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ISSN 1982-7644 Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará SEÇÃO 1 A importância da produção de texto na avaliação em larga escala SEÇÃO 2 A matriz de competências de produção de texto SEÇÃO 3 A produção de textos no SPAECE 2012 SEÇÃO 4 A avaliação das produções textuais dos alunos: interpretação dos resultados gerais e análises pedagógicas SEÇÃO 5 Entendendo os níveis de escrita e o perfil de cada escritor compreendido por eles SEÇÃO 6 Os resultados desta escola Boletim Pedagógico Ensino Médio Produção de texto SPAECE 2012

SPAECE 2012 · defi cientes visuais e, no caso da 3ª série do Ensino Médio, os testes de Língua Portuguesa e Matemática, em convergência com a proposta da Matriz de Referência

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ISSN 1982-7644

Sistema Permanente de Avaliação

da Educação Básica do Ceará

SEÇÃO 1

A importância da produção de texto na avaliação em larga escala

SEÇÃO 2

A matriz de competências de produção de texto

SEÇÃO 3

A produção de textos no SPAECE 2012

SEÇÃO 4

A avaliação das produções textuais dos alunos: interpretação dos resultados gerais e análises pedagógicas

SEÇÃO 5

Entendendo os níveis de escrita e o perfil de cada escritor compreendido por eles

SEÇÃO 6

Os resultados desta escola

Boletim Pedagógico

Ensino MédioProdução de texto

SPAECE2012

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Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará

Boletim PedagógicoProdução de Texto

Ensino Médio

SPAECE

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ISSN 1982-7644

Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará

Boletim PedagógicoProdução de Texto

Ensino Médio

SPAECE

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PS CE E

GOVERNADORCID FERREIRA GOMES

VICE-GOVERNADOR DOMINGOS GOMES DE AGUIAR FILHO

SECRETARIA DA EDUCAÇÃO

SECRETÁRIA DA EDUCAÇÃOMARIA IZOLDA CELA DE ARRUDA COELHO

SECRETÁRIO ADJUNTO DA EDUCAÇÃOMAURÍCIO HOLANDA MAIA

SECRETÁRIO EXECUTIVOANTÔNIO IDILVAN DE LIMA ALENCAR

COORDENADORA DO GABINETECRISTIANE CARVALHO HOLANDA

COORDENADORA DE AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DA EDUCAÇÃOBETÂNIA MARIA GOMES RAQUEL

CÉLULA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ACADÊMICO DA SECRETARIA DA EDUCAÇÃO

ORIENTADORA CARMILVA SOUZA FLÔRES

ASSESSORA TÉCNICAMARIA IACI CAVALCANTE PEQUENO

ASSISTENTES TÉCNICASFRANCISCA ELIANE DIAS DE CARVALHOROSÂNGELA TEIXEIRA DE SOUSA

EQUIPE TÉCNICAELIZABETH DOS SANTOS CARNEIROESTEFÂNIA MARIA ALMEIDA MARTINSGEANNY DE HOLANDA OLIVEIRALUZIA DE QUEIROZ HIPPOLYTOMARIA ASSUNÇÃO OLIVEIRA MONTEIROMIRNA GURGEL CARLOS DA SILVATERESA MÁRCIA ALMEIDA DA SILVEIRA

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PS CE E

GOVERNADORCID FERREIRA GOMES

VICE-GOVERNADOR DOMINGOS GOMES DE AGUIAR FILHO

SECRETARIA DA EDUCAÇÃO

SECRETÁRIA DA EDUCAÇÃOMARIA IZOLDA CELA DE ARRUDA COELHO

SECRETÁRIO ADJUNTO DA EDUCAÇÃOMAURÍCIO HOLANDA MAIA

SECRETÁRIO EXECUTIVOANTÔNIO IDILVAN DE LIMA ALENCAR

COORDENADORA DO GABINETECRISTIANE CARVALHO HOLANDA

COORDENADORA DE AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DA EDUCAÇÃOBETÂNIA MARIA GOMES RAQUEL

CÉLULA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ACADÊMICO DA SECRETARIA DA EDUCAÇÃO

ORIENTADORA CARMILVA SOUZA FLÔRES

ASSESSORA TÉCNICAMARIA IACI CAVALCANTE PEQUENO

ASSISTENTES TÉCNICASFRANCISCA ELIANE DIAS DE CARVALHOROSÂNGELA TEIXEIRA DE SOUSA

EQUIPE TÉCNICAELIZABETH DOS SANTOS CARNEIROESTEFÂNIA MARIA ALMEIDA MARTINSGEANNY DE HOLANDA OLIVEIRALUZIA DE QUEIROZ HIPPOLYTOMARIA ASSUNÇÃO OLIVEIRA MONTEIROMIRNA GURGEL CARLOS DA SILVATERESA MÁRCIA ALMEIDA DA SILVEIRA

REVISORES DO BOLETIM DE PRODUÇÃO DE TEXTOCÉSAR NILTON MAIA CHAVESMARCO AURÉLIO JARRETA MERICHELLIRAQUEL ALMEIDA DE CARVALHOTERESA MÁRCIA ALMEIDA DA SILVEIRA

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AOS EDUCADORES CEARENSES

A Secretaria da Educação realizou em 2012 o décimo sexto ciclo do Sistema Permanente de Avaliação

da Educação Básica do Ceará - SPAECE. O referido ciclo, que assinala 20 anos de implementação do

SPAECE, introduziu importantes inovações na sua sistemática de avaliação. Dentre essas, destacam-se:

a identifi cação dos Cadernos de Testes e Cartões de Respostas; os testes em versão ampliada para

defi cientes visuais e, no caso da 3ª série do Ensino Médio, os testes de Língua Portuguesa e Matemática,

em convergência com a proposta da Matriz de Referência para o Exame Nacional do Ensino Médio

(ENEM) do Ministério da Educação (MEC), incluindo ainda prova de Redação, bem como testes para as

áreas de Ciências da Natureza (Física, Química e Biologia) e de Ciências Humanas (História, Geografi a,

Filosofi a e Sociologia).

A operacionalização de uma avaliação dessa dimensão é uma conquista para nosso Estado. Os

resultados são disponibilizados aos educadores e agregam elementos importantes que subsidiam e

fundamentam as modifi cações que se fi zerem necessárias nas práticas pedagógicas e de gestão.

Além dos resultados presentes nos Boletins Pedagógicos (Alfa, 5º e 9º anos/Ensino Fundamental e

Ensino Médio), a Coleção SPAECE 2012 traz ainda o Sumário Executivo, a Revista Contextual e os Boletins

do Sistema de Avaliação e de Gestão Escolar.

No que se refere aos Boletins Pedagógicos do Ensino Médio, é importante destacar que estes, além de

auxiliar a comunidade escolar a entender e se apropriar dos resultados dos alunos em Língua Portuguesa

e Matemática, avançam para outras áreas ainda pouco trabalhadas nas avaliações brasileiras, em

especial: Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Produção de Texto.

Nesta coleção, os resultados estão acompanhados de uma interpretação pedagógica cuidadosa,

elencando aspectos importantes a respeito do desempenho dos estudantes e das escolas públicas

cearenses. Trazem ainda textos extraídos de estudos realizados sobre as avaliações, depoimentos de

pessoas envolvidas com a avaliação educacional e/ou que utilizam seus resultados para desenvolver

ações voltadas para a qualidade da educação pública do nosso Estado.

Continuamos acreditando que a reorganização do sistema escolar, na busca da educação de qualidade,

requer o monitoramento e o acompanhamento permanente das atividades pedagógicas que se realizam

no dia a dia da escola. Dessa forma, as avaliações em larga escala realimentam e qualifi cam esse

processo de contínua melhoria.

Esperamos que o conjunto de informações apresentadas nas diferentes publicações possa contribuir

efetivamente para o trabalho de gestores e professores, no planejamento e desenvolvimento de ações

mais efi cazes e capazes de garantir a todos os estudantes cearenses o direito de aprender.

Maria Izolda Cela de Arruda Coelho, Secretária de Educação

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AOS EDUCADORES CEARENSES

A Secretaria da Educação realizou em 2012 o décimo sexto ciclo do Sistema Permanente de Avaliação

da Educação Básica do Ceará - SPAECE. O referido ciclo, que assinala 20 anos de implementação do

SPAECE, introduziu importantes inovações na sua sistemática de avaliação. Dentre essas, destacam-se:

a identifi cação dos Cadernos de Testes e Cartões de Respostas; os testes em versão ampliada para

defi cientes visuais e, no caso da 3ª série do Ensino Médio, os testes de Língua Portuguesa e Matemática,

em convergência com a proposta da Matriz de Referência para o Exame Nacional do Ensino Médio

(ENEM) do Ministério da Educação (MEC), incluindo ainda prova de Redação, bem como testes para as

áreas de Ciências da Natureza (Física, Química e Biologia) e de Ciências Humanas (História, Geografi a,

Filosofi a e Sociologia).

A operacionalização de uma avaliação dessa dimensão é uma conquista para nosso Estado. Os

resultados são disponibilizados aos educadores e agregam elementos importantes que subsidiam e

fundamentam as modifi cações que se fi zerem necessárias nas práticas pedagógicas e de gestão.

Além dos resultados presentes nos Boletins Pedagógicos (Alfa, 5º e 9º anos/Ensino Fundamental e

Ensino Médio), a Coleção SPAECE 2012 traz ainda o Sumário Executivo, a Revista Contextual e os Boletins

do Sistema de Avaliação e de Gestão Escolar.

No que se refere aos Boletins Pedagógicos do Ensino Médio, é importante destacar que estes, além de

auxiliar a comunidade escolar a entender e se apropriar dos resultados dos alunos em Língua Portuguesa

e Matemática, avançam para outras áreas ainda pouco trabalhadas nas avaliações brasileiras, em

especial: Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Produção de Texto.

Nesta coleção, os resultados estão acompanhados de uma interpretação pedagógica cuidadosa,

elencando aspectos importantes a respeito do desempenho dos estudantes e das escolas públicas

cearenses. Trazem ainda textos extraídos de estudos realizados sobre as avaliações, depoimentos de

pessoas envolvidas com a avaliação educacional e/ou que utilizam seus resultados para desenvolver

ações voltadas para a qualidade da educação pública do nosso Estado.

Continuamos acreditando que a reorganização do sistema escolar, na busca da educação de qualidade,

requer o monitoramento e o acompanhamento permanente das atividades pedagógicas que se realizam

no dia a dia da escola. Dessa forma, as avaliações em larga escala realimentam e qualifi cam esse

processo de contínua melhoria.

Esperamos que o conjunto de informações apresentadas nas diferentes publicações possa contribuir

efetivamente para o trabalho de gestores e professores, no planejamento e desenvolvimento de ações

mais efi cazes e capazes de garantir a todos os estudantes cearenses o direito de aprender.

Maria Izolda Cela de Arruda Coelho, Secretária de Educação

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SUMÁRIO

A PRODUÇÃO DE TEXTOS NO SPAECE 2012

PÁGINA 13

A MATRIZ DE COMPETÊNCIAS DE PRODUÇÃO DE TEXTO PÁGINA 10

A IMPORTÂNCIA DA PRODUÇÃO DE TEXTOS NA AVALIAÇÃO EM LARGA ESCALA PÁGINA 08

Page 9: SPAECE 2012 · defi cientes visuais e, no caso da 3ª série do Ensino Médio, os testes de Língua Portuguesa e Matemática, em convergência com a proposta da Matriz de Referência

OS RESULTADOS DESTA ESCOLA

PÁGINA 50

ENTENDENDO OS NÍVEIS DE ESCRITA E O PERFIL

DE CADA ESCRITOR COMPREENDIDO POR ELES

PÁGINA 32

A AVALIAÇÃO DAS PRODUÇÕES TEXTUAIS DOS ALUNOS: INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS GERAIS E ANÁLISES PEDAGÓGICAS PÁGINA 15

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A partir da década de 1990, o Brasil passa a

contar com avaliações nacionais que permitem

acompanhar a qualidade da educação brasileira.

Atualmente, a avaliação educacional em larga

escala já está consolidada no país, tendo, inclusive,

expandindo-se em âmbito nacional, estadual e em

diversas redes municipais.

No caso da Língua Portuguesa, o foco da avaliação

em larga escala tem sido a competência leitora,

mas, diante do quadro social e educacional que se

apresenta atualmente, é fundamental considerar a

importância da produção textual tanto no universo

escolar quanto fora dele.

A interação que ocorre no relacionamento social

desempenha um papel fundamental na construção

do ser humano, por meio da relação interpessoal

concreta com outros homens, e é pela linguagem

que o sujeito utiliza signos para auxiliar na tradução

de ideias, sentimentos, vontades, pensamentos,

emoções, abstenções e até conceitos.

Contudo, diferencia-se o conhecimento construído

na experiência pessoal e o que se desenvolve

no processo escolar, sendo este instituído como

um conhecimento científico, sistematizado, nas

interações escolarizadas. Entretanto, estes dois

processos estão, na realidade, ligados, sendo que

o segundo complementa o primeiro, pois elabora

e desenvolve os conhecimentos já existentes.

É constante a presença e o uso da língua escrita

no ambiente escolar; dessa forma, é comum

qualificar a escola como representante da cultura

letrada. Por outro lado, a pesquisa social revela

a variedade histórica e social nas práticas que

envolvem leitura e escrita. Desse modo, a escrita

faz parte da sociedade não de forma abstrata, mas

relacionada a situações de interação social que

lhe dão sentido.

Diante desse cenário, a avaliação em Língua

Portuguesa do SPAECE 2012 (3ª série do Ensino

Médio e Educação de Jovens e Adultos - 2º período)

1

A IMPORTÂNCIA DA PRODUÇÃO DE TEXTOS NA AVALIAÇÃO EM LARGA ESCALA

08 SPAECE 2012

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tem o objetivo diagnóstico de aferir as capacidades

e habilidades em leitura e escrita que os alunos da

rede pública estadual desenvolveram ao longo de

seu processo de escolarização.

Assim, de maneira diferente e, ao mesmo tempo,

complementar ao teste em que responde a itens

de múltipla escolha, na produção de texto, o

aluno assume a autoria de um texto. Avaliam-se,

portanto, conjuntamente, as competências de

leitura e de escrita.

Avaliam-se habilidades de leitura, pois escrever

um texto pressupõe, primeiro, compreender a

proposta apresentada, para depois se passar à

elaboração de uma outra escrita que é a produção

textual do aluno.

Quando o aluno aprende a produzir textos,

percebe-se que ele chegou, realmente, a uma

conscientização de como funciona a língua e dos

recursos que deverão ser colocados em jogo para

a produção do texto.

Portanto, a inclusão da produção de texto na

avaliação em larga escala deve-se à possibilidade

de realizar um diagnóstico mais preciso do domínio

linguístico e textual do sujeito-aluno, em situação

formal de produção de textos escritos.

Sendo assim, os resultados obtidos por meio da

avaliação podem ser o ponto de partida para

a transposição dos obstáculos envolvidos no

processo de desenvolvimento de uma escrita

coerente e coesa. Além disso, é essencial que, a

partir da análise dos resultados, sejam oferecidas

aos alunos as ferramentas que o auxiliem nessa

tarefa e permitam que eles se descubram capazes

de atingir o nível de letramento satisfatório para

sua faixa etária, como parte do processo de

desenvolvimento da competência escritora.

Boletim Pedagógico 09

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2

Assim como ocorre para a implementação da

avaliação das habilidades de leitura e também para

avaliação da competência escritora, é fundamental

a elaboração de uma Matriz.

No caso específico da avaliação de Produção de

Texto do SPAECE, a Matriz de Competências de

Produção de Texto apresenta o objeto da avaliação

e é constituída de 5 (cinco) competências básicas

(Registro, Tema/Tipologia Textual, Coerência;

Coesão; Proposta de Intervenção), assim como as

avaliações nacionais.

• Na competência 1, Registro,

avalia-se o domínio de um conjunto de regras de

utilização da língua, do ponto de vista morfológico,

sintático e semântico.

• Na competência 2, Tema/Tipologia Textual,

avalia-se a adequada compreensão da proposta

de produção de texto, seu desenvolvimento

associado a conhecimentos de diversas áreas e a

conformidade com a tipologia prevista, no caso, a

expositivo-argumentativa.

• Na competência 3, Coerência,

avalia-se a articulação de frases e parágrafos por

meio de recursos linguísticos de tal forma que

haja uma sequência lógica entre as ideias. Além

disso, é observada a argumentação consistente

através de fatos, exemplos e opiniões que possam

sustentá-la.

• Na competência 4, Coesão,

avalia-se a utilização de elementos conectores

e referentes de forma a construir um texto com

ideias entrelaçadas e conectadas.

• Na competência 5, Proposta de Intervenção,

avalia-se a habilidade de o aluno sugerir uma

solução para o problema abordado na proposta,

respeitando os direitos humanos e considerando

a diversidade sociocultural.

A seguir, apresentamos a Matriz de Correção por

Competências de Produção de Texto que segue

os parâmetros nacionais de avaliação da escrita,

conjugados com as Diretrizes Estaduais de Língua

Portuguesa, tendo como base a Matriz do ENEM –

Exame Nacional do Ensino Médio.

A MATRIZ DE COMPETÊNCIAS DE PRODUÇÃO DE TEXTO

10 SPAECE 2012

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NÍVEL II (4,0)

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io m

ed

ian

o

da n

orm

a pa

drão

, apr

esen

tand

o gr

ande

qu

antid

ade

de d

esvi

os g

ram

atic

ais

e de

co

nven

ções

da

escr

ita g

rave

s ou

gra

víss

imos

, al

ém d

e pr

esen

ça d

e m

arca

s de

ora

lidad

e.

Assi

m, h

á ce

rtos

desv

ios

grav

es q

ue o

corre

m

em v

ária

s pa

rtes

do te

xto,

reve

land

o qu

e m

uito

s as

pect

os im

port

ante

s da

nor

ma

padr

ão

aind

a nã

o fo

ram

inco

rpor

ados

aos

seu

s há

bito

s lin

guíst

icos.

O e

stu

da

nte

qu

e r

ea

liza

r m

uit

os

de

svio

s g

rave

s o

u g

ravís

sim

os,

ma

s n

ão

a

pre

sen

tar

de

sest

rutu

raçã

o s

intá

tica

em

e

xce

sso

, re

ceb

erá

ess

a p

on

tua

ção

.

O e

stud

ante

des

envo

lve

de fo

rma

me

dia

na o

tem

a, a

pres

enta

ndo

tend

ênci

a ao

tang

enci

amen

to. D

esen

volv

e um

a ar

gum

enta

ção

prev

isív

el a

par

tir d

e ar

gum

ento

s do

sen

so c

omum

, e c

ópia

s re

corre

ntes

(cita

ções

di

reta

s) d

os te

xtos

mot

ivad

ores

, ou

apre

sent

a do

mín

io p

recá

rio d

o tip

o te

xtua

l exp

ositi

vo-

argu

men

tativ

o, c

om a

rgum

enta

ção

falh

a ou

te

xto

apen

as e

xpos

itivo

.

O e

stu

da

nte

ap

rese

nta

in

form

açõ

es,

fa

tos

e o

pin

iõe

s p

ou

co a

rtic

ula

do

s o

u c

on

tra

dit

óri

os,

em

bora

pe

rtin

ente

s ao

tem

a pr

opos

to. O

te

xto

que

se li

mita

r a re

prod

uzir

os

argu

men

tos

cons

tant

es n

a pr

opos

ta

de p

rodu

ção

text

ual,

em d

efes

a de

um

pon

to d

e vi

sta,

tam

bém

rece

berá

es

sa p

ontu

ação

.

O e

stud

ante

art

icul

a as

par

tes

do te

xto,

por

ém c

om

mu

ita

s in

ad

eq

ua

çõe

s na

util

izaç

ão d

os re

curs

os

coes

ivos

. A p

rodu

ção

text

ual e

nqua

drad

a ne

ste

níve

l po

derá

con

ter d

esvi

os, c

omo:

fras

es fr

agm

enta

das

que

com

prom

etam

a e

stru

tura

lógi

co-g

ram

atic

al;

sequ

ênci

a ju

stap

osta

de

idei

as s

em e

ncai

xam

ento

s si

ntát

icos;

aus

ênci

a de

par

agra

façã

o; fr

ase

com

ape

nas

oraç

ão s

ubor

dina

da, s

em o

raçã

o pr

inci

pal.

Pode

cont

er ta

mbé

m d

esvi

os d

e m

enor

gra

vida

de: e

mpr

ego

equi

voca

do d

o co

nect

or; e

mpr

ego

do p

rono

me

rela

tivo

sem

a p

repo

siçã

o, q

uand

o ob

rigat

ória

; rep

etiç

ão

desn

eces

sária

de

pala

vras

ou

subs

titui

ção

inad

equa

da

sem

se

vale

r dos

recu

rsos

de

subs

titui

ção

ofer

ecid

os

pela

líng

ua. E

sta

pont

uaçã

o de

ve s

er a

trib

uída

ao

estu

dant

e qu

e de

mon

stra

r pou

co d

omín

io d

os

recu

rsos

coe

sivo

s.

O e

stud

ante

ela

bora

pro

post

a de

inte

rven

ção

rela

cion

ada

ao

tem

a de

form

a p

recá

ria, n

ão

artic

ulad

a co

m a

dis

cuss

ão

dese

nvol

vida

no

text

o, o

u co

m

dese

nvol

vim

ento

pre

cário

dos

m

eios

par

a re

aliz

á-la

.

Boletim Pedagógico 11

Page 14: SPAECE 2012 · defi cientes visuais e, no caso da 3ª série do Ensino Médio, os testes de Língua Portuguesa e Matemática, em convergência com a proposta da Matriz de Referência

MAT

RIZ

DE C

OMPE

TÊN

CIAS

DE

PRO

DUÇÃ

O D

E TE

XTO

NÍVELCO

MPE

TÊN

CIAS

I – R

EGIS

TRO

II –

TEM

A /

TIPO

LOGI

A TE

XTUA

LIII

– C

OER

ÊNCI

AIV

– C

OES

ÃOV

– PR

OPO

STA

DE

INTE

RVEN

ÇÃO

Dem

onst

rar d

omín

io d

a no

rma

padr

ão d

a lín

gua

escr

ita: o

rtogr

afia,

pon

tuaç

ão, s

inta

xe,

adeq

uaçã

o vo

cabu

lar,

form

ação

de

pala

vras

, m

arge

ns re

gula

res,

par

agra

façã

o es

tétic

a,

dire

ção

da e

scrit

a et

c.

Com

pree

nder

a p

ropo

sta

de p

rodu

ção

text

ual

e ap

licar

con

ceito

s da

s vá

rias

área

s do

co

nhec

imen

to p

ara

dese

nvol

ver o

tem

a de

ntro

do

s lim

ites

estr

utur

ais

do te

xto

expo

sitiv

o-ar

gum

enta

tivo

Sele

cion

ar, r

elac

iona

r, or

gani

zar

e in

terp

reta

r inf

orm

açõe

s, fa

tos,

op

iniõ

es e

arg

umen

tos

em d

efes

a de

um

pon

to d

e vi

sta

Dem

onst

rar c

onhe

cim

ento

dos

mec

anis

mos

lin

guíst

icos

nece

ssár

ios

à co

nstr

ução

da

argu

men

taçã

o:

enca

deam

ento

text

ual

Elab

orar

pro

post

a de

in

terv

ençã

o pa

ra o

pr

oble

ma

abor

dado

, re

spei

tand

o os

dire

itos

hum

anos

e c

onsi

dera

ndo

a di

vers

idad

e so

cioc

ultu

ral.

NÍVEL III (6,0)

O e

stud

ante

dem

onst

ra d

omín

io a

de

qu

ad

o d

a no

rma

padr

ão, a

pres

enta

ndo

algu

ns d

esvi

os

gram

atic

ais

grav

es e

de

conv

ençõ

es d

a es

crita

, ou

mui

tos

desv

ios

leve

s. A

ssim

, há

certo

s de

svio

s qu

e oc

orre

m e

m v

ária

s pa

rtes

do

text

o, re

vela

ndo

que

um o

u m

ais

aspe

ctos

da

norm

a pa

drão

ain

da n

ão fo

ram

inco

rpor

ados

ao

s se

us h

ábito

s lin

guíst

icos.

Des

vios

mai

s gr

aves

, com

o a

ausê

ncia

de

conc

ordâ

ncia

ve

rbal

ou

nom

inal

, não

impe

dem

que

a

prod

ução

text

ual r

eceb

a es

sa p

ontu

ação

, des

de

que

não

confi

gure

m fa

lta d

e do

mín

io a

bsol

uto

do p

adrã

o da

ling

uage

m e

scrit

a fo

rmal

. Ass

im,

o e

stu

da

nte

qu

e r

ea

liza

r a

lgu

ns

de

svio

s g

rave

s o

u g

ravís

sim

os,

ou

mu

ito

s d

esv

ios

leve

s, p

od

e r

ece

be

r e

ssa

po

ntu

açã

o.

O e

stud

ante

des

envo

lve

de fo

rma

adeq

uada

o

tem

a, m

as a

pres

enta

um

a a

bo

rda

ge

m

sup

erfi

cia

l, di

scut

indo

out

ras

ques

tões

re

laci

onad

as. D

esen

volv

e um

a ar

gum

enta

ção

prev

isív

el e

apr

esen

ta d

omín

io a

dequ

ado

do ti

po te

xtua

l exp

ositi

vo-a

rgum

enta

tivo,

m

as n

ão a

pres

enta

exp

licita

men

te u

ma

tese

, de

tend

o-se

mai

s no

car

áter

exp

ositi

vo d

o qu

e no

arg

umen

tativ

o. R

epro

duz

idei

as d

o se

nso

com

um n

o de

senv

olvi

men

to d

o te

ma.

O e

stud

ante

apr

esen

ta in

form

açõe

s,

fato

s, o

pini

ões

e ar

gum

ento

s pe

rtin

ente

s ao

tem

a pr

opos

to, p

orém

os

org

aniz

a e

rela

cion

a de

form

a p

ou

co c

on

sist

en

te e

m d

efes

a de

se

u po

nto

de v

ista.

As

info

rmaç

ões

são

alea

tória

s e

desc

onec

tada

s en

tre

si, e

mbo

ra re

laci

onad

as a

o te

ma.

O

text

o re

vela

pou

ca a

rtic

ulaç

ão

entre

os

argu

men

tos,

que

não

são

co

nvin

cent

es p

ara

defe

nder

a o

pini

ão

do a

utor

.

O e

stud

ante

art

icul

a as

par

tes

do te

xto,

por

ém c

om

alg

um

as

ina

de

qu

açõ

es

na u

tiliz

ação

dos

recu

rsos

co

esiv

os. A

pro

duçã

o te

xtua

l enq

uadr

ada

nest

e ní

vel p

oder

á co

nter

eve

ntua

is d

esvi

os, c

omo:

fras

es

frag

men

tada

s qu

e co

mpr

omet

am a

est

rutu

ra ló

gico

-gr

amat

ical

; seq

uênc

ia ju

stap

osta

de

idei

as s

em

enca

ixam

ento

s si

ntát

icos;

aus

ênci

a de

par

agra

façã

o;

fras

e co

m a

pena

s or

ação

sub

ordi

nada

, sem

ora

ção

prin

cipa

l. Po

derá

con

ter a

inda

des

vios

de

men

or

grav

idad

e: e

mpr

ego

equi

voca

do d

o co

nect

or; e

mpr

ego

do p

rono

me

rela

tivo

sem

a p

repo

siçã

o, q

uand

o ob

rigat

ória

; rep

etiç

ão d

esne

cess

ária

de

pala

vras

ou

subs

titui

ção

inad

equa

da s

em s

e va

ler d

os re

curs

os d

e su

bstit

uiçã

o of

erec

idos

pel

a lín

gua.

Est

a po

ntua

ção

deve

ser

atr

ibuí

da a

o es

tuda

nte

que

dem

onst

rar

dom

ínio

regu

lar d

os re

curs

os c

oesi

vos.

O e

stud

ante

ela

bora

pro

post

a de

inte

rven

ção

rela

cion

ada

ao

tem

a, m

as p

ou

co a

rtic

ula

da

à di

scus

são

dese

nvol

vida

no

text

o, o

u se

ja, c

om p

ouca

fu

ndam

enta

ção

ou b

asea

da e

m

idei

as d

o se

nso

com

um.

NÍVEL IV (8,0)

O e

stud

ante

dem

onst

ra b

om

dom

ínio

da

norm

a pa

drão

, apr

esen

tand

o po

ucos

des

vios

gr

amat

icai

s le

ves

e de

con

venç

ões

da e

scrit

a.

Assi

m, o

mes

mo

desv

io n

ão o

corre

em

vár

ias

parte

s do

text

o, o

que

reve

la q

ue a

s ex

igên

cias

da

nor

ma

padr

ão fo

ram

inco

rpor

adas

aos

se

us h

ábito

s lin

guíst

icos

e os

des

vios

fora

m

even

tuai

s. D

esvi

os m

ais

grav

es, c

omo

a au

sênc

ia d

e co

ncor

dânc

ia v

erba

l ou

nom

inal

, nã

o im

pede

m q

ue a

pro

duçã

o te

xtua

l rec

eba

essa

pon

tuaç

ão, d

esde

que

não

se

repi

tam

re

gula

rmen

te n

o te

xto.

Ass

im, o

est

ud

an

te

qu

e r

ea

liza

r p

ou

cos

de

svio

s le

ve

s o

u

po

uq

uís

sim

os

de

svio

s g

rave

s p

od

e r

ece

be

r e

ssa

po

ntu

açã

o.

O e

stud

ante

des

envo

lve

be

m o

tem

a, m

as

não

expl

ora

os s

eus

aspe

ctos

prin

cipa

is.

Dese

nvol

ve u

ma

argu

men

taçã

o co

nsist

ente

e

apre

sent

a bo

m d

omín

io d

o tip

o te

xtua

l ex

posi

tivo-

argu

men

tativ

o, m

as n

ão a

pres

enta

ar

gum

ento

s be

m d

esen

volv

idos

. Os

argu

men

tos

defe

ndid

os n

ão fi

cam

rest

ritos

à re

prod

ução

das

id

eias

con

tidas

nos

text

os m

otiv

ador

es n

em a

qu

estõ

es d

o se

nso

com

um.

O e

stud

ante

sel

ecio

na, o

rgan

iza

e re

laci

ona

info

rmaç

ões,

fato

s, o

pini

ões

e ar

gum

ento

s pe

rtin

ente

s ao

tem

a pr

opos

to d

e fo

rma

con

sist

en

te,

em d

efes

a de

seu

pon

to d

e vi

sta.

Ex

plic

ita a

tese

, sel

ecio

na a

rgum

ento

s qu

e po

ssam

com

prov

á-la

e e

labo

ra

conc

lusã

o ou

pro

post

a qu

e m

ante

nha

coer

ênci

a co

m a

opi

nião

def

endi

da

na p

rodu

ção

text

ual.

Entre

tant

o, o

s ar

gum

ento

s ut

iliza

dos

são

prev

isív

eis.

N

ão h

á có

pia

de a

rgum

ento

s do

s te

xtos

mot

ivad

ores

.

O e

stud

ante

art

icul

a as

par

tes

do te

xto,

com

po

uca

s in

ad

eq

ua

çõe

s na

util

izaç

ão d

e re

curs

os c

oesi

vos.

A

prod

ução

text

ual e

nqua

drad

a ne

ste

níve

l não

pod

erá

cont

er: f

rase

s fr

agm

enta

das

que

com

prom

etam

a

estr

utur

a ló

gico

-gra

mat

ical

; seq

uênc

ia ju

stap

osta

de

idei

as s

em e

ncai

xam

ento

s si

ntát

icos;

aus

ênci

a de

pa

ragr

afaç

ão; f

rase

com

ape

nas

oraç

ão s

ubor

dina

da,

sem

ora

ção

prin

cipa

l. Po

derá

, no

enta

nto,

con

ter

algu

ns d

esvi

os d

e m

enor

gra

vida

de: e

mpr

ego

equi

voca

do d

o co

nect

or; e

mpr

ego

do p

rono

me

rela

tivo

sem

a p

repo

siçã

o, q

uand

o ob

rigat

ória

; re

petiç

ão d

esne

cess

ária

de

pala

vras

ou

subs

titui

ção

inad

equa

da s

em s

e va

ler d

os re

curs

os d

e su

bstit

uiçã

o of

erec

idos

pel

a lín

gua.

Est

a po

ntua

ção

deve

ser

at

ribuí

da a

o es

tuda

nte

que

dem

onst

rar d

omín

io d

os

recu

rsos

coe

sivo

s.

O e

stud

ante

ela

bora

pro

post

a de

inte

rven

ção

clar

a,

rela

cion

ada

à te

se e

be

m

art

icu

lad

a c

om a

dis

cuss

ão

dese

nvol

vida

no

text

o,

expl

icita

ndo

os m

eios

par

a re

aliz

á-la

.

NÍVEL V (10)

O e

stud

ante

dem

onst

ra e

xce

len

te d

omín

io

da n

orm

a pa

drão

, não

apr

esen

tand

o ou

apr

esen

tand

o po

uquí

ssim

os d

esvi

os

gram

atic

ais

leve

s e

de c

onve

nçõe

s da

esc

rita.

As

sim

, o m

esm

o de

svio

não

oco

rre e

m v

ária

s pa

rtes

do te

xto,

o q

ue re

vela

que

as

exig

ênci

as

da n

orm

a pa

drão

fora

m in

corp

orad

as a

os

seus

háb

itos

lingu

ístico

s e

os d

esvi

os fo

ram

ev

entu

ais.

De

svio

s m

ais

gra

ve

s, c

om

o a

a

usê

nci

a d

e c

on

cord

ân

cia

ve

rba

l, e

xclu

em

a

pro

du

ção

te

xtu

al d

a p

on

tua

ção

ma

is a

lta

.

O e

stud

ante

des

envo

lve

mu

ito

be

m o

tem

a,

expl

oran

do o

s se

us p

rinci

pais

asp

ecto

s. A

pr

oduç

ão te

xtua

l con

tém

um

a ar

gum

enta

ção

cons

isten

te, r

evel

ando

exc

elen

te d

omín

io d

o tip

o te

xtua

l exp

ositi

vo-a

rgum

enta

tivo.

Isso

si

gnifi

ca q

ue o

text

o es

tá e

stru

tura

do, p

or

exem

plo,

com

: um

a in

trodu

ção,

em

que

a te

se

a se

r def

endi

da é

exp

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12 SPAECE 2012

Page 15: SPAECE 2012 · defi cientes visuais e, no caso da 3ª série do Ensino Médio, os testes de Língua Portuguesa e Matemática, em convergência com a proposta da Matriz de Referência

Acompanhando a tendência nacional de a

avaliação em larga escala contemplar, além

da avaliação da competência leitora, também

a produção de textos, o SPAECE 2012 avaliou

a comunicação escrita formal, aferindo o

desempenho em produção de textos de alunos

da 3ª série do Ensino Médio e Educação de

Jovens e Adultos - 2º período.

Seguindo o padrão das avaliações nacionais,

associadas às diretrizes curriculares estaduais,

solicitou-se aos alunos a elaboração de um texto em

prosa, dentro da tipologia expositivo-argumentativa,

estrutura textual a partir da qual os alunos poderiam

explorar, por exemplo, gêneros como artigo de

opinião ou ensaio. A escolha por uma produção

textual por tipologia confere-lhes liberdade para

definirem as propriedades sociocomunicativas

necessárias para a transmissão da mensagem

pretendida por cada um.

Sabemos que as avaliações nacionais adotam, em

suas propostas de redação (como denominam a

produção textual), a nomenclatura dissertativo-

argumentativa para estabelecer a estrutura textual

a qual o seu participante deve atender.

Dissertar é o mesmo que discorrer, oralmente ou

por escrito, sobre um assunto de forma metódica

e abrangente. Por sua vez, um texto dissertativo-

argumentativo é uma produção textual que tem

como objetivo comunicativo explicar um tema,

assumindo um posicionamento acerca da análise e/

ou discussão de um problema social controverso.

É justamente essa a finalidade da avaliação de

Produção de Texto proposta pelo SPAECE. Isto é,

a partir da situação apresentada para debate, os

alunos produziram um texto no qual precisaram

lançar mão de diferentes formas de saberes,

sustentando, refutando ou negociando uma tomada

de posição, por meio da transmissão e construção

de saberes intrínsecos a eles e ao contexto no qual

estão inseridos.

Além disso, todas as formas de discurso verbal,

por mais ligadas que sejam a uma estrutura

tipológica textual (uma espécie de sequência

teoricamente definida pela natureza linguística de

sua composição – aspectos lexicais, sintáticos,

tempos verbais, relações lógicas etc.), possuem

sequências discursivas de outras tipologias. No

caso dos textos de opinião, por exemplo, é quase

inexistente a possibilidade de o autor defender

uma tese, ou seja, posicionar-se, sem antes realizar

A PRODUÇÃO DE TEXTOS NO SPAECE 2012

Boletim Pedagógico 13

3

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uma apresentação do tema sobre o qual tratará, o

senso comum ligado ao assunto e suas impressões

pessoais. Essa apresentação de ideias vem sendo

denominada pela linguística textual de exposição,

já empregada como tipologia textual e, como essas

sequências expositivas estão intrínsecas aos textos

argumentativos, a proposta de produção de texto do

SPAECE adotou o termo expositivo-argumentativo.

O SPAECE, assim como as avaliações em nível

nacional, quer ir além da observação das estruturas

de funcionamento da língua escrita. Ele pretende

avaliar se os alunos conseguem se posicionar

perante a sociedade e as discussões do dia a dia,

fazendo uso de uma modalidade da escrita em

conformidade com a norma padrão.

A partir dessas considerações, optou-se por solicitar

a elaboração de um texto pertencente à ordem do

argumentar (em uma estrutura híbrida com a ordem

do expor), pois a mesma tem papel fundamental em

uma proposta de ensino que busque a formação

cidadã dos alunos.

Entendemos, assim, que argumentar é uma forma

de ação pela linguagem, através da qual o falante

sustenta uma posição sobre determinada questão

polêmica, utilizando meios de convencer o leitor

ou ouvinte sobre determinado ponto de vista,

mediante a apresentação de razões. Usam-se,

portanto, argumentos para negociar direitos e

deveres, para defender posições e divulgar ideias

sobre os mais variados assuntos. Ainda assim, as

estratégias comunicativas podem variar de acordo

com o ouvinte ou leitor que se pretende atingir.

Para produzir um discurso argumentativo, o

indivíduo pode dispor, como forma de justificativa,

na defesa de sua tese ou posição, de exemplos,

comparações, causas, entre outros, lançando mão

de diferentes ações de linguagem quando optam

por gêneros da ordem do argumentar (sustentação,

refutação, negociação de tomadas de posição,

persuasão, convencimento) e, considerando as

ações que envolvem o argumentar, trabalhar com

esse discurso é afirmar que a argumentação é uma

atividade discursiva que possibilita a defesa de

pontos de vista, independente da faixa etária ou

da etapa escolar, pois o exercício da argumentação

está presente no cotidiano de todas as pessoas.

Para elaborar um discurso argumentativo, os

alunos precisam refletir sobre as finalidades e

as esferas sociais em que os diversos textos

argumentativos circulam. A produção deve partir

de um tema passível de debate e o contexto de

produção deve favorecer a defesa do ponto de

vista do aluno, entendendo que todo texto resulta

de um comportamento verbal concreto e no qual

estariam implícitos aspectos relacionados ao lugar

de produção, ao momento de produção e às

características relativas ao emissor e ao receptor.

Partindo dessa perspectiva avaliativa, com base em

textos motivadores, a proposta de produção textual

do SPAECE exigiu do aluno a elaboração de um

texto em prosa, do tipo expositivo-argumentativo,

sobre um tema de ordem social, científica, cultural

ou política. Os aspectos avaliados relacionam-

se às competências que ele precisa desenvolver

durante a etapa de escolaridade, as quais foram

apresentadas na Matriz de Competências de

Produção de Texto.

Nessas produções textuais, os alunos deveriam

defender uma tese, uma opinião a respeito do tema

proposto, apoiada em argumentos consistentes,

estruturados de forma coerente e coesa, de

modo a formar uma unidade textual. Os textos

precisavam, ainda, estar de acordo com a norma

padrão da Língua Portuguesa e apresentar uma

solução para o problema elencado na proposta de

produção textual.

14 SPAECE 2012

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Cada texto foi avaliado por, pelo menos, 2 (dois) especialistas, de forma independente,

sem que um conhecesse a nota atribuída pelo outro. Cada avaliador atribuiu uma nota

entre 0 (zero) e 10 (dez) pontos para cada uma das 5 (cinco) competências e a soma

desses pontos compôs a nota total de cada avaliador, que pode chegar a 50 (cinquenta)

pontos. A nota final do aluno é a média aritmética das notas totais atribuídas pelos dois

avaliadores, alocada em uma escala que varia entre 0 (zero) e 10 (dez) pontos, em

intervalos de 2 (dois) pontos.

No entanto, quando as notas finais da primeira e da segunda correções diferiram em

mais de 2 (dois) pontos ou apresentaram situações de correção diferentes (Insuficiente

vs. Desconsiderado, por exemplo), a produção de texto foi avaliada, de forma

independente, por um terceiro especialista, responsável pela supervisão da equipe

que realizou as duas correções anteriores. Assim, a nota final foi aquela atribuída por

ele, que pôde optar por uma das correções anteriores ou realizar uma nova atribuição

de nota para o texto.

4

A AVALIAÇÃO DAS PRODUÇÕES TEXTUAIS DOS ALUNOS: INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS GERAIS E ANÁLISES PEDAGÓGICAS

A proposta de produção textual de 2012

O teste de Produção de Texto do SPAECE teve como mote uma proposta de produção

textual específica, constituída por 3 (três) textos motivadores e uma situação de

produção que delimita o tema e o objetivo que se espera do texto elaborado pelo aluno.

Boletim Pedagógico 15

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PRODUÇÃO DE TEXTO

(RED00027) Leia os textos abaixo e, em seguida, faça uma produção textual de acordo com a proposta solicitada.

Texto 1 Texto 3

Violência é um comportamento que causa in-tencionalmente dano ou intimidação moral a outra pessoa, ser vivo ou dano a quaisquer objetos. Tal comportamento pode invadir a autonomia, inte-gridade física ou psicológica e mesmo a vida de outro. É o uso excessivo de força, além do neces-sário ou esperado. [...]

Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Viol%C3%AAncia>. Acesso em: 14 set. 2012. Fragmento.

Disponível em: <educapaz-jaiartes.blogspot.com>.Acesso em: 14 set. 2012.

Texto 2

“A violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota.”

Frase atribuída ao filósofo francês Jean-Paul Sartre. Disponível em: <http://pensador.uol.com.br/autor/jean_paul_sartre/>.

Acesso em: 14 set. 2012.

(RED00027_SUP)

Com base nesses textos e nos seus conhecimentos, escreva um texto expositivo-argumentativo em prosa, na modalidade culta da Língua Portuguesa, com aproximadamente 20 (vinte) linhas, sobre o seguinte tema:

VIOLÊNCIA: O MUNDO PEDE PAZ

A partir desse tema, discuta a questão da violência na sociedade contemporânea, apontando causas e consequências des-se problema social, mostrando como é possível reverter essa situação. Não se esqueça de organizar o seu pensamento, justificando o seu ponto de vista.

Apresente um título ao seu texto.

O Texto 1 é um verbete extraído de uma página da internet e apresenta o conceito

de VIOLÊNCIA. Trata-se de um texto de caráter informativo, destinado a explicar o

conceito, segundo padrões descritivos sistemáticos.

Já o Texto 2 apresenta um pensamento atribuído a Jean-Paul Sartre, no qual o famoso

filósofo apresenta seu repúdio a qualquer forma de violência.

Completando a proposta, o Texto 3 traz uma imagem vinculada em uma campanha

de divulgação do Dia da Não Violência, comemorado em 30 janeiro. Essa imagem

apresenta silhuetas de pessoas diferentes unidas pelas mãos e sucedidas por uma

frase do líder religioso Mahatma Gandhi.

16 SPAECE 2012

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Resultado geral por situação de correção

Não possuindo nenhuma situação de correção que impedisse a verificação das competências elencadas

pela Matriz, um texto só recebeu a nota 0 (zero) se a escrita apresentada pelo aluno tivesse sido

classificada no primeiro nível da Matriz ou se teve sua correção finalizada no momento da verificação da

SITUAÇÃO DE CORREÇÃO, quando apresentou uma das seguintes características:

• FUGA TOTAL AO TEMA OU NÃO OBEDIÊNCIA À ESTRUTURA EXPOSITIVO-ARGUMENTATIVA

Quando o aluno não abordou de modo algum o tema proposto

ou se o aluno escreveu um texto que não possuía nenhuma

marca argumentação. Nesses casos, o texto foi classificado como

DESCONSIDERADO. Veja exemplo a seguir.

O aluno, declaradamente, optou por escrever um texto sobre a internet.

Boletim Pedagógico 17

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• TEXTO COM ATÉ 7 (SETE) LINHAS ESCRITAS

Segundo os critérios de verificação da situação de correção, o

texto que apresentou essa característica foi classificado como

INSUFICIENTE, critério esse aplicado quando o aluno escreveu

um texto com até 7 (sete) linhas. Assim, só foram efetivamente

considerados para correção os textos com 8 (oito) linhas escritas ou

mais. Para isso, o título contava como uma linha, quando o mesmo

foi posto pelo aluno. A seguir, exemplos de textos que se enquadram

nessa classificação.

Somando os dois parágrafos e o título, o texto apresenta apenas 6 (seis) linhas escritas.

18 SPAECE 2012

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Vale ressaltar que, para efeito de correção e de contagem do mínimo

de linhas, a cópia parcial dos textos motivadores ou de questões

objetivas do Caderno de Teste implicou a desconsideração do

número de linhas copiadas.

O texto apresenta apenas 5 (cinco) linhas escritas, somando o título e as

demais sequências textuais.

Boletim Pedagógico 19

Page 22: SPAECE 2012 · defi cientes visuais e, no caso da 3ª série do Ensino Médio, os testes de Língua Portuguesa e Matemática, em convergência com a proposta da Matriz de Referência

O aluno rasurou o texto que havia iniciado,

anulando a produção.

• IMPROPÉRIOS, DESRESPEITO AOS DIREITOS HUMANOS, DESENHOS OU OUTRAS FORMAS PROPOSITAIS DE ANULAÇÃO

Enquadraram-se, nessa situação de correção ANULADO, os textos

que trouxeram palavras de baixo calão, rasura e/ou desenho no

Cartão de Produção de Texto ou desrespeito aos direitos humanos

em sua proposta de intervenção, sugerindo alternativas que se

opõem à ideologia da legislação nacional vigente. Veja exemplos de

textos anulados.

20 SPAECE 2012

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O aluno escreveu frases soltas e fez garatujas.

Boletim Pedagógico 21

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Em sua proposta de

intervenção, o aluno sugeriu

a pena de morte como alternativa

para o problema da violência. É um

ponto de vista do aluno, mas fere a

legislação brasileira que não prevê esse

tipo de condenação e, ao considerá-la

válida, a correção estaria ratificando

essa ideia, rompendo com a

imparcialidade da correção.

22 SPAECE 2012

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O aluno optou por não realizar a

avaliação de Produção de Texto. É muito

importante destacar que os alunos ausentes não recebem nenhum tipo

de nota, apenas o conceito AUSENTE.

• FOLHA DE PRODUÇÃO DE TEXTO EM BRANCO

Foi classificado EM BRANCO todo Cartão de Produção de Texto

entregue, literalmente, sem nada escrito, mas o aluno respondeu

às questões do teste de múltipla escolha. A seguir, um exemplo

dessa situação.

Boletim Pedagógico 23

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• TEXTO COM ESCRITA ILEGÍVEL

Foi considerada ILEGÍVEL toda produção cuja escrita do aluno não

era totalmente legível ou se ele redigiu um texto em outro idioma

que não o Português. Os exemplos a seguir ilustram essa situação.

A escrita de mais de 50% desses textos está ilegível, impossibilitando a compreensão do que os alunos escreveram.

24 SPAECE 2012

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Veja, no Quadro 1, o percentual total de produções textuais em cada SITUAÇÃO DE

CORREÇÃO na avaliação de 2012.

SITUAÇÃO DE CORREÇÃOPERCENTUAL DE ALUNOS

3ª SÉRIE EM EJA 2º PERÍODO

Normal 90,44 72,35

Em Branco 7,66 22,23

Insuficiente 0,62 2,48

Desconsiderado 0,94 2,40Anulado 0,30 0,39Ilegível 0,04 0,15

Total 100,0 100,0Quadro 1 – Percentual total de alunos por situação de correção

A obtenção de um resultado mais amplo da realidade educacional de uma rede de ensino,

por meio da avaliação externa, está ligada diretamente a um processo avaliativo cuja

participação dos alunos atinja índices elevados, panorama positivo visto no teste da 3ª

série do Ensino Médio do SPAECE 2012. A partir dos dados apresentados no Quadro 1,

no que concerne aos textos com situação de correção NORMAL, ou seja, sem nenhuma

questão técnica ou textual que impedisse a verificação das competências linguístico-

discursivas desenvolvidas por eles, constatamos que 90,44% dos alunos participaram da

avaliação de Língua Portuguesa na modalidade de Produção de Texto no Ensino Regular

e 72,35%, na Educação de Jovens e Adultos. Esse índice deve-se, em grande parte, à

ampliação do acesso ao Ensino Superior, promovido nos últimos anos, cujos exames de

seleção exigem que os candidatos sejam escritores hábeis.

No entanto, cabe ressaltar o significativo percentual de alunos (22,23%) que optaram por

responder apenas ao teste de Leitura (múltipla escolha) na EJA, abstendo-se de elaborar

a produção textual. Esse índice no Ensino Regular soma 7,66%.

Dentre os alunos que redigiram um texto, observa-se que 0,62% (na 3ª série EM) e 2,48

(na EJA 2º período) conseguiram desenvolver sequências textuais com, no máximo, 7

(sete) linhas, ou seja, INSUFICIENTES, sendo que a proposta de produção textual pedia

textos com aproximadamente 20 (vinte) linhas e a equipe de correção foi orientada a

corrigir qualquer produção NORMAL com 8 (oito) linhas ou mais.

Os percentuais de textos anulados ou ilegíveis são baixos e pouco interferem no

resultado global da avaliação. Contudo, a situação de FUGA AO TEMA, principal critério

de enquadramento para se classificar um texto como DESCONSIDERADO, ainda é

recorrente, principalmente na EJA (2,40%).

O Quadro 1 apresentou informações relativas a todas as produções textuais, ou seja, tanto

os textos válidos (corrigidos) quanto os inválidos (avaliados somente na fase verificação

da situação de correção).

Cabe ressaltar que todos os textos assinalados como EM BRANCO, INSUFICIENTE,

DESCONSIDERADO, ANULADO ou ILEGÍVEL receberam a nota 0 (zero).

26 SPAECE 2012

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Resultado geral por competência

O resultado geral por competência considera apenas as notas obtidas pelos textos

válidos, ou seja, aqueles que não receberam a pontuação 0 (zero) por se enquadrarem

em uma situação de correção que impedisse a aferição do desempenho do aluno por

meio dos quesitos pedagógicos previstos pela Matriz de Competências. No entanto,

conforme mostra a Matriz, o aluno, cujo texto foi classificado como NORMAL, ainda

pôde obter a pontuação mínima, 0 (zero), caso sua escrita tenha sido avaliada como

INADEQUADA em todas as competências.

Os resultados a serem apresentados e comentados nesta seção apresentam a

concentração de alunos por nível de desempenho, em cada competência avaliada, a

partir da nota atribuída ao seu texto, em cada quesito avaliado.

O Quadro 2 apresenta os resultados por competência para os textos classificados na

situação de correção NORMAL na 3ª série do Ensino Médio.

3ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO

Competência Habilidade

Percentual de alunos por nível de desempenho

TotalInadequadoAbaixo do

BásicoBásico Intermediário Adequado Avançado

Nível 0 Nível I Nível II Nível III Nível IV Nível V

I Registro 0,08 2,64 17,60 43,42 31,74 4,52 100,0

II Tema / Tipologia textual 0,08 1,87 13,25 45,07 33,56 6,17 100,0

III Coerência 0,18 2,87 18,19 47,82 26,81 4,14 100,0

IV Coesão 0,33 3,96 22,41 45,03 24,01 4,26 100,0

V Proposta de Intervenção 8,72 24,12 31,19 24,87 9,46 1,66 100,0

Quadro 2 – Resultado geral: percentual de alunos por nível de desempenho e competência – 3ª série do Ensino Médio

Expostos à situação de produção textual na qual precisavam discorrer sobre assunto

da contemporaneidade, os alunos apresentaram desempenho INTERMEDIÁRIO da

competência II, Tema/Tipologia Textual, com 45,07% dos alunos concentrados no Nível

III. Analisando os percentuais apresentados nos demais níveis dessa competência,

destacam-se os encontrados no Nível IV, 33,56%. Esse percentual aponta para o fato

de que uma parcela significativa dos alunos já apresenta um repertório sociocultural

mais amplo, o que sugere uma maior exposição a eventos de letramento nas esferas

intra e extraescolares. Em contrapartida, 13,25% encontram-se no Nível II, mostrando

que, possivelmente, o hábito de argumentar ainda não é sistematizado nas aulas de

Língua Portuguesa, questão histórica no processo educacional brasileiro, em que a

maioria dos gêneros textuais trabalhados, em especial pelos livros didáticos, até a

Boletim Pedagógico 27

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metade do terceiro ciclo do Ensino Fundamental, ainda pertencem, predominantemente,

ao agrupamento do narrar. Entretanto, esses próprios resultados sugerem mudanças

na prática, pois a maior concentração de alunos no Nível V, AVANÇADO, está nessa

competência (6,17%) que avaliou a congruência das ideias pertinentes ao tema em

comunhão com a tipologia textual expositivo-argumentativa solicitada pela proposta de

produção textual.

Retomando a Matriz de Competências de Produção de Texto para analisar os resultados

dos alunos no que compete à competência III, Coerência, nota-se que, na maioria dos

textos avaliados, 47,82%, o autor apresentou informações, fatos, opiniões e argumentos

pertinentes ao tema, porém os organizou de forma pouco consistente para defender o

ponto de vista elencado por ele. Em geral, as informações apresentaram-se de forma

aleatória e, às vezes, desconectadas entre si, embora relacionadas ao assunto delimitado

pela proposta, mas com argumentação pouco convincente. Nesse sentido, ainda falta a

esses alunos um maior repertório de leitura. Esses resultados sugerem, ainda, que falta

a esses alunos mais experiências sociointeracionais nas quais a língua oral e a escrita

se conjuguem para a construção de sentidos. Isso se reflete nos 18,19% de alunos com

desempenho BÁSICO, em coerência textual, apresentando textos com ideias contraditórias,

pouco articuladas ou restritas às colocações feitas pelos textos motivadores da proposta.

Observando as produções textuais dessa etapa de escolaridade pelo ponto de vista

linguístico-estrutural, a segunda concentração de alunos no nível INTERMEDIÁRIO está

nas competência I (Registro). A avaliação de produção de texto apontou que 43,42% dos

alunos avaliados apresentaram, em suas produções, alguns desvios gramaticais graves e

de convenções da escrita ou muitos desvios leves. Assim, há certos desvios que ocorreram

em várias partes do texto, revelando que um ou mais aspectos da norma padrão ainda

não foram incorporados aos seus hábitos linguísticos como incorreções de concordância

verbal ou nominal, aspecto que já deveria ter sido apropriado pelos alunos dessa etapa

de escolaridade. Em contrapartida a esses alunos em nível INTERMEDIÁRIO, 26,81% dos

alunos já apresentam um registro ADEQUADO.

A aferição da competência IV (Coesão) revelou que 45,03% dos alunos avaliados ainda

apresentam domínio INTERMEDIÁRIO, uma vez que, em suas produções, apesar de

articularem as partes do texto, eles ainda apresentam algumas eventuais inadequações

na utilização dos recursos coesivos, tais como: frases fragmentadas que comprometem

a estrutura lógico-gramatical; sequências justapostas de ideias sem encaixamentos

sintáticos; ausência de paragrafação; frase com apenas oração subordinada, sem oração

principal, entre outras de menor gravidade. Esse resultado mostra que os alunos possuem

domínio regular dos recursos coesivos. Contudo, 22,41% dos alunos ainda apresentam

domínio BÁSICO, segunda maior concentração no nível II.

28 SPAECE 2012

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Outra situação que merece destaque na análise do Quadro 2 são os resultados

apresentados pela competência V, Proposta de Intervenção. Os percentuais presentes

nos Níveis 0, I e II somam 64,03% dos alunos com desempenho entre o Inadequado e o

Básico. Esses resultados têm impacto direto na média final dos resultados da rede, das

regionais, dos municípios e das escolas e de cada aluno, individualmente.

Enquanto as competências de I a IV possuem maior concentração de alunos no nível

INTERMEDIÁRIO, a competência V apresenta a menor concentração, 24,87%, de alunos

nesse intervalo de pontuação, pois a maioria dos alunos, 31,19%, elaborou proposta de

intervenção tangencial ao tema ou subentendida no desenvolvimento da argumentação.

O Gráfico 1, a seguir, traz a concentração de alunos por nível de desempenho, a partir da

nota final atribuída ao texto de cada aluno na avaliação de 2012. Nesse gráfico, pode-se

observar o comportamento de cada competência.

Gráfico 1 – Concentração geral de alunos por nível de desempenho – 3ª série do Ensino Médio

Prosseguindo, apresenta-se no Quadro 3, a seguir, os resultados por competência dos

textos válidos da EJA - 2º período.

Boletim Pedagógico 29

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EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 2º PERÍODO

Competência Habilidade

Percentual de alunos por nível de desempenho

InadequadoAbaixo do

BásicoBásico Intermediário Adequado Avançado Total

Nível 0 Nível I Nível II Nível III Nível IV Nível V

I Registro 0,37 10,01 36,67 40,47 11,62 0,86 100,0

II Tema / Tipologia textual 0,32 6,05 29,82 47,22 15,69 0,91 100,0

III Coerência 0,80 9,37 36,78 42,61 9,53 0,91 100,0

IV Coesão 1,66 12,74 41,49 33,78 9,69 0,64 100,0

V Proposta de Intervenção 16,49 32,07 29,39 17,51 4,12 0,43 100,0

Quadro 2 – Resultado geral: percentual de alunos por nível de desempenho e competência – EJA 2º período

Os alunos avaliados na EJA - 2º período, assim como os da educação regular, estão em vias

de conclusão da Educação Básica e muitos deles serão confrontados, em uma realidade

próxima, com exames de seleção para acesso ao Ensino Superior ou inserção no mercado

de trabalho formal (concursos ou seleções públicas). No entanto, o que se tem visto,

muitas vezes, dentre aqueles que ingressam em cursos de graduação, principalmente, é

um domínio da língua pouco apropriado para alunos que passaram pela Educação Básica.

Os resultados por competência do teste de Produção de Texto da EJA mostram que uma

nova visão do papel social da escrita tem sido incorporada ao cotidiano das práticas

escolares, mas ainda não se configuram de forma equânime, uma vez que os alunos

ainda se encontram entre os níveis BÁSICO e INTERMEDIÁRIO. Isso só não ocorre com

a competência V (Proposta de Intervenção), cuja concentração transita entre os níveis

ABAIXO DO BÁSICO e BÁSICO.

Observa-se que 47,22% dos textos produzidos pelos alunos apresentaram adequação

argumentativa, contudo os seus textos ainda apresentam ideias previsíveis, ou seja,

argumentação pertinente ao tema proposto, porém pouco organizadas e relacionadas

de forma pouco consistente em defesa de seu ponto de vista, pois a progressão textual

também se revela deficiente.

O uso da norma padrão da língua escrita ainda é pouco consistente, porque 40,47%

dos alunos encontram-se em estágio INTERMEDIÁRIO, algo que merece atenção, pois

esses alunos estão deixando o Ensino Médio, apresentando alguns desvios graves

ou gravíssimos ou muitos desvios leves, principalmente de ortografia, pontuação e

morfossintaxe. Esses desvios de Registro devem ser atentamente avaliados, uma vez

que eles podem influenciar na Coesão. Nesse caso, a penalização ocorreu de acordo

com o tipo de interferência provocada pelo desvio no texto, ou seja, se ele prejudicou

apenas a estruturação linguística, mas não interferiu no encadeamento das ideias, foi

30 SPAECE 2012

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penalizado na competência I, caso contrário, foi considerado na competência IV também,

porque atrapalhou a sequência de ideias do autor, afetando ainda a coerência do texto.

O percentual de 42,61% de alunos no Nível III, no quesito Coerência, aponta que os

problemas com a coesão textual, com 41,49% dos alunos no nível II, podem interferir na

progressão da argumentação desenvolvida na produção textual.

Para uma melhor elucidação, observe o Gráfico 2 com a concentração geral de alunos por

nível de desempenho, a partir da média geral dos resultados dos alunos.

Gráfico 2 – Concentração geral de alunos por nível de desempenho – EJA 2º período

Boletim Pedagógico 31

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ENTENDENDO OS NÍVEIS DE ESCRITA E O PERFIL DE CADA ESCRITOR COMPREENDIDO POR ELES

A partir das propostas de produção textual aplicadas em cada etapa da avaliação do Ensino Médio,

mediu-se o nível de desenvolvimento dos alunos em relação às competências atreladas ao domínio da

comunicação escrita, estabelecidas pela Matriz de Competências de Produção de Texto.

Cada aluno recebeu uma nota, variável entre 0 (zero) e 10 (dez) pontos, para cada competência, conforme

a divisão por nível estabelecido na Matriz. A média aritmética das notas das 5 (cinco) competências

constitui a nota final do aluno, que também pode ser interpretada com base nas descrições dos níveis da

Matriz. Mesmo apresentando notas alocadas em níveis diferentes da Matriz, o resultado final mostra que

o desempenho do aluno está ligado ou pende para as habilidades descritas no nível em que a nota final

pode ser alocada, definindo o perfil de escritor atrelado a esse intervalo de pontuação.

Para um melhor entendimento, veja a simulação a seguir.

O aluno, após ter seu texto sinalizado como NORMAL, recebeu as seguintes notas nas competências

avaliadas:

COMPETÊNCIA HABILIDADE NOTA NÍVEL CLASSIFICAÇÃO

I Registro 6,0 III Intermediário

II Tema/Tipologia Textual 8,0 IV Adequado

III Coerência 6,0 III Intermediário

IV Coesão 6,0 III Intermediário

V Proposta de Intervenção 4,0 II Básico

Total (média aritmética) 6,0 III Intermediário

Mesmo com um resultado posicionado no nível IV na competência II, a nota final desse aluno, 6,0 (seis)

pontos, situa sua nota no nível III, INTERMEDIÁRIO, pois o desenvolvimento das competências I, III e

IV, respectivamente, ainda se encontra em fase de desenvolvimento e ele não conseguiu elaborar de

forma adequada uma proposta de intervenção, como mostra sua posição no nível II na competência V.

32 SPAECE 2012

5

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Os níveis de escrita e o perfil de escritor compreendido por eles

A partir da nota final obtida pelo aluno, pode-se definir o seu perfil de escritor de acordo com a descrição

do nível no qual sua nota está alocada.

Os níveis de desempenho e suas denominações qualificam o perfil de escritor enquadrado em cada um.

Esses níveis compreendem intervalos específicos de pontuação, sendo que, no ato da correção, a nota

atribuída à competência é o valor máximo do nível que, após o cálculo da média entre as duas correções,

pode apresentar variações dentro do nível ou transferir a pontuação do aluno na competência para

outra classificação.

A PARTE VARIÁVEL dos resultados apresentará a MÉDIA GERAL POR COMPETÊNCIA e, ao fim da

apresentação desses dados, serão listados os percentuais de textos por SITUAÇÃO DE CORREÇÃO,

mostrando o quantitativo de produções não avaliadas por competência.

A partir da nota final obtida pelo aluno, pode-se definir o perfil de escritor de acordo com a descrição do

nível no qual sua nota está alocada.

INADEQUADO CRÍTICO BÁSICO INTERMEDIÁRIO ADEQUADO AVANÇADO

0 0,1 2,0 2,1 4,0 4,1 6,0 6,1 8,0 8,1 10,0

Vamos compreender cada Nível de Desempenho, individualmente.

INADEQUADO

0

Nesse nível, o aluno demonstra total desconhecimento da norma padrão, de escolha de registro e de

convenções da escrita, que tornam seu texto ininteligível. Além disso, ele desenvolve texto que não

contempla a proposta de produção textual, elaborando outra estrutura textual que não a expositivo-

argumentativa, mas com traços de opinião e referências ao tema. Por sua vez, o texto apresenta

informações, fatos, opiniões e argumentos incoerentes ou não apresenta um ponto de vista, tendo,

na maioria das vezes, seu entendimento prejudicado ou quase anulado e sem a presença de uma

proposta de intervenção. Em suma, as informações estão desconexas e não se configuram como uma

sequência textual.

Veja o comentário de uma produção textual INADEQUADA.

Boletim Pedagógico 33

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PONTUAÇÃO ATRIBUÍDA A ESSA PRODUÇÃO DE TEXTO

Competência IREGISTRO

Competência IITEMA/TIPOLOGIA

TEXTUAL

Competência IIICOERÊNCIA

Competência IVCOESÃO

Competência VPROPOSTA DE INTERVENÇÃO

TOTAL

0,0Inadequado

0,0Inadequado

0,0Inadequado

0,0Inadequado

0,0Inadequado

0,0Inadequado

A análise desse texto evidencia que o aluno apresenta desempenho que o aloca no Nível 0 –

INADEQUADO, para essa etapa de escolaridade. De forma global, constata-se que o emissor demonstra

dificuldade de estruturação textual, além de oferecer obstáculos ao leitor no tocante à coerência, tanto

pela seleção das ideias quanto pela escolha vocabular.

Em relação à Competência I, REGISTRO, verifica-se que há desconhecimento total da norma padrão,

de escolha de registro e de convenções da escrita, tornando o texto ininteligível. O aluno revela

desconhecimento de regras básicas de escrita, como uso das letras maiúsculas e minúsculas,

concordância verbal e nominal e normas elementares de pontuação.

No que se refere à Competência II – TEMA/TIPOLOGIA TEXTUAL, não se observa compreensão da

proposta nem aplicação de conceitos de outras áreas do conhecimento para desenvolvê-la. Há limitação

em relação à identificação da tipologia textual devido à agramaticalidade e ininteligibilidade do texto.

Apenas se identifica uma tentativa de abordar a temática da violência pela repetição da palavra.

Focalizando a Competência III, COERÊNCIA, não é possível identificar a defesa de um ponto de vista.

Não há seleção, relação, organização ou interpretação de informações, dados, opiniões e argumentos.

34 SPAECE 2012

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Há prejuízo da logicidade, tendo em vista o fato de que, desde a escolha vocabular até a estruturação

textual, é difícil reconhecer a linha de raciocínio do emissor.

Quanto à Competência IV – COESÃO, o aluno apresenta informações desconexas. Há ausência de

pontuação adequada ao longo da produção escrita e não se identificam elementos conectores capazes

de estabelecer o encadeamento textual.

Relativamente à Competência V – PROPOSTA DE INTERVENÇÃO, não há manifestação clara de um

projeto ou planejamento de intervenção para o problema em questão. O parágrafo final apresenta

palavras de difícil identificação pela caligrafia. Aparentemente pretendeu-se sugerir que a melhoria da

educação seria o caminho para reduzir a violência

ABAIXO DO BÁSICO

0,1 2,0

O aluno que se encontra nesse nível de escrita demonstra domínio insuficiente da norma padrão,

apresentando graves e frequentes desvios gramaticais e de convenções da escrita, além de presença

de gírias e marcas de oralidade. Assim, há certos desvios graves que ocorrem de forma sistemática no

texto e são acompanhados de desestruturação sintática em excesso, revelando que muitos aspectos

importantes da norma padrão ainda não foram incorporados aos seus hábitos linguísticos. No que tange

à competência II – Tema/Tipologia textual, ele desenvolve de maneira tangencial o tema, detendo-se em

tema vinculado ao mesmo assunto, o que revela má interpretação da proposta. Ele, ainda, elabora proposta

de intervenção tangencial ao tema ou a deixa subentendida no desenvolvimento da argumentação.

Seu texto apresenta inadequação ao tipo textual expositivo-argumentativo, com repetição de ideias e

ausência de argumentação, podendo elaborar um texto de base narrativa, com apenas um resquício

argumentativo. Em geral, as informações, fatos, opiniões e argumentos apresentados pelo aluno são

pouco relacionados ao tema e também são pouco arrolados entre si, até mesmo porque o aluno não

articula as partes do texto ou as articula de forma precária e/ou inadequada, apresentando graves e

frequentes desvios de coesão textual. Na produção textual enquadrada neste nível, há sérios problemas

na articulação das ideias e na utilização de recursos coesivos.

Veja a análise de uma produção textual que está ABAIXO DO BÁSICO.

Boletim Pedagógico 35

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PONTUAÇÃO ATRIBUÍDA A ESSA PRODUÇÃO DE TEXTO

Competência IREGISTRO

Competência IITEMA/TIPOLOGIA

TEXTUAL

Competência IIICOERÊNCIA

Competência IVCOESÃO

Competência VPROPOSTA DE INTERVENÇÃO

TOTAL

2,0Abaixo do Básico

2,0Abaixo do Básico

4,0Básico

2,0Abaixo do Básico

0,0Inadequado

2,0Abaixo do Básico

A análise desse texto evidencia que o aluno apresenta desempenho que o aloca no Nível I – ABAIXO DO

BÁSICO, para essa etapa de escolaridade. Avaliando-se o texto como um todo, observa-se dificuldade

de estruturação textual, além de fragmentação e desorganização das ideias expostas.

Em relação à Competência I, REGISTRO, verifica-se que o aluno demonstra domínio insuficiente da

norma padrão, apresentando graves e frequentes desvios gramaticais e de convenção da escrita.

Nota-se dificuldade de selecionar, adequadamente , o uso de letras maiúsculas e minúsculas, além de

manifestação de oralidade. Há, também, desestruturação sintática na maior parte do texto. A sequência

de ideias é ininterrupta e desordenada.

No que se refere à Competência II – TEMA/TIPOLOGIA TEXTUAL, o desenvolvimento do tema se

apresenta de forma tangencial, repetindo-se a ideia de violência ao longo do texto, porém, sem uma

manifestação apropriada do tipo textual expositivo-argumentativo. As afirmações feitas não são explicadas

ou justificadas com exemplos concretos ou fundamentadas de modo a sustentar uma argumentação.

Focalizando a Competência III – COERÊNCIA, não é possível identificar a defesa de um ponto de vista

referente ao tema proposto. As informações expostas não apresentam um relacionamento lógico e

sequencial, sendo difícil detectar a linha de raciocínio do emissor. A articulação das ideias é inadequada.

Quanto à Competência IV, COESÃO, a conexão entre as partes do texto revela-se precária. Não há

pontuação adequada no interior do texto, desrespeitando as normas e dificultando a compreensão. O

uso dos recursos coesivos é fraco, sendo usados apenas os conectores “e” e “por isso”. Não há pausas

que propiciem uma leitura fluente.

Relativamente à Competência V – PROPOSTA DE INTERVENÇÃO, o aluno não elaborou uma proposta e

não considerou a diversidade sociocultural.

36 SPAECE 2012

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BÁSICO

2,1 4,0

Nesse nível, o aluno demonstra domínio mediano da norma padrão, apresentando grande quantidade de

desvios gramaticais e de convenções da escrita graves ou gravíssimos, além de presença de marcas de

oralidade. Assim, há certos desvios graves que ocorrem em várias partes do texto, revelando que muitos

aspectos importantes da norma padrão ainda não foram incorporados aos seus hábitos linguísticos. No

entanto, ele já não apresenta desestruturação sintática em excesso, desenvolvendo, também, de forma

mediana o tema, com tendência ao tangenciamento, uma vez que sua argumentação é previsível e baseia-

se em argumentos do senso comum, de recorrentes cópias (citações diretas) dos textos motivadores ou

com domínio precário do tipo textual expositivo-argumentativo, devido à argumentação falha ou ao texto

apenas expositivo. No geral, esse aluno elabora uma proposta de intervenção relacionada ao tema de

forma precária, ou seja, não articulada com a discussão desenvolvida no texto ou com desenvolvimento

precário dos meios para realizá-la. Diante disso, a coerência textual ainda é significativamente afetada,

porque as informações, fatos e opiniões são pouco articulados ou contraditórios, embora pertinentes ao

tema proposto, e o autor, geralmente, limita-se a reproduzir os argumentos constantes na proposta de

produção textual, em defesa de seu ponto de vista. Quanto à competência IV – Coesão, o aluno articula

as partes do texto, porém com muitas inadequações na utilização dos recursos coesivos, demonstrando,

assim, pouco domínio dos recursos coesivos.

A seguir, apresentamos a análise de um texto posicionado nesse perfil.

Boletim Pedagógico 37

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PONTUAÇÃO ATRIBUÍDA A ESSA PRODUÇÃO DE TEXTO

Competência IREGISTRO

Competência IITEMA/

TIPOLOGIA TEXTUAL

Competência IIICOERÊNCIA

Competência IVCOESÃO

Competência VPROPOSTA DE INTERVENÇÃO

TOTAL

4,0Básico

4,0Básico

5,0Intermediário

5,0Intermediário

1,0Abaixo do

Básico

3,8Básico

A análise desse texto evidencia que o aluno apresenta desempenho que o aloca no Nível II – BÁSICO,

para essa etapa de escolaridade. De forma global, o texto é repetitivo e bastante subjetivo.

Em relação à Competência I, REGISTRO, verifica-se que o aluno revela domínio mediano da norma

padrão, ainda apresentando desvios gramaticais e de convenções da escrita graves, além da presença

de marcas de oralidade. Constatam-se equívocos em relação à grafia, à concordância verbal e nominal,

à pontuação, à acentuação gráfica e ao uso de maiúsculas e minúsculas.

No que se refere à Competência II – TEMA/TIPOLOGIA TEXTUAL, o aluno desenvolve o tema de

forma mediana. A argumentação é fraca, pois as afirmações não são sustentadas com exemplos ou

explicações convincentes. As declarações são previsíveis e baseadas no senso comum. Predomina o

caráter expositivo e narrativo do texto.

Focalizando a Competência III – COERÊNCIA, o aluno apresenta informações, fatos e opiniões pouco

articulados, embora pertinentes ao tema proposto. Não há apresentação de dados relevantes além do

conteúdo que foi exposto na proposta. Faltam objetividade e clareza na condução das ideias ao longo

do texto. Estão presentes muitas generalizações.

Quanto à Competência IV – COESÃO, a articulação entre as partes do texto acontece de forma

inadequada. Há fragmentação das ideias pelo mau uso dos sinais de pontuação e inadequação de

referenciação. Os períodos são excessivamente longos, prejudicando a compreensão, uma vez que há

falhas nas pausas marcadas.

Relativamente à Competência V – PROPOSTA DE INTERVENÇÃO, o aluno não elabora uma proposta de

ação clara e objetiva. Aparentemente, sugere-se que a causa da violência é o uso de drogas.

INTERMEDIÁRIO

4,1 6,0

O aluno alocado nesse nível apresenta domínio adequado da norma padrão, apresentando alguns

desvios gramaticais graves e de convenções da escrita ou muitos desvios leves. Desvios mais graves,

como a ausência de concordância verbal ou nominal, não impedem que a produção textual receba essa

pontuação, desde que não configurem falta de domínio absoluto do padrão da linguagem escrita formal.

38 SPAECE 2012

Page 41: SPAECE 2012 · defi cientes visuais e, no caso da 3ª série do Ensino Médio, os testes de Língua Portuguesa e Matemática, em convergência com a proposta da Matriz de Referência

Assim, o aluno que realizar alguns desvios graves ou gravíssimos, ou muitos desvios leves, recebe

essa pontuação. O tema é tratado adequadamente, mas com uma abordagem superficial, discutindo

outras questões relacionadas por meio de uma argumentação previsível. O texto, também, mostra que

ele apresenta domínio adequado do tipo textual expositivo-argumentativo, mesmo não apresentando,

explicitamente, uma tese e detendo-se mais no caráter expositivo do que no argumentativo, porque

ainda reproduz ideias do senso comum no desenvolvimento da temática. Isso se reflete na proposta de

intervenção, uma vez que, mesmo desenvolvendo uma proposta de intervenção relacionada ao tema,

ela ainda é pouco articulada à discussão desenvolvida no texto, ou seja, com pouca fundamentação

ou baseada em ideias do senso comum. O aluno com escrita em nível intermediário apresenta em seu

texto informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema proposto, porém os organiza e

relaciona de forma pouco consistente em defesa de seu ponto de vista. As informações são aleatórias e

desconectadas entre si, embora relacionadas ao tema, revelando pouca articulação entre os argumentos,

que não são convincentes para defender a opinião do autor. Já em relação à competência de Coesão, o

aluno articula as partes do texto, porém com algumas inadequações na utilização dos recursos coesivos,

demonstrando que esse escritor possui domínio regular desses recursos.

Veja produção textual situada nesse perfil.

Boletim Pedagógico 39

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PONTUAÇÃO ATRIBUÍDA A ESSA PRODUÇÃO DE TEXTO

Competência IREGISTRO

Competência IITEMA/TIPOLOGIA

TEXTUAL

Competência IIICOERÊNCIA

Competência IVCOESÃO

Competência VPROPOSTA DE INTERVENÇÃO

TOTAL

5,0Intermediário

7,0Adequado

7,0Adequado

6,0Intermediário

5,0Intermediário

6,0Intermediário

A análise desse texto evidencia que o aluno apresenta desempenho que o aloca no Nível III –

INTERMEDIÁRIO, para essa etapa de escolaridade. Manifesta-se certa subjetividade, além de marcas

frequentes de oralidade.

Em relação à Competência I – REGISTRO, verifica-se que o aluno ainda apresenta alguns desvios

gramaticais graves e de convenções de escrita. Alguns aspectos da norma padrão ainda não foram

incorporados aos hábitos linguísticos, como o uso de uma linguagem mais formal, da pontuação

adequada, da acentuação gráfica e da diferenciação de maiúsculas e minúsculas.

No que se refere à Competência II – TEMA/TIPOLOGIA TEXTUAL, a abordagem do tema é superficial.

Não há explicitação de uma tese. O conteúdo é baseado em frases do senso comum e predomina a

exposição, não a argumentação. O uso predominante da 1ª pessoa também é inadequado à tipologia.

Focalizando a Competência III – COERÊNCIA, há falta de consistência na defesa de um ponto de vista.

As informações apresentadas estão relacionadas ao tema proposto, no entanto há uma mistura entre

fatos concretos e considerações de caráter pessoal. Não há uma sequência lógica e ordenada de ideias.

Quanto à Competência IV – COESÃO, a articulação entre as partes do texto apresenta inadequações.

Há comprometimento da estrutura lógico-gramatical por falta de conexão adequada entre as ideias

apresentadas. Destaca-se uma inadequação em relação à pontuação e quanto à transposição de uma

linha para outra (linha 6), desvio não aceitável para esse nível de escolarização.

Relativamente à Competência V – PROPOSTA DE INTERVENÇÃO, o aluno elabora uma proposta de

ação, mas ainda sem objetividade em relação à sua efetivação.

ADEQUADO

6,1 8,0

O aluno cuja nota está no intervalo de pontuação compreendido por esse nível demonstra bom domínio

da norma padrão, apresentando poucos desvios gramaticais leves e de convenções da escrita. Assim,

o mesmo desvio não ocorre em várias partes do texto, o que revela que as exigências da norma padrão

foram incorporadas aos seus hábitos linguísticos e os desvios foram eventuais. Desvios mais graves,

como a ausência de concordância verbal ou nominal, não impedem que a produção textual receba

essa pontuação, desde que não se repitam regularmente no texto. Assim, o aluno que realizou poucos

desvios leves ou pouquíssimos desvios graves recebe essa pontuação. Além disso, ele desenvolve bem

o tema, mas não explora os seus aspectos principais. Desenvolve uma argumentação consistente e

40 SPAECE 2012

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apresenta bom domínio do tipo textual expositivo-argumentativo, mas não apresenta argumentos bem

desenvolvidos. Contudo, seus argumentos não ficam restritos à reprodução das ideias contidas nos

textos motivadores nem a questões do senso comum, pois seleciona, organiza e relaciona informações,

fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema proposto de forma consistente, em defesa de seu

ponto de vista. Explicita a tese, seleciona argumentos que possam comprová-la e elabora conclusão que

mantenha coerência com a opinião defendida na produção textual. Em geral, os argumentos utilizados

são previsíveis, mas não há cópia de argumentos defendidos pelos textos motivadores. No que tange à

Proposta de Intervenção, ela é clara, relacionada à tese e bem articulada com a discussão desenvolvida

no texto, explicitando os meios para realizá-la. No campo da Coesão, o autor articula as partes do texto

com poucas inadequações na utilização de recursos coesivos, não apresentando: frases fragmentadas

que comprometam a estrutura lógico-gramatical; sequência justaposta de ideias sem encaixamentos

sintáticos; ausência de paragrafação; frase com apenas oração subordinada, sem oração principal.

Poderá, no entanto, conter alguns desvios de menor gravidade: emprego equivocado do conector;

emprego do pronome relativo sem a preposição, quando obrigatória; repetição desnecessária de

palavras ou substituição inadequada, sem se valer dos recursos de substituição oferecidos pela língua.

Essa pontuação foi atribuída ao aluno que demonstrou domínio dos recursos coesivos.

Veja a análise de texto com escrita ADEQUADA.

Boletim Pedagógico 41

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PONTUAÇÃO ATRIBUÍDA A ESSA PRODUÇÃO DE TEXTO

Competência IREGISTRO

Competência IITEMA/

TIPOLOGIA TEXTUAL

Competência IIICOERÊNCIA

Competência IVCOESÃO

Competência VPROPOSTA DE INTERVENÇÃO

TOTAL

9,0Adequado

8,0Adequado

8,0Adequado

8,0Adequado

7,0Adequado

8,0Adequado

A análise desse texto evidencia que o aluno apresenta desempenho que o aloca no Nível IV –

ADEQUADO, para essa etapa de escolaridade. De modo geral, o texto é bem articulado no tocante às

ideias, revelando que o aluno tem conhecimento sobre a temática abordada.

Em relação à Competência I – REGISTRO, verifica-se que o aluno demonstra bom domínio da norma

padrão, apresentando desvios gramaticais leves e de convenções da escrita. Há certa fragmentação pelo

mau uso da vírgula em alguns trechos. Há inadequações vocabulares, como a palavra “impussionalidade”

(linhas 2 e 3) ou a expressão “medidas de baixo calão” (linhas 25 e 26). Essas escolhas indevidas também

prejudicam a compreensão de partes do texto.

No que se refere à Competência II – TEMA/TIPOLOGIA TEXTUAL, a abordagem do tema é limitada, sem

explorar de forma aprofundada os aspectos principais. Não há uma argumentação bem desenvolvida.

Focalizando a Competência III – COERÊNCIA, a seleção, organização e relação de informações é

satisfatória e pertinente ao tema proposto. No entanto, há certa previsibilidade dos argumentos, além de

uma abordagem simplista do problema em questão.

Quanto à Competência IV – COESÃO, a articulação entre as partes do texto apresenta algumas

inadequações. Há uma paragrafação apropriada e os períodos não são de grande extensão, embora

ainda haja desvios relativamente à pontuação. Os desvios mais graves são a separação de sujeito e

predicado, como na linha 2, e o mau uso do conector “onde”. Há maior variedade de recursos coesivos,

como pronomes, preposições e conjunções.

Relativamente à Competência V – PROPOSTA DE INTERVENÇÃO, o aluno elabora uma intervenção

superficial, embora relacionada ao conteúdo exposto, mas ainda pouco prática, sugerindo o aumento da

rigidez em relação aos infratores.

AVANÇADO

8,1 10,0

Um escritor avançado é aquele que demonstra excelente domínio da norma padrão, não apresentando

ou apresentando pouquíssimos desvios gramaticais leves e de convenções da escrita que não

interferem na compreensão textual, pois o mesmo desvio não ocorre em várias partes do texto, o que

42 SPAECE 2012

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revela que as exigências da norma padrão foram incorporadas aos seus hábitos linguísticos e os desvios

foram eventuais. Desvios mais graves, como a ausência de concordância verbal, excluem a produção

textual da pontuação mais alta. Em relação ao tema, ele foi muito bem desenvolvido, explorando os

seus principais aspectos. A produção textual contém, ainda, uma argumentação consistente, revelando

excelente domínio do tipo textual expositivo-argumentativo, indicando que o texto está estruturado, por

exemplo, com: uma introdução, em que a tese a ser defendida é explicitada; argumentos que comprovam

a tese, distribuídos em diferentes parágrafos; um parágrafo final com uma conclusão. Além disso, os

argumentos defendidos não ficam restritos à reprodução das ideias contidas nos textos motivadores

nem a questões do senso comum, porque o aluno seleciona, organiza e relaciona informações, fatos,

opiniões e argumentos pertinentes ao tema proposto de forma consistente, configurando autoria, em

defesa de seu ponto de vista. Explicita a tese, seleciona argumentos que possam comprová-la e elabora

conclusão ou proposta que mantenha coerência com a opinião defendida na produção textual. O texto,

ainda, é complementado por uma proposta de intervenção clara e inovadora, relacionada à tese e

bem articulada com a discussão desenvolvida no texto, explicitando os meios para realizá-la. Quanto à

Coesão, o aluno articula as partes do texto, sem inadequações na utilização dos recursos coesivos ou

com eventuais desvios de menor gravidade, desde que o mesmo erro não se repita, uma vez que essa

pontuação é atribuída ao aluno que demonstra pleno domínio dos recursos coesivos.

Veja, a seguir, a análise de textos de alunos avaliado pelo SPAECE 2012 e que possuem pontuação final

compreendida por esse nível.

Boletim Pedagógico 43

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PONTUAÇÃO ATRIBUÍDA A ESSA PRODUÇÃO DE TEXTO

Competência IREGISTRO

Competência IITEMA/TIPOLOGIA

TEXTUAL

Competência IIICOERÊNCIA

Competência IVCOESÃO

Competência VPROPOSTA DE INTERVENÇÃO

TOTAL

9,0Avançado

9,0Avançado

9,0Avançado

9,0Avançado

9,0Avançado

9,0Avançado

A análise desse texto evidencia que o aluno apresenta desempenho que o aloca no Nível V – AVANÇADO,

para essa etapa de escolaridade. De modo geral, o texto é bem articulado no tocante às ideias, revelando

que o aluno tem conhecimento sobre a temática abordada. É possível observar, também, a adequação

da seleção de exemplos citados para reforçar a argumentação.

Em relação à Competência I – REGISTRO, verifica-se que o aluno demonstra bom domínio da norma padrão, apresentando poucos desvios gramaticais e de convenções da escrita. Notam-se desvios de uso da crase e de concordância verbal e nominal, os quais não prejudicam a sequência textual ou a compreensão.

No que se refere à Competência II – TEMA/TIPOLOGIA TEXTUAL, a abordagem do tema é boa, explorando os aspectos principais. Há uma argumentação bem desenvolvida, não baseada apenas em elementos apresentados na proposta. Além da enumeração de dados, há a explicação de cada elemento citado.

Focalizando a Competência III – COERÊNCIA, a seleção, organização e relação de informações é adequada e pertinente ao tema proposto. A sequência textual apresenta logicidade. A introdução, o desenvolvimento e a conclusão seguem uma sequência ordenada de ideias.

Quanto à Competência IV – COESÃO, a articulação entre as partes do texto é apropriada. Há uma paragrafação organizada e os períodos não são de grande extensão, obedecendo, em geral, às regras de pontuação. Há maior variedade de recursos coesivos, como pronomes, preposições e conjunções.

Relativamente à Competência V – PROPOSTA DE INTERVENÇÃO, o aluno elabora uma intervenção clara e relacionada ao conteúdo exposto, manifestando também respeito aos direitos humanos.

44 SPAECE 2012

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PONTUAÇÃO ATRIBUÍDA A ESSA PRODUÇÃO DE TEXTO

Competência IREGISTRO

Competência IITEMA/TIPOLOGIA

TEXTUAL

Competência IIICOERÊNCIA

Competência IVCOESÃO

Competência VPROPOSTA DE INTERVENÇÃO

TOTAL

10,0Avançado

10,0Avançado

10,0Avançado

10,0Avançado

10,0Avançado

10,0Avançado

O aluno demonstra ter compreendido a proposta de redação e desenvolvido o tema dentro dos limites

estruturais do texto expositivo-argumentativo. O texto organiza-se em quatro parágrafos. O primeiro

parágrafo faz uma exposição de caráter geral em relação ao que vai ser discutido. É apresentada a tese

do autor do texto, que revela a falta de condições de alguns seres humanos de viverem em sociedade.

Boletim Pedagógico 45

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No desenvolvimento, ao longo dos dois próximos parágrafos, o aluno apresenta os argumentos para

comprovar a sua tese. No segundo parágrafo, são expostos alguns exemplos de situações de violência

em nosso meio social. No terceiro, são mencionadas as consequências da violência.

No parágrafo final, é apresentada a proposta de intervenção relativamente a uma mudança de condição

social para os desfavorecidos.

Em relação ao REGISTRO, observa-se que os desvios presentes não interferem na qualidade textual. Há,

em geral, bom domínio da norma padrão da língua escrita.

Quanto ao TEMA/TIPOLOGIA TEXTUAL, o aluno estrutura bem o texto, organizando as ideias em

introdução, desenvolvimento e conclusão de forma bem distribuída e clara.

Relativamente à COERÊNCIA, a seleção, relação, organização e interpretação de informações, fatos,

opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista apresentam-se satisfatórios.

Focalizando a COESÃO, os mecanismos linguísticos necessários à construção do encadeamento textual

apresentam-se adequados.

No que se refere à PROPOSTA DE INTERVENÇÃO, é reforçada a ideia da necessidade de igualdade,

o que atende à exigência de se respeitarem os direitos humanos. Além disso, propõe-se uma reflexão

acerca do tema.

46 SPAECE 2012

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PONTUAÇÃO ATRIBUÍDA A ESSA PRODUÇÃO DE TEXTO

Competência IREGISTRO

Competência IITEMA/

TIPOLOGIA TEXTUAL

Competência IIICOERÊNCIA

Competência IVCOESÃO

Competência VPROPOSTA DE INTERVENÇÃO

TOTAL

10,0Avançado

10,0Avançado

10,0Avançado

10,0Avançado

10,0Avançado

10,0Avançado

O aluno demonstra ter compreendido a proposta de redação e desenvolvido o tema dentro dos limites

estruturais do texto dissertativo-argumentativo. A produção textual organiza-se em quatro parágrafos. O

primeiro parágrafo faz uma exposição de caráter geral em relação ao que vai ser discutido. É apresentada

a tese do autor do texto, que revela a presença constante da violência em nosso cotidiano.

No desenvolvimento, ao longo dos dois próximos parágrafos, o aluno apresenta os argumentos para

comprovar a sua tese. No segundo parágrafo, são expostas algumas possíveis causas da violência em

nosso meio social. No terceiro, são mencionadas as consequências da violência.

No parágrafo final, é apresentada a proposta de intervenção relativamente a uma mudança no que se

refere à prevenção para que a violência seja combatida.

Em relação ao REGISTRO, observa-se que os desvios presentes não interferem na qualidade textual. Há,

em geral, bom domínio da norma padrão da língua escrita.

Quanto ao TEMA/TIPOLOGIA TEXTUAL, o aluno estrutura bem o texto, organizando as ideias em

introdução, desenvolvimento e conclusão de forma bem distribuída e clara.

Relativamente à COERÊNCIA, a seleção, relação, organização e interpretação de informações, fatos,

opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista apresentam-se satisfatórios.

Focalizando a COESÃO, os mecanismos linguísticos necessários à construção do encadeamento textual

apresentam-se adequados.

No que se refere à PROPOSTA DE INTERVENÇÃO, é reforçada a ideia de que a violência é algo a ser

combatido desde a mais tenra idade.

Boletim Pedagógico 47

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PONTUAÇÃO ATRIBUÍDA A ESSA PRODUÇÃO DE TEXTO

Competência IREGISTRO

Competência IITEMA/

TIPOLOGIA TEXTUAL

Competência IIICOERÊNCIA

Competência IVCOESÃO

Competência VPROPOSTA DE INTERVENÇÃO

TOTAL

10,0Avançado

10,0Avançado

10,0Avançado

10,0Avançado

10,0Avançado

10,0Avançado

O aluno demonstra ter compreendido a proposta de redação e desenvolvido o tema dentro dos limites

estruturais do texto expositivo-argumentativo. A escolha do título também é bastante apropriada ao

conteúdo exposto. O primeiro parágrafo faz uma exposição de caráter geral em relação ao que vai ser

discutido. É apresentada a tese do autor do texto, que revela a presença constante da violência em

nosso cotidiano.

48 SPAECE 2012

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No desenvolvimento, ao longo dos dois próximos parágrafos, o aluno apresenta os argumentos para

comprovar a sua tese. No segundo parágrafo, são expostas algumas possíveis causas da violência em

nosso meio social. No terceiro, são mencionadas as consequências da violência.

No parágrafo final, é apresentada a proposta de intervenção relativamente a uma mudança no que se

refere à prevenção para que a violência seja combatida.

Em relação ao REGISTRO, observa-se que os desvios presentes não interferem na qualidade textual. Há,

em geral, bom domínio da norma padrão da língua escrita.

Quanto ao TEMA/TIPOLOGIA TEXTUAL, o aluno estrutura bem o texto, organizando as ideias em

introdução, desenvolvimento e conclusão de forma bem distribuída e clara.

Relativamente à COERÊNCIA, a seleção, relação, organização e interpretação de informações, fatos,

opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista apresentam-se satisfatórios.

Focalizando a COESÃO, os mecanismos linguísticos necessários à construção do encadeamento textual

apresentam-se adequados.

No que se refere à PROPOSTA DE INTERVENÇÃO, é reforçada a ideia de que a violência deve ser

combatida em suas causas, defendendo-se a igualdade de oportunidades para todos os cidadãos.

Boletim Pedagógico 49

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OS RESULTADOS DESTA ESCOLA

Os resultados desta escola na avaliação de Produção de Texto do SPAECE 2012 são apresentados sob

quatro aspectos. Você poderá consultar a nota média do estado, a participação e o percentual de alunos

por nível de desempenho em cada competência.

• Nota média

Apresenta a nota média desta escola. Você pode comparar essa nota com aquelas obtidas pela sua

CREDE e pelo seu município. O objetivo é proporcionar uma visão das notas médias e posicionar sua

escola em relação a elas.

• Participação

Informa o número estimado de alunos para a realização do teste e quantos, efetivamente, participaram

da avaliação na sua CREDE, no seu município e na sua escola.

• Percentual de alunos por nível de desempenho

Permite que você acompanhe o percentual de alunos distribuídos por Níveis de Desempenho na

avaliação realizada pelo estado.

• Percentual de alunos por nível de desempenho em cada competência

Apresenta a distribuição dos alunos ao longo dos níveis de proficiência na sua CREDE e na sua escola.

Os gráficos permitem que você identifique o percentual de alunos para cada nível de desempenho em

cada uma das competências. Isso será fundamental para planejar intervenções pedagógicas voltadas à

melhoria do processo de ensino e promoção da equidade escolar.

6

50 SPAECE 2012

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Boletim Pedagógico 51

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REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORAHENRIQUE DUQUE DE MIRANDA CHAVES FILHO

COORDENAÇÃO GERAL DO CAEdLINA KÁTIA MESQUITA DE OLIVEIRA

COORDENAÇÃO TÉCNICA DO PROJETOMANUEL FERNANDO PALÁCIOS DA CUNHA E MELO

COORDENAÇÃO DA UNIDADE DE PESQUISATUFI MACHADO SOARES

COORDENAÇÃO DE ANÁLISES E PUBLICAÇÕESWAGNER SILVEIRA REZENDE

COORDENAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃORENATO CARNAÚBA MACEDO

COORDENAÇÃO DE MEDIDAS EDUCACIONAISWELLINGTON SILVA

COORDENAÇÃO DE OPERAÇÕES DE AVALIAÇÃORAFAEL DE OLIVEIRA

COORDENAÇÃO DE PROCESSAMENTO DE DOCUMENTOSBENITO DELAGE

COORDENAÇÃO DE DESIGN DA COMUNICAÇÃOHENRIQUE DE ABREU OLIVEIRA BEDETTI

COORDENADORA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM DESIGNEDNA REZENDE S. DE ALCÂNTARA

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CEARÁ. Secretaria da Educação.

SPAECE – 2012/ Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação, CAEd.

v. 1 ( jan./dez. 2012), Juiz de Fora, 2012 – Anual.

ARAÚJO, Carolina Pires; MELO, Manuel Fernando Palácios da Cunha e; OLIVEIRA, Lina Kátia Mesquita de; REZENDE, Wagner Silveira.

Conteúdo: Boletim Pedagógico de Produção de texto – Ensino Médio.

ISSN 1982-7644

CDU 373.3+373.5:371.26(05)

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ISSN 1982-7644

Sistema Permanente de Avaliação

da Educação Básica do Ceará

SEÇÃO 1

A importância da produção de texto na avaliação em larga escala

SEÇÃO 2

A matriz de competências de produção de texto

SEÇÃO 3

A produção de textos no SPAECE 2012

SEÇÃO 4

A avaliação das produções textuais dos alunos: interpretação dos resultados gerais e análises pedagógicas

SEÇÃO 5

Entendendo os níveis de escrita e o perfil de cada escritor compreendido por eles

SEÇÃO 6

Os resultados desta escola

Boletim Pedagógico

Ensino MédioProdução de texto

SPAECE2012