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A VERDADE REVELADA TRADUZIDO DO TAMIL POR Sri Ramana Maharshi

Sri Ramana Maharshi- A Verdade Revelada

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Page 1: Sri Ramana Maharshi- A Verdade Revelada

A VERDADE REVELADA

TRADUZIDO DO TAMIL

POR

Sri Ramana Maharshi

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Siruvamalai 1950Índia

A VERDADE REVELADASAD – VIDYA

Traduzido do original em Tamil de Bhagavan Sri Ramana Maharshi

Publicado Por Niranjanamanda SwamiPresidente Sri Ramanasrama Tiruvanamalai

1950

Primeira Edição Intitulada “Truth Revealed” 1936Segunda Edição Intitulada “Ullado Narpadu” 1942Terceira Edição Intitulada “Truth Revealed” 1950

Todos os direitos reservados pelo

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EDITORPREFÁCIO

Nós ocidentais temos considerado, demasiadamente, a mente, a atividade mental, como experiência mais alta da realidade. É verdade que alguns místicos, aqui e ali, têm pronunciado, vagamente, advertências, sobre meios de existência, que ultrapassam o funcionamento, mas mesmo um Boehme ou Swedenborg rapidamente perdem-se num simbolismo que deixa o leitor perplexo. Os místicos ocidentais fogem de nós para o empírico; mas os do oriente permanecem conosco até o fim, expandindo detalhes sobre o tema supremamente difícil, de como adquirir a libertação das algemas da carne. O Oriente tem sabedoria e gentilmente, nos ensinam, se nós o permitirmos.

Uma das principais razões de ser tão difícil a questão, do ponto de vista dos ocidentais é esta: a mente de ser usada, tanto para iluminar o caminho como para destruir a si mesmo, uma vez que esse é o propósito a se efetuado.

Para dizer como o Maharshi que “o conhecimento de diversos assuntos é ignorância” é ir a direção oposta a todos os ensinamentos que tivemos, desde a nossa infância. É uma declaração nova e exige provas bem fortes par convencer. Mas a mente aí, como em toda a parte, é o nosso único instrumento disponível para achar essa prova e o primeiro ponto para realizar é a mente pronta e desejosa de fazê-lo, se nós a permitirmos. A mente é como um espelho, pronta a refletir qualquer coisa, que seja colocada diante dela, com a indiferença perfeita à verdade.

No vigésimo versículo deste livro muitos leitores lembrar-se-ão de um pronunciamento de Jesus, no Novo Testamento, embora não seja tão explicito ou tão científico como Maharshi, talvez porque ele dirigia-se a uma audiência que não é outro senão o Ser. Portanto Jesus usa seu próprio nome em lugar de o Ser e assim satisfaz aquelas mentes simples como um objeto externo para as devoções. Mas como diz Maharsi Ramana o ego empírico cai como uma presa no Infinito.

O Versículo número 23 contem declaração profundamente significativa: “Não é o corpo que se proclama como “EU”. Toda a criança sabe que ela não é o “EU”: quando começa a perceber-se e fala “o Neném quer isto, o neném quer aquilo”. Então os mais velhos, menos sábios do que o neném dizem-lhe que o corpo é o seu ser, e ouvindo isto de todos lados, torna-se cada vez mais convencido dessa falsidade até que tendo atingido o que chamam de “idade do juízo” o neném agora um homem está pronto para denunciar e afirmar que o corpo não é o “Ser”.

Porque isso? Por que, como foi explicado nos versículos vinte e quatro e seguintes, surge o que os indianos chamam o jiva, e nós, por falta de uma única palavra, a alma individual. Não é a realidade, mas é potente como uma ilusão que conserva tudo o que não foi esclarecido, no ciclo de nascimento e morte. Mesmo

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entre aqueles, que foram esclarecidos, essa ilusão é persistente em algumas de suas formas, variando conforme o método das pessoas.

Maharshi Romana nos diz, nos versículos 28 e seguintes, o que devemos fazer a fim de nos despojarmos da ilusões da alma individual. O leitor deve notar no versículo 32, o conselho dado aos aspirantes, para cessar de pensar “Isto eu sou” sem, imediatamente realizar o Ser e mergulhar nele.

Finalmente no versículo 40, todo o sistema de forma é lançado fora e completamente destruída com a declaração de que tais pensamentos são devidos ao ego empírico ou alma individual. Uma vez despojados das idéias falsas, que é o fim de nossas preocupações: A salvação foi encontrada. “Portanto realiza-te a ti mesmo”.

Tal é a mensagem de Maharshi Ramana e tal é a Realidade, e tal somos todos nós, logo que conhecermos. Mas a palavra “conhecimento” é decepcionante quando usada entre nós no Ocidente e, ás vezes. Denota mera verbalização sem qualquer realização. Uma vez achado o caminho, ele deve ser seguido até o fim – que é também o meio e o começo.

Sri RamanasramamTiruvanamalai

GRANT DUFF26-10-1935

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NOTA

Sobre a tradução inglesa

O Título “Truth Revealed” corresponde ao original em Tamil “Ulladu Narpodu” que significa “Quarenta (versos) sobre Aquilo que é”.

O que se oferece, portanto, aos aspirantes sérios, neste pequeno tratado é SAD – VIDYA ou O Conhecimento da Verdade.

Quanto á “Truth Revealed”é a exposição original da “ A MAIS ALTA VERDADE” por Bhagavan Sri Ramana Maharshi, o Suplemento consiste de parte de Versos selecionados e traduzidos para o Tamil pelo Sábio, e parte dos Versos (que são cerca de 16) Compostos por Ele.

Em estrutura e expressão a tradução inglesa de todos os versos aproxima-se muito do texto em Tamil e pode, portanto, depender inteiramente do leitor, embora não familiarizado com a língua Tamil.

O Sumário dá clara e concisamente a idéia de cada verso, em sua inteireza e pode, portanto, ser considerado um resumo de toda a obra.

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RESUMO

1. A Realidade é ao mesmo tempo, Ser e Consciência. Conhecer Isso no coração, transcendendo o pensamento.

(V. EU SOU AQUELE EU SOU – Êxodo) que subentende o aforismo metafísico, que a prova da existência é a própria existência).

ii) A submissão absoluta ao Senhor Supremo, pelo que o “eu” e o “meu” são destruídos, é o único meio de realizar a Imortalidade.

1. O Ser Supremo, a única e principal causa do universo, que se manifesta como muitos e que se manifesta como muitos e que não existe separado d’Ele.

2. Qualquer discussão referente à natureza da manifestação, somente pode surgir enquanto houver ego. Destruir o ego e Ser como Ser é o método supremo de realização.

3. De vez que o único alvo e realizar o Ser, destruindo o ego, empenhar-se em disputa verbal sobre a natureza do mundo é simplesmente vã.

4. Para aquele que se identificou com o Ser sem forma, tudo é sem forma.

5. A existência do mundo é relativa apenas do corpo sensível.

6. O mundo é de fato sinônimo de mente.

7. De vez que é o Conhecimento que ilumina o mundo, o primeiro está oculto para o segundo. Esse Conhecimento é o real e permanece sempre imutável.

8. A adoração sobre nome e forma é somente o meio de compreender nossa identidade absoluta com a ausência de nome e de forma.

9. Somente aquele que tenha realizado o Ser ao Coração, conheceu a Verdade. Tendo transcendido as dualidades etc. , ele jamais se perturba.

10. O Conhecimento só é unicamente Verdadeiro àquele que é revelado através da pesquisa: “A quem pertence à interdependência par do conhecimento e ignorância.

11. O Auto-Conhecimento no qual, ambos conhecimento e fenômenos diminuem, o Ser é a fonte de tudo. Conhecer tudo exceto o Conhecedor é só ignorância.

12. Sendo o Ser o Conhecimento Absoluto não é saber nem não saber. Jamais pode haver conhecimento consciente.

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13. O Ser sendo único e universal, o conhecimento de diversidade é apenas ignorância, que também não é separada do Ser.

14. Ao investigar a natureza do “Eu” o conhecimento de diversidade é somente ignorância, que faz parte do “Eu”. O Ser único, então, brilha como a Realidade.

15. De vez que o passado e o futuro nunca existe sem o presente, conhecer o eterno Agora é conhecer a Verdade.

16. O imutável e infinito Ser transcendo o tempo e o espaço, que são relativos ao corpo e á mente.

17. Para o ignorante o “Eu” é o ser limitado ao corpo; para o Sábio o “Eu” é o ser infinito.

18. Para o ignorante o mundo é a única realidade auto-existente; para o Sábio, aquele Ser sem forma, infinito que é base do mundo, é a única Realidade.

19. O Sábio que realizou o Ser transcende o livre arbítrio e o destino, única preocupação do ignorante.

20. Deus não é outro que o Ser. Vendo o Ser tendo destruído o ego, é ver Deus; tudo o mais é apenas a visão do mundo.

21. O Ser é único e idêntico ao Senhor. A fim de ver o Sr ou ver o Senhor, o ego deve ser consumido e perdido, tendo-se submetido ao Ser Supremo.

22. O Senhor brilha como a Fonte da mente. Volta à mente para o interior, para aquela Fonte e habitar firmemente ali, é o único caminho de buscar o Senhor.

23. Busque no interior a Fonte do “Eu”, que não pode pertencer ao corpo, mas com o qual surgem todas as outras coisas.

24. O ego é o laço sutil entre o corpo inconsciente do Ser – e o Ser Consciente – Realidade Absoluta.

25. O ego é na verdade um fantasma, sem forma própria e que se alimenta da forma que tem, quando baseada foge.

26. De vez que com o surgir do ego, tudo o mais surge e com sua diminuição tudo o mais diminui, destruir o ego através da Auto-investigação é unicamente verdadeira renúncia.

27. O Ser-consciente, do Eu indiferenciado é Aquilo que é o nosso Estado verdadeiro, realizado pela destruição do ego, através da Auto-investigação.

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28. Com a respiração e a fala controlada, e com a mente centralizada, devemos mergulhar profundamente no interior e atingir a Fonte donde surge o “ Eu”.

29. Mergulhar assim no interior é unicamente Atma-Vichara (Auto-investigação). A meditação sobre um preceito referente à natureza do “Eu”, é apenas um auxílio.

30. Ao atingir o Coração, Atma-Vichara, o apercebimento do Ser ou “Eu-Eu” se revela como o Ser Perfeito e em conseqüência o “eu” se perde.

31. Para aquele que realizou o Estado de Ser Perfeito, que é a verdadeira Felicidade inerente, indescritível do Ser Absoluto, nada mais resta para fazer.

32. Como os Srutis declaram, nós somos e sempre temos sido unicamente Aquilo. Devemos, portanto, permanecer como Aquilo, ao invés de meditar apenas sobre a natureza do “Eu” que é a confissão de nosso fraqueza mental.

33. O Ser é um e o Autoconhecimento é único, pois o Ser é por si mesmo, conhecido. E nunca o pode Ser é por si mesmo, conhecido. E nunca poderá tornar-se objeto conhecido ou desconhecido.

34. Ser como o Ser, no Coração é a Suprema Sabedoria. Toda a disputa verbal sobre a natureza e existência do Ser é somente um jogo de maya.

35. Permanecer como eterno ser-existente da Realidade é o Siddhi Supremo. Todos os outros Siddis são irreais como um sonho. O Sábio desperto paro o ser jamais toma conhecimento destes.

36. De vez que somos sempre a Realidade suprema e nada mais, é supérfluo afirmar isso em pensamento ou por palavras. Tal afirmação pode ser um auxílio, somente par nos afastar da idéia “Eu sou o corpo físico”.

37. Tendo a advaita a Suprema Verdade, ela não se torna contrária a si mesma, (isto é, tornando dvaita) durante a sadhana.

38. Se nos considerarmos como karta ( o autor), temos de colher também os frutos do karma triplo. Quando o ego é destruído pela Auto-investigação, não há karta nem karma triplo. O Estado de Libertação, sempre presente, permanece unicamente.

39. As idéias de cativeiro de Libertação são correlatas e co-existentes. Ao investigar “quem está preso” a idéia de cativeiro desaparece, e assim se dá com a Libertação. O único eternamente Livre permanece só e auto-realizado.

40. Questões sobre a natureza de Libertação podem surgir, enquanto há individualidade. A dissolução desta individualidade é somente a verdadeira Libertação, alcançada eternamente.

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SUPLEMENTO

RESUMO

1. A associação com os Sábios nos conduz á Libertação. Tal associação deve, portanto, ser buscada.

2. Com a prática da Auto-investigação, tal associação é mais potente do que qualquer outra sadhana.

3. Isso somente é suficiente como meio supremo, para a nossa Libertação.

4. O simples darshsn do Sábio remove toda a aflição e todo o mal.

5. Pois o benevolente olhar concedido pelo Sábio purifica-nos no mesmo instante.

6. O Ser Supremo é UM e é o Ser.

7. O Ser é a pura Consciência; é a Fonte de todos os tipos de iluminação.

8. O Ser Supremo brilha como o Ser no Coração. A permanente inerência no Ser é a meta de cada sadhana

9. A Consciência Absoluta, que é o Auto apercebimento, destrói o ego e concede a Libertação.

10. Essa Consciência é o Supremo Ser, Senhor Arunachala Shiva, que se revela a Si mesmo, na auto-investigação.

11. A Auto-Realização é unicamente o verdadeiro Nascimento.

12. E isso não possível enquanto nós amarmos o nosso corpo.

13. A perda da Consciência-eu-sou-o-corpo é o alvo único de todas as sadhanas, qualquer que seja o nome a elas dado.

14. A Auto-investigação está implícita em todas as outras sadhanas, e a Auto-Realização é a única Verdade.

15. De que valor são os diddhis para os jivas que permanecem sempre dependentes? O desejo de obter siddhis é a marca de cativeiro.

16. É impossível para quem busca siddhis realizar a paz ou obter a Libertação.

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17. Obteremos verdadeira felicidade e paz, através da submissão ao Senhor Supremo que é o apoio e suporte de todos.

18. O Coração que é a Sede do Ser e esta no lado direito do peito é diferente do órgão muscular situado à esquerda.

19. O Coração sustenta o sistema nervoso e as forças vitais: nele estás também avidya. É a sede da mente com as vasanas, e da consciência.

20. Sendo unido ao Senhor do Coração, o Ser Absoluto: é tão natural e espontâneo em Sabedoria (vidya) como a falsa identificação com o corpo é em ignorância (avidya).

21. Dos dois Corações, um é aceitável e o outro é rejeitável.

22. O órgão muscular chamado de coração é o rejeitável. Aquele Coração que é em forma de conhecimento Puro é o aceitável: e Ele é único universal.

23. Para todos os seres vivos esse é unicamente o Coração Supremo. Nele descansa todo o mundo.

24. O Coração é realizado, refreando o ego, firmemente no interior.

25. Através de incessante prática de soam-bhavana, os desejos e as vasanas do ego são destruídas.

26 e 27. Agarrando-se firme á Verdade, que transcende os três estados, as atividades da vida devem ser consideradas como uma leela.

28. Somente aquele que conquistou os sentidos é o Jnani, o heroe.

29. O Jnani é a personificação de todas as virtudes que se acumulam nele espontaneamente.

30. Aparentemente ativo, o Jnani não está comprometido em qualquer ato. Aparentemente inativo, o Jnani é realmente um ator.

31. Tendo transcendido os três estados, o Jnani permanece apenas como Consciência pura, impassível às disposições do corpo e da mente.

32. Para ele Turyateeta é idêntico a Turiya, e os outros três estados não existem.

33. De vez que o Jnani não é o autor, é ridículo atribuir a ele prarabda-karma.

34. Para a prática da yoga, o conhecimento acadêmico, é mais um embaraço para o doutor, do que os apegos da família para o homem comum.

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35. O simples conhecimento acadêmico reduz a pessoa ao estado de uma máquina reprodutiva, se ele não buscar transcender o karma.

36. Os que não são instruídos estão salvos de muitos males, a que os doutores se tornam vítimas.

37. É difícil vencer a fascinação da lisonja, mesmo para aqueles que desprezam todo o mundo.

38. Permanecendo sempre como o Ser Absoluto, despido do sentido de diversidade, o Jnani se mantêm acima do louvor e do abuso.

39. Advaita bhava deveria ser amado pelo coração, mas nunca posto em prática, mas não em relação ao Mestre.

40. A quinta essência de toda a sabedoria é que, na destruição do ego, o Ser é realizado como Realidade Absoluta.

41. Todo o Universo, sendo apenas uma pequeníssima e leve ondulação sobre o oceano infinito de Sat-Chit-Ananda, chamado Senhor Ramana, eu medito em meu Coração cobre Ele, o Sublime Habitante da cavidade do Coração, que transcende todo o pensamento.

42. Ó Divina Majestade! Nascido com a instintiva memória dos Sagrados Pés de Sthanu – Sri Arunachala, no dilúvio perdido de Sua Divina Graça, metamorfoseado em Seu Ser, firmemente fixo no coração, Tu continuas a limpar o mundo com Tua natural, sublime e eterna Tapas. Tal és Tu, ó Ramana, Transcendental glória! Saudações a Ti.

(Traduzido de Sri Ramanashtottara Stuti)

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VERDADE REVELADA

INVOCAÇÃO

I. Sem existir a Realidade, pode haver o conhecimento da existência? Livre de todos os pensamentos, essa Realidade habita no Coração, a Fonte de todos os pensamentos. É, portanto chamado o Coração. Como, então, contemplar isso? Ser como é no Coração, é sua contemplação.

II. Aqueles para quem há intenso medo da morte, busco os pés do senhor, como seu refúgio. Aquele que não tem morte nem nascimento.

1. Porque compreendemos a aceitação pelo mundo de um único Primeiro Princípio, possuindo diversos poderes, que devem ser admitidos por todos. Quadros de nomes e formas, a tela que suporta e a luz que revela, tudo isso, são verdadeiramente Ele.

2. Todas as religiões postulam três fundamentos, o mundo, a alma e Deus. A Realidade única manifesta-se como três. Para dizer “As três são na verdade três” somente enquanto dura o ego. Portanto permanecer em nosso próprio Ser onde o Ego está morto é o Estado Perfeito.

3. “O mundo é real, “Não, ele é mera aparência ilusória”, “O mundo é consciente”. “Não.” O mundo é felicidade “Não”. Assim falando que valor tem? Esse é agradável para todos, porquanto, tendo abandonado o ponto de vista objetivo, conhecem seu Ser e perdem todas as noções de unidade e dualidade, de nós mesmos e do ego.

4. Se tivermos forma, o mundo e Deus também se afiguram igualmente. Se formos sem forma, quem é que vê essas formas, e como? Sem os olhos pode haver coisa vista? Na verdade somos o Olho e esse também é o Olho do infinito.

5. O corpo é uma forma de cinco camadas. Portanto todas as cinco camadas estão no termo, corpo. Sem o corpo existe o mundo? Existem pessoas que tenham visto o mundo sem o corpo?

6. O mundo nada mais é do que a personificação dos objetivos percebidos pelo cinco sentidos sensoriais. De vez que, através desses cinco órgãos, uma única mente percebe o mundo, este nada mais é do que a mente. Separado da mente há mundo?

7. Embora o mundo e o conhecimento dele surjam e desapareçam juntos, é pelo conhecimento apenas que o mundo se torna aparente. Essa Perfeição

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de que mundo e conhecimento surgem e desaparecem, e brilha sem surgir e desaparecer, é somente a Realidade.

8. Sob qualquer nome e forma que possamos adorar a Realidade Absoluta, seria o único meio de realizar a Existência Perfeita sem nome e sem forma. Somente essa é a verdadeira realização, em que conhecemos nossa verdadeira existência, em relação com essa Realidade; Assim realizamos nossa identidade com Ela, ao sermos absorvidos por Ela.

9. As dualidades e trindade jamais existem sem o apoio do Único. Investigando o que é essa Realidade Única, se olharmos dentro de nós mesmos, ela desaparece. Aqueles que vêem isso são os Videntes de Sabedoria. Eles jamais ficam perplexos.

10. O conhecimento não existe sem a ignorância; a ignorância não sem o conhecimento. Portanto, esse conhecimento somente é verdadeiro ao conhecermos o Ser através da pesquisa de, a quem pertence o conhecimento e a ignorância.

11. Não é ignorância tudo o mais, sem conhecer a nós mesmos, o substrato do conhecimento e da ignorância, perece o conhecimento e a ignorância.

12. Somente é Conhecimento aquilo que não é conhecimento nem ignorância. O que é conhecimento não é Conhecimento verdadeiro. De vez que Ser brilha sem nada mais para conhecer ou para tornar conhecido, Ele unicamente é o conhecimento. Ele não é vazio.

13. O Ser que é Conhecimento é unicamente a Realidade. Conhecimento da adversidade é apenas falso conhecimento e ignorância, não existe separado do Ser que é o Conhecimento-Realidade. As jóias em sua variedade são irreais. Existem elas sem o ouro, a substância?

14. Se a primeira pessoa “eu” existe, então a Segunda pessoa “você” e a “Terceira” pessoa “ele” também existirão. Inquirindo sobre a natureza do “eu” o “eu”perece. Com isso também perecem “você” e “ele”. Este estado que brilha como o Ser Absoluto é o nosso estado natural, é o Ser.

15. Somente com referência ao presente, podem o passado e o futuro existir. Eles também embora passando são apenas o presente. Tentar determinar a natureza do passado e do futuro, ignorando o presente, é como tentar a numeração sem a unidade, um.

16. Separado de nós, onde está o tempo e o passado? Se somos os corpos, somos envolvidos no tempo e espaço. Somos os corpos? Nós somos um e idêntico presente, agora e sempre, também, aqui lá e em toda a parte. Portanto, nós os sem tempo e sem espaço, apenas somos.

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17. Aqueles que não realizaram o Ser, bem como os que realizaram, referem-se ao corpo, mas com a diferença de que, os que não realizaram, o “Eu” está confinado ao corpo; enquanto os que realizaram o “Ser”, dentro do corpo o “Eu” brilha como o “Ser” sem limites.

18. Para aqueles que não realizaram ( o “Ser” ) bem como os que realizaram, o mundo é real. Para os que não realizaram, a Verdade tem a medida mundo. Para os que realizaram, a Verdade brilha como a Perfeição sem Forma e como o Substrato do mundo. Essa é toda a diferença entre eles.

19. Para aqueles que não tem conhecimento da origem do destino e do livre arbítrio há disputas para qual delas predomina. Aqueles que conhecem o Ser como a única origem do destino e livre arbítrio, estão livre de ambos. Estarão ainda envolvidos neles?

20. Ver o Divino se ver o Ser, o Vidente é apenas ver uma imagem mental. Aquele que vê o Ser vê o Divino, dizem eles. Somente aquele que vê o Ser, tendo perdido completamente o ego, encontrou o Divino, pois o Ser não é separado do Absoluto.

21. O que é Verdade apresentada por várias escrituras, que declaram “Ver o Ser é ver o Divino? Como podemos ver o Ser? Se, por sermos simples ver não é possível, como ver o Divino? É na verdade nos tornamos Ele.

22. O Divino dá luz é mente e brilha em seu interior. Sem voltamos à mente para o interior e fixá-la no divino, de que modo podemos conhecê-lo através da mente?

23. O corpo não diz “Eu”. Ninguém dirá que, mesmo no sono profundo o “Eu” não existe. Uma vez que o “Eu” se manifesta, tudo o mais surge, então. Com a mente penetrante pergunte de onde esse “Eu” emerge.

24. Este corpo inerte não diz “eu”. A Consciência-Relaidade nunca emerge. Então os dois é limitado à medida do corpo, algo emerge como “Eu”. E isso é chamado de Chit-jada-granthi, (o nó entre a consciência e o inerte), escravidão, alma, corpo sutil, ego, samsara, mente, etc...

25. Mantendo a forma (da mente) ela adquire existência e enquanto mantida, ela perdura; mantendo a forma ela se alimenta de si mesma e cresce. Abandonando uma forma, assume outra. Quando buscada ela foge, este mau espírito, o ego que não possui forma própria.

26. Se o ego é, tudo o mais também é. Se o ego não é, nada mais é. Na verdade o ego é tudo. Portando, somente a pesquisa sobre o que é o ego, é desistir de tudo.

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27. O Estado de não emergência do “eu”, é o estado de sermos Aquilo. Sem buscarmos o Estado de não emergência do “Eu”. E realizá-lo, como podemos executar nossa própria extinção, em que o “eu” não revive? Sem esse alcance, como é possível permanecer no nosso próprio Estado, em que somo AQUILO?

28. Tal como o homem mergulha a fim de apanhar algo que caiu dentro da água, assim, devemos com a mente penetrante, concentrada, mergulhar em nós mesmo, controlando a palavra e a respiração, encontrar o local de onde o “Eu” se origina.

29. Sem pronunciar “eu”, investigar com a mente voltada para o interior, de onde o “Eu” surge, é por si a pesquisa que nos conduz ao Auto-Conhecimento. De outra forma, pode a contemplação: “Isto eu não sou”; “Aquilo eu sou”, se por si mesmo a investigação, embora possa ser um auxílio para isso?

30. Investigando ”quem sou eu” dentro de nossa mente encontramos o Coração, o “eu” individual mergulha abatido, e ao mesmo tempo a Realidade se manifesta espontaneamente como “Eu-Eu”. Embora se revele assim, não é o ego “eu”, e sim o Ser Perfeito, o Ser Absoluto.

31. Para aquele que está imerso na felicidade do Ser, que surge da extinção do ego, o que fica para ser executado? Ele não se apercebe de outra coisa a não ser o Ser, Seu Estado quem pode conceber?

32. Embora as escrituras proclamem “ISSO tu és”, Não investigar o que realmente somos, e permanecer assim, mas contemplar “AQUILO eu sou”, e não isto é meramente devido à franqueza mental. Por que nós somos eternamente AQUILO.

33. “Eu não realizei o Ser; “Eu realizei o Ser”; “Eu realizei o Ser”, Falar desse modo é provocar o ridículo. Porque, há dois seres afim de que um possa ser objetivado pelo Outro? Que o Ser é somente um é a verdade, da experiência de cada um.

34. Não conhecer e permanecer como Aquele, que é, para todos e para sempre a Realidade inerente na residência-Coração e discutir que Ele é ou não é, Ele tem forma, não tem forma, é dual ou não dual, ou não é nenhum deles, é apenas o mal ilusório nascido da ignorância.

35. Buscar e permanecer na Realidade sempre revelada é somente a Realização. Todos os outros alcances (Siddhis) são apenas o mesmo que obtidos dos sonhos. Podem estes serem provados após termos acordados do sono? Aqueles que estão estabelecidos na Realidade e libertos de maya se iludiriam por eles (os Siddhis).

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36. Somente se o pensamento, “nós somos o corpo” ocorre, a contemplação “nós somos isto, nós somos Aquilo”, nos será uma boa ajuda para permanecer como Aquilo. Porque devemos estar sempre pensando “Nós somos Aquilo? É necessário que o homem permaneça pensando “eu sou homem? Nós somos sempre Aquilo?

37. A contestação “dualismo durante a prática é não-dualismo na Realização, também não é verdade. Enquanto ansiosamente procuramos, assim como encontramos nosso Ser, que é mais do que um décimo dele próprio (1)”. ____________________________________________________________________(1)- Um grupo de dez homens, certa vez atravessaram um rio a nado. Ao chegarem do outro lado, para se certificarem de que nenhum deles faltava, cada um contava os outros nove, deixando de incluir a si mesmo. O grupo pensando que o décimo homem tinha-se perdido afogado, começaram a chorar. Um transeunte perguntou a causa da tristeza e compreendendo o engano, fez passarem a sua frente e eram contados, por batidas, em cada um. Quando chegaram à décima batida, verificaram que não havia perda, pois o décimo homem ali estava.

38. Se somos os autores das ações, seremos também os que gozam os frutos das mesmas. Ao conhecermos o Ser através de pesquisa sobre que é o autor, a propriedade de executor é perdida e o karma triplo se desprende. Isto somente é o estado da eterna Libertação.

39. Somente enquanto nos considerarmos ligados, os pensamentos de escravidão subsistem. Ao indagarmos quem aquele que é escravizado pela mente: Somente o Ser (a essência) existe eternamente realizado e eternamente livre. Assim, quando o pensamento de cativeiro termina, pode sobreviver o pensamento de Libertação. ?

40. Se dizem que a libertação é de três tipos, com forma ou sem forma, ou com ou sem forma, então se permita dizer-lhe que a extinção do ego, que pesquisa as três formas de Libertação, é unicamente Libertação.

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SUPLEMENTO

A

VERDADE REVELADA OU SAD-VIDYA

AQUILO ao qual todos esses mundos estão fixados, do qual são, todos surgem, para o qual existem, pelo qual todos vêem á existência e pelo qual

verdadeiramente são, AQUILO por si é o Real, a Verdade. Eis o tesouro no Coração.

1. A associação com os Sábios que realizaram a Verdade, remove os apegos materiais. Ao serem removidos esses apegos da mente são complemente destruídos, tornam-se.

2. Um com AQUILO que é o eternamente imóvel. Eles atingem a Libertação ainda em vida.

3. Se a associação com os Sábios é obtida, para que propósito são os vários métodos de autodisciplina? Diga-me, de que vale o uso de um ventilador, quando a brisa do sul, suave e fresca está soprando?

4. O calor da mente e excitamento corporal é acalmado (pelos raios) da lua; necessidade e miséria são removidas pela árvore Kalpaka (1), os pecados são lavados pelas águas sagradas do Ganges. Todas essas aflições são totalmente afastados pelo simples darshan do Sábio sem par.

(1) A árvore celestial que concede benefícios pedidos.

5. As águas das peregrinações, as imagens dos deuses, feitas de terra e pedra, não podem comparar-se com o olhar benigno do Sábio, ele nos torna puros, por inúmeros dias. Saiba que o Sábio, não concede seu gracioso, olhar, mas nos torna puros!

6. Discípulo: Quem é Deus?Mestre: Aquele que conhece a mente.

D: Minha mente é conhecida por mim, o Espírito.M: Sendo o que o Srutis declara, “Deus é apenas Um” Vós (como o conhecedor da mente) sois verdadeiramente Deus.

7. Mestre: O que é a luz para você?Discípulo: Para mim de dia é o Sol, de noite uma lâmpada.

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M: Qual é a luz que percebe essa luz?D: O olho.

M: Qual é a luz que ilumina o olho?D: Essa luz é o intelecto.

M: Qual é a luz que conhece o intelecto?D: É o “Eu”.

M: Você é, portanto a suprema luz se (todas) as luzes.D: Isso na verdade eu sou.

8. No interior da caverna do coração (ali) brilha sozinho o Único Brahman como *EU – “eu” verdadeiramente, o atman autoconhecimento. Realize esse Estado de constante inerência no Ser, entrando no Coração ou mergulhando profundamente no interior, através da Auto-Pesquisa; ou pela submergência da mente (no Ser) através do controle da respiração.

9. Saiba que o Auto-apercebimento no coração 1) é o conhecimento que, através da dissolução do ego, concede a Libertação.

10. O corpo é inerte como um pote de barro. Desde que ele não é autoconsciente e como no (esta do de) sono profundo, quando sem corpo (1) experimentamos nosso ser natural, o corpo não pode ser o Eu (2). Quem é, então, que causa o sentido-eu (3)? Donde é ele? Na caverna do Coração daqueles que assim perguntam, saiba e permaneça como o Ser, o Senhor Arunachala Shiva, que brilha por si mesmo como a Consciência “Isto-sou-Eu”.

11. Quem é nascido? Saiba que e somente é nascido, quem investiga a Fonte Brahnica se ele é, de fato, nascida. Ele é eternamente o supremo, sempre novo.

12. Afaste a idéia de eu-sou-o-corpo-despresível. Medite sobre isso e realize o Ser de felicidade perene. Quem busca conhecer o Ser guardando a memória do corpo, é como quem se segura ao crocodilo, tomando-o como jangada, para atravessar o rio.

13. Caridade, Penitência, Sacrifício, Dever, Yoga, Devoção, Expansão de Consciência, homem de posses, paz, Verdade, Graça, silêncio, a Morte imperecedora, Renúncia, Libertação e Felicidade, saiba que tudo isso é sinônimo da anulação da Consciência o “corpo-sou-eu”.

14. A investigação sobre a quem o Karma (ação), Vibhakti (não devoção), Viyoga (não união) e Jnana (ignorância) é unicamente Karma, Yoga e

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Jnana. Quando (assim) questionado, o ego e perdido, e o estado conseqüente de permanência como o ser, por quanto nenhum deste jamais existiu, eis a Verdade.

1) Literalmente: esse Apercebimento é da forma pura e imutável Ser, no Coração.

2) Isto é, no sono profundo em que não pode haver apercebimento do corpo.3) Isto é, o que emerge com a sensação-eu?

15. São maníacos os que sem conhecer o fato de eles mesmos são envolvidos por sakti, agem dizendo: “Obtenhamos todos os siddhis (poderes taumaturgicos) e essa farsa é como a estória do homem coxo.

16. Se, verdadeiramente a paz mental e sempre presente ( o estado de ) Libertação, diga-me, como podem, os que unem a mente ao Siddhis – que não é realizável senão através da atividade da mente tornarem-se mergulhados na Felicidade da Liberdade, que tranqüiliza a agitação da mente?

17. Para suportar a carga do mundo (há) o Senhor. (Portanto) saiba isto: que o falso ego que presume suportar essa carga é comparável à escultura (talhada na torre), que parece sustentar o peso da mesma. De quem é a falta, se o viajante, ao invés de colocar (sua) bagagem no carro, que já suporta a carga, carrega o peso na cabeça e sofre dor?

18. Abaixo do peito e acima do abdome, há seis visceras de várias cores. /entre elas uma que um botão de lírio, colocado a dois dedos para a direita do extremo, é o Coração.

19. Ele está invertido, e há nele pequeno orifício, onde está firmemente sediado com desejos (tendências) etc. Uma grande escuridão. Donde o inteiro sistema nervoso tem o seu apoio. É a sede das forças vitais, da mente e da luz (da consciência).

20. Na verdade essa Divindade que brilha como o “Eu”, ( o Ser), na cavidade do Coração-lotus, é adorado como o Senhor Guhesa. Quando através intensidade prática, a Bhavana (1) “Ele sou eu”, isto é, “Essa Gubesa Eu sou”, é como estar firmemente estabelecido, como acontece estar a idéia-Eu profundamente enraizada em seu corpo ou quando você permanece sempre como essa própria Divindade. Ela brilha sobre a Avidya (ignorância), isto é, (a idéia) “Eu-sou-o-corpo-perecível” e é dissipada como a escuridão diante do surgir do sol.

__________________________________________________________________1) Bhavana consiste em estar identificado com Aquilo.

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21. Diga-me, o que é aquilo que é descrito como o Coração de todos os jivas do mundo, no qual (como num) grande espelho, todo este universo é percebido como um reflexo. A Rama que assim perguntava, o Sábio Vasishta disse: “após investigação (tem sido declarado que) o /coração para todos os jivas é de dois modos”.

22. Escuta (me) e saiba bem as características das duas (espécies) de /coração, a aceitável e a rejeitável. Aquele órgão chamado de Coração e situado num lugar específico dentro do peito co corpo, mensurável, é o rejeitável. /aquele Coração que é da forma do Conhecimento Absoluto é o aceitável. (Embora) esse Coração esteja conjuntamente tanto dentro como fora, seja isento de lado de dentro ou de fora.

23. Esse, somente é o /coração supremo, e nele todo este mundo habita. É o espelho de todos os objetos e é a morada de toda a riqueza. Daí, para todos os seres vivos, somente esse Conhecimento (no qual tudo se apóia), é declarado ser o Coração. Não é parte de corpo perecível que é insensível como uma pedra”

24. Portanto, por meio de seio esforço de segurar o ego no Coração de perfeita pureza e absoluto Conhecimento, a destruição das latências de mente e com o controle da respiração, é por si mesmo realizado.

25. Permanecendo sempre no Coração, através de prática incessante de meditação “Aquele Senhor Siva eu sou” Quem é (da forma do) puro Conhecimento que está livre de todas as meditações, remove todos os apegos, que pertencem ao ego.

26. Tendo investigado toda a natureza de todos os estados (vigília, sonho e sono profundo) e agarrando-se firmemente ao coração desse Estado Supremo, que é absoluto, e que é livre de ilusão, viva no mundo. Ó Raghava, o Herói! Você realizou Aquele, no Coração, que é o substrato da Verdade de todas as aparências. Portanto, sem abandonar essa (exata) perspectiva, viva no mundo tal como você gosta”.

27. “Como alguém com simulado entusiasmo e alegria, excitamento e ódio, como aquele que torna simulada iniciativa, com simulado esforço, viva no mundo, Ó Raghava, o Herói!”

28. Aquele que conquistou os sentidos através da Sabedoria é unicamente o verdadeiro Jnani, estabelecido no Autoconhecimento. Proclamem-no como sendo o fogo do Conhecimento, o vencedor do Raio do Conhecimento, Morte até a Morte e o Herói que matou a Morte.

29. Saiba que (as qualidades de ) brilho, a inteligência e a força se desenvolve naqueles que realizaram a Verdade, tal como as qualidades de beleza e

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todos os outros aspectos atrativos, embelezam a natureza, com o advento da primavera.

30. Saiba que (as qualidades de) brilho, a inteligência e a força se desenvolvem naqueles que realizaram a Verdade, tal como as qualidades de beleza e todos os outros aspectos atrativos, embelezam a natureza, com o advento da primavera.

31. Os estados de ação (acordado), de Samadhi e de sono são para o Jnani, que está realmente adormecido, no corpo grosseiro, tal como o movimento do carro, sua parada e sendo desatrelado, são para o viajante dormindo no carro.

32. A Consciência Absoluta (Turiya) é por si a Realidade, que com referencia aqueles que perseguem (isto, é, experimentam com alegria), os 3 estados, vigília, sonho e sono profundo, está além deles e é denominado Estado Transcendental (Turiyatita) do sono-acordado (jagrad-sushupti). Sendo que os 3 estados aparente de nenhum modo existem, saiba com toda a certeza que Aquilo (Turiya) é (com) Turiatita.

33. Dizer que sanchita (ou karma acumulado no passado) e agami (ou karma a ser resolvido no futuro), não aderem ao Jnani, (mas) que prarebdha (ou karma resolvido no presente), não permanece, é simplesmente uma resposta formal, ás perguntas feitas por outros. Saiba que tal como após a morte do marido, nenhuma esposa enviuvada (das três com quem ele casou)podem ficar sem ser viúvas, tal como, após a destruição do autor, nenhum dos três karmas pode permanecer.

34. Para os homens de pouca compreensão, esposa, filhos e outros compreendem a família. Saiba que para os eruditos, em sua própria mente, há uma família de inúmeros livros como um obstáculo ao yoga.

35. De que vale (todo) o conhecimento daqueles (1) que não buscam eliminar as letras (do livro da vida) (2) perguntando: “ Donde é o nosso nascimento, que conhece as letras?” Eles, na verdade, adquiriram o estatus de um gramofone. Quem são ele, diga-me, Ó Arunachala!

36. É na verdade aqueles que não são instruídos, que são salvos, de preferência aqueles para quem, a despeito de todo o seu conhecimento, o ego ainda não foi diminuído. Pois os não instruídos, estão salvos do inexorável domínio do diabo da auto-exaltação; da doença de um turbilhão de pensamentos e de palavras; eles estão salvos do trabalho e correr atrais da riqueza. Saiba que, de fato, de muitos males, que eles estão salvos.

__________________________________________________________________1) Literalmente; o conhecimento para aqueles.

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2) De acordo com a concepção Hindu, o destino de cada um está escrito na própria testa, “Eliminar as letras” portanto, significa transcender o destino do karma.

37. Embora o mundo inteiro seja considerado uma palha, e toda a tradição oculta (dos Vedas, que é aprendida), esteja ao nosso alcance, quão raro é, na verdade, em redenção daqueles que se reduziram á miserável escravidão da vil degradação da losonja.

38. Quem está separado do Ser, se nós somente permanecemos como o Ser, sem nos desviarmos desse estado principal e jamais nos diferenciando dos outros? Que importa se outros dizem algo sobre nós? O que na verdade importa se nos elogiamos? Ou nos injuriamos a nós mesmos?

39. Retenha no Coração a advaita-bhava (idéia de não dualidade), mas nunca expresse em suas ações. Ó meu filho, advaita-bhava pode se aplicado os três mundos, mas saiba que em relação Mestre não serve.

40. Proclamei em verdade a quinta essência das conclusões estabelecidas de toda Vedata. Saiba que aquilo, que permanece, é a Consciência absoluta.

OM SRI RAMANARPANAMASTU

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