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ISSN 1982-7644
Sistema Permanente de Avaliação
da Educação Básica do Ceará
SEÇÃO 1
A importância da produção de texto na avaliação em larga escala
SEÇÃO 2
A matriz de competências de produção de texto
SEÇÃO 3
A produção de textos no SPAECE 2012
SEÇÃO 4
A avaliação das produções textuais dos alunos: interpretação dos resultados gerais e análises pedagógicas
SEÇÃO 5
Entendendo os níveis de escrita e o perfil de cada escritor compreendido por eles
SEÇÃO 6
Os resultados desta escola
Boletim Pedagógico
Ensino MédioProdução de texto
SPAECE2012
Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará
Boletim PedagógicoProdução de Texto
Ensino Médio
SPAECE
ISSN 1982-7644
Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará
Boletim PedagógicoProdução de Texto
Ensino Médio
SPAECE
PS CE E
GOVERNADORCID FERREIRA GOMES
VICE-GOVERNADOR DOMINGOS GOMES DE AGUIAR FILHO
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO
SECRETÁRIA DA EDUCAÇÃOMARIA IZOLDA CELA DE ARRUDA COELHO
SECRETÁRIO ADJUNTO DA EDUCAÇÃOMAURÍCIO HOLANDA MAIA
SECRETÁRIO EXECUTIVOANTÔNIO IDILVAN DE LIMA ALENCAR
COORDENADORA DO GABINETECRISTIANE CARVALHO HOLANDA
COORDENADORA DE AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DA EDUCAÇÃOBETÂNIA MARIA GOMES RAQUEL
CÉLULA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ACADÊMICO DA SECRETARIA DA EDUCAÇÃO
ORIENTADORA CARMILVA SOUZA FLÔRES
ASSESSORA TÉCNICAMARIA IACI CAVALCANTE PEQUENO
ASSISTENTES TÉCNICASFRANCISCA ELIANE DIAS DE CARVALHOROSÂNGELA TEIXEIRA DE SOUSA
EQUIPE TÉCNICAELIZABETH DOS SANTOS CARNEIROESTEFÂNIA MARIA ALMEIDA MARTINSGEANNY DE HOLANDA OLIVEIRALUZIA DE QUEIROZ HIPPOLYTOMARIA ASSUNÇÃO OLIVEIRA MONTEIROMIRNA GURGEL CARLOS DA SILVATERESA MÁRCIA ALMEIDA DA SILVEIRA
PS CE E
GOVERNADORCID FERREIRA GOMES
VICE-GOVERNADOR DOMINGOS GOMES DE AGUIAR FILHO
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO
SECRETÁRIA DA EDUCAÇÃOMARIA IZOLDA CELA DE ARRUDA COELHO
SECRETÁRIO ADJUNTO DA EDUCAÇÃOMAURÍCIO HOLANDA MAIA
SECRETÁRIO EXECUTIVOANTÔNIO IDILVAN DE LIMA ALENCAR
COORDENADORA DO GABINETECRISTIANE CARVALHO HOLANDA
COORDENADORA DE AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DA EDUCAÇÃOBETÂNIA MARIA GOMES RAQUEL
CÉLULA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ACADÊMICO DA SECRETARIA DA EDUCAÇÃO
ORIENTADORA CARMILVA SOUZA FLÔRES
ASSESSORA TÉCNICAMARIA IACI CAVALCANTE PEQUENO
ASSISTENTES TÉCNICASFRANCISCA ELIANE DIAS DE CARVALHOROSÂNGELA TEIXEIRA DE SOUSA
EQUIPE TÉCNICAELIZABETH DOS SANTOS CARNEIROESTEFÂNIA MARIA ALMEIDA MARTINSGEANNY DE HOLANDA OLIVEIRALUZIA DE QUEIROZ HIPPOLYTOMARIA ASSUNÇÃO OLIVEIRA MONTEIROMIRNA GURGEL CARLOS DA SILVATERESA MÁRCIA ALMEIDA DA SILVEIRA
REVISORES DO BOLETIM DE PRODUÇÃO DE TEXTOCÉSAR NILTON MAIA CHAVESMARCO AURÉLIO JARRETA MERICHELLIRAQUEL ALMEIDA DE CARVALHOTERESA MÁRCIA ALMEIDA DA SILVEIRA
AOS EDUCADORES CEARENSES
A Secretaria da Educação realizou em 2012 o décimo sexto ciclo do Sistema Permanente de Avaliação
da Educação Básica do Ceará - SPAECE. O referido ciclo, que assinala 20 anos de implementação do
SPAECE, introduziu importantes inovações na sua sistemática de avaliação. Dentre essas, destacam-se:
a identifi cação dos Cadernos de Testes e Cartões de Respostas; os testes em versão ampliada para
defi cientes visuais e, no caso da 3ª série do Ensino Médio, os testes de Língua Portuguesa e Matemática,
em convergência com a proposta da Matriz de Referência para o Exame Nacional do Ensino Médio
(ENEM) do Ministério da Educação (MEC), incluindo ainda prova de Redação, bem como testes para as
áreas de Ciências da Natureza (Física, Química e Biologia) e de Ciências Humanas (História, Geografi a,
Filosofi a e Sociologia).
A operacionalização de uma avaliação dessa dimensão é uma conquista para nosso Estado. Os
resultados são disponibilizados aos educadores e agregam elementos importantes que subsidiam e
fundamentam as modifi cações que se fi zerem necessárias nas práticas pedagógicas e de gestão.
Além dos resultados presentes nos Boletins Pedagógicos (Alfa, 5º e 9º anos/Ensino Fundamental e
Ensino Médio), a Coleção SPAECE 2012 traz ainda o Sumário Executivo, a Revista Contextual e os Boletins
do Sistema de Avaliação e de Gestão Escolar.
No que se refere aos Boletins Pedagógicos do Ensino Médio, é importante destacar que estes, além de
auxiliar a comunidade escolar a entender e se apropriar dos resultados dos alunos em Língua Portuguesa
e Matemática, avançam para outras áreas ainda pouco trabalhadas nas avaliações brasileiras, em
especial: Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Produção de Texto.
Nesta coleção, os resultados estão acompanhados de uma interpretação pedagógica cuidadosa,
elencando aspectos importantes a respeito do desempenho dos estudantes e das escolas públicas
cearenses. Trazem ainda textos extraídos de estudos realizados sobre as avaliações, depoimentos de
pessoas envolvidas com a avaliação educacional e/ou que utilizam seus resultados para desenvolver
ações voltadas para a qualidade da educação pública do nosso Estado.
Continuamos acreditando que a reorganização do sistema escolar, na busca da educação de qualidade,
requer o monitoramento e o acompanhamento permanente das atividades pedagógicas que se realizam
no dia a dia da escola. Dessa forma, as avaliações em larga escala realimentam e qualifi cam esse
processo de contínua melhoria.
Esperamos que o conjunto de informações apresentadas nas diferentes publicações possa contribuir
efetivamente para o trabalho de gestores e professores, no planejamento e desenvolvimento de ações
mais efi cazes e capazes de garantir a todos os estudantes cearenses o direito de aprender.
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho, Secretária de Educação
AOS EDUCADORES CEARENSES
A Secretaria da Educação realizou em 2012 o décimo sexto ciclo do Sistema Permanente de Avaliação
da Educação Básica do Ceará - SPAECE. O referido ciclo, que assinala 20 anos de implementação do
SPAECE, introduziu importantes inovações na sua sistemática de avaliação. Dentre essas, destacam-se:
a identifi cação dos Cadernos de Testes e Cartões de Respostas; os testes em versão ampliada para
defi cientes visuais e, no caso da 3ª série do Ensino Médio, os testes de Língua Portuguesa e Matemática,
em convergência com a proposta da Matriz de Referência para o Exame Nacional do Ensino Médio
(ENEM) do Ministério da Educação (MEC), incluindo ainda prova de Redação, bem como testes para as
áreas de Ciências da Natureza (Física, Química e Biologia) e de Ciências Humanas (História, Geografi a,
Filosofi a e Sociologia).
A operacionalização de uma avaliação dessa dimensão é uma conquista para nosso Estado. Os
resultados são disponibilizados aos educadores e agregam elementos importantes que subsidiam e
fundamentam as modifi cações que se fi zerem necessárias nas práticas pedagógicas e de gestão.
Além dos resultados presentes nos Boletins Pedagógicos (Alfa, 5º e 9º anos/Ensino Fundamental e
Ensino Médio), a Coleção SPAECE 2012 traz ainda o Sumário Executivo, a Revista Contextual e os Boletins
do Sistema de Avaliação e de Gestão Escolar.
No que se refere aos Boletins Pedagógicos do Ensino Médio, é importante destacar que estes, além de
auxiliar a comunidade escolar a entender e se apropriar dos resultados dos alunos em Língua Portuguesa
e Matemática, avançam para outras áreas ainda pouco trabalhadas nas avaliações brasileiras, em
especial: Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Produção de Texto.
Nesta coleção, os resultados estão acompanhados de uma interpretação pedagógica cuidadosa,
elencando aspectos importantes a respeito do desempenho dos estudantes e das escolas públicas
cearenses. Trazem ainda textos extraídos de estudos realizados sobre as avaliações, depoimentos de
pessoas envolvidas com a avaliação educacional e/ou que utilizam seus resultados para desenvolver
ações voltadas para a qualidade da educação pública do nosso Estado.
Continuamos acreditando que a reorganização do sistema escolar, na busca da educação de qualidade,
requer o monitoramento e o acompanhamento permanente das atividades pedagógicas que se realizam
no dia a dia da escola. Dessa forma, as avaliações em larga escala realimentam e qualifi cam esse
processo de contínua melhoria.
Esperamos que o conjunto de informações apresentadas nas diferentes publicações possa contribuir
efetivamente para o trabalho de gestores e professores, no planejamento e desenvolvimento de ações
mais efi cazes e capazes de garantir a todos os estudantes cearenses o direito de aprender.
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho, Secretária de Educação
SUMÁRIO
A PRODUÇÃO DE TEXTOS NO SPAECE 2012
PÁGINA 13
A MATRIZ DE COMPETÊNCIAS DE PRODUÇÃO DE TEXTO PÁGINA 10
A IMPORTÂNCIA DA PRODUÇÃO DE TEXTOS NA AVALIAÇÃO EM LARGA ESCALA PÁGINA 08
OS RESULTADOS DESTA ESCOLA
PÁGINA 50
ENTENDENDO OS NÍVEIS DE ESCRITA E O PERFIL
DE CADA ESCRITOR COMPREENDIDO POR ELES
PÁGINA 32
A AVALIAÇÃO DAS PRODUÇÕES TEXTUAIS DOS ALUNOS: INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS GERAIS E ANÁLISES PEDAGÓGICAS PÁGINA 15
A partir da década de 1990, o Brasil passa a
contar com avaliações nacionais que permitem
acompanhar a qualidade da educação brasileira.
Atualmente, a avaliação educacional em larga
escala já está consolidada no país, tendo, inclusive,
expandindo-se em âmbito nacional, estadual e em
diversas redes municipais.
No caso da Língua Portuguesa, o foco da avaliação
em larga escala tem sido a competência leitora,
mas, diante do quadro social e educacional que se
apresenta atualmente, é fundamental considerar a
importância da produção textual tanto no universo
escolar quanto fora dele.
A interação que ocorre no relacionamento social
desempenha um papel fundamental na construção
do ser humano, por meio da relação interpessoal
concreta com outros homens, e é pela linguagem
que o sujeito utiliza signos para auxiliar na tradução
de ideias, sentimentos, vontades, pensamentos,
emoções, abstenções e até conceitos.
Contudo, diferencia-se o conhecimento construído
na experiência pessoal e o que se desenvolve
no processo escolar, sendo este instituído como
um conhecimento científico, sistematizado, nas
interações escolarizadas. Entretanto, estes dois
processos estão, na realidade, ligados, sendo que
o segundo complementa o primeiro, pois elabora
e desenvolve os conhecimentos já existentes.
É constante a presença e o uso da língua escrita
no ambiente escolar; dessa forma, é comum
qualificar a escola como representante da cultura
letrada. Por outro lado, a pesquisa social revela
a variedade histórica e social nas práticas que
envolvem leitura e escrita. Desse modo, a escrita
faz parte da sociedade não de forma abstrata, mas
relacionada a situações de interação social que
lhe dão sentido.
Diante desse cenário, a avaliação em Língua
Portuguesa do SPAECE 2012 (3ª série do Ensino
Médio e Educação de Jovens e Adultos - 2º período)
1
A IMPORTÂNCIA DA PRODUÇÃO DE TEXTOS NA AVALIAÇÃO EM LARGA ESCALA
08 SPAECE 2012
tem o objetivo diagnóstico de aferir as capacidades
e habilidades em leitura e escrita que os alunos da
rede pública estadual desenvolveram ao longo de
seu processo de escolarização.
Assim, de maneira diferente e, ao mesmo tempo,
complementar ao teste em que responde a itens
de múltipla escolha, na produção de texto, o
aluno assume a autoria de um texto. Avaliam-se,
portanto, conjuntamente, as competências de
leitura e de escrita.
Avaliam-se habilidades de leitura, pois escrever
um texto pressupõe, primeiro, compreender a
proposta apresentada, para depois se passar à
elaboração de uma outra escrita que é a produção
textual do aluno.
Quando o aluno aprende a produzir textos,
percebe-se que ele chegou, realmente, a uma
conscientização de como funciona a língua e dos
recursos que deverão ser colocados em jogo para
a produção do texto.
Portanto, a inclusão da produção de texto na
avaliação em larga escala deve-se à possibilidade
de realizar um diagnóstico mais preciso do domínio
linguístico e textual do sujeito-aluno, em situação
formal de produção de textos escritos.
Sendo assim, os resultados obtidos por meio da
avaliação podem ser o ponto de partida para
a transposição dos obstáculos envolvidos no
processo de desenvolvimento de uma escrita
coerente e coesa. Além disso, é essencial que, a
partir da análise dos resultados, sejam oferecidas
aos alunos as ferramentas que o auxiliem nessa
tarefa e permitam que eles se descubram capazes
de atingir o nível de letramento satisfatório para
sua faixa etária, como parte do processo de
desenvolvimento da competência escritora.
Boletim Pedagógico 09
2
Assim como ocorre para a implementação da
avaliação das habilidades de leitura e também para
avaliação da competência escritora, é fundamental
a elaboração de uma Matriz.
No caso específico da avaliação de Produção de
Texto do SPAECE, a Matriz de Competências de
Produção de Texto apresenta o objeto da avaliação
e é constituída de 5 (cinco) competências básicas
(Registro, Tema/Tipologia Textual, Coerência;
Coesão; Proposta de Intervenção), assim como as
avaliações nacionais.
• Na competência 1, Registro,
avalia-se o domínio de um conjunto de regras de
utilização da língua, do ponto de vista morfológico,
sintático e semântico.
• Na competência 2, Tema/Tipologia Textual,
avalia-se a adequada compreensão da proposta
de produção de texto, seu desenvolvimento
associado a conhecimentos de diversas áreas e a
conformidade com a tipologia prevista, no caso, a
expositivo-argumentativa.
• Na competência 3, Coerência,
avalia-se a articulação de frases e parágrafos por
meio de recursos linguísticos de tal forma que
haja uma sequência lógica entre as ideias. Além
disso, é observada a argumentação consistente
através de fatos, exemplos e opiniões que possam
sustentá-la.
• Na competência 4, Coesão,
avalia-se a utilização de elementos conectores
e referentes de forma a construir um texto com
ideias entrelaçadas e conectadas.
• Na competência 5, Proposta de Intervenção,
avalia-se a habilidade de o aluno sugerir uma
solução para o problema abordado na proposta,
respeitando os direitos humanos e considerando
a diversidade sociocultural.
A seguir, apresentamos a Matriz de Correção por
Competências de Produção de Texto que segue
os parâmetros nacionais de avaliação da escrita,
conjugados com as Diretrizes Estaduais de Língua
Portuguesa, tendo como base a Matriz do ENEM –
Exame Nacional do Ensino Médio.
A MATRIZ DE COMPETÊNCIAS DE PRODUÇÃO DE TEXTO
10 SPAECE 2012
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rtin
ente
s ao
tem
a pr
opos
to. O
te
xto
que
se li
mita
r a re
prod
uzir
os
argu
men
tos
cons
tant
es n
a pr
opos
ta
de p
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ção
text
ual,
em d
efes
a de
um
pon
to d
e vi
sta,
tam
bém
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es
sa p
ontu
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O e
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par
tes
do te
xto,
por
ém c
om
mu
ita
s in
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eq
ua
çõe
s na
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os
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rodu
ção
text
ual e
nqua
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ste
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l po
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agm
enta
das
que
com
prom
etam
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stru
tura
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co-g
ram
atic
al;
sequ
ênci
a ju
stap
osta
de
idei
as s
em e
ncai
xam
ento
s si
ntát
icos;
aus
ênci
a de
par
agra
façã
o; fr
ase
com
ape
nas
oraç
ão s
ubor
dina
da, s
em o
raçã
o pr
inci
pal.
Pode
rá
cont
er ta
mbé
m d
esvi
os d
e m
enor
gra
vida
de: e
mpr
ego
equi
voca
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o co
nect
or; e
mpr
ego
do p
rono
me
rela
tivo
sem
a p
repo
siçã
o, q
uand
o ob
rigat
ória
; rep
etiç
ão
desn
eces
sária
de
pala
vras
ou
subs
titui
ção
inad
equa
da
sem
se
vale
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recu
rsos
de
subs
titui
ção
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pela
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uída
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omín
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recu
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coe
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s.
O e
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ante
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pro
post
a de
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ção
rela
cion
ada
ao
tem
a de
form
a p
recá
ria, n
ão
artic
ulad
a co
m a
dis
cuss
ão
dese
nvol
vida
no
text
o, o
u co
m
dese
nvol
vim
ento
pre
cário
dos
m
eios
par
a re
aliz
á-la
.
Boletim Pedagógico 11
MAT
RIZ
DE C
OMPE
TÊN
CIAS
DE
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DUÇÃ
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NÍVELCO
MPE
TÊN
CIAS
I – R
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rar d
omín
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padr
ão d
a lín
gua
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afia,
pon
tuaç
ão, s
inta
xe,
adeq
uaçã
o vo
cabu
lar,
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ação
de
pala
vras
, m
arge
ns re
gula
res,
par
agra
façã
o es
tétic
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ção
da e
scrit
a et
c.
Com
pree
nder
a p
ropo
sta
de p
rodu
ção
text
ual
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licar
con
ceito
s da
s vá
rias
área
s do
co
nhec
imen
to p
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dese
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tem
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s lim
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utur
ais
do te
xto
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gum
enta
tivo
Sele
cion
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r, or
gani
zar
e in
terp
reta
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s, fa
tos,
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es e
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umen
tos
em d
efes
a de
um
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Dem
onst
rar c
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cim
ento
dos
mec
anis
mos
lin
guíst
icos
nece
ssár
ios
à co
nstr
ução
da
argu
men
taçã
o:
enca
deam
ento
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ual
Elab
orar
pro
post
a de
in
terv
ençã
o pa
ra o
pr
oble
ma
abor
dado
, re
spei
tand
o os
dire
itos
hum
anos
e c
onsi
dera
ndo
a di
vers
idad
e so
cioc
ultu
ral.
NÍVEL III (6,0)
O e
stud
ante
dem
onst
ra d
omín
io a
de
qu
ad
o d
a no
rma
padr
ão, a
pres
enta
ndo
algu
ns d
esvi
os
gram
atic
ais
grav
es e
de
conv
ençõ
es d
a es
crita
, ou
mui
tos
desv
ios
leve
s. A
ssim
, há
certo
s de
svio
s qu
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m e
m v
ária
s pa
rtes
do
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o, re
vela
ndo
que
um o
u m
ais
aspe
ctos
da
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a pa
drão
ain
da n
ão fo
ram
inco
rpor
ados
ao
s se
us h
ábito
s lin
guíst
icos.
Des
vios
mai
s gr
aves
, com
o a
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ncia
de
conc
ordâ
ncia
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rbal
ou
nom
inal
, não
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dem
que
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ução
text
ual r
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ação
, des
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que
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m fa
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io a
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uto
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ling
uage
m e
scrit
a fo
rmal
. Ass
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stu
da
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qu
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de
svio
s g
rave
s o
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ravís
sim
os,
ou
mu
ito
s d
esv
ios
leve
s, p
od
e r
ece
be
r e
ssa
po
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açã
o.
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ante
des
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lve
de fo
rma
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uada
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tem
a, m
as a
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enta
um
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rda
ge
m
sup
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l, di
scut
indo
out
ras
ques
tões
re
laci
onad
as. D
esen
volv
e um
a ar
gum
enta
ção
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isív
el e
apr
esen
ta d
omín
io a
dequ
ado
do ti
po te
xtua
l exp
ositi
vo-a
rgum
enta
tivo,
m
as n
ão a
pres
enta
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licita
men
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ma
tese
, de
tend
o-se
mai
s no
car
áter
exp
ositi
vo d
o qu
e no
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umen
tativ
o. R
epro
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idei
as d
o se
nso
com
um n
o de
senv
olvi
men
to d
o te
ma.
O e
stud
ante
apr
esen
ta in
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açõe
s,
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s, o
pini
ões
e ar
gum
ento
s pe
rtin
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s ao
tem
a pr
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to, p
orém
os
org
aniz
a e
rela
cion
a de
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a p
ou
co c
on
sist
en
te e
m d
efes
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se
u po
nto
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ista.
As
info
rmaç
ões
são
alea
tória
s e
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tada
s en
tre
si, e
mbo
ra re
laci
onad
as a
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ma.
O
text
o re
vela
pou
ca a
rtic
ulaç
ão
entre
os
argu
men
tos,
que
não
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co
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cent
es p
ara
defe
nder
a o
pini
ão
do a
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.
O e
stud
ante
art
icul
a as
par
tes
do te
xto,
por
ém c
om
alg
um
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qu
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rsos
co
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os. A
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duçã
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uadr
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á co
nter
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os, c
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es
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men
tada
s qu
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mpr
omet
am a
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gico
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ical
; seq
uênc
ia ju
stap
osta
de
idei
as s
em
enca
ixam
ento
s si
ntát
icos;
aus
ênci
a de
par
agra
façã
o;
fras
e co
m a
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s or
ação
sub
ordi
nada
, sem
ora
ção
prin
cipa
l. Po
derá
con
ter a
inda
des
vios
de
men
or
grav
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e: e
mpr
ego
equi
voca
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o co
nect
or; e
mpr
ego
do p
rono
me
rela
tivo
sem
a p
repo
siçã
o, q
uand
o ob
rigat
ória
; rep
etiç
ão d
esne
cess
ária
de
pala
vras
ou
subs
titui
ção
inad
equa
da s
em s
e va
ler d
os re
curs
os d
e su
bstit
uiçã
o of
erec
idos
pel
a lín
gua.
Est
a po
ntua
ção
deve
ser
atr
ibuí
da a
o es
tuda
nte
que
dem
onst
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dom
ínio
regu
lar d
os re
curs
os c
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vos.
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ante
ela
bora
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ção
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a, m
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rtic
ula
da
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scus
são
dese
nvol
vida
no
text
o, o
u se
ja, c
om p
ouca
fu
ndam
enta
ção
ou b
asea
da e
m
idei
as d
o se
nso
com
um.
NÍVEL IV (8,0)
O e
stud
ante
dem
onst
ra b
om
dom
ínio
da
norm
a pa
drão
, apr
esen
tand
o po
ucos
des
vios
gr
amat
icai
s le
ves
e de
con
venç
ões
da e
scrit
a.
Assi
m, o
mes
mo
desv
io n
ão o
corre
em
vár
ias
parte
s do
text
o, o
que
reve
la q
ue a
s ex
igên
cias
da
nor
ma
padr
ão fo
ram
inco
rpor
adas
aos
se
us h
ábito
s lin
guíst
icos
e os
des
vios
fora
m
even
tuai
s. D
esvi
os m
ais
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es, c
omo
a au
sênc
ia d
e co
ncor
dânc
ia v
erba
l ou
nom
inal
, nã
o im
pede
m q
ue a
pro
duçã
o te
xtua
l rec
eba
essa
pon
tuaç
ão, d
esde
que
não
se
repi
tam
re
gula
rmen
te n
o te
xto.
Ass
im, o
est
ud
an
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qu
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liza
r p
ou
cos
de
svio
s le
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s o
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po
uq
uís
sim
os
de
svio
s g
rave
s p
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e r
ece
be
r e
ssa
po
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o.
O e
stud
ante
des
envo
lve
be
m o
tem
a, m
as
não
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ora
os s
eus
aspe
ctos
prin
cipa
is.
Dese
nvol
ve u
ma
argu
men
taçã
o co
nsist
ente
e
apre
sent
a bo
m d
omín
io d
o tip
o te
xtua
l ex
posi
tivo-
argu
men
tativ
o, m
as n
ão a
pres
enta
ar
gum
ento
s be
m d
esen
volv
idos
. Os
argu
men
tos
defe
ndid
os n
ão fi
cam
rest
ritos
à re
prod
ução
das
id
eias
con
tidas
nos
text
os m
otiv
ador
es n
em a
qu
estõ
es d
o se
nso
com
um.
O e
stud
ante
sel
ecio
na, o
rgan
iza
e re
laci
ona
info
rmaç
ões,
fato
s, o
pini
ões
e ar
gum
ento
s pe
rtin
ente
s ao
tem
a pr
opos
to d
e fo
rma
con
sist
en
te,
em d
efes
a de
seu
pon
to d
e vi
sta.
Ex
plic
ita a
tese
, sel
ecio
na a
rgum
ento
s qu
e po
ssam
com
prov
á-la
e e
labo
ra
conc
lusã
o ou
pro
post
a qu
e m
ante
nha
coer
ênci
a co
m a
opi
nião
def
endi
da
na p
rodu
ção
text
ual.
Entre
tant
o, o
s ar
gum
ento
s ut
iliza
dos
são
prev
isív
eis.
N
ão h
á có
pia
de a
rgum
ento
s do
s te
xtos
mot
ivad
ores
.
O e
stud
ante
art
icul
a as
par
tes
do te
xto,
com
po
uca
s in
ad
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ua
çõe
s na
util
izaç
ão d
e re
curs
os c
oesi
vos.
A
prod
ução
text
ual e
nqua
drad
a ne
ste
níve
l não
pod
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er: f
rase
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enta
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que
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prom
etam
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utur
a ló
gico
-gra
mat
ical
; seq
uênc
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stap
osta
de
idei
as s
em e
ncai
xam
ento
s si
ntát
icos;
aus
ênci
a de
pa
ragr
afaç
ão; f
rase
com
ape
nas
oraç
ão s
ubor
dina
da,
sem
ora
ção
prin
cipa
l. Po
derá
, no
enta
nto,
con
ter
algu
ns d
esvi
os d
e m
enor
gra
vida
de: e
mpr
ego
equi
voca
do d
o co
nect
or; e
mpr
ego
do p
rono
me
rela
tivo
sem
a p
repo
siçã
o, q
uand
o ob
rigat
ória
; re
petiç
ão d
esne
cess
ária
de
pala
vras
ou
subs
titui
ção
inad
equa
da s
em s
e va
ler d
os re
curs
os d
e su
bstit
uiçã
o of
erec
idos
pel
a lín
gua.
Est
a po
ntua
ção
deve
ser
at
ribuí
da a
o es
tuda
nte
que
dem
onst
rar d
omín
io d
os
recu
rsos
coe
sivo
s.
O e
stud
ante
ela
bora
pro
post
a de
inte
rven
ção
clar
a,
rela
cion
ada
à te
se e
be
m
art
icu
lad
a c
om a
dis
cuss
ão
dese
nvol
vida
no
text
o,
expl
icita
ndo
os m
eios
par
a re
aliz
á-la
.
NÍVEL V (10)
O e
stud
ante
dem
onst
ra e
xce
len
te d
omín
io
da n
orm
a pa
drão
, não
apr
esen
tand
o ou
apr
esen
tand
o po
uquí
ssim
os d
esvi
os
gram
atic
ais
leve
s e
de c
onve
nçõe
s da
esc
rita.
As
sim
, o m
esm
o de
svio
não
oco
rre e
m v
ária
s pa
rtes
do te
xto,
o q
ue re
vela
que
as
exig
ênci
as
da n
orm
a pa
drão
fora
m in
corp
orad
as a
os
seus
háb
itos
lingu
ístico
s e
os d
esvi
os fo
ram
ev
entu
ais.
De
svio
s m
ais
gra
ve
s, c
om
o a
a
usê
nci
a d
e c
on
cord
ân
cia
ve
rba
l, e
xclu
em
a
pro
du
ção
te
xtu
al d
a p
on
tua
ção
ma
is a
lta
.
O e
stud
ante
des
envo
lve
mu
ito
be
m o
tem
a,
expl
oran
do o
s se
us p
rinci
pais
asp
ecto
s. A
pr
oduç
ão te
xtua
l con
tém
um
a ar
gum
enta
ção
cons
isten
te, r
evel
ando
exc
elen
te d
omín
io d
o tip
o te
xtua
l exp
ositi
vo-a
rgum
enta
tivo.
Isso
si
gnifi
ca q
ue o
text
o es
tá e
stru
tura
do, p
or
exem
plo,
com
: um
a in
trodu
ção,
em
que
a te
se
a se
r def
endi
da é
exp
licita
da; a
rgum
ento
s qu
e co
mpr
ovam
a te
se, d
istrib
uído
s em
di
fere
ntes
par
ágra
fos;
um
par
ágra
fo fi
nal c
om
a pr
opos
ta d
e in
terv
ençã
o fu
ncio
nand
o co
mo
uma
conc
lusã
o. A
lém
diss
o, o
s ar
gum
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s de
fend
idos
não
fica
m re
strit
os à
repr
oduç
ão d
as
idei
as c
ontid
as n
os te
xtos
mot
ivad
ores
nem
a
ques
tões
do
sens
o co
mum
.
O e
stud
ante
sel
ecio
na, o
rgan
iza
e re
laci
ona
info
rmaç
ões,
fato
s, o
pini
ões
e ar
gum
ento
s pe
rtin
ente
s ao
tem
a pr
opos
to d
e fo
rma
con
sist
en
te,
con
fig
ura
nd
o a
uto
ria, e
m d
efes
a de
seu
pon
to d
e vi
sta.
Exp
licita
a
tese
, sel
ecio
na a
rgum
ento
s qu
e po
ssam
com
prov
á-la
e e
labo
ra
conc
lusã
o ou
pro
post
a qu
e m
ante
nha
coer
ênci
a co
m a
opi
nião
def
endi
da n
a pr
oduç
ão te
xtua
l.
O e
stud
ante
art
icul
a as
par
tes
do te
xto,
se
m
ina
de
qu
açõ
es
na u
tiliz
ação
dos
recu
rsos
coe
sivo
s. A
pr
oduç
ão te
xtua
l enq
uadr
ada
nest
e ní
vel n
ão p
oder
á co
nter
: fra
ses
frag
men
tada
s qu
e co
mpr
omet
am a
es
trut
ura
lógi
co-g
ram
atic
al; s
equê
ncia
just
apos
ta d
e id
eias
sem
enc
aixa
men
tos
sint
ático
s; a
usên
cia
de
para
graf
ação
; fra
se c
om a
pena
s or
ação
sub
ordi
nada
, se
m o
raçã
o pr
inci
pal.
Pode
rá, p
orém
, con
ter e
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.
12 SPAECE 2012
Acompanhando a tendência nacional de a
avaliação em larga escala contemplar, além
da avaliação da competência leitora, também
a produção de textos, o SPAECE 2012 avaliou
a comunicação escrita formal, aferindo o
desempenho em produção de textos de alunos
da 3ª série do Ensino Médio e Educação de
Jovens e Adultos - 2º período.
Seguindo o padrão das avaliações nacionais,
associadas às diretrizes curriculares estaduais,
solicitou-se aos alunos a elaboração de um texto em
prosa, dentro da tipologia expositivo-argumentativa,
estrutura textual a partir da qual os alunos poderiam
explorar, por exemplo, gêneros como artigo de
opinião ou ensaio. A escolha por uma produção
textual por tipologia confere-lhes liberdade para
definirem as propriedades sociocomunicativas
necessárias para a transmissão da mensagem
pretendida por cada um.
Sabemos que as avaliações nacionais adotam, em
suas propostas de redação (como denominam a
produção textual), a nomenclatura dissertativo-
argumentativa para estabelecer a estrutura textual
a qual o seu participante deve atender.
Dissertar é o mesmo que discorrer, oralmente ou
por escrito, sobre um assunto de forma metódica
e abrangente. Por sua vez, um texto dissertativo-
argumentativo é uma produção textual que tem
como objetivo comunicativo explicar um tema,
assumindo um posicionamento acerca da análise e/
ou discussão de um problema social controverso.
É justamente essa a finalidade da avaliação de
Produção de Texto proposta pelo SPAECE. Isto é,
a partir da situação apresentada para debate, os
alunos produziram um texto no qual precisaram
lançar mão de diferentes formas de saberes,
sustentando, refutando ou negociando uma tomada
de posição, por meio da transmissão e construção
de saberes intrínsecos a eles e ao contexto no qual
estão inseridos.
Além disso, todas as formas de discurso verbal,
por mais ligadas que sejam a uma estrutura
tipológica textual (uma espécie de sequência
teoricamente definida pela natureza linguística de
sua composição – aspectos lexicais, sintáticos,
tempos verbais, relações lógicas etc.), possuem
sequências discursivas de outras tipologias. No
caso dos textos de opinião, por exemplo, é quase
inexistente a possibilidade de o autor defender
uma tese, ou seja, posicionar-se, sem antes realizar
A PRODUÇÃO DE TEXTOS NO SPAECE 2012
Boletim Pedagógico 13
3
uma apresentação do tema sobre o qual tratará, o
senso comum ligado ao assunto e suas impressões
pessoais. Essa apresentação de ideias vem sendo
denominada pela linguística textual de exposição,
já empregada como tipologia textual e, como essas
sequências expositivas estão intrínsecas aos textos
argumentativos, a proposta de produção de texto do
SPAECE adotou o termo expositivo-argumentativo.
O SPAECE, assim como as avaliações em nível
nacional, quer ir além da observação das estruturas
de funcionamento da língua escrita. Ele pretende
avaliar se os alunos conseguem se posicionar
perante a sociedade e as discussões do dia a dia,
fazendo uso de uma modalidade da escrita em
conformidade com a norma padrão.
A partir dessas considerações, optou-se por solicitar
a elaboração de um texto pertencente à ordem do
argumentar (em uma estrutura híbrida com a ordem
do expor), pois a mesma tem papel fundamental em
uma proposta de ensino que busque a formação
cidadã dos alunos.
Entendemos, assim, que argumentar é uma forma
de ação pela linguagem, através da qual o falante
sustenta uma posição sobre determinada questão
polêmica, utilizando meios de convencer o leitor
ou ouvinte sobre determinado ponto de vista,
mediante a apresentação de razões. Usam-se,
portanto, argumentos para negociar direitos e
deveres, para defender posições e divulgar ideias
sobre os mais variados assuntos. Ainda assim, as
estratégias comunicativas podem variar de acordo
com o ouvinte ou leitor que se pretende atingir.
Para produzir um discurso argumentativo, o
indivíduo pode dispor, como forma de justificativa,
na defesa de sua tese ou posição, de exemplos,
comparações, causas, entre outros, lançando mão
de diferentes ações de linguagem quando optam
por gêneros da ordem do argumentar (sustentação,
refutação, negociação de tomadas de posição,
persuasão, convencimento) e, considerando as
ações que envolvem o argumentar, trabalhar com
esse discurso é afirmar que a argumentação é uma
atividade discursiva que possibilita a defesa de
pontos de vista, independente da faixa etária ou
da etapa escolar, pois o exercício da argumentação
está presente no cotidiano de todas as pessoas.
Para elaborar um discurso argumentativo, os
alunos precisam refletir sobre as finalidades e
as esferas sociais em que os diversos textos
argumentativos circulam. A produção deve partir
de um tema passível de debate e o contexto de
produção deve favorecer a defesa do ponto de
vista do aluno, entendendo que todo texto resulta
de um comportamento verbal concreto e no qual
estariam implícitos aspectos relacionados ao lugar
de produção, ao momento de produção e às
características relativas ao emissor e ao receptor.
Partindo dessa perspectiva avaliativa, com base em
textos motivadores, a proposta de produção textual
do SPAECE exigiu do aluno a elaboração de um
texto em prosa, do tipo expositivo-argumentativo,
sobre um tema de ordem social, científica, cultural
ou política. Os aspectos avaliados relacionam-
se às competências que ele precisa desenvolver
durante a etapa de escolaridade, as quais foram
apresentadas na Matriz de Competências de
Produção de Texto.
Nessas produções textuais, os alunos deveriam
defender uma tese, uma opinião a respeito do tema
proposto, apoiada em argumentos consistentes,
estruturados de forma coerente e coesa, de
modo a formar uma unidade textual. Os textos
precisavam, ainda, estar de acordo com a norma
padrão da Língua Portuguesa e apresentar uma
solução para o problema elencado na proposta de
produção textual.
14 SPAECE 2012
Cada texto foi avaliado por, pelo menos, 2 (dois) especialistas, de forma independente,
sem que um conhecesse a nota atribuída pelo outro. Cada avaliador atribuiu uma nota
entre 0 (zero) e 10 (dez) pontos para cada uma das 5 (cinco) competências e a soma
desses pontos compôs a nota total de cada avaliador, que pode chegar a 50 (cinquenta)
pontos. A nota final do aluno é a média aritmética das notas totais atribuídas pelos dois
avaliadores, alocada em uma escala que varia entre 0 (zero) e 10 (dez) pontos, em
intervalos de 2 (dois) pontos.
No entanto, quando as notas finais da primeira e da segunda correções diferiram em
mais de 2 (dois) pontos ou apresentaram situações de correção diferentes (Insuficiente
vs. Desconsiderado, por exemplo), a produção de texto foi avaliada, de forma
independente, por um terceiro especialista, responsável pela supervisão da equipe
que realizou as duas correções anteriores. Assim, a nota final foi aquela atribuída por
ele, que pôde optar por uma das correções anteriores ou realizar uma nova atribuição
de nota para o texto.
4
A AVALIAÇÃO DAS PRODUÇÕES TEXTUAIS DOS ALUNOS: INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS GERAIS E ANÁLISES PEDAGÓGICAS
A proposta de produção textual de 2012
O teste de Produção de Texto do SPAECE teve como mote uma proposta de produção
textual específica, constituída por 3 (três) textos motivadores e uma situação de
produção que delimita o tema e o objetivo que se espera do texto elaborado pelo aluno.
Boletim Pedagógico 15
PRODUÇÃO DE TEXTO
(RED00027) Leia os textos abaixo e, em seguida, faça uma produção textual de acordo com a proposta solicitada.
Texto 1 Texto 3
Violência é um comportamento que causa in-tencionalmente dano ou intimidação moral a outra pessoa, ser vivo ou dano a quaisquer objetos. Tal comportamento pode invadir a autonomia, inte-gridade física ou psicológica e mesmo a vida de outro. É o uso excessivo de força, além do neces-sário ou esperado. [...]
Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Viol%C3%AAncia>. Acesso em: 14 set. 2012. Fragmento.
Disponível em: <educapaz-jaiartes.blogspot.com>.Acesso em: 14 set. 2012.
Texto 2
“A violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota.”
Frase atribuída ao filósofo francês Jean-Paul Sartre. Disponível em: <http://pensador.uol.com.br/autor/jean_paul_sartre/>.
Acesso em: 14 set. 2012.
(RED00027_SUP)
Com base nesses textos e nos seus conhecimentos, escreva um texto expositivo-argumentativo em prosa, na modalidade culta da Língua Portuguesa, com aproximadamente 20 (vinte) linhas, sobre o seguinte tema:
VIOLÊNCIA: O MUNDO PEDE PAZ
A partir desse tema, discuta a questão da violência na sociedade contemporânea, apontando causas e consequências des-se problema social, mostrando como é possível reverter essa situação. Não se esqueça de organizar o seu pensamento, justificando o seu ponto de vista.
Apresente um título ao seu texto.
O Texto 1 é um verbete extraído de uma página da internet e apresenta o conceito
de VIOLÊNCIA. Trata-se de um texto de caráter informativo, destinado a explicar o
conceito, segundo padrões descritivos sistemáticos.
Já o Texto 2 apresenta um pensamento atribuído a Jean-Paul Sartre, no qual o famoso
filósofo apresenta seu repúdio a qualquer forma de violência.
Completando a proposta, o Texto 3 traz uma imagem vinculada em uma campanha
de divulgação do Dia da Não Violência, comemorado em 30 janeiro. Essa imagem
apresenta silhuetas de pessoas diferentes unidas pelas mãos e sucedidas por uma
frase do líder religioso Mahatma Gandhi.
16 SPAECE 2012
Resultado geral por situação de correção
Não possuindo nenhuma situação de correção que impedisse a verificação das competências elencadas
pela Matriz, um texto só recebeu a nota 0 (zero) se a escrita apresentada pelo aluno tivesse sido
classificada no primeiro nível da Matriz ou se teve sua correção finalizada no momento da verificação da
SITUAÇÃO DE CORREÇÃO, quando apresentou uma das seguintes características:
• FUGA TOTAL AO TEMA OU NÃO OBEDIÊNCIA À ESTRUTURA EXPOSITIVO-ARGUMENTATIVA
Quando o aluno não abordou de modo algum o tema proposto
ou se o aluno escreveu um texto que não possuía nenhuma
marca argumentação. Nesses casos, o texto foi classificado como
DESCONSIDERADO. Veja exemplo a seguir.
O aluno, declaradamente, optou por escrever um texto sobre a internet.
Boletim Pedagógico 17
• TEXTO COM ATÉ 7 (SETE) LINHAS ESCRITAS
Segundo os critérios de verificação da situação de correção, o
texto que apresentou essa característica foi classificado como
INSUFICIENTE, critério esse aplicado quando o aluno escreveu
um texto com até 7 (sete) linhas. Assim, só foram efetivamente
considerados para correção os textos com 8 (oito) linhas escritas ou
mais. Para isso, o título contava como uma linha, quando o mesmo
foi posto pelo aluno. A seguir, exemplos de textos que se enquadram
nessa classificação.
Somando os dois parágrafos e o título, o texto apresenta apenas 6 (seis) linhas escritas.
18 SPAECE 2012
Vale ressaltar que, para efeito de correção e de contagem do mínimo
de linhas, a cópia parcial dos textos motivadores ou de questões
objetivas do Caderno de Teste implicou a desconsideração do
número de linhas copiadas.
O texto apresenta apenas 5 (cinco) linhas escritas, somando o título e as
demais sequências textuais.
Boletim Pedagógico 19
O aluno rasurou o texto que havia iniciado,
anulando a produção.
• IMPROPÉRIOS, DESRESPEITO AOS DIREITOS HUMANOS, DESENHOS OU OUTRAS FORMAS PROPOSITAIS DE ANULAÇÃO
Enquadraram-se, nessa situação de correção ANULADO, os textos
que trouxeram palavras de baixo calão, rasura e/ou desenho no
Cartão de Produção de Texto ou desrespeito aos direitos humanos
em sua proposta de intervenção, sugerindo alternativas que se
opõem à ideologia da legislação nacional vigente. Veja exemplos de
textos anulados.
20 SPAECE 2012
O aluno escreveu frases soltas e fez garatujas.
Boletim Pedagógico 21
Em sua proposta de
intervenção, o aluno sugeriu
a pena de morte como alternativa
para o problema da violência. É um
ponto de vista do aluno, mas fere a
legislação brasileira que não prevê esse
tipo de condenação e, ao considerá-la
válida, a correção estaria ratificando
essa ideia, rompendo com a
imparcialidade da correção.
22 SPAECE 2012
O aluno optou por não realizar a
avaliação de Produção de Texto. É muito
importante destacar que os alunos ausentes não recebem nenhum tipo
de nota, apenas o conceito AUSENTE.
• FOLHA DE PRODUÇÃO DE TEXTO EM BRANCO
Foi classificado EM BRANCO todo Cartão de Produção de Texto
entregue, literalmente, sem nada escrito, mas o aluno respondeu
às questões do teste de múltipla escolha. A seguir, um exemplo
dessa situação.
Boletim Pedagógico 23
• TEXTO COM ESCRITA ILEGÍVEL
Foi considerada ILEGÍVEL toda produção cuja escrita do aluno não
era totalmente legível ou se ele redigiu um texto em outro idioma
que não o Português. Os exemplos a seguir ilustram essa situação.
A escrita de mais de 50% desses textos está ilegível, impossibilitando a compreensão do que os alunos escreveram.
24 SPAECE 2012
Boletim Pedagógico 25
Veja, no Quadro 1, o percentual total de produções textuais em cada SITUAÇÃO DE
CORREÇÃO na avaliação de 2012.
SITUAÇÃO DE CORREÇÃOPERCENTUAL DE ALUNOS
3ª SÉRIE EM EJA 2º PERÍODO
Normal 90,44 72,35
Em Branco 7,66 22,23
Insuficiente 0,62 2,48
Desconsiderado 0,94 2,40Anulado 0,30 0,39Ilegível 0,04 0,15
Total 100,0 100,0Quadro 1 – Percentual total de alunos por situação de correção
A obtenção de um resultado mais amplo da realidade educacional de uma rede de ensino,
por meio da avaliação externa, está ligada diretamente a um processo avaliativo cuja
participação dos alunos atinja índices elevados, panorama positivo visto no teste da 3ª
série do Ensino Médio do SPAECE 2012. A partir dos dados apresentados no Quadro 1,
no que concerne aos textos com situação de correção NORMAL, ou seja, sem nenhuma
questão técnica ou textual que impedisse a verificação das competências linguístico-
discursivas desenvolvidas por eles, constatamos que 90,44% dos alunos participaram da
avaliação de Língua Portuguesa na modalidade de Produção de Texto no Ensino Regular
e 72,35%, na Educação de Jovens e Adultos. Esse índice deve-se, em grande parte, à
ampliação do acesso ao Ensino Superior, promovido nos últimos anos, cujos exames de
seleção exigem que os candidatos sejam escritores hábeis.
No entanto, cabe ressaltar o significativo percentual de alunos (22,23%) que optaram por
responder apenas ao teste de Leitura (múltipla escolha) na EJA, abstendo-se de elaborar
a produção textual. Esse índice no Ensino Regular soma 7,66%.
Dentre os alunos que redigiram um texto, observa-se que 0,62% (na 3ª série EM) e 2,48
(na EJA 2º período) conseguiram desenvolver sequências textuais com, no máximo, 7
(sete) linhas, ou seja, INSUFICIENTES, sendo que a proposta de produção textual pedia
textos com aproximadamente 20 (vinte) linhas e a equipe de correção foi orientada a
corrigir qualquer produção NORMAL com 8 (oito) linhas ou mais.
Os percentuais de textos anulados ou ilegíveis são baixos e pouco interferem no
resultado global da avaliação. Contudo, a situação de FUGA AO TEMA, principal critério
de enquadramento para se classificar um texto como DESCONSIDERADO, ainda é
recorrente, principalmente na EJA (2,40%).
O Quadro 1 apresentou informações relativas a todas as produções textuais, ou seja, tanto
os textos válidos (corrigidos) quanto os inválidos (avaliados somente na fase verificação
da situação de correção).
Cabe ressaltar que todos os textos assinalados como EM BRANCO, INSUFICIENTE,
DESCONSIDERADO, ANULADO ou ILEGÍVEL receberam a nota 0 (zero).
26 SPAECE 2012
Resultado geral por competência
O resultado geral por competência considera apenas as notas obtidas pelos textos
válidos, ou seja, aqueles que não receberam a pontuação 0 (zero) por se enquadrarem
em uma situação de correção que impedisse a aferição do desempenho do aluno por
meio dos quesitos pedagógicos previstos pela Matriz de Competências. No entanto,
conforme mostra a Matriz, o aluno, cujo texto foi classificado como NORMAL, ainda
pôde obter a pontuação mínima, 0 (zero), caso sua escrita tenha sido avaliada como
INADEQUADA em todas as competências.
Os resultados a serem apresentados e comentados nesta seção apresentam a
concentração de alunos por nível de desempenho, em cada competência avaliada, a
partir da nota atribuída ao seu texto, em cada quesito avaliado.
O Quadro 2 apresenta os resultados por competência para os textos classificados na
situação de correção NORMAL na 3ª série do Ensino Médio.
3ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO
Competência Habilidade
Percentual de alunos por nível de desempenho
TotalInadequadoAbaixo do
BásicoBásico Intermediário Adequado Avançado
Nível 0 Nível I Nível II Nível III Nível IV Nível V
I Registro 0,08 2,64 17,60 43,42 31,74 4,52 100,0
II Tema / Tipologia textual 0,08 1,87 13,25 45,07 33,56 6,17 100,0
III Coerência 0,18 2,87 18,19 47,82 26,81 4,14 100,0
IV Coesão 0,33 3,96 22,41 45,03 24,01 4,26 100,0
V Proposta de Intervenção 8,72 24,12 31,19 24,87 9,46 1,66 100,0
Quadro 2 – Resultado geral: percentual de alunos por nível de desempenho e competência – 3ª série do Ensino Médio
Expostos à situação de produção textual na qual precisavam discorrer sobre assunto
da contemporaneidade, os alunos apresentaram desempenho INTERMEDIÁRIO da
competência II, Tema/Tipologia Textual, com 45,07% dos alunos concentrados no Nível
III. Analisando os percentuais apresentados nos demais níveis dessa competência,
destacam-se os encontrados no Nível IV, 33,56%. Esse percentual aponta para o fato
de que uma parcela significativa dos alunos já apresenta um repertório sociocultural
mais amplo, o que sugere uma maior exposição a eventos de letramento nas esferas
intra e extraescolares. Em contrapartida, 13,25% encontram-se no Nível II, mostrando
que, possivelmente, o hábito de argumentar ainda não é sistematizado nas aulas de
Língua Portuguesa, questão histórica no processo educacional brasileiro, em que a
maioria dos gêneros textuais trabalhados, em especial pelos livros didáticos, até a
Boletim Pedagógico 27
metade do terceiro ciclo do Ensino Fundamental, ainda pertencem, predominantemente,
ao agrupamento do narrar. Entretanto, esses próprios resultados sugerem mudanças
na prática, pois a maior concentração de alunos no Nível V, AVANÇADO, está nessa
competência (6,17%) que avaliou a congruência das ideias pertinentes ao tema em
comunhão com a tipologia textual expositivo-argumentativa solicitada pela proposta de
produção textual.
Retomando a Matriz de Competências de Produção de Texto para analisar os resultados
dos alunos no que compete à competência III, Coerência, nota-se que, na maioria dos
textos avaliados, 47,82%, o autor apresentou informações, fatos, opiniões e argumentos
pertinentes ao tema, porém os organizou de forma pouco consistente para defender o
ponto de vista elencado por ele. Em geral, as informações apresentaram-se de forma
aleatória e, às vezes, desconectadas entre si, embora relacionadas ao assunto delimitado
pela proposta, mas com argumentação pouco convincente. Nesse sentido, ainda falta a
esses alunos um maior repertório de leitura. Esses resultados sugerem, ainda, que falta
a esses alunos mais experiências sociointeracionais nas quais a língua oral e a escrita
se conjuguem para a construção de sentidos. Isso se reflete nos 18,19% de alunos com
desempenho BÁSICO, em coerência textual, apresentando textos com ideias contraditórias,
pouco articuladas ou restritas às colocações feitas pelos textos motivadores da proposta.
Observando as produções textuais dessa etapa de escolaridade pelo ponto de vista
linguístico-estrutural, a segunda concentração de alunos no nível INTERMEDIÁRIO está
nas competência I (Registro). A avaliação de produção de texto apontou que 43,42% dos
alunos avaliados apresentaram, em suas produções, alguns desvios gramaticais graves e
de convenções da escrita ou muitos desvios leves. Assim, há certos desvios que ocorreram
em várias partes do texto, revelando que um ou mais aspectos da norma padrão ainda
não foram incorporados aos seus hábitos linguísticos como incorreções de concordância
verbal ou nominal, aspecto que já deveria ter sido apropriado pelos alunos dessa etapa
de escolaridade. Em contrapartida a esses alunos em nível INTERMEDIÁRIO, 26,81% dos
alunos já apresentam um registro ADEQUADO.
A aferição da competência IV (Coesão) revelou que 45,03% dos alunos avaliados ainda
apresentam domínio INTERMEDIÁRIO, uma vez que, em suas produções, apesar de
articularem as partes do texto, eles ainda apresentam algumas eventuais inadequações
na utilização dos recursos coesivos, tais como: frases fragmentadas que comprometem
a estrutura lógico-gramatical; sequências justapostas de ideias sem encaixamentos
sintáticos; ausência de paragrafação; frase com apenas oração subordinada, sem oração
principal, entre outras de menor gravidade. Esse resultado mostra que os alunos possuem
domínio regular dos recursos coesivos. Contudo, 22,41% dos alunos ainda apresentam
domínio BÁSICO, segunda maior concentração no nível II.
28 SPAECE 2012
Outra situação que merece destaque na análise do Quadro 2 são os resultados
apresentados pela competência V, Proposta de Intervenção. Os percentuais presentes
nos Níveis 0, I e II somam 64,03% dos alunos com desempenho entre o Inadequado e o
Básico. Esses resultados têm impacto direto na média final dos resultados da rede, das
regionais, dos municípios e das escolas e de cada aluno, individualmente.
Enquanto as competências de I a IV possuem maior concentração de alunos no nível
INTERMEDIÁRIO, a competência V apresenta a menor concentração, 24,87%, de alunos
nesse intervalo de pontuação, pois a maioria dos alunos, 31,19%, elaborou proposta de
intervenção tangencial ao tema ou subentendida no desenvolvimento da argumentação.
O Gráfico 1, a seguir, traz a concentração de alunos por nível de desempenho, a partir da
nota final atribuída ao texto de cada aluno na avaliação de 2012. Nesse gráfico, pode-se
observar o comportamento de cada competência.
Gráfico 1 – Concentração geral de alunos por nível de desempenho – 3ª série do Ensino Médio
Prosseguindo, apresenta-se no Quadro 3, a seguir, os resultados por competência dos
textos válidos da EJA - 2º período.
Boletim Pedagógico 29
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 2º PERÍODO
Competência Habilidade
Percentual de alunos por nível de desempenho
InadequadoAbaixo do
BásicoBásico Intermediário Adequado Avançado Total
Nível 0 Nível I Nível II Nível III Nível IV Nível V
I Registro 0,37 10,01 36,67 40,47 11,62 0,86 100,0
II Tema / Tipologia textual 0,32 6,05 29,82 47,22 15,69 0,91 100,0
III Coerência 0,80 9,37 36,78 42,61 9,53 0,91 100,0
IV Coesão 1,66 12,74 41,49 33,78 9,69 0,64 100,0
V Proposta de Intervenção 16,49 32,07 29,39 17,51 4,12 0,43 100,0
Quadro 2 – Resultado geral: percentual de alunos por nível de desempenho e competência – EJA 2º período
Os alunos avaliados na EJA - 2º período, assim como os da educação regular, estão em vias
de conclusão da Educação Básica e muitos deles serão confrontados, em uma realidade
próxima, com exames de seleção para acesso ao Ensino Superior ou inserção no mercado
de trabalho formal (concursos ou seleções públicas). No entanto, o que se tem visto,
muitas vezes, dentre aqueles que ingressam em cursos de graduação, principalmente, é
um domínio da língua pouco apropriado para alunos que passaram pela Educação Básica.
Os resultados por competência do teste de Produção de Texto da EJA mostram que uma
nova visão do papel social da escrita tem sido incorporada ao cotidiano das práticas
escolares, mas ainda não se configuram de forma equânime, uma vez que os alunos
ainda se encontram entre os níveis BÁSICO e INTERMEDIÁRIO. Isso só não ocorre com
a competência V (Proposta de Intervenção), cuja concentração transita entre os níveis
ABAIXO DO BÁSICO e BÁSICO.
Observa-se que 47,22% dos textos produzidos pelos alunos apresentaram adequação
argumentativa, contudo os seus textos ainda apresentam ideias previsíveis, ou seja,
argumentação pertinente ao tema proposto, porém pouco organizadas e relacionadas
de forma pouco consistente em defesa de seu ponto de vista, pois a progressão textual
também se revela deficiente.
O uso da norma padrão da língua escrita ainda é pouco consistente, porque 40,47%
dos alunos encontram-se em estágio INTERMEDIÁRIO, algo que merece atenção, pois
esses alunos estão deixando o Ensino Médio, apresentando alguns desvios graves
ou gravíssimos ou muitos desvios leves, principalmente de ortografia, pontuação e
morfossintaxe. Esses desvios de Registro devem ser atentamente avaliados, uma vez
que eles podem influenciar na Coesão. Nesse caso, a penalização ocorreu de acordo
com o tipo de interferência provocada pelo desvio no texto, ou seja, se ele prejudicou
apenas a estruturação linguística, mas não interferiu no encadeamento das ideias, foi
30 SPAECE 2012
penalizado na competência I, caso contrário, foi considerado na competência IV também,
porque atrapalhou a sequência de ideias do autor, afetando ainda a coerência do texto.
O percentual de 42,61% de alunos no Nível III, no quesito Coerência, aponta que os
problemas com a coesão textual, com 41,49% dos alunos no nível II, podem interferir na
progressão da argumentação desenvolvida na produção textual.
Para uma melhor elucidação, observe o Gráfico 2 com a concentração geral de alunos por
nível de desempenho, a partir da média geral dos resultados dos alunos.
Gráfico 2 – Concentração geral de alunos por nível de desempenho – EJA 2º período
Boletim Pedagógico 31
ENTENDENDO OS NÍVEIS DE ESCRITA E O PERFIL DE CADA ESCRITOR COMPREENDIDO POR ELES
A partir das propostas de produção textual aplicadas em cada etapa da avaliação do Ensino Médio,
mediu-se o nível de desenvolvimento dos alunos em relação às competências atreladas ao domínio da
comunicação escrita, estabelecidas pela Matriz de Competências de Produção de Texto.
Cada aluno recebeu uma nota, variável entre 0 (zero) e 10 (dez) pontos, para cada competência, conforme
a divisão por nível estabelecido na Matriz. A média aritmética das notas das 5 (cinco) competências
constitui a nota final do aluno, que também pode ser interpretada com base nas descrições dos níveis da
Matriz. Mesmo apresentando notas alocadas em níveis diferentes da Matriz, o resultado final mostra que
o desempenho do aluno está ligado ou pende para as habilidades descritas no nível em que a nota final
pode ser alocada, definindo o perfil de escritor atrelado a esse intervalo de pontuação.
Para um melhor entendimento, veja a simulação a seguir.
O aluno, após ter seu texto sinalizado como NORMAL, recebeu as seguintes notas nas competências
avaliadas:
COMPETÊNCIA HABILIDADE NOTA NÍVEL CLASSIFICAÇÃO
I Registro 6,0 III Intermediário
II Tema/Tipologia Textual 8,0 IV Adequado
III Coerência 6,0 III Intermediário
IV Coesão 6,0 III Intermediário
V Proposta de Intervenção 4,0 II Básico
Total (média aritmética) 6,0 III Intermediário
Mesmo com um resultado posicionado no nível IV na competência II, a nota final desse aluno, 6,0 (seis)
pontos, situa sua nota no nível III, INTERMEDIÁRIO, pois o desenvolvimento das competências I, III e
IV, respectivamente, ainda se encontra em fase de desenvolvimento e ele não conseguiu elaborar de
forma adequada uma proposta de intervenção, como mostra sua posição no nível II na competência V.
32 SPAECE 2012
5
Os níveis de escrita e o perfil de escritor compreendido por eles
A partir da nota final obtida pelo aluno, pode-se definir o seu perfil de escritor de acordo com a descrição
do nível no qual sua nota está alocada.
Os níveis de desempenho e suas denominações qualificam o perfil de escritor enquadrado em cada um.
Esses níveis compreendem intervalos específicos de pontuação, sendo que, no ato da correção, a nota
atribuída à competência é o valor máximo do nível que, após o cálculo da média entre as duas correções,
pode apresentar variações dentro do nível ou transferir a pontuação do aluno na competência para
outra classificação.
A PARTE VARIÁVEL dos resultados apresentará a MÉDIA GERAL POR COMPETÊNCIA e, ao fim da
apresentação desses dados, serão listados os percentuais de textos por SITUAÇÃO DE CORREÇÃO,
mostrando o quantitativo de produções não avaliadas por competência.
A partir da nota final obtida pelo aluno, pode-se definir o perfil de escritor de acordo com a descrição do
nível no qual sua nota está alocada.
INADEQUADO CRÍTICO BÁSICO INTERMEDIÁRIO ADEQUADO AVANÇADO
0 0,1 2,0 2,1 4,0 4,1 6,0 6,1 8,0 8,1 10,0
Vamos compreender cada Nível de Desempenho, individualmente.
INADEQUADO
0
Nesse nível, o aluno demonstra total desconhecimento da norma padrão, de escolha de registro e de
convenções da escrita, que tornam seu texto ininteligível. Além disso, ele desenvolve texto que não
contempla a proposta de produção textual, elaborando outra estrutura textual que não a expositivo-
argumentativa, mas com traços de opinião e referências ao tema. Por sua vez, o texto apresenta
informações, fatos, opiniões e argumentos incoerentes ou não apresenta um ponto de vista, tendo,
na maioria das vezes, seu entendimento prejudicado ou quase anulado e sem a presença de uma
proposta de intervenção. Em suma, as informações estão desconexas e não se configuram como uma
sequência textual.
Veja o comentário de uma produção textual INADEQUADA.
Boletim Pedagógico 33
PONTUAÇÃO ATRIBUÍDA A ESSA PRODUÇÃO DE TEXTO
Competência IREGISTRO
Competência IITEMA/TIPOLOGIA
TEXTUAL
Competência IIICOERÊNCIA
Competência IVCOESÃO
Competência VPROPOSTA DE INTERVENÇÃO
TOTAL
0,0Inadequado
0,0Inadequado
0,0Inadequado
0,0Inadequado
0,0Inadequado
0,0Inadequado
A análise desse texto evidencia que o aluno apresenta desempenho que o aloca no Nível 0 –
INADEQUADO, para essa etapa de escolaridade. De forma global, constata-se que o emissor demonstra
dificuldade de estruturação textual, além de oferecer obstáculos ao leitor no tocante à coerência, tanto
pela seleção das ideias quanto pela escolha vocabular.
Em relação à Competência I, REGISTRO, verifica-se que há desconhecimento total da norma padrão,
de escolha de registro e de convenções da escrita, tornando o texto ininteligível. O aluno revela
desconhecimento de regras básicas de escrita, como uso das letras maiúsculas e minúsculas,
concordância verbal e nominal e normas elementares de pontuação.
No que se refere à Competência II – TEMA/TIPOLOGIA TEXTUAL, não se observa compreensão da
proposta nem aplicação de conceitos de outras áreas do conhecimento para desenvolvê-la. Há limitação
em relação à identificação da tipologia textual devido à agramaticalidade e ininteligibilidade do texto.
Apenas se identifica uma tentativa de abordar a temática da violência pela repetição da palavra.
Focalizando a Competência III, COERÊNCIA, não é possível identificar a defesa de um ponto de vista.
Não há seleção, relação, organização ou interpretação de informações, dados, opiniões e argumentos.
34 SPAECE 2012
Há prejuízo da logicidade, tendo em vista o fato de que, desde a escolha vocabular até a estruturação
textual, é difícil reconhecer a linha de raciocínio do emissor.
Quanto à Competência IV – COESÃO, o aluno apresenta informações desconexas. Há ausência de
pontuação adequada ao longo da produção escrita e não se identificam elementos conectores capazes
de estabelecer o encadeamento textual.
Relativamente à Competência V – PROPOSTA DE INTERVENÇÃO, não há manifestação clara de um
projeto ou planejamento de intervenção para o problema em questão. O parágrafo final apresenta
palavras de difícil identificação pela caligrafia. Aparentemente pretendeu-se sugerir que a melhoria da
educação seria o caminho para reduzir a violência
ABAIXO DO BÁSICO
0,1 2,0
O aluno que se encontra nesse nível de escrita demonstra domínio insuficiente da norma padrão,
apresentando graves e frequentes desvios gramaticais e de convenções da escrita, além de presença
de gírias e marcas de oralidade. Assim, há certos desvios graves que ocorrem de forma sistemática no
texto e são acompanhados de desestruturação sintática em excesso, revelando que muitos aspectos
importantes da norma padrão ainda não foram incorporados aos seus hábitos linguísticos. No que tange
à competência II – Tema/Tipologia textual, ele desenvolve de maneira tangencial o tema, detendo-se em
tema vinculado ao mesmo assunto, o que revela má interpretação da proposta. Ele, ainda, elabora proposta
de intervenção tangencial ao tema ou a deixa subentendida no desenvolvimento da argumentação.
Seu texto apresenta inadequação ao tipo textual expositivo-argumentativo, com repetição de ideias e
ausência de argumentação, podendo elaborar um texto de base narrativa, com apenas um resquício
argumentativo. Em geral, as informações, fatos, opiniões e argumentos apresentados pelo aluno são
pouco relacionados ao tema e também são pouco arrolados entre si, até mesmo porque o aluno não
articula as partes do texto ou as articula de forma precária e/ou inadequada, apresentando graves e
frequentes desvios de coesão textual. Na produção textual enquadrada neste nível, há sérios problemas
na articulação das ideias e na utilização de recursos coesivos.
Veja a análise de uma produção textual que está ABAIXO DO BÁSICO.
Boletim Pedagógico 35
PONTUAÇÃO ATRIBUÍDA A ESSA PRODUÇÃO DE TEXTO
Competência IREGISTRO
Competência IITEMA/TIPOLOGIA
TEXTUAL
Competência IIICOERÊNCIA
Competência IVCOESÃO
Competência VPROPOSTA DE INTERVENÇÃO
TOTAL
2,0Abaixo do Básico
2,0Abaixo do Básico
4,0Básico
2,0Abaixo do Básico
0,0Inadequado
2,0Abaixo do Básico
A análise desse texto evidencia que o aluno apresenta desempenho que o aloca no Nível I – ABAIXO DO
BÁSICO, para essa etapa de escolaridade. Avaliando-se o texto como um todo, observa-se dificuldade
de estruturação textual, além de fragmentação e desorganização das ideias expostas.
Em relação à Competência I, REGISTRO, verifica-se que o aluno demonstra domínio insuficiente da
norma padrão, apresentando graves e frequentes desvios gramaticais e de convenção da escrita.
Nota-se dificuldade de selecionar, adequadamente , o uso de letras maiúsculas e minúsculas, além de
manifestação de oralidade. Há, também, desestruturação sintática na maior parte do texto. A sequência
de ideias é ininterrupta e desordenada.
No que se refere à Competência II – TEMA/TIPOLOGIA TEXTUAL, o desenvolvimento do tema se
apresenta de forma tangencial, repetindo-se a ideia de violência ao longo do texto, porém, sem uma
manifestação apropriada do tipo textual expositivo-argumentativo. As afirmações feitas não são explicadas
ou justificadas com exemplos concretos ou fundamentadas de modo a sustentar uma argumentação.
Focalizando a Competência III – COERÊNCIA, não é possível identificar a defesa de um ponto de vista
referente ao tema proposto. As informações expostas não apresentam um relacionamento lógico e
sequencial, sendo difícil detectar a linha de raciocínio do emissor. A articulação das ideias é inadequada.
Quanto à Competência IV, COESÃO, a conexão entre as partes do texto revela-se precária. Não há
pontuação adequada no interior do texto, desrespeitando as normas e dificultando a compreensão. O
uso dos recursos coesivos é fraco, sendo usados apenas os conectores “e” e “por isso”. Não há pausas
que propiciem uma leitura fluente.
Relativamente à Competência V – PROPOSTA DE INTERVENÇÃO, o aluno não elaborou uma proposta e
não considerou a diversidade sociocultural.
36 SPAECE 2012
BÁSICO
2,1 4,0
Nesse nível, o aluno demonstra domínio mediano da norma padrão, apresentando grande quantidade de
desvios gramaticais e de convenções da escrita graves ou gravíssimos, além de presença de marcas de
oralidade. Assim, há certos desvios graves que ocorrem em várias partes do texto, revelando que muitos
aspectos importantes da norma padrão ainda não foram incorporados aos seus hábitos linguísticos. No
entanto, ele já não apresenta desestruturação sintática em excesso, desenvolvendo, também, de forma
mediana o tema, com tendência ao tangenciamento, uma vez que sua argumentação é previsível e baseia-
se em argumentos do senso comum, de recorrentes cópias (citações diretas) dos textos motivadores ou
com domínio precário do tipo textual expositivo-argumentativo, devido à argumentação falha ou ao texto
apenas expositivo. No geral, esse aluno elabora uma proposta de intervenção relacionada ao tema de
forma precária, ou seja, não articulada com a discussão desenvolvida no texto ou com desenvolvimento
precário dos meios para realizá-la. Diante disso, a coerência textual ainda é significativamente afetada,
porque as informações, fatos e opiniões são pouco articulados ou contraditórios, embora pertinentes ao
tema proposto, e o autor, geralmente, limita-se a reproduzir os argumentos constantes na proposta de
produção textual, em defesa de seu ponto de vista. Quanto à competência IV – Coesão, o aluno articula
as partes do texto, porém com muitas inadequações na utilização dos recursos coesivos, demonstrando,
assim, pouco domínio dos recursos coesivos.
A seguir, apresentamos a análise de um texto posicionado nesse perfil.
Boletim Pedagógico 37
PONTUAÇÃO ATRIBUÍDA A ESSA PRODUÇÃO DE TEXTO
Competência IREGISTRO
Competência IITEMA/
TIPOLOGIA TEXTUAL
Competência IIICOERÊNCIA
Competência IVCOESÃO
Competência VPROPOSTA DE INTERVENÇÃO
TOTAL
4,0Básico
4,0Básico
5,0Intermediário
5,0Intermediário
1,0Abaixo do
Básico
3,8Básico
A análise desse texto evidencia que o aluno apresenta desempenho que o aloca no Nível II – BÁSICO,
para essa etapa de escolaridade. De forma global, o texto é repetitivo e bastante subjetivo.
Em relação à Competência I, REGISTRO, verifica-se que o aluno revela domínio mediano da norma
padrão, ainda apresentando desvios gramaticais e de convenções da escrita graves, além da presença
de marcas de oralidade. Constatam-se equívocos em relação à grafia, à concordância verbal e nominal,
à pontuação, à acentuação gráfica e ao uso de maiúsculas e minúsculas.
No que se refere à Competência II – TEMA/TIPOLOGIA TEXTUAL, o aluno desenvolve o tema de
forma mediana. A argumentação é fraca, pois as afirmações não são sustentadas com exemplos ou
explicações convincentes. As declarações são previsíveis e baseadas no senso comum. Predomina o
caráter expositivo e narrativo do texto.
Focalizando a Competência III – COERÊNCIA, o aluno apresenta informações, fatos e opiniões pouco
articulados, embora pertinentes ao tema proposto. Não há apresentação de dados relevantes além do
conteúdo que foi exposto na proposta. Faltam objetividade e clareza na condução das ideias ao longo
do texto. Estão presentes muitas generalizações.
Quanto à Competência IV – COESÃO, a articulação entre as partes do texto acontece de forma
inadequada. Há fragmentação das ideias pelo mau uso dos sinais de pontuação e inadequação de
referenciação. Os períodos são excessivamente longos, prejudicando a compreensão, uma vez que há
falhas nas pausas marcadas.
Relativamente à Competência V – PROPOSTA DE INTERVENÇÃO, o aluno não elabora uma proposta de
ação clara e objetiva. Aparentemente, sugere-se que a causa da violência é o uso de drogas.
INTERMEDIÁRIO
4,1 6,0
O aluno alocado nesse nível apresenta domínio adequado da norma padrão, apresentando alguns
desvios gramaticais graves e de convenções da escrita ou muitos desvios leves. Desvios mais graves,
como a ausência de concordância verbal ou nominal, não impedem que a produção textual receba essa
pontuação, desde que não configurem falta de domínio absoluto do padrão da linguagem escrita formal.
38 SPAECE 2012
Assim, o aluno que realizar alguns desvios graves ou gravíssimos, ou muitos desvios leves, recebe
essa pontuação. O tema é tratado adequadamente, mas com uma abordagem superficial, discutindo
outras questões relacionadas por meio de uma argumentação previsível. O texto, também, mostra que
ele apresenta domínio adequado do tipo textual expositivo-argumentativo, mesmo não apresentando,
explicitamente, uma tese e detendo-se mais no caráter expositivo do que no argumentativo, porque
ainda reproduz ideias do senso comum no desenvolvimento da temática. Isso se reflete na proposta de
intervenção, uma vez que, mesmo desenvolvendo uma proposta de intervenção relacionada ao tema,
ela ainda é pouco articulada à discussão desenvolvida no texto, ou seja, com pouca fundamentação
ou baseada em ideias do senso comum. O aluno com escrita em nível intermediário apresenta em seu
texto informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema proposto, porém os organiza e
relaciona de forma pouco consistente em defesa de seu ponto de vista. As informações são aleatórias e
desconectadas entre si, embora relacionadas ao tema, revelando pouca articulação entre os argumentos,
que não são convincentes para defender a opinião do autor. Já em relação à competência de Coesão, o
aluno articula as partes do texto, porém com algumas inadequações na utilização dos recursos coesivos,
demonstrando que esse escritor possui domínio regular desses recursos.
Veja produção textual situada nesse perfil.
Boletim Pedagógico 39
PONTUAÇÃO ATRIBUÍDA A ESSA PRODUÇÃO DE TEXTO
Competência IREGISTRO
Competência IITEMA/TIPOLOGIA
TEXTUAL
Competência IIICOERÊNCIA
Competência IVCOESÃO
Competência VPROPOSTA DE INTERVENÇÃO
TOTAL
5,0Intermediário
7,0Adequado
7,0Adequado
6,0Intermediário
5,0Intermediário
6,0Intermediário
A análise desse texto evidencia que o aluno apresenta desempenho que o aloca no Nível III –
INTERMEDIÁRIO, para essa etapa de escolaridade. Manifesta-se certa subjetividade, além de marcas
frequentes de oralidade.
Em relação à Competência I – REGISTRO, verifica-se que o aluno ainda apresenta alguns desvios
gramaticais graves e de convenções de escrita. Alguns aspectos da norma padrão ainda não foram
incorporados aos hábitos linguísticos, como o uso de uma linguagem mais formal, da pontuação
adequada, da acentuação gráfica e da diferenciação de maiúsculas e minúsculas.
No que se refere à Competência II – TEMA/TIPOLOGIA TEXTUAL, a abordagem do tema é superficial.
Não há explicitação de uma tese. O conteúdo é baseado em frases do senso comum e predomina a
exposição, não a argumentação. O uso predominante da 1ª pessoa também é inadequado à tipologia.
Focalizando a Competência III – COERÊNCIA, há falta de consistência na defesa de um ponto de vista.
As informações apresentadas estão relacionadas ao tema proposto, no entanto há uma mistura entre
fatos concretos e considerações de caráter pessoal. Não há uma sequência lógica e ordenada de ideias.
Quanto à Competência IV – COESÃO, a articulação entre as partes do texto apresenta inadequações.
Há comprometimento da estrutura lógico-gramatical por falta de conexão adequada entre as ideias
apresentadas. Destaca-se uma inadequação em relação à pontuação e quanto à transposição de uma
linha para outra (linha 6), desvio não aceitável para esse nível de escolarização.
Relativamente à Competência V – PROPOSTA DE INTERVENÇÃO, o aluno elabora uma proposta de
ação, mas ainda sem objetividade em relação à sua efetivação.
ADEQUADO
6,1 8,0
O aluno cuja nota está no intervalo de pontuação compreendido por esse nível demonstra bom domínio
da norma padrão, apresentando poucos desvios gramaticais leves e de convenções da escrita. Assim,
o mesmo desvio não ocorre em várias partes do texto, o que revela que as exigências da norma padrão
foram incorporadas aos seus hábitos linguísticos e os desvios foram eventuais. Desvios mais graves,
como a ausência de concordância verbal ou nominal, não impedem que a produção textual receba
essa pontuação, desde que não se repitam regularmente no texto. Assim, o aluno que realizou poucos
desvios leves ou pouquíssimos desvios graves recebe essa pontuação. Além disso, ele desenvolve bem
o tema, mas não explora os seus aspectos principais. Desenvolve uma argumentação consistente e
40 SPAECE 2012
apresenta bom domínio do tipo textual expositivo-argumentativo, mas não apresenta argumentos bem
desenvolvidos. Contudo, seus argumentos não ficam restritos à reprodução das ideias contidas nos
textos motivadores nem a questões do senso comum, pois seleciona, organiza e relaciona informações,
fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema proposto de forma consistente, em defesa de seu
ponto de vista. Explicita a tese, seleciona argumentos que possam comprová-la e elabora conclusão que
mantenha coerência com a opinião defendida na produção textual. Em geral, os argumentos utilizados
são previsíveis, mas não há cópia de argumentos defendidos pelos textos motivadores. No que tange à
Proposta de Intervenção, ela é clara, relacionada à tese e bem articulada com a discussão desenvolvida
no texto, explicitando os meios para realizá-la. No campo da Coesão, o autor articula as partes do texto
com poucas inadequações na utilização de recursos coesivos, não apresentando: frases fragmentadas
que comprometam a estrutura lógico-gramatical; sequência justaposta de ideias sem encaixamentos
sintáticos; ausência de paragrafação; frase com apenas oração subordinada, sem oração principal.
Poderá, no entanto, conter alguns desvios de menor gravidade: emprego equivocado do conector;
emprego do pronome relativo sem a preposição, quando obrigatória; repetição desnecessária de
palavras ou substituição inadequada, sem se valer dos recursos de substituição oferecidos pela língua.
Essa pontuação foi atribuída ao aluno que demonstrou domínio dos recursos coesivos.
Veja a análise de texto com escrita ADEQUADA.
Boletim Pedagógico 41
PONTUAÇÃO ATRIBUÍDA A ESSA PRODUÇÃO DE TEXTO
Competência IREGISTRO
Competência IITEMA/
TIPOLOGIA TEXTUAL
Competência IIICOERÊNCIA
Competência IVCOESÃO
Competência VPROPOSTA DE INTERVENÇÃO
TOTAL
9,0Adequado
8,0Adequado
8,0Adequado
8,0Adequado
7,0Adequado
8,0Adequado
A análise desse texto evidencia que o aluno apresenta desempenho que o aloca no Nível IV –
ADEQUADO, para essa etapa de escolaridade. De modo geral, o texto é bem articulado no tocante às
ideias, revelando que o aluno tem conhecimento sobre a temática abordada.
Em relação à Competência I – REGISTRO, verifica-se que o aluno demonstra bom domínio da norma
padrão, apresentando desvios gramaticais leves e de convenções da escrita. Há certa fragmentação pelo
mau uso da vírgula em alguns trechos. Há inadequações vocabulares, como a palavra “impussionalidade”
(linhas 2 e 3) ou a expressão “medidas de baixo calão” (linhas 25 e 26). Essas escolhas indevidas também
prejudicam a compreensão de partes do texto.
No que se refere à Competência II – TEMA/TIPOLOGIA TEXTUAL, a abordagem do tema é limitada, sem
explorar de forma aprofundada os aspectos principais. Não há uma argumentação bem desenvolvida.
Focalizando a Competência III – COERÊNCIA, a seleção, organização e relação de informações é
satisfatória e pertinente ao tema proposto. No entanto, há certa previsibilidade dos argumentos, além de
uma abordagem simplista do problema em questão.
Quanto à Competência IV – COESÃO, a articulação entre as partes do texto apresenta algumas
inadequações. Há uma paragrafação apropriada e os períodos não são de grande extensão, embora
ainda haja desvios relativamente à pontuação. Os desvios mais graves são a separação de sujeito e
predicado, como na linha 2, e o mau uso do conector “onde”. Há maior variedade de recursos coesivos,
como pronomes, preposições e conjunções.
Relativamente à Competência V – PROPOSTA DE INTERVENÇÃO, o aluno elabora uma intervenção
superficial, embora relacionada ao conteúdo exposto, mas ainda pouco prática, sugerindo o aumento da
rigidez em relação aos infratores.
AVANÇADO
8,1 10,0
Um escritor avançado é aquele que demonstra excelente domínio da norma padrão, não apresentando
ou apresentando pouquíssimos desvios gramaticais leves e de convenções da escrita que não
interferem na compreensão textual, pois o mesmo desvio não ocorre em várias partes do texto, o que
42 SPAECE 2012
revela que as exigências da norma padrão foram incorporadas aos seus hábitos linguísticos e os desvios
foram eventuais. Desvios mais graves, como a ausência de concordância verbal, excluem a produção
textual da pontuação mais alta. Em relação ao tema, ele foi muito bem desenvolvido, explorando os
seus principais aspectos. A produção textual contém, ainda, uma argumentação consistente, revelando
excelente domínio do tipo textual expositivo-argumentativo, indicando que o texto está estruturado, por
exemplo, com: uma introdução, em que a tese a ser defendida é explicitada; argumentos que comprovam
a tese, distribuídos em diferentes parágrafos; um parágrafo final com uma conclusão. Além disso, os
argumentos defendidos não ficam restritos à reprodução das ideias contidas nos textos motivadores
nem a questões do senso comum, porque o aluno seleciona, organiza e relaciona informações, fatos,
opiniões e argumentos pertinentes ao tema proposto de forma consistente, configurando autoria, em
defesa de seu ponto de vista. Explicita a tese, seleciona argumentos que possam comprová-la e elabora
conclusão ou proposta que mantenha coerência com a opinião defendida na produção textual. O texto,
ainda, é complementado por uma proposta de intervenção clara e inovadora, relacionada à tese e
bem articulada com a discussão desenvolvida no texto, explicitando os meios para realizá-la. Quanto à
Coesão, o aluno articula as partes do texto, sem inadequações na utilização dos recursos coesivos ou
com eventuais desvios de menor gravidade, desde que o mesmo erro não se repita, uma vez que essa
pontuação é atribuída ao aluno que demonstra pleno domínio dos recursos coesivos.
Veja, a seguir, a análise de textos de alunos avaliado pelo SPAECE 2012 e que possuem pontuação final
compreendida por esse nível.
Boletim Pedagógico 43
PONTUAÇÃO ATRIBUÍDA A ESSA PRODUÇÃO DE TEXTO
Competência IREGISTRO
Competência IITEMA/TIPOLOGIA
TEXTUAL
Competência IIICOERÊNCIA
Competência IVCOESÃO
Competência VPROPOSTA DE INTERVENÇÃO
TOTAL
9,0Avançado
9,0Avançado
9,0Avançado
9,0Avançado
9,0Avançado
9,0Avançado
A análise desse texto evidencia que o aluno apresenta desempenho que o aloca no Nível V – AVANÇADO,
para essa etapa de escolaridade. De modo geral, o texto é bem articulado no tocante às ideias, revelando
que o aluno tem conhecimento sobre a temática abordada. É possível observar, também, a adequação
da seleção de exemplos citados para reforçar a argumentação.
Em relação à Competência I – REGISTRO, verifica-se que o aluno demonstra bom domínio da norma padrão, apresentando poucos desvios gramaticais e de convenções da escrita. Notam-se desvios de uso da crase e de concordância verbal e nominal, os quais não prejudicam a sequência textual ou a compreensão.
No que se refere à Competência II – TEMA/TIPOLOGIA TEXTUAL, a abordagem do tema é boa, explorando os aspectos principais. Há uma argumentação bem desenvolvida, não baseada apenas em elementos apresentados na proposta. Além da enumeração de dados, há a explicação de cada elemento citado.
Focalizando a Competência III – COERÊNCIA, a seleção, organização e relação de informações é adequada e pertinente ao tema proposto. A sequência textual apresenta logicidade. A introdução, o desenvolvimento e a conclusão seguem uma sequência ordenada de ideias.
Quanto à Competência IV – COESÃO, a articulação entre as partes do texto é apropriada. Há uma paragrafação organizada e os períodos não são de grande extensão, obedecendo, em geral, às regras de pontuação. Há maior variedade de recursos coesivos, como pronomes, preposições e conjunções.
Relativamente à Competência V – PROPOSTA DE INTERVENÇÃO, o aluno elabora uma intervenção clara e relacionada ao conteúdo exposto, manifestando também respeito aos direitos humanos.
44 SPAECE 2012
PONTUAÇÃO ATRIBUÍDA A ESSA PRODUÇÃO DE TEXTO
Competência IREGISTRO
Competência IITEMA/TIPOLOGIA
TEXTUAL
Competência IIICOERÊNCIA
Competência IVCOESÃO
Competência VPROPOSTA DE INTERVENÇÃO
TOTAL
10,0Avançado
10,0Avançado
10,0Avançado
10,0Avançado
10,0Avançado
10,0Avançado
O aluno demonstra ter compreendido a proposta de redação e desenvolvido o tema dentro dos limites
estruturais do texto expositivo-argumentativo. O texto organiza-se em quatro parágrafos. O primeiro
parágrafo faz uma exposição de caráter geral em relação ao que vai ser discutido. É apresentada a tese
do autor do texto, que revela a falta de condições de alguns seres humanos de viverem em sociedade.
Boletim Pedagógico 45
No desenvolvimento, ao longo dos dois próximos parágrafos, o aluno apresenta os argumentos para
comprovar a sua tese. No segundo parágrafo, são expostos alguns exemplos de situações de violência
em nosso meio social. No terceiro, são mencionadas as consequências da violência.
No parágrafo final, é apresentada a proposta de intervenção relativamente a uma mudança de condição
social para os desfavorecidos.
Em relação ao REGISTRO, observa-se que os desvios presentes não interferem na qualidade textual. Há,
em geral, bom domínio da norma padrão da língua escrita.
Quanto ao TEMA/TIPOLOGIA TEXTUAL, o aluno estrutura bem o texto, organizando as ideias em
introdução, desenvolvimento e conclusão de forma bem distribuída e clara.
Relativamente à COERÊNCIA, a seleção, relação, organização e interpretação de informações, fatos,
opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista apresentam-se satisfatórios.
Focalizando a COESÃO, os mecanismos linguísticos necessários à construção do encadeamento textual
apresentam-se adequados.
No que se refere à PROPOSTA DE INTERVENÇÃO, é reforçada a ideia da necessidade de igualdade,
o que atende à exigência de se respeitarem os direitos humanos. Além disso, propõe-se uma reflexão
acerca do tema.
46 SPAECE 2012
PONTUAÇÃO ATRIBUÍDA A ESSA PRODUÇÃO DE TEXTO
Competência IREGISTRO
Competência IITEMA/
TIPOLOGIA TEXTUAL
Competência IIICOERÊNCIA
Competência IVCOESÃO
Competência VPROPOSTA DE INTERVENÇÃO
TOTAL
10,0Avançado
10,0Avançado
10,0Avançado
10,0Avançado
10,0Avançado
10,0Avançado
O aluno demonstra ter compreendido a proposta de redação e desenvolvido o tema dentro dos limites
estruturais do texto dissertativo-argumentativo. A produção textual organiza-se em quatro parágrafos. O
primeiro parágrafo faz uma exposição de caráter geral em relação ao que vai ser discutido. É apresentada
a tese do autor do texto, que revela a presença constante da violência em nosso cotidiano.
No desenvolvimento, ao longo dos dois próximos parágrafos, o aluno apresenta os argumentos para
comprovar a sua tese. No segundo parágrafo, são expostas algumas possíveis causas da violência em
nosso meio social. No terceiro, são mencionadas as consequências da violência.
No parágrafo final, é apresentada a proposta de intervenção relativamente a uma mudança no que se
refere à prevenção para que a violência seja combatida.
Em relação ao REGISTRO, observa-se que os desvios presentes não interferem na qualidade textual. Há,
em geral, bom domínio da norma padrão da língua escrita.
Quanto ao TEMA/TIPOLOGIA TEXTUAL, o aluno estrutura bem o texto, organizando as ideias em
introdução, desenvolvimento e conclusão de forma bem distribuída e clara.
Relativamente à COERÊNCIA, a seleção, relação, organização e interpretação de informações, fatos,
opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista apresentam-se satisfatórios.
Focalizando a COESÃO, os mecanismos linguísticos necessários à construção do encadeamento textual
apresentam-se adequados.
No que se refere à PROPOSTA DE INTERVENÇÃO, é reforçada a ideia de que a violência é algo a ser
combatido desde a mais tenra idade.
Boletim Pedagógico 47
PONTUAÇÃO ATRIBUÍDA A ESSA PRODUÇÃO DE TEXTO
Competência IREGISTRO
Competência IITEMA/
TIPOLOGIA TEXTUAL
Competência IIICOERÊNCIA
Competência IVCOESÃO
Competência VPROPOSTA DE INTERVENÇÃO
TOTAL
10,0Avançado
10,0Avançado
10,0Avançado
10,0Avançado
10,0Avançado
10,0Avançado
O aluno demonstra ter compreendido a proposta de redação e desenvolvido o tema dentro dos limites
estruturais do texto expositivo-argumentativo. A escolha do título também é bastante apropriada ao
conteúdo exposto. O primeiro parágrafo faz uma exposição de caráter geral em relação ao que vai ser
discutido. É apresentada a tese do autor do texto, que revela a presença constante da violência em
nosso cotidiano.
48 SPAECE 2012
No desenvolvimento, ao longo dos dois próximos parágrafos, o aluno apresenta os argumentos para
comprovar a sua tese. No segundo parágrafo, são expostas algumas possíveis causas da violência em
nosso meio social. No terceiro, são mencionadas as consequências da violência.
No parágrafo final, é apresentada a proposta de intervenção relativamente a uma mudança no que se
refere à prevenção para que a violência seja combatida.
Em relação ao REGISTRO, observa-se que os desvios presentes não interferem na qualidade textual. Há,
em geral, bom domínio da norma padrão da língua escrita.
Quanto ao TEMA/TIPOLOGIA TEXTUAL, o aluno estrutura bem o texto, organizando as ideias em
introdução, desenvolvimento e conclusão de forma bem distribuída e clara.
Relativamente à COERÊNCIA, a seleção, relação, organização e interpretação de informações, fatos,
opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista apresentam-se satisfatórios.
Focalizando a COESÃO, os mecanismos linguísticos necessários à construção do encadeamento textual
apresentam-se adequados.
No que se refere à PROPOSTA DE INTERVENÇÃO, é reforçada a ideia de que a violência deve ser
combatida em suas causas, defendendo-se a igualdade de oportunidades para todos os cidadãos.
Boletim Pedagógico 49
OS RESULTADOS DESTA ESCOLA
Os resultados desta escola na avaliação de Produção de Texto do SPAECE 2012 são apresentados sob
quatro aspectos. Você poderá consultar a nota média do estado, a participação e o percentual de alunos
por nível de desempenho em cada competência.
• Nota média
Apresenta a nota média desta escola. Você pode comparar essa nota com aquelas obtidas pela sua
CREDE e pelo seu município. O objetivo é proporcionar uma visão das notas médias e posicionar sua
escola em relação a elas.
• Participação
Informa o número estimado de alunos para a realização do teste e quantos, efetivamente, participaram
da avaliação na sua CREDE, no seu município e na sua escola.
• Percentual de alunos por nível de desempenho
Permite que você acompanhe o percentual de alunos distribuídos por Níveis de Desempenho na
avaliação realizada pelo estado.
• Percentual de alunos por nível de desempenho em cada competência
Apresenta a distribuição dos alunos ao longo dos níveis de proficiência na sua CREDE e na sua escola.
Os gráficos permitem que você identifique o percentual de alunos para cada nível de desempenho em
cada uma das competências. Isso será fundamental para planejar intervenções pedagógicas voltadas à
melhoria do processo de ensino e promoção da equidade escolar.
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50 SPAECE 2012
Boletim Pedagógico 51
REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORAHENRIQUE DUQUE DE MIRANDA CHAVES FILHO
COORDENAÇÃO GERAL DO CAEdLINA KÁTIA MESQUITA DE OLIVEIRA
COORDENAÇÃO TÉCNICA DO PROJETOMANUEL FERNANDO PALÁCIOS DA CUNHA E MELO
COORDENAÇÃO DA UNIDADE DE PESQUISATUFI MACHADO SOARES
COORDENAÇÃO DE ANÁLISES E PUBLICAÇÕESWAGNER SILVEIRA REZENDE
COORDENAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃORENATO CARNAÚBA MACEDO
COORDENAÇÃO DE MEDIDAS EDUCACIONAISWELLINGTON SILVA
COORDENAÇÃO DE OPERAÇÕES DE AVALIAÇÃORAFAEL DE OLIVEIRA
COORDENAÇÃO DE PROCESSAMENTO DE DOCUMENTOSBENITO DELAGE
COORDENAÇÃO DE DESIGN DA COMUNICAÇÃOHENRIQUE DE ABREU OLIVEIRA BEDETTI
COORDENADORA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM DESIGNEDNA REZENDE S. DE ALCÂNTARA
CEARÁ. Secretaria da Educação.
SPAECE – 2012/ Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação, CAEd.
v. 1 ( jan./dez. 2012), Juiz de Fora, 2012 – Anual.
ARAÚJO, Carolina Pires; MELO, Manuel Fernando Palácios da Cunha e; OLIVEIRA, Lina Kátia Mesquita de; REZENDE, Wagner Silveira.
Conteúdo: Boletim Pedagógico de Produção de texto – Ensino Médio.
ISSN 1982-7644
CDU 373.3+373.5:371.26(05)
ISSN 1982-7644
Sistema Permanente de Avaliação
da Educação Básica do Ceará
SEÇÃO 1
A importância da produção de texto na avaliação em larga escala
SEÇÃO 2
A matriz de competências de produção de texto
SEÇÃO 3
A produção de textos no SPAECE 2012
SEÇÃO 4
A avaliação das produções textuais dos alunos: interpretação dos resultados gerais e análises pedagógicas
SEÇÃO 5
Entendendo os níveis de escrita e o perfil de cada escritor compreendido por eles
SEÇÃO 6
Os resultados desta escola
Boletim Pedagógico
Ensino MédioProdução de texto
SPAECE2012