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1 COMISSÃO DE ÉTICA PARLAMENTAR SUBCOMISSÃO PARA TRATAR SOBRE A REFORMA DO CÓDIGO DE ÉTICA PARLAMENTAR – RDI 95/2017 RELATÓRIO FINAL NOVEMBRO/2017 Deputado SÉRGIO TURRA Relator da Subcomissão para tratar sobre a Reforma do Código de Ética Parlamentar – RDI 95/2017 Deputado JULIANO ROSO Membro – Presidente da Comissão de Ética Parlamentar Deputado MARLON SANTOS Membro – Corregedor da Comissão de Ética Parlamentar

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COMISSÃO DE ÉTICA PARLAMENTAR

SUBCOMISSÃO PARA TRATAR SOBRE A REFORMA DO CÓDIGO DE ÉTICA

PARLAMENTAR – RDI 95/2017

RELATÓRIO FINAL NOVEMBRO/2017

Deputado SÉRGIO TURRA

Relator da Subcomissão para tratar sobre a Reforma do Código de Ética Parlamentar – RDI 95/2017

Deputado JULIANO ROSO

Membro – Presidente da Comissão de Ética Parlamentar

Deputado MARLON SANTOS

Membro – Corregedor da Comissão de Ética Parlamentar

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I – DA CONSTITUIÇÃO DA SUBCOMISSÃO

Esta Subcomissão tem origem em proposição do signatário,

Deputado Sérgio Turra, protocolada junto à Comissão de Ética

Parlamentar em 20 de fevereiro de 2017, na forma do artigo 74 e §§ do

Regimento Interno da Casa, apreciada em reunião ordinária da

Comissão de Ética Parlamentar, que, como registra a Ata nº 001/2017, de

21 de junho de 2017, firmada pelo Deputado Juliano Roso, digno

Presidente da Comissão, aprovou por unanimidade a criação da

Subcomissão para tratar sobre a Reforma do Código de Ética

Parlamentar, registrada nesta Casa Legislativa através do Requerimento

nº 95/2017, mesma data na qual foram indicados os integrantes.

II – DA COMPOSIÇÃO DA SUBCOMISSÃO

Deputado Sérgio Turra – Relator

Deputado Juliano Roso – Membro Titular

Deputado Marlon Santos – Membro Titular

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III – DOS OBJETIVOS DA SUBCOMISSÃO

Em 180 anos de história, pela primeira vez o Parlamento Gaúcho

passou, do início ao fim, por um processo de cassação de mandato de

deputado constituído. E foram dois casos. Em ambos, denúncias

apresentadas pela imprensa e pelo Ministério Público do Estado do Rio

Grande do Sul foram apuradas pelo Corregedor da Comissão de Ética

Parlamentar da Assembleia Legislativa, deputado Marlon Santos,

membro titular desta Subcomissão, que, seguramente, jamais teve maior

trabalho que nos primeiros dois anos de mandato. A fatal representação

pela perda do mandato dos ex-deputados, Dr. Basegio em 2015 e Mário

Jardel em 2016, recebeu respaldo das Subcomissões Processantes

posteriores, que tiveram o escopo de investigar e, sobretudo, garantir a

máxima justiça e ampla defesa aos acusados. O signatário deste relatório,

deputado Sérgio Turra, como membro das duas bancas instauradas, na

primeira atuando como Vogal e na segunda como Relator, e em ambas,

juntamente com os demais deputados que subscrevem este documento,

além da assessoria técnica desta Assembleia, sentiram as lacunas e

brechas contidas em um regramento aprovado em resolução de 1993. Da

forma acima exposta, a busca aqui descrita teve por finalidade atualizar e

modernizar o instrumento normativo através da experiência adquirida

nos últimos dois processos e de referências em outros regimentos.

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IV – DAS ATIVIDADES REALIZADAS

A Subcomissão para tratar sobre a Reforma do Código de Ética

Parlamentar, em seu prazo regimental de 120 dias, promoveu cinco

reuniões, contando com a presença dos deputados membros e da

assessoria dos gabinetes, além da assessoria técnica designada pela

Comissão de Ética Parlamentar. Vale destacar também a importante

participação da Procuradoria da Assembleia Legislativa, na figura do

procurador designado para o assessoramento da Comissão, Fernando

Baptista Bolzoni, o qual desempenhou trabalho de fôlego, aliado da

experiência adquirida no Parlamento Gaúcho e daquela obtida na

participação nos processos de cassação anteriormente citados. Além

disso, um grupo de trabalho formado por servidores e assessores da

Casa Legislativa reuniu-se outras sete vezes durante esse período, a fim

de elaborar parecer técnico e minuta de projeto de resolução para alterar

o Código de Ética Parlamentar, para posterior apreciação dos deputados

membros desta Subcomissão, iniciativa pioneira deste Parlamento. Uma

parte desse grupo citado acima, acompanhado deste relator desta

Subcomissão, realizou visita ao corpo técnico dos Conselhos de Ética e

Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados e do Senado Federal,

bem como à Advocacia Geral do Senado, na capital federal, em Brasília, a

fim de trocar experiências e buscar modelos de procedimentos.

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V – DAS REUNIÕES DA SUBCOMISSÃO

1ª REUNIÃO – 28 de junho de 2017.

REUNIÃO PARA DELIBERAÇÃO DE DELIMITADORES DO

TRABALHO

Local – Gabinete do Deputado Sérgio Turra, 11º andar – ALERGS

Estiveram presentes os Exmos. Srs. Deputados: Sérgio Turra (PP)

– Relator, Juliano Roso (PCdoB) e Marlon Santos (PDT), Membros

Titulares da Subcomissão, além dos assessores Carlos Eduardo Chaise,

Lúcia Helena Tschiedel Dipp e Paulo Roberto D’Agustini.

Abertos os trabalhos, o firmatário, na condição de Relator, expôs

os objetivos da proposição da Subcomissão, especialmente com relação

às sugestões de alterações do Código de Ética Parlamentar. Após as

manifestações dos demais membros, a maioria das orientações

convergiram nas mesmas diretrizes, que nortearam o trabalho da

assessoria técnica sequencialmente, e que seguem abaixo:

Foco no rito do processo disciplinar;

Garantia do direito de defesa do acusado;

Maior celeridade dos processos acusatório e de cassação;

Regras mais claras, especialmente no processo de cassação;

Maior autonomia da Subcomissão Processante e Comissão;

Ponto centrais de mudança: rito, ampla defesa e celeridade;

Códigos auxiliares: Câmara dos Deputados e Senado Federal;

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2ª REUNIÃO – 12 de julho de 2017.

REUNIÃO PARA DELIBERAÇÃO DE DELIMITADORES DO

TRABALHO

Local – Gabinete do Deputado Sérgio Turra, 11º andar – ALERGS

Estiveram presentes os Exmos. Srs. Deputados: Sérgio Turra (PP)

– Relator, Juliano Roso (PCdoB) e Marlon Santos (PDT), Membros

Titulares da Subcomissão, além dos assessores Carlos Eduardo Chaise,

Jorge Vinícius dos Nascimento, Lúcia Helena Tschiedel Dipp e Paulo

Roberto D’Agustini, além do procurador designado pela Procuradoria

da Assembleia Legislativa, Fernando Baptista Bolzoni.

Aberta a reunião, o firmatário, na condição de Relator, passou a

palavra ao procurador Fernando Baptista Bolzoni, que apresentou

algumas sugestões de alteração do rito do processo disciplinar e do

Código de Ética Parlamentar. As principais indicações davam conta da

inconveniência da tramitação do Projeto de Resolução de cassação de

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mandato pela Comissão de Constituição e Justiça, do ponto cronológico

para o encerramento do processo com a renúncia do parlamentar, da

redução do número de membros da Comissão de Ética Parlamentar, da

alteração do nome para “Conselho” de Ética e “Decoro” Parlamentar e

do exercício do voto pelo Corregedor da Comissão durante o processo de

cassação o qual originou representação.

Após as manifestações deste relator e dos membros da

Subcomissão, foi definido grupo de trabalho técnico para elaborar

parecer e minuta de Projeto de Resolução para alteração do Código de

Ética Parlamentar da Assembleia Legislativa.

3ª REUNIÃO – 19 de setembro de 2017.

REUNIÃO PARA DELIBERAÇÃO SOBRE MINUTA DE

PROJETO DE RESOLUÇÃO

Local – Sala José Antônio Lutzenberger, 4º andar – ALERGS

Estiveram presentes o Exmo. Sr. Deputado: Sérgio Turra (PP) –

Relator, além dos assessores Carlos Eduardo Chaise, Lúcia Helena

Tschiedel Dipp e Paulo Roberto D’Agustini, do procurador designado

pela Procuradoria da Assembleia Legislativa, Fernando Baptista Bolzoni,

da assessora Tânia Antunes e da secretária da Comissão de Ética

Parlamentar, Eleni Nizu.

Abertos os trabalhos, o firmatário, na condição de Relator, passou

a palavra ao procurador Fernando Baptista Bolzoni, que apresentou as

alterações propostas pelo grupo de trabalho para o Código de Ética

Parlamentar, na forma de minuta de Projeto de Resolução a ser

apreciado pelo relator presente e demais membros da Subcomissão.

Entre os pontos discutidos estiveram: a sugestão do Relator de

alteração do nome para Comissão de Ética e “Decoro” Parlamentar,

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acrescentando ao nome atual apenas a expressão entre em aspas. Outro

ponto debatido foi a questão dos prazos regimentais, tanto do rito de

representação quanto dos procedimentos da Subcomissão Processante,

sendo alterado para dias corridos ou úteis, em vez das atuais sessões

legislativas.

4ª REUNIÃO – 25 de outubro de 2017.

REUNIÃO PARA DELIBERAÇÃO SOBRE MINUTA DE

PROJETO DE RESOLUÇÃO

Local – Sala Alberto Pasqualini, 4º andar – ALERGS

Estiveram presentes o Exmo. Sr. Deputado: Sérgio Turra (PP) –

Relator, Juliano Roso (PCdoB) e Marlon Santos (PDT), Membros

Titulares da Subcomissão, além dos assessores Jeferson Fagundes de

Oliveira, Jorge Vinícius do Nascimento e Paulo Roberto D’Agustini, do

procurador designado pela Procuradoria da Assembleia Legislativa,

Fernando Baptista Bolzoni, e da secretária da Comissão de Ética

Parlamentar, Eleni Nizu.

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Aberta a reunião, o firmatário, na condição de Relator, fez

agradecimentos ao trabalho do procurador, pela redação da minuta do

Projeto de Resolução que sugere modificações ao Código de Ética

Parlamentar, bem como ao grupo de trabalho formado pelas assessorias

dos membros titulares, pela construção e revisão do trabalho. Após,

sugeriu acréscimo do conteúdo do inciso II do art. 17-C, parágrafo único,

do Código de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal, para que a

colhida de prova testemunhal seja realizada preferencialmente em única

sessão, proposta amparada pelos demais membros titulares desta

Subcomissão. Na sequência, foram justificadas sugestões de alteração,

como a que acrescenta o termo “Decoro” ao nome da Comissão e do

Código. Mais que uma questão de semântica, a mudança facilitaria o

entendimento das decisões interna corporis. Em seguida, entrou em

discussão o tempo de mandato do Corregedor, o qual restou consenso

para vinculação do período ao da Comissão de Ética Parlamentar, com

acréscimo da impossibilidade de recondução na mesma legislatura.

Ponto mantido para posterior análise foi da manutenção da presença dos

três membros da Subcomissão Processante para deliberação.

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5ª REUNIÃO – 7 de novembro de 2017.

REUNIÃO PARA DELIBERAÇÃO SOBRE MINUTA DE

PROJETO DE RESOLUÇÃO

Local – Gabinete do Deputado Sérgio Turra, 11º andar – ALERGS

Estiveram presentes o Exmo. Sr. Deputado: Sérgio Turra (PP) –

Relator, Juliano Roso (PCdoB) e Marlon Santos (PDT), Membros

Titulares da Subcomissão, além dos assessores Carlos Eduardo Chaise,

Jorge Vinícius do Nascimento e Paulo Roberto D’Agustini, do

procurador designado pela Procuradoria da Assembleia Legislativa,

Fernando Baptista Bolzoni, e da secretária da Comissão de Ética

Parlamentar, Eleni Nizu.

Abertos os trabalhos, o firmatário, na condição de Relator, colocou

em discussão os pontos divergentes entre os membros da Subcomissão,

iniciando pela revogação do inciso XI do artigo 34, acrescentando seu

teor ao novo inciso XV do artigo 33. Após deliberação foi resolvido pela

manutenção do regramento atual do Código de Ética Parlamentar.

Em seguida foi colocada em pauta a iniciativa da Subcomissão

Processante somente poder deliberar com a presença da totalidade de

seus membros, inserindo na norma o modelo utilizado nos últimos

processos de cassação. Após argumentos e discussão, foi sugerida a

extinção da Subcomissão Processante composta por três deputados,

criando em seu lugar a figura do Relator para a instrução dos processos

instaurados em decorrência do recebimento da representação do

Corregedor pela Comissão de Ética Parlamentar. Além disso, o Relator

deverá, pela proposta, ser sorteado entre os membros, excetuando o

presidente, o corregedor, o deputado responsável pela apresentação do

requerimento e o membro que tenha relatado processo disciplinar

anterior na mesma legislatura. Dessa maneira, o Relator terá mais

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autonomia durante a instrução probatória e o sorteio promoverá maior

isenção dos processos disciplinares.

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VI – DAS VISITAS TÉCNICAS DA SUBCOMISSÃO

1º DIA – 25 de setembro de 2017.

REUNIÃO DE TRABALHO/VISITA TÉCNICA

Local – Sala de Reuniões da Secretaria de Apoio aos Órgãos do

Parlamento do Senado Federal, Anexo 2 – Brasília/DF

Estiveram presentes o Exmo. Sr. Deputado: Sérgio Turra (PP) –

Relator, além dos assessores Carlos Eduardo Chaise e Paulo Roberto

D’Agustini, do procurador designado pela Procuradoria da Assembleia

Legislativa, Fernando Baptista Bolzoni, e da assessora da Comissão de

Ética Parlamentar, Tânia Antunes.

Na reunião com a assessoria técnica da Secretaria de Apoio aos

Órgãos do Parlamento do Senado Federal (SAOP), órgão encarregado

de, entre outras atribuições, assistir o Conselho de Ética e Decoro

Parlamentar do Senado Federal, o grupo de trabalho foi recebido pelo

Chefe de Gabinete da SAOP, Carlos Eduardo Rodrigues Cruz, e pelos

Técnicos Legislativos Aires Pereira das Neves Júnior e Walmar Andrade,

os quais descreveram o procedimento para a apuração de infrações

disciplinares dos Senadores, permitindo trocar impressões sobre as

diferenças entre o rito observado no Senado Federal em comparação com

o previsto no Código de Ética Parlamentar da Assembleia Legislativa.

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REUNIÃO DE TRABALHO/VISITA TÉCNICA

Local – Sala de Reuniões da Advocacia do Senado Federal, Bloco 2

– Brasília/DF

Estiveram presentes os assessores Carlos Eduardo Chaise e Paulo

Roberto D’Agustini, além do procurador designado pela Procuradoria

da Assembleia Legislativa, Fernando Baptista Bolzoni, e da assessora da

Comissão de Ética Parlamentar, Tânia Antunes.

Na reunião com os procuradores do Senado Federal, o grupo foi

recebido pelo Advogado-Geral, Alberto Machado Cascais Meleiro, pelo

Advogado-Adjunto, Fernando César Cunha, e pela Advogada do

Senado, Gabrielle Tatith Pereira, os quais relataram a atividade do órgão

perante o Supremo Tribunal Federal (STF) durante os processos

disciplinares conduzidos pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar

do Senado Federal, particularmente o que culminou na cassação do

mandato do ex-senador Delcídio do Amaral, permitindo-nos trocar

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impressões sobre o tratamento dispensado pelo STF em comparação com

as medidas determinadas pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul

no curso do processo que culminou com a cassação do mandato do ex-

deputado Mário Jardel.

2º DIA – 26 de setembro de 2017.

REUNIÃO DE TRABALHO/VISITA TÉCNICA

Local – Sala de Reuniões do Conselho de Ética e Decoro

Parlamentar da Câmara dos Deputados, Anexo 2 – Brasília/DF

Estiveram presentes os assessores Carlos Eduardo Chaise e Paulo

Roberto D’Agustini, além do procurador designado pela Procuradoria

da Assembleia Legislativa, Fernando Baptista Bolzoni, e da assessora da

Comissão de Ética Parlamentar, Tânia Antunes.

Durante a reunião no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da

Câmara dos Deputados, a secretária da Comissão, Adriana Godoy,

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descreveu o procedimento para a apuração de infrações disciplinares dos

Deputados Federais, permitindo-nos trocar impressões sobre as

diferenças entre o rito processual observado na Câmara dos Deputados

em comparação com o previsto no Código de Ética Parlamentar da

Assembleia Legislativa. Participou brevemente da reunião o presidente

do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, Deputado Elmar

Nascimento (DEM-BA).

REUNIÃO DE TRABALHO/VISITA TÉCNICA

Local – Plenário 13 da Câmara dos Deputados, Anexo 2 –

Brasília/DF

Estiveram presentes os assessores Carlos Eduardo Chaise e Paulo

Roberto D’Agustini, além do procurador designado pela Procuradoria

da Assembleia Legislativa, Fernando Baptista Bolzoni, e da assessora da

Comissão de Ética Parlamentar, Tânia Antunes.

O grupo de trabalho acompanhou a Reunião Ordinária do

Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados,

presidida pelo Deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), na qual foi

realizado sorteio de lista tríplice para a escolha do relator de processo

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disciplinar contra o Deputado Wladimir Costa (SD-PA), procedimento

previsto no art. 13, I, do Código de Ética e Decoro Parlamentar da

Câmara dos Deputados.

REUNIÃO DE TRABALHO/VISITA TÉCNICA

Local – Gabinete 50 da Ala Tancredo Neves do Senado Federal,

Anexo 2 – Brasília/DF

Estiveram presentes os assessores Carlos Eduardo Chaise e Paulo

Roberto D’Agustini, além do procurador designado pela Procuradoria

da Assembleia Legislativa, Fernando Baptista Bolzoni, e da assessora da

Comissão de Ética Parlamentar, Tânia Antunes.

Reunião com o senador Lasier Martins (PSD-RS), membro do

Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal, o qual nos

recebeu em seu gabinete para breve conversa sobre a experiência nos

processos de infrações ao decoro parlamentar.

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Ao final, o grupo de trabalho fez uma avaliação positiva do

deslocamento à Brasília, o qual proporcionou informações relevantes a

serem consideradas no trabalho desta Subcomissão de reforma do

Código de Ética Parlamentar da Assembleia Legislativa.

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VI – DO RELATÓRIO

Constitui base documental do presente relatório, a minuta do

Projeto de Resolução que modifica disposições da Resolução n.º 2.514, de

30 de novembro de 1993 (Código de Ética Parlamentar) sobre o processo

disciplinar dos Deputados pela prática de condutas ofensivas à imagem

da Assembleia Legislativa e ao decoro parlamentar. O trabalho é

resultado de revisão e iniciativas dos membros titulares desta

Subcomissão e do grupo de trabalho, que envolve assessoria técnica dos

gabinetes e da Comissão de Ética Parlamentar, além da Procuradoria da

Assembleia Legislativa, baseadas nas experiências anteriores e em

normativas auxiliares como os códigos de Ética e Decoro Parlamentar da

Câmara dos Deputados e do Senado Federal. O documento, elaborado

de acordo com as diretrizes acordadas em reunião para deliberação de

delimitadores do trabalho, restou centrado no sentido de suprimir

lacunas da normativa atual sentidas nos processos disciplinares que

culminaram com a cassação dos dois primeiros deputados em 180 anos

de Parlamento Gaúcho. A celeridade dos prazos processuais, o

estabelecimento de ritos procedimentais, a garantia da ampla defesa e a

ampliação da autonomia da Comissão de Ética Parlamentar e dos

relatores de eventuais processos futuros foram o foco da reforma, a qual

esta Subcomissão pretende apresentar, a fim de atualizar e modernizar

seu código, deixar um legado e conservar os princípios norteadores da

atividade parlamentar.

Seguem o resumo das sugestões de alteração do código e anexo

minuta de Projeto de Resolução a ser apreciado pelos nobres pares desta

Comissão.

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RESUMO DAS MODIFICAÇÕES NO CÓDIGO DE ÉTICA

PARLAMENTAR

É incluída a referência ao Decoro na nomenclatura da Comissão e

do Código, os quais passam a denominar-se “Comissão de Ética e Decoro

Parlamentar” e “Código de Ética e Decoro Parlamentar”.

Modificações no art. 8:

Inclusão dos §§ 3º-A, 3º-B e 3º-C para impedir que seja integrante

da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar:

a) Suplente de Deputado; e

b) Deputado que tenha sido punido ou esteja respondendo a processo

disciplinar.

Modificação do § 4º para eliminar a previsão de reuniões

ordinárias da Comissão (normalmente não realizadas, ante a

coincidência do horário de 14h das quartas-feiras com as sessões do

Plenário); a Comissão deverá reunir-se sempre que necessário, mediante

convocação expressa, preferencialmente às 11h de quintas-feiras.

Modificações no art. 11:

Revisão das competências do Corregedor para eliminar conflitos

quanto à:

a) Instrução do processo disciplinar (competência da Relator);

b) Assessoramento jurídico à Comissão de Ética e Decoro Parlamentar

(competência da Procuradoria);

c) Coordenação dos cursos preparatórios da atividade parlamentar

(competência da Escola do Legislativo).

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Modificações no art. 24:

Inclusão do § 1º-A para condicionar o licenciamento para

tratamento de saúde do Deputado à inspeção por junta médica oficial, a

partir do momento em que a Comissão de Ética Parlamentar tenha

recebido representação para a instauração de processo disciplinar,

evitando-se assim o uso indevido da licença como instrumento

protelatório do processo.

Modificações no art. 26:

Modificação do inciso V do parágrafo único para adequar a

redação à extinção da Subcomissão Processante, substituída pelo Relator

singular encarregado da instrução do processo disciplinar.

Modificações no art. 33:

Revogação do inciso V, sem efeito desde a vedação da concessão

de auxílios e subvenções sociais pela Assembleia Legislativa (Resolução

n.º 2.953, de 17/11/2005).

Modificações no art. 34:

Modificação da redação do inciso VIII, para deixar claro que o

número de 45 (quarenta e cinco) ausências em sessões intercaladas

refere-se às sessões ordinárias e extraordinárias realizadas no ano

legislativo.

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Modificações no art. 38:

Modificação da redação do inciso VI, para tornar a suspensão do

exercício do mandato do titular, causa de convocação de suplente, a fim

de evitar o funcionamento da Assembleia Legislativa com número

menor de Deputados.

Modificações no art. 40:

Modificação para harmonizar a redação do dispositivo com a do

inciso I do § 3º-A do art. 8º.

Modificações no art. 42:

Modificações para padronizar a redação do dispositivo com a do

art. 50 e para eliminar a ação de ofício da Comissão de Ética e Decoro

Parlamentar. O não-comparecimento do Deputado a 2/3 do número de

sessões ordinárias será declarado mediante requerimento dos

legitimados relacionados no dispositivo.

Modificações no art. 43:

Modificações para extinguir a pena de censura escrita e para

tornar exequível a aplicação da pena de censura verbal, a qual será

aplicada pelo Deputado que estiver no exercício da presidência dos

trabalhos da sessão plenária ou da reunião da Comissão. A nova redação

proposta para os §§ 1º a 3º prevê a aplicação da censura verbal de forma

imediata, por parte do Deputado que esteja presidindo os trabalhos da

sessão plenária ou da reunião de Comissão, e o registro da punição na

ata dos trabalhos, com a leitura no expediente da sessão plenária

seguinte.

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Modificações no art. 44:

Modificações para aprimorar a redação do caput (quem pratica

determinada conduta sujeita-se à aplicação da respectiva punição, mas a

efetiva aplicação da mesma depende do devido processo). A nova

redação do § 1º define critérios mínimo e máximo para a aplicação da

pena de suspensão do exercício do mandato, de um mês a um ano. A

redação do § 2º é modificada para padronização com a do § 2º do art. 45.

Modificações no art. 45:

Modificações para passar a dispor exclusivamente sobre as

hipóteses de perda do mandato não sujeitas ao processo disciplinar de

que trata o art. 50 e seguintes do Código de Ética e Decoro Parlamentar.

Nesse sentido, são revogados os incisos I, II e VI, cuja matéria passa a ser

disciplinada no art. 45-A. Tratando-se de hipóteses de perda de mandato

declarada pela Mesa, sem processo disciplinar em sentido estrito, a nova

redação do § 1º disciplina um rito sumário para o exercício do direito de

defesa na hipótese de perda de mandato por excesso de faltas mediante

manifestação do Deputado à vista da certidão das ausências, a ser

emitida pela Superintendência Legislativa em atendimento a

requerimento do Presidente da Comissão.

Inclusão do art. 45-A:

É introduzido o art. 45-A, que trata das hipóteses de perda do

mandato sujeitas ao processo disciplinar de que trata o art. 50 e seguintes

do Código de Ética e Decoro Parlamentar, correspondentes às condutas

relacionadas nos incisos I, II e VI, revogados na redação original do art.

45. A redação do inciso I foi aprimorada para abarcar a conduta genérica

do art. 32 (correspondente ao art. 55, § 1º, da Constituição Federal, que

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declara incompatível com o decoro parlamentar o abuso de

prerrogativas). A redação do inciso II foi aprimorada para evitar dúvida

sobre o número de incidências em conduta sancionada. O § 1º,

coerentemente com a jurisprudência do STF a esse respeito, esclarece a

possibilidade de abertura ou prosseguimento de processo disciplinar que

tenha por objeto conduta praticada no mandato imediatamente anterior

do Deputado reeleito para a legislatura seguinte. Para a redação do § 2º

foi observado o padrão do § 2º do art. 44.

Modificações no art. 46:

Modificação para introduzir um parágrafo único, dispondo sobre

a possibilidade de abertura ou prosseguimento de processo disciplinar

contra Deputado nomeado Ministro ou Secretário de Estado ou de

Capital.

Modificações no art. 50:

Modificações para padronizar a redação do dispositivo com a do

art. 42, limitando aos partidos políticos com representação na

Assembleia Legislativa a prerrogativa de deflagrar a instauração do

processo disciplinar.

Modificações no art. 51:

A fixação dos prazos em sessões do Plenário gera indefinição

indesejável para a tramitação do processo disciplinar e o adequado

exercício do direito de defesa. Nesse sentido a redação do caput é

modificada para alterar o prazo para o Corregedor examinar o

requerimento para instauração de processo disciplinar contra Deputado,

das atuais cinco sessões para 45 (quarenta e cinco) dias. A nova redação

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dos §§ 1º a 3º estabelece requisitos mínimos para o conhecimento do

requerimento pelo Corregedor; o § 4º, ora acrescido, prevê o

arquivamento do feito na hipótese de desatendimento aos referidos

requisitos.

Modificações no art. 52:

Modificações para definir as competências do Corregedor no

processo disciplinar. O § 1º institucionaliza a investigação sumária,

destinada à formação do convencimento do Corregedor, e o § 2º retira o

direito de voto do Corregedor nas deliberações da Comissão de Ética e

Decoro Parlamentar, evitando o conflito entre a investidura das funções

de acusador e julgador na mesma autoridade. O enunciado do direito à

ampla defesa e à constituição de defensor consta dos novos arts. 54-C e

54-F.

Modificações no art. 53:

Modificações para tratar da exposição do Corregedor perante a

Comissão de Ética e Decoro Parlamentar quanto à sua decisão sobre a

denúncia recebida contra Deputado, na forma do requerimento de que

trata o art. 51, caput. O § 1º prevê a comunicação ao Deputado contra

quem foi apresentado o requerimento para, querendo, fazer-se presente

à reunião. O § 2º prevê a apresentação do relatório do Corregedor

perante a Comissão sobre a investigação sumária que tenha

eventualmente conduzido, com a leitura da representação que tenha

formulado ou a exposição das razões pelas quais decidiu pelo

arquivamento da denúncia. No caso de arquivamento, o § 3º faculta ao

signatário do requerimento a interposição de recurso à Comissão, no

mesmo prazo de cinco dias úteis atualmente previsto. O § 4º prevê a

designação de um dos Deputados que tenha votado no sentido do

provimento do recurso contra o arquivamento para elaborar a

Page 25: SUBCOMISSÃO PARA TRATAR SOBRE A REFORMA DO CÓDIGO DE …

25

representação contra o Deputado acusado, hipótese em que as

competências e o impedimento aplicáveis ao Corregedor serão

investidos no Deputado designado para elaborar a representação. O § 6º

substitui a atual Subcomissão Processante por um Relator singular, a ser

escolhido por sorteio entre os membros titulares da Comissão. O § 7º

disciplina o sorteio do Relator, excluindo o Presidente e o Corregedor da

Comissão (incisos IV e V), além dos Deputados eventualmente

responsáveis pela apresentação do requerimento original ao Corregedor

(inciso II) ou pela representação elaborada em caso de provimento do

recurso contra o arquivamento (inciso I), ou Deputado que, na mesma

legislatura, tenha atuado como Relator de outro processo disciplinar

(inciso III).

Modificações no art. 54:

Modificações para definir o rito do processo disciplinar e as

competências do Relator na condução do mesmo, inclusive fixando-lhe

prazo de 90 (noventa) dias para a instrução, prorrogáveis por igual

período. Neste artigo houve redução do prazo, a fim de tornar o

processo mais célere.

Inclusão do art. 54-A:

É introduzido o art. 54-A para estabelecer a publicidade do

processo disciplinar, facultada a possibilidade excepcional de realização

de atos reservados (a exemplo da previsão do art. 792, § 1º, do Código de

Processo Penal).

Page 26: SUBCOMISSÃO PARA TRATAR SOBRE A REFORMA DO CÓDIGO DE …

26

Inclusão do art. 54-B:

É introduzido o art. 54-B para dispor sobre as nulidades no

processo disciplinar e afirmar o primado da finalidade sobre a forma do

ato praticado no processo.

Inclusão do art. 54-C:

É introduzido o art. 54-C para afirmar o direito constitucional à

ampla defesa e disciplinar a forma de seu exercício. O § 1º descreve os

requisitos formais da representação. Os §§ 2º e 3º asseguram a citação

pessoal do acusado, a qual será acompanhada da representação recebida

pela Comissão. O § 4º fixa em 15 (quinze) dias, ao invés das cinco sessões

ordinárias atualmente previstas, para a apresentação de defesa escrita

pelo acusado. O § 5º assegura a nomeação de defensor dativo e a

reabertura do prazo de defesa. O § 6º faculta ao acusado promover a

própria defesa ou a nomear defensor em lugar do dativo, sem reabertura

de prazo nessa hipótese. O § 7º busca contornar o conflito entre a regra

do art. 232, caput, do Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado e

a redação dada ao art. 400, caput, do CPP pela Lei Federal n.º 11.719/2008

(em que um dispõe sobre o interrogatório do acusado como o primeiro

ato do processo, enquanto o outro o estabelece como o derradeiro ato da

defesa) remetendo ao Deputado acusado a opção pelo momento em que

deseja ser interrogado – inclusive facultando-lhe não o ser – em

conformidade com sua estratégia de defesa. Os §§ 8º e 9º estabelecem a

notificação do Deputado em seu gabinete, inclusive por sua assessoria (a

exemplo do previsto no art. 15, II, do Código de Ética e Decoro

Parlamentar do Senado Federal). O § 10 prevê a notificação por meio do

defensor constituído para o Deputado afastado do exercício do mandato

para o exercício do cargo de Secretário (pois o parágrafo único incluído

no art. 46 prevê a possibilidade de instauração ou de prosseguimento de

processo disciplinar contra Deputado afastado nesse caso). O § 11

Page 27: SUBCOMISSÃO PARA TRATAR SOBRE A REFORMA DO CÓDIGO DE …

27

assegura o transcurso de ao menos dois dias úteis entre a notificação do

acusado e a realização do ato processual.

Inclusão do art. 54-D:

É introduzido o art. 54-D para disciplinar a prova testemunhal e

sua coleta preferencialmente em uma única sessão. O § 1º fixa em 8 (oito)

o número de testemunhas cujo depoimento pode ser requerido por cada

parte, a exemplo do disposto no art. 401, caput, do Código de Processo

Penal. O § 2º atribui ao acusado o dever de apresentar perante o Relator

as testemunhas que tenha arrolado. O § 3º dispõe sobre o compromisso

da testemunha. O § 4º trata da inquirição das testemunhas. O § 5º dispõe

sobre o isolamento das testemunhas. O § 6º evita sejam ouvidas

testemunhas sem a presença do Deputado acusado e de seu defensor

constituído e penaliza o acusado com a renúncia dos depoimentos cuja

coleta seria procedida naquela reunião (inciso I). O § 7º faculta a coleta

de depoimento testemunhal por videoconferência, na forma a ser

regulada em Resolução de Mesa, aplicável também para outros

procedimentos da Assembleia Legislativa, a exemplo de Comissões

Parlamentares de Inquérito.

Inclusão do art. 54-E:

É introduzido o art. 54-E para dispor sobre a pertinência das

provas requeridas para o esclarecimento dos fatos descritos na

representação, permitindo o indeferimento de medidas protelatórias, a

exemplo do disposto no § 3º do art. 227 do Estatuto dos Servidores

Públicos Civis do Estado.

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28

Inclusão do art. 54-F:

É introduzido o art. 54-F para dispor sobre a constituição de

advogado para o patrocínio da defesa do Deputado acusado, sem

prejuízo do direito de o mesmo defender-se pessoalmente.

Coerentemente com o recebimento das notificações em gabinete, prevista

nos §§ 8º e 9º do art. 54-C, o § 1º prevê o dever do Deputado acusado de

transmitir ao seu defensor constituído o conteúdo das notificações

recebidas, exceto nas situações de Deputado afastado para o exercício de

cargo de Secretário ou patrocinado por defensor dativo. O § 2º assegura a

prerrogativa profissional do defensor em usar a palavra para

esclarecimento de questões surgidas durante o processo.

Inclusão do art. 54-G:

É introduzido o art. 54-G para dispor sobre o rito da reunião da

Comissão de Ética e Decoro Parlamentar para a deliberação sobre o

parecer conclusivo do Relator, assegurando ao defensor o direito ao uso

da palavra. Os §§ 1º e 2º tratam do pedido de vista do processo,

exclusivamente por parte dos Deputados, de forma coletiva e

simultânea.

Modificações no art. 55:

Modificações para suprimir a tramitação do processo disciplinar

pela Comissão de Constituição e Justiça, com a remessa direta da

Comissão de Ética e Decoro Parlamentar para a Mesa, excluindo a

possibilidade de emenda do Projeto de Resolução para a aplicação de

sanção disciplinar, por incabível à espécie.

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29

Modificações no art. 57:

Inclusão do parágrafo único para definir o ato da proclamação do

recebimento da representação pelo Presidente da Comissão de Ética e

Decoro Parlamentar como o momento em que o Deputado torna-se

formalmente acusado, impedindo que eventual renúncia ao mandato

produza efeitos sobre o processo disciplinar.

Inclusão do art. 57-A:

É introduzido o art. 57-A para dispor sobre o rito da Sessão

Plenária para a deliberação sobre a iniciativa de sanção disciplinar

proposta pela Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, assegurando ao

defensor o direito ao uso da palavra perante o Plenário, à semelhança do

que ocorre na Câmara dos Deputados (art. 15 do Código de Ética e

Decoro Parlamentar da Câmara).

Modificações no art. 58:

Modificações para aglutinar no mesmo dispositivo os comandos

previstos no caput e no parágrafo único da atual redação do art. 58 e

esclarecendo a competência da Procuradoria para avaliar o cabimento de

medidas contra o signatário de requerimento leviano e ofensivo à

imagem do Deputado acusado ou da Assembleia Legislativa.

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30

É o Relatório.

Sala da Comissão, em 20 de novembro de 2017.

Deputado SÉRGIO TURRA

Relator da Subcomissão para tratar sobre a Reforma do Código de Ética Parlamentar – RDI 95/2017

Deputado JULIANO ROSO

Membro – Presidente da Comissão de Ética Parlamentar

Deputado MARLON SANTOS

Membro – Corregedor da Comissão de Ética Parlamentar

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PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº Modifica disposições da Resolução n.º 2.514, de 30 de novembro de 1993 (Código de Ética Parlamentar) sobre o processo disciplinar dos Deputados pela prática de condutas ofensivas à imagem da Assembleia Legislativa e ao decoro parlamentar e dá outras providências.

Art. 1º. A Resolução n.º 2.514, de 30 de novembro de 1993, passa a

vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 8º. É criada a Comissão de Ética e Decoro Parlamentar,

aplicando-se lhe, quando cabíveis, os preceitos regimentais referentes às

comissões permanentes. (NR)

(...)

§ 3º-A. Não poderá integrar a Comissão de Ética e Decoro

Parlamentar:

I – o suplente no exercício do mandato;

II – o Deputado que tenha sido punido, na legislatura em curso,

com a suspensão do exercício do mandato;

III – o Deputado que esteja respondendo a processo disciplinar

perante a Comissão de Ética e Decoro Parlamentar.

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32

§ 3º-B. O recebimento de representação para instauração de

processo disciplinar suspende automaticamente o mandato do membro

da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, até que seja absolvido.

§ 3º-C. A aplicação da pena de suspensão do exercício do

mandato extingue automaticamente o mandato do membro da Comissão

de Ética e Decoro Parlamentar.

§ 4º. A Comissão de Ética e Decoro Parlamentar reunir-se-á

preferencialmente às 11 horas das quintas-feiras, mediante convocação

de seu Presidente, à vista da matéria de sua competência. (NR)

§ 5º. (...)”

“Art. 11. O Presidente da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar

submeterá aos demais membros a indicação de um Corregedor,

responsável por velar pelo respeito à ética e ao decoro parlamentar e

investido nas competências previstas neste Código. (NR)

Parágrafo único. O Corregedor servirá nessa função até o término

do mandato da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, não podendo

ser reconduzido na mesma legislatura. (NR)”

“Art. 24. (...).

§ 1º. (...)

§ 1º-A. A licença para tratamento de saúde de Deputado acusado

perante a Comissão de Ética e Decoro Parlamentar será necessariamente

precedida de inspeção realizada por junta médica oficial.

(...)”

“Art. 26. (...).

Parágrafo único. (...).

(...)

V – faltar a sessões plenárias e a reuniões de comissão em virtude

do exercício, devidamente justificado à Mesa, das funções de

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33

Corregedor, Corregedor Substituto, Corregedor da Comissão de Ética e

Decoro Parlamentar ou de Relator de processo disciplinar. (NR)”

“Art. 33. (...).

(...)

V – (Revogado)

(...)”

“Art. 34. (...).

(...)

VIII – não faltar, sem motivo previamente justificado, a 10 (dez)

sessões ordinárias consecutivas, ou a 45 (quarenta e cinco) intercaladas,

no mesmo ano legislativo, considerando sessões ordinárias e

extraordinárias; (NR)

(...)”

“Art. 38. (...).

(...)

VI – aplicação da pena de suspensão do exercício do titular. (NR)

(...)”

“Art. 40. O suplente no exercício do mandato não poderá ser

eleito para o exercício de cargo na Mesa. (NR)”

“Art. 42. O não-comparecimento do Deputado ao número mínimo

de sessões previsto no inciso V do art. 31 deste Código será declarado

pela Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, mediante requerimento

por escrito da Mesa, do Presidente, de qualquer Deputado, de partido

político com representação na Assembleia Legislativa ou por eleitor no

exercício de seus direitos políticos, assegurada a ampla defesa. (NR)”

“Art. 43. Sujeita-se à censura, por conduta ofensiva à imagem da

Assembleia Legislativa, o Deputado que descumprir algum dos preceitos

dos incisos I a VII do art. 34 deste Código. (NR)

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34

§ 1º. A censura será aplicada de forma imediata e verbal, de ofício

ou mediante provocação de qualquer Deputado. (NR)

§ 2º. São competentes para aplicar a pena de censura, conforme o

caso: (NR)

I – o Presidente da Assembleia Legislativa; (NR)

II – Presidente de Comissão; (NR)

III – o Deputado que estiver substituindo as autoridades

relacionadas nos incisos anteriores na condução da sessão ou reunião.

(NR)

§ 3º. A censura será registrada na ata da sessão ou reunião em que

foi aplicada e lida no expediente da Sessão Plenária seguinte. (NR)

§ 4º. (Revogado)”

“Art. 44. Sujeita-se à suspensão do exercício do mandato, por

conduta incompatível com o decoro parlamentar ou ofensiva à imagem

da Assembleia Legislativa, apurada mediante o devido processo

disciplinar, o Deputado que: (NR)

(...)

§ 1º. A sanção de que trata este artigo será fixada entre 30 (trinta)

e 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias de suspensão do exercício do

mandato, conforme os critérios expostos pelo Relator em parecer

conclusivo pela procedência da representação. (NR)

§ 2º. Nos casos dos incisos do caput, a suspensão do exercício do

mandato será decidida pelo Plenário da Assembleia Legislativa, por voto

aberto e maioria absoluta. (NR)”

“Art. 45. (...).

I – (Revogado)

II – (Revogado)

III – (...);

IV – (...);

Page 35: SUBCOMISSÃO PARA TRATAR SOBRE A REFORMA DO CÓDIGO DE …

35

V – (...);

VI – (Revogado)

§ 1º. Recebido o requerimento de que trata o art. 42 deste Código,

o Presidente da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar determinará:

(NR)

I – a emissão de certidão por parte da Superintendência

Legislativa quanto a ter o Deputado deixado de comparecer ao número

mínimo de sessões ordinárias estabelecido no inciso V do art. 31 deste

Código; (NR)

II – a notificação do Deputado da abertura do prazo de 5 (cinco)

dias úteis para manifestar-se sobre as ausências certificadas. (NR)

§ 2º. (...).”

“Art. 45-A. Sujeita-se à perda do mandato, por conduta

incompatível com o decoro parlamentar ou ofensiva à imagem da

Assembleia Legislativa, apurada mediante o devido processo disciplinar,

o Deputado que:

I – infringir qualquer das proibições dos arts. 32 e 33 deste

Código;

II – praticar, por 3 (três) oportunidades na mesma legislatura,

conduta ofensiva à imagem da Assembleia Legislativa, pelo

descumprimento dos preceitos do art. 34 deste Código;

III – que sofrer condenação criminal em sentença transitada em

julgado.

§ 1º. O término do mandato do Deputado reeleito para a

legislatura seguinte não impede a instauração ou o prosseguimento do

processo disciplinar relativo à conduta praticada no mandato

imediatamente anterior.

§ 2º. Nos casos dos incisos do caput, a perda do mandato será

decidida pelo Plenário da Assembleia Legislativa, por voto aberto e

maioria absoluta.”

Page 36: SUBCOMISSÃO PARA TRATAR SOBRE A REFORMA DO CÓDIGO DE …

36

“Art. 46. Não perderá o mandato o Deputado afastado de seu

exercício nas hipóteses previstas no art. 56 da Constituição Federal. (NR)

Parágrafo único. O afastamento nas hipóteses do inciso I do art.

56 da Constituição Federal não impede a instauração ou o

prosseguimento do processo disciplinar. (NR)”

“Art. 50. O processo disciplinar pode ser instaurado por iniciativa

da Mesa, do Presidente, de qualquer Deputado, de partido político com

representação na Assembleia Legislativa ou por eleitor no exercício de

seus direitos políticos, ao Corregedor da Comissão de Ética e Decoro

Parlamentar. (NR)”

“Art. 51. O Corregedor apreciará a matéria constante do

requerimento no prazo improrrogável de até 45 (quarenta e cinco) dias,

findo o qual oferecerá representação à Comissão de Ética e Decoro

Parlamentar ou determinará o arquivamento do feito. (NR)

§ 1º. O requerimento deverá observar os seguintes requisitos:

(NR)

I – indicação inequívoca do Deputado a que se refere; (NR)

II – descrição da conduta incompatível com o decoro parlamentar

ou ofensiva à imagem da Assembleia Legislativa cuja prática é imputada

ao Deputado; (NR)

III – elementos ou indícios probatórios da prática da conduta

imputada ao Deputado. (NR)

§ 2º. Além dos requisitos do § 1º deste artigo, o requerimento

formulado por eleitor deverá vir instruído com certidão de quitação

eleitoral em nome do signatário. (NR)

§ 3º. Além dos requisitos do § 1º deste artigo, o requerimento

formulado por partido político deverá vir instruído com prova da

investidura do signatário na representação partidária. (NR)

§ 4º. O desatendimento aos requisitos dos §§ 1º a 3º deste artigo

implicará o arquivamento do feito. (NR)”

Page 37: SUBCOMISSÃO PARA TRATAR SOBRE A REFORMA DO CÓDIGO DE …

37

“Art. 52. Incumbe ao Corregedor promover o processo disciplinar,

competindo-lhe: (NR)

I – receber requerimento comunicando a prática de conduta

incompatível com o decoro parlamentar ou ofensiva à imagem da

Assembleia Legislativa por parte de Deputado; (NR)

II – realizar, caso entenda necessário, investigação sumária sobre a

matéria constante do requerimento; (NR)

III – determinar à Superintendência Legislativa a emissão de

certidão quanto ao comparecimento de Deputado ao número

mínimo de sessões ordinárias estabelecido no inciso VIII do art. 34

deste Código; (NR)

IV – representar à Comissão de Ética e Decoro Parlamentar

solicitando a instauração de processo disciplinar contra Deputado;

(NR)

V – acompanhar o processo disciplinar e solicitar as diligências que

entender necessárias ao esclarecimento dos fatos descritos na

representação. (NR)

§ 1º. A investigação sumária sobre os fatos descritos no

requerimento poderá ter caráter reservado, a critério exclusivo do

Corregedor. (NR)

§ 2º. O Corregedor tem direito à palavra, mas não tem direito a

voto nas deliberações da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar sobre

o processo disciplinar. (NR)”

“Art. 53. O Presidente da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar

convocará reunião da Comissão para ouvir o relatório do Corregedor

sobre o requerimento por ele recebido e, se for o caso, sobre o resultado

da investigação sumária por ele conduzida. (NR)

§ 1º. A secretaria da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar

comunicará o Deputado contra quem foi apresentado o requerimento

para, querendo, fazer-se presente à reunião. (NR)

Page 38: SUBCOMISSÃO PARA TRATAR SOBRE A REFORMA DO CÓDIGO DE …

38

§ 2º. Na reunião referida no caput o Corregedor comunicará o

arquivamento do feito ou lerá a representação pela instauração de

processo disciplinar contra Deputado pela prática de conduta

incompatível com o decoro parlamentar ou ofensiva à imagem da

Assembleia Legislativa. (NR)

§ 3º. Da decisão pelo arquivamento do feito caberá recurso, por

parte do signatário do requerimento, a ser apresentado por escrito

perante a secretaria da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar no prazo

de 5 (cinco) dias úteis, contados da data da publicação da ata da sessão

no Diário da Assembleia. (NR)

§ 4º. Em caso de provimento do recurso, o Presidente da

Comissão de Ética e Decoro Parlamentar designará um dos Deputados

que votaram nesse sentido para elaborar representação a ser apresentada

na reunião seguinte. (NR)

§ 5º. Ocorrendo a situação descrita no § 4º deste artigo, as

competências e o impedimento previstos no art. 52 deste Código serão

investidos no Deputado responsável pela representação, ficando

suspensas em relação ao Corregedor até o término do processo

disciplinar. (NR)

§ 6º. Recebida a representação, Presidente da Comissão de Ética e

Decoro Parlamentar distribuirá o requerimento a um Relator, a ser

sorteado entre os membros titulares da Comissão. (NR)

§ 7º. Não será incluído nos nomes sujeitos ao sorteio de que trata

o § 6º deste artigo: (NR)

I – o Deputado responsável pela representação de que trata o § 4º

deste artigo; (NR)

II – Deputado responsável pela apresentação do requerimento;

(NR)

III – o Deputado que tenha atuado como Relator de processo

disciplinar anterior na mesma legislatura; (NR)

Page 39: SUBCOMISSÃO PARA TRATAR SOBRE A REFORMA DO CÓDIGO DE …

39

IV – o Presidente da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar;

(NR)

V – o Corregedor da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar.

(NR)”

“Art. 54. Incumbe ao Relator conduzir o processo disciplinar,

competindo-lhe: (NR)

I – citar o Deputado acusado, oferecendo-lhe cópia da representação

pela prática de conduta incompatível com o decoro parlamentar ou

ofensiva à imagem da Assembleia Legislativa; (NR)

II – receber a defesa do Deputado acusado ou, em sua falta, solicitar

ao Presidente da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar a

nomeação de defensor dativo; (NR)

III – instruir o processo e determinar todas as diligências que

entender necessárias ao esclarecimento dos fatos descritos na

representação; (NR)

IV – decidir sobre a suspensão ou a continuidade do processo

durante o recesso parlamentar; (NR)

V – proferir perante a Comissão de Ética e Decoro Parlamentar

parecer conclusivo pela procedência ou improcedência da

representação; (NR)

VI – oferecer à Comissão de Ética e Decoro Parlamentar Projeto de

Resolução apropriado à penalidade proposta, na hipótese de

procedência da representação. (NR)

§ 1º. O Relator disporá de 90 (noventa) dias para instruir o

processo disciplinar, sendo-lhe facultado prorrogar esse prazo por igual

período, caso considere tal providência necessária para o adequado

esclarecimento dos fatos descritos na representação; (NR)

§ 2º. Concluída e encerrada a instrução probatória, o Relator

facultará ao Deputado acusado o oferecimento de razões finais, no prazo

de até 5 (cinco) dias úteis. (NR)

Page 40: SUBCOMISSÃO PARA TRATAR SOBRE A REFORMA DO CÓDIGO DE …

40

§ 3º. Recebidas as razões finais ou transcorrido o prazo fixado no

§ 2º deste artigo, o Relator terá o prazo de 15 (quinze) dias para proferir

parecer conclusivo pela procedência ou improcedência da representação.

(NR)

§ 4º. (Revogado)

§ 5º. (Revogado)

§ 6º. (Revogado)”

“Art. 54-A. O processo disciplinar é público.

Parágrafo único. Se da publicidade da sessão ou do ato

processual puder resultar escândalo, inconveniente grave ou perigo de

perturbação da ordem, o Relator poderá, de ofício ou a requerimento do

Deputado acusado, determinar que o ato seja realizado a portas

fechadas, limitando o número de pessoas que possam estar presentes.”

“Art. 54-B. Quando este Código, o Regimento Interno da

Assembleia Legislativa ou outra norma de aplicação subsidiária

prescreverem determinada forma para a prática de algum ato, sob pena

de nulidade, sua decretação não poderá ser requerida pela parte que lhe

tenha dado causa.

§ 1º. O erro de forma não anulará o ato quando, realizado de

outro modo, atingir sua finalidade.

§ 2º. Não será repetido ato sem a demonstração de prejuízo ao

Deputado acusado.

“Art. 54-C. O processo disciplinar assegurará ao Deputado

acusado o direito à ampla defesa, com a utilização de todos os meios de

prova admitidos em direito, desde que pertinentes ao esclarecimento dos

fatos descritos na representação.

§ 1º. A representação conterá a descrição da conduta incompatível

com o decoro parlamentar ou ofensiva à imagem da Assembleia

Legislativa imputada ao Deputado acusado, bem como os elementos

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41

probatórios preliminarmente considerados pelo Corregedor e pela

Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, sem prejuízo da produção de

provas suplementares pelo Relator durante a instrução do processo

disciplinar.

§ 2º. O Deputado acusado será citado pessoalmente.

§ 3º. A citação será acompanhada de cópia da representação

recebida pela Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, juntamente com

os documentos que a instruíram.

§ 4º. O Deputado acusado terá o prazo de 15 (quinze) dias para

apresentar defesa escrita e indicar as provas que deseja ver produzidas.

§ 5º. Não apresentada defesa no prazo assinalado, será nomeado

defensor dativo ao Deputado acusado, reabrindo-se lhe o prazo do § 4º

deste artigo a partir da nomeação.

§ 6º. Caso o Deputado acusado venha a promover a própria

defesa ou a constituir advogado posteriormente à nomeação do defensor

dativo, este será exonerado da obrigação e aquele assumirá o processo no

estado em que se encontrar, sem reabertura de prazo para a defesa.

§ 7º. A defesa escrita informará se o Deputado acusado deseja ou

não ser interrogado e, em caso afirmativo, se prefere ser ouvido no início

ou no encerramento da instrução do processo disciplinar.

§ 8º. As notificações para os atos do processo disciplinar serão

realizadas no gabinete parlamentar do Deputado acusado, no horário de

expediente da Assembleia Legislativa.

§ 9º. Qualquer servidor com exercício no gabinete parlamentar do

Deputado acusado é competente para receber as notificações para os atos

do processo disciplinar, correndo os prazos a partir do dia seguinte do

recebimento de cada uma das mesmas.

§ 10. Tratando-se de Deputado afastado do exercício do mandato

nas hipóteses do inciso I do art. 56 da Constituição Federal, as

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42

notificações para os atos do processo disciplinar serão realizadas por

meio do defensor constituído.

§ 11. Excetuados os casos para os quais este Código assinala prazo

diverso, os atos do processo disciplinar serão realizados pelo menos dois

dias úteis após a data da notificação do Deputado acusado.”

“Art. 54-D. A prova testemunhal será colhida preferencialmente

em uma única sessão, observada a seguinte ordem:

I – testemunhas arroladas na representação;

II – testemunhas arroladas pela defesa;

III – testemunhas convocadas por iniciativa do Relator.

§ 1º. O Corregedor e o Deputado acusado poderão arrolar até 8

(oito) testemunhas cada um.

§ 2º. Incumbe ao Deputado acusado apresentar perante o Relator

as testemunhas que tenha arrolado.

§ 3º. A testemunha prestará compromisso e será inquirida pelo

Relator.

§ 4º. É assegurado ao Corregedor e ao Deputado acusado,

pessoalmente ou por seu defensor, o direito de formular perguntas à

testemunha.

§ 5º. As testemunhas serão separadas umas das outras e

recolhidas em ambiente de onde não possam ouvir o que ocorre na sala

da sessão.

§ 6º. A ausência simultânea do Deputado acusado e de seu

defensor constituído à reunião marcada para a oitiva de testemunhas

implicará o cancelamento da reunião, bem como:

I – a renúncia aos depoimentos cuja coleta seria procedida na

reunião, por parte das testemunhas que tenha arrolado; e

II – o agendamento de nova data para a oitiva das testemunhas

requeridas pelo Corregedor ou pelo Relator.

Page 43: SUBCOMISSÃO PARA TRATAR SOBRE A REFORMA DO CÓDIGO DE …

43

§ 7º. Na inviabilidade do comparecimento da testemunha por

enfermidade ou circunstância pessoal julgada relevante pelo Relator, a

prova testemunhal poderá ser colhida mediante sistema de

videoconferência ou outro recurso tecnológico idôneo de transmissão de

sons e imagens em tempo real, nos termos de Resolução de Mesa.”

“Art. 54-E. Todo pedido de realização de diligências ou produção

de provas deverá ser justificado com a demonstração de sua pertinência

para o esclarecimento dos fatos descritos na representação, sob pena de

indeferimento pelo Relator.

Parágrafo único. Será indeferido o pedido de prova pericial

quando a comprovação do fato independer de conhecimentos

especializados de peritos.”

“Art. 54-F. O Deputado acusado tem o direito de fazer-se

representar por advogado, sem prejuízo do direito de sozinho ou em

conjunto com o defensor constituído, promover pessoalmente à própria

defesa.

§ 1º. Exceto na situação dos §§ 5º e 10 do art. 54-C deste Código,

incumbe ao Deputado acusado a transmissão do conteúdo das

notificações recebidas em gabinete ao defensor constituído.

§ 2º. É assegurado ao defensor constituído o direito de usar da

palavra, pela ordem, mediante intervenção sumária, para esclarecer

equívoco ou dúvida surgida em relação a fatos, documentos ou

afirmações que influam no julgamento, perante o Relator e a Comissão

de Ética Parlamentar.”

“Art. 54-G. O procedimento da reunião da Comissão de Ética e

Decoro Parlamentar para a deliberação sobre o parecer conclusivo do

Relator seguirá a seguinte ordem:

I – leitura da representação recebida pela Comissão de Ética e

Decoro Parlamentar;

II – leitura do parecer do Relator;

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III – leitura do projeto de resolução para aplicação de sanção

disciplinar, na hipótese de ser o parecer do Relator no sentido da

procedência da representação;

IV – pronunciamento do Corregedor da Comissão de Ética e

Decoro Parlamentar, por até 20 (vinte minutos);

V – pronunciamento do Deputado acusado, pessoalmente ou por

seu defensor constituído, admitido o compartilhamento do tempo, por

até 20 (vinte minutos);

VI – discussão e votação.

§ 1º. Após o encerramento da discussão, os Deputados que não se

acharem habilitados a votar poderão pedir vista do processo, que será

concedida pelo Presidente da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar,

suspendendo-se imediatamente a reunião.

§ 2º. O processo ficará disponível para vista coletiva, simultânea e

exclusiva dos Deputados integrantes da Comissão de Ética e Decoro

Parlamentar, no recinto da secretaria da Comissão, pelo prazo de dois

dias úteis.”

“Art. 55. Concluída a tramitação na Comissão de Ética e Decoro

Parlamentar, o processo será encaminhado à Mesa para inclusão no

expediente. (NR)

§ 1º. Na hipótese de procedência da representação, a Mesa

determinará a publicação do Projeto de Resolução aprovado pela

Comissão de Ética e Decoro Parlamentar para sua inclusão em Pauta e na

Ordem do Dia. (NR)

§ 2º. O Projeto de Resolução para aplicação de sanção disciplinar

aprovado pela Comissão de Ética e Decoro Parlamentar não se sujeita a

emenda. (NR)”

“Art. 57. (...)

Parágrafo único. Para os efeitos do § 4º do art. 55 da Constituição

Federal, considera-se instaurado o processo disciplinar no ato da

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proclamação do recebimento da representação pelo Presidente da

Comissão de Ética e Decoro Parlamentar. (NR)”

“Art. 57-A. O procedimento da Sessão Plenária para a deliberação

sobre a sanção disciplinar proposta pela Comissão de Ética e Decoro

Parlamentar seguirá a seguinte ordem: (NR)

I – leitura da representação recebida pela Comissão de Ética e

Decoro Parlamentar; (NR)

II – leitura do parecer conclusivo do Relator; (NR)

III – leitura do Projeto de Resolução aprovado pela Comissão de

Ética e Decoro Parlamentar; (NR)

IV – pronunciamento do Corregedor, por até 20 (vinte minutos);

(NR)

V – pronunciamento do Deputado acusado, pessoalmente ou por

seu defensor constituído, admitido o compartilhamento do tempo, por

até 20 (vinte minutos); (NR)

VI – deliberação e votação. (NR)”

“Art. 58. Se o requerimento for considerado leviano e ofensivo à

imagem do Deputado ou da Assembleia Legislativa, a Comissão de Ética

e Decoro Parlamentar remeterá o expediente à Procuradoria para indicar

as medidas cabíveis contra o signatário. (NR)

Parágrafo único. (Revogado).”

Art. 2º. Todas as referências à Comissão e ao Código nesta

Resolução passam a constar com a nomenclatura “Comissão de Ética e

Decoro Parlamentar” e “Código de Ética e Decoro Parlamentar”.

Art. 3º. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

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Palácio Farroupilha, em 20 de novembro de 2017.

Deputado SÉRGIO TURRA

Deputado JULIANO ROSO Deputado MARLON SANTOS