores em cooperativa de-bateram as coletivas regionais e nacionais, fechando a reivindicação de aumento de 9% para os salários e de 12,04% para o piso, atualmente em R$ 630. Os delega-dos rejeitaram uma proposta feita ante-riormente pelas cooperativas de aumento de 6%. O congresso aprovou mobilização geral dos sindicatos filiados à Fanetraco-op, com indicativo de greve para o Sin-trascoop e Polotina e Região e Sintracoop do Norte e Noroeste do Paraná.

Segundo Mauri Viana, “os trabalha-dores não podem abrir mão de ganhos reais, tanto o piso quanto para os salários acima deste”. Ele avalia que “as centrais, principalmente a CGTB, têm sido eficaz na defesa dos trabalhadores como o res-gate do salário mínimo. Cabe aos sindi-catos conquistar aumentos maiores em cada categoria”.

O congresso contou com a participa-ção do deputado federal Rodrigo Loures (PMDB-PR), que destacou a necessidade da realização de cursos de qualificação profissional. No ano passado, foram for-mados 2.400 alunos em cursos de quali-ficação da Fenatracoop, sustentados com recursos próprios.

Entre as propostas aprovadas, está a criação de 21 delegacias regionais em todo o Brasil, através de assembléias, com os trabalhadores elegendo os dirigentes. “Este congresso foi um desafio para orga-nizarmos as delegacias regionais, para que no próximo congresso tenhamos delega-ções de todos os estados”, disse o presi-dente da Fenatracoop.

Também foi aprovada a criação do Programa Habitacoop, que prevê a cons-trução de 5 mil casas populares, em todo o Brasil, com recursos da CEF e de um fundo internacional. Serão construídas casas de 87 m2 (ouro) e de 78 m2 (prata).

Ministério do Trabalho entrega Carta Sindical à Fenatracoop em seu 11º Congresso

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Mauri Viana (à direita), presidente da Fenatracoop, discursa na abertura

Delegados aprovam plano de lutas

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AComissão Especial da Jornada Máxi-ma de Trabalho da Câmara dos Depu-tados aprovou na terça-feira (30/06), por unanimidade, o parecer favorável do deputado Vicentinho (PT-SP) À redução da jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais e a el-evação da hora-extra para 75% sobre o valor normal. Cerca de 700 repre-sentantes das centrais sindicais acom-panharam a votação, que aconteceu no Auditório Nereu Ramos.

As centrais têm desenvolvido uma campanha pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC 231/95), de au-toria dos então deputados e hoje se-nadores Inácio Arruda (PCdoB/CE) e Paulo Paim (PT/RS), aprovada na Comissão. A proposta é mais do que justa, atende aos anseios dos trabal-hadores e conseguiu digerir uma boa parte da resistência do setor patronal.

No parecer, o deputado Vicentin-ho afirmou que “deve, ainda, ser lem-brado que, na Constituição de 88, quando foi reduzida a jornada de 48 (quarenta e oito) para 44 (quarenta e quatro) horas semanais, não houve desemprego. Os dados hoje dis-poníveis demonstram que não haverá redução nos postos de trabalho, se a jornada semanal for reduzida em 4 (quatro) horas, apesar da opinião de alguns dos participantes das audiên-cias públicas. Ao contrário, a nossa expectativa é que empregos deverão ser gerados, conforme os dados trazi-dos pelo Dieese”.

Vicentinho acrescentou que, conforme mencionado em audiên-cia pública pelo representante do Dieese, o aumento da produtividade da indústria, entre 1990 e 2000, foi de 113%. O aumento no custo total

de produção causado pela redução da jornada de 44 para 40 horas semanais é de menos de 2%.

Os benefícios da redução da jorna-da são inegáveis. Além das questões de saúde, melhoria na qualidade de vida, ampliação do emprego, mais tempo para o trabalhador estudar e se quali-ficar, a redução permite que os trab-alhadores passem mais tempo com as suas famílias, contribuindo com a di-minuição da criminalidade e de uma série de outros problemas.

Um dos autores da PEC, o sena-dor Inácio Arruda (PCdoB/CE) lem-brou que a luta dos trabalhadores pela redução da jornada já dura 15 anos. Arruda avalia que a união das centrais sindicais e dos parlamentares é fun-damental. “Eu considero que vamos entrar o ano de 2010 com redução da jornada de trabalho”.

Centrais lotaram o auditório Nereu Ramos da Câmara. Em pé, o deputado Vicentinho (PT-SP), relator da PEC 231/95

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Comissão Especial da Câmara aprova redução da jornada para 40 horas

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Opresidente da CGTB, Antonio Neto, foi convidado a participar da reunião do Comitê Econômico e Social Euro-peu (CESE), realizado em Bruxelas, para falar sobre a crise econômica inter-nacional e os seus reflexos nas relações comerciais entre esse bloco e o Brasil. Neto afirmou que “o colapso global re-velou a falência não só do neoliberalis-mo, mas de todo o sistema econômico e comercial baseado na total falta de regulamentação e controle estatal, sobre a ação dos alucinados capitais especula-tivos e das perversas práticas dos mono-pólios transnacionais”.

Segundo Neto, “a política parida pelo consenso de Washington que com-primiu os salários, retirou direitos dos trabalhadores, privatizou poderosas em-presas estatais, patrocinou a entrega das grandes empresas nacionais e desman-telou os Estados com objetivo de gerar superlucros para os monopólios, faliu econômica e ideologicamente”.

A CGTB colocou aos membros do CESE, que é formado por trabalhado-res, empresários e membros da socieda-de civil, que o Brasil tem o maior inte-

resse em ampliar as relações comerciais, desde que elas sejam pautadas em regras que busquem equilibrar os benefícios para ambos os lados. Não é possível permitir que os países ricos cobrem li-berdade total para os seus produtos ao mesmo tempo em que impõem restri-ções e sobretaxas aos nossos produtos.

Neto defendeu a criação de meca-nismos mais rígidos de controle dos capitais especulativos e a construção de uma nova ordem mundial. “Acredita-mos que qualquer mecanismo que bus-que apenas reformar ou mascarar o ve-lho sistema falido para manter as ilusões no ‘livre comércio’ e na ‘globalização’ fi-nanceira, que só globalizou a exploração e a fome, não trará benefício algum para as Nações e, principalmente, às pessoas marginalizadas e empobrecidas que se multiplicaram pelo mundo, sobretudo, nos países menos desenvolvidos do he-misfério sul”, afirmou.

O seminário fez parte dos debates do bloco para rediscutir a denomi-nada “Estratégia de Lisboa”, tratado que impõe metas de desenvolvimento e normatiza as relações internas e ex-

ternas dos países que fazem parte da União Européia.

Neto ressaltou que o Brasil está in-teressado em aprofundar as relações comerciais com os parceiros Europeus e com qualquer outro país, desde que as regras sejam iguais para os dois lados. “Eu acredito que o comércio exterior de cada país deve levar em consideração a necessidade e a prioridade de seu mer-cado interno, ou seja, a exportação deve ser formada pelo excedente de produ-ção e a importação deve levar em conta os interesses nacionais. Portanto, acho justo que cada Nação defenda o seu se-tor produtivo de práticas desleais ou da entrada de produtos que possam afetar setores menos desenvolvidos que oca-sionem desemprego”, disse o presidente da CGTB.

O presidente da CGTB afirmou que o governo brasileiro tem procurado for-talecer o nosso mercado interno, pois esta é a única saída para o país gerar os empregos que precisamos e para pro-mover a distribuição de renda, uma vez que o comércio exterior se retraiu e não dá sinais de retomada.

Colapso global revelou falência da política neoliberal e das práticas das multinacionais

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Antonio Neto (2º a partir da esquerda), presidente da CGTB, defendeu o controle dos capitais especualtivos

CGTB no Conselho Econômico e Social Europeu:

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Durante a reunião do Conselho Presidencial da Federação Sindical Mundial (FSM), realizado no Chipre, o presidente da CGTB, Antonio Neto, propôs que entidade organize uma am-pla e firme denúncia das práticas nefastas das multinacionais e dos monopólios contra o trabalho decente e os direitos dos trabalhado-res, a ser apresentada na Organização Inter-nacional do Trabalho (OIT). Desde submeter funcionários a condições subumanas de tra-balho - passando por extorsão, suborno, cha-cinas - até o desrespeito à autonomia sindical.

Há uma grande quantidade de dados, depoimentos, documentos, provas e testemu-nhas que permitem à rede de filiados, amigos e colaboradores da FSM fornecer os elemen-tos necessários para colocar a discussão na OIT sobre a situação real dos trabalhadores de muitos países. Com isso poderão ser re-chaçadas as acusações mentirosas e baseadas em interesses das multinacionais, que, sem a atuação da FSM e de suas entidades filiadas, podem acabar virando posição oficial da OIT.

Neto, que é vice-presidente da FSM, destacou alguns exemplos que permitem avaliar a importância e a viabilidade desta

A ação das multinacionais contra os direitosdos trabalhadores

Trabalho degradante, arrocho salarial, violação das leis trabalhistas, desrespeito à autonomia sindical, entre outras, são práticas cotidianas em

países de economia menos desenvolvida

campanha. Os crimes contra os trabalhado-res cometidos no México, dono da segunda economia da América Latina, se aproximam, pela sua gravidade, dos que monopólios como a Coca-Cola perpetram na Colômbia, território livre para esses desmandos. O Sin-dicato Nacional de Trabalhadores Mineiros, Metalúrgicos, Siderúrgicos e Similares da República Mexicana (SNTMMSRM) e seu dirigente principal, Napoleón Gómez Urru-tia - que foi obrigado a se exilar por falta de proteção das instâncias governamentais - de-nunciam os acidentes e insuportáveis condi-ções de trabalho impostas pelo Grupo Méxi-co S.A., corporação que é o terceiro produtor mundial de cobre e que domina a região.

Há dois anos, uma explosão de gás me-tano na mina de Pasta de Conchos-Estado de Coahuila, de propriedade dessa multinacional, sepultou 65 mineiros sob os escombros e ainda hoje impede que seus corpos sejam retirados e sepultados com dignidade, deixando os traba-lhadores e as famílias em situação desesperadora.

O monopólio mineiro Grupo México (uma espécie de Vale do Rio Doce mexica-no pela presença de capital norte-americano

e testas-de-ferro) foi mais longe e destituiu o diri-gente sindical mineiro, desrespeitando a autono-mia sindical: o secretário-geral do SNTMMSRM, Napoleón Gómez Urru-tia, em fevereiro de 2006 foi suspenso de seu cargo. Depois de mobilizações dos trabalhadores mexi-canos, o governo teve que reconhecer a ilegalidade da imposição de outro cidadão, Elías Morales, como Secretário Geral do sindicato mineiro e ratificar a legitimidade

de Gómez Urrutia como máximo líder do SNTMMSRM. Entre os últimos atos contra o Sindicato Mineiro está o congelamento de todas suas contas bancárias. Dessa maneira as autoridades, submissas ao monopólio, buscam a asfixia do sindicato.

Neto também lembrou as barba-ridades cometidas pela Monsanto na América Latina, atualmente o maior vendedor de sementes transgênicas em todo o continente americano. Seus cultivos, resistentes ao herbicida “glifo-sato”, como a “soja RR” (Roundup Re-ady) e o “milho RR”, cheios de dioxina, veneno cancerígeno que não permite a re-cuperação das terras onde é usado durante décadas, representam mais de 90% de to-dos os cultivos transgênicos do mundo. Na atualidade, a soja é o maior cultivo da Argen-tina, por exemplo, onde se plantam cerca de 17 milhões de hectares, das quais, segundo a própria multinacional, praticamente ne-nhuma pertence à soja sem a modificação que lhe permite suportar a aplicação de um herbicida que elimina praticamente qualquer outro vegetal. Os chamados ruralistas (lati-fundiários que lucram com a exportação de soja) usam todos seus recursos, apoiados pela Monsanto, para atacar o governo de Cristina Kirchner que, com o apoio maciço da co-irmã Confederação Geral dos Trabalhadores Argentinos, prioriza o mercado interno e o trabalho nacional. A saúde dos trabalhado-res, a condição de produzir alimentos com preços de acordo com a capacidade aquisi-tiva da população, a criação de empregos, o

Internacional

O presidente da CGTB, Antonio Neto (na mesa, à esquerda), apresentou no Conselho Presidencial da FSM a proposta de denúncia na OIT das ações das multinacionais contra os trabalhadores

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torsão, o suborno, a violação e as chacinas. E obtêm benefícios sem precedentes com a mineração naquela região do Congo. Até seis

milhões de dólares de cobalto bruto saem diariamente da RDC. Po-rém, quase nunca aparecem estas companhias nos relatórios sobre direitos humanos e trabalhistas.

No negócio participam dis-tribuidores americanos de armas, como Simax, e as companhias que

fabricam material de guerra para o Pentágono, chamadas “provedores de Defesa”, Lockheed Martin, Halli-

burton, Northrop Grumman, GE, Boeing, Raytheon e Bechtel. Inclusi-ve organizações pseudo-humanitárias

como CARE, o Comitê de Resgate In-ternacional; “Conservation” e empresas de

relações públicas e grandes meios de comuni-cação como o The New York Times.

Alberto Vázquez Figueroa relata no jor-nal espanhol ABC (que não é suspeito de ser sequer levemente progressista), de 12 de novembro passado, mesmo sem apontar cla-ramente os beneficiários do crime, o impac-to da guerra do coltan nas crianças, sempre consideradas na avaliação do trabalho de-cente, na OIT: “As crianças, de entre sete e dez anos, são as grandes vítimas da luta pelo coltan. São terrivelmente exploradas, e se lhes “paga” 25 centavos de euro por dia. Estamos diante a escravidão do século XXI? O coltan é extraído por crianças porque

se encontra em jazidas a muito baixa

profundidade, e com seus pequenos corpos são quem cabe melhor pelos buracos.

“Muitas destas crianças morrem vítimas de horríveis desprendimentos de terra. E fi-cam lá enterradas. O que não querem as em-presas que fabricam aparelhos com coltan é que isso fique público. Eu vivi duas décadas na África e tinha ouvido alguma coisa. Há fo-tos dessa barbaridade: crianças semi-escravas respirando pó enquanto chove muito ou são levadas pela enxurrada. Isso é um inferno”.

Enquanto isso, na OIT, para se opor à eleição da RDC para presidir uma Comissão, foi aduzido que faltava proteção à maquina-ria qualquer, fato absolutamente secundário diante dos problemas da região.

“A prática nefasta das multinacionais e dos monopólios contra o trabalho decente e contra os direitos dos trabalhadores tem piorado na me-dida em que a crise se aprofundou. Esse produto degenerado do imperialismo não se resigna à di-minuição dos lucros. Uma firme e ampla campa-nha da FSM de denúncia destas aberrações, além de fortalecer nossas fileiras, nos permitirá prestar um impagável serviço à classe operária, denun-ciando seu principal inimigo”, frisou Neto.

Familiares reclamam os corpos de vítimas soterradas na mina Pasta de Conchos, no México

Coltan é essencial para a fabricação de equipamentos eletrônicos, como celulares

desenvolvimento do país, tudo é seriamente comprometido por essa política que aqui, no Brasil, no Sul, em Mato Grosso e outros es-tados, também é aplicada.

“A África é um continente que por suas incontáveis riquezas é vítima da sanha dos monopólios estrangeiros. Não por acaso a Re-pública do Congo, o Zimbábue, o Sudão, e outros países, são alvo de acusações tão graves quanto mentirosas em relação aos direitos dos trabalhadores. Os trabalhadores desses países sofrem sim com a falta de boas condições de vida, mas os responsáveis têm um nome: são os monopólios e as multinacionais que não se resignam a devolver as riquezas a seus verda-deiros donos”, disse Neto, na reunião da FSM.

Nas montanhas orientais do Congo existe coltan e nióbio, além de ouro, dia-mantes, cobre e estanho. O coltan, abreviatura de colombo-tantálio, está no solo há mais de três mil mi-lhões de anos. É usado com o nióbio para fabricar os condensadores para mexer o fluxo elétrico dos telefones celulares. Cobalto e urânio são ele-mentos essenciais para as indústrias nuclear, química, aeroespacial e de armas de guerra. Cerca de 80% das reservas mundiais de coltan estão no Congo. E é naquela região que os grupos mercenários, organizados e financiados pelos monopólios estrangei-ros, atuam contra as forças governamentais que procuram manter a unidade do país.

A guerra do Congo foi planejada com os investimentos, na região, de corpora-ções multinacionais dos Estados Unidos, da Alemanha, e do Japão.

Redes criminosas, preparadas e manti-das por essas multinacionais, praticam a ex-

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Recessão abala o coração do imperialismo

conflagração de Londres durante a reunião do G20, em 1º de abril, as manifestações na Europa, com mais de dois milhões nas ruas de Roma e as greves gerais por toda a França, e a marcha sobre Wall Street, em Nova Iorque, de-monstram a crescente resistência dos trabalha-dores, nos mais diversos pontos do planeta, à ação dos monopólios financeiros e industriais.

A crise que eclodiu no coração do siste-ma capitalista, assentado em um despudorado cassino financeiro e um arrocho salarial sem precedentes, atinge milhões de pessoas nos chamados países ricos e pelo mundo afora. As hipotecas refinanciadas – depois de anos de expropriação dos salários dos trabalhadores e da classe média norte-americana - foram o elo fraco da cadeia da especulação e por onde ela

se rompeu com uma explosão de inadimplên-cias dos mutuários.

A recessão já atingiu Estados Unidos, Ja-pão, Alemanha, Itália e a maioria da Zona do Euro. Como resultante da política de garantir o lucro máximo aos monopólios, os trabalha-dores amargam demissões em massa. Foram demitidos 5,1 milhões de trabalhadores só nos Estados Unidos, durante os últimos 14 meses. O consumo caiu em 4,3%, no último trimes-tre de 2008, a maior queda em 28 anos.

A taxa de desemprego, já estimada em 15,6%, é recorde nos últimos 25 anos. Os industriais monopolistas querem surfar na crise pedindo bilhões de dólares ao governo e prometendo em troca fechamento de fábricas, linhas de produção e mais demissões, como

“medidas saneadoras”. Pedem a quebra dos direitos trabalhistas duramente conquistados, chamando o ataque a eles de “flexibilização”. Querem principalmente achatar ainda mais os salários e possibilitar demissões sem inde-nização. Uma agressão ao mercado interno dos países, que, ao invés de enfrentar a crise, aprofundaria a concentração dos mastodôn-ticos monopólios, os responsáveis por jogar a economia no buraco em que está.

O caso mais escandaloso é o da GM. Após receber US$ 17,4 bilhões, pleiteia outros US$ 16 bilhões, ao mesmo tempo em que promete demitir 47 mil trabalhadores e fechar 14 fábri-cas. Por isso, os que saíram às ruas da Europa às centenas de milhares exigiam “Resgatem as pessoas, não os bancos”.

Em Londres, a truculência da polícia in-glesa, tentando calar o protesto, provocou a revolta de manifestantes que cercaram e es-tilhaçaram vidraças da sede central do Royal Bank of Scotland (RBS), localizado no centro financeiro londrino. O Bank of England (Ban-co Central inglês), cuja sede fica próxima ao RBS, também foi cercado.

Depois de haverem drenado os recursos da população, particularmente dos trabalhadores - seja através de sobrepreços cartelizados, seja através da especulação financeira –, querem que estes paguem a conta do desastre provoca-do por sua ganância.

São trilhões de dólares do tesouro de países como Estados Unidos e Inglaterra que foram despejados nos cofres dos banqueiros, para ad-

quirir seus papéis que agora viraram lixo. Uma montanha de dinheiro que, como

destacou o economista norte-americano, Mi-chael Hudson, destina-se a tentar manter “as ficções contabilísticas registradas por compa-nhias que entraram num mundo irreal baseado na falsa contabilidade que praticamente todos no setor financeiro sabiam ser uma fraude”.

Em meio à crise os bancos maiores apro-veitaram para devorar congêneres: foi assim que o Bank of America comprou o Merrill Lynch, enquanto que o JP Morgan Chase comprou o Bear Stearns com forte injeção de bilhões do Tesouro dos EUA.

Os principais bancos norte-americanos, particularmente o Bank of América e o Citi-bank, apresentam déficits contabilizados a cada

trimestre e recorrem a esta tática para impedir sua quebra. Enquanto o Citi apresentou déficit de US$ 8,29 bilhões no último trimestre de 2008, o Bank of América teve prejuízo de US$ 1,79 bilhão, sem contar ainda as perdas regis-tradas no Merryl Linch, cujos resultados preli-minares indicam um prejuízo líquido de US$ 15,31 bilhões no quarto trimestre de 2008.

Os que provocaram a quebradeira da eco-nomia repartem a dinheirama através de bô-nus milionários. Só os diretores da maior se-guradora norte-americana, a AIG, receberam US$ 218 milhões em conjunto, após deixarem a companhia afundada em dívidas. Um rombo que precisou de em torno de US$ 200 bilhões para não fechar as portas, o que deixaria outros US$ 1,6 trilhões em papéis a descoberto.

”“ EUA, Japão, Alemanha e a maioria dos países da

Zona do Euro afundam na pior crise desde 1929

Bolsa de Nova Iorque (1929/2008): crise faz sangrar o coração financeiro do império

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1º de Maio: povo cubano festejou os 50 anos da Revolução e 70 anos da CTC

ACGTB foi uma das convidadas de honra na comemoração do 1º de Maio em Cuba. Este ano, mais de 1 milhão de cubanos marcharam pela Praça da Revolução comemorando também duas datas históricas: o 50º aniversário da Revolução e o 70º aniversário da fundação da Central de Trabalhadores de Cuba (CTC).

A CTC condecorou 52 duas enti-dades e dirigentes sindicais do mun-do inteiro com uma medalha especial criada para os 70 anos da central, por se destacaram na luta em defe-sa dos trabalhadores. O presidente da CGTB, Antonio Neto, foi um dos agraciados com a medalha.

Na Conferência Internacional de Solidariedade a Cuba os dirigentes sindicais internacionais prestaram solidariedade à luta pelo fim do em-bargo imposto pelos Estados Unidos à Ilha e pela libertação dos cinco heróis cubanos que se encontram encarcerados nos EUA sob a falsa acusação de espionagem.

A CGTB fez uma homenageou a CTC com uma réplica do monumen-to criado por Niemeyer para simboli-zar a união latino-americana. “A Hu-manidade tem uma dívida impagável para com o povo cubano. Este povo lutador fez uma revolução que rom-peu as amarras coloniais impostas pelo imperialismo”, disse Neto.

O presidente de Honra da CGTB e diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Carlos, Cabe-ça Filho, destacou a participação popular na construção do socialis-mo. “O povo cubano é muito pa-triota e está totalmente engajado e não esmorece na luta para avançar na construção de um país cada vez mais justo e solidário”.

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Ao centro, Cabeça Filho e Antonio Neto, presidente de Honra e presidente da CGTB, com Yvone dos Santos, Sérgio Ricardo Favorin e Aparecido Dias Evangelista, diretores do Sindicato dos Metalúrgicos de São Carlos

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Neto homenageou a CTC com uma réplica de um monumento de Oscar Niemeyer que simboliza a unidade latinoamericana

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Cerimônia de condecoração aos sindicalistas

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Aos trabalhadores e a todas as orgNo momento em que os inimigos

da África tentam fechar o cerco para esmagar a luta pelo direito à terra e à soberania, as palavras de um dos maiores patriotas da África se ajustam perfeitamente à heróica luta do povo do Zimbábue.

Defender o direito à posse da terra, ao fruto do trabalho do povo e aos valiosos recursos do país é reconhecer o direito à autodeterminação e à soberania. Este é o “crime” de presidente Mugabe aos olhos dos governos imperialistas e de sua mídia.

As mais recentes tentativas de sata-nizar o presidente Mugabe, qualifican-do-o como “ditador sangrento”, têm como objetivo esconder o verdadeiro crime que castiga todo o povo do Zim-bábue – as sanções econômicas impos-tas pelos EUA, Inglaterra e outros paí-ses ocidentais.

Estas cruéis sanções, de quase uma

década, são responsáveis pelo alto índice de desemprego, desnutrição, hiperinflação, pobreza, falta de cuidados médicos, desabastecimento e pela deterioração da infraestrutura. A recente epidemia de cólera que tirou a vida de milhares de pessoas poderia ter sido evitada se a purificação química da água não tivesse sido proibida pelas sanções econômicas.

Mesmo após a implementação de um governo de unidade nacional, as sanções permanecem em vigor objetivando provocar a instabilidade política. Essas e outras medidas severas impostas pelo FMI e Banco Mundial são uma agressão ao povo do Zimbábue, que evidencia, inequivocamente, crimes de guerra.

Os povos do Zimbábue, da Palestina, do Iraque, entre outros, são exemplos de resistência a todas as formas de guerra imperialista e de ocupação. Milhões de pessoas ao

redor do mundo estão enfrentando uma crise econômica sem precedente - inclusive nos EUA, com execuções hipotecárias, despejos e demissões -, dificultando o acesso à saúde, educação e outras necessidades básicas.

Todos nós estamos diante dos mesmos inimigos – os mesmo especuladores monopolistas que puseram sua ganância por lucros à frente de todas as necessidades dos povos. A vitória do povo do Zimbábue é a vitória de todos os que lutam pela paz, pela dignidade e pela autodeterminação dos povos. Pela suspensão imediata das sanções!

Viva a heróica luta do povo do Zimbábue!

Viva a heróica luta do povo Africano!

São Paulo, 6 de abril de 2009

Executiva Nacional da CGTB

“Nenhuma brutalidade, mau trato, ou tortura nunca me forçou a pedir clemência, porque eu prefiro morrer com minha cabeça erguida, firme com minha fé, e minha confiança profunda no destino de meu país, em lugar de viver na submissão e desprezar os princípios sagrados. A história dirá um dia, mas não será a história que Bruxelas, Paris, Washington ou as Nações Unidas ensinam, mas a história que ensinará os países emancipados do colonialismo e de seus fantoches. A África escreverá sua própria história, e será, tanto para o norte como para o sul do Saara, uma

história de glória e de dignidade.” Última carta de Patrice Lumumba, Dezembro de 1960.

CARTA ABERTA

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ACGTB comemorou O Dia Internacional do Trabalhador na maioria dos estados do Brasil. Em várias manifestações, em conjun-to com outras centrais. De norte a sul se fez ouvir a voz dos trabalhadores pela redução dos juros, pelo fortalecimento do mercado interno, geração de empregos e mais salários.

Em seu dia, os trabalhadores reafirma-ram sua determinação em lutar pela inde-pendência e pelo desenvolvimento nacio-nal. Por isso, além da redução dos juros, a CGTB conclamou os trabalhadores à luta pelo controle das remessas de lucros das multinacionais, por aumento real dos salários, prioridade nas encomendas do go-verno e das estatais às empresas nacionais e condicionamento para liberação de recur-sos públicos a manutenção de empregos.

Itatiba

A 17ª edição da Festa do Trabalha-dor foi a maior já realizada Sindicato dos Metalúrgicos de Itatiba. Mais de 25 pessoas estiveram no Parque Luís Latorre. “Estamos contabilizando muita glória, pois o impor-tante é fazer uma festa que atrai este número de pessoas. A festa, realmente, veio só para coroar os 20 anos do Sindicato”, afirmou o diretor-financeiro do Sindicato e 2º vice-presidente nacional da CGTB, José Avelino Pereira (Chinelo).

O diretor-financeiro do sindicato, José Avelino Pereira, o Chinelo, destacou a con-dução de Carlos Lupi no Ministério do Tra-balho. “Temos hoje uma afinidade muito grande com o ministro do Trabalho, como nunca antes. Foi o ministro que mais con-quistou direitos para os trabalhadores nos últimos tempos, seja no salário mínimo, na correção da tabela do Imposto de Renda, no reconhecimento das centrais, na amplia-

ção do seguro-desemprego. É um ministro nosso, do povo”, declarou.

Segundo o ministro, com a retomada da criação de postos de trabalho em mar-ço, o Brasil está mostrando a força da sua economia. “O que tinha de pior para acon-

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Em pé: Tiago Pereira, pres. Sind. Metalúrgicos de Itatiba; Carlos Lupi, ministro do Trabalho; Chinelo; e Luiz Antônio de Medeiros, secretário de Relações do Trabalho do MTE

José Avelino Pereira (Chinelo), 2º vice-presidente da CGTB e tesoureiro do Sindicato dos Metalúrgicos de Itatiba

Milhões de trabalhadores vão às ruas pela redução dos juros e por mais

empregos e mais salários

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tecer já aconteceu em dezembro e janeiro. A inflação está sob controle e houve um ga-nho real do salá-rio do trabalha-dor, que é o que está garantindo o aquecimento do mercado interno. A situação nos permite afirmar

que somos o primeiro País a sair da crise e isso vai se confirmar em abril, com o cresci-mento maior ainda da geração de emprego”, apontou Lupi, que ressaltou: “Getúlio foi o presidente que mais fez pelo Brasil. A CLT, a Petrobrás, a transferência do Brasil pecuário para o Brasil Indústria”.

“Vivemos um momento especial, em que os EUA vivem uma grande crise. Nós de-vemos nos unir para impedir que ela entre aqui com mais intensida-de. O Sindicato dos Metalúrgicos de Itatiba tem sido uma trincheira nesse sentido. O que temos que fazer é defender o emprego, o au-mento dos salários. É necessário nos mobilizarmos em defesa do mercado interno. O Brasil não tem como continuar crescendo pelas exportações, e a solução é a queda dos juros, o fortalecimento do poder de compra do trabalhador, a garan-tia de empregos, principalmente as empresas que recebem recursos do governo federal. Os trabalhadores devem fiscalizar para onde estão indo esses financiamen-tos”, sublinhou o secretário-geral da CGTB, Carlos Alber-to Pereira.

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, participou ainda de um ato ecumênico em ho-menagem ao Dia do Trabalha-dor. Ele foi recepcionado pelos dirigentes da CGTB e pelo prefeito de Itatiba, João Fattori.

São Paulo

A CGTB foi convidada pelo presiden-te da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva

(Paulinho), a participar a participar do 1º de Maio em São Paulo, na Praça Campo de Ba-gatelle, realizado pela central co-irmã e que contou com mais de 1 milhão de pessoas. Na manifestação da Força, o vice-presidente da CGTB, Ubiraci Dantas de Oliveira (Bira), destacou que naquele mesmo dia foi extraído o primeiro dos 5 bilhões de barris de petróleo do Campo de Tupi, parte da imensa reserva de pré-sal, frisando que “ao contrário do que fazem os países centrais, o Brasil está investindo na produção, no for-talecimento do seu mercado interno, ques-tão fundamental para que possamos seguir rumo ao desenvolvimento. Nossa luta é pela redução dos juros, defesa do emprego e au-mento real de salário”.

Rio de Janeiro

Mesmo debaixo de chuva, mais de 100 mil pessoas visitaram a Quinta da Boa Vista

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Carlos Alberto Pereira, secretário-geral da CGTB

Mais de 100 mil pessoas estiveram na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro

Cláudio Omena/Agência Sindical

Ubiraci Dantas, vice-presidente da CGTB, discursa no 1º de Maio da Força Sindical, em São Paulo

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Marcos Vinício Pedro, presidente da CGTB-RJ, e a cantora Beth Carvalho, que comandou o show do 1º de Maio

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e as barracas de serviços que estavam a dispo-sição do povo trabalhador. Pela primeira vez na história do movimento sindical, todas as centrais estiveram unidas na comemoração do Dia Internacional do Trabalhador.

O secretário Estadual do Trabalho, Ro-nald Azaro, homenageou todos os presiden-tes regionais das centrais.

O 1º de Maio no rio contou com um belo show da sambista Beth Carvalho e convidados como Dudu Nobre e Diogo Nogueira, entre outros. Barracas do Minis-tério do Trabalho, da secretaria estadual e municipal do Trabalho ofereceram centenas vagas de empregos para a população.

O ato contou com o apoio dos gover-nos federal, estadual e municipal.

Belo Horizonte

Mais de três mil pessoas participaram do Dia de Luta, ato unificado das centrais sindicais do Estado de Minas Gerais, no úl-timo dia 30, em Belo Horizonte. A mani-festação no centro da capital mineira teve como alvo a defesa do trabalhador perante a retração econômi-ca mundial. Segundo

denúncias das centrais sindicais durante o ato, a crise provocou a demissão de mais de 100 mil trabalhadores dos mais variados segmentos em Minas. A atividade em Belo Horizonte levantou as seguintes bandeiras de luta: defesa do emprego e da renda do trabalhador, redução da jornada de trabalho sem redução dos salários, reforma agrária e reforma urbana, além de valorização dos servidores e dos serviços públicos.

O evento teve início às 14h, na Praça da Rodoviária e às 17h30, os manifestantes seguiram em passeata pela Avenida Afonso Pena, até a Praça Sete de Setembro. Ao final, representantes das centrais sindicais fizeram discurso de encerramento. O presidente da CGTB-MG, Cosme Nogueira, avalia que a manifestação conseguiu o seu intento, que foi despertar os trabalhadores para a necessi-dade de unidade para garantir o emprego e pela melhoria dos salários.

Salvador

Na capital baiana, a festa do Dia Internacional do Trabalhador aconteceu na Praça 2 de Julho (Campo Grande), promovida pela CGTB, CTB e NCST. O ato começo às 13h com apresentações de bandas de samba, forró e ritmos baianos.

“Não podemos deixar que a crise ex-terna entre em nosso país e liquide com nossos empregos. Por isso, vamos lutar pela redução dos juros para menos de 5% e garantir que os investimentos públicos sejam destinados apenas para empresas nacionais não monopolistas”, afirmou o presidente do Sindicato dos Trabalhado-res em Instalações Telefônicas da Bahia

José Juvino, vice-presidente da CGTB-RJ; Nilton Mascarenhas, diretor do Sincomam ; Marcio Lacerda, vice-presidente do Sindesnav; Leandro da Costa, da executiva nacional da CGTB; Ronald Azaro, secretário do Trabalho do Estado do Rio de Janeiro; José Mauro, 1º secretário da CGTB-RJ; Déborah Cheyne, 3ª vice-presidente da CGTB-RJ e presidente do SindiMusi; e Hélio Costa, diretor do Sincomam

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Ato do Dia Internacional do Trabalhador foi comemorado em Belo Horizonte no dia 30 de abril

Max Cunha, presidente do Sindfos-tel e diretor da CGTB-BA, no ato em Salvador

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(Sindfostel) e diretor da CGTB-BA, Max Cunha.

Distrito Federal

O ato em comemoração ao Dia Inter-nacional do Trabalhador ocorreu em Cei-lândia, maior cidade do Distrito Federal, e contou com shows musicais e sorteios de prêmios para um público de mais de 2 mil pessoas.

“Crise se enfrenta com investimen-to público no mercado interno. Crise se enfrenta com juros baixos, ampliação do crédito, PAC e política permanente de va-lorização do salário mínimo. O contrário disso é a agenda dos grandes monopólios, a mãe da crise que se instalou no centro do capitalismo”, afirmou o presidente da CGTB-DF, Waldir Ferreira.

Guarujá

O ato organizado pela CGTB, CUT e Prefeitura do Guarujá levou mais de 4 mil pessoas à Praça 14 Bis, no bairro Vicente de Carvalho. Além de show musical o evento contou com ações de cidadania, como cadastro para o Programa Mina Casa, Minha Vida, do governo federal, destinado á famílias de baixa renda.

“Hoje foi um dia muito importante para o Brasil. A Petrobrás extraiu o pri-meiro dos 5 bilhões barris do petróleo existentes no Campo de Tupi, nas reser-vas do pré-sal. Nós temos o Programa de Aceleração do Crescimento para dar em-prego para os trabalhadores, nós temos o programa Minha Casa, Minha Vida, para das casa para o povo. Nós temos ou-vido falar de uma crise, gestada nos Es-tados Unidos em função da política dos monopólios, da política neoliberal. Aqui no Brasil nós estamos indo por outro ca-minho, de desenvolvimento e é por isso que nós precisamos reduzir os juros, na-cionalizar as empresas que foram vendi-das e aprofundar a unidades das centrais, para fortalecer a nossa luta”, afirmou o vice-presidente da CGTB, Ubiraci Dan-tas de Oliveira (Bira).

Para a prefeita do Guarujá, Maria Antonieta (PMDB), “estamos comemo-

rando as conquistas dos trabalhadores e luta por àqueles que ainda não foram consolidados. Esta é a tarefa de todos nós. O governo Lula tem demonstrado a importância enfrentar o desemprego, buscar a melhor distribuição de renda. No Guarujá estamos preparando o povo para enfrentar o mercado de trabalho, com cursos para mil pessoas na área da construção civil. A prefeitura de Gua-rujá é uma das parceiras do presidente Lula no programa Minha Casa, Minha

Vida. Em apenas dois dias tivemos 10 mil pessoas inscritas e hoje nesta praça, mais 4 mil. É a primeira vez que nós temos um programa dessa envergadura na área habitacional”.

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Valdo Albuquerque

Ato unificado no Distrito Federal promovido pela CGTB, Força Sindical, NCST e CTB

Maria Antonieta (PMDB), prefeita do Guarujá, ao lado de Ubiraci Dantas, vice-presidente da CGTB, e Fran-cisco Ferreira, coordenador da CUT da Baixada Santista

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São Carlos

Com o lema “Dia de Luta em de-fesa do emprego”, as centrais sindicais, a Intersindical e Prefeitura de São Carlos reuniram mais de 30 mil pessoas na Praça do Mercado Municipal.

“Estamos aqui para lutar pelos nossos empregos e repudiar o desemprego. Temos muitas conquistas a comemorar, mas não podemos esquecer aqueles trabalhadores que morreram para que nós tivéssemos os direitos que temos hoje. Somente com a luta teremos mais conquistas, assim como a redução de jornada em alguns segmentos, os acordos coletivos negociados livremente com as empresas, as garantias que não es-tão contidas em lei, melhores salários e be-nefícios, garantias conquistadas por meio de luta”, afirmou o presidente do Sindicato

dos Metalúrgicos de São Carlos e Ibaté e membro da executiva nacional da CGTB, Rosalino de Jesus de Barros.

Campinas

A comemoração do Dia do Trabalhador foi organizada pela CGTB, CTB e UGT, com apoio da Prefeitura, e levou mi-lhares de pessoas ao Lar-go do Rosário. Além do ato político, houve ativi-

dades culturais e de lazer para as crianças; grafitagem e com apresentações musicais, entre elas a dos grupos Pagode da Vó Tia-na, Ilcéia e banda e de Royce do Cavaco.

O presidente da CGTB-SP, Paulo Sa-bóia, afirmou que “o momento é de for-talecimento do mercado para gerar em-pregos, melhorar os salários e distribuir renda. Por isso, vamos continuar nossa luta pela redução drástica dos juros”.

As centrais entregaram uma pauta de reivindicações ao prefeito Hélio de Oliveira Santos, popularmente conheci-do como Dr. Hélio, contando questões como defesa dos postos de trabalho e ações conjuntas com municípios da re-gião visando a geração de emprego e ren-da. O prefeito destacou que a luta deve ser por mais emprego e pela não flexibili-zação dos direitos já conquistados.

Vanessa Presse

Vanessa Presse

No palanque, Osvaldo Barba (PT), prefeito de São Carlos; Emerson Leal (PPL), vice-prefeito; Newton Lima, ex-prefeito; com a camiseta da CGTB, Rosalino de Jesus de Barros, Lindolfo Santos e Maria Pimentel, da executiva nacional da CGTB

Comemoração do 1º de Maio em São Carlos reuniu mais de 30 mil pessoas

Paulo Sabóia (ao microfone), presidente da CGTB-SP. De camiseta

SOU +BRASIL, os sindicalistas Geizo Souza, Alfredo de Oliveira

Neto e João Vicente e Souza, respectivamente, vice-presidente,

secretário-geral e membro do Conselho Fiscal da CGTB-SP

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Sorocaba

A CGTB e as centrais sindicais que compõem o Conselho Sindical Regional de Sorocaba e Região (CGTB, Força Sin-dical, CTB, NCST e UGT) realizaram a Festa do Trabalhador de Sorocaba, com apoio da Prefeitura e do Centro de Refe-rência em Saúde do Trabalhador, reunindo 10 mil pessoas no Parque dos Espanhóis.

O secretário de Formação da CGTB, Alfredo de Oliveira Neto, destacou “a unidade das centrais, que tem sido funda-mental para as nossas conquistas, como a valorização salário mínimo e para garantia dos direitos trabalhistas”. O 1º secretário de Finanças da CGTB-SP, Aparecido Pi-res, disse que “a hora é de menos juros, mais desenvolvimento, mais empregos e mais salários”. A CGTB é representada no Conselho Sindical Regional de Soro-caba por Randolfo das Neves, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Processa-mento de Dados do Estado de São Paulo (SINDPD), e por Cleber, do Sindicato dos Trabalhadores de Movimentação de Mer-cadorias de Sorocaba.

Araraquara

A Festa do Trabalhador, realizada no Centro de Eventos de Araraquara e Re-gião (Cear), contou com participação de mais de 25 mil pessoas.

O prefeito Marcelo Barbieri esteve presente no evento que começou às 12h com atividades voltadas para o público in-fantil. A partir das 14h00, o público pôde conferir as bandas de Araraquara e região.

Para o tesoureiro da executiva nacio-nal da CGTB, Lindolfo dos Santos Neto, “é preciso reduzir os juros, aumentar os salários e dar prioridade às empresas na-cionais nos financiamentos do BNDES, para fortalecer o mercado interno”.

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Centrais reuniram 10 mil pessoas no Parque dos Espanhóis em Sorocaba

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Marcelo Barbieri (ao microfone), prefeito de Araraquara, e à sua direita, Lin-dolfo Santos, tesoureiro da CGTB

Ato promovido pela CGTB e Prefeitura de Araraquara no Cear

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Foto: Ricardo Stuckert