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Licenciatura em Engenharia de Energias Renováveis Prática de Sistemas Energéticos 2013/2014 Estudo do Recurso no Parque Eólico da Ilha de Santa Maria Ricardo Andrade, nº 29592 EDA “Eletricidade dos Açores” Orientador: Paulo Canhoto

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Licenciatura em Engenharia de Energias Renováveis

Prática de Sistemas Energéticos

2013/2014

Estudo do Recurso no Parque Eólico

da Ilha de Santa Maria

Ricardo Andrade, nº 29592

EDA “Eletricidade dos Açores”

Orientador: Paulo Canhoto

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Índice Geral

Resumo .......................................................................................................................................... 4

Agradecimentos ............................................................................................................................. 5

1. Introdução ............................................................................................................................. 6

1.1 Aposta na Energia Eólica nos Açores .................................................................................... 6

1.2. Organização do relatório ........................................................................................................ 7

2. Caracterização do parque eólico da Ilha de Santa Maria ...................................................... 8

2.1. Localização e condições da zona envolvente ......................................................................... 8

2.2. Especificações dos Aerogeradores ................................................................................... 10

3. Avaliação do recurso e da produção de energia eólica........................................................ 12

3.1. Velocidade média do vento .................................................................................................. 12

3.2. Distribuição de velocidade e Densidade de Probabilidade de Weibull ............................ 13

3.3. Distribuição da Direção do Vento .................................................................................... 14

3.4. Avaliação da produção de energia eólica ............................................................................. 16

3.4.1. Produção anual e mensal de energia.................................................................................. 16

3.4.2. Produção de energia por setor de direção do vento ........................................................... 20

4. Estimativa da produção de energia para 2014 ..................................................................... 22

5. Conclusões ...................................................................................................................... 26

Bibliografia ............................................................................................................................. 28

Referências .............................................................................................................................. 29

Anexos..................................................................................................................................... 30

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Page 5: Study of the resource at Santa Maria Island Windfarm

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Resumo

Com o intuito de ganhar alguma experiência profissional, aproveitei a

oportunidade de realizar um estágio proposto pelo Governo dos Açores que em conjunto

com a devida autorização da empresa EDA (Eletricidade dos Açores) me foi possível

concretizar. Este realizou-se na Central Termoelétrica da ilha de Santa Maria nos Açores,

tendo uma duração de um mês preenchido com trinta e cinco horas semanais.

O trabalho desenvolvido na empresa consistiu principalmente na recolha e análise

de dados de velocidade e direção do vento desde o ano 2003 até 2010, bem como a

elaboração de uma estimativa da produção de energia para 2014 com a instalação de dois

novos aerogeradores no Parque Eólico da ilha, bem como a redução dos gastos com o

gasóleo utilizado na Central Termoelétrica.

No decorrer deste estágio houve uma oportunidade única de conhecer a cabine dos

aerogeradores do parque, que contou com o acompanhamento de um trabalhador da

empresa.

Posto isto, propus aproveitar o facto de conseguir realizar o tal estágio para o

continuar a desenvolver na cadeira de “Prática de Sistemas Energéticos” na Universidade.

Esta continuação do estágio realizado na empresa EDA, foi muito bem aceite pelo Prof.

Paulo Canhoto (Responsável e Coordenador da cadeira “Prática de Sistemas

Energéticos”) fazendo com que me fosse possível efetuar um estudo minucioso do recurso

da ilha, com posterior elaboração do presente relatório que trata do mesmo.

Deste modo, foi-me proposta a realização de um tratamento dos dados recolhidos

na empresa (velocidade e direção do vento), com posterior análise dos mesmos utilizando

o programa “Windographer”, o qual possibilita um estudo completo do recurso eólico

num sítio específico com determinadas caraterísticas (regimes de vento) e tecnologias

(tipos de turbinas eólicas).

Page 6: Study of the resource at Santa Maria Island Windfarm

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Agradecimentos

Ao Professor e Coordenador do nosso curso Paulo Canhoto, por todo o apoio

excecional e acompanhamento na elaboração do relatório, sem falar do incentivo e

entusiasmo que proporcionou no decorrer do trabalho realizado na Universidade;

Ao Gerente da empresa EDA da ilha de Santa Maria Ezequiel Araújo, por todas

as informações que me facultou ao longo do estágio e durante a realização do relatório;

Ao Engenheiro Miguel Martins, por ter cedido certas informações cruciais do

Parque Eólico bem como esclarecimentos sobre vários aspetos dos dados recolhidos;

À Alexandra Pacheco, Profissional na Estação Meteorológica do Aeroporto de

Santa Maria, por me ter ajudado na comparação das Rosas-dos-Ventos do meu relatório

com a sua tese de mestrado, bem como vários conselhos na elaboração do trabalho;

Aos meus Pais, que desde sempre me incentivaram e que fizeram com que fosse

possível ingressar numa universidade para estudar e investigar o que mais gosto;

Aos meus irmãos, que sempre apoiaram a minha escolha do curso universitário e

que acreditaram em mim e no futuro que ainda virá.

Page 7: Study of the resource at Santa Maria Island Windfarm

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1. Introdução

Como o título deste relatório indica irá ser tomado como objeto de estudo o

recurso eólico com o objetivo de caracterizar/avaliar as condições do vento e de estimar

a produção de energia num dado local.

O movimento de massas de ar na atmosfera é uma consequência das diferenças de

pressão ao longo da superfície terrestre, causadas pela desigualdade de radiação solar

incidente na Terra, sendo esta mais elevada nas zonas equatoriais do que nas polares.

1.1 Aposta na Energia Eólica nos Açores

Partindo da situação real, é óbvio poder afirmar que os Açores não possuem

recursos como petróleo ou gás natural, havendo sempre necessidade de importar os

mesmos para a produção de energia na região. Isto leva-nos a pensar se será a opção mais

correta continuar a ser energeticamente dependente de outros países ou então começar a

apostar no potencial energético das ilhas favorecido pelo seu meio envolvente. De entre

vários recursos “verdes”, a energia eólica pode vir a ser uma enorme mais-valia para a

região. É certo dizer que existe sempre a questão da dimensão do investimento inicial e

que o tempo de retorno do mesmo é consideravelmente longo e que, face à crise que o

país atravessa torna-se difícil a aposta nas energias alternativas.

Porém, coloca-se a questão da “rentabilidade”, porque, parando um segundo para

pensar, será que o facto de os combustíveis fósseis terem de chegar à região por via

marítima, havendo necessidade de posteriormente os distribuir e armazenar nas nove ilhas

é economicamente mais viável que a aposta nas energias renováveis num prazo de, por

exemplo, quinze anos? No meu entender, o que realmente é necessário é uma evolução,

progressiva ou não, face aos combustíveis fósseis e como é de notar, tanto os Açores, a

Madeira e Portugal Continental estão a ficar atrás na corrida do desenvolvimento

energético, bem como em vários âmbitos, tais como socioeconómico e claramente

tecnológico. Poderá ser tarde de mais, quando se aperceberem que para haver produção

de energia será imprescindível a importação de combustíveis e que, se por acaso houver

algum tipo de rutura no fornecimento de terceiros, os portugueses ficarão “às escuras”.

Deste modo, a independência energética que as energias renováveis locais podem

apresentar, vêm dar um “conforto” energético, bem como um avanço na qualidade de vida

dos portugueses.

FIGURA 1 - ILUSTRAÇÃO DA RADIAÇÃO SOLAR INCIDENTE E

CONSEQUENTES MOVIMENTOS DE MASSAS DE AR [1]

Page 8: Study of the resource at Santa Maria Island Windfarm

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Em 2012, 72% da produção da região teve origem em gasóleo e fuel enquanto que

os restantes 28% foram produzidos a partir de fontes renováveis, sendo elas: Geotérmica

(16,7%), Eólica (7,8%), Hídrica (3,5%), Biomassa, Ondas e microgeração (0,03%) [2].

Um conjunto de metas está definido no Plano de Ação para a Energia Sustentável

das Ilhas (PAESI), as quais resultam das metas do Projeto Green Islands para 2018, tendo

como objetivos, a produção de 60% da eletricidade e 20% da energia primária total com

origem em fontes renováveis e 35% da energia primária total utilizada ser sob a forma de

eletricidade. Aliado a estas metas, existe o projeto ISLE-PACT que acrescenta uma meta

às três anteriores, e que visa reduzir as emissões de CO2 em pelo menos 20% até ao ano

de 2020, face a 2005 [2].

Está em progresso um projeto na ilha Graciosa da colaboração da EDA com uma

empresa alemã “Younikos”, em que de acordo com a empresa, os Açores assumem-se

como um dos melhores laboratórios de estudo de Energias Renováveis do mundo. O

projeto visa a implementação na ilha de um parque eólico de 5,5MW, uma central solar

fotovoltaica de 500kW e um sistema de baterias de armazenamento, de modo a que a ilha

se torne um protótipo em pequena escala de uma “comunidade” 100% renovável [2]. A

par disto, existe também um projeto na ilha mais pequena do arquipélago, a Ilha do Corvo,

onde a EDA em parceria com o MIT-Portugal e outras entidades nacionais, discutirão

questões e soluções sobre a gestão de um sistema isolado como o das ilhas. Segundo

Carlos César, Presidente do Governo Regional dos Açores “há um grande potencial de

sinergia entre estes dois projetos, o da Graciosa e o do Corvo, pois daquele, e dos

resultados que se obtiverem na área do armazenamento em baterias, também poderemos

equacionar a sua replicação no Corvo” [3]. Assim, é correto dizer-se que já começa a

existir um certo incentivo e ajuda financeira por parte do Governo Regional, que num

curto período de tempo tenciona ultrapassar os cinquenta porcento de penetração de

energias renováveis na produção de energia elétrica nos Açores.

Posto isto, sendo os Açores uma região relativamente pobre em termos

económicos, a sua riqueza em recursos naturais renováveis fazem da região um local

ambicionado e apetecível para se estabelecerem cooperações ao nível internacional no

setor da energia.

1.2. Organização do relatório

Primeiramente, irá ser descrito o modo de apresentação do relatório seguido de

breves parágrafos acerca de todos os assuntos aqui existentes, guiando desta maneira o

leitor a eventuais pontos de interesse próprio.

Deste modo, houve uma divisão do corpo de desenvolvimento em cinco capítulos.

O capítulo 1. vem de um certo modo avivar no nosso pensamento o significado da palavra

vento, que juntamente com a palavra energia, originam o tema aqui em questão. Irá ser

falada também a situação do arquipélago dos Açores face às energias renováveis.

No capítulo 2. são descritas a localização e condições do meio envolvente do

parque eólico bem como das especificações dos aerogeradores que o compõem.

Seguidamente, no capítulo 3. são apresentadas as velocidades médias mensais do

vento ao longo dos oito anos, a distribuição de velocidades, a função de densidade de

probabilidade de Weibull, a distribuição da direção do vento e a avaliação da produção

de energia eólica.

Page 9: Study of the resource at Santa Maria Island Windfarm

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Finalmente, o capítulo 4. irá consistir numa previsão energética e económica para

o ano de 2014 com a inserção dos dois novos aerogeradores no Parque Eólico e o capítulo

5. vem mostrar as conclusões face aos resultados obtidos.

2. Caracterização do parque eólico da Ilha de Santa Maria

2.1. Localização e condições da zona envolvente

O Estágio Profissional foi realizado na empresa de produção e distribuição de

eletricidade dos Açores (EDA), mais propriamente na ilha de Santa Maria (Figura 3), a

qual se situa no Grupo Oriental do Arquipélago dos Açores (Figura 2).

Falando no local em estudo (Figura 4), há que referir as perturbações e influências

a que o vento está sujeito, fazendo deste modo uma descrição do meio em que o Parque

Eólico está inserido, bem como o que o rodeia.

FIGURA 2 - ARQUIPÉLAGO DOS AÇORES SITUADO

NO OCEANO ATLÂNTICO [4]

FIGURA 3 - ILHA DE SANTA MARIA [4]

FIGURA 4 - LOCAL ONDE SE SITUA O PARQUE

EÓLICO (ÁREA EM ESTUDO) [4] FIGURA 5 - ÂNGULO APROXIMADO ENTRE OS

AEROGERADORES E O PICO DO FACHO [4]

Page 10: Study of the resource at Santa Maria Island Windfarm

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O Pico do Facho (Figura 8), com uma altura de 240 metros acima do nível médio

da água do mar e elevado 100 metros acima do nível da base dos aerogeradores, estando

apenas situado a 650 metros do Parque Eólico (Figura 9), representa um claro obstáculo

para o vento quando sopra da sua direção. Irá haver uma influência significativa na

diminuição da velocidade do vento, bem como na sucessão de fenómenos de turbulência

que afetam deste modo o escoamento na área envolvente do monte, refletindo-se

posteriormente na menor produção de energia dos aerogeradores.

A partir das figuras acima é também possível observar que a disposição dos três

aerogeradores influencia claramente a sua produção de energia quando o vento tem uma

direção paralela à linha que liga os mesmos (traçando uma linha imaginária que ligas os

três aerogeradores). Isto deve-se ao chamado Efeito de Esteira, que resulta do facto de o

vento a jusante de uma turbina tem uma energia inferior relativamente ao vento a

montante da mesma. Deste modo, a energia que se consegue extrair no primeiro

aerogerador que o vento atinge irá ser superior à energia extraída no segundo e assim

sucessivamente. Usualmente existe um cuidado para tentar combater este efeito que passa

por impor uma distância entre os aerogeradores entre cinco a nove diâmetros na direção

preferencial do vento e entre três a cinco diâmetros na direção perpendicular.

FIGURA 6 - VISTA 1 DO PARQUE EÓLICO [4] FIGURA 7 - VISTA 2 DO PARQUE EÓLICO [4]

FIGURA 8 – FOTOGRAFIA APROXIMADA DO

PICO DO FACHO FIGURA 9 – FOTOGRAFIA DO PICO DO FACHO E DO

PARQUE EÓLICO

Page 11: Study of the resource at Santa Maria Island Windfarm

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FIGURA 10 - AEROGERADOR VISTO DA CABINE

DE OUTRO

FIGURA 11 - AEROGERADOR VISTO DO CHÃO

2.2. Especificações dos Aerogeradores

Número: 3 aerogeradores

Modelo: ENERCON E-30;

Potência nominal: 300 kW;

Diâmetro do rotor: 30 m;

Altura da nacelle: 45m;

Direção de rotação: sentido horário;

Tipo: “Upwind” com controlo de passo;

Número de pás: Três;

Material das pás: fibra de vidro (com reforço

de epoxy) com proteção contra relâmpagos;

Área de varrimento das pás: 707 m2;

Velocidade do rotor: 18-46 Rpm;

Velocidade de ponta: 28-72 m/s;

Controlo de Passo: Três sistemas de passo de pá sincronizado com uma alimentação

de emergência;

Sistema de travagem: Três sistemas de passo independentes com alimentação de

emergência, travão do rotor e bloqueio do rotor para serviços e manutenção;

Fornecimento à rede: Inversor da ENERCON;

Gerador: gerador da ENERCON em anel;

Velocidade de arranque: 2,5 m/s

Velocidade nominal: 12,0 m/s;

Velocidade de corte: 26 m/s;

Custo aprox. (equipamento + montagem):

400 000 €.

Page 12: Study of the resource at Santa Maria Island Windfarm

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Abaixo apresenta-se a Curva de Potência dos aerogeradores existentes no Parque

Eólico do Figueiral (E-30). Esta vai ser usada para calcular a Potência Extraída dos

mesmos, e que, em conjunto com a Potência Disponível, calculada a partir da expressão

𝑃𝐷𝑖𝑠𝑝 = 1

2𝜌𝐴𝑢3 (1)

permitirá determinar o valor de Coeficiente de Potência para cada velocidade do vento,

da seguinte forma

𝐶𝑃 =𝑃𝐸𝑥𝑡

𝑃𝐷𝑖𝑠𝑝 (2)

Esses valores encontram-se na Tabela 1

TABELA 1 - VALORES DO COEFICIENTE DE POTÊNCIA DO AEROGERADOR E-30

Velocidade do

vento (m/s)

Potência

Extraída (kW)

Potência

Disponível (kW)

Coeficiente de

Potência

0,00 0,00 0,00 0,00

1,00 0,00 0,43 0,00

2,00 0,00 3,46 0,00

3,00 2,40 11,69 0,21

4,00 10,00 27,71 0,36

5,00 23,00 54,12 0,42

6,00 43,00 93,52 0,46

7,00 71,20 148,50 0,48

8,00 107,00 221,67 0,48

9,00 150,00 315,62 0,48

10,00 198,00 432,95 0,46

11,00 243,90 576,26 0,42

12,00 280,00 748,14 0,37

13,00 300,00 951,19 0,32

14,00 300,00 1188,02 0,25

15,00 300,00 1461,21 0,21

16,00 300,00 1773,37 0,17

17,00 300,00 2127,09 0,14

18,00 300,00 2524,97 0,12

19,00 300,00 2969,61 0,10

20,00 300,00 3463,61 0,09

21,00 300,00 4009,56 0,07

22,00 300,00 4610,06 0,07

23,00 300,00 5267,71 0,06

24,00 300,00 5985,11 0,05

25,00 300,00 6764,86 0,04

Page 13: Study of the resource at Santa Maria Island Windfarm

12

No que toca às velocidades, podemos dizer que a velocidade de arranque situa-se

entre os 2 e os 3 m/s, verificando extração de potência só a partir dessa mesma velocidade;

a velocidade a partir do qual o aerogerador começa a trabalhar à Potência Nominal é de

aproximadamente 13m/s, sendo possível observar que a partir daí o aerogerador funciona

a 300 kW, até chegar à velocidade de corte de aproximadamente 26m/s (como é referido

nas “Especificações dos Aerogeradores” e verificado na Tabelas 1 e 10). Para valores de

velocidade acima da velocidade de corte já não vai haver extração de energia, pelo que o

aerogerador será travado e desligado, de modo a evitar danos no equipamento.

3. Avaliação do recurso e da produção de energia eólica

Primeiro que tudo, para caracterizar o recurso eólico da ilha foi preciso recolher

dados da velocidade e direção do vento. Estes apresentavam-se registados em intervalos

de dez em dez minutos, fazendo com que fosse possível obter uma boa resolução nas

medições das velocidades e direções no período em questão.

Escolheu-se de entre os três aerogeradores aquele que tinha menos erros de

medição associados, de forma a ter o maior número possível de leituras, tendo havido

também necessidade de eliminar todos os registos que aparentavam erros (os quais

estavam assinalados pelo programa da ENERCON).

3.1. Velocidade média do vento

No que respeita às velocidades médias, mostradas abaixo na Tabela 2, estas foram

calculadas a partir das medições de dez em dez minutos, considerando valores de

Velocidades Médias Mensais, permitindo verificar que os meses com velocidade média

mais elevada são Dezembro, Março e Janeiro, e que os meses com velocidade média mais

baixa correspondem aos meses de verão.

FIGURA 12 – CURVA DE POTÊNCIA DO AEROGERADOR E-30

Page 14: Study of the resource at Santa Maria Island Windfarm

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A velocidade média anual é de 7,65 m/s.

Através de todos os valores de velocidades (de 10 em 10 minutos) e da Curva

de Potência do aerogerador (Figura 12), irá ser possível estimar a Energia Extraída

Esperada, calculada através do Windographer, a qual será depois comparada com a

Energia Realmente Extraída (fornecida pela empresa), sendo possível ainda determinar

um parâmetro representativo do desempenho dos aerogeradores. Este último irá

representar a energia que não foi aproveitada, em relação à que o aerogerador conseguiria

extrair de acordo com a sua Curva de Potência e para o recurso disponível no local.

3.2. Distribuição de velocidade e Densidade de Probabilidade de

Weibull

De modo a representar a probabilidade de ocorrência da velocidade do vento em

cada classe de velocidade, recorre-se a um tipo de gráfico que demonstra a frequência

correspondente a cada uma dessas classes – densidade de probabilidade. O gráfico foi

feito com intervalos (classes) de 1 m/s.

A distribuição probabilística usada para descrever o regime de ventos foi a de

Weibull, sendo considerada como a mais apropriada. Esta última é descrita pela equação

seguinte

𝑓(�̅�) =𝑘

𝑐(

�̅�

𝑐)

𝑘−1𝑒𝑥𝑝 {− ((

�̅�

𝑐)

𝑘)} (3)

onde, �̅� é a velocidade média de cada classe, c é um parâmetro de escala, com as

dimensões de velocidade, e k é um parâmetro de forma, sem dimensões.

TABELA 2 -TABELA DAS VELOCIDADES MÉDIAS MENSAIS DO VENTO

Velocidades Médias Mensais do vento (m/s)

Mês

Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2003 8,71 9,23 8,23 11,73 5,39 6,09 4,90 5,74 6,30 7,60 8,24 10,25

2004 7,83 9,28 9,83 9,33 5,67 6,59 5,57 7,28 4,62 9,53 8,96 7,62

2005 10,18 8,05 13,01 8,59 8,17 6,42 5,29 5,48 5,57 9,79 8,19 9,21

2006 9,29 8,71 10,06 7,77 6,07 7,02 5,05 5,03 6,72 9,26 9,60 9,25

2007 8,15 9,08 7,04 7,61 7,18 8,18 5,93 5,88 5,45 6,25 7,47 8,39

2008 9,16 8,50 7,50 9,31 7,02 6,33 6,18 4,85 6,98 5,58 7,67 8,13

2009 9,06 8,38 8,58 6,28 6,53 7,05 6,61 4,82 4,72 8,83 8,31 10,16

2010 11,08 10,29 10,32 7,46 6,81 5,21 4,86 6,09 5,06 9,80 7,53 11,65

Média

Mensal 9,18 8,94 9,29 8,51 6,60 6,61 5,55 5,65 5,67 8,32 8,22 9,33

Page 15: Study of the resource at Santa Maria Island Windfarm

14

Pode verificar-se na Figura 13 que as velocidades com a maior frequência

encontram-se sensivelmente entre os 4 m/s e os 8 m/s (é possível observar as frequências

de ocorrências na Tabela 10). Pode-se igualmente referir que a partir deste histograma é

possível verificar que a ilha possui um regime de ventos com velocidades não muito

elevadas, fazendo com que os aerogeradores estejam menos tempo a trabalhar à sua

potência nominal do que se estivessem sujeitos a velocidades superiores, que para estes

aerogeradores é na ordem dos 12m/s.

3.3. Distribuição da Direção do Vento

A partir dos dados da direção do vento dos oito anos fornecidos pela empresa,

chegou-se a uma Rosa-dos-Ventos (Figura 14) que resulta de uma divisão em doze

setores, correspondendo à frequência de ocorrência em cada uma dessas direções. Estes

valores estão representados na Tabela 3, onde os valores na coluna da esquerda indicam

o valor médio dos ângulos de cada setor, ou seja, quando está representado 0º, por

exemplo, a frequência à frente mostrada, indica a do intervalo entre 345º e 15º.

Visto que os dados da direção do vento fornecidos pela EDA representavam a

posição da cabine do aerogerador, estes ultrapassavam os 360º, tendo sido necessário

fazer uma conversão no Excel de modo a que os valores ficassem entre os 360º.

Posto isto, ao observar a Rosa-dos-Ventos é possível afirmar que as direções

dominantes vigoram no quadrante Norte e a que tem uma maior frequência de ocorrência

é a qual o ângulo médio tem um valor de 30º, que corresponde aproximadamente à direção

Norte-Nordeste. Por outro lado, temos a direção cuja frequência de ocorrência é menor,

sendo esta a do ângulo médio igual a 90º, representando a direção Este.

Podemos observar nos anexos as Rosas-dos-Ventos mensais e reparar que ao

longo dos meses a direção dominante nos meses de verão é aproximadamente de Norte-

Nordeste, pois permanece com a maior frequência nesses meses, enquanto que nos meses

de Inverno as frequências de ocorrência estão sensivelmente distribuídas de igual forma

por todos os setores.

0,00

0,02

0,04

0,06

0,08

0,10

0,12Fr

eq

ue

ên

cia

(%)

Intervalos de Velocidade (m/s)

FIGURA 13 - FUNÇÃO DE DISTRIBUIÇÃO DE PROBABILIDADES DE VELOCIDADES DO VENTO

Page 16: Study of the resource at Santa Maria Island Windfarm

15

Entretanto, olhando também para as Rosas-dos-Ventos anuais, é possível verificar

que a direção dominante ao longo dos anos é a de Norte-Nordeste, com exceção do ano

de 2010.

Após a elaboração das rosas-dos-ventos mensais, anuais e dos oito anos, foi

possível comparar com a rosa-dos-ventos apresentada na tese de mestrado de [5], tendo-

se verificado uma boa concordância, o que permitiu validar os cálculos feitos para a

construção da distribuição da Figura 14.

Ângulo do

Ponto Médio (º) Frequência (%)

0 8,37

30 11,99

60 7,31

90 5,86

120 8,50

150 8,63

180 7,62

210 7,76

240 6,81

270 7,47

300 9,19

330 10,19

FIGURA 14 - ROSA-DOS-VENTOS DOS 8 ANOS

TABELA 3 - FREQUÊNCIA DA DIREÇÃO DO

VENTO POR ÂNGULOS

Page 17: Study of the resource at Santa Maria Island Windfarm

16

3.4. Avaliação da produção de energia eólica

3.4.1. Produção anual e mensal de energia

A partir dos dados da Energia Realmente Extraída pelos três aerogeradores

fornecidos pela EDA (Tabela 6), elaborou-se um gráfico de modo a representar a

variação anual no período em estudo da energia produzida por um único aerogerador

(Figura 15), a qual se assumiu corresponder a um terço da energia total produzida.

É possível observar no gráfico acima que a produção de energia a partir de um

aerogerador não sofreu grandes variações inter-anuais, refletindo-se numa produção

aproximadamente uniforme ao longo dos oito anos. A menor produção de energia

verifica-se no ano de 2007 e a mais elevada no ano de 2006.

De forma a comparar a energia que se produziu com a energia disponível calculou-

se a Energia Disponível Média Mensal, cujos valores estão representados na Tabela 4.

Estes valores obtiveram-se a partir dos parâmetros de Weibull (k e c) representativos das

distribuições mensais de velocidade do vento, estimados através do Windographer com

base nos oito anos de dados, em conjunto com o número de horas mensais e com a área

de varrimento das pás dos aerogeradores (707m2) [6].

Assim, conseguiu-se relacionar a energia extraída e a disponível, chegando aos

valores do aproveitamento energético (Tabela 4), cujos valores variam entre 14%, para

Dezembro, e 32% para Julho.

0,00E+00

2,00E+05

4,00E+05

6,00E+05

8,00E+05

1,00E+06

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Ener

gia

(kW

h)

Ano

Energia Real Extraída por um Aerogerador (KWH)

FIGURA 15 - ENERGIA REALMENTE EXTRAÍDA ANUAL FORNECIDA PELA EDA

Page 18: Study of the resource at Santa Maria Island Windfarm

17

TABELA 4 - DADOS PARA O CÁLCULO DA ENERGIA DISPONÍVEL MÉDIA MENSAL E RAZÃO ENTRE ESSA E A EXTRAÍDA

MÉDIA MENSAL

O gráfico abaixo (Figura 16) ilustra a diferença entre a Energia Realmente

Extraída Média Mensal e a Disponível Média Mensal. É correto dizer que nos meses de

Verão, entre Junho e Setembro, existe uma menor energia disponível no meio, no entanto,

há um aproveitamento energético mais eficiente por parte do aerogerador. Por outro lado,

nos outros meses, existe no meio uma maior quantidade de energia disponível mas que

extraída de forma menos eficiente.

Dados para o Cálculo da Energia Disponível Média Mensal e razão entre essa e a Extraída Média Mensal

Mês Nº de

dias

Nº de

horas k c

Energia

Disponível

(kWh)

Energia

Extraída

(kWh)

E.Ext/E.Disp

Jan 31 744 2,12 10,36 4,49E+05 8,57E+04 0,1906

Fev 28 672 1,75 10 4,55E+05 7,40E+04 0,1628

Mar 31 744 2,07 10,5 4,79E+05 8,93E+04 0,1866

Abr 30 720 1,9 9,59 3,87E+05 7,77E+04 0,2007

Mai 31 744 1,95 7,44 1,81E+05 5,00E+04 0,2758

Jun 30 720 2,06 7,45 1,66E+05 4,80E+04 0,2887

Jul 31 744 2,18 6,25 9,62E+04 3,17E+04 0,3295

Ago 31 744 2,13 6,37 1,04E+05 2,98E+04 0,2865

Set 30 720 2,04 6,39 1,06E+05 2,99E+04 0,2825

Out 31 744 1,99 9,39 3,56E+05 7,07E+04 0,1982

Nov 30 720 2,04 9,28 3,25E+05 6,77E+04 0,2085

Dez 31 744 1,82 10,52 5,56E+05 8,17E+04 0,1468

FIGURA 16 - COMPARAÇÃO DA ENERGIA REALMENTE EXTRAÍDA MÉDIA MENSAL E A DISPONÍVEL

MÉDIA MENSAL PARA UM AEROGERADOR

0,00E+00

1,00E+05

2,00E+05

3,00E+05

4,00E+05

5,00E+05

6,00E+05

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Ener

gia

(kW

h)

Mês

Energia Realmente Extraída Média Mensal (kWh) Energia Disponível Média Mensal (kWh)

Page 19: Study of the resource at Santa Maria Island Windfarm

18

Posto isto, conseguimos ter uma ideia da energia eólica disponível no local do

parque eólico e comparar, face às características dos aerogeradores, com a quantidade de

energia que se consegue extrair.

Com as características dos aerogeradores e com as condições do vento do local

em estudo, também foi possível fazer uma estimativa da Energia Extraída Média

Mensal Esperada através do programa Windographer (Tabela 8). No gráfico acima

(Figura 17) pode-se observar que os valores esperados são superiores aos que realmente

se extraiu.

Comparando então o que se extraiu com o que teoricamente esperado, chegamos

à ilustração abaixo representada (Figura 18), que demonstra o desempenho dos

aerogeradores face à sua Extração Real Média Mensal de Energia.

FIGURA 17 - COMPARAÇÃO ENTRE A ENERGIA REALMENTE EXTRAÍDA E A ESPERADA PELO WINDOGRAPHER PARA

UM AEROGERADOR

FIGURA 18 - DESEMPENHO DE UM AEROGERADOR COMPARANDO A ENERGIA REALMENTE

EXTRAÍDA COM A ESPERADA A PARTIR DO WINDOGRAPHER

0,00E+00

2,00E+04

4,00E+04

6,00E+04

8,00E+04

1,00E+05

1,20E+05

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Ener

gia

(kW

h)

Mês

Energia Realmente Extraída Média Mensal por um Aerogerador (kWh)

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

0,70

0,80

0,90

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média

0,770,80 0,81

0,860,82

0,80 0,81

0,72 0,710,74 0,75 0,77 0,78

Pe

rce

nta

gem

(%

)

Mês e Média

Razão entre a Energia Realmente Extraída Média Mensal e a Esperada pelo Windographer (%)

Page 20: Study of the resource at Santa Maria Island Windfarm

19

Ao analisar o gráfico acima (Figura 18) podemos verificar que existe uma

diferença entre a Energia Realmente Extraída e a Esperada (de um aerogerador). Esta

toma um valor médio anual de 0,78, fazendo com que o total de energia produzido pelo

parque seja cerca de 78% do total que se poderia esperar com as características do

aerogerador e das condições do vento existentes. Esta diferença pode dever-se ao facto

dos valores obtidos a partir do Windographer serem totalmente isentos de possíveis cortes

na produção de energia do parque eólico devido a manutenções e de não serem incluídas

as perdas de energia causadas pelo efeito de esteira provocado pela disposição dos

aerogeradores.

A partir da Tabela 9, obteve-se o gráfico acima (Figura 19) que representa a

frequência de ocorrência do funcionamento dos aerogeradores em classes de potência (de

10 em 10 kW), admitindo que o aerogerador esteve sempre disponível durante os oito

anos (teoricamente esperada pelo Windographer). É possível verificar que o

funcionamento a uma potência até 10 kW representa o maior número de ocorrências,

seguido da produção aproximadamente à sua potência nominal, entre 290 e 300 kW. O

primeiro caso deve-se inteiramente aos casos em que as velocidades são inferiores ou

muito próximas da velocidade de arranque da turbina e/ou de serem superiores à sua

velocidade de corte, havendo deste modo um elevado número de vezes em que a sua

produção é baixa ou nula. Por outro lado, o número elevado de ocorrências próximo e/ou

igual à potência nominal deve-se às velocidades favoráveis para que tal potência seja

atingida.

Relativamente às velocidades, podemos comprovar o que foi demonstrado no

gráfico da Função de Distribuição de Probabilidades de Velocidades do Vento

(Figura 13), onde se verificaram que as velocidades mais frequentes se situam entre os 4

e os 8m/s. Pode-se também observar as colunas referentes à Potência Média Extraída

Esperada, que vêm de encontro à Curva de Potência dos aerogeradores E-30 (Figura 12)

juntamente com os valores do Coeficiente de Potência (Tabela 1). A partir da Tabela

10 verifica-se a partir dos 25-26 m/s uma descida abrupta na Potência Extraída pelo

aerogerador, demonstrado pelo desvio-padrão desse mesmo valor.

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

16,00

18,00

20,00

Freq

uên

cia

(%)

Intervalos de Potência (kW)

Frequência da Potência Média Extraída Esperada pelo Windographer (%)

FIGURA 19 - FREQUÊNCIA DA POTÊNCIA MÉDIA EXTRAÍDA ESPERADA POR UM AEROGERADOR A PARTIR DO

WINDOGRAPHER

Page 21: Study of the resource at Santa Maria Island Windfarm

20

3.4.2. Produção de energia por setor de direção do vento

TABELA 5 - CONVERSÃO DE INTERVALOS DE ÂNGULOS EM RUMOS

Na Figura 20 encontram-se ilustrados os valores da Tabela 11 que representam

a Potência Média que teoricamente seria atingida para cada setor de direção do vento.

Fez-se então, uma separação entre rumos de modo a que a leitura seja mais simples, dando

a informação de quais são as direções mais favoráveis/desfavoráveis para a produção de

energia. Deste modo, cada Rumo corresponde a um intervalo de ângulos de onde o vento

“sopra” (Tabela 5). Foram criados na Tabela 11 intervalos de Extração de Potência de

10 em 10 kW de modo a termos uma visão mais percetível das diferenças de extração

existentes entre os diferentes setores.

Este aproveitamento de energia vai ser evidentemente influenciado pela

frequência de ocorrência da direção em cada rumo e também pelo relevo da ilha, havendo

rumos em que a energia produzida pelos aerogeradores é menor, por exemplo devido a

elevações no terreno, e outros em que a energia produzida é maior, quando não existem

grandes “obstáculos” para o vento.

Deste modo, verifica-se claramente neste gráfico que entre o rumo 3 e 4 existe

uma menor potência média extraída, sendo aproximadamente metade da máxima que se

consegue extrair. Isto deve-se principalmente ao facto de estes rumos serem influenciados

pelo Pico do Facho, como é ilustrado na Figura 5.

Por outro lado, os rumos em que a extração é mais elevada são os que estão entre

os rumos 7 e 8 e também entre os 11 e 12. No primeiro caso os valores resultam do facto

de na direção desses setores ser o mar, fazendo com que o vento vindo do oceano ascenda

a colina até ao Parque Eólico ganhando velocidade. No segundo caso, apesar do vento ter

que atravessar quase totalmente a ilha, e sendo o seu relevo pouco acidentado, consegue

Rumo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Intervalo de

Ângulos (º) 345-15 15-45 45-75 75-105 105-135 135-165 165-195 195-225 225-255 255-285 285-315 315-345

FIGURA 20 - POTÊNCIA MÉDIA EXTRAÍDA ESPERADA POR RUMO

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

140,0

160,0

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Po

tên

cia

dia

Te

ori

cam

en

te E

xtra

ída

(kW

)

Rumo

Page 22: Study of the resource at Santa Maria Island Windfarm

21

chegar ao Parque com uma intensidade significativa, refletindo-se isso num bom

aproveitamento eólico.

Sendo assim, quanto menos tempo o vento estiver da direção do Pico do Facho

(rumos 3 e 4) melhor vai ser o aproveitamento energético do Parque e que para este último

ser máximo, teríamos de ter como direções dominantes as que não envolvessem um

trajeto do vento com obstruções e consequentemente perdas de energia associadas (rumos

7-8 e 11-12).

Page 23: Study of the resource at Santa Maria Island Windfarm

22

4. Estimativa da produção de energia para 2014

Com base nos valores médios mensais de Energia Realmente Produzida pelos três

aerogeradores, fez-se uma estimativa para o ano de 2014 com o funcionamento dos cinco,

chegando aos valores da Tabela 12. Face à quantidade de Energia Produzida pelos três

aerogeradores durante os oito anos, fez-se uma comparação com a previsão para 2014

(Figura 21) e pode-se concluir que existe um aumento de cerca de 60% de produção

com a inserção dos novos dois aerogeradores, havendo deste modo uma notável “ajuda”

na produção de energia e no combate à dependência do gasóleo para fins energéticos. Esta

estimativa só é possível devido ao facto de os novos dois aerogeradores serem iguais aos

três anteriores, tendo deste modo curvas de potência iguais. Há que referir que a energia

extraída prevista para 2014 calculada é um pouco mais elevada que a que realmente se

irá extrair, porque com a instalação dos novos dois aerogeradores irá haver um efeito de

esteira acrescido.

0,00E+00

5,00E+05

1,00E+06

1,50E+06

2,00E+06

2,50E+06

3,00E+06

3,50E+06

4,00E+06

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total

Ener

gia

Méd

ia (

kWh

)

Mês e Total Anual

Energia Extraída Média Real dos 8 anos com 3 Aerogeradores (KWh)

Energia Extraída Média Prevista para 2014 com os 5 Aerogeradores (KWh)

FIGURA 21 - COMPARAÇÃO ENTRE A ENERGIA MÉDIA PRODUZIDA PELOS TRÊS AEROGERADORES E A PREVISTA

PARA 2014 JÁ COM OS CINCO AEROGERADORES

Page 24: Study of the resource at Santa Maria Island Windfarm

23

Na Figura 22 estão ilustrados os valores previstos pela empresa da Produção Total

de Energia (a partir de gasóleo e dos cinco aerogeradores – Tabela 13) e o respetivo

consumo de gasóleo para o ano de 2014.

Com base nos valores da Tabela 12 consegue-se saber a quantidade de energia

prevista que, gerada a partir dos aerogeradores, integrará a rede elétrica da ilha, chegando

deste modo à fração da mesma no total de Energia Produzida em 2014 (Tabela 14).

0,00E+00

2,00E+05

4,00E+05

6,00E+05

8,00E+05

1,00E+06

1,20E+06

1,40E+06

1,60E+06

1,80E+06

2,00E+06

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Pro

du

ção

To

tal d

e En

ergi

a (

kWh

) e

resp

ecti

vo c

on

sum

o d

e G

asó

leo

(L)

Mês

Previsão da Produção Total de Energia [Central Termoelétrica + 5 Aerogeradores] (KWh) Previsão do Consumo de Gasóleo (L)

FIGURA 22 - PREVISÃO DA PRODUÇÃO TOTAL DE ENERGIA E CONSUMO DE GASÓLEO ASSOCIADO PARA 2014

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez TotalAnual

Pe

rcen

tage

m d

a P

en

etr

ação

de

Ener

gia

de

Fon

te E

ólic

a n

a Ilh

a (%

)

Mês e Total Anual

Previsão da Percentagem da Penetração da Energia de fonte Eólica na Ilha (%)

FIGURA 23 - PREVISÃO DA PERCENTAGEM DE ENERGIA DE FONTE EÓLICA NA ILHA EM 2014

Page 25: Study of the resource at Santa Maria Island Windfarm

24

Pode-se verificar na Figura 23, cujo gráfico foi construído a partir da Tabela 14,

que a Energia Produzida a partir do Parque representa cerca de 17,80% da Energia Total

Anual gerada pelas duas fontes de energia, tendo um máximo de aproximadamente 27%

em Abril e um mínimo de 8% em Agosto.

A Tabela 15 corresponde à quantidade de energia que é produzida só a partir do

gasóleo, com base na estimativa da empresa para o ano de 2014.

Posto isto, chegou-se aos valores da Tabela 16, que indicam o consumo de

gasóleo em litros, para produzir toda a energia prevista para 2014 só a partir desse

combustível, a qual irá ser produzida pela Central e pelo Parque, o que nos leva à

elaboração do gráfico da Figura 24, que ilustra a consumo e a poupança de gasóleo

prevista, levando-nos ao total de litros de gasóleo poupados durante o ano de 2014 –

Tabela 17.

FIGURA 24 - COMPARAÇÃO DA PREVISÃO DO CONSUMO DE GASÓLEO SE A ENERGIA FOSSE PRODUZIDA SÓ A

PARTIR DO MESMO E POUPANÇA ASSOCIADA À PRODUÇÃO DA CENTRAL COM OS CINCO AEROGERADORES

0,00E+00

1,00E+06

2,00E+06

3,00E+06

4,00E+06

5,00E+06

6,00E+06

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez TotalAnual

CO

nsu

mo

e P

ou

pan

ça d

e G

asó

leo

(L)

Mês e Total Anual

Previsão do consumo de gasóleo se a Energia prevista fosse obtida só a partir do mesmo (L)

Previsão da Poupança de gasóleo face ao funcionamento dos cinco Aerogeradores (L)

Page 26: Study of the resource at Santa Maria Island Windfarm

25

Chegando ao total de litros que se pode poupar com a ajuda da produção do

Parque, chegamos à conclusão que é possível reduzir o consumo de gasóleo em

aproximadamente 18% no total de um ano face à situação em que toda a produção de

energia fosse feita partir de gasóleo – Tabela 18. Deste modo, haverá uma poupança

significativa em termos monetários, que com base nos litros não consumidos e no preço

por litro de gasóleo, é possível chegar a um valor aproximado em euros referente à

quantidade de gasóleo não consumido no ano de 2014 – Tabela 19, cujos valores estão

ilustrados na Figura 25.

Assim é possível afirmar que, face ao funcionamento do Parque existe uma

notável redução no consumo de gasóleo, havendo deste modo uma elevada diminuição

em termos de custos monetários e de emissões de gases poluentes para a atmosfera.

0,00

100000,00

200000,00

300000,00

400000,00

500000,00

600000,00

700000,00

800000,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez TotalAnual

Po

up

ança

Mo

net

ária

(€)

Mês e Total Anual

Poupança monetária do Gasóleo face ao funcionamento dos 5 Aerogeradores (€)

FIGURA 25 - POUPANÇA MONETÁRIA DO GASÓLEO FACE AO FUNCIONAMENTO DOS CINCO AEROGERADORES

Page 27: Study of the resource at Santa Maria Island Windfarm

26

5. Conclusões

Primeiro que tudo, após o estudo do Recurso Eólico no local do Parque, deparei-

me com a questão sobre o lugar mais apropriado para este ter sido construído. Com este

estudo, foi-me possível verificar que no Parque as velocidades do vento adquirem

velocidades razoáveis para o aproveitamento de energia, contudo a posição geográfica do

Parque Eólico deixa muito a pensar. É certo que por estar a algumas dezenas de metros

de uma colina seguida do mar, o vento dessa direção irá sofrer uma ascendência para

contornar o tal obstáculo o que irá se transformar num ganho de velocidade bem como

num perfil não perturbado. No entanto, com base na posição do Pico do Facho, é claro

que maior ou menor, irá existir sempre alguma interferência na componente energética

do vento, quando este estiver da direção do primeiro. Isto é possível observar na Figura

20 e Tabela 11, onde a Potência Média Extraída Esperada é visivelmente muito menor

nos rumos 2,3 e 4, os quais sofrem a influência do Pico do Facho. Tirando este pormenor,

o lugar do Figueiral (sítio onde o Parque está construído) apresenta um enorme potencial

para instalar equipamentos de aproveitamento de energia eólica.

Foi possível perceber que a ilha apresenta outros sítios favoráveis para a inserção

de aerogeradores, nomeadamente no Norte da ilha, onde existe uma colina também junto

ao mar e, visto que a direção dominante é Norte-Nordeste, é provável que seja um bom

local para elaborar uma série de testes e estudos, para posteriormente se averiguar se o

local apresenta um bom potencial energético.

Em segundo lugar, pode-se referir que ao observar os valores de Energia

Produzida a partir do Parque Eólico (três aerogeradores), percebe-se que já existia uma

percentagem razoável na produção de energia da ilha e que com a inserção dos novos dois

aerogeradores é previsto um aumento de cerca de 60% no aproveitamento energético,

passando a representar cerca de 18% do total de energia prevista a ser produzida na ilha

em 2014. Isto evidencia claramente a tentativa da ilha começar a ganhar ainda mais

independência face ao gasóleo na produção da energia, o que já se refletiu em valores

apresentados na avaliação da produção da energia eólica. Pode-se verificar que com a

inserção dos novos dois aerogeradores e que, face à previsão da produção de energia com

consumo de gasóleo associado, há uma diminuição de cerca de 941 mil litros de

combustível consumido no final do ano, dando um total monetário de aproximadamente

de 741 mil euros, sem falar no custo dos lubrificantes usados nos geradores, bem como

custos de manutenção e reparação associados aos mesmos.

No entanto, para que a ilha continue com esta progressão em termos de produção

de energia, terá de ser possível algum tipo de compensação face à produção muito variável

dos aerogeradores. Deste modo, podem-se abrir outras possibilidades de aproveitamentos

de energias renováveis, nomeadamente uma central mini-hídrica na ilha, que face ao

relevo acentuado em certas zonas e à abundância de chuvas na região durante quase todo

o ano, poderão estar reunidas as condições mínimas para haver algum sucesso na

incorporação da tal central na rede elétrica da ilha. A inserção de uma central solar

fotovoltaica, poderia ser também uma ajuda nessa compensação, mas seria necessário

estudar e avaliar a rentabilidade económica dessa tecnologia, visto que a ilha encontra-se

a maior parte do tempo envolvida por nuvens, diminuindo duma certa forma a produção

de energia a partir painéis fotovoltaicos.

Finalmente, pode referir-se que face ao estudo agora elaborado, a ilha de Santa

Maria, bem como todo o arquipélago dos Açores, apresentam uma enorme capacidade e

potencial para conseguir a independência face ao gasóleo para fins energéticos (com

exceção de alguns meios de transporte) e assim olhar para as energias alternativas como

Page 28: Study of the resource at Santa Maria Island Windfarm

27

a nossa opção mais viável. Isto porque, como já foi considerado por muitos, os Açores

assumem-se como um laboratório natural de excelência no domínio da investigação e

desenvolvimento das Energias Renováveis.

Page 29: Study of the resource at Santa Maria Island Windfarm

28

Bibliografia

Base de dados do sistema da ENERCON na EDA;

http://www.diariodosacores.pt/index.php/economia/1777-eda-assina-acordo-com-a-

younicos-para-projeto-de-25-m-na-ilha-graciosa;

http://www.younicos.com/en/media_library/press_releases/008-2012-08-09_graciosa;

http://www.irena.org/documentdownloads/OkinawaMay2012/10_Ina%20Hahndorf.pdf;

http://www.portal-energia.com/energias-renovaveis-nos-acores-passado-presente-e-

futuro/;

http://www.cresesb.cepel.br/index.php?link=/tutorial/tutorial_eolica.htm;

Manual de ajuda do programa Windographer.

Page 30: Study of the resource at Santa Maria Island Windfarm

29

Referências

[1] Tutorial de Energia Eólica - Princípios e Tecnologias, 2008;

[2] Duarte Nuno Cota, 2013;

[3] Manuel Moniz, Diário dos Açores, 2012;

[4] Printscreens do Google Earth posteriormente editados;

[5] Contribuição para o Estudo do Campo de vento na Ilha de Santa Maria Açores,

Alexandra Pacheco, Vila Real, 2012;

[6] Winds Energy Systems, Gary L. Johnson, Manhattan, 2001;

Page 31: Study of the resource at Santa Maria Island Windfarm

30

Anexos

TABELA 7 – POTÊNCIA EXTRAÍDA ESPERADA A PARTIR DO WINDOGRAPHER

TABELA 8 - ENERGIA EXTRAÍDA MÉDIA MENSAL ESPERADA PELO WINDOGRAPHER

Energia Extraída Média Mensal Esperada pelo Windographer (kWh)

Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Média

Mensal 1,11E+05 9,32E+04 1,11E+05 9,08E+04 6,08E+04 6,02E+04 3,91E+04 4,11E+04 4,23E+04 9,62E+04 8,97E+04 1,06E+05

TABELA 7 - ENERGIA DISPONÍVEL PARA UM AEROGERADOR A PARTIR DAS VELOCIDADES MÉDIAS MENSAIS (KW)

Energia Realmente Extraída dada pela Empresa EDA dos 3 aerogeradores (kWh)

Mês

Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Total

Anual

2003 2,16E+05 1,92E+05 2,12E+05 3,25E+05 1,04E+05 1,22E+05 7,42E+04 1,02E+05 1,04E+05 2,22E+05 2,20E+05 3,16E+05 2,21E+06

2004 2,12E+05 2,73E+05 2,90E+05 2,80E+05 1,05E+05 1,29E+05 8,62E+04 1,26E+05 5,80E+04 3,06E+05 2,50E+05 1,69E+05 2,28E+06

2005 2,62E+05 1,86E+05 4,17E+05 2,48E+05 2,15E+05 1,36E+05 8,36E+04 8,16E+04 7,10E+04 2,27E+05 2,12E+05 2,36E+05 2,37E+06

2006 2,92E+05 2,35E+05 3,49E+05 1,73E+05 1,24E+05 1,93E+05 7,65E+04 8,07E+04 1,13E+05 2,50E+05 2,24E+05 3,03E+05 2,41E+06

2007 1,79E+05 2,71E+05 1,70E+05 1,93E+05 1,38E+05 2,18E+05 1,22E+05 9,38E+04 9,01E+04 1,47E+05 1,84E+05 1,69E+05 1,98E+06

2008 2,14E+05 2,18E+05 1,71E+05 2,79E+05 1,55E+05 1,16E+05 1,10E+05 4,94E+04 1,52E+05 1,11E+05 1,89E+05 2,45E+05 2,01E+06

2009 2,97E+05 1,44E+05 2,54E+05 1,30E+05 1,91E+05 1,53E+05 1,50E+05 6,14E+04 5,82E+04 2,24E+05 1,97E+05 2,50E+05 2,11E+06

2010 3,83E+05 2,60E+05 2,80E+05 2,37E+05 1,70E+05 8,54E+04 5,78E+04 1,20E+05 7,27E+04 2,12E+05 1,49E+05 2,71E+05 2,30E+06

Média

Mensal 2,57E+05 2,22E+05 2,68E+05 2,33E+05 1,50E+05 1,44E+05 9,51E+04 8,94E+04 8,98E+04 2,12E+05 2,03E+05 2,45E+05 1,77E+07

Total dos

8 anos

TABELA 6 - ENERGIA REALMENTE EXTRAÍDA DADA PELA EMPRESA EDA DOS 3 AEROGERADORES

Potência extraída esperada a partir do Windographer (kW)

Mês

Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2003 1,44E+02 1,33E+02 1,27E+02 1,80E+02 6,01E+01 7,43E+01 3,82E+01 6,22E+01 7,53E+01 1,17E+02 1,30E+02 1,62E+02

2004 1,14E+02 1,51E+02 1,59E+02 1,53E+02 5,90E+01 8,37E+01 5,44E+01 1,01E+02 3,28E+01 1,64E+02 1,51E+02 9,46E+01

2005 1,83E+02 1,20E+02 2,26E+02 1,34E+02 1,23E+02 7,77E+01 4,61E+01 4,94E+01 5,83E+01 1,64E+02 1,25E+02 1,31E+02

2006 1,49E+02 1,34E+02 1,71E+02 1,02E+02 6,50E+01 9,13E+01 3,95E+01 4,30E+01 8,57E+01 1,49E+02 1,49E+02 1,54E+02

2007 1,16E+02 1,58E+02 9,64E+01 1,09E+02 9,76E+01 1,29E+02 6,63E+01 5,43E+01 4,99E+01 7,47E+01 1,04E+02 1,21E+02

2008 1,53E+02 1,34E+02 1,05E+02 1,43E+02 9,13E+01 7,33E+01 6,11E+01 3,71E+01 8,84E+01 5,77E+01 1,06E+02 1,22E+02

2009 1,45E+02 1,15E+02 1,36E+02 7,63E+01 7,50E+01 9,30E+01 8,20E+01 3,34E+01 3,93E+01 1,44E+02 1,26E+02 1,59E+02

2010 1,94E+02 1,66E+02 1,69E+02 1,12E+02 8,23E+01 4,63E+01 3,28E+01 6,24E+01 4,06E+01 1,64E+02 1,07E+02 1,96E+02

Média

Mensal 1,50E+02 1,39E+02 1,49E+02 1,26E+02 8,17E+01 8,36E+01 5,26E+01 5,53E+01 5,88E+01 1,29E+02 1,25E+02 1,42E+02

Page 32: Study of the resource at Santa Maria Island Windfarm

31

TABELA 9 - OCORRÊNCIAS E FREQUÊNCIAS DA POTÊNCIA

MÉDIA EXTRAÍDA ESPERADA POR UM AEROGERADOR

Ocorrências e Frequências da Potência

Média Extraída Esperada para um

aerogerador

Mín.

(kW)

Máx.

(kW) Ocorrências Frequência (%)

0 10 81067 19,47

10 20 30981 7,44

20 30 27903 6,70

30 40 23544 5,66

40 50 18991 4,56

50 60 18674 4,49

60 70 13327 3,20

70 80 12812 3,08

80 90 12393 2,98

90 100 1174 2,82

100 110 11114 2,67

110 120 7079 1,70

120 130 6803 1,63

130 140 9749 2,34

140 150 5884 1,41

150 160 5743 1,38

160 170 5309 1,28

170 180 4988 1,20

180 190 4868 1,17

190 200 4518 1,09

200 210 6399 1,54

210 220 4212 1,01

220 230 4008 0,96

230 240 3941 0,95

240 250 5471 1,31

250 260 3384 0,81

260 270 5081 1,22

270 280 4786 1,15

280 290 7275 1,75

290 300 54294 13,04

Total 416338 100

Page 33: Study of the resource at Santa Maria Island Windfarm

32

Velocidade do vento Potência Média Extraída Esperada (kW)

Mín. (m/s) Máx. (m/s) Ocorrências Média Mín Máx. Desvio padrão

0 1 7068 0 0 0 0

1 2 14253 0 0 0 0

2 3 21765 1,17 0 2,13 0,67

3 4 33004 5,92 2,37 9,11 2,16

4 5 44208 15,76 9,86 21,41 3,67

5 6 46995 31,55 22,71 40,47 5,68

6 7 46192 54,68 42,46 68,62 8,01

7 8 40764 85,71 70,31 102,14 10,17

8 9 33934 124,06 105,7 143,97 12,21

9 10 26063 168,54 148,25 191,05 13,67

10 11 20799 215,95 195,83 237,04 13,16

11 12 17129 257,73 241,61 277,68 10,44

12 13 14143 287,42 278,04 297,03 5,89

13 14 11901 299,87 298,82 300 0,36

14 15 9346 300 300 300 0

15 16 6943 300 300 300 0

16 17 5441 300 300 300 0

17 18 4568 300 300 300 0

18 19 3406 300 300 300 0

19 20 2547 300 300 300 0

20 21 1746 300 300 300 0

21 22 1156 300 300 300 0

22 23 825 300 300 300 0

23 24 597 300 300 300 0

24 25 468 300 300 300 0

25 26 325 69,23 0 300 126,59

26 27 227 0 0 0 0

27 28 146 0 0 0 0

28 29 120 0 0 0 0

29 30 71 0 0 0 0

30 31 53 0 0 0 0

31 32 45 0 0 0 0

32 33 35 0 0 0 0

33 34 18 0 0 0 0

34 35 15 0 0 0 0

35 36 15 0 0 0 0

36 37 6 0 0 0 0

37 38 1 0 0 0 0

38 39 0

TABELA 10 - OCORRÊNCIAS DE INTERVALOS DE VELOCIDADE DE 1M/S, RELACIONADOS COM A

POTÊNCIA MÉDIA EXTRAÍDA ESPERADA

Page 34: Study of the resource at Santa Maria Island Windfarm

33

TABELA 11 - POTÊNCIA MÉDIA EXTRAÍDA ESPERADA POR SETOR

Potência Média Extraída Esperada por rumo (kW)

Mín.

(kW)

Máx.

(kW) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

0 10 3,53 4,08 3,57 3,30 3,24 2,84 2,23 2,99 3,38 3,35 3,37 3,36

10 20 15,15 15,09 15,02 14,89 15,01 14,91 14,87 14,82 15,06 15,09 15,17 15,07

20 30 24,23 24,08 23,98 23,91 23,89 24,01 23,61 24,02 23,93 24,03 24,05 24,02

30 40 34,57 34,55 34,42 34,32 34,50 34,42 34,37 34,26 34,30 34,44 34,49 34,55

40 50 43,88 43,94 43,88 43,84 43,98 43,94 43,99 43,69 43,91 44,02 44,04 43,91

50 60 54,97 54,82 54,84 54,48 54,73 54,71 54,84 54,81 54,84 54,70 54,85 54,94

60 70 64,65 64,69 64,65 64,64 64,73 64,61 64,77 64,57 64,61 64,88 64,73 64,73

70 80 73,83 73,63 73,50 73,69 73,80 73,51 73,77 73,69 73,52 73,80 73,71 73,74

80 90 84,29 84,25 84,37 84,18 84,26 84,43 84,22 84,51 84,42 84,19 84,22 84,28

90 100 94,79 94,91 94,91 94,89 94,82 95,05 94,95 95,08 95,01 94,96 95,03 94,86

100 110 105,85 105,82 105,67 105,79 105,71 105,76 105,74 105,66 105,69 105,68 106,01 105,85

110 120 116,20 116,16 116,11 116,04 116,27 116,18 116,10 116,07 116,15 116,10 116,07 116,12

120 130 124,71 124,73 124,44 124,58 124,74 124,68 124,59 124,86 124,77 124,77 124,67 124,75

130 140 135,32 135,37 135,47 135,36 135,48 135,25 135,56 135,43 135,42 135,21 135,63 135,43

140 150 146,32 146,05 146,12 145,95 146,08 145,90 146,16 146,09 145,90 146,15 146,13 145,88

150 160 155,31 155,16 155,05 155,17 155,21 154,99 155,41 155,18 155,21 155,21 155,22 155,27

160 170 164,78 164,75 164,71 164,89 164,73 164,85 164,89 164,61 164,85 164,80 164,77 164,77

170 180 174,29 174,14 174,06 174,22 174,38 174,16 174,32 174,31 174,52 174,20 174,18 174,42

180 190 184,05 184,07 183,71 184,20 183,87 183,79 184,07 183,88 183,75 183,98 183,81 183,89

190 200 193,27 193,45 193,35 193,27 193,57 193,24 193,61 193,63 193,26 193,44 193,39 193,42

200 210 205,02 204,82 204,71 204,49 205,09 205,07 205,32 204,83 204,96 205,19 205,14 204,96

210 220 216,40 216,44 216,28 216,68 216,43 216,54 216,39 216,46 216,55 216,51 216,42 216,45

220 230 225,62 225,53 225,64 225,72 225,64 225,61 225,78 225,43 225,68 225,77 225,57 225,52

230 240 234,67 234,80 234,76 234,46 234,57 234,81 234,84 234,61 234,91 234,88 234,96 234,81

240 250 245,41 245,22 245,61 245,33 245,43 245,44 245,34 245,51 245,39 245,59 245,63 245,33

250 260 254,70 254,52 254,55 254,56 254,54 254,64 254,63 254,70 254,76 254,58 254,71 254,71

260 270 263,59 263,69 263,50 263,75 263,42 263,80 263,65 263,88 263,80 263,64 263,68 263,62

270 280 274,51 274,42 273,87 274,63 274,49 274,52 274,54 274,52 274,23 274,38 274,32 274,30

280 290 284,88 284,70 284,67 284,93 284,69 284,58 284,86 284,99 284,73 284,89 284,94 284,88

290 300 299,26 299,32 299,35 299,20 299,47 299,39 299,52 299,32 299,18 299,25 299,40 299,45

Média 112,36 97,99 66,10 63,09 109,30 107,99 120,42 117,33 107,53 105,83 117,38 141,79

Page 35: Study of the resource at Santa Maria Island Windfarm

34

Rosas-dos-Ventos Mensais

Page 36: Study of the resource at Santa Maria Island Windfarm

35

Rosas-dos-Ventos Anuais

2004 2003

2007 2006

2005

2008

2009 2010

Page 37: Study of the resource at Santa Maria Island Windfarm

36

TABELA 12 - PREVISÃO DA ENERGIA A PRODUZIR NO ANO DE 2014 COM OS CINCO AEROGERADORES

Previsão da Energia a produzir no ano de 2014 com os cinco aerogeradores (kWh)

Mês

Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Total

Anual

2014 4,28E+05 3,71E+05 4,46E+05 3,89E+05 2,50E+05 2,40E+05 1,59E+05 1,49E+05 1,50E+05 3,54E+05 3,38E+05 4,08E+05 3,68E+06

Previsão da Produção Total de Energia (Central Termoelétrica + 5 aerogeradores) (kWh)

com respetivo consumo de gasóleo (L)

Mês

Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Total

Anual

Produção

Total

(kWh)

1,73E+06 1,55E+06 1,68E+06 1,57E+06 1,62E+06 1,67E+06 1,83E+06 1,97E+06 1,84E+06 1,78E+06 1,68E+06 1,77E+06 2,07E+07

Consumo

Gasóleo

(L)

3,40E+05 3,04E+05 3,26E+05 3,08E+05 3,57E+05 3,69E+05 4,18E+05 4,56E+05 4,22E+05 3,60E+05 3,27E+05 3,58E+05 4,35E+06

TABELA 13 - PREVISÃO DA PRODUÇÃO TOTAL DE ENERGIA DADA PELA EMPRESA (CENTRAL TERMOELÉTRICA + 5

AEROGERADORES) COM RESPETIVO CONSUMO DE GASÓLEO

Percentagem da penetração de Energia produzida a partir dos cinco aerogeradores na rede elétrica (%)

Mês

Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Total

Anual

2014 24,75% 23,87% 26,61% 24,73% 15,45% 14,39% 8,68% 7,55% 8,14% 19,93% 20,15% 23,11% 17,80%

TABELA 14 - PERCENTAGEM DA PENETRAÇÃO DE ENERGIA PRODUZIDA A PARTIR DOS CINCO AEROGERADORES NA

REDE ELÉTRICA

TABELA 15 - PREVISÃO DA PRODUÇÃO DE ENERGIA SÓ A PARTIR DE GASÓLEO (ENERGIA TOTAL – ENERGIA

PRODUZIDA PELOS AEROGERADORES)

Previsão da Produção de Energia só a partir de gasóleo (Energia total – Energia produzida pelos aerogeradores) (kWh)

Mês

Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Total

Anual

2014 1,30E+06 1,18E+06 1,23E+06 1,18E+06 1,37E+06 1,43E+06 1,67E+06 1,82E+06 1,69E+06 1,42E+06 1,34E+06 1,36E+06 1,70E+07

TABELA 16 - PREVISÃO DO CONSUMO DE GASÓLEO SE A ENERGIA PREVISTA FOSSE OBTIDA SÓ A PARTIR DO MESMO

Previsão do consumo de gasóleo se a energia prevista fosse obtida só a partir do mesmo (L)

Mês

Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Total

Anual

2014 4,52E+05 3,99E+05 4,44E+05 4,10E+05 4,23E+05 4,31E+05 4,58E+05 4,93E+05 4,59E+05 4,50E+05 4,09E+05 4,66E+05 5,29E+06

Page 38: Study of the resource at Santa Maria Island Windfarm

37

Poupança de gasóleo face ao funcionamento dos cinco aerogeradores (L)

Mês

Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Total

Anual

2014 1,12E+05 9,53E+04 1,18E+05 1,01E+05 6,53E+04 6,20E+04 3,98E+04 3,72E+04 3,74E+04 8,96E+04 8,24E+04 1,08E+05 9,41E+05

TABELA 17 - POUPANÇA DE GASÓLEO FACE AO FUNCIONAMENTO DOS CINCO AEROGERADORES

TABELA 18 - PERCENTAGEM DE POUPANÇA DE GASÓLEO

Percentagem de poupança de gasóleo (%)

Mês

Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Total

Anual

2014 24,75% 23,87% 26,61% 24,73% 15,45% 14,39% 8,68% 7,55% 8,14% 19,93% 20,15% 23,11% 17,80%

TABELA 19 - POUPANÇA MONETÁRIA DO GASÓLEO FACE AO FUNCIONAMENTO DOS CINCO AEROGERADORES

Preço médio por Litro de Gasóleo (2014 ) 0,79 €

Poupança monetária do gasóleo face ao funcionamento dos cinco aerogeradores (€)

Mês

Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Total

Anual

2014 88454,09 75392,86 93562,85 80179,10 51696,51 49022,97 31472,79 29448,15 29584,89 70905,15 65214,51 85136,67 744736,96

Page 39: Study of the resource at Santa Maria Island Windfarm

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Especificações do Aerogerador E-30 fornecidas pela ENERCON

Page 40: Study of the resource at Santa Maria Island Windfarm

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